Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Ano VII - Nº 221
01 a 07 de outubro/2017 Serra/ES
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fatos & notícias www.facebook.com/jornalfatosenoticias.com.br
Horário de verão começa no próximo dia 15 PÁG. 6 ECONOMIA
Uso de biocarvão no cultivo de mudas rende bons resultados PÁG.12 MEIO AMBIENTE
Brasil tem mais três sítios Ramsar PÁG.2 CIÊNCIA
Jalapão é cenário para reality show americano PÁG. 3
Após 40 anos, Coliseu de Roma será reaberto dia 1º de novembro PÁG. 10
Senado aprova divisão do fundo eleitoral
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Pág.4
Cientistas descobrem novas pistas sobre a origem do cânmeio de uma manobra, os senadores garantiram que a proposta não precise passar por nova cer de ma- Por análise dos deputados e siga para a sanção PÁG.5 ma PÁG.7 EDUCAÇÃO
"O analfabetismo prospera com o declínio da escola", diz especialista PÁG.4
DIVULGAÇÃO/SENADO FEDERAL
2 MEIO AMBIENTE fatos & notícias
01 a 07 de outubro de 2017
Brasil tem mais três Audiência discute sítios Ramsar revitalização do Parnaíba
ARQUIVO ICMBio
Designação internacional concedida a áreas úmidas confere acesso a benefícios financeiros para conservação e uso racional
APA Cananeia-Iguape-Peruípe A proteção às áreas úmidas brasileiras ganhou reforço. Apenas no mês de setembro três unidades de conservação que abrangem municípios dos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul foram designadas como Sítios Ramsar. Com elas, o Brasil passa a ter 22 áreas úmidas com o título. A Área de Proteção A m b i e n t a l ( A PA ) Cananeia-Iguape-Peruíbe, em São Paulo, uma parcela significativa da APA de Guaratuba, no Paraná, e o Parque Nacional de Ilha Grande, no Paraná e Mato Grosso do Sul, receberam a designação internacional de Sítio Ramsar.
Bacia do Rio Parnaíba, no Piauí
Ser reconhecido como Sítio Ramsar confere aos ambientes úmidos maior visibilidade e acesso a benefícios financeiros ou relacionados à assessoria técnica para ações de conservação e uso racional. Para o secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, José Pedro de Oliveira Costa, o reconhecimento como Sítio Ramsar valoriza e colabora com a melhor conservação dos tesouros ambientais brasileiros. O título confere ainda p r i o r i d a d e n a implementação de políticas governamentais e reconhecimento público,
tanto por parte da sociedade como por parte da comunidade internacional. Os Sítios Ramsar são o principal instrumento adotado pela Convenção sobre Áreas Úmidas de Importância Internacional, conhecida como Convenção Ramsar, para implementar seus objetivos. Entre eles estabelecer marcos para ações nacionais e para a cooperação entre países com o objetivo de promover a conservação e o uso racional das áreas, de a c o r d o c o m o reconhecimento da sua importância ecológica e dos seus valores social, econômico, cultural, científico e recreativo.
O que é a Convenção de Ramsar? Estabelecida em fevereiro de 1971, na cidade iraniana de Ramsar, a Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, mais conhecida como Convenção de Ramsar, está em vigor desde 21 de dezembro de 1975. Ela foi incorporada plenamente ao arcabouço legal do Brasil em 1996, pela promulgação do Decreto nº 1.905/96. A Convenção é um tratado intergovernamental criado inicialmente no intuito de
proteger os habitats aquáticos importantes para a conservação de aves migratórias, por isso foi denominada de "Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, especialmente como Habitat p a r a Av e s A q u á t i c a s ” . Entretanto, ao longo do tempo, ampliou sua preocupação com as demais áreas úmidas de modo a promover sua conservação e uso sustentável, bem como o bem-estar das
populações humanas que delas dependem. Ramsar estabelece marcos para ações nacionais e para a cooperação entre países com o objetivo de promover a conservação e o uso racional de áreas úmidas no mundo. Essas ações estão fundamentadas no reconhecimento, pelos países signatários da Convenção, da importância ecológica e do valor social, econômico, cultural, científico e recreativo de tais áreas.
O secretário de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Jair Ta n n ú s , p a r t i c i p o u n a quarta-feira (04) de audiência pública interativa das Comissões de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) e de Meio Ambiente (CMA) no Senado Federal para debater a revitalização da bacia do r i o P a r n a í b a . Ta n n ú s apresentou as ações desenvolvidas pelo MMA e demais parceiros do governo federal, além das perspectivas para a instituição do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba, que vem sendo discutida há cerca de 17 anos. De acordo com o secretário, a região hidrográfica do Parnaíba configura-se como uma das mais importantes do Nordeste brasileiro, sendo ocupada pelos estados do Ceará, Piauí e Maranhão, e está quase totalmente inserida na área delimitada como suscetível à desertificação. "Ações que promovam a revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba são fundamentais em
GILBERTO SOARES/MMA
decorrência da sua i m p o r t â n c i a socioeconômica e ambiental. É necessário que todas as atividades sejam desenvolvidas em consonância com as práticas que permitam a manutenção dos processos ecológicos essenciais para a existência da vida e dos seus recursos fundamentais", defendeu Tannús. Segundo o presidente da Rede Ambiental do Piauí, Av e l a r D a m a s c e n o Amorim, a desertificação e a crise hídrica são problemas sérios. Avelar fez uma apresentação dos principais desafios e problemas da bacia hidrográfica. Ele contou que está aproximadamente há 17 anos no empenho e evolução do processo de criação do comitê da Bacia Hidrográfica do rio Parnaíba. "O objetivo do projeto de revitalização da Bacia é assegurar a ampliação do volume de água à população e, assim, garantir o abastecimento na zona urbana e na rural, tanto para o consumo humano, como para agricultura, a pecuária, a indústria, a mineração, a pesca, a geração de energia e o
turismo", disse. Ele também defendeu a recuperação e a conservação dos ecossistemas da região. O diretor de Revitalização da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Inaldo Guerra, afirmou que a Companhia busca soluções conjuntas para a revitalização. "Algo contínuo, pois as ações precisam ser integradas e permanentes", destacou. Os participantes reiteraram, ainda, a importância do Projeto de Lei 67/2017, que define normas gerais para a revitalização da bacia hidrográfica. O Projeto ainda aguarda parecer do relator. Depois da Bacia Hidrográfica do São Francisco, a Região Hidrográfica do Parnaíba é hidrologicamente a segunda mais importante do Nordeste. A maior parte localiza-se no Piauí, atinge 223 dos 224 municípios do estado, e ainda 38 municípios do Maranhão e 19 do Ceará, totalizando 280 cidades em uma área de 3 4 4 . 11 2 q u i l ô m e t r o s quadrados.
