05/06/2015

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DIÁRIOPOPULAR W W W. D I A R I O P O P U L A R M G . C O M . B R

Região Metropolitana do Vale do Aço - Ano IX - Número 2.187 - Sexta-feira - 05/06/2015 - R$ 1,00

TRÂNSITO

TA P E T E S CO LO R I D O S

BELEZA DE CORPUS CHRISTI COBRE AS RUAS DE IPATINGA Em todo o país, dioceses e paróquias preparam nesta quinta-feira (4) as celebrações e os tradicionais tapetes de pó de serra e sal coloridos. Trata-se da solenidade de Corpus Christi. A Diocese de Itabira Coronel Fabriciano comemorou o Corpus Christi em praticamente todas as paróquias do Vale do Aço. Em Ipatinga, a Paróquia Sagrada Família enfeitou dois quarteirões de tapetes de Corpus Christi, a exemplo de todas as demais paróquias que realizaram diversas atividades religiosas como celebrações, procissões e quermesses. Confeccionados com pó de serra e outros materiais recicláveis, os tapetes com gravuras de diversas imagens católicas se estenderam por um percurso de meio quilômetro, em volta de duas quadras, e foi uma preparação para a procissão e missa presidida pelo pároco do bairro Caravelas, Padre Efferson Andrade. Página 3

Paulo Sérgio Oliveira

Imprudência é principal causa de acidentes

Os feriados prolongados são sinônimo de descanso e diversão para milhões de brasileiros que planejam aproveitar os dias de folga para viajar para o litoral ou campo. Mas esse momento tão aguardado tem acabado de forma trágica para muitas famílias por causa imprudência ao volante. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o excesso de velocidade e as ultrapassagens em lugar indevido são as principais causas de mortes nas estradas do país, principalmenPágina 5 te, nos feriadões.

O BOTICÁRIO

Campanha gera polêmica na internet

Em Ipatinga, a Paróquia Sagrada Família enfeitou dois quarteirões de tapetes de Corpus Christi

CRIMINALIDADE

DIA DO MEIO AMBIENTE

Agência Brasil

Segundo especialistas contrários à redução da maioridade penal, modelo carcerário brasileiro está equivocado e endurecimento de penas não resolve a questão da violência

SUSTENTABILIDADE – No dia 5 de junho, data em que se convencionou lembrar do meio ambiente, empresas como a Aperam South America (foto) se esforçam para incluir na rotina de trabalho a sustentabilidade, seja em projetos alternativos e de extensão, promovendo a interação com a comunidade, seja no dia a dia da produção. A Aperam tem trabalhado internamente para otimizar processos, criar novas ferramentas e conscientizar seus empregados quanto à importância da economia de recursos naturais, tanto para o meio ambiente, quanto para a sustentabilidade do negócio. Página 4

INFÂNCIA

Conselho Tutelar atende em nova sede no Centro

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A campanha publicitária Casais veiculada pela empresa O Boticário para o Dia dos Namorados gerou debate nas redes sociais e na internet. A propaganda, que está no ar desde o dia 24 de maio, mostra casais homossexuais e heterossexuais trocando presentes. Para o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que é a favor da campanha, a peça reflete a pluralidade da sociedade. “Reflete a vida, reflete a existência, a pluralidade, a diversidade das expressões amorosas e afetivas”, disse. Em nota à imprensa, O Boticário diz que “acredita na beleza das relações, presente em toda sua comunicação”. Página 7

MENSALÃO

Estudo condena modelo Itália autoriza a extradição carcerário brasileiro O aumento da população carcerária brasileira sem uma melhora na percepção de segurança pública pela população demonstra que o modelo carcerário brasileiro está equivocado, na avaliação de dois especialistas ouvidos pela Agência Brasil sobre as conclusões do Mapa do Encarceramento: os Jovens do Brasil, divulgado na quarta-feira (3). Segundo o estudo, divulgado pelas secretarias Nacional de Juven-

tude e de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), entre 2005 e 2012, a população carcerária brasileira cresceu 74%. No período, o número de presos subiu de 296.918 para 515.482. A maioria tem entre 18 anos e 29 anos, é negra e cumpre penas entre quatro e oito anos por crimes contra o patrimônio ou ligaPágina 5 dos às drogas.

de Pizzolato

O Tribunal Administrativo Regional do Lazio rejeitou o recurso apresentado pela defesa do ex-diretor de Marketing do BB Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão. Com isso, a extradição de Pizzolato ao Brasil está autorizada. Agora, cabe ao Ministério da Justiça da Itália fixar uma data para a extradição do condenado. Página 7


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Diário Popular

OPINIÃO

Sexta-feira, 5 de junho de 2015

FRASES “Eu quero conclamar as pessoas de bem, que não concordam com essa promoção do homossexualismo através de propaganda, de televisão e de revista, para boicotarem os produtos dessas empresas, como agora faz o O Boticário”. Do pastor Silas Malafaia, presidente da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo

“Reflete a vida, reflete a existência, a pluralidade, a diversidade das expressões amorosas e afetivas”. Do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), sobre a polêmica campanha d’O Boticário.

“[O Boticário] valoriza a tolerância e respeita a diversidade de escolhas e pontos de vista”. Nota oficial de O Boticário.

TEMPO VALE DO AÇO Sexta-feira 5 de junho Parcialmente nublado MÁXIMA: 29º C MÍNIMA: 13° C UMIDADE MÁXIMA: 90% UMIDADE MÍNIMA: 50%

www.diariopopularmg.com.br DIRETOR RESPONSÁVEL Fernando Benedito Jr. O DIÁRIO POPULAR é uma publicação de A Gazeta Metropolitana Editora e Gráfica LTDA. CNPJ 07.366.171/0001-88 FALE CONOSCO Telefone: 3827-0369. diariopopular.redacao@gmail.com ADMINISTRAÇÃO E REDAÇÃO Avenida JK, 1290, bairro Jardim Panorama, Ipatinga CEP 35.164-245 OFICINA Rua Xingus, 615, Iguaçu, Ipatinga

ESPAÇO PÚBLICO

ARTIGO

Cadastramento escolar em Timóteo

Quanto à maioridade, demagogia continua a mesma (*) Leonardo Isaac Yarochewski

A Prefeitura de Timóteo, por meio da Secretaria de Educação comunica aos pais de alunos que entre os dias 15 e 19/06 será realizado o Cadastro Escolar na rede municipal de Ensino. O objetivo é auxiliar a administração municipal e a Secretaria Estadual de Educação a planejar ações que possam atender aos alunos que já estão matriculados e os que vão ingressar na rede pública. Devem ser cadastradas: crianças de seis anos ou que irão completar essa idade até dia 30 de junho de 2015 e que estejam fora da rede pública de ensino, alunos que estão se transferindo de outras localidades ou

de escolas particulares, e aqueles que desejam retornar aos estudos no Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). O cadastro escolar não é uma garantia de vaga para o aluno na escola. Para realizar o cadastro basta comparecer à escola municipal mais próxima de sua residência, das 8h às 17h, portando a documentação necessária do aluno. INFORMAÇÕES Setor de Documentação Escolar Telefone: (31) 3847-4867

