Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Ano VIII - Nº 233
08 a 15 de janeiro/2018 Serra/ES
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Pesquisadores identifi- Clássico de Agatha Christie Samsung anuncia TV modular que tem 46 cam peixe misterioso ganha nova versão nos polegadas PÁG. 6 cinemas PÁG. 3 da Amazônia PÁG.9 ECONOMIA
Salário mínimo é o menor desde 2015 PÁG.12
CIÊNCIA Ave mais antiga do mundo vira mãe aos 67 anos PÁG.7
Cientistas afirmam que cálcio é o sexto sabor conhecido Pág.4
VALDEJANE BRITO/REDE AMAZÔNICA
MEIO AMBIENTE
Símbolo de Manaus, o sauim-decoleira pode desaparecer em Estudo realizado nos Estados Unidos afirma que o sabor cálcio pode ser algumas décadas PÁG.2 identificado entre o amargo e o azedo PÁG.7 REPRODUÇÃO INTERNET
2fatosMEIO AMBIENTE & notícias
08 a 15 de janeiro de 2018
O sauim-de-coleira pode Peixes da Amazônia desaparecer em algumas terão melhoramento décadas Nos últimos 20 anos a redução da espécie chegou a 80%. Hoje estima-se que a população total de sauim, no Amazonas, seja de 35 a 40 mil é cheia de obstáculos para o sauim encontrar abrigo. Nesse percurso acontecem atropelamentos, ataques de cães e até mortes por fios de alta tensão. Na década de 90, o Parque do Mindu, situado na zona Centro-Sul de Manaus, foi criado após um apelo da sociedade civil, comunidade científica e outros movimentos que pediam a
FOTO: VALDEJANE BRITO/REDE AMAZÔNICA
Em Manaus, um patrimônio da biodiversidade amazônica, conhecido como sauim-de-coleira, pode desaparecer em algumas décadas. O motivo é a falta de espaço para morar e encontrar comida. Com a fragmentação de espaços verdes dentro da Região Metropolitana de Manaus, o sauim fica ilhado por asfalto e concreto. Com isso a reprodução tem acontecido entre indivíduos parentais, diminuindo a variabilidade genética e levando à extinção da espécie, conforme explica o b i ó l o g o e representante do Plano Nacional para Conservação do Sauim-de-Coleira, mestre Maurício Noronha. "A população de sauim começa a crescer dentro desse fragmento florestal ao ponto em que passa a suplantar a capacidade de suporte que aquele fragmento tem de manter aquela população. Com isso temos crise social, estresse, doenças, pois os bichos ficam enfraquecidos por causa dessa situação. Nessas áreas verdes são jogados lixo e uma série de outros fatores que atraem vetores de doenças como ratos, camundongos, que também afetam a população de sauim-de-coleira", diz Noronha. Existem concentrações de mata em algumas áreas protegidas e conservadas dentro da cidade como o Museu da Amazônia (Musa), o Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs) ou a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), mas a distância entre esses espaços
proteção dessa área de fauna amazônica onde é possível encontrar o sauim-decoleira. Hoje outras ações estão em andamento para viabilizar políticas públicas de proteção à espécie, como a criação de Unidades de Conservação (UCs) e a ligação de fragmentos verdes com o projeto chamado Corredor Ecológico Urbano para o Sauim-de-Coleira. "O corredor é entre o Parque do Mindu, que tem uma floresta urbana gigantesca, e o Parque Sumaúma que também é um parque belíssimo e com muita vida. Então a conexão desses dois, a princípio, é o coletor-tronco desse corredor, onde a gente vai identificar, ao longo desses dois fragmentos, o que a gente precisa fazer: conexões, reflorestamento e até, se for o caso, desapropriações. Mas a
gente está respeitando muito a questão urbanística da cidade", ressalta o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Manaus, Antônio Nelson. Além do corredor dentro da cidade, a comunidade científica pede a criação de Unidades de Conservação (UCs) para o sauim-decoleira. O reconhecimento desses espaços não envolve somente a preservação da espécie, mas a manutenção de recursos naturais, a melhoria no clima e o bom funcionamento inclusive da agricultura. Entre os benefícios das Unidades de Conservação estão "a conservação da biodiversidade, a p r o d u ç ã o d e alimentos, a proteção de mananciais hídricos, a manutenção dos agentes de polinização e de controle biológico (tão importantes para a agricultura) a proteção de solo, o sequestro de gases do efeito estufa", explica Noronha. Nos últimos 20 anos a redução da espécie chegou a 80%. Hoje estima-se que a população total de sauim no Amazonas seja de 35 a 40 mil. A mascote da cidade perde cada vez mais espaço, como outras espécies que já não existem mais. Ao redor do mundo, animais raros movimentam a economia e preservam a natureza por meio do turismo ecológico. "As pessoas pagam fortunas para irem ver uma espécie rara lá no alto da Cordilheira dos Andes ou vai lá pro Congo observar os gorilas de perto, outro bicho raro parecido com o sa uim", finaliza Noronha.
