Terça-feira
Ano XVI w
NATAL-RN, 27 DE MAIO DE 2014 w Nº 4.944
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> “NÃO TEMOS PRECONCEITO”
WILMA ACEITA ALIANÇA ELEITORAL COM O DEM DE ROSALBA E AGRIPINO PRESIDENTE DO PSB NO RN CRITICA GESTÃO ATUAL, MAS NÃO VÊ PROBLEMA
EM RECEBER O APOIO DO PARTIDO DA GOVERNADORA AO SEU PROJETO POLÍTICO POLÍTICA 3 Wellington Rocha
Fiscais estão em campo procurando os infratores. Multa é de R$ 500 por cada ave
> CAÇA ILEGAL
Ibama quer combater matança de arribaçãs em Macau e Pendências CIDADE 10
> R$ 70 MIL DE MULTA
Justiça eleitoral condena “comício antecipado” de Henrique e Wilma POLÍTICA 5
> SÉRIE B
Aditivo ao pedido de impeachment de Rosalba é entregue na Assembleia
ABC terá reforço contra o Oeste. Já o América vai encarar o vice-líder
Alguns sindicalistas estavam acompanhando os representantes do MARCCO e causaram um princípio de tumulto na entrada da Casa Legislativa. CIDADE 6
ESPORTE 15 José Aldenir
Marcos A. de Sá Página 7
w Agentes de viagens do RN fazem primeira visita oficial ao Aeroporto Aluízio Alves.
Daniela Freire Página 12
w Peemedebistas-candidatos estão cooptando lideranças do DEM a se filiarem no PMDB.
Vicente Serejo Página 13
w Cercada de áreas militares, como na guerra, natalense não pode desfrutar de sua cidade.
> VLT
Primeira locomotiva da modernização do transporte ferroviário já está na CBTU/RN
ESCREVEM ARTIGOS NA EDIÇÃO DE HOJE Janguiê Diniz João Felipe da Trindade Flávio Rezende Carlos Alberto Josuá Costa Alcimar de Almeida Silva Afranio Pires Lemos
Máquinas fabricadas em 1950 e em funcionamento até hoje, serão substituídas por modelos novos e fabricados no Bra-
sil. A primeira locomotiva, ainda incompleta, chegou ontem e passará por vistorias antes de iniciar as operações.
OPINIÃO - Página 2
CIDADE 8
INDICADORES: Dólar comercial R$ 2,23 Dólar turismo Dólar/Real
R$ 2,32 R$ 2,23
Euro x real R$ 3,04 Poupança 0,50%/0,41% Taxa Selic 11%
EMAIL REDAÇÃO:
> MERCADO AQUECIDO
Pesquisa registra o crescimento de 1,7% na venda de imóveis da Grande Natal A reação no primeiro trimestre deste ano, comparado a dezembro de 2013, foi recebida como “grata surpresa”. O IVV
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e outros comportamentos do mercado imobiliário da região metropolitana foram apresentados na manhã de hoje. ECONOMIA 7
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Artigo
Artigo
JANGUIÊ DINIZ, mestre e doutor em Direito (janguie@sereducacional.com)
Aeroportos para a Copa Faltando aproximadamente um mês para o início da Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, a maioria das cidades sede ainda não estão prontas para receber os jogos e as demandas relacionadas a eles. Será que os aeroportos brasileiros estão preparados para receber os estrangeiros que virão para as Olimpíadas e Copa do Mundo? De acordo com a Infraero, os aeroportos diretamente relacionados às 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 receberão ao todo investimentos de R$ 5,6 bilhões. Deste total, entre 2011 e 2014, cerca de R$ 5,2 bilhões foram investidos nos empreendimentos previstos para ampliar a capacidade dos 13 aeroportos sob sua administração que foram considerados estratégicos pelo Governo Federal. Apesar de tantos investimentos, as obras e promessas do governo federal de reformar e ampliar estruturas de aeroportos do país para a Copa do Mundo de 2014 sofrem com os atrasos e muitos correm o risco de não ficarem prontos até o inicio dos jogos. Ainda de acordo com a própria Infraero, as obras dos aeroportos de Belo Horizonte (Confins), Manaus, Rio de Janeiro (Galeão) e Salvador estarão inacabadas durante a Copa do Mundo de 2014. Além dessas, o projeto de construção da nova torre de controle do aeroporto de Recife e obra de ampliação da pista de pouso e decolagem do aeroporto de Porto Alegre também foram retirados da lista oficial de obras para o Mundial. O caso se torna ainda mais
