Caderno Responsabilidade 2014

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Responsabilidade Social

JONATHAN HECKLER/JC

Porto Alegre, segunda-feira, 24 de novembro de 2014 Caderno Especial do Jornal do ComĂŠrcio


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Responsabilidade Social

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TENDÊNCIAS

Pagar as contas já não é mais motivação para as novas gerações de profissionais que começam a ingressar no mercado. O trabalho aparece menos como elemento de necessidade e mais como fonte de descoberta de um propósito maior e de “caminhos que possibilitam criar e disseminar novos sonhos individuais e coletivos”, como aponta o resultado de estudos realizados pela BOX 1824, empresa de pesquisa de tendências em consumo, comportamento e inovação. O “Sonho Brasileiro”, estudo realizado a partir da perspectiva do jovem de 18 a 24 anos, em 2011, ouviu a primeira geração global de brasileiros para entender seus valores, os papéis a que se propõem a desempenhar e os cenários futuros em que se vêem atuando. Em fase quantitativa, o Datafolha entrevistou 1.784 pessoas de 173 cidades em 23 estados do Brasil, com perfis sociais distintos. Na fase qualitativa, foram entrevistados jovens,

das classes A, B e C, que residem nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre. Entre diversos aspectos, a pesquisa – reconfirmada pelo estudo de 2013 “Sonho Brasileiro da Política” – destaca que 8% dos jovens caracterizam-se como “transformadores” ou “jovens-pontes”: pessoas que fazem ações nas mais diversas áreas, como projetos sócioeducativos, culturais ou de economia comunitária. “O jovem parece ter mais consciência do seu papel cidadão. O pensamento global mostra que pode fazer a diferença e o trabalho também pode ter função social. O ‘jovem-ponte’, que é conectado e atua em rede, acredita na microrrevolução. Acredita no seu potencial e quer mudar o mundo, mas começa a fazer a mudança localmente com resultados palpáveis em curto e médio prazo”, explica Beatriz Pedreira, cientista social e co-criadora do estudo da BOX 1824. A pesquisa mostra que os jo-

vens não negam a importância da economia no mundo atual, mas sentem falta de uma perspectiva mais coletiva. Acreditam também que não é apenas em escolas e universidades que existe conhecimento e que ele pode ser construído e disseminado de diversas maneiras, fora da sala de aula. E, neste contexto, valoriza-se a educação informal, ambientes virtuais, projetos independentes, culturas marginais. Se a transformação social só é possível a partir da ação das pessoas, atribui-se à educação grande parte da responsabilidade por estimular a formação de pessoas capazes de exercer esse papel. É no trabalho que os “transformadores” percebem uma ponte com seu papel social. Embora apenas 6% do total de jovens aponte “relevância social” como um dos fatores decisivos na hora de escolher um trabalho, 90% afirmam que gostariam de ter uma profissão que ajudasse a sociedade.

BOX 1824/DIVULGAÇÃO/JC

Geração mais consciente

Para Beatriz, o jovem tem mais consciência do seu papel de cidadão

PARCEIROS VOLUNTÁRIOS/DIVULGAÇÃO/JC

Exercício de cidadania

Programa Tribos une estudantes de escolas públicas e privadas em diversas ações de voluntariado

“Tenho 12 anos e há nove sou voluntária”. A frase, dita por uma menina em um encontro do programa Tribos - Nas Trilhas da Cidadania, mexeu com Maria Elena Johannpeter, presidente da ONG Parceiros Voluntários. Afinal, despertar na infância e na adolescência valores e senso de cidadania, tornando o “ser solidário” em um comportamento natural, pode garantir um futuro melhor e mais justo. O programa Tribos é uma ação de mobilização social desenvolvida por jovens de escolas públicas e privadas que querem transformar a realidade. Eles se reúnem, escolhem uma temática para atuação e fazem ações voluntárias na comunidade. Mais de 277 instituições de ensino estão envolvidas nesta iniciativa da Parceiros Voluntários no Rio Grande do Sul, sendo 80% de escolas públicas e 20% de privadas. “Há um importante diferencial

quando as questões sociais estão presentes na vida dos indivíduos desde a infância. Ser solidário torna-se um valor, algo que faz parte. No entanto, não há idade para educar-se para o social. Sempre é tempo”, comenta Maria Elena. O projeto propõe a retomada de valores através da educação, fortalecendo, entre crianças de sete e 13 anos, o respeito consigo, com o outro e com o meio ambiente. E, depois, abrange atividades mais práticas, que incluem o diagnóstico da sua comunidade e a busca por soluções. “É uma maneira de incentivar o empreendedorismo entre os jovens. A geração millenium, nascida entre 1980 e 2000, é diferente. Precisa de desafios. E o desafio social é enorme. A conectividade promove pensamento global em atuação local. O que faço aqui tem consequências e reflexos no mundo inteiro”, afirma.

Expediente Editor-Chefe: Pedro Maciel (maciel@jornaldocomercio.com.br) • Editora de Cadernos Especiais: Ana Fritsch (anafritsch@jornaldocomercio.com.br) • Subeditora: Sandra Chelmicki (sandra@ jornaldocomercio.com.br) • Reportagem: Flavia Mu • Projeto gráfico e diagramação: Ingrid Müller • Editor de Fotografia: João Mattos • Revisão: André Fuzer, Luana Lima, Rafaela Milara e Thiago Nestor


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O curso de Administração, com ênfase em Gestão para Inovação e Liderança, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), já inclui a disciplina de Responsabilidade Social e Sustentabilidade no currículo dos alunos. Em oficinas, os estudantes desenvolvem, em parceria com organizações não governamentais, soluções para atender às necessidades da comunidade, aplicando os conhecimentos e as ferramentas de gestão estudadas em sala de aula no terceiro setor. “A vivência nas comunidades carentes muda totalmente o conceito que eles têm, inclusive, da profissão. Esse jovem que está chegando ao mercado precisa de um trabalho que faça sentido e seja relevante”, afirma Cláudia Stadtlober, coordenadora do curso de Administração da Unisinos. De acordo com ela, percebe-se que entidades com fins sociais ainda apresentam fragilidades na gestão. “Nossos alunos, quando se envolvem com as causas, percebem que o seu trabalho pode ser legal, feliz e ter impacto na

sociedade”, diz. A universitária Kathleen Enzweiler, ao lado dos colegas Gustavo Stümer, Fernando Batistella e Luiza Jawetz, tem se dedicado a um trabalho em benefício dos alunos da Instituição de Educação Infantil Pingo de Mel, no bairro Agronomia, em Porto Alegre, que atende crianças de 2 a 6 anos. Durante o semestre, o grupo organizou uma série de atividades para arrecadar fundos para a creche, como o brechó solidário, onde 850 peças de roupa foram vendidas por valores entre R$ 2,00 e R$ 10,00. Segundo Kathleen, além de colocar em prática a teoria de sala de aula, foi possível simplificar o conteúdo e compartilhá-lo com a equipe da escola, buscando melhorar seus rendimentos e controlar seus gastos. “Mostramos a importância de estipular metas e criar novos projetos. Convivemos com uma realidade desconhecida, um lugar que não planeja o dia de amanhã e onde só se apagam incêndios do dia a dia. Foi muito importante para o nosso cresci-

