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Construção Civil Caderno Especial do Jornal do Comércio | Porto Alegre, sexta-feira, 28 de agosto de 2015

FREDY VIEIRA/JC

IMÓVEL COMO

OPÇÃO DE

INVESTIMENTO

SINDUSCON-RS

Construindo o futuro desde 1949


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Caderno Especial do Jornal do Comércio

Construção Civil

Índice

Porto Alegre, sexta-feira, 28 de agosto de 2015

CONJUNTURA

Conjuntura

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Perspectivas 6

Desaceleração do País reflete nos índices de atividade e emprego ANTONIO PAZ/JC

Mercado 8 Inovação

10 a 12

Infraestrutura

13 a 16

Empresa 16 Crédito imobiliário

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Mão de obra

20 e 22

Sustentabilidade

24 a 28

Tendências

29 a 33

Perfis Sinduscon 34 Arquisul 35 Melnick Even

36

Cyrela Goldsztein

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Joal Teitelbaum

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Nex Group

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EXPEDIENTE Editor-Chefe: Pedro Maciel (maciel@jornaldocomercio.com.br) Editora Cadernos Especiais: Ana Fritsch (anafritsch@jornaldocomercio.com.br) Subeditora: Sandra Chelmicki (sandra@jornaldocomercio.com.br) Reportagem: Fernanda Crancio e Flavia Mu Projeto gráfico: Luis Felipe Corullón (luisfelipe@jornaldocomercio.com.br) Diagramação: Ingrid Müller, Juliano Bruni, Kimberly Winheski, Lilian Martins, Luis Gustavo van Ondheusden e Luis Felipe Corullón Editor de Fotografia: João Mattos Revisão: André Fuzer, Rafaela Milara e Thiago Nestor

Setor é responsável por 6,5% do Produto Interno Bruto brasileiro e por empregar cerca de 3 milhões de trabalhadores formais

O

cenário incerto da economia, com retração, alta de juros e da inflação e carga tributária pesada, afetou diretamente a capacidade financeira da construção civil. O setor encolheu 5,5% em relação a 2014 e mantém o ritmo desacelerado desde o início do ano. Com isso, tanto o nível de atividade quanto o número de empregos seguem em queda, e o índice de confiança do empresariado do segmento atingiu o pior patamar desde julho de 2010 (70,2 pontos), segundo a Sondagem da Construção, divulgada no final de julho pela Fundação Getulio Vargas (FGV). De acordo com o economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) Luiz Fernando Melo Mendes, a atividade do setor, um dos mais favorecidos pelo ciclo de crescimento que o País teve nos últimos anos, amarga queda desde 2013 e deverá continuar nesse ritmo. Ele destaca que o quadro foi agravado pelo fato de muitas empresas terem feito investimentos altos em máquinas e terrenos no final do ano passado,

com expectativa de que a economia melhorasse e de que haveria novos incentivos em programas do governo, como o Minha Casa Minha Vida, o que acabou não acontecendo. “Não houve recuperação, nem sinal disso, e a indústria enfrenta sua pior fase, com 5,5% de queda em relação ao ano passado e possibilidade de recuperação só após 2016. E com essa crise ganham destaque as dificuldades financeiras do setor, o aumento nas taxas de juros e da carga tributária”, comenta. Responsável por 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, 28% do PIB industrial e por empregar cerca de 3 milhões de trabalhadores formais, a indústria da construção é responsável por 52% dos investimentos fixos que o Brasil realiza. E a redução de sua atividade traz reflexos imediatos ao mercado de trabalho. “A perda de emprego chegou a quase 500 mil postos neste ano. Para um setor como esse, a extinção de mão de obra traz um efeito muito assustador”, aponta o economista. Para Mendes, observar o que ocorre

com o segmento é determinante também para avaliar a atual situação brasileira. “O mercado nacional tem 220 mil empresas formais, mas estima-se que metade delas não continua ativa. Toda vez que a indústria da construção desaquece, na prática, dificulta a capacidade do País voltar a crescer, e crescimento é determinante para melhorar a receita e os mecanismos fiscais”, enfatiza o representante da Cbic. O uso da capacidade de operação da indústria ficou em 61% no primeiro semestre de 2015, confirmando que a atividade segue desaquecida e que o cenário negativo persiste, com 40% do parque industrial ocioso, segundo a Sondagem da Indústria da Construção do mês de junho, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Cbic. Já os indicadores do nível de atividade e número de empregados no segmento ficaram em 37,5 pontos e 35,9 pontos. O índice varia de 0 a 100 pontos e pontuação abaixo de 50 indica queda da atividade e do emprego em comparação ao mês anterior.


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Construção Civil

Forte recuo na confiança do empresariado não surpreende A falta de expectativas de que o setor da construção conseguirá superar o quadro latente de retração fez com que a confiança do empresariado do segmento atingisse o pior patamar desde julho de 2010. De acordo com o Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas (FGV), o indicador de confiança recuou 4,7% entre junho e julho, alcançando 70,2 pontos, o menor nível da série, iniciada em julho de 2010. No acumulado do ano, o ICST registrou ainda queda de 26,5%. Na avaliação da coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE, Ana Maria Castelo, os resultados estão adequados ao momento. “A queda do indicador de confiança não surpreende, na medida em que não ocorreram fatos capazes de alterar o quadro de declínio da atividade no setor observado desde o ano passado. A percepção dominante é

de que a retração na atividade ainda deve prosseguir”, explica. Entre os quesitos avaliados que mais pesaram para os resultados de julho está o grau de satisfação das empresas com a situação atual dos negócios, que declinou 3,7% em relação ao mês anterior, atingindo 56,6 pontos. A pesquisa ouviu 663 empresas entre os dias 1 e 23 de julho. A falta de confiança se estende a toda a cadeia da construção e reflete negativamente na indústria de materiais de construção, que registrou queda de 9,1% nas vendas neste ano, apesar de ter crescido 5,8% em julho na comparação com junho, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). Pesaram para que o mercado continuasse desaquecido a redução das reformas, em função do aumento do desemprego, a queda na renda das famílias e o adiamen-

to de investimentos devido à desaceleração da economia. “A queda nas vendas reflete a redução na renda das famílias e no emprego, bem como as incertezas sobre a economia. As vendas de materiais de acabamento apresentam redução maior de que de materiais de base, indicando o final de um ciclo da construção imobiliária iniciado em 2012/2013”, analisa o presidente da Abramat, Walter Cover. O faturamento deflacionado da indústria de materiais de construção acumulado no primeiro semestre de 2015 registrou queda de 7,0% em relação ao mesmo período de 2014. A previsão do setor é encerrar o ano com retração de 2,0% em relação a 2014. A Abramat estima que o segundo semestre de 2015 deva ser melhor, mas não a ponto de dar fôlego às vendas do setor, que deverá fechar o ano com redução de 7% na comparação com 2014.

3 CLAITON DORNELLES/JC

Venda de materiais de construção caiu, mas segundo semestre deve ser melhor


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CONJUNTURA

Retração extingue postos de trabalho no Estado A cadeia da construção gaúcha sente na pele os efeitos da diminuição de ritmo do mercado e, desde o final de 2014, registra crescimento negativo. No primeiro trimestre de 2015, a retração foi de 3,9% em relação ao mesmo período de 2014, segundo o Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS). O setor fechou o ano passado com queda de 4,65%, e os índices apresentados nos primeiros meses de 2015 indicam que a situação tende a piorar. De janeiro a junho, 5.577 vagas de trabalho foram extintas no Estado, sendo 1.754 postos fechados na Capital, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. Ao todo, nos últimos 12 meses, segundo levantamento do Sinduscon-RS, 12.884 postos de trabalho

deixaram de existir em solo gaúcho, cerca de 8,29% do total da mão de obra do setor. A menor oferta de postos de trabalho, segundo o presidente do Sinduscon-RS, Ricardo Sessegolo, comprova que, apesar da construção civil ser um dos raros segmentos da atividade industrial que ainda sobrevivem no Estado, especialmente em Porto Alegre, vem sendo fortemente abalado pelas dificuldades de mercado. “A construção civil é a principal indústria nas cidades gaúchas e grande geradora de empregos, movimentando fornecedores e uma cadeia produtiva muito grande. A crise pega o setor em cheio no Estado”, avalia. Na opinião do economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) Luiz Fernando Melo Mendes, para que um novo ciclo da construção se inicie, e seja

sustentável economicamente, investimentos em produtividade deverão ser feitos. “O desafio do setor será iniciar o novo ciclo com um novo patamar de produtividade, pois os salários vinham crescendo mais do que a produtividade e isso passou a inviabilizar projetos. As empresas terão de trabalhar daqui para frente com materiais mais eficientes também”, destaca. De fato, evitar desperdícios e reduzir despesas nas obras terá reflexo direto no valor final dos empreendimentos e pode ser uma alternativa para melhorar a movimentação nas vendas. Além disso, segundo Mendes, buscar sistemas construtivos mais eficazes e de baixo custo ajudará a gerar mais desenvolvimento no setor, fundamental para o processo de retomada do crescimento da construção civil e do País.

CBIC/DIVULGAÇÃO/JC

Mendes, da Cbic, diz que deverão ser feitos investimentos em produtividade


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Construção Civil

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Mercado imobiliário também sofre desaceleração Diante dos números negativos registrados pelo setor da construção civil, e por consequência deles, o mercado imobiliário também sofreu desaceleração e, na Capital, os números de lançamentos e vendas entre janeiro e maio de 2015 ficaram, respectivamente, 57,2% e 25,99% abaixo do apresentado no mesmo período de 2014. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Ricardo Sessegolo, o maior obstáculo a ser vencido pelo segmento para conseguir avançar e recuperar mercado é a baixa confiança por parte dos consumidores. O dirigente pondera que o setor passou a atuar de forma mais racional em função da crise, pesquisando e apostando cada vez mais em nichos específicos, o que, segundo ele, tem se mostrado uma decisão correta e de acordo com a demanda. “O brasileiro troca de casa a cada oito anos, então, há demanda, e o grande termômetro disso são as corretoras de imóveis, que andam ávidas por lançamentos. No entanto, nosso mercado imobiliário está sendo penalizado pelos óbvios efeitos da crise econômica nacional, que gera insegurança, e por conta da queda na oferta de empregos, inflação em alta e absurda elevação

dos juros”, complementa Sessegolo. Para o economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) Luiz Fernando Melo Mendes, a insegurança do consumidor diante do mercado imobiliário é totalmente compreensível diante das peculiaridades econômicas, já que assumir uma prestação longa, em momento de renda instável, é uma decisão difícil e complicada. “O produto que o setor vende tem a ver com comprometimento de renda. Se há insegurança quanto ao emprego e a inflação, essa compra acaba consumindo a renda e aumentando a perda da capacidade de compra. Não é apenas uma questão de preço, mas sim de incapacidade de sabermos o que vai acontecer”, explica. O economista revela ainda que a divulgação da Sondagem da Indústria da Construção mais recente, referente ao mês de junho, apontou que os estoques de imóveis estão elevados em todas as localidades pesquisadas, como consequência da queda nos lançamentos e nas vendas de empreendimentos, além das limitações notadas na oferta de crédito. Ele acredita, no entanto, que o ajuste dos estoques vai acontecer gradativamente, de acordo com a adequação do setor ao ritmo do mercado.

ANTONIO PAZ/JC

Lançamentos e vendas de imóveis de janeiro até maio ficaram abaixo do mesmo período de 2014


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PERSPECTIVAS

Possibilidade de recuperação a longo prazo A falta de confiança dos consumidores na construção civil, aliada à perda de ritmo da economia e do poder de compra e crédito das famílias, favoreceu a retração do setor no primeiro semestre do ano e fez o mercado gaúcho operar sem perspectivas de melhoras a curto prazo. No entanto, os empresários do setor imprimiram o ritmo possível aos negócios e, mesmo tendo de avaliar as estratégias para condução de obras e lançamentos, não deixaram de trabalhar focados na possibilidade de recuperação para 2016. No Escritório de Engenharia Joal Teitelbaum, a entrada no ramo de obras corporativas e de construção de áreas comuns planejadas deu um fôlego maior para a empresa, que toca quatro novos projetos, além dos já tradicionais residenciais de alto padrão. Segundo o diretor, Claudio Teitelbaum, as expectativas são de que o próximo ano, em termos de resultados, seja semelhante

a 2015, no qual a construtora seguiu investindo, apesar do momento delicado da economia. “Independentemente da situação do mercado, a comercialização dos nossos produtos acontece. Pode até demorar mais, mas acontece”, avalia. Gestor comercial e de novos negócios da Maiojama, Rodrigo Rimolo Salomão mantém uma postura otimista em relação ao ano que vem. “Este ano está sendo difícil, mas esperamos que o restante do segundo semestre e que 2016 sejam melhores.” Para o diretor-presidente da Arquisul Construtora e Incorporadora, Paulo Roberto Silveira, 2015 é um ano de ajuste para empresa, que pretende lançar em 2016 os produtos que tem “em prateleira”. A construtora não deixou de vender, está com empreendimentos a entregar até dezembro, mas estima que o próximo ano seja de retomada de crescimento. Pedro Silber, diretor-presiden-

te da Construtora Tedesco, especializada no mercado industrial e corporativo, explica a decisão de diversificar o portfólio, direcionando foco também para o setor de logística de São Paulo, através da parceria com a Hochtief do Brasil. A estratégia permitiu que a empresa estivesse melhor preparada para enfrentar o momento da economia. "Sentimos o baque da retração da nossa atividade no Rio Grande do Sul, ainda mais levando-se em conta o componente regional, que impacta toda a cadeia”, comenta. Para 2016, Silber vislumbra incertezas e acredita que a crise política irá conduzir o ritmo da economia nos próximos meses. “A falta de confiança no mercado depende do que acontece na economia e na política. Não vejo indicadores de que vai acontecer mudança significativa para termos um novo horizonte e expectativa de crescimento.”

MARCO QUINTANA/JC

Silber diz que crise política prejudica e não vê sinais de mudança para 2016

Trabalho para driblar as incertezas do mercado A fragilidade econômica, que domina o mercado brasileiro desde o início do ano e desponta como marca preponderante de 2015, dificulta qualquer possibilidade rápida de mudança de cenário. O desequilíbrio fiscal, o aumento da inflação e a queda de investimentos impactaram diretamente a construção civil. Para que o setor retome aos poucos o ritmo, empresários e analistas apontam o restabelecimento da confiança na economia como indispensável para que o Brasil volte a andar no ritmo do desenvolvimento, no qual a construção civil tem um papel fundamental. Economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Luiz Fernando Melo Mendes comenta que 2015 é visto como um ano de transição e que a própria cadeia da construção não crê na possibilidade de uma recuperação rápida, mas defende que o setor deve trabalhar acreditando que o cenário vai melhorar no próximo ano. “A construção é um segmento de futuro, que opera com prazos longos, e deve continuar defendendo seus interesses e trabalhando para mostrar a importância que o setor tem contra o quadro de instabilidade”, aponta. Ele destaca ainda que a atuação do segmento é preponderante para o desenvolvimento econômico do País e, por isso, precisa de incentivos governamentais para voltar a crescer e investir. “O setor será importante para trazer a economia para um nível melhor em 2016”, pondera. O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Ricardo Sessegolo, admite que é difícil vislumbrar um cenário melhor a curto prazo. No entanto, reconhece os esforços dos empresários gaúchos em ousar e apostar em nichos, driblando as incertezas. “A criatividade do empresariado tem sido fundamental para despertar o interesse do cliente. E quem apostou em nichos, na hora certa, conseguirá passar por 2015 sem grandes atropelos e planejar as ações para 2016”, afirma.


