Governo mantém PIB em 4,5% PÁGINA 8
www.jornalcapital.jor.br | ano 3 - n° 74 | Capital EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA | de 20 A 26 DE SETEMBRO DE 2011 | NAS BANCAS - rs 1,00
Produtos piratas conquistam a classe alta
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Reajuste de imposto sobre carros importados pode parar na OMC Banco de Imagens
O REAJUSTE de 30 pontos percentuais no Imposto de Produtos Industrializados sobre carros importados, anunciado pelo governo, abre brechas para contestações na Organização Mundial do Comércio, dizem os especialistas. Eles, no entanto, ressaltam que vários países adotam medidas semelhantes e ponderam que o questionamento depende mais de vontade política dos governos do que das empresas. Para esses especialistas, a elevação do imposto é um sintoma da guerra comercial que tomou conta do mundo depois do agravamento da crise econômica global. PÁGINA 3
Banco de Imagens
O MERCADO brasileiro de flores e plantas ornamentais deve fechar o ano com movimentação financeira
‘Tenho cheiro de Caxias’ Banco de Imagens
EM ENTREVISTA ao Capital, o deputado estadual mais votado do Estado e do País, Wagner Montes, nascido e criado em Duque de Caxias, disse que está estudando convite de outros partidos, entre eles o PRB e o PSD, e que a decisão sobre sua permanência ou não no PDT será decidida até o dia 6 de outubro. PÁGINA 4
MOEDAS COTADAS EM DOLAR (USA)
Câmbio* Moeda
Compra (R$)
Venda (R$)
Variação %
Dolar Comercial
1,775
1,776
2,57
Dólar Paralelo
1,590
1,730
0,00
Dólar Turismo
1,660
1,800
0,56
(U$)
(U$)
%
Coroa Dinamarca
5,445
5,446
0,84
Dólar Austrália
1,021
1,021
1,44
Dólar Canadá
0,990
0,990
1,32
Euro
1,367
1,368
0,88
Franco Suíça
0,881
0,882
0,71
76,570
76,600
0,29
Iene Japão Libra Esterlina Inglaterra
1,569
1,569
0,58
480,850
481,250
0,00
1.837,300
1.839,300
0,93
4,200
4,240
0,00
Peso México
13,138
13,153
0,79
Peso Uruguai
19,200
19,400
0,00
Peso Chile Peso Colômbia
Indicadores*
Peso Livre Argentina
Valor
Variação %
Ibovespa
Índice
57.102,78
0,19
IBX
19.212,63
0,18
Dow Jones
11.401,01
0,94
Nasdaq
2.612,83
0,36
Merval
2.716,78
1,22
Poupança
20/09
0,607
Poupança p/ 1 Mês
19/09
0,581
19/09
0,080
ao ano
12,00
TR Juros Selic meta Salário Mínimo (Federal)
R$ 545,00
Salário Mínimo (RJ)
R$ 581,88
(*) Fechamento: 19 de SETEMBRO DE 2011
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Mercado de plantas ornamentais emprega 194 mil trabalhadores
em torno de R$ 4,4 bilhões. O segmento registrou crescimento de cerca 10%, nos últimos cinco anos. PÁGINA 8
Saracuruna ganha Banco Comunitário
PMDC / Everton Barsan
ESTA É A PRIMEIRA unidade inaugurada na Baixada Fluminense. Os pagamentos podem ser feitos com o dinheiro chamado Saracura. Os bancos comunitários se diferenciam das instituições financeiras tradicionais por não visarem ao lucro nas operações, embora tenham estrutura e práticas semelhantes. PÁGINA 6
Presidente da Câmara de Caxias desmente ação da PF em centros sociais
Atualidade
Baixada oferece 4,5 mil vagas profisssionalizantes
PÁGINA 6
Renda Melhor vai beneficiar 25 mil famílias O PROJETO de proteção social vai atender quem ganha menos de R$ 100 por mês de renda per capita. Ele foi lançado em Duque de Caxias durante encontro na prefeitura, cuja iniciativa foi da deputada Claise Maria (PSDB). PÁGINA 5
Baixada Fluminense vai ter fábrica de refratários A EMPRESA austríaca RHI AG, líder global de refratários para os setores de siderurgia, cimento, metais não ferrosos e vidro, lançou a pedra fundamental para a construção da sua fábrica na região. PÁGINA 5
Pais
Incêndio em navio mata funcionário da Transpetro Internacional
Japoneses protestam contra uso de energia nuclear www.jornalcapital.jor.br
Políticas antidrogas no mundo ainda são ineficazes 19/9/2011 21:07:37
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Programa de crédito para microempreendedor já está disponível A CAIXA Econômica Federal assina segunda-feira (19) os primeiros contratos do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado - Crescer, primeiro dia útil após a publicação da portaria que regulamenta o programa. Segundo a Caixa, o programa atende a empreendedores com faturamento anual de, no máximo, R$ 120 mil. O financiamento, nas modalidades capital de giro e investimento, pode chegar a R$ 15 mil, com taxas de juros de 8%
ao ano. A taxa de abertura de crédito (TAC) é 1%. O prazo médio para capital de giro varia de quatro a seis meses. Já no microcrédito para investimento, o prazo médio fica entre 12 e 24 meses. De acordo com a Caixa, o programa tem como metodologia o relacionamento direto com os empreendedores nas suas localidades. Para fechar o contrato, a Caixa faz avaliações da atividade e da capacidade de endividamento de cada cliente e os empreendedo-
res são acompanhados e orientados por agentes de microcrédito. A Caixa informou ainda que mulheres que trabalham por conta própria, por exemplo, podem formar grupos e receber a visita de um agente de microcrédito, que dará as orientações necessárias para viabilização de projetos. A Caixa também estimulará a formalização dos trabalhadores autônomos, por meio do programa Empreendedor Individual. Com a formalização,
o pequeno empreendedor tem acesso aos benefícios previdenciários, com contribuição de 5% do salário mínimo, o que equivale a R$ 27,25 por mês. Atualmente, a Caixa tem aproximadamente 500 mil empreendedores individuais como clientes. O banco também espera oferecer microcrédito para beneficiários do Programa Bolsa Família, “que conta com 1,2 milhão de famílias com perfil empreendedor”, segundo avaliação do banco estatal.