mento profissional e pessoal”, afirma. Além disso, segundo a coordenadora do curso de Administração da Unisinos, a conscientização promoverá mudanças significativas nas organizações e no mercado. “Já se fala em sustentabilidade, sempre muito ligada ao meio ambiente, há mais de 25 anos. No entanto, a partir de 2002 é que começamos a vê-la aplicada. É necessário um tempo de maturação. Por isso, as empresas aos poucos se adaptam ao ‘novo funcionário’. Teremos líderes diferentes, articuladores, ativos, conscientes, que cobram o que é correto. Percebo que algumas empresas já estão se preparando para receber esse novo funcionário, criando espaços para o ‘fazer mais’. As organizações que já desenvolvem programas sociais, sem dúvida, aumentam suas chances de reter esses indivíduos”, afirma. O “fazer sentido” é também a motivação do empreendedorismo entre os jovens. “Quando pergunto em sala de aula quantos preten-

UNISINOS/DIVULGAÇÃO/JC

Ideias que surgem em sala de aula

Luiza, Kathleen, Stümer (ao fundo) e Batistella organizam atividades para arrecadar fundos para uma creche da Capital

dem ter seu próprio negócio, mais da metade da turma afirma que sim. Há 10 anos, não tínhamos esses questionamentos. E engana-se quem pensa que o jovem quer

‘ser seu próprio chefe’. Diferente disso, o empreendedorismo aparece relacionado a uma necessidade de gerar valor com base moral e ética própria”, comenta.


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ENTREVISTA

O potencial transformador da educação aparece como norteador do Prêmio Responsabilidade Social de 2014. O presidente da Assembleia Legislativa, Gilmar Sossella, em entrevista exclusiva ao Jornal do Comércio, reforça a importância do tema. Afinal, “não há outro caminho para tornar o Brasil um País melhor, mais justo e igualitário do que investir, qualificar e ampliar o acesso de todos à boa educação. Não há uma grande transformação social sem a educação. Se acontecer, será superficial e pouco duradoura”. Jornal do Comércio — Em 2014, o Prêmio de Responsabilidade Social chega à 15ª edição. Como o senhor percebe a evolução do tema nestes últimos anos nas empresas e nas comunidades? Gilmar Sossella — Vivemos, felizmente, um tempo em que servir e ajudar ao próximo deixou de ser algo diferenciado, quase exótico, e se tornou motivo de orgulho e até mesmo de credibilidade em todos os setores. Uma pessoa que faz um trabalho social, sobretudo voluntário, tem um peso em seu currículo que pode ser decisivo no momento de conquistar uma oportunidade no mercado de trabalho. Isso é uma grande evolução. Assim como empresas e entidades que desenvolvem

Não há uma grande transformação social sem a educação. Se acontecer, será superficial e pouco duradoura. A nossa situação industrial e empresarial é uma grande prova disso. O País cresceu, foram gerados empregos − em muitas cidades o tão sonhado desemprego zero se tornou realidade. Porém, existem centenas, milhares de vagas ociosas e que as empresas não conseguem preencher por falta de qualificação e, principalmente, de ensino da grande massa de trabalhadores.

e/ou apoiam projetos sociais, independentemente de área, ganham respeito e admiração e obtém mais sucesso em suas atividades. Acreditamos que esta é uma das maiores mudanças de cultura e comportamento da sociedade brasileira em nosso tempo. JC — Pensar em responsabilidade social é projetar o futuro? Sossella — A responsabilidade social gera frutos para todos. E, em nossa opinião, mais até para quem ajuda do que propriamente para quem é ajudado. Ao fazer o bem para uma pessoa, para uma entidade, para a comunidade, além do agradecimento e do retorno positivo, crescemos como seres humanos, como líderes. E o valor disso é imensurável. Investir, apoiar e realizar ações sociais são algumas das melhores formas de semear boas sementes para o futuro, pois o exemplo dado tem uma influência enorme na formação e consolidação de pessoas cidadãs. Precisamos cada vez mais de crianças e jovens que tenham a oportunidade de crescer vendo bons exemplos de vida. Mais do que um efeito pedagógico, isso tem um resultado prático que é a formação de pessoas críticas, ativas, que não aceitam passivamente as desigualdades e trabalham, cobram dos governantes e da própria comunidade ações para mudar a situação. Nos países mais desenvolvidos do mundo, esta é uma das principais chaves para o sucesso e a qualidade de vida. JC — É possível perceber um maior senso de cidadania na sociedade? Sossella — Certamente que sim. E isso fica claro através de alguns exemplos, dentre muitos que poderíamos dar aqui. Um grupo de vizinhos se reúne para promover a limpeza de uma

praça ou de um córrego. Uma turma de amigos resolve tirar sua tarde de sábado para ler e ouvir histórias de idosos em um asilo. Pessoas que se unem para arrecadar roupas, comida, calçados, brinquedos para distribuir aos necessitados. Estas ações explícitas de senso de cidadania há muito acontecem, porém jamais foram em tão grande número e nem tiveram tanto reconhecimento por parte da própria sociedade. JC — Por que a escolha do tema educação como norteador da premiação? Sossella — Primeiramente por acreditarmos que não há outro caminho para tornar o Brasil um País melhor, mais justo e igualitário do que investir, qualificar e ampliar o acesso de todos à boa educação. Pesa também o fato de sermos trabalhistas, com muito orgulho, e termos na história de nosso partido homens da estatura moral de Getúlio Vargas, Alberto Pasqualini, João Goulart e Leonel de Moura Brizola, entre outros, que sempre perceberam que não haveria futuro para o País e para o nosso Estado que não passasse pela educação. A Assembleia Legislativa gaúcha, por sua vez, sempre tratou a educação como prioridade. Estudar proporciona momentos decisivos em nosso futuro. Como filho de agricultores, desde cedo ajudávamos a família na lavoura e, resumidamente, quando dirigimos o primeiro trator, nos encantamos e resolvemos parar de estudar para nos dedicar somente à agricultura. Foi quando minha mãe me levou até a lavoura, em um dia de sol escaldante, e me disse: “Gilmar, você pode ficar aqui e ajudar na lavoura. Trabalho não vai faltar. Mas você também pode fazer como os teus tios e estudar, ter outra profissão”. Optamos por

