SAÚDE & CIA
Caderno semanal do Jornal de Gravataí - Circula em Gravataí, Cachoeirinha, Glorinha e Santo Antônio da Patrulha - Quarta-feira, 25 de abril de 2012 - Ano III - Nº 116
Secretaria de Saúde atua no Quilombo Manoel Barbosa Moradores foram pesados para atualização do Programa Bolsa Família
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oradores do Quilombo Manoel Barbosa receberam a visita de uma equipe da Unidade de Saúde da Família (USF) Santa Cecília na última quarta e sexta- feira (18 e 20). Na ocasião foi efetuada a pesagem de 50 pessoas para atualização dos dados do Programa Bolsa Família, realizado em parceria com o Governo Federal. A oportunidade também abriu espaço para a nutricionista Juliana Fontoura, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), falar sobre o tema ‘higiene dos alimentos’. “A lavagem correta de ali-
Entenda a diferença entre gripe e resfriado Campanha de vacinação contra a gripe inicia em maio
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Descarte incorreto de remédios pode causar danos ao meio ambiente mentos como frutas e verduras, bem como de utensílios domésticos, também é uma atitude importante para
se prevenir enfermidades derivadas da falta de higienização”, relatou. Juliana também explica que devido ao Quilombo estar situado numa região distante, e possuir muitas famílias, a SMS teve a iniciativa de levar uma equipe até o local para facilitar o atendimento de todos. Durante a visita,
DR LEVI LORENZO MELO
M U L T I - E S P E C I A L I D A D E S
Veja os cuidados que devem ser tomados
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os moradores adultos ainda tiveram a oportunidade de verificar a pressão.
Cirurgia da Obesidade - Cirurgia do Aparelho Digestivo Cirurgia Geral - Cirurgia Videolaparoscópica Endoscopia Digestiva Gastroenterologia - Colonoscopia CREMERS 17112
Sem regras para instrutor, MMA invade academias Locais especializados em artes marciais oferecem a prática
Contracapa
DRA. JUCELEI DE FÁTIMA VISIOLI MELO Neurologia Infantil Neuropediatria Eletroencefalograma CREMERS 17399
Gravataí
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Entenda a diferença entre gripe e resfriado
Governo pretende imunizar 30 milhões de brasileiros contra a gripe O Ministério da Saúde anunciou nesta terçafeira o investimento de R$ 260 milhões na campanha de vacinação contra a gripe, que será realizada de 5 a 25 de maio, em parceria com as secretarias estaduais e municipais de Saúde. O objetivo da campanha é imunizar 30 milhões de brasileiros tanto contra a gripe sazonal quanto contra a influenza H1N1. As vacinas adquiridas foram fabricadas pelo Instituto Butantã em parceria com laboratórios internacionais. A expectativa do governo é que no próximo ano a fabricação seja totalmente nacional. Atualmente, 96% das doses são produzidas no país. A vacina contra a gripe muda todos os anos porque é feita a partir dos tipos de vírus influenza que mais circularam no ano anterior. Pela mesma razão, a vacina deve ser feita anualmente. — O objetivo da vacina é reduzir o número de óbitos por conta da influenza em grupos mais vulneráveis, como idosos, crianças pequenas, portadores de doenças crônicas, gestantes em qualquer período da gestação e trabalhadores da área da saúde — explicou o secretário. Indígenas também serão vacinados, assim como presos, pois o confinamento potencializa a proliferação do vírus. — Quando há vacinação de grupos vulneráveis, há proteção de todos os que convivem com eles — lembrou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. De acordo com o ministro, em 2011, houve uma redução de 66% no número de mortes e 44% na quantidade de internações geradas por influenza, graças à vacinação e ao uso de antigripais. A coletiva de imprensa convocada para o anúncio da campanha contou com a presença do representante da Organização Mundial da Saúde Joaquim Molina. Ele destacou que o Brasil faz “a maior campanha de vacinação de todas as Américas”. Este ano, a campanha de vacinação mobilizará cerca de 240 mil profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) em 65 mil postos de vacinação.
