Jornal Enfoco - junho 2020

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enfoco.belojardim Ano X Número 99 - junho de 2020 - Belo Jardim-PE e Região

Músicos, do forró ao sertanejo, sentem impactos econômicos em virtude da pandemia.

Saúde: Asma e a Covid-19. E como funciona os testes para detecção do Coronavírus B1

Dia dos Namorados em BJ exigiu criatividade, logística e divulgação para impulsionar vendas OPINIÃO

Comerciantes, empresários e autônomos fazem um balanço sobre as vendas e logística para atender a demanda dos apaixonados no Dia dos Namorados durante a pandemia. A data é a terceira mais esperada pelo setor varejista e só perde para Natal e Dia das Mães. Com a proibição de abertura das lojas, uma das soluções apontadas pelos empreendedores foi investir no marketing digital como ferramenta primordial. O B2 por Katharyne distanciamento social também foi fator peculiar na Bezerra B3 comemoração em 2020. A4

BJ elege Miss Teen 2020 e Miss Belo Jardim 2021

Vidas Negras Importam!

Em 2020, BJ teve destaque estadual por eleger a vice Miss Pernambuco, Letícia Severo, no concurso mais tradicional de beleza. Chegou o momento da cidade encontrar novamente duas belas jovens para conquistarem os títulos de Miss Teen 2020 e Miss Belo Jardim 2021. Inscrições seguem até dia 30 de junho. B5

Reprodução: Facebook

Músicos pro ssionais de BJ, do forró ao sertanejo, amargam prejuízos por conta da pandemia. Tem sanfoneiro tocando seu “forrozinho em casa”, mas ''de portas fechadas” e artistas de barzinho, sem agenda. Sec. de Cultura municipal está doando cestas básicas para 70 deles nesse momento de pandemia. Perguntada se haveria projetos mais efetivos, a pasta diz esperar sansão de uma Lei Federal de Emergência Cultural, mesmo após 90 dias de Coronavírus. A2

Divulgação/Pei Fon

Shows cancelados. Festejos juninos adiados. E pouca atenção do poder público

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Cidade

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A2: Belo Jardim - Ano 10 nº 99, junho de 2020

São João 2020 é suspenso como medida de contenção do Coronavírus. Em BJ, músicos do forró ao sertanejo sentem impactos econômicos Divulgação/Pei Fon Da redação, Adenilson Barros

C

om medidas necessárias para o combate ao Coronavírus, a cultura, vem enfrentando uma grave crise, sobretudo o São João. Entre os grandes polos de realização dessa típica manifestação cultural do Nordeste, está Caruaru– no mês de festa, normalmente, atrai R$200 milhões para a cidade – mas esse ano, a festividade foi cancelada e a prefeitura criou a plataforma “São João Caruaru Solidário” em parceria com igrejas, entidades da sociedade civil e organizações não governamentais, para arrecadar donativos para 18 mil trabalhadores que se envolvem direta e indiretamente na realização do evento todos os anos. Em Campina Grande na Paraíba, 30 dias de festa arrecada R$300 milhões– ano passado o público foi de 1,8 milhão de pessoas e apresentações de 9 mil artistas– esse ano, o evento foi adiado para 9 de outubro a 8 de novembro, se assim, a pandemia permitir. Em Belo Jardim, falar em São João é lembrar de fogueiras em frente as casas, comidas típicas na mesa de quem pode ter, mas a data que minimamente deveria ser comemorada pelo município, para integrar a todos os belojardinenses, gerar renda para o pequeno comerciante e artistas, é mais uma data desassistida há anos pela Prefeitura Municipal. Vale salientar que, em 2018 a cidade teve uma comemoração junina, o “São João da Educação”, festa privada realizada pelo Secretário de Educação da época, Wilsinho Maciel, reunindo apenas funcionários, secretários municipais e vereadores. Em 2019, voltou a programação normal. O silêncio da Secretaria de Cultura frente a projetos que integre todas as classes. 2020, ano da pandemia, solo fértil para uma

EXPEDIENTE: Diretoria Executiva: Silvana Galvão - Diretora Executiva Departamento Comercial: Alcineide Santos

