Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Ano VII - Nº 191
08 a 15 de fevereiro/2017 Serra/ES
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Aroeira-vermelha pode Gordofobia faz tão mal à Novo tipo de coleira avisa ‘desarmar’ bactéria saúde quanto o excesso quando o seu cachorro está perdido PÁG.6 resistente a antibiótico PÁG.4 de peso em si PÁG.6
Eles são a nova arma contra o Câncer
Pág.7 A Samonella mata 380 pessoas por ano, só nos EUA. Mas cientistas descobriram que ela também pode salvar vidas
REPRODUÇÃO
Brasil dá sinais de recuperação e economistas descartam risco de recessão em 2017 PÁG.8 ©ADRIANO GAMBARINI/WWF-BRASIL
Estudo sobre botos no rio Tapajós alerta para os riscos Pág.4 das hidrelétricas na região PÁG.2
Reforma do ensino médio deve começar a valer só em 2020 PÁG.3
Coluna Jorge Pacheco
Especial Crise na Segurança Pública do ES
REPRODUÇÃO INTERNET
Projeto destaca identidade cultural
negra nas escolas públicas
PÁG.3
“As mulheres gregas fizeram a greve delas, mas, as brasileiras obrigaram os maridos a fazer outra greve, proibida pela Constituição” PÁG.5
2 MEIO AMBIENTE fatos & notícias 08 a 15 de fevereiro de 2017
Mata Atlântica: biodiversidade ameaçada
©ADRIANO GAMBARINI/WWF-BRASIL
Estudo sobre botos no rio Tapajós
alerta para os riscos das hidrelétricas na região Um estudo inédito feito com os botos tucuxi (Sotalia fluviatilis) e cor-de-rosa (Inia geoffrensis), no rio Tapajós, no Pará, traz novos argumentos a serem considerados nos planos do governo de pontuar a região com barragens para usinas hidrelétricas. Somente na bacia do Tapajós, estão em processo de licenciamento doze empreendimentos hidrelétricos de grande porte. No começo de agosto do ano passado, o Ibama negou a concessão da licença ambiental para a construção da usina de São Luiz do Tapajós, um megaprojeto
hidrelétrico previsto para ser executado nos próximos anos. O principal argumento contra a autorização foram os impactos da obra sobre o povo indígena Munduruku, na área que seria atingida pela barragem. Agora, é a vez dos pesquisadores mostrarem o que pode acontecer com as populações de botos naquele trecho do Tapajós, caso seja instalada a barragem nas corredeiras de São Luiz do Tapajós. Enquanto a licença de São Luiz tramitava ainda em Brasília, um grupo de cientistas liderados pelas oceanógrafas Miriam
Marmontel e Heloíse Pavanato, esquadrinhava o rio para saber o tamanho da população das duas espécies de boto e o que poderá acontecer se houver uma barreira que impeça o livre fluxo dos animais ao longo do rio. As pesquisadoras são do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Endangered Species Research.
Floresta nativa da Mata Atlântica Uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas do planeta, a Mata Atlântica já ocupou 1.315.460 km² e estendia-se ao longo de 17 Estados, mas, hoje, existe apenas 8,5% de remanescentes florestais acima de 100 hectares. Os dados são alarmantes, porque na região se concentra 70% da população brasileira e 2/3 das espécies ameaçadas de extinção no Brasil. Decretada Reserva da Biosfera pela Unesco e Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988, o bioma tem uma
particularidade: é nele que se encontram espécies únicas, que não existem em nenhum outro lugar do planeta. Tudo isso mostra a importância desse bioma, e a necessidade de sua conservação. Um dos principais objetivos da The Nature Conservancy (TNC), na Mata Atlântica, é conservar as áreas remanescentes e restaurar as áreas degradadas. A restauração florestal em larga escala é uma estratégia fundamental para que o bioma volte a se reconectar. Outra prioridade importante nesse bioma é
©ZÉ PAIVA
a conservação de seus mananciais de água para ajudar a garantir a segurança hídrica no Brasil. Atualmente mais de 70% da população Brasileira vive nos limites originais da Mata Atlântica. A TNC tem contribuído com apoio técnico e financeiro para implantação de projetos e aplicação de diversas ferramentas científicas para a proteção e restauração de áreas críticas para o abastecimento de água.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br Representante Comercial: MÁRCIO DE ALMEIDA comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3070-2951 / 3080-0159 / 99620-6954 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES CNPJ: 18.129.008/0001-18
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EDUCAÇÃO & CULTURA 3 08 a 15 de fevereiro de 2017
fatos & notícias
Mangueira desfilará elementos do patrimônio cultural na Sapucaí
DIVULGAÇÃO
MINISTÉRIO DA CULTURA
Projeto destaca identidade cultural negra nas escolas públicas A Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, torna obrigatório o ensino da história e cultura afrobrasileira em escolas públicas e particulares de ensino fundamental e médio. As discussões a respeito do tema no ambiente escolar, 14 anos após a normativa, ainda ficam restritas a datas comemorativas, como o 20 de novembro, quando é celebrado o Dia da Consciência Negra. Para tentar reverter a falta de representatividade, o professor José Walmilson Rêgo Barros, 32 anos, mestrando em história da Universidade Federal de Pernambuco, idealizou o projeto Identidade Cultural Negra na Escola. Ao longo de 2016, alunos de cinco turmas do oitavo ano, com idade entre 13 e 15 anos, participaram das atividades na Escola Pedro Serafim de Souza, em