Artigo
Opinião
Natal, 27 de maio de 2014
preocupante quando pensamos na afirmação do presidente da Fifa, Joseph Blatter, que sempre avisou que uma infraestrutura aeroportuária eficiente é fator indispensável para que a Copa no Brasil dê certo. No inicio do mês de abril, um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, presumiu que nove dos treze aeroportos que estão sendo reformados para 2014 não ficarão prontos a tempo do evento. O estudo levou em conta o crescimento da economia brasileira e estimou que o movimento de passageiros deve crescer em média 10% ao ano, chegando a 151,8 milhões de pessoas nos treze aeroportos da Copa, durante o ano de 2014. No entanto, com as reformas, a capacidade dessas unidades chegaria a 148,7 milhões e dez aeroportos estariam em situação crítica, com taxa de ocupação acima de 100%. Além disso, um outro estudo, desta vez realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo, mostra que os principais aeroportos brasileiros não têm sinalização adequada em inglês, e os turistas estrangeiros que não entendem a língua portuguesa terão dificuldades de se locomover através dos aeroportos. O Brasil prometeu ao mundo que estenderia um tapete vermelho aos usuários dos aeroportos. Boa estrutura e capacidade para atender a demanda. Continuamos torcendo para que a Copa do Mundo seja um sucesso, no entanto, uma estrutura provisória não é a situa-
Como registrei no artigo anterior, Joaquim José de Mello Pinto casou em 1833, em São José de Mipibú, com Izabel Maria de Alexandria. No ano de 1834, aos três de dezembro, nasceu Francisco Xavier de Mello Pinto, primeiro filho do casal, que foi batizado aos 31 do mesmo mês e ano, na capela do Ferreiro Torto, sendo padrinhos Francisco de Freitas Costa (que foi testemunha do casamento) e Maria José de Jesus, mãe de Izabel. Nessa data, o casal morava em Tabatinga, aqui em Macaíba. Não encontrei outros filhos de Joaquim e Izabel. Mas, aos três de novembro de 1843, Joaquim José de Mello Pinto ficou viúvo de Dona Izabel, moradora, ainda, em Tabatinga, que foi sepultada na Capela de Jundiaí. Em setembro de 1865, na Tabatinga, foi batizado Cândido, com dois anos de idade, filho natural de Francisco Xavier de Mello Pinto e de Francisca Genuína Ferreira, tendo com padrinhos Joaquim José de Mello Pinto, avô de Cândido, e Maria Teixeira de Mello. Dois anos depois, em 16 de outubro, na Tabatinga, Francisco Xavier de Mello Pinto casou com Francisca, nessa data, viúva de José Alexandre da Silva. No ano seguinte, ainda, morador de Tabatinga, Francisco faleceu e foi enterrado no cemitério de Jundiaí. Não encontrei um segundo casamento de Joaquim José de Mello Pinto. Viúvo, é possível que esse Joaquim José fosse o mesmo que faleceu, em 1867, na Casa de Caridade, embora constasse como casado no registro de óbito e, portanto, poderia ser o bisavô do meu primo João Batista. Mas, eu tinha os anos de nascimentos do velho João Baptista de Mello Pinto e dos seus irmãos. Procurei os registros de batismo, da Freguesia Ceará-Mirim, desses filhos de Joaquim José de Mello Pinto, mas nada encontrei. Aí, procurei os registros de casamento de um deles. O registro do avô do meu primo, João Baptista de Mello Pinto, que casou em Angicos, não continha o nome dos pais dos nubentes. Mas, encontrei o registro do casamento de um irmão dele, conhecido por Zumba, de nome José Gomes de Mello Pinto, que me surpreendeu, e que transcrevo para cá. Aos vinte e nove de dezembro de mil oitocentos e oitenta e seis, depois de feitas as diligências do estilo, sem impedimento algum, nesta Matriz de Ceará-Mirim, em