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MERCADO

Vendas, estoques e lançamentos em queda O quadro de incertezas política e econômica do País tem refletido diretamente no ritmo dos mercados da construção e imobiliário. Os ramos registram quedas nas vendas e nos estoques de imóveis e sofrem com a decisão de algumas incorporadoras de segurar lançamentos. Na Capital, o cenário é ainda mais nebuloso, com redução na oferta de novos empreendimentos em função das dificuldades burocráticas para aprovação de projetos com o Corpo de Bombeiros e a prefeitura. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Ricardo Sessegolo, muitos lançamentos ainda estão por acontecer, o que poderá movimentar o mercado. Mas o acúmulo de projetos a serem aprovados tem adiado essa expectativa. “Não conseguimos ter projetos liberados na velocidade que os empresários precisam. Com isso, perdemos oportunidades de lançar projetos na hora certa”, enfatiza. O dirigente estima que mais de 60 projetos aguardam liberação nos órgãos responsáveis. Ele destaca que a burocracia atrapalha muito o planejamento estratégico e o calendário de lançamento das obras. “Seguimos vendendo entre 300 e 400 apartamentos por

SINDUSCON RS/DIVULGAÇÃO/JC

Presidente do Sinduscon, Sessegolo revela que Porto Alegre tem o menor estoque de novos imóveis à venda já registrado

mês, mas Porto Alegre acumula o menor estoque de novos imóveis à venda já registrado”, revela. Em julho deste ano, havia 3.216 imóveis estocados na cidade, 20,67% a menos do que no mesmo mês do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, a média de estoque foi de 3.432 imóveis contra 4.270 em 2014.

Em termos de lançamentos, até junho, foram totalizados 979 empreendimentos e o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 2.394 unidades, 38,54% a menos do que no mesmo período do ano passado, segundo o Sinduscon-RS. Nos dois primeiros meses de 2015, por exemplo, não houve lançamentos, e o mês de maio registrou

o maior índice, 206 unidades, contra 163 em junho. Esses números refletem as estratégias adotadas por algumas construtoras, como a Arquisul, que preferiu imprimir ritmo acelerado na conclusão das obras e avaliar um melhor momento para seus lançamentos. Já incorporadoras como a Maiojama, Cyrela Gol-

dsztein e o Escritório de Engenharia Joal Teitelbaum decidiram não postergar lançamentos, apostando no ciclo longo da construção e no interesse dos clientes por produtos diferenciados. “A situação do País está difícil, mas temos trabalhado com projetos inovadores e a longo prazo. Apostamos em nichos e terrenos bem localizados para driblar o momento e seguimos com os lançamentos deste ano, para fazer o mercado aquecer”, comenta Fernando Goldsztein, diretor da Cyrela Goldsztein. Dados da Pesquisa do Mercado Imobiliário da Capital, elaborada pelo Sinduscon-RS, revelam que a taxa de velocidade de vendas de imóveis novos — relação das vendas sobre ofertas — foi de 7,71% em junho, menor do que o registrado em maio (8,17%), e maior do que junho do ano passado (6,45%). No total, foram negociadas 245 unidades em junho, queda de 4,30% na comparação com maio passado, quando foram vendidas 256 unidades, e retração de 3,92% na comparação com junho de 2014, quando foram comercializadas 255 unidades. A pesquisa apontou ainda que 48,35% dos negócios realizados em junho foram com imóveis na planta, 44,49% em obras e 6,53% já concluídos.

Boa infraestrutura e novos projetos favorecem mercado de Canoas Mesmo diante dos efeitos da crise econômica nacional, o mercado imobiliário de Canoas apresentou comportamento diferente desde o início do ano, mantendo estabilidade nos primeiros cinco meses e registrando queda de desempenho apenas a partir de junho. Segundo o diretor da Lottici Incorporação e Construção, Alencar Lottici, o mercado da cidade teve de se adaptar aos ajustes fiscais e registrou queda nas vendas de imóveis por conta das restrições ao crédito imobiliário, do aumento das taxas de juros e das novas regras do Programa Minha Casa Minha Vida, embora em um ritmo mais lento do que nos demais mercados. Lottici, que também é diretor da regional Canoas do Sinduscon-RS, destaca que os efeitos da instabilidade econômica fizeram com que o número de unidades vendidas e a velocidade de vendas diminuíssem, porém, sem paralisar o mercado. Prova disso é que, até o final de junho, a oferta de imóveis na cidade chegou a aproximadamente 5 mil unidades, sendo comercializadas em torno de 2,9 mil. Em 2014, foram cerca de 8 mil unidades ofertadas e 6 mil vendidas.

“Aqui as coisas são um pouco diferentes do que em Porto Alegre, também porque houve revisão do Plano Diretor, facilitando obras, e mais procura por imóveis nas áreas que ligam Canoas ao Centro da Capital. Sem contar que a tramitação legal junto à prefeitura também é mais rápida, dura cerca de 60 dias para aprovação e licenciamento da obra”, comenta. Canoas também tem terrenos com custo de metro quadrado menor do que Porto Alegre, o que permite lançamento de vários empreendimentos com valores mais acessíveis, até mesmo os de alto padrão. Em 2014, 21 foram lançados na cidade, e neste ano, até junho, foram registrados oito lançamentos, segundo o Sinduscon local. Somam-se a isso a boa infraestrutura de hospitais, escolas, supermercados e shopping centers, que tem valorizado a região e colaborado para o acréscimo de 8,5% no número de unidades vendidas até maio, na comparação com 2014. “Estamos importando muitos compradores da Capital, atraídos pelos preços mais baixos, fácil deslocamento e boa infraestrutura”, completa Lottici.

LOTTICI/DIVULGAÇÃO/JC

Até o final de junho, cerca de 5 mil imóveis foram ofertados na cidade da Região Metropolitana


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INOVAÇÃO

Alternativa para superar a crise Inovar é o caminho para enfrentar a instabilidade econômica. Na construção civil, um jeito diferente de construir, o uso de materiais novos e alternativos e até mesmo uma gestão mais inteligente de obra podem fazer a diferença em qualidade, custos e tempo de entrega. Para Melvis Barrios Junior, engenheiro civil e presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (Crea-RS), os profissionais da área trazem a criatividade como característica. “Percebo que os mercados europeu, asiático e norte-americana, líderes em tecnologia de engenharia, têm engenheiros trabalhando em pesquisa e buscando novas soluções. Ainda importamos conhecimento. Se quisermos chegar lá, será es-

sencial investir em pesquisa”, comenta. De acordo com o dirigente, o Brasil é destaque em áreas da engenharia que tiveram incentivos para seu desenvolvimento. “Somos referência em tecnologia para a indústria petrolífera. A Embraer posicionou bem o País na área da aviação, e a parceria com a Suécia para desenvolvimento de aviões de caça deve contribuir ainda mais para isso. Essas são atividades pontuais em que exercemos liderança. De resto, temos engenheiros produzindo na ponta e comprando tecnologia”, explica. “Precisaríamos ter mais engenheiros trabalhando com desenvolvimento das pesquisas para ter tecnologia própria. Nos últimos 50 anos, nenhum governo teve essa preocupação”, pontua.

CREA-RS/DIVULGAÇÃO/JC

Barrios Junior diz que o Brasil ainda importa conhecimento e ressalta a importância de investir em pesquisa

Revolução em processo de solda reduz gastos e duração do serviço O setor da construção civil pode se beneficiar de um projeto que busca a redução de gastos, de tempo e de defeitos de soldagem e que envolve questões de infraestrutura que impactam toda a cadeia. Em 2007, alunos de graduação e pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) deram início a estudos que contribuíram com a evolução dos processos de soldagem, gargalo das linhas produtivas da indústria petrolífera. A dedicação resultou na Masf 1500 – Máquina de Soldagem por Fricção 1500, equipamento que tem a capacidade de soldar por fricção tubos rígidos metálicos de até 16 polegadas de diâmetro. A máquina desenvolvida apresenta um grande potencial de outras aplicações, pois pode ser utilizada também em adutoras de rede de abastecimento de água, além da indústria de petróleo e gás. Trata-se de uma parceria do Laboratório de Metalurgia Física da Ufrgs, Petrobras e Agência Nacional do Petróleo (ANP). O transporte dutoviário, quando comparado aos modais rodoviário e ferroviário, revela-se mais econômico para grandes volumes de produto, como petróleo e derivados, gás natural e álcool (etanol). No entanto, é necessário um sistema de tubos ou

UFRGS/DIVULGAÇÃO/JC

Pesquisadores da Ufrgs com a Masf 1500, que solda, por fricção, tubos metálicos de até 16 polegadas de diâmetro

cilindros que formam uma linha que movimenta produtos de um ponto a outro. “Por apresentar características como alto nível de segurança, transportabilidade constante, baixo custo operacional, as dutovias possibilitam levar minério, cimento e cereais, além de petróleo e gás natural”, comenta Mariane Chludzinski, doutora em engenharia e pesqui-

sadora de Lamef. Em nível nacional, grande parte da distribuição e transporte de óleo e gás, produzidos pela Petrobras, é transportada através da malha de dutos metálicos. A malha é extensa e sua composição é efetuada por meio da união de diversas secções de tubos a partir de processos convencionais de soldagem. “Em

todo esse processo há necessidade de envolvimento de diversos profissionais qualificados, para realizar essa operação de maneira segura e eficaz, fazendo com que o tempo despendido seja elevado, além das questões financeiras que são diretamente relacionadas”, explica Mariane. De acordo com a pesquisadora, para que a soldagem dos

tubos metálicos ocorra por fricção, um anel é colocado entre as extremidades dos tubos a serem unidos e somente esta peça é rotacionada. “O atrito gerado neste processo produz o calor necessário para plastificar os materiais e produzir a união deles. Uma força também é aplicada nos tubos fazendo com que esse material plastificado se direcione para as superfícies interna e externa do tubo. Este processo será uma alternativa mais vantajosa às técnicas de soldagem convencionais", diz. A soldagem convencional apresenta um tempo de procedimento, em geral, superior a 180 minutos. Já no processo por fricção realizado pela Masf 1500, o tempo total para o procedimento é inferior a 5 minutos. Essa redução promove efetivamente uma diminuição de aproximadamente 95% no tempo da soldagem”, evidencia. Por ser um processo automatizado, os riscos aos operadores serão reduzidos, tornando-o também menos dependente de intervenção humana. A implantação desse novo conceito de soldagem de tubos trará um grande impacto na indústria devido às expressivas vantagens e ao grande potencial de aplicação. “Já depositamos um pedido de patente internacional”, comenta.


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INOVAÇÃO

Diferencial de venda CBIC/DIVULGAÇÃO/JC

Martins afirma que as preferências identificadas na pesquisa contribuem para o aprimoramento das ações do mercado

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inovação é, ainda, um diferencial para a venda. Uma pesquisa realizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), em 2014, denominada “A inovação na construção civil no Brasil sob a ótica do consumidor”, demonstra que uma parcela considerável dos entrevistados está disposta a pagar mais por itens de tecnologia incorporados ao imóvel a eles oferecido. No levantamento, boa parte dos entrevistados – divididos em cinco faixas de renda – se mostrou interessada em desembolsar até 10% a mais pelo imóvel com tecnologia, o que significa que, quanto mais investir em inovação, maior o retorno do empresário, independentemente do porte de sua construtora. “As preferências

identificadas na pesquisa são condicionantes da demanda de todos os estratos de renda, em todas as regiões do País, contribuindo para o aprimoramento das ações de mercado e também da política habitacional como um todo, o que envolve projetos de moradia social”, comenta José Carlos Martins, presidente da Cbic. O custo alto de construir obriga as construtoras a evitar desperdícios, fato que ajuda a reduzir o preço final do imóvel e a dinamizar o processo de vendas. A redução de custos pode ocorrer a partir da adoção de medidas como conhecer novos modelos virtuais de edificação, promoção de recursos para dispositivos móveis, implementação de aplicativos de gestão de obras nos canteiros — conectando-os aos sistemas de gestão —, controle de resíduos

e entulhos, adoção da tecnologia verde e oferta de suporte após a conclusão da obra. De acordo com a Cbic, as empresas do setor já estão investindo em tecnologias móveis, criando um canal que tem como objetivo principal obter a maior qualidade e agilidade no processo. Isso permite planejar e monitorar os gerenciamentos dos canteiros de obras, por meio do registro e acesso das informações a qualquer hora e em qualquer lugar. Outro ponto positivo é a reutilização de matérias descartáveis, promovendo serviços com sustentabilidade ambiental que ajudam a reduzir a produção dos resíduos da construção civil, ao mesmo tempo que vinculam a imagem dos empreendimentos à preservação do meio ambiente e à responsabilidade social.

Melhor desempenho na gestão da obra Multidisciplinaridade está entre uma das mais importantes características do profissional que atua na área de Engenharia Civil. A gestão de uma obra envolve, além da parte técnica, a gestão de pessoas e fornecedores, do fluxo de caixa de acordo com o cronograma e tantos outros aspectos. Dentre os inúmeros segmentos de atuação, o engenheiro pode ser responsável pelo projeto, execução ou manutenção. “Na sua atividade de gestão, ele deve garantir a compatibilização dos projetos diversos, tais como arquitetônico, projeto de instalações elétrica, sanitária e de redes lógicas, projeto da estrutura e de fundações, atendendo a um número de especificações e normas infindáveis”, comenta Maria Regina Leggerini, coordenadora do Departamento de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs). É neste contexto que o curso de Especialização em Produção Civil da Pucrs aparece como inovação, trabalhando a questão das técnicas gerenciais em parceria com a Engenharia de Produção, Administração, Contabilidade e Economia. “Afinal, o grande desafio da Engenharia Civil, neste momento, é a otimização do custo, proporcionando um desempenho adequado, e, ainda, reduzir os prazos de

execução”, justifica. Para Maria Regina, a abordagem da Engenharia de Produção, que historicamente teve aplicação inicial em outros setores industriais, como Engenharia Mecânica e de Manufaturas, ao ser aplicada na construção civil, contribui para o desenvolvimento do setor. “É uma busca pelo aprimoramento do processo construtivo, com a atualização e modernização das técnicas de planejamento e controle a ele aplicado e com o desenvolvimento de tecnologias construtivas cada vez mais avançadas”, diz. Segundo ela, houve um crescimento de novas técnicas construtivas nos últimos anos, como a compatibilização e racionalização de projetos, a construção a seco, a alvenaria estrutural (armada e não armada), a pré-fabricação e os materiais de alto desempenho (concretos, argamassas, materiais de recuperação, entre outros). “E o curso mantém total sintonia com os tempos atuais, disponibilizando ao participante uma formação gerencial, desenvolvendo aptidões que formam um profissional empreendedor, criativo e apto a lidar com as mudanças e a globalização do mundo contemporâneo, onde a capacidade de tomar decisões são fatores fundamentais”, avalia.


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INOVAÇÃO

Tinta é feita a partir do isopor O consumo aumenta e o descarte de lixo também. Buscar novos usos para resíduos sólidos está entre os pilares da inovação na área da construção civil. Pensando nisso, Gabriela Schneider e Paula Schwade, alunas do curso de Engenharia Química da Unisinos, desenvolveram uma tinta a partir do isopor, produto de difícil reciclagem. De acordo com Gabriela, o acúmulo de resíduos sólidos é um problema recorrente no Brasil e no mundo e, dentre os materiais que compõem estes resíduos, grande parte são polímeros. “Como os polímeros têm ampla aplicabilidade no desenvolvimento de produtos, visou-se aproveitar este potencial através da transformação de um polímero residual em um material completamente novo e que não tornasse a ser descartado no curto prazo”, explica. O isopor é resistente a impacto e variações de temperatura e, por isso, amplamente utilizado para transporte de mercadorias e na construção civil. “Ao mesmo tempo, é um material muito volumoso. Ao ser descartado, nem sempre é reciclado e acaba ocupando muito espaço em aterros sanitários. Quando não chega ao aterro, o isopor contribui para a poluição urbana. Ele prejudica a penetração de água no solo e acaba quebrado em pequenos pedaços que sufocam ou confundem os animais marinhos”, detalha. O projeto integra as pesquisas da área de Engenharia de Materiais, realizada em parceria com a Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hambur-

RAFAEL CASAGRANDE/DIVULGAÇÃO/JC

go, com apoio de órgãos de fomento, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Além de converter um volume grande de isopor em um filme fino de tinta, as estudantes trocaram também os solventes comuns na indústria por um solvente natural extraído da casca de frutas cítricas, que é biodegradável e não agride o meio ambiente e a saúde humana. O viés sustentável sempre foi o principal aspecto da pesquisa. “Foi um dos motivos para que se reaproveitasse o d-limoneno, solvente natural extraído das cascas de frutas cítricas, que utiliza os restos das laranjas do preparo do suco do Restaurante Universitário”, comenta Paula. “A pesquisa trouxe diversos conhecimentos, em áreas de polímeros, tintas, ciência dos materiais, análises físicas e químicas. Posso afirmar que mesmo uma ideia que se mostre pouco provável ou até mesmo de difícil execução, pode gerar bons frutos quando trabalhada com esforço e dedicação”, reconhece. O mercado de tintas no Brasil é extremamente competitivo e exige alta qualidade para que o produto permaneça no setor. Por isso, a dupla realiza testes constantes para aprimorar a composição da tinta. “O processo de patente ainda está sendo discutido, mas é um importante passo para a pesquisa. Nossa meta é determinar a composição final da tinta para que seja possível sua imersão no mercado”, revela.

