Fatos & Notícias Ed. 201

Page 1

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Ano VII - Nº 201

01 a 07 de maio/2017 Serra/ES

Distribuição Gratuita

fatos & notícias www.facebook.com/jornalfatosenoticias.com.br

Paquistanesa de 13 anos MinC abre inscrições Rio some repentinamente cria projeto para ler um para o edital MoWBrasil no Canadá e intriga 2017 PÁG. 3 livro de cada país PÁG. 3 cientistas PÁG. 7 Fundação Maurício Grabois

Parque Tecnológico de Itaipu

desenvolve pesquisas em PTI/DIVULGAÇÃO

eletricidade e recursos hídricos

Câmara aprova MP que prorroga concessões de portos, aeroportos e ferrovias PÁG.10 HAROLDO C. FILHO

Pág.4

Brasil perde 20% de seus mangues em 15 anos PÁG.2 Fumar enfraquece gene que protege as artérias PÁG.8 A área total do parque é de 50 mil metros quadrados e recebe, diariamente, cerca de cinco mil pessoas PÁG.6

Novo medicamento para pacientes com HIV será testado em Manaus PÁG.8

Yuriko Nakao/Bloomberg

Aquecimento dos oceanos pode levar a colapso rede alimentar marinha PÁG.7


2 MEIO AMBIENTE 01 a 07 de maio de 2017

fatos & notícias

Brasil perde 20% de seus mangues em 15 anos, mas Mata Atlântica começa a regenerar DIVULGAÇÃO/SOSMA

O maior esforço já feito de mapeamento da cobertura vegetal do Brasil traz algumas más notícias: em apenas 15 anos, entre 2001 e 2015, o País perdeu 20% de sua área de manguezais, em parte destruídos pela expansão urbana. O Pantanal, bioma brasileiro mais preservado, assiste a uma conversão da vegetação natural, onde o uso de pastagens naturais é alterado para pastagens plantadas com vegetação exótica – 13% da área (incluindo gramíneas e florestas) viraram pasto no mesmo período. E o Cerrado t e v e p e r d a s proporcionalmente três vezes mais elevadas do que a Amazônia. Mas há também esperanças: a quase extinta Mata Atlântica passa por um renascimento, tendo ganho 2,5 milhões de hectares (o equivalente a quase uma Bélgica) neste século. Os dados, inéditos, foram revelados pela segunda coleção de mapas do MapBiomas (Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil), iniciativa do Observatório do Clima em colaboração com 18 instituições, entre universidades, ONGs e empresas de tecnologia. Os mapas, lançados na sextafeira (28) em Brasília, mostram como o território brasileiro se transformou ao longo do século XXI, com imagens de satélite que vão de 2000 a 2016. A nova série de mapas permitirá pela primeira vez acompanhar a evolução da ocupação do território em todos os biomas brasileiros ao mesmo tempo – hoje essa informação só está disponível para a Amazônia e para a Mata Atlântica e, de dois em dois anos, para o Pantanal – e calcular com maior precisão as emissões de gases de efeito estufa dele resultantes. Mas também possibilitará saber quanta floresta está se regenerando no Brasil, informação crucial para monitorar o cumprimento das metas nacionais no acordo do clima de Paris (a NDC). A volta gradual da floresta atlântica é um exemplo. O bioma, que teve sua cobertura original reduzida a 12,5%, cresceu de 276 mil quilômetros quadrados em 2001 para 301 mil quilômetros quadrados em 2015.

O Estado campeão de regeneração foi o Paraná, que ganhou 5 mil quilômetros quadrados de mata, principalmente por recuperação de áreas de preservação permanente, como margens de rios. Mas quem ganhou mais mata em relação à área total do Estado foi o Rio de Janeiro: 17,8% de florestas a mais em 2015 em comparação com 2001 (um crescimento de 10 mil para 12 mil quilômetros quadrados). “Não é que exista uma grande área de recuperação; são áreas pequenas, que foram abertas no passado para agricultura ou pastagem e foram abandonadas ou por serem inadequadas (relevo, solo, isolamento, etc.) e não sustentar atividades agropecuárias, ou por causa da migração da população rural para as grandes cidades, ou para atender a Lei da Mata Atlântica, de 2006, que estabeleceu proteção especial ao bioma. Essas florestas estão começando a voltar, em parte naturalmente e, em partes isoladas, induzidas por diversas iniciativas”, diz Marcos Reis Rosa, da ArcPlan, coordenador de Mata Atlântica e Pantanal do MapBiomas. O crescimento de florestas secundárias na Mata Atlântica está longe de significar que o bioma esteja salvo: o desmatamento nas

matas primárias permanece, em taxas relativamente menores, mas ainda inaceitáveis para um bioma do qual já resta pouco de cobertura original. Mesmo assim, trata-se de uma boa notícia, já que florestas secundárias sequestram carbono (mitigando o aquecimento global), protegem fontes de água e criam corredores entre fragmentos. A mesma sorte não teve o Pantanal. No período observado, a maior planície alagável do mundo perdeu 14 mil quilômetros quadrados, com a vegetação natural caindo de 86% para 73%. O Pantanal era muito preservado por ter grandes extensões de pastagens naturais, onde o gado convivia com a vegetação nativa. Neste século, porém, foi intensificada a derrubada de áreas de mata, as chamadas “cordilheiras”, para a plantação de pastagens e intensificação da pecuária. Outro dado que surpreendeu os pesquisadores foi a perda dos manguezais: no período de 2001 a 2015, eles tiveram redução líquida de 20% no País. Entre os culpados estão a expansão urbana e o assoreamento de estuários. O mangue é um ecossistema insubstituível. Primeiro, por servir de

berçário a espécies de peixes, crustáceos e moluscos que mantêm a economia de várias regiões brasileiras. Segundo, por proteger a costa contra o efeito da elevação do nível do mar, um dos piores impactos do aquecimento global. Os manguezais são uma barreira natural contra as ressacas, que já estão mais fortes e devem ficar ainda piores ao longo deste século. O MapBiomas também deve ajudar a solucionar uma questão que perturba a comunidade científica brasileira há tempos: que é o desmatamento anual no Cerrado, segundo maior bioma brasileiro e palco principal da expansão da nossa fronteira agrícola. Devido às características do bioma, formado por florestas, savanas e campos abertos, o Cerrado tem desafiado as medições por satélite, já que nem sempre essas formações são facilmente mapeadas. A equipe do MapBiomas já conseguiu estimar as perdas nas áreas de Cerrado arbóreo e de savana, que cobrem 74% da área do bioma. “É um esforço inédito nesta escala e nesta abrangência”, disse Ane Alencar, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), que coordena a equipe responsável pelo Cerrado no MapBiomas. No período de 2001 a 2013, a perda total em savanas e florestas do Cerrado foi de 6.700 quilômetros quadrados por ano, em média, o que dá um total acumulado de 8% de perda em relação à área total dessas duas formações. É uma taxa três vezes mais rápida do que na Amazônia, se comparada ao total remanescente do bioma (o Cerrado restante tem um terço do tamanho da Amazônia). Segundo Alencar, além da perda de carbono e da erosão da biodiversidade – o Cerrado é a savana mais biodiversa do planeta –, o desmatamento verificado nas áreas florestais do bioma também pode impactar o abastecimento de água. “O papel das florestas no Cerrado é resguardar os mananciais, já que todas as principais bacias do País têm nascentes no bioma. O desmatamento nessas florestas tem impacto direto na segurança hídrica.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br Representante Comercial: MÁRCIO DE ALMEIDA comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3070-2951 / 3080-0159 / 99620-6954 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES CNPJ: 18.129.008/0001-18