Ipojuca, município de 93 mil habitantes, na região metropolitana de Recife. “Buscamos interpretar até que ponto o ensino de história pode contribuir para o pertencimento cultural das nossas crianças e jovens”, diz o professor. “Temos o p t a d o p o r t r a b a l h a r, pesquisar a questão das propostas pedagógicas que visem ao mundo inteiro, as questões que levem à reflexão, que a escola leia e visualize as temáticas raciais e étnicas no seu cotidiano”. To d o o t r a b a l h o d e reflexão e discussão desenvolvido em sala de aula resultou em uma feira de conhecimento, no fim do ano. Um dos destaques do projeto foi a oficina de turbantes, resultado de parceria com a Secretaria da Mulher do município. O objetivo era mostrar o turbante como elemento
cultural afro-brasileiro e elemento de sensibilização e elevação da autoestima das alunas. A oficina inspirou a exposição Negra Sim; Negra Sou. A exposição teve repercussão. Várias escolas do município e até faculdades de formação de professores pediram ao professor que falasse sobre o trabalho, que no fim do ano foi reconhecido pela Assembleia Legislativa de Pernambuco. O professor Walmilson acredita que a resistência e a afirmação de identidade são o grande fruto gerado por ações afirmativas nas escolas. “Eu quero que o jovem tenha a cabeça erguida e diga: 'Sim, sou negro, e daí? Você não tem nada a questionar sobre ser. Eu sou e pronto'. Mas aí, para ele chegar a esse patamar de identificação, de valoração, eu tenho que conhecer, que reconhecer”.
7º edição do Amigo Livro A 7º edição do Amigo Livro, que irá acontecer no próximo dia 18, terá um concurso de fantasias com tema literário. O Participante que quiser concorrer ao prêmio principal (Livro, Marcadores de página e uma Caixa de Ferrero Rocher) deverá se inscrever até o dia 17 e comparecer ao evento com a fantasia escolhida. A organização irá eleger as cinco melhores fantasias e
depois, por voto dos presentes no evento, serão
eleitas as três melhores. A fantasia não precisa ser igual ao descrito no “livro”, mas é necessário ter uma forte inspiração literária e
vale de tudo: personagem, capa, cena, adaptação, etc. O evento acontece no MasterPlace Mall, localizado na Reta da Penha - Vitória no dia 18, das 14 às 18 horas e, além do concurso, contará com apresentação cultural do grupo Panc que apresentará um Ballet Literário, conclusão da gincana de doação e sorteio do Box Desventuras em Série, vendas, trocas e doação de livros.
No silêncio da oração ou no entoar dos cantos, o sincretismo da fé no Brasil é um dos elementos marcantes que revelam uma nação construída a partir de sua miscigenação cultural. Dessa herança emerge o culto aos santos e orixás presentes em distintas crenças religiosas. Do catolicismo ao candomblé, os protetores espirituais – muitas vezes os mesmos – recebem veneração dos devotos com pedidos e agradecimentos com vela acesa no altar ou no Congá. “Só Com a Ajuda do Santo” será o tema de enredo apresentado na Sapucaí pela Estação
Primeira de Mangueira durante o carnaval de 2017. A ideia de abordar essa herança nacional representada na crença popular partiu do carnavalesco Leandro Vieira e contou com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que vem ajudando a Mangueira na pesquisa histórica, social e antropológica sobre o assunto, aproximando a escola de samba das comunidades tradicionais. A parceria é uma das atividades em celebração aos 80 anos do Instituto, criado em 13 de janeiro de 1937. As ações conjuntas
foram definidas pela presidente do Iphan, Kátia Bogéa, durante visita à Escola carioca Verde Rosa no mês de novembro. Para ela, é uma honra ter elementos do patrimônio cultural representados em uma das maiores festividades do Brasil. "São 80 anos trabalhando na defesa, preservação, salvaguarda e fomento da memória nacional. Este esforço coletivo de décadas tem ganhado cada vez mais o reconhecimento da sociedade, sendo valorizado e difundido para o mundo em eventos internacionais, como Olimpíadas e, agora, o Carnaval", destaca Kátia.
Reforma do ensino médio deve começar a valer só em 2020 Aprovada na semana passada, a reforma do ensino médio pode ser implementada apenas em 2020 e, ainda assim, não deve chegar imediatamente a todas as escolas. A previsão é dos estados e das escolas particulares. Isso porque a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), elemento fundamental para a implementação da reforma, ainda está em discussão no Ministério da Educação (MEC). A BNCC do ensino médio será definida pelo MEC e
encaminhada para a aprovação do Conselho Nacional de Educação (CNE), para depois retornar à pasta para homologação. A reforma do ensino médio define que as escolas devem passar a oferecer opções de itinerários formativos para os estudantes. Eles deverão optar por uma formação com ênfase em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou formação técnica. Parte da formação (40%) será reservada para a ênfase escolhida e o restante do
tempo, para a formação comum, definida pela Base Nacional Comum Curricular. Os estados devem começar a implementar o novo modelo no segundo ano letivo subsequente à data de publicação da BNCC. Isso pode ser antecipado para o primeiro ano, desde que com antecedência mínima de 180 dias entre a publicação da Base Nacional e o início do ano letivo – ou seja, caso aprovada no primeiro semestre, poderia começar a vigorar em 2019.