Gabriela Schneider, da Unisinos, diz que o viés sustentável foi privilegiado na pesquisa do produto

Resíduos de carvão são utilizados para produzir argamassa leve Pesquisadores da Feevale investem em estudos para desenvolvimento de argamassas leves — aquelas que substituem parcialmente a areia na construção civil — a partir de resíduos do carvão vegetal. Em sua produção, além da emissão de gases e geração de líquidos, o carvão também gera um resíduo sólido que, muitas vezes, é depositado na propriedade em que é produzido, trazendo riscos de contaminação do solo e do lençol freático. A pesquisa de Fernando Volpatto Ramos, estudante de mestrado no Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais da Universidade Feevale, foi motivada pelo projeto capitaneado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pelo Grupo de Pesquisa sobre a Cadeia Produtiva do Carvão Vegetal com coordenação de Ângela Beatrice Dewes Mou-

FEEVALE/DIVULGAÇÃO/JC

Luana Brandão, Alexandre Vargas, Angela Moura, Jairo Kwiatkowski, Mariana Ferreira e Rudieri Barcelos, da Feevale

ra. “Quando lançado o desafio, nos perguntamos se esse resíduo (RCV) pode ser utilizado como agregado para produção de arga-

massas leves a partir da substituição da areia pelo resíduo?”, conta Alexandre de Vargas, professor e orientador da pesquisa que tem,

ainda, a participação dos alunos de iniciação científica, Mariana Ferreira; Luana Brandão, Fernando Caiel e Manuela Duarte, e os

técnicos do Laboratório de Construção, Jairo Kwiatkowski e Alisson Fontoura. Os estudos mostram que o RCV pode contribuir para a fabricação de argamassas e concretos com menor massa específica do que as argamassas e concretos convencionais. “O resíduo pode ser utilizado para a fabricação de componentes não estruturais na construção civil, como blocos de vedação, divisórias, forros. Ostestes comprovaram, ainda, que o RCV, que tem propriedade combustível, não apresentou sinal de ignição e nem a liberação de partículas inflamáveis nos ensaios realizados. Portanto, neste primeiro trabalho com o RCV, observa-se a possibilidade de sua utilizado como agregado leve para a construção civil. Novas pesquisas são necessárias para avaliar outras propriedades de argamassas e concretos com este resíduo”, lembra.


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Construção Civil

INFRAESTRUTURA

Redução nas obras afeta construção pesada O setor da construção pesada, responsável por tocar as principais obras de infraestrutura no Estado, enfrenta uma das piores situações em termos da diminuição da capacidade de investimento público em estradas. Segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em geral no Estado do Rio Grande do Sul (Sicepot), há um déficit anual de R$ 500 milhões para ações em rodovias federais e estaduais. De acordo com o presidente da entidade, Nelson Sperb Neto, os principais clientes das empresas do ramo no Estado são a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), que sofrem com cortes orçamentários que refletem diretamente nas obras pesadas. “Existe um volume muito grande de reparos a serem feitos e quase R$ 1 bilhão a menos de recursos do que a necessidade em conservação de estradas”, relata. Diante dessa situação, muitas empresas enfrentam dificuldades financeiras, tendo, inclusive, processos de recuperação judicial. A

SMT/DIVULGAÇÃO/JC

Reparações em rodovias federais e estaduais têm déficit anual de R$ 500 milhões, calcula Sicepot

crise afetou diretamente o emprego e hoje, dos 15 mil trabalhadores que atuavam no mercado, restam apenas 8 mil. “É a pior situação que as nossas empresas já enfrentaram e, de janeiro a maio, registramos demissões de 4,5 mil pessoas”, revela o presidente. O horizonte do setor para o restante do

ano e 2016 ainda é ruim, mas o Sicepot espera que o Daer consiga, pelo menos, manter o financiamento das obras do Contrato de Restauração e Manutenção de Rodovias (Crema), algumas já licitadas. Empresas como a Fundasolos, que atua no ramo de sondagens geotécnicas e de fundações pro-

fundas, sentiriam diretamente a falta de investimentos. Segundo o sócio diretor e responsável técnico do grupo, o engenheiro Newton Quites, houve no setor uma redução da demanda na ordem de 30% neste primeiro semestre e as perspectivas para os próximos meses são de manter o mesmo nível de atividade. “Diante desse contexto, 2016 coloca-se como uma grande incógnita. Não vislumbramos possibilidades de alteração nos níveis de procura por nossos serviços, em função do baixo crescimento do PIB e dificuldades orçamentárias dos governos, que inviabilizam novos investimentos em obras públicas”, aponta Quites. A saída adotada pela empresa diante desse panorama tem sido maximizar o uso dos equipamentos e parque de máquinas, racionalizando custos operacionais e aumentando a produtividade e competitividade. Para isso, a Fundasolos busca diversificar sua atuação nos mais diversos nichos e aposta no contato direto com os clientes. “Vale muito, nessa hora, a tradição e credibilidade conquistadas pela Fundasolos ao longo de 38 anos de atuação, com um portfólio de mais de 8 mil obras”, destaca.


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INFRAESTRUTURA

Rio Grande do Sul e Capital têm projetos de mobilidade Na Capital, sete obras de mobilidade urbana estão em execução, oriundas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa, que englobava 14 projetos com investimento de R$ 88 milhões, agora incluídos no PAC Mobilidade Urbana. Dentre elas a duplicação da Avenida Tronco é executada em quatro frentes: avenida Gastão Mazeron, já com pavimentação concluída e sinalização em implantação; avenida Teresópolis, com pavimentação concluída e passeio público em execução; avenida Moab Caldas, concluída; e avenida Cruzeiro do Sul, em obras. Na Terceira Perimetral, estão em obras trechos do viaduto da avenida Bento Gonçalves, da avenida Cristóvão Colombo, da avenida Anita Garibaldi e da avenida

Ceará, faltando iniciar o trecho da avenida Plínio Brasil Milano, que depende da retomada de áreas ocupadas do município. Obras referentes aos corredores de ônibus BRT (Bus Rapid Transit) também avançam nas avenidas João Pessoa, Protásio Alves — entre a rua Jaime Telles e a avenida Lucas de Oliveira — e Bento Gonçalves, no pavimento do corredor sob o viaduto São Jorge. A duplicação da rua Voluntários da Pátria já foi concluída na pista Centro-bairro e o prolongamento da avenida Severo Dullius finalizado na rua Dona Alzira. “Quando todo esse conjunto de obras estiver pronto, teremos uma mudança total na mobilidade e melhorias no transporte coletivo”, destaca o secretário municipal de Gestão, Urbano Schmitt. ABRASCE/DIVULGAÇÃO/JC

Jardim destaca valorização imobiliária do entorno dos shopping centers

RICARDO GIUSTI/PMPA/JC

Investimento no corredor da avenida Bento Gonçalves sob o viaduto São Jorge é uma das melhorias em Porto Alegre

No Estado, seis obras de infraestrutura estão em andamento ou em início, quatro da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e duas do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). As da EGR são o viaduto na RSC-287, em Santa Cruz do Sul, conclusão para dezembro; o trevo de acesso a Novo Cabrais, na RSC-287, término para dezembro; o trevo de acesso a Boa Vis-

ta do Sul, na RSC-453, em licitação; e o trevo de acesso a Encantado, na ERS-129, também em licitação. A prioridade do Daer é retomar a duplicação da ERS-118, 22 quilômetros entre Sapucaia do Sul e Gravataí, e três lotes de obras da BR-116 à BR-290 (free way). Até o momento, 10,9 quilômetros já foram duplicados, e abertos 8,4 quilômetros de ruas laterais, investimento de R$ 69,9 milhões. Segundo o se-

cretário estadual dos Transportes e Mobilidade Pedro Westphalen, o Estado carece de investimentos, mas sofre com contingenciamento. “Somos o pior estado em estradas asfaltadas, só 10% delas o são. Também queremos melhorar as hidrovias e incrementar aeroportos regionais”, comenta. Outras 34 obras de acessos asfálticos estão contratadas com o Bndes e devem ter andamento neste ano.

Prédios multiuso se consolidam no mercado A onda de expansão dos shopping centers da Capital, com construção de torres comerciais e residenciais anexas, segue uma tendência do mercado nacional, que adota a estratégia como forma de investir no segmento com menos risco. Executados com ou sem permuta de terreno, os prédios mistos ou multiuso se consolidam como fundamentais para aumentar o fluxo de visitantes dos centros de compras e movimentar a economia. De acordo com o coordenador estadual da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Marco Aurélio Jardim, 32% dos shopping centers do País seguem essa linha. A entidade estima que os prédios multiuso venham a fazer parte de 65% dos estabelecimentos futuros. "Os novos shopping centers já nascem com perfil multiuso ou projeto de expansão pronto. Essa conveniência acaba sendo uma exigência do próprio público frequentador”, comenta. A acentuação dessa tendência, segundo ele, está diretamente ligada à comprovação de que as pessoas usam o shopping independentemente do ato de comprar, mas para

lazer, se exercitar na academia e até ir ao médico. Jardim aponta ainda a valorização imobiliária das áreas do entorno dos shoppings como outro fator favorável à construção de prédios corporativos e habitacionais na mesma área. “O terreno já é do empreendedor, e as novas construções irão gerar ainda mais renda e clientes. Se você constrói escritórios, melhora os gastos no almoço. Se tem um centro médico, melhora o tráfego durante a semana. Se tem academia, aumenta o público nas manhãs e à noite e, se tem um hotel junto ao shopping, fortalece o turismo local e o desempenho no período noturno”, explica. Ele lembra que um dos precursores dessa prática em Porto Alegre foi o Moinhos Shopping, construído anexo à torre do Hotel Sheraton. Atualmente, mesmo sem dados oficiais, é possível apontar pelo menos sete projetos de expansão de shopping centers com torres multiuso em projeto ou execução na Capital, envolvendo o BarraShoppingSul, o Praia de Belas, o Iguatemi e o Bourbon Wallig, além das plantas futuras do Cais Mauá, do empreen-

dimento do Estaleiro Só e do Complexo do Estádio Beira-Rio. Segundo a assessoria de imprensa do Praia de Belas Shopping, que tem sua expansão ligada a cinco novas torres no entorno das avenidas Praia de Belas, Ipiranga e Borges de Medeiros, as obras de prédios corporativos e residenciais tiveram impacto positivo na movimentação dos negócios. O lançamento do Praia de Belas Prime Office, inaugurado há cinco anos, deu início a esse processo e, desde que a torre com 16 andares comerciais passou a funcionar, houve incrementos na demanda e movimentação do shopping. Já no BarraShoppingSul, a incorporadora Multiplan finaliza os projetos de duas torres, uma residencial e outra corporativa, em fase de entrega e totalmente comercializadas. São 200 apartamentos prontos para morar e 290 salas comerciais, ao lado do shopping, com vista privilegiada do Lago Guaíba. Segundo a assessoria, já há projetos para construção de pelo menos mais duas torres para abrigar um centro médico e um hotel contíguos ao shopping.


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INFRAESTRUTURA

Torres multifuncionais valorizam região Em Porto Alegre, o primeiro prédio corporativo inaugurado junto a um shopping foi o Praia de Belas Prime Office, lançado em 2008 e concluído em 2010, com 186 conjuntos comerciais e 16 andares. Desde então, a Maiojama, responsável pelo empreendimento, investiu nesse nicho e desenvolveu projeto de outras quatro torres no entorno, valorizando a região do chamado “polo jurídico”, que engloba as cercanias das avenidas Praia de Belas, Ipiranga e Borges de Medeiros, onde estão localizados fóruns, escritórios de advocacia e as sedes do Ministério Público e da Justiça do Trabalho. Segundo o gestor comercial e de novos negócios da Maiojama, Rodrigo Rimolo Salomão, fatores como praticidade, valorização do tempo, conveniência, segurança e facilidade de acesso contam a favor desses projetos. “Comprovamos que prédios comerciais anexos aos shopping centers têm mais valia em termos de projeto do que torres imobiliárias situadas em outros lugares”, afirma. Nessa linha, a incorporadora também lançou, em 2010, o primeiro empreendimento multiuso

da Capital, o Trend City Center, na convergência das avenidas Borges de Medeiros e Ipiranga, que integra torres corporativa, comercial, residencial e espaço para mall boutique. A localização, segundo Salomão, é um dos grandes diferenciais da obra, que deverá ser entregue nos próximos dias. “É uma área com nova vocação para lazer, negócios, comércio, serviços e moradia, dentro de um estilo cosmopolita, e que recebeu muitas melhorias a partir da Copa. O sucesso do projeto foi tão grande que ele está totalmente comercializado”, revela. A torre Office tem 260 escritórios, a Corporate tem conjuntos com área de 10 mil metros quadrados, e a Residence possui 270 apartamentos studios e duplex. O outro empreendimento em finalização, e que fecha o conjunto das cinco torres do Praia de Belas, fica ao lado do estacionamento novo do shopping e é ligado a ele pela passarela externa, já em operação. Lançado em 2011, o Walk Offices Praia de Belas tem 320 salas compactas já comercializadas e também deverá ser entregue nos próximos dias.

MAIOJAMA/DIVULGAÇÃO/JC

Walk Offices tem passarela externa já em funcionamento, unindo a torre para escritórios ao shopping Praia de Belas

EMPRESA

Pioneira ainda figura no topo em fabricação de cal para construção Uma das empresas pioneiras no Estado na produção de cal para construção e calcário agrícola, a Dagoberto Barcellos está há 97 anos no mercado e se orgulha em transformar minerais em soluções práticas para obras, priorizando qualidade, desenvolvi-

mento e rendimento. Situada em Caçapava do Sul, junto às jazidas de calcário dolomítico (que possui maior concentração de óxido de cálcio e magnésio), localizadas na BR-392, detém 28% do mercado gaúcho e produz cerca DB/DIVULGAÇÃO/JC

Capacidade para produzir 120 mil toneladas de argamassas e 160 mil toneladas de cal por ano

de 1 milhão de toneladas de calcário por ano. Nos canteiros de obras, as argamassas e a cal DB se destacam pela produtividade, o que faz com que a empresa figure no topo da produção gaúcha de cal, na qual concentra 70% do mercado, uma produção que chega a 160 mil toneladas por ano. Largamente usada na construção civil, a cal produzida (hidráulica, hidratada e virgem) é imprescindível para a fabricação de argamassas para obras e indústrias e se destaca pela praticidade. “As argamassas DB são produtos inovadores para a construção civil, principalmente pela praticidade, é só adicionar água e usar. São feitas com areia seca selecionada, com mistura de cal e cimento, dosadas eletronicamente”, destaca Dalvi Melo Dias, diretor comercial-industrial da empresa. Atualmente, a DB tem capacidade para produzir 120 mil toneladas de argamassas industrializadas por ano. Com 1,3 mil colaboradores indiretos e 430 diretos, a DB também prioriza a inovação, tanto em seus processos internos quanto de produção, e se apropria da tecnologia disponível para atender às necessidades dos clientes. “Os produtos são lançados no mercado somente quando temos segurança que atenderão às obras

com durabilidade, como é o caso da cal, que é um produto milenar, já testado e aprovado”, comenta o gerente comercial Carlos Cavalheiro. Por depender do meio ambiente para sua produção, a empresa também foca na gestão ambiental, utilizando técnicas de mineração que contemplem a demanda e a recuperação das áreas mineradas. Desde janeiro, por exemplo, foi implantado o Sistema de Gestão Integrada, que determina alguns requisitos para equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição com as necessidades socioeconômicas. A empresa também possui certificação ISO 9001 e está aprimorando seu sistema de gestão, com a inclusão da ISO 14.001 e OHSAS 18.0001. Entre os principais mercados da DB estão cooperativas, produtores rurais, construtoras e lojas de material de construção do Estado, do Oeste e litoral catarinense e de países como Uruguai e Argentina. “Mantemos nosso compromisso com o mercado e com os clientes antigos fidelizados, que passam de geração para geração. Por isso, só trabalhamos valorizando a experiência do cliente, com produtos de alta qualidade e garantia de durabilidade”, conclui Melo Dias.


