ANO X - Nº 355 24 A 30 DE JUNHO/2020 SERRA/ES
Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA 8 A dica dessa semana é uma receita de tortinha de frutas que demora apenas uma hora para car pronta
Atropelamentos ameaçam existência do tatu-canastra
Pág. 8
JORGE PACHECO
8 O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu arquivar uma ação que pedia a
cassação da chapa vencedora da eleição presidencial de 2018 por suposto abuso de poder econômico durante a campanha Pág. 5
ANA MARIA IENCARELLI 8 São muitas as Pandemias que acometem o desenvolvimento saudável das Crianças. São pandemias que as acometem e sequelas serão guardadas ativas em sua mente em formação Pág. 10
HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 Entrevista com a vereadora do
município de Fundão, Sônia Steins Pág. 12
ANA LUCIA 8 Nesta semana, escolhi um texto
de Augusto Cury muito próprio para o período pandêmico que estamos vivendo Pág. 11
LAÉRCIO FRAGA “LAU” 8 Ele lutou contra o preconceito de
©ANDRÉ BORGES/AGÊNCIA BRASÍLIA
que não era capaz, conquistou um diploma universitário e hoje ajuda outras pessoas Pág. 14
ISTOCK
Mães são as mais impactadas social e psicologicamente pela pandemia
FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC
O tatu-canastra (Priodontes maximus) habita diversos biomas brasileiros: ele está na Amazônia, no Cerrado, no Pantanal e na Mata Atlântica. A espécie é conhecida como o "engenheiro das florestas" — o buraco
de cinco metros de profundidade onde ele passa o dia todo é usado como proteção por outros animais durante a noite, quando o tatu-canastra sai da toca. Imagine, então, o impacto que a extinção desses animais pode provocar.
Infelizmente, esse não é um cenário impossível. O animal está classificado como vulnerável pela lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza. Nas últimas três gerações, o
declínio populacional foi de pelo menos 30%. Isso se deve a diversos fatores: baixa taxa de natalidade, grande intervalo entre as gestações e... atropelamento em rodovias. Pág. 2
Dados dos Estados Unidos apontam maior taxa de desemprego e de sofrimento psicológico entre elas, que acumulam mais responsabilidades com a casa e com as crianças Pág. 11
Projeto mapeia quase um quinto do fundo dos oceanos Pág. 2
Cientistas criam 'fita adesiva' para substituir pontos cirúrgicos MIT NEWS
Quase metade das escolas não tem todos os itens de saneamento básico
O que é DPOC? Como identificar essa doença pulmonar SHUTTERSTOCK
AGÊNCIA BRASIL
Adesivo funciona em questão de segundos, e pode ser removido sem esforço com a aplicação de uma solução solvente segura e de ação rápida Pág. 6
Estudo da Ufopa destaca potencial do jucá na cicatrização de ferimentos Planta medicinal apresentou melhores resultados quando comparada a medicamento convencional Pág. 8
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica é provocada principalmente pelo tabagismo e é mais comum em pessoas acima de 40 anos Pág. 9
Em todo o País, pouco menos da metade das escolas públicas (46,7%) tem acesso a saneamento básico — isso significa distribuição de água potável, coleta e tratamento de esgoto, drenagem urbana e coleta de resíduos sólidos Pág. 4
Pegadas fósseis na Coreia do Sul revelam existência de crocodilos bípedes Em registro raro na Ásia, time internacional de pesquisadores identi cou pegadas de animais que viveram entre 110 e 120 milhões de anos atrás Pág. 7
2 MEIO AMBIENTE
24 A 30 DE JUNHO DE 2020
Sibéria atinge 38ºC e Atropelamentos em bate recorde de rodovias brasileiras temperatura ameaçam tatucanastra Temperaturas acima da média já vinham sendo registradas no inverno e na primavera
MODIS/NEO/NASA
De acordo com pesquisa, a maior parte dos acidentes acontece no Mato Grosso do Sul. Entenda por que a extinção dessa espécie é um risco para diversas outras FLICKR
Localizada na Sibéria, a cidade russa de Verkhoiansk chegou a atingir 38 graus Celsius no último sábado (20). Mesmo sendo verão por lá, a situação é anormal. Verkhoiansk junto a Oymyakon são conhecidos como os lugares habitáveis mais frios do planeta. Meteorologistas já a rmavam que este seria um provável recorde de temperatura mais alta já registrada no Círculo Polar Ártico. As temperaturas da região são colhidas desde 1885 e o recorde anterior era de 37,3°C. A Organização Meteorológica Mundial (OMM), que certi ca os registros de temperatura, con rmou o recorde. O serviço meteorológico russo “Tempo e Clima”, informa que o
normal é que a temperatura média mensal em junho que em 13,2°C. Entretanto, a temperatura média tem sido de 17,6°C. Mesmo a média alta de junho não passa de 20°. A temperatura mais baixa (1,7°) foi registrada em 1º de junho e a temperatura mais alta até agora (38°) foi em 20 de junho, o primeiro dia do verão no Hemisfério Norte. No dia s eguinte, domingo (21), a temperatura chegou a 35,2°. É importante ressaltar que temperaturas acima da média já vinham sendo registradas no inverno e na primavera. No último dia 17, uma matéria no e Guardian alertava para as altas temperaturas que vinham sendo registradas no Ártico.
Segundo o jornal britânico, o calor da Sibéria está levando 2020 para a marca de ano mais quente já registrado. Preocupante em tempos de redução de emissões globais — em consequência à pandemia — que deveria ao menos estabilizar temporariamente a crise climática. Enquanto isso, o permafrost está derretendo lentamente e fazendo recuar o gelo ártico. Falar de calor na Sibéria sempre acende os holofotes, mas a questão é que diversos lugares do mundo registram te mp e r atu r as anor mais . É previsto para esta semana, por exemplo, uma semana excepcionalmente quente na região da Escandinávia.
Projeto mapeia quase um quinto do fundo dos oceanos Apesar de representar grande parte da superfície terrestre, o fundo dos oceanos ainda é uma região pouco explorada. Até pouco tempo atrás, apenas 6% da área havia sido mapeada. Porém, com o lançamento do Seabed 2030 Project, e m 2 0 1 7 , e s s e f at o começou a mudar, e agora já foram m ap e a d o s 1 9 % d a s profundezas oceânicas. A iniciativa possui 133 colaboradores, parceiros e apoiadores, como o projeto Gebco, que, no ano passado, coletou 5,6 milhões de
quilômetros quadrados de dados. Essa área representa aproximadamente o dobro do
O tatu-canastra (Priodontes ma x i mus ) habit a d ive rs o s biomas brasileiros: ele está na Amazônia, no Cerrado, no Pantanal e na Mata Atlântica. A espécie é conhecida como o "engenheiro das orestas" — o buraco de cinco metros de profundidade onde ele passa o dia todo é usado como proteção por outros animais durante a noite, quando o tatu-canastra sai da toca. Imagine, então, o impacto que a extinção desses animais pode provocar. Infelizmente, esse não é um cenário impossível. O animal está classi cado como vulnerável pela lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza. Nas últimas três gerações, o declínio populacional foi de pelo menos 30%. Isso se deve a diversos fatores: baixa taxa de natalidade, grande intervalo entre as gestações e...
atropelamento em rodovias. É o que mostra um estudo publicado no início de maio na revista cientí ca Biotropica, que contou com a participação de pesquisadores brasileiros e estrangeiros. A pesquisa, feita entre 2007 e 2020, registrou 24 atropelamentos em 12 rodovias do Brasil, nos biomas Cerrado, Pantanal e Amazônia. O Cerrado é onde mais acontecem os atropelamentos da espécie: 22 animais foram mortos nos últimos 14 anos. Só o estado de Mato Grosso do Sul teve 15 tatus-canastra atropelados nos últimos cinco anos. A rodovia monitorada na Mata Atlântica, por outro lado, não contabilizou acidentes envolvendo o bicho. Para obter esses dados, foram usadas armadilhas fotográ cas, que agraram momentos de risco tanto para o tatu quanto para os motoristas. “Potencialmente, os mamíferos
de grande porte, como o tatu-canastra, são os mais impactados nas rodovias, uma vez que se deslocam em grandes distâncias, o que aumenta a possibilidade de travessia [em rodovias] e, consequentemente, de atropelamentos”, explica um dos autores do estudo, Arnaud Desbiez, coordenador do projeto Tatu-Canastra, realizado pelo Instituto de Pes quis as Ecológicas (IPÊ) e o Instituto de Conser vação de Animais Silvestres (Icas). De acordo com o especialista, essa é a maior de todas as espécies de tatus: eles podem chegar a um metro e meio de comprimento e pesar mais de 50 quilos. Uma possível solução para evitar atropelamentos desses e de outros animais seria a construção de passagens subterrâneas nas regiões de maior risco, por exemplo. “Essas estruturas podem tornar estradas e rodovias mais permeáveis, reduzir o risco do at r o p e l a m e nt o d o s t at u s canastra e estabelecer a conectividade entre as populações selvagens”, destaca Áureo Banhos, colaborador do estudo e professor da Un i v e r s i d a d e F e d e r a l d o E spí r ito S anto ( Ufe s ) , e m comunicado divulgado à imprensa.
