Jornal Enfoco - setembro 2020

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enfoco.belojardim Ano X Número 102 - setembro de 2020 - Belo Jardim-PE e Região

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Em todo o país, 5.175 menores brasileiros sonham em ganhar uma família. Em PE, são 170. Do outro lado, existem sete vezes mais pessoas interessadas na adoção, mas a maioria não encontra o per l que deseja e só faz prolongar a espera. Em Belo Jardim, a realidade é positiva graças à celeridade da Justiça. Além disso, adotar uma criança não é fazer um 'test-drive', é preciso conhecer, estudar e amadurecer sobre o assunto para tomar a decisão e gerar um lho através do amor. A2

Lia de Paula - Agência Senado

Existem mais pessoas interessadas em adotar, do que crianças disponíveis. Perfil é o grande desafio

Empreendedores locais inovam na produção e superam crise. Indústria pernambucana também já sente efeito positivo da flexibilização da economia Comerciantes passam a oferecer novos produtos para atender demandas impostas pela covid-19 e acabam saindo do sufoco. E levantamento da Fiepe mostra que indústrias de Pernambuco já veem faturamento melhorar após abertura econômica. No Agreste, percentual é de 75% de elevação. A5

Partidos divulgam lista completa de candidatos à prefeitura e câmara. Veja também o limite de gastos. A3 Em Belo Jardim, 27% da população recebeu o Auxílio Emergencial do Governo Federal A7

Atendimentos online foram aliados na rotina imposta pelo coronavírus. Profissionais reconhecem que estratégia ajudou a saúde e as contas B2

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Cidade

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A2: Belo Jardim - Ano 10 nº 102, setembro de 2020

Gestação pelo coração: Desmistificando o que a maioria acredita saber, há mais famílias pretendendo adotar do que crianças disponíveis Lia de Paula - Agência Senado Da redação, Karina Veríssimo

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ecentemente, após repercussão nacional de caso de violência infantil que culminou com uma gravidez indesejada, grupos religiosos Próvida levantaram e defenderam a bandeira contra o aborto, mesmo que legalizado, e a rmaram que os bebês deveriam ser colocados para adoção. É necessário tentar entender o outro lado da moeda de quem necessita o acolhimento judicial por maus tratos familiares, abusos ou até mesmo por não ser desejado pelos genitores. Como todos devem imaginar, abandono dói, não ter uma família deve doer mais ainda. Mas, a nal de contas, o que é adoção? Parece uma questão básica e simples que qualquer pessoa possa responder, contudo, há muitos equívocos quando se trata da prática. Segundo a Lei, adoção trata-se do acolhimento e garantia da convivência familiar e de direitos a todos os menores de 18 anos. No Brasil, quem regula o ato é o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Todo o processo é realizado na justiça e deve acontecer com intermediação da Vara da Infância e Juventude, para que ocorra de maneira segura e legal. Antes de ser colocado para adoção, é feito um rigoroso trabalho de investigação familiar. Neste período, a criança é mantida sob os cuidados da justiça e acolhida em casas destinadas a isso. Em Belo Jardim, crianças que passaram por alguma situação de vulnerabilidade e precisam de acolhimento são acolhidas no Lar de Nikolas, onde encontram o carinho e a proteção aos quais tem direito. É feito um trabalho social por equipe pro ssional multidisciplinar, que envolve assistente social e psicólogo, por exemplo, além de, claro, muito amor voluntariado. A atuação rme e presente de

EXPEDIENTE: Diretoria Executiva: Silvana Galvão - Diretora Executiva Departamento Comercial: Alcineide Santos

órgãos municipais, como os Centros de Referência Especializados em Assistência Social (Creas e Cras); Secretarias de Assistência Social, da Mulher e de Saúde e Conselho Tutelar são primordiais para a promoção da dignidade e segurança destas crianças, uma verdadeira força tarefa, juntamente com a Vara da Infância e Juventude da Comarca de Belo Jardim e o Ministério Público. Escolher crianças para adoção vai muito além de um simples desejo ou capricho. Adotar não é fazer um test-drive. É necessário car claro que todos os deveres de pais biológicos são transferidos para a família substituta, que começa a ter a responsabilidade plena de tudo que se refere ao tutelado. As crianças que estão nos abrigos já têm histórias de muito sofrimento, o que elas precisam de verdade é uma família marcada pelo afeto e pelo amor. Por outro lado, os pais que estão com o coração aberto para receber um lho adotivo em seu lar, também mantém direitos, como a licença maternidade, por exemplo. Ela é um período concedido para que mãe e lho possam estreitar seus laços de afeto, conhecer um ao outro, nesses primeiros contatos. Neste caso, a mãe adotiva tem o direito a licença proporcional a idade do adotado, bem como, direito ao salário-maternidade. Tatiana Valério, fundadora do GEADIP (Grupo de Estudo e Apoio à Adoção do Vale do Ipojuca) e conselheira do Observatório Nacional da Adoção (OBNAD), é mãe de três meninas adotivas (as três Marias como gosta de chamar). Ela falou sobre a emoção em gerar um lho pelo coração. “Nunca engravidei, mas já acompanhei de perto algumas gestações e eu diria que ter um lho ou lha por adoção é uma experiência tão maternal (ou paternal) quanto uma gravidez biológica. Acalentamos a mesma ideia de nos tornarmos pais. A única diferença é a chegada da cri-