Gravataí, Quarta-feira, 25 de abril de 2012
Governo promove campanha de vacinação contra a gripe em maio
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om a proximidade do inverno e a chegada das primeiras ondas de frio aumenta a ocorrência de infecções respiratórias. Quando tosse e espirros se tornam mais frequentes, é comum as pessoas dizerem que estão gripadas. Mas será mesmo gripe? O médico Alexandre Giandoni Wolkoff, coordenador do pronto socorro-adulto do Hospital San Paolo, explica que quando a pessoa fica gripada, a febre alcança altas temperaturas e pode durar dois ou três dias. Acompanhada de intensa dor no corpo, pode levar à pneumonia ou um quadro bacteriano mais grave. Já o resfriado é decorrente de um ciclo viral com duração de três a cinco dias. Em muitos casos há vermelhidão nos olhos e coriza, seguida de febre não muito elevada. — Para saber se é um resfriado simples ou gripe, o profissional deve avaliar o histórico clínico do paciente e examiná-lo. Só assim pode conduzir o tratamento adequado — destaca
Wolkoff. Resfriados podem ser combatidos com uma boa alimentação, hidratação e higiene nasal, diz o médico. A gripe pode ser prevenida por meio de vacina. A vacinação pode ser aplicada a partir dos seis meses de vida, pouco tempo antes do inverno. Prevenção da gripe Há três tipos diferentes de vírus influenza que causam a gripe: A, B e C. Nessa seção, explicaremos todos eles. Você também conhecerá os sintomas da gripe e o que você pode fazer para não pegá-la. Finalmente, falaremos dos benefícios da vacina contra a gripe e os tipos de medicamentos que podem ser usados para tratar a infecção. Para ter as informações que você precisa para manter a gripe longe - ou para torná-la menos debilitante caso a contraia - leia essa seção. Prevenção do resfriado comum
Você sabia que existem mais de 200 vírus de resfriado que você pode contrair? Embora isso possa parecer assustador e incontrolável, a boa notícia é que você pode usar as mesmas medidas preventivas para tentar evitar todos eles. A outra boa notícia é que, uma vez que tenha pego uma cepa do vírus, você desenvolve imunidade contra ela para o resto da vida. Veja essa seção para obter mais dicas sobre como prevenir o resfriado.
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Gravataí, Quarta-feira, 25 de abril de 2012
Descarte incorreto de remédios pode causar danos ao meio ambiente Em Porto Alegre, apenas duas farmácias fazem esse recolhimento
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odos já estão cientes de que o uso de medicamentos deve ser feito conforme recomendação médica, que a automedicação não soluciona os problemas e que deve-se comprar remédios conforme a necessidade de tratamento. Porém, quando há excedentes, como deve-se descartá-los? É comum encontrar em casa sobras de comprimidos nas caixas, xarope nos vidros e até ampolas de injeção. Tudo isso fica guardado nos armários até perder a validade. Porém, na hora de jogá-los fora, algumas pessoas ainda não sabem como proceder. Os resíduos provenientes dos remédios podem ser perigosos, principalmente quando descartados no lixo comum ou na rede de esgoto, pois há a possibilidade de contaminação do solo e da água. A representante da Fundação Estadual de Proteção
Ambiental Henrique Luis Roessler (Fepam), órgão que regulamenta o recolhimento desses medicamentos, Amanda Vieira, explica: — Às vezes, a pessoa nem sabe que está fazendo errado, falta informação e conscientização ambiental. Em Porto Alegre, apenas duas farmácias estão cadastradas para fazer essa coleta, a Panvel e a Pharma & Cia. Os remédios são encaminhados a aterros industriais. Porém, de acordo com Amanda, ainda não há a obrigatoriedade no serviço, mas já existe uma lei em trâmite para que todos os estabelecimentos tenham que realizar esse serviço.
