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Chico Sant’Anna – Páginas 6 e

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PPCUB: comunidade se mobiliza contra o GDF

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Novos lotes

Enquanto o quadro comparativo não é fornecido, a decodificação preliminar do projeto já entendeu que o GDF pretende autorizar a construção de prédios residenciais nas quadras 900, ao longo da avenida W-5 Sul e Norte. Também nas áreas destinadas a praças públicas na Asa Norte (EQNs 703/704, 707/708 e 709/710) seriam criados novos lotes em espaços públicos comunitários, com grande impacto de vizinhança.

Prevê, ainda, alteração fundiária na EQS 106/107, atrás do Cine Brasília, sem que se saiba o motivo ou destino. “Cada um desses ‘lotes’ deveria ser objeto de audiência pública especifica com a vizinhança imediata. Estão querendo passar o rodo no Plano Piloto”, avalia o professor de Arquitetura da UnB, Frederico Flósculo.

DIVULGAÇÃO

Mateus Leandro, titular da Seduh, aponta a construção de prédios de 8 andares na 901 Norte

O GDF propõe deixar para um futuro concurso o projeto de ocupação da Quadra 901 Norte, entre o Venâncio 3000 e o Mané Garrincha. Em entrevista à CBN, o titular da Seduh, Mateus Leandro, apontou para ali prédios de oito andares – dois acima das superquadras – e de uso misto: comercial e residencial.

Concurso

Também deixou para estudos futuros a eventual autorização de uso comercial das casas das quadras 700. As entidades são contra deixar “as coisas soltas assim”. Qualquer resultado do concurso teria que ser aceito. No Setor de Clubes Norte são propostos dois novos lotes próximos ao Clube da Aeronáutica. Também na área monumental, haveria novos lotes. Estes, de grande proporção. Alguns para atender o governo Federal, próximos ao Palácio do Planalto e ao TCU. O canteiro central do Eixo Monumental, entre a Praça do Cruzeiro e a Rodoferroviária, seria retalhado para novas construções, como o Museu da Bíblia.

Qual Poligonal está valendo?

Poligonal é o termo técnico para definir a área a ser abrangida pelo PPCUB. Estranhamente, há uma grande diferença entre a poligonal agora proposta e a que foi alvo de outro projeto, no governo de Agnelo Queiroz.

A diferença está na exclusão de uma vasta área do Exército, nas cercanias da Rodoferroviária, cobiçada para a implantação de um bairro com 21 mil imóveis, para 63 mil habitantes – equivalente à população do Sudoeste. Fora do PPCUB, os imóveis não teriam que seguir os padrões do Plano Piloto. Poderiam ser espigões, como em Águas Claras.

Outra dúvida das entidades é quanto aos puxadinhos. O PPCUB vai consolidar a ocupação irregular de áreas públicas comerciais e residenciais no Plano Piloto? Qual será a altura das casas nas 700? Esses itens não ficaram claros para os moradores.

Especialista em legislação urbanística, a arquiteta Tânia Battella assinala que o PPCUB tem o propósito de conservar o projeto que Lucio Costa elaborou e que foi alvo do tombamento. “Não se pode criar novas áreas, desconsiderar os setores inseridos nos documentos de tombamento, alterá-los, criando novos lotes ou dando usos diferentes daqueles que Costa previu”, comenta.

Setor Comercial Sul

Como assinalado por esta coluna, a Seduh retirou do escopo do PPCUB a área do Setor Comercial Sul e já realizou uma audiência pública, à qual acorreram menos de trinta pessoas, dentre técnicos do governo e representantes da sociedade.

O Conselho Comunitário da Asa Sul representou à 4ª Prourb impugnando a audiência. Alega que o GDF não apresentou nenhum estudo de viabilidade econômica, de impacto sobre o meio ambiente, ao trânsito e à vizinhança e nas contas públicas. Questiona ainda o fato de o SCS estar sendo tratado de forma apartada ao PPCUB.

A proposta do GDF prevê que no SCS possam funcionar faculdades, oficinas mecânicas de automóveis e motos, manutenção de equipamentos de refrigeração, fábricas de massas, de cerveja e albergue sociais, dentre outras alterações. Há um temor de que resíduos das fábricas e das oficinas acabem parando no Lago Paranoá, levados pelas galerias de águas pluviais.

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