Fatos & Notícias Ed. 231

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Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Ano VII - Nº 231

24 a 31 de dezembro/2017 Serra/ES

Distribuição Gratuita

fatos & notícias www.facebook.com/jornalfatosenoticias.com.br

Asteroide em forma de caveira volta a passar perto da Terra em 2018 PÁG.7 ECONOMIA

Vendas de Natal 2017 são as melhores em 7 anos PÁG.11

POLÍTICA PF aponta lavagem de R$ 6,3 milhões em fazendas de Geddel PÁG.12

MEC anuncia modernização do Pibid PÁG. 4

Descoberto por acidente, vidro é capaz de se consertar sozinho em 30 segundos PÁG. 6

A agonia do Cerrado MARCELO JUSTO/FOLHAPRESS

Pág.4

SAÚDE Estudo aponta que uma única sessão de exercício pode proteger o coração por até 5 dias PÁG.8

As terras do segundo maior bioma do Brasil viraram um enorme celeiro agrícola, à custa da perda de metade de sua cobertura vegetal nativa. O prejuízo pode se agravar ainda mais se o desmatamento da região não for contido PÁG.2


2fatosMEIO AMBIENTE & notícias

24 a 31 de dezembro de 2017

A agonia do Cerrado As terras do segundo maior bioma do Brasil viraram um enorme celeiro agrícola estão fragmentados e sob pressão de conversão nas novas frentes do desmatamento. As áreas de proteção integral cobrem um percentual muito baixo do bioma e não representam sua variabilidade espacial”. Cristiane Mazzetti, especialista do Greenpeace em Desmatamento Zero, lembra que a taxa anual de desmatamento do bioma superou a da Amazônia nos últimos dez anos. “Em 2014 e 2015 ela ficou próxima de 9.500 km²/ano, enquanto a do Norte para os mesmos anos foi de 5.012 e 6.207 km² respectivamente”, informa. “Para piorar, no Cerrado a área passível de desmatamento legal (com autorização do órgão ambiental competente) é de 65% a 80% de cada propriedade rural, enquanto na Amazônia é de apenas 20%. Isso mostra que o simples cumprimento da legislação, embora seja fundamental, não é suficiente para barrar a rápida perda da vegetação nativa”. A situação é mais grave no Matopiba, região na confluência dos estados de Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Bahia. “Grandes áreas de lá estão sendo perdidas para abrir espaço para pastagens e plantações de soja”, diz Cristiane. “Ao manter esse ritmo de destruição, o Cerrado segue o mesmo caminho da Mata Atlântica, onde restaram apenas 10% da sua formação original,

gerando assim a perda de serviços ambientais fundamentais para toda a sociedade”. Para o geógrafo Eguimar Felício Chaveiro, da Universidade Federal de Goiás (UFG), o conflito entre a agricultura e a conservação ambiental tem trazido grandes prejuízos para o bioma. “Ele tem potencial para diversos tipos de usos, mas o modelo de desenvolvimento adotado tem destruído parte considerável dessa riqueza, transformando-a em pobreza”, critica. “Há, inclusive, uma contradição: transformam o Cerrado em marca, mas o destroem; enaltecem seu valor, mas consagram um modelo de desenvolvimento econômico que extingue parte de sua diversidade genética e cultural. Há problemas de erosão genética, de degradação ambiental de matas ciliares, repercutindo nos seus componentes hídricos. Já se vê o secamento de vários canais e a extinção de algumas espécies de animais, como o tatupeba”. Afora levar ao desmatamento e à

degradação ambiental de grandes áreas, a ocupação do Cerrado pela agropecuária contribui para o aquecimento global, constatou a bióloga Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília (UnB). Ela pesquisa há vários anos os impactos das mudanças na cobertura vegetal e do uso da terra no bioma. Mercedes quer entender como a agropecuária no Cerrado contribui para o efeito estufa e o aquecimento global. Segundo ela, esse bioma tem muito dióxido de carbono (CO2) fixado no solo, sobretudo nas raízes de sua vegetação, muito profundas devido à escassez de água perto da superfície. “O Cerrado é como uma floresta de cabeça para baixo. Há mais biomassa vegetal enterrada no solo do que na parte aérea”, afirma. De acordo com Mercedes, ao mexer nisso, muito carbono e outros gases estufa, como o metano, são l a n ç a d o s n o a r. S ó a s queimadas liberam cerca de 17 toneladas de carbono por hectare por ano.

Floresta nativa da Mata Atlântica

Com 207 milhões de hectares (cerca de 22% do território nacional), o Cerrado, o segundo maior bioma do Brasil – atrás apenas da Amazônia –, era visto, até algumas décadas atrás, como um ecossistema desinteressante, com uma vegetação raquítica e pouco diversa, de onde quase nada s e p o d e r i a a p r o v e i t a r. Graças a muitas pesquisas e ciências aplicadas, no entanto, essa imensa savana de solos pobres e sujeita a secas se transformou numa das mais importantes zonas agrícolas do Brasil e do mundo. Mas essa pujança tem um preço. O agronegócio se estabeleceu abrindo a fronteira agrícola, desmatando e degradando vastas áreas. Só entre 2013 e 2015, por exemplo, foram destruídos 18.962 km² da região. Isso significa que, a cada dois meses, a vegetação nativa de um território equivalente ao da cidade de São Paulo (1.521 km²) desaparece.

Para evitar que esse quadro se agrave, 40 organizações ambientalistas lançaram em 11 de setembro (Dia do Cerrado) o manifesto “Nas mãos do mercado, o futuro do Cerrado: é preciso i n t e r r o m p e r o desmatamento”. No documento, elas pedem uma medida imediata em defesa do bioma a ser tomada pelas empresas que compram soja e carne produzidas na região, assim como os investidores que atuam nestes setores, no sentido de adotar políticas e compromissos eficazes para eliminar o desmatamento e desvincular suas cadeias produtivas de áreas naturais recentemente convertidas em agricultáveis. O processo que culminou na atual situação vem de longe. As vastidões do Cerrado começaram a ser ocupadas no século 18, com a mineração de ouro e pedras preciosas. Junto com essa atividade começaram a surgir os primeiros

povoados. Esgotadas essas riquezas, os habitantes da região tiveram que descobrir outra forma de ganhar a vida. A alternativa que vingou foi a pecuária extensiva, principal atividade econômica daquelas paragens até praticamente o fim da década de 1950. Com a construção de Brasília, na virada dos anos 1950 para 1960, vieram as estradas e ferrovias, pelas quais chegaram os migrantes. Vinham atraídos pelas políticas agrícolas desenvolvimentistas do governo, que queria integrar aquele território ao restante do País. Criaram-se assim as condições para a expansão da agricultura comercial. O resultado disso em termos ambientais pode ser medido em números. “O Cerrado já perdeu 50% de sua cobertura vegetal nativa”, diz a bióloga Mercedes Bustamante, professora e pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB). “Os remanescentes

FOTOS: iSTOCKPHOTOS

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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

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CULTURA 3

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fatos & notícias

A invenção Africanidades, a livraria do purgatório especializada em autoras negras