Secretaria ine ciente no campo cultural, com falta de projetos para o setor, em especial, o da música. No forró Antônio Vieira, mais conhecido com Coró, 72 anos, de Serra dos Ventos, sanfoneiro desde 1971, está presente em festas de São João, casamentos, aniversários e eventos populares. No mês junino, fechava pelo menos 15 eventos, entre eles, asilo para idosos em São Bento do Una, no hospital em Caruaru, encontros de sanfoneiros, escolas de Belo Jardim e região, quadrilhas juninas e já participou da festa das Maro cas, no palho ção. Desde o início da pandemia, segue sem agenda, por cancelamento de eventos e também, por estar no grupo de risco, a terceira idade. Para ele, junho é um mês muito emblemático e agora só lhe resta “tocar meu forrozinho dentro de casa, para não perder o costume, mas de porta fechada”.

Esse ano, o sanfoneiro Antônio Coró diz que tocará seu forró em casa, 'de portas fechadas'

“Somos uma terra de músicos, mas que nunca demos amparo aos nossos”, Vitor Santos, artista musical Outra classe de músicos muito procurada nessa época do ano, são os de “barzinho”, que também têm sentido os impactos da pandemia, seja na falta de eventos ou na desassistência do município que já ocorria desde o princípio, mas com o agravo do Coronavírus, a tensão aumentou. Vitor Santos, 24 anos, cantor que se apresenta em bares e pequenos eventos relembra que “em 2017, ano de gestão do novo prefe-

Pexels

Músicos em geral já sofriam com falta de eventos e incentivo. Pandemia só agravou o quadro

Departamento de Jornalismo Érika Travassos - Jornalista/editora Karina Veríssimo - Jornalista/ Repórter Adenilson Barros - Redator estagiário Diagramação e redes sociais: @etcomunicacao

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ito, tivemos o Jardim Cultural, onde poucos de nossos conterrâneos tiveram participação no palco principal, nos colocaram num polo cultural onde as instalações estavam longe de ser o que era a festa principal”, sobre o cachê “prometeram a mim um valor X, em data X, mas só saiu um ano e meio depois, ainda tendo de ouvir deles (Sec. de Cultura) que no meu lugar pegavam, pois não se sabia quando veria a cor do dinheiro novamente”. Sobre a pandemia “já era de se esperar que a Secretaria de ´Cultura´ daqui não nos daria amparo num momento como esse, pois não se tem trabalho e nem perspectiva de quando tudo voltará ao normal”. Trabalhando com música há 11 anos no gênero sertanejo universitário Alexsia Morenato, 25 anos, atinge públicos variados e toca em todos os tipos de eventos, comenta que “a pandemia agrediu bastante a classe artística, paralisando toda rotina de trabalho, di cultando a forma de sobreviver da grande maioria que apenas tem a música como renda”. Perguntada sobre assistência do município nessa fase, ela responde: “disponibilizaram cestas básicas para nós artistas, mas estamos torcendo para que consigamos um pequeno auxílio nanceiro também”. As cestas básicas são oferecidas pela Secretaria de Cultura da BJ para cerca de 70 músicos da cidade, até que essa crise passe. Para cadastramento do artista, é preciso fornecer

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RG, CPF e comprovante de residência na sede da Secretaria de Cultura para aqueles que não tem acesso à internet, aos que possuem, o pedido é feito via WhatsApp, contato não informado pela diretoria. A entrega das cestas são feitas em alguns dias, na sede da Secretaria para os artistas que moram na cidade e artistas do Sítio Rodrigues e Comunidade Remanes cente Quilomb o do Barro Branco, por exemplo, tiveram as suas entregues nas respectivas comunidades, tomando todos os cuidados de proteção exigidas, para contenção do Coronavírus. Sec. de Cultura Procurada, a Diretora de Cultura de Belo Jardim, Maéve Oliveira, quanto a falta de comemoração do São João na cidade, ela alegou que “vínhamos realizando o São João nos Distritos do município, sempre incluindo músicos locais como primeira e segunda atração dos eventos”. Questionada se haveria medidas e projetos ainda mais efetivos para atender a categoria musical, ela disse que “durante alguns dias a Secretaria de Cultura participou da mobilização para a aprovação da Lei Emergencial Cultural que está aguardando ser sancionada pelo Presidente da República”, se aprovada, o município receberá uma verba para ações voltadas à cultura. Músicos e todas as classes artísticas esperam ver, como esse recurso será administra-

do.