ARTIGO

Uma política econômica contraditória Por André Araújo Ministério do Planejamento e Banco Central, porque seria inconcebível que houvesse mais de uma equipe econômica, seria um forte candidato ao Prêmio Nobel de Economia, se conseguir explicar qual dos dois movimentos somados, o PROGRAMA DE AJUSTE FISCAL do Ministro da Fazenda e o PROGRAMA DE CONTRAÇÃO MONETÁRIA do Banco Central, é o causador de uma das maiores recessões entre os países emergentes pós-Segunda Guerra. Como os dois programas são absolutamente contraditórios, um anula o outro, deve existir uma nova TEORIA ECONÔMICA DO ABSURDO que justifica uma doutrina onde, de um lado, se reduz o gasto do Estado por cortes orçamentários aleatórios, mas viciosos, porque corta não onde o gasto é supérfluo, mas onde politicamente há menor resistência. Não se cortaram e nem se pensa cortar mordomias, salários exorbitantes e Ministérios inúteis. E, de outro lado, se incrementa o gasto do Estado em juros da dívida pública, a economia, de um lado, anulada pela expansão de gasto, do outro, o que no fim do dia significa transferir renda das categorias mais pobres para o sistema financeiro e os rentistas, zerando a suposta melhoria das contas públicas. O Tesouro é um só. O objetivo confessado do ajuste fiscal é aumentar o superávit primário para dar garantias aos credores da dívida pública, mas ao aumentar os juros essas garantias são enfraquecidas, porque se aumenta quase na mesma proporção outro tipo de gasto que não volta mais, e que financeiramente significa saída de dinheiro do mesmo caixa onde se fez economia. O que se economizou de dia, se gasta à noite, na virada de um dia para o outro, como se o operário que faz economia no supermercado que abastece a família gasta à noite o que economizou no inferninho das moças alegres. Outro detalhe, parte importante dos juros da dívida pública não fica no país, vai para o exterior, enquanto os gastos cortados do Tesouro ficariam todos no país se não fossem cortados. A tese do superávit primário como garantia da solvência do Estado devedor visa a manter o grau de investimento como nota dada pelas agências de rating. Para manter tal nota, qualquer sacrifício vale a pena, segundo Levy &Cia.Mas a agência Moody´s, em informe de hoje, disse o que estamos dizendo aqui: não adianta gerar economia de um lado através de cortes de orçamento e ao mesmo tempo aumentar o gasto de juros. Estão dizendo aquilo que qualquer um vê, menos o COPOM que, como diz Luis Nassif em seu lúcido artigo,

opera uma política econômica autônoma, só dele, Banco Central, como se esse fosse o BC da Finlândia e o Ministério da Fazenda fosse da Indonésia. A Moody´s deu o recado de que o Brasil pode, sim, perder o grau de investimento, quer dizer, o Plano Levy NÃO é garantia da manutenção do grau de investimento, então para que tanto sacrifício? O pior dos mundos e o que deverá acontecer: essa equipe de medíocres fazer todo esse estrago nos dois lados do muro, na finança pública e na economia privada e, depois de tudo isso, o Brasil PERDER o grau de investimento, aquele troféu pelo qual se queimou todos os cartuchos da uma economia outrora promissora. Um ponto que poucos repararam é que a ÂNCORA de uma equipe econômica é a credibilidade. É em cima da credibilidade que se constrói o lastro das expectativas. Mas qual é a credibilidade de uma Diretoria de Banco Central que, ela mesma, não defendeu a moeda no primeiro mandato da Presidente Dilma? Ao então rebaixar os juros em plena expansão do crédito, atuando próciclicamente para atiçar o consumo, colocando gasolina na fogueira e agora, essa mesma Diretoria, representada pelo seu Presidente, defende tese oposta? O mesmo cérebro é expansionista quando deveria ser sóbrio e é retranqueiro quando deveria ser atacante contra-cíclico? Quem vai acreditar em tal direção? Hoje saíram estatísticas preocupantes sobre o desemprego: quase 500 mil despedidos entre Fevereiro e Abril, isso só em dois meses do programa de ajuste fiscal e do programa de arrocho monetário e ainda, para piorar, com as demissões por conta da Lava Jato, como estará o desemprego no fim do ano? O Brasil não é uma Espanha com renda per capita europeia, o Brasil tem uma perigosa concentração de povo nas nove grandes metrópoles, mais da metade da população está nestes caldeirões de tensão social acumulado, desemprego nas regiões urbanas estão piores que no campo. Entre dois males, inflação e desemprego, o primeiro é curável e o segundo pode ser fatal à estabilidade política. O Brasil viveu 50 anos com inflação, mas nunca teve desemprego no limite do perigo social. Essa combinação ilógica trará uma catástrofe em termos de desemprego porque nenhum Governo terá como prometer saídas ao fim do processo, com esse nível de casas sem renda e comida na mesa, nem nas piores crises anteriores houve esse grau de demissões em curtíssimo prazo, o Brasil não tem redes de proteção para essa queda.

Em novembro de 2003 escrevi um artigo intitulado “Qual será o nome da próxima Lei?”. No referido artigo, publicado em veículos de comunicação, incluindo site jurídico, eu questionava a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Senador da República Magno Malta (PLES), buscando a redução da “maioridade penal” para 13 (treze) anos quando houvesse “crime hediondo”. O Projeto foi batizado pelo senador Malta de “Liana Friedenbach”. Referência feita à morte da jovem Liana Friedenbach. O Caso Liana Friedenbach e Felipe Caffé, que abalou a sociedade brasileira (principalmente a elite), ocorreu na zona rural de Embu-Guaçu, região metropolitana de São Paulo, entre 1 e 5 de novembro de 2003. Liana e Felipe eram namorados e decidiram, sem o conhecimento dos pais, passar um final de semana acampando na floresta numa área isolada de Embu-Guaçu. O crime consistiu na tortura e homicídio do jovem Felipe Silva Caffé (19 anos) e da menor Liana Bei Friedenbach (16), por Paulo César da Silva Marques, o “Pernambuco” e Roberto Aparecido Alves Cardoso, menor infrator conhecido como “Champinha“, Antônio Caetano, Antônio Matias e Agnaldo Pires, além do do estupro e tortura desta última por todos. Os corpos de Liana e Felipe foram encontrados no dia 10 de novembro. “Champinha“, “Pernambuco“, Antônio Caetano, Antônio Matias e Agnaldo Pires foram presos dias depois. “Champinha“, por ser menor de idade, foi encaminhado para uma unidade da Fundação CASA, em São Paulo, e lá permaneceu até completar 21 anos, data limite de internação de menores, segundo a lei brasileira. Paulo César da Silva Marques, 36, conhecido como “Pernambuco”, foi condenado a 110 anos e 18 dias de prisão em regime fechado, pelo crimes de homicídio qualificado, sequestro, estupro e cárcere privado. Aguinaldo Pires foi sentenciado a 47 anos e três meses de reclusão por estupro. Antônio Caetano da Silva pegou 124 anos de prisão por vários estupros e Antonio Matias foi sentenciado a seis anos de reclusão e um ano, nove meses e 15 dias de detenção por crime de cárcere privado, favorecimento pessoal, ajuda à fuga dos outros acusados e ocultação da arma do crime. O referido crime, em razão do envolvimento do menor “Champinha” e com a influência midiática, trouxe à baila a discussão sobre a redução da imputabilidade penal (“maioridade penal”), levando a propostas demagogas, absurdas e inconstitucionais como a apresentada pelo senador Magno Malta. Quase 12 anos depois da morte do jovem casal, outro crime traz para as manchetes dos jornais a questão da redução da “maioridade penal”. A morte do médico Jaime Gold, 56 anos, esfaqueado no último dia 19 de maio na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. Gold teve sua bicicleta e seus pertences roubados, segundo algumas testemunhas, por dois menores que também estavam de bicicleta. É perfeitamente compreensível quando os pais, os filhos, irmãos, maridos e esposas diante da perda trágica e traumática de um ente querido defendam com todas as suas forças, ainda que impulsionada por ódio, pelo desejo de vingança ou por qualquer outro anseio, a pena de morte, a redução da “maioridade penal”, a tortura ou qualquer outra medida draconiana. Eles agem movidos pela emoção, pela dor, em razão de um sofrimento inimaginável e incomparável com qualquer outro. Passaram-se 12 anos e nada mudou, “mudaram as estações, nada mudou”. Toda vez que um menor de 18 anos pratica um ato infracional (conduta descrita como crime ou contravenção penal) e, principalmente, se este ato é cometido contra alguém da classe média/alta, logo aparecem os “juristas” de plantão para propor a redução da imputabilidade penal como medida necessária para combater a violência e a criminalidade. O mesmo não ocorre quando as vítimas da violência são os próprios menores que vivem nas ruas, engolindo fogo, engraxando sapatos ou fazendo malabarismo nos semáforos das grandes cidades em busca da sobrevivência. A maioria das vítimas da violência, para aqueles que desconhecem, são os próprios jovens (segundo dados do Ministério da Saúde a principal causa de morte entre os jovens de 15 a 24 anos é o homicídio) de uma classe que está privada do mínimo de condições necessárias para se viver com dignidade. Por tudo, como diz o poeta, eternizado na voz forte e marcante de Elis Regina: “minha dor é perceber, que apesar de termos feito tudo que fizemos ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais…” (*) Leonardo Isaac Yarochewsky é advogado criminalista e professor de Direito Penal da PUC-MG


