Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Ano VII - Nº 230
16 a 23 de dezembro/2017 Serra/ES
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fatos & notícias www.facebook.com/jornalfatosenoticias.com.br
Músicas natalinas não Governador do ES sanciona lei Cientistas saíram do País fazem bem à de apoio aos municípios para após queda de 62% no orçamento da ciência PÁG. 6 a Educação Infantil PÁG. 4 saúde PÁG.7 REPRODUÇÃO INTERNET
Meio Ambiente
EDILSON DANTAS/AGÊNCIA O GLOBO
Memórias da Antártida PÁG.2
GERAL Mais de 600 milhões de crianças e jovens não conseguem aprender o mínimo necessário
PÁG.9
SAÚDE Descoberto remédio capaz de combater a doença de Huntington PÁG.8 Boas Festas
Pág.4
PÁG.12
Será que esse fica? O ex-prefeito de São Paulo e deputado federal, Paulo Maluf, se entregou à Polícia Federal para cumprir a pena de sete anos, nove meses e dez dias de prisão em regime inicial fechado, por lavagem de dinheiro.
2fatosMEIO AMBIENTE & notícias
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Memórias da Antártida Depois de sermos a única ONG a ter um acampamento-base no continente de gelo por cinco anos, voltamos ao sul do planeta para uma nova aventura em sua defesa Por Rodrigo Gerhardt A relação do Greenpeace com a Antártida é antiga. Poucos ainda se lembrarão que chegamos a montar um acampamento-base por lá. Isso foi há 30 anos, em 1987, quando realizamos a mais ambiciosa campanha da organização para criar um “Parque Mundial Antártico” e manter o continente fora das operações militares e das atividades petrolíferas. E tivemos sucesso! Quando o Tratado da Antártida foi assinado, em 1959, teve como objetivo garantir apenas atividades pacíficas no continente e suspender reivindicações territoriais até 1991. Depois, o acordo foi renovado por mais 50 anos, ou seja, até 2041 ninguém pode se apropriar da Antártida. O Tratado abrange todas as terras e lençóis de gelo ao sul de 60° S de latitude. No entanto, o Tratado não foi forte o suficiente para
manter a região protegida das perfurações de petróleo e gás e outras explorações minerais. É aí que o Greenpeace entra na história. Em 1985, lançamos uma ampla campanha global para transformar o continente em um grande parque natural mundial, o World Park Antártida, a ser regido sob regras parecidas com as adotadas em parques
ao redor do mundo quando 15 ativistas bloquearam o local de construção de uma pista de pouso francesa em Dumont D'Urville. O trabalho de construção foi controverso porque envolveu dinamitar uma área de ninhos dos pinguins. No dia do protesto, os trabalhadores da construção francesa reagiram com raiva a uma manifestação do Greenpeace e expulsaram os ativistas que, sem se intimidar, voltaram a ocupar a pista por um segundo dia. O governo francês abandonou os planos de construir a pista de pouso. Nos sete anos da campanha, o Greenpeace passou de um estranho desprezado para um jogador respeitado nas negociações para o futuro do continente. Gradualmente, mais e mais dos signatários do Tratado foram persuadidos dos méritos de fazer da Antártica um Parque Mundial. Em 4 de outubro de 1991, os membros do Tratado Antártico concordaram em adotar um novo Protocolo Ambiental, incluindo uma proibição mínima de 50 anos sobre toda exploração mineral. O continente antártico havia sido salvo de uma ameaça mortífera na Antártida.
Agora, após várias visitas à região para confrontar navios baleeiros, retornamos aos mares gelados do sul do planeta em uma nova expedição para documentar as ameaças porque passa a região. Embora o continente esteja relativamente protegido, o mesmo não acontece com o oceano ao seu redor. Além do aquecimento global, a expansão da pesca industrial exerce uma forte pressão na região, colocando em risco espécies como pinguins, baleias e focas que precisam competir com os barcos por alimento. Mas temos uma grande oportunidade de criar a maior área protegida da Terra: um santuário no oceano antártico com 1,8 milhão de km². A votação da proposta acontecerá em outubro, e por isso temos menos de um ano para exercer pressão e sermos ouvidos pelos membros da Comissão da Conservação da Antártida. Assim como no passado, em que gente do mundo todo apoiou essa grande aventura de estabelecer um acampamento no fim do mundo, precisamos novamente de pessoas como você nesta nova expedição.
Floresta nativa da Mata Atlântica
nacionais. Usando uma combinação de ações diretas, pesquisas científicas sólidas e pressão política, estabelecemos nossa própria base científica na Antártida em 1987. A tarefa era assustadora.