Apesar do recente avanço, ainda falta muito para alcançar a meta de mapear todo o fundo do oceano até 2030. Um mapa oceânico completo pode ter vários benefícios, como m e l h o r a r a compreensão sobre os oceanos (incluindo o movimento das marés e os tsunamis), ajudar a manter as populações marinhas e até mesmo a instalação de cabos submarinos. O potencial total desse mapeamento, porém, só será descoberto quando ele nalmente for concluído. REPRODUÇÃO
tamanho da Austrália. Além de parcerias, estão sendo utilizados navios de crowdsourcing e navios robóticos de mapeamento para completar as lacunas.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES
Filiado ao Sindijores
CNPJ: 18.129.008/0001-18
"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"
Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília
Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores
CULTURA 3
24 A 30 DE JUNHO DE 2020
A misteriosa lâmpada Brasil será representado que está acesa desde 1901 em Cannes por lme sobre racismo O intrigante foco de luz foi inventado por Adolphe Chaillet e entrou para o Livro dos Recordes
WIKIMEDIA COMMONS/CREATIVE COMMONS
Inicialmente prevista para o período entre 12 e 23 de maio, a 73ª edição física do Festival de Cannes, diante da pandemia de covid-19, não ocorrerá em 2020 EDUARDO CARVALHO/DIVULGAÇÃO
A
Centennial Bulb (Lâmpada Centenária, em tradução livre) ficou famosa entre os internautas e ganhou sua própria página no Facebook, além de ser filmada 24 horas por dia. O motivo insólito está associado ao seu foco de luz elétrica, que está aceso a mais de 100 anos. Esta lâmpada foi feita à mão em 1 8 9 7 p e l a S h e l by E l e c t r i c Company, sendo seu fundador Adolphe Chaillet — um dos maiores concorrentes de Thomas Edison. Medindo oito centímetros, o objeto centenário possui uma forma mais arredondada em comparação a lâmpadas modernas. Segundo o Livro Guinness dos Recordes, este artefato está instalado em uma unidade do corpo de bombeiros da cidade de Livermore, na Califórnia (EUA). Sua origem é datada em 1901, quando os bombeiros da região a colocaram na sede do
departamento, a fim de se manterem iluminados dia e noite, possibilitando maior prontidão quando recebessem chamados. C onforme os anos foram passando, o foco de luz não se apagou, diferentemente de outras lâmpadas que em pouco tempo qu e i m am . O f at o at r aiu a curiosidade de inúmeras pessoas, até que em 1976 o caso entrou para o Guinness. Neste mesmo ano, a equipe se mudou para uma nova sede, e consequentemente, levou a intrigante lâmpada junto. Preocupadas que ela pudesse quebrar, as autoridades da Califórnia planejaram uma operação cuidadosa, a fim de transportá-la em segurança. De acordo com os registros, ela nunca ficou um dia inteiro apagada, a não ser nesta ocasião, por apenas 22 minutos. Em 2010, o documentário espanhol A Conspiração da Lâmpada de Luz sugeriu que este
objeto comprova a teoria da "obsolescência programada", isto é, de que os produtos são feitos para ter uma vida útil limitada, forçando as pessoas a consumirem cada vez mais. A produção reforça a ideia de que i nv e n t o r e s c o m o C h a i l l e t estavam mais preocupados em criar utensílios de longa duração, do que fabricar produtos moldados para o consumismo exacerbado. No entanto, uma das teorias científicas mais aceitas é a de que, por a lâmpada não sofrer o desgaste de s er ap agad a e acendida várias vezes, o fato ainda contribui para conservar o objeto, proporcionando longevidade. Acredita-se que, inicialmente, ela emitia 30 watts, mas conforme o desgaste pelo tempo, hoje em dia emite um foco de luz de aproximadamente 4 watts. No entanto, a sua durabilidade continua um mistério. FOTO: REPRODUÇÃO
(AVENTURAS NA HISTÓRIA)
O Brasil terá seu representante no Festival de Cannes, um dos mais importantes do cinema mundial. Estrelado por Antônio Pitanga, Casa de antiguidades faz parte da lista oficial do festival francês, ao lado de l ong as d i r i g i d o s p or We s Anderson, Steve McQueen e François Ozon. O aguardado The french dispatch, do americano Wes Anderson, The summer of 85, do francês François Ozon, e dois filmes do diretor britânico v e n c e d o r d o O s c a r St e v e McQueen (Mangrove e Lover's rock) fazem parte da seleção oficial do Festival de Cannes. A lista tem 56 filmes. Tradicionalmente realizado em maio, o evento foi cancelado devido à pandemia do novo c o r o n a v í r u s . Nã o h a v e r á premiação, mas os selecionados vão se beneficiar do “selo de qualidade” conferido pelo evento. O Brasil está presente com Casa de antiguidades, primeiro longa-metragem do diretor João Paulo Miranda. Protagonizado por Antônio Pitanga, o filme retrata a vida de um trabalhador negro e o racismo em uma comunidade fictícia, no Sul do País, reduto de colonos austríacos. Desenvolvido em uma re s i d ê n c i a d o Fe st iv a l d e Cannes, o roteiro aborda a polarização política no Brasil. O filme foi rodado em Treze Tílias, cidade catarinense onde Jair Bolsonaro venceu as eleições para a Presidência da República com larga margem de votos.
Pitanga faz o papel de Cristovam, trabalhador de uma fábrica de laticínios. Louros e de a s c e n d ê n c i a e u rop e i a , o s colegas falam alemão e caçoam dele, que se refugia numa casa abandonada, onde, acredita, existem vínculos com sua ancestralidade. Em 2016, o curta A moça que dançou com o diabo, também dirigido por Miranda, deu ao paulista o prêmio especial do júri no evento francês. “A seleção mostra que o cinema ainda está vivo. E esteve vivo durante o confinamento”, declarou o diretor-geral do Festival de Cannes, Thierry Frémaux. “Os cineastas não baixaram os braços, pois nos enviaram 2.067 produções, um recorde. Com eles trabalhando, o mínimo que poderíamos fazer era receber esses trabalhos, ver os filmes”, disse Frémaux. “Tivemos de encontrar outras formas. Para nós, nunca foi uma questão dizer adeus a todos, até o
próximo ano”, completou. O festival cumpriu a promessa de incluir mais f i lmes de estreantes e de diretoras. “A presença de mulheres cineastas é uma evolução que estamos observando nos últimos anos. Isso demonstra, em número e valor, a contribuição artística e hu m a n a d e l a s a o c i n e m a c ont e mp or â n e o”, a f i r m ou Frémaux. Este ano, 26,7% da seleção é formada por estreantes (15 títulos) e 28,5% por produções comandadas por mulheres (16 longas). Em 2019, foram 14 filmes com direção feminina. A lista traz a japonesa Naomi Kawase e as francesas Maïwenn e Caroline Vignal, entre outras cineastas. As obras não foram divididas por categorias. Algumas delas s e r ã o e x ibi d a s e m out ro s eventos, como os festivais de Toronto, no Canadá, e de Veneza, na Itália, previstos para este segundo semestre. LUCIANO DANIEL
Unicef lança podcast infantil sobre a cultura amazônica O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef ) lançou recentemente o projeto em áudio 'Deixa que eu conto', voltado a
crianças da educação infantil e início da alfabetização. O foco do conteúdo é a cultura amazônica, incluindo histórias e
brincadeiras indígenas, ribeirinhas, quilombolas e demais saberes regionais. São 24 episódios divulgados
educador paraense Leandro
culturas tradicionais Andrea Soares. P a r a b a i x a r a programação completa gratuitamente ou escutar via Spotify e/ou YouTube a c e s s e https://www.unicef.org/br azil/deixa-que-eu-conto. O Unicef também oferece o conteúdo para as rádios brasileiras incluírem em sua programação, como uma forma de levar conhecimento para regiões sem acesso à internet.
SHUTTERSTOCK
Medina e pela pesquisadora de
ALBERT RICHARD DIETZE/RJ BIBLIOTECA NACIONAL/VITRINECAPIXABA.BLOGSPOT.COM
Foto Antiga do ES
diariamente e pensados para as diferentes realidades das meninas e meninos brasileiros, com cada programa possuindo 30 minutos. O programa busca, ainda, apresentar reflexões sobre as dificuldades enfrentadas pela infância na região amazônica. A criação do mundo, A origem da noite, Poriokopô, a panela de barro, Wató, a Pedra do Fogo e A origem do açaí são títulos de alguns dos episódios apresentados pelo
Santa Leopoldina
Pousada e Buffet Il Conventino - Santa Teresa - ES (27) 3259-3638 / (27) 99880-7048
4 EDUCAÇÃO
24 A 30 DE JUNHO DE 2020
Quase metade das Acesso à internet escolas não tem todos aumenta entre os itens de saneamento crianças e adolescentes básico
MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL
Dados fazem parte de levantamento feito pela plataforma Melhor Escola FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
Em todo o País, pouco menos da metade das escolas públicas (46,7%) tem acesso a saneamento básico — isso signi ca distribuição de água potável, coleta e tratamento de esgoto, drenagem urbana e coleta de resíduos sólidos. Entre as particulares esse percentual sobe para 89%. Além disso, 30% das escolas públicas e privadas no Brasil têm área verde em sua infraestrutura, como jardins, h or t a s e out ro s e s p a ç o s recreativos. Os dados fazem parte de l e v a nt a m e nt o f e it o p e l o Melhor Escola, plataforma que conecta alunos a escolas, oferecendo bolsas de estudo p a r a t o d a s a s e t ap a s d a educação básica, da infantil ao ensino médio. O estudo busca veri car a preparação das escolas para o retorno às aulas presenciais, no contexto da pandemia do novo coronavírus. Tanto saneamento básico quanto áreas verdes são, de acordo com o diretor de Novos Negócios da Quero Educação, Sérgio Fiúza, itens de infraestrutura que conferem maior segurança a professores, funcionários e estudantes. “Na hora de optar por abrir a escola novamente, o que vai ser analisado é qual a chance de acabar alastrando a pandemia”, diz, ressaltando que essas
variáveis devem ser levadas em consideração na hora de de nir estratégias de retomada. O levantamento mostra ainda diferenças de infraestrutura das escolas entre estados. Amapá, Amazonas, Maranhão e Pará apresentam os piores índices de saneamento básico nos centros de ensino do País, beirando 10% na rede pública. O professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade Fe dera l de Minas Gerais (UFMG), Unaí Tupinambás, ressalta que o vírus deverá circular entre nós por mais alguns anos, o que exigirá de espaços de aglomeração, como as escolas, uma adequação dos espaços físicos para evitar o contágio. “C ontrat ar profess ores, diminuir alunos por sala, readequar espaços físicos”, diz. “Tem que pensar um novo formato sabendo que o vírus transmite em espaço físico fechado, com permanência por muito tempo. Uma aula poderia ser muito bem dada debaixo de uma árvore em cidade do interior, ou colocar uma tenda vazada. Isso tudo vai ter que ser repensado. Será preciso ter uma área para professor, talvez com proteção de acrílico. E garantir o uso de máscaras”, a rma. Tupinambás defende que o
investimento em educação é investimento em saúde, uma vez que é também nas escolas que se aprende a prevenção a diversas doenças, como a covid-19, causada pelo novo coronavírus. Estados e municípios vêm manifestando preocupação com recursos para a educação, em um contexto em que vêm g a s t an d o m ai s e m au l a s remotas e outras ações durante a pandemia do novo coronavírus e em que, por outro lado, têm observado queda nas receitas. Os entes federados defendem o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Pro ssionais da Educação (Fundeb), cuja permanência depende de aprovação do C ong ress o Nacional. O Fundeb é a principal fonte de recursos da educação básica, respondendo por mais de 60% do nanciamento de todo o ensino básico do País, etapa que vai do infantil ao ensino médio. O fundo é composto por recursos que provêm de impostos e transferências da União, estados e municípios. Criado e m 2 0 0 6 , o Fu n d e b t e m validade até o m deste ano. Projetos para tornar o fundo permanente tramitam no Congresso Nacional.
AUTOESCOLA 3026-2304/ 99894-2624 Sua melhor opção em Jardim Camburi!