REPRODUÇÃO

A dicotomia do pensamento religioso feudal mudou com as transformações da Baixa Idade Média

ARTE: PATRICIA ABÒRISÁ

Na Idade Média notamos o desenvolvimento de uma série de fatos e experiências históricas que fizeram da Igreja uma das mais poderosas instituições daquela época. A difusão dos preceitos cristãos pela Europa e em outras partes do mundo fez com que os dirigentes desta denominação religiosa i n t e r f e r i s s e m profundamente nos hábitos, concepções e modos de agir de um grande número de pessoas daquela época. Apesar da visibilidade de todo esse processo, não podemos chegar à simplista conclusão de que os clérigos conseguiam fazer com que as pessoas fizessem aquilo que eles bem entendessem. A Igreja influiu na sociedade de sua época, mas também houve situações em que essa poderosa religião teve de dialogar com as situações e impasses gerados pelos seus próprios seguidores. Para compreendermos tal ponto, podemos tomar a questão da vida após a morte como um interessante exemplo. Até o século XII, o cristão estava destinado às glórias e o conforto dos céus ou ao tormento eterno mantido nas profundezas do inferno. A proposição de destinos tão diferentes, fez com que vários fiéis buscassem uma

vida predominantemente voltada para a garantia de salvação. Mas como bem sabemos, desde aquele tempo, os pecados atingiam a muitos cristãos e, por isso, pairava uma enorme dúvida sobre qual seria o destino de alguém que não foi nem completamente bom ou ruim. Nesse período, é interessante frisarmos que a ordenação social legitimada pela Igreja passava a escapar do seu controle. O mundo medieval antes dividido entre clero, nobreza e servos passava a ganhar a entrada de pessoas que não se ajustavam completamente a esse modelo harmônico dos clérigos medievais. Passando a viver no efervescente ambiente urbano, muitos fiéis e clérigos não tinham meios seguros para dizer se alguém levou ou não uma vida louvável aos olhos de Deus. De fato essa discussão era bastante antiga e já tinha presença nos escritos de Santo Agostinho, no século IV. Segundo esse teólogo medieval, o indivíduo que teve uma vida mais inclinada ao pecado seria destinado ao inferno, mas poderia sair dessa condição através das orações feitas pelos vivos em sua

memória. Já aqueles que não foram inteiramente bons passariam por um estágio de purificação que poderia trazê-lo para os céus. Até então, o purgatório era compreendido como um processo de salvação espiritual que fugia do que era normalmente convencionado pela Igreja. Segundo a pesquisa de alguns historiadores, a ideia de que o purgatório fosse um “lugar à parte” somente tomou forma entre os séculos XII e XIII. Contudo, engana-se quem acredita que esse terceiro destino no post mortem seja uma proposta originalmente concebida pela cristandade ocidental. Os próprios judeus acreditavam que aqueles que não eram nem bons ou maus seriam levados a um lugar onde a pessoa sofreria castigos temporários até que estivessem aptos para viverem no Éden. Entre os i n d i a n o s , o s “intermediários” poderiam viver uma série de reencarnações que os levariam até os céus ou ao inferno. Sem dúvida, podemos ver como a própria condição do homem e sua experiência histórica influíram na visão de mundo de várias crenças. Rainer Sousa Brasil Escola – UOL

Alice Walker, Angela Davis, Jarid Arraes, Maria Firmina dos Reis e Noémia de Sousa são apenas algumas das autoras cujas obras estão à venda na Livraria Africanidades. Recém-inaugurada no bairro de Perdizes, em São Paulo, a loja reúne mais de 200 títulos de autoria negra e feminina, incluindo obras ficcionais, biografias, estudos e quadrinhos. “O foco da Africanidades é a literatura que valorize a história e a memória das pessoas negras, especialmente as mulheres. São livros que removem a alienação e que, portanto, reafirmam que toda produção literária é política”, define a bibliotecária Ketty Va l e n c i o , d e 3 4 a n o s , criadora da livraria. Seguindo a lógica da empreendedora, a maior parte das obras disponibilizadas pela Africanidades é da autoria de mulheres negras, grupo mais excluído do grande mercado editorial. Entre elas, há nomes brasileiros e internacionais; autoras de ficção e não ficção; biógrafas e quadrinistas; feministas e pesquisadoras: Bell Hooks, Futhi Ntshingila, Edwidge Danticat, Virgínia Bicudo, Kiusam de Oliveira e Jurema Werneck são alguns exemplos. “É importante lembrar que, mesmo quando as pessoas negras conseguem conquistar um lugar na literatura, elas são

hostilizadas. Ou então, só são ouvidas quando falam sobre racismo e vivências negras, o que também é uma violência enorme – deveríamos poder escrever sobre o que quiséssemos”. Em menor quantidade, a Africanidades disponibiliza livros de autoras brancas, como Carol Rossetti, e de homens negros (como Marcelo D'Salete) – mas poucas obras escritas por homens brancos. Uma das únicas, aliás, é sobre a cultura das religiões de matriz africana: Culto aos Orixás, de Carlos Eugênio Marcondes de Moura. Va l e n c i o t a m b é m d á preferência a livros publicados de forma independente: “Afinal, são obras com acesso dificultado, sem apoio de editoras ou de livrarias de grande porte”. Inicialmente inaugurada em formato de site, a Africanidades abriu suas portas físicas no dia 9 de dezembro, dentro do Lá do Mato, espaço colaborativo p a r a m u l h e r e s empreendedoras. Além da venda dos livros, a nova loja também será palco de oficinas de escrita criativa, clubes de leitura, cineclubes e saraus – tudo pensado para disseminar a leitura e o ato da escrita: “Eu gostaria que nós mesmas pudéssemos contar nossas histórias. Quero que uma menina na periferia tenha a certeza de que, se ela quiser escrever, a história dela será publicada e lida por muita gente”, resume.

Feminista interseccional e pós-graduada em gênero e diversidade sexual pela Unifesp, Valencio conta que a inspiração para abrir a Africanidades veio de outras iniciativas semelhantes e mais antigas, como o Cadernos Negros (publicação independente que reúne poetas negros desde 1978), a Livraria Kitabu (do Rio de Janeiro, também especializada em cultura afro-brasileira) e o Mulheres Negras na Biblioteca (coletivo que, desde 2016, questiona a ausência de autoras negras nas bibliotecas). “Eu apenas peguei o bastão. Sou privilegiada de poder ter conhecido tantas pessoas admiráveis”, diz. Ela afirma que, já na faculdade, percebia a disparidade entre autores negros e brancos, homens e mulheres no mercado editorial – não porque faltassem autores negros e escritoras do sexo feminino, mas porque a distribuição de suas obras ficava muito restrita, dando a impressão de que eles não existiam. Portanto, trazer estas vozes à tona, como faz a Africanidades, é essencial para fazer despertar a consciência da força que existe na população negra. “Eu só sou negra por causa do olhar do branco. Foram os brancos que criaram a história de que nós, negros, somos subalternos. Temos que tomar distância dessa visão, e isso só pode ser feito se ouvirmos as nossas palavras”, conclui.