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CRÉDITO IMOBILIÁRIO

Restrição ao crédito afeta financiamentos Nos primeiros seis meses de 2015 os financiamentos imobiliários destinaram R$ 44,8 bilhões para aquisição e construção de cerca de 200 mil imóveis em todo o País, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). O montante representa 15,8% a menos do que o negociado no mesmo período do ano passado e resulta da insegurança do consumidor na economia e restrição de crédito das instituições financeiras, principalmente por conta da redução do volume de recursos depositado na poupança. Em junho, mês do último levantamento da Abecip, o total de financiamentos no Estado chegou a R$ 294,2 milhões para aquisição e construção de 1.749 unidades, contra R$ 608,8 milhões liberados no mesmo período de 2014, para 2.848 unidades. No acumulado do ano até junho, foram R$ 2,46 bilhões para 13.433 unidades financiadas, R$ 868 milhões a menos do que o negociado no ano passado, para aquisição e construção de 17.789 unidades. Pesaram nesse resultado as alterações nos empréstimos imobiliários para aquisição de usados pela Caixa Econômica Federal, que lidera 70% do mercado. As mudanças, que valem desde maio, além do aumento das taxas de juros, englobaram redução do limite máximo de financiamentode usados para 50% do valor dos imóveis até R$ 750 mil. Segundo o Sindicato da Habitação (Secovi-RS), as alterações já refletem nas vendas de usados, uma vez que a maio-

SECOVI/DIVULGAÇÃO/JC

Cabeda, do Secovi-RS, diz que vendas de imóveis usados caíram 10% em 2015

ria dos consumidores que buscam financiamentos não consegue cobrir a entrada. “A queda nas vendas de usados está em torno de 10% em relação ao ano passado. Imóveis na faixa dos R$ 700 mil estão praticamente paralisados no mercado. Se antes o comprador tinha dificuldade em dar 20% de entrada, imagina agora, para 50%?”, questiona o vice-presidente de Comercialização do Secovi-RS, Gilberto Cabeda.

Caixa já disponibilizou R$ 27,1 bi em financiamentos A Caixa Econômica Federal oportunizou R$ 27,1 bilhões em financiamentos imobiliários em todo o País no primeiro trimestre deste ano, R$ 500 mil a mais do que o negociado no ano passado. Dados dos contratos assinados no Estado ainda não foram divulgados. As modalidades oferecidas pelo banco são Carta de Crédito FGTS (até 360 meses, 90% do valor, juros de 4,59% a 8,16% para novos, usados, terreno e construção de imóveis entre R$ 115 mil e R$ 190 mil); Programa Minha Casa Minha Vida (até 90% do valor, terreno ou construção em até 360 meses, juros de 4,59% a 7,39%, imóveis entre R$ 115 mil e R$ 190 mil); Pró-Cotista (até 85% do valor, de até R$ 400 mil, em 360 meses, juros entre 7,85%

e 8,85% ao ano); Carta de crédito SBPE (420 meses, sem limite de renda); Sistema Financeiro de Habitação-SFH (residenciais novos, usados, terrenos e construção de imóveis até R$ 750 mil para alguns estados e até R$ 650 mil para o Rio Grande do Sul e demais estados, até 80% do valor para novos e até 50% para usados, com juros de 8,80% a 9,45% ao ano); Sistema Financeiro Imobiliário-SFI (imóveis comerciais e lote urbanizado de qualquer valor e residenciais novos, usados, terrenos e construção avaliados em mais de R$ 650 mil para o Rio Grande do Sul e alguns outros estados, com financiamento até 70% para novos e até 40% para usados, com juros de 10,20% até 11% ao ano).

A Caixa não comenta o impacto das alterações, mas destaca que o banco, assim como os outros, “sofreu com a redução da captação da poupança e da elevação da taxa Selic, o que levou ao realinhamento das taxas de juros e das cotas de financiamento”. Pesquisa do Secovi sobre ofertas de imóveis usados na Capital apontou 11.171 imóveis usados à venda em maio, 10,78% a mais do que o ofertado em 2014.

Mudanças aumentam competitividade dos bancos privados As novas regras adotadas pela Caixa aumentaram a procura por empréstimos para aquisição de imóveis usados em bancos privados e outras instituições. O Itaú, por exemplo, dispõe de financiamentos para imóveis comerciais, residenciais e consórcios em sistema de amortização constante (prestação diminui até o final do contrato), e mista (parcela maior nos primeiros meses e menor a partir do 37º mês), com uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para residenciais de até R$ 650 mil nas operações feitas no Estado. No ano passado, 645 financiamentos foram feitos no Rio Grande do Sul, 432 em Porto Alegre. Neste primeiro semestre, foram 333 operações, totalizando R$ 100 milhões. No Banco do Brasil, de 2014 até agora foram realizados no Estado 6.093 financiamentos, um total de R$ 812 milhões. O banco dispõe de quatro linhas, uma para o Minha Casa Minha Vida (imóveis entre R$ 90mil e R$ 180 mil, financiados 90% em 360 meses e juros de 4,5% a 7,1% ao ano) e outra Pró-cotistas (imóveis até R$ 400 mil, financiados 90% em 360 meses e juros de 9% ao ano). As demais linhas são pelo SFH (imóveis até R$ 650 mil, financiados 80%, em 420 meses, e juros de 10,79% ao ano) e pela Carteira Hipotecária (imóveis até R$ 10 milhões, financiados 80%, em 420 meses e juros de 10,79% ao ano). O Santander exige valor mínimo do imóvel de R$ 40 mil e de R$ 20 mil para o financiamento, com juros a partir de 10,1%, em até 35 anos. Podem ser financiados até 80% do valor, com renda de até duas pessoas e uso do FGTS para imóvel até R$ 750 mil (para alguns estados) e até R$ 650 mil para estados como o Rio Grande do Sul. No País, no mês de junho, foram ofertados em carteira de crédito R$ 24,23 bilhões, 35,4% a mais do que o ano passado.

FREDY VIEIRA/JC

Novas regras foram adotadas pela instituição financeira em maio, alterando regras dos empréstimos


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ANTONIO PAZ/JC

MÃO DE OBRA

Crise traz incertezas para o emprego Quando a construção civil em Porto Alegre e na Região Metropolitana cresceu em ritmo acelerado, de 2009 a 2013, as construtoras sofriam com a falta de mão de obra qualificada. Neste momento, o cenário parece inverso: os empresários preocupam-se em manter suas equipes, agora capacitadas e prontas para novos desafios. Se a crise econômica inviabiliza a continuidade de grandes obras de infraestruturas e reduz o acesso ao crédito para aquisição de imóveis em todo o País, em Porto Alegre, a dificuldade agravasse pelo processo de aprovação dos projetos em órgãos municipais, o que reduz os lançamentos imobiliários e início de novas obras. “É um segmento importante da economia. E, em algumas regiões, é a principal indústria geradora de emprego. Além disso, a entrega de uma unidade habitacional movimenta toda uma cadeia de profissionais, como arquitetos, lojas de móveis e acabamentos. A falta de

perspectivas de novas obras traz apreensão às construtoras e incertezas sobre a manutenção dos empregos”, enfatiza Ricardo Antunes Sessegolo, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS). De acordo com o dirigente, a construção civil emprega 150 mil trabalhadores em todo o Estado. As vagas de emprego concentram-se em Porto Alegre (40 mil postos) e na Região Metropolitana (70 mil). Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de janeiro a junho de 2015, foram extintos 134.490 postos de trabalho no País no setor da construção civil, uma retração de 4,39%. Em igual período, no Rio Grande do Sul, foram fechadas 5.577 vagas, um decréscimo de 3,77%. Nos últimos 12 meses (julho de 2014 a junho de 2015), o nível de emprego no setor

Agora, empresários preocupam-se em manter suas equipes capacitadas e prontas para novos desafios

registrou queda de 10,10% no País (resultando em um acumulado de 329.288 vagas extintas), e no Estado houve decréscimo de 8,29%, com redução de 12.884 vagas no período. Os dados do Sinduscon-RS apontam, ainda, que 80% das empresas gaúchas da construção civil apresentam um perfil comum: têm pequeno e médio porte, lançam até dois empreendimentos por ano, em média, e contratam serviços de su-

bempreiteiras especializadas em cada etapa das obras, que duram em torno de quatro a cinco meses. “Caso tivessem que utilizar pessoal próprio, ao término de cada estágio, seria necessário dispensar os trabalhadores que atuaram na sua execução, elevando drasticamente a rotatividade de mão de obra no setor”, comenta Sessegolo, ao defender a importância do sistema de subempreitadas, empregado tradicionalmente na atividade da cons-

trução civil. As construtoras empregam hoje no Brasil 3 milhões de trabalhadores, sendo apenas 36% de maneira informal, contra 53% em 2003, o que evidencia a rápida evolução do processo de adoção de melhores práticas na atividade. “Nossa intenção é qualificar o subempreiteiro. É importante que ele organize-se e registre a carteira de trabalho de quem está no canteiro de obras”, orienta.

Qualificação é a receita para conseguir trabalho em meio à crise A redução das oportunidades de emprego traz, consequentemente, uma busca menor por qualificação. Os números de matrículas nos cursos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Sul (Senai-RS) ilustram a queda. Foram 9.335 alunos matriculados em 2012, 11.832 em 2013 e 9.964 em 2014. Em 2015, até o momento, 3.741 alunos participam dos cursos. Entre as aulas mais procuradas, destaque para as atividades de eletricista instalador predial de baixa tensão, aplicador de revestimento cerâmico, pedreiro de alvenaria, pintor de obras e técnicas de emendas e padrão construtivo. “De forma geral, sentimos uma diminuição na procura pelos cursos em toda a indústria. As empresas estão enxugando custos, e as pessoas priorizam outros investimentos que não a capacidade. Poucas pessoas entendem que qualificar-se é uma maneira de manter-se ativo e competitivo no mercado”, reflete Carlos Trein, diretor regional do Senai-RS. De acordo com Trein, no início do boom da construção civil (2009 a 2013), sobravam oportunidades de

emprego e vagas nos cursos oferecidos através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) pelo Senai-RS. “Na época, tínhamos dificuldades para preencher turmas. E esse cenário se inverteu. Alguma pessoas que procuram essa qualificação precisam de gratuidades. No entanto, o Pronatec teve uma redução de vagas”, relembra. O Senai-RS está trabalhando para dar mais flexibilidade aos inscritos em seus cursos, desenvolvendo cursos a distância para atender às demandas que vêm de todo o Estado. Os recursos de simuladores, combinados com encontros presenciais, proporcionam uma aprendizagem completa. “Além disso, a unidade móvel da Construção Civil do Senai-RS está promovendo uma grande repercussão. A carreta que leva educação profissional para diversas cidades. É equipada com sala de aula climatizada, laboratório de elétrica, hidráulica, máquinas e ferramentas para as aulas práticas”, conta. De acordo com o executivo, é perceptível o desinteresse das novas gerações em seguir uma carreira

profissional na indústria. “A área do comércio e de serviços, muitas vezes, pode parecer mais interessante. A indústria ainda carrega uma imagem de trabalho que exige esforço físico. No entanto, o setor tem evoluído, e as construtoras aplicam cada vez mais tecnologia em seus canteiros de obras. Será necessário, cada vez mais, conhecimentos em planejamento, gestão do processo, materiais e segurança, eliminação do desperdício. Há empresas que estão a frente e investindo na preparação de seus profissionais para o futuro”, afirma. O Senai-RS está desenvolvendo o programa de ensino a distância utilizando mídias que conversem com o público jovem. Recursos para smartphones, realidade aumentada e simuladores tornam-se plataformas para apresentar o conteúdo da indústria numa linguagem atraente para os jovens. Para Trein, “a indústria investiu em capacitação e sofre com a possibilidade de ter que rever seu quadro de funcionários. No entanto, acredito que o bom profissional sempre terá mercado. As vagas existem para quem se dedica sempre”, garante.

SENAI-RS/DIVULGAÇÃO/JC

Para Trein, capacitação é uma maneira de manter-se ativo e competitivo


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MÃO DE OBRA

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JONATHAN HECKLER/JC

Melhor gestão de obras públicas A preocupação e as iniciativas do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre (Sticc) em busca de mais cuidado com a saúde e com a segurança de seus trabalhadores motivou a prefeitura de Porto Alegre a adotar o Programa Obra Pública Legal. O projeto identifica as empresas que preservam as melhores condições nos canteiros de obras em construções licitadas pelo município. A capital gaúcha é a primeira cidade no Brasil a disseminar um programa que estimule a adoção das melhores práticas na construção civil, tanto na gestão de capital humano quanto na gestão correta das verbas públicas. O projeto do sindicato busca ampliar a atuação na fiscalização das suas contratações públicas, com foco nas condições de trabalho na construção civil, que está entre os fatores mais importantes para o crescimento da economia brasileira nos últimos anos, especialmente considerando a expressiva expansão a partir dos investimentos públicos em obras de infraestrutura e

em unidades habitacionais, a partir do lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Programa Minha Casa Minha Vida. Porém, é ainda um setor com alto índice de informalidade. O Programa Obra Pública Legal é administrado pela Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego (SMTE) em parceria com o Sticc, que, com base no Decreto nº 18.717, poderão identificar as empresas que valorizarem e qualificarem o trabalhador, combaterem a precarização das relações de trabalho e valorizarem a vida, a segurança e a higiene no trabalho. “Somos reconhecidos pela seriedade, transparência e proatividade. O Sticc é o primeiro sindicato no Brasil a oferecer um projeto assim ao seu município”, salienta Gelson Santana, presidente do Sticc. A prefeitura concederá o Selo Obra Pública Legal à empresa que estiver registrada no Cadastro de Fornecedores de Serviços e Obras e que comprovar que as suas empresas subcontratadas estão cumprindo com os direitos trabalhistas.

Programa da prefeitura de Porto Alegre permitirá identificar as empresas que valorizam e qualificam o trabalhador

Trabalho estrangeiro em 25 municípios gaúchos Não é difícil encontrar imigrantes trabalhando na indústria gaúcha. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre (Sticc) registra uma média de mil a dois mil haitianos trabalhando no setor em sua base de atuação, que dá conta de 25 municípios, como Porto Alegre, Canoas, Gravataí, Guaíba, Cachoeirinha, Eldorado do Sul, Charqueadas, São Jerônimo, Glorinha, entre outros. “Não percebemos os imigrantes como ameaça ou problema. Pelo contrário, quem

construiu o mundo foram os imigrantes. Nenhum país faz grandes obras sem trazer mais gente”, reconhece. O Sticc promove ações em benefício dos imigrantes na sede da entidade, contribuindo para sua adaptação e garantia das condições de trabalho. “Nossa preocupação é com o trabalhador, não importa de onde ele vem”, comenta Gelson Santana, presidente do Sticc. Em julho, Santana esteve em Brasília para uma reunião de aproximação com Embaixada do Haiti, representada por Madsen Chéru-

bin. Na ocasião, apresentou as ações do Sticc direcionadas aos imigrantes haitianos. Destacam-se o curso gratuito de português, realizado na sede da entidade, e a disponibilidade para esclarecimentos referentes às leis trabalhistas brasileiras, pisos salariais, direitos e deveres dos trabalhadores estrangeiros, incluindo a tradução de documentos e contratos de trabalho para o francês. “Nossa preocupação é local, mas temos um olhar global. É importante que todo o trabalhador saiba dos seus direitos”, reforça.