4 CIÊNCIA & TECNOLOGIA 08 a 15 de fevereiro de 2017
fatos & notícias
Planta brasileira pode desarmar bactéria resistente a antibiótico Segundo estudo, a aroeira-vermelha contém componentes capazes de desativar gene da superbactéria MRSA e evitar os danos que ela causa no organismo Durante séculos a aroeiravermelha é utilizada por comunidades da Amazônia para tratar infecções na pele e outros tecidos. Porém, só agora cientistas conseguiram compreender essa prática de cura ancestral. Em um estudo publicado no periódico Scientific Reports, um grupo de pesquisadores testou uma substância derivada da planta brasileira em camundongos e descobriu que alguns dos seus componentes são capazes de desativar genes responsáveis pela virulência da MRSA (sigla em inglês para Staphylococcus aureus resistente a meticilina), bactéria que é a principal causadora de infecções hospitalares. “Nós separamos ingredientes químicos dos frutos e os testamos sistematicamente em bactérias causadoras de doenças para descobrir o mecanismo medicinal dessa planta”, afirma em comunicado Cassandra Quave, autora da pesquisa e
professora da Escola de Medicina da Universidade Emory, nos Estados Unidos. Apesar de ainda não ter sido testada em humanos, a descoberta pode ajudar a desenvolver novas maneiras de tratar infecções causadas por “superbactérias” – nome popular que faz referência a bactérias resistentes a vários antibióticos. Há anos os cientistas vêm tentando encontrar uma solução para o crescente problema das infecções por superbactérias. Estudos apontam que, até 2050, e s s e s m i c r o rg a n i s m o s super-resistentes podem chegar a matar 10 milhões de pessoas por ano se nada for feito – um valor superior às 8,2 milhões de mortes anuais causadas atualmente pelo câncer. Cientistas já conseguiram desenvolver algumas alternativas de medicamentos, incluindo um novo tipo de antibiótico que ainda não existia no mercado e um remédio à base de vírus que ataca o interior das células
Frutos da aroeira-vermelha, planta nativa do Brasil utilizada por curandeiros da Amazônia por conta de suas propriedades medicinais iSTOCKPHOTO/GETTY IMAGES bacterianas. A principal dificuldade, no entanto, é que se algumas dessas bactérias sobreviverem aos novos medicamentos, podem passar seus genes adiante e tornar as novas gerações resistentes a eles também. O extrato da aroeira-
vermelha estudado por Cassandra e sua equipe, porém, atua de uma maneira diferente. Chamado de 430D-F5, ele é composto por uma mistura de 27 substâncias químicas. Nenhuma delas é capaz de matar a bactéria – porém, conseguem desarmá-la,
silenciando o gene que é responsável pela comunicação entre os microrganismos. Com a comunicação bloqueada, eles não conseguem tomar ações coletivas e deixam de excretar substâncias tóxicas que danificam os tecidos. Para chegar a esses
resultados, os cientistas utilizaram o extrato para tratar um grupo de camundongos que foram infectados com a MRSA, e mantiveram um grupo controle sem o remédio. Eles observaram que os camundongos que receberam o tratamento não desenvolveram problemas de pele, enquanto os outros, sim. Além disso, a equipe também percebeu que o extrato não causa nenhum dano à pele das cobaias, e nem às bactérias naturais e saudáveis que vivem no tecido. “Em alguns casos, é necessário atacar fortemente com antibióticos para tratar o paciente”, Cassandra afirma. “Porém, ao invés de sempre utilizar uma bomba para acabar com uma infecção, existem situações em que usar um método antivirulento pode ser tão efetivo quanto, ajudando também a restaurar o equilíbrio da saúde do paciente”.
Radiação de Fukushima bate recorde – e frita robô enviado à usina Um robô, guiado por controle remoto, foi enviado à usina nuclear de Fukushima para fazer uma limpeza e examinar a área. Mas, duas horas depois, ele precisou ser removido às pressas porque o alto nível de radiação acabou fritando a sua câmera acoplada.
Essa é a primeira vez que um robô entra em um reator de Fukushima após um terremoto e um tsunami atingirem o Japão em março de 2011. O robô recebeu radiação estimada de 650 Sieverts (unidade de medida que avalia o impacto da radiação em
seres humanos) por hora – sendo que ele tinha sido projetado para aguentar até 1.000 Sieverts de exposição cumulativa. Esse nível poderia matar uma pessoa instantaneamente. De acordo com a Tokyo Electric Power Co. (TEPCO), empresa
responsável pelo projeto, a equipe decidiu puxar o robô de volta quando a câmera começou a apresentar mau funcionamento para não correr o risco de perder todo o equipamento. As imagens recuperadas mostraram um cenário catastrófico: camadas de tinta derretida, isolamento de cabos e grelhas metálicas destruídos. O resultado da expedição mostra que o segundo robô, batizado de “Scorpion” (o primeiro não recebeu um nome), terá mais trabalho e menos tempo do que o esperado – já que o primeiro não
REPRODUÇÃO
suportou os níveis radioativos e não conseguiu abrir um caminho até o reator. Isso vai causar um atraso na missão, que já levaria décadas para ser concluída, de chegar à fonte da radiação, avaliar os danos e descobrir como remover o
combustível com segurança. Existe, pelo menos, uma boa notícia: a radiação está contida e não há indícios de novos vazamentos da planta. Isso significa que os municípios próximos não correm o risco de serem afetados.