4 EDUCAÇÃO fatos & notícias

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MEC anuncia modernização do Pibid Governo divulgou que, a partir de 2018, programa de iniciação à docência receberá R$ 2 bilhões em investimentos e ofertará 80 mil bolsas Apontado como política bem-sucedida para a formação de professores no Brasil, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) passará por uma “modernização”, segundo o MEC anunciou no lançamento do Programa d e R e s i d ê n c i a Pedagógica. Sem entrar em detalhes, o governo divulgou que, a partir de 2018, serão ofertadas 80 mil bolsas – com os mesmos valores – e investidos R$ 2 bilhões. Esse valor representa mais de quatro vezes os recursos aplicados no Pibid em 2016 e mais de cinco vezes o aplicado até novembro de 2017. O volume de bolsas, no entanto, terá um aumento de apenas 9% em relação ao que é ofertado hoje. Neste ano, foram oferecidas 73 mil bolsas no total, sendo 59 mil cotas para os alunos de licenciatura interessados em desenvolver atividades didático-pedagógicas em escolas públicas.

FOTO: SHUTTERSTOCK

Desde 2014, quando começou a valer o último edital lançado (válido até o final de 2017), esses números vêm caindo. Naquele ano, foram ofertadas mais de 90 mil

bolsas, sendo 72 mil na modalidade “Iniciação à Docência”. A queda foi de 19%, portanto, e se deve a um ajuste à demanda, segundo a Capes, pois houve mais bolsas

concedidas que utilizadas. O MEC não confirmou se as bolsas também vão contemplar os professores das escolas públicas e dos cursos de licenciatura que supervisionam os

projetos, como acontece hoje. Há cinco modalidades de financiamento: Iniciação à docência (R$ 400); Supervisão, para professores de escolas

públicas que acompanham até 10 bolsistas (R$ 765); Coordenação de área, para professores da licenciatura que coordenam subprojetos (R$ 1,2 mil); Coordenação de área de gestão de processos educacionais, para o professor da licenciatura que auxilia na gestão do projeto na IES (R$ 1,4 mil); e Coordenação institucional, para o professor da licenciatura que coordena o projeto Pibid na IES (uma bolsa por projeto institucional no valor de R$ 1,5 mil). O edital será lançado em 2018 para entrar em vigor no mesmo ano, segundo previsões. Resta aguardar para saber como vai ficar aquele que é um dos programas que, ao longo desses dois últimos anos de sucessivos cortes orçamentários, mais vêm m o b i l i z a n d o a comunidade educacional em prol de sua sobrevivência.

DEZ ANOS APÓS ADOÇÃO DO IDEB, POUCAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL 1 ATINGEM META DE DESEMPENHO Dez anos após a adoção do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), lançado em 2007 com base nos dados da Prova Brasil de 2005, 28,8% de 38.461 escolas de ensino fundamental 1 têm desempenho igual ou superior à nota 6, m e t a g l o b a l estabelecida à época para o ano de 2021. A informação foi compilada pelo recém-

l a n ç a d o Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede). Entre 2005 e 2015, o número absoluto de escolas dessa faixa com desempenho igual ou maior a 6 passou de 1 6 6 p a r a 11 . 11 2 . Destas, 2.138 têm desempenho igual ou superior a 7. Em 2005, eram apenas seis escolas que atingiam esse índice. Se o crescimento é

expressivo, o número de escolas com baixo rendimento ainda é muito significativo: 14,2% têm rendimento inferior a 4, e outras 24,9% inferior a 5. Já nos anos finais do ensino fundamental, o número de escolas com nota superior a 7 passou de 3 para 36, em mais um claro indício de que a etapa tem se constituído em um dos principais gargalos da educação brasileira.


POLÍTICA 5

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fatos & notícias

BLOG DO PACHECO jorgepachecoindio@hotmail.com/jornalfatosenoticias.es@gmail.com

“Ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber parece que sou um pouco mais sábio que ele, exatamente por não supor que saiba o que não sei. Só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa”, Sócrates Decreto de Temer sobre indulto é inconstitucional diz Dallagnol “E quem vai delatar se já sabe que 80% de sua pena será perdoada?” Gente o que temos visto e ouvido do que nos chega de Brasília é de estarrecer até os monges do Tibet. Se liguem nisso: As concessões do indulto natalino afrouxaram, ao mesmo tempo que as investigações de corrupção atingiram os principais auxiliares do presidente Michel Temer. Por 15 anos, só foi colocado em liberdade pelo decreto presidencial quem tivesse cumprido um terço de uma pena máxima de 12 anos, no caso de crimes sem violência, onde se encaixa a corrupção e a lavagem de dinheiro. Em dois anos, esta tradição foi quebrada, levando o comando da Operação Lava Jato a questionar a constitucionalidade da decisão do presidente. Senão vejamos: em 2016, veio a primeira mudança importante, o tempo de cumprimento da pena baixou de um terço para um quarto. Este ano, o tempo de prisão foi reduzido a um quinto, independentemente do tempo da pena a ser cumprida. A idade de benefício a idosos, que era acima de 70 anos, agora pode ser igual ou maior que 70. E, antes, apenas quem tinha filho até 14 anos podia ser beneficiado. Agora, também serve ao condenado que tem

netos, caso fique provado que dependam do apenado. Ou seja o Estado está procurando desentupir as celas de qualquer jeito. Mas agora vejam o que diz o ministro da Justiça, Torquato Jardim, (sic): “O novo decreto se deu por "posição política" do presidente Michel Temer”. E continua: “o presidente "entendeu que era o momento político adequado para uma visão mais liberal da questão do indulto". Entenderam? Essa é a hora do Pinóquio, personagem criado pelo escritor italiano Geppeto, que viveu em uma mansão luxuosa em Veneza, em um castelo com jardins de contos de fada, fontes e esculturas para todos os lados. Na Itália, a vila onde morou o escritor que criou o Pinóquio está à venda. E não é só ela. Por alguns milhões, quem tem coragem pode comprar até uma ilha mal-assombrada. Ou seja, tal e qual o nosso Pinóquio, que desfruta de um palácio luxuoso (palácio do Jaburu), mas isso nós cuidaremos de esclarecer no meu próximo blog, voltemos ao indulto de Natal. É eu só estou pensando no Brasil, por isso não vou medir esforços na reconstrução do nosso País!!! O tamanho do perdão deixou perplexos os integrantes da Lava Jato, que haviam pedido, em novembro passado, que os condenados por crimes de