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CULTURA 3
01 a 07 de outubro de 2017
fatos & notícias
é cenário de reality A origem do Jalapão show americano nome Big Ben O famoso sino Big Ben foi construído no século XIX e instalado na Torre do Relógio, em Londres REPRODUÇÃO
A origem do nome do sino Big Ben, que se situa na Torre do Relógio, na sede do Parlamento inglês, remonta à segunda metade da década de 1850. Não há uma precisão com relação à atribuição do nome a esse sino, mas há duas especulações a respeito. A primeira delas refere-se ao Ministro de Obras Públicas da Inglaterra do início do século XIX, Benjamin Hall, que coordenou a construção da Torre do Relógio. O nome do sino seria uma homenagem ao nome do ministro, “Ben”, abreviatura de “Benjamin”. A
segunda hipótese remete à figura muito apreciada do boxeador Benjamin Caunt, que, em virtude de sua altura e do seu desempenho no esporte, também era chamado de “Big Ben”. De toda forma, o fato é que a Torre do Relógio e o famoso sino “Big Ben” foram incluídos no projeto original do prédio do Parlamento depois do incêndio que sua estrutura sofreu em 1834. Na época em que estava sendo reerguido o prédio, a empresa EJ Dent & Co encarregou-se de fabricar o monumental relógio para ser posto na
torre. E o sino, que permaneceria a ela associado, foi construído pela Whitechapel Bell Foundry. O sino “Big Ben” foi badalado pela primeira vez no dia 11 de julho de 1859, exatamente onze dias após a inauguração da Torre do Relógio e da nova estrutura do prédio do Parlamento. Raramente o relógio parou de funcionar, mesmo quando Londres foi atingida por intenso bombardeio durante a Segunda Guerra Mundial.
Por Me. Cláudio Fernandes História do Mundo UOL
A região do Jalapão está novamente sendo cenário de um grande reality show internacional. Desta vez, foram gravadas na região duas temporadas do programa L a rg a d o s e P e l a d o s , d a emissora norte-americana Discovery Channel. Uma equipe com cerca de 25 profissionais esteve no local entre julho e agosto. O reality de sobrevivência, no qual duas pessoas – um homem e uma mulher – têm que cumprir tarefas para sobreviver durante 21 dias pelados em um ambiente selvagem, sem roupas e sem utensílios. “Conhecemos o Jalapão desde a gravação do reality Desafio em Dose Dupla [maio de 2016] que produzimos aqui. Na época, a Discovery estava buscando locais em áreas altas no Brasil. A gente começou as primeiras pistas com a Chapada dos Veadeiros [GO] e depois de uma pesquisa intensa, verificamos quantas coisas tinham aqui no Jalapão”, contou o produtor executivo da Camelô Produções, empresa de audiovisual responsável pelo reality no Brasil, Igor Olszowski. Segundo Igor, o apoio recebido do governo foi fundamental para que o martelo fosse batido e a região escolhida. “Depois de analisar e constatar que o Jalapão preenchia os requisitos que buscávamos, entramos em contato com o Instituto N a t u r e z a d o To c a n t i n s [Naturatins], explicamos o nosso projeto e eles foram bastante receptivos e solícitos”, elogiou.
Foto: Divulgação/Discovery Channel
Jeff Zausch e EJ Snyder enfrentaram o reality Desafio em Dose Dupla, também no Jalapão
Igor Olszowski também avaliou as gravações na área de audiovisual como um importante fator que está fazendo com que a região do Jalapão cresça e se desenvolva. “Na época em que a gente fez o Desafio em Dose Dupla aqui, quase ninguém sabia falar nos Estados Unidos o que era Jalapão. A estreia desse programa teve bastante êxito lá e no Brasil e, hoje, serve de case para a minha produtora Camelô. Enxergamos o Jalapão com muitas potencialidades e, por isso, tratamos ele como uma espécie de produto para as nossas produções”, assegurou. O produtor Igor Olszowski contou que, desta vez, a previsão era de gravar apenas uma temporada do reality de sobrevivência no Tocantins, mas que, diante da diversidade dos atrativos que a região oferece, a Discovery solicitou a produção duas temporadas. “Aqui, você encontra cenários ótimos e uma equipe muito
boa para poder trabalhar. O pessoal tem conhecimento da área e conhecimento técnico para poder auxiliar todo trabalho, que depende não só da captação, mas também da execução”, destacou. “Vou falar para você sobre um feedback preciso que eu recebi da Discovery Channel Brasil quando estava em São Paulo. Fui conversar com a diretora de programação sobre o Desafio em Dose Dupla e ela estava bastante feliz com os resultados. Gravamos no Brasil dois episódios do programa, um na região Sul do País e outro no Jalapão. O do Jalapão foi escolhido logo como o episódio de estreia. O resultado foi ótimo, tivemos uma das maiores audiências do programa, grande repercussão e impacto”, complementou Igor Olszowski.
(Portal Amazônia)
4 EDUCAÇÃO fatos & notícias
01 a 07 de outubro de 2017
"O analfabetismo prospera com o declínio da escola", afirma especialista A crise econômica e política no Brasil, que não parece ter data para acabar, vem afetando não apenas as taxas de emprego, a saúde e a segurança. A qualidade do ensino no País também vem sofrendo consequências. Especialistas na área de educação apontam que o quadro de anomia que vive o País pode ter impacto inclusive nos índices de analfabetismo. “O analfabetismo prospera com o declínio da escola”, afirmou a professora da faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), Célia Linhares. “A escola é uma das instituições mais importantes para o desenvolvimento de um país. No quadro político atual, o que temos visto é uma situação que se deteriora cada vez mais, e se torna angustiante, com professores mal remunerados, crianças que
não podem ir para a escola por um motivo ou por outro e pais que, por causa do desemprego, mudam de um lugar para outro”. De acordo com ela, dificuldades familiares como essas prejudicam a frequência escolar da criança, tornando o aprendizado mais difícil. Também da faculdade de Educação da UFF, Zoia Prestes ressaltou que faltam políticas públicas direcionadas para enfrentar o analfabetismo no País. “Tinha que haver projetos em conjunto com as universidades, com programas de alfabetização feitos pelos próprios cursos”, opinou. O analfabetismo já é uma chaga antiga no Brasil. Em 2013, quando o País ainda não estava em uma severa crise econômica, os números apresentavam uma alta pela primeira vez em 15 anos, com um aumento de aproximadamente 300 mil analfabetos entre 2011 e
“Quarenta partidos políticos recebendo cota de fundo partidário, entra presidente, sai presidente e todos precisam fazer barganhas. É preciso que eles tenham medo de nós".
AGÊNCIA BRASIL
Falta de investimento na educação é criticada por especialistas 2012, de acordo com a Pesquisa Nacional por A mo s tr a d e D o micílio (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na época. O Pnad de 2015 demonstrava que a taxa de analfabetismo de pessoas de 10 a 14 anos de idade era de 1,6%, a taxa de analfabetismo das pessoas de 10 anos ou mais de idade era de 7,4%, e a taxa de
analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade era de 8%. Em um país no qual quase um quarto da população (45,9 milhões) é de pessoas entre 0 a 14 anos, a valorização da escola é fundamental, como afirma Célia. “O aumento da evasão escolar contribui para o aumento do tráfico e da criminalidade. Se você não vai para a escola, qual o caminho que você vai
seguir?”, reitera a professora. Edwiges Zaccur, que é professora no mesmo curso, concorda e complementa: "Eu queria ver 100 mil pessoas na rua exigindo educação de qualidade. O que me incomoda é pensar que tanta gente sai de casa para protestar, mas não tem alfabetização política para exigir mudança. Precisamos de uma reforma política, por exemplo. Quarenta partidos
políticos recebendo cota de fundo partidário, entra presidente, sai presidente e todos precisam fazer barganhas. É preciso que eles tenham medo de nós". E a professora Célia Linhares conclui: “Como dizia Victor Hugo, abrir uma escola é fechar uma prisão. Como essa afirmação é atual no Brasil em que vivemos, no qual vemos crises de todos os tipos”.