presença das testemunhas capitão Bonifácio Vieira Goveia e João Baptista de Mello Pinto (esse casou com minha tia-avó Maria Rosa), uni em matrimônio os contraentes José Gomes de Mello Pinto e Maria Clotilde Varella Borges; ele filho natural de Anna Joaquina do Nascimento e ela filha legítima de João Varella Borges e de Maria Varella de Oliveira, e assistiram as bênçãos nupciais no dia dois de janeiro de mil oitocentos e sete, ambos os contraentes naturais e moradores nesta Freguesia. O Vigário Frederico A. Raposo da Câmara. Com a informação acima, e as que seguem abaixo, descobri que o avô do meu primo e os irmãos deles eram filhos naturais de Anna Joaquina do Nascimento e, por isso, a procura por filhos de Joaquim José de Mello Pinto, tinha sido infrutífera. Voltei aos batismos para
procurar os registros dos filhos de Anna Joaquina do Nascimento. Aí, encontrei os batismos, que seguem abaixo, com exceção de Zumba, pois a microfilmagem dos livros de 1863 está ilegível. João Baptista de Mello Pinto, branco, filho natural de Anna Joaquina do Nascimento, nasceu aos dez de junho de1860, e foi batizado pelo padre Luiz Fonseca Silva, aos 17 de julho do mesmo ano, sendo seus padrinhos Francisco José de Mello e Rita Coralina do Espírito Santo. Francisco (do qual não encontrei outros registros posteriores), índio, filho natural de Anna Joaquina do Nascimento, nasceu aos três de fevereiro de 1861, e foi batizado aos trinta de agosto do mesmo ano, pelo vigário Luiz da Fonseca Silva, sendo seus padrinhos José Pegado de Oliveira e Joaquina Maria da Conceição, casados. Manoel de Mello Pinto, branco, filho natural de Anna Joaquina do Nascimento, nasceu aos dezoito de outubro de 1864, e foi batizado pelo vigário Luiz da Fonseca Silva, aos vinte e oito do mesmo mês e ano, sendo seus padrinhos Joaquim Rodrigues da Silva e sua mulher Maria Rosa do Sacramento e Silva. Francisco de Mello Pinto, branco, filho natural de Anna Joaquina do Nascimento, natural da Freguesia de São José, e moradora na de Ceará-Mirim, foi batizado aos trinta e um de maio de 1866, na casa de oração da Vila de Ceará-Mirim, pelo padre Targínio Pinheiro de Carvalho, sendo seus padrinhos João Victorino Ferreira Nobre e sua mulher Dona Anna Ferreira Nobre Pelinca. Nos registros acima, é através do primeiro Francisco, que fica confirmado que Anna Joaquina do Nascimento era índia, além de ser natural de São José de Mipibú. Através de velhos jornais do Acre, onde foi morar, descobri que o segundo Francisco nasceu no dia 1 de maio de 1866. Segundo os bisnetos João Batista de Mello Pinto e José de Mello Pinto, Dona Anna Joaquina do Nascimento, com a morte do pai dos seus filhos, foi lavar e passar, na Vila de Ceará-mirim, para poder sustentar a família. Dizem mais que ela era muito braba, e que Zumba, seu filho herdou essa brabeza. Zumba foi assassinado em Recife. Para concluir transcrevemos o casamento de Nestor de Mello Pinto, filho de João Baptista de Mello Pinto e Maria Rosa da Trindade, e neto paterno de Dona Anna Joaquina do Nascimento: Aos vinte de novembro de mil novecentos e dezoito, na Fazenda Santa Luzia, em presença das testemunhas André Avelino da Trindade e Manoel de Mello Pinto, servatis servandis, assisti o recebimento matrimonial de Nestor de Mello Pinto e Luisa Rita da Trindade, solteiros, naturais, ele de Ceará-Mirim, e ela desta Freguesia, e previamente dispensados do impedimento de 2º grau de sanguinidade. Padre Júlio Alves Bezerra (tio do escritor Afonso Bezerra). Luisa era filha de Joaquim Felippe da Trindade e Rita Emiliana de Assis Barbalho, aquele irmão de Maria Rosa da Trindade, e de André Avelino da Trindade. Manoel de Mello Pinto, tio de Nestor, casou a segunda vez com Anna, irmã gêmea de Joaquim Felipe.