Nenhuma outra ONG estabeleceu uma base na Antártida e havia muitos obstáculos tanto práticos como políticos a serem superados. Na época, todos os países que já tinham bases na região eram unânimes na hostilidade em ter o Greenpeace como vizinho. Após meses de preparação, as piores condições meteorológicas
em 30 anos impediram que n o s s o n a v i o d e abastecimento chegasse ao continente. Esta é uma região que pode apresentar ventos de 450 km/h e temperaturas de 50 graus negativos. O fracasso provocou um intenso debate interno sobre continuar a campanha ou não. Mas em 1986 outra tentativa foi montada. Mais uma vez, o navio partiu da Nova Zelândia levando uma base préfabricada e suprimentos. Desta vez, ele foi capaz de atracar apenas 200 metros da costa da Ilha de Ross, o local escolhido para a base permanente da organização no gelo. A construção começou no verão de janeiro de 1987 e o "World Park Base" começou a operar apenas três semanas depois. A base tinha quartos de dormir individuais, uma sala de estar comum, banheiro com chuveiro, um laboratório, equipamentos de comunicação e uma estufa hidropônica para cultivar vegetais. Um dos
objetivos da campanha era fazer do "World Park Base" um modelo de boas práticas ecológicas na região, então todos os esforços foram feitos para garantir que ele atingisse os altos padrões necessários para diminuir o impacto dos seres humanos nesse ecossistema delicado. Ao longo dos anos, sua estrutura foi aperfeiçoada, passando a contar com geração de energia eólica, um melhor sistema de comunicação por satélite e um antigo navio quebragelo foi comprado, o “Gondwana”, usado para reabastecer suprimentos. O Greenpeace manteve sua base permanente na Antártida por cinco anos – de 1987 a 1991. Neste período, visitamos bases na região para monitorar se o impacto ambiental das instalações seguia os regulamentos do Tratado Antártico. Muitos escândalos vieram à luz, forçando os países a se adequarem. Na temporada 1987/88, o Greenpeace fez manchetes
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br Representante Comercial: MÁRCIO DE ALMEIDA comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3070-2951 / 3080-0159 / 99620-6954 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES CNPJ: 18.129.008/0001-18
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CULTURA 3
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fatos & notícias
Por que ao adicionar sal ao gelo, a bebida congela mais rápido? Ao adicionar sal ao gelo, seu ponto de solidificação diminui porque ocorre uma forte interação entre as moléculas destas duas substâncias, dificultado a organização dos cristais de gelo Normalmente, quando se faz um churrasco, a maioria das pessoas gosta de ter como acompanhamento uma cerveja bem gelada. Para acelerar seu resfriamento é colocado sal no gelo ao redor da bebida. Isto faz com que o gelo derreta e a salmoura fique a uma temperatura inferior à que estava quando havia apenas o gelo. Para entender exatamente porque isso acontece, vamos analisar o que faz uma substância passar do estado líquido para o sólido. Para que isso ocorra, as moléculas precisam perder
energia cinética; e existem alguns fatores que influenciam nesta liberação. Entre estes está o tipo de forças intermoleculares de cada substância. Quanto menores ou mais fracas forem as forças de atração das moléculas, menor será o ponto de congelamento. Assim, o ponto de solidificação (temperatura de congelamento) da água é 0°C no nível do mar, no entanto, ao se adicionar algum composto não volátil (como o sal), as moléculas deste atraem fortemente as moléculas de água, dificultando a organização
FOTO: REPRODUÇÃO
dos cristais de gelo e, consequentemente, diminuindo seu ponto de
congelamento. Para questão de comparação, numa solução com 10% de sal, o
ponto de congelamento cairá para -6°C e com 20%, para -16°C. D e s s e m o d o , experimentalmente fica comprovado que a adição de um soluto não volátil a um solvente dá origem a uma solução que tem o ponto de solidificação menor que o solvente puro. Este é o objeto de estudo da Crioscopia ou Criometria. Este mesmo princípio é usado em regiões onde neva muito. Para derreter o gelo das estradas, o departamento responsável espalha sal nas ruas. Também para evitar que a
água do radiador dos automóveis congele são colocados aditivos que funcionam como anticongelante. O mais comum é o etilenoglicol (C6H6O2). É por isso também que a água dos oceanos, que contém diversos solutos não voláteis como o sal (Cloreto de Sódio), permanece líquida, apesar de a temperatura nestas regiões ser inferior a 0°C.
Jennifer Fogaça Graduada em Química Equipe Brasil Escola
Arquivo Nacional vai mapear acervo relacionado à diversidade cultural brasileira IMAGEM: REPRODUÇÃO INTERNET
O Arquivo Nacional apresentou uma proposta de mapeamento nacional das produções e coleções sobre
a diversidade cultural do País. A iniciativa terá início com um levantamento dos acervos relacionados com a
diáspora africana no Brasil. Batizado de Programas Arquivos da Diversidade, a iniciativa tem o apoio da
Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), vinculada ao Ministério dos
Direitos Humanos. O projeto foi apresentado e debatido durante o evento Memórias da Diáspora Africana, realizado pelo Arquivo Nacional como parte das atividades da Década Internacional de Afrodescendentes, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) entre 2015 e 2024. De acordo com o babalawô Ivanir dos Santos, coordenador do comitê do Programa Arquivos da Diversidade, será feito um levantamento de documentos escritos, materiais audiovisuais e também da produção oral em diversos grupos da população negra, como quilombolas, comunidades religiosas e movimentos negros. O mapeamento dará origem a um cadastro, que posteriormente será disponibilizado ao público. “Vamos alcançar setores que normalmente não são escutados na sociedade. Nós temos uma lógica arquivista que privilegia as grandes
instituições. Se preserva documentos da elite e documentos oficiais do Estado brasileiro. Normalmente não se tem o recolhimento da diversidade da expressão do País ao arquivo público. A ideia depois é ir mapeando outros grupos, como os indígenas”, disse Santos. Criado em 1838, o Arquivo Nacional é atualmente vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. A instituição é responsável pela gestão, recolhimento, tratamento técnico, preservação e divulgação do patrimônio documental do País.