Entenda a estenose crânio-facial, de Rafaella Justus Filha do empresário Rober to Justus e da apresentadora Ticiane Pinheiro, Rafaella sempre sofreu boatos de que tinha uma síndrome genética. Os pais negavam qualquer problemas de saúde, mas, recentemente, Justus contou ao jornal Folha de São Paulo que sua filha fez cirurgia para corrigir uma estenose crânio-facial, que é uma má formação óssea do crânio. Assim como Rafaella, outras crianças também passam pelo mesmo problema. A estenose crâniofacial, ou cranioestenose, é diagnosticada logo após o nascimento e normalmente aparece com as síndromes de Crouzon (doença genética caracterizada por alterações congênitas
na face e no crânio) e de Apert (doença genética caracterizada pela malformação do crânio, além de diversas alterações físicas e mentais), mas também pode surgir em crianças que não apresentam nenhuma síndrome. “O crânio do adulto é uma peça completa. Já o da criança tem varias placas ósseas soltas, como se fosse um quebra-cabeça. A separação entre essas peças é chamada de sutura e a estenose ocorre quanto há um fechamento precoce dessas suturas”, explica o especialista em assimetrias cranianas Gerd Schreen, da clínica Cranial Care. Cirurgia é necessária?
Nem todas as crianças precisam passar por um processo cirúrgico. “Há cranioestenoses simples, quando uma das suturas se fecha antes do tempo e não precisa ser operada, e cranioestenoses complexas, como a da Rafaella, em que várias suturas se fecham precocemente. Nesse último caso, é preciso fazer cirurgia para corrigir a estética”, afirma o neuropediatra Paulo Breinis, do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo. De acordo com Breinis, as crianças que apresentam cranioestenose normalmente têm o “formato de crânio alongado e olhos rasos” e devem fazer a cirurgia antes dos seis meses de idade. “Quanto mais rápido
for feito o processo cirúrgico, mais chances de ter resultados satisfatórios”. Durante a cirurgia, os médicos abrem as suturas e fazem a remontagem dos ossos da cabeça e da face. Em alguns casos
mais comuns e menos graves, as crianças podem apresentar plagiocefalia posicional, que também é uma assimetria do crânio. “Muitas mães podem ficar angustiadas ao ver uma assimetria no crânio de seus
filhos. Mas muitas deformidades podem ser corrigidas com ór tese craniana, uma espécie de capacete que deve ser usado de três a quatro meses e corrige o problema para o resto da vida”, conta Gerd.
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Gravataí, Quarta-feira, 25 de abril de 2012
Sem regras para instrutor, MMA invade academias
Grandes redes e locais especializados em artes marciais oferecem a prática; arriscada, modalidade não é regulamentada
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febre do MMA saiu da televisão e invadiu as academias. Antes chamada “vale-tudo” e restrita a atletas, a modalidade de Anderson Silva - que virou até reality show na TV aberta - está cada vez mais ao alcance de qualquer um. Mas os alunos devem ficar atentos: a mistura de técnicas das mais variadas artes marciais (daí o nome MMA, do inglês Mixed Martial Arts) faz crescer o risco de lesões, já que os socos e chutes surgem de todos os lados, em pé ou no solo. Um dos problemas dos treinos nas academias é a falta de regulamentação sobre as artes marciais, que no Brasil são consideradas atividades artísticoculturais, e não esportivas. Na maior par te desses locais, os instrutores não são formados em educação física. Daí a importância de escolher bem o professor. “A prática das lutas sem fiscalização mostra uma ausência de controle e indica um convite aos riscos”, afirma Angelo Vargas, educador físico, advogado e consultor do Conselho
Federal de Educação Física (Confef). “Dessa forma, é difícil resguardar a integridade física dos praticantes, principalmente quando as artes marciais são feitas todas juntas, como no MMA.” Por outro lado, se bem realizado, o exercício é apontado por professores e preparadores físicos como um dos mais benéficos e completos para tonificar a musculatura, ganhar condicionamento físico e perder peso. “Ainda não podemos falar que o MMA é uma prática esportiva segura para as pessoas comuns porque é um fenômeno recente”, ressalva Jomar Souza, especialista em Medicina do Exercício e do Esporte e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. “Mas posso dizer que ele já é visto com ressalva por ser muito intenso e misturar vários golpes agressivos, direcionados ao praticante sem qualquer cuidado.” Para reduzir riscos, diz o especialista, o ideal é adaptar o treino dos exercícios e