POLÍTICA 5
01 a 07 de outubro de 2017
fatos & notícias
Senado aprova projeto com divisão do fundo eleitoral REPRODUÇÃO
Em menos de 12 horas após a Câmara concluir a votação da reforma política, o Senado também aprovou, nesta quinta-feira (5), as mudanças na lei eleitoral para a disputa do ano que vem. Por meio de uma manobra, os senadores garantiram que, mesmo alterando o texto aprovado na Câmara, a proposta não precise passar por nova análise dos deputados e siga para a sanção. Para valer no ano que vem, o presidente M i c h e l Te m e r p r e c i s a sancionar o projeto até sábado, 7. Os senadores utilizaram um recurso chamado de “impugnação de matérias estranhas” para retirar dois artigos no projeto. O primeiro é o que limitava a R$ 200 mil o chamado
autofinanciamento eleitoral, quando o próprio candidato doa para sua campanha. Agora, cada candidato poderá bancar até a totalidade de seus gastos com recursos próprios.
Também foi retirado do texto artigo que previa anistia de até 90% nas multas eleitorais de partidos políticos. Os deputados, porém, mantiveram a permissão para parcelar em
até 60 vezes o pagamento das multas. Entre as medidas aprovadas pelos deputados estão novas regras para a distribuição do fundo público para financiamento
de campanha, já que o acordo no Congresso é que o presidente Michel Temer vete essa parte do texto do fundo que foi à sanção. Os parlamentares também mantiveram os tetos de
gastos para as campanhas (máximo de R$ 70 milhões para candidatos à Presidência e R$ 2,5 milhões para deputados). “Ficamos no seguinte dilema: ou aprovava ou não votava nada”, disse Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido no Senado, que foi contra a retirada do l i m i t e p a r a o autofinanciamento. Também ficou no texto a proibição para candidatura avulsa. O tema deve ser discutido pelo Supremo Tribunal Federal. “É um absurdo vetar a candidatura avulsa no momento em que o Supremo ainda está decidindo”, disse o senador Reguffe (sem partido-DF).
Relator mantém entrega de parecer sobre denúncia contra Temer para terça-feira (10) EXAME.COM
O deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), relator da denúncia contra o presidente Michel Temer e os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência da República, informou nesta quinta-feira (5) que seu parecer sobre a matéria deverá ser entregue na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara até terça-feira (10). Andrada tem reclamado do pouco tempo que dispõe para analisar as mais de mil páginas que compõem a peça acusatória elaborada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e também pelas defesas dos acusados. A denúncia acusa o presidente
Temer e os ministros de organização criminosa. O presidente também foi denunciado por obstrução de Justiça. As defesas, apresentadas na quarta-feira (4) à CCJ, rebatem as imputações da PGR. “Meu trabalho na CCJ é cansativo, tenho mais de mil páginas para olhar”, disse. Segundo o parlamentar, duas equipes o auxiliam no trabalho da relatoria: uma na Câmara e a outra composta por profissionais ligados diretamente a ele. O deputado minimizou seu afastamento pelo PSDB da comissão. Para ele, a Câmara e a CCJ estão acima dos partidos políticos. “Estou prestando serviço, não reivindiquei o
cargo. O partido encaminha como quiser”, afirmou. Segundo o deputado, o líder do partido na Câmara, deputado Ricardo Trípoli (SP), apesar de ter sido “delicado” ao conversar com ele, o retirou da comissão. A decisão foi tomada após a reunião de que participaram lideranças do PSDB e o presidente da sigla, senador Tasso Jereissati (CE). Trípoli encaminhou ofício ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, comunicando a retirada de Andrada da suplência da comissão. “Em política não há desrespeito e nem respeito. [O desligamento] foi um ato político, da consciência dele. Não posso dizer que é
antidemocrático, é uma prerrogativa dele como líder”, afirmou Andrada. Para o deputado, qualquer parlamentar que estiver na relatoria terá de lidar com resistências e críticas, “mas terá de enfrentá-las”. Após a retirada do nome de Andrada pelo seu partido, o deputado se manteve no cargo graças à indicação de seu nome para ocupar a vaga do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na comissão. Com isso, o deputado continua como relator da segunda denúncia apresentada contra o presidente Michel Temer, representando o PSC. Apesar de ocupar a vaga por outro partido, Andrada disse
que não se sentia traído pelo PSDB e afirmou que não pretende mudar de sigla. “Faz parte do jogo político”, disse. Andrada afirmou que seu parecer sobre a denúncia será o resultado de estudos,
reflexões, análises de direito e de teses jurídicas. O deputado disse que não é conveniente conversar com os advogados de defesa nem com a parte acusatória.
6 TECNOLOGIA 01 a 07 de outubro de 2017 fatos & notícias
Sistema de detecção de raios do Brasil melhora alertas para salvar vidas MARCELLO CASAL Jr/AGÊNCIA BRASIL
Dia 15 começa o horário de verão REPRODUÇÃO INTERNET
Um mecanismo que começou a ser implantado em 2011 para melhorar a d e t e c ç ã o d e d e s c a rg a s atmosféricas permite ajudar a salvar vidas no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o total de raios identificados no Brasil saltou de 55 milhões, calculados, em 2002, para quase 80 milhões devido a uma nova metodologia de a n á l i s e , a R e d e B r a s i l D AT D a t a s e t . O sistema integra diferentes tecnologias de detecção de raios em superfície e permite uma identificação com maior precisão, dando mais eficácia para as situações de alerta. “ A n o v a r e d e BrasilDATDataset, além de detectar cerca de 99% das tempestades que ocorrem no País, tem uma base de dados de raios que permite esclarecer a causa da maior parte dos eventos associados aos raios. A rede também permite aperfeiçoar as ferramentas de alerta para a proteção de vidas, considerando que, no Brasil, em média, 300 pessoas são
atingidas por raios a cada ano, das quais 100 morrem. O número, embora tenha reduzido nos últimos anos, ainda é muito alto comparado a países desenvolvidos”, diz comunicado divulgado pelo Inpe. Anteriormente, segundo o Inpe, o número de raios era calculado com base nos dados de satélites, que apresentavam restrições devido à amostragem temporal, uma vez que os equipamentos não eram geoestacionários; à eficiência de detecção, que depende do tipo de tempestade; e à discriminação entre as descargas que atingem o solo e aquelas que ficam dentro das nuvens. Levantamento feito pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Elat/Inpe) revela que o Brasil teve, em média, nos últimos seis anos, 77,8 milhões de raios por ano. Com um índice de 44,32 raios por quilômetro quadrado ao ano, a cidade paraense de Santa Maria das
Barreiras tem a maior densidade de raios do País. De acordo com o Inpe, o ano de 2012 foi o campeão em registros de raios em todo o período analisado, com um total de 94,3 milhões de descargas. Segundo o órgão, o fenômeno La Niña, que provocou o aumento da incidência de raios na região Norte do País, foi o responsável pelo recorde. No ano seguinte, em 2013, foram detectados 92 milhões de raios; mais 62,9 milhões, em 2014; e 68,6 milhões em 2015, quando o El Niño aumentou a incidência de raios na Região Sul e em parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Segundo o levantamento, o estado do Tocantins tem a maior densidade de raios por quilômetro quadrado entre as unidades da Federação, com índice de 17,1 ao todo. Ele é seguido pelo Amazonas (15,8), Acre (15,8), Maranhão (13,3), Pará (12,4), por Rondônia (11,4), Mato Grosso (11,1), Roraima (7,9), Piauí (7,7) e São Paulo (5,2).