POLÍTICA 5
08 a 15 de fevereiro de 2017
JORGE PACHECO
DE ONDE VÊM AS PALAVRAS? Greve das Mulheres de Atenas e Vitória As mulheres gregas fizeram a greve delas, mas, as brasileiras obrigaram os maridos a fazer outra greve, proibida pela Constituição Cerca de cem mulheres se reuniram em frente ao 10˚ Batalhão da Polícia Militar, em Guarapari, no Espírito Santo, para pedir melhoria de salários e condições de trabalho da PM capixaba. Estas novas “mulheres de Atenas”, cansadas de outra guerra, mostraram ser boas alunas de Lisístrata, uma personagem do grego Aristófanes. Na peça, ela lidera uma greve de sexo em 411 a.C., com o propósito de pôr fim às hostilidades que estavam arruinando a Grécia. Hoje, outras guerras devastam o Brasil. Lisístrata significa, em grego, “desorganizadora do exército”, papel que não foi cumprido por nossas Lisístratas… Há muitas outras diferenças que separam as antigas gregas das capixabas nesses mais de 2.400 anos. As divergências começam pela greve, que não foi das espírito-santenses e não foi de sexo. As gregas
fizeram a greve delas, mas as brasileiras obrigaram os maridos a fazer outra greve, proibida pela Constituição. O direito de greve tem fundamento nos direitos de segunda dimensão. A Magna Carta de 1988, ordem suprema do ordenamento jurídico, elencou, em seu Capítulo II, os direitos sociais dos trabalhadores urbanos e rurais, visando melhores condições laborais. Dentre estes direitos, no artigo 9º assegura-se o direito de greve, cabendo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devem por meio deles defender. Porém, o § 1º deste mesmo artigo dispõe que a lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis à comunidade. Em 1989, foi editada a Lei 7.783, que regula o exercício do direito de greve, define as atividades essenciais, regula p atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade e dá outras providências. Em seu artigo 11, parágrafo único, estabelece o seguinte: Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população. A própria CF de 1988, expressamente vedou a sindicalização e a greve, em seu artigo 42, § 1º combinado com o seu 142, § 3º, IV “ao militar são proibidas a sindicalização e a greve”. Pôr a sociedade em insegurança e exposta ao terror não é defender a dignidade da pessoa humana com honra e glória. O que sobra dessa luta não são apenas prejuízos patrimoniais, mas também um descaso com o próximo e com a ordem pública. São ceifados outros direitos já preconizados de tão sublime importância como a própria vida e a liberdade das pessoas, além do temor de se sentir inseguro em viver em um país considerado como um caos. Analisando o que se passou e ainda se passa aqui no Espírito Santo e, seguindo o raciocínio da greve, em 2009 a Corte Suprema, no julgamento da Reclamação Constitucional 6.568, firmou entendimento que a greve deflagrada por policiais militares, e de forma análoga aos policiais civis também, não é aceitável, e, portanto, vedada. No entendimento do Ministro Carlos Mário da Silva Velloso, “Os militares das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros, forças auxiliares e reservas do Exército (C. F., art. 144, § 6º), não podem fazer greve. É que, conjuntamente com a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Ferroviária Federal e as Polícias Civis se responsabilizam, diretamente, pela preservação da ordem pública e da incolumidade das
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Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com/ jornalfatosenoticias.es@gmail.com
pessoas e do patrimônio, cada uma dessas instituições agindo no campo próprio de atuação. Registrei que, tal como acontece com as Forças Armadas, as Polícias e os Corpos de Bombeiros Militares são organizados com base na hierarquia e disciplina (CF/88, artigos 42 e 142). Homens que portam armas, se não estiverem submetidos à disciplina e à hierarquia, viram bandos armados. As armas a eles confiadas para a manutenção da ordem pública e da incolumidade das pessoas passam a ser fonte de insegurança. Anotei que, durante a greve da PM, houve quem afirmasse que o direito de greve estaria assegurado aos militares estaduais como um direito fundamental. Que no s perd o em, mas es s e achismo jurídico chega a ser “chutanismo” irresponsável. A Constituição não assegura aos militares estaduais o direito de greve. Ao contrário, veda expressamente”. As senhoras do Espírito Santo, esposas de militares, representaram uma farsa e deram ao mundo mais um exemplo do jeitinho brasileiro: seus esposos as contrataram e terceirizaram a g r e v e ! C o m t a l procedimento, disfarçaram o motim, que tem punições muito mais rigorosas do que a greve. Enfim, preciso dizer mais sobre a paralisação do serviço da Polícia Militar nos Estados-membros? Creio que não! Felizmente voltamos a contar com a PM em todo o Estado. Agora é apurar as responsabilidades de cada um ou uma e PUNIR RIGOROSAMENTE.
