
2 minute read
OPINIÃO
from Jornal de Fato
eSPaÇO JOrNaliSTa MarTiNS de VaSCONCelOS
Organização: Clauder arCaNJO
Advertisement
QuaNdO eu...
VaNda Maria JaCiNTO
escritora, autora do livro Rabiscando os caminhos da prosa v.m.j@hotmail.com
Enquanto aguardava a vez, para passar em consulta médica, surpreendi-me, refletindo sobre o diálogo mantido com uma amiga, em que há pouco me dizia: “Quando me aposentar vou me dedicar às costuras, atividade que sempre gostei, mas que nunca tive tempo”.
Automaticamente, veio à tona alguns dos inúmeros projetos meus, também idealizados para quando eu... sei lá! Tiver mais tempo disponível?
Bem, até aí tudo muito normal, pois acredito que todo ser pensante planeje o seu dia a dia e, principalmente, o futuro.
O interessante é que, numa autoanálise, percebo que nem todos os meus projetos futuros combinam com o meu jeito de ser – como sou hoje, com o que eu gosto de fazer. Em tempo, reconheço que a data de criação de tais projetos já deve estar vencida... Daí pergunto: por que então desejar um dia fazer essas coisas, se não me trarão nenhum prazer?
Inclusive um deles é a danada da costura!
Embora já tenha deletado alguns deles, ainda conservo alguns novelos de linha, lã, as agulhas de tricô e crochê. Quem sabe? Mas a costura, com essa eu não consigo atinar...
Com carinho e pesar, re-

cordo-me das palavras do meu pai, quando dizia: minha filha mais velha será costureira! E, para completar a sua profecia, até uma tesoura de alfaiate – ganhada num sorteio –, ele me deu.
Sempre a mantive, bem lá no fundo da gaveta. Nos meus planos, nunca coube essa ideia. Nunca me senti atraída por ela; aliás, durante toda a minha vida, procurei mantê-la bem longe.
Não sei se com tal atitude cheguei a magoá-lo, pois não contribuí em nada com os seus ideais relacionados a minha pessoa, pelo menos em relação à costura.
O que sei é que, por um motivo ou outro, estamos sempre protelando aquilo que nos incomoda, achando que, num futuro próximo, teremos mais tempo para resolvê-lo. Acredito que foi assim pensando que coloquei, entre os meus planos futuros, a atividade das costuras. Quem sabe, um dia! Já tenho até uma máquina de bancada… Também, meio que escondida!
Por enquanto, o meu foco é outro. Ainda não me sinto madura para essa experiência, porém estou trabalhando, aos poucos, a minha resistência a ela. – Dona Vanda, sua vez, pode entrar...

dI reçÃO geral: César santos dIretOr de redaçÃO: César santos gereN te ad MINIS tra tIVa: Ângela Karina deP. de aSSINaturaS: alvanir Carlos Um produto da Santos Editora de Jornais Ltda.. Fundado em 28 de agosto de 2000, por César Santos e Carlos Santos.
FILIADO À