genético
Tambaqui e Pirarucu serão os primeiros que receberão o melhoramento Um projeto da Universidade Federal Rural da Amazônia pode contribuir com a preservação e até mesmo ampliar a exportação de peixes. Pesquisadores da universidade trabalham na criação de um banco de perfil genético, inicialmente de matrizes de tambaqui e pirarucu, para a criação de alevinos (peixes recémsaídos do ovo). O objetivo d o p r o j e t o é o melhoramento genético de peixes da Amazônia. O coordenador do projeto, Igor Hamoy, explica que os peixes serão mapeados e muitos deles receberão um chip para possibilitar o melhoramento genético para fins comerciais. Os piscicultores terão um login e uma senha que avaliará, dentro do banco genético, as melhores possibilidades de produção do tambaqui e do pirarucu. “Os peixes da Amazônia, quando comparados com animais como a tilápia, têm
Floresta nativa da Mata Atlântica Pirarucu | Foto: Divulgação uma performance zootécnica menor. A tilápia é um animal que vem passando por melhoramento há mais de 20 anos. A solução não é criar tilápia na Amazônia, mas, melhorar geneticamente nossos animais nativos, como o tambaqui, e esse projeto é um embrião disso”, destacou Igor Hamoy. O coordenador do projeto acrescenta que o investimento na pesquisa sobre o perfil genético dos peixes vai fortalecer outros estudos da universidade. “Estamos comprando um sequenciador de DNA, um
dos mais modernos que existe, em termos de equipamento. Também em termos de formação de recursos, neste projeto vai ter aluno de mestrado e do doutorado da Universidade Federal Rural da Amazônia e da Universidade Federal d o P a r á ( U F PA ) , colaboradora nossa”. O projeto do banco de perfil genético de peixes conta com financiamento de R$ 1 milhão, e as informações da pesquisa serão disponibilizadas gratuitamente na internet até 2019.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br Representante Comercial: MÁRCIO DE ALMEIDA comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3070-2951 / 3080-0159 / 99620-6954 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES CNPJ: 18.129.008/0001-18
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CULTURA 3
08 a 15 de janeiro de 2018
A origem da aids
Assassinato no Expresso do Oriente foi inspirado em história real Famoso caso de sequestro foi a inspiração para o livro de Agatha Christie, que ganha nova versão nos cinemas
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A aids teve origem no continente africano no começo do século XX. Mas apenas na década de 1980 que a doença passou a ter maior notoriedade
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No começo do século XX, os habitantes da selva africana tinham o costume de se embrenharem pela densa mata em busca da carne dos macacos. Durante a caça, muitos macacos apresentavam resistência e mordiam os seus futuros predadores. Logo que conseguiam abater um exemplar, esses caçadores colocavam o animal morto e ensanguentado em suas costas. Não raro, o sangue do primata abatido entrava em contato com as feridas daquele caçador africano. Naquele exato instante, o SIV – um vírus que ataca o sistema imunológico dos macacos – entrava em contato com o organismo humano. Em pouco tempo, a ação desse microorganismo dava origem ao HIV, responsável pela S í n d r o m e d a Imunodeficiência Adquirida (Aids). Nesse meio tempo, vários comerciantes de carne de macaco circulavam pelo território africano em cidades onde gastavam seu lucro com as prostitutas locais. Dessa forma, a Aids acometia as suas primeiras vítimas. Inicialmente, o
reconhecimento da doença e sua transmissão pelo ato sexual eram completamente desconhecidos. Os relatos dos sintomas da Aids eram comumente confundidos com algum tipo de pneumonia ou anemia profunda. Ao atingirmos a década de 1960, as várias guerras de independência no continente africano fizeram com que alguns infectados se refugiassem na Europa. A partir de então, o vírus da Aids foi espalhado em novas regiões do planeta. Um dos primeiros casos registrados no continente americano apareceu no Haiti, no ano de 1978. Na década de 1980, período em que a doença começou a ter maior notoriedade, as explicações para a Aids circulavam em torno das mais variadas hipóteses. Inicialmente, alguns especialistas identificaram como uma espécie de câncer que acometia somente os homossexuais. Além disso, recomendava-se que o contato com os doentes fosse sistematicamente evitado. Por conta da alta mortalidade, várias noções equivocadas começaram a
se direcionar contra os portadores do vírus HIV. Entretanto, nas últimas décadas, novas pesquisas indicaram as formas de transmissão da doença e que qualquer pessoa – independente da sua escolha sexual – poderia ser acometida pela síndrome. Paralelamente, o desenvolvimento de potentes medicamentos ofereceu uma qualidade de vida maior para os infectados. Ainda que tantas informações sejam disponibilizadas, vemos que a questão do preconceito e de outros mitos ainda está ligada à doença. Em muitos casos, jovens ignoram a necessidade do uso de preservativos por saberem que os remédios podem oferecer uma vida relativamente confortável. Ao todo, estima-se que vinte e cinco milhões de pessoas tenham sido vitimadas pela doença e que outros 33 milhões sejam portadores do HIV.
Rainer Sousa Mestre em História UOL
Em Assassinato no Expresso do Oriente o detetive belga Hercule Poirot precisa resolver o sinistro caso da morte de um bonachão norteamericano. Escrito por ninguém menos que Agatha Christie, o livro é sucesso de vendas no mundo todo e rendeu várias adaptações. Durante a história, encontramos pistas que ligam o morto ao caso da menininha Daisy Armstrong, sequestrada anos antes. Poirot deduz que Ratchett, a vítima, é na verdade um mafioso chamado Cassetti, que sequestrou a herdeira de 3 anos e recebeu US$ 200 mil como resgate, antes que o cadáver da criança fosse descoberto. Rico, ele conseguiu escapar da condenação e fugir do país. A narrativa do livro se centra em torno de quem no trem assassinou Ratchett. O caso fictício de Daisy Armstrong pareceu familiar para os leitores em meados da década de 1930, que seguiram a cobertura do sequestro de um bebê, filho do famoso aviador Charles Lindbergh. O
site oficial da Christie inclusive confirma que ela se inspirou nessa tragédia da vida real. Em 1º de março de 1932, a criança de 20 meses desapareceu de seu berço. Uma nota de resgate afixada na janela do berçário de sua casa em Nova Jersey (EUA) exigia US$ 50 mil dólares. Tanto na fantasia como na vida real, os corpos das crianças foram descobertos depois do resgate ser pago na íntegra. Cassetti matou Daisy pouco depois de sequestrá-la, e o corpo de Charles Jr. foi encontrado a quatro milhas da propriedade Lindbergh. O livro foi extremamente popular quando lançado, e o especialista de Lindbergh, Robert Zorn, afirma que os paralelos entre Daisy e Charles Jr. devem ter sido óbvios para as pessoas. Agatha Christie até teve sua própria visão sobre o caso: ela suspeitava que o sequestro tivesse sido feito por um estrangeiro, palpite que revelou-se correto quando o culpado foi descoberto como o imigrante alemão Richard
Hauptmann. "Eu acho que ela teve uma melhor intuição para chegar nisso do que muitos dos investigadores", afirma o perito. Também como no romance, Christie ficou presa em um trem. Ela adorava viajar no Expresso do Oriente e em um passeio em 1931, o trem parou por causa de uma inundação. "Meu querido, que viagem!", escreveu em uma carta ao segundo marido, Max Mallowan. "Começou em Istambul uma violenta tempestade de trovões. Nós fomos muito lentamente durante a noite e cerca de 3 a . m . p a r a m o s completamente". Sucesso nos cinemas na década de 70, a história ganhou nova versão em 2017 e conta com uma constelação formada por Penélope Cruz, Johnny Depp, Judi Dench, Willem Dafoe, Michelle Pfeiffer, Daisy Ridley, Leslie Odom Jr, entre outros. Para quem gosta de uma boa dose de suspense investigativo, vale a pena conferir a trama nos cinemas.
4 EDUCAÇÃO fatos & notícias
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Ensino de ciências ainda sofre com desconexão entre disciplinas e falta de espaço para alunos criarem hipóteses Problemas refletem em baixo desempenho dos jovens brasileiros em matérias ligadas ao conhecimento dos fenômenos naturais FOTO: SHUTTERSTOCK
Análise da poluição do ar, protótipo de uma placa fotoeólica, estudo sobre letramento em crianças que falam três línguas. Estudos e projetos complexos como estes, finalistas da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) de 2017, são realizados todos os anos por alunos da educação básica de todo o País, tanto da rede pública como da particular. Sob a orientação de um professor, os próprios estudantes identificam problemas, pesquisam sobre o que já existe e experimentam soluções. Além de aplicar na prática o método científico, ao participar da feira eles aprendem a se comunicar com diversos públicos, desenvolvem competências para o trabalho em grupo, ganham mais autonomia nos estudos e muita autoestima.