fatos & notícias

Filiado ao Sindijores

Impressão Metro

"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília

Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores


01 a 07 de maio de 2017

O SURGIMENTO

DO SABONETE Harley Procter é o inventor do sabonete Harley Procter, em 1878, em espuma, apresentava chegou à conclusão que a textura uniforme e aroma fábrica de vela e sabão suave. Um trabalhador da fábrica herdada de seu pai deveria inovar seus produtos e que tinha a função de alcançar um lugar de o b s e r v a r o s t a n q u e s d e s t a q u e d i a n t e d o s contendo sabão paralisou consumidores para, assim, sua atividade para fazer sua concorrer com os sabões refeição (almoço), mas não finos e corrosivos vindos de desligou a máquina que o u t r o s p a í s e s . REPRODUÇÃO Pensando nisso iniciou a fabricação de um novo sabão que possuía característica singular em relação aos outros, esse novo produto tinha textura delicada e cremosa, era branco e com fragrância. A sua empresa era responsável por fornecer fazia a mistura, e, em sabão ao exército, então, o decorrência do descuido químico James Gamble, houve um acréscimo extra primo de Procter, conseguiu de ar no sabão, depois do elaborar a fórmula e fabricar ocorrido o material que o que inicialmente era deveria ser descartado foi chamado de sabão branco, lançado nas formas para este possuía característica g a n h a r c o n s i s t ê n c i a e agradável, era abundante seguiu para o local do corte. Ao chegar ao consumidor

houve grande satisfação, pois a quantidade de ar presente no sabão não permitia que ele afundasse. A fábrica recebeu milhares de cartas pedindo mais do produto. Quando descobriram que o desenvolvimento do sabão ocorreu de forma involuntária, em um ato acidental, Procter pediu que a partir daquele momento fosse inserida uma quantidade maior de ar. Nesse mesmo momento Thomas Edison estava obtendo sucesso com seu invento, a lâmpada elétrica, Procter percebeu que o comércio de velas iria acabar por causa da nova invenção, e decidiu, então, focalizar seus esforços na promoção do novo sabonete.

Eduardo de Freitas Equipe Brasil Escola

Inscrições abertas para o edital MoWBrasil 2017 REPRODUÇÃO/MinC

O edital MowBrasil 2017, que busca proteger e estimular o acesso a acervos documentais de interesse nacional, está com inscrições abertas até 31 de julho. A iniciativa, do Ministério da Cultura (MinC) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), selecionará 10 conjuntos

documentais – de textos, audiovisuais, iconográficos ou cartográficos – para possível nominação no Registro Memória do Mundo. Podem participar pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, de caráter individual ou em grupo. Os documentos inscritos deverão ter relevância para a memória coletiva da

sociedade brasileira e serão avaliados pelo Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da Unesco (MOW Brasil). O comitê levará e m consideração o impacto e o significado do documento para a história e a cultura brasileira. Outros critérios são integridade, acessibilidade, autenticidade, unicidade e originalidade do documento. O envio dos documentos para inscrição deve ser feito p a r a o e - m a i l :

CULTURA 3 fatos & notícias

Paquistanesa de 13 anos cria projeto para ler um livro de cada país Aisha Esbhani já leu obras de 80 países, incluindo o Brasil REPRODUÇÃO FACEBOOK

Tudo começou em março de 2016. "Eu olhei para minha prateleira e notei que algo estava faltando”, conta Aisha Esbhani, paquistanesa de 13 anos, da cidade de Karachi. Depois disso, a menina decidiu ler uma obra de cada país do mundo, para conhecer autores e culturas diferentes, já que a maioria de seus livros vinham dos Estados Unidos ou do Reino Unido. A garota se inspirou em Ann Morgan, que também fez esse desafio, mas, diferente de Morgan, Aisha não estipulou um tempo limite para o desafio: “Quero explorar cada país, não apenas ler o livro”, afirma ela à Galileu. Para escolher as obras, Aisha criou uma página no Facebook, onde busca dicas de leitores de todo o mundo. Além disso, seus pais dela sempre se certificam de que o livro é apropriado para sua idade. “Se eu posso escolher, opto por ficções de guerra e não ficções, já que esse é meu gênero preferido”, diz a paquistanesa. Entretanto, não é tão fácil encontrar livros de todos os países no Paquistão. “Conheço apenas duas livrarias que têm livros de outros países (mas apenas de alguns), e, agora, depois de completar 80 nações, não consigo achar mais nada”, revela a leitora. Além disso, não é fácil comprar pela internet, já que muitas lojas não entregam ou cobram um frete muito alto para entregar as encomendas em seu país. Por isso, Aisha

desenvolveu um esquema: “Encomendo os livros e peço para entregarem na casa de algum parente ou amigo que virá para o Paquistão em breve”. A “turnê” de Aisha já passou pelo Brasil. Daqui, ela leu O alquimista, de Paulo Coelho: “Sempre me disseram que ele é um ótimo escritor, mas eu nunca tinha tido a oportunidade de ler. (...) Confie em mim, é um dos melhores livros já escritos!”, afirma a garota. Ela também diz que pretende ler mais livros brasileiros, mas só depois que completar seu desafio. Além disso, Aisha quer ler autores não tão populares: “Quero apreciar todos aqueles autores que merecem mais atenção do que recebem!”.

A garota já leu muitos clássicos, como O sol é para todos, da americana Harper Lee, e Cem anos de solidão, do colombiano Gabriel García Márquez. Agora ela está lendo o grego Seven lives and one love: memoirs of a cat (Sete vidas e um amor: memórias de um gato, em tradução livre), de Lena Divani. Sua indicação para o público brasileiro é um livro do Paquistão: The Wandering Falcon (O falcão errante, em tradução livre), de Jamil Ahmad. Para Aisha completar o desafio ainda faltam 117 livros. "Sei que esse é um número muito alto, mas estou determinada a alcançar minha meta”, conclui a paquistanesa.

candidaturamowbrasil@arq uivonacional.gov.br em formato digital e deve seguir características especificadas no edital. É o b r i g a t ó r i o o preenchimento do formulário de candidatura. Ao candidatar-se, o interessado autoriza o uso, para divulgação do Programa Memória do Mundo, de duas imagens, 30 segundos de áudio ou 3 minutos de imagem em movimento. As candidaturas aprovadas à nominação ao Registro Memória do

Mundo do Brasil de 2017 serão divulgadas até o dia 6 de outubro de 2017. O resultado final das candidaturas aprovadas será afixado em forma de extrato de ata, no quadro de avisos do hall principal do edifíciosede do Arquivo Nacional (prédio P), na cidade do Rio de Janeiro, e estará disponível no portal da instituição, na seção Memória do Mundo. Em 2016, o acervo de 458 trabalhos que pertenceu a um dos mais ativos pesquisadores sociais e etnográficos do País, o

médico Arthur Ramos, escrito entre 1926 a 1949, foi um dos premiados. A coleção pertence desde 1956 à Biblioteca Nacional, instituição vinculada ao Ministério da Cultura. O vasto arquivo contém correspondência do titular e de terceiros, recortes de jornais, folhetos, fotografias, originais manuscritos, pesquisas e estudos sobre educação, medicina legal, psiquiatria, psicologia, sociologia, antropologia, folclore e etnografia.

AISHA ARIF ESBHANI

(Revista Galileu)

(MinC)


4 EDUCAÇÃO 01 a 07 de maio de 2017

fatos & notícias

A dor de encarar que não poderemos proteger nossos filhos da dor – Um relato pessoal Parte I

Lembro-me que quando engravidei meu casamento já não era maravilhoso, estávamos juntos há quase nove anos e já tínhamos vivido muitas idas e vindas. Nossa última separação havia ocorrido apenas dois meses antes da gravidez, e tinha sido a mais longa de todas, ficamos afastados por mais de um mês. Em meu íntimo eu sabia, aquele relacionamento já havia acabado, mas eu insistia, eu voltava por muitos motivos, por insegurança, por achar que os casamentos eram todos mais ou menos do mesmo jeito, mas, principalmente, porque eu tinha medo de não conseguir ser mãe. Eu já estava com 35 anos, e há 10 anos tentava engravidar sem sucesso, após um aborto espontâneo de uma gravidez gemelar. Eu nunca me envolvi com facilidade, e não teria coragem de engravidar de alguém com quem não tivesse uma história. Enfim, eu imaginava que aquele relacionamento era minha única chance de ser mãe. Ele também sonhava em ser pai e, eu ainda sonhadora, acreditava que, se sozinhos sempre conseguíamos superar as crises, com um filho seríamos ainda mais fortes e nosso casamento iria se transformar. Mais uma mentira que eu contava diariamente para mim, nós nunca superamos as crises, eu