371
CENTRO DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES
Em todo o País, a porcentagem de crianças e adolescentes que não acessam a internet caiu de 14%, em 2018, para 11% em 2019, de acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2019, divulgada nesta terça-feira (23). Isso signi ca que são três milhões, com idade entre nove e 17 anos que não têm acesso à rede, sendo que 1,4 milhão nunca acessaram a internet. A pesquisa considera como não u s u ár i o s a qu e l e s qu e n ã o acessaram a internet nos últimos t rês mes es. Ap es ar ter aumentado o acesso, no entanto, os dados mostram que ele é ainda bastante desigual dependendo da região do País e também da renda das famílias. Com as aulas suspensas nas escolas de todo o País, devido à pandemia do novo coronavírus, e com as atividades sendo realizadas de forma remota, não ter acesso à internet faz diferença, de acordo com a coordenadora da pesquisa, Luísa Adib. “Muitas atividades de educação e de comunicação acabam não sendo realizadas da mesma forma ou mesmo não sendo realizadas dependendo da conexão e do acesso à internet e isso tem impacto muito grande”, diz, ressaltando que isso leva ao descumprimento de direitos de crianças e adolescentes na era digital. O estudo mostra que, entre aqueles que têm acesso à rede, a própria casa é apontada com o local de acesso por 92%. No entanto, enquanto nas classes A e B apenas 1% não acessa a internet em casa, esse percentual sobe para 17% entre as classes D e E. O acesso é desigual também entre as regiões do País. Na região Centro-Oeste, 98% têm acesso, 96% na região Sudeste e 95% na região Sul. Já nas regiões Norte e Nordeste, esse percentual cai para 79%. Segundo a pesquisa, no total, 4,8 mi l hõ es de cr ianças e adolescentes de nove a 17 anos vivem em domicílios sem acesso à internet no Brasil, o que equivale a 18% dessa população. Não ter internet em casa é apontado como motivo para não acessar a rede por 1,6 milhão de crianças e adolescentes e, não ter internet em nenhum lugar que costumam ir, por 900 mil. Em relação aos dispositivos usados para o acesso, o celular é o principal. Mais da metade, 58%, acessa a internet exclusivamente pelo celular. Entre as classes D e E, essa porcentagem chega a 73%, enquanto nas classes A e B, a 25%. Em todo o País, pouco
mais de um terço, 37%, usa o celular e o computador para acessar a rede. Em relação às atividades realizadas na internet, 76% das crianças e adolescentes dizem ter feito pesquisas para trabalhos escolares; 64% que pesquisaram por curiosidade ou vontade própria; 55% que leram ou assistiram a notícias na internet; e, 31% que procuraram informações sobre saúde. As videochamadas, que se tornaram populares em meio às medidas de distanciamento social adotadas para conter a propagação do vírus, não são tão familiares para todas as crianças e adolescentes. Nas classes A e B, 56% conversaram por videochamada. Já nas classes D e E, 27%. A pesquisa aponta também riscos e danos do acesso à internet. De acordo com o levantamento, 15% das crianças e adolescentes de nove a 17 anos viram na internet imagens ou vídeos de conteúdo sexual; 18% de 11 a 17 anos receberam mensagens de conteúdo sexual; e, 11% dessa faixa etária, dizem que já pediram para eles, na internet, uma foto ou vídeo em que apareciam pelados. Quase um terço das meninas (31%) e um quarto dos meninos (24%) foram tratados de forma ofensiva na internet. Dentre eles, 12% tinham entre nove e 10 anos e 37% entre 15 e 17 anos. Um a cada dez diz que contou para um amigo ou amiga da mesma idade e 9%, para os pais ou responsáveis. O estudo mostra ainda que 43% das crianças e dos adolescentes de nove a 17 anos viram alguém ser discriminado na i nte r ne t , e nqu anto 7 % reportaram terem se sentido discriminados. Em 33% dos c as os que o cor reram com meninas, essa discriminação foi pela cor ou raça e; em 26% pela aparência física; em 21% por gostarem de pessoas do mesmo sexo; e, em 15%, pela religião. Entre os meninos, 20% reportam discriminação por cor ou raça; 15% pela aparência; 9% por gostarem de pessoas do mesmo sexo; e, 7%, pela religião. A maior parte dos pais e
responsáveis (80%) diz que conversa sobre o que as crianças e adolescentes fazem na internet; 77% dizem que ensinam jeitos de usar a rede social com segurança; e, 57%, que sentam junto com eles enquanto usam a internet, falando ou participando do que estão fazendo. Os jovens, no entanto, dizem saber mais sobre a rede: 77% da população de 15 a 17 anos acredita saber mais sobre a internet do que seus pais ou responsáveis. Entre 13 e 14 anos essa porcentagem cai para 67% e para 52% entre 11 e 12 anos. Eles dizem também que têm di culdades de largar a internet. Entre as crianças de 11 a 17 anos, 25% reportaram que tentaram passar menos tempo na internet, mas não conseguiram. “A internet, assim como os ambientes off-line, colocam as crianças e adolescentes expostas a oportunidades e também a muitos riscos. Nesse sentido é d e t e r m i n a nt e a m e d i a ç ã o parental para uso da internet”, diz Luísa. Segundo a coordenadora da pesquisa, a restrição não é o melhor caminho, pois isso privaria os jovens de oportunidade e do desenvolvimento de habilidades. “O que a gente sempre reforça é a participação de pais e responsáveis num diálogo e mediação ativa. Em um diálogo com crianças e adolescentes para saber que atividades realizam on-line e sab er como têm participado desse ambiente para uso seguro e responsável”, acrescenta. A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2019 foi realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da S o c i e d a d e d a In f or m a ç ã o ( C e t i c . br ) d o Nú cl e o d e Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O estudo foi feito entre outubro de 2019 e março de 2020 com 2.954 crianças e adolescentes de nove a 17 anos e seus pais ou responsáveis.
POLÍTICA 5
24 A 30 DE JUNHO DE 2020
Jorge
Analista Político
Pacheco
Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com
“Nós somos o que fazemos. O que não se faz não existe. Portanto, só existimos quando fazemos. Nos dias que não fazemos, apenas duramos//Não basta que as coisas que se dizem sejam grandes, se quem as diz não é grande. Por isso os ditos que alegamos se chamam autoridade, por que o autor é o que lhe dá o crédito e lhe concilia o respeito”, Padre Antônio Vieira FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL/REPRODUÇÃO
preciso muita intimidade com os homens fortes do pedaço para entrar nesses negócios", aponta o editorial. "O bolsonarismo entra agora em nova fase, pelo menos em um pr imeiro momento menos voluntariosa. Diante do que já se sabe e do que está por vir, é natural que todos se perguntem — incluindo militares que emprestam a honorabilidade da instituição ao governo — qual mesmo o objetivo do golpe de que tanto se fala. Ou pelo menos se falou. Se não há comunistas, e o país demonstra ter instituições que garantem a governabilidade, resta a suposição muito plausível de que tudo é mesmo para proteger família e amigos, num puro estilo caudilhesco. Esta é a farsa".
delírio à farsa"
TSE arquiva primeira ação que pedia cassação da chapa Bolsonaro-Mourão
Em editorial de página inteira, o jornal O Globo, dos irmãos Marinho, celebra o fim dos delírios golpistas de Jair Bolsonaro após o estouro do caso Queiroz e prevê novas tormentas para o bolsonarismo
Esta, no entanto, não é a ação mais importante, que trata do uso de disparos em massa de fake news durante a disputa presidencial de 2018 REUTERS/UESLEI MARCELINO
O jornal O Globo, da família
Globo comemora vitória sobre Bolsonaro e diz que seu golpe "passa do
Marinho, fugiu de seu padrão habitual nesta terça-feira (23) e publicou um editorial de página inteira para celebrar o estouro do caso Queiroz e, com isso, o m dos "delírios golpistas" de Jair Bolsonaro. Segundo o jornal, o bolsonarismo agora entra em nova fase, com um presidente claramente enfraquecido. "Os delírios golpistas do bolsonarismo que surgiram com ares de tragédia se aproximam da farsa. O fraseado do ex-capitão,
Jair Bolsonaro por supostas manobras tributárias. Eles devem R$ 650 milhões à atual gestão. Entre as irregularidades apontadas está a simulação de operações de compra e venda de aeronaves. A Receita vê também uso de documentos falsi cados para recolher contribuições p r e v i d e n c i á r i a s . Um d o s
multados é Salim Mattar, dono da Localiza e secretário de Desestatização e Privatização do Ministério da Economia, um homem de con ança de Paulo Guedes. Dono das L ojas Havan, Luciano Hang é o recordista em infrações e contestações no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf ). Na Receita, a Havan deve ao menos R$ 57,9 milhões. Há ainda R$ 13,2 milhões em cobrança pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e mais R$ 123 milhões parcelados pelo último
Engenharia e principal acionista do canal CNN Brasil, e Salim Mattar recorreram ao Carf, em janeiro deste ano, de uma multa aplicada pelo sco que, se fosse paga à vista nesta quarta-feira (24), seria de cerca de R$ 140 milhões. Os dois empresários questionaram a possibilidade de a Receita fazer cobrança referente a operação envolvendo um jato executivo da marca Falcon ocorrida em 2011. Eles negam ser proprietários do avião e apresentaram um contrato de aluguel com a Líder Táxi Aéreo.
Receita multa 8 empresários bolsonaristas em R$ 650 milhões por sonegação A Receita Federal multou oito empresários ligados ao governo
AJUFE
modulado nos 28 anos de baixo clero na Câmara, em favor de torturadores do ciclo de chumbo da ditadura militar, as ameaças ao Supremo, as palavras de ordem de pequenos grupos por um novo regime de exceção verde-oliva gritadas em manifestações bolsonaristas, mantendo o ex-capitão no Planalto, prenunciavam um impossível retorno ao início dos anos 1960, sem Guerra Fria e sem comunistas escondidos em todos os lugares, mas prontos para conseguir o que não foi possível no levante fracassado de 35, a Intentona", diz o texto. Tudo mudou, no entanto, com a prisão de Fabrício Queiroz, tesoureiro do clã Bolsonaro no caso das rachadinhas – esquema de desvio de recursos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro para pagamento de despesas pessoais da família. "Junto com a descoberta de Queiroz sob proteção do advogado presidencial devem ganhar nitidez ligações no m í n i m o ar r i s c a d a s d o cl ã Bolsonaro com o submundo das milícias cariocas. O próprio Queiroz explorava transporte de vans em Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio, Q G de uma quadrilha de bandidos fardados — da ativa ou da reserva. É
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL/REPRODUÇÃO/REUTERS
PR/REPRODUÇÃO
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, na terça-feira (23), arquivar uma ação que pedia a cassação da chapa vencedora da eleição presidencial de 2018 por suposto abuso de poder econômico durante a campanha. A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) ajuizada pela coligação O Povo Feliz de Novo (PT/PCdoB/Pros) defendia que o presidente Jair Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, teriam sido bene ciados pela irregular instalação de outdoors em pelo menos 33 municípios de 13 estados brasileiros no período pré-eleitoral. Além de ilegal, a medida, segundo a coligação, teria comprometido o equilíbrio do pleito. Em investigações realizadas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), foram identi cados 179 outdoors instalados por dezenas de contratantes em 25 estados. No entanto, o relator da ação, o ministro Og Fernandes, considerou que não houve "comprovação inequívoca da gravidade das condutas imputadas como ilegais", parecer acompanhado pelos demais ministros. Para Fernandes e os demais magistrados da corte, não foi caracterizado abuso de poder econômico porque não foram apresentadas evidências de ação orquestrada, de ligação entre a chapa e as instalações ou mesmo de interferência no equilíbrio da eleição. Por unanimidade, decidiu-se pela improcedência e pelo arquivamento da ação. Atualmente, há outras cinco A ij e s e nvolve n d o a ch ap a Bolsonaro-Mourão em tramitação no TSE, sendo quatro relativas à contratação do serviço de disparos em massa de mensagens no WhatsApp e outra, em fase de recurso, sobre o uso indevido dos meios de comunicação.