Encampar um projeto de ciências ou engenharia nem sempre é um caminho fácil, reconhece a coordenadora da Febrace, Roseli de Deus Lopes. “Num primeiro momento muitos alunos não querem participar, e a escola não sabe como dar conta”, afirma. Para mudar a cultura, o esforço é comprovar as vantagens para todos os lados. “Como tem finalistas que vão para uma competição nos Estados Unidos, muitos jovens são seduzidos pela possibilidade da viagem. Para as escolas, tentamos mostrar como o aluno se desenvolve também em outras áreas, como na capacidade de se expressar”, cita Roseli. O problema é que o alcance de iniciativas como essa, embora presentes em praticamente todos os estados brasileiros e redes,
ainda é limitado. “Já tivemos finalistas de mais de mil municípios diferentes, mas perto do desafio do Brasil, ainda é pouco”, afirma a coordenadora da Febrace, que está na 16ª edição. De forma geral, o ensino de ciência é bem diferente: conteudista, promovido em aulas totalmente teóricas, focado na acumulação de conceitos sem relação uns
c o m o s o u t r o s , desconectado da realidade que cerca os estudantes. Como resultado, o desempenho dos jovens brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) ficou entre os piores do mundo. O País ficou em 63º lugar, entre os 65 participantes. No teste, realizado em 2015, jovens de 15 anos
foram avaliados em três competências: explicar fenômenos cientificamente, avaliar e planejar experimentos científicos e interpretar dados e evidências cientificamente. As perguntas variaram entre o nível de dificuldade (baixo, médio e alto), e as respostas podiam ser dissertativas, de múltipla escolha simples ou múltipla escolha complexa. Os temas envolveram os sistemas físicos, vivos, sobre a Terra e o espaço; foram abordados nos contextos pessoal, local e global. Dentro de uma escala de proficiência de sete níveis, 56,6% não passaram do nível 2, que é considerado básico para “a aprendizagem e a participação plena na vida social, econômica e cívica das sociedades modernas em um mundo globalizado”. Embora a prova da
Organização para C o o p e r a ç ã o e Desenvolvimento Econômico (OCDE) tenha objetivos e metodologias discutíveis, ninguém parece discordar da conclusão de que os brasileiros precisam conhecer mais sobre as ciências – e o lugar privilegiado para esse aprendizado, que é a escola, tem falhado na missão. “O ensino é um mar de sem sentidos. As coisas não se conectam. Desde os anos 1980, há um movimento para tentar ligar as ciências ao cotidiano. A ciência é uma forma de entender e explicar o mundo que nos rodeia, mas essa conexão não é feita”, afirma Sílvia Figueirôa, coordenadora do Programa de PósGraduação Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática (Pecim) da Unicamp.
Ministério da Educação garante R$ 14 bilhões de complementação do Fundeb em 2018 O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) terá R$ 14,05 bilhões de complementação da União garantidos para 2018. A complementação está preservada com ganhos em relação a 2017. A verba complementar está prevista na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018. O valor de R$ 14,05 bilhões é maior que a estimativa de receita dos Fundos, publicada na Portaria Interministerial MEC/MF nº 10, de 28 de dezembro de 2017, que previa o montante de R$ 13,6 bilhões de verba complementar. A atual gestão reajustou o repasse da complementação devida pela União aos estados e municípios e antecipou o fluxo do pagamento da
Complementação ao Piso em quatro meses em 2016, além de assumir parcelas mensais a partir de 2017. Na atual gestão, considerando os períodos de 2016, 2017 e 2018, a complementação do Fundeb aumentou R$ 1,5 bilhão – de R$ 12,54 bilhões em 2016 para R$ 13,9 bilhões em 2017 e R$ 14,05 bilhões este ano de 2018. Por Lei, a complementação da União é de 10% das receitas estaduais projetadas para o ano. A memória de cálculo do valor previsto na Lei Orçamentária Anual de 2018 considerou as receitas estaduais de 2018 projetadas a partir da arrecadação/projeção de 2017, levando-se em conta o realizado até junho, e receitas federais constantes do PLOA 2018, um montante de R$ 140,5 bilhões –
recursos do Fundeb. A União repassa a complementação aos estados e respectivos municípios que não alcançam com a própria arrecadação o valor mínimo
nacional por aluno, estabelecido a cada ano. O Fundeb é a principal fonte de financiamento da educação básica pública e é composto por percentuais de diversos impostos e transferências
constitucionais, a exemplo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
POLÍTICA 5
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fatos & notícias
BLOG DO PACHECO jorgepachecoindio@hotmail.com/jornalfatosenoticias.es@gmail.com
“Política é quase tão excitante quanto a guerra, e quase tão perigosa. Na guerra, você é morto uma vez mas em pólítica, várias vezes”, Sir Winston Churchill Cresce apoio à pena de morte no Brasil
Temer extingue 60 mil cargos do
MEDIAPHOTOS/iSTOCK
De acordo com o levantamento, mais da metade dos brasileiros é favorável a esse tipo de punição Em nove anos, o apoio da população brasileira à pena de morte no País saltou 10 pontos percentuais, segundo levantamento do Instituto Datafolha publicado nesta segunda-feira (8). De acordo com a pesquisa, que ouviu 2.765 pessoas em 192 cidades, 57% dos entrevistados se disseram favoráveis à aplicação da pena. Em 2008, 47% tinham a mesma opinião. No recorte por faixa de renda, o apoio à pena de morte é maior entre os brasileiros com renda mensal de até cinco salários mínimos: 58%. Entre os que ganham de cinco a dez salários, a aceitação recua para 51%. Ainda segundo o levantamento, o apoio a esse tipo de punição é menor entre as mulheres, com 54% ante 60% dos homens. Já a faixa etária que é mais favorável é a de 25 a 34 anos de idade, em que 61% se disseram favoráveis a aceitar a execução de condenados. Brasileiros acima de 60 anos, por outro lado, são menos propensos à pena de morte, com 52% de apoio.