Artigo
FLÁVIO REZENDE, escritor, jornalista e ativista social em Natal (escritorflaviorezende@gmail.com)
Tentações e tentativas, negativas e rendições. O preço e o apreço de cada um Escola
AFRANIO PIRES LEMOS (Afrapil@yahoo.com.br)
Confesso a vocês que me leem que uma mulher bem gostosa e sensual nunca me chamou para um escondidinho e me tentou com poderosa sedução e exibição nua e crua do seu escultural corpo desnudo. As pequenas tentativas que passaram por minha vida, enquanto homem casado em qualquer tempo, foram facilmente escanteadas e passei incólume até agora por este terreno. Digo aqui publicamente que nunca chegaram a oferecer grana alta ou comissão em elevada porcentagem, para que desviasse dinheiro da entidade que dirijo ou de alguns lugares que trabalhei em cargo de comando. As raras ofertas eram pinto e não tive nenhuma dificuldade em dar as costas e negar. Escrevi os parágrafos acima para afirmar que é fácil tirar onda de santo quando as propostas são ínfimas e desprezíveis. Quero ver o camarada segurar a onda com o universo da corrupção quando a proposta chega no nível do oferecido ao deputado André Vargas: de fazer a independência financeira para o resto da vida. Quero ver também o cabra recusar uma proposta de traição sexual tendo diante de si uma "potranca" daquelas. Ai sim, o cara foi tentado por uma maça de alto poder sedutório.
Artigo
Para que possamos ir recusando inicialmente as pequenas tentações e em seguida as grandes de cooptação, em todos os níveis da vida, precisamos ao longo de toda caminhada ir formatando uma personalidade calcada na ética, precisando contar para isso com ferramentas como os pais, as escolas, as religiões, todos trabalhando em sintonia, para que a educação, a informação e os bons dogmas, consolidem dentro dos seres um edifício sólido de correção e bons costumes. Hoje estava pensando no presidente uruguaio Mujica. O cara veio de baixo, chegou ao maior cargo do seu país, continua com a mesma simplicidade e não vejo relato de que tenha se corrompido em nenhuma área. Em várias partes do planeta, pessoas chegam a altos cargos governamentais, passam a ter acesso a um mundo de convites para tudo, sempre com lustres vitorianos, camarões empanados, bebidas mundiais, mulheres que chegam de avião para farras privadas, ai não tarda para que os lobistas encostem com propostas diversas, sempre bilionárias e, aquele sujeito fraco, sem personalidade firme e nem valores morais, religiosos ou vergonha na cara mesmo, se entrega facilmente ao sexo ilícito, farras, aceita propostas e vira uma escória, trabalhando unicamente para
a satisfação dos seus sentidos e burilando oratória mentirosa, como manto para sua vida corrupta e indecente. Em todos os países assistimos desde sempre o desfile de pessoas verdadeiramente malignas, corrompidas, desprovidas de humanidade, nos enganando, matando milhões com políticas trabalhadas nos bastidores para privilegiar grupos e, o pior, muitos que tinham um começo de pureza, batalha, com todos os indícios que seriam pessoas com intenções do bem, cooptados pelo capital, entregues a prazeres mundanos e trabalhando unicamente para a implantação da eternização dos seus nestes podres poderes oficiais. Não redijo o presente escrito apontando o dedo para ninguém em especial, mas rogo as divindades que nos auxiliam nesta expiatória e difícil travessia terrena, para que consigamos visualizar ou intuir quem são as bestas feras que rondam nossos pastos, para que possamos minimizar seus atos predatórios e, com muito esforço, fazer valer a ética que move os bons, a da igualdade, da liberdade e da fraternidade. Orai e vigiai alertou Jesus e tantos outros que por aqui estiveram em corajosa missão de fazer valer o Sanatana Dharma, a eterna verdade universal.