ALRS/DIVULGAÇÃO/JC

Educação para transformar a sociedade

Sossella acredita que as escolas de tempo integral são o caminho

esse caminho, sem nunca deixarmos de ser agricultores. JC — De que forma a educação pode transformar a sociedade? Sossella — Não há uma grande transformação social sem a educação. Se acontecer, será superficial e pouco duradoura. A nossa situação industrial e empresarial é uma grande prova disso. O País cresceu, foram gerados empregos − em muitas cidades o tão sonhado desemprego zero se tornou realidade. Porém, existem centenas, milhares de vagas ociosas e que as empresas não conseguem preencher por falta de qualificação e, principalmente, de ensino da grande massa de trabalhadores. Há que se reconhecer que programas governamentais estão sendo importantes no sentido de qualificar essa mão de obra, porém o reflexo disso não é imediato. JC — E onde está a educação para a responsabilidade social? Sossella — A educação é um tema muito amplo. Desde a alfabetização e formação de leitores que não somente saibam ler, mas compreender e interpretar o que estão lendo, até o incentivo à pós-graduação, ao mestrado e ao doutorado. Somos um País de poucos doutores e isso tem que mudar. A escola deve, cada vez mais, ir além do ensino de português, matemática, química, física, e ser o berço de formação de cidadãos. Isso não significa atribuir aos professores ou gestores mais uma responsabilidade, mas sim permitir que, por meio de um grande debate público e aberto, se avalie e otimize o tempo dos alunos em sala de aula. As escolas de tempo integral sonhadas e instituídas por Brizola são o caminho para isso. JC — Além do prêmio, há outras ações da Assembleia

Legislativa que ajudam a promover o envolvimento da população com as questões sociais? Sossella — A solidariedade, graças a Deus, sempre foi um traço marcante em minha família e nos amigos que a vida nos deu. Ser solidário permite enxergar ou ao menos sentir um pouco do que o outro está sentindo e procurar ajudar. Muitas vezes, um mínimo gesto já significa muito. A política é um meio difícil, com muitos interesses em debate, mas onde também há, com certeza, espaço para amizades verdadeiras e gestos solidários. A Assembleia gaúcha, principalmente através de suas comissões, audiências públicas e da Superintendência de Comunicação Social e Relações Institucionais, tem inúmeras ações de inserção da comunidade em vários temas que envolvem questões sociais. JC — Quais devem ser os desafios futuros para adoção de políticas e práticas socialmente responsáveis? Sossella — Em que pese os avanços dos últimos anos, certamente ainda há um bom caminho a se trilhar em termos de políticas públicas, leis e determinações que permitam e incentivem a responsabilidade social, seja no indivíduo, seja em entidades, empresas e grupos sociais. Nós, legisladores, temos papel de relevância na construção deste futuro, o que nos imputa também uma enorme responsabilidade. Por isso queremos renovar o chamado para que todos acompanhem o trabalho parlamentar, participem efetivamente dele, dando ideias, fazendo críticas quando necessário, propondo e trabalhando ao lado do seu representante pela solidificação de projetos que valorizem a tarefa de fazer o bem.


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Vencedores

Agraciados com a premiação no Teatro Dante Barone

GILMAR LUÍS/JC

Entidades e empresas ganhadoras dos troféus do Prêmio Responsabilidade Social Razão Social

Categoria

Associação de Assistência em Oncopediatria (Amo Criança)

Entidades Sem Fins Lucrativos (acima de R$ 500.000,00)

Cotripal Agropecuária Cooperativa

Entidades Sem Fins Lucrativos (até R$ 500.000,00) e Vencedora no Tema Norteador

Instituto Tarcísio Michelon

Entidades Sem Fins Lucrativos (até R$ 500.000,00)

Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)

Instituições de Ensino Superior

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS)

Instituições de Ensino Fundamental Médio, Técnico e Profissionalizante

Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan)

Entidades Governamentais

Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados Alto Uruguai (Sicredi Alto Uruguai RS/SC)

Sociedades Cooperativas

Bento Gonçalves

Municípios

Bebidas Fruki S.A.

Grandes Empresas

Sociedade de Ônibus Gigante Ltda (Sogil)

Médias Empresas

Lenz Bergesch Contabilidade

Micro e Pequenas Empresas


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ENTREVISTA

Investimentos na área promovem valorização da concorrência do bem

Jornal do Comércio — Qual é o momento da responsabilidade social no Rio Grande do Sul? Simone Imperatore — A responsabilidade passa, finalmente, a integrar a estratégia empresarial. A motivação para investir se dá pela atitude cidadã, mas também por recursos incentivados que trazem benefícios aos negócios, como incentivos fiscais, financiamentos diferenciados, racionalização dos recursos, minimização dos riscos, valor agregado, certificações e fortalecimento da marca no mercado. O investimento em responsabilidade social harmoniza resultados econômicos, sociais e ambientais. E alavanca resultados. A partir da análise dos balanços sociais, percebemos que os dados contábeis tornam-se mais claros. A responsabilidade social deixa de ser um setor e torna-se um grupo multidisciplinar trabalhando unido. O pensamento dos anos 1980, que tinha a responsabili-

A responsabilidade social alavanca resultados. As empresas que têm isso como estratégia e valor só tem a ganhar. É mais do que uma ação, é a convergência de diversos públicos por um objetivo comum. Pode começar com um trabalho voluntário e, a partir daí, abrir um novo caminho.

dade social em uma linha muito mais filantrópica, das doações pontuais, dá lugar a uma cultura organizacional de responsabilidade social comprometida em fazer a sua parte. Em muitas empresas, isso já faz parte da estratégia e do seu DNA. Esse é um passo importante da caminhada, que começa no cumprimento legal da obrigação social, passa pelo olhar atento ao entorno e à comunidade, integra a estratégica da empresa e, por fim, chega ao estágio de propósito e paixão, nível em que todos convergem e envolvem-se com o tema. JC — Por que o Prêmio Responsabilidade Social da Assembleia Legislativa torna-se tão importante? Simone — O prêmio é um reconhecimento aos esforços bem-sucedidos. A iniciativa, pioneira no Rio Grande do Sul, nasceu por uma lei estadual específica e busca valorizar exemplos. Ao reconhecer ações das organizações – empresas, organizações não governamentais, cooperativas, instituições de ensino, municípios –, contribuímos para difundir ideias e mobilizar pessoas em prol da responsabilidade social. A premiação é da sociedade para a sociedade. Todos os segmentos estão representados pela comissão. Em 2014, chegamos à 15ª edição do Prêmio Responsabilidade Social, prova de que é consolidado e desejado pelas empresas. JC — Educação já esteve entre os norteadores da premiação em 2013. Por que insistir no tema? Simone — A escolha do norteador é sempre feita pelo