CIDADES

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Sexta-feira, 5 de junho de 2015

C R I S TA N DA D E

Isael Godoy

Celebração na Catedral de Coronel Fabriciano

Celebração de Corpus Christi é realizada em todo Vale do Aço DA REDAÇÃO - Em todo o país, dioceses e paróquias preparam nesta quinta-feira (4), as celebrações e os tradicionais tapetes de pó de serra e sal coloridos. Trata-se da solenidade de Corpus Christi. “É a festa da Eucaristia, que celebra o Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo”, explica o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner. No Vale do Aço, as celebrações foram festejadas e os tapetes confeccionados em todas as paróquias. ORIGEM A origem da festa remete à devoção eucarística iniciada na França e na Bélgica, antes do século XII. Ligada à piedade do povo cristão, a solenidade também é lembrada pela influência das visões da monja agostiniana belga, Juliana de Cornillon, que mostravam o anseio de Cristo para que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Tais visões foram decisivas para o papa Urbano IV que, em agosto de 1264, publicou a bula Transiturus de hoc mundo. O documento determinou a celebração de Corpus Christi na quinta-feira após a solenidade da Santíssima Trindade. O Concílio Vaticano II vinculou a celebração ao mistério pascal de

Jesus Cristo, dando novo significado à festividade. Segundo dom Leonardo Steiner, a solenidade de Corpus Christi é marcada por celebrações, procissão e o enfeite das ruas. “Mas o sinal mais significativo é a reverência a Cristo, que por amor de nós fez-se pão repartido”, afirma.

Paulo Sérgio Oliveira

TAPETES A tradição dos tapetes que ornamentam a solenidade de Corpus Christi no Brasil tem origem nos imigrantes açorianos, provenientes do arquipélago dos Açores, em Portugal. O Barroco, manifestação artística do século XVII, enriqueceu a festa com suas características e, desde a época colonial, uma profusão de cores, a música e expressões de grandeza marcam a festa.

INFÂNCIA

Conselho Tutelar atende em nova sede no Centro

IPATINGA - O Conselho Tutelar de Ipatinga passa a atender em nova sede e novo endereço a partir da próxima segunda-feira (08/06). O espaço também foi cedido pela Prefeitura de Ipatinga e fica na rua Edgar Boy Rossi, s/n°, no Centro da cidade, ao lado da 82ª Companhia de Polícia Militar do município. A sede provisória do Conselho Tutelar foi adaptada para possibilitar o atendimento ao público. Com as salas mais amplas, o imóvel passou por uma reforma, realizada com recursos próprios do município, e recebeu novo layout interno, pintura, equipamentos de cli-

A tradição dos tapetes que ornamentam a solenidade de Corpus Christi no Brasil tem origem nos imigrantes açorianos

Paróquias celebram Eucaristia A Diocese de Itabira Coronel Fabriciano comemorou o Corpus Christi em praticamente todas as paróquias do Vale do Aço. Em Ipatinga, a Paróquia Sagrada Família enfeitou dois quarteirões de tapetes de Corpus Christi, a exemplo de todas as demais paróquias que realizaram diversas atividades religiosas como celebrações, procissões e quermesses.

matização, sinalização interna e reestruturação da rede lógica. A mudança foi sugerida pela Prefeitura para que a sede da rua Pouso Alegre, também no Centro de Ipatinga, receba uma reforma estrutural, que está programada para acontecer nos próximos meses. A previsão é que a obra seja iniciada logo após a conclusão do processo licitatório, já em andamento por parte da Prefeitura.

SERVIÇO Conselho Tutelar de Ipatinga Rua Edgar Boy Rossi, s/nº – Centro Atendimento: segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Contatos: 3829-8433 e 3829-8427

NORMAS

FIEMG orienta indústria como lidar com as NRs IPATINGA - “Como lidar com as NRs que mais impactam a indústria?”- Este é o tema do curso que será promovido pela FIEMG Regional Vale do Aço, no dia 10 de junho, de 08h às 18h, para orientar as indústrias sobre as Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde do Trabalho que mais geram autuações. O curso faz parte dos projetos do Programa de Desenvolvimento Associativo – PDA, executado pela FIEMG em parceria com seus sindicatos (Sinpava, Sindimiva, Sindvest, Sime, Sinduscon), com a Confederação Nacional das Indústrias –

PROCISSÃO Com rito solene e cânticos, a procissão, segundo dom Leonardo Steiner, é a presença visibilizada de Jesus nas ruas e nas cidades. “Como expressão de nossa reverência e admiração, enfeitamos as ruas e lugares por onde Ele passará”, acrescenta. A orientação da Igreja é para que a procissão aconteça após a celebração eucarística. Durante o percurso, de acordo com o costume, podem ser concedidas bênçãos eucarísticas em estações.

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CNI e com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE. Através deste programa, essas entidades buscam promover um ambiente de negócios favorável à competitividade da indústria e ao crescimento do país, atuando em diversas áreas de interesse do setor. O curso será realizado exclusivamente para empresas associadas aos sindicatos da FIEMG. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pelo telefone 38221414 ou através do e-mail regional-va@fiemg.com.br. As vagas são limitadas.