CARLOS ALBERTO JOSUÁ COSTA, engenheiro civil, consultor e economiário aposentado (josuacosta@uol.com.br)
Álbum de figurinhas
JOÃO FELIPE DA TRINDADE, professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG (jfhipotenusa@gmail.com)
D. Anna Joaquina do Nascimento, a índia braba
Terça-feira
"O colecionador tem um componente obsessivo, mas antes de tudo é um apaixonado" (Edimara de Lima - Pedagoga). "- Vovô saiu o álbum da copa! Vamos comprar figurinhas?" Primeiro, Lucas, vamos fazer as tarefas da escola e se der tempo iremos lá na cigarreira de 'Júnior' comprar as primeiras figurinhas. Já deu para sentir o drama, né! Concentração dividida entre o dever e o prazer. Sempre tive fascínio por colecionar. E um desses é o tal "Álbum de Figurinhas". Lembro claramente de três deles que ainda povoam minha mente: "Os Dez Mandamentos", "Disney - A Bela Adormecida" e o da copa "Brasil 1962". Em cada um, uma referência: Moisés (as tábuas da lei), as Fadas Madrinhas (Flora, Fauna e Primavera), Carbajal (goleiro do México) e Mauro (capitão bicampeão pela canarinha). O mundo se transformava de maneira tal, que tudo que acontecia por aí parecia estar estampada nas figurinhas. Era um prazer imenso, e mesmo diante das limitações financeiras da época, sempre "sobrava" um trocado economizado para comprar algum envelope. Aos poucos ia aumentando a quantidade de duplicatas, o que favorecia a uma imediata negociação para trocar por outra, ainda não "colada" no álbum. Volto ao tempo de hoje, e constato a importância que tem o álbum de figurinhas para o processo de integração e aprendizado das crianças não tão crianças. Não há como negar quantas possibilidades de sociabilização e diversão pode caber dentro de um álbum! Vejamos os aspectos significativos da arte de colecionar figurinhas: Controlar a ansiedade - "vovô vamos hoje (terça) lá? Puxa! Só sábado?" Planejamento - "preparar a tabela numérica para dar baixa nas adquiridas" Senso de organização - "separar as repetidas, cuidado ao manusear o álbum" Classificar - "tratar as repetidas das não duplicatas" Contar - "reconhecer e exercitar a lin-
Artigo
guagem numérica" Ordenar números - "colocar em ordem crescente" Estratégia de troca/negociação - "como fazer em relação a essa ou aquela figurinha mais difícil" Interagir com os colegas - "fazer novas amizades" Repertório cultural - "aumentar o conhecimento ao aprender sobre geografia, história, cultura e linguagem" Aprender de maneira divertida - "interpretar a mensagem proposta pelo álbum, de forma leve e descontraída" Organizar as ideias e os pensamentos -"ah! Sim. Quer dizer que..." Aumentar a memorização - "essa eu tenho, essa tenho, essa não tenho" Ter responsabilidade - "como se portar no contexto geral do colecionismo" Ser mais curiosa - "fazer indagações ao conversar com os colegas" Ter perseverança - "oba! Falta só dez para preencher o álbum. Vou conseguir". Porém um cuidado todo especial: estar atento ao consumismo desenfreado. Daí a responsabilidade dos pais em orientar os filhos e colocar limites, por exemplo, na compra desenfreada de inúmeros envelopes de figurinhas, sem esclarecer para a criança o significado de cada etapa do ato de colecionar. Que aprendizado tem se os pais compram logo todas as figurinhas? Imagine essa criança, com o álbum completo, em reunião com os demais colegas, sem participar da dinâmica do intercâmbio social que o processo da "troca" proporciona. É um grande momento para ensinar aos filhos que eles não têm a obrigação de completar primeiro que os outros, e sim aproveitar toda essa magia para aprender a lidar com naturalidade, o tempo de cada um. Se você apressa o preenchimento, em nada a criança dará importância. Sua alegria será rápida e perderá a oportunidade de ir construindo com as descobertas, a sua formação. Por trás de todo esse movimento, tem uma figura que disfarçadamente se reveste de criança: os adultos! Eles se envolvem com tanto ardor ino-