Re s (programa de repactuação de dívidas tributárias). Os dados foram publicados pelo jornal Folha de S. Paulo. Vale ressaltar que Hang é alvo de operações da Polícia Federal contra o esquema de propagação de fake news e também de outra ação de agentes policiais que investigam manifestações de rua pró-golpe. As investidas da PF foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. No caso considerado mais grave de crime tributário, Hang teria sonegado valores devidos em contribuição previdenciária de funcionários se valendo de documento que, segundo ele, comprovaria a existência de créditos a serem compensados. Mas a Receita a rmou que os créditos nunca existiram. A autuação é de 2013. Em valores corrigidos, Hang deve R$ 2,5 milhões. Na lista de empresários em disputas com o sco e a PGFN constam ainda Flávio Rocha (Riachuelo), Edgard Corona ( Sm ar t F it ) , Ju n i or D u rsk i (restaurantes Madero) e Sebastião Bon m (Centauro). Rocha, por exemplo, a rmou que os débitos da Riachuelo e da confe cç ão Gu ararap es s ão indevidos. "Por isso, apresentamos garantias [seguros e anças bancárias] e e xe rc it amo s no ss o d i re ito constitucional à ampla defesa", disse. Os empresários Rubens Menin, dono da MRV
A empresa seria a importadora do avião usado exclusivamente por eles. Os auditores, no entanto, veri caram o pagamento de US$ 4 milhões à época feito pelos empresários à fabricante do avião, a Dassault. O valor seria um sinal da compra. Também foi identi cado um nanciamento para a aquisição do bem no Bank of America, que teria feito um pagamento pela aeronave à Dassault à vista e cado com os US$ 4 milhões como garantia. Salim a rmou, em nota, que a operação de aluguel do jato feita em conjunto c om Men in foi l eg ít ima e “realizada de acordo com a legislação vigente”. Menin não havia respondido até a conclusão deste texto.
OAB abre processo contra Wassef exadvogado do clã Bolsonaro A pedido do Ministério Público de Contas, com sede em Brasília, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, deu início, nesta terça-feira (23), a um processo disciplinar contra o exadvogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. O advogado escondeu, em sua casa, Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro e operador nanceiro n o e s qu e m a d e d e s v i o d e dinheiro público chamado de "rachadinha".
Para o Ministério Público de Contas, Wassef praticou 'clara conduta de obstrução à justiça' no episódio envolvendo Fabrício Queiroz, preso na última sextafeira (18). Defensor do senador Flávio Bolsonaro até o último domingo, Frederick Wassef primeiro negou que tivesse cedido sua casa em Atibaia para Queiroz se esconder, depois alegou 'questão humanitária' para ter abrigado o operador nanceiro de Flávio Bolsonaro. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, Queiroz c om an d av a a ar re c a d a ç ã o irregular de dinheiro no esquema das "rachadinhas" e repassava parte dos recursos ao lho de Jair Bolsonaro. Wassef se afastou do caso após a repercussão negativa da descoberta de que abrigava Queiroz em seu imóvel. Queiroz foi preso sob suspeita de, entre outros motivos, tentar interferir nas investigações. A localização do ex-assessor na casa do advogado do parlamentar levantou suspeitas de autor idades s obre uma possível tentativa de obstrução de Justiça.
General Heleno confirma troca de segurança de Bolsonaro no Rio e enfraquece defesa do Planalto O c h e f e d o G a bi n e t e d e Segurança Institucional (GSI), g e n e r a l Au g u s t o H e l e n o , con rmou à Polícia Federal que foram feitas ao menos duas trocas na segurança pessoal de Jair Bolsonaro, uma delas um mês antes da reunião ministerial de 22 de abril. Isto enfraquece tese da defesa de Bolsonaro na investigação sobre tentativa de interferência na Polícia Federal.
6 TECNOLOGIA
24 A 30 DE JUNHO DE 2020
Reino Unido terá maior Cientistas criam 'fita bateria de ar líquido do adesiva' para substituir mundo pontos cirúrgicos A bateria tem capacidade para abastecer até 200 mil residências por cinco horas HIGHVIEW ENERGY
A expansão da produção de energia limpa é vital para mudarmos a matriz elétrica mundial. Entretanto, existe o desa o de como armazenar este recurso em larga escala de forma e ciente e com menor impacto ambiental. Pensando nisso, foi iniciada, no Reino Unido, a construção da maior bateria de ar líquido do mundo. Ela vai armazenar energia renovável, reduzindo, assim, possíveis emissões de dióxido de carbono na atmosfera. Com capacidade de abastecer até 200 mil residências por cinco horas e ainda armazenar energia por muitas semanas, a nova bateria de ar líquido, desenvolvida pela Highview Power, será construída nos arredores da cidade de Manchester e deve ser inaugurada em 2022.
Como funciona uma bateria de ar líquido? Us i n a s s o l a re s e e ó l i c a s produzem energia de forma inconstante, ou seja, existem picos de produção, e estes, ge r a l me nte nã o c ond i z e m exatamente com os picos de demanda de energia. Ess e excedente de energia, se não ar m a z e n a d o, a c a b a s e n d o perdido. A ideia neste sistema é que
Adesivo funciona em questão de segundos, e pode ser removido sem esforço com a aplicação de uma solução solvente segura e de ação rápida MIT NEWS
exatamente esse excedente seja utilizado para comprimir o ar em líquido e, então, armazená-lo. Quando a demanda for maior, o ar líquido vai sendo liberado novamente para a forma gasosa, a l i m e n t a n d o, a s s i m , u m a turbina, que, por sua vez, produz energia limpa novamente de volta para a rede. A diferença entre este tipo de bateria e das baterias químicas, como as de íon-lítio, é que elas só conseguem armazenar quantidades relativamente pequenas e por curtos períodos de tempo. S e g u n d o Ja v i e r C a v a d a , executivo-chefe da Highview, as baterias de ar líquido podem ser construídas em qualquer lugar. “O ar está em todo o mundo. O principal concorrente não é realmente outras tecnologias de armazenamento, mas combustíveis fósseis, pois as
pessoas ainda querem continuar construindo usinas a gás e carvão hoje, por incrível que pareça”, disse ele ao Guardian. Outro sistema limpo e interessante de armazenamento de energia em larga escala é o da bateria que funciona como uma hidrelétrica bombeada. Porém, essa é limitada pela necessidade de existência de um reservatório de montanha. A bateria da Highview armazenará 250MWh de energia, quase o dobro da quantidade armazenada pela mai or b ate r i a qu í m i c a d o mundo, construída pela Tesla na Austrália do Sul. O projeto custará 85 milhões de libras e espera-se que a vida útil da planta seja de 30 a 40 anos. A empresa ainda disse estar desenvolvendo o sistema em outros locais da Europa e nos Estados Unidos.
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA (MIT) desenvolveram uma nova forma de fechar cortes que pode eliminar as suturas (popularmente conhecidas como "pontos") em pro cedimentos cir úrgicos, mesmo os internos: ta adesiva. Mas calma, não se trata de qualquer uma. É fato que tas adesivas não aderem b em a sup er f ícies úmidas. Para resolver este problema, a equipe criou no ano passado uma ta dupla-face cujo adesivo é baseado em uma substância chamada ácido poliacrílico, à qual foi adicionado outro conjunto de substâncias chamadas ésteres NHS. O adesivo absorve a umidade excessiva no local e forma
ligações fortes com as proteínas na superfície do tecido ao qual foi aplicado, como o tecido conjuntivo que reveste os órgãos. Infelizmente, a abordagem f u nc i onou b e m d e m ai s : o adesivo age em segundos e, depois que a ta era aplicada, era realmente difícil removê-la, o que poderia levar a mais danos ao local. A equipe tentou então desenvolver uma substância capaz de enfraquecer o adesivo e facilitar sua remoção. Para isso usou a glutationa, que é naturalmente sintetizada por a l g u m a s c é lu l a s d e n o s s o organismo e, portanto, segura. Ela foi misturada a bicarbonato de sódio em uma solução salina, formando um solvente de ação rápida. Em experimentos com órgãos
suínos, como corações, pulmões e intestinos, os resultados foram excelentes. Não importa há quanto tempo o adesivo tenha sido aplicado, basta aplicar o solvente e aguardar cerca de cinco minutos para removê-lo com facilidade. "É o tempo necessário para a solução se difundir através da ta e chegar à superfície, onde a ta se encontra com o tecido", disse Xiaoyu Chen, primeiro autor do estudo. "A solução converte este adesivo extremamente forte em uma camada de gel escorregadio, que pode ser facilmente removido". "Esperamos que, um dia, centros cirúrgicos tenham rolos deste adesivo, além de frascos com a solução solvente", disse Hyunwoo Yuk, outro dos autores do estudo. "Cirurgiões poderão usá-la como uma ta adesiva comum, aplicando, removendo e reaplicando sob demanda". "Nosso objetivo é usar tecnologias bioadesivas para substituir as suturas, que são uma técnica para fechamento de ferimentos com milhares de anos e na qual não há muita inovação", disse Xuanhe Zhao, professor de engenharia mecânica e de engenharia civil e ambiental no MIT.