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CIDADES

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Sexta-feira, 5 de junho de 2015

AÇO INOX

Aperam busca na preservação a sustentabilidade do negócio TIMÓTEO - A Aperam South America tem trabalhado internamente para otimizar processos, criar novas ferramentas e conscientizar seus empregados quanto à importância da economia de recursos naturais, tanto para o meio ambiente, quanto para a sustentabilidade do negócio. Na Aperam, as ações com foco em eficiência energética intensificaram-se há pelo menos seis anos. Recentemente, a equipe de implantação do Sistema de Integrado Gestão de Energia (SIGE) iniciou o projeto “Ser Sustentável”. Sua meta inicial é disseminar a troca de experiências e promover o uso consciente da energia e da água. “Um dos compromissos internos que tanto Empresa, líderes e empregados assumem diariamente é o da sustentabilidade. Isso significa que cada um de nós deve, em seu dia a dia de trabalho e em suas vidas, adotar um comportamento sustentável”, comenta o Diretor Técnico e de Recursos Humanos, Ilder Camargo. CONSUMO Com o objetivo de monitorar o consumo de energia, encontra-se em fase de implantação um software capaz de auxiliar a gestão da energia na Aperam. O programa, que começou a ser trabalhado em janeiro, permite resgatar, consolidar e disponibilizar automaticamente informações sobre o uso de energia de forma ágil e confiável, comparar o planejado e o executado, monitorar e analisar os indicadores de desempenho, etc. “Hoje, cerca de 25% do

Divulgação/João Rabelo

Arquivo DP

Dirigentes, médicos do HMC e convidados durante a solenidade de inauguração da nova unidade

Região ganha nova unidade de transplante renal no HMC

Distribuição de mudas feita pela Aperam em parceria com a Polícia Ambiental

custo total de transformação do produto relacionase à utilização de energia. Com a implantação do Sistema Integrado de Gestão de Energia (SIGE), dentro das atividades da Equipe, conseguiremos não apenas reduzir custos, mas encontrar meios para minimizar o consumo e tornar a utilização dos recursos energéticos mais consciente”, explica Eric Bardet, gerente da Equipe de Excelência Operacional. REVENDO PROCESSOS A Aperam South America, reconhecida cinco vezes pelo Guia de Sustentabilidade da Editora Abril como uma das empresas mais sustentáveis do Brasil, também adota ações para minimizar o consumo de água. Uma delas é a recirculação de 95% de todo o recurso utilizado na planta. Apenas 5% do volume consumido é captado no rio Piracicaba, o que significa que quase a totalidade da

água é reutilizada no processo de produção. O restante, após passar pela estação de tratamento, é devolvido ao meio ambiente. Sabemos que no Brasil, cerca de 70% da energia elétrica consumida vem das hidrelétricas. Por isso, ao economizar eletricidade também se reduz o gasto de água. A área de Utilidades da Aperam, responsável pela distribuição da energia na planta industrial de Timóteo (MG), tem colocado em prática as primeiras ações para a redução do consumo de energia. “Queremos reforçar a cultura da conservação e orientar as equipes para a busca de alternativas sustentáveis é um passo fundamental”, afirma o assistente técnico da equipe de Excelência Operacional Luciano Lellis Miranda. Alguns exaustores das torres de resfriamento da Usina, utilizadas para manter a temperatura adequada para refrigeração de equipamentos,

estão sendo desligados durante a noite, período em que a temperatura ambiente é mais baixa. O mesmo procedimento será adotado no inverno que se aproxima. AÇÕES DIÁRIAS Para quem pensa que na corrida pela eficiência só valem grandes ações, é bom saber que a simplicidade também traz resultados. Ações como desligar o monitor do computador quando não o está utilizando e desligar o ar condicionado da sua sala durante o horário do almoço reduz o consumo de energia elétrica e, consequentemente, economiza água. “Podemos debater situações domésticas e industriais para incentivar de forma ainda mais consistente a incorporação da cultura de conservação da energia e da água. Quem adota uma boa prática em casa está mais apto a sugerir algo no trabalho e viceversa”, complementa Luciano Lellis Miranda.

IBERO-AMERICANAS 2015

Unileste divulga resultado de bolsas FABRICIANO - O Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste) divulgou, o resultado do programa de bolsas Ibero-Americanas do Santander Universidades. Os estudantes beneficiados foram: Pedro Henrique Ambrósio Nere (Ciências Biológicas); Pedro Henrique Barbosa de Souza (Psicologia)

MEDICINA

e Bárbara de Oliveira Vitor (Psicologia). Os universitários poderão estudar durante um semestre em uma das universidades conveniadas ao programa. Para Marcelo Vieira Corrêa, pró-reitor Acadêmico do Unileste, a Mobilidade Estudantil é uma oportunidade de ampliação da formação

técnica e humana dos discentes. “A experiência internacional permite ao nosso graduando complementar o seu processo de formação. Com ela, os universitários têm a oportunidade de conhecer novas culturas e ter contato com novos conteúdos ou abordagens”, comenta. O Unileste mantém uma

secretaria de Mobilidade Estudantil que tem como finalidade garantir uma relação de reciprocidade entre as instituições conveniadas no que se refere à realização de intercâmbios, permitindo aos alunos estudos em disciplinas/conteúdos, pesquisas científicas, projetos de extensão e estágios em instituições parceiras.

IPATINGA – O Hospital Márcio Cunha inaugurou sua nova unidade de transplante renal. Trata-se de um setor ambulatorial diferenciado, de alta complexidade, voltado para o atendimento exclusivo a pacientes transplantados, pacientes que vão receber um órgão e para doadores e potenciais doadores. Único centro transplantador do Leste de Minas Gerais, o Hospital Márcio Cunha hoje atende a pacientes de terapia renal substitutiva e transplantados renais provenientes de Itaobim, Teófilo Otoni, Governador Valadares, Caratinga, Manhuaçu e todo o Vale do Aço. Envolve ainda sete centros de terapia renal substitutiva, com a qualidade de quem se posiciona entre os melhores centros da especialidade no país. Por isso investiu em infraestrutura física e tecnológica, bem como em recursos humanos para o aprimoramento contínuo da equipe médica e paramédica, consolidando um

serviço de qualidade. MELHORIA “Muda a forma de atender este segmento de pacientes portadores de insuficiência renal crônica que irão transplantar e os já transplantados e doadores, agilizando as avaliações pré-transplantes e o controle periódico dos pacientes transplantados e doadores, com mais conforto a todos. Estamos trabalhando para ampliar o número de transplantes realizados, bem como oferecer um atendimento cada vez melhor a estes pacientes, em harmonia com a necessidade de saúde da população regional. Neste novo espaço, poderemos oferecer um trabalho mais abrangente, multidisciplinar, envolvendo psicólogos, nutricionistas, enfermeiros e assistentes sociais em um só lugar, além, é claro, da assistência médica”, afirma o médico nefrologista e coordenador do Serviço de Transplante Renal do HMC, Carlos Alberto Calazans.

Eficiência nos transplantes Fruto de ações assertivas, como a reestruturação estratégica para a captação de órgãos, a criação do leito de apoio à vida e o trabalho de uma equipe altamente capacitada para avaliar possíveis candidatos a transplantes, o Hospital Márcio Cunha alcançou a marca expressiva de 40 transplantes renais em 2014. Mais que o dobro em relação ao ano anterior. Desse total, um avanço importante foi o aumento no número de doadores falecidos, quase três vezes se comparado com 2013. Para o superintendente do HMC, Mauro Oscar Soares de Souza Lima, isso ressalta o compromisso com a responsabilidade social do hospital e da Fundação São Francisco Xavier e a importância das campanhas de conscientização realizadas junto à comunidade sobre doação de órgãos. “Ao longo dos anos, o hospital vem investindo em infraestrutura, campanhas de conscientização e em treinamentos dos profissionais, visando atualização de novos procedimentos e novos métodos cirúrgicos para prestar o melhor cuidado médico e assistencial, aliando humanização, qualidade assistencial e segurança dos seus pacientes. Ações que, nos últimos tempos, agilizaram o processo de doação de órgãos.” Outra grande conquista foi a realização dos exames para avaliar tanto os potenciais receptores quanto os doadores vivos, que antes eram realizados com grande dificuldade e demora através da rede pública na cidade de origem dos pacientes. Hoje, todos estes pacientes são avaliados no Hospital Márcio Cunha pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o que aumenta a confiabilidade dos exames, agiliza os processos e facilita, assim, o processo de doação, sem custo nenhum para o paciente.