* Sem PM nas ruas, número de mortos no ES chega a 146, diz sindicato
O Sindicato de Policiais Civis registrou 146 mortes violentas. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) não divulgou os números oficiais e disse que não é o momento de fazer balanço, mas centenas de pessoas entrevistadas em diferentes comunidades, informam que é muito mais – números chegam oficiosamente a mais de 300. Com a volta parcial dos PMs às ruas, o capixaba começou a semana dentro de uma certa rotina. Mas as mulheres seguem ocupando as portas de batalhões e prometem impedir a saída dos policiais. A estratégia foi resgatar os PMs dos quartéis utilizando helicópteros. Mais de 1.200 policiais voltaram às ruas na segunda-feira (13). E o povo capixaba, ainda muito receoso, volta a quase respirar com normalidade. Os ônibus estão circulando com 99% das linhas da Grande Vitória e as aulas foram retomadas nas escolas estaduais. Postos de saúde também reabriram.
*
Bandidos não tomam conhecimento, atacam e incendeiam ônibus em V.V. Bandidos atearam fogo em u m ô n i b u s d a Vi a ç ã o Sanremo, no início da tarde de segunda-feira (13).
Segundo informações da Guarda Municipal de Vila Velha, por volta das 14 horas, criminosos entraram no coletivo da linha 015 (São Torquato), assaltaram os passageiros e depois mandaram todos desembarcarem. Em seguida, atearam fogo no ônibus. É a certeza da impunidade ou de mostrar que são mais poderosos que Exército, Marinha, Aeronáutica, F o r ç a - Ta r e f a , P o l í c i a Federal, Polícia Rodoviária Federal, Guardas Municipais, e, por fim, Polícia Militar – essa pelos últimos acontecimentos depende de uma ordem de suas mulheres!!!
*
Ninfeias Negras Em Giverny, a cidadezinha o n d e o impressionist a Claude Monet pintou a l g u n s deslumbrantes quadros de ninfeias, o médico Jérôme Morval é encontrado morto, com o crânio esmagado, em um córrego. Uma professora da escola local, – uma senhora idosa e meio reclusa – e uma menina que aos precoces 11 anos já se anuncia como um prodígio da pintura, guardam um segredo essencial para o caso. Best-seller na França, este envolvente policial de Michel Bussi é leitura ideal para praia e piscina neste verão. NINFEIAS NEGRAS de Michel Bussi/tradução de Fernanda Abreu; ARQUEIRO – 352 PÁGINAS; R$ 44,90.
GERAL 6 08 a 15 de fevereiro de 2017
fatos & notícias BRASIL ALFABETIZADO
Gordofobia faz tão mal à saúde Prazo para adesão de estados e quanto o excesso de peso em si
municípios é 20 de fevereiro
REPRODUÇÃO
O prazo final para a adesão de estados, municípios e Distrito Federal ao ciclo 2016 do programa Brasil Alfabetizado se encerrará em 20 de fevereiro. Nesta edição, 250 mil novas vagas serão ofertadas para alfabetização de jovens e adultos acima de 15 anos, cerca de 50% a mais que em 2015. De acordo com a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação, Ivana de Siqueira, é importante que estados e municípios não percam o
prazo para fazer adesão ao novo ciclo do programa. “A alfabetização é uma porta de acesso à cidadania e permite que jovens e adultos p a r t i c i p e m d e oportunidades de aprendizagem ao longo da vida e possam, também, despertar o interesse pela elevação da escolaridade”, disse. O MEC destinará, em 2017, R$ 132 milhões para custear despesas com material didático e pedagógico, formação dos alfabetizadores, alimentação e transporte dos alfabetizandos. Dados
da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) mostram que, atualmente, mais de 12 milhões de pessoas com mais de 15 anos não são alfabetizadas. Esse número representa 8% da população nessa faixa etária. “O Programa Brasil Alfabetizado representa o esforço do MEC no sentido de impulsionar a oferta de alfabetização e educação de jovens e adultos em todo o território nacional, como responsabilidade solidária entre governo federal, estados e municípios”, afirma Ivana de Siqueira.
Por falta de presos, Holanda fecha 24 prisões Dê um grito no interior de uma prisão holandesa, e você ouvirá um eco. O número de detentos no país caiu 27% entre 2011 e 2015, e 43% na última década. Segundo o relatório mais recente do World Prison Brief (WBF), de janeiro de 2014, só há 10 mil pessoas encarceradas
POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL
na Holanda — dados do próprio governo falam em 12,3 mil naquele ano, e 11 mil em 2015. São aproximadamente 57 detentos para cada 100 mil habitantes do país, em que a taxa de reincidência é de apenas 10%. Por aqui, as coisas são bem diferentes. A cada 100 mil brasileiros,
300 estão na prisão: são 622 mil pessoas encarceradas, ou três vezes a população de Vitória (ES). Essa é a quarta maior população carcerária do mundo em valores absolutos, e a 34º proporcionalmente. 47% dos ex-detentos soltos voltam a cometer crimes em no máximo dois anos.