REPRODUÇÃO/UOL

K A

apenas voltava e me anulava, me calava e seguia ignorando as coisas que me chateavam apenas para evitar os conflitos, que eram cada vez piores. Enfim, eu errei. Errei feio, mas não tenho mais como mudar essa história. Depois de me submeter a uma cirurgia bariátrica (pois os médicos diziam que eu não engravidava devido ao sobrepeso) e checar que minha fertilidade estava em dia, eu apenas aguardei. Quando eu suspeitei que estivesse grávida, comentei com ele e veio meu primeiro balde de água fria, ele simplesmente respondeu: “Que nada, você

não engravida!”. Aquilo doeu. Mas, para minha felicidade, o exame deu positivo. Enfim eu seria mãe! Nós teríamos a nossa família, e tudo seria melhor, estaríamos completos. Eu estava tão feliz, que não podia me conter, mesmo assim, esperei pacientemente os três primeiros meses passarem porque temia passar por mais um aborto espontâneo. E eles passaram, minha pequena estava bem! Sim dessa vez daria certo, ela viria! Durante a gravidez as coisas não mudaram muito, meu ex-marido não foi participativo, ele sequer comprou um sapatinho para a

bebê, nem quando eu tive um sangramento ele me socorreu, pois não podia sair da empresa trinta minutos antes do fim do expediente e, pasmem, ele não estava lá quando ela nasceu. Chegou ao hospital quatro horas depois do nascimento. Foi dureza quando eu disse que a médica havia sido muito estúpida comigo e ele me acusou de ter provocado, foi dureza não ter tido o parto normal, foi dureza no puerpério ele não me ajudar sequer a levantar devido às dores da cesárea. Mas, apesar de tudo eu nunca estive tão feliz. Então veio a maternidade, e ela me deu uma força descomunal, me deu coragem, me devolveu a vida! Sim eu resolvi ajeitar tudo, resolvi que não poderia ter mais pendências, que precisava me refazer, que precisava ser o melhor modelo que minha filha poderia ter e cá estou nesse processo doloroso, mas decidida. E essa parte que estou contando é só uma fatia de tudo que está acontecendo comigo... A fatia chamada pai.

Karin Alessandra Pereira CRP 16/1164 Psicóloga formada pela PUC/SP Especialista em Avaliação Psicológica - IPOG Mãe de Maria Beatriz

MEC prorroga renovação de contratos do Fies 2017 RICARDO MATSUKAWA/VEJA.COM

O Ministério da Educação (MEC) prorrogou em um mês o prazo para renovações dos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Agora, o processo, que estava previsto para terminar em 30 de abril, pode ser feito até 31 de maio pela internet, conforme anunciado no

Diário Oficial da União (DOU) da última sexta-feira (28). A renovação, feita na página do SisFies, o sistema do programa, vale somente para contratos formalizados até 31 de dezembro de 2016. O aditamento teve início em 16 de janeiro, logo após as instituições de ensino superior privadas inserirem

os dados cadastrais do aluno no SisFies. A expectativa do MEC é que 1,3 milhão de estudantes renovem os contratos. O processo é obrigatório e acontece semestralmente, podendo ser feito de duas formas: a simplificada – caso não seja necessário alterar nenhuma informação cadastral, bastando apenas a validação no SisFies – e a não simplificada, quando houver alterações nas cláusulas do acordo firmado, como mudança de f i a d o r. N e s t e c a s o , o estudante precisa levar as documentações necessárias na instituição de ensino para finalizar a renovação.

Fies O Fies oferece financiamento de cursos

superiores em instituições privadas a uma taxa de juros de 6,5% ao ano. O percentual do custeio é definido de acordo com o

comprometimento da renda familiar mensal bruta per capita do estudante, que só começa a pagar a dívida após a formatura.

Atualmente, mais de dois milhões de alunos participam do programa. (VEJA)


POLÍTICA 5 01 a 07 de maio de 2017

JORGE PACHECO Lula afirma que será candidato e que mercado financeiro deve temer sua volta

Meus Amigos, permitam-me registrar nesta minha página política, no nosso Fatos & Notícias, a entrevista concedida pelo expresidente Luiz Inácio Lula da Silva ao jornalista Kennedy Alencar, do SBT, na segunda-feira, (01). Na entrevista Lula respondeu as acusações de Emílio e Marcelo Odebrecht afirmando, categórico, que o mercado financeiro “pode temer, sim”, a volta dele ao poder, caso vença a eleição de 2018. “O mercado pode temer sim, sabe por quê? Porque o Banco do Brasil vai voltar a ser banco público, porque a Caixa Econômica vai voltar a ser banco público, porque o BNDES vai voltar a ser banco público. Eles têm que saber disso, têm que saber disso. Esses bancos salvaram a economia em 2009”. Indagado se haverá responsabilidade fiscal num eventual novo governo, Lula respondeu: “Responsabilidade é comigo. Eu provei o quanto eu diminuí a dívida pública, eu provei o quanto a economia brasileira cresceu. (…) Não aceito lição de moral de banqueiro sobre responsabilidade fiscal. Quem não tem responsabilidade são eles, que cobram a taxa de spread do cartão de crédito que eles cobram”. O ex-Presidente afirmou também, que terá “condições jurídicas de ser candidato” em 2018. Ele declarou: “Eu serei candidato. E lhe direi mais: eu agora quero ser candidato. É importante. Eu agora quero ser candidato a presidente da República. Porque, na situação em

que o País está, sem nenhuma falta de modéstia, as pessoas sabem que eu sei, as pessoas sabem que eu já fiz, e as pessoas sabem que eu posso consertar este País”. Questionado se não haveria erro ético em empreiteiras fazerem obras em bens utilizados por ele e que isso seria um agrado ou vantagem indevida, Lula r e s p o n d e u : “Primeiro, não foi um agrado porque eu não tive agrado. Primeiro, não houve. Segundo, se eu for candidato, eu vou ser julgado pelo povo. O julgamento do povo, para mim, é sagrado”. Lula disse que não faria “barganha” com o juiz federal Sérgio Moro para reduzir número de testemunhas de defesa. Afirmou que, se necessário, se mudaria para Curitiba. O petista considera que a Lava Jato seria refém “dos meios de comunicação”. Disse que o Ministério Público inventou mentiras e que continuaria mentindo a respeito dele, sem apresentar provas de eventuais crimes. Negou ter tratado com Emílio Odebrecht de doações para o PT. Afirmou ser “surreal” a acusação de que a Odebrecht manteria conta interna para atendê-lo. Para Lula, prisões em Curitiba equivaleriam a um método de tortura a fim de conseguir delações. Ele disse não ter preocupação com eventual delação do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci Filho. Segundo Lula, por ora, o prefeito de São Paulo, João Dória, mostrou “pirotecnia” para governar e terá obstáculos para ser candidato a presidente. Disse que haveria espaço para conversar com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas não com o presidente Michel Temer. P a r a L u l a , Te m e r n ã o t e v e “compromisso” com a democracia ao apoiar o impeachment de Dilma. Aí está amigos leitores, façam as suas avaliações!

