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profissionais viraram vendedores ambulantes. Mas os comerciantes formais reclamam da con- corrência, que consideram desleal. Páginas 6 e
FOTOS: ANTÔNIO SABINO
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Emprego cai, salário despenca, informalidade dispara
Brasil chegou a 25,4 milhões de informais, recorde da série histórica do IBGE
O engodo da Reforma Trabalhista
Um levantamento do PnadC/IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) revela que, no mercado de trabalho, havia, inclusive, sinais de piora antes do início da pandemia. A partir da implementação das reformas trabalhista, previdenciária e do teto de gastos, medidas defendidas pelo governo e seus apoiadores como solução para a economia brasileira, os problemas se intensificaram.
A reforma trabalhista, que passou a valer em novembro de 2017, prometia a melhora do ambiente de negócios e a geração de milhões de empregos formais, inclusive por meio da criação dos contratos intermitentes. Bem diferente da promessa, o que se assistiu a partir de então foi o aumento do desemprego e da informalidade, queda da renda do trabalho e um movimento de precarização generalizada.
De pedreiro a vendedor de máscara
Isso foi comprovado pela reportagem do Brasília Capital que percorreu dois dos principais centros comerciais do Distrito Federal: a Rodoviária do Plano Piloto e o centro de Taguatinga. Os ambulantes já tomaram conta das plataformas inferior e superior do terminal e das calçadas nas imediações da Praça do Relógio, em Taguatinga, onde a “invasão” ocorre até na frente das lojas.
Willian Nunes (foto), 38 anos, mora na casa da mulher, em Ceilândia, e tem cinco filhos. Pedreiro de profissão, abandonou o ofício desde quando começou a pandemia de covid-19. Nunca mais arrumou um serviço na área. O jeito foi partir para a informalidade.
Por ironia do destino, hoje vende um acessório usado para proteger o mesmo flagelo que congelou as vagas de emprego da sua profissão: as máscaras contra o coronavírus. Além desse item, comercializa também acessórios de celular. “Tento programas do governo, mas nunca consegui. Fui esta semana no CRAS de Ceilândia, me deram um número para ligar e nunca consegui”, lamenta.
Quando era pedreiro, Willian tirava de R$ 3 mil e R$ 5 mil livres. Como camelô não consegue fazer nem R$ 100 ao dia. “Hoje (26/1) não vendi nada até agora. Mas é o único meio de sustentar minha família até que apareça algo melhor", lamenta.
Comércio formal é prejudicado
A falta de espaço na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto devido à instalação de mercadorias em frente às lojas fez com que os camelôs invadissem a faixa de pedestre que liga o terminal ao Conjunto Nacional. Para o dono de uma livraria, que pediu para não se identificar, a presença deles ali afeta o comércio formal. “Eles bloqueiam a passagem dos clientes e os abordam de forma incisiva”, reclama.