O horário brasileiro de verão começa no próximo dia 15, quando os relógios devem ser adiantados em uma hora. A mudança, na madrugada de sábado para domingo, vale para os moradores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. O objetivo é aproveitar o maior período de luz solar nessa época para economizar energia. O chefe da Divisão do Serviço da Hora do Observatório Nacional (ON), Ricardo Carvalho, explica que a diferença de tempo entre o nascer e o pôr do sol durante o verão é maior nas áreas distantes da linha do equador, que divide a Terra entre os hemisférios
norte e sul. É o caso das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. “Quanto mais ao sul, os dias tendem para uma maior variação ao longo do ano, sendo mais longos no verão e mais curtos no inverno. Por exemplo, em 1º de julho, no Rio de Janeiro, a duração do dia foi de 10h45 enquanto em para Porto Alegre foi de 10h15. No verão, especificamente no dia 1º de dezembro deste ano, a duração do dia no Rio de Janeiro será de 13h07 e em Porto Alegre será de 13h56”, diz. Com a mudança no relógio, o leste do Amazonas e os estados de Roraima e Rondônia ficam com duas horas a menos em relação ao horário de Brasília, enquanto Acre e oeste do Amazonas ficam com três horas a
menos. O horário de verão termina em 18 de fevereiro de 2018. Criado em 1827, o Observatório Nacional é responsável pela geração, distribuição e conservação da hora oficial do país. “A geração da Hora Legal Brasileira é o resultado de um cálculo tendo como base a s m e d i d a s d e intercomparação de um conjunto de nove relógios atômicos mantidos em funcionamento contínuo na Divisão Serviço da Hora do ON, resultando na Escala de Tempo Atômico Brasileira, chamada internacionalmente de UTC (ONRJ), sendo UTC a sigla de Tempo Universal Coordenado e ONRJ Observatório Nacional Rio de Janeiro”, afirma Carvalho.
(Agência Brasil)
Google lança fones de ouvido que traduzem 40 idiomas O Google anunciou o lançamento de fones de ouvido inteligentes, que se chamam Pixel Buds e podem traduzir idiomas em tempo real, permitindo que você se comunique com estrangeiros sem precisar saber a língua deles – nem fazer mímicas. Na apresentação do Google, que foi realizada
nos EUA e transmitida pela internet, os novos fones foram demonstrados em uma conversa entre pessoas falando inglês e sueco. Segundo o Google, o produto fará a tradução de 40 idiomas. “É como ter um tradutor pessoal ao seu lado”, disse Juston Payne, gerente de produto do time de hardware
do Google, no evento realizado em San Francisco. Os fones funcionam com conexão Bluetooth, e serão vendidos nos Estados Unidos por US$ 159. Não há informações sobre seu lançamento no Brasil. Os Pixel Buds são compatíveis com o novo smartphone do Google, o Pixel 2, e com celulares Android recentes.
CIÊNCIA 7
01 a 07 de outubro de 2017
fatos & notícias
Cientistas descobrem novas pistas sobre a origem do câncer de mama Pesquisa concluiu que uma classe particular de células - presente em todas as mulheres - é mais propensa a desenvolver a doença. Identificar o risco de câncer pode ficar mais fácil Em síntese, o câncer é uma célula comum que deixa de funcionar corretamente. Agora, um novo estudo científico acredita ter descoberto a forma de sabermos quais células normais da mama são geneticamente vulneráveis a se transformar em câncer. Os resultados foram publicados no periódico Stem Cell Reports pelos pesquisadores David Gilley, da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, e Connie Eaves, do
Laboratório Terry Fox, em Vancouver, no Canadá. A dupla descobriu que uma classe particular de células da mama, existente em todas as mulheres, possui telômeros (extremidades dos c r o m o s s o m o s ) exageradamente pequenos. Como resultado, estas células, com cromossomos de extremidades tão curtas, seriam mais propensas a sofrer as mutações que conduzem ao câncer. O diferencial deste novo estudo – em comparação
FOTO: PIXABAY
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com outras pesquisas anteriores – é que ele se
dedicou a investigar os diferentes tipos de células
em tecidos humanos normais (e não células já cancerosas) e a predisposição delas em se tornarem malignas. Tanto é que a pesquisa foi feita com mulheres que passaram por cirurgia de redução de seios (por razões estéticas) e aprovaram a doação dos tecidos que foram retirados de seus corpos. Ou seja, elas não tinham nenhuma relação prévia com o câncer. S e g u n d o o s pesquisadores, a tentativa
era de compreender a origem celular do câncer – e não só do câncer de mama – e os fatores que podem contribuir para seu desenvolvimento. Ou seja, olhar para a doença no ponto onde ela começa e enquanto ainda há tempo de agir. “O próximo passo é observar outros tecidos humanos para tentar descobrir se nossa conclusão é exclusiva para a mama ou também vale para outros tipos de câncer”, diz a cientista Connie Eaves. (Revista Época)
Método de análise de Arqueólogo amador encontra relíquias romanas escondidas biomoléculas ganha no Reino Unido Nobel de Química Especialistas afirmam que essas são as primeiras peças do tipo encontradas nessa parte do mundo
Os pesquisadores Jacques Dubochet, Joachim Frank e Richard Henderson foram condecorados na quartafeira (4) com o Prêmio Nobel de Química pelos seus estudos com microscopia, técnica que melhora e simplifica a visualização de moléculas. O método permite que os cientistas parem as moléculas no meio do seu processo orgânico e entendam o que está ocorrendo nela. "Este método coloca a bioquímica em uma nova era. Pesquisadores agora podem congelar biomoléculas no
meio de seus movimentos e visualizar processos que nunca foram vistos antes, o que é decisivo para o entendimento da vida e para o desenvolvimento de remédios", explicou a Academia Real Sueca de Ciências após anunciar os vencedores. A técnica foi desenvolvida em 2013 pelos laureados e foi utilizada para visualizar as estruturas presentes no vírus da zika, coisa que não seria possível com outras tecnologias. O mesmo processo foi usado para observar a resistência bacteriana quando elas não
respondem aos antibióticos. Por vencerem o Nobel, os laureados recebem um prêmio em dinheiro de R$ 3,5 milhões, além de um diploma e uma medalha. O Nobel de Química é o terceiro a ser apresentado. Na terça-feira (3), foram conhecidos os vencedores da premiação de Física e, na segunda-feira (2), os ganhadores do Nobel de Medicina. Na quinta-feira (5), será anunciado o de Literatura; e, na sexta (6), o da Paz. Já na próxima segunda-feira (9) será a vez do Nobel de Economia.