Exército brasileiro planeja Honeywell lança o jogo sem muito sangue, computador quântico mas com 'muita ação' mais poderoso do
mundo
Com um volume quântico (QV) de 64 unidades, a máquina é duas vezes mais poderosa do que o seu concorrente direto, o IBM Raleigh DIVULGAÇÃO HONEYWELL
A multinacional americana Honeywell anunciou a criação do que a rma ser "o computador quântico mais avançado do mundo". C om um volume quântico (QV) de 64 unidades, a máquina é duas vezes mais poderosa do que o seu c onc or re nte d i re to, o I B M Raleigh, que possui QV de 32 unidades. Tal métrica foi desenvolvida pela própria IBM para calcular a capacidade de processamento de
um computador quântico usando fatores como número de qubits, taxa de erros e conectividade dos qubits em um sistema. Nos últimos cinco anos, a Honeywell reuniu uma equipe de mais de 100 tecnólogos inteiramente dedicados à construção da máquina e, em março, anunciou que ela chegaria dentro de três meses. “O que torna nossos computadores quânticos tão poderosos é ter qubits da mais alta
qualidade, com as menores taxas de erro. É uma combinação do uso de qubits idênticos e totalmente c on e c t a d o s a o c ont rol e d e precisão”, disse Tony Uttley, presidente da Honey well Quantum Solutions. No ecossistema quântico, há vários especialistas em algoritmo quântico, especializados em "converter" problemas do mundo real em algoritmos de padrão quântico. Para a sua criação, a Honeywell rmou uma parceria com duas empresas que fazem isso, a Zapata Computing e a Cambridge Quantum Computing. Outra parceria rmada foi com o Azure Quantum da Microso. Desta forma, segundo a Honeywell, ela pode oferecer às organizações acesso ao seu computador quântico diretamente por sua interface e t amb ém p elo p or t a l Azure Quantum.
Seguindo uma tradição dos Estados Unidos, o Exército Brasileiro quer criar um jogo próprio, chamado de 'Missão Verde Oliva'. A ideia, segundo o Estado-Maior do Exército, é "criar impressões positivas principalmente nas faixas de 16 a 24 anos". Para isso, o jogo terá "muita ação". No entanto, foi destacado que o game, se produzido, não terá "sangue em demasia" e nem combates em favelas brasileiras ou na praça dos Três Poderes, em Brasília. A intenção é que o s h o ot e r ut i l i z e e l e m e nt o s popularizados por títulos como 'Rainbow Six' e 'Counter-Strike'. Nos EUA, a série 'America's Army' foi criada com o mesmo objetivo. Com quatro títulos lançados — e com o quinto em desenvolvimento — o game é usado em situações de treino reais, além de ser visto como uma ferramenta para auxiliar no recrutamento. Por lá, segundo uma pesquisa publicada pelo Massachusetts Institute of Technology em 2008, 30% dos jovens melhoraram a visão que tinham dos militares após jogar o título. O game
brasileiro, assim como o norteamericano, deve ser on-line e tem o objetivo de, se criado e lançado, atingir três milhões de usuários em dois anos. Por enquanto, a ideia não passa de um conceito. As diretrizes i n i c i ai s d o proj e t o for am publicadas em 10 de junho. A p ar t i r d a d at a , u m g r up o composto por oito militares tem até três meses para apresentar um relatório de viabilidade para o game. O Exército considera que o jogo deve ter um risco de rejeição baixo, já que esse é um mercado consolidado no País. O texto divulgado também lista uma série de restrições que devem ser adotadas. O documento especi ca que haverá combate urbano, mas nunca em "comunidades em situação de fragilidade social". Além disso, "o game não deverá mostrar sangue em demasia para evitar a ideia de violência exagerada". Outras diretrizes apontam que o título deve "representar características do território brasileiro" e possuir personagens que indiquem "a composição étnica e social" do País.
A ideia é que 'Missão Verde Oliva' tenha até 15 mil jogadores on-line simultaneamente, sem oposição entre eles. O game deve se passar em 2025, isso para evitar ser atribuído ao "momento político atual". Todos os jogadores farão parte do Exército Brasileiro e devem combater um inimigo ctício, que está proibido de ter qualquer semelhança com adversários combatidos na vida real. As missões serão variadas e os usuários poderão utilizar todo o armamento utilizado pelas Forças Armadas. Para impedir que os jogadores matem uns aos outros, um sistema de punição será criado. As ações que vão contra as regras serão julgadas por uma corte marcial on-line e podem resultar em exclusão temporária do usuário. Por m, se o projeto for aprovado, um desenvolvedor brasileiro deverá ser contratado seguindo o modelo de licitação. Com todas as diretrizes de nidas e a iniciativa autorizada, a ideia do Exército é lançar 'Missão Verde Oliva' em 2021.
CIÊNCIA 7
24 A 30 DE JUNHO DE 2020
Descoberta fóssil ajuda Hubble registra imagens ciência a entender impressionantes da extinção de espécies evolução de nebulosas Espécie de peixe-boi extinto viveu há cerca de 40 mil anos ILUSTRAÇÃO DE MARCO ANACLETO/CENTRO DE COLEÇÕES TAXONÔMICAS DO ICB UFMG
FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) descobriram uma nova espécie fóssil de um peixe-boi extinto, que vivia há cerca de 40 mil ou 45 mil anos no Rio Madeira, localizado na Região Amazônica. Estudos como esse são relevantes para que a ciência entenda os fatores que resultaram, ao longo da história, na extinção de espécimes. “E, ao gerar esse tipo de conhecimento, entender os fatores que são decisivos para conservar o que hoje existe, em termos de vida, no planeta”, disse à Agência Brasil o pesquisador Mário Cozzuol — um dos três autores do estudo. Para o paleontólogo, encontrar coisas novas é tarefa relativamente frequente. “Todos o s t rê s autore s d o e stu d o [Fernando Perini e Ednair Nascimento, além de Cozzuol] já passamos por essa sensação, que é a de descobrimento de algo interessante. É bem aquele clima do 'eureca' que vemos em lmes na televisão. É muito bom ter em mãos o resto de uma espécie que ninguém conheceu, viu ou descobriu. É a sensação de ter uma novidade, e querer contá-la ao mundo”, acrescentou. A descoberta, no entanto, é apenas a primeira parte de trabalhos como o desenvolvido pelo Departamento de Zoologia da UFMG, que levou quase 20 anos para ser concluído. O “e u re c a” g r i t a d o p e l o professor ocorreu logo no primeiro ano das análises, em meio às comparações feitas com outros fósseis. “Foi ali que percebemos que tínhamos, em mãos, uma novidade que merecia ser descrita e publicada”, disse ele. A publicação do estudo só aconteceu este ano, no Journal of Vertebrate Paleontology, da Sociedade de Paleontologia de Ve r t e b r a d o s d o s E s t a d o s Unidos. O nome cientí co dado à espécie descoberta é Trichechus hesperamazonicus — ou peixeboi do oeste da Amazônia, que vivia no Rio Madeira há cerca de 45 mil anos, em uma época que o regime da água era diferente do
atual. As chuvas eram concentradas em poucos meses do ano. Hoje, na Amazônia, a chuva perdura ao longo do ano todo. “Foi ainda nas épocas das glaciações, quando as geleiras avançaram. A grande quantidade de água retida nos gelos diminuiu a quantidade de água circulando em rios e oceanos, tornando-os menores. Os ge ólogos chamam ess e período de pleniglacial médio, que ocorreu entre dois momentos de máxima glaciação. Po de-s e dizer que era um período quente e úmido para a época”, explica o cientista. Nesse contexto, a maior parte d a ág u a d e s c ongel a d a e r a concentrada em lagos, em vez de rios. “Esses lagos desapareceram, dando lugar a rios de águas mais caudalosas. Com isso, o animal não tinha mais o mesmo tipo de ambiente para viver. A situação mudou, e ele foi extinto por não ter se adaptado à mudança ambiental, cando o atual peixeboi amazônico como o único r e m a n e s c e n t e d o g r u p o”, acrescenta Cozzuol. Segundo ele, até então existiam espécies fósseis da família Trichechidae. O que não existia eram as do gênero Trichechus. Os três fósseis analisados pelos pesquisadores foram obtidos por garimpeiros que remexiam o fundo do Rio Madeira, na busca por ouro. As peças foram doadas para a Universidade Federal de Rondônia e para o Museu Estadual de Rondônia. Foi por volta do ano 2000 que os pesquisadores identi caram, além das semelhanças, diferenças na comparação com outros espécimes de peixe-boi (entre fósseis e remanescentes), o que, do ponto de vista cientí co, é ainda mais interessante. “Pelas semelhanças vimos que o animal pertence aos grupo dos peixes-bois. E, entre as diferenças, det a l hes como posição e tamanho dos dentes; e os espaços entre os dentes e a parte superior da mandíbula”. “Foi ali que vimos, pela primeira vez, relevância em descrever e comparar o encontrado”, disse o pesquisador, empolgado com as
novas pesquisas que deverão ser implementadas a partir de seu estudo. “ To d o b o m t r a b a l h o d e pesquisa termina mais com perguntas do que com respostas. Adicionamos uma espécie a mais no grupo. O desa o agora é entender melhor como a evolução de todo o grupo aconteceu. As perguntas serão pontas para que se faça mais pesquisas, para saber quantas espécies existem ou existiram; onde existiram; qual processo levou à diversi cação; porque d e s ap a re c e r a m a l g u m a s e apareceram outras espécies”, acrescentou. Cozzuol explica que o processo de evolução na Amazônia é muito mais complexo do que se imagina. “O que temos hoje, de grande diversidade, é apenas a parte remanescente de algo muito maior que existia antes. Essas informações são extremamente importantes para sabermos o que fazer para conservar o que temos”. Ele acrescenta que mudanças climáticas bruscas, como ocorre atualmente com o aquecimento global, p o dem resultar na extinção de espécies incapazes de se adaptar ao novo cenário. “Ao estudar as espécies, tanto extintas como remanescentes, a ciência aponta o que deve ser feito para a manutenção da vida, já que animais e plantas estão integrados no mesmo sistema que estamos. Vivemos em um aquário gigante, onde não há r e c u r s o s i l i m i t a d o s ”, argumentou. “A extinção faz par te da n at u re z a . Is s o é p a r t e d o processo natural. O que vemos é que a possibilidade de extinção é ainda maior quando as mu d a n ç a s a m bi e nt a i s s ã o rápidas. Saber disso é importante porque é o que está acontecendo no caso do aquecimento global. Mudanças dess e tip o já aconteceram no passado, só que numa velocidade muito menor. O problema é que, quanto mais rápida é a mudança, menor é o tempo para os organismos se adaptarem. Portanto, maior é o risco de adaptação. E isso é preocupante”, complementou.