*

Previdência: déficit de R$ 426,07 bi

fatos & notícias

Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista

e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com/ jornalfatosenoticias.es@gmail.com

Empresas respondem por quase três vezes esse total A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional fez um levantamento onde foi apurado que os devedores da Previdência Social acumulam dívida de R$ 426,07 bilhões. O valor é quase três vezes superior ao atual déficit da categoria, que fechou 2016 em R$149,7 bi. A lista dos nomes que apresenta débito com a Previdência Social tem a relação de mais de 500 empresas – privadas, públicas, fundações, governos estaduais e prefeituras. Entre as companhias citadas pela Procuradoria estão também empresas que não prestam mais serviços, como a Varig, que quebrou em 2006. A companhia é responsável por liderar a lista, com dívida de R$ 3,713 bilhões. A segunda empresa que mais deve é a JBS, com R$ 1,8 bilhão. A Vasp, que não funciona desde 2005, também foi citada, e contém um débito de mais de R$ 1,5 bilhão. A extinta TV Manchete está relacionada entre as empresas devedoras com débito de R$ 336 milhões. Já a mineradora Vale deve R$ 275 milhões. E mais, só no FGTS, quase 200 mil empresas não fizeram pagamentos a funcionários. Bancos A Caixa Econômica Federal, de natureza pública, deve aproximadamente R$ 550 milhões à Previdência. O antigo Banco do Ceará (Bancesa) tem o compromisso de pagar uma dívida de R$ 1,683 bilhão. Já o Bradesco, o Banco do Brasil e o Itaú FOTOS: JRP/INTERNET

Unibanco têm débito de respectivamente, R$ 465 milhões, R$ 208 milhões e R$ 88 milhões. O coordenador-geral da Dívida Ativa da União, Cristiano Lins de Moraes frisa que muitas dessas dívidas colossais tiveram início ainda na década de 1960. Em

declaração, o procurador da Fazenda Nacional, frisou que existem variações entre os tipos de devedores, e que reconhece que há sim situações de fraude, crimes de sonegações e esquemas sofisticados. As ações na Justiça são o principal meio que a Procuradoria-geral da Fazenda Nacional tem usado para recuperar o déficit. Em 2016, o setor conseguiu resgatar cerca de 1% do total devido, aproximadamente R$ 4,150 bi. Outro meio utilizado pela Procuradoria é a elaboração de projetos para agilizar o pagamento. Mas Moraes afirma que programas de parcelamento de dívidas públicas de estados e prefeituras atrasam o pagamento dos débitos. Outro lado A assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal comunicou que a instituição paga sempre no prazo as contribuições previdenciárias. Entretanto, ressalta que questiona as cobranças realizadas por processos judiciais movidos por empregados. A JBS informou que está disposta a saldar a dívida com créditos que acumula na Receita Federal. Assim como a Caixa, a empresa também questiona o sistema, que impede que a troca ocorra, o que tem gerado multa. Em nota, a mineradora Vale afirmou que pretende usar a justiça para obter o atestado de “Regularidade Fiscal” e se mostra confiante em suas argumentações. O Banco do Brasil esclareceu que recorreu da decisão do Tribunal de Contas da União, uma vez que “o processo de tomada de contas especiais promovida pelo TCU, em 1992, que entendeu serem indevidos os valores auferidos pela rede bancária nos meses de novembro e dezembro de 1991”. Já o Bradesco informou que “não comenta o assunto sob análise administrativa ou judicial dos órgãos responsáveis”. Varig, Vasp, Bancesa e TV Manchete e também o Itaú não se manifestaram. Se eles todos liquidassem seus débitos com o Governo estaríamos amargando esta crise... SIM OU NÃO?

*

Reforma da Previdência em Destaque Agentes penitenciários invadiram Plenário reivindicando aposentadoria especial

Pegou fogo os debates do plenário da Câmara Federal, na terça-feira (03), quando foram iniciadas as discussões sobre a Reforma da Previdência, com insultos, palavrões e quase agressões físicas. Uma Vergonha! Os agentes penitenciários invadiram plenário para reivindicar aposentadoria especial para a categoria; invasão gerou tumulto e policiais usaram spray de pimenta para conter manifestantes, que invadiram o plenário da comissão quando os deputados votavam emendas ao relatório da reforma da previdência. Eles queriam ser incluídos na mesma regra para policiais federais, que prevê aposentadoria a partir dos 55 anos. Pelo texto do relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), os agentes penitenciários ficariam incluídos nas regras gerais dos servidores, com idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres. Gritaram palavras de ordem! “Não temos condição de continuar a votação nesta quinta. Vou pedir para a segurança ser reforçada porque os deputados não têm condição de votar uma matéria coagidos. Vai ficar para a semana que vem”, disse o deputado. Mais tumulo com os policiais usando spray de pimenta para conter manifestantes. Na retomada dos trabalhos, o PSDB voltou atrás e decidiu orientar pelo voto contrário à emenda. Com isso, o PTB, autor da emenda, decidiu retirar a emenda de votação por entender que não conseguiria votos suficientes para aprová-la. Eles estão cobertos de

razão... E... Vida que segue!


TECNOLOGIA 6 01 a 07 de maio de 2017

fatos & notícias

Parque Tecnológico de Itaipu é importante para o desenvolvimento do País, segundo ministro Pesquisas no local envolvem temas como eletricidade e recursos hídricos DIVULGAÇÃO/PTI

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC), Gilberto Kassab, visitou nesta segunda-feira (1º) o Parque Tecnológico Itaipu (PTI), localizado nas instalações da usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR). Ao conhecer os centros de pesquisa e os laboratórios, ele afirmou que o PTI é fundamental para o desenvolvimento não só da região Oeste do Paraná, mas de todo o Brasil. Ele sinalizou a possibilidade de intensificar as parcerias entre o MCTIC e o parque tecnológico. Durante a visita, Kassab conheceu iniciativas do PTI v o l t a d a s a o desenvolvimento da região. Entre elas, os programas de Educação e Extensão; o Centro Internacional de Hidroinformática (CIH); a Incubadora Santos Dumont;

o programa Oeste em Desenvolvimento e o modelo de turismo sustentável do Complexo Turístico Itaipu (CTI). O diretor superintendente do parque, Juan Carlos Sotuyo, aproveitou para pleitear recursos para a criação do Instituto Nacional das Águas, projeto que chegou a ter um acordo de cooperação assinado com o ministério em 2010, mas que não teve seguimento. O objetivo do Instituto é promover a cultura da água, em sua dimensão vital e social, e o desenvolvimento científico e tecnológico em temas ligados aos recursos hídricos, articulando, fomentando e executando estudos, pesquisas e desenvolvimento de soluções. "É um projeto que já tem alguns anos e estava sem dar

encaminhamentos. Esperamos que em curto espaço de tempo tenhamos o Instituto Nacional das Águas no PTI", disse Sotuyo. Na sequência, Gilberto Kassab percorreu as instalações do Centro de Estudos Avançados em Segurança de Barragens (Ceasb); o laboratório multiusuário Enedina Alves Marques; o projeto de Baterias de Sódio e o Laboratório de Automação e Simulação de Sistemas Elétricos (Lasse). Ele aproveitou para posar para fotos no Twizy, veículo elétrico de uso compartilhado pelos funcionários da Itaipu, gerenciados e monitorados pelo projeto Mob-i.

Sobre o PTI Instalado inicialmente nos

antigos alojamentos dos operários que construíram a usina de Itaipu e em outros prédios, o Parque Tecnológico Itaipu abriga três universidades públicas,

nove instituições de pesquisa e agências de desenvolvimento (nacionais e internacionais), 26 empresas privadas e 55 laboratórios e centros de

pesquisa. A área total do parque é de 50 mil metros quadrados e recebe, diariamente, cerca de cinco mil pessoas. (MCTIC)

Empresa cria “Facebooks particulares” App de jovens de Hong Kong ajuda para marcas falarem com fãs vítimas de tráfico humano Times e influenciadores digitais podem falar diretamente com o público e monetizar a audiência

Manter contato com fãs na internet pode ser um desafio, com tantas redes sociais diferentes que restringem o alcance ao consumidor final. Por isso, a FanHero desenvolve aplicativos para marcas que funcionam como um Facebook particular para cada uma delas e oferece métodos de monetização. Fundada nos Estados Unidos, a empresa já realizou testes no Brasil

POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL

com um app do time de futebol Vasco. Segundo dados recebidos por Exame.com, entre os usuários que baixaram o aplicativo, 74% criaram contas para se relacionar com o clube. O canal já é visto como uma fonte de informações sobre o clube, segundo a empresa. No exterior, a FanHero tem aplicativos para o time de futebol Orlando City Soccer Club e para Abraham

B e n j a m i n d e Vi l l i e r s , jogador sul-africano profissional de críquete. Nos seus apps, as marcas podem mandar mensagens diretamente para os smartphones de seus fãs, bem como realizar transmissões ao vivo, disponibilizar vídeos e conteúdos de interesse do público. Com esses recursos, o foco da FanHero é em times de futebol e influenciadores de internet.