4 EDUCAÇÃO fatos & notícias
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O governador Paulo Hartung sancionou, na noite de segunda-feira (18), a lei nº 10.787, que institui o Fundo Estadual de Apoio à Ampliação e Melhoria das Condições de Oferta da Educação Infantil no Espírito Santo. Com o Fundo, serão repassados recursos para os municípios realizarem ações de construção, reforma e ampliação de creches e escolas, além da aquisição de equipamentos e materiais. “A medida tem como objetivo fortalecer a rede de ensino infantil da rede pública. Imediatamente, serão investidos R$ 50 milhões de recursos próprios do Estado, para serem transferidos para os municípios. O Fundo fortalece o Pacto pela Aprendizagem no Espírito Santo (Paes). Essa é a criação de uma ferramenta desburocratizada que permite repasses voluntários de recursos para os municípios. É extraordinário. Fortalece o regime de colaboração entre o Estado e os 78 municípios
capixabas”, destacou o governador Paulo Hartung. Além dos R$ 50 milhões de recursos próprios, está previsto o repasse de mais recursos por meio de financiamentos de instituições nacionais e internacionais, inclusive do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O município interessado em receber recursos do Fundo deverá ter feito a adesão ao Pacto pela Aprendizagem no Espírito Santo (Paes) e apresentar o plano de aplicação que poderá contemplar ações de construção, reforma e ampliação de creches e escolas; aquisição de equipamentos e mobiliários. “Essa lei é para que, por meio do Paes, o Estado possa apoiar ainda mais os municípios. Atualmente, 31% das crianças, de 0 a 5 anos, são atendidas pelos municípios. A meta do Plano Nacional de Educação é o atendimento de 50%. Os munícipios não estão conseguindo atender adequadamente e expandir na medida do necessário. A ideia é apoiar para que eles
FOTO: LEONARDO DUARTE/SECOM
HARTUNG SANCIONA LEI QUE INSTITUI FUNDO DE APOIO AOS MUNICÍPIOS PARA MELHORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
possam acolher mais crianças nessa faixa etária e assim a gente possa qualificar a educação desde a creche até o ensino médio, cuidando para que tenhamos uma geração melhor formada no futuro”, explicou o secretário de Estado da Educação, Haroldo Rocha. O Fundo Estadual de Apoio à Ampliação e Melhoria da Oferta da
Educação Infantil, tem com a finalidade de ampliar e melhorar o acesso à educação das crianças de 0 a 5 anos, por meio da transferência de recursos financeiros aos municípios que fizerem adesão ao Pacto pela Aprendizagem no Espírito Santo (Paes). A transferência de recursos se dará a partir da análise das solicitações e d o c u m e n t a ç õ e s
apresentadas pelos municípios, dentro de prazo e condições estabelecidas em edital publicado pela Secretaria de Estado da Educação. Os recursos poderão contemplar ações de construção, reforma e ampliação de creches e escolas, aquisição de equipamentos e mobiliários, a l é m d e o u t r o s investimentos de relevante
interesse voltados para a ampliação da oferta e melhoria da qualidade de ensino na educação infantil. A transferência de recursos estará sujeita à prestação de contas, ficando os municípios obrigados a devolverem recursos financeiros recebidos e não aplicados ou aplicados em finalidade diversa daquela que constou no plano de aplicação. Dois comitês serão criados, um deliberativo e o outro de acompanhamento e avaliação, que serão vinculados ao Fundo Estadual. Eles vão definir as normas e critérios de aplicação dos recursos; deliberar sobre os planos de aplicação apresentados pelos municípios; propor normas e critérios de aplicação dos recursos; fornecer subsídios para análise dos planos de aplicação apresentados pelos municípios ao Comitê Deliberativo; além de acompanhar e avaliar a execução dos planos de aplicação aprovados.
Projeto Guri coloca livros didáticos à disposição do público gratuitamente Educadores podem acessar, gratuitamente, os livros didáticos produzidos pelo Projeto Guri, programa mantido pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo que promove educação musical para crianças e adolescentes de 6 a 18 anos. O material reúne conteúdos abordados no ensino coletivo de música nos polos da instituição, incluindo sugestões de atividades e repertório,
dicas e curiosidades musicais. Os livros contemplam a faixa etária de 6 a 18 anos. É possível acessar tanto a coleção para educadores quanto a voltada aos alunos. O material está disponível no site da instituição: http://www.projetogu ri.org.br/livrosdidaticos/.
POLÍTICA 5
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Governo entrega 21 mil unidades habitacionais em 14 estados BETH SANTOS/SECRETARIA-GERAL DA PR
Nesta quarta-feira (20) o governo federal entregou cerca de 21 mil unidades habitacionais em 14 estados por meio do programa A g o r a , é Av a n ç a r. O presidente Michel Temer divulgou um vídeo no Tw i t t e r c o m e n t a n d o a entrega e dizendo que as unidades habitacionais realizam o sonho de milhares de famílias de ter a casa própria. “São mais de 20 mil famílias que estão realizando esse sonho e quero dar destaque e reverenciar aqui as mulheres que assumem a condição de chefes de família. Mulheres que, além
de trabalhar fora para garantir o sustento e o bemestar dos seus, ainda acumulam as tarefas domésticas e que, por direito e merecidamente como chefes de família e donas de casa, agora são as donas da casa, senhoras de um lar”, disse no vídeo. Temer também disse que neste ano a inflação foi controlada, os juros caíram e mais de um milhão de novos postos de trabalho foram criados nos últimos meses. “O País está melhorando e com os programas sociais estamos juntos encerrando este ano com chave de ouro”.
As unidades habitacionais estão em 30 municípios de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Tocantins. O programa Agora, é Avançar foi lançado no início de novembro para retomar obras inacabadas. A coordenação é do ministro da Secretaria-geral da Presidência da República, Moreira Franco. O Agora, é Av a n ç a r i n c o r p o r o u o Minha Casa, Minha Vida, voltado à habitação.
fatos & notícias
'Deputado da tatuagem' tem mandato cassado outra vez no Pará O deputado federal Wladimir Costa (SDPA) foi mais uma vez condenado pelo Tr i b u n a l R e g i o n a l Eleitoral do Pará (TRE-PA) por abuso de poder econômico e gastos ilícitos em sua campanha em 2014. A decisão determina que o parlamentar perca seu mandato na C â m a r a d o s Deputados e fique inelegível por oito anos. A pena cabe recurso. S e g u n d o o T R E - PA , pesou contra Wladimir Costa o fato de ele ter declarado 61.164 reais de gastos com materiais gráficos em 2014. Entretanto, o Ministério Público Eleitoral apontou gastos de 406.460 reais não declarados, incluindo despesas com carreatas e outros serviços gráficos. Em sua decisão, o desembargador Roberto Gonçalves de Moura apontou que a quantia indicada pelo MP era muito expressiva em comparação aos gastos de outros candidatos. A decisão foi unânime.
EVARISTO SÁ/AFP
Esta é a segunda condenação contra Costa no TRE-PA. Em julho, pesou a acusação de ter recebido dinheiro “oriundo de fontes não declaradas” em 2014. O deputado Wladimir Costa notabilizou-se por sua defesa ao governo de Michel Temer (PMDB). Ganhou fama no processo de impeachment de Dilma Rousseff, quando jogou confetes no plenário da Câmara após fazer seu pronunciamento pela saída da petista. Em julho deste ano, quando os deputados analisavam a denúncia que poderia levar ao afastamento de Temer, Wladimir mostrou seu
apoio com uma tatuagem com o nome do presidente em seu ombro. Costa chegou a dizer que a tatuagem era verdadeira, mas dias depois reconheceu que a inscrição era apenas temporária. Recentemente, o “deputado da tatuagem” teve dois processos arquivados pelo Conselho de Ética da Câmara. Costa respondia por publicar uma foto da filha menor de idade da deputada Maria do Rosário (PT-RS) em um grupo do WhatsApp. Na segunda representação arquivada, o deputado era acusado de assediar uma jornalista.