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Economia

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A4: Belo Jardim - Ano 10 nº 99, junho de 2020

O amor nos tempos da Covid-19 Da redação, Karina Veríssimo e Adenilson Barros

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onhecidamente, o Dia dos Namorados é a terceira data mais rele vante para os comerciantes em todos os cantos do país, perde apenas para o Natal e o Dia das Mães. Entretanto, o 12 de junho deste ano chegou com pequenos dissabores para aqueles que almejavam lucrar com a comemoração dos apaixonados. O novo Coronavírus, além das várias questões relativas à saúde, trouxe dinheiro curto e di culdade de acesso aos produtos. Par a e nte nd e r o s impactos da pandemia de Covid-19 sobre o Dia dos Namorados, o Google realizou uma pesquisa digital com cerca de 800 brasileiros entre os dias 18 a 20 de maio. Os resultados mostraram que o distanciamento social mudou a forma de celebrar a data para 63% dos brasileiros em 2020. A forma de compra do presente também sofreu mudanças: 43% dos entrevistados declararam que compraram online. Em Belo Jardim, durante o combate à doença, com o distanciamento, isolamento social e medidas de restrição ao funcionamento do comércio, mu ito s c ome rc i ante s e empresários tiveram que se reinventar para não serem engolidos pela crise econômica. Os setores de presentes tradicionais para a data que enfrentaram di culdades, mas, ainda assim, conseguiram manter o faturamento foram os de vestuário, perfumaria, alimentação, chocolates e produtos eróticos. E para este processo, o marketing digital foi uma ferramenta essencial. O Telec a r i n h o, p or e x e mp l o, empreendimento que oferece presentes diversos como ores, chocolates, vinhos, pelúcias, canecas, e tudo isso separado ou em cestas personalizadas, tem no Dia dos Namorados, seu melhor dia do ano. E “independentemente dessa pandemia, as vendas foram muito melhores do que a do ano passado e

Pexels

melhor do que o Dia das Mães, desse ano”, diz Silvana Galvão, proprietária. Ela a rma que alguns desa os existiram, mas, foram superados. “Faltou mercadoria e no que falta, vem mais caro”. O exemplo foi o preço das ores, que sofreram reajuste de até 200%. Mas tudo foi superado com a ajuda de um reforço, as redes sociais. “Fizemos um investimento pesado, já que as pessoas não podiam ir à loja física para olhar os produtos, como também reforçamos nossa equipe de entrega”. Mas no nal, o que cou foi saldo positivo. “Com toda essa di culdade, as vendas foram muito boas”. Silvana Galvão ainda é proprietária da Pizzaria Betânia Massas, que marcou em seu calendário o 12 de junho como tradição em Belo Jardim. Primeiro porque o salão recebe uma decoração romântica, à luz de velas e corações. Depois, todos querem sair para jantar fora. Mas, e com o salão fechado? A opção foi se reinventar. “Sentimos muita falta. Mas zemos de tudo para garantir que o clima romântico fosse mantido, então produzimos uma lembrança especial. Um coração com bombons, para dizer que estávamos juntos, celebrando o amor”, diz Silvana. Sobre o movimento, ela revela. “As vendas foram maravilhosas. Foi como se estivéssemos abertos”. Já as adaptações foram na logísti-