STICC/DIVULGAÇÃO/JC

Santana ressalta preocupação com direitos


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Brasil e Estado avançam em certificação Leed GBCB/DIVULGAÇÃO/JC

Arena do Grêmio ganha reconhecimento em sustentabilidade Entre as edificações consideradas relevantes para o Green Building Council Brasil (GBC Brasil) no Rio Grande do Sul está a Arena do Grêmio, que recebeu certificado na categoria Prata na modalidade Leed. A construção do complexo esportivo, inaugurado em 2012, foi toda desenvolvida com equipamentos multiuso, adaptados tanto aos padrões de sustentabilidade exigidos quanto aos da Fifa. Segundo Carlos Rossi, gerente de Facilities da Arena do Grêmio, as ações implantadas colaboraram no combate à poluição e geraram economia. O certificado da Arena foi garantido pelo empreendimento ao somar 51 pontos na avaliação de itens como prevenção ativa de poluição na construção, escolha do terreno, densidade de desenvolvimento e envolvimento com a comuni-

dade, coleta de água da chuva, redução no uso da água, performance energética, armazenamento e coleta de recicláveis, uso de materiais regionais e inovação em design. “Para que fosse garantido o certificado, os fornecedores da Arena precisaram estar cadastrados, para que a fiscalização tivesse controle sobre o material”, explica o gerente. A construção recebeu ainda madeira com certificado de demolição e reflorestamento e aço reciclado em 50% da obra. Além disso, os motores utilizados na construção não continham substâncias poluentes, e o ar-condicionado instalado utiliza gases que não contaminam. A água do complexo também é reaproveitada da coleta da chuva, realizada em dois locais do estádio, nas calhas da cobertura e no fosso da grama. MARCELO OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO/JC

Diretor executivo do Green Building Council Brasil, Felipe Faria enfatiza diversidade de projetos sustentáveis no País

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m julho, o Brasil pontuou na quarta posição no segundo ranking anual do US Green Building Council (Usgbc), que elege os 10 países melhor classificados em construção sustentável, em termos de metragem quadrada construída e números de projetos certificados Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações sustentáveis. A inclusão do País nessa lista comprova que, apesar de ainda estarem em evolução por aqui, ações voltadas ao uso racional e economia nos gastos dos recursos hídricos e energéticos, redução da emissão de carbono e manutenção de ambientes mais saudáveis estão tornando-se práticas cada vez mais

presentes nos projetos. Para o CEO e presidente-fundador do Usgbc, Rick Fedrizzi, o crescimento da conduta sustentável no País colabora para que se avance ao progresso econômico e social “mais justo e responsável”. “O Brasil está demonstrando que é possível buscar crescimento e desenvolvimento sem sacrificar o compromisso de proteger o nosso planeta”, diz. Lideram a lista divulgada pela entidade Canadá, China e Índia, porém os Estados Unidos, apesar de fora do ranking, continuam sendo o maior mercado de green building do mundo. De acordo com o diretor executivo do Green Building Council Brasil (GBC Brasil), Felipe Faria, a diversidade de projetos no nosso País abre grandes oportunidades para os próximos anos. “O que nos

deixa orgulhosos é que os projetos não se limitam apenas a edifícios comerciais, mas também plantas industriais, data centers, armazéns, shopping centers, lojas, escolas, edifícios públicos, bibliotecas, museus, centros esportivos, projetos de bairros, edifícios residenciais e edificações existentes”, comenta. Até o mês de junho, o Brasil possuía 997 projetos registrados como empreendimentos Leed e 252 certificados, segundo a assessoria do GBC Brasil. Nesse quadro, o Rio Grande do Sul aparece como quinto estado no Ranking Leed, com sete projetos certificados e 28 registrados. Entre eles, os prédios da Vonpar, com telhado revestido por ecotelhado, e da loja C&A da Rua dos Andradas, que utiliza telhado ecológico e ecoparede, ambos em Porto Alegre.

Complexo esportivo tem ações que combatem poluição e geram economia

Ações sustentáveis já são comuns nos principais empreendimentos Na Capital, ações sustentáveis não são apenas tendência nos projetos das construtoras e incorporadoras. Empresas como a Maiojama, o Escritório de Engenharia Joal Teitelbaum e a Arquisul Construtora e Incorporadora dão exemplos no uso de técnicas e materiais verdes em seus empreendimentos. O Trend City Center, da Maiojama, na avenida Borges de Medeiros, prima pela sus-

tentabilidade e uso inteligente dos recursos. O empreendimento conta com fachada com vidros duplos e reflexivos para condicionamento térmico adequado, piscina com aquecimento solar, sensores de luz e madeira certificada. Pioneira em construção verde no Estado, a Joal Teitelbaum adota práticas sustentáveis há quase uma década e segue apostan-

do em técnicas que resultam em economia de energia e água e uso racional dos materiais e recursos, utilizando telhado verde, vidros duplos, isolamento térmico e aquecimento solar em suas edificações, além de prestar consultoria para empresas que queiram se adequar ao conceito. Na Arquisul, a sustentabilidade é, segundo o diretor-presidente, Paulo Roberto

Silveira, “uma condição necessária e irreversível”. A empresa adota nas obras medidas como projetos de isolamento térmico, de economia de água, eliminação de resíduos, uso de materiais orgânicos, entre outros. “A preservação ambiental preocupa a todos e já está enraizada nos nossos empreendimentos, sempre direcionados à sustentabilidade”, afirma.


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SUSTENTABILIDADE

Mercado consciente, mas ainda em ritmo lento Apostar em construção sustentável é a melhor forma de reduzir o impacto ambiental e o consumo de recursos naturais nos canteiros de obras, fazendo com que o processo construtivo e os materiais utilizados sejam cada vez mais reaproveitáveis e ecologicamente corretos. Na prática, as principais ações nesse sentido ganham cada vez mais espaço no mercado. Podem ser encontradas em grandes empreendimentos ou obras menores, a partir de investimentos em iluminação natural e energia solar para garantir eficiência energética, na reciclagem de materiais, reuso da água da chuva e até instalação de telhados e paredes verdes. O consultor em sustentabilidade Klaus Bohne, vice-presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea-RS), reconhece que a procura por projetos nesse segmento cresce no País e no Estado, mas pondera que o ritmo já poderia ter sido acele-

rado. “O interesse das empresas e incorporadores de grandes projetos cresce na medida em que o mercado se torna mais exigente em relação às estratégias de sustentabilidade.” A falta de informação sobre o retorno a longo prazo e as reais vantagens econômicas que o cliente terá com a aplicação de práticas sustentáveis nas construções são apontadas como algumas das causas dessa lentidão. “Quando as estratégias de sustentabilidade são previstas nos projeto, os custos caem drasticamente, e o retorno do investimento reduz na mesma proporção. É uma equação sem erro. Quando aplicadas, essas técnicas reverterão em economia ao usuário, e o meio ambiente será o maior beneficiado”, complementa o arquiteto. O custo mais alto dos empreendimentos que apostam nessa linha também é destacado como fator preponderante para que as práticas sustentáveis sejam me-

nos atrativas ao consumidor. “O custo ainda fala mais alto para o dono do empreendimento, mas acredito na transformação da cultura. As mudanças para práticas mais sustentáveis acontecem quando as pessoas são impactadas diretamente, gerando economia de custo ou venda”, aponta o arquiteto Marcelo Brinckmann, secretário-geral do departamento regional do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB). O arquiteto Alberto Cabral, conselheiro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU-RS), acredita que a sustentabilidade pode até ajudar na venda dos empreendimentos, mas destaca que muitas construtoras ainda não usam essas técnicas de maneira prática. “Os custos de produção ainda são altos, mas todas as ações resultam em manutenção mais baixa e, a longo prazo, sempre geram economia com ar-condicionado, luz e água, por exemplo”, explica.

ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC

Bohne diz que interesse das empresas cresce de acordo com o negócio

Telhado verde reduz consumo de energia e retém água da chuva ECOTELHADO/DIVULGAÇÃO/JC

Shopping Paseo Zona Sul é um dos empreendimentos de Porto Alegre que adotou ecoparedes

Com foco exclusivo na arquitetura sustentável há 10 anos, a Ecotelhado desenvolve projetos de paisagismo voltados à sustentabilidade, eficiência energética, permeabilidade do solo e reuso e tratamento de água, por meio de uma gama de produtos oferecidos. Os mais conhecidos são os telhados e paredes verdes, cada vez mais presentes nas edificações da Capital. De acordo com o diretor da empresa, o engenheiro civil Paulo Renato Guimarães, a Ecotelhado foi pioneira no País, com uso do Sistema Modular Ecotelhado, que facilita tanto a instalação quanto a manutenção e o custo do processo. “Já foram mais de 500 metros quadrados de telhados verdes instalados e o mercado gaúcho foi pioneiro”, diz. O crescimento da demanda por soluções sustentáveis e de preservação do meio ambiente na construção é visto por Guimarães como um caminho sem volta, o que incentivou a empresa a ampliar a linha de produtos oferecidos, investindo também em impermeabilização de lajes com manta de PVC (ideal para telhados verdes), ecopavimentos, geração de energia fotovoltaica e isolamento com brise vegetal, sistema modular disposto externamente, onde plantas cobrem fachadas, protegendo contra o acúmulo de energia solar. Os custos para instalação de um

ecotelhado variam entre R$ 150,00 e R$ 250,00 o metro quadrado, e, segundo Guimarães, os ganhos em eficiência energética superam a finalidade estética do produto, considerado o mais sustentável dos itens de uma obra, segundo o engenheiro. “Diminuição do consumo de energia no interior dos ambientes, menos uso de ar-condicionado e retenção de água pluvial são os elementos de maior relevância dos ecotelhados, além de captação de CO2 e limpeza do ar nos grandes centros urbanos”, comenta. Dentre os projetos de uso públicos que receberam telhado ou parede verdes, os mais conhecidos na cidade são os prédios do Anfiteatro do Theatro São Pedro e do Shopping Paseo Zona Sul, finalizados em 2009 e 2011, respectivamente. No projeto do Theatro foram utilizados módulos com plantio de plantas nativas, devolvendo um pouco de natureza ao Centro da cidade. No Paseo houve instalação de ecotelhado e ecoparedes, que se integraram aos jardins, gerando um ambiente mais acolhedor para os frequentadores do shopping. “No Anfiteatro, teve a importância de aumentar a retenção da água pluvial, diminuindo o fluxo para os drenos públicos, e oferecer uma obra sem agressão à natureza. Já no Paseo foi criado um parque em meio às construções, proporcionando bem-estar às pessoas”, diz Guimarães.


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SUSTENTABILIDADE

Vegetação volta ao seu espaço original O trabalho desenvolvido no Anfiteatro do Theatro São Pedro, segundo o diretor da Ecotelhado, o engenheiro civil Paulo Renato Guimarães, transformou aquela área da cidade, considerada inóspita, principalmente pelo grande número de prédios instalados e falta de espaços verdes disponíveis nas redondezas. “Fizemos com que a vegetação nativa tivesse de volta o seu espaço original”, destaca o diretor.

A instalação dos módulos de plantas colaborou para aumentar a retenção de água das chuvas, já que o telhado ficou impermeabilizado pela vegetação. “A área ficou 100% impermeabilizada, diminuindo o fluxo de água que escoa direto para os drenos públicos. E, com isso, também atendemos à preocupação central do cliente, que era oferecer à comunidade gaúcha uma obra que não gerasse agressão à natureza”, completa.

Projeto no Theatro São Pedro agrega o verde à paisagem com plantas nativas


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SUSTENTABILIDADE

Uso de energia solar ajuda a reduzir despesas ARCSOLAR/DIVULGAÇÃO/JC

Casa na Capital tem sistema de no break para evitar cortes de energia elétrica e diminuir o consumo mensal

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eduzir as despesas com energia elétrica, proteger o empreendimento da falta da mesma e ainda utilizar um sistema ecologicamente correto é o que se obtém com o uso de energia fotovoltaica, a partir da luz solar diretamente convertida em eletricidade. Na Capital, esse serviço vem sendo oferecido há dois anos pela Arcsolar, que desenvolve sistemas de microgeração e minigeração de energia em áreas residencial e comercial. Desde dezembro de 2012, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) possibilitou essa prática, fazendo com que o cliente pague somente a diferença entre o que gerou e consumiu de energia e, a partir daí, a Arcsolar passou a desenvolver produtos como os redutores de consumo e protetores de consumo (no break solar). “Possibilitamos que os clientes tornem-se geradores de sua própria energia. As instalações são simples, não alteram os projetos elétricos e se adaptam às necessidades de geração de energia ou proteção contra a falta dela”, explica o proprietário da empresa, o

engenheiro Gustavo Marques. Utilizando uma tecnologia consolidada mundialmente, principalmente na Europa, Estados Unidos e China, principal fornecedor da matéria-prima, o investimento desponta como vantajoso diante do aumento constante do preço da energia elétrica e tem um retorno médio de investimento entre cinco e sete anos. Os custos variam de acordo com o local de instalação, projeto e componentes empregados. “Há ainda possibilidade de gerar a energia em um local e usar o crédito em outro, caso utilize a mesma concessionária. Uma pessoa que tem um apartamento na Capital e casa na praia, ambas atendidas pela CEEE, pode instalar o sistema fotovoltaico na casa e abater o crédito do consumo de energia do apartamento”, explica. Com quatro projetos consolidados e dois em operação, o engenheiro aponta o de instalação de um medidor de energia bidirecional, há pouco mais de um ano, como precursor. Desenvolvido com a concessionária RGE para o Restaurante Mercato, de Cachoeirinha, o sistema permite tanto o

registro do consumo quanto da geração de energia. O outro, pronto para funcionamento, está em uma casa localizada na zona Sul de Porto Alegre e partiu da vontade do cliente de garantir proteção contra constantes quedas de energia. O sistema instalado, o no break solar, além de proporcionar isso, irá gerar redução de 10% a 20% no consumo mensal da residência. O projeto ainda está em análise junto à CEEE. Com grande potencial de crescimento no País, por conta da alta incidência de irradiação solar, o segmento ainda sofre com a desconfiança do consumidor, por conta da regulamentação recente, falta de informação e com itens como cobrança do ICMS sobre o saldo de energia gerada e consumida (e não sobre o total consumido), falta de incentivos dos governos, falta de liberação para definição do horário de ponta (onde o preço da energia é mais alto para o consumidor) por parte das concessionárias, falta de possibilidade de venda do excedente de energia produzida e, principalmente, demora das concessionárias na avaliação dos projetos.

Baixo custo com alto grau de economia Reduzir gastos condominiais a partir da adoção de práticas sustentáveis na construção foi a estratégia adotada no planejamento da obra do Eólis, prédio comercial localizado na avenida Carlos Gomes, inaugurado em 2008. O empreendimento, como o nome diz, foi o primeiro na Capital a utilizar energia eólica, além de outros materiais e técnicas voltados à preservação ambiental e controle do uso dos recursos naturais, o que lhe rendeu no ano passado o título de primeiro prédio com certificação Aqua (Alta Qualidade Ambiental) de uso e operação no Sul do Brasil. A distinção leva em consideração rigorosos critérios de sustentabilidade, desde o planejamento, concepção, execução e entrega da obra, em 14 categorias, e reconhece que o empreendimento vai além das normas que visam melhorar o desempenho na redução da demanda por recursos naturais, investindo também na relação com o entorno, conforto e saúde dos usuários e baixo impacto na obra. Christian Voelcker, um dos idealizadores do projeto e diretor da Auxiliadora Predial, destaca que o objetivo foi atender às necessidades do usuário final, no que se referia à economia de custos com condomínio. Para isso, foram apli-

cados no prédio diversas técnicas e materiais que visavam à redução de consumo e uso de insumos, sendo o gerador eólico para cogeração de energia apenas um desses componentes, porém o que chama mais atenção, por estar encravado na cobertura do Eólis. “Desde a concepção do prédio, visávamos ao resultado final, que era poupar nas despesas condominiais. Assim, utilizamos também geradores a diesel e gás, ventilação natural, telhado verde, isolamento térmico, iluminação inteligente e reaproveitamento pluvial”, explica. Segundo Voelcker, todas essas medidas colaboraram para que o prédio reduzisse em 30% os gastos totais com energia, dentro de um investimento considerado “razoável”. “O investimento não chegou a 12% de acréscimo em relação a uma construção normal e, nesses sete anos, o gerador eólico já se pagou”, revela. A economia obtida no Eólis reflete diretamente no bolso dos usuários do prédio, que pagam taxas menores de energia elétrica e de água e economizam em manutenção predial. “O custo do condomínio é baixo, mas o mais significativo é a conscientização que geramos nas pessoas”, comenta o executivo. ANTONIO PAZ/JC

Com energia eólica, prédio comercial Eólis diminuiu gastos com condomínio


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TENDÊNCIAS

EDUARDO LIOTTI/DIVULGAÇÃO/JC

Brasil inspirador A casa brasileira é composta de elementos que representam o jeito de viver do povo. As cores trazem alegria, as estampas dão bom humor, e a madeira promove aconchego. A Casa Cor 2015 mostrou que essa busca pelas próprias raízes aparece fortemente como tendência em decoração, por meio de móveis com design assinado por brasileiros, paisagismo que valoriza ícones, como a samambaia e o pau d’água, e soluções sustentáveis. O arquiteto Carlos Lemos assinou a curadoria da edição, realizada em Porto Alegre, entre junho e agosto. A partir do tema “O Brasil Visto Por Dentro”, os escritórios participantes promoveram o debate de questões atuais para o País, apresentando soluções para a crise hídrica e para a eficiência energética, além, é claro, de evidenciar o que há de mais novo e criativo em materiais, acabamentos, cores e estampas.