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Executivo Quase cinco meses após o anúncio do pacote de iniciativas para conter gastos com pessoal, o presidente Michel Temer assinou nesta terça-feira, 9, o decreto para extinguir 60.923 cargos públicos do Poder Executivo. A medida, porém, não tem impacto fiscal imediato, ao contrário do adiamento dos reajustes de servidores e da elevação da alíquota
serviço público. O secretário de Gestão de Pessoas do Planejamento, Augusto Chiba, explicou ao Estadão/Broadcast que não é possível prever em quanto tempo isso vai ocorrer, mas ressaltou que o decreto é importante para evitar que os órgãos preencham futuramente essas vagas, trazendo mais custos. “A maioria ingressou há bastante tempo, então são pessoas que já têm mais idade. Estão mais próximas da aposentadoria”, disse Chiba. O corte inclui profissões consideradas obsoletas, como telefonista, editor de vídeo tape, assistente de som, datilógrafo e digitador. São postos que exigem escolaridade até ensino fundamental ou médio, voltados a atividades auxiliares e cujas funções têm sido atendidas pela modernização. A previsão é que gastos com pessoal no Executivo cheguem a R$ 322,8 bilhões neste ano, ante R$ 285 bilhões em 2017. As
JOEDSON ALVES/EFE
previdenciária do funcionalismo público, suspensas por liminar do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o Ministério do Planejamento, 37,8 mil dos cargos que serão extintos estão vagos. Os demais serão fechados à medida que os funcionários forem se aposentando ou deixarem o
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Julgamento Lula Ex-presidente não deve ir a porto alegre no dia do julgamento O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá
acompanhar de São Paulo o julgamento que definirá o seu destino político, no próximo dia 24. Advogados aconselharam o petista a não participar de manifestações
A estratégia do PT consiste em partir para o enfrentamento no palanque, na tentativa de defender Lula. É provável que, em um cenário de condenação, a
UESLEI MARCELINO/REUTERS
em Porto Alegre, onde fica a sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), sob o argumento de que é preciso cautela para evitar confrontos e acirramento de ânimos. “A ida de Lula a Porto Alegre sempre esteve condicionada à possibilidade de ele ser ouvido no julgamento”, disse o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), ao lembrar que esse pedido, feito pela defesa do ex-presidente, até agora não foi acatado pelo tribunal. “Não tem sentido ele ir lá e ficar olhando. As manifestações que estamos organizando na cidade serão de solidariedade e apoio, mas Lula não vai participar”, afirmou. Dirigentes do PT já trabalham com a perspectiva da condenação de Lula pelo TRF, mas, mesmo assim, manterão sua candidatura ao Palácio do Planalto até o último recurso na Justiça. Se Lula for condenado no caso do tríplex do Guarujá em segunda instância, ficará inelegível pelos critérios da Lei da Ficha Limpa. Poderá, no entanto, permanecer na campanha deste ano até que todos os questionamentos (embargos) de sua defesa sejam analisados.
candidatura do ex-presidente seja impugnada, mas o cálculo dos petistas é de que, até isso ocorrer, ele conseguirá passar a ideia de “perseguição política”. A cúpula do PT avalia que, se Lula for impedido de concorrer e sua prisão for decretada, ele virará “mártir” e será importante cabo eleitoral. Embora oficialmente todos os dirigentes do partido digam que não há plano B para o caso de o ex-presidente não disputar, a aposta, até agora, recai sobre o ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT). O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad deve concorrer ao Senado.
Cultura
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Imortal da ABL Corpo de Carlos Heitor Cony é cremado em cerimônia íntima Foi cremado na terça-feira (9) o corpo do escritor e DIVULGAÇÃO/ABL
jornalista Carlos Heitor Cony, em cerimônia íntima no Memorial do Carmo, zona portuária do Rio de Janeiro, conforme desejo do imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, e morreu na sextafeira (5) de falência múltipla de órgãos. O presidente da ABL, Marco Lucchesi, determinou o cumprimento de luto de três dias, com a bandeira da Academia hasteada a meio mastro, permanecendo assim até o fim do dia do enterro. Para Lucchesi, a perda de um grande escritor, com décadas de “atividade criadora muito intensa”, só pode ser consolada pela obra deixada. “A única consolação de um escritor que parte é a obra. Uma obra poderosa, de grande intensidade, que capturou não só os especialistas da literatura, mas captou o sentimento popular. Alguns livros, como Quase Memória, que se incorporaram ao cânone da literatura brasileira do século XX até hoje. Então a única consolação nesse processo é revisitá-lo, é revisitar o seu universo em celulose, é voltar às páginas, e aí nos abraçamos e nos reencontramos”. Cony foi eleito em 23 de março de 2000 como quinto ocupante da Cadeira nº 3 da ABL, sucedendo Herberto Sales. Ele foi redator da Rádio Jornal do Brasil e colaborador do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, onde publicou contos, ensaios e traduções. Também trabalhou no Correio da Manhã, na revista Manchete e na Teledramaturgia da Rede Manchete. Já na década de 90 fez crônicas diárias para o jornal Folha de S. Paulo e foi comentarista diário da CBN. Jorge Pacheco
6 TECNOLOGIA 08 a 15 de janeiro de 2018 fatos & notícias
Samsung anuncia TV de 146 polegadas com nova tecnologia Aparelho é modular e pode ser montado de acordo com o espaço disponível na sua casa SAMSUNG/DIVULGAÇÃO
Com uma nova tecnologia de tela para melhorar o contraste das
imagens, a Samsung anunciou nesta semana a The Wall, uma TV
modular que tem 146 polegadas. Seu display usa o novo MicroLED. Em TVs LED tradicionais, um painel ilumina os pixels que formam as imagens que você vê. Isso pode prejudicar a fidelidade de cores, bem como o contraste das cenas. Imagine que tudo esteja preto na tela. Mesmo assim, haverá uma luz de fundo iluminando-a. No caso da MicroLED, isso não acontece. Os pixels têm luzes próprias e se apagam quando é preciso reproduzir uma cena completa ou parte dela totalmente que seja preta. “Com isso, a sensação de preto profundo e puro é muito forte, o contraste é muito impressionante”, afirmou
Guilherme Campos, gerente de produto da área de TV da Samsung Brasil, em entrevista ao Site Exame. Vale notar que a proposta da nova tecnologia da marca é a mesma da LG e da Sony com o Oled, que também tem controle de iluminação por pixel e não usa painel de retroiluminação. Campos também ressaltou que a The Wall é um aparelho que pode ser ampliado ou montado da forma que o consumidor desejar. “O consumidor não precisa de uma tela tão grande em casa (de 146 polegadas), mas, como ele é o primeiro televisor modular do mundo, se ele mudar de casa ou de ambiente, ele consegue montá-la
de acordo com o espaço que ele tem. Para isso, é preciso comprar módulos para mexer sensivelmente o tamanho das polegadas da TV”, declarou o porta-voz da Samsung. Por enquanto, não há previsão de lançamento da The Wall, nem preço oficial para nenhum mercado. A Samsung anunciou a sua primeira TV 8k com tecnologia QLED, lançada no ano passado. O novo aparelho será vendido na Coreia do Sul e nos Estados Unidos a partir do segundo semestre deste ano, mas ainda não há preço definido para o produto. Para a CES 2018, a LG anunciou uma TV com resolução 8K, que também não tem preço.