Departamento de Jornalismo Érika Travassos - Jornalista/editora Karina Veríssimo - Jornalista/ Repórter Adenilson Barros - Redator estagiário Diagramação e redes sociais: @etcomunicacao

ança. Então, os sentimentos, os medos, as alegrias e desaos são iguais aos de qualquer outra mãe. Sinto-me imensamente feliz por tê-las como lhas”, relatou. Ela ainda comentou que os dilemas e dores enfrentados por qualquer família biológica, é sentida da mesma maneira por quem decide adotar e ela aprendeu isso com a primeira lha, que faleceu aos 3 anos. “Qualquer mãe pode perder um lho, de qualquer idade, e essa experiência, por mais dura que tenha sido, trouxe consigo um ensinamento profundo. Em nossa família tudo ocorre como em qualquer outra família: muito amor, carinho, brigas entre irmãs, desobediência, cumplicidade, descobertas, superação, companheirismo e ainda temos a militância pró adoção. Minhas lhas sempre souberam que chegaram pela adoção. Nada de segredos! Não somos especiais porque adotamos. Somos apenas pais e elas nossas lhas”, conclui Tatiana. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), atualmente no Brasil, 5.175 crianças e adolescentes têm o desejo de ter uma família para abraçar, deste número, 3.497 já estão em processo de adoção. Já na la para adotar são 36.600 famílias pretendentes. Neste cenário de vulnerabilidade social, há 31.385 menores acolhidos pela justiça. Em Pernambuco, são 170 crianças disponíveis para adoção, onde 93 estão com processo em andamento. 1089 famílias pretendentes se cadastraram e manifestaram o desejo em ter um lho adotivo. Em Belo Jardim, o empenho da 2ª Vara Cível da Comarca de Belo Jardim em investigar e promover a resolução dos casos em tempo hábil tem agilizado os processos. Atualmente, embora haja menor acolhido, não há crianças disponíveis para adoção. Mas, na la em busca do seu lho do coração, há 11 pretendentes habilitados. O juiz titular da 2ª

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Família belo-jardinense fala com propriedade sobre a emoção em gerar um lho pelo coração.

Vara Cível da Comarca de Belo Jardim, Clécio Camêlo de Albuquerque, explicou que “existe uma hierarquia, uma regra, dentro do Estatuto da Criança e do Adolescente que precisamos respeitar e seguir’’. ‘‘Primeiro a família natural tem preferência, depois a família extensa, que são os parentes. Em último caso é que há a destituição familiar, ela vai para adoção. E nos casos que culminam com esse ato excepcional, que é a destituição, a gente tem acertado bastante aqui. Os processos são nalizados na comarca de Caruaru”. De acordo com Adriana Carla Barros, assistente social do Tribunal de Justiça de Pernambuco, é preciso inverter a ordem como muitos veem as questões da adoção e “antes de procurar crianças para os pretendentes é necessário buscar famílias estruturadas para as crianças”. Conforme apresentado, a lista de famílias pretendentes supera o número de crianças disponíveis em todo o Brasil. Mas será mesmo que é somente por conta do sistema burocrático do judiciário? A resposta, por incrível que possa parecer, é não! Para Adriana, essa disparidade acontece pelas preferências dos pretendentes. “As preferências in uenciam muito na disponibilidade de uma criança, o que di culta o processo”. A fonoaudióloga Auriany Nunes Leão, que também é mãe adotiva, corroborou com a justi cativa e disse que “muitas vezes as pessoas não estão bem escla-

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recidas e cam presas em alguns mitos e preconceitos, mesmo querendo ser pais adotivos. O ideal é que a pessoa comece a amadurecer o assunto e conversar com os grupos de apoio, que é quem pode orientar da melhor forma, assistir palestras, participar de rodas de conversa para que eles (pretensos pais) amadureçam, tirando suas dúvidas e vendo a realidade atual”. O juiz Clécio Camêlo informa que em “Belo Jardim as coisas costumam ser diferentes e criança com quase nove anos foi adotada”. Existem algumas etapas para se adotar uma criança e todas elas são apresentadas aos interessados Na Vara da Infância e Juventude em cada Comarca. Também há maneiras de ajudar essas crianças acolhidas sem manter o vínculo com elas, sendo um padrinho, por exemplo. Em Belo Jardim, todas essas informações podem ser obtidas no Fórum. Realizando campanhas de conscientização sobre este assunto mais amplo e complexo do que parece, no Brasil, o dia 25 de maio foi escolhido o cialmente em 2002 como o Dia Nacional da Adoção.