cente, que se não tiver cuidado, tira o brilho dos olhos das crianças. E importante: aproveite este momento, principalmente nas seções de trocas de figurinhas, para ressaltar o respeito, a honestidade, e o caráter educativo que o colecionismo proporciona. Certo dia presenciei um pai dizendo ao seu filho: "não seja bobo, só troque duas por uma". Me pergunto: em quantos outros momentos esse pai não fomentou o egoísmo, a vantagem, a avareza, disfarçada de "incentivo" ao sucesso? Mas isso é exceção. De tantos outros também ouvi: "dê, meu filho, essa figurinha para seu amigo. Depois ele traz outra para você". Isso se chama solidariedade! Cada figurinha, que passa em distintas mãos, até ser fixada no local a ela determinada, espelha momento de plena alegria que seus personagens nos trazem. Ao manusear cada álbum antigo, vemos como eles carregaram histórias que embalaram sonhos e descobertas de um tempo que não volta mais. Eles ainda trazem emoções, mesmo que na folha central esteja faltando a figurinha de número 63. Cada figurinha ali "pregada" me leva sublimemente à experiência de "substituir" os protagonistas pelos amigos que fui colecionando na trajetória da vida. Tenho certeza que cada um de nós possuiu um álbum "infinito" com todos aqueles, mesmo que por momentos fugazes, expressam significados positivos. Esse álbum tem uma característica ímpar: não possui figurinhas duplicadas. Portanto não temos como trocar "figurinhas" destes amigos queridos. Eles são únicos. Veja! Encontrei você! Eu? Sim, e é premiada! Ela é dourada de gratidão por suas atitudes desprovidas de interesses. Puxa! Quanto você não estará valendo no álbum de Deus?! "- Vovô só falta seis figurinhas? Vamos de novo, lá na cigarreira de 'Júnior'?" Só se for agora!
ALCIMAR DE ALMEIDA SILVA, advogado, economista, consultor administrativo, fiscal e tributário (aasconsultoria@bol.com.br)
Vazios urbanos e IPTU Há pouco tempo o professor e Urbanista Alexandro Ferreira Cardoso da Silva, abordado pela imprensa local acerca dos vazios urbanos existentes em Natal – mas também em cidades do interior de grande e médio porte - apontou entre a várias soluções possíveis para o problema a implantação do IPTU progressivo previsto no capítulo da Constituição Federal que trata da política urbana, com o que não se pode deixar de concordar. Pois trata-se da segunda alternativa possível de ser utilizada para a solução do problema do solo urbano não edificado, subutilizado ou não edificado, ainda prevendo a Constituição Federal o parcelamento ou edificação compulsórios, como primeira alternativa; e a desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública municipal, como terceira e última. As conseqüências maléficas à população destes vazios são indiscutíveis, seja pelo uso para práticas contra a moral e os bons costumes e atividades marginais, seja pelas implicações para a segurança e a saúde pública e, sobretudo, para a intolerável especulação
imobiliária. Claro que, como mencionado por aquele professor, há dificuldade procedimental da aplicação do IPTU progressivo, o que, entretanto, é bem menor do que a vontade e disposição políticas do ocupantes do poder público. Talvez para vencê-las o ideal fosse a utilização de função extrafiscal em conjunto com a função fiscal do IPTU tradicional, fazendo com que as alíquotas incidentes sobre os imóveis não construídos ou mesmo subutilizados sejam maiores do que as aplicadas sobre os imóveis construídos ou plenamente utilizados. O que não é possível é continuar a assistir-se alguns poucos abastados manterem estoque de imóveis não construídos ou subutilizados, causando ônus à sociedade sob todas as formas, as quais vão além da especulação. Porque - como já mencionado - tornam-se estes vazios em lugares ideais para as práticas contrárias à moral e aos bons costumes - denominação esta que serve de rótulo aos mais variados atos que vão dos de menor gravidade aos de acentuada marginalidade. Ademais do que a prolife-
ração da insegurança, de doenças, ofensa à estética da cidade são conseqüência causadas pelos vazios urbanos, sem falar que os seus proprietários ainda auferem receitas com a permissão a terceiros para exploração de estacionamentos e outros usos. Entre estes outros usos encontram-se a colocação de placas, outdoors e outros artefatos de publicidade, que por sua vez também causam dano ao meio-ambiente, além de se constituir em outra forma de especulação imobiliária que poderá muito bem ser combatida, senão com a polícia, o ministério público ou a justiça, com o tributo. Pois de forma legal, atingindo o bolso e a conta bancária dos especuladores, servirá sem sombra de dúvidas para fazer com que os particulares corrijam tais práticas, o que poderá ser feito com a utilização do IPTU progressivo previsto no capítulo constitucional da política urbana ou diante das dificuldades já comentadas para a aplicação deste com a utilização da progressividade do IPTU tradicional ao qual pode ser atribuída função progressiva.