NASA/ESA/J. KASTNER (RIT)
São muitos os registros de tirar o fôlego feitos pelo telescópio Hubble desde que ele entrou em operação, em 1990. Os mais recentes foram divulgados no último dia 18 de junho: imagens inéditas de duas nebulosas planetárias, a NGC 6302 ( t amb é m c on he c i d a c omo Nebulosa Borboleta) e a NGC 7027. Segundo a Nasa, as fotos revelaram aos cientistas detalhes nunca antes vistos da complexidade e das rápidas mudanças acontecendo nas e s t r e l a s n o c e nt r o d e s s a s nebulosas. “Essas novas observações do Hubble, com vários comprimentos de onda, fornecem a melhor visão até hoje dessas nebulosas espetaculares”, c om e nt a Jo e l Ka s t n e r, d o Instituto de Tecnologia de Rochester, nos Estados Unidos, e líder do estudo. “Enquanto eu baixava as imagens, me sentia como uma criança em uma loja de doces”, brinca o pesquisador, em comunicado. Os registros em diversos espectros do Hubble revelam em detalhes como ambas as nebulosas estão se dividindo rapidamente e de que maneira elas se modi caram nas últimas décadas. “A nebulosa NGC 7027 mostra emissões em um número
incrivelmente grande de comprimentos de onda diferentes, cada um dos quais destaca não apenas um elemento químico especí co na nebulosa, mas tamb ém as mudanças contínuas signi cativas em sua estrutura”, explica Kastner. Outro estudo que os astrônomos estão fazendo a partir das imagens é sobre o histórico de ondas de choque nessas nebulosas. De acordo com a Nasa, esses choques a c onte c e m qu and o ve nto s estelares varrem mais lentamente o gás e a poeira ejetados pela estrela em seu passado recente. O resultado são cavidades que parecem bolhas com extremidades bem de nidas. Os pesquisadores suspeitam que no centro de ambas as nebulosas existam — ou tenham existido — duas estrelas circulando uma ao redor da outra. O palpite se deve aos
formatos “bizarros”, como coloca a agência espacial norteamericana, dessas nebulosas. A teoria por trás dessa ideia é que uma das estrelas desse suposto sistema binário está perdendo massa. Ao orbitar próximas umas das outras, as estrelas e ve ntu a l me nte i nte r age m , produzindo um disco de gás ao seu redor. Esse disco faz com que materiais sejam ejetados em direções opostas. Uma vez que uma das estrelas é “devorada” pela outra, materiais estelares também são ejetados, de forma a criar um padrão simétrico — como o que dá o formato de borboleta à NGC 6302. “A hipótese de estrelas se fundindo parece ser a melhor e mais simples explicação para as características observadas nas mais ativas e simétricas nebulosas planetárias”, diz Bruce Balick, da Universidade de Washington em Seattle, que também participou da pesquisa.
Pegadas fósseis na Coreia do Sul revelam existência de crocodilos bípedes ANTHONY ROMILIO
Uma equipe de pesquisadores da China, da Austrália e dos Estados Unidos descobriu que espécies ancestrais de crocodilos caminhavam sobre as duas patas traseiras — como dinossauros — e mediam mais de três metros de comprimento. O estudo foi publicado no último dia 11 de junho na revista Nature. O paleontólogo Anthony Romilio, da Universidade de Queensland, na Austrália, conta que a equipe analisou pegadas fossilizadas encontradas na Coreia do Sul. Inicialmente, eles pensavam que as marcas seriam
de pterossauros, daí a surpresa ao perceberem que eram, na verdade, de crocodilos. "Agora entendemos que essas eram impressões de um crocodilo bípede", disse Romilio, em nota. Segundo o pesquisador, as p e g a d a s m e d e m aproximadamente 24 centímetros, sugerindo que as pernas dos crocodilos tinham a mesma altura de pernas de humanos adultos. "E enquanto pegadas estavam por toda parte no sítio, não havia marcas de mãos", diz ele. Liderada pelo professor Kyung
Soo Kim, da Universidade Na c i on a l d e E du c a ç ã o d e Chinju, os pesquisadores não demoraram a descobrir que o animal caminhava em p é. “Quando combinado com a falta de marcas de arrasto (iguais às d o s c r o c o d i l o s contemporâneos), cou claro que essas criaturas estavam se movendo de maneira bipedal”, aponta o professor. Apesar da grande semelhança com o andar dos dinossauros, esses crocodilos não caminhavam com a ponta dos pés, mas, sim, com o pé totalmente apoiado no chão — do mesmo jeito que os humanos. As pegadas sugerem que o animal viveu entre 110 e 120 milhões de anos atrás. "Os rastros fósseis de crocodilos são bastante raros na Ásia, portanto, encontrar uma abundância de quase 100 pegadas foi extraordinário", nalizou o Dr. Romilio.
8 BEM-ESTAR
24 A 30 DE JUNHO DE 2020
GABRIELA MESSNER ARESI Estudo da Ufopa destaca OLIVEIRA potencial do jucá na Tortinha de frutas cicatrização de ferimentos R G
Nutricionista - CRN:14100665
eceita de tortinha de frutas demora apenas uma hora para car
pronta.
Planta medicinal apresentou melhores resultados quando comparada a medicamento convencional JOSÉ GABRIEL DE SOUZA SILVA/UENF
Ingredientes Massa 150 g de manteiga em temperatura ambiente 90 g de açúcar de confeiteiro 1 pitada de sal 2 gemas 255 g de farinha de trigo Creme de baunilha 1 xícara de leite integral 1 xícara de creme de leite fresco 1 lata de Leite Condensado 4 gemas 1 e 1/2 colher (sopa) de amido de milho 2 colheres (chá) de essência de baunilha
Uma pesquisa da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) comprova a alta capacidade regenerativa do jucá no tratamento de lesões cutâneas. O estudo, realizado por professores e estudantes do Programa de PósGr a du a ç ã o e m Bi o c i ê n c i a s (PPGBIO), foi publicado recentemente na revista Frontiers i n Ve t e r i n a r y S c i e n c e s , classi cada como Qualis A1 pela Capes. A Libidibia ferrea, popularmente conhecida como jucá ou pau-ferro, é uma árvore a m a z ô n i c a u s a d a t r a d i c i on a l me nte e m ch á s , infusões e emplastos para o tratamento de feridas e contusões, a l é m d e d o e n ç a s broncopulmonares, diabetes, reumatismo, câncer e distúrbios gastrointestinais. A pesquisa investigou o uso do extrato da planta no tratamento de ferimentos em 11 cães do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) na cidade de Santarém, no
potencial medicinal. "A presença de avonoides nos extratos de jucá confere características anti-in amatórias; os taninos conferem ação antisséptica e cicatrizante; e as cumarinas são responsáveis pela ação antibacteriana e antifúngica d o e x t r at o " , e x p l i c a Ád r i a Américo, que desenvolveu o estudo durante o mestrado no PPGBIO. Os testes foram realizados durante 21 dias, com aplicações de três tipos de medicações: 1) em gel de carbopol, com extrato de jucá à base de álcool; 2) em gel líquido cristalino, com extrato de jucá e manteiga de murumuru; 3) pomada veterinária comercial. As formulações com jucá promoveram a recuperação mais rápida da p ele e cicat r izes menores. Segundo a pesquisadora, "As formulações à base de plantas resultaram em uma cicatrização melhor devido ao menor diâmetro e maior retração da
Pousada São Lourenço - Santa Teresa/ES Reservas: (27) 3259-3006 ou 99696-3006 Oeste do Pará, por meio de análises macroscópicas e microscópicas. Os resultados apontaram que formulações à base de jucá foram superiores a um medicamento comercial de alto custo. Isso se deve à presença de substâncias avonoides, taninos e cumarinas, que têm
ferida quando comparada com a pomada comercial à base de alantoína". Na fase da epitelização, que é o surgimento de uma camada rósea e na s obre o fer imento, observou-se que os tratamentos com jucá apresentaram boa quantidade de novos tecidos e
c o l á g e n o, a l é m d e m e l h o r densidade da pele. Os resultados sugerem o desenvolvimento de medicamentos com concentração de jucá a 5% para uso veterinário, com custo de produção inferior aos medicamentos comerciais à base de alantoína. O estudo também destaca que as formulações produzidas não causam dor durante a aplicação e que podem servir para a criação de medicamentos para us o veterinário e humano. A pesquisa foi conduzida em diversos laboratórios da Ufopa: o Laboratório de Sanidade Animal (Larsana), coordenado pelo professor Antônio Humberto Minervino; o Laboratório P&D Farmacotécnico e Cosmético, coordenado pela professora Kariane Nunes; o Laboratório de Produção e Desenvolvimento de Bioativos, coordenado pelos professores Kelly Castro e Lauro Barata; o Laboratório de Morfo siologia Animal, coordenado pela professora Adriana Morini; e o Laboratório de Microbiologia (LabMicro), coordenado pela professora Katrine Rabelo. O professor responsável pelo estudo, Antônio Humb er to Miner vino, do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef), disse que "o jucá eu já imaginava, por conhecimento empírico, que era um bom cicatrizante. O avanço cientí co foi determinar a dose mais adequada e utilizar um n ov o s i s t e m a d e l i b e r a ç ã o sustentado de fármacos para incorporar o extrato de jucá, com vantagens técnicas superiores às for mu laçõ es convencionais encontradas no mercado, o qual apresentou melhor resultado". Par a ch e g ar à m e d i c a ç ã o adequada, foram necessárias várias pesquisas, com diferentes concentrações do extrato e formulações.
batedeira e adicione a farinha, misture com uma espátula até car homogêneo. Embrulhe a massa em plástico lme e leve à geladeira por 30 minutos.