SpaceX lança artefato espacial em missão secreta dos EUA
AMANDA STILES/REUTERS
A empresa SpaceX lançou, domingo (7), “um artefato espacial” no âmbito de uma missão secreta do governo americano, conhecida como “Zuma”. O foguete Falcon 9 foi lançado de Cabo Canaveral (Flórida, sudeste) às 20h locais (23h de Brasília), segundo imagens transmitidas pela SpaceX. A empresa de propriedade de Elon Musk e o Pentágono não responderam às perguntas da imprensa sobre a missão. O grupo Northrop Grumman,
fabricante do artefato, explicou que seu cliente é o governo americano e que a carga será posta em órbita baixa. A SpaceX já realizou dois lançamentos de missões secretas: um satélite-espião do Escritório Nacional de Reconhecimento e o avião espacial não tripulado X-37B, da Força Aérea americana. Este lançamento é o primeiro da companhia aeroespacial de 2018, depois de encerrar 2017 com o recorde de 18.
08 a 15 de janeiro de 2018
CIÊNCIA 7 fatos & notícias
Cientistas afirmam Ave mais antiga do que cálcio é o sexto mundo vira mãe sabor conhecido aos 67 anos Estudo realizado nos Estados Unidos afirma que o sabor cálcio pode ser identificado entre o amargo e o azedo
Pássaro albatroz-de-laysan, espécie que está próxima de ameaça de extinção, terá seu 40º filhote
FOTO: PIXABAY
FOTO: REPRODUÇÃO/USFWS VOLUNTEER
Após afirmarem que o umami (palavra de origem japonesa, que significa "gosto saboroso e agradável") é um tipo de sabor, a ciência traz uma nova contribuição ao seu paladar em 2018. Uma pesquisa conduzida nos Estados Unidos pela Universidade da Califórnia – Santa Barbara, em colaboração com cientistas coreanos, afirma que o cálcio seria o sexto sabor
conhecido, além do doce, do salgado, do ácido, do amargo e do umami. Ao contrário de definições mais abstratas como "salgado" ou "doce", o cálcio seria uma definição literal do elemento essencial para o funcionamento do organismo. Metal mais abundante no corpo humano, o cálcio tem papel fundamental no funcionamento dos músculos, no desempenho
cerebral, além de ser um dos responsáveis pela formação de ossos e dentes. De acordo com os cientistas, a importância do cálcio seria tão grande ao organismo que ele poderia ser percebido e saboreado — ele seria identificado como ligeiramente amargo e azedo. Em estudo realizado com moscas-das-frutas ( D r o s h o p h i l a melanogaster), os pesquisadores afirmam que esses insetos contam com uma estrutura neural e com proteínas receptoras capazes de identificar o sabor cálcio. Essa habilidade permitiria às moscas não consumirem o elemento em excesso: em humanos, o excesso de cálcio no organismo pode causar dores, problemas cardíacos e disfunções cerebrais — em casos mais extremos, há possibilidade de morte.
A ave albatroz-de-laysan n o m e a d a d e Wi s d o m (sabedoria, em português) está desafiando as normas de sua espécie. Conhecida por ser o pássaro selvagem vivo mais antigo que se tem registro, Wisdom, aos 67 anos, segue botando ovos e perpetuando a espécie. A expectativa de vida de um albatroz-de-laysan é 50 anos. “Não temos precedentes de aves de 67 anos que continuam reproduzindo”, afirmou Kate Toniolo, funcionária do Monumento Nacional Marinho de Papahānaumokuākea, nos Estados Unidos, ao National Geographic. É no Monumento Nacional M a r i n h o q u e Wi s d o m sempre retorna para botar e chocar seus ovos. A trajetória de Wisdom é acompanhada pelos biólogos e cientistas desde 1956, ano em que ela recebeu uma etiqueta de identificação. Naquela época, julgou-se que a ave teria cerca de seis anos –
ainda que estipular a idade de pássaros seja uma tarefa difícil, já que eles trocam suas penas para as de cor cinza. Após ganhar a etiqueta, a ave fez sua segunda aparição somente em 2002, quando ganhou outra identificação. Desde aquele ano, Wisdom tem retornado anualmente ao Monumento Nacional Marinho com outros albatrozes para seus respectivos ninhos. Wisdom vem chocando um pintinho a cada ano desde 2006. Em dezembro de 2017, ela foi avistada com seu parceiro, Akeakamai, cuidando de um ovo em seu ninho e buscando por alimento. Como as albatrozes demoram entre 60 e 64 dias para chocar seus ovos, o novo filhote deve chegar ao mundo no meio de fevereiro. Essa nova ave deverá ser o seu 40º filhote. Os albatrozes não têm menopausa – apenas os humanos e as orcas são marcados por essa etapa
fisiológica. Por isso, não é e s t r a n h o q u e Wi s d o m continue a se reproduzir. Outra característica interessante dos albatrozes é que essas aves formam laços monogâmicos por toda a vida com seus parceiros e até passam por períodos de luto se um deles falecer. Segundo o United States Fish e Wildlife Service, Wisdom já perdeu um de seus companheiros. De 1900 até o início de 2000, o número de aves albatroz-de-laysan vinha declinando e só agora está se recuperando. Porém, a espécie segue classificada como “quase ameaçada” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais. É por isso que o trabalho de Wisdom está sendo tão importante e relevante para a comunidade de aves. Cada novo ovo e filhote, representa uma nova esperança para a espécie.
8 SAÚDE
fatos & notícias
08 a 15 de janeiro de 2018
Álcool danifica DNA e provoca tumores e câncer Estudo publicado na Nature mostra que a bebida age na sequência do DNA, o pode resultar em câncer Má notícia para quem quer aplacar o calor deste verão tomando uma cerveja bem gelada: uma pesquisa da Universidade de Cambrigde comprovou a relação entre o consumo de álcool e o surgimento de tumores. A partir de testes com cobaias, os cientistas mostraram que a ingestão de álcool danifica o DNA das células-tronco, o que eleva o risco de câncer. O estudo foi publicado no periódico científico Nature na semana passada e teve apoio financeiro do instituto Cancer Research, da Inglaterra. A ideia de que o álcool pode causar câncer não é nova. De fato, ninguém acorda depois de uma bebedeira achando que fez um grande serviço à própria
saúde. Pesquisas anteriores, principalmente estudos populacionais que associavam a prevalência de câncer ao consumo alcoólico, já sugeriam que existe uma relação entre a bebida e o surgimento da doença em mais de dez partes do corpo, inclusive os mais comuns no Brasil, como intestino e mama. A novidade é que agora os cientistas conseguiram analisar como um derivado do álcool, o etanal ou acetaldeído, interfere permanentemente no DNA de células-tronco no metabolismo de ratos ao dar altas doses de álcool a cobaias. Os pesquisadores perceberam que essa quebra estimula os cromossomos a se emparelharem aleatoriamente, mudando
ECLIPSE IMAGES|iSTOCK|SUPERINTERESSANTE
para sempre as sequências de DNA nas células. O grande perigo de ter célulastronco “defeituosas” é que elas conseguem se multiplicar e se alastrar para diversos tecidos do corpo com mais facilidade – um prato cheio para o surgimento de tumores.