Um arqueólogo amador encontrou vários tesouros romanos em Gloucestershire, no Reino Unido. Relíquias do tipo nunca haviam sido encontradas naquela região até então, dentre elas uma escultura quase intacta de um cachorrinho com a língua para fora. "Não é todos os dias que você se depara com um tesouro de bronze romano! Estamos buscando metal por mais de 40 anos, mas esta é uma descoberta única na vida", disse Pete Cresswell, que encontrou o metal junto com seu irmão, Andrew Boughton, em comunicado. O rapaz também contou que assim que se deu conta de sua descoberta contatou os profissionais de arqueologia: "É um privilégio poder contribuir para a história britânica e local". O que é interessante sobre
caixas, pedaços de estátuas de metal, peças de joalharia de bronze, parte de uma vasilha de cozinha, fivelas e acessórios d e m ó v e i s . Entretanto, o arqueólogo Kurt Adams acredita que o achado mais notável é, de fato, a estátua do cão, pois ele é "um achado único na arqueologia britânica". Os especialistas ainda estão investigando o sítio arqueológico e as peças encontradas, mas segundo o membro do Conselho do C o n d a d o d e Gloucestershire, Nigel Moor, as peças descobertas fizeram os cidadãos da cidade muito felizes: "A perspectiva de mais tesouros escondidos enterrados aqui no município é emocionante para os residentes e os historiadores locais".
FOTO: BRISTOL CITY COUNCIL
os fragmentos, datados entre 318 e 450 d.C. — mais ou menos o período final da ocupação dos romanos na região —, é que eles parecem ter sido deliberadamente quebrados e escondidos. Os arqueólogos que trabalharam na descoberta acreditam que eles podem ter sido enterrados por um metalúrgico que esperava recuperá-los depois. Além da escultura do cachorro, os achados incluem fragmentos de caixas de metal, alças de
(Revista Galileu)
8 SAÚDE
fatos & notícias
01 a 07 de outubro de 2017
Pular o café da manhã Vitamina D diminui o prejudica o coração risco de ataques de Pessoas que não fazem a primeira refeição do dia ou comem pouco correm o dobro do risco de ter aterosclerose do que quem se alimenta bem no café da manhã
asma, mostra estudo GREGORY LEE/iSTOCK
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Pular o café da manhã já foi associado ao aumento do risco de síndrome metabólica e problemas na dieta. Agora, um novo estudo acaba de dar mais um bom motivo para você não deixar de fazer a refeição que é considerada por muitos especialistas a mais importante do dia: não comer de manhã ou se alimentar mal dobra o risco de aterosclerose. O p r o b l e m a é caracterizado pelo acúmulo de placas de gordura e outras substâncias, como o cálcio, nas artérias, aumentando o risco de problemas cardiovasculares como infarto e acidente vascular c e r e b r a l ( AV C ) . “ E s s e estudo prova que se trata de um mau hábito que as pessoas podem mudar para reduzir seu risco de doença cardiovascular. As pessoas que pulam o café da manhã não só comem tarde e de forma estranha, mas têm um estilo de vida pobre”, disse Valentin Fuster, coautor da
pesquisa e diretor do Mount Sinai Heart, em Nova York (EUA), em entrevista ao jornal britânico The Guardian. No estudo, publicado recentemente na revista científica Journal of the American College of Cardiology, pesquisadores americanos analisaram a saúde – índice de massa corporal (IMC), colesterol, tabagismo, nível de atividade física – e a dieta de 4.052 pessoas com idade entre 40 e 54 anos, sem histórico prévio de doença cardiovascular. Os participantes foram divididos em três grupos, de acordo com a quantidade de calorias que consumiam no café da manhã: até 5% das calorias diárias recomendadas (ou o equivalente a uma bebida como café, chá ou suco), entre 5% e 20% (como uma torrada ou salgado pequeno) e mais que 20% do total calórico recomendado por dia (geralmente composto de
frutas, carboidratos integrais, proteínas e frutas). Os resultados mostraram que apenas 3% dos participantes se incluíam no primeiro grupo, 69% no segundo e os demais (28%), no terceiro. Aqueles que pulavam o café da manhã tinham, em média, duas vezes mais gordura nas artérias do que os que faziam uma refeição mais calórica. As pessoas que comiam uma refeição moderada também corriam maior risco de aterosclerose em comparação com as que se alimentavam de forma mais robusta. Essas pessoas também apresentaram maior circunferência abdominal, IMC, pressão arterial, mais lipídios no sangue e maiores níveis de glicose em jejum. Esses resultados se mantiveram mesmo após outros fatores serem considerados, como tabagismo, colesterol e sedentarismo.
O uso de suplementos diminuiu em 50% o número de pessoas que precisaram ir para o pronto-socorro ou serem hospitalizadas com crises asmáticas As chances de uma pessoa asmática ir parar no hospital com insuficiência respiratória diminuem se ela tomar suplementos de vitamina D. A descoberta é de um grupo de pesquisadores da Queen Mary University, na Inglaterra. Eles fizeram sete experimentos para ver como a saúde de 955 pessoas, principalmente adultos com asma leve a moderada, respondia à ingestão de suplementos de vitamina D. Eles perceberam que o uso de suplementos diminuiu em 50% o número de pessoas que precisaram ir para o pronto-socorro ou serem hospitalizadas por causa de um ataque asmático. Também houve uma queda de 30% na quantidade de asmáticos que precisaram ser tratados com esteroides, principal
forma de tratamento da doença. Vale destacar que os melhores resultados da suplementação foram vistos nos participantes que apresentavam baixos níveis da vitamina D – nesse grupo, a redução nas crises e na necessidade de tratá-las com injeções ou esteroides foi de 55%. Os cientistas acreditam que isso acontece porque a vitamina D consegue aumentar as respostas imunológicas do nosso corpo aos possíveis vírus respiratórios, diminuindo assim a inflamação das vias aéreas que desencadeia as crises asmáticas. Na divulgação do estudo, eles d e f e n d e r a m a suplementação como uma forma benéfica e segura de evitar crises de asma que podem levar à morte. Dentre as vantagens da vitamina D,
também destacaram o baixo custo e a facilidade de acesso da substância. O resultado desse estudo reúne evidências de várias outras pesquisas ao redor do mundo e foi publicado no periódico médico The Lancet Respiratory Medicine. A recente descoberta dos pesquisadores britânicos e a futura ampliação das pesquisas que relacionam asma ao uso de vitamina D são uma luz para as 300 milhões de pessoas que sofrem com a doença respiratória no mundo. Por aqui, o Ministério da Saúde estima que 6,4 milhões de brasileiros tenham asma – a doença é responsável por mais de 100 mil internações no Sistema Único de Saúde (SUS).
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fatos & notícias
Reservas de água congelada em Mercúrio medem o dobro da área de SP Mas como pode um planeta tão próximo ao Sol apresentar temperaturas tão baixas a ponto de permitir que a água se mantenha em estado sólido?