presidente da Assembleia Legislativa do Estado que compartilha o interesse com a Comissão Mista. Há uma relação próxima do atual presidente, Gilmar Sossella, com a educação. É um tema presente, recorrente e valorizado por ele. Em 2013, “educação e cultura” foram os norteadores. Neste ano, Sossela retoma o tópico da educação dizendo que a responsabilidade se dá pelo exemplo e não está limitada à educação de sala de aula. Assim, as instituições têm papel essencial no resgate de valores éticos. E as empresas parecem, cada vez mais, comprometidas com essa formação das pessoas. O resultado é um clima organizacional muito melhor. Programas de responsabilidade social aumentam o sentimento de cooperação entre os colegas na busca por soluções para problemas, qualificando as relações de trabalho. É, sem dúvida, uma porta de unidade na empresa. JC — De que forma a responsabilidade social das instituições se estende à sociedade? Simone — Como já foi dito, a responsabilidade social alavanca resultados. As empresas que têm isso como estratégia e valor só têm a ganhar. É mais do que uma ação, é a convergência de diversos públicos por um objetivo comum. Pode começar com um trabalho voluntário e, a partir daí, abrir um novo caminho. A responsabilidade social não se ensina, se dá pelo exemplo. A cidadania empresarial, promovida por meio de projetos e programas sociais e ambientais, só se dá quando há cidadãos envolvidos. Para tanto, é preciso resgatar ou despertar valores éticos para

MARCO QUINTANA/JC

A Comissão Mista do Prêmio Responsabilidade Social da Assembleia Legislativa assume a desafiadora missão de selecionar projetos voltados para o tema entre as instituições inscritas para a premiação. Para Simone Imperatore, presidente da comissão, o prêmio é um incentivo aos projetos de responsabilidade social de sucesso e uma ferramenta para disseminar exemplos. Em entrevista ao Jornal do Comércio, ela fala sobre a importância do prêmio e sobre os estágios da responsabilidade social entre as empresas gaúchas. Simone é coordenadora do Programa de Voluntariado da Classe Contábil e integra a Comissão de Estudos de Responsabilidade Social do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul.

Para Simone, prêmio é uma ferramenta para disseminar exemplos

que compromissos tornem-se transformações efetivas. Contratos dignos, por exemplo, ajudam a instrumentalizar comunidades e contribuem com seu desenvolvimento. Toda a sociedade é beneficiada com isso. JC — O que tu observas entre os premiados deste ano? Simone — As instituições fazem incrementos, mudam e aprimoram suas ações. Durante o ano de execução, as empresas não sabem o norteador, mas observamos que o tema “educação” é muito presente − educação formal, cursos, formação e qualificação para o trabalho, educação para segurança, educação ambiental, educação para a cidadania. O prêmio promove também que possamos acompanhar a evolução da responsabilidade social no Rio Grande do Sul e em empresas gaúchas. Por tratar-se de uma premiação que inclui todos os segmentos sociais, percebemos a criação de uma “concorrência do bem”. Quando uma empresa vence o prêmio, seus concorrentes, imediatamente, passam a questionar suas ações, desenvolvem também um programa de responsabilidade social e apresentam seus balanços. Sabe-se que uma boa pontuação no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) valoriza marcas e empresas entre seus investidores. Um “selo” de responsabilidade social é essen-

cial, reduz riscos e propicia uma série de vantagens. Os bancos, por exemplo, levam em conta o relatório social da empresa para liberar linhas de financiamento. Só há vantagens em investir na responsabilidade. E as instituições gaúchas já percebem isso. Não é à toa que temos, em média, 200 inscritos no prêmio com excelentes iniciativas, o que dificulta tanto a escolha dos vencedores. JC — Quem são os agentes de transformação social? Simone — Qualquer pessoa pode ser agente de transformação social. Nossa cultura é capitalista e individualista, mas, mesmo neste contexto, todos podem ser sociais, solidários e cooperativos. É a cultura que nos humaniza − pais, professores, trabalho e vida em sociedade. Todos têm potencial para ser socialmente responsável. É preciso buscar espaço para essa reflexão e encontrar alternativas para colocar em prática essa corrente do bem. As instituições premiadas pela Assembleia Legislativa mostram que esse mundo é possível. E isso independe de aporte financeiro, mas de boas ideias. A multiplicidade de atores e os diferentes estágios da responsabilidade social em instituições promovem uma constante discussão sobre o tema e sobre seu conceito. A responsabilidade social está em constante evolução.


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PRÊMIO

Régis representou a Cotripal, que levou o Prêmio Destaque RS - Tema Norteador Educação

fizeram a abertura da cerimônia, mostrando o talento e a dedicação ao instrumento símbolo da cultura gaúcha. O evento teve a entrega das medalhas da 53ª Legislatura aos ex-presidentes da Comissão Mista: ex-deputado Cézar Busatto, autor da lei que instituiu o prêmio e presidente da Comissão Mista de 2000 a 2003; Zulmir Breda (2004), representado por Pedro Gabril; Guilherme Guaragna (2005), representado por seu filho, André Guaragna; Marco Aurélio Bernardi (2009 a 2010); Valdir Bianchessi Junior (2011 a 2012), e a atual presidente Simone Imperatore. JONATHAN HECKLER/JC

A Comissão Mista — integrada por representantes de entidades da sociedade civil organizada e da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado — é responsável por apurar os investimentos das organizações inscritas em ações sociais e escolher as vencedoras a partir da análise dos balanços sociais encaminhados pelas empresas. Os critérios para escolha levam em conta fatores quantitativos e qualitativos e têm sido aperfeiçoados ao longo dos anos da distinção. A 15ª edição do prêmio teve inovação nos métodos de avaliação. As 12 entidades que apresentaram os melhores cases foram pré-selecionadas e puderam apresentar seus trabalhos para a Comissão Mista em um seminário realizado em outubro, promovendo a troca de experiência entre as instituições. A Comissão é formada por representantes da Fiergs, da Federasul, da Fecomércio, da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas, da Ocergs/Sescoop, da Famurs, do Sesi, do Sesc, da Parceiros Voluntários, do Fórum RS de Responsabilidade Social, do Conselho Regional de Contabilidade, do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade, da Associação Riograndense de Imprensa, da Federação das Associações dos Servidores Públicos e da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social/RS. O músico Renato Borghetti e as crianças e adolescentes do projeto Fábrica de Gaiteiros