ca. “Contratamos uma equipe adicional de motoqueiros para fazer as entregas”. Como também na divulgação. “Fizemos um trabalho nas redes sociais, com sorteio de um jantar e um buquê de rosas em parceria com o Telecarinho”, além de agilizar a parte interna. “Contratamos mais gente para o atendimento. Com a pizzaria aberta, os telefones são uma loucura, imagina ela fechada”, além disso “abrimos para o cliente fazer os pedidos antecipados por telefone”. E mesmo com os produtos mais caros, foi possível ter um ótimo rendimento. “Mas, graças a Deus, foi excelente, e todos puderam celebrar o amor”, comemora Silvana. O posicionamento revela que o setor de vendas online teve um aumento expressivo no número de transações para atender a demanda dos que compraram pela internet ou por aplicativos de trocas de mensagens, como o WhatsApp. Para os empresários Tarcísio e iago Moura, ambos 27 an o s , propr i e t ár i o s d a T.Moura Magazine (loja varejista de roupas e acessórios do básico ao esporte no) a solução foi apostar em promoção para atrair a clientela. “Houve perda de algumas peças, porém a gente fez uma mega liquidação e conseguiu suprir o valor que a loja precisava para conseguir se manter rme nessa pan-

Apesar da pandemia, comércio ligado ao setor cou satisfeito com as vendas em 2020

demia”, disseram otimistas. Os jovens empresários a rmaram ainda que a queda nas vendas foi geral e lojas de outros segmentos também foram afetadas. Se para loja de vestuários as vendas caíram, o desao foi ainda maior para a Fascine Boutique Sensual, loja especializada em produtos e acessórios eróticos, já que o Dia dos Namorados é “o Natal” do segmento. Para a empresária Rubia Botelho, o momento foi de recriar a forma como atrair os clientes e atingir o público-alvo. Sempre antenada em buscar inovações mercadológicas para seu comércio, ela realizou promoções, implantou o catálogo online e promoveu lives com dicas de relacionamentos. De acordo com a empresária, “o desa o maior foi planejar como atender os clientes de uma forma segura e também animá-los a consumir os produtos nessa fase difícil. A estratégia de

Dia dos Namorados em BJ Vai passar junto ou separado? Junto 74%

Separado 26%

Comprou em Belo Jardim Sim 67%

Não 33%

Conseguiu comprar o presente que queria?

Sim 41%

Não 59%

Recebeu em casa ou precisou ir buscar? Em casa 31%

Tive que buscar

69%

Pesquisa feita entre 11 e 12 de junho, no Instagram do Jornal Enfoco @enfoco.belojardim

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kits prontos para entregar também ajudou muito”. A Fascine apostou nesta versão de vendas após análise interna, onde escolheram os produtos que mais são consumidos e uniram em um só presente. “O catálogo online tem ajudado muito neste quesito, porém, ainda assim, sentimos uma queda na procura”, relatou. As di culdades também foram evidenciadas pelo autônomo Sidney Pereira, 26 anos, que sentiu prejuízo nas suas vendas de cosméticos em cerca de 20%. “Usei muito minhas redes sociais para divulgação dos produtos que vendo. Com a pandemia precisei me empenhar mais no digital para conquistar novos clientes e, além das vendas convencionais, z atendimento e divulgação de marcas que sou a liado”, relatou Sidney. Para a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Belo Jardim é preciso manter a segurança para o atendimento, entretanto, empresários estão sendo penalizados com a proibição de reabertura determinada pelo Governador de Per nambuco, Paulo Câmara (PSB). O presidente da entidade a rmou recentemente em entrevista que é “totalmente contra” o fechamento do comércio. “ Nó s e m B e l o Ja r d i m , c om e rc i ant e s , e s t am o s sofrendo muito. Acredito que 60% dos comerciantes já quebraram. Desses, se voltar 30% tem que agradecer muito a Deus. O poder público municipal deveria ter criado um plano de ação emergencial para enfrentarmos isso com o mínimo de sequelas possíveis”, relatou.