CIDADES

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E S P E C I A L I S TA S

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ARTIGO

MODELO CARCERÁRIO BRASILEIRO Rebeliões prisionais e NÃO DIMINUI A CRIMINALIDADE Direito de resistência BRASÍLIA - O aumento da população carcerária brasileira sem uma melhora na percepção de segurança pública pela população demonstra que o modelo carcerário brasileiro está equivocado, na avaliação de dois especialistas ouvidos pela Agência Brasil sobre as conclusões do Mapa do Encarceramento: os Jovens do Brasil, divulgado na quarta-feira (3). Segundo o estudo, divulgado pelas secretarias Nacional de Juventude e de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), entre 2005 e 2012, a população carcerária brasileira cresceu 74%. No período, o número de presos subiu de 296.918 para 515.482. A maioria tem entre 18 anos e 29 anos, é negra e cumpre penas entre quatro e oito anos por crimes contra o patrimônio ou ligados às drogas. Cerca de 38% da população carcerária está presa em caráter provisório, ou seja, ainda não foi julgada. Entre os condenados, enquanto 69% cumprem pena em regime fechado, apenas 31% estão nos regimes semiaberto ou aberto. EXPLOSÃO “Houve uma explosão no número de prisões que atinge um público muito específico: homens com escolaridade baixa, negros ou pardos e jovens”, disse o coordenador da área de sistemas de Justiça e segurança pública do Instituto Sou da Paz, Bruno Langea-

Agência Brasil

Entre 2005 e 2012, a população carcerária brasileira cresceu 74%. No período, o número de presos subiu de 296.918 para 515.482.

ni. Para ele, no Brasil, “prende-se muito e mal”. “Não se trata de deixar impunes os autores de crimes menos violentos, mas sim de aplicar uma pena cujos resultados sejam melhores para a sociedade e para o próprio apenado, que terá mais chances de se recuperar. Hoje, os que cometem crimes contra o patrimônio e que poderiam ser punidos com penas alternativas são mantidos presos, enquanto crimes graves, como os homicídios, na maioria das vezes não são esclarecidos”, disse. “De que adianta discutirmos penas mais severas se conseguimos identificar apenas um de cada dez homicidas, deixando outros nove impunes? É uma discussão que não faz o menor sentido em um país com índices tão baixos de esclarecimento de crimes graves. Mesmo assim, cada vez que há um crime de maior repercussão, o Poder Público responde com propostas de aumento das penas,

de endurecimento das leis”, completou Langeani. SELETIVO E CRUEL O pesquisador João Trajano Sento-Sé, do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), é taxativo: o sistema prisional brasileiro funciona mal. “Ele é seletivo e extremamente cruel, pois não ressocializa nem oferece oportunidades de reinserção positiva na sociedade. Estamos encarcerando mais, por mais tempo, sem com isso reduzirmos as taxas de criminalidade. E o mais bizarro é que grande parte desses mais de 500 mil presos já poderia estar em liberdade ou cumprindo penas alternativas. Ou seja, nem mesmo os direitos previstos por leis são garantidos a essas pessoas.” MÍDIA Defensores da tese de que o endurecimento das penas e a aprovação de leis apresentadas como resposta imediatista

à comoção pública diante de casos de repercussão midiática não resolvem os problemas da violência e da segurança pública, Langeani e Sento-Sé são contrários à redução da maioridade penal. “A população não quer um sistema mais ou menos duro. O que os cidadãos cobram são melhorias na segurança pública. Só que temos uma elite política conservadora que identifica os sistemas Judiciário e de execução penal com o mero exercício punitivo e que vem conseguindo convencer parte da população, que está assustada. Daí a associação entre endurecimento das leis e melhoria na segurança pública. Só que essa associação é falha e estão aí os números para provar isso”, disse Sento-Sé. USUÁRIOS Para Langeani, atualmente há um crescimento do número de prisões de pessoas portando pequenas quantidades de drogas. “Muitas mulheres têm sido presas tentando ingressar em presídios levando pequenas quantidades de drogas para seus maridos ou companheiros. E esse aumento da população carcerária feminina está associado à nova lei de drogas que, visivelmente, também não está funcionando. Estamos apenas enchendo as cadeias sem diminuir o mercado de drogas, o número de usuários e a violência”, acrescentou o coordenador, ao destacar que as prisões atualmente têm servido para criar e fortalecer organizações criminosas.

TRÂNSITO

Imprudência é a principal causa de acidentes BRASÍLIA - Os feriados prolongados são sinônimo de descanso e diversão para milhões de brasileiros que planejam aproveitar os dias de folga para viajar para o litoral ou campo. Mas esse momento tão aguardado tem acabado de forma trágica para muitas famílias por causa imprudência ao volante. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o excesso de velocidade e as ultrapassagens em lugar indevido são as principais causas de mortes nas estradas do país, principalmente, nos feriadões.

“As campanhas de conscientização são importantes, sem dúvida nenhuma, agora, a redução dos acidentes está ligada também ao traçado da via e às sinalizações que não são respeitadas pelos motoristas. Muitas vezes o condutor está com pressa, quer chegar logo e acaba não atentando a detalhes que acabam ocasionando acidentes graves, com lesões graves e mortes”, disse à Agência Brasil o agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Wanderley Francisco Soares. Multado ontem pela Po-

lícia Rodoviária Federal por fazer uma ultrapassagem em local proibido, o servidor público José Augusto de Melo Silva reconheceu que a pressa faz com que os motoristas desrespeitem as regras de trânsito. “É aquela coisa, realmente tem a imprudência. Para mim, tinha condições [de fazer a ultrapassagem], tinha visibilidade para fazer a ultrapassar apesar da faixa contínua”, disse. Depois de fazer o teste do bafômetro, que não constatou uso de bebida alcoólica, Silva disse que se considera um con-

dutor “apressado”. Apesar de ter que pagar uma multa de R$ 974, ele acredita que teve sorte por ser abordado pela PRF em vez de colidir com outro carro. “O tempo que a gente vai gastar, na melhor das hipóteses, vai ser aqui ao ser autuado. Mas, na pior da hipóteses, o motorista vai perder tempo se envolvendo em um acidente. O ideal é sair mais cedo mesmo e não facilitar com as ultrapassagens e seguir a legislação”, disse o servidor público que viajava para Belo Horizonte.