corrupção deixassem de ser beneficiados pelo indulto natalino. Porta-voz da forçatarefa do Ministério Público Federal em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol afirma que o decreto de Temer é inconstitucional. Para ele, o indulto fere de morte o coração da Lava Jato: o uso dos acordos de delação premiada para atenuar as penas de quem decide colaborar. “Este indulto consagra o Brasil como paraíso dos réus do colarinho branco e esvazia a Lava Jato. Ele desestimula e impede novos acordos de colaboração. Quem vai delatar se já sabe que 80% de sua pena será perdoada? Isso é melhor que qualquer acordo”, diz Dallagnol. Sentiram onde Temer quer chegar? É zombar demais dos brasileiros!!!e continua Dallagnol: “O decreto viola direitos fundamentais, pois esvazia leis que protegem o patrimônio público e responsabilizam políticos e a g en tes p ú b lico s ; f er e o princípio de individualização da pena, pois o prisioneiro sai do regime fechado para a liberdade total sem passar pelas etapas da progressão de regime; e fere a independência entre os poderes, já que o Congresso aprovou uma lei que pune a corrupção com pena de 2 a 12 anos e, em muitos casos, ela não será cumprida”. E mais disse o procurador: “Há ainda desvio de finalidade. O indulto não atende interesse público de esvaziar presídios por questões

humanitárias. Atende interesses particulares”, diz Dallagnol. E eu pergunto a quem de direito, no caso a esses políticos, orquestrados, que estão lá em Brasília só procurando um jeito de escapar das acusações que pesam sobre eles: excelências, com a máxima vênia – vocês irão aprovar esse famigerado decreto do Pinóquio? Por lei, diversas autoridades podem entrar com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o decreto do indulto: o procurador-geral da República; governadores; as mesas do Senado, da Câmara e das Assembleias; partidos políticos, OAB; e entidades de classe nacionais, como a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público. Segundo o procurador, um dos primeiros a serem

beneficiad os pela decisão de Temer será o ex-deputado federal Luiz Argôlo (ex-SD), que foi condenado a 11 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. “O indulto faz com que ele saia pela porta da frente” — lamenta Dallagnol. O juiz Sergio Moro chegou a manter a prisão cautelar de Argôlo, justamente por considerar que ele precisava ser mantido atrás das grades. Mas o Temer não atendeu nem mesmo sugestão do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, ligado ao Ministério da Justiça. O órgão foi provocado no início de novembro, quando a forçatarefa do Ministério Público Federal, em Curitiba, enviou apelo para que o indulto não contemplasse os crimes de corrupção. O conselho chegou a propor que não fossem

beneficiados condenados por crimes contra administração pública, mas a sugestão não foi seguida pelo presidente da República. — Gente, se vingar, “o generoso indulto reflete a falta de comprometimento de parcela do poder político no enfrentamento da corrupção e transmite uma péssima mensagem à sociedade” afirmou, o juiz Sérgio Moro. Bem, por hoje é só meus irmãos, aguardem nosso próximo blog quando voltaremos analisar essa vergonhosa política praticada por sua Excelência – o nosso famigerado Pinóquio.

Jorge Pacheco

“Que 2018 seja repleto de muita saúde, alegria e paz. Obrigado pela parceria. Feliz Ano-Novo!” fatos & notícias


6 TECNOLOGIA 24 a 31 de dezembro de 2017 fatos & notícias

Rússia pretende criar hotel de luxo na Estação Espacial Internacional A agência espacial russa Roskosmos está considerando a possibilidade de criar um hotel de luxo na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). De acordo com o Popular Mechanics, o hotel espacial é uma ideia da agência para ajudar a custear um novo módulo de pesquisa científica na estação. Os hóspedes do hotel espacial poderiam contar com uma suíte com vista para a Terra por meio de uma janela de 22,8 centímetros de diâmetro, banheiros e estações médicas personalizadas, equipamentos de exercício e até mesmo redes Wi-Fi. A viagem de duas semanas para a suíte de luxo na estação, no entanto, custaria US$ 40 milhões (R$ 133,5 milhões). Seria possível ainda pagar mais US$ 20 milhões (R$ 66,75 milhões) para ficar mais duas

semanas na estação, totalizando praticamente um mês no espaço. Hóspedes que optassem por essa visita estendida ainda poderiam sair da ISS e andar pelo espaço na companhia de um astronauta profissional. Nos planos da Roskosmos, o módulo turístico teria quatro quartos de dormir, cada um com dois metros cúbicos de espaço, e dois banheiros com volume semelhante. Além disso, ele teria também uma área comum para os hóspedes que funcionaria como sala do módulo, com uma janela de 42,6 centímetros. No total, seriam 92 metros cúbicos de espaço para os hóspedes. De acordo com o Popular Mechanics, essa é uma das ideias da Roskosmos para ajudar a pagar pelo segundo módulo NEM. A ISS já tem um módulo desses em construção, paga pelo governo

FOTO: DIVULGAÇÃO/NASA

russo. Já havia planos para criar um segundo módulo voltado para pesquisa, mas a agência ainda não sabia como iria custear essa construção. A ideia, segundo o site, veio da empresa RKK Energia, a prestadora de serviços do governo russo encarregada da construção

dos módulos. Cada hóspede seria levado à estação espacial por meio da Soyuz, a nave russa que leva pessoas da Terra até a ISS. No entanto, a Soyuz por enquanto está sem espaço - desde que a Nasa aposentou a Space Shuttle em

2011, ela é a única maneira pela qual é possível chegar à estação. No entanto, acredita-se que nos próximos anos outras empresas, como a SpaceX, podem acabar oferecendo viagens até a ISS, o que liberaria espaço na Soyuz para os turistas espaciais. Para começar a construir o segundo módulo, a empresa pretende encontrar 12 hóspedes dispostos a pagar uma entrada de US$ 4 milhões (R$ 13,33 milhões) pela viagem. Se além deles outros seis hóspedes concordarem em pagar o preço da viagem, então o investimento da empresa será recuperado em sete anos. É uma janela de tempo importante: afinal a Estação Espacial Internacional deve deixar de funcionar em 2028, encerrando uma longa história de pesquisa espacial.

FOTO: GETTY IMAGES

Descoberto por acidente, vidro é capaz de se consertar sozinho em 30 segundos

Nem sempre um aparelho celular sai ileso de uma queda. A tela, uma das mais frágeis partes dos equipamentos eletrônicos, é a que mais corre risco de ser danificada. Mas uma equipe de pesquisadores japoneses parece ter encontrado a solução para o problema da tela quebrada. Liderados pelo professor Takuzo Aida, do departamento de química e biotecnologia da Universidade de Tóquio, os pesquisadores criaram um novo tipo de vidro que tem capacidade de se consertar sozinho. A invenção tem potencial para ser usada não apenas em telas de celular mas também em outros dispositivos frágeis. O vidro é feito à base de um polímero leve que recompõe suas próprias rachaduras. A diferença desse em comparação com outros materiais criados anteriormente que se consertam sozinhos é que o polímero não

precisa ser submetido a temperaturas de cerca de 120º C para reorganizar a própria estrutura molecular. Ele se conserta simplesmente ao ser pressionado manualmente d u r a n t e 3 0 segundos, a uma temperatura de 21º C. As incríveis propriedades desse material foram descobertas por um estudante de pósgraduação. Yu Yanagisawa trabalhava na criação de uma cola e, sem querer, cortou a superfície do polímero. Ele quase não teve tempo de se lamentar pelo acidente porque, rapidamente, se deu conta de que as bordas da superfície que foram quebradas se "regeneraram". Yanagisawa repetiu o processo e descobriu que o vidro não apenas se consertava sozinho, mas, também, recuperava sua firmeza original em duas horas. O estudo foi publicado na revista científica Science. "Espero que vidro que se conserta sozinho seja um novo material ambientalmente amigável, que não precisa ser descartado quando quebra", afirmou Yanagisawa à emissora japonesa NHK.