O etanal é produzido quando o nosso corpo está reagindo ao álcool. E você até consegue senti-lo em ação depois de alguns bons drinks (ou nem tão bons): ele é o responsável por desencadear o mal-estar da ressaca. Os cientistas também
prestaram atenção em como o corpo se defende do álcool. Uma enzima chamada aldeído desidrogenase (ALDH) é capaz de catalisar, quebrar o subproduto maléfico do álcool. Eles testaram os efeitos nos ratinhos bêbados com e sem ALDH e perceberam que os que não tinham a enzima tiveram seu DNA afetado até quatro vezes mais. A outra má notícia que vem junto com a prova real é que milhões de pessoas ao redor do mundo não possuem essa enzima “antirressaca”. “É importante lembrar que a liberação do álcool e os reparos no DNA não são perfeitos e que o álcool ainda pode causar câncer de vários outros jeitos, mesmo em pessoas com esses
mecanismos de defesa em ordem”, disse o líder do estudo, Ketan Patel. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) elenca o consumo de bebidas alcoólicas como um dos principais fatores de risco para a doença. O número de mortes por câncer no Brasil aumentou 31% nos últimos 15 anos. De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença matou 223,4 mil pessoas no País em 2015. Câncer é a segunda causa de mortes por aqui, atrás apenas de doenças cardiovasculares. No mundo, a estimativa é de 8,8 milhões de vítimas por ano – o equivalente a população da cidade de Nova York ou de toda a Áustria.
Cerca de 9,3% dos brasileiros sofrem com o transtorno da ansiedade Conheça um pouco sobre a realidade de jovens e adolescentes que lidam diariamente com o problema FOTO: FLICKR/ALESSANDRA
Os traços da doença podem aparecer em qualquer fase da vida, como na adolescência, período marcado por transições, experiências e
A ansiedade, assim como outras doenças psicológicas, é um transtorno sério e que
merece ser discutido e desmistificado. De acordo c o m d a d o s d a Organização Mundial de
Saúde (OMS), cerca de 9,3% dos brasileiros apresentam os sintomas da patologia.
complicações. Conforme dados da pesquisa conduzida por Fernando R. Asbahr, professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP,
aproximadamente 10% de todas as crianças e adolescentes sofrerão algum tipo de transtorno de ansiedade.
08 a 15 de janeiro de 2018
GERAL 9 fatos & notícias
Pesquisadores do Inpa identificam 'peixe misterioso' da Amazônia O nome da espécie Tarumania walkerae é uma homenagem ao rio Tarumã-Mirim, em Manaus-AM, onde foi encontrado pela primeira vez
Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) identificaram uma nova família de peixes (Tarumaniidae) de água doce da Amazônia. O animal, que há mais de 20 anos foi descoberto e intrigava os estudiosos, ficou conhecido na época como “mistery fish” (peixe misterioso, em tradução livre), pois não se conseguia atribuir ao peixe um nome científico, já que o bicho não se encaixava em nenhuma das famílias conhecidas de peixes de água doce. O estudo foi publicado recentemente no Zoological Journal of the Society. A pesquisa foi realizada pelos pesquisadores do Inpa, os ictiólogos Lúcia Rapp PyDaniel e Jansen Zuanon; pelo pesquisador do Museu d e Z o o l o g i a d a Universidade de São Paulo (USP), Mario de Pinna; e pelo pesquisador da Organização Internacional de Conservação Ambiental The Nature Conservancy (EUA), Paulo Petry (expesquisador do Inpa). Na pesquisa foi estabelecido um novo nome de gênero, Tarumania, e s p é c i e , Ta r u m a n i a walkarae, e uma nova família, Tarumaniidae, conforme as normas de nomenclaturas de nomes científicos zoológicos. Tarumania walkerae é o nome dado a espécie em
POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL
FOTO: ACERVO/LÚCIA RAPP
homenagem à pesquisadora do Inpa, a doutora Ilse Wa l k e r, p e l a s u a contribuição na investigação da estrutura populacional e trófica da fauna aquática em rios da Bacia do Rio Negro e por ter coletado, em 1997, o primeiro espécime conhecido. Tarumania walkarae é um pequeno peixe predador, que se alimenta de pequenos camarões e peixes menores, de hábitos fossoriais, que habita áreas de folhiço e é encontrado enterrado em poças isoladas durante a vazante do rio Negro. Durante a seca, quando as poças já não existem, o peixe desaparece. A pesquisa revela que este peixe exibe um conjunto extraordinário de características únicas, que o separa de todos os outros peixes ósseos conhecidos. É
um peixe de corpo alongado e coloração escura (marrom) uniforme. Ele alcança até 15 cm de comprimento e precisa de ar para viver, possuindo uma bexiga natatória com 11 câmaras (o normal na maioria dos peixes são duas câmaras), mais de 240 escamas muito pequenas no corpo e escamas reversas na cabeça. O peixe apresenta ainda uma série de características ósseas muito distintas, como crânio parcialmente exposto, mobilidade vertical da cabeça e modificações nas nadadeiras e mandíbulas. Ta r u m a n i a a p r e s e n t a caracteres pedomórficos (características larvais em exemplares juvenis), tipo presença de notocorda e nadadeiras lobulares em exemplares de até 5 cm. “É um dos raros casos de peixe
com escamas com hábitos fossoriais, se enterrando em vez de ficar na coluna d'água”, conta Lúcia Rapp. Apesar de tão distinto, análises mais detalhadas revelaram ainda que Tarumania faz parte da superfamília Erythrinoidea e tem como grupo evolutivo mais próximo, a família Erythrinidae (jejus e traíras). Para os autores do artigo, o fato de um peixe relativamente grande e extremamente diferenciado c o m o o Ta r u m a n i a permanecer desconhecido até agora, após muitas décadas de estudos da ictiofauna do rio Negro, é um “testemunho do estado ainda incompleto do conhecimento da biodiversidade nas águas amazônicas”. De acordo com o pesquisador Jansen Zuanon, descrever novas espécies na Amazônia é muito comum, mas descrever uma família toda nova é bem raro. “Isso acontece uma vez a cada muitas décadas, às vezes a cada século”, conta. Para Zuanon, o mais importante nesse caso, nem é tanto o fato de ser uma nova família, mas por ser tão diferente dos outros
peixes aparentados com ele que mostra que o caminho da evolução desse grupo é muito mais amplo do que se imaginava. Segundo o pesquisador, o peixe faz parte do grupo dos Characiformes, que é o grupo da maior parte dos peixes de escamas da Amazônia como o matrinxã, o tambaqui e o jaraqui, só que tem um formato completamente diferente desses peixes, tanto por fora quanto por dentro. “Isso mostra que os Characiformes evoluíram de maneira brutal com uma diversidade de adaptações para o ambiente que ainda não conhecemos direito”, diz Zuanon, acrescentando que o que mais chama atenção nesse peixe é o formato do corpo por dentro (anatomia) e por fora (morfologia). “Eles são completamente aberrantes dentro desse grupo de Characiformes e por isso mesmo tivemos que descrever uma família nova para acomodar essa espécie”. “Tratava-se de um indivíduo jovem, muito pequeno e diferente, que os pesquisadores não conseguiram identificar o animal, na época”, diz.