JONATHAN HECKLER/JC

Uma noite para aplaudir ações exemplares de instituições gaúchas. A solenidade de entrega do Prêmio Responsabilidade Social 2014 da Assembleia Legislativa reuniu pessoas engajadas em fazer mais pela sociedade. O evento, realizado no Teatro Dante Barone, em 13 de novembro, teve a entrega dos troféus e medalhas criados pelo artista plástico José Carlos Moura e também dos certificados para vencedores. Neste ano, a Cotripal Agropecuária Cooperativa, de Panambi, levou o Prêmio Destaque RS – Tema Norteador Educação, divulgado somente na hora da entrega, surpreendendo Marco André Régis, gerente de comunicação e marketing da cooperativa, que recebeu o troféu das mãos do deputado Gilmar Sossella, presidente da Assembleia Legislativa, e de Simone Imperatore, presidente da Comissão Mista do Prêmio. “Esse é um reconhecimento pelo que temos feito e um incentivo para fazer ainda mais. Nossos projetos sociais buscam transmitir aquilo em que somos convictos — a lógica do individualismo não promove aquilo que ansiamos. Precisamos engajar para mudar. Nossos sonhos são acalentados por ações concretas”, disse Régis. Na ocasião, 126 entidades receberam certificados da premiação, dentre as 161 inscritas. Em outubro, foram escolhidos e divulgados os vencedores dos troféus das 10 categorias que compõem a premiação, além de 27 ganhadores de medalhas.

GILMAR LUÍS/JC

Reconhecimento para atitudes exemplares

Borghetti e as crianças e adolescentes do projeto Fábrica de Gaiteiros abriram a cerimônia

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Entidades sem fins lucrativos (acima de R$ 500.000,00)

AMO CRIANÇA

Resgatar o sorriso, a saúde e a esperança de crianças com câncer que não teriam acesso a tratamento de qualidade é a missão da Amo Criança — Associação de Assistência em Oncopediatria. A entidade sem fins lucrativos, de Novo Hamburgo, surgiu para prestar serviços clínicos de saúde a crianças e adolescentes, de zero até 18 anos, em situação de vulnerabilidade social, portadores de câncer infantil, residentes em Novo Hamburgo, São Leopoldo, Campo Bom, Estância Velha ou Portão. De acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), há 283 estabelecimentos de saúde públicos e privados em Novo Hamburgo. No

entanto, o único médico especializado em oncopediatria na região está na Amo Criança. A instituição oferece assistência social completa gratuitamente para 46 jovens que sofrem com a doença. Além de possibilitar a melhoria do estado de saúde clínica das crianças e adolescentes, a Amo preocupa-se em proporcionar condições para participar da sociedade e frequentar a escola, o que amplia as chances de cura e reduz possíveis sequelas físicas e psicossociais. “Durante a infância e a adolescência, os maiores vínculos sociais são familiares e colegas da escola. A criança já está passando por muitas perdas, e a baixa imunidade faz com que ela afaste-se do convívio social,

impossibilitando a frequência escolar. A manutenção das amizades tem resultado espetacular no tratamento”, diz Carla da Silva, gerente administrativa da Amo. Desde o início de 2013, em parceria com a Universidade Feevale, a Amo qualifica e torna mais atrativo o apoio pedagógico, a partir da introdução de jogos digitais. A instituição cedeu tablets para que as crianças estudem matemática e português de forma lúdica. Os pesquisadores da Feevale desenvolvem jogos nas áreas de geografia, história e inglês. A continuidade do relacionamento entre escolas, famílias e crianças atendidas é uma forma de garantir o aproveitamento do ano letivo do pequeno portador

Entidades sem fins lucrativos (até R$ 500.000,00)

AMO/DIVULGAÇÃO/JC

Educação para promover mais saúde

Jogos digitais ajudam as crianças a estudar de forma lúdica

de câncer, através do acesso aos conteúdos escolares à distância e do trabalho de um profissional da área pedagógica. O aluno fica em condições de igualdade com seus colegas quando voltar à escola. “A criança, assim, percebe-se numa fase e que logo estará boa”, comenta Carla.

As cuidadoras, geralmente mães de pacientes, recebem treinamento na área culinária, na qual adquirem conhecimento para geração de renda, com oficinas de confecção de salgadinhos e doces para festas, com suporte de empreendedorismo, marketing, formação de preço e planejamento.

INSTITUTO TARCÍSIO MICHELON

Ações por um mundo melhor

Música para transformar vidas

COTRIPAL/DIVULGAÇÃO/JC

COTRIPAL (VENCEDORA NO TEMA NORTEADOR)

O Instituto Tarcísio Michelon, associação sem fins lucrativos de Bento Gonçalves, é responsável por atividades sociais voltadas à educação musical e artística, direcionadas a crianças e jovens de bairros em risco social do município, em parceria com a Associação de Moradores do Bairro Vila Nova II e Atuaserra. Em 2013, a entidade buscou solidificar o trabalho feito, com orientação de profissionais especializados em desenvolvimento de organizações não governamentais. “Buscamos novos caminhos para perpetuar nossas ações”, diz Tarcísio Michelon, idealizador do instituto. Duas importantes novidades já fazem a diferença no trabalho realizado pela instituição, um conselho

de pessoas reconhecidas pela sociedade para acompanhar as ações e um planejamento financeiro para dar continuidade aos trabalhos. “Fizemos um plano seguindo a estratégia de pequenos poderes. Se tivermos muitos apoiadores, ao invés de grandes e poucos patrocinadores, há mais garantia para as ações”, afirma. No Instituto Tarcísio Michelon, jovens e adolescentes entre seis e 18 anos recebem formação extraclasse de excelência, melhorando o rendimento escolar e a autoestima através do desenvolvimento de novas habilidades e competências, o que diminui a exposição à criminalidade, à violência nas ruas, ao ócio e ao uso de drogas.

A Cotripal Agropecuária Cooperativa desenvolve, desde 1977, projetos de educação cooperativista. Em 2007, eles foram repensados, envolvendo a comunidade. Nascia o projeto “Eu + Você = Mundo Melhor”, que realiza atividades de conscientização social em 37 escolas da região, com 1,2 mil alunos atendidos por ano. Os diálogos com a comunidade evidenciaram os problemas causados pelo desrespeito, como falta de consideração dos alunos entre si e para com os professores, além do pouco cuidado com o ambiente escolar e com a natureza. Assim, mostrou-se necessário o investimento em educação para retomar os valores éticos e os princípios de cooperação. “O cooperativismo é feito de pessoas e voltado para pessoas, por isso nossas ações objetivam o desenvolvimento sustentável das famílias

e comunidades das quais a cooperativa faz parte”, explica Marco André Regis, gerente do projeto. “Se pudermos estimular uma cultura de cooperação, orientada por valores éticos que compreendam tanto as relações humanas quanto a relação do homem com o meio ambiente, teremos uma sociedade naturalmente voltada ao crescimento mútuo e sustentável”. Através do projeto, as turmas de 5º ano do Ensino Fundamental têm vivências lúdicas dos valores éticos, criando um ambiente social de cooperação para o desenvolvimento mútuo. As atividades giram em torno da construção de um terrário em cada turma – com material fornecido pela Cotripal –, o que permite que os alunos trabalhem cooperativamente na construção e manutenção de um minimundo, uma pequena versão do ecossistema global dentro de uma caixa de vidro.