O impacto é tanto que vítimas desse tipo de preconceito estão mais propensas a doenças cardiovasculares REPRODUÇÃO Acreditar nos estigmas sociais que rondam a obesidade é mesmo mais sério do que se imagina, afirma estudo realizado pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. A conclusão é baseada no resultado dos exames de 159 adultos com excesso de peso. Em resumo, os que manifestaram complexo de inferioridade por causa da aparência tinham um risco três vezes maior de desenvolver problemas que desregulam o metabolismo e seis vezes maior de ter altas taxas de triglicérides (placas de gordura que congestionam as artérias) no sangue. Infelizmente, esses voluntários não são minoria.
“Estamos condicionados a associar pessoas obesas à falta de amor próprio”, alerta o psicólogo Yuri Busin, diretor do Centro de Atenção à Saúde Mental – Equilíbrio (CASME), em São Paulo. “Internalizar essa ideia de que estar obeso é sinônimo de ser preguiçoso, incapaz e pouco atraente abala o estado emocional, o que favorece, por exemplo, a depressão e a ansiedade”, completa. E são justamente esses sentimentos negativos que prejudicam o organismo. “Há evidências de que o desequilíbrio de hormônios e neurotransmissores associados ao estresse pode causar inflamações, sobrecarregar o coração e
disparar a fome emocional”, diz Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. Nesses casos, vale a pena dar uma chance ao divã a fim de trabalhar essas questões. Investir na prática regular de atividades físicas é outra boa alternativa. Perda de peso à parte, é cientificamente comprovado que pôr o corpo em movimento estimula a produção de endorfina e serotonina, substâncias ligadas às sensações de prazer e bemestar. E estar bem consigo mesmo é o que realmente importa.
COLEIRA AVISA QUANDO O SEU CÃO ESTÁ PERDIDO Uma coleira inteligente promete conectar os cães e seus donos 24 horas por dia. Quer saber onde seu pet está? O GPS acoplado nela permite que você rastreie cada passo do animalzinho – dá para saber até em qual andar da casa ele se encontra, já que se trata de um GPS “3D”, que detecta altitude. O dispositivo também monitora a temperatura e as atividades do cachorro, enviando notificações para o smartphone por meio de um aplicativo. Você pode saber
DIVULGAÇÃO|KYON
se ele está feliz, com sono, agitado ou se precisa de um passeio. Um painel de LED acoplado emite frases curtas. Se o bichinho sair do
perímetro delimitado, por exemplo, a coleira pode reproduzir a frase “Estou perdido” junto com um telefone para contato.
08 a 15 de fevereiro de 2017
SAÚDE 7 fatos & notícias
Bactéria do ovo estragado é nova arma contra o câncer Ela mata 380 pessoas por ano só nos EUA. Mas também pode salvar vidas iSTOCK|ZENCREATION
Ela pode estar presente em ovos malcozidos e causar uma intoxicação terrível – só nos Estados Unidos, mata 380 pessoas por ano. Mas também pode ajudar a curar o c â n c e r. U m e s t u d o publicado na revista S c i e n c e Tr a n s l a t i o n a l Medicine mostrou que a salmonella, essa grande vilã da alimentação, também pode ter um lado bom. Ela faz o sistema imunológico combater as células cancerígenas – pelo menos, em ratos. Não era salmonella comum. Era uma versão modificada em laboratório
para produzir uma proteína chamada flagelina B (FlaB). Os cientistas injetaram essa bactéria em ratinhos com câncer. Ela provocou dois
efeitos. Primeiro, infectou os tumores. Depois, irritou e 'acordou' o sistema imunológico das cobaias – que começou a atacar os
Forma mais comum de cozinhar arroz pode trazer risco à sua saúde Você ferve o arroz e espera a água evaporar? Segundo um cientista, isso pode envenenar a sua comida A maneira que você cozinha arroz pode colocar a sua vida – e as das pessoas que comerem o alimento – em risco. Andy Meharg, professor da Universidade de Queens, no Reino Unido, revelou durante um programa da BBC que o arroz pode liberar arsênico se você utilizar um método bem comum de cozimento. A técnica tradicional consiste em usar a proporção de duas partes de água para uma de arroz e ferver o alimento até que todo o líquido evapore. Após realizar esse processo, Meharg descobriu vestígios de arsênico no arroz, um elemento químico associado a uma série de doenças, como câncer e diabetes. O arsênico é encontrado naturalmente no solo. Por isso, pequenas quantidades desse produto químico podem infectar o alimento. Geralmente, os níveis tóxicos são tão baixos que não causam preocupação às autoridades. No caso do arroz, no entanto, a história é diferente. Isso
porque, ele é cultivado em plantações inundadas e esse método faz com que o arsênico do solo entre com mais facilidade nos grãos. De acordo com a reportagem da BBC, o arroz tem cerca de 10 a 20 vezes mais arsênico do que outras culturas de cereais. “A única coisa que posso comparar (com o ato de comer arroz) é fumar”, disse Meharg. “Se você fuma um ou dois cigarros por dia, seus riscos serão muito menores do que os riscos de uma pessoa que fuma 30 ou 40 cigarros diariamente. Depende da dose, quanto mais você comer, maior é o risco”. O que preocupa o professor não é a quantidade de arroz que um adulto come, mas quantas porções do grão que crianças ou bebês ingerem. “Sabemos que os baixos níveis de arsênico podem impactar o desenvolvimento imunológico, o crescimento e o desenvolvimento do QI”. Em 2014, a agência que regula medicamentos e alimentos nos EUA, a FDA,
apresentou uma pesquisa que revelou que os níveis de arsênico em mais de 1.300 amostras de arroz não oferecem risco imediato ou no curto prazo para a saúde. Contudo, o órgão disse que continuaria a investigar se o consumo do grão poderia causar doenças crônicas. Apesar de a pesquisa ser importante para que mais estudos sejam feitos sobre o assunto, isso não significa que você precisa parar de comer arroz. No programa, o professor também apresentou duas outras maneiras de cozinhar o alimento para ficar parcialmente livre do arsênico. A primeira é usar uma proporção de cinco partes de água para uma parte de arroz e ainda tirar o excesso de água. Com isso, os níveis do produto tóxico foram quase reduzidos pela metade. A segunda é deixar o arroz de molho durante a noite e depois drenar a água. Assim, o grau de toxina é reduzido em 80%.