Cobertura de frutas 1 caixa de morangos cortados ao meio 1 manga grande cortada em cubinhos 3 kiwis grandes cortados em cubos ou tirinhas Geleia de brilho 1 /2 pacote de gelatina incolor 1 /2 xícara de açúcar 1 /4 de xícara e 2 colheres (chá) de água 1 colher (chá) de raspas de laranja 1 colher (chá) de raspas de limão 1 colher (chá) de extrato de baunilha Modo de Preparo Massa Na batedeira, coloque a manteiga, o açúcar e o sal. Bata até car um creme fofo e claro. Adicione as gemas, uma de cada vez, batendo após cada adição para incorporar. Desligue a
Unte as forminhas (10cm x 2cm) com manteiga e cubra de massa o fundo e as laterais, retirando o excesso de massa das bordas. Após, fure toda a superfície com um garfo e leve para assar em forno preaquecido a 180°C por aproximadamente 15 a 20 minutos ou até dourar levemente. Espere esfriar e retire a massa das forminhas. Recheio Em uma panela, dissolva o amido no leite com auxílio de um fouet. Misture todos os ingredientes em fogo médio, mexa até formar um creme. Trans ra o creme para um bowl e cubra com plástico lme. Leve
à geladeira por pelo menos uma hora Cobertura Lave e corte as frutas em cubinhos ou lâminas TUDOGOSTOSO
Geleia de brilho Em uma vasilha, hidrate a gelatina com água fria. Em uma panela, coloque a água, o açúcar, as raspas do limão e da laranja. Cozinhe em fogo médio até a calda começar a ferver e os cristais de açúcar se dissolverem. Junte a gelatina hidratada, mexa até que dissolva. Montagem Coloque o creme por cima da base das tortinhas. Por cima, disponha os pedaços de morango, manga e kiwi. Cubra com a geleia de brilho delicadamente. A torta nalizada deve car na geladeira por aproximadamente seis horas. Tempo de preparo 60 min. Porções 4 porções
Fonte: TudoGostoso
(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020
Projeto da USP ensina mindfulness para combater ansiedade e depressão Foco, concentração, atenção ao momento presente. O que já era difícil de se conseguir em tempos normais transformou-se em um verdadeiro desa o desde que a pandemia começou. Para ajudar a atravessar este duro período, o C e nt r o d e M i n d f u l n e s s e P r át i c a s Int e g r at i v a s e s t á promovendo encontros virtuais. O Centro é parte do projeto de extensão da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP. “A prática de mindfulness nos ajuda a tomar consciência de nossas experiências, reconhecendo a forma como respondemos física e emocionalmente aos acontecimentos da vida”, explica a professora Edilaine Donato, coordenadora do Centro. Os encontros acontecem online todas as quartas-feiras, às 18h. A participação é gratuita e aberta ao público geral. “Basta se inscrever no site uma única vez e
então o participante terá acesso a todos os encontros que serão
sua condição clínica, se está em tratamento de alguma doença e MOR SHANI/UNSPLASH
oferecidos ininterruptamente durante a pandemia”, contou Edilaine ao Jornal USP. As sessões oferecidas pelo proj e to s ã o volt a d a s p ar a iniciantes e praticantes. Durante a inscrição é preciso informar
toma remédios, por exemplo. A atividade é realizada em parceria com o estúdio MindfulSpace. Acesse o formulário de inscrição on-line: https://mindfulspace.com.br/est udio-cultivando-mindfulness/.
SAÚDE 9
24 A 30 DE JUNHO DE 2020
Hemolacria: a condição Será que é DPOC? médica que faz com que Como identicar essa pessoas chorem sangue doença pulmonar Embora estranho e raro, o fenômeno tem vários registros na literatura médica — e diversas causas associadas
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica é provocada principalmente pelo tabagismo e é mais comum em pessoas acima de 40 anos ISTOCK
NIKA AKIN/PIXABAY
Na Índia, uma garota de 11 anos e seus pais estão apavorados. Há semanas, por duas a três vezes ao dia, a criança chora sangue. O fenômeno não é causado por dor ou qualquer emoção intensa, mas as manchas vermelhas que se formam nas bochechas da jovem chocam a família inteira. O caso, que acontece na cidade de Nova Déli, foi relatado na última edição do BMJ, uma das mais in uentes e conceituadas publicações sobre medicina no mundo. "Estou com medo pela saúde da minha lha", diz a mãe na publicação. "O sangue que sai dos olhos dela é horrível". Em outros tempos, o fenômeno teria alguma atribuição sobrenatural — e dependendo da cultura local, a menina poderia ser santi cada ou amaldiçoada. Mas esta condição, embora estranha e rara, é conhecida na literatura médica. A hemolacria tem vários registros ao longo da história — assim como diversas causas prováveis. No caso da garota indiana, um diagnóstico ainda está sendo buscado. A paciente não tem histórico de t rauma ou do ença, e suas glândulas lacrimais parecem intactas. Exames de sangue também estão normais, tanto para amostras coletadas tradicionalmente quanto para o líquido que sai dos seus olhos. Em 2018, um norte-americano de 52 anos foi até o prontosocorro local com lágrimas sangrentas e indolores nos dois olhos. Esse caso está relatado em um estudo publicado no New England Jornal of Medicine. O sangramento começou espontaneamente cerca de duas horas antes e durou alguns minutos, mas retornou pouco antes dele ir até o hospital. Assim como a menina da Índia, o homem não relatou nenhum trauma orbital, ocular ou nasal e nenhuma história de hemolacria, epistaxe (sangramento ou hemorragia nasal), sangramento gengival ou hematomas faciais. Embora tomasse um medicamento para hipertensão, sua pressão arterial
era normal no momento do exame. Um e x a m e c l í n i c o m a i s detalhado revelou uma hiperemia conjuntival: um aumento do uxo sanguíneo causado por uma in amação dos olhos (conjuntivite). “Sangramento associado às l ág r i mas p o d e o c or re r no contexto de infecção, in amação ou trauma no olho ou nas estruturas circundantes, tumores vasculares do olho ou estruturas circundantes ou epistaxe retrógrada”, a rma o e s t u d o . Ap ó s u m a n o d e acompanhamento, o paciente não apresentou mais episódios de lágrimas de sangue. Um estudo de 2004 publicado na Ophthalmic Plastic & R e c o n s t r u c t i v e S u r g e r y, acompanhou quatro crianças, um menino e três meninas, com idades entre seis e 14 anos, todos com "sangramento espontâneo". Como em muitos dos outros c as o s , o s p a c i e nte s for am submetidos a uma bateria de testes, mas todas as taxas eram totalmente normais. O sangramento parou sozinho, sem consequências duradouras. E s s a h e m o l a c r i a aparentemente aleatória "raramente é encontrada na prática clínica", escreveram os autores. Causas comuns são traumas físicos, tumores oculares, doenças do sistema lacrimal, distúrbios hemorrágicos, reação a certos medicamentos, endometriose e hemorragias nasais "retrógradas" — o sangue do nariz começa a vazar pelos olhos. Certas infecções sistêmicas também estão associadas à hemolacria. Mais notadamente, a doença causada pelo vírus Ebola dani ca o revestimento dos vasos sanguíneos, causando hemorragias, que em alguns casos podem ser externas — olhos, nariz ou outros orifícios. O médico bizantino Aécio de Amida, que viveu entre 502 d.C. e 575 d.C., descreveu algumas doenças infantis que envolviam sangue vazando pelo canto do
olho. Rembertus Dodoens, um médico belga do século XVI, associou casos de hemolacria à menstr uação em mulheres adolescentes. De fato, é possível que alguns casos estejam relacionados a alterações hormonais: um estudo de 1991 testou por sangue oculto nas lágrimas de 125 voluntárias e encontrou vestígios em quase um quinto delas, na maioria das vezes, durante o ciclo menstrual. Um médico da Universidade do Tennessee, Barrett Haik, dedicou-se a estudar o fenômeno entre 1992 e 2003. Nesse período, foram registrados apenas quatro casos de hemolacria sem uma causa médica conhecida. O coautor da pesquisa com Haik, o oalmologista James Fleming explica que, esses casos são mais comuns em jovens e, à medida que uma pessoa com hemolacria e nvel he c e, o s ang r ame nto diminui até parar completamente. Apesar da imagem chocante, as condições do fenômeno não foram associadas a nenhuma doença grave e fatal. Em 2010, a National Geographic contou a história do caso de uma menina indiana de 14 anos, chamada Twinkle Dwivedi, que se tornou famoso por muitas pessoas acreditarem que o fenômeno seria uma farsa criada pela mãe da menina. No ano seguinte, outro caso cou f amo s o no Br as i l. Uma adolescente cearense de 17 anos sangrava pelos olhos quando cava nervosa, triste ou ansiosa. A condição acabou prejudicando b a s t a nt e s e u d e s e mp e n h o escolar, o que fez com que a família tivesse que se mudar para São Paulo em busca de tratamento. Observada por uma equipe de oalmologistas, neurologistas, especialistas em coagulação, psicólogos e psiquiatras, a garota foi diagnosticada com disfunção neurovegetativa com alteração na vasomotricidade. Os vasos sanguíneos que cam próximos aos olhos se rompem com o aumento da pressão, causada por um gatilho emocional. Parentes relataram que a jovem começou a sangrar aos 14 anos, quando trabalhava como babá e foi agredida pela patroa.
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença respiratória comum em pessoas a c i m a d e 4 0 ano s . É u m a enfermidade sem cura associada à piora da qualidade de vida e ao agravamento progressivo dos sintomas. No entanto, com o t r at a m e nt o a d e q u a d o e o comprometimento do paciente, pode ser bem controlada. No Brasil, estima-se que sete milhões de pessoas vivam com esta doença, que é caracterizada pela obstrução do uxo de ar nos pulmões, re etindo em falta de ar. É uma doença que limita as atividades do dia a dia e, a cada ano, tira a vida de mais de 40 mil pessoas no País, o que se traduz em quatro óbitos por hora. Por isso, é importante que o diagnóstico e o tratamento sejam adequados de acordo com o grau d a d o e n ç a e , p a r a i s s o, é necessário também uma boa relação médico-paciente para traçar um plano de tratamento q u e at e n d a t o d a s a s s u a s necessidades. Mas como identi car e diagnosticar a DPOC? A principal causa da DPOC é o t ab ag ismo, mas a lém dela existem outras, como poluição e exposição a substâncias tóxicas. Os principais sintomas são: falta de ar, tosse crônica, secreção, cansaço e chiado. Se a pessoa apresenta algum desses s i nt om a s , é i n d i c a d o q u e procure um médico. O diagnóstico correto e o tratamento regular são muito importantes.
A DPOC apresenta piora progressiva e pode se agravar de forma que, até mesmo atividades da vida diária, como conversar, andar, comer e se vestir tornamse um desa o. A con rmação do diagnóstico é feita por meio de uma análise do histórico da pessoa e por um exame de prova de função pulmonar (espirometria). Ao receber o diagnóstico da DPOC, é importante conversar com o seu médico para entender mais sobre a enfermidade e o tratamento mais adequado de acordo com a sua rotina e grau da doença. Dessa forma, vocês poderão desenvolver um plano individualizado, o que favorece a redução dos sintomas e melhora da qualidade de vida. Assim como acontece em outras doenças crônicas, o diagnóstico precoce e correto da DPOC é fundamental para que o paciente inicie o tratamento e reduza os quadros de agravamento dos sintomas, além de melhorar sua qualidade de vida. O melhor método para diagnosticar a DPOC é a
espirometria, exame que avalia a função pulmonar. De acordo com o estudo Projeto Latino-Americano de Investigação em Obstrução Pulmonar (Platino), realizado com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)/Hospital São Paulo, o subdiagnóstico é um dos principais gargalos da doença, que até o nal deste ano deve ser a terceira maior causa de morte no mundo. A medicação inalatória tem um papel importante no tratamento da DPOC, por isso é importante que ela seja utilizada de forma correta e o dispositivo inalatório tenha baixa complexidade na administração, pois isto favorece que o tratamento seja incluído facilmente na rotina do paciente e também ofereça os benefícios necessários. Há dois tipos delas disponíveis: os inaladores de pó seco e os de spray ou aerossol, popularmente conhecidos como "bombinhas".