6 TECNOLOGIA 16 a 23 de dezembro de 2017 fatos & notícias
Corte de verbas paralisa testes de chip brasileiro que pode devolver movimentos a tetraplégicos Cientistas saíram do País após queda de 62% no orçamento da ciência ARQUIVO PESSOAL
de Ciência e Tecnologia caiu 62% no Brasil, de R$ 8,4 bilhões para R$ 3,2 bilhões. Sem dinheiro no País, parte dos cientistas foi para o exterior – e os testes tiveram que esperar. "Todos são procedimentos muito caros. Fizemos um lote de testes e foi quando o Brasil entrou nessa crise e faltou dinheiro para todo mundo", diz Mário Gazziro, pesquisador na USP São Carlos, professor da Universidade Federal do ABC e Pesquisador Mário Gazziro, na USP, compara respostas do cérebro a chip implantável um dos que encabeçam o projeto. Há pouco mais de um ano, movimentos de braços e pernas. A empreitada para construir um pesquisadores brasileiros e A alegria dos cientistas foi chip implantável no cérebro e a m e r i c a n o s , u n i d o s e m u m abreviada ainda em 2016, quando operante com tecnologia sem fio c o n s ó r c i o c i e n t í f i c o , cortes de verba generalizados para devolver movimentos a comemoravam os primeiros atingiram a produção científica tetraplégicos começara ainda em resultados de uma inédita interface nacional. No caso do consórcio, 2010. Gazziro estava voltando do neural – um dispositivo capaz de p r i m e i r o o s t e s t e s f o r a m Japão após um período de estudos conectar o cérebro humano a um paralisados. Depois, o time foi custeados com bolsa do governo aparelho externo – que poderia ser desmantelado. brasileiro. Naquela época, ele já De 2014 para 2016, o orçamento havia trabalhado com interfaces a esperança daqueles sem os
Comemorando 20 anos, Tamagotchi é relançado em edição limitada Quem era criança na década de 1990 vai ficar muito feliz com essa notícia: o Tamagotchi, aquele bichinho de estimação virtual está de volta. A fabricante japonesa Bandai lançou uma versão miniatura do produto no dia 5 de novembro, mas a edição é limitada. O lançamento foi em comemoração aos 20 anos do brinquedo. Inicialmente, os planos da empresa eram para o mercado dos Estados Unidos e o preço deveria ser de US$ 14,99, ou seja, um FOTO: DIVULGAÇÃO/BANDAI
pouco mais de R$ 50. Quanto aos modelos, são os mesmos seis da versão original, incluindo os personagens. Cuidar de um Tamagotchi não é das tarefas mais fáceis. O bichinho virtual exige atenção, comida, banho e cuidados. Lançado em 1997, o produto foi uma febre entre as crianças dos anos 1990 e vendeu 82 milhões de unidades nesses 20 anos de existência. Com o sucesso, outras empresas lançaram versões do Tamagotchi que fez do brinquedo um dos mais populares na é p o c a . A brincadeira é séria e se o bichinho não for bem cuidado, ele pode morrer. O jeito como ele é tratado pelo dono também define a personalidade do brinquedo virtual.
neurais, mas em insetos, e queria saltar para soluções em humanos. Foi quando conheceu o pesquisador americano Stephen S a d d o w, q u e h á 1 5 a n o s pesquisava um material para interfaces neurais que pudesse ser espetado no cérebro apenas uma vez e ali ficasse para o resto da vida, sem irritar os anticorpos do entorno. "O material dele era flexível e permitia uma inserção cerebral sem causar traumas. O eletrodo que ele desenvolveu é como uma folhinha de papel, que precisa ser inserida no córtex cerebral. Ninguém faz isso hoje", explica Gazziro. A d e s c o b e r t a d a biocompatibilidade do material, à base de carbeto de silício, pavimentaria o início do projeto Interface Neural Implantável (INI), que reuniria, além de Gazziro e Saddow, a cientista
Luciene Covolan, da Unifesp, e uma pequena empresa catarinense, a Chipus Microelectronics, fundada por ex-pesquisadores da Unicamp e da USP São Carlos. Juntos, eles buscavam desenvolver um chip minúsculo, que transmitiria, via tecnologia wireless, ordens do cérebro a uma máquina fora do corpo humano, que executaria os movimentos que os membros dos tetraplégicos não c o n s e g u e m f a z e r. S e b e m sucedida, a pequena interface seria o elo que finalmente conectaria humanos e exoesqueletos. "Há anos, pesquisas no campo da ciência biomédica buscam devolver movimentos a pessoas com deficiência, mas essa solução ainda não existe", afirma Paulo Augusto Dal Fabbro, cofundador da Chipus. "O projeto é algo esperançoso".
CIÊNCIA 7
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fatos & notícias
Com inteligência artificial, Nasa descobre estrela com oito planetas Software do Google ajudou astrônomos a processar dados gerados pelo telescópio Kepler A família do Sol é anormalmente grande: mesmo se a gente deixar o anão Plutão de fora, ele ainda tem oito planetas em sua órbita – um número alto, incomum no resto da galáxia. Foi por isso que um anúncio feito pela Nasa foi recebido com entusiasmo por astrônomos. Com a ajuda do telescópio Kepler e de um programa de inteligência artificial desenvolvido pelo Google, a agência espacial americana identificou o oitavo exoplaneta na órbita de uma estrela a 2,5 mil anos-luz da Terra, chamada Kepler 90. “O Kepler já havia mostrado que a maior parte das estrelas tem planetas”, afirmou Paul Hertz, diretor da divisão da astrofísica da Nasa, no anúncio oficial. “Hoje, ele confirmou que as estrelas podem ter famílias
de planetas tão grandes quanto a do Sistema Solar”. O novo planeta de Kepler 90, batizado de Kepler 90i, é um rochoso 30% maior que a Terra, e também é o terceiro mais próximo de seu sol. Apesar disso, seu ano tem apenas 14,4 dias, e a temperatura em sua superfície provavelmente ultrapassa os 400ºC. Nenhum de seus sete irmãos – cinco rochosos e dois gasosos – são habitáveis. Todos estão fora da área que possibilita a existência de água em estado líquido. Mais legal do que a descoberta em si é como ela foi feita. O Kepler detecta planetas quando eles passam na frente das estrelas que os hospedam, fazendo sombra. A sombra é discreta – bem menos que 1% do brilho total do astro – mas está dentro do limite do detectável.