tumores. Deu muito certo. Em 11 dos 20 ratos testados, os tumores encolheram até se tornarem indetectáveis. Mais surpreendente ainda, a 'salmonella do bem' não intoxicou os ratos. “Acreditamos que a nossa estirpe bacteriana é segura e pode ser usada como tratamento”, afirmou Joon Haeg Rhee, um dos autores do estudo. É claro que mais pesquisas vão ser realizadas antes que as bactérias possam ser experimentadas em humanos. Mas os resultados
já são promissores e devem entrar para a lista de possíveis tratamentos. Apesar de causar furor entre os especialistas, a técnica de usar bactérias para estimular uma resposta imune não é pioneira. No século 19, o cirurgião americano William Coley, observou que alguns de seus pacientes tinham uma ligeira melhora depois de contraírem infecções após cirurgias de remoção de tumor. Ele começou, então, a injetar alguns tipos de bactéria em mais de mil pessoas com a doença. Mas o método recebeu críticas da
comunidade científica da época, e o tratamento acabou desacreditado antes mesmo de ter a eficácia comprovada. Agora, quase cem anos depois, o método de Coley volta à tona com pesquisas cada vez mais avançadas no campo de imunoterapia. Esse tipo de tratamento ganha força porque consegue direcionar seus efeitos apenas às células c a n c e r í g e n a s – diferentemente da radioterapia e da quimioterapia, que prejudicam as células saudáveis.
“Bafômetro” para detectar diabete Método de medição de glicemia pode estar com os dias contados O objetivo era criar um AFP/ARQUIVOS sensor para detectar gases tóxicos, mas um g r u p o d e pesquisadores brasileiros, franceses e espanhóis acabou desenvolvendo um m o d e l o d e “bafômetro” para livrar os pacientes com de todas as pessoas, mas diabete das incômodas aparece em maior picadas no dedo para quantidade nas pessoas com verificar o índice de diabete. glicemia no sangue, “O paciente com diabete segundo reportagem do tem um nível de acetona jornal O Estado de S. Paulo. maior do que o de uma O projeto teve início em pessoa saudável. É quase o 2 0 1 4 e , c o m o s dobro. Em uma pessoa aprimoramentos previstos e saudável, fica em torno de testes clínicos, pode se 0,3 a 0,9 parte por milhão de tornar uma realidade em acetona. Já na pessoa com quatro anos. diabete, é superior a 1,8 O dispositivo consegue parte por milhão”, afirma detectar o nível de glicemia no paciente por meio da acetona presente no hálito dele. Segundo Luís Fernando da Silva, professor do Departamento de Física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a acetona é exalada no hálito
Silva. De acordo com ele, a ideia é que o dispositivo seja confeccionado como uma espécie de “bafômetro”. “Ele forneceria o nível de diabete sem a necessidade de um exame invasivo”, ressalta. Segundo Silva, o dispositivo utiliza um composto chamado tungstato de prata, que é sensível à acetona. Inicialmente, o objetivo era detectar gases tóxicos utilizando o equipamento. “Reportamos como sensor de ozônio, mas vimos que é promissor como sensor de acetona, o que permitiria aplicar na área médica”.