Contratações temporárias para o Natal devem aumentar Banco de Imagens
PESQUISA divulgada pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem) indica que até o Natal devem ser criadas no país cerca de 147 mil vagas temporárias. O número representa um aumento de 5% em comparação ao total de postos de trabalho abertos no mesmo período do ano passado (140 mil). Do total de contratações, 28% serão destinadas a jovens que estão ingressando no mercado de trabalho. “O trabalho temporário tem se mostrado
uma oportunidade muito grande para os jovens em situação de primeiro emprego. Praticamente, um terço das vagas é ocupada por jovens em situação de primeiro emprego”, disse à Agência Brasil a diretora de Comunicação da Asserttem, Jismália de Oliveira Alves. A expectativa é que 29% dos trabalhadores sejam efetivados, após o término do contrato temporário. O comércio deve continuar concentrando a maior parte das contratações temporárias (70%), enquanto as vagas deman-
dadas pela indústria representam 30%. Na área industrial, os segmentos alimentício, de bebidas, eletroeletrônico, de vestuário e de embalagens aparecem entre os principais contratantes. De acordo com a pesquisa, as mulheres deverão ocupar 35% das vagas na indústria, até dezembro. A remuneração média para os contratos temporários no setor deverá ter aumento de 16%, atingindo entre R$ 920 e R$ 1,3 mil. A expectativa é que o Sudeste mantenha a liderança, com 51,26% das
vagas temporárias que serão criadas neste Natal, puxado por São Paulo, com 44.556 contratações.
Ponto de Observação ALBERTO MARQUES
Imposto elimina do prato do pobre até o macarrão NO INÍCIO do governo em uma prefeitura da Baixada, os Secretários de Fazenda e de Administração divergiam sobre o índice de reajuste dos salários dos servidores, o primeiro do novo governo. Enquanto o secretário de administração defendia um reajuste de 14%, seu colega da fazenda, um auditor fiscal aposentado, defendia o índice menor. O Secretário de Fazenda ganhou a “disputa” convencendo o prefeito que a economia com o reajuste de apenas 10% na folha de pagamento permitiria alguns quilômetros a mais na pavimentação de ruas e avenidas, o que imprimiria ao seu governo um alo progressista e preocupado com o bem estar da população. O feirão de impostos, realizado por algumas instituições privadas no final de semana, demonstrou que, para o Governo, o contribuinte
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deve continuar patrocinando a farra com o dinheiro público como os últimos escândalos vêm demonstrando. Qual a razão, do ponto de vista da justiça tributária, para o Governo cobrar 40% de imposto no macarrão, um produto popular e que deveria constar da cesta básica das famílias mais carentes? Pelo mesmo motivo, como o Governo do Rio explica a cobrança de 18% de ICMS sobre a energia elétrica consumida pela população? A posição bovina dos brasileiros – que tudo aceitam sem reclamar – está num truque legal: ao contrário do Imposto de Renda, cobrado individualmente de cada um, a maioria dos impostos são cobrados na produção e embutidos nas mercadorias e serviços. Assim, por estarem camuflados, ninguém reclama do imposto abusivo sobre o pãozinho, o cafezinho, o leite, o feijão, o arroz, o óleo de soja, o fubá, o tomate e a batata. Para Paulo Gontijo, pre-
sidente do Conselho de Jovens Empreendedores da Associação Comercial do Rio de Janeiro, que participou do feirão de impostos, o consumidor precisa saber o que paga ao governo para exigir melhores serviços. “Muita gente não imagina o quanto paga em impostos camuflados. Se todo mundo souber o peso disso no orçamento, vai poder cobrar de forma mais eficaz a contraprestação dos serviços, ou seja, exigir que as ruas sejam mais bem pavimentadas e iluminadas, que a polícia seja mais estruturada”, destacou. “Além disso, poderemos refletir melhor na hora de votar, avaliando se os governantes estão nos devolvendo o volume de impostos que pagamos em serviços bem prestados”, acrescentou. “Além disso, poderemos refletir melhor na hora de votar, avaliando se os governantes estão nos devolvendo o volume de impostos que pagamos em serviços bem prestados”, acrescentou.
De acordo com Gontijo, entre os produtos com as maiores taxações estão os importados em geral, além de cigarros e álcool. Os impostos chegam a representar 80% do preços dessas mercadorias. “Esses casos são até compreensíveis, até porque para cigarro e álcool tem a questão da saúde pública. Existem outros exemplos, no entanto, que são no mínimo estranhos. Na água, que é um produto de necessidade básica, e nos biscoitos, que integram a cesta básica, os impostos correspondem a 40% do valor de venda. O consumidor poderia pagar bem menos por esses produtos se a carga tributária fosse menor”, disse. Como teremos eleições em 2012, seria bom que o eleitor pensasse no seu bolso na hora de escolher em quem vai votar para tomar conta das finanças públicas do País.
Coluna do Moreira Moreira Franco é Ministro Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República
Democracia digital e participativa AS INFORMAÇÕES sobre os fatos políticos, sociais e culturais de nossas cidades e do país estão agora disponíveis nos computadores, celulares e outros aparelhos a um simples toque e, praticamente, em tempo real. E, com a disseminação das mídias sociais, pode-se acompanhar a repercussão dos acontecimentos mais importantes não somente junto aos especialistas e personalidades, como também observar a opinião dos nossos amigos, vizinhos e colegas de trabalho. A combinação de acesso facilitado a informação relevante com interação imediata entre as pessoas gera um ambiente propício ao diálogo, ao debate de ideias, à mobilização em torno de boas causas. Esse recurso tecnológico pode mesmo mudar a realidade política de uma Nação. Cito o exemplo da chamada Primavera Árabe, mobilização popular que derrubou regimes ditatoriais no Oriente Médio e que teria encontrando nas redes sociais da Internet o terreno fértil para organização dos manifestos pacíficos, mas também avassaladores, em diferentes países. Todos nós podemos interagir nesse ambiente. Nele, os mais experientes contribuem compartilhando e confrontando grande parte de suas vivências com o entusiasmo alegre ou com a revolta dos muitos jovens. No ambiente interativo das mídias sociais ganham todos e a soma dos fatores aqui é, certamente, maior do que as partes. Não só as pessoas, individualmente, são favorecidas. As cidades brasileiras podem se beneficiar com esse processo de cooperação, de intercâmbio de experiências e de aprendizagem. Isso porque, a discussão dos problemas e das potencialidades de cada comunidade poderá vir acompanhada de propostas de soluções audazes e inovadoras. E também daquelas respostas mais óbvias e mais simples que nem por isso são tão fáceis de serem percebidas. Na implementação de suas políticas públicas, os governos tentam considerar fatores econômicos e sociais locais. Pode-se ir além, é claro. Uma vez abertos às redes sociais, se beneficiam também de outros quesitos difíceis de ser encontrados no planejamento burocrático: os anseios, os sonhos e os valores que dão sentido à vida de cada um e de todos os brasileiros.
Superávit já supera em 80,8% o do mesmo período do ano passado O SUPERÁVIT comercial (exportações maiores do que importações), chegou a US$ 2,532 bilhões, até a terceira semana deste mês, com 11 dias úteis, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A média por dia útil ficou em US$ 230,2 milhões. No período, as exportações chegaram a US$ 12,776 bilhões, com média por dia útil de US$ 1,161 bilhão. As importações ficaram em US$
10,244 bilhões, com média de US$ 931,3 milhões por dia útil. De janeiro até a terceira semana de setembro, o superávit comercial soma US$ 22,492 bilhões, com média de US$ 125,7 milhões por dia útil. Na comparação com igual período de 2010 (superávit comercial de US$ 12,439 bilhões e média de US$ 69,5 milhões), com o mesmo número de dias úteis (179), o crescimento do saldo comercial chega a 80,8%.