Um astrônomo treinado consegue lidar com as contas complicadas que estão envolvidas na identificação de um exoplaneta, mas não faz mágica: algumas interferências na propagação da luz são tão discretas que passam batidas, e o número de alarmes falsos é muito alto. É aí que entra o Google. Com a ajuda da Nasa, a empresa ensinou um computador a processar a montanha de dados gerados pelo Kepler e separar o joio do trigo. O Kepler já observou cerca de 200 mil estrelas – mas só encontrou 4 mil potenciais planetas, dos quais 2,5 mil foram confirmados. Com a aplicação de computadores em larga escala, é bem provável que um número imenso de exoplanetas antes
NASA/AMES RESEARCH CENTER/WENDY STENZEL/REPRODUÇÃO
ocultos apareçam em nosso radar. A n d r e w Va n d e r b u rg , astrônomo da Universidade do Texas que participou da pesquisa, afirmou ao Los
Angeles Times que é bem provável que a estrela venha a superar o Sol em número de planetas. “Há muito potencial imobiliário inexplorado no sistema de
Kepler 90. Eu ficaria surpreso se não houvessem mais planetas em seu entorno”. Uma órbita populosa, pelo jeito, não é exclusividade do Sol.
Músicas natalinas não fazem bem à saúde As tradicionais músicas de Natal podem ter um efeito bastante negativo sobre as pessoas. O problema, é claro, não são as músicas em si. A repetição excessiva das
mesmas músicas, porém, pode levar à fadiga cognitiva e ao stress. Victoria Williamson, da Universidade de Londres, conduziu uma pesquisa
sobre o assunto. Ela descobriu que o apreço pelas músicas natalinas cresce no início da época. À medida que as pessoas continuam ouvindo as mesmas músicas,
o prazer em ouvir vai FOTO: KRYSTIAN NAWROCKI/ISTOCK caindo, causando stress. “Qualquer pessoa que já tenha trabalhado em uma loja durante o período do Natal vai saber do que estou falando”, diz Williamson à NBC News. Mas como se explicaria o fato de que algumas dessas canções. pessoas parecem gostar A falta de dinheiro para dessas músicas? Williamson destaca que o impacto comprar um presente para depende do estado mental um familiar querido ou a anterior à música. Ela necessidade de viajar ou explica que muitas pessoas fazer algo de proveitoso encaram problemas nessa a c a b a m p o r c r i a r u m a época, o que já diminui a pressão. A combinação das predisposição a gostar músicas às preocupações
acaba por aumentar a fadiga mental. Uma pesquisa, um pouco antiga, é verdade, evidencia isso. A Consumer Reports, publicação de varejo americana, descobriu, em 2011, que 23% dos americanos via nas músicas natalinas o pior lado da data. Outra, realizada no Canadá em 2014 por uma empresa de pesquisas, viu que 36% dos entrevistados admitiam deixar uma loja antes do que precisavam por conta da trilha natalina.
8 SAÚDE
fatos & notícias
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Descoberto remédio capaz de combater a doença de Huntington Pesquisadores do University College de Londres anunciaram, no começo deste mês, que a primeira fase de testes de um remédio capaz de conter a evolução da doença de Huntington teve resultados promissores. Huntington é um problema hereditário e degenerativo extremamente raro: afeta sete a cada 100 mil pessoas de ascendência europeia (as taxas podem variar de população para população). Os pacientes morrem em média 15 anos após o diagnóstico. A doença é causada por uma mutação em um único gene, que dá às células instruções para produzir uma proteína tóxica chamada huntingtina. A atuação dessa proteína, em longo prazo, causa alterações bruscas de humor, depressão, movimentos involuntários, demência e paralisia. Os sintomas diminuem tanto a qualidade de vida que até 13% dos
pacientes cometem suicídio. O novo tratamento se baseia em uma droga chamada Ionis-HTTRx, que impede o gene de dar o comando para a produção da proteína. Segundo o jornal britânico The Guardian, ela é injetada no líquido cefalorraquidiano com uma agulha de dez centímetros de comprimento. Os resultados do teste ainda não foram publicados em um periódico – o artigo científico será finalizado em 2018. Os testes foram feitos com uma amostra de 46 voluntários de ambos os sexos. Eles receberam uma injeção por mês ao longo de quatro meses, com doses progressivamente maiores. Aproximadamente um quarto dos pacientes foi tratado com placebo. A concentração da proteína causadora da doença caiu em todos os testes, sempre de forma proporcional à quantidade de medicamento ministrado.
NIKOLA NASTASIC/ISTOCK
A droga, injetada na espinha, impede a mutação genética de produzir a proteína que causa a doença. Remédios atuais combatem os sintomas sem atacar a causa
“É a primeira vez que uma droga diminuiu a concentração da proteína tóxica causadora da doença no sistema nervoso. A droga é segura e foi bem tolerada pelos pacientes”, contou Sarah Tabrizi, que liderou os testes. “Este provavelmente é o momento mais significativo da história da doença de Huntington desde que o gene foi isolado [na década de 1990]”. A Ionis-HTTRx já está na mira da ciência há pelo
menos dois anos. Em 2016, o site Huntington's Disease News explicou brevemente seu funcionamento. Para entendê-lo, é preciso voltar ao ensino médio. Nossos genes são feitos de longas cadeias de DNA. As moléculas de DNA, por sua vez, são longas sequências de códigos representados por combinações das letras A, T, G e C. Esses códigos são como o manual de instruções para produzir proteínas. Quando o código
CAG aparece mais de 40 vezes no gene associado à doença de Huntington, o paciente a desenvolve plenamente – isto é, produz a proteína tóxica em excesso. Acontece que, para a proteína tóxica existir, não basta haver um excesso de CAGs no pedaço certo de DNA. O DNA ainda precisa mandar esse código corrompido para os ribossomos, nossas fábricas de proteínas. E ele faz isso usando mensageiros chamados RNAm. O que o medicamento Ionis-HTTRx faz é abater o mensageiro das instruções no caminho até os ribossomos, impedindo, na prática, a produção da proteína. A mutação não deixa de existir, mas não pode mais se manifestar. Essa abordagem já havia sido testada em ratos, mas é a primeira vez que dá certo em humanos. Cerca de 30 mil americanos e 10 mil britânicos têm a doença. A
Associação Brasil Huntington (ABH) calcula que algo entre 13 mil e 19 mil brasileiros sofram com o problema, mas as estimativas nacionais não são tão precisas. As taxas da doença tendem a ser menores em lugares em que populações de origem europeia passaram por mais miscigenação com asiáticos e negros, entre os quais a incidência do problema é bem menor (cerca de um em um milhão). O próximo passo é aperfeiçoar a droga em testes clínicos com amostras maiores, e verificar se seu efeito em escala molecular se manifesta na prática, reduzindo os sintomas. Mesmo que a Ionis-HTTRx, no futuro, não consiga curar completamente os pacientes, ela sem dúvida é o primeiro passo para melhorar a qualidade de vida das pessoas que possuem o gene mutante.