Homem na cozinha As arquitetas Karine Queiroz e Tatiane Soares, inspiradas em transformações de comportamento e de cotidiano, desenvolveram um projeto especial de uma cozinha dedicada aos homens. “As mulheres consolidaram-se no mercado de trabalho e, por isso, eles tiveram que dividir as tarefas domésticas com elas. Sabemos que, tirando as exceções, os homens não são tão cuidadosos quanto as mulheres. Utilizamos, então, materiais de fácil manutenção e muito resistentes.” As bancadas, por exemplo, foram desenvolvidas em Dekton, superfície que traz uma tecnologia que

reúne as melhores características do vidro, da porcelana e da superfícies de quartzo, como o Silestone. “O morador pode tirar uma panela direto do fogão e colocar na bancada ou apoiar a colher com a qual está mexendo um molho sobre a superfície sem a preocupação de manchar”, explica Karine. O amarelo, em alta na decoração e na moda, aparece com destaque no projeto da cozinha. “É uma cor que transmite alegria, aconchego e vida, características que queríamos que nosso ambiente transmitisse”, revela. A estante feita com caixas

de feira ilustra bem a tendência do retrofit, que é a busca por soluções criativas com aquilo que seria descartado. “Nunca se ouviu tanto este termo na arquitetura como agora. Acredito que o Brasil, impulsionado pela crise e também por alguma influência de outros países, tem reutilizado e reformado aquilo que ainda tem utilidade em vez de jogar fora e comprar ou fazer algo novo. A decisão em usar as caixas de feira foi, justamente, para mostrar que é possível fazer esta mistura do novo e sofisticado com algo que seria lixo caso não tivesse uma reutilização”, comenta. EDUARDO LIOTTI/DIVULGAÇÃO/JC

Praticidade é a característica principal do ambiente, que também apresenta pitadas da tendência retrofit

Porcelanatos imitam outras texturas, como tijolos e concreto

Reinvenção dos acabamentos Os acabamentos em porcelanato e as opções de piso vinílico ganharam popularidade pela praticidade de aplicação e de manutenção. Para a arquiteta Marie Hellen Mafaldo Bottcher, a reinvenção destes materiais é aposta forte da indústria e traz inspirações para pensar ambientes mais criativos. “A cada dia, surgem novas soluções. Há o porcelanato ultrafino,l que pode ser assentado sobre material existente; porcelanato microtexturizado, que simula papel de parede; peças com cores e brilhos; efeitos HD (high definition) e 3D. A aplicação é rápida, e ainda não vi acabamento melhor”, comenta. Uma novidade celebrada pelos arquitetos é o porcelanato com texturas, cores e aspecto de outros materiais. A novidade é protagonista do espaço assinado por Marie Hellen Mafaldo Bottcher na Casa Cor 2015. “O lavabo funcional masculino é um ambiente mais neutro, mas aconchegante”, diz. No piso, o porcelanato imita concreto; nas paredes, tijolos. “Além da praticidade de limpeza em relação ao cimento alisado, podemos destacar a durabilidade e a manutenção, que é quase inexistente.

Assim, sempre está com a aparência de novo. As tijoletas da parede proporcionam uma aplicação rápida, e as juntas, quando secas, parecem tijolos de verdade, só que com mais uniformidade”, detalha. Para a suíte nupcial da Casa Cor 2015, em exposição no Hotel Laghetto Viverone, Larisse Squeff e Roberta Schneider Preis traduziram em decoração a luxuosidade de antigos palácios. “Colocamos um toque rústico para equilibrar o luxo e promover a sensação de conforto como resultado final”, explica Larisse. O porcelanato da parede remete à textura de tijolos, que é um forte elemento de aconchego, contrastando com um grande e glamuroso lustre de cristal dourado. O piso vinílico faz uma imitação fiel da textura e da cor de madeira. “Temos a sensação de um piso de madeira, mas com preço de vinílico, que é bem mais em conta. É, ainda, fácil de limpar e requer pouca manutenção, aspectos importantes para um hotel. Apesar de ser uma opção bem recente no mercado, já existem opções de diversas marcas e variações de espessura e colocação”, explica.


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Jardim dentro de casa

Ode à madeira

EDUARDO LIOTTI/DIVULGAÇÃO/JC

Morar numa casa com um belo jardim é sorte de poucos. Apartamentos compactos combinam com uma vida dinâmica. Segundo Daniel Dillenburg, arquiteto e paisagista do Bladihaus, é neste contexto que se consolidam os jardins internos, alternativa para quem, apesar do pouco tempo e do reduzido espaço, quer conviver com o verde. “As hortas e os jardins verticais ocupam menos espaço, perfumam a casa e trazem algo lúdico para o dia a dia”, explica. Os apartamentos podem ser habitat para pequenas árvores frutíferas, como romã, laranja kinkan e pitanga, desde que expostas a, pelo menos, seis horas de sol por dia. Para as pessoas muito ocupadas ou que passam muito tempo fora de casa, a dica de Dillenburg é investir em cactos e plantas suculentas. Entre as tendências em paisagismo está o reaparecimento de espécies, como a samambaia e o pau d’água, que tiveram seu auge nos anos 1970. “É possível notar uma busca pelas raízes da nossa cultura. Há inúmeros movimentos de valorização da brasilidade através da arquitetura e no design de mobiliário, com reconhecimento de designers novos e consagrados. Percebo que essa busca por brasilidade começa a aparecer no paisagismo também”, diz. MARCELO DONADUSSI/DIVULGAÇÃO/JC

O material em evidência no projeto de Ana Haszel e Marcelo Polido dá identidade ao ambiente

A madeira traz aconchego e aquece o ambiente. Uma dose de rusticidade; outra dose de sofisticação. Os projetos de Ana Haszel e Marcelo Polido com frequência fazem homenagem a essa matéria-prima tão brasileira. “Gostamos da madeira, pois reveste paredes, dando uma identidade ao ambiente. Auxilia, ainda, na parte técnica, ajudando nas passagens de fiação e tubulações”, sugere Polido. Para o arquiteto, a composição de materiais mais brutos – como as madeiras, as pedras, os porcelanatos – em harmonia com os acabamentos mais delicados, como tecidos e papéis de parede, tornam-se uma boa fórmula para ambientes

aconchegantes e sofisticados. “Meu pai cita um ditado de família que diz ‘tudo tem seu momento oportuno e sua justa medida’. A dose adequada de rusticidade e sofisticação é o equilíbrio que buscamos. A iluminação é o que equaliza todas essas informações.” Neste projeto de living gourmet, a madeira aparece em versão mais escura, trazendo sobriedade e caráter atemporal. “Em linhas retas, consegue mesclar design com estilo. Na marcenaria, a escolha da imbuia remete à lembranças dos anos 1960 e 1970. É um tom marrom avermelhado que aquece. Já para o piso, utilizamos uma padronagem clara para iluminar o

ambiente. Isso é bem utilizado na América do Norte. E o mais interessante: é um piso de reflorestamento, fabricado no Brasil para exportação”, comenta. A madeira é matéria-prima da cadeira do Zanini de Zanine e do banco do Flavio Franco, exemplares do design brasileiro, que tem ganhado cada vez mais valor em projetos de interiores. “Desde os anos 1960, a partir do trabalho de Sergio Rodrigues, o design de mobiliário brasileiro tem encontrado espaço. É cada vez mais valorizado. Zanini de Zanine e Flavio Franco, hoje, se firmaram como expoentes da nova safra do bom design nacional”, diz.

EDUARDO LIOTTI/DIVULGAÇÃO/JC

Sustentabilidade inspira ambiente que homenageia o atleta Marcel Stürmer

Cactos e plantas suculentas são ideais para rotinas dinâmicas, pois exigem poucos cuidados

Home office sustentável Marcel Stürmer, atleta tetracampeão dos Jogos Pan-Americanos na patinação artística, traz a preocupação com o meio ambiente e com o futuro entre suas bandeiras. Isso inspirou Alexandre Grivicich e Isabel Macedo na criação do home office da Casa Cor 2015, que apresenta soluções inovadoras e sustentáveis. Um dos primeiros aspectos considerados pela dupla foi a busca por soluções mais conscientes de iluminação. “Utilizamos lâmpadas LED, que consomem menos energia e tem durabilidade maior em comparação a outros tipos de lâmpadas. Embora o custo inicial dela seja um pouco mais elevado, essa diferença é compensada com o passar do tempo”, enfatiza Isabel. Os tecidos ecológicos das poltronas são compostos por 30% de garrafa PET e 70% de algodão reciclado. “A lareira, em formato de tonel, além de objeto de decoração, produz calor moderado e rende, em média, 3 horas por

litro, tornando-se um meio mais sustentável de aquecer o ambiente”, explica. Para Isabel, ser sustentável não é apenas uma tendência, mas uma necessidade. “E o consumidor está cada vez mais consciente sobre o que são tecnologias sustentáveis e seus efeitos. Por isso, o mercado está se adequando. Estamos implantando cada vez mais elementos que minimizem impacto ao ambiente, pois essa é uma necessidade de todos”, reflete. Uma das alternativas mais interessantes e curiosas do ambiente é o revestimento ecobrick, aplicado na escada e no fundo do móvel. “São placas decorativas que imitam tijolos em poliuretano reciclado. Entre as vantagens, podemos destacar a fácil instalação, limpeza e manutenção. Não geram mofo nem cupim e ainda são ótimos isolantes térmicos e acústicos. Podem ser usados em ambientes internos e externos”, afirma.


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TENDÊNCIAS EDUARDO LIOTTI/DIVULGAÇÃO/JC

Amplitude no ambiente O pé direito não é duplo, mas também não é padrão. O “modelo de casa verticalizado”, pouco conhecido no Brasil, faz a diferença no projeto da arquiteta Caroline Kreling na Casa Cor RS, o Town House NY. “Não temos por aqui este meio termo ainda. Em Nova Iorque, há muitos projetos de town houses. É uma forma de morar em uma casa, construída num espaço mais enxuto, com mais qualidade de espaço interior. Hoje em dia, os terrenos bem localizados estão cada vez mais caros. Essa é uma sugestão para quem quer viver em uma casa espaçosa, com um jardim acolhedor – mesmo que seja vertical – sem precisar de terrenos enormes”, explica. Para Caroline, a town house é mais aconchegante do que uma construção com pé direito duplo, que é bem mais

alto. “No entanto, é um modelo de construção mais caro do que projetos com altura padrão, pois usa mais material na construção e a obra é diferenciada”, explica. O projeto tem portas pivotantes que, quando fechadas, formam um painel que separa os ambientes. Rasgos de vidro verticalizados no lugar de janelas convencionais e estrutura ampla sem pilares ajudam a ampliar ainda mais ambiente, assim como a escolha das cores claras. “Os ventiladores puxam o olhar para cima. É um projeto mais clean. Os espelhos bem dosados e em locais bem pensados também trazem essa sensação. Na área externa, os espelhos rebatem a natureza externa – tanto da rua quanto o jardim vertical –, dando a impressão de que o caminho que leva à piscina é muito maior do que realmente é”, revela.

Modelo de casa verticalizada, ainda pouco conhecido no Brasil, preserva o aconchego

EDUARDO LIOTTI/DIVULGAÇÃO/JC

Decoração com bossa A combinação de estampas dá um ar tropical ao ambiente assinado por Jessica De Carli e Felipe Azevedo na Casa Cor 2015. A decoração mostra uma busca pelas raízes brasileiras, tema que norteou a edição da mostra em todo o País. A brasilidade está no colorido, na alegria e no despojamento. “A decoração mostra um pouco disso. Temos tecidos em chita, estamparia rica, materiais naturais, como bambu e fibras naturais e azulejos do artista Athos Bulcão, que marcou a arquitetura modernista no Brasil”, comenta.

No Solar Samba, há um cuidado para que a “descombinação” das estampas faça sentido. “Isso diz muito da casa do brasileiro. A gente faz isso de uma forma muito natural, pois sempre fomos muito ligados à cultura popular. Há uma máxima que diz que ‘quanto mais pobre um povo, mais colorido ele torna-se’. É uma brincadeira, mas que representa essa alegria de ser do brasileiro, de achar uma forma de, com coisas simples, ser ousado e feliz. Somos o contrário do ‘menos é mais’. O segredo é saber dosar esses elementos todos de uma forma harmoniosa”, diz.

Brasilidade é uma das principais tendências de decoração, como no projeto de Jessica De Carli e Felipe Azevedo

DOCOL/DIVULGAÇÃO/JC

Felicidade cotidiana Em uma sociedade sempre conectada, em que as pessoas são cada vez mais exigidas, o nível de stress tende a subir, e as pessoas começam a procurar a felicidade no seu dia a dia. Essa valorização do cotidiano passa pela casa: a tendência é um design mais simples e minimalista. É o que aponta a WGSN, agência de pesquisa de tendências, que divulgou os principais caminhos para a decoração e o comportamento do consumidor. Neste contexto de vida dinâmica

e corrida, o banheiro é o espaço da casa de fuga da rotina intensa, feito para se ficar sozinho. Segundo Bruno Pirim, Business & Insight Manager da WGSN/Mindset, que palestrou no evento “Tendências de interiores para o futuro”, com base em um projeto customizado para a Docol, maior exportadora de metais sanitários da América Latina, a tendência é que os banheiros recebam um olhar especial, ganhando características de outros ambientes da casa, como vasos, estantes e poltronas confortáveis. Pesquisa mostra que banheiros devem ter destaque, ganhando características de outros ambientes da casa


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SÉRGIO VERGARA/DIVULGAÇÃO/JC

Arte em azulejo O artista plástico Athos Bulcão consagrou a união da arte e da arquitetura. Seus emblemáticos painéis fazem parte das obras de Oscar Niemeyer, como o Congresso Nacional, a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima e o Hospital Sarah Kubitschek. O arquiteto Sandro Jasnievez faz uma referência a esse encontro em seu ambiente La Playa da Casa Cor RS, um ambiente que prima pela leveza. “Minha intenção, ao escolher o revestimento cerâmico de parede da cozinha, era buscar um elemento com cor e movimento. Ficou perfeito, pois adicionou a estas premissas o toque de arte que faltava. O desenho das peças, pintadas à mão, remete ao trabalho maravilhoso de Athos Bulcão através da cor e de formas, semelhantes ao trabalho do genial ar-

tista”, afirma Jasnievez. Em seu projeto, um loft feito para receber os amigos, as paredes da cozinha foram revestidas com peças assinadas pelo Studio Emme-Due, fornecidas pela loja Bello Bagno. “É interessante essa possibilidade de fazer a composição de uma forma descontraída, que é uma das premissas deste projeto como um todo”, explica. De acordo com Jasnievez, azujelos artísticos, assim como os ladrilhos hidráulicos, ganharam espaço na composição dos ambientes já há algum tempo, com alguns exemplos de cerâmicas em diversas estampas e até formatos. “Creio que elas estão se destacando pela facilidade de colocação. São cada vez menos espessas e adaptam-se a diversos estilos”, comenta.

Paredes da cozinha foram revestidas com peças especiais, formando uma composição descontraída EDUARDO LIOTTI/DIVULGAÇÃO/JC

Espaço para soltar a imaginação assinado por Daiana Arnold e Roberta Arnold Schell

Lúdico e divertido Brincar contribui com o desenvolvimento da criança, e o quarto torna-se ambiente fértil para a criatividade. “As descobertas são infinitas, pois a imaginação rola solta”, comenta a arquiteta Daiana Arnold sobre o dormitório desenvolvido em parceria com Roberta Arnold Schell. Discos iluminados, uma tenda e decoração inspirada nos dinossauros retratam um pouco do universo infantil. “Os acabamentos remetem à natureza, como revestimentos de pedra e piso que lembra rocha vulcânica. Trabalhamos com formas de dinossauros nos puxadores e nichos no armário. Na iluminação, criamos diversas formas redondas que lembram o espaço e usamos LED âmbar. Elaboramos uma toca em forma de saco, criando assim um cantinho para que a criança possa se esconder”, comenta.