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Reajuste de imposto sobre carros importados pode parar na OMC O REAJUSTE de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre carros importados, anunciado na semana passada pelo governo, abre brechas para contestações na Organização Mundial do Comércio (OMC), dizem especialistas. Eles, no entanto, ressaltam que vários países adotam medidas semelhantes e ponderam que o questionamento depende mais de vontade política dos governos do que das empresas. Para os especialistas, a elevação do imposto é um sintoma da guerra comercial que tomou conta do mundo depois do agravamento da crise econômica global. Com o mercado interno enfraquecido, diversos países estão despejando mercadorias nas economias emergentes, que ampliam as restrições comerciais para se defender e proteger as indústrias locais. A pesquisadora do Centro de Comércio Exterior
Banco de Imagens
do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) Lia Valls Pereira destaca que a elevação do IPI para os carros de fora do Mercosul contraria um dos princípios da OMC ao criar discriminação de produtos importados. “Um dos pilares da OMC consiste na isonomia de tratamento entre o produto nacional e o estrangeiro”, diz. À exceção do Imposto de Importação, ressalta Lia, a tributação não pode diferenciar produtos pela ori-
gem. O advogado Rabih Ali Nasser, especializado em comércio internacional e também professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), ressalta outro problema: a exigência de 65% de componentes nacionais nos veículos como requisito para fugir do aumento de imposto. “O estabelecimento de conteúdo local pode ferir a isonomia de tratamento”, adverte. Apesar de considerar que a diferenciação tributária fere regras da OMC, Lia Valls Pereira ressalta que a
contestação no organismo internacional não é automática. “A OMC não tem função de polícia. Ela só atua se outro país se sentir prejudicado e questionar”, explica. “Vários países adotam medidas parecidas para proteger a indústria automotiva e podem não querer questionar para não se tornarem vítimas posteriormente.” Para o advogado Rabih Ali Nasser, uma eventual contestação do Brasil na OMC depende mais de decisão política do que econômica. “Os países só vão recorrer se considerarem que vale a pena, até porque a medida é temporária”, declara. O reajuste de IPI vigora até 31 de dezembro de 2012. Ele, no entanto, acredita que o governo brasileiro se arriscou: “A equipe econômica fez uma análise de custos e benefícios e, pelo visto, considerou que o desenvolvimento industrial justifica os riscos”.
Direito Empresarial ARTHUR SALOMÃO*
Empresas da construção civil são beneficiadas por decisão do CNJ NO ATO do registro dos contratos de financiamento imobiliário, os Cartórios de Registro de Imóveis calculam as custas para tanto com base no número de unidades autônomas do empreendimento, ainda que matrículas não estejam individualizadas, fato este que onera demasiadamente as empresas de construção civil. Ocorre que, em contrapartida, os empreendimentos realizados através do programa “Minha Casa, Minha Vida”, os cálculos das custas e
emolumentos devidos aos Cartórios de RGI são feitos como ato único de registro, ou seja, independente do número de unidades autônomas, reduzindo substancialmente o valor que é pago para registro. Em razão desta diferença, as Construtoras que não utilizam o Programa do Governo “Minha Casa, Minha Vida” vinham questionando a ilegalidade da cobrança diferenciada, o que poderia gerar enriquecimento ilícito dos Cartórios de Registro de Imóveis. Recentemente, o Sindicato da Indústria da Cons-
trução Civil do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio) apresentou ao CNJ o Requerimento de Revisão do Aviso 421/09, emitido pelo TJ/RJ, o qual determinava que a cobrança de custas e emolumentos de registros como ato único fosse aplicada apenas aos empreendimentos construídos com os benefícios do Programa “Minha Casa, Minha Vida”. Após análise, a ministra Eliana Calmom Alves proferiu o seu voto e decidiu por anular o Aviso 421/09 do TJ/RJ e recomendou que fosse encaminhado um
(*)ARTHUR SALOMÃO É ESPECIALISTA EM DIREITO EMPRESARIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
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comunicado a todos os Tribunais de Justiça para que a cobrança de custas e emolumentos como ato único seja aplicada em todas as situações e não apenas àquelas construções realizadas através do Programa “Minha Casa, Minha Vida”. Com esta decisão, as custas e emolumentos cobrados pelos Cartórios de Registro de Imóveis serão reduzidos drasticamente, diminuindo gastos e aumentando o lucro das empresas de construção de civil.
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Conversa com a Presidenta Encaminhe perguntas para a Presidenta: redacao@jornalcapital.jor.br ou redacao.capitalmercado@gmail.com
JEANE MELO, 37 anos, publicitária em Teresina (PI) - Que projetos existem para melhorar o tratamento e o controle do diabetes, que é considerado epidemia mundial pela Organização Mundial da Saúde? Presidenta Dilma – Para apoiar o tratamento, uma das nossas principais ações é o Saúde Não Tem Preço, programa que oferece medicamentos de graça contra a doença. Os remédios, Jeane, são distribuídos por 20 mil farmácias credenciadas no programa Aqui Tem Farmácia Popular, pelas farmácias da rede própria do governo e também pelas Unidades Básicas de Saúde, que oferecem ainda diagnóstico precoce e acompanhamento. O número de diabéticos beneficiados aumentou 180%, passando de 306 mil, em janeiro, para 860 mil, em agosto. Recentemente, nós lançamos um plano para reduzir as mortes por doenças crônicas não-transmissíveis, como, além do diabetes, câncer, infarto, derrame e doenças respiratórias. Vamos trabalhar na vigilância, prevenção e tratamento dessas doenças, que crescem devido a tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada, abuso do álcool e obesidade. Além de incentivar alimentação saudável, vamos implantar 4 mil polos do programa Academia da Saúde, até 2014, para a prática de atividades físicas, e começamos a estruturar um programa de tratamento em casa. Estamos atentos, pois o diabetes causa mais de 57 mil mortes por ano. A doença atinge 6,3% dos adultos e, entre os brasileiros com mais de 65 anos, o índice chega a 20%. JANSEN VIEIRA DE ABREU, 37 anos, comerciante em Cariacica (ES) - Sou comerciante e queria saber qual a vantagem que eu posso ter ao regularizar minha