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Eleição

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A3: Belo Jardim - Ano 10 nº 102, setembro de 2020

Definidos os candidatos a prefeito e vereadores em Belo Jardim. E campanha política já ganha 'as ruas'. Confira a lista completa Da redação, @enfoco.belojardim

Chapa: 'Juntos em defesa de Belo Jardim' Coligação: DEM, Solidarieermina dia 26, o dade, Cidadania, Avante, prazo para o regis- PSDB, PSC, PL, PTC, PSD, tro de candidaturas PP e segue-se o cialmente a Prefeito: campanha eleitoral. Gilvandro Estrela Mas, após as conven- Vice-prefeito: ções partidárias, os belo- Dr. Maneco jardinenses já conhecem Vereadores: todos os nomes que dispu- Cidadania tam a vaga de prefeito e Paulinho Rato Branco vice-prefeito e todos os pos- Boró de Lotação tulantes a uma vaga na câma- Kêda ra municipal. allys O limite de gastos Edson Silva dos candidatos a prefeito, Dorgivanio Coêlho em Belo Jardim é de R$ Pomba 274.258,08. Já para vereador Maciel Conselheiro é de R$ 30.212,71. Dé da Cohab O valor é o que deter- Wiviane da Barragem mina a Lei das Eleições (Lei Professor Joseano nº 9.504/1997). Professor Ednaldo A eleição está marca- Tábata Ambrosio da para 15 de novembro, 1º Pedro Ari turno. E 29 de novembro, 2º Emanuel Amorim turno das eleições, para loca- Ana Rosa lidades com mais de 200 mil Clécia Melo votantes. Não é o caso de BJ. Ni Macedo Segue a lista comple- Ninha ta, em ordem alfabética pelo Gal da Padaria nome da chapa, seguido de Carla Gonçalves coligação, candidato a prefeito(a), vice-prefeito e vere- DEM adores. Nego

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Chapa: 'Frente popular por Belo Jardim'. Coligação: PSB, PROS, MDB, PDT. Prefeita: Isabelle Mendonça Vice-prefeito: Luiz Carlos Vereadores: Professora Rafaela Santos Mari Festas Rosi Silva Inês das Cisternas Elizabete Porto Alexandre da Raiz Beto do Viana e Moura Cosme do chorão Messias do Toiota Kennedy Araújo Manezim da Celpe Marcos Buchudo Soldado Edvaldo Milton Francisco Leo de Taboquinha Nilton Senhorinho Lúcia de Narciso Cláudio Patraozinho Ramilton Piaba Pitomba Irmão Adriano Zezé do Hospital Deto de Xucuru

Anselmo da Compesa Aracelly Pimentel Chéu Cristiano Cabeludo Drª Fernanda Danda Dr. Rômulo Edson Gomes Neguinho de Xucuru José Izanio Jurandir Bezerra Lila do Conselho Maria Rocha Maria Véia Pão Doce Pastor Antônio Rubinho Pé na Estrada Rui Nunes Zé Lopes Iolanda Melo PL Gogoia do Som Amaro Neto Manso do Forró Neguinho Bela Vista Tatiane Santos Elba Regina PP Júcelio Marinho Sandro Roberto Dino da Sky Sandra Regina

Nat Lili Pimenteira Edson Nego Nul Comandante Bezerra Ronaldo Meu Rei Cleubes Matos Juliano Michel Dida Topografo Maria José Solidariedade Missa de Urbano Josias da Lotação Kátia da Saúde Fabrício Lino Alexandre Janaína Ferreira Tony do Perfume Guilherme Monark Inácio Garapa Mazé do Espetinho Kito do Mercado Tio do Pastel Jack Santos Gisele do Ônibus Walclecia do Perfume Lindinalva Nilsinho de Serra do Vento Ladiel Juntos Robson Valença Chapa: 'Para Belo Jardim Avançar' Coligação: PTB, Rede, Avante e Republicanos Prefeito: Wilsinho Maciel Vice-prefeito: Uriel Campelo Vereadores: Republicanos Da Paz Bezerra Dona Fátima Silvana Cabelereira Daniele Euninho Claudemir de Xucuru Marcelino Monteiro William das Carteirinhas Edson do Pontilhão Leal do Mototáxi Silmar do Povo Nêgo de Zeca Cícero Rocha Adelson da

Autoescola Júnior da Raíz Rede Airton Mariano da Silva Alexandre Francisco de Oliveira Lima Alexsandro José de Lima Antônio Barbosa dos Santos Cícero Inácio de Lima Damião Francisco Pereira Evaldo da Silva Pereira José Edson Pereira dos Santos José Valdeir Gonçalves Cumaru Moises Silva dos Santos Oleandro Bezerra Baião Ozelio Neres de Morais Maria Aparecida Teixeira de Lima Maria Ayanne Siqueira Chaves Coelho Maria Franciele Andrade de Morais Silvana Maria do Nascimento Viliane Juciele Melo Lucas Maria da Conceição Silva de Souza Partidos isolados Ana Paula Santos Amorim Edna dos Santos Costa Silva Eliane de Lima Casé Ester Cordeiro do Nascimento Paz Helena Santos de Amorim Nayanne Andreia Almeida da Silva Vilma Delmar Silva Oliveira Cláudio Ivan Santos da Silva David Walison Alves dos Santos Edivaldo Medeiros da Rocha Edmilson de Castro Ferreira Evandro de Sousa Santos Evandro Lima Silva Gerson Tavares Barreto