Eduardo Luiz Santos Cabette Na obra intitulada “A Era dos Direitos” de Norberto Bobbio encontramos a lúcida conclusão de que a grande questão atual sobre os direitos humanos não é a busca de seus fundamentos filosóficos e sim dos meios práticos para sua real efetivação na sociedade. Assim afirma que: “Num discurso geral sobre os direitos do homem, deve-se ter a preocupação inicial de manter a distinção entre teoria e prática, ou melhor, deve-se ter em mente, antes de mais nada, que teoria e prática percorrem duas estradas diversas e a velocidades muito desiguais. Quero dizer que, nestes últimos anos, falou-se e continua a se falar de direitos do homem entre eruditos, filósofos, juristas, sociólogos e políticos, muito mais do que se conseguiu fazer até agora efetivamente, ou seja, para transformar aspirações (nobres, mas vagas), exigências (justas, mas débeis), em direitos propriamente ditos (isto é, no sentido em que os juristas falam de ‘direito’).”[1] Em resumo, um caminho deve ser percorrido, partindo das construções filosóficas e teóricas que encontram origem no jusnaturalismo, passando pelas diversas declarações e reconhecimentos internacionais dos direitos, até o recepcionamento pelos diversos Estados e, numa última e importante etapa, pela transformação em direito interno positivo com força coercitiva. As chamadas “normas programáticas” sem força coativa direta aproximam-se mais de uma categoria moral do que de direito propriamente dito. Muitas vezes não passam do campo da retórica. Esse o questionamento do autor: “Será que já nos perguntamos alguma vez que gênero de normas são essas que não ordenam, proíbem ou permitem ‘hic et nunc’, mas ordenam, proíbem e permitem num futuro indefinido e sem um prazo de carência claramente delimitado? E, sobretudo, já nos perguntamos alguma vez que gênero de direitos são esses que tais normas definem? Um direito cujo reconhecimento e cuja efetiva proteção são adiados ‘sine die’, além de confiados à vontade de sujeitos cuja obrigação de executar o ‘programa’ é apenas uma obrigação moral ou, no máximo, política, pode ainda ser corretamente chamado de ‘direito’? A diferença entre esses auto - intitulados direitos e os direitos propriamente ditos não será tão grande que torna impróprio ou, pelo menos, pouco útil o uso da mesma palavra para designar uns e outros? E, além do mais, a esmagadora maioria das normas sobre os direitos do homem, tais como as que emanam de órgãos internacionais, não são sequer normas programáticas, como o são as normas de uma Constituição nacional relativas aos direitos sociais. Ou pelo menos, não o são enquanto não forem ratificadas por Estados particulares.”[2] Esse terrível antagonismo entre teoria e prática certamente tem um de seus mais fiéis retratos no Sistema Carcerário Brasileiro. Pode-se dizer que até mesmo supera a situação antes descrita, pois que nem mesmo a força coativa do direito positivo interno é respeitada. O Brasil é signatário de várias cartas internacionais que versam sobre direitos humanos, cujas normas são alçadas a garantias constitucionais nos termos do artigo 5º, §§ 2º e 3º., CF. Há uma legislação ordinária regulando o cumprimento das penas: a Lei de Execução Penal (Lei 7210, de 11.07.84), a qual em seu artigo 203 e parágrafos estabelece prazos e condições para a adequação dos estabelecimentos e órgãos aos ditames legais sob sanção de suspensão de ajuda financeira da União. Mas será que essa legislação é cumprida “in totum” em alguma de nossas unidades federativas? Apenas a título de exemplo podemos citar o caos da lotação muito acima dos limites; a manutenção indevida de presos condenados em cadeias públicas; a promiscuidade entre detentos de periculosidades diversas; as deploráveis condições de higiene e assistência médica; a falta de vagas em manicômios judiciários e o abandono e descaso com os existentes; a falta de vagas no regime adequado etc. (ver Lei 7210/84, artigos 85, 87, 102, 5º, 83, 14, 99, 110 e 112). Especificamente em nossa realidade não são somente importantes as reflexões sobre como colocar em prática proposições teórico - filosóficas, mas também, assustadoramente, como fazer cumprir direitos positivos, como aplicar sanções já previstas, como fazer a lei sair do papel para a vida real. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 26 de agosto de 1789, além de pontificar esses direitos, expõe o chamado “direito de resistência”, invocável sempre que não forem cumpridos seus demais preceitos. Assim, o indivíduo só estaria obrigado a obedecer as normas e curvar-se aos poderes constituídos dentro dos ditames ali elencados, ou seja, respeitando aquelas garantias gerais. “Juridicamente, o direito de resistência é um direito secundário, do mesmo modo como são normas secundárias as que servem para proteger as normas primárias: é um direito secundário que intervém num segundo momento, quando são violados os direitos de liberdade, de propriedade e de segurança, que são direitos primários. E também é diverso porque o direito de resistência intervém para tutelar os outros direitos, mas não pode, por sua vez, ser tutelado, devendo portanto ser exercido com todos os riscos e perigos. Num plano rigorosamente lógico, nenhum governo pode garantir o exercício do direito de resistência, que se manifesta precisamente quando o cidadão já não reconhece a autoridade do governo, e o governo, por seu turno, não tem mais nenhuma obrigação para com ele. Com uma possível alusão a esse artigo, Kant dirá que, ‘para que um povo seja autorizado à resistência, deveria haver uma lei pública que a permitisse’, mas uma tal disposição seria contraditória, já que - no momento em que o soberano admitisse a resistência contra si mesmo - renunciaria à sua própria soberania e o súdito tornar-se-ia soberano em seu lugar. É impossível que os constituintes não tivessem percebido a contradição. Mas, como explica Georges Lefebvre, a inserção do direitos à resistência entre os direitos naturais devia-se à recordação imediata do 14 de julho e ao temor de um novo assalto aristocrático; tratavase, portanto, de uma justificação póstuma da luta contra o Antigo Regime. Na Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, não aparece o direito de resistência; mas, no preâmbulo, lê-se que os direitos do homem, que seriam sucessivamente enumerados, devem ser protegidos, ‘se se quer evitar que o homem seja obrigado, como última instância, à rebelião contra a tirania e a opressão’. É como dizer que a resistência não é um direito, mas - em determinadas circunstâncias - uma necessidade...”[3] O não cumprimento dos preceitos mínimos, não meramente programáticos, mas já estabelecidos em forma de lei, enseja o ambiente propício à resistência dos encarcerados nos diversos estabelecimentos prisionais brasileiros. Tal resistência materializa-se nas quotidianas rebeliões que transformam as unidades prisionais, numa metáfora bem adequada, em verdadeiros “barris de pólvora”. Bobbio[4] diferencia a “resistência” da “contestação”. A primeira compreenderia “todo comportamento de ruptura contra a ordem constituída, que ponha em crise o sistema pelo simples fato de produzir-se, como ocorre num tumulto, num motim, numa rebelião, numa insurreição, até o caso limite da revolução; que ponha o sistema em crise, mas não necessariamente em questão.” A segunda se refere mais “a uma atitude crítica, que põe em questão a ordem constituída sem necessariamente pô-la em crise”. Na especificidade das rebeliões prisionais vemos um autêntico movimento natural de resistência, onde o contínuo descumprimento dos direitos básicos resulta na revolta necessária que surge como um alerta no preâmbulo da Declaração de 1948 e outrora era prevista como direito fundamental na Declaração de 1789. Ao contrário do que apregoa a crença popular de que os detentos conhecem muito sobre seus direitos, podemos dizer que agem nesses movimentos muito mais levados por uma constatação totalmente fática e empírica da situação de despojo absoluto de direitos, do que por alguma conscientização ou contestação, aliás praticamente inviável dado o nível intelectual e financeiro da esmagadora maioria da população prisional. Não se pretende que esse direito de resistência seja aceito e reconhecido pelos poderes constituídos no âmbito prisional, pois que como já explicitado linhas volvidas, constituirse-ia em contradição interna no sistema. Entretanto, impõe-se a constatação desse claro fenômeno a indicar a imperiosa necessidade de assegurar uma execução penal simplesmente dentro dos ditames legais exigidos pelo nosso ordenamento positivo. Para isto, há que superar-se por ações políticas (vontade política), a defasagem gritante entre teoria e realidade prisional. A resistência constatada e levada a sério pode ser vista como um grande alerta, um manifesto tal qual nas palavras do poeta: “Eu preparo uma canção que faça acordar os homens...”.[5] Referências Bibliográficas 1- BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. 9ªed. Rio de Janeiro, Campus, 1992. 2 - DRUMMOND ANDRADE, Carlos. Reunião Drummond - 10 Livros de Poesia. 9ªed., Rio de Janeiro, José Olympio, 1978.