UFMG cria banco de fezes e já pode realizar transplante fecal U m a t é c n i c a desenvolvida pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pode aumentar a eficácia no combate a uma superbactéria que ataca o intestino humano. O procedimento, chamado transplante fecal, consiste na transferência de microbiota (antes chamada flora intestinal) de pessoas saudáveis para pacientes
FOTO: UFMG
com quadro grave de diarreia provocado pela bactéria Clostridium difficile, de tratamento complexo.
Responsável pelo p r o j e t o e coordenador do Instituto de Gastroenterologia do hospital, o professor Luiz Gonzaga Vaz Coelho afirma que o procedimento já foi realizado no Brasil, mas precisou ser aprimorado para que o tratamento atinja um número maior de pessoas. "É feito um pente fino, com exames para detecção
de vírus, vermes e doenças como hepatite", afirma Coelho. Conforme o professor, de um total de 30 candidatos a doador, quatro foram autorizados a fornecer o material. Ainda não há pacientes com tratamento indicado para o uso do procedimento em Minas. "Assim que esse paciente surgir estamos preparados para fazer o transplante", diz o professor. O procedimento é como uma colonoscopia convencional, mas com a
infusão do material, que fica armazenado em freezers, em temperatura de 80 graus negativos, e tem que ser utilizado dentro de seis meses. Após o prazo, os doadores são chamados para renovação e são submetidos
a novos testes. Segundo o professor, com os equipamentos utilizados no procedimento o transplante pode ser realizado pela equipe do Hospital das Clínicas da UFMG em qualquer parte do País.
16 a 23 de dezembro de 2017
GERAL 9 fatos & notícias
Potencial desperdiçado Mais de 600 milhões de crianças e jovens em todo o mundo não conseguem aprender o mínimo necessário em leitura e matemática FOTO: ISTOCKPHOTOS
humano quanto para as perspectivas de atingir o desenvolvimento sustentável, ainda que muitas dessas crianças não estejam escondidas ou isoladas de seus governos e comunidades – elas estão sentadas em salas de aula com suas próprias a s p i r a ç õ e s e potencialidades”, observa
Sílvia Montoya, diretora do UIS. “Esses dados são um despertar para um investimento muito maior na qualidade da educação”. O O b j e t i v o d e Desenvolvimento Sustentável 4 (SDG 4, em inglês) indica o compromisso dos governos de garantir uma “educação de qualidade inclusiva e
equitativa e a promoção de oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”. Os novos dados são os primeiros reunidos em relação ao objetivo 4.1 do SDG, o qual exige educação primária e secundária que leve a “ r e s u l t a d o s d e aprendizagem relevantes e efetivos”.
Escola em Moçambique: o problema é mais grave na África e na Ásia Novos dados do Instituto de Estatística da Unesco (UIS, na sigla em inglês) mostram que 617 milhões de crianças e adolescentes no mundo não estão atingindo níveis mínimos de proficiência em leitura e matemática. Segundo o UIS, essa “crise de aprendizagem” ameaça o progresso rumo à Agenda da O N U p a r a o Desenvolvimento Sustentável. Os dados revelam que mais de 387 milhões de crianças com idade para cursar o ensino fundamental (56%) e 230 milhões de jovens com idade para cursar os primeiros
anos do ensino médio (61%) não alcançarão níveis mínimos de proficiência em leitura e matemática. A África Subsaariana tem o maior percentual: 88%, ou 202 milhões dessas crianças e adolescentes (cerca de nove em cada dez crianças com idade entre 6 e 14 anos). A Ásia Central e Meridional vem a seguir: 81%, ou 241 milhões sem aprender. O mais surpreendente é que dois terços dessas crianças estão na escola. De 387 milhões de crianças citadas, 262 milhões estão em uma sala de aula. Há também cerca de 137 milhões de
adolescentes nos primeiros anos do ensino médio em condições similares. Os dados sugerem que esses números têm raízes em três problemas comuns: 1) a falta de acesso, com as crianças que estão fora da escola tendo pouca ou nenhuma chance de alcançar um nível mínimo de proficiência; 2) a incapacidade de reter todas as crianças na escola e mantê-las ali; 3) a questão da qualidade da educação apresentada na sala de aula. “Os números surpreendem tanto em termos de desperdício de potencial
Ecoturismo é tendência para viagens em 2018 O brasileiro tem mudado os destinos de suas viagens e optado por lugares exóticos e que priorizam a sustentabilidade. É o que aponta o levantamento feito
POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL
por uma agência de turismo, que revelou um aumento de 61% na procura por destinos chamados turismo de contemplação. O nome parece diferente, mas
nada mais é do que lugares em que o turista prioriza o desconhecido e paisagens quase intocadas. A mudança no perfil do viajante também facilitou o crescimento desta modalidade. O jovem, principal público que escolhe esse tipo de turismo, está começando a viajar mais cedo e sozinho, o que possibilita uma escolha fora dos padrões Estados Unidos e Europa. Países da África, Ásia e até lugares dentro do Brasil têm ganhado notoriedade e fogem do convencional, como explica Nathália Moura, gerente de
produtos exóticos do Grupo CVC. “Depois de visitar o mesmo destino diversas vezes, os passeios vão ficando similares. O turista quer algo que contemple paisagens paradisíacas e que fuja de cidades que têm aquela loucura do dia a dia”, afirma. Outro quesito que facilitou a ascensão do ecoturismo foi a entrada de companhias aéreas que antes não operavam no Brasil. Com a oferta foi possível conhecer lugares que eram caros e que precisavam de muitas conexões para chegar até o destino final.