CIÊNCIA 7

24 a 31 de dezembro de 2017

fatos & notícias

As vitórias da genética ASTEROIDE EM FORMA DE Nova técnica corrige erros do DNA com eficácia jamais vista. Em 2018, resultados positivos são esperados no tratamento de doenças como anemia e câncer

CAVEIRA VOLTA A PASSAR PERTO DA TERRA EM 2018

CRÉDITO: VCHAL

Ao longo de 2018, dezenas de centros de pesquisa ao redor do mundo estarão conduzindo experimentos em humanos com aquela que se transformou na principal aposta para revolucionar a medicina: uma técnica de edição do material genético cujo acrônimo é CRISPR/Cas9. Trata-se da maneira mais eficiente encontrada até agora de corrigir erros do DNA que estão por trás de doenças como o Parkinson e o câncer. Uma das grandes expectativas é em relação ao estudo que a CRISPR Therapeutic conduzirá com

portadores de anemia falciforme e talassemia (doenças caracterizadas por desequilíbrio na concentração de glóbulos vermelhos). A companhia foi fundada por Emmanuel Charpentier, um dos que desenvolveu a técnica. “É um grande momento”, disse. “Há apenas três anos falávamos do método como se fosse ficção científica. E aqui estamos”. Outra iniciativa cujos resultados iniciais estão previstos para o ano que vem é a pesquisa em humanos em realização na Sun Yat-sen University, na

China. Lá, eles testam a eficácia do método para neutralizar o potencial do vírus HPV de causar câncer de colo de útero. O método funciona da seguinte maneira: Os cientistas usam uma proteína, a Cas9, que atua como se fosse um par de tesouras moleculares; Ela se liga e corta especificamente o pedaço do DNA que precisa ser corrigido; Uma vez cortado, espera-se que a maquinaria do próprio DNA promova a correção ou ela é feita a partir de manipulação executada pelos cientistas em laboratório.

ILUSTRAÇÃO: J.A.PEÑAS/SINC

Astro aproximou-se da Terra em 2015, no dia de Halloween Um asteroide de 700 metros em forma de crânio está voando em direção ao nosso planeta. A última vez que este insólito corpo celeste, chamado de TB-145, aproximou-se da Terra foi em 31 de outubro de 2015, ou seja, em pleno dia de Halloween. Naquela vez, passou por nós a 486 mil km de distância; trata-se da vez que ele chegou mais perto da Terra desde 2006. Vários astrônomos estão convencidos de que seu seguinte encontro com a

Terra ocorrerá em novembro de 2018. No entanto, esperase que o asteroide voe por uma trajetória mais afastada do que em 2015. "Apesar de a aproximação ser menos favorável, poderemos obter novos dados que podem ajudar a melhorar nossos conhecimentos sobre sua massa e outras massas similares que passam perto d a Te r r a " , d e c l a r o u o astrônomo Pablo SantosSanz do Instituto de Astrofísica de Andaluzia. De acordo com o cientista,

atualmente o corpo celeste se encontra a 3,7 unidades astronômicas da Terra, o que é 3,7 vezes mais distante do que a distância média que separa o nosso planeta do Sol. Não obstante, os amantes de asteroides terão oportunidade de vê-lo, mas só com ajuda de enormes telescópios. "A próxima aproximação emocionante acontecerá em 2088, quando o TB-145 passará pela Terra a 20 distâncias lunares".

Robô-cobra será usado para inspecionar usina nuclear abandonada de Fukushima FOTO: ASSOCIATED PRESS

Em 2011, a usina nuclear de Fukushima, no Japão, teve que ser desativada depois que um terremoto e um tsunami danificaram reatores e deixaram vazar

volumes colossais de radiação que contaminaram toda a região. Entretanto, o estado das usinas, seis anos após o acidente, ainda precisa ser investigado.

É aí que entra uma nova sonda robótica em formato de cobra que a Toshiba anunciou na semana passada. Por conta dos altos níveis de radiação em torno

da usina abandonada, este robô terá o trabalho de ir até lá para inspecionar as instalações, como explica a agência de notícias Associated Press. O robô tem 12 metros de extensão e é, basicamente, um longo telescópio com uma câmera fixada na ponta. Ele será usado na Unidade 2 do complexo nuclear de Fukushima, onde a extensão dos vazamentos e dos danos causados pelo terremoto e tsunami de 2011 ainda não são conhecidos por completo. O objetivo dos pesquisadores japoneses é

agregar o maior volume possível de informações sobre o estado da usina de maneira segura. Assim, será possível identificar quais

falhas na estrutura permitiram o vazamento de radiação e o que deve ser feito para impedir novos acidentes como o de 2011.


8 SAÚDE

fatos & notícias

24 a 31 de dezembro de 2017

Estudo aponta que uma única

sessão de exercício pode proteger o coração por até 5 dias FOTO: GETTY IMAGES

Um novo estudo publicado no periódico da Associação Médica Americana aponta que uma única sessão de atividade física gera efeitos imediatos, protegendo o coração. A equipe liderada por Dick Thijssen, professor de Fisiologia Cardiovascular e Exercícios da Universidade Liverpool John Moores, no Reino Unido, analisou uma série de pesquisas com roedores. Ataques cardíacos foram induzidos nos animais, bloqueando uma artéria do coração. Depois, analisouse a gravidade do infarto, ou seja, quanto tecido do órgão foi afetado. Foram comparadas cobaias que haviam acabado de se exercitar com outras

que nunca praticavam atividade física. " To d o s o s e s t u d o s apontaram que uma única sessão de exercício levou a um ataque cardíaco menos

grave, e esse efeito perdura por dias", escreveu Thijssen em um artigo para o site The Conversation. A explicação dos cientistas é que fazer atividade física

libera uma substância que reduz a gravidade do infarto. O especialista explica que, "por razões óbvias", esses experimentos não podem ser realizados em humanos.

Logo, estudos para confirmar esse benefício em pessoas exigiriam outros métodos. Em um dos estudos, amostras de sangue foram coletadas em humanos após um período de descanso e depois de fazer exercício. As amostras foram introduzidas na corrente sanguínea de coelhos vivos. Depois, uma artéria no coração dos animais foi bloqueada, imitando um ataque cardíaco. O grupo de coelhos que recebeu o sangue humano coletado após o exercício teve infartos menos graves do que aqueles que receberam a amostra obtida após o período de descanso. Assim como no teste com os roedores, isso indicaria

que uma sessão de atividade física reduziria a gravidade do infarto. "Esses benefícios ocorrem mesmo na ausência de mudanças em outros fatores de risco cardiovascular, como a pressão sanguínea, colesterol e o peso", disse Thijssen. "Os efeitos duram por quatro a cinco dias." A maioria dos estudos submeteu suas cobaias a sessões de exercício de intensidade moderada a alta por cerca de uma hora. Os pesquisadores dizem não saber se outros tipos de atividade física, com duração diversa, trariam diferentes graus de benefícios, algo que Thijssen recomenda que seja analisado em novos estudos.