Segundo Rapp, anos depois, o cientista Jansen Zuanon conseguiu coletar, durante um trabalho de campo, em Anavilhanas, próximo ao município de Novo Airão, mais exemplares. Isso chamou a atenção dos pesquisadores que resolveram voltar ao mesmo local onde foi realizada a primeira coleta de Walker, n o Ta r u m ã - m i r i m . O s pesquisadores Lucia Rapp, Jansen Zuanon e Mario de Pinna acharam o peixe em poças alagadas no meio da mata. Na ocasião foram co letad o s cer ca d e 4 0 animais. O que mais chama atenção dos estudiosos é o fato de um animal como este nunca tenha sido encontrado. Segundo a pesquisadora, o Inpa tem uma coleção de peixes que abriga milhares de espécimes e esse animal nunca foi coletado em lugar nenhum. “Então, isso chamou a atenção para a possível diversidade crítica, escondida, que ainda existe na Amazônia, e em um só tributário do rio Negro, no Tarumã-mirim”, explica a pesquisadora ao acrescentar que pode ser que tenha outras situações como essa na Amazônia e que ainda são desconhecidas.
10 GERAL fatos & notícias
08 a 15 de janeiro de 2018
TOC, doença silenciosa e muito comum no mundo Silvana Gaspar Quem nunca se pegou voltando para ver se desligou o gás antes de sair por várias vezes? Quem nunca revisou repetidas vezes a porta, antes de sair de casa ou ao se deitar? Necessidade exagerada de arrumar as coisas fora do lugar ou quadro tortos na parede, usar contagem de coisas como exemplo: comprar só frutas em números par ou ter medo de passar perto de cemitérios, funerárias ou de usar certas cores de roupa com medo de que possa acontecer algo de muito ruim, ser atormentado por dúvidas intermináveis ou por pensamentos "horríveis" são alguns dos sintomas de quem possui Tr a n s t o r n o O b s e s s i v o Compulsivo (TOC). Em geral, são acompanhados de ansiedade, medo e culpa, causam muito sofrimento, tomam tempo da pessoa e
interferem nas rotinas pessoais, na vida social e familiar. Conhecidas popularmente como "manias" essas manifestações atormentam milhares de pessoas em todo o mundo. Muitas vezes são l e v e s e q u a s e imperceptíveis, mas, não raro, são extremamente graves, podendo incapacitar a pessoa para o trabalho e impedi-la de relacionar-se. Às vezes não são reconhecidas como sintomas de uma doença o que faz com que as pessoas afetadas não busquem tratamento ou demorem muito para fazê-lo. O TOC é um distúrbio do cérebro causado por uma ansiedade extrema. O mal que atinge cerca 3% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é caracterizado por quadros
em que uma obsessão provoca compulsões repetidamente cumpridas pelo indivíduo.
Pesquisas mostram que o transtorno obsessivocompulsivo é bastante comum e acomete números
As obsessões se caracterizam por pensamentos recorrentes de imagens ou situações que surgem na mente de forma intrusiva e persistente causando aumento da ansiedade e angústia. Já as compulsões, são os comportamentos repetitivos que a pessoa pratica em resposta à obsessão.
altíssimos de pessoas ao longo da vida, geralmente tem início na adolescência e muitas vezes na infância. É importante salientar que o t r a t a m e n t o medicamentoso, por si só, pode apresentar resultados, porém este é mais eficaz quando pareado com a terapia, uma vez que, durante as sessões, o
paciente aprende a interpretar e lidar com seus sintomas e a tornar-se consciente de como seus pensamentos influenciam seus sentimentos para que, assim, possa controlá-los. Dentre os tratamentos indicados para o TOC, estão os farmacológicos (que incluem os antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina/IRS) e os não farmacológicos que é o acompanhamento psicoterapêutico. Calcula-se que aproximadamente um em cada 40 a 60 indivíduos na população apresenta o TOC e é provável que no Brasil existam entre 3 e 4 milhões de pessoas acometidas pela doença. Os sintomas, não raro, são muito graves e, em aproximadamente 10% dos casos, os pacientes se tornam incapacitados para o trabalho, tornando-se
inteiramente dependentes da família tanto no sentido financeiro como para a tomada das decisões mais banais. Em resumo, são “manias” que, de alguma forma, te aprisionam e trazem consequências psíquicas, sociais e familiares. É de suma importância que você se avalie com sinceridade quais “manias” estão atrapalhando o seu cotidiano e se você precisa procurar ajuda médica. Ter TOC não é “modinha” trata-se de um problema social, já que acomete 3% da população mundial e em alguns casos impossibilita o indivíduo de levar uma vida normal e saudável.
Silvana Gaspar Graduada em Ciências Sociais
E-mail: silgaspar@gmail.com
A arte de contar histórias professor, ao contar uma história, tenha uma diversidade de estratégias sendo consideradas como principais: tocar a imaginação dos alunos, saber como utilizar a expres s ão corporal, o ritmo, o gesto e, principalmente, a entonação da voz, fazendo com que nesse momento a criança fique envolvida pelo encantamento e pela fantasia. Sugere-se ao professor que crie em sua sala de aula o livre acesso aos livros através de um cantinho de leitura no qual fiquem disponíveis aos alunos livros, revistas, jornais etc., facilitando o manuseio. Orienta-se que o professor se informe mais sobre os aspectos que estão envolvidos na apropriação no processo da leitura e seus aspectos fundamentais na visão linguística, psicológica, social e fisiológica. Ressalta-se que quando se tem domínio de certo papel a desempenhar o resultado é totalmente diferenciado e qualificado. (Mundo Educação)
FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET
As histórias infantis têm papel fundamental na formação do indivíduo, tornando-o criativo, crítico e capaz de tomar decisões. Quando se conta uma história, devese ter em mente que aquele momento será de grande valia para a criança,
pois através desses contos será formado um banco de dados de imagens que será utilizado nas situações interativas vividas por ela. Recomenda-se que o educador faça todo um ritual antes do momento de contar histórias. O ideal é que o
ECONOMIA 11
08 a 15 de janeiro de 2018
Pedidos de falência caem 18,2% no País em 2017
fatos & notícias
Após 4 anos, Davos terá presença de um presidente brasileiro
FOTO: THINKSTOCK
Os pedidos de falência caíram 18,2% no acumulado de 2017 em relação a 2016. Já as falências decretadas subiram 2,9% no ano passado, enquanto os pedidos de recuperação judicial em andamento tiveram queda de 23,7% e os já deferidos, de 18,9%. O s d a d o s , c o m abrangência nacional da Boa Vi s t a S C P C ( S e r v i ç o Central de Proteção ao Crédito), foram divulgados nesta terça-feira (9) em São Paulo. Seguindo a tendência esperada pela Boa Vista SCPC, os indicadores
continuaram recuando, quando observados pelos valores acumulados em 12 meses. “Passado o período de intensa retração da atividade econômica, redução do consumo, restrição e encarecimento do crédito, entre outros fatores, as empresas voltam agora a esboçar sinais mais sólidos dos indicadores de solvência, fato que deverá continuar, uma vez que o cenário econômico tem mostrado sinais de recuperação gradual em diversos setores produtivos”, diz a entidade.