(Exame)

Programa permite às vítimas do tráfico humano recolher e armazenar as provas dos ataques a seus direitos KRISTINA JOVANOVIC/THINKSTOCK

Três alunos de 12 anos de uma escola de Hong Kong projetaram um aplicativo para telefones celulares que permite às vítimas de tráfico humano recolher e armazenar evidências de maus-tratos até que encontrem a forma e o momento de ir à polícia. O jornal “South China Morning Post” publicou a história desses meninos, da Escola Internacional de Canadá em Hong Kong, que se inspiraram na situação vivida por milhares de trabalhadores do lar na cidade. “Pensamos que, devido à maioria das vítimas do tráfico de pessoas em Hong Kong serem ajudantes domésticos, poderia fazerse um aplicativo para ajudálos”, disse um dos meninos,

Yuan Tseng. O programa se chama Safe House Smartphone e permite às vítimas do tráfico humano recolher e armazenar as provas dos ataques a seus direitos. Uma de suas funções se chama “evidência” e com ela a vítima “pode escrever um problema como 'não há comida suficiente' e depois fazer uma foto “que o mostre”, explicou Jem Wilson, outro dos criadores. Outra das funções é o “registro de pagamento,

pelo qual a pessoa escreve quanto recebe e a data”. Segundo um estudo publicado no ano p a s s a d o p e l a organização local de direitos humanos Justice Center, um de cada seis ajudantes domésticos em Hong Kong foi vítima de trabalhos forçados. Se calcula que nesta cidade haja cerca de 330 mil trabalhadores do lar. Os alunos, que criaram o aplicativo como parte de um trabalho escolar, disseram que queriam acrescentar mais funções, melhorar seu projeto e colocá-lo nos portais virtuais de downloads de aplicativos para que os trabalhadores domésticos possam começar a usá-lo. (Exame)


01 a 07 de maio de 2017

CIÊNCIA 7 fatos & notícias

Desaparecimento repentino Aquecimento dos oceanos de rio no Canadá assusta pode levar a colapso rede cientistas alimentar marinha Trata-se do primeiro caso conhecido de "pirataria fluvial" nos tempos modernos por influência das mudanças climáticas

A elevação dos níveis de CO2 nos oceanos pode desencadear importantes consequências negativas para a vida marinha e, por extensão, para a sociedade

DAN SHUGAR/UNIVERSIDADE DE WASHINGTON TACOMA/REPRODUÇÃO

COMSTOCK/THINKSTOCK

Foto aérea de 2 de setembro de 2016 mostra a corrente de água ao longo do glaciar Kaskawulsh (à esq.) que está desviando fluxo de um rio para o outro Geralmente, são necessários milhões de anos para um rio desaparecer ou reverter seu curso natural. Mas para o rio Slims, no Canadá, quatro dias foram suficientes. Em artigo publicado na revista Nature Geoscience, cientistas descrevem o sumiço repentino do rio, em maio do ano passado, como o primeiro caso conhecido de “pirataria fluvial” nos tempos modernos por influência das mudanças climáticas, o que levanta preocupações. A pirataria de rios, também chamada de captura fluvial (do inglês “river capture” ou “stream piracy”), corresponde ao desvio natural das águas de

uma bacia hidrográfica para outra, processo que promove a expansão de uma drenagem em detrimento da vizinha. S e g u n d o o s pesquisadores, as altas temperaturas registradas na primavera passada contribuíram para um derretimento abrupto do glaciar Kaskawulsh, que alimenta o rio Slims, fenômeno que acabou gerando um novo canal de drenagem da água. Ao invés de fluir para o norte e alimentar o rio Slims (que se une ao rio Yukón e desemboca no mar de Bering), a água do degelo foi desviada para o sul, rumo ao rio Alsek, que deságua no oceano Pacífico,

um fenômeno geológico que normalmente levaria milhões de anos para acontecer. Anteriormente, os dois rios tinham quase o mesmo tamanho. Mas, agora, o rio Alsek — popular pela prática de rafting e considerado um Patrimônio Mundial da Unesco — está maior do que o rio Slims. “ P o d e m o s n o s surpreender com o que a mudança climática nos reserva e alguns dos efeitos podem ser muito mais rápidos do que esperamos”, disse o principal autor do estudo, Daniel Shugar, da Universidade de Washington, ao jornal The New York Times. (Exame)

Os seres humanos dependem fortemente de serviços fornecidos pelos oceanos, especialmente quanto aos alimentos e às indústrias, que surgem a partir disso. Atentos a essa relação, pesquisadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, simularam uma rede alimentar marinha para analisar como as mudanças climáticas poderiam afetar o futuro suprimento de peixes para alimentação humana e a biodiversidade naquele ecossistema. E o resultado não foi nada bom. A pesquisa, publicada no periódico científico Global Change Biology, revela que, embora o aumento esperado dos níveis de dióxido de carbono (CO2) até o final do século afete positivamente a produção de alimentos em vários pontos da cadeia, o aquecimento das águas dos oceanos cancelará esse benefício, causando estresse aos animais marinhos e evitando que eles usem de forma eficiente esses recursos abundantes para seu próprio crescimento e desenvolvimento. O resultado é uma rede alimentar em colapso. Diferentemente de pesquisas anteriores, que usavam apenas um sistema laboratorial simplificado centrado em um único nível d a r e d e a l i m e n t a r, o s

pesquisadores australianos criaram uma série de três níveis de redes alimentares para garantir um retrato mais apurado das relações de alimentação no ecossistema. Eles construíram cadeias alimentares baseadas em algas e ervas marinhas que usam luz solar e nutrientes para crescer, pequenos invertebrados que se alimentam das algas (como camarões) e, por fim, peixes que se alimentam de pequenos invertebrados. Para a comparação, foram usados doze grandes aquários com diferentes espécies para imitar as condições dos mares havaianos, incluindo habitats de recifes rochosos que simulam os movimentos de maré com correntes circulares. As redes alimentares dispostas nos aquários foram expostas aos níveis de acidificação e aquecimento previstos para o final deste século. Ao longo de vários meses, os pesquisadores avaliaram os processos básicos que operam em redes alimentares, como predação e crescimento de organismos. Em um primeiro momento, os pesquisadores observaram que as concentrações elevadas de dióxido de carbono aumentaram o crescimento

das plantas, garantindo mais alimento vegetal para os pequenos invertebrados, e, por tabela, para os seus predadores. Porém, o subsequente aquecimento das águas cancelou este benefício inicial, causando stress aos animais. Os pequenos invertebrados tiveram dificuldade em aproveitar com eficiência a “energia extra” das algas. Ao mesmo tempo, os peixes estavam ficando com mais fome a temperaturas mais altas e começaram a dizimar os pequenos invertebrados. Na prática, os pesquisadores descobriram que o aquecimento do oceano seria um estressor que tornaria as redes alimentares menos eficientes, neutralizando o efeito “fertilizante” do dióxido de carbono elevado e desequilibrando a relação entre predadores e presas. Dessa forma, a elevação da concentração do gás nos oceanos pode desencadear importantes consequências negativas para a vida marinha e, por extensão, para a sociedade. “As consequências para os ecossistemas marinhos provavelmente serão severas”, diz o professor Ivan Nagelkerken, que lidera as pesquisas. (Exame)


8 SAÚDE

01 a 07 de maio de 2017

fatos & notícias

Novo medicamento para pacientes com HIV será testado em Manaus As pessoas que vivem com HIV/Aids têm 40% a mais de risco de desenvolver doenças do coração. Uma pesquisa inédita no mundo vai testar um novo medicamento para prevenir o s p r o b l e m a s cardiovasculares deste grupo. O anúncio foi feito pela Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HDV), em Manaus. A instituição é a única da região Norte e uma das oito no País que vão participar do estudo, que é coordenado pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Segundo o diretor de Ensino e Pesquisa da Fundação, Marcus Lacerda, as pessoas com HIV estão morrendo mais por causa de infartos e derrames cerebrais do que de outras doenças. “O próprio vírus faz com que haja aumento de colesterol e triglicerídeos e destrói vasos. Ainda que esteja muito baixo no sangue, o vírus vai fazendo

alterações cardiovasculares. Além disso, as drogas para o tratamento do HIV também aumentam os triglicerídeos e o colesterol. Então, juntando a droga do coquetel com o próprio vírus, isso faz com que haja mais infartos”, disse. O novo tratamento consiste no uso de um medicamento chamado de Pitavastatina, que tem em sua composição a estatina, uma substância que é utilizada para o controle do colesterol. Segundo a diretorapresidente da FMT, Graça Alecrim, o diferencial é que o remédio não reduz a eficácia dos coquetéis usados por pessoas com HIV. “Hoje as pessoas de mais de 50 ou 60 anos tomam as estatinas para prevenir exatamente doenças cardiovasculares. E essa é uma nova estatina, que não vai interagir com as drogas próprias que tratam o vírus, para melhorar a situação cardiovascular desses pacientes”, ressaltou Graça Alecrim.