FOTO: NASA
Cientistas planetários da Universidade Brown, nos Estados Unidos, acabam de publicar um artigo cujos resultados, à primeira vista, podem parecer peculiares. Eles descobriram que a quantidade de gelo presente na superfície de Mercúrio é muito maior do que se pensava. Mas como pode um planeta tão próximo ao Sol apresentar temperaturas tão baixas a ponto de permitir que a água se mantenha em
estado sólido? Basta saber onde procurar. Como não há atmosfera para reter o calor, certas regiões que ficam sempre nas sombras, como os fundos de crateras, são congelantes o bastante. Se essas áreas nas quais a luz não chega estiverem nos polos, onde a incidência de radiação é m e n o r, t e m o s o l u g a r perfeito para se encontrar água congelada. Foi em uma dessas regiões, no polo norte do
planetinha, só 40% maior do que a Lua, que os pesquisadores acharam três grandes lençóis de gelo, em volta dos quais existem diversas reservas com dimensões menores. “Adicionando esses depósitos de menor escala aos depósitos maiores dentro das crateras, a c r e s c e n t a - s e significativamente ao inventário de gelo superficial em Mercúrio”, disse em comunicado Ariel Deutsch, líder do estudo. A pesquisa publicada no periódico Geophysical Research Letters foi feita em parceria com o orientador de doutorado de Deutsch, Jim Head, e
O Ministério da Saúde fez, na terça-feira (3), um alerta sobre a necessidade de reforçar a vacina contra doenças como sarampo, caxumba e rubéola. A medida ocorre após países como França, Itália, Alemanha, Bélgica, Bósnia, Geórgia, Cazaquistão, Romênia, Sérvia, Dinamarca Ucrânia ficarem sob risco de surtos de sarampo e rubéola. De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), o sarampo é considerado endêmico em nove países da Europa, e a rubéola, em 14. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina tríplice viral, que evita o sarampo, a caxumba e a rubéola. A primeira dose deve ser tomada aos 12 meses de idade. Aos 15 meses, é necessária uma dose da vacina tetraviral, que corresponde à segunda dose da vacina tríplice viral mais uma dose da vacina contra a
FOTO: REPRODUÇÃO/TV ANHAGUERA
Ministério da Saúde alerta para vacinação em dia contra sarampo e rubéola
varicela. Caso haja atraso na vacinação, crianças de até 4 anos ainda podem receber a vacina com o componente varicela. A partir dos 5 anos até os 29 anos de idade, deverão ser administradas duas doses da vacina tríplice viral. Pessoas de 30 a 49 aos de idade devem receber uma só dose da vacina tríplice viral, caso não tenham sido
vacinadas na idade correta. O governo alerta que, apesar de já não haver casos de sarampo no Brasil desde 2001, nem de rubéola desde 2010, existe o risco dos vírus voltarem a circular no País. Por isso, o Ministério da Saúde enfatiza a importância de que o esquema vacinal esteja completo, conforme as indicações do Calendário Nacional de Vacinação.
Gregory Neumann, do centro Goddard da Nasa. O trio analisou dados coletados em Mercúrio por um dos instrumentos da s o n d a M e s s e n g e r, q u e media com laser a refletividade da superfície. Regiões brilhantes sugerem a presença de gelo, já que o relevo rochoso é mais escuro por refletir menos luz. Com essas informações, os pesquisadores estimaram a área combinada dos três grandes reservatórios em 3,4 mil quilômetros quadrados — pouco mais de duas vezes a área da cidade de São Paulo. No terreno em volta das crateras, a baixa resolução do instrumento só permitiu identificar outros quatro
depósitos com cerca de cinco quilômetros de diâmetro, mas a equipe afirma que o padrão de refletividade da região como um todo sugere a presença de um grande número de pequenos depósitos. “Achamos que provavelmente existem muitos, muitos mais destes, com tamanhos variando de um quilômetro até poucos centímetros”, diz Deutsch. A situação é semelhante com a verificada na Lua, onde também há abundância de gelo nos polos. Mas, em primeiro lugar, como essa água toda foi parar em Mercúrio? Há duas hipóteses: teria sido trazida por cometas e asteroides, ou
pode ter se formado no próprio solo, a partir de reações químicas entre o oxigênio e o hidrogênio injetado na superfície através do vento solar. A pesquisa pode ajudar a solucionar o mistério. “Uma das maiores coisas que queremos entender é como a água e outros voláteis estão distribuídos pelo Sistema Solar interior — incluindo a Terra, a Lua e nossos vizinhos planetários”, diz o coautor Jim Head. “Esse estudo abre nossos olhos a n o v o s lu g ar es p ar a s e procurar por evidência de água e sugere que existe muito mais dela em Mercúrio do que pensávamos”.
Na reta final para o Enem, foco deve ser em simulados e na leitura de notícias Faltando apenas um mês para a primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os estudantes que vão participar da seleção devem aproveitar os últimos dias para revisar o conteúdo e fazer provas anteriores e simulados, sem esquecer de ficar ligado nos noticiários para saber o que está acontecendo no País e no mundo. Além de solidificar os conceitos, a resolução de simulados e de provas anteriores deve ser a principal estratégia de estudo nesses últimos dias, aconselha o professor de matemática Bruno Vianna, do Rio de Janeiro. Segundo ele, essa prática faz com que o aluno se acostume com o tempo que terá para analisar e responder a todas as questões no dia do Enem. “No Enem, o aluno tem que estar preparado para fazer uma prova nos moldes em que ele não está acostumado, pois é muito diferente das avaliações internas que as escolas costumam fazer. Os alunos não têm o costume de resolver 45 questões em um espaço grande de tempo”. Na área de matemática, Vianna diz que os
assuntos que vêm aparecendo com mais frequência no Enem são os do ensino fundamental, como geometria plana e proporcionalidade. “Seria bom focar nesses assuntos principalmente”. O coordenador de biologia Alessandro Reis, faz coro ao colega e diz que é importante a leitura de temas da atualidade, que são abordados com frequência no Enem. Ele chama a atenção para assuntos ligados à ecologia, como o aquecimento global e os acordos internacionais sobre o clima, que envolvem também as relações internacionais. Outros assuntos da atualidade que podem ser abordados na prova, segundo o professor, são as ocorrências ligadas ao mosquito Aedes aegypti. Reis também recomenda ao candidato a realização de provas anteriores, para aprender a gerenciar o tempo e identificar dificuldades. “Quando ele pega as provas anteriores para fazer parte de exames reais, ele consegue quantificar o tempo e ver onde encontrou mais dificuldades”. Para a redação, a sugestão dos professores é analisar
provas passadas e trabalhar a compreensão dos temas que já foram propostos. A coordenadora de redação, Carolina Darolt, sugere que os alunos analisem as cinco últimas provas, montando uma estrutura de argumentação, ou seja, analisando qual seria a tese apresentada diante do tema e quais seriam os argumentos. Ela também destaca a importância de o aluno estar atualizado com os noticiários. Outra dica para os últimos dias é fazer o percurso de casa até o local de prova, para garantir que o candidato saberá chegar ao endereço no dia do Enem, além de ter uma noção do tempo gasto até lá. O cartão de confirmação do Enem estará disponível na página eletrônica do exame a partir do dia 20 de outubro. O cartão informa o local onde cada estudante fará as provas, além do número de inscrição e dos horários. Neste ano, o Enem será realizado em dois domingos, nos dias 5 e 12 de novembro. A abertura dos portões será às 12h e o fechamento às 13h. O início dos testes será às 13h30, sempre tendo como referência o horário de Brasília.
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Após 40 anos, Coliseu de Roma é reaberto Topo do monumento poderá ser visitado a partir de 1º de novembro Após mais de 40 anos, é possível ver novamente o Coliseu de Roma a partir de seu ponto mais alto. Em uma cerimônia repleta de autoridades, foi reaberto na terça-feira (3) o ático do mais célebre anfiteatro do planeta, que fica a 40 metros do solo e poderá ser visitado a partir de 1º de novembro. Esse espaço corresponde ao quarto e ao quinto andares do monumento, de onde é possível ter vistas panorâmicas da arena onde gladiadores batalhavam para entreter os súditos do Império Romano e do "skyline" da capital italiana. As visitas ao ático serão feitas apenas com guia e em grupos limitados a 25 pessoas, ao preço de 9 euros (R$ 15), se o ingresso for
FOTO: DILIFF/WIKIMEDIA COMMONS
casado com o percurso pelo restante do Coliseu. "Será
um espetáculo inesquecível, uma experiência incrível
que cada turista levará consigo", disse o ministro
dos Bens Culturais da Itália, Dario Franceschini. Antigamente, o quarto andar do anfiteatro, com seus amplos assentos de mármore, era reservado a comerciantes e à pequena burguesia de Roma. Já o quinto, o único com bancos de madeira e o menos acessível, era o lugar da plebe. Ou, em outra palavra, do povo. Ali as famílias populares passavam tardes inteiras, comiam e, às vezes, até cozinhavam. "Sobretudo frangos e cereais", conta a arqueóloga
Rossella Rea. Reconstruído pelo arquiteto italiano Luigi Canina no século 19, o ático tem hoje o aspecto de um terraço descoberto, o que o deixa exposto ao sol, à chuva e à deterioração provocada pela natureza. Mas não foi sempre assim. Na Roma Antiga, o quinto pavimento do Coliseu era coberto por um amplo pórtico que garantia proteção contra as intempéries. O próximo passo, segundo Franceschini, é iniciar as obras para a recuperação dos subterrâneos do anfiteatro, que durarão um ano e meio, e assinar o contrato para restaurar a arena onde os gladiadores lutavam, um projeto de 18 milhões de euros.
Nova espécie de mamífero da Amazônia recebe nome em homenagem ao Saci Presença do pequeno marsupial ocorre no Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre Foto: A. O. Maciel
A ciência ampliou novamente o conhecimento sobre a megadiversidade da Amazônia. Uma cientista do Museu Paraense Emílio Goeldi e colegas do Brasil e dos Estados Unidos publicaram artigo no início deste mês descrevendo uma nova espécie que habita a região. Trata-se de um pequeno marsupial batizado de Monodelphis saci, em homenagem à entidade do folclore brasileiro conhecida por travessuras e por usar um gorro vermelho com poderes mágicos. O nome 'saci', de acordo com Sílvia Pavan, autora líder do estudo, deve-se ao visual do animal: a tonalidade avermelhada de sua cabeça se destaca diante da cor amarronzada da pelagem de
seu corpo. “Escolhi como epíteto específico o nome 'saci', em alusão ao capuz vermelho desse personagem e, também, como uma forma de homenagem ao folclore brasileiro", conta Sílvia, pesquisadora do Museu Goeldi. Representantes do gênero Monodelphis são popularmente conhecidos como catitas (ou cuícas-decauda-curta). São da mesma família do gambá – conhecido na Amazônia como mucura – mas bem menores (variam de 7 a 20 centímetros de comprimento). Possuem hábito terrestre a semifossorial, o que quer dizer que apresentam algumas adaptações físicas para cavar e realizar atividades no subsolo.
Para a espécie em questão, Monodelphis saci, o comprimento do corpo é de cerca de 10 centímetros. Não foi por meios mágicos que o Monodelphis saci se escondeu da ciência até hoje, apesar de sua população ser aparentemente numerosa e, sim, por ausência de dados tratados sobre o animal. Em 2008, quando ainda era aluna do Mestrado em Zoologia do Museu Goeldi/Universidade Federal do Pará, Sílvia Pavan analisou dois exemplares do gênero Monodelphis trazidos de uma coleta na Floresta Nacional do Crepori, Itaituba (PA). Ao estudá-los, a pesquisadora identificou um como pertencente à espécie Monodelphis glirina e o outro
pertencente a uma espécie ainda sem nome, por possuir características diferentes de outras já registradas. Sílvia só
voltou a investigar a questão mais à frente, durante seu doutorado na City University of New York (EUA). Em
publicação de 2014, a pesquisadora confirmou, a partir de dados genéticos, que o agora batizado Monodelphis saci representava mesmo uma espécie ainda não descrita. Durante seu pós-doutorado no Museu Goeldi, Pavan deu prosseguimento ao estudo morfológico detalhado – descrição aprofundada das estruturas físicas do animal, incluindo seu crânio e dentes – para sacramentar que se tratava de uma espécie diferente das encontradas anteriormente. A recente análise incluiu o exame de exemplares tombados em diversas coleções, boa parte deles na própria coleção de mamíferos (mastozoologia) do Museu Goeldi, e contou com colaboração de Ana Cristina Mendes, da UFPA.
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Diante de um possível atraso no cronograma de privatização da Eletrobras, o governo federal desistiu de associar aos planos de privatização da companhia uma migração ao Novo Mercado da bolsa, disse nesta quinta-feira (5) o ministro de Minas e Energia em exercício, Paulo Pedrosa. "Nosso entendimento é que levar a Eletrobras ao Novo Mercado, na visão atual, ampliaria o cronograma e comprometeria os prazos que nós queremos. Então, possivelmente isso será uma obrigação para o novo investidor e não uma condição prévia ao leilão", disse Pedrosa. A finalização da modelagem do processo de privatização da Eletrobras deve ocorrer até o início do próximo ano. O governo trabalha de forma concatenada para editar até o final do ano duas medidas provisórias, uma com a nova modelagem do setor elétrico e
a outra relacionada especificamente à privatização da Eletrobras. “É possível que haja um delay [atraso] de 10 a 15 dias entre um e outro movimento. Mas eles estão sendo trabalhados em conjunto. Todo o modelo é coerente apontando na direção de um setor elétrico melhor para a sociedade”, disse Pedrosa, pouco antes de participar de um evento da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine). Maior elétrica do País, a Eletrobras é responsável por mais de 32% da geração e quase metade das linhas de transmissão do nosso sistema integrado, que promove as transferências de energia de uma região para outra do País. Devido à complexidade da iniciativa, Pedro Pedrosa informou que o governo tem trabalhado em conjunto com os ministérios da Fazenda, do Planejamento e com a
WILTON JÚNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Privatização da Eletrobras não está vinculada à entrada no Novo Mercado da bolsa
Secretaria Executiva do Plano de Parcerias de Investimentos (PPI). “Nós vamos conseguir consolidar todo o processo até
o início do próximo ano. Consolidar significa definir o modelo, definir a proposta e, muito possivelmente,
formalizar com a Eletrobras a contratação do processo. A operacionalização se dará ao longo do tempo. Isso ainda
está sendo definido. Mas o importante é essa clareza em relação ao processo”, disse o ministro interino. Segundo Pedrosa, a mudança do modelo do setor elétrico é importante para a privatização da Eletrobras, porque “vai dar a previsibilidade no cenário que os investidores precisam ter para participar do movimento da Eletrobras”. Segundo Pedrosa, apesar da pressa, o governo pretende consolidar o processo da forma mais segura possível para evitar que disputas judiciais afetem o calendário. “Precisamos encaminhar tudo da maneira mais segura possível para que não tenhamos nenhuma fragilidade como, por exemplo, um possível questionamento judicial que comprometa os prazos, e esse é um esforço que a equipe do governo como um todo está fazendo”, disse.