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SOCIAL

Diário Popular

Sexta-feira, 5 de junho de 2015

Comédia

O ator e comediante Gustavo Mendes, conhecido pela divertida imitação que faz da presidente Dilma Rousseff, além de outros, se apresenta em Ipatinga pela primeira vez no Centro Cultural Usiminas no dia 3 de julho. Os ingressos já estão à venda na bilheteria do teatro e no site www.ingressorapido.com.br. A produção é do Socialyte Vale do Aço, de Jussara e Tailes. Mais informações, ligue para 3822-3031.

Sarau e Arak

Me apaixonei pela ternura desta foto: Ivaneide com a filha Samyla, linda no dia de seu casamento

Macarrão

Será no domingo, dia 7, de 11h às 15h, o II Macarrão de Santana do Paraíso promovido e organizado pelo Rotary Club Santana do Paraíso. O local é a bela Cachoeira do Paraíso e terá música ao vivo com o cantor Ildeu Barros. Crianças até 5 anos não pagam, de 6 a 10 anos R$15,00 e adulto R$25,00. A renda será revertida para obras sociais em Santana do Paraíso.

Robertinho Rosinha se prepara para receber em seu recanto mais estimado, um pequeno grupo de amigos para comemorar o aniversário de seu Robertinho, marido e mais que parceiro. O casal é um verdadeiro show de alegria e bom humor. Certamente será um dia de muitas gargalhadas e abraços.

Vera Tuffik apresenta na segunda-feira, dia 8, às 19h30, o Sarau com Arak no Tuffik Cozinha Árabe. Nivaldo Resende, poeta, presidente da Academia de Letras de Ipatinga e jornalista prestigiou o terceiro Sarau. Aproveite a noite fria que inspira a poesia se fartando de comida boa.

Estas feras elegerão a melhor foto no Dia dos Namorados do Shopping do Vale do Aço. Elvira Nascimento, João Rabelo, Nilmar Lage, Rodrigo Zeferino, Sérgio Roberto e Wolmer Ezequiel.

Xerimbabo

Já está aberta a visitação da exposição cultural “A vida é mais!” dentro do 31º projeto Xerimbabo Usiminas. O primeiro dia de visitas foi prestigiado por estudantes, professores, comunidade e autoridades da região. Até o dia 1º de julho é esperado um grande número de visitantes no Centro de Biodiversidade da Usipa, em Ipatinga. A exposição reúne obras de artistas da região, entre esculturas, pinturas, painéis e outras peças.

Ivanir, Lourdes e Maria, três vovós lindas no sonho de amor de seus netos

Janaína e o marido Jamil no forró do Mayrink


BRASIL

Diário Popular

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Sexta-feira, 5 de junho de 2015

ECONOMIA

Senado aprova Banco do Brics

O BOTICÁRIO

Divulgação

Agência Senado

BRASÍLIA - O Senado aprovou a criação do Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como Banco do Brics, e confirmou o Tratado para o Estabelecimento do Arranjo Contingente de Reservas, celebrado em julho de 2014, em Fortaleza, durante reunião dos presidentes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (integrantes do grupo). A criação do banco precisa ser aprovada pelos Congressos de todos os países integrantes. Os Projetos de Decreto legislativo (PDS) 155 e 156 de 2015 haviam sido aprovados na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) na manhã desta quarta. O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) foi o relator das duas matérias. — A criação desse banco é um sinal de mudança de equilíbrio do poder na economia mundial. E, assim como o arranjo contingente de reserva, expressa as transformações profundas que ocorreram na geopolítica mundial — disse. SWAP Delcídio afirmou que a proposta do arranjo contingente, um fundo de reservas, não envolve recursos do orçamento e também não tem nenhum impacto fiscal para o país, por se tratar de uma operação de swap (troca, permuta) de moedas. — Você empresta esses recursos em dólar, dentro de determinadas condições, para aquele país que pode ser prejudicado em função de um

Cena da campanha do Boticário que se tornou um viral e gerou debates acalorados

Campanha publicitária gera polêmica na internet

A criação desse banco é um sinal de mudança de equilíbrio do poder na economia mundial

solavanco na economia internacional; e a contrapartida é a moeda desse próprio país. Já existem casos assemelhados e exitosos especialmente na Ásia — explicou. BANCO O novo banco contará com capital subscrito inicial de US$ 50 bilhões e capital autorizado inicial de US$ 100 bilhões, que será distribuído, de modo igual, entre os membros fundadores. O poder de voto de cada membro será proporcional à sua participação acionária subscrita no capital social do banco. E a condição de membro do banco será aberta à adesão dos países que compõem a Organização das Nações Unidas. Os membros do Brics, porém, manterão poder de voto conjunto de pelo menos 55% na instituição, cuja sede será em Xangai, na China. O senador Delcídio Ama-

ral acrescentou ainda que serão observadas regras de remuneração adequada e avaliação clara dos riscos envolvidos. Também não será permitido um montante desproporcional de recursos aplicado em algum país membro em detrimento dos outros, além da garantia de investimentos em projetos do governo e privados. — Desses investimentos, somente 30% serão desvinculados, a liberação dos 70% restantes dependerá da chancela do FMI [Fundo Monetário Internacional] — esclareceu. A senadora Ana Amélia (PP-RS) mostrou preocupação com o protagonismo do Brasil. Ela cobrou um papel mais atuante e menos coadjuvante do país no Brics. — Já que a participação brasileira em capital vai estar lá, que haja transparência nas operações dessa instituição e que os brasileiros saibam para onde está indo o dinhei-

ro público — defendeu. ENCONTRO Os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, vão participar na próxima segunda-feira (8) de um encontro de parlamentares dos países que compõem o Brics. O evento será na Rússia e reunirá congressistas do bloco desses países emergentes. Renan disse que levará com satisfação para Moscou a notícia da aprovação dos acordos, que ele considera instrumentos poderosos para aumentar a cooperação econômica entre esses países. — São muito importantes nesse contexto em que as economias de mercados emergentes e em desenvolvimento continuam a enfrentar significativas restrições financeiras para sanar hiatos em infraestrutura e necessidades de desenvolvimento sustentável — afirmou.

MENSALÃO

Justiça autoriza a extradição de Pizzolato BRASÍLIA - O Tribunal Administrativo Regional do Lazio rejeitou o recurso apresentado pela defesa do ex-diretor de Marketing do BB Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão. Com isso, a extradição de Pizzolato ao Brasil está autorizada. Agora, cabe ao Ministério da Justiça da Itália fixar uma data para a extradição do condenado. A partir daí, o gover-

no brasileiro terá 20 dias para realizar a transferência. A decisão do Tribunal do Lazio, no entanto, não impede que a defesa de Pizzolato tente recorrer ao Conselho de Estado (segunda instância). No recurso apresentado, a defesa argumentou que Pizzolato teria direito de cumprir pena na Itália por ter dupla cidadania. Os advogados também questionaram as garantias do sistema prisional brasileiro.

SEM ERRO Em nota, o Tribunal Administrativo disse que autorizou a extradição porque não houve erro ou indício ilógico na decisão tomada em abril pelo Ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, que autorizara a entrega do condenado ao Brasil. Os juízes também destacaram que Brasil e Itália assumiram o compromisso de deixar Pizzolato em uma ala especial da prisão.