8 ECONOMIA 08 a 15 de fevereiro de 2017
fatos & notícias
O catalisador e sua função Governo anuncia medidas de apoio a triticultores
Por Vítor Pertel Santana O catalisador está presente em todos os veículos movidos a gasolina e etanol, a função do catalisador automotivo é converter componentes nocivos dos gases em componentes inofensivos, poucas pessoas sabem como acontece isso. Ele opera e atua conjuntamente c o m o m o t o r, com isso você passará a dar mais importância quando precisar r e a l i z a r manutenção nesta importante peça. No Brasil, passaram a equipar alguns modelos a partir de 1992, tornando-se equipamento obrigatório a partir de 1997. O catalisador impulsionou a utilização de gasolina sem chumbo, pois
o chumbo contamina o catalisador podendo até entupi-lo, inutilizando -o. Mas, se utilizar combustível de boa qualidade e mantiver a manutenção em dia, o catalisador poderá ter a vida
útil do próprio carro e, dificilmente, precisará ser substituído. Quando for substituir o catalisador por um problema no sistema de injeção, opte por uma peça original, um catalisador
falso ou defeituoso pode causar desregulagem no sistema de injeção eletrônica, aumentando o consumo de combustível, mau funcionamento e perda de potência. As substâncias que são usadas como catalisadores são metais preciosos ( R ó d i o , paládio e platina) que s e r ã o responsáveis p o r transformar as substâncias tóxicas (N 2 , CO 2 , H 2 O). Esses metais têm um preço bastante elevado encarecendo, assim, o componente. Vítor Pertel Santana Santel Mecatrônica
Economistas descartam risco de recessão em 2017 Do final de 2016 para cá, indicadores de confiança voltaram a mostrar recuperação importante, passando pela indústria e construção até consumidores RAFAEL NEDDERMEYER/FOTOS PÚBLICAS
C
om boas surpresas vindas da inflação, q u e t e m desacelerado mais do que o esperado recentemente e alimentado expectativas de cortes mais agressivos de juros, as perspectivas de melhor crescimento econômico do Brasil vêm ganhando corpo neste início de 2017, com bancos e consultorias já descartando risco de mais um ano de recessão. A melhora do cenário marca uma inversão do ambiente mais pessimista
que prevaleceu até meados de dezembro, com projeções de que o Produto Interno Bruto (PIB) do País pode crescer até um por cento neste ano, também em meio à melhora da confiança. “Seguimos acreditando que a combinação de maior confiança, menor taxa de juros e avanço nas reformas deve confirmar que a recessão ficou para trás”, resumiu o economista do banco BNP Paribas no Brasil, Gustavo Arruda, para quem o PIB brasileiro
vai crescer um por cento em 2017. Os últimos dados de inflação têm surpreendido positivamente, e parte dos analistas já estima que ela pode ficar abaixo do centro da meta do governo – de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual. Dessa forma, se o BC acelerar o processo de redução da Selic, pode gerar alívio no endividamento de famílias e na alavancagem de empresas, ajudando na retomada. Hoje, a taxa básica de juros está em 13 por cento ao ano, depois de duas quedas seguidas de 0,25 ponto percentual cada e uma de 0,75 ponto. A expectativa dos agentes econômicos é de que, no mínimo, o BC mantenha o atual ritmo de corte, o que levará a taxa para abaixo de dois dígitos, barateando os empréstimos para consumo e investimentos.
Financiamento para Garantia de Preço ao Produtor tem taxa semelhante à do crédito rural REPRODUÇÃO
Produtores de trigo do Sul terão apoio do Banco do Brasil (BB) para quitar dívidas de custeio da safra atual. Quem tem parcelas vencidas em janeiro deste ano ou a vencer até abril poderá procurar as agências do BB e solicitar o Financiamento para Garantia de Preço ao Produtor (FGPP), antigo Empréstimo do Governo Federal (EGF). O prazo é de seis meses de pagamento e a taxa de juros de 8,75% ao ano, semelhante ao do crédito rural. Representantes do setor tritícola estiveram reunidos com o secretário de Política
A g r í c o l a ( S PA ) d o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, para discutir medidas de apoio ao cereal colhido na safra 2016/2017, em função das c o n d i ç õ e s d e comercialização do produto. “Os produtores poderão, com a medida, estocar seu p r o d u t o p a r a comercialização em momento oportuno”, ressaltou Geller. Metade dos produtores de trigo do Rio Grande do Sul serão beneficiados, além de produtores do Paraná e de Santa Catarina. Neri Geller também
anunciou a liberação de mais R$ 100 milhões para a realização de leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) para o trigo. Os leilões serão feitos já na próxima semana. O secretário de Política Agrícola pediu ainda a representantes do setor que encaminhem sugestões para a elaboração do novo Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018. “Solicitei que apresentem sugestões para a política do trigo, a fim de que sejam avaliadas para incluir no próximo Plano Safra”, informou Geller.
Banco do Brasil fechou 217 agências bancárias desde o anúncio de reestruturação O Banco do Brasil já fechou 217 das 402 agências bancárias previstas para encerrar as atividades até março deste ano. A redução da estrutura física de atendimento faz parte do plano de reestruturação anunciado pelo banco em novembro do ano passado. Um mês antes, a instituição havia comunicado o
fechamento de 51 agências. A reestruturação também prevê a transformação de 379 agências em postos de atendimento e a extinção de 31 superintendências regionais. Apenas com a reorganização, o Banco do Brasil espera economizar cerca de R$ 750 milhões, recursos que planeja investir parcialmente na expansão e
melhoria do atendimento digital. Segundo o banco, o número de correntistas que usam computadores e celulares para realizar operações bancárias básicas é cada vez maior, e a economia com o redimensionamento da estrutura física permitirá que as operações sejam readequadas conforme o novo perfil dos clientes.