“Até pouco tempo atrás não tínhamos aéreo para África do Sul, por exemplo. Hoje, as ofertas ficaram muito grandes facilitando o acesso e barateando passagens”, diz Nathália. A boa notícia é que os preços nesse tipo de viagem não são tão altos como os convencionais e há opções dentro do Brasil. A CVC aponta que lugares como Capitólio e Jalapão continuarão em alta no ano que vem. Já no exterior, destinos como Tailândia, Japão, Israel, África do Sul e Rússia serão tendências em 2018.
10 Olhar de uma lente fatos & notícias
16 a 23 de dezembro de 2017
FIM DE ANO E AGORA?
Silvana Gaspar
Como chegar ao final do ano com seus objetivos realizados Todos nós fazemos planos, projetos e metas a serem
alcançados durante o decorrer do ano. São promessas de emagrecer, passar no vestibular, parar com um vício, zerar dívidas, entre muitos outros. Mas o ano está prestes a findar e sua lista de sonhos, metas ou projetos está incompleta, as coisas não ocorreram como o planejado. O que faço agora? Realmente bate uma certa frustração neste momento, muitos objetivos sendo adiados mais uma vez para o próximo ano. De fato, 2017 não foi dos melhores anos para nós, por vários aspectos que não acho necessário listar aqui. Embora tudo não tenha se realizado da maneira como projetamos, somos vencedores!
Sim! Somos vitoriosos! Conseguimos driblar muitas
coisas e pular muitos obstáculos que surgiram a nossa frente. Sinta-se bem neste momento. Os projetos não alcançados este ano, s e r ã o m e l h o r e s administrados no ano vindouro, basta você erguer sua cabeça e seguir em frente. Existem algumas dicas para que você aprenda a definir melhor seus objetivos, para que sejam realizados com sucesso e ao findar do prazo estabelecido não venha lhe trazer nenhum sentimento de falha. Listei algumas dicas para que você atinja o máximo de metas préestabelecidas para o próximo ano. Vamos ver? Œ Quebre o projeto em 11 pequenas partes: Quando
olhamos para um projeto em um todo é assustador! Mas se
olharmos para uma tarefa de cada vez, se torna fácil e saímos da inércia. Comece hoje: Inicie a concepção do seu plano hoje, como você o quebrou em várias partes ficará mais fácil dar o primeiro passo. Ž Não precisa ser perfeito: Não tente alcançar a perfeição no início, você pode aprimorá-lo ao longo dos estágios. M a n t e n h a a consistência: Mais importante do que querer fazer tudo de uma vez é você manter a consistência ao longo do tempo. ‘ Defina prazos: O ideal é ter um prazo para cada tarefa traçada, assim fica fácil saber se está dentro do cronograma ou se está atrasado.
’ Mantenha o foco: Ter muitos projetos não é problema, difícil é focar em cada um deles, não se distraia. Faça cada um de vez e, ao terminá-lo, inicia-se o outro. “ Comemore cada vitória: Mesmo que pequena, é um incentivo ao longo do caminho, nos motiva. ” Seja disciplinado: Crie rotinas diárias de hábitos saudáveis e que vão ajudá-lo a alcançar seus objetivos de
curto, médio e longo prazo. • Simplifique: Não faça seu projeto complexo e cuidado com os atalhos, geralmente atalhos e fórmulas mágicas não funcionam e são perda de tempo. • Você é do tamanho do seu sonho: Saiba com assertividade o que fazer para conquistar o que tanto almeja. Defina, foque, seja constante, lute, dê o primeiro passo e comemore pequenas
vitórias. Assim, a cada tarefa cumprida ao final você obteve êxito em seus projetos. Acredite você é capaz, não esmoreça, se não foi dessa vez, se esforce para ser na próxima! Um Feliz Natal e um Ano-Novo de muitas realizações.
Silvana Gaspar Graduada em Ciências Sociais E-mail: silgaspar@gmail.com
ECONOMIA 11
16 a 23 de dezembro de 2017
fatos & notícias
Brasileiros não estão satisfeitos com discurso de crescimento Bancos esperam crescimento acima de 3% em 2018 enquanto metade dos brasileiros acredita que desemprego vai continuar aumentando DÁRIO OLIVEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO
Membros do governo e um número crescente de analistas afirmam que a maior economia latinoamericana está na iminência da retomada da economia. No entanto, os brasileiros estão decididamente menos otimistas. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, prometeu “o melhor Natal dos últimos anos” e a retomada do crescimento, enquanto analistas da UBS, BNP Paribas e BofA Merrill Lynch estão entre os que esperam aumento do PIB de pelo menos 3% em 2018. Já nas ruas, as coisas não parecem tão positivas. De acordo com pesquisa Datafolha, mais de 50% dos brasileiros acreditam que a economia piorou nos últimos
meses e que a inflação e o desemprego vão aumentar no futuro. Em um shopping de Brasília, vendedores estão pessimistas. “No fim do ano, dá para sentir uma melhora, mas esse ano está diferente”, diz Elineusa Amorim, aposentada de 57. “Nem parece Natal”. O sentimento popular na economia é importante já que o Brasil se prepara para as eleições de 2018. Enquanto governantes dizem que o sentimento de melhora é questão de tempo, a falta de expectativas dos cidadãos deve fortalecer os candidatos de extrema esquerda e direita. “Existe diferença espantosa entre os que vivem no mundo das estatísticas e
do Insper, em entrevista. “É estratégia do ministro da Fazenda para vender otimismo. Ainda estamos muito longe do ponto em que os brasileiros podem se dizer satisfeitos”. Um membro do governo que pediu anonimato afirma que para que o sentimento positivo prevaleça, é necessário que os preços permaneçam baixos por mais tempo. “Recuperação econômica está ganhando estabilidade”, disse Luciano Rostagno, estrategista chefe do Banco Mizuho. “Obviamente, vai levar tempo para que as famílias resgatem hábitos de compra que tinham antes da crise”. projeções e os que vivem o
dia a dia”, disse Carlos Melo,
cientista político e professor