INSTITUTO TARCÍSIO MICHELON/DIVULGAÇÃO/JC

Através de projeto, alunos participam de atividades que transmitem valores éticos

Oficinas com foco na música acontecem nas dependências do Hotel Dall’Onder


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Instituições de Ensino Superior

UNISINOS

A Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) está entre as maiores universidades privadas do Brasil, com cerca de 30 mil alunos em cursos de graduação, pós-graduação e extensão, nas modalidades presencial e EAD. Educar é o seu negócio e a sua vocação. O projeto Vida com Arte é uma iniciativa diferenciada e criativa, desenvolvida pela instituição de ensino, que oportuniza para crianças e adolescentes o acesso ao aprendizado da música como forma de convívio social. O serviço disponibiliza o ensino de música para 240 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, com a oferta de oficinas para iniciantes de instrumentos como violino,

viola, violoncelo, contrabaixo, percussão, canto e flauta. Os alunos têm idade entre seis e 15 anos, integrantes de famílias de baixa ou nenhuma renda, prioritariamente pertencentes às famílias beneficiárias de programas de transferência de renda. De modo indireto, o projeto Vida com Arte abrange 5 mil pessoas de todas as idades através dos espetáculos dos grupos formados no projeto e da Orquestra Unisinos Anchieta, dos concertos didáticos – considerando que todos os professores de cordas são músicos da orquestra – e recitais de alunos. Em 2014, há previsão de 20 apresentações ao longo do ano, divididas em concertos, recitais e pequenos grupos de câmara.

ALINE SPASSINI/DIVULGAÇÃO/JC

Arte para crianças em situação de vulnerabilidade

Serviço oferece oficinas para iniciantes de instrumentos como violino, viola e violoncelo

A música é ferramenta para o desenvolvimento integral da pessoa, que passa a ter participação ativa na sociedade como agente social, valorizando também a importância da cultura. A participação das crianças em oficinas coletivas promove a socialização, a aquisição do senso de cidadania e responsabilidade, o contato com novos valores e a

ampliação do horizonte cultural, enriquecido pelos infinitos dialetos contidos na linguagem universal da música. Além disso, a música também se relaciona com outras áreas essenciais para a formação humana, como a matemática, a ciência, a linguagem e a atividade física. Além das aulas de música, o projeto prevê uma atividade chamada

Orquestrando Relações, na qual são realizadas intervenções de apoio sócio-familiar com os educadores, com os educandos e com seus familiares. O Vida com Arte é realizado em parceria com outras organizações do setor público e da sociedade civil que abraçam a causa e ajudam a concretizar importantes ações.


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Instituições de Ensino Fundamental, Médio, Técnico e Profissionalizante

SENAI-RS

Investir no crescimento e no desenvolvimento da indústria no Rio Grande do Sul a partir da qualificação de seus profissionais. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) atua na capacitação de pessoas e no aperfeiçoamento de produtos e processos das indústrias por meio de cursos e serviços técnicos e tecnológicos, assumindo o desafio e o compromisso de, por meio da educação profissional e do desenvolvimento tecnológico, promover a preservação do meio ambiente, da responsabilidade pública e da cidadania. O Programa Novos Horizontes,

iniciativa do Sistema Fiergs e operacionalizado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e Senai, faz a inclusão no mercado de trabalho de jovens em situação de vulnerabilidade e risco social, por meio de ações de formação pessoal e de qualificação profissional. O programa, criado em 2005, vem ampliando suas ações e, entre 2005 e 2013, já está implantado em 47 municípios, com 9.240 matrículas de jovens, entre 15 a 17 anos, em 369 turmas. Os alunos têm curso na modalidade de Aprendizagem Industrial Básica no Senai. Simultaneamente, são desen-

volvidas atividades educativas no Sesi e com o IEL, sobre temas como empreendedorismo, artes e cultura, laboratório de aprendizagem, práticas desportivas e recreativas, cidadania, identidade e mundo do trabalho, primeiros socorros, sexualidade e estilo de vida saudável, com a finalidade de promover o desenvolvimento integral dos jovens, nos aspectos social, cultural, físico, afetivo e comportamental. A proposta do Programa Novos Horizontes é estender os benefícios da educação para uma faixa da população excluída e com poucas oportunidades de crescimento

DUDU LEAL/DIVULGAÇÃO/JC

Transformação pelo trabalho

Aula de solda virtual que antecede as aulas práticas

pessoal e profissional, despertando o interesse dos jovens para o trabalho, promovendo a iniciação numa

profissão em segmento industrial, contribuindo para a redução da taxa de desemprego e da exclusão social.

ve um conjunto de iniciativas e programas referentes ao trabalhador e aos usuários. Entre eles, está o Programa Jovem Aprendiz, em que 275 meninos e meninas de 14 a 24 anos, procedentes da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Sul (Fase) e dos Territórios de Paz, já estão sendo integrados às ocupações administrativas na companhia. É o primeiro órgão público do Rio Grande do Sul que abriu a possibilidade para que esses jovens fizessem o curso completo, ampliando conhecimentos, profissionalizando, possibilitando um processo digno de inclusão. E

também o Programa de Preparação para a Aposentadoria (PPA), que prepara os empregados que estão se desligando do quadro funcional em virtude de aposentadoria. A ideia é capacitá-los para elaborar um projeto de vida na nova fase. A Corsan também ampliou redes em todo o Estado, levando água às comunidades e famílias que vivem mais distantes dos centros urbanos. Assim, soluciona problemas como falta de água dos poços no verão e reduz riscos dos moradores de contaminação do lençol freático com defensivos agrícolas.

Entidades Governamentais

CORSAN

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL CORSAN/DIVULGAÇÃO/JC

Sustentabilidade levada com a água

Empresa ampliou redes em todo o Estado, disponibilizando água às comunidades que vivem mais distantes

O trabalho da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) é levar qualidade de vida e saúde à população pela água, através da distribuição, do saneamento básico e da preservação dos recursos hídricos. A Corsan está presente em 320 municípios e garante água de qualidade a mais de sete milhões de gaúchos. Nos últimos anos, a companhia tem levado mais do que água em seu caminho. As preocupações sociais motivam atitudes que promovem resultados em comunidades de todo o Rio Grande do Sul. A empresa pública desenvol-

Sociedades Cooperativas

SICREDI ALTO URUGUAI RS/SC

A preocupação com as pessoas e as oportunidades de desenvolvimento consolidam-se no Sicredi Alto Uruguai RS/SC. Afinal, enquanto cooperativa, está na essência disseminar a cultura da cooperação através de ações que envolvam a comunidade e expressem o sentido de união e ajuda mútua. O planejamento social está nos eixos estratégicos do Sistema Sicredi e visualiza o desenvolvimento e crescimento da cooperativa através da promoção dos

programas sociais e de educação cooperativa. Esse é o incentivo para ações educativas para público interno e externo, oferta de produtos e serviços de qualidade a toda população e manter o relacionamento como seu principal diferencial. As cooperativas de crédito do Sicredi são agentes que promovem o desenvolvimento sustentável das comunidades que atuam, equilibrando os eixos econômico, social e ambiental. Em 2013, a cooperativa

registrou diversos momentos de treinamentos e capacitações das equipes de colaboradores e dos associados em diferentes ações. Neste ano, a cooperativa lançou o programa “Propriedade Sustentável”, em parceria com poderes públicos municipais e sindicatos rurais, destinado a 30 famílias com o objetivo de agregar valor ao trabalho, focando em temas como sucessão de mão de obra, administração e planejamento para perenidade das propriedades.