Saúde

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B1: Belo Jardim - Ano 10 nº 99, junho de 2020

Dia Nacional do Combate à Asma: portadores são mais suscetíveis à Covid-19

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asma é uma doença crônica em que ocorre in amação das vias aéreas, que conduzem o ar para os pulmões. A doença é considerada crônica e atinge quase 300 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (IBGE), 6,4 milhões de brasileiros com mais de 18 anos sofrem com o problema, e somando com crianças e adolescentes as estatísticas aumentam para 20 milhões. O Dia Nacional do Combate à Asma foi celebrado em 21 de junho, e visa lembrar dos cuidados para quem vive com a doença, da atenção aos fatores que podem desencadear uma crise asmática, além de alertar sobre as possíveis complicações durante a pandemia. Existem diferentes níveis de gravidades de asma? A asma pode ser classi cada de acordo com alguns parâmetros como o controle das limitações clínicas (sintomas mínimos durante o dia e ausência de sintomas à noite), necessidade de medicação inalada para alívio dos sintomas, na ausência de limitação das atividades físicas e pela perda acelerada da

função pulmonar à espirometria. A asma está associada a outras doenças respiratórias? Existem doenças respiratórias que podem levar a di culdades no controle da doença como: disfunção de cordas vocais, rinossinusite crônica, polipose nasal, apneia do sono e bronquiectasias. Além disso, doenças alérgicas como rinites e dermatites atópicas são frequentemente encontradas nos asmáticos. Quais os sintomas mais frequentes da asma? Os principais sintomas da asma são episódios recorrentes de falta de ar, chiado no peito, tosse (mais comum à noite ou ao acordar) e sensação de desconforto torácico. Quais os fatores de risco da asma? A ocorrência da asma é um resultado da interação entre fatores genéticos, ambientais e biológicos que provocam e mantêm a in amação brônquica. Sendo assim, os sintomas geralmente se iniciam após exposição a fatores precipitantes ou agravantes como: infecções respiratórias (resfriados, gripes, sinusites, pneumonias), exposição à alérgenos ambientais ou ocupacionais (polens, fungos, ácaros, pelos de animais, bras de tecidos etc.), exposição a irritantes (fumo, polu-

ição do ar), medicamentos (aspirina, anti-in amatórios não hormonais, betabloqueadores), alterações climáticas e até mesmo a exercícios. Como é feito o diagnóstico? O diagnóstico da asma é eminentemente clínico, baseado da história clínica e sintomatologia compatível. Entretanto, alguns exames complementares auxiliam na classi cação e na quanti cação da gravidade, dentre eles destacam-se inicialmente a espirometria, exames de imagem (raios-X de tórax e/ou tomogra a computadorizada de tórax) e exames bioquímicos.

Fotos: Laika Vitae

ça utilizados nas crises. É importante que o médico e o paciente saibam reconhecer que os medicamentos e utilizá-los da forma correta.

Como prevenir? A asma, devido ao fator genético, é uma doença que não tem cura, mas tem tratamento e caz que permite a pessoa viver normalmente. Além disso, alguns cuidados ajudam a prevenir e controlar as crises: - Manter o ambiente limpo, bem ventilado e úmido. Como funciona o trata- - Lavar as roupas e agasalhos mento? guardados por muito tempo O tratamento da asma envol- - Manter poucos objetos de ve o controle do ambiente decoração, sem cortinas e em que o indivíduo vive tapetes pois acumulam poeialém do uso de medicamen- ra tos. Existe uma nítida piora - Evitar contato com animais com a exposição a uma série como gato e cachorro de fatores como o tabaco, - Agasalhar-se de forma adepoeiras domiciliares (ácaros quada para evitar mudanças e fungos), infecções, ar frio, bruscas de temperatura exposição ocupacional e - Atentar-se para o uso correalguns medicamentos. O to das medicações e disposicontrole destes fatores, asso- tivos ciado a medidas educaciona- - Conhecer bem a doença is, são medidas importantes para saber o momento certo no tratamento. O tratamento de procurar a emergência medicamentoso é baseado - Evitar exposição à fumaça nos dispositivos inalados, as do cigarro e à poluição bombinhas. Existem os medi- - Vacinação contra o vírus da camentos que controlam a gripe doença e medicamentos que - Acompanhamento médico aliviam os sintomas da doen- regular, pois a asma é uma

doença que não tem cura É possível relacionar a asma com a Covid-19? Como diferenciar os sintomas das duas doenças? Asma é uma doença in amatória crônica das vias aéreas, que ocasiona a obstrução da passagem do ar aos brônquios, di cultando o controle da respiração. Como característica de uma doença crônica, a asma pode persistir por um longo período. Os sintomas se iniciam logo na infância, embora a ocorrência tardia tenha sido frequente. A infecção respiratória por Covid-19 trata-se de uma doença aguda, de início súbito de sintomas relacionados a uma síndrome gripal como febre, dor de garganta, tosse, coriza e que, de acordo com a gravidade, acomete os pulmões levando a falta de ar e queda da oxigenação. As pessoas portadoras de asma estão incluídas no grupo de risco para complicações causadas pela infecção por coronavírus, podendo apresentar crises graves. Fonte: Pneumologista do Hospital Anchieta, Dr. Daniel Boczar.