Dívida pública cresce 1,60% e atinge R$ 3,49 trilhões A Dívida Pública Federal – que inclui o endividamento interno e externo do Brasil – aumentou em R$ 55 bilhões em novembro. O estoque da dívida subiu 1,60%, passando de R$ 3,438 trilhões em outubro para R$ 3,493 trilhões em novembro, informou nesta quarta-feira (20), em Brasília, a S e c r e t a r i a d o Te s o u r o
Nacional, do Ministério da Fazenda. Esse crescimento da dívida ocorreu por conta da apropriação positiva de juros, no valor de R$ 25,70 bilhões e pela emissão líquida de R$ 29,48 bilhões. A Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi), que é a parte da dívida pública que pode ser
paga em reais, teve o estoque ampliado em 1,83%, p a s s a n d o d e R $ 3 , 3 11 trilhões para 3,371 trilhões. O estoque da Dívida Pública Federal Externa (DPFe), captada do mercado internacional, teve redução de 4,46%, encerrando novembro em R$ 121,40 bilhões (US$ 37,22 bilhões). No último boletim, referente
a outubro, houve um aumento de 6,88%, o que fez com que a DPFe encerrasse em R$ 127,07 bilhões (US$ 38,78 bilhões). A v a r i a ç ã o d o endividamento do Tesouro pode ocorrer por meio da oferta de títulos públicos em leilões pela internet (Tesouro Direto) ou pela emissão direta. Além disso, pode ocorrer assinatura de contratos de empréstimo para o Tesouro, tomado de uma instituição ou de um banco de fomento, destinado a financiar o desenvolvimento de uma determinada região. Já a redução do endividamento se dá, por exemplo, pelo resgate de títulos. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), a dívida pública poderá fechar este ano entre R$ 3,45 trilhões e R$ 3,65 trilhões. Segundo o coordenadorgeral de Operações da Dívida Pública, Leandro Secunho, o resultado de novembro "é muito próximo de como se espera encerrar o ano". Dessa forma, o PAF deverá ser
MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL
cumprido. "Para o ano de 2017, o estoque da dívida pública federal vai encerrar dentro do esperado", explicou. Quanto à participação estrangeira, que apresentou queda, Secunho disse que o volume financeiro se manteve, o que não prova uma grande saída desses investidores. "O volume financeiro permaneceu estável. Não houve saída ou a saída foi muito contida. É importante ver que a participação é relativa, depende de outros grupos. Uma vez que outros tiveram aumento maior, a participação relativa caiu,
mas financeiramente, a carteira manteve-se estável ao longo dos 11 meses do ano". Em novembro, os maiores detentores da dívida pública eram os fundos de Previdência (25,37%). O estoque desse grupo passou de R$ 840,17 bilhões para R$ 855,60 bilhões, entre outubro e novembro. Em seguida, estão as instituições financeiras, com 21,84%, os fundos de investimentos (25,96%), os investidores estrangeiros (12,67%), o governo (4,60%), seguradoras (4,02%) e outros (5,54%).
POLÍTICA 12 fatos & notícias
16 a 23 de dezembro de 2017
Maluf se entrega à Polícia Federal em SP Ministro Edson Fachin determinou que Maluf cumpra a pena de sete anos, nove meses e dez dias de prisão em regime inicial fechado TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
O deputado federal Paulo Maluf se apresentou à superintendência da Polícia Federal na manhã desta quarta (20) para se entregar. Ele chegou com uma mala de roupas e remédios. Na terçafeira (19), o ministro Edson Fachin confirmou decisão da 1 ª Tu r m a d o S u p r e m o Tribunal Federal para que M a l u f c u m p r a imediatamente a pena de sete anos, nove meses e dez dias de prisão em regime inicial fechado, por lavagem de dinheiro. Além de multa, o colegiado decidiu que o deputado deve perder seu mandato na Câmara dos Deputados. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que Maluf decidiu se entregar assim que soube da decisão, mesmo sem ser intimado. O defensor anunciou que vai recorrer à presidência do Supremo para conseguir efeito suspensivo da decisão e conversará com o juiz de execução penal no DF. “Infelizmente nós estamos em recesso. Os embargos infringentes que nós entramos são absolutamente aceitos pelo STF e o normal é que eles fossem analisados. O ministro Fachin, monocraticamente,
considerou que não deveria. Então nós vamos agora entrar com efeito suspensivo”, disse. Para Kakay, a palavra final deveria caber ao Plenário da corte. O ministro rejeitou o recurso da defesa por considerá-lo meramente protelatório e determinou o imediato cumprimento da decisão. O ministro, relator da ação penal, usou um precedente do Supremo no processo do mensalão para justificar sua decisão: Fachin explicou que cabe a ele analisar sozinho se aceita ou não embargos infringentes contra decisão condenatória. Nos embargos infringentes rejeitados por Fachin, a defesa do deputado pedia a nulidade do acórdão da 1ª Turma conforme o entendimento do ministro Marco Aurélio. Os advogados apontavam para a ausência de perícia técnica oficial sobre os documentos relativos ao crime pelo qual Maluf era acusado. Como alternativa, pediam que fosse declarada a prescrição da pena.
Denúncia De acordo com a denúncia
do Ministério Público, o político lavou dinheiro desviado de obras públicas e fez remessas ilegais ao e x t e r i o r, p o r m e i o d e doleiros, enquanto era prefeito de São Paulo (19931996). O deputado, ainda conforme a acusação, também participou de
esquema de cobrança de propinas na prefeitura em 1997 e 1998 (durante a gestão de Celso Pitta, apadrinhado de Maluf), que continuou a contar com o envolvimento direto do político nos anos seguintes. Segundo órgão, Maluf recebeu propina das
empreiteiras Mendes Júnior e OAS na construção da Avenida Água Espraiada, h o j e c h a m a d a Av e n i d a Roberto Marinho. O custo total da obra foi de cerca de R$ 800 milhões. As investigações levaram mais de 10 anos, desde a instauração do primeiro
inquérito contra o exprefeito, ainda na primeira instância da Justiça. Os procuradores estimaram em US$ 170 milhões a movimentação total de recursos ilícitos. O STF assumiu o caso após a eleição de Maluf como deputado.