REPRODUÇÃO

Em todo o mundo, a expectativa é de que 6.500 voluntários, que têm o vírus, participem dos testes. Em Manaus, a previsão é de 150, que deverão ser acompanhados durante cinco anos. Segundo o diretor Lacerda, os voluntários ainda estão sendo recrutados. “As pessoas devem ter entre 45 e 70 anos de idade. Elas já têm que estar usando o coquetel para o HIV e podem nos procurar

diretamente aqui na Fundação de Medicina Tropical, para dizer que têm interesse em participar do estudo”, informou. Caso seja comprovada a eficácia do novo medicamento na redução dos riscos de doenças cardíacas, o Ministério da Saúde poderá incluí-lo na lista de medicamentos oferecidos de forma gratuita aos pacientes com HIV. “Temos a perspectiva de análises seriadas intermediárias e, na medida

em que observarmos que a droga é de fato muito eficaz, o estudo será interrompido e o Ministério da Saúde passará, então, a adquirir a Pitavastatina para ser usada pela população com HIV/Aids”, afirmou Lacerda. A pesquisa, chamada Estudo randomizado para prevenir eventos vasculares em HIV (Reprieve), também está sendo realizada em países como Estados Unidos, Porto Rico, África do Sul, Botswana e

Tailândia. O trabalho é financiado pelo National Heart Lung e Blood Institute, do National Institutes of Health (NIH). No Brasil, o projeto tem o apoio do Ministério da Saúde e é coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Centros de Pesquisa de São Paulo, Minas Gerais e da Bahia também participam do estudo. (Exame)

Estudo mostra que fumar enfraquece gene que protege as artérias Pesquisas sugerem uma explicação genética de como fumar pode levar ao endurecimento das artérias e, assim, causar doenças cardíacas Fumantes correm mais riscos de sofrer obstrução arterial porque o tabagismo debilita

um gene que protege estes importantes vasos sanguíneos, alertaram

cientistas americanos nesta segunda-feira (01). Suas descobertas apontam

a uma explicação genética de como fumar pode levar ao acúmulo da placa que endurece as artérias e causa doenças cardíacas, segundo informe divulgado na revista Circulation. “Este foi um dos primeiros grandes passos rumo à resolução do complexo quebra-cabeça das interações genéticoambientais que levam a doenças coronarianas”, disse o coautor do estudo, Danish Saleheen, professor assistente de bioestatística e epidemiologia da Perelm School of Medicine, da Universidade da

Pensilvânia. Os cientistas reuniram dados genéticos de mais de 140 mil pessoas, administrados em mais de duas dezenas de estudos anteriores, com foco particular em regiões do genoma previamente associadas com alto risco de acúmulo de placa nas artérias cardíacas. “Uma mudança em uma única 'letra' do DNA no cromossomo 15, perto do gene que expõe uma enzima (ADAMTS7) produzida nos vasos sanguíneos, foi associada com 12% de redução do risco em não

fumantes”, destacou o informe. “No entanto, os fumantes com a mesma variação tiveram apenas 5% menos risco de doenças coronarianas, reduzindo em mais da metade o efeito protetor desta variação genética”, indicou-se. Estudos científicos de acompanhamento mostraram que nas células que recobrem as artérias do coração humano, a produção da enzima ADAMTS7 diminuiu significativamente quando as células continham esta variante do DNA de uma única letra. (Exame)


o d n

Mu

a

a r o f

Havaí

9 01 a 07 de maio de 2017

fatos & notícias

"Os homens são simplesmente os guardiões que sustentam a vida e alimentam a alma da terra. Portanto, o "aina" é sagrado. A igreja da vida não está em uma construção, é o céu aberto, o oceano ao redor, a beleza do solo. . ."

George Helm, músico, surfista e mártir havaiano como tudo à sua volta. E é com esse espírito que é celebrado o memorial ao herói havaiano, Eddie

Aikau, que deu a sua vida para salvar seus companheiros que estavam a bordo da Hokule'a (uma

espécie de canoa havaiana). Aruanã Assis Flora Surfista amador

Ilha Oaho

Umas das canoas de celebração de dança das ilhas da Polinésia Oahu é uma ilha localizada no Oceano Pacífico. Ela é totalmente ocupada pelo Condado de Honolulu, onde se localiza a capital e maior cidade do Havaí. O melhor jeito de explorar, é conhecer o seu entorno e se situar e, para isso, nada melhor que um cooper. Ao raiar do sol, com o som dos pássaros nativos e o verde marcante da 99 Kamehameha Highway. Vo c ê p o d e f a z e r o percurso de Velzyland, passando por sunset beach, rock point, Pipeline, off the wall etc. E a lendária Waimea, fazendo um total de aproximadamente três quilômetros. A ciclovia é boa e segura e nela você encontra personalidades do mundo do surf, como Gerry

Lopez, lenda viva do surfe e, se você tiver sorte, poderá encontrar até o Jack Johnson, sua esposa e os dois filhinhos passeando de bike. Mas o dia está apenas começando. S e for na direção de Kahuku, você encontra o Polynesian Cultural Center, um parque temático incrível. Para conhecê-lo, deve-se reservar o dia inteiro. São atrações o dia todo, como por exemplo: Ocas enormes apresentando um pouco da cultura das ilhas do pacífico, como as Ilhas de Samoa, Fiji, Tonga, Taiti, Havaí e etc. Show com Danças típicas de sua ilha, em uma apresentação sobre canoas. Também tem Luau e tudo mais, imperdível!

Mas, se for no sentido contrário, você terá outro deslumbrante passeio. Você encontra o Waimea Valley. Uma floresta tropical que esconde um rio que deságua na Bahia de Waimea, um vale cercado de montanhas com uma diversidade de vegetação digna de cinema. O passeio é bonito e muito cultural. Têm ocas dos primeiros nativos da ilha, seus instrumentos de caça e etc. Ao final da caminhada você se surpreende com uma cachoeira belíssima, convidativa a um mergulho. O Waimea é tão espiritual que, nos dias de inverno, você escuta o verdadeiro espírito da baía "mana" com suas fortes ondas assolando, fazendo o solo tremer, assim

Aruanã em frente à placa com os nomes dos campeões de Pipeline


10 GERAL

01 a 07 de maio de 2017

fatos & notícias

Fundação Maurício Grabois

Câmara aprova MP que prorroga concessões de portos, aeroportos e ferrovias Os deputados aprovaram ainda a ampliação da possibilidade de arbitragem a todos os contratos e não apenas àqueles de parceria nos setores rodoviário, ferroviário e aeroportuário