Aumento na oferta e retorno das chuvas devem pressionar cotações do milho FOTO: PEDRO REVILLION/PALÁCIO PIRATINI
A melhora nos preços do milho tornou o cereal mais atrativo para negociação, elevando o nível ofertado pelos produtores. Ao mesmo tempo, a previsão de retorno das chuvas afastou a possibilidade de um problema climático na safra 2017/2018. A combinação destes
fatores pressionou o mercado do cereal e freou um movimento de alta verificado durante todo o mês de setembro, avalia o Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). Nesse cenário, o I n d i c a d o r Esalq/BM&FBovespa recuou 2% entre os dias
22 e 29 de setembro, fechando a R$ 30,04/saca de 60 quilos. No acumulado do mês, no entanto, o Indicador subiu fortes 10%. A média mensal, por sua vez, de R$ 29,11/saca, é a maior desde março deste ano, em termos nominais.
ECONOMIA 12 fatos & notícias
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Uso de biocarvão no cultivo de mudas rende bons resultados Testes realizados pela Embrapa se estendem ao plantio de florestas REPRODUÇÃO INTERNET
Transformar um passivo ambiental em insumo benéfico para a produção de madeira e de alimentos é o objetivo de pesquisa da Embrapa com teste de biocarvão ou biochar como condicionador de solo. O uso do material composto de pó de serra, restos vegetais, cama de frango e lixo urbano, p e l a E m b r a p a
Agrossilvipastoril (MT), vem sendo testado desde 2012 em cultivo de viveiros de mudas e no campo. A gregados ao s olo, os condicionadores ajudam a melhorar suas características químicas, físicas e biológicas, aumentando a capacidade de suporte de plantas. Uma das fontes do biocarvão vem da
queima controlada, ou pirólise, de diferentes compostos, de origem animal ou vegetal, o que contribui para aumentar a matéria orgânica no solo. Por permanecer no local um longo período, o efeito benéfico é duradouro, favorecendo plantios florestais. “Carvão é um carbono que não é perdido facilmente. Uma palhada, se não houver reposição, vai embora em dez anos. Já o biochar permanece muito mais tempo”, ressalta a pesquisadora da Embrapa Fabiana Rezende. O biocarvão pode ser obtido ainda a partir de diferentes matérias-primas, como resíduos de agroindústrias, de restaurantes e até mesmo lama do tratamento de esgoto, o que significa novo uso para minimizar o passivo ambiental. Na pesquisa da Embrapa em Sinop (MT), o foco está no uso de pó de serra, insumo abundante no norte do estado, proveniente da
Produção de veículos cresce 39,1% em setembro Balanço divulgado nesta quinta-feira (5) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a entidade que representa as montadoras instaladas no País, mostra que as vendas de veículos novos no Brasil tiveram alta de 24,5% no mês passado, se comparadas a setembro de 2016. Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, 199,2 mil
veículos foram comercializados, permitindo que setembro mostrasse a maior taxa de crescimento de um mês no comparativo interanual em mais de quatro anos. Desde abril de 2013, quando os licenciamentos subiram mais de 29%, o mercado não registrava avanço tão expressivo. Segundo o vice-presidente da Anfavea, Rogélio Golfarb, a base baixa de comparação ajuda a explicar
a expressiva taxa de crescimento, já que setembro foi o pior mês em termos de média diária de vendas do ano passado. Após quatro anos seguidos em baixa, as vendas voltaram a subir nos nove primeiros meses de 2017, quando os 1,62 milhão de veículos emplacados representaram um aumento de 7,4% em relação a igual período de 2016. No melhor ritmo diário em 21 meses, a média de veículos vendidos em setembro beirou as 10 mil unidades a cada dia que as concessionárias abriram as portas. Setembro ficou, contudo, 8% abaixo do total comercializado em agosto por ter um calendário mais curto, com três dias a menos de venda. Por categoria, os emplacamentos de automóveis de passeio e utilitários leves, como picapes e vans, subiram 25% na comparação com setembro de 2016, mas recuaram 7,8% frente a agosto. No total, 193,8 mil carros foram comercializados no mês passado. Já os licenciamentos de caminhões, de 4,5 mil unidades em setembro, subiram 8,2% se comparados ao mesmo período de 2016. Frente a agosto, as vendas dos veículos pesados de carga tiveram queda de 6,1%. O levantamento mostra ainda que as vendas de ônibus somaram 865 unidades no mês passado, um avanço de 23,4% na comparação anual. Em relação a agosto, as vendas de
indústria madeireira da região. Na primeira etapa dos testes, o biocarvão de pó de serra foi usado em diferentes quantidades em viveiro de mudas de pau-de-balsa, eucalipto, teca e maracujá. O uso visa a melhoria da qualidade do substrato, aumentando a porosidade, a aeração e a capacidade de retenção de água e nutrientes para potencializar o crescimento das plantas. A a v a l i a ç ã o d e desenvolvimento da planta, qualidade da muda e quantidade de matéria seca mostraram que aquelas cultivadas com biocarvão ativado junto com substrato comercial tiveram melhor desempenho do que as cultivadas somente em substrato comercial. Isso significa mudas maiores, com maior capacidade de sobreviver ao plantio em campo e com melhores condições de crescimento
inicial. Finalizada a avaliação em viveiro, mudas de eucalipto e teca foram levadas a campo, para a segunda e mais longa fase da pesquisa. De acordo com Fabiana Rezende, por tratar-se de espécies florestais, é cedo para conclusão. Mas, até o momento, a resposta ao biocarvão ativado foi melhor, porém o teor de carbono no solo é maior onde foi usado o carvão não ativado. “Usamos uma dose grande de carvão não ativado, por volta de 30 toneladas por hectare. Já do ativado, colocamos por volta de oito toneladas, pois sabemos que ele já é reativo. Mas o biochar sem ativação vai naturalmente se ativar com o tempo. Queremos saber se vale a pena usar o ativado, pois ele sai mais caro. Hoje o ativado é melhor para o crescimento das plantas, mas com o tempo talvez isso mude”, pondera a pesquisadora.
Para Fabiana Rezende, assim como já ocorre em países como China, Japão e Austrália, o biocarvão terá papel importante no aumento da capacidade produtiva do solo. Nesses países, grandes indústrias de pirólise aproveitam diferentes tipos de resíduos para produzir o insumo. “A exploração madeireira como é feita hoje vai acabar. Plantar mais florestas em uma área menor será fundamental. O biochar vai melhorar o solo para que se produza mais em uma mesma área, aproveitando resíduo da própria indústria madeireira”, resume. O potencial de uso de biocarvão na agricultura e as pesquisas feitas com esse produto no Brasil serão discutidos no XII Encontro Brasileiro de Substâncias Húmicas e Matéria Orgânica Natural, de 16 a 20 de outubro, em Sinop (MT).