7 minute read

Página

VIASatélites

IGES – Nova operação da Polícia Civil investiga um velho crime: irregularidades nos contratos de informática do Iges-DF. Operação deflagrada na quarta-feira (16) teve como alvos a Secretaria de Saúde e o ex-titular da Pasta, Francisco Araújo. A Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde, do MPDFT, e o Gaeco conduzem as investigações sobre superfaturamento num contrato de R$ 33 milhões.

Advertisement

Músico leva projeto Literatura na MPB a escolas do DF

Adriano Rocha fará apresentações em unidades da rede pública em Planaltina e Sobradinho I e II

SEEB-DF

Escola é lugar de música. Ao menos se depender do artista Adriano Rocha, idealizador do projeto "Literatura na Música Popular Brasileira", realizado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC). Adriano, que estará acompanhado dos músicos José Cabrera (teclados), Deth Santos (bateria) e Gean Carlos (baixo), selecionou um repertório todo inspirado na literatura – livros, poemas e fragmentos.

Em cada unidade escolar, os estudantes receberão o programa com a letra e a história de cada composição. Alguns exemplos: “Funeral de um lavrador”, poema do livro Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, musicado por Chico Buarque; e “E agora, José?”, de Carlos Drummond de Andrade musicado por Paulo Diniz.

Os alunos também saberão um pouco mais sobre “Caçador de mim”, de Sérgio Magrão e Luiz Carlos Sá, com interpretação de Milton Nascimento. Os autores se inspiraram em O apanhador no campo

DIVULGAÇÃO

Artista Adriano Rocha leva projeto musical a escolas públicas do DF

de centeio, de J. D. Salinger, e “Réquiem para Matraga”, música de Geraldo Vandré inspirada em Sagarana, de João Guimarães Rosa.

Adriano Rocha conta que na sua infância, já apaixonado por música, foi mais influenciado pelos festivais da sua escola. “Acredito nessa influência. É uma forma de aproximar os estudantes da literatura por meio da música. De quebrar esse gelo que, infelizmente, existe. E, claro, aproximá-los, também, do mundo da música. Quem sabe algum talento não seja despertado?”. As apresentações serão realizadas em escolas da rede pública de Planaltina (CED 3 e CEM 1), de Sobradinho (CEF 3 e CEM 1) e Sobradinho 2 (CED 4 e CEF 8), especificamente para a comunidade escolar, além da Vila Rua do Mato e da feira permanente do Engenho Velho (Fercal-DF), ainda sem datas definidas, em versões abertas ao público.

Sobre o artista

Adriano Rocha vive de música desde os 18 anos, sempre defendendo a MPB. Nasceu e cresceu em São José da Vitória (BA), onde iniciou sua trajetória com o violão. Chegou em Brasília em 1995. Aqui, abriu shows de João Bosco, pelo Projeto MPB Petrobras, na sala Villa Lobos do Teatro Nacional; de Alceu Valença, no Taguatinga Shopping; de Chico César, no Terraço Shopping; e de Tom Zé, no Conjunto Nacional, entre outros. Em 2016, ganhou o prêmio de melhor letra no Festival de Música da Nacional FM com a composição “Eterna musa”. Seu primeiro CD, Adriano Rocha & a Catraca, foi lançado em 2019, pelo FAC-DF

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

INFORME

Denúncias de corrupção e aniversário dos problemas

Na quarta-feira (16), Brasília acordou com a notícia de mais uma operação policial que investiga irregularidades e indícios de corrupção em contratos firmados pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal, o IGESDF. A investigação é conduzida pela Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus), em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF. Friso a destinação do grupo policial: combate ao crime organizado.

Na mesma manhã, recebi uma denúncia de colegas profissionais de saúde do Hospital Regional de Ceilândia: o HRC não tinha como imprimir os exames de raio-x na emergência da ortopedia. Para que o médico analisasse o exame (para dar o encaminhamento necessário ao caso), o paciente tinha que fotografar com a tela do celular e mostrar ao médico, ou o médico tinha que interromper o atendimento a quem aguardava na fila para ir até ao aparelho de raios-x avaliar o exame. De uma forma ou de outra, a falta da impressão aumenta muito a chance de erro de diagnóstico e de condução do tratamento.

Momentos depois, recebi queixa da emergência da clínica médica do Hospital do Gama: estava sem clínico. Nem na sala vermelha, onde ficam os pacientes graves, tinha um profissional de plantão. O HRG sofre com falta de clínicos há um ano. Denunciamos isso em junho de 2021. Pedimos até a interdição ética no serviço, porque estão ocorrendo óbitos evitáveis dentro do hospital por falta de profissionais que acompanhem os pacientes.