Após vencer o chamado kit obstrução dos partidos de oposição, a base aliada do governo aprovou nesta terçafeira (2) a Medida Provisória (MP) 752/16, que estabelece a prorrogação e a relicitação de contratos de concessão com parcerias nos setores ferroviário e aeroportuário. Os destaques também foram aprovados na mesma noite e o texto segue para o Senado. Com a aprovação, a MP tem que ser votada e aprovada no Senado sem nenhuma modificação até quinta-feira (4). Se isso não ocorrer ela perderá a vigência e será arquivada. A medida prevê a prorrogação de contratos em funcionamento e a relicitação dos contratos de concessões de

rodovias, portos, aeroportos e ferrovias que não são devidamente cumpridos devido à incapacidade dos parceiros no cumprimento das obrigações assumidas. O texto aprovado estabelece que a relicitação se dá com a extinção amigável dos contratos de parceria e a celebração de novo ajuste n e g o c i a l p a r a o empreendimento, em novas condições contratuais e com novos contratados, mediante licitação promovida para esse fim. A MP tem o objetivo, na avaliação do governo, de estimular as agências reguladoras ou entidades competentes a incorporar novas tecnologias, serviços e até investimentos nos

contratos prorrogados ou relicitados, além de dar mais eficiência aos contratos e “ânimo” aos investimentos para evitar que fiquem paralisados. A oposição tentou de todas as formas regimentais impedir a votação da MP por entender que ela não atende aos interesses do País. Os oposicionistas criticaram o projeto por conceder benefícios àqueles que receberam as concessões e não cumpriram as exigências contratuais. Para o vice-líder da minoria, Henrique Fontana (PT-RS), a proposta é um “crime contra o setor ferroviário e desenha a anistia para quem não cumpriu contratos”. De acordo com Fontana,

durante a privatização da malha ferroviária, na década de 1990, foram transferidos 28 mil quilômetros de ferrovias para diferentes concessionários, dos quais, segundo o deputado, 16 mil quilômetros acabaram abandonados pelas empresas que venceram as licitações. “Eles

a s s i s t i r a m a o sucateamento de boa parte dessas ferrovias. E o governo quer prorrogar, dez anos antes de vencer a concessão, por mais 30 anos para esses mesmos concessionários”, disse. Pelo lado do governo, o relator, deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), defendeu a aprovação com o argumento de que

a medida trará mais investimentos aos três setores. “Essa medida provisória vai trazer ao Brasil dezenas de bilhões e vai extirpar todas as empresas que deram causa a não continuidade de obras, principalmente de concessões rodoviárias, e que estão hoje na Lava Jato”, disse.

texto dispositivo original da MP sobre contratos quanto ao caráter de exclusividade de seu objeto. Os deputados aprovaram ainda a ampliação da possibilidade de arbitragem a todos os contratos e não apenas àqueles de parceria nos setores rodoviário, ferroviário e aeroportuário. Um acordo com os

partidos de oposição possibilitou a aprovação da emenda que implica às concessionárias de rodovias federais, a responsabilidade expressa das concessionárias quanto a medidas relacionadas à segurança pública no trecho concedido, conforme diretrizes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Destaques Entre os destaques aprovados, estão o que retirou do texto a necessidade de o concessionário de ferrovias garantir uma capacidade mínima de transporte a terceiros (direito de passagem) quando da prorrogação de seus contratos. Também foi aprovado outro destaque do PMDB que retornou ao

(Agência Brasil)

Gilmar Mendes diz que não cabe a procurador pressionar o STF ANTÔNIO CRUZ/ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes criticou na terça-feira (2) o anúncio do Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba de nova denúncia contra o exministro José Dirceu na Operação Lava Jato. Durante o julgamento, em que a Segunda Turma do tribunal garantiu liberdade a Dirceu, Mendes disse que não cabe a procurador da República pressionar a Corte e classificou a apresentação da denúncia de "quase uma brincadeira juvenil". A força-tarefa de procuradores da Lava Jato no Paraná, chefiada pelo procurador Deltan Dellagnol, apresentou

nova denúncia contra o ex-ministro, na qual acusa Dirceu de receber R$ 2,4 milhões em propina. Durante entrevista coletiva, os procuradores citaram fatos que poderiam justificar a permanência de Dirceu na prisão. Ao comentar o caso, Gilmar Mendes disse que, se a Corte fosse ceder à pressão do MPF, deixaria de ser Supremo, a última instância do Judiciário. "Creio que hoje o Tribunal

está dando uma lição ao Brasil. Há pessoas que têm compreensão equivocada do seu papel. Não cabe a procurador da República pressionar, como não cabe a ninguém pressionar o Supremo Tribunal Federal, seja pela f o r m a q u e q u i s e r. É preciso respeitar as linhas básicas do Estado de Direito. Quando quebramos isso, estamos semeando o embrião do viés autoritário". No julgamento, por 3 votos a 2, a Segunda Turma do STF aceitou pedido de habeas corpus feito pela defesa de Dirceu e reconheceu que há excesso de prazo na prisão preventiva, que chega a quase dois anos. (Agência Brasil)


"Olhar de uma lente"

01 a 07 de maio de 2017

11 fatos & notícias

Descaso com o Coliseu de Roma meio ambiente Haroldo Cordeiro Filho instituições estaduais e municipais realizarem ações d e conscientização j u n t o à s populações do e n t o r n o e chamarem à responsabilidade a Companhia de Saneamento do Estado – Cesan – para a questão do esgoto da Grande Vitória? Afinal, os contratos são bilionários e os projetos são executados a passos de tartaruga.

HAROLDO FILHO

Com uma área de 891,83 hectares, o Manguezal de Vi t ó r i a , b e r ç o d e v i d a marinha, é o habitat de diversas espécies que encontram em suas águas tranquilas um ambiente perfeito para sua perpetuação. Só que essa

tranquilidade vem sendo ameaçada pelos municípios de Vitória e Serra, que fazem o despejo de esgoto, lixo e Haroldo Cordeiro Filho todo tipo de material o rg â n i c o , o c a s i o n a n d o Produtor-Executivo e fotógrafo do Fatos & Notícias assim, a contaminação de Coordenador-Geral da suas águas. ONG Educar para Crescer Não seria o caso das

Estrangeiros acham o Brasil um dos piores lugares do mundo É q u a s e s e m p r e desconcertante ouvir a opinião de estrangeiros sobre nosso país. Nossa autoimagem, em geral, destoa de como somos vistos por pessoas de fora — para bem e para mal. Mas o resultado da pesquisa Expat Insider 2016, realizada com 14.272 expatriados associados à rede InterNations, é preocupante. De 67 países avaliados, o Brasil ficou em 64.º lugar no ranking dos melhores lugares para um estrangeiro viver. Só Nigéria, Grécia e Kuwait são p i o r e s . Ta i w a n , M a l t a , Equador, México e Nova Zelândia são os cinco primeiros colocados. O questionário, feito com p e s s o a s d e 1 7 4 nacionalidades, abordando 43 aspectos da vida em outro país, não é importante apenas para a autoestima dos pesquisados. Boa parte desses entrevistados é composta por executivos e profissionais de empresas multinacionais e por seus familiares. A decisão de uma empresa de investir num país e o sucesso da empreitada dependem de muitos fatores, entre eles a imagem que os

executivos nutrem a seu respeito, e como se sentem nele. É, em outras palavras, um ativo econômico estar bem nesse ranking. Mas o que há de tão profundamente errado com o Brasil, para os estrangeiros que passam por aqui? No relatório da pesquisa, o capítulo sobre o Brasil tem o terrível título “No festa for this country” (“Sem festa para este país”). O Brasil vem numa queda livre no ranking elaborado anualmente: 42.º em 2014, 57.º em 2015 e 64.º no ano passado, quando a pesquisa divulgada esta semana foi realizada. Um dos motivos é a relação entre os salários pagos pelas multinacionais e o custo de vida nas grandes cidades brasileiras, onde se concentram os profissionais estrangeiros e suas famílias. No ano passado, 11% dos entrevistados disseram que seu salário não era suficiente para viver no Brasil. Mais da metade — 58% — se declarou preocupada com seu futuro financeiro, e 53% disseram que o custo de vida é alto (a média mundial foi de 32%). É preciso considerar,

aqui, não só os preços das coisas, quando convertidos e comparados com outros países, mas, também, o fato de que, no Brasil, não se pode contar com serviços públicos, como saúde, educação, transporte e até segurança. Quase tudo entra no orçamento familiar. Dois outros pontos negativos destacados no Brasil são a incerteza política e, claro, a criminalidade. Apenas 16% consideraram a estabilidade política um fator positivo, quando na média mundial esse item alcançou 61%. E apenas 20% classificaram sua segurança pessoal como boa, ante uma média de 77% no mundo. O clima, naturalmente, é um ponto alto reconhecido no Brasil: apenas 8% lhe deram uma nota negativa, enquanto no mundo essa média é de 22%. “Infelizmente, o país não parece ter muito mais a oferecer para melhorar a qualidade de vida dos expatriados, ficando em 62º nesse item”, observa o relatório. A infraestrutura de transporte, por exemplo, é considerada ruim por 60%