Apesar de ser um dormitório infantil, as paredes receberam tinta cinza. “É um tom contemporâneo. Para trazer aconchego, mesclamos com a madeira e com o amarelo, que deixou o ambiente colorido com suavidade. São cores diferentes e harmoniosas”, revela. E, pensando que essa fase da vida não dura para sempre, as arquitetas já desenharam um ambiente que pode, com facilidade, ser transformado para receber um adolescente. “A adaptação para uma possível troca no futuro pode ser facilmente executada, trocando apenas as portas e as frentes dos nichos, deixando com um visual mais retilíneo. Já as cores são atemporais. Certamente, Steven Spielberg, idealizador de O Parque dos Dinossauros, teria um quarto assim”, diverte-se.


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SINDUSCON

Voz proativa da construção civil gaúcha Porto Alegre é a capital brasileira com menor estoque imobiliário disponível. Em 2014, as construtoras quase não tiveram lançamentos. O estoque regular, que girava em torno de cinco a seis mil imóveis, neste momento, chega a menos de três mil unidades. A indústria da construção civil está entre os mais relevantes setores da economia. E, num contexto de incertezas – dificuldade de tramitar projetos na prefeitura e instabilidade econômica –, as entidades empresariais buscam soluções para manter o desempenho saudável, o que garante milhares de postos de trabalho. O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), que carrega uma história de 66 anos de atuação na defesa dos interesses dos empresários do setor, representa 11 mil afiliados, entre construtoras, incorporadoras e loteadoras, além de profissionais autônomos, que empregam 150 mil pessoas, colocando-se como protagonista da economia gaúcha. A entidade está presente também no Interior do Rio Grande do Sul através das regionais do Litoral Norte e do Vale do Rio Pardo. Para Ricardo Antunes Sessegolo, presidente do Sinduscon-

-RS, os empresários que dirigem a entidade apostam em atitudes mais proativas, que se tornam bem-vindas num período de tantas críticas. Ser propositivo é o caminho para buscar soluções. “Dedicamos tempo, de forma voluntária, para discutir e desenvolver sugestões que possam contribuir com as providências que devem ser tomadas para o retorno mais breve possível do crescimento. Precisaremos superar esses obstáculos trazidos pela instabilidade econômica. O mesmo empenho tem sido empreendido em outros gargalos, que têm freado ainda mais nossa atividade, que são as deficiências estruturais dos órgãos públicos”, comenta sobre o atraso no licenciamento das edificações pelo Corpo de Bombeiros e os embargos de obras praticados por fiscais da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE-RS). As construtoras, por isso, não conseguem tirar do papel projetos com a velocidade que o mercado demanda. Apesar dos poucos lançamentos, o movimento das vendas não teve retração proporcional. “Acabamos perdendo oportunidades de projetos que se mostram necessários”, observa Sessegolo. Em

reuniões permanentes com a prefeitura de Porto Alegre, os representantes do Sinduscon-RS tentam entender e contribuir para o aprimoramento das ferramentas envolvidas no redesenho do processo de licenciamento urbano e ambiental. Além disso, o habite-se, documento que atesta a conclusão da obra, depende da liberação dos bombeiros, que, a partir da nova Lei de Proteção contra Incêndios, a Lei Kiss, aprovada após o episódio da Boate Kiss, em Santa Maria, têm tornado mais lenta a liberação dos projetos. "O Sinduscon-RS, a Ufrgs e outras importantes entidades, numa grande força tarefa, disponibilizaram estudantes de engenharia treinados para ajudar o Corpo de Bombeiros nas vistorias de imóveis em Porto Alegre, dando agilidade à liberação dos projetos acumulados nos últimos meses." Segundo Sessegolo, em três meses, já foram liberados mais de mil projetos com este reforço. A meta é que os prazos de liberação, que estavam em seis meses, passem a ser de 20 dias. “As entidades empresariais estão fazendo mais do que seu trabalho, mas isso é essencial para que as empresas possam fazer acontecer”, reconhece.

CLAITON DORNELLES/JC

Sessegolo acredita que ser propositivo é importante para buscar soluções

Projeto Construção Cultural leva espetáculos ao teatro do sindicato SINDUSCON/DIVULGAÇÃO/JC

Shows de música com engenheiros, lançamento de livro e resgate do patrimônio histórico estão entre as ações

Além de protagonizar a atividade econômica do Estado, o Sinduscon-RS está movimentando também a sociedade com ações relacionadas à vida na cidade e à cultura. O projeto Construção Cultural, motivado pelo aniversário de 65 anos do Sinduscon-RS, transforma a relação da entidade com a comunidade. “Saímos do concreto e apresentamos a entidade à sociedade por uma outra abordagem”, comenta Zalmir Chwartzmann, diretor da entidade e coordenador do projeto. O projeto, até o momento, contempla o lançamento de um livro comemorativo que relembra a história da entidade relacionada a fatos importantes do cenário nacional, e também os espetáculos Sinduson, que abre as portas do teatro da sede para a população, com shows de engenheiros - que também são músicos – e seus convidados especiais. O Resgate do Patrimônio Histórico, que já re-

vitalizou 12 dos 30 monumentos do parque Farroupilha, tem movimentado discussões em torno do tema “pertencimento”. “Entendemos que esse é um processo. Precisaremos conscientizar as pessoas da importância do seu envolvimento com a cidade. Não é um projeto pontual”, afirma. Para Chwartzmann, as iniciativas do Sinduscon-RS mostram ao empresário uma nova maneira de interagir com a sociedade e, consequentemente, fazer negócios. “O Sinduscon-RS nunca interagiu tanto com Porto Alegre. Nosso projeto já recebeu o Top de Marketing da ADVB e concorre ao Top Cidadania da ABRH-RS. Nossas ações, de certa forma, humanizam a entidade. Pessoas querem falar com pessoas. Acredito que essa seja uma tendência, inclusive para os negócios. O mundo é feito de relacionamentos. A entidade, ao conversar com a comunidade, incentiva que os empresários façam o mesmo”, revela.


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ARQUISUL

Foco em aproveitamento de espaço Ao completar 46 anos de atuação, a Arquisul Construtora e Incorporadora se orgulha de ser uma empresa totalmente ligada ao mercado imobiliário da Capital e de conhecer bem o perfil de seu consumidor. Mantendo compromisso com tecnologia moderna nas construções e foco nas melhores localizações da cidade, a empresa trabalha com capital próprio, o que permitiu imprimir ritmo acelerado na conclusão de obras e empreendimentos neste ano, apesar do momento delicado da economia. As restrições do mercado fizeram, no entanto, com que os lançamentos previstos para 2015 fossem avaliados, aguardando melhores condições mercadológicas para serem efetivados. Segundo o diretor-presidente da empresa, Paulo Roberto Silveira, essa postergação dos lançamentos não trará prejuízos aos negócios, uma vez que a Arquisul possui um land bank (processo de compra e estoque de terrenos) já adquirido com recursos próprios. “Temos projetos em estudo e outros aguardando aprovação dos órgãos públicos, o que nos deixa em uma situação muito confortável para aguardar o melhor momento de trabalhar os novos em-

MARCELO G. RIBEIRO/JC

Empresa aposta no potencial de crescimento imobiliário de Porto Alegre, diz Paulo Roberto Silveira (e)

preendimentos”, explica. Com um Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 650 milhões, Silveira revela que a construtora possui na prateleira de futuros lançamentos produtos residenciais e comerciais em localizações nobres de Porto Alegre, como o bairro Petrópolis e a

zona Norte, áreas consideradas de grande viabilidade comercial. O diretor revela ainda que não teme grandes perdas por conta da conjuntura econômica, principalmente por considerar o mercado da cidade diferente das demais capitais. “Houve por aqui um represamento dos licenciamentos e apro-

vações de imóveis, o que deu uma equilibrada no mercado. Então, hoje não há oferta exagerada de imóveis, ao contrário do que ocorre com outros grandes centros, onde há super oferta”, comenta. Silveira destaca a localização de seus empreendimentos como grande diferencial da Ar-

Integração é o diferencial do NEO Superquadra Apostando forte no conceito inovador de construções mixed use, que agrega trabalho, casa, lazer e serviços em um só lugar, a Arquisul deve entregar, até o final do ano, o NEO Superquadra, empreendimento que concentra em um único endereço apartamentos, escritórios e lojas. O projeto conta com três torres, sendo duas residenciais (Living) e uma comercial (Corporate), localizadas na avenida Assis Brasil, uma das principais na zona Norte da cidade, na quadra que engloba as ruas Piauí e Santa Catarina. Segundo o diretor-presidente da Arquisul Construtora e Incorporadora, Paulo Roberto Silveira, a obra irá colaborar para transformar a região, que tem se desenvolvido mais nos últimos anos, e facilitar a mobilidade dos moradores e trabalhadores do empreendimento, proporcionando mais qualidade de vida, segurança e

comodidade aos usuários. “O NEO Superquadra foi elaborado para permitir que o morador, trabalhador ou dono do escritório possa ter facilidades no quesito mobilidade, uma vez que o conceito dessa construção permitirá a ele usufruir de lojas e serviços (Concept Mall) dispostos no local”, explica. Os apartamentos construídos são de três (81 metros quadrados) e dois dormitórios (opções de 62 e 72 metros quadrados) e inseridos no conceito de projetos inteligentes, que valorizam o aproveitamento máximo de cada espaço, com suíte, sacada e cozinha gourmet com churrasqueira. Os prédios residenciais foram concebidos para funcionar como clubes privativos e oferecem grandes áreas externas com playground, espaço relax e piscinas. Já nos espaços fechados estão situados o salão de jogos, academia e três salões de festas (Espaço Kids, Teen e

quisul, que concentra sua atuação em bairros nobres, onde haja facilidade de mobilidade urbana e grande oferta de serviços. Com uma gama ampla de imóveis em negociação, com valores entre R$ 350 mil e R$ 1 milhão, a empresa visa o consumidor final de seus produtos e consegue atingir diferentes classes de consumidores. O aproveitamento máximo de cada espaço interno também é apontado como condição essencial das construções. Neste ano, a previsão é entregar cinco novos empreendimentos até dezembro, cerca de 600 unidades, entre residenciais e comerciais, com um VGV em torno de R$ 320 milhões. Atualmente, a Arquisul conta com 360 colaboradores, divididos entre o escritório administrativo do bairro Santana e os canteiros de obras, e trabalha com processos de gestão totalmente integrados. Segundo Silveira, o foco é seguir apostando no potencial de crescimento do mercado imobiliário de Porto Alegre, prospectando um aumento no número de consumidores que possuem recursos para investir na casa própria, e oferecendo facilidades exclusivas a seus clientes, como a possibilidade de linhas de financiamentos com o Banrisul. ARQUISUL/DIVULGAÇÃO/JC

Empreendimento na avenida Assis Brasil agrega apartamentos, escritórios e lojas; duas torres são residenciais

Espaço Gourmet) por torre. As torres possuem 216 apartamentos, 88 salas comerciais e 15 espaços para operação de lojas.

Silveira aponta ainda a localização como diferencial do projeto, que já está 90% comercializado, uma vez que o endereço possibi-

lita acesso rápido e fácil a supermercados, praças, shopping centers, hospitais, aeroporto, escolas e às principais saídas da Capital.


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MELNICK EVEN

Estratégia para enfrentar a crise O cenário da economia nacional deteriora-se, e as dificuldades de aprovação e licenciamento de novos empreendimentos têm preocupado as grandes construtoras pela redução dos estoques em um momento em que o mercado mostra-se interessado em fazer negócios. Para Juliano Melnick, diretor da Melnick Even, em meio a tantas incertezas, a construtora passou bem pelo último ano: recorde de vendas e lucro apesar da retração do mercado. Em 2014, a Melnick Even teve dois novos empreendimentos, o Ato e o Vida Viva Boulevard, além de extensões de empreendimentos já existentes. Em 2015, até o momento, a Melnick não registrou lançamentos, mas as previsões são de novidades para o segundo semestre. “Temos diversos projetos tramitando na prefeitura com características bem diferentes. Nossa estratégia é, neste ano, fazer mais lançamentos com Valores Gerais de Vendas (VGV) menores, o que reduz os riscos. Podemos espalhar nossa marca pela cidade e testar mercados”, explica. Diversificar virou estratégia

para encarar a crise. Ainda para este ano, a Melnick Even prevê lançamentos de três empreendimentos de alto padrão, um grande empreendimento na Região Metropolitana de Porto Alegre e pode, ainda, trazer novos produtos das linhas Vida Viva ou Supreme, que se caracterizam por seus apartamentos com menos de 100 metros quadrados. Apesar da instabilidade e das incertezas, Juliano Melnick traz o otimismo de quem tem a base sólida. “Em 45 anos de atuação na construção civil, a Melnick já passou por outras crises, talvez até bem piores do que esta que vivemos hoje. Apesar do contexto nacional e local, nossa empresa tem solidez.” Prova disso é o sucesso do Melnick Even Day, maior ação de vendas do mercado imobiliário do Sul do Brasil, em 2015, que teve os melhores resultados desde seu lançamento. Num único dia, foram vendidos R$ 190 milhões, o equivalente a cinco meses de vendas da empresa e a um aumento de 15% em relação aos R$ 165 milhões alcançados em 2014. Durante a quarta edição do

FREDY VIEIRA/JC

Apesar da retração do mercado imobiliário, Juliano Melnick comemora recorde de vendas e lucro no ano passado

Melnick Even Day, realizada em 28 de março, os interessados em investir em empreendimentos imobiliários puderam negociar vantagens exclusivas diretamente com a diretoria e uma equipe qualificada de corretores das principais imobiliárias parceiras, escolhendo os melhores imóveis com bônus, preços e condições diferenciadas e descontos especiais de até 36%

à vista. “Neste ano, antecipamos o Melnick Even Day para o primeiro trimestre do ano. E acredito que tenha sido uma decisão muito acertada. Essas vendas renderam uma ‘poupança’ para seguir adiante”, pontua Juliano Melnick. A ação resultou na assinatura de mais de 400 contratos para os 24 empreendimentos disponíveis, entre comerciais e residenciais,

lançamentos, em obras e prontos para morar. Para Marcos Colvero, diretor de Incorporações da Melnick Even, apesar das incertezas causadas pelo cenário macroeconômico, o cliente sempre vê o imóvel como uma excelente opção de investimento nos momentos mais conturbados da política e da economia. “O imóvel segue sendo uma moeda forte”, garante.

MELNICK/DIVULGAÇÃO/JC

Novo mixed use é aposta

Hom Nilo terá duas torres, uma comercial, com 208 escritórios, e outra residencial, com 176 apartamentos

Um dos lançamentos mais esperados é o Hom Nilo, mixed use localizado na avenida Nilo Peçanha, quase em frente ao Viva Open Mall. Serão duas torres, uma comercial com 208 escritórios e outra residencial com 176 apartamentos, complementadas por um mall de conveniências com sete lojas e edifício garagem de cinco andares com estacionamento rotativo no térreo. A Melnick Even já construiu, na mesma avenida, o Parigi, um dos precursores do conceito mixed use na cidade, que também tem um estilo inovador. O projeto arquitetônico é de autoria de Haas & Jesus Arquitetos Associados, o projeto de decoração de interiores é de Roseli Melnick Arquitetura & Interiores, e o projeto paisagístico de Tellini Vontobel Arquitetura de Exterior. A construtora deu mais um passo em busca de ampliação do negócio com a parceria fechada com a Arcadia Urbanismo. “Agora, passamos a atuar também em

loteamentos e em urbanização”, comemora Juliano Melnick. A partir da associação, as empresas projetam atingir faturamento de R$ 400 milhões e criar 15 mil unidades imobiliárias em cinco anos e devem investir também em projetos para moradias na praia e na serra, condomínios e empreendimentos de serviços, comércio, lazer e cultura. A Melnick Even e a Arcadia, juntas, já possuem áreas que comportam a implantação de cerca de 10 mil unidades, hoje em fase de projeto e de licenciamento. De acordo com o diretor, os estoques da Melnick Even vendem bem, e as margens de valores seguem favoráveis. “Oferecemos produtos bons e diversificados. Não estamos apostando no ‘tudo ou nada’. Acreditamos, sim, que o mercado siga comprador por um períodoainda. E, por isso, é tão importante a reposição dos imóveis à disposição. Os lançamentos são as vendas de amanhã”, reforça.