situação. Presidenta Dilma – Há muitas facilidades e inúmeras vantagens para quem se formaliza. Uma das vantagens, Jansen, é a cobertura previdenciária, ou seja, a garantia, entre outras, de aposentadoria e renda em casos de acidente, doença, parto e falecimento. Ao regularizar sua situação, o empreendedor individual passa também a poder participar de licitações, firmar contratos, dar nota fiscal, receber apoio do SEBRAE e a ter também, entre outros benefícios, facilidades de acesso a financiamentos. Outra boa notícia: lançamos recentemente, para os empreendedores individuais e os microempreendedores, o programa Crescer, que vai ampliar de forma inédita o acesso a microcrédito produtivo. As taxas de juros são de apenas 8% ao ano, mais 1% de taxa de abertura de crédito. Quem fatura até R$ 36 mil por ano (projeto nosso, em tramitação no Congresso, eleva esse limite para R$ 60 mil), basta acessar o site www.portaldoempreendedor.gov.br, para regularizar a situação, sem nenhuma burocracia. Depois de formalizado, o empreendedor só precisa pagar um pequeno valor mensal, entre R$ 28,25 e R$ 32,25, que equivale a 8 impostos das áreas federal, estadual e municipal, e à contribuição previdenciária de 5% sobre o salário mínimo. Hoje, a formalização é rápida e barata e garante aos empreendedores individuais toda a segurança e melhores condições de acesso ao crédito e de desenvolvimento dos seus negócios. TÂNIA ALMEIDA GALLO, 29 anos, comerciante em Teresópolis (RJ) - Perdi praticamente tudo no meu estabelecimento nas chuvas do início do ano. O BNDES pode conceder crédito para restabelecer meu negócio? Presidenta Dilma – O BNDES já fez cerca de 3 mil operações de crédito para apoiar as micro, pequenas e médias empresas dos municípios da região serrana do Rio. No total, Tânia, foram R$ 400 milhões, sendo R$ 62 milhões para 470 micro e pequenas empresas da sua cidade, Teresópolis. Este apoio ocorreu por meio do Programa Emergencial de Reconstrução do Estado do Rio de Janeiro, o BNDES PER RJ, que criamos em 20 de janeiro, logo após a tragédia. Como todos os recursos foram alocados até o final de maio e era necessário continuar atendendo os atingidos, nós propusemos, por lei, um novo Programa Emergencial, desta vez para todo o Brasil. No último dia 15 de setembro, assinei o Decreto 7.566, regulamentando esta lei e brevemente começaremos a operar o BNDES PER Brasil, que atenderá não só os micro e pequenos empresários, mas também os produtores rurais, e terá dotação de R$ 300 milhões. Para receber os recursos, o empreendedor deve ser de município atingido por desastres naturais e que esteja, por decreto do governo estadual, em situação de emergência ou de calamidade pública. Na região serrana, o BNDES continua refinanciando operações de crédito contratadas antes da tragédia, o que também ajuda os empreendedores na recuperação de suas atividades.
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Após dez anos, Wagner Montes pode deixar o PDT Marcelo Cunha
O PDT poderá perder o deputado estadual mais votado do país em 2010, com 528.628 votos. Wagner Montes, em entrevista exclusiva ao Capital, disse que está estudando convite de outros partidos, entre eles o PRB do senador Marcelo Crivella e o PSD de Índio da Costa e do deputado estadual Dica, e que a decisão sobre sua permanência ou não no PDT será decidida até o dia 6 de outubro. “Estou pensando e já disse ao Lupi que se eu for sair, ele será o primeiro a saber. O prazo é até 6 de outubro e acho que decido até o dia 30”, disse Montes, depois de um dia de muito trabalho - apresentação do programa “Balanço Geral”, na Rede Record, e reuniões durante a tarde. - Não estou fazendo charminho, eu realmente ainda não sei se fico. O PDT tem uma militância
maravilhosa, aguerrida, que tem o maior carinho por mim, uma coisa muito emocionante. A bancada também tem carinho comigo. Eu gosto muito do PDT, mas acho que deveria receber uma valorização maior. Fui um deputado que em 2006 ajudou a aumentar a bancada e que agora ajudou demais o partido a dobrar a quantidade de deputados na Alerj. Já falei isso com o Lupi, não estou falando por traz - disse Montes. “Não estou dizendo que sou a última bolacha do pacote, a última gota de água no deserto”, nada disso, em hipótese alguma, faz parte da minha luta ajudar meu partido, lutar por ele Não me sinto desconfortável nem insatisfeito, eu me sinto largado no PDT. Acho que como todo filho que estuda bastante, que tira boas notas, que pas-
“Quando o povo de Caxias me quiser eu estarei lá”
sa de ano sem precisar da última nota, gostaria de receber uma afago, um carinho maior por parte do PDT. Nessas mudanças dos diretórios em alguns municípios eu deveria ser ouvido, como no caso de Duque de Caxias, eu deveria ser consultado. É a minha cidade e eu nem sequer fui consultado quanto ao diretório lá”, desabafou. “O Lupi merece todo
carinho e todo respeito, mas acho que com sua ida para Brasília, o partido, sem o seu comando ficou distante dessas questões humanas, dos seus deputados. Eu falo por mim, eu sinto falta do alô dele, do telefonema dele, do abraço dele, de vê-lo constantemente. O Brasil ganhou um grande ministro, mas nós perdemos um grande presidente”, desabafou.
“Eu tenho a cara de Caxias e a cidade também tem a minha cara” O CAPITAL quis saber do deputado caso fosse convidado pelo PDT a concorrer à prefeitura de Duque de Caxias, o que responderia. “Eu diria que o convite me gratifica muito mas veio tarde demais, até porque não tenho domicílio lá, então não haveria tempo hábil. Se lá atrás tivessem me
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consultado, aí a resposta seria outra, automaticamente eu iria para Duque de Caxias para perguntar à população se me queria ou não candidato”, disse o deputado. “Mas sou de Caxias, um dia, quem sabe. Nasci na Taquara, minha infância foi lá. Eu me emociono muito quando lembro de lá, tive uma infância muito pobre,
muito difícil, mas nunca me faltou o prato de comida, educação, meus pais sempre procuraram me dar o melhor, meu avô me ajudou bastante com a minha avó. Fui vicepresidente da Grande Rio. Eu estava começando a minha carreira no programa do Silvio Santos, e eu dizia: sou de Caxias e Caxias é terra de gente boa,
defendi muito Caxias, então toda vez que eu paro para falar de Caxias eu me emociono. Eu tenho a cara de Caxias e a cidade também tem a minha cara, eu tenho o cheiro de Caxias, eu sempre estarei a disposição de Duque de Caxias e quando o povo de Caxias me quiser eu estarei lá”.
Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado Jornalista Roberto Marinho GEIZA ROCHA é jornalista e secretária-geral do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro ornalista Roberto Marinho. www querodiscutiromeuestado.rj.gov.br
Legado social OS MEGAEVENTOS esportivos que sediaremos daqui até 2016 já transformaram a cidade do Rio de Janeiro em um verdadeiro canteiro de obras. Mas para além das mudanças na infraestrutura, que impactarão os municípios do entorno, precisamos nos preocupar com o legado social. Isto significa a formação de uma geração de atletas e de jovens que encontram no esporte uma saída para ascender socialmente. E, como garantir que estes eventos possam alavancar esta transformação? Investindo. Não é apenas o Governo do Estado o responsável por este legado. Apesar de as leis estaduais de incentivo ao esporte e de incentivo à cultura serem praticamente da mesma época, no esporte este mecanismo ainda é subutilizado. Investe-se pouco. É preciso mergulhar nesta questão, estimular as iniciativas que promovam competições não apenas internacionais, que já vem se tornando comuns, mas disputas nas ruas, como as corridas – cada vez mais comuns -, e eventos intermunicipais, como as Olimpíadas da Baixada – que mobilizam escolas e aparelhos esportivos públicos das cidades –, ou, ainda, nos esportes de aventura, que se utilizam da natureza espetacular que temos. Um dos motivos pelos quais o Comitê Olímpico Internacional escolheu o hemisfério sul e, mais especificamente, o Brasil para sediar os Jogos Olímpicos foi a necessidade de chegar aos jovens, imprimir o espírito olímpico em seus corações e estimular a participação deles na audiência dos eventos. Alegria temos de sobra para fazer estes eventos inesquecíveis. Agora temos que mostrar que esta energia que nos move pode ser transformadora das realidades que possuímos em nosso território. O Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico vem ouvindo especialistas do setor para traçar ações e estratégias. Um trabalho da Universidade do Estado do Rio de Janeiro em parceria com a Suderj está levantando dados quantitativos e qualitativos sobre a gestão do esporte nas nossas cidades. Temos certeza de que este esforço pode contribuir para trazer luzes à questão e fazer com que possamos nos orgulhar destes eventos não pelas medalhas, mas pelas vidas que eles transformarão.
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Programa Renda Melhor será implantado em Duque de Caxias O PROGRAMA Renda Melhor beneficiará 25 mil famílias em Duque de Caxias, a partir do próximo ano. O projeto de proteção social vai atender quem ganha menos de R$ 100 por mês de renda per capita e foi apresentado dia 15, pelo secretário Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves, ao vice-prefeito Jorge Amorelli e vários secretários municipais, na sede da Prefeitura. O auxílio varia de R$ 30 a R$ 300, de acordo com a renda e as características de cada família. A iniciativa do encontro foi da deputada estadual Claise Maria (PSDB). A previsão é de que o convênio seja assinado pelo governador Sergio Cabral e pelo prefeito José Camilo Zito em dezembro e tenha início já em 2012. Segundo o Governo do Estado, através do Projeto Renda Melhor serão investidos cerca de R$ 30 milhões por ano em Duque de Caxias. Jorge Amorelli agradeceu a vinda do secretário Rodrigo Neves e de sua equipe, disse que o Estado tem sido um parceiro
Divulgação PMDC
Investimentos estrangeiros O BANCO Central fará pesquisa sobre investimentos estrangeiros no Brasil. A quarta edição do Censo de Capitais Estrangeiros no País terá início no dia 3 de outubro, e vai até 1º de novembro. O trabalho vem sendo realizado a cada cinco anos, desde o ano-base 1995.
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Bastidores de Brasília Priscilla Ricarte, jornalista, é correspondente do Capital em Brasília
Câmara pode votar Emenda 29 esta semana
Para a deputada Claise Maria, o programa vai ajudar a quem mais precisa / Claise
importante da Prefeitura. “É uma ação importantíssima de valorização do ser humano, que combina uma soma de esforços para ajudar aos que mais precisam”, disse Amorelli, falando em nome do prefeito Zito. Serão beneficiadas famílias em vulnerabilidade social usuárias do Cadastro Único do Governo Federal e do Programa Bolsa Família. A transferência de renda será feita por meio de um cartão magnético e os recursos depositados em conta
bancária. Os jovens de 15 a 17 anos, terão atenção especial do programa. Os que concluírem o ensino médio vão ganhar uma bolsa poupança de cerca R$ 4 mil. Será feito, também, um mapa de oportunidades na cidade, voltado para a capacitação dos moradores e a busca ativa de família para ingresso no programa, que passarão por acompanhamento. Rodrigo Neves falou da importância do projeto, que amplia a cobertura básica ao cidadão e
segundo ele, pode mudar vidas. Para a deputada Claise Maria, o programa fará a inclusão social de uma parcela importante da sociedade. “O programa vai olhar para quem mais precisa, oferecendo renda, qualificação profissional, além de valorizar a vida”. Segundo a deputada, estudos técnicos serão realizados para saber as áreas de atuação do Renda Melhor, mas os bairros do Jardim Gramacho, Vila Ideal, Vila Nova e Fraternidade podem ser beneficiados.
Baixada vai receber fábrica de refratários A empresa austríaca RHI AG líder global de refratários para os setores de siderurgia, cimento, metais não ferrosos e vidro, lançou dia 16 a pedra fundamental para a construção da sua fábrica na Baixada Fluminense, no Distrito Industrial de Queimados. As obras de terraplanagem já estão em andamento e o início das atividades da fábrica está previsto
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para o segundo semestre de 2013. A unidade vai ocupar uma área de 120.000 m² e o investimento inicial orçado para a primeira fase do empreendimento é de €85 milhões. A expectativa é de que sejam gerados aproximadamente 200 empregos diretos e 400 indiretos. Durante a cerimônia de lançamento o presidente mundial da RHI AG, Franz Struzl, agradeceu a presença das autori-
dades e clientes presentes, falou sobre a importância da vinda da fábrica para a cidade e do orgulho por estar inserido no mercado brasileiro. “Viemos para o Brasil porque enxergamos crescimento e um potencial para sermos ainda maiores. A indústria brasileira é a 7ª maior exportadora de aço do mundo e a responsável pela produção de 70% da liga metálica de toda a América Latina. Estamos
muito felizes e otimistas”, destacou Struzl. A produção anual estimada da nova fábrica da RHI AG é de 60 mil toneladas, onde mais da metade será destinada ao mercado brasileiro e América Latina. A multinacional também pretende expandir a produção em uma suposta segunda fase de investimentos, gerando ainda mais empregos.
A CÂMARA dos Deputados discute esta semana a regulamentação da Emenda 29 (PLP 306/08), que trata dos recursos mínimos a serem aplicados na saúde. De acordo com a assessoria da Casa, os parlamentares se reunirão em Comissão Geral para debater o tema na terça (20) e votarão a matéria na quarta (21). Ainda segundo informações dadas à imprensa, há acordo entre os líderes para votação. O projeto trata dos valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, por estados e por municípios em ações e serviços públicos de saúde e dos critérios de rateio das transferências para a saúde. O texto base da proposta foi aprovado pelo Plenário em 2008 e prevê a criação da Contribuição Social da Saúde (CSS), imposto a ser cobrado nos moldes da extinta CPMF. Os deputados votarão nesta semana um destaque do DEM que pretende retirar do texto a base de cálculo da CSS e, assim, inviabilizar a cobrança do tributo. Para o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), não há “clima político” para a criação de um novo imposto para financiar a saúde. Segundo ele, os recursos para a regulamentação da Emenda 29 deverão vir da readequação do Orçamento, de áreas como os royalties do petróleo. Antes de votar o PLP, os parlamentares terão que discutir os Projetos de Lei 1749/11, que cria uma empresa para a gestão dos hospitais universitários; 7376/10, que cria a Comissão da Verdade; e 6882/10, que dá anistia criminal para policiais e bombeiros. Além disso, a pauta do Plenário está trancada por três medidas provisórias. Também na quarta-feira (21), os deputados elegerão o novo presidente do Tribunal de Contas da União. Concorrem ao cargo os deputados Ana Arraes (PSB-PE), Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Átila Lins (PMDB-AM), Damião Feliciano (PDT-PB), Milton Monti (PR-SP), Sérgio Brito (PSC-BA) e Vilson Covatti (PP-RS), e Rosendo Severo dos Anjos Neto, primeiro auditor federal de controle externo a se tornar candidato a ministro do TCU.