OMS vai reconhecer vício em videogames como doença mental em 2018 A Organização Mundial da Saúde (OMS), órgão da ONU responsável pela orientação mundial de políticas públicas de saúde, deve reconhecer o vício em videogames como uma doença mental no ano que vem. De acordo com a New Scientist, a inclusão virá como parte de uma revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID, ou ICD na sigla em inglês). Essa será a primeira revisão do CID desde 1990. Segundo o site, os termos exatos que serão usados para definir o vício em games como doença ainda estão sendo decididos. A versão atual do texto, no entanto, inclui uma série de critérios que os médicos podem usar para determinar

se os hábitos de videogame de uma pessoa se tornaram uma ameaça séria à sua saúde. De acordo com o Newshub, esses critérios incluem a inabilidade da pessoa de controlar quanto tempo passa jogando e a atitude dela de dar prioridade aos jogos "de tal maneira que os jogos tomem precedência sobre outros interesses" da vida dela. Outro critério que os médicos deverão avaliar é se

a pessoa ignora as consequências negativas que seus hábitos de jogo têm para sua vida. Quando entrar para o CID, o vício em videogames deverá ficar na categoria "distúrbios causados por comportamento de vício" - a mesma na qual se encaixa atualmente o vício em jogos de azar. Curiosamente, o anúncio vem pouco tempo após a Europa iniciar uma investigação sobre as "loot boxes", um recurso de

alguns jogos que poderia ser considerado uma espécie de jogo de azar. Vladimir Poznyak, um médico do departamento de saúde mental e abuso de sustâncias da OMS, considerou que a medida é importante para auxiliar médicos: "profissionais da saúde precisam reconhecer que distúrbios de hábitos de videogame podem ter consequências sérias para a saúde", disse ele à New Scientist. No entanto, não são todos os médicos que veem com bons olhos essa inclusão, como o IFLScience ressalta. De acordo com Allen Frances, ela pode levar ao tratamento de milhões de pessoas que na verdade não têm problema nenhum. "Bilhões de pessoas no

FOTO: PEXELS

mundo todo estão viciadas em cafeína por diversão ou para funcionar melhor, mas apenas raramente isso causa mais problema do que vale a pena", considera. Frances também aponta para o fato de que especialistas em doenças mentais já se negaram a incluir o vício em internet

como uma doença justamente por esse motivo: milhões de pessoas poderiam acabar sendo consideradas "doentes" sem necessidade. Ao menos na Coreia do Sul, por outro lado, esses problemas já são reconhecidos e têm procedimentos adequados de tratamento.


24 a 31 de dezembro de 2017

GERAL 9 fatos & notícias

Os nomes mais registrados no País em 2017 FOTO: DIVULGAÇÃO

Miguel foi o nome masculino mais registrado nos cartórios de todo o País em 2017, segundo levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-BR). De janeiro a 10 de dezembro, os pais de quase 26 mil recémnascidos escolheram o nome bíblico e de origem hebraica para os seus bebês. Os nomes de Arthur (21.161 registros) e Davi (15.372) aparecem em segundo e terceiro lugar entre os mais escolhidos este ano. Para as mulheres, os três nomes que lideram o ranking dos registros de nascimento são

Alice (18.508), Valentina (13.193) e Helena (12.615). Considerando os nomes compostos, os primeiros nomes mais escolhidos foram Maria (80.192) e João (44.450). Segundo a associação, Maria tem 885 variações de registro, com destaque para Maria Eduarda. O nome João aparece com 154 variações, com João Miguel sendo a principal. A pesquisa mostra ainda que Enzo, com ou sem variações, está entre os nomes considerados “da moda” para os meninos, enquanto alguns caíram em desuso, como Liliana, Sônia

Gerais, de Mato Grosso do Sul, de Goiás, do Distrito Federal, de Rondônia, do Acre, do Amapá, de Roraima, do Ceará, de Pernambuco e de Alagoas. Os cartórios desses estados somam quase 1,5 milhão de registros. Segundo a Arpen, os cartórios dos outros estados ainda estão adequando o sistema de informação. e Régis. Os nomes identificados como os mais diferentes foram Riquelmi, Moa, Darcksson, Ambar, Iasã, Zeonilde, Dã, Steice e Donald. A pesquisa foi baseada em

informações enviadas à Central de Informações do Registros Civis Nacional pelos estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná, de São Paulo, do Espírito Santo, de Minas

Os 10 nomes mais frequentes de meninos 1. Miguel 2. Arthur 3. Davi 4. Heitor

5. Gabriel 6. Bernardo 7. Lorenzo 8. Enzo Gabriel 9. Pedro Henrique 10. Pedro

Os 10 nomes mais frequentes de meninas 1. Alice 2. Valentina 3. Helena 4. Laura 5. Sophia 6. Maria Eduarda 7. Lorena 8. Júlia 9. Heloísa 10. Lívia

ONU prevê estagnação no preço dos alimentos até 2030 Na hipótese mais provável de se manter em 2018, a predominância do agronegócio sobre a indústria, o País dará mais um passo para eternizar sua fragilidade econômica e social. Esse risco, sempre alertado pelos economistas chamados desenvolvimentistas e desde 1980 ignorado pelos governantes, ficou ainda mais claro no relatório sobre commodities e desenvolvimento de 2017 elaborado pela Conferência das Nações Unidas s o b r e C o m é r c i o e Desenvolvimento (Unctad) e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Segundo as projeções da Unctad

POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL

e da FAO, até 2030 os preços das commodities alimentícias permanecerão essencialmente os mesmos de 2010, os dos produtos primários não alimentícios crescerão 11% e o do petróleo, 50%. A fatia no consumo global das commodities não alimentícias, dos produtos industrializados e dos serviços aumentará de 87% em 2010 para 91% até 2030. No contexto projetado por aquelas instituições, a economia brasileira, com estímulos aos produtos primários alimentícios e a redução da produção de petróleo pela Petrobras, não deverá caminhar para a superação dos problemas atuais.

As estimativas da Unctad FOTO: WIKIMEDIA COMMONS e da FAO confirmam a deterioração dos termos de troca dos países então c h a m a d o s subdesenvolvidos identificada há mais de 60 anos pelo economista argentino Raúl Prebisch, um dos mais importantes pensadores da América Latina e que é mencionado diversas vezes pelos autores do relatório. Em 1949, ele alertou para as graves consequências dos ciclos de preços das commodities para os países produtores, entre elas a valorização da moeda local e o desestímulo decrescentes, perdem mais do que à indústria. A produção de bens primários tinham ganhado durante o curso t e m c a p a c i d a d e d e g e r a r das primeiras. Assim, ao cair a relação de periodicamente altas rendas, preços a cada depressão mais do especialmente no Brasil, beneficiado pela alta eficiência do q u e h a v i a m e l h o r a d o n a setor do agronegócio. Entretanto, prosperidade, desenvolve-se como demonstrou Prebisch, se, através dos ciclos a tendência “durante o ciclo, as relações de contínua ao agravamento dos preços deslocam-se em favor dos termos de intercâmbio entre os produtos primários nas fases países da periferia e os avançados. A maior parte dos países em crescentes, em geral, nas fases

desenvolvimento são dependentes da exportação de commodities. O Brasil e a Argentina, por exemplo, figuram entre os principais produtores de soja do mundo, mas isso não lhes assegura uma posição entre os países mais importantes. Como a maior parte das nações não desenvolvidas que depende das commodities, ambos mantêm baixo grau de desenvolvimento humano.