O setor de serviços teve o maior percentual nos pedidos de falência (44%), seguido pelos setores industrial, com 30%, e do comércio, com 26%. Em relação a 2016, a indústria foi o setor que mais registrou queda na comparação dos valores acumulados no ano de 2017, com queda de 33%. Mantida base de comparação, o comércio teve redução de 12% e o setor de serviços, de 8%. No que diz respeito ao porte das empresas, as pequenas, por exemplo, mostraram que tanto para os pedidos de falência quanto para as falências decretadas houve uma representação de 93% dos casos. Tanto nos pedidos de recuperação judicial como nas recuperações judiciais deferidas, as pequenas empresas também respondem pelo maior percentual, ambas com 94% da totalidade de casos, respectivamente.
Presidente Temer deve desembarcar no dia 23 de janeiro para integrar o Fórum Econômico Mundial
CRISTIANO MARIZ/VEJA
O presidente Michel Temer deve desembarcar no dia 23 de janeiro em Davos para integrar o Fórum Econômico Mundial no dia seguinte. Essa será a primeira participação do Brasil desde 2014 com uma representação de chefe de Estado. Outro político brasileiro que deve viajar até Davos é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Oficialmente, a participação do tucano se justifica por conta de São Paulo ter sido escolhida para receber, nos próximos meses, a reunião regional do Fórum Econômico de Davos na América Latina. A assessoria de imprensa do governador disse à reportagem que, apesar de o nome de Alckmin constar na programação do evento, ainda não há a confirmação da viagem. Nos bastidores,
organizadores admitem que a presença do tucano seria de interesse de empresários, curiosos para conhecer quem são os pretendentes ao cargo de presidente do País. Temer, que deverá fazer um discurso sobre a situação econômica do Brasil no dia 24 para uma plateia de CEOs de todo o mundo, ainda pode aproveitar a viagem para se reunir com empresários e líderes estrangeiros. Na próxima semana, o Fórum irá divulgar oficialmente sua agenda. Mas confirma que a visita de Temer é uma das que estão sendo aguardadas. Fontes em Genebra indicaram que o empresariado quer saber o que exatamente está sendo planejado pelo governo para permitir uma retomada da economia, além de uma avaliação sobre o cronograma de reformas,
antes das eleições. Davos esperava contar com Temer em 2017. Mas o presidente acabou cancelando sua participação. Em 2016, a então presidente Dilma Rousseff esteve prestes a viajar. Mas também acabou cancelando. Em 2015, a petista alegou que precisava estar na posse de Evo Morales, na Bolívia, e tampouco viajou até a estação de esqui na Suíça. A última aparição de uma autoridade máxima brasileira havia sido em 2014, com Dilma. Na edição de 2017, um dos principais destaques da delegação brasileira foi o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, escalado para dar três palestras para a elite mundial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
ECONOMIA 12 fatos & notícias
08 a 15 de janeiro de 2018
Salário mínimo para sustentar família é o menor desde 2015 Se confirmada, seria a inflação mais baixa desde 1998 e também a primeira vez que ela fica abaixo do
Banco Central, Ilan Goldfajn, a escrever uma carta aberta explicando os m o t i v o s d o
piso da meta do governo desde que o regime de metas de inflação foi estabelecido em 1999. Isso obriga o presidente do
descumprimento. A meta para o IPCA de 2017 era de 4,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O salário mínimo “suficiente” de dezembro caiu em relação a novembro (R$ 3.731,39) e é o mais
ZIMMYTWS/THINKSTOCK
O salário mínimo “necessário” foi de R$ 3.585,05 em dezembro de 2017, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo a instituição, este é o valor suficiente para suprir as despesas de uma família de quatro pessoas “com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência”. O cálculo é divulgado mensalmente desde 1994 e tem como base o valor da cesta básica mais cara, atualmente a de Porto Alegre (R$ 426,74), seguido por São Paulo (R$ 424,36) e Rio de Janeiro (418,71). O custo de vida mais moderado é reflexo da inflação baixa. O IBGE ainda não divulgou o resultado fechado do IPCA do ano passado, mas a estimativa do último Boletim Focus é que ela tenha sido de 2,79%.
baixo desde dezembro de 2015, quando ficou em R$ 3.518,51. Mas na época, realidade e ideal eram ainda mais distantes.
Em dezembro de 2015, o salário mínimo nominal era de 788 reais, ou 4,4 vezes menos do que o “necessário”. Em dezembro de 2017, o nominal era de 937 reais, ou 3,8 vezes menos que o “necessário”. Resta saber como será o comportamento da relação em 2018. Desde o último dia 1º está valendo o novo valor do salário mínimo: R$ 954, um aumento de R$ 17 em relação ao ano anterior. Foi o menor reajuste do salário mínimo em 24 anos. A fórmula para os aumentos foi estabelecida por lei em 2012, ainda no governo da então presidente Dilma Rousseff, e deve valer até 2019. Ela determina que o reajuste anual tenha como base a soma da variação do INPC (inflação para população de baixa renda) no ano anterior, acrescido da taxa de crescimento real do PIB dois anos antes. Como 2016 foi um ano de queda do PIB, o reajuste
considerou apenas o INPC, estimado pelo governo em 1,81%. Uma versão anterior do Orçamento havia estimado uma inflação maior e como consequência também um salário mínimo maior (965 reais). Como o reajuste ficou abaixo da estimativa anterior, o governo deve economizar cerca de R$ 3,3 bilhões em gastos em 2018. Em um vídeo de 2015, o economista Carlos Eduardo Gonçalves previu consequências negativas se o salário mínimo “necessário” do Dieese fosse estabelecido por lei: “O que vai acontecer com a pessoa hoje empregada que ganha um salário baixo? (…) Você acha que elas vão continuar todas empregadas ganhando R$ 3.700 ou elas vão ser mandadas embora porque a contribuição delas pro produto final da empresa não vale esses R$ 3.700?”.