Interventores buscam soluções para os bondes em Portugal UMA COMITIVA se dirige a Lisboa, nesta terça-feira (20), com o objetivo de levantar informações sobre a operação do sistema de elétricos portugueses que possam auxiliar na recuperação dos bondes de Santa Teresa. A viagem foi determinada pelo governador Sérgio Cabral, que pediu aos técnicos para apurarem todos os dados sobre o funcionamento do sistema português e apresentarem possíveis soluções para o caso do Rio de Janeiro. Rogério Onofre, presidente do Detro, foi nomeado interventor dos bondes pelo governador Sérgio Cabral. A medida já é fruto da cooperação técnica entre o Estado e a empresa Carris, de Lisboa, que administra o transporte de bondes no país, anunciada sexta-feira
(16) pelo governador Sérgio Cabral. O engenheiro Eduardo Macedo, indicado por Rogério Onofre para ocupar o cargo de presidente da Central, a quem caberá administrar os bondes e promover as transformações necessárias, está na comitiva que segue para Lisboa. Completam a comitiva o auditor Alcino Rodrigues, coordenador-geral da Comissão de Intervenção dos Bondes e vice-presidente do Detro; a arquiteta Ana Carolina Borges Vasconcelos, sub-coordenadora da equipe de intervenção e assistente técnica da Diretoria Operacional do Detro, e o engenheiro da Central Marcelo Nery. Os dados levantados em Portugal serão incluídos no material que será entregue ao governador Sérgio Cabral.
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Atualidade Casa Brasil de Imbariê expõe obras de Cândido Portinari
Baixada tem 4,5 mil vagas para cursos profissionalizantes
Casa Brasil de Imbariê
A exposição vem atraindo a atenção de alunos de várias escolas das redes de ensino
A EXPOSIÇÃO itinerante “Brasil de Portinari” ficará aberta até o dia 28, na Casa Brasil de Imbariê. Ela foi aberta dia 15 e a entrada é franca. Ela é composta de réplicas de 20 obras do renomado artista, que estão espalhadas por várias cidades no Brasil e no exterior. O even-
to é realizado pela Fundação Portinari, em parceria com as Secretarias Municipais de Cultura e Turismo e a de Educação. São obras digitalizadas, retratando o Brasil através da ótica singular do pintor: do homem do campo aos tipos brasileiros, passando pelas brincadeiras de criança e cenas históricas. Durante a mostra, haverá oficinas de arte
para educadores, crianças e jovens de diversas redes de ensino e das comunidades locais. - Essas obras geralmente não estão ao alcance das camadas mais populares. Daí entendermos ser de suma importância disponibilizar para a população obras desse grande artista. A arte não pode ficar restrita a apenas uma ou outra
camada da sociedade, ela deve, sim, estar disponível para todos – enfatizou o Secretário de Cultura e Turismo Gutemberg Cardoso. Cândido Torquato Portinari, que faleceu aos 59 anos em 1962, foi um artista plástico brasileiro. Ele pintou quase cinco mil obras, desde pequenos esboços e pinturas de proporções padrão como “O Lavrador de Café” à gigantescos murais, como os painéis “Guerra e Paz”, presenteados à sede da ONU em Nova Iorque em 1956 e que em dezembro de 2010, graças aos esforços de seu filho, retornaram para exibição no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O artista hoje é considerado um dos mais prestigiados do país e foi o pintor brasileiro a alcançar maior projeção internacional. Esta é a primeira vez que Duque de Caxias tem acesso a um pouco do trabalho do renomado pintor.
Bancos comunitários emprestam dinheiro próprio a juro zero
OS BANCOS comunitários ganham força no Rio, com a inauguração de três agências. Depois da abertura, terça-feira (13), de uma agência no bairro do Preventório, em Niterói, e de outra dia 14, no bairro de Saracuruna, em Duque de Caxias, será inaugurada uma unidade na Cidade de Deus, na zona oeste da capital. Os bancos comunitários se diferenciam das instituições financeiras tradicionais por não visarem ao lucro nas operações, embora tenham estrutura e práticas semelhantes, precisando inclusive de registro no Banco Central para funcionar. O principal objetivo é fortalecer o comércio e a comunidade onde se localizam, por meio de empréstimos com juros baixos, quando se trata de dinheiro real, ou até
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a juro zero, quando a operação for feita nas moedas sociais, que só têm valor no bairro. No Preventório, o dinheiro se chama Prevê, em Saracuruna, Saracura, e na Cidade de Deus, os pagamentos poderão ser feitos com o CDD. Nos dois primeiros casos, a implantação do projeto contou com técnicos da Universidade Federal Fluminense (UFF) e dinheiro aportado pela concessionária de energia Ampla, em um total de R$ 1 milhão. O projeto da UFF foi desenvolvido pela Incubadora de Empreendimentos em Economia Solidária, coordenada pela socióloga Bárbara França. “Nós adaptamos a experiência do Banco Palmas, que começou há 13 anos em Fortaleza. Os bancos comunitários são inovadores porque vão gerar trabalho e renda com o desenvolvimento local, sob o protagonismo dos próprios moradores. São eles
que organizam a associação que vai gerir o banco, que produzirá empréstimos para serem consumidos exclusivamente nas comunidades”, explicou Bárbara. MOEDA SOCIAL - A ideia é incentivar o pagamento no comércio local com a moeda social, por meio da concessão de desconto de 10% nas compras. Para investimentos produtivos, podem ser feitos empréstimos de até R$ 800 em dinheiro real, que deverão ser pagos em até seis meses, a juros de 2,5%. Se o objetivo for o consumo com o dinheiro social, o juro é zero, mas o prazo de devolução é um mês. Segundo a socióloga, embora não haja restrição imediata, se o nome do tomador estiver no Sistema de Proteção ao Crédito (SPC), é feita uma avaliação com a vizinhança, que dará testemunho sobre a fama de bom pagador do cliente. Para combater a inadimplência, que costuma ficar entre 2% e 5%, é feito um trabalho de conscientização na co-
munidade. Para a empresa Ampla, o dinheiro investido no projeto dará retorno por meio de formação de renda e desenvolvimento local e também com o impulso econômico do bairro, o que poderá se traduzir em maior consumo de energia. A responsável pelo setor de projetos sociais da empresa, Gislene Rodrigues, ressaltou que o principal ganho é o fortalecimento da organização comunitária. “É um projeto piloto, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população local, por meio da economia solidária. A geração de renda é uma demanda que vem muito forte. O banco comunitário potencializa isso, pois trabalha com crédito produtivo e crédito de consumo, o que aumenta o empreendedorismo na comunidade”, disse Gislene. No estado do Rio, a primeira experiência de banco comunitário foi no município de Silva Jardim, onde circula a moeda social Capivari.