Conheça a diferença dos dois tipos de testes atualmente disponíveis para a detecção da Covid-19

O

surto de Covid19 tem afetado social e economicamente países do mundo todo. Por ser tão complexa a situação, há muitas discussões acerca do surgimento do vírus, maneiras de retardar a propagação e as pesquisas para se descobrir a vacina. Porém, há um ponto de concordância entre as autoridades de saúde: a testagem em maior número possível do novo coronavírus é essencial para seu controle. Em países como o Brasil, onde a doença ainda está em ascensão em diversas regiões, é fundamental realizar testes que tenham uma precisão na detecção do vírus, uma vez que um indivíduo contaminado com o Sars-CoV-2, o vírus da

Covid-19, pode transmiti-lo para cerca de seis pessoas, muitas vezes antes mesmo de apresentar os sintomas mais agudos, ampliando exponencialmente a propagação do vírus, segundo o Disease Control and Prevention, o principal instituto nacional de saúde pública dos Estados Unidos. Em relação à tecnologia, há dois tipos principais de testes atualmente disponíveis para a diagnóstico do Sars-CoV-2: o RT-PCR (sigla em inglês que quer dizer Transcrição Reversa seguida de reação em Cadeia da Polimerase) e o Sorológico. O RT-PCR consiste em um método laboratorial de diagnóstico molecular, ou seja, que detecta a presença do material genético do

vírus. A amostra utilizada é obtida da mucosa das vias respiratórias. Ele é considerado o método padrão ouro, ou seja, o melhor e mais indicado para diagnóstico da Covid-19. “A e ciência de um teste é avaliada por dois fatores: sensibilidade e especi cidade. A primeira signi ca a capacidade de detectar o vírus mesmo em concentraçõ es muito b aixas. Em alguns infectados, especialmente aqueles em estágio pré-sintomático, a quantidade de partículas virais (ou cópias) pode ser muito baixa. O RT-PCR detecta a partir de 10 cópias do vírus, o que minimiza resultados falsos negativos. Já o conceito de especi cidade está relacionado à capacidade de

diferenciar “pedaços” do vírus da Covid-19 que não sejam semelhantes ao de outros vírus. Em outras palavras, garantir resultado positivo quando houver a presença do Sars-CoV-2, apenas, e negativo em sua ausência, mesmo se houver infecção por outros vírus respiratórios”, explica Patrícia Munerato, diretora de Análises Genéticas da ermo Fisher Scienti c. O RT-PCR tem a capacidade de detectar o vírus nos primeiros dias após o indivíduo o contrair, mesmo sem apresentar sintomas. O outro tipo de teste, mencionado acima, é o Sorológico. E como ele funciona? Por meio da pesquisa de anticorpos (IgG e IgM) produzidos contra o SARS-CoV-2

numa amostra sanguínea. O IgM, também chamado de anticorpo de fase aguda da doença, aparece quando a doença está em curso, e só é detectável após o oitavo ou décimo dia da infecção. O IgG, conhecido como anticorpo de memória imunológica, identi ca se a pessoa foi exposta ao vírus e, por isso, produziu anticorpos em resposta à infecção. Embora capaz de distinguir infecção ativa (aguda) ou prévia (memória) da Covid-19, a sensibilidade dos testes sorológicos é bastante inferior à PCR. Por isso, a recomendação da OMS – Organização Mundial da Saúde e de autoridades de saúde, para diagnóstico da doença é o RT-PCR. Por ermo Fisher.