10 Olhar de uma lente fatos & notícias

24 a 31 de dezembro de 2017

OS VÁRIOS TIPOS DE INTELIGÊNCIA O que Pelé e Einstein têm em comum? Ambos são gênios, mas cada um na sua área de especialidade SHUTTERSTOCK

A mente brilhante, que nos coloca no topo da cadeia alimentar e da curva da evolução, tem inspirado vários estudos ao longo dos anos. O que é a inteligência, como medi-la e aumentá-la é um assunto que não sai de moda. Não é à toa que todo mês deparamos com manchetes ligadas ao desenvolvimento mental. Mas, afinal, o que é inteligência e como ela se aplica nos dias de hoje? Essa faculdade é tão complexa que, não por acaso, ainda não se chegou a um significado universalmente aceito sobre ela. Um conceito usado atualmente é o do psicólogo norte-americano H o w a r d G a r d n e r, q u e classifica a inteligência como a habilidade de resolver problemas ou criar produtos de valor nos ambientes culturais nos quais se está inserido. “Pessoas “mais inteligentes” tendem a

resolver problemas em menos tempo e com menos esforço mental, sendo mais eficientes”, afirma Káritas de Toledo Ribas, sócia-diretora da empresa Appana Mind – Desenvolvimento Humano e Psicofisiologia Aplicada e especialista em medicina comportamental. Segundo ela, eficiência significa “a capacidade de gerar trabalho a um custo energético reduzido”. Com base nesse conceito de inteligência, pode se dizer que ela não é apenas uma questão de QI, mas um conjunto de habilidades. Então, dizer que Pelé, o rei do futebol, é tão inteligente quanto foi o físico Albert Einstein não é errado. A explicação disso veio nos anos 1990, quando Gardner apresentou sua teoria sobre inteligências múltiplas, com sete tipos diferentes de intelecto: linguístico, lógicomatemático, espacial, intrapessoal, corporal-

sinestésico, interpessoal e musical. Segundo ele, essa classificação pode ser de grande ajuda para potencializar o aprendizado. Diversos fatores i n f l u e n c i a m o desenvolvimento mental da criança. “Inteligência é o somatório de herança biológica e meio ambiente, que é tudo o que gira ao nosso redor, inclusive alimentação, estímulo e cultura”, afirma Káritas. Partindo disso, o escritor Malcolm Gladwell, em seu livro Outliers – Fora de Série, expõe por que algumas pessoas têm sucesso e outras não. Segundo ele, além da inteligência, fatores como contexto histórico, oportunidades e esforço determinam o sucesso. Estudos indicam que algumas variáveis como nível socioeconômico, idade, sexo e grau de escolaridade podem influenciar nos testes de inteligência. Os alunos de

classe média alta, por exemplo, tendem a ter melhores resultados que os de classe média baixa no teste de Goodenough, no qual as crianças desenham um homem, e em sua revisão, em que elas desenham um homem e uma mulher. Para ilustrar seu argumento, Gladwell cita uma experiência do psicólogo norte-americano Lewis Terman, da Universidade Stanford. Em 1920, Terman começou a monitorar cerca de 1.500 estudantes ditos “superdotados”, com o QI superior a 140. Sua hipótese era que essas crianças seriam a próxima geração da elite norte-americana. Gladwell aponta que essa ideia representa o modo como entendemos o sucesso, uma vez que há escolas e programas especiais para superdotados, além da preferência de algumas empresas por eles. Mas, ao contrário do que Te r m a n e s p e r a v a , o Q I elevado não foi a matériaprima do sucesso. No final do estudo, os 730 homens que apresentaram resultados conclusivos foram divididos em três grupos. Os 150 integrantes do grupo A (pouco mais de 20% do total) obtiveram sucesso: formaram-se advogados, médicos e acadêmicos, a maioria com pós-graduação. Os pertencentes ao grupo B – 430 homens, quase 60% do total – conseguiram resultados “satisfatórios”: obtiveram o diploma de graduação e estavam em boa condição de vida. Já o grupo C, com 150 integrantes, obteve resultados inferiores a sua capacidade intelectual.

Muitos deles exerciam funções secundárias, como vendedores de sapatos, ou estavam desempregados; apenas oito homens cursaram pós-graduação; um terço deles havia abandonado a faculdade e um quarto só possuía diploma do nível médio. “A verdade nua e crua do estudo de Terman é que (…) quase nenhuma das crianças geniais da classe social e econômica mais baixa conseguiu se destacar”, escreve Gladwell. Ele argumenta que o fracasso nesse caso não pode ser atribuído a características do DNA ou circuitos cerebrais. “O que elas não tiveram foi algo que poderiam ter recebido, se soubessem que era daquilo que necessitavam: uma comunidade ao redor que

as preparasse para o mundo”. A experiência de Terman prova que, tratando-se de inteligência, há muito a considerar. Vários teóricos se opõem aos testes de QI – inclusive Gardner. “Para ele, rotular a inteligência como um escore depois da realização de testes lógicos e matemáticos é negar de forma veemente a gigantesca capacidade do ser humano em resolver problemas através de outras qualidades”, explica Marcello Árias Dias Danucalov, psicofisiologista com experiência em técnicas de integração cérebro, mente e corpo e sócio-diretor da Appana Mind. Os testes, segundo Gardner, medem apenas uma parte da inteligência, a referente à lógico-matemática.


ECONOMIA 11

24 a 31 de dezembro de 2017

fatos & notícias

REPRODUÇÃO INTERNET

Vendas de Natal têm maior alta em 7 anos

As vendas do Natal tiveram o maior crescimento desde 2010, revertendo três anos consecutivos de retração. De acordo com dados do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, houve aumento de 5,6% nas vendas na semana entre 18 e 24 deste mês em relação a igual período de 2016. Nos shopping centers, a alta foi de 6%. O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) registraram aumento de 4,72% nas consultas para vendas a prazo na semana anterior ao Natal.