limitar a quantidade de golpes na luta, principalmente para evitar a região da cabeça. É preciso também cuidado na hora da queda e da luta no chão. “Como há risco grave de ruptura dos órgãos internos e fraturas externas, a aula deve ser coordenada por um professor de educação física, que conhece a fisiologia do corpo e pode impedir os atritos”, alerta Souza. A presença de um educador físico ainda traz outra vantagem: “a mediação de alguém com métodos didáticos pode inibir que o espírito de competitividade dos alunos ultrapasse os limites físicos”, acrescenta Turíbio Leite de Barros Neto, fisiologista do Esporte Clube Pinheiros e professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Sem controle. O Estado procurou 12 academias que dão aulas de MMA, entre elas grandes redes e/ou tradicionais no ensino de artes marciais, e constatou que em apenas duas delas os profissionais que lecionavam a modalidade eram professores de educação física. Todos os outros tinham uma larga carreira como instrutores em diversas artes marciais, alguns até campeões em competições nacionais e internacionais, porém sem formação superior na disciplina. De acordo com Marcelo Calegari, professor de Educação Física e diretor da Federação Paulista de Lutas e Artes Marciais (Feplam), é comum que as pessoas pratiquem arte marcial por
algum tempo e pouco depois se autointitulem instrutores. “São raros os casos de academias ou clubes que buscam informações sobre o profissional antes de contratar. Esses locais devem ter cautela antes de oferecer um exercício complexo como o MMA.” Para o aluno, ele recomenda assistir mais de uma aula antes de se matricular, para verificar a conduta do professor. “Apesar de ser em grupo, a aula também é individual, afinal um está ali para perder peso, outro para ganhar condicionamento físico e assim vai”, diz. Segundo Calegari, é bom observar quais são as condições do ambiente de luta e se há equipamento de segurança de qualidade. “E, principalmente, ter certeza de que a academia é filiada a uma federação de lutas idônea.” Benefícios. Os profissionais que ensinam MMA nas academias dizem que o esporte vai muito além da troca de socos e chutes:
pode render saúde e qualidade de vida. “Os benefícios vão desde a tonificação da musculatura e a melhora na flexibilidade até o aumento da autoestima, já que trabalhamos os aspectos motor, cognitivo e socioafetivo”, diz Marcelo Oliveira, instrutor da academia Runner, formado em Educação Física e especialista em jiu-jítsu e boxe, com experiência na preparação física de atletas da MMA. “Além disso, é uma ótima opção para quem deseja emagrecer. Em média, uma aula de 1h30 ajuda a perder de 700 a 1,4 mil calorias”, afirma Oliveira. Atletas X praticantes. Vale lembrar que atleta é uma coisa e praticante é outra bem diferente, lembra Rafael Alejarra, preparador físico de lutadores como Wanderlei Silva, Júnior “Cigano” e Cris Cyborg. “O MMA não é para qualquer um, pois ser atleta de performance não é sinônimo de saúde”, alerta.
“Nós procuramos ter o máximo de cuidado para evitar problemas e garantir o bemestar, mas no futuro o corpo da pessoa vai responder pela prática da atividade de alto nível”. De acordo com Alejarra, quem decide praticar MMA precisa ter o dobro de cuidado, de preferência com exercícios que aumentem de intensidade gradativamente. “Treinar MMA é realizar um trabalho a longo prazo, de preparo físico, técnico e psicológico, e sempre com um professor que tenha tido alguma experiência no octógono”, diz. Também é preciso uma avaliação médica completa antes de iniciar as aulas. “E não apenas com um clínico geral, mas com um educador físico e um fisioterapeuta”, orienta Giancarlo Polesello, ortopedista da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e membro do Comitê de Trauma do Esporte da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).