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OPINIÃO

eSPaÇO JOrNaliSTa MarTiNS de VaSCONCelOS

Organização: Clauder arCaNJO

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QuaNdO eu...

VaNda Maria JaCiNTO

escritora, autora do livro Rabiscando os caminhos da prosa v.m.j@hotmail.com

Enquanto aguardava a vez, para passar em consulta médica, surpreendi-me, refletindo sobre o diálogo mantido com uma amiga, em que há pouco me dizia: “Quando me aposentar vou me dedicar às costuras, atividade que sempre gostei, mas que nunca tive tempo”.

Automaticamente, veio à tona alguns dos inúmeros projetos meus, também idealizados para quando eu... sei lá! Tiver mais tempo disponível?

Bem, até aí tudo muito normal, pois acredito que todo ser pensante planeje o seu dia a dia e, principalmente, o futuro.

O interessante é que, numa autoanálise, percebo que nem todos os meus projetos futuros combinam com o meu jeito de ser – como sou hoje, com o que eu gosto de fazer. Em tempo, reconheço que a data de criação de tais projetos já deve estar vencida... Daí pergunto: por que então desejar um dia fazer essas coisas, se não me trarão nenhum prazer?

Inclusive um deles é a danada da costura!

Embora já tenha deletado alguns deles, ainda conservo alguns novelos de linha, lã, as agulhas de tricô e crochê. Quem sabe? Mas a costura, com essa eu não consigo atinar...

Com carinho e pesar, re-

O que sei é que, por um motivo ou outro, estamos sempre protelando aquilo que nos incomoda, achando que, num futuro próximo, teremos mais tempo para resolvê-lo

cordo-me das palavras do meu pai, quando dizia: minha filha mais velha será costureira! E, para completar a sua profecia, até uma tesoura de alfaiate – ganhada num sorteio –, ele me deu.

Sempre a mantive, bem lá no fundo da gaveta. Nos meus planos, nunca coube essa ideia. Nunca me senti atraída por ela; aliás, durante toda a minha vida, procurei mantê-la bem longe.

Não sei se com tal atitude cheguei a magoá-lo, pois não contribuí em nada com os seus ideais relacionados a minha pessoa, pelo menos em relação à costura.

O que sei é que, por um motivo ou outro, estamos sempre protelando aquilo que nos incomoda, achando que, num futuro próximo, teremos mais tempo para resolvê-lo. Acredito que foi assim pensando que coloquei, entre os meus planos futuros, a atividade das costuras. Quem sabe, um dia! Já tenho até uma máquina de bancada… Também, meio que escondida!

Por enquanto, o meu foco é outro. Ainda não me sinto madura para essa experiência, porém estou trabalhando, aos poucos, a minha resistência a ela. – Dona Vanda, sua vez, pode entrar...

dI reçÃO geral: César santos dIretOr de redaçÃO: César santos gereN te ad MINIS tra tIVa: Ângela Karina deP. de aSSINaturaS: alvanir Carlos Um produto da Santos Editora de Jornais Ltda.. Fundado em 28 de agosto de 2000, por César Santos e Carlos Santos.

FILIADO À

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