O ex-diretor de Marketing do BB foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e sete meses de prisão, mas fugiu para a Itália com documentos falsos e foi preso no país em fevereiro de 2014. Sua extradição foi autorizada pelo governo italiano em abril, mas a defesa de Pizzolato recorreu e conseguiu uma liminar que suspendeu temporariamente seu retorno ao Brasil. (ANSA)

BRASÍLIA – A campanha publicitária Casais veiculada pela empresa O Boticário para o Dia dos Namorados, gerou debate nas redes sociais e na internet. A propaganda, que está no ar desde o dia 24 de maio, mostra casais homossexuais e heterossexuais trocando presentes. Para o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que é a favor da campanha, a peça reflete a pluralidade da sociedade. “Reflete a vida, reflete a existência, a pluralidade, a diversidade das expressões amorosas e afetivas”, disse. ESTIGMA O parlamentar destacou que a campanha mostra também o reconhecimento da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) que, segundo ele, é estigmatizada. “É uma empresa que está não só reconhecendo socialmente esse grupo, mas o reconhece como consumidor, e esse é, também, um aspecto importantíssimo a ser ressaltado”, destacou o deputado em entrevista à Agência Brasil. Internautas expressaram opiniões, tanto em defesa quanto contra a propaganda, em várias redes sociais e páginas da intenet. Na última terça-feira (2), o pastor Silas Malafaia, presidente da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo publicou um vídeo em que critica a publicidade. “Existe uma gama de empresas agora fazendo propaganda da relação gay. Eu sou contra. É um direito meu”, ele afirmou. No vídeo publicado em seu canal oficial no Youtube, o pastor convoca um boicote à marca. PASTOR “Eu quero conclamar as pessoas de bem, que não concordam com essa promoção do homossexualismo através de propaganda, de televisão e de revista, para boicotarem os produtos dessas empresas, como agora faz o O Boticário”, disse Malafaia. O pastor afirmou que não pretende impedir que uma pessoa seja homossexual, o

que para ele é um comportamento. Mais de 5 mil comentários foram publicados na página, repercutindo o vídeo. As declarações geraram reações de quem defende a campanha. EXEMPLO Para Wyllys, as publicações contra o vídeo do pastor foram importantes para contestar os argumentos usados. “Isso é muito importante, que as pessoas se posicionem.” Para o deputado, a empresa deve servir de exemplo para outras. “Eu acho que, no Brasil, as empresas têm que respeitar a diversidade humana, considerar que os seres humanos são plurais e que têm poder de consumo. Pagamos impostos para o Estado, queremos políticas públicas, queremos leis e compramos no mercado. [Por isso] queremos do mercado respeito e reconhecimento.” CONAR Na terça-feira, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) abriu processo para avaliar tanto as denúncias feitas por consumidores – que alegam que a campanha desrespeita a família – quanto a defesa da empresa. “Eu espero que o Conar tenha bom senso e diga que essa campanha não faz o que vocês estão dizendo’’, disse o deputado. NOTA Em nota à imprensa, O Boticário diz que “acredita na beleza das relações, presente em toda sua comunicação”. Segundo a empresa, a proposta da campanha Casais, que estreou na TV aberta no dia 24 de maio, é abordar, com respeito e sensibilidade, “a ressonância atual sobre as mais diferentes formas de amor – independentemente de idade, raça, gênero ou orientação sexual – representadas pelo prazer em presentear a pessoa amada no Dia dos Namorados”. A empresa diz ainda que “valoriza a tolerância e respeita a diversidade de escolhas e pontos de vista”.


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ESPORTES

Diário Popular

Sexta-feira, 5 de junho de 2015

CLÁSSICO

Atlético sobe para 3º no Brasileirão Cristiano Estrela/Diário Catarinense

BH - Com grande atuação, o Atlético goleou o Avaí por 4 a 1, na noite de quarta-feira, no Estádio da Ressacada, em Florianópolis. Os gols do Galo foram de Carlos (2), Lucas Pratto e Antônio Carlos (contra). Com o resultado positivo na capital catarinense, o primeiro fora de casa na competição, o Alvinegro subiu para o 3º lugar na tabela de classificação, com dez pontos. CRUZEIRO Após a vitória sobre o Flamengo por 1 a 0 no Campeonato Brasileiro, o time se reapresentou nesta quinta-feira, na Toca da Raposa II. O jogo contra o Atlético-MG acontece no sábado, às 18h30, no estádio Independência. A partida será válida pela sexta rodada da competição nacional e o time celeste defende a hegemonia de dois títulos seguidos na disputa, 2013 e 2014. MELHOR ATAQUE Com a goleada por 4 a 1

Galo e Cruzeiro terá público máximo

O Atlético goleou o Avaí por 4 a 1, na Ressacada, com gols de Carlos (2), Lucas Pratto e Antônio Carlos (contra)

sobre o Avaí, na noite desta quarta-feira, em Florianópolis, o Atlético se isolou na condição de melhor ataque do Campeonato Brasileiro, com 13 gols em cinco jogos. Os gols da equipe no Brasi-

leirão são divididos da seguinte forma: Jemerson, Carlos, Dátolo e Thiago Ribeiro marcaram duas vezes cada um. Lucas Pratto, Luan, Patric e Jô fizeram um gol cada, além de um gol contra (Antônio Carlos, do Avaí).

Até agora, o Galo goleou Fluminense e Avaí por 4 a 1, venceu o Vasco por 3 a 0, empatou por 2 a 2 com o Palmeiras, em São Paulo, e só não balançou a rede na derrota por 1 a 0 para o Atlético-PR, em Curitiba.

BH - O Independência deverá receber público máximo, neste sábado, às 18h30, para o clássico entre Atlético e Cruzeiro, válido pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. O último balanço da venda de ingressos, divulgado na noite dessa quarta-feira, registrou 13.081 bilhetes comercializados – todos eles comprados via internet. Entradas para os portões 5 e 7 já estão esgotadas. Nesta quinta-feira, feriado de Corpus Christi, o clube alvinegro iniciou venda física de ingressos, exclusiva aos sócios Galo na Veia Prata, na Sede de Lourdes. A comercialização segue até as 17h. Caso restem entradas, a venda para não sócios começará na sexta-feira, também em Lourdes (10 às 20h), Labareda (10 às 17h) e Bilheteria Pitangui do Independência (10 às 17h). Também nesta quinta-feira, o Cruzeiro iniciou a venda de ingressos da carga a que terá direito no Independência, cerca de 1.871 bilhetes. A venda, que segue no ginásio do Barro Preto até as 18h, é exclusiva para sócios do futebol. Cada associado pode comprar dois ingressos. No ato da compra, é necessário apresentar o cartão de sócio e a carteira de identidade. O clube definiu preço único de R$ 60 para as entradas, com meia-entrada para estudantes com documentação. (Superesportes).

ESCÂNDALO

Dono da Traffic grampeava Fifa BRASÍLIA - Uma nova revelação causa reviravolta no caso da investigação sobre corrupção na Fifa. O empresário brasileiro J. Hawilla, dono da Traffic - empresa de marketing esportivo - envolvido no escândalo em que mergulhou a Fifa, usava grampos telefônicos desde 2013, após um acordo feito por ele para contribuir com a Justiça americana nas investigações. As informações são do jornal norte-americano “Miami Herald”. De acordo com a reportagem, Hawilla gravou conversas com outros envolvidos em esquema de pagamento de propina e lavagem de dinheiro ligados a contratos de futebol. Na conversa, eles trataram da distribuição de propina - R$ 2 milhões anuais - relacionada aos direitos de transmissão da Copa do Brasil. De acordo com a reportagem, Marin sugere que Ricardo Teixeira - seu antecessor na CBF - deveria parar de receber, e que o dinheiro passasse a ser encaminhado para ele e a Marco Polo Del Nero, atual presidente da CBF.


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