Opinião

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B3: Belo Jardim - Ano 10 nº 99, junho de 2020

Como podemos vencer o racismo estrutural na sociedade?

A

s mortes de João Pe d ro Matt o s Pinto de 14 anos, no Rio de Janeiro, e de Miguel Otávio de 5 anos, no Recife, reacenderam o debate do racismo, um problema social e estrutural que encurta a vida da juventude negra brasileira. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. No dia 18 de maio, João Pedro Mattos foi baleado e morto dentro de casa durante uma operação das Polícias Civil e Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ). Ele estava jogando videogame com os primos quando foi atingido na barriga. O rapaz foi levado pelo helicóptero da polícia e os parentes só vieram encontrar o corpo no Instituto Médico Legal (IML), 17 horas depois do ocorrido. No dia 2 de junho, Miguel Otávio caiu do 9º andar de um condomínio de luxo no Recife, onde a mãe, Mirtes Renata Santana, trabalhava como doméstica. Enquanto Mirtes passeava com a cadela da casa, a criança cou sob os cuidados da primeira-

Foto: Katharyne Bezerra

dama de Tamandaré e expatroa de Mirtes, Sari Corte Real. Miguel teria sentindo falta da mãe e queria encontrá-la. Sozinho, ele entrou no elevador e foi parar no 9º andar, de onde caiu de uma altura de 35 metros e morreu antes de chegar ao hospital. "Se fosse o contrário, eu nem teria direito a ança", disse Mirtes à reportagem do NE1 com relação à punição de Sari, que pagou R$ 20 mil para responder o processo em liberdade. No caso de João Pedro, os policiais envolvidos seguem sendo investigados. Em Belo Jardim, não existe um caso tão extremo de racismo como esses dois já citados. Mas, ser negro ou negra nessa cidade não é fácil, principalmente se você ainda for de classe baixa. Em municípios como o nosso, sofremos com a falta de representatividade da população negra em todas as áreas. Re ita: quantos representantes negros existem na nossa política? Quantas políticas públicas foram pensadas para melhorar a vida da juventude negra? Quantos professores negros você já teve na sua vida? Quantos pro ssionais você já con-

tratou e quantos deles são negros? De acordo com Ângela Davis, "numa sociedade racista, não basta não ser racista, tem que ser anti-racista". Portanto, a população branca deve repensar o racismo estrutural que elas mesmas perpetuam, reconhecer os privilégios que elas possuem historicamente e ajudar na construção de uma sociedade mais justa para todas as pessoas. Em Belo Jardim, a população negra vem colocando em prática a luta contra o racismo e se apoiando em diversos setores. Por exemplo, o Quilombo do Barro Branco produz alimentos orgânicos, faz trabalhos artesanais com o barro e colocam seus produtos à venda em feiras livres. Existem também casas de Candomblé que, apesar de sofrerem constantemente com o preconceito, fazem campanhas de arrecadação de alimentos durante os encontros religiosos, para que assim possam ajudar os mais necessitados. Como exemplo disso temos o Ilê Àsé Òsún Ìpòndá, localizado no Viana e Moura da BR. Isso sem falar no trabalho realizado pelo

Mestre Zé do Bola e o projeto Praticando Capoeira com Crianças e Adolescentes, exemplo de incentivo à cultura negra

Mestre Zé do Bola. O projeto "Praticando Capoeira com Crianças e Adolescentes" oferece aulas em comunidades belojardinenses e tiram a juventude negra das ruas, dando a oportunidade de conhecer suas origens e reescrever suas histórias. Assim, desejo que cada vez mais nós possamos ser empoderados como o Quilombo do

Barro Branco, empáticos como o Ilê Àsé Òsún Ìpòndá e agentes transformadores como o Mestre Zé do Bola e sua família. Só dessa forma a sociedade poderá caminhar para um futuro em que o lema Vidas Negras Importam saia do discurso e seja colado em prática.

Especial por, Katharyne Bezerra, mulher negra, feminista, protetora animal e jornalista.