PARA QUEM quer se qualificar para buscar um emprego, esta é a última chance de 2011 para se inscrever nos cursos gratuitos profissionalizantes e de qualificação da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec). Estão abertas as inscrições para 4.532 vagas em cursos oferecidos pelos Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs) e Centros de Educação Tecnológica e Profissionalizante (Ceteps) da Baixada Fluminense. As vagas estão divididas por diversos municípios da Baixada e em áreas diferentes. Há opções de cursos profissionalizantes automotivos, de construção civil, em informática e em moda e beleza. Boas oportunidades para montar seu próprio negócio ou conseguir um emprego. Na área de construção civil, por exemplo, um convênio entre a Secretaria de Ciência e Tecnologia e o Sinduscon ajuda a selecionar profissionais para o mercado de trabalho.
As inscrições vão até o dia 25 de setembro e só poderão ser feitas pela internet, no site da Faetec (www. faetec.rj.gov.br). Para isso, basta acessar o link “Cursos Profissionalizantes - FIC / Inscrições Online”. Na página, os interessados encontrarão todas as informações necessárias para fazer a inscrição. Quem não tiver acesso à internet pode procurar a própria unidade dos CVTs e Ceteps em que deseja cursar ou a unidade da Faetec Digital mais próxima da sua casa para realizar a inscrição. Monitores e funcionários auxiliarão no processo de inscrição. O sorteio das vagas ocorrerá no dia 26 de setembro. A listagem será divulgada no site da Faetec no mesmo dia. Outras informações também podem ser obtidas pelos telefones (21) 2332-4085 e (21) 2332-4083.
Vereador Mazinho nega operação da PF em centros sociais O PRESIDENTE da Câmara de Duque de Caxias, vereador Dalmar Lírio de Almeida Filho, o Mazinho, em entrevista ao Capital, negou uma suposta operação da Polícia Federal em centros sociais que seriam ligados a ele, conforme noticia divulgada no final de semana. Mazinho esclareceu que os centros sociais do projeto Amigo foram visitados por fiscais do TRE que estavam cumprindo uma Mandado de Verificação expedido pela juíza eleitoral Mafalda Lucchese, da 126ª ZE, datado de 2 de setembro. O fato gerou muita especulação e grande repercussão nas redes sociais. O Capital obteve cópia do processo nº 2688.2011.6.19.0126, que teve origem em uma denúncia protocolada pelo PSDB-Duque de Caxias, dia 27 de julho, com cópia ao Ministério
Público Eleitoral, contra o vereador, dando conta da existência de “flagrante atitude de campanha eleitoral antecipada” em seis “entidades assistencialistas” e requer “a devida apuração das infrações” através do Ministério Público e “intervenção para a coibição da continuidade de tais atos”, através de diligências nos locais apontados. A denúncia, feita à Procuradora Regional Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro, doutora Mônica Campos de Ré, no dia 27 de julho último, e que originou o processo, é assinada pela advogada Vânia Aieta. Indagado sobre a origem da denúncia, o vereador disse acreditar que o episódio teve motivação política, “uma vez que sou précandidato à prefeitura em 2012”.
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País Cresce consumo de produtos falsificados nas classes A e B O NÚMERO de brasileiros que compram produtos falsificados aumentou de 48% para 52% entre 2010 e 2011. Pela primeira vez, desde 2006, mais da metade dos entrevistados admitiu ter adquirido mercadorias pirateadas. Os dados fazem parte da pesquisa O Consumo de Produtos Piratas do Brasil, divulgada dia 19 pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ). De acordo com o estudo, ao transformar os percentuais em números absolutos, 74,3 milhões de brasileiros consumiram algum produto pirata, 6 milhões a mais do que o observado no ano passado (68,4 milhões).
Banco de Imagens
Segundo o economista da Fecomércio-RJ Christian Travassos outro dado alarmante é a crescente adesão das classes A e B à essa prática. De um ano para o outro, subiu de 47% para 57% o número de integrantes das camadas mais altas que admitiu ter consumido mercadorias falsificadas. “Essas classes que, teoricamente têm mais acesso à informação e conhecem os prejuízos dessa prática, também
consomem cada vez mais os produtos piratas. Isso é preocupante porque, em geral, esse comércio está associado a outros crimes, como o tráfico de armas”, afirmou. A principal justificativa apresentada, em todas as classes sociais, continua sendo o preço mais em conta, indicado por 96% dos entrevistados. O estudo mostra ainda que, apesar de ter consciência sobre a prática ilegal e seus
prejuízos, o consumidor continua comprando o produto falsificado. Quase oito em cada dez consumidores que compram os piratas sabem que a prática alimenta a sonegação de impostos; percentual semelhante acredita que esse consumo prejudica fabricantes e artistas. Além disso, 66% deles acreditam que a pirataria contribui para o crime organizado. Os CDs e DVDs se mantêm na liderança do ranking de preferências de quem compra falsificados, qualquer que seja a classe social. Oito em cada dez afirmam comprá-los no mercado ilegal. Em seguida, aparecem brinquedos (76%) e artigos de moda, como roupas (11%), óculos (10%) e relógios (7%).
Incêndio em navio da Transpetro deixa um morto no RJ UMA PESSOA morreu em um incêndio no navio Diva, da Petrobras Transporte (Transpetro), a 25 milhas náuticas de Maricá (o equivalente a 46,3 quilômetros), no norte do estado do Rio de Janeiro. Em nota divulgada segunda-feira (19), pela manhã, a companhia informou que a vítima, o oficial de náutica Rosynaldo Marques dos Santos, morreu durante os procedimentos de combate ao fogo no setor de máquinas do navio. Segundo a nota, o incêndio teve inicio na noite de domingo (18). A Transpetro informou, ainda, que o navio Diva havia passado por manutenção periódica no início do ano e que operava normalmente no transporte de óleo diesel para abastecimento a re-
bocadores da Bacia de Santos. As causas do acidente serão investigadas por uma comissão interna da companhia. Segundo a Transpetro, em outra nota, distribuída na tarde, a tripulação controlou o incêndio, que se estendeu até às 12h30. Estavam a bordo, segundo a nota, mais 32 tripulantes que não se feriram. De acordo com a companhia, o fogo atingiu o setor de máquinas do navio, mas não causou danos à estrutura da embarcação, que foi rebocada ainda nea segunda-feira para o Rio de Janeiro. Os trabalhos de combate foram realizados pela tripulação, com apoio de rebocadores.