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CYRELA GOLDSZTEIN

DNA inovador A Cyrela Goldsztein, uma das empresas mais conhecidas e consolidadas da construção civil no Rio Grande do Sul, aposta na inovação como fórmula de diferenciação no mercado. Nos últimos anos, tem investido em empreendimentos diferenciados com propostas ainda não encontradas em Porto Alegre e até mesmo no Brasil. “Ser criativo e pensar o que ninguém pensou é uma forma de nos destacarmos, especialmente num período econômico de incertezas. Quando a tendência é vender menos, é essencial chamar a atenção”, constata Fernando Goldsztein, diretor da Cyrela Goldsztein. E o mercado responde bem às inovações propostas pela empresa. O Medplex, complexo de saúde no coração do eixo hospitalar da capital gaúcha, teve vendas muito rápidas. “É um produto absolutamente diferente. É um empreendimento dedicado aos médicos. A verdade é que consultório não é uma sala comercial”, define. Inspirado nos melhores medical centers do mundo, o empreendimento reúne atributos que o deixam em total conformidade com as

normas RDC - 50 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aplicáveis a prédios de saúde. Serão clínicas e consultórios integrados com outros profissionais da saúde e serviços complementares, como exames laboratoriais e diagnóstico por imagem. Elevadores com capacidade para maca, corredores com 2 metros de largura e área de descarte para lixo hospitalar em todos os andares estão entre os diferenciais. O MedPlex foi escolhido para acolher o primeiro Hospital de Curta Permanência (HCP) do Rio Grande do Sul. Essa tipologia hospitalar é focada em procedimentos cirúrgicos de pequeno e médio porte que demandam internação de curta permanência. O Medplex receberá, também, um moderníssimo bloco cirúrgico de oftalmologia. As vendas, em números, comprovam o sucesso. A torre norte do Medplex foi 100% vendida em 38 dias, com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 180 milhões. Isso tudo em novembro de 2014, logo após as eleições e num cenário econômico pessimista, o que, segundo avaliação da Cyrela, valo-

CYRELA GOLDSZTEIN/DIVULGAÇÃO/JC

riza ainda mais o resultado. A torre sul, lançada em junho de 2015, teve 100% de vendas consolidadas em apenas 33 dias, alcançado VGV de R$ 145 milhões. A segunda fase do empreendimento foi levada ao mercado também num período de crise política e econômica, o que qualifica os números alcançados. Não à toa, o empreendimento conquistou medalha de ouro no último Sinduscon Premium, promovido pelo Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), nas categorias “Empreendimento de Grande Porte” e “Destaque Mercadológico”. A incorporadora, escolhida como “Empresa do Ano”, ganhou destaque com “Empreendimento de Médio Porte”, com o projeto Porto Alegre Incomparável. “Queremos ser reconhecidos por nossa inovação. Pensamos em empreendimento que gerem valor. A equipe da Cyrela Goldsztein está sempre projetando para o futuro. Todos os nossos próximos empreendimentos, ou uma grande maioria, trazem isso em sua essência”, comenta.

Goldsztein afirma que a construtora está sempre projetando para o futuro

Mais inovação com o empreendimento Axis Triple Business CYRELA/DIVULGAÇÃO/JC

Uso misto no Axis Triple Business prevê hotel, escritórios e modelo de gestão inédito no Rio Grande do Sul, o rental sure

A novidade da Cyrela Goldsztein para as próximas semanas é o lançamento do Axis Triple Business, empreendimento de uso misto que possui modelo de gestão inédito no Rio Grande do Sul, o rental sure. As duas torres, office e hotel, estão inseridas nos polos comercial e empresarial de Porto Alegre, junto à avenida Carlos Gomes, que ficam completas com um business center. Essa é uma parceria da Cyrela Goldsztein com a Laghetto, maior rede de hotéis da Serra gaúcha. O modelo de rental sure projeta rendimentos mensais fixos até uma taxa de ocupação com percentual definido, ao qual serão acrescentados novos valores quando a ocupação superar o mínimo determinado. Os valores dos rendimentos são atualizados por índices de inflação a partir do lançamento, e, além disso, será o primeiro empreendimento imobiliário do Estado a ser certificado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Os proprietários, entre outras vantagens, não precisam se preocupar em encontrar locatários nem

pagar taxas no início da operação, e a manutenção das unidades fica a cargo da administradora. As vagas de estacionamento serão operadas pelo condomínio e constituirão outra fonte de renda aos investidores. O business center será administrado pela Rede Laghetto, com remuneração fixa ao investidor. A união de três negócios, que se complementam e reciprocamente ampliam suas demandas, faz do Axis Triple Business um dos grandes lançamentos do ano. O empreendimento será erguido na avenida Plínio Brasil Milano, com entrada pela avenida Inácio Vasconcelos, região consolidada para hotéis e salas comerciais. Está próximo à Terceira Perimetral e a poucos minutos do aeroporto. Inovação, rentabilidade, valorização e segurança são os valores que norteiam o projeto desde a sua concepção, tornando-o um movimento de confiança e um aporte de criatividade que fortalece o mercado como um todo. “É mais um empreendimento inovador que tem muito potencial por todos os seus diferenciais”, garante Goldsztein.


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JOAL TEITELBAUM

Qualidade, inovação e novos nichos Ao longo de 54 anos de atuação no mercado da construção de alto padrão, o Escritório de Engenharia Joal Teitelbaum já soma mais de 650 mil metros quadrados de obras entregues e, sempre primando pela qualidade e inovação em seus projetos e processos, aposta em novos nichos, como o de obras corporativas e construção de áreas comuns planejadas. As duas novas linhas de negócios da empresa seguem o mesmo modelo de qualidade que consolidou a Joal Teitelbaum como uma das principais construtoras de prédios residenciais e comerciais diferenciados do Estado e atendem aos anseios de um público distinto e fiel. “Nos mantemos focados na gestão de qualidade e na sustentabilidade, trabalhando nichos para públicos diferenciados, porém fiéis, que seguem confiando na empresa, mesmo em momentos menos favoráveis”, comenta o engenheiro e diretor da empresa Claudio Teitelbaum. Ao se inserir no segmento de edificações corporativas, a construtora soma três importantes projetos: o campus da Unisinos Porto Alegre, na avenida Nilo Peçanha, a nova Escola Infantil do Colégio Anchieta, também na Capital, e o novo empreendimento do Hospital Regina, em Novo

MARCO QUINTANA/JC

Teitelbaum destaca empreendimento do Hospital Regina, em Novo Hamburgo, e a nova Escola Infantil do Colégio Anchieta

Hamburgo, todos em obras. No ramo de áreas comuns planejadas destaca-se o Bairro Quartier, projeto pioneiro assinado pelo arquiteto paranaense Jaime Lerner, que será construído em Pelotas, sob os conceitos do novo urbanismo, priorizando a ocupação inteligente e qualidade de vida. A área, de 30 hectares,

terá uso compartilhado de parque, prédios comerciais, residenciais e de serviços e tem o início das obras de urbanismo previsto para setembro. “Serão 400 mil metros quadrados de área construída, ao longo de 10 anos, e nós vamos urbanizar o empreendimento e vender lotes. O projeto é pioneiro e já tem grande aceita-

ção”, aponta o engenheiro. Atualmente, a empresa mantém 40 funcionários diretos, 300 terceirizados e prepara dois lançamentos para Porto Alegre, um residencial de alto padrão e um prédio comercial, localizado na avenida Cristóvão Colombo. Apesar das dificuldades do mercado, a construtora, que oferta salas comerciais a

partir de R$ 300 mil e apartamentos a partir de R$ 650 mil, registrou um crescimento de 30% em relação a 2014 e estima manter esse mesmo patamar para 2016. “Em anos complicados para a economia, temos de tirar o ‘s’ da crise e criar, é nisso que seguimos apostando”, explica Teitelbaum. O diretor destaca ainda o fato de a empresa manter consolidada a gestão familiar, considerada um dos diferenciais de mercado da Joal Teitelbaum. “A empresa foi criada pelo nosso pai e se profissionalizou. Hoje, temos gestão profissional dentro de uma empresa familiar e isso é notado pelo cliente”, explica. Outro importante diferencial da empresa é a gestão ambiental. Precursora no Estado em projetos verdes, é reconhecida no Brasil e exterior pelas práticas sustentáveis e foi a responsável pelo primeiro empreendimento de conceito Green Building na Capital, o Príncipe de Greenfield, lançado em 2007, no bairro Bela Vista. “Os produtos sustentáveis sempre acabam se pagando e geram economia a longo prazo. Vamos seguir defendendo que sustentabilidade é como qualidade, aos poucos as pessoas vão estar cada vez mais preocupadas e em busca disso”, finaliza Cláudio.

Construtora também investe no gerenciamento de grandes obras Com foco na otimização das obras e na qualidade, sustentabilidade e competitividade na construção, o Escritório de Engenharia Joal Teitelbaum também investe no gerenciamento de obras de grande porte e de montagem industrial na Capital e Região Metropolitana. Utilizando como base a metodologia de Sistema de Gerenciamento Integrado (SGI), a empresa presta um serviço de acompanhamento e controle de todos os processos construtivos e de planejamento da obra, desde a fase inicial de projeto e licenciamento. Com isso, disponibiliza a seus clientes todo o conhecimento e expertise de mercado que acumula em mais de cinco décadas de atuação. “As vantagens? Uma empresa tradicional, especialista em construção civil, inteiramente focada no gerenciamento dos projetos e obra, e com todo o controle da gestão do processo”, destaca o diretor Claudio Teitelbaum.

Por meio da utilização do SGI, a construtora disponibiliza uma tecnologia avançada de gerenciamento, com objetivo de chegar a um produto que equalize preço competitivo e qualidade. As ações nesse sentido envolvem tarefas como elaboração e coordenação do projeto, com foco na melhoria do desempenho, confiabilidade, qualidade, segurança e ciclo de vida da obra; gerenciamento para aprovação do projeto nos órgãos competentes; análise de viabilidade econômica e financeira; e gerenciamento da execução da obra, com adoção de técnicas exclusivas, baseadas nos Critérios de Excelência da Fundação Nacional da Qualidade. A utilização do SGI permite ainda identificar eventuais desvios nos cronogramas, manter o equilíbrio financeiro do projeto, avaliar o desempenho de cada etapa, de forma preventiva, e orientar o cliente para que os resultados sejam relevantes para todos.

JOAL TEITELBAUM/DIVULGAÇÃO/JC

Entre os projetos de edificações corporativas está o campus da Unisinos, na avenida Nilo Peçanha, em Porto Alegre


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NEX GROUP

Transformando projetos em conquistas Há quatro anos atuando nos mercados gaúcho e catarinense, a Nex Group surgiu da fusão de quatro construtoras tradicionais - Capa Engenharia, DHZ Construções, EGL Engenharia e Lomando, Aita Engenharia - e se firma no setor por sua capacidade de atender diferentes nichos de clientes, mantendo os mesmos níveis de competência e qualidade em todos os projetos que executa. Com um portfólio de empreendimentos que atinge desde os segmentos econômico, de média e alta renda, aos condomínios residenciais - verticais e horizontais - e prédios comerciais, a empresa encerrou 2014 comemorando a marca de R$ 457 milhões em vendas e estima avançar ainda mais neste ano, chegando aos R$ 600 milhões em vendas. “Para nós, 2014 foi um ano muito bom e a previsão para 2015 está dentro do nosso planejamento. Prova disso é que tivemos um primeiro semestre excelente, conseguindo ultrapassar um pouco a nossa meta”, revela o diretor comercial do grupo, Vinícius Batista. Um dos grandes responsáveis por isso foi o sucesso do Life Park Condomínio Clube, localizado em

Canoas, em frente à área do novo shopping center em construção na cidade, ainda em obras. Atualmente, a incorporadora conta com 16 empreendimentos em comercialização, sendo oito deles com previsão de entrega até o final do ano, que somam mais de 2 mil unidades. Para este segundo semestre de 2015, a Nex Group adotou uma postura mais agressiva de comercialização, até como forma de superar a instabilidade da economia. E prepara um grande lançamento para a zona Norte da Capital, área que possui pouca disponibilidade de terrenos e é considerada de grande potencial de venda, segundo o diretor. A maior parte do portfólio da empresa é formada por produtos na faixa entre R$ 300 mil e R$ 500 mil, que se destacam pela localização privilegiada, excelentes projetos e qualidade na construção. “Percebemos que essa linha de imóveis está imune à crise, pois as pessoas precisam comprar, porque casam, separam ou conquistam a casa própria. É uma faixa que consideramos como de necessidade”, destaca. Batista comenta ainda que,

MARCELO G. RIBEIRO/JC

Batista avalia que imóveis entre R$ 300 mil e R$ 500 mil, com localização privilegiada, estão imunes à crise

em função do ritmo de trabalho adotado pela empresa, a crise do mercado imobiliário e da construção civil impactou pouco nas negociações. Tanto que a Nex segue adquirindo terrenos para empre-

endimentos futuros e conta com financiamentos garantidos. “No início do ano, enxergamos a possibilidade de um cenário difícil, mas ampliamos nossa competitividade e apostamos que seria, de fato,

um período de grandes conquistas para a Nex e seus clientes”, complementa o executivo. Isto reflete-se no posicionamento da marca para este ano: “2015 Nex, o ano da sua conquista.”

Empreendimento inovador é case de sucesso em Canoas Considerado um dos maiores lançamentos imobiliários do Estado e campeão absoluto de vendas da Nex Group no ano passado, o Life Park Condomínio Clube, que está sendo construído em Cano-

as, reúne apartamentos de dois e três dormitórios integrados a uma completa infraestrutura esportiva e de lazer, em uma localização privilegiada. Atualmente na terceira fase

do lançamento, o empreendimento está situado ao lado do Parque Capão do Corvo, uma das maiores áreas verdes da cidade, que está sendo revitalizado e ampliado; e também ao lado do novo NEX GROUP/DIVULGAÇÃO/JC

Campeão de vendas, Life Park alia estrutura de clube, comodidade de condomínio e contato com a natureza

shopping center da Multiplan em construção no município, o ParkShoppingCanoas. A região também terá uma estação do aeromóvel e um túnel que irá ligar os dois lados da cidade. Construído em uma área nobre de Canoas, entre os bairros Jardim do Lago e Moinhos de Vento, um novo eixo de valorização imobiliária, o Life Park alia toda a estrutura de um clube (com 27 espaços de lazer) com a comodidade de um condomínio e oferece amplo contato com a natureza. De acordo com o diretor comercial da Nex, Vinícius Batista, o projeto foi pensado para aliar conforto com modernos conceitos de sustentabilidade e paisagismo. “O intuito é reduzir impactos causados ao meio ambiente, gerar economia nos gastos com condomínio e bem estar aos moradores”, explica. Entre as ações de sustentabilidade adotadas destacam-se o uso de iluminação inteligente e a adoção de placas solares para aquecimento de água, instalação de telhados verdes, uso de

vegetação nativa no paisagismo e construção de amplos espaços para garantir maior circulação de ar entre os prédios, diminuindo a necessidade e o consumo de energia elétrica. O sucesso de comercialização do empreendimento, segundo Batista, está diretamente associado aos principais diferencias da empresa: excelente engenharia construtiva e projetos muito bem planejados, com produtos diferenciados. “O mercado gaúcho é extremamente bem estruturado, competitivo e um dos mais qualificados. Por isso, para mantermos o nível de excelência de nossos produtos investimos cada vez mais nas nossas equipes”, afirma. No Rio Grande do Sul, além de Porto Alegre, Canoas, Alvorada e Gravataí, a Nex está inserida na cidade de Pelotas e pretende ampliar sua atuação no Sul do Estado. O diretor comercial revela ainda que a empresa estuda reforçar a presença em Santa Catarina, onde possui dois empreendimentos na Praia Brava de Itajaí.


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Porto Alegre, sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Construção Civil

Jornal do Comércio


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