SICREDI/DIVULGAÇÃO/JC

Desenvolvimento sustentável em toda a comunidade

Panificação caseira na turma de Vila Carmo, em Frederico Westphalen


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Responsabilidade Social

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Municípios

Investir na infância e garantir o futuro O Projeto de Responsabilidade Social de Bento Gonçalves desenvolve ações para assegurar a crianças e adolescentes programas e oficinas socioeducativas, espaços de convívio social e familiar, além da promoção de experiências que estimulam o exercício da infância e da adolescência. Realizadas no contraturno escolar, as atividades oportunizam a mais de seis mil jovens e adolescentes a prática de esportes e o envolvimento em projetos culturais quando não estão estudando. Entre as

principais ações estão o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, que atende cerca de 500 pessoas em cinco Centros de Atendimento a Crianças e ao Adolescente (Ceacris), e as Oficinas de Convívio, que envolvem a prática de esportes, como Judô e Jiu-Jitsu, aulas de artes, entre outras. O Programa Mais Educação, oferecido para os alunos com defasagem na aprendizagem e beneficiados pelo programa Bolsa Família, fomenta, por meio de sensibilização e apoio, projetos

ou ações de articulação de políticas sociais. Ocorre em três escolas da rede municipal e, no ano de 2013, envolveu 280 alunos. As atividades são realizadas por oficineiros que trabalham com esportes, recreação e lazer, promoção da saúde, tecnologias educacionais e orientação de estudos e leitura. Os estudantes permanecem três horas na escola, além do turno regular, recebendo café, almoço e lanche. Já o Programa Segundo Tempo democratiza o acesso à prática e à cultura do esporte, promovendo o desen-

PREFEITURA BENTO GONÇALVES/DIVULGAÇÃO/JC

BENTO GONÇALVES

Oficinas de Convívio envolvem esportes, como Judô e Jiu-Jitsu

volvimento integral de crianças, adolescentes e jovens. São mais de mil crianças e adolescentes na prática de esportes em Bento Gonçalves. “Um dos principais objetivos da gestão é promover o

bem-estar da comunidade. Essa conquista mostra para todo o Estado o que Bento está fazendo para promover o bem-estar social e a cidadania”, salienta Mário Gabardo, prefeito em exercício.

estreito com a comunidade por meio de projetos que atendem às demandas de quem precisa do meio ambiente. A Sogil adota como prioridade a contratação de pessoas da comunidade, incentiva a promoção interna e se preocupa em incluir e qualificar pessoas com deficiência. Possui calendário mensal de capacitação com 174 treinamentos. Além disso, são realizadas ações para elevar a qualidade de vida de colaboradores e familiares, com foco na promoção da saúde, cultura e lazer e bem-estar. Em 2013, a satisfação com o Pro-

grama de Qualidade de Vida Sogil ficou em 94%. A Sogil atua, ainda, de forma preventiva e educativa nos fatores que possam afetar a saúde e a integridade física dos colaboradores. A Segurança do Trabalho atua a partir de inspeções, levantamentos ambientais e relatórios que identificam as áreas, as funções e os riscos. A partir destes dados, realiza ações de sensibilização e conscientização envolvendo os colaboradores por meio de treinamentos, palestras e campanhas, visando a saúde, segurança e qualidade de vida no trabalho.

Categoria Médias Empresas

SOGIL

DIENIFER CECCONELLO/SOGIL/DIVULGAÇÃO/JC

Transportando solidariedade

Empresa prioriza contratação de pessoas da comunidade e incentiva a promoção interna

A Sogil atua na Região Metropolitana de Porto Alegre com linhas municipais que atendem Gravataí e Glorinha. A empresa desenvolve ações sociais que demonstram o compromisso com o futuro, incluindo o cuidado com as pessoas e o meio em que vive como ponto de partida para o desenvolvimento do seu negócio, o transporte coletivo de passageiros. Desde 2000, entrega o balanço social à Comissão do Prêmio Responsabilidade Social. Nos últimos cinco anos, os 1,2 mil colaboradores estabeleceram um relacionamento ainda mais

Categoria Grandes Empresas

BEBIDAS FRUKI

A Fruki tem na sua essência a valorização de seus profissionais. Afinal, sem eles não seria possível uma produção de 380 milhões de litros de bebidas por ano, o que a distingue como maior indústria regional de refrigerantes do Rio Grande do Sul. A empresa, ao desenvolver um diálogo próximo de seus colaboradores, cria uma cultura empresarial forte, que é absorvida por toda a força de trabalho, chegando as suas casas, bairros e cidades. Um dos importantes projetos sociais desenvolvidos pela marca

é o Programa Integrar, que visa a ultrapassar as barreiras para inclusão de deficientes no mercado de trabalho, reforçando seu compromisso com a sociedade. Pessoas com deficiência (PCDs) podem desenvolver diversas atividades profissionais, desde que lhes sejam oferecidas as condições apropriadas para isto. A Fruki tem profissionais preparados e experientes na questão do tratamento e valorização de pessoas com deficiência. Um comitê, integrado por uma equipe multiprofissional que conta com representantes

das áreas de Recursos Humanos, Segurança e Medicina do Trabalho, Industrial, Vendas, Logística e Administração, é responsável por sensibilizar as equipes, facilitando a inclusão dos deficientes nas mais diversas áreas da empresa. A empresa oferece um ambiente apropriado, incluindo o acompanhamento permanente de uma assistente social, e todos os recursos necessários para que isto aconteça, a começar pelo transporte de ida e volta entre suas casas e o ambiente de trabalho.