Internacional Dilma é primeira mulher a abrir assembleia da ONU AO COMENTAR sua participação na 66ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a presidenta Dilma Rousseff disse segunda-feira (19) que vai falar sobre temas importantes como a transparência nas ações do governo, o combate a doenças crônicas no país e a crise econômica mundial. “Tenho muito orgulho de ser a primeira mulher, uma mulher brasileira, a abrir a Assembleia Geral da ONU”, ressaltou em seu programa semanal de rádio Café com a Presidenta. “O Brasil tem muito a mostrar em cada um desses temas”, completou. Dilma comentou também o anúncio de ampliação da meta do governo de creches e pré-escolas a serem
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Roberto Stuckert Filho / Presidência da República
entregues em todo o país até 2014 - de 6 mil para 6,4 mil. “Essas unidades escolares estão sendo chamadas de supercreches, porque elas reúnem a creche e a pré-escola em prédios muito bem construídos, capazes de oferecer uma educação de muita qualidade às nossas crianças”, explicou. A presidenta falou ainda sobre a construção de 6,6 mil quadras esportivas escolares e a cobertura de
5 mil unidades até 2014. Segundo Dilma, mais de 8 milhões de alunos do ensino fundamental e do ensino médio serão beneficiados pelas medidas. “O esporte é um estímulo para que as crianças permaneçam na escola por mais tempo. É, muitas vezes, uma maneira de tirar a criança da rua, sobretudo, nas regiões mais carentes”, concluiu. Dilma chegou aos Estados Unidos para o evento
na manhã de domingo (18) e o discurso de abertura será feito nesta quarta-feira (21). “Eu tenho muito orgulho de ser a primeira mulher, uma mulher brasileira, a abrir a Assembleia Geral da ONU. Vou falar em nome do Brasil para chefes de Estado de 193 países”. O Brasil tradicionalmente inaugura a assembleia por ter sido o primeiro país a aderir ao organismo internacional, em 1945. A agenda da presidenta nos Estados Unidos inclui também uma série de reuniões sobre segurança nuclear, participação das mulheres na política e aquecimento global. Estão previstas ainda reuniões bilaterais com o presidente dos EUA, Barack Obama, da França, Nicolas Sarkozy, do México, Felipe Calderón, e com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.
Japoneses contra o uso da energia nuclear AS PRINCIPAIS ruas de Tóquio, no Japão, foram tomadas segunda-feira (19) por cerca de 60 mil manifestantes. O protesto foi organizado para pressionar as autoridades japonesas a redobrar as atenções e os cuidados para evitar acidentes radioativos, como os registrados recentemente na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Nordeste do Japão. Os acidentes ocorreram há seis meses, em consequência do terremoto seguido por tsunami. Os manifestantes gritaram várias palavras de ordem como “Fukushima nunca mais” e “O fim das usinas nucleares”. O protesto foi organizado por associações que defendem o fim do uso de energia nuclear. O protesto contou com a presença do escritor Kenzaburo Oe, de 76 anos, Prêmio Nobel de Literatura de 1994. “Alguns dizem que é impossível viver sem a
energia nuclear, mas é uma mentira”, disse Kenzaburo Oe. “A energia nuclear é sempre acompanhada de destruição e sacrifícios”, acrescentou o escritor. O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, prometeu anunciar em breve um plano que será executado no setor de energia nuclear a partir de 2012. Pela proposta, o governo se compromete a reduzir e substituir a energia nuclear por alternativas renováveis. Os acidentes nucleares, ocorridos nos arredores de Fukushima, acenderam a luz de alerta não só no Japão como no mundo. A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) se reúne na próxima semana para definir medidas que visam aumentar a segurança de trabalhadores e moradores de regiões próximas a usinas.
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Mercado de plantas ornamentais e flores emprega mais de 190 mil Banco de Imagens
O MERCADO brasileiro de flores e plantas ornamentais deve fechar o ano com movimentação financeira em torno de R$ 4,4 bilhões. Segundo a Câmara Setorial Federal de Flores e Plantas, o segmento registrou crescimento de cerca 10%, nos últimos cinco anos, e já emprega 194 mil pessoas em todo o país. Para este ano, a expectativa é que haja alta de 12% no volume de negócios em relação a 2010. “Esse desempenho é bem acima do Produto Interno Bruto [PIB], previsto para crescer [em torno de] 4% em 2011”, disse Kess Schoenmaker, presidente do Instituto
Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) e de uma cooperativa que vende flores e plantas ornamentais. Ele destacou, entretanto, que, nos últimos dois meses, em decorrência da crise, a movimentação no setor foi um pouco menor, mas nada com impacto perceptível. Segundo Schoenmaker, o mercado está em franca expansão e pode crescer ainda mais. “No Brasil cerca de 75% de toda a produção são consumidos pelas regiões Sul e Sudeste. As demais ficam com apenas 25%, por isso, são locais que merecem atenção, a fim de expandir a comercialização. Com as novas
tecnologias e condições de transporte mais favoráveis, podemos entregar o produto em boas condições em um prazo mais extenso”, destacou. Para ele, essas evoluções tecnológicas, tanto no plantio como na logística, são o principal fator desse bom desempenho. “A satisfação do consumidor final tem aumentado muito, porque o produto está durando mais.” Outro ponto visto com otimismo pelo setor diz respeito às vendas online. No ano passado, esse tipo de comercialização teve um crescimento de 50% e a previsão é que o bom resultado se repita em 2011.
Governo mantém em 4,5% previsão de crescimento do PIB O MINISTÉRIO do Planejamento, Orçamento e Gestão mantém a previsão de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) e da inflação em 4,5% e 5,8%, respectivamente. As estimativas estão no Relatório Bimestral de Avaliação de Receita e Despesas Primárias relati-
vo ao quarto bimestre de 2011 enviado ao Congresso Nacional. Com o PIB real em 4,5%, a estimativa é que, em termos nominais, o resultado fique em quase R$ 4,110 trilhões. Pelas projeções, a taxa básica de juros média ficaria em 11,79% neste ano, e não mais em 11,87%.
Com as limitações da expansão do mercado para o exterior, produtores brasileiros buscam ferramentas para fortalecer ainda mais a cultura de compra de plantas no país. Uma delas é a Expoflora, feira realizada anualmente no mês de setembro, na cidade paulista de Holambra. No ano passado, o evento foi responsável pela comercialização de cerca de 600 mil mudas de flores e plantas, e para este ano, a previsão é que 700 mil sejam vendidas. “É a maior feira do setor em toda a América Latina”, comentou Paulo Fernandes, coordenador do evento.
Projeção para inflação A PROJEÇÃO de analistas do mercado financeiro para a inflação oficial em 2011 subiu pela quinta semana consecutiva, ao passar de 6,45% para 6,46%. Para 2012, a estimativa também subiu, de 5,40% para 5,50%, pela terceira semana seguida. As projeções constam do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC) com base em pesquisa feita com analistas do mercado financeiro. As expectativas para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), estão cada vez mais distantes do centro da meta de inflação de 4,5%, mas dentro do limite superior de 6,5%. Depois da decisão inesperada do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, no dia 31 de agosto, de reduzir a taxa Selic, usada como instrumento para calibrar a inflação, os analistas reduziram a projeção para os juros básicos.
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