– Vejamos a vida como vai indo, pigarrenta, destrambelhada como se achasse pouco, as revoluções que ocorrem, a agonia que se cria nos seus povos por aí, uns sem rumos, outros sem bons governadores. E fazemos o quê? – Nada. No momento apenas recebemos o Araujo, que vem ai com outro daqueles seus papeluchos. Vamos a ver: "aqui, Araujo. Entrega-me aqui." QUEM É ELA? E de repente me vejo dentro do mundo vasto e me engasgo caio de joelho e a mulher sorrir – Vejam aí. A par dessas dificuldades que o mundo moderno cria, espalha, difunde vemo-nos às voltas com crises, suspeitosos empreendimentos, muita grana. Grana em excesso dá nisso. Como tudo o mais, em quantidade destratante. – Pois aí vem ele com outro papelzinho. DÁ NISSO Não se deve parar ou se deter na sensibilidade ao se iniciar uma poesia senão – Você ler mais pra mim como se eu fosse critico literário. Em não o sendo, mas sabendo perfeitamente, separar o joio do trigo, chegaria a vos dizer, que aí reina vocação tristonha de alguém que chora na rampa, mas não sobe. Toda a sua gasolina acabou e seu carro velho não é mais aquele. – Bom. Sendo ou não sendo poesia, ou sendo apenas isso que se vê, chega-nos outro papelzinho. É engraçado como ele guarda-os só pra gente, como se fossemos descobridores do teste do pezinho, quando até Pezão já governa Estado. Que diz, este? MAS ME ARRISCO No bar, a conversa vai em termos de habilidades e sou sem instrução não passo um café farofa não faço nem boto feijão no fogo – Há aí, sinceridade agasalhada; se bem acredite que os poetas sejam sinceros, se não nos poemas, pelo menos na alma. E esse tem qualquer drapeado de sinceridade. Ele confessa que não sabe mais compor e que até os afazeres de casa, sempre comuns na vida deles, ele sente dificuldade pra mantê-los. – Verdade. Mas, olha outro ai. Ô, Araujo; aqui. Só entregue a mim que os distribuo aqui entre o pessoal. Eu reconheço a sua acuidade. Dá-me. PAPEL Sou do tempo do papel sou do tempo do papel graças a Deus! E não imprimirei mais produção essa ou aquela que não seja nele – Aí, ele abusa. Não se pode achar que seja bom ou não. Ele, como poeta que seja, tem de ter consideração com seus leitores, sua única fonte de renda. E como não deve ser empregado em firma qualquer, mal se sustenta com um vale da família. É melhor saber que os outros não lhe admiram pela persistência, mas também por qualquer balde d'água que lhe derramem nas horas de muita inspiração. O poeta é gente boa, embora traga em si a marca da agudeza espiritual. Só isso. Não entenderá jamais como se corta cordão umbilical. Ainda mais na literatura. – Outro. Rápido, rápido: DA MESSE Vi Senhor a fé exposta nos gestos mansos do povo quando olhei bem os Teus olhos de pregador – Aceita-se. A POESIA SERVE, SIM TU BATENDO Alguém me falou de ti abertamente e conhecendo bem o macete te abro logo a porta O JORNAL DE HOJE recebe colaboração pelo correio (Rua Dr. José Gonçalves, 687 - Lagoa Nova - Natal-RN, CEP 59056-570), por fax (0xx84 3221-5058) e por e-mail: artigos@jornaldehoje.com.br. Pede-se que os textos sejam concisos e contenham nome completo, endereço e telefone. O JORNAL DE HOJE se reserva o direito de selecionar e publicar trechos.
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