Ginaldo José de Souza José Anselmo da Silva José Carlos de Oliveira Lima José Edvilson de Albuquerque Pereira José Pereira da Silva Pedro Marinho Sobrinho Reginaldo Silva dos Santos Márcio Moretti de Almeida Pimentel Luiz Carlos de Oliveira Silva Chapa 'Uma nova história para Belo jardim' Partido: PT Prefeito: Beto de Lulão Vice-prefeito: Fábio Galvão Vereadores: Maria de Maurílio Elizabete Coelho Toinho Aboiador Cicero Mateus Araújo do Sindicato Erivan do Povão Frisa do Tereza Mendonça Claudemir do IPA Professora Mayza Bruno Galvão Partido: PSOL Vereadores: Katharyne Bezerra Adones Valença Informações repassadas pelas assessorias dos próprios partidos.



Economia

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A5: Belo Jardim - Ano 10 nº 102, setembro de 2020

Indústrias do Agreste e empreendedores locais inovam na produção e conseguem se manter produtivos, mesmo em meio à crise imposta pelo coronavírus Da redação, Adenilson Barros

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mundo dos negócios está no meio de um turbilhão de mudanças. Para manter as vendas e serviços, muitas empresas precisaram correr para se adaptar ao novo cenário, adequando sua forma de produção, e até, inserindo novos produtos em seu catálogo. A pandemia tem impactado a saúde de muitos negócios, principalmente aquelas que não possuem grandes recursos nanceiros para se manter, como as pequenas e médias empresas e os empreendedores independentes. Segundo o estudo Impactos da Covid-19 nos Pequenos Negócios, realizado em março e abril pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), 89% dos empresários consultados já identi cavam queda importante no seu faturamento mensal. Por essa razão, muitos empreendedores alteraram seus modelos de negócio a m de adaptar seus serviços e produtos e mostraram que é possível sobreviver na crise. Mas para Henrique Aguiar, psicólogo que trabalha com desenvolvimento de líderes, o momento oferece oportunidades, mas para que os resultados venham é preciso “olhar para dentro de si mesmo e adicionar valores para que se possa empreender com propósito”. Abaixo listamos alguns exemplos de empreendedores e empresas que desenvolveram soluções para esse período de crise e continuaram faturando: Costureira e as máscaras artesanais Umas das necessidades que a pandemia trouxe,

foi o uso de máscaras de proteção. A pro ssional de costura Talita Cordeiro, 24 anos, de Belo Jardim, também viu seu faturamento em maus lençóis nos últimos meses. Ela, que costura de tudo um pouco, viu a demanda baixar consideravelmente. Motivo atribuído a cancelamento de feiras livres, lojas fechadas e etc. “A cada semana que passava, os fornecedores iam diminuído o número de peças para costura, e claro, passei a receber menos no m do mês”, recorda. Ela viu no empreendedorismo, a possibilidade de retomar seus ganhos. “Quando vi o uso das máscaras crescendo, passei a confeccionar e vendê-las de forma independente”. Apesar da concorrência crescer e o medo de arriscar, a ousadia virou faturamento. Neno vidraceiro e as placas divisórias entre pessoas Antônio Silva, 47 anos, mais conhecido por Neno, é um vidraceiro de longa data. A covid-19, também não perdoou seu nicho de mercado, clientes constantes, viraram “turistas”. “Eu trabalho com quase todo tipo de produto em vidro que você imaginar, tenho clientes xos e outros que vão chegando. Mas com esse coronavírus, a busca por meus produtos de antes, baixaram”, a rma. Para amenizar essa

Divulgação/ Grupo Moura

Industrias do Agreste se destacam por inovação e produzem equipamentos de ajuda ao combate do novo coronavírus

Divulgação

Para evitar o contato próximo de pessoas, vidraceiro passou a confeccionar placas divisórias para mesas e recuperou lucratividade

crise, a aposta foi na inovação. O vidraceiro, passou a confeccionar painéis divisores em vidro para mesas, como forma de evitar o contato direto de pessoas. “A ideia veio de um amigo que tem um restaurante em outra cidade e estava procurando alguma coisa que zesse as pessoas perderem um pouco o medo de carem próximas. E hoje, tem ajudado a me recuperar nanceiramente”, contou. Moura e a linha de produção é readaptada para o bem O Grupo Moura fez uma adequação em parte de suas linhas de produção no começo da pandemia, para fabricação de másca-

Divulgação

Com fechamento de comércio, costureira voltou a lucrar confeccionando máscaras faciais e vendendo de forma independente

ras do tipo Face Shield (escudo facial) para prossionais de saúde. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), à base de polipropileno, elástico e polietileno (PET), foram doados a órgãos responsáveis pelo sistema de saúde pública. O grupo também realizou “doação de baterias para garantir o funcionamento de hospitais e seus equipamentos, como os respiradores utilizados no atendimento de pacientes graves do novo coronavírus no Brasil”, informa material institucional. Ainda que o feito não tenha resultado em retorno nanceiro para a empresa, a ação de resp ons abi l i d a d e s o c i a l acrescentou uma credibilidade a mais para o grupo e ressaltou seu poder de produção e capacidade de se recriar e inovar. Após exibilização da economia, indústrias de Pernambuco apontam recuperação Desde que a covid19 se instalou em Pernambuco, em março deste ano,

cada região do Estado tem respondido à crise de maneira diferente em razão da natureza dos negócios locais e nas medidas de isolamento aplicadas conforme a necessidade sanitária de cada cidade. De acordo com o levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), 85% das empresas localizadas no Sertão registraram elevação do faturamento após a retomada da economia, enquanto que essa realidade chegou para 75% das empresas do Agreste e para 67% das localizadas na Região Metropolitana do Recife (RMR) e na Zona da Mata. Por out ro l a d o, quando se trata da inovação desenvolvida nos últimos meses, os negócios do Agreste largaram na frente. Novos canais de vendas e de distribuição foram incorporados nesta fase, 55% das empresas localizadas no epicentro do polo de confecções disseram ter criado novas formas de vendas on-line por meio de aplicativos e redes sociais. Atrás apareceram a RMR e a Zona da Mata, com 39,10%, e o Sertão, com 25%. A inovação oportuniza uma saída para as empresas e sobretudo, os pequenos negócios driblarem parte dos prejuízos atribuídos a pandemia. (Fonte: Sebrae e Fiepe)



Economia

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A7: Belo Jardim - Ano 10 nº 102, setembro de 2020

Em Belo Jardim, 27% da população recebeu o Auxílio Emergencial do Governo Federal. Pernambuco é o sétimo estado que mais recebeu o benefício

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m Belo Jardim, 20.433 pessoas receberam o Auxílio Emergencial do governo federal, no mês de junho, o que totalizou R$15.883.200 em pagamentos naquele mês. Isso corresponde a 27% da população de Belo Jardim recebendo o auxílio emergencial. O município pernambucano que tem a maior proporção de habitantes recebendo o auxílio é Cumaru, com 52,4% da população bene ciada. Por outro lado, Fernando de Noronha é o município pernambucano que tem a menor pro-

Foto: Marcello Casal Jr. Agência Brasil

porção de moradores bene ciados, com 13%. Isso é 0,7 vezes o percentual do Brasil como um todo. O Estado de Pernambuco está em sétimo lugar entre as Unidades da Federação com maior proporção da população recebendo o auxílio emergencial da covid-19. O percentual de pernambucanos bene ciados é 1,3 vezes a média brasileira: 24% da população pernambucana contra 18% no Brasil como um todo. Os dados vêm de uma análise da Associated Press com base em infor-

mações divulgadas pelo Portal da Transparência relativas a junho. Ao todo, 2.293.365 moradores do Estado de Pernambuco receberam o auxílio em junho, o que signi ca um total de R$ 1.714,599.600 pago para o Estado de Pernambuco. O Auxílio Emergencial é um benefício do governo federal para reduzir o impacto da crise econômica gerada pela pandemia da covid-19. O auxílio pode ser solicitado por qualquer brasileiro desempregado, trabalhador informal ou microempreendedor individual (MEI), desde que perten-

Pernambucanos bene ciados é 1,3 vezes a média brasileira: 24% contra 18% no Brasil

çam à famílias cuja renda mensal per capita seja de até R$ 522,50 ou cuja renda familiar total seja de até R$ 3.135. O auxílio foi pago em três parcelas de R$ 600 e ampliado para mais quatro, no valor de R$300. Se o b ene ciário é uma mulher que seja a única responsável pela família, o

benefício é dobrado, era R$ 1.200 e agora é R$600, por mês. As informações são da Associated Press e faz parte de um projetopiloto, de conteúdo em língua portuguesa, com dados brasileiros. Fonte: Associated Press (AP)

EDITAL 1) JOSEILMA ANTONIA DE LIMA, nascido aos 16/09/1974, brasileira, do lar, portadora do Documento de Identidade nº 5.158.140 SSP/PE, casada com GENILDO GUSTAVO DO NASCIMENTO, nascido aos 22/11/1971, brasileiro, industriário, portadora do Documento de Identidade nº 4.382.995 SSP/PE, casados aos 16/01/1997 sob o regime de comunhão parcial de bens residentes e domiciliados a Rua Francisco Oliveira Lima, n°35, bairro São Pedro, Belo Jardim -PE, que os declarantes vem dar publicidade de aquisição de imóvel denominado: 2) Do Imóvel Urbano localizado na FRANCISCO OLIVEIRA, n°.35, bairro SÃO PEDRO, Belo Jardim-PE, Cadastro n.º 10022597, inscrição municipal n.º 1010104605041600. Imóvel urbano de uso residencial, constituído por 02 pavimentos, dividido pelos seguintes ambientes: no primeiro pavimento uma sala de estar, dois quartos , uma sala de jantar, uma cozinha, uma área de serviço e um BWC social, tendo uma área construída de 68,20 m², e um pavimento superior com três quartos, uma sala de serviço, possuindo uma área de serviço, possuindo uma área de 74,70 m² perfazendo uma área construída total de 153,65 m² edificada em um terreno de 72,85 m², para fins de aquisição originaria através de 3) USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL EXTRAORDINÁRIA URBANA, especialmente para o fim previsto artigo 1.240 do Código Civil e atendendo ao disposto no Provimento nº 65, de 14 de dezembro de 2017, expedido pela Conselho Nacional de Justiça, pois os declarantes já ocupam o imóvel como seu há mais de 20 anos. 4) fica assim quaisquer interessado advertido que a não impugnação deste procedimento acarretará na aquisição da propriedade do imóvel acima descrito pelos declarantes. Belo Jardim, 04/09/2020 _________________________________________ OFICIAL - CARLOS EDUARDO LIMA LOPES



Saúde

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B2: Belo Jardim - Ano 10 nº 102, setembro de 2020

Pandemia muda rotina de atendimentos. A tecnologia ajuda a preencher desfalque na saúde pública e ajuda profissionais a superarem a crise Arte: divulgação

Da redação, Adenilson Barros

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pandemia exigiu jogo de cintura para adequar a rotina de pro ssionais de saúde e pacientes. A distância nunca se tornou tão perto, limitada apenas a um dispositivo móvel. E é dessa forma que consultas médicas ganharam ares mais modernos e atendimento em massa, como é a proposta do aplicativo `Atende em casa´, do governo de Pernambuco, que presume levar orientações de saúde por videochamada ou ligação telefônica de um pro ssional da área, facilitando o acesso ao exame para grupos propício à testagem. D u r ante a atu a l crise sanitária do coronavírus, o app está disponível no site www.atendeemcasa.pe.gov.br para smartphones, com sistema Android. Os usuários que apresentarem sintomas gripais são avaliados por um especialista e de acordo com a gravidade, é possível o agendamento para o teste de covid-19, em uma unidade de saúde mais próxima. Em Belo Jardim, o

O aplicativo ´Atende em Casa´ já está disponível em Belo jardim em smartphones ou site e ca no ar até durar a pandemia

aplicativo começou a circular em agosto. Para uma cidade com falta de médicos, mínimas ações de combate à covid-19 e com números de casos positivos que se extrapolaram em curto espaço de tempo, ter a possibilidade de as pessoas serem atendidas por pro ssionais da saúde remotamente, sem ´dependência´ do município em primeiro momento, é um alívio. Meio a isso, outras categorias pro ssionais viram a inviabilidade do Pexels

Categorias pro ssionais ligadas à saúde e bem-estar viram a inviabilidade do atendimento presencial comprometer o bolso. E em contrapartida, a demanda de clientes aumentou. O que exigiu criatividade e se aventurar no uso da tecnologia

atendimento presencial comprometer o bolso. E em contrapartida, a d e m a n d a d e c l i e nt e s aumentou, seja com pacientes novos, seja com novas questões de quem já estava em acompanhamento. Mas agora, o virtual ganha destaque. Isolamento físico jogou luz sobre importância de um estilo de vida mais saudável A pandemia e a necessidade de isolamento – e todas as di culdade em decorrência disso – jogaram luz sobre a necessidade de se cuidar melhor. Nutricionista Clínico e Esportivo, Luís Braz, 32 anos, com 10 anos de atuação na área, a rma que a crise do coronavírus gerou uma espécie de re exão nas pessoas “elas passaram a se preocupar mais com a saúde, buscando um estilo de vida mais natural”. Ele é um daqueles pro ssionais que precisou se recriar virtualmente. E quando estava no auge das medidas de contingenciamento do vírus, com as atividades presenciais sendo suspensas, Luís passou a gerar e produzir conteúdo para divulgação nas redes sociais. E logo, quando o Conselho Federal de

Nutrição autorizou as consultas online, conseguiu “um público fora da cidade de Belo Jardim, aí a coisa voltou a andar”, conta. O querer realinhar a alimentação tem tido uma procura maior nesse contexto de pandemia. Ele diria até, que “está superando o início do ano com o pré - ve r ã o e o pré carnaval”, época em que as pessoas buscam mais serviços como o dele. Para o mesmo, tem sido um momento muito oportuno e de crescimento. “Eu não tenho visto como um momento de crise ( nanceira) ”, releva. Para o xará Luís Otávio, 32, educador físico, pós-graduado em Fisiologia do Exercício e Prescrição de Exercícios, MBA em Coaching e Gestão de Novos Negócios, o período mais complicado foi em março, quando as academias pararam, lugar onde ele é personal. No primeiro momento, “ zemos lives para os alunos de como treinar em casa”, “dei algumas aulas online, via chamada de vídeo também”, destaca. Respeitando os protocolos de segurança, Luís promoveu aulas à domicilio, fazendo correções dos movimentos com distan-

ciamento. E para aqueles que já não gostavam de ir à academia, “ delizamos os alunos e conquistamos outros”. A palavra-chave é modernizar e usar a tecnologia Antes da pandemia, o atendimento remoto era feito por alguns pro ssionais como ferramenta auxiliar. Hoje, em função dessa realidade, se mostrou uma ferramenta importante. Você pode ser um autônomo, um microempreendedor individual ou até mesmo ter uma pequena empresa, não importa o tamanho do seu negócio, a modernização deve ser uma meta constante. E agora, em um momento de crise, é por meio dela que vai poder ver um novo horizonte. Modernizar não é necessariamente implementar uma nova tecnologia, mas criar uma nova maneira de lidar com um problema, oferecendo uma solução rápida e que atenda às necessidades. E, neste caso, modernizar signi ca chegar até os clientes, já que muitos continuam reclusos em casa, e não podem, ou não querem ir até os estabelecimentos.


Rua Raimundo de Moraes, 42 - Centro - EdifĂ­cio J & D - salas 14 e 15 - CEP 55.150-110 - Belo Jardim - PE Fone-Fax: (81) 3726-2573 - E-mail: assetabile@hotmail.com


Saúde

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B4: Belo Jardim - Ano 10 nº 102, setembro de 2020

Setembro Amarelo chama a atenção sobre o suicídio e busca salvar vidas Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é, o cialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano. São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 01 milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam

relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. A campanha vem para “prevenir e reduzir estes números”. De acordo com as “Diretrizes para a Divulgação e Participação da Campanha Setembro Amarelo”, que busca “orientar toda a sociedade sobre a participação na Campanha”, o “Setembro Amarelo é uma campanha para a sociedade e por isso conta com a participação de todos”. De acordo com a cartilha da ABP “Informações

Importantes sobre Doenças Mentais e Suicídio”, existem fatores que aumentam o risco de suicídio. São eles: abuso sexual na infância; alta recente de internação psiquiátrica; doenças incapacitantes; impulsividade e agressividade; isolamento social; suicídio na família; tentativa prévia; doenças mentais. Mas ressalta que “existem muitas doenças mentais e para cada uma existe um tratamento adequado, seja para depressão, transtornos, ansiosos, alimentares, dependência química, dentre outras”. A publicação reforça que “toda pessoa tem alguns

fatores protetivos e alguns fatores de risco para o suicídio. Sendo assim, várias medidas podem ser tomadas para aumentar os fatores de proteção e diminuir os de risco. São elas: aumentar contato com familiares e amigos; buscar e seguir tratamento adequado para doença mental; envolvimento em atividades religiosas ou espirituais; iniciar atividades prazerosas ou que tenham signi cado; reduzir ou evitar o uso de álcool e outras drogas. Estudos apontam que quase a totalidade dos óbitos por suicídio estão associados a um transtorno psiquiátrico

que não foi tratado adequadamente ou sequer identi cado e acompanhado. Por isso, a campanha Setembro Amarelo busca conscientizar a população sobre a importância da identi cação e tratamento corretos das doenças mentais, visando contribuir para a redução desses números alarmantes. É preciso, portanto, falar sobre suicídio de maneira responsável e com base em informações corretas. Todas as informações e acesso aos matérias completos: www.setembroamarelo.com.

Setembro Roxo – Mês Nacional de Conscientização sobre a Fibrose Cística Setembro é um mês especial para quem tem brose cística. No dia 5 é celebrado o Dia Nacional de Conscientização e Divulgação da Fibrose Cística, e dia 8 é o Dia Mundial da Fibrose Cística, por foi nesse dia, em 1989, que foi publicada a descoberta do Gene CFTR, responsável por ocasionar a doença. A campanha nacional realizada pelo Unidos pela Vida desde 2014 em parceria com voluntários e apoiadores de todo o Brasil, o Setembro R oxo bus c a diss eminar informações acessíveis e de

qualidade sobre a brose cística em nosso país. A Fibrose Cística é uma doença recessiva, ou seja, os pais serão portadores do gene recessivo, mas, eles podem ser portadores assintomáticos, e então cada lho terá 25% de chance de ter a doença. No Brasil, estima-se que a incidência de brose cística seja de 1 a cada 7.576 nascidos vivos; porém, apresenta várias diferenças regionais, com valores mais elevados nos estados da região Sul, considerando que é conhecida como uma doença de ori-

gem europeia, sendo portanto mais incidente em brancos. Os principais sintomas: pneumonia de repetição, tosse crônica, di culdade para ganhar peso e estatura, diarreia, suor mais salgado que o normal, pólipos nasais, baquetamento digital. É diagnosticada já na infância, através do Teste do Pezinho, logo que a criança nasce, entre o 3º e 7º dia de vida (quanti cação dos níveis de tripsinogênio imunorreativo em duas dosagens sendo a segunda feita em até

30 dias de vida). Com estes dois resultados do Teste do Pezinho positivos, faz-se o teste do suor para a con rmação ou a exclusão da brose cística. O tratamento pode variar de acordo com a manifestação clínica de cada paciente. De modo geral, é composto por sioterapia respiratória diária, que contempla exercícios para ajudar na expectoração e limpeza do pulmão, evitando assim infecções; atividade física para fortalecimento e aumento da capacidade res-

piratória; ingestão de medicamentos como enzimas pancreáticas para absorção de gorduras e nutrientes; antibióticos; polivitamínicos; inalação com mucolíticos, que também auxiliam na expectoração e limpeza do pulmão, entre outros. Infelizmente, ainda não há cura conhecida para a Fibrose Cística. Para saber mais sobre a doença, acesse o site do Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística: www.unidospelavida.orgbr/mesfc2020/

Setembro Azul é o mês da visibilidade da Comunidade Surda Brasileira Em junho de 2009 o parecer nº 13/2009 do Conselho Nacional de Educação traz em seu texto a obrigatoriedade da matrícula de alunos com necessidades especiais em escolas comuns do ensino regular, com a oferta de atendimento educacional especializado para essas crianças. Em 2011 houve uma declaração do MEC — revogada pouco tempo depois — de que o INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos) e o Instituto Benjamin Constant seriam fechados. Tudo isso signi ca que as crianças que frequentam escolas para alunos com necessidades especiais deveriam ser matriculadas em escolas comuns, que podem não atender plenamente as necessidades especí cas dessas crianças. O atendimento educacional especializado seria apenas comple-

mentar, e não a base da educação dessas crianças. Em maio de 2011 foi organizada em Brasília uma manifestação nacional em defesa das escolas bilíngues para surdos, em uma luta por um ensino gratuito e de qualidade que utilize a Libras como primeira língua e língua de instrução. A partir da notoriedade ganha nessa manifestação, a Comunidade Surda de outros Estados passou a se organizar, e a partir desta organização é que temos hoje em dia o Setembro Azul. Por que setembro? Este mês possui vários “marcos históricos para a Comunidade Surda”. São eles: Dia 10 – Dia Mundial da Língua de Sinais, “uma data que visa promover o respeito e a valorização da Língua de Sinais nos mais diversos países. A data foi

escolhida com o intuito de lembrar do dia 10 de setembro de 1880, quando em um congresso sobre surdez em Milão proibiu o uso das línguas de sinais no mundo. A proibição baseava-se na crença de que a leitura labial seria a melhor forma de comunicação para os surdos. Os surdos viram-se então obrigados a se adaptarem às línguas orais, mesmo que isso não os tenha impedido de continuar a usar as línguas de sinais. Com o passar do tempo a resistência das línguas de sinais tornaram impraticável a proibição e pouco a pouco as línguas de sinais voltaram a ser aceitas no mundo todo. Dia 26 – Dia Nacional dos Surdos. No dia 26 de setembro de 1857 a Comunidade Surda teve uma grande vitória: a criação da primeira Escola de Surdos no Brasil. Atualmente conhecido como

INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos), a escola ca na cidade do Rio de Janeiro e propicia ensino especializado para crianças surdas até hoje. Dia 30 – Dia internacional do Surdo. A data também alusiva ao Congresso de Milão que proibiu o uso das línguas de sinais no mundo. Por que azul? A simbologia vem da Segunda Guerra Mundial quando, durante a tentativa dos nazistas de livrar o mundo daqueles considerados “inferiores”, todas as pessoas com de ciência eram identi cadas por uma faixa azul no braço — o que incluía a população surda. Essas pessoas eram então encaminhadas a instituições na Alemanha e Áustria, onde eram executadas. O programa responsável pela morte de cerca de 20.000 pessoas de cientes

entre 1940 e 1945 era denominado T-4, ou Eutanásia. Décadas depois, em 1999, a ta azul voltou a ser usada pela Comunidade Surda, mas agora como um símbolo do orgulho. No XIII Congresso Mundial da Federação Mundial de Surdos sediado na Austrália, a Cerimônia da Fita Azul (Blue cribb on C eremony) teve lugar. A Cerimônia foi uma lembrança e uma homenagem aos surdos vítimas de opressão, e também a primeira vez que a ta azul foi utilizada com orgulho. O Dr. Paddy Ladd, também surdo, foi quem iniciou a prática do uso da ta azul como símbolo do movimento. Informações do site www.libras.com.br



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