Social

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B5: Belo Jardim - Ano 10 nº 99, junho de 2020

Concurso de beleza vai eleger a Miss Teen 2020 e Miss Belo Jardim 2021. Além de bonita e preciso engajamento. Inscrições seguem até dia 30 Crédito: Reprodução Facebook Da redação, Karina Veríssimo

O

concurso para eleger as mulheres mais bonitas de Belo Jardim está sendo planejado de maneira bastante criteriosa e atendendo a todos os protocolos da franquia estadual. As inscrições seguem até dia 30 de junho e a expectativa é que o evento seja realizado no dia 21 de agosto. Na ocasião, serão eleitas a adolescente e a adulta mais bonitas da cidade, para disputarem o maior título de beleza estadual. A Miss Teen já irá concorrer ao Miss Pernambuco em Setembro, no Recife. Beleza, disciplina, elegância, desenvoltura, passarela, articulação, simpatia e feminilidade são quesitos básicos para qualquer mulher que almeje ser eleita em primeiro lugar em concurso de beleza. Entretanto, com a globalização e a era digital, esse pensamento se torna muito mais amplo e é preciso agregar ainda mais adjetivos à candidata. Servir como fonte de inspiração para outras mulheres, ser engajada em projetos sociais e um modelo para a sociedade são requisitos de bastante relevância e fazem o diferencial para as candidatas. Erisson Silva, organizador do concurso, defende que “não é apenas beleza, é preciso ter também uma voz que defenda uma causa. Quero que ela atue em projetos sociais, mostrando que Miss é

exemplo e que seja exemplo para outras mulheres. Sem distinção de qualquer estereótipo existente”. Ele coordenou e assessorou a campanha de Letícia Severo, a Miss Belo Jardim 2020 e que angariou títulos importantes da categoria para a cidade, como o Miss Grand Pernambuco, a Vice-Miss Pernambuco e o Miss Popularidade. Aos 20 anos, Letícia Severo é uente em inglês, professora da língua inglesa, estudante de direito, desenvolta e de uma beleza estonteante. A simpatia dela é um quesito à parte e que é requisito primordial para qualquer mulher que desejar o mesmo título que ela. Para o Miss Teen 2020, poderão participar jovens entre 15 e 18 anos, mediante autorização dos pais ou responsáveis. A jovem ganhadora irá concorrer ao Miss Teen Pernambuco que acontecerá em setembro, com a mesma pompa do concurArte de divulgação

so para as adultas. O tema de abordagem será “Belo Jardim Terra de Artistas”, promovendo e homenageando a cultura da cidade. Como todo concurso de miss, serão promovidos compromissos o ciais, visitas, provas e ensaios fotográ cos. Além disso, todos os dias durante a semana do concurso, acontecerá um episódio diferente para interagir com as meninas, bem como um critério de seleção. Em relação à legitimidade, Erisson se preocupou em manter a lisura do concurso, convidando todos os sete jurados de fora de Belo Jardim, para que o conhecimento prévio das candidatas não inter ra no dia da votação. Trabalhando há sete anos como fotógrafo e estudando a fundo o universo dos concursos de beleza, o organizador garante que tudo foi criteriosamente pensado para que o evento ocorra de maneira tranquila.

Erisson Silva e Letícia Severo celebram parceria de sucesso

“Vamos elevar o nome de Belo Jardim ao mesmo patamar em que proporcionamos a Letícia. Ele ganhou o Miss Popularidade com o marketing realizado através da sua assessoria, pelo engajamento nas redes sociais. Passei muito tempo estudando sobre o assunto e estou preparado para isso”, disse Erisson. Os valores das inscrições são acessíveis e diferenciados. Para o Miss Teen, a inscrição custa R$ 200 ou R$ 150 se for pago de uma vez, em espécie. Já para o Miss Belo Jardim, o valor custa R$ 300 ou R$ 200 se for pago à vista. “A coroa é apenas uma consequência da beleza e do trabalho de cada participante”, diz Erisson, que informou ainda buscar empre-

sas que acreditem no projeto e potencial da disputa para Belo Jardim. “Estamos em busca de parceiros e patrocinadores que possam nos ajudar para a realização das inscrições das futuras ganhadoras na disputa estadual”, relatou. As informações podem ser obtidas pelo telefone: (81) 99770-6132.



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