ZOTTI/DIVULGAÇÃO/JC

Valorização da diversidade

Programa Integrar visa a ultrapassar as barreiras para inclusão de deficientes no mercado de trabalho


Responsabilidade Social

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Categoria Micro e Pequenas Empresas

LENZ BERGESCH CONTABILIDADE

Mais do que serviços, a Lenz Bergesch desenvolve práticas voltadas ao bem-estar da sociedade e à preservação do meio ambiente. A direção faz questão de usar o conhecimento para contribuir com entidades e associações comunitárias, prestando serviços contábeis de forma voluntária a instituições, como Liga Feminina de Combate ao Câncer. A empresa trabalha com análise econômico-financeira, auditoria, consultoria empresarial, contabilidade geral e gerencial, fiscal tributária, legalização de empresas, perícias, projetos de financiamentos, assessoria em recursos humanos e assessoria ju-

rídica, entre outros. Sua atuação é, especialmente, no Vale do Taquari, Planalto Médio, Rio Pardo, Central, Região Carbonífera, Metropolitana e Vale dos Sinos. A Lenz Bergesch possui princípios e valores definidos e bem-divulgados aos funcionários e ao público externo. O escritório oferece ginástica laboral e espaços de convivência e descanso ao quadro funcional, além de promover o desenvolvimento e a capacitação dos profissionais, que têm direitos à parte do resultado econômico da empresa, por meio do Programa de Participação nos Resultados. O escritório tem, ainda, um

Comitê de Voluntariado ativo. Os integrantes são responsáveis por planejar e executar ações, contatando entidades, identificando necessidades da comunidade, envolvendo e motivando os colaboradores, os clientes e os parceiros com a causa. Em 2013, o comitê realizou doações de móveis, roupas de cama e banho, agasalhos, leite e livros para instituições da região. Além disso, promoveu eventos com entidades que cuidam de idosos e crianças, levando atividades de entretenimento, como apresentação de violão, bingo e brincadeiras. “Os clientes e os parceiros são convidados a participar de nossas

LENZ BERGESCH/DIVULGAÇÃO/JC

Rede de solidariedade

Comitê do Voluntariado realiza ações como a distribuição de presentes de Natal em escolas

ações. Transformamos nossa rede de contato em uma rede de solidariedade. Estimulamos que eles também publiquem suas ações e apresentam o balanço social.

Queremos servir de exemplo para aquilo que acreditamos: conquistamos muito até aqui e devemos retribuir a sociedade”, comenta José Inácio Lenz, sócio da empresa.

Santa Cruz do Sul, Criar Vitória - Centro de Recuperação Integrado de Adictos, Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado (Fidene), Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais, Fundação O Pão

dos Pobres de Santo Antônio, Fundação Universidade de Passo Fundo (UPF), Rio Grande Energia S.A (RGE), Sociedade Escolar de Santa Cruz do Sul, Unimed Erechim e Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

Reconhecimento

MEDALHISTAS

Entidades que fazem a diferença Mais que um prêmio, uma atitude. Essa é a essência do Prêmio Responsabilidade Social, concedido pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, que mostra a relevância das práticas adotadas pelas empresas gaúchas na área. Em 2014, as ações sociais resultaram em 27 medalhas de Responsabilidade Social. A distinção é entregue às empresas que representam 20% das organizações certificadas mais bem-pontuadas nos seus balanços sociais, em suas respectivas categorias, considerando a Lei 13.900/12. Além da medalha, as empresas podem conquistar outras distinções. O Certificado de Responsabilidade Social é emitido quando as empresas que entregam os balanços sociais atingem o nível mínimo de pontuação em sua categoria, com base em indicadores avaliados pela Comissão Mista da premiação, formada por entidades da sociedade civil organizada e Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul, que apura os investimentos das organizações inscritas em ações desta natureza e define quem será premiado. O Troféu Responsabilidade Social-Destaque RS é entregue para a entidade que apresenta o melhor desempenho em responsabilidade social em categoria específica. Para concorrer ao troféu, é preciso informar o

balanço social e o relatório de responsabilidade social e, ainda, não ter sido agraciada pelo destaque nas últimas duas edições da premiação. O tema norteador, que em 2014 é Educação, tem um grande

premiado: a Cotripal Agropecuária Cooperativa. Os demais indicados levam a Menção Especial. Nesta edição, foram destaque: Associação de Assistência em Oncopediatria - Amo Criança, Associação Pró-Ensino em

Empresa/Entidade

Categoria

Artecola Indústrias Químicas Ltda

Grandes Empresas

Associação Cristã de Moços do Rio Grande Do Sul (ACM-RS)

Entidades Sem Fins Lucrativos (Acima de R$ 500.000,00)

Associação de Amparo à Maternidade e Infância

Entidades Sem Fins Lucrativos (Acima de R$ 500.000,00)

Casa do Pequeno Operário - Colégio Salesiano Dom Bosco de Porto Alegre

Instituições de Ensino Fundamental Médio, Técnico e Profissionalizante

Casca

Municípios

Centro Cultural e de Assistência Social Ilso José Webber

Entidades Sem Fins Lucrativos (Até R$ 500.000,00)

Fundação Semear

Entidades Sem Fins Lucrativos (Acima de R$ 500.000,00)

Fundação Universidade de Passo Fundo

Instituições de Ensino Superior

Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Entidades Governamentais

Local Locadora de Ônibus Canoas Ltda

Médias Empresas

Nortran Transportes Coletivos Ltda

Médias Empresas

Procergs, Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul

Entidades Governamentais

Restaurante Vida Natural Eirele-Me

Micro e Pequenas Empresas

Secretariado de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre-SAS

Entidades Sem Fins Lucrativos (Acima de R$ 500.000,00)

Serfo - Sociedade Espírita Resgate dos Filhos de Órion

Entidades Sem Fins Lucrativos (Até R$ 500.000,00)

Sociedade Batista de Beneficência Tabea - Lar da Criança Henrique Liebich

Entidades Sem Fins Lucrativos (Acima de R$ 500.000,00)

Sociedade Beneficência Caridade de Lajeado - Hospital Bruno Born

Entidades Sem Fins Lucrativos (Acima de R$ 500.000,00)

Sociedade Escolar de Santa Cruz

Instituições de Ensino Fundamental Médio, Técnico e Profissionalizante

Sociedade Literária e Caritativa Santo Agostinho

Entidades Sem Fins Lucrativos (Acima de R$ 500.000,00)

Tecon Rio Grande S/A

Grandes Empresas

Tio Hugo

Municípios

Transportadora Transmiro Ltda

Médias Empresas

Unimed Cooperativa de Saúde dos Vales do Taquari e Rio Pardo Ltda

Sociedades Cooperativas

Unimed Missões/RS - Cooperativa de Assistência à Saúde Ltda

Sociedades Cooperativas

Unimed Porto Alegre - Cooperativa Médica Ltda

Sociedades Cooperativas

Universidade Feevale

Instituições de Ensino Superior

Viação Teresópolis Cavalhada Ltda

Médias Empresas


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