Foto enviada pelo leitor José Renato dos Santos, direto da Itália

Mundialmente conhecido, o Coliseu, construído por ordem do imperador Vespasiano e concluído durante o governo de seu filho Tito, é um dos mais grandiosos monumentos da Roma Antiga. A parede externa do anfiteatro preserva os quatro pavimentos da estrutura de concreto armado; nas três

arquibancadas inferiores estão as fileiras de arcos, e na quarta, pequenas janelas retangulares. Conta a história que os gladiadores lutavam na arena e que o Coliseu era o lugar onde os cristãos eram lançados aos leões. Para a inauguração, apenas oito anos depois do início das obras, em 80 d.C., as festas e

jogos duraram cem dias, durante os quais morreram 9 mil animais e 2 mil gladiadores. As atividades do Coliseu foram encerradas em 523 d.C., mas o espaço permanece carregado de uma clima misterioso e símbolo do Império Romano e da cidade eterna.

dos entrevistados no Brasil — ante 25% no mundo. Na categoria “atendimento de saúde e bem-estar”, o País está em 61º lugar. Apenas 35% acham que a saúde não é cara, em comparação com 55% no mundo, e 36% disseram estar descontentes com sua qualidade. A atitude dos brasileiros em relação às crianças (no caso, os filhos dos expatriados) foi considerada muito boa por 55% dos entrevistados, enquanto no mundo esse índice atingiu apenas 39%. Entretanto, só 28% acham boa a qualidade

da educação, ante 64% na média mundial. E 55% dos pais estrangeiros temem pela segurança de seus filhos no Brasil, quando no mundo são apenas 11%. Por tudo isso, no Índice de Vida Familiar, o Brasil ficou em último lugar, de um total de 45 países avaliados. O estereótipo da cordialidade é confirmado na pesquisa: 85% consideraram positiva a amabilidade (friendliness) da população e 81%, sua atitude em relação a residentes estrangeiros. 63% dos expatriados disseram que é fácil fazer

amigos brasileiros. No mundo, esse índice é 45%. Esses tópicos levaram o Brasil para o 11.º lugar na categoria Amabilidade. Isso, apesar de 70% afirmarem ser muito difícil viver no Brasil sem falar português. Taiwan ficou em primeiro lugar no ranking geral e também entre os dez mais bem colocados em todas as categorias. A ilha para onde fugiram os capitalistas chineses depois da revolução comunista na China em 1949 se destaca na qualidade e no preço baixo dos serviços de saúde. (Exame)


12 ECONOMIAfatos & notícias 01 a 07 de maio de 2017

Governo oficializa 2ª rodada Modernização Agricultura de licitações do pré-sal Maggi pede ao setor do Estimativa do governo é que sejam arrecadados com bônus de assinatura um total de 3,4 bilhões de reais

Percentuais mínimos de excedente em óleo que deverão ficar com a União, no período de vigência do contrato SÉRGIO MORAES/REUTERS O Ministé rio de Minas e E n e r g i a a p r o v o u a realização da segunda rodada de licitações de blocos de petróleo no pré-sal, sob o regime de partilha da produção, segundo despacho publicado nesta quinta-feira (4) no Diário Oficial da União. Serão ofertadas as áreas unitizáveis adjacentes aos

prospectos de Carcará (bloco BM-S-8); de Gato do Mato (bloco BM-S-54); Campo de Sapinhoá, na bacia de Santos; e ao Campo de Tartaruga Verde (jazida compartilhada de Tartaruga Mestiça), na bacia de Campos. O bônus de assinatura irá totalizar 3,4 bilhões de reais. Os consórcios vencedores deverão pagar 3 bilhões de

Brasil começa a importar energia do Uruguai O Brasil vai começar a importar energia do Uruguai a partir deste mês. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) informou quarta-feira (3) que na primeira semana de maio está prevista a importação de cerca de 50 megawatts médios pela

conversora de Rivera, cidade uruguaia na fronteira com o Brasil. A quantidade de energia que pode ser importada do Uruguai será avaliada a cada semana, de acordo com a necessidade e o preço do produto no país vizinho.

reais pelas áreas adjacentes a Carcará, 100 milhões por Gato do Mato, 200 milhões por Sapinhoá e 100 milhões de reais por Tartaruga Verde. Os percentuais mínimos de excedente em óleo que deverão ficar com a União, no período de vigência do contrato, ficaram em 22,08 por cento para o prospecto de Carcará, 11,53 por cento para o prospecto de Gato do Mato, 10,34 por cento em Sapinhoá e 12,98 por cento em Tartaruga Verde. A Petrobras tem prazo máximo de 30 dias para se manifestar sobre seu direito de preferência para ser operadora em cada um dos blocos. O despacho não prevê uma data para o leilão. Há pouco menos de um mês, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, voltou a afirmar que o governo quer antecipar de setembro para junho a realização da 2ª rodada do pré-sal. (Exame) Segundo a ministra de Indústria do Uruguai, Carolina Cosse, a partir do próximo dia 11, a energia será transferida por meio de uma estação que a empresa estatal uruguaia de energia, UTE, tem na cidade de Melo, capital do departamento ( e s t a d o ) d e C e r r o L a rg o , também na fronteira. A troca de energia com países vizinhos é feita de forma rotineira. O Brasil também tem acordos com a Argentina para a compra e venda de energia.

agronegócio que crie programas de compliance CARLOS SILVA/MAPA

O ministro Blairo Maggi defende que as empresas do agronegócio brasileiro criem programas de compliance – conjunto de práticas destinadas ao cumprimento de normas e r e g u l a m e n t o s governamentais ou do próprio setor privado –, a exemplo do que foi lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no início do mês passado. O Mapa também vai instituir um selo de qualidade para as empresas que atenderem padrões de qualidade, baseados nos eixos de sustentabilidade, conformidade e responsabilidade social. Na avaliação do ministro, o apoio empresarial à iniciativa do Mapa deve contribuir para fortalecer a imagem da agropecuária nacional nos mercados interno e externo e evitar fraudes contra o consumidor. Maggi fez o apelo ao se reunir com empresários, na quarta-feira (3), em Brasília, para avaliar as ações do Plano Agro+, voltado à desburocratização e à modernização do agronegócio. Mais de 50 entidades representativas do setor agropecuário

estiveram no encontro com o ministro e com o secretárioexecutivo do Mapa, Eumar Novacki. A reunião serviu para fazer um balanço das cerca de 500 medidas já adotadas por meio do Agro+, lançado no ano passado. Ao falar sobre o programa de compliance do Mapa, Maggi destacou que a iniciativa é igualmente essencial para o setor privado. “Esses programas também são importantes para os dirigentes das empresas, porque eles terão como atestar, em caso de alguma situação e x c e p c i o n a l , a recomendação prévia e por escrivo de regras e procedimentos. Isso pode evitar acusações e até multas pesadas”. Durante coletiva de imprensa ao final da reunião, o ministro disse ainda que o Mapa está

trabalhando para normalizar a situação das carnes brasileiras nos mercados interno e externo. De acordo com ele, isso exigirá um e s f o r ç o c o m o s importadores para mostrar a qualidade e a sanidade dos produtos cárneos brasileiros. “Temos que reconquistar a confiança plena não só do mercado externo, mas também do interno”. O secretário-executivo do Mapa reforçou a relevância do programa de compliance. “Essa é uma iniciativa que vai trazer mais transparência ao setor”, assinalou Novacki. “O Mapa atestará a adoção de boas práticas por meio de um portal de transparência e do selo que confirmará o cumprimento pelas empresas do agronegócio de rígidos padrões de sustentabilidade, conformidade e responsabilidade social”.

(Mapa)


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.