As entidades avaliam que os dados positivos são reflexo da recuperação da renda dos consumidores, do recuo da inflação, da queda gradual do desemprego, retomada da confiança, queda dos juros, assim como das liberações das contas inativas do FGTS e do saque do PIS/Pasep. “Foram resultados muito bons, que confirmam nossa expectativa de aumento de 3% a 5% nas vendas do ano todo na comparação com 2016”, diz Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo. “Mas é bom ressaltar também que a base

anterior de comparação era fraca”. Para 2018 ele aposta em alta ainda maior. O resultado positivo mostra porque o consumo foi considerado o motor da recuperação econômica este ano, com o reforço importante da liberação das contas inativas do FGTS e, com impacto menor, da redução da idade para liberação do PIS/Pasep. O presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro, também avaliou que a recuperação do comércio é consequência da melhora da economia. “O acesso ao crédito mais difícil e os juros elevados ainda limitam o poder de compra, mas com a economia dando s inais de retomada os consumidores foram às compras de forma menos tímida que nos últimos anos”. Mas diz que, embora o crescimento pareça forte, ainda está longe dos resultados dos anos anteriores à crise. Nos shopping centers, as vendas cresceram 6%,

movimentando R$ 51,2 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). O dado vem de cerca de 150 empresas de

varejo associadas à entidade. “Tivemos um faturamento importante, pois vínhamos de dois natais em queda”, disse o presidente da Alshop, Nabil

Sahyoun. No acumulado do ano há um avanço nos negócios de 5,3%, somando receita de R$ 147,5 bilhões.

Exterior fraco deve limitar negócios no Brasil A falta de vigor dos mercados internacionais deve limitar os negócios no Brasil, enquanto os investidores acompanham nova ofensiva do governo mirando a aprovação da reforma da Previdência no ano que vem. O risco de um eventual rebaixamento da nota de crédito do Brasil segue no radar dos investidores, outro fator que tende a inibir o apetite nesta reta final de 2017. Os agentes monitoram em especial a S&P Global Ratings, por que a agência de classificação não realiza avaliações de países em ano eleitoral e, desta forma, lideraria o movimento após o fracasso do Planalto na tentativa de aprovar as mudanças nas regras de

pensões e aposentadorias no País neste ano. Sobre a reforma previdenciária, o governo reforça os sinais de que não desistiu e a ideia é que a contagem de votos seja retomada por volta de 15 de janeiro, segundo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Ele admitiu inclusive que o Palácio do Planalto está pressionando governadores e prefeitos a trabalharem a favor da aprovação da proposta em troca da liberação de recursos do governo federal e financiamentos de bancos públicos, como a Caixa. Enquanto isso, o presidente Michel Temer tenta deslocar as atenções para a economia, após dados mostrarem que as vendas do Natal no País tiveram o

melhor desempenho desde 2010, revertendo três anos consecutivos de retração. Nesse sentido, o presidente assinou Medida Provisória que reduz para 60 anos a idade mínima para o saque do PIS/Pasep, recurso que injetará R$ 23,6 bilhões na economia. Nos mercados, o fato de o “ f a n t a s m a ” d o rebaixamento estar rondando as mesas não impediu a Bovespa de emplacar o quarto pregão de ganhos na terça-feira (26), com a ajuda de um salto do petróleo para US$ 60 o barril em Nova York, mas na quarta-feira (27), a fraqueza das praças lá fora pode atrapalhar o rali.


POLÍTICA 12 fatos & notícias

24 a 31 de dezembro de 2017

PF aponta lavagem de R$ 6,3 milhões em fazendas de Geddel REPRODUÇÃO INTERNET

A Polícia Federal abriu mais uma frente de investigação sobre lavagem de dinheiro contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). Desta vez, os investigadores veem indícios de lavagem de dinheiro do peemedebista por meio de “falso aluguel de maquinário agrícola” para as fazendas do ex-ministro. Os pagamentos sob suspeita somam pelo menos R$ 6,3 milhões. A informação consta em relatório entregue no dia 29 de novembro pelo agente da PF Arnold Fontes Mascarenhas ao ministro do Supremo Tr i b u n a l F e d e r a l E d s o n Fachin, relator do inquérito do “bunker” de R$ 51 milhões. Em dezembro, a procuradorageral da República, Raquel Dodge, denunciou Geddel no caso do “bunker”. O exministro está preso em Brasília.

A s u s p e i t a d o s investigadores é de que o esquema envolvendo o exministro se utilizava da empresa JR Terraplanagens, de propriedade de Valério Sampaio Sousa. Sousa, que se apresenta como administrador de propriedades agrícolas do ex-ministro, é apontado como “o funcionário informal” de Geddel, responsável por elaborar os supostos falsos aluguéis de maquinário agrícola. No documento, a PF cita que Geddel é dono de 12 fazendas no interior da Bahia, que totalizam área de cerca de 9 mil hectares, com valor de R$ 67 milhões. “Apesar dessa alta quantidade, o aluguel de um número elevado de máquinas agrícolas, trabalhando muitas delas por mais de 12 horas diárias, ao longo de mais de três anos, torna tal prestação de serviço suspeita à pratica de

delitos”, diz o relatório. Ainda segundo a PF, a JR Te r r a p l a n a g e n s , “aparentemente, não possui uma estrutura condizente com um estabelecimento comercial capaz de alugar cerca de 15 máquinas agrícolas, por um período de 36 meses, tampouco adequada ao volume de dinheiro que supostamente receberia frente à grande quantidade de serviço prestado”. Para os investigadores, anotações e planilhas apreendidas “geram informações relevantes à presente investigação dada a presença de indícios de possível lavagem de dinheiro por parte do investigado Geddel Quadros Vieira Lima”. A PF elaborou o documento sobre a suposta lavagem envolvendo fazendas de Geddel a partir de documentos apreendidos no apartamento da mãe do peemedebista,

Marluce Vieira Lima, na Operação Tesouro Perdido. Desdobramento da Operação Cui Bono?, que apura desvios na Caixa, a Tesouro Perdido encontrou o “bunker” dos R$ 51 milhões. Entre os documentos há papéis relativos às propriedades do ex-ministro, à compra e venda de gado, inventário e planilhas com informações sobre tratores, além de uma agenda. “Na agenda apreendida, dentre as informações contidas destacamos o controle detalhado da quantidade de horas e do valor-hora de cada máquina, em tese alugadas na JR Terraplanagens Ltda. para as propriedades agrícolas da

família”, relata a PF. “A principal planilha contém duas tabelas, ao lado esquerdo têm-se os pagamentos realizados pela família Vieira Lima à JR (R$ 6,3 milhões), ao passo que, na tabela do lado direito, temos o total devido à referida empresa pelo suposto aluguel das maquinas agrícolas (R$ 7,1 milhões)”, diz o relatório. A PF chegou a fazer vigilância no local de funcionamento da empresa JR Terraplanagens, e concluiu que na sede da empresa “há tão somente a residência do sr. Valério, não havendo qualquer placa indicando o funcionamento de um estabelecimento comercial”.

“Segundo moradores locais, Va l é r i o t r a b a l h a v a c o m máquinas pesadas, mas em um negócio pequeno, possuindo no máximo dois ou três maquinários agrícolas, quantidade essa muito inferior a apontada no controle de gastos de Geddel”, afirma a PF. Em 24 de novembro, Valério Sousa compareceu à Polícia F e d e r a l e m Vi t ó r i a d a Conquista (BA) para prestar esclarecimentos. Ele disse, segundo a PF, que recebeu por s er v iço s p r es tad o s , mas deixou de fornecer nota fiscal porque o custo de emissão do recibo era muito alto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Reprodução de relatório da PF


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