O Conselho Regional de Medicina do DF deu um ultimato à Secretaria de Saúde há poucas semanas – ou se resolvem os problemas na emergência da clínica médica do HRG ou será adotada a medida da interdição ética. Enquanto não dão solução, os poucos profissionais lotados na unidade estão sobrecarregados e os pacientes sofrem e correm risco, caso precisem de internação.

Pela torneira de recursos públicos do IGESDF escorre dinheiro mal aplicado ou desviado criminosamente. Pelo contagotas que abastece as unidades de saúde sob administração direta do GDF não sai o suficiente para o básico: contratação de pessoal e insumos mínimos para o atendimento aos pacientes.

Desde que foi criado, o IGESDF acumula um histórico sem fim de denúncias de irregularidades, de piora no atendimento prestado e de escândalos. E todo mês, se não em menos tempo, se acrescenta um novo capítulo à história de desacerto do Instituto:

Em janeiro, o IGES foi condenado a pagar indenização e pensão vitalícia a um paciente que perdeu a visão por demora no atendimento. Em fevereiro, a notícia foi o desabastecimento nos estoques de medicamentos, luvas e outros insumos básicos.

Neste mês de março, além da operação policial para investigar irregularidades em contratos de informática, o Ministério Público do DF já apontou falhas nos processos da Corregedoria do IGES e na transparência das informações que o Instituto tem de prestar, como repasses financeiros recebidos.

Além disso, foi condenado em uma Ação Civil movida pela Defensoria Pública a voltar a prestar o atendimento de Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE) – um exame de imagem pré-operatório, suspenso em maio de 2021 – só o Hospital de Base e o HRT fazem o exame na rede pública de saúde.

Nunca se teve tantos escândalos na saúde pública do DF quanto desde a criação do IGESDF pelo atual governo. E é outro escândalo que continua impondo esse modelo de gestão de serviços e recursos públicos à po-

Dr. Gutemberg Fialho

Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

pulação que depende do SUS no DF.

Quase um ano se passou desde a suspensão das CPRE e da denúncia inicial da insuficiência de clínicos na emergência do Hospital do Gama. Esperamos que não seja necessário realizar atos públicos em maio e junho para marcar o aniversário dos problemas que o IGESDF, a Secretaria de Saúde e o GDF não resolvem.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

INFORME

Sinpro lança minidocumentário sobre questão racial

Como parte da programação do aniversário de 43 anos, o Sinpro-DF lançará, segunda-feira (21), o minidocumentário “O Baobá”. No mesmo dia é celebrado o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial. O lançamento da obra será às 19h, no auditório Paulo Freire, na sede do Sinpro-DF, no Setgor de Indústrias Gráficas (SIG).

Produzido pelas Secretarias de Raça e Sexualidade e de Imprensa e Divulgação do Sinpro-DF, o minidocumentário é ambientado no plantio de baobás na chácara do Sinpro. Realizada em novembro de 2021, a ação criou o Recanto dos Baobás, em homenagem às mulheres negras brasileiras que protagonizaram a luta antirracista.

Em nove minutos, a obra traz entrevistas com especialistas e militantes históricos (as) da luta antirracista no Distrito Federal, que falam sobre a importância do Baobá para os povos africanos no continente e na diáspora.

“Para muitos povos africanos, os Baobás são símbolo de ancestralidade, locais de aprendizagem, pois é à sombra dessa árvore que os mestres griô transmitem os valores e saberes ancestrais aos mais novos. No Brasil, essas árvores representam a resistência dos povos escravizados. Sua presença é marcante nos locais de maior ocupação negra no período escravocrata. E isso demonstra a ligação entre os africanos e suas origens, trazidos para cá à força”, contextualiza a coordenadora da pasta de Assuntos de Raça e Sexualidade, Márcia Gilda.

REPRODUÇÃO/TV

Sinpro homenageia mulheres negras que lutam contra o racismo

pela Eliminação da Discriminação Racial, em memória ao Massacre de Shaperville. Nessa data, em 1960, 20 mil negros e negras protestavam contra uma lei que limitava os lugares por onde podiam circular. A manifestação era pacífica, mas tropas do Exército atiraram contra a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. A exibição do minidocumentário “O Baobá” será celebrada com um coquetel de lançamento, no auditório Paulo Freire do Sinpro-DF.

O evento

Programação:

19h – Recepção 19h20 – Fala de abertura 19h30 – Apresentação Cultural 19h40 – Exibição do filme 19h55 – Mesa de encerramento 20h10 – Coquetel 21h – Encerramento da atividade

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

This article is from: