EDUCAÇÃO Dados revelam que diminuiu a diferença entre jovens ricos e pobres que concluem o ensino médio. PÁG. 6
ARQUIVO/ AGÊNCIA BRASIL
CULTURA Cantores de forró querem que a festa de São João se torne feriado nacional. Pág. 4
CIÊNCIA
Distribuição Gratuita
Impressão em 3D recria orelha e dá esperança à medicina. Pág. 7
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ANO VI - Nº 145 - 16 A 22 DE FEVEREIRO/2016 - SERRA/ES
Exposição Antártica Galeria de fotos mostra a paisagem e a vida no "continente gelado" GABRIEL MONTEIRO/ DIVULGAÇÃO
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Exposição de fotos mostra vida na Antártica GABRIEL MONTEIRO/ DIVULGAÇÃO
A mostra foi aberta, oficialmente, nesta quinta-feira, (18), a partir do “Encontro com cientistas” que atuam no continente gelado, na Estação Sé do Metrô paulistano. Por ali passam, diariamente, 620 mil pessoas. As atividades do encontro incluem, ainda, uma mostra de animais invertebrados do mar antártico, conservados em álcool e pertencentes ao acervo da Coleção Biológica professor do IOUSP, Edmundo Nonato. EXUBERÂNCIA
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estarão abaixo das obras. Quando escaneados pelo celular, os códigos permitem curtir e compartilhar as imagens do ambiente do extremo sul do planeta. RS
Antártica é e como ela funciona é o primeiro passo para perceber seu importante papel no planeta”, avalia.
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“A exposição tem o objetivo de mostrar que a Antártica é muito mais do que gelo. Trata-se de um ambiente vivo e exuberante”, afirma a professora do Rosalinda Montone, do IOUSP, também coordenadora do projeto e responsável pelo convênio com o MMA. Ela destaca que, por meio dessa mostra, “esperamos difundir conhecimento sobre a Antártica para o público leigo, enfatizando o ambiente peculiar que representa um papel-chave para o nosso planeta, como exemplo do equilíbrio climático”. Rosalinda O biólogo acredita que essa r e f o r ç a a n e c e s s i d a d e d e s e primeira exposição da série preservar esse ambiente extremo, "Estação Antártica" aproximará “ainda em perfeita harmonia”. mais aquela região gelada dos brasileiros. “Exploramos paisagens, animais e fenômenos GRANDIOSIDADE que só acontecem naquela O autor das fotos e integrante da r e g i ã o . E n t e n d e r c o m o a
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“Entre outras coisas, o visitante poderá entender por que na Antártica há gelo de cor azul, saber qual é a origem dos dias sem noite e conhecer as estratégias inteligentes que as plantas usam para sobreviver a temperaturas radicais”, esclarece Gabriel Monteiro. Depois da Sé, a exposição “A paisagem e a vida no continente gelado” seguirá para outras estações do Metrô de São Paulo. DR
Até o dia 29 de fevereiro, o visitante poderá curtir e compartilhar as imagens de pinguins, focas, lobos-marinhos e icebergs no facebook . Na rede social é possível obter informações fornecidas por cientistas Gabriel falou, também, da dureza brasileiros que atuam em projetos do clima e garantiu não ser possível de pesquisa antártica. se acostumar às tempestades com O público também poderá ventos de mais de 120km/h que, frequentemente, atingem a região interagir com os conteúdos da onde se localiza a base brasileira. mostra por meio dos QR-codes que “São os eventos meteorológicos mais extremos do planeta e, neste ambiente hostil, duro e árido, encontramos uma vida abundante, diversa e totalmente adaptada a essas condições da natureza. A Antártica é um lugar surpreendente”.
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Agência Ciência Pública, o biólogo Gabriel Monteiro, conta como se sentiu ao pisar no continente gelado pela primeira vez: “Meu primeiro pensamento foi "Que lugar lindo!". Num segundo momento, veio a percepção da grandeza das geleiras e icebergs. Somos pequenas formiguinhas no meio daquele gelo todo. Aos poucos nos acostumamos com o frio, com a beleza e grandiosidade”.
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O trabalho é parte do resultado do projeto de monitoramento ambiental da área onde se localiza a Estação Antártica Comandante Ferraz, a base da pesquisa brasileira na região. A exposição foi coordenada por integrantes do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP), com financiamento do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
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s águas geladas do continente antártico abrigam tanta diversidade e, mesmo assim, é difícil acreditar que algum ser vivo possa adaptar-se bem a temperaturas negativas de até 89 graus Celsius negativos. É essa explosão de vida existente na Antártica, tanto sobre o gelo glacial quanto nas profundezas do mar gelado, que será possível conhecer na exposição "Estação Antártica: a paisagem e a vida no continente gelado". São 14 imagens de seres exóticos, como baratas marinhas gigantes, delicadas serpentes-domar, pequeninos krills (espécie de camarão), além de plantas e ambiente antárticos.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br Representante Comercial: MÁRCIO DE ALMEIDA comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES Departamento Jurídico Dr. JORGE PACHECO (27) 3068-3816 / 99885-7341 / 99620-6954 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES CNPJ: 18.129.008/0001-18
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Cidadania 3
CNBB pede que Congresso inclua
saneamento entre direitos fundamentais
16 A 22 DE FEVEREIRO DE 2016
20 de fevereiro O ÇÃ DU RO REP
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presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Sérgio da Rocha, pediu empenho do Executivo – em níveis municipal, estadual e federal – e, mais ainda, do Legislativo, para a Campanha da Fraternidade 2016. O religioso participou de uma sessão solene do Congresso Nacional em homenagem à ação deste ano.
VALTER CAMPANATO/ AGÊNCIA BRASIL
o tema escolhido é de grande atualidade e urgência e, por isso, ressaltou que o assunto não pode ser descuidado, deixado para depois ou para os outros. O cardeal fez um apelo de empenho dos governantes na área de saneamento. O tema deste ano, pela natureza do saneamento básico, exige ainda mais a ação efetiva do governo nos níveis municipal, estadual e federal, assim como uma participação maior do Poder Legislativo. Por isso, nós apelamos aos senhores senadores e deputados para que nos ajudem a realizar a Campanha da Fraternidade, assegurando o saneamento básico como um direito fundamental. “Incluam na pauta das discussões esse tema, insistam na necessidade do devido investimento no campo do saneamento básico e na saúde pública”, pediu.
DIVULGAÇÃO/PMS
Com o tema “Casa comum, nossa responsabilidade”, que trata, principalmente, do direito à saúde e ao saneamento básico, a Igreja quer chamar atenção para o fato de o Brasil ser a sétima maior economia do mundo, mas ainda ter em seu território 100 milhões de pessoas sem serviços básicos de tratamento de esgoto e coleta de lixo. Além disso, também é feita alusão ao combate do mosquito Aedes aegypti, transmissor do Zika Autor do requerimento da vírus, da dengue, da febre sessão, junto com o deputado c h i k u n g u n y a e d a f e b r e Raul Jungmann (PPS-PE), o amarela. senador Cristovam Buarque D o m S é r g i o d a R o c h a (PDT-DF) disse que, ao trazer lembrou que a campanha tem o saneamento como seu tema, produzido muitos frutos, a CNBB também trouxe outra desde 1964, quando foi criada. reflexão. A de que há outros O religioso disse que esse ano saneamentos que o Brasil
precisa fazer. Para ele, a falta do saneamento, no sentido tradicional da palavra, é decorrente da falta de saneamento na política ao longo dos séculos e ao longo dos últimos anos. “É a falta de uma política que não tenha nem a corrupção no comportamento de nós, políticos, e nem a corrupção nas prioridades do uso dos recursos públicos, que nós terminamos usando para outros fatos que não são tão importantes quanto o saneamento onde vivem as pessoas". Os números da falta de saneamento básico foram destacados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Na avaliação de Renan Calheiros, o tema não poderia ser mais oportuno. “De acordo com dados oficiais, há no Brasil 35 milhões de pessoas sem abastecimento de água, 100 milhões sem coleta de esgoto e quase 40% do esgoto não são tratados. Diante desse quadro, fica cada vez mais difícil a prevenção e o controle da salubridade humana, a promoção de hábitos higiênicos e saudáveis e a qualidade de vida da população”, afirmou.
ESTADOS UNIDOS ANUNCIAM VIAGEM
DE OBAMA A CUBA EM MARÇO
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presidente B a r a c k Obama e a primeira-dama Michelle estarão em Cuba em 21 e 22 de março, informou hoje (18) a Casa Branca. Em Havana, ele vai discutir a ampliação das relações com o governo local. Haverá “avanço nos laços comerciais, que podem melhorar o bem-estar do povo cubano”, acrescentou a Casa Branca.
“ Va m o s t a m b é m expressar o nosso apoio aos direitos h u m a n o s ” , acrescentou a Secretaria de Imprensa do governo norte-americano. Além de manter uma reunião bilateral com o presidente de Cuba, Raúl Castro, Obama vai se encontrar com membros da sociedade civil, empresários e pessoas de diferentes esferas da sociedade cubana. DIVULGAÇÃO
EPA/BEHAR ANTHON/ AGÊNCIA LUSA/ DIREITOS RESERVADOS
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D i a Mundial da Justiça Social é celebrado em 20 fevereiro. A data simboliza a luta pela igualdade e justiça social no mundo. O advogado Tiago Beck Kidricki, falou sobre a importância desta comemoração no calendário mundial, para se fazer uma reflexão sobre o que seria a justiça social e como transformar a sociedade por meio da justiça. Ele diz que este conceito de justiça social vai muito além da igualdade, é sim uma forma de favorecer quem tem menos, que está numa situação
REPRODUÇÃO
inferiorizada na sociedade e compensar o cidadão que menos tem. Tiago Beck Kidricki destaca, por exemplo, a Previdência Social como um dos instrumentos utilizados para garantir uma situação de menos vulnerabilidade social a o cidadã o. Dele gamos a o Estado
defender os direitos do cidadão, o próprio cidadão pode ser munido de armas para lutar pelo seu próprio direito e buscar instituições formais para o exercício deste direito, afirma o advogado. Tiago Beck Kidricki afirma que o papel do cidadão para garantir a justiça social é muito amplo: “ele deve buscar exercitar seu direito, ter consciência do seu direito e refletir sobre o que pode ser feito para melhorar as condições sociais do País”. REPRODUÇÃO/ INTERNET
a responsabilidade de
AGÊNCIA BRASIL
4 CULTURA 16 A 22 DE FEVEREIRO DE 2016
Forrozeiros reivindicam que São
João se torne feriado nacional C
erca de 20 dos principais nomes do forró tradicional nordestino estiveram ontem (17) nos ministérios do Turismo e da Cultura para pedir, entre outras reivindicações, empenho dos ministros Henrique Eduardo Alves e Juca Ferreira para que o dia de São João se torne feriado nacional. Atualmente, o São João, comemorado em 24 de junho, é feriado em alguns estados do Nordeste, como Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Paraíba. Em agosto de 2015, o deputado Valmir Assunção (PT-BA) apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados para que o feriado seja nacionalizado.
“Gostaríamos que o São João se tornasse uma festa do calendário oficial do governo brasileiro, que o 24 de junho seja feriado nacional e que nós tenhamos força como movimento cultural do Brasil, porque o São João é a maior festa brasileira”, disse o cantor e compositor cearense Alcymar Monteiro. Os artistas argumentam que, enquanto festas como o carnaval têm seus eventos concentrados em algumas poucas capitais brasileiras, o São João está mais presente nas pequenas cidades do interior. Com a nacionalização do feriado, os forrozeiros esperam que os governos de regiões com tradição mais tímida de festas juninas passem a investir mais na data. “Existe uma dificuldade do trabalhador de outras regiões que não o Nordeste em participar da festa”, disse o cantor baiano Adelmario Coelho, que lidera o movimento “São João – Um Novo Produto do Turismo Cultural para Unir o Brasil”. Entre as principais queixas apresentadas pelos músicos durante a reunião com o ministro Henrique Eduardo Alves, está a descaracterização das festas juninas. Parlamentares das bancadas da Bahia e de Pernambuco também participaram do encontro. Segundo os artistas, atualmente, grande parte do dinheiro investido nas festas juninas é destinada
a bandas com músicas de apelo sexual, muitas vezes de objetificação da mulher. “Poucos controlam [os patrocínios], inclusive com conteúdo machista, e nós não podemos fortalecer isso com dinheiro público”, disse Coelho.
MARCELLO CASAL JR/ AGÊNCIA BRASIL
Garantia de recursos O grupo que veio a Brasília está preocupado em garantir recursos para a realização das festas juninas deste ano, no momento em que diversas cidades brasileiras enxugaram o orçamento para o setor cultural. Dezenas de prefeituras cancelaram o apoio oficial ao carnaval deste ano, por exemplo. Uma das principais reivindicações é que os artistas tenham maior inserção no Cadastur, do Ministério do Turismo, para que possam se beneficiar de programas como o Artista do Turismo, que paga cachês para shows por meio de convênios com os municípios. O secretário de Turismo da Bahia, Nelson Pelegrino, sugeriu na reunião que o cadastro seja aprimorado para facilitar o acesso dos forrozeiros e que empresas públicas, principalmente bancos, repassem mais recursos de patrocínio às festas de São João. Outra preocupação dos artistas é garantir que sejam liberadas emendas parlamentares destinadas a financiar o São João, tradicionalmente uma das principais fontes de recursos para as festas. No ano passado, devido ao atraso na aprovação do orçamento federal, o empenho dos recursos para as festas juninas foi prejudicado, segundo a senadora Lídice da Matta (PSB-BA). “Foram também colocadas muitas condicionantes para que as emendas de promoção do São João fossem liberadas. Este ano esperamos que seja diferente, embora não tenha sido apresentado ainda nem o contingenciamento fiscal”, disse a senadora. “O empenho de emendas
em eventos foi praticamente proibido no ano passado, e sem essas emendas fica difícil a participação efetiva dos deputados na garantia da festa”, reclamou o deputado Wolney Queiroz (PDT-PE).
Promessas O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, se comprometeu a trabalhar para que uma emenda parlamentar de R$ 13 milhões, aprovada pela Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados, seja liberada pelo Ministério do Planejamento e empregada integralmente na promoção das festas juninas. Alves disse que vai conversar com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, para que eventos relacionados à cultura junina do Nordeste e ao forró tradicional sejam incluídos na programação oficial dos Jogos Olímpicos do Rio 2016. O ministro também se comprometeu a incluir a cultura junina nas apresentações de promoção do turismo no Brasil feitas pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) em outros países. “Vamos fazer com que essa festividade, tão entranhada no nosso Nordeste, possa tomar conta do País e do mundo”, disse o ministro. “Se eles fizerem metade do que dizem, já saímos daqui vitoriosos”, comentou o cantor e compositor paraibano Genival Lacerda, antigo parceiro de Luiz Gonzaga e um dos artistas mais reverenciados do forró.
Ciência & Tecnologia 5 16 A 22 DE FEVEREIRO DE 2016
Cientistas descobrem rio lendário JORGE PACHECO
JORGE PACHECO
em ebulição na Amazônia
JRP/INTERNET
DIVULGAÇÃO GIZMODO
em no coração da Amazônia, lendas falam de um rio tão quente que ferve a partir de baixo. O geocientista Andrés Ruzo foi treinado para acreditar que essas histórias não podiam ser verdade. Mas isso foi antes de ele ver o rio com os próprios olhos.
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Poucos desses homens jamais retornariam, e aqueles que voltaram mencionavam um pesadelo vivo: água envenenada, cobras que comiam pessoas, fome, doenças e um rio em ebulição, como se fervido por uma grande fogueira.
É incrível pensar que existem maravilhas naturais do planeta ainda não conhecidas pela ciência, mas tal era o caso do rio em Mayantuyacu, descrito em detalhes no livro Rio em Ebulição: Aventura e Descoberta na Amazônia.
A imagem daquele rio fervente ficou marcada na mente de Ruzo. Mas foi até
O livro é uma história cativante e real sobre descoberta, aventura, ciência e misticismo, contada por um homem que foi levado a explicar algo impossível, e que agora está em uma missão para preservá-lo. Ruzo tinha 12 anos e morava no Peru quando seu avô lhe contou uma história estranha. Depois que conquistadores espanhóis mataram o último imperador inca, eles se dirigiram para as profundezas da floresta amazônica em busca de ouro.
projeto de tese de Ruzo estava inicialmente focado em criar o primeiro mapa geotérmico detalhado do Peru, incluindo partes da Amazônia. Se um rio fervente existisse, isso certamente mereceria reconhecimento. Mas seus colegas de posição mais elevada descartaram a ideia achando-a absurda. Seria preciso uma tremenda quantidade de calor geotérmico para ferver até mesmo uma pequena seção de um rio - e a bacia amazônica encontra-se a centenas de quilômetros de qualquer vulcão ativo. Um orientador até mesmo sugeriu que Ruzo parasse de fazer "perguntas estúpidas" se ele quisesse terminar o doutorado.
DIVULGAÇÃO GIZMODO
anos mais tarde, como um candidato a PhD em Geofísica da Southern Methodist University (EUA), que ele começou a se perguntar se a lenda poderia ser verdade. Isto não era apenas curiosidade: o
Mas Ruzo não parou de perguntar. E ele acabou encontrando alguém que levou a sério suas perguntas sobre um rio fervente: a tia dele. É porque ela viu um rio assim.
E esta aventura está apenas começando. Após estabelecer um forte relacionamento com a comunidade local, Ruzo está agora realizando estudos geotérmicos detalhados do rio fervente, tentando colocá-lo no
contexto da bacia amazônica. Ele também está colaborando com ecólogos microbianos para investigar os organismos extremófilos que vivem nas águas escaldantes. Qualquer coisa que sobrevive aqui poderia oferecer pistas sobre como a vida começou há bilhões de anos, quando a Terra era um planeta muito mais quente. E o mais importante: Ruzo está tentando salvar o rio fervente. "No meio do meu doutorado, eu percebi que este rio é uma maravilha natural", disse Ruzo. "E ele não continuará assim, a menos que façamos algo a respeito". Desde que Ruzo visitou Mayantuyacu pela primeira vez, em 2011, a floresta tem sido dizimada pela exploração ilegal de madeireiras. Se medidas não forem tomadas, o local - considerado sagrado por gerações de praticantes culturais da Asháninka - poderá em breve desaparecer. Ruzo espera obter o interesse público e apoio financeiro necessários para garantir a sobrevivência do rio a longo prazo. Mayantuyacu enfrenta muitas ameaças, de madeireiras a empresas de energia, mas uma coalizão para proteger o patrimônio natural e cultural se torna mais forte a cada dia.
6 EDUCAÇÃO 16 A 22 DE FEVEREIRO DE 2016
Facebook expõe assédio sexual
praticado por professores REPRODUÇÃO/ AGÊNCIA BRASIL
E
m pouco mais de uma semana, alunas de escolas e universidades de todo o País enviaram para uma página do Facebook mais de 750 relatos de agressão moral e sexual que sofreram de seus professores. Dos depoimentos recebidos, mais de 500 foram publicados, ultrapassando 16 mil “curtidas” na rede social em apenas sete dias. A página Meu Professor Abusador foi criada no dia 9 de fevereiro por quatro jovens mulheres de Porto Alegre, que concluíram recentemente o Ensino Médio, depois que uma delas descobriu um caso de assédio na escola que frequentou. Os relatos publicados em Meu Professor Abusador precisam seguir algumas regras. O nome do agressor não pode ser revelado, mas algumas características que o tornem identificável são autorizadas. O nome da instituição de ensino em que o fato aconteceu também é permitido. A autora tem o anonimato garantido pelas moderadoras. Uma das criadoras da página concordou em dar entrevista pelo bate-papo da rede social. Ela pediu, no entanto, que sua identidade não fosse revelada por questões de segurança. “Esse projeto mexe com
homens que detêm muito mais poder social e monetário do que nós”, explicou a moderadora escolhida para a entrevista. Ela revelou que o grupo buscou auxílio jurídico com advogadas para se proteger de possíveis ameaças e processos. Mesmo assim, a entrevistada garantiu que a página está aberta a críticas construtivas. “Estamos acostumadas, por militarmos no movimento feminista. Há, também, os discursos de ódio, que ignoramos”. Uma das críticas mais frequentes diz respeito à dificuldade de comprovar a veracidade dos relatos anônimos. “Sempre respondemos que sim, alguns poderiam [ser falsos]. Mesmo assim, temos como segurança as mais de 16 mil “curtidas” que comprovam que casos de abuso em sala de aula não são exceções, mas uma realidade”. Algumas vezes, os depoimentos enviados para Meu Professor Abusador são, também, pedidos de socorro de vítimas atuais de assédio. Nesses casos, as moderadoras costumam ajudar a autora a denunciar o agressor. “Há um caso em particular, mais grave, em que estamos colocando a vítima em contato com uma
advogada”, r e v e l o u a entrevistada. Ela conta que chorou algumas vezes ao ler os textos enviados para a página, especialmente quando foi p o s s í v e l conversar com a autora através do bate-papo do
Facebook. “Essa oportunidade de abrir portas para que vítimas de abuso se libertem do medo que as aprisiona é incrivelmente engrandecedora e e mo c i o n a n t e ” , d i s s e a militante. O crescimento rápido de Meu Professor Abusador na rede social superou as expectativas das jovens, que agora planejam produzir um guia para incentivar e facilitar o processo de denúncias formais. “Todos os depoimentos estão sendo arquivados, e a possibilidade de autorizar o acesso a esse banco de dados para acadêmicos e pesquisadores simpáticos à causa não está descartada, adiantou a moderadora”. Com pouco mais de uma semana de dedicação ao projeto, é difícil para as criadoras da página vislumbrarem o futuro desse espaço virtual. Por enquanto, elas preferem comemorar os resultados dos primeiros passos dessa caminhada. “Colocamos as cartas na mesa, sabemos que professores abusam, e queremos fazer parte da construção de um futuro em que isso não aconteça mais. Agora, esse assunto não pode mais ser ignorado”, disse a entrevistada.
Diminui diferença entre jovens ricos e pobres que concluem o ensino médio
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m d e z ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL a n o s , Brasil diminui diferença entre jovens mais ricos e mais pobres que concluem o ensino médio. Em 2005, 18,1% dos jovens de 19 anos entre os 25% mais p o b r e s d a p o p u l a ç ã o mais pobres a taxa de concluíam o ensino médio. conclusão saltou para 62,7% Entre os 25% mais ricos, a que concluíram o ensino porcentagem chegava a 80,4%, fundamental e, entre os mais existindo uma diferença de ricos, 92,2%, uma diferença de 62,3 pontos percentuais entre 29,5 pontos percentuais. De modo geral, os dados os dois grupos. Em 2014, último dado disponível, o mostram que, nos últimos dez cenário mudou. Entre os mais anos, o Brasil avançou 15,4 pobres, 36,8% concluíam o pontos percentuais na taxa de ensino médio e, entre os mais conclusão do ensino médio dos ricos, 84,9%. A diferença entre jovens de até os 19 anos. O os dois grupos ficou em 47,8 percentual de concluintes passou de 41,4% em 2005 para pontos percentuais. O s d a d o s s ã o d e 56,7% em 2014. Em números l e v a n t a m e n t o d i v u l g a d o absolutos, isso significa que, q u i n t a - f e i r a ( 1 8 ) p e l a nesse intervalo de tempo, os o r g a n i z a ç ã o n ã o estudantes concluintes governamental Todos Pela passaram de 1.442.101 para Educação, feito com base na 1.951.586. No ensino fundamental, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do taxa de conclusão cresceu na I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e mesma proporção que o ensino Geografia e Estatística (IBGE). m é d i o : q u a s e 1 5 p o n t o s A pesquisa tem como objetivo percentuais, aumentando de monitorar a Meta 4 da entidade, 58,9% em 2005 para 73,7% em que estabelece que 90% ou 2014. Passou de 2.106.316 mais dos jovens brasileiros de concluintes em 2005 para 19 anos deverão ter completado 2.596.218, em 2014. o ensino médio até 2022. Essa meta também monitora a Desigualdades conclusão do ensino No ensino médio, entre os fundamental até os 16 anos, grupos de jovens por raça/cor, o estabelecendo o objetivo de maior avanço registrado na que 95% dos jovens tenham década está entre a população completado este ciclo escolar parda, cuja taxa de conclusão até 2022. aos 19 anos aumentou 19,8 “A perspectiva é redução de pontos percentuais. Entre os desigualdades. Esse dado é pretos, o crescimento foi 17,1 p o s i t i v o . O B r a s i l e s t á pontos percentuais, enquanto aumentando os índices e os brancos apresentam 12,3. reduzindo as desigualdades”, No ensino fundamental, diz a superintendente do Todos t a m b é m h o u v e q u e d a n a Pela Educação, Alejandra, diferença. Entre os pardos, Meraz Velasco, que pondera h o u v e u m a u m e n t o n a que o País ainda apresenta conclusão da etapa de ensino de desigualdades que precisam ser 20 pontos percentuais em dez enfrentadas. anos. Entre os pretos, 18,2 pontos percentuais e, entre os brancos, 10,7. Ensino fundamental Apesar das melhorias, as A redução das diferenças populações pardas e pretas entre os mais pobres e mais ricos ocorre também no ensino ainda concentram os maiores fundamental. Em 2005, dos p e r c e n t u a i s d e jovens de 16 anos entre os 25% estudantes que não mais pobres da população, concluíram as etapas 38,8% concluíram o ensino de ensino nas idades fundamental. Entre os 25% m o n i t o r a d a s . N o mais ricos, a porcentagem era ensino fundamental, 90%. A diferença entre os dois em 2014, 82,9% dos grupos era 51,2 pontos b r a n c o s h a v i a m percentuais. Em 2014, entre os concluído com 16
anos a etapa, enquanto 66,4% dos pretos e 67,8% dos pardos atingiram o mesmo patamar. No ensino médio, 66,6% dos brancos com 19 anos concluíram a escola. Entre os pretos o percentual foi 46,9% e, entre os pardos, 50,1%. Na avaliação de Alejandra, o País ainda está distante de cumprir, em 2022 a meta estabelecida pela entidade, de que pelo menos 90% dos jovens brasileiros de 19 anos tenham o ensino médio concluído. “Como em outros indicadores de educação, observamos melhorias, destacamos melhorias, mas o Brasil não está melhorando a educação em um ritmo que a gente esperava”, diz.
Onde estão os jovens? Quase um quarto dos jovens de 19 anos não estuda e nem trabalha, segundo o estudo, a chamada "geração nem nem". A porcentagem têm se mantido mais ou menos constante. Em 2005, eram 23,1% e, em 2013, a porcentagem subiu para 25,7%. Em 2014, houve uma queda, para 24,5% dessa população. Isso significa que 842.217 jovens estão nessa situação no Brasil. Aos 16 anos, a porcentagem de "nem nem" é menor, era DIVULGAÇÃO 11,2% em 2005 e caiu para 10,5% em 2014, o que corresponde a 370.633 adolescentes que não estão na escola e nem trabalhando. Mais 244.232 (6,9%) só trabalham. “Sem dúvida isso é preocupante e passa pela necessidade de reestruturação do ensino médio. Muito do aumento de quem não frequenta a escola é devido ao desinteresse no ensino médio”, avalia Alejandra. A partir desse ano, o ensino até os 17 anos passa a ser obrigatório no Brasil, como prevê a Emenda Constitucional 59/2009 e o Plano Nacional de Educação (PNE). Para Alejandra, isso deve se refletir nos indicadores futuros.
SAÚDE 7
Impressão 3D
16 A 22 DE FEVEREIRO DE 2016 TV BRASIL
recria orelha A
impressão 3D já ajudou em muitas coisas, em diversas áreas. Agora, mais uma vez, atuará na saúde: imprimirá orelhas. Isso mesmo!
Pesquisadores do Instituto Wake Forest de Medicina Regenerativa publicaram um estudo na revista científica “Nature Biotechnology” detalhando uma nova impressora 3D que poderá construir t e c i d o s biocompatíveis para uso em transplantes, m ú s c u l o s , cartilagens, osso e toda a orelha humana. © REPRODUÇÃO
Apesar do enorme avanço, a tecnologia ainda não foi testada em humanos e a pesquisa não foi finalizada ainda. Um membro da equipe, Anthony Atala, disse ao veículo “Mashable” que “as impressões são feitas em estruturas com hidrogel de células-laden, que atuam como uma espece de “biotinta”, reiterando que este é só o primeiro passo para fazer tecidos compatíveis aos humanos e ainda duradouros. “Uma das principais limitações da natureza é que tecidos ou células não vão sobreviver a volumes maiores do que 100-200 mm”, disse o pesquisador. “As células precisam estar perto o suficiente de capilares transportadores de sangue para obter a nutrição necessária e sobreviver através da difusão”, complementa. “Na nossa tecnologia de impressão 3D, criamos microcanais na estrutura, o que permitiu a nutrição e, basicamente, a superação ao limite
da natureza”.
Outras impressoras 3D não funcionam em uma escala tão precisa ou pequena o suficiente para fazer o que Atala disse ser necessário. A área médica, atualmente, utiliza a impressão 3D, principalmente, para que cirurgiões estudem os desafios antes de colocar seus planos em prática. Em 2015, médicos da Universidade de Ro c h e s t e r Medical Center, usaram um c o r a ç ã o impresso em 3D para ter uma ideia do que seria necessário fazer na hora da cirurgia, que, ao final, foi um sucesso. Para testar os resultados desta nova tecnologia de impressão 3D, a equipe do Instituto Wake Forest anexou os tecidos impressos em 3D nos ratos de laboratório. Eles implantaram tecido ósseo biológico em ratos e analisaram o resultado após 5 meses, encontrando novo tecido vascularizado nos implantes e sem necrose. A formação dos tecidos é feita a partir de um modelo digital da parte do corpo, ou porção de tecido traduzida em um programa de software que controla a quantidade de tecido a ser produzida. Isso significa que a impressora é capaz de criar qualquer tamanho ou forma que você der ao programa, que é completamente personalizável. “No momento, estamos olhando para a segurança a longo prazo, para que possamos, com sucesso, aplicá-la em nossos futuros pacientes”, disse Atala.
Pesquisadores da UFRJ
mapeiam genoma
do Zika vírus P esquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conseguiram fazer o sequenciamento do genoma do vírus Zika e encontraram mais evidências de que a doença está relacionada a casos de microcefalia – uma malformação em que o bebê nasce com crânio de tamanho menor do que o normal e desenvolve danos neurológicos, TV BRASIL
afetando a cognição. O anúncio é do Laboratório de Virologia Molecular, que analisou o vírus encontrado no líquido amniótico de grávidas de Campina Grande, na Paraíba. Com o sequenciamento do genoma, eles identificaram a ordem completa das informações genéticas do vírus, um passo fundamental para entender como o Zika age no corpo, desenvolver vacinas e exames contra a doença. “Com essas informações poderemos tentar entender porque o vírus está preferencialmente infectando células neuronais das crianças e não infectando células neuronais de adultos e, no caso, das grávidas”, explicou o
professor Renato Santana, envolvido nas pesquisas. Os cientistas do laboratório da UFRJ conseguiram também isolar o Zika no cérebro de fetos com microcefalia e que morreram na Paraíba, logo depois do nascimento. Os casos confirmados de microcefalia no País subiram 10% de uma semana para cá. No período, passaram de 462 para 508, sendo a maioria da região Nordeste. O Ministério da Saúde não informou o total de casos relacionados ao Zika. Na semana passada eram 41. Outros 3.935 casos de malformação estão em análise. Por causa da microcefalia, 27 bebês morreram. O Ministério da Saúde acredita que houve infecção pelo vírus Zika na maior parte das mães que tiveram bebês, cujo diagnóstico final foi “microcefalia e/ou alterações do Sistema Nervoso Central, sugestiva de infecção congênita”. Pesquisadores trabalham também com a possibilidade de o Zika desencadear outras malformações em fetos.
8 ECONOMIA
CNI
Número de indústrias
16 A 22 DE FEVEREIRO DE 2016
que planejam investir em 2016 é o menor em cinco anos destinar seus recursos principalmente para novos investimentos é o menor da série, diz a pesquisa da CNI”. Em 2010, ano em que o levantamento começou a ser feito, esse número era de 48%. A boa notícia é que os investimentos de 2016 estão voltados principalmente para a inovação. Entre as indústrias que pretendem investir, 46% privilegiarão a melhoria ou a introdução de novos processos e 18% o desenvolvimento de produtos. "Os investimentos em inovação são importantes para o país sair da crise, porque aumentam a produtividade e modernizam as empresas", avalia o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca. O aumento da capacidade instalada está nos planos de apenas 20% das indústrias, o menor percentual da série da pesquisa iniciada em 2010. Além disso, os planos das empresas para 2016 preveem o aumento dos investimentos destinados a atender o mercado externo. O número de empresas cujo foco principal dos investimentos é o mercado interno caiu de 68% em 2015 para 62% neste ano. "A experiência de uma INTERNET
A
crise econômica atingiu em cheio os investimentos das indústrias de grande porte, que têm 250 ou mais empregados. Apenas 64% dessas empresas pretendem investir neste ano, o menor número desde 2010, informa a pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 18 de fevereiro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com os empresários, as principais razões para a redução de investimentos são a incerteza econômica, a elevada ociosidade, a reavaliação da demanda e o custo do crédito. Entre as empresas que têm planos de investimentos, 67% pretendem tocar projetos já em andamento e 33% planejam iniciar novos empreendimentos. “O percentual de empresas que pretende
fraca demanda doméstica, aliada a uma expectativa ainda pessimista, estimula a indústria a procurar o mercado externo", diz o estudo. FRUSTRAÇÃO EM 2015 Conforme a pesquisa, muitas empresas suspenderam os planos de investimentos no ano passado. O número de empresas que investiu em 2015 foi de 74%, o menor desde 2010, quando a pesquisa começou a ser feita. Mais da metade - 58% - não cumpriram os projetos como estava planejando. "A principal razão apontada para a frustração dos planos de investimentos foi a incerteza econômica", informa a CNI.
equipamentos. Dessas, 55% adquiriram principalmente máquinas e equipamentos nacionais e 23% compraram principalmente ou exclusivamente importados. · 45% das empresas buscaram a redução dos custos e o aumento da competitividade · 39% concentraram os investimentos na melhoria do processo produtivo · 17% investiram no aumento da capacidade instalada Esta edição da pesquisa Investimento na Indústria foi feita entre 9 de novembro e 14 de dezembro de 2015 com 860 empresas de grande porte, que têm 250 ou mais empregados.
A s p r i n c i p a i s características dos investimentos em 2015 foram: · 67% das empresas destinaram seus investimentos principalmente à continuação de projetos anteriores. · 33% investiram em novos projetos · 86% compraram m á q u i n a s e
Brasil e Argentina vão começar a Taxa de desemprego atinge 9% renegociar acordo automotivo em abril
O
s governos brasileiro e argentino vão começar a renegociar, em abril, o acordo automotivo entre os dois países, que vence no dia 30 de junho. Entretanto, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse nesta quinta-feira (18) que a criação de um regime de livre comércio neste setor ainda vai demorar. “Eu imagino um horizonte inferior a cinco anos”, disse. Monteiro deu entrevista após um encontro, em Buenos Aires, com o ministro da Produção
da Argentina, Francisco Cabrera, no qual o principal tema foi o acordo automotivo. Uma das questões que tem dificultado a liberalização do setor é a adoção, por parte de cada país, de políticas próprias de incentivos à indústria, que acabaram criando assimetrias. Apesar de reconhecer que elas existem e precisam ser eliminadas, Monteiro explicou que não se pode fazer isso “em um estalar de dedos”. No caso do Brasil, o programa de incentivos Inovar – Auto tem duração prevista até 2017 – apesar de ter sido questionado na Organização Mundial do Comércio (OMC) e pelos argentinos. Pelo atual regime automotivo, cada vez que o Brasil exporta US$ 1,5 em veículos e autopeças para a Argentina, tem que importar US$ 1 desses produtos do país vizinho. Os dois governos reconheceram que, na atual conjuntura internacional, interessa a ambos superar os obstáculos e construir uma “plataforma industrial integrada” para conquistar outros mercados.
em novembro, diz IBGE
A
taxa de desemprego no país atingiu 9% no trimestre encerrado em novembro de 2015, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O percentual supera os registrados nos trimestres encerrados em agosto de 2015 (8,7%) e em novembro de 2014 (6,5%). A população desocupada chegou a 9,1 milhões de pessoas em novembro de 2015, 3,7% a mais do que em agosto e 41,5% a mais do que em novembro do ano anterior. Já a população ocupada (92,2 milhões) ficou estável ante agosto e caiu 0,6% em relação a novembro de 2014. Os empregos com carteira assinada (35,4 milhões) se mantiveram estáveis ante agosto e recuaram 3,1% em relação a novembro do ano anterior.