Mais de 20 milhões de pessoas ainda não se vacinaram contra a gripe Até o momento, foram imunizadas 58 milhões de pessoas O Ministério da Saúde informou que 20,8 milhões de pessoas ainda não se vacinaram contra a gripe. A campanha termina no próximo dia 30 de junho e, até o momento, foram vacinadas 58 milhões de pessoas, que correspondem a 84% do público-alvo. A meta é de 90%. A vacina da gripe protege contra os três subtipos do vírus in uenza que mais circularam no último ano no Hemisfério Sul, de acordo com determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o ministério, a vacina é segura e reduz as complicações que podem levar a casos graves da doença e óbitos. Devido à pandemia de covid-
19, o início da campanha foi antecipado para 11 de março. O Ministério da Saúde destaca que a vacina contra gripe não tem e cácia contra o novo coronavírus, mas pode ajudar os pro s s i on a i s d e s aú d e n a exclusão do diagnóstico para covid-19, já que os sintomas são parecidos, além de reduzir a procura por serviços de saúde. Entre os grupos prioritários, os idosos foram o que tiveram melhor desempenho na campanha, com cobertura de 118,4%. Em seguida, estão os trabalhadores da área da saúde que chegaram à marca de 112,8% do grupo vacinado. Enquanto i s s o, o g r up o c om m e n or cob er tura vacina l é o d as
gestantes, com cobertura vacinal de 53%, seguidas das crianças até cinco anos de idade, com 53,2% e puérperas (mulheres até 45 dias após o parto) com 63,8% do público vacinado. De acordo com o ministério, a pasta tem orientado todas as equipes de saúde do País quanto às medidas de segurança para evitar infecções e realizar uma vacinação segura para a população e as equipes de saúde. “Mesmo neste momento em que o mundo vive a pandemia causada pela covid-19, com o isolamento social e o receio das famílias em ir aos postos de saúde, o Ministério da Saúde alerta que se manter imunizado é uma questão de proteção social”.
10 Criança hoje, Criança amanhã
24 A 30 DE JUNHO DE 2020
ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com
A Criança e as Pandemias – Final FÁBIO TEIXEIRA/AGÊNCIA ANADALU/GETTY IMAGES
C
ontinuando este tema da exposição da Criança às diversas Pandemias que vivemos, vamos re etir sobre o mundo que e st amo s ofe re c e nd o p ar a nossos pequenos. A covid-19, a violência, a negligência intrafamiliar, a negligência social, a pandemia do esvazi amento de afeto, o e g o í s m o , a desresp ons abi lização, a tecnologia, são pandemias que acometem a Criança e sequelas serão guardadas ativas em sua mente em formação. Retomando à pandemia do egoísmo, que, essencialmente, estabelece um binômio eu/eu, onde se resume o único critério de escolha, “eu quero só para mim” e “eu não quero ter nenhum prejuízo”, o primeiro é o “é bom para mim” e o segundo “é ruim para mim”, temos desdobramentos afetivos e sociais que impedem o bom exercício da cidadania. Os códigos morais passam a ser regidos pelo egocentrismo. A pandemia da desonestidade vai além da nanceira. In uenciada pelo egoísmo, com seus pilares individualizados longe do coletivo, chegamos à desonestidade afetiva, à desonestidade intelectual, hoje tão banalizada. Há argumentos inacreditáveis para justi car a manipulação e distorção de conceitos e princípios. Depende! Este é sempre o início da frase quando se indaga qualquer coisa, até se matar, ou roubar, é errado. Tudo pode vir depois deste “depende”. A exibilidade é imensa. A judici a lizaç ão, cres cente, tamb ém é acometida p or decisões ilógicas, sem um pingo de bom senso. Os Direitos da Criança são violados, pela própria justiça. Uma criança pode ter sua guarda invertida por uma alegação verbal, que evoca a locução alienação parental, sem prova material e s em afer iç ão do refer ido c o mp o r t a m e nt o d a m ã e , enquanto ainda é amamentada ao seio, cumprindo mandato de busca e apreensão efetivado por
policiais. E a amamentação dela? E os cuidados maternos, indispensáveis na 1ª infância, que perde de uma só vez? O entendimento é que aquela mãe faz mal aquele ainda bebê porque fala mal do pai. Leis existem. Belíssimas. Mas há também a pandemia da desobediência, da transgressão estrutural. É como se vivêssemos uma lavagem de direitos. Eles existem, mas são interpretados na contramão. A Criança cresce convivendo com a pandemia da corrupção. Ela está dentro do carro quando vê o pai negociar com um agente do trânsito uma multa que seria aplicada a ele. Ele viu que o pai furou o sinal vermelho do cruzamento, e viu também que o pai deu um dinheiro para que o guarda não completasse a papeleta da multa. A transgressão combinada com a corrupção é uma aprendizagem que ca inscrita na mente da Criança, que a levará como natural. O jargão de que o m justi ca os meios vai se cristalizando b ana lizado. Encont ramos corrupção em pro ssionais que
deveriam, por Código de Ética, seguir leis de Proteção da Criança. Se pensarmos numa mala de pandemias, do egoísmo, da negligência social, da desonestidade, da lavagem de direitos, surgiria, disfarçada, a pandemia da pedo lia. Na naturalização da pedo lia, hoje
apenas. Caminhando para uma sonhada legalização, a pedo lia vem se alastrando, sustentada pela banalização. Acobertada pela Lei 12.318/2010, a chamada lei da alienação parental, termo que não tem comprovação cientí ca, e foi c u n ha d o p or u m mé d i c o americano pedó lo, em cima
frustração, de sofrimento relativo ao término de uma relação conjugal. Nada de novo. Somente o neologismo usado para calar Crianças e mães que denunciam abusos sexuais incestuosos. Servindo como tapete para onde são varridos os crimes de pedo lia. O abuso sexual é praticado, em sua REPRODUÇÃO INTERNET
na tentativa de se alojar sob um título de preferência sexual,
de uma fase de luto pelas emoções de perda, de
grande maioria, por pai, avô, padrasto, tio, primo, irmão
mais velho, entre 65% e 85% dizem as pesquisas, e tem como fator a submissão afetiva, é alguém que a Criança ama e obedece. É de nido pelos estudiosos, pela sua característica de repetição, como a exposição ao extremo estresse que, além de causar traumas psicológicos, dani ca o sistema límbico e o sistema neurológ ico, at ro ando estruturas cerebrais e suas funções. A violação do direito de ser cuidado pela mãe e o direito de mãe, são endêmicos no judiciário. A nal, qual é a lógica de entender que faz mal a mãe “alienar” o pai, mas este mesmo objeto, a “alienação”, é usada para punir esta mãe, então, a justiça aliena a mãe. E acreditem, esta não é uma reserva particular do nosso país. Nossa exclusividade é de ter uma lei para uma locução falsa, como a rma o Presidente do Comitê de Direitos da C r i a n ç a d a O N U, L u í s Pederneira. A p andemia da Mis ér ia Psicológica. É a morte da esperança. É a descrença no outro, quando se é ainda vulnerável, indefeso. Ela é alimentada pelo vírus com a morte, pela violência, pela negligência, pela desonestidade afetiva, pela corrupção de valores, pela pedo lia que sustenta a exploração sexual intrafamiliar, o novo formato da parte mais miserável dos humanos. Infelizmente, mais uma tragédia da Miséria Psicológica aconteceu nesta madrugada envolvendo Criança. Eram duas crianças que estavam brincando às duas horas da manhã. Uma delas morreu com um tiro na cabeça, disparado da pistola da outra que era novo no trá co. Uma tinha 11anos, a outra tinha 10 anos. Quantas perguntas brotam: a hora, o aliciamento do trá co, as famílias, uma arma... A Miséria Psicológica de todos nós se isentará da culpa e dolo desta tragédia. Foi lá na favela. A responsabilidade é nossa. De todos.
COMPORTAMENTO 11
24 A 30 DE JUNHO DE 2020
ANA LUCIA Ana Lucia Bernardo Cordeiro
Professora
Aprender a Ser Feliz EL PAÍS
Mas os problemas existem para serem resolvidos e não para nos controlarem. Infelizmente, muitos são controlados por eles. A m e l h or m an e i r a d e te r dignidade diante das di culdades e dos sofrimentos existenciais é extrair lições deles. Caso contrário, o sofrimento é inútil. Ser feliz, do ponto de vista
Olá pessoal! i mp o s s í v e l e x i g i r a estabilidade plena da energia psíquica, pois ela organiza-se, desorganiza-se (caos) e reorganiza-se continuamente. Não existem pessoas que sejam sempre calmas, alegres e serenas. Nem mesmo existem pessoas ansiosas, irritadas e incoerentes permanentemente. Ninguém é emocionalmente estático, a não ser que esteja morto. Devemos reagir e comportar-nos segundo determinado padrão para não sermos instáveis, mas este padrão re etirá sempre uma emoção utuante. A p essoa mais tranquila perderá a paciência. A pessoa
É
mais ansiosa terá momentos de calma. Só os computadores são rigorosamente estáveis. Por isso, eles são lógicos, programáveis e, portanto, de baixa c o m p l e x i d a d e . Nó s , p e l o
contrário, somos tão complexos que a nossa disposição, humor e interesses mudam com frequência. Devemos estar preparados para enfrentar os problemas internos e externos.
da psicologia, não é ter uma vida perfeita, mas saber extrair sabedoria dos erros, alegria das dores, força das decepções, coragem dos fracassos. Ser feliz neste sentido é o requisito básico para a saúde física e intelectual.
Texto de Augusto Cury
Devemos ter consciência de que os problemas nunca vão desaparecer nesta sinuosa e bela existência. Podemos evitar alguns, outros, porém, são imprevisíveis.
Humanos conseguem Mães são as mais impactadas interpretar alguns sons social e psicologicamente emitidos por chimpanzés pela pandemia Segundo pesquisa, pessoas conseguem compreender melhor vocalizações associadas a situações negativas vividas por esses animais
Dados dos Estados Unidos apontam maior taxa de desemprego e de sofrimento psicológico entre elas, que acumulam mais responsabilidades com a casa e com as crianças
CREATIVE COMMONS TATIANA SYRIKOVA/PEXELS
Um estudo da Universidade de Amsterdã, na Holanda, da Universidade de York, no Reino Unido, e do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária, na Alemanha, encontrou evidências da capacidade humana de deduzir comportamentos a partir de vocalizações de chimpanzés. A pesquisa foi publicada no último dia 17 de junho na revista cientí ca Proceedings of Royal Society B. Estudos anteriores apontaram qu e n ó s , hu m a n o s , s om o s capazes de interpretar o que animais querem dizer a partir dos sons emitidos — como o ronronar do gato, o latido do cachorro e até mesmo o rugido do leão. Entretanto, ainda faltavam pesquisas sobre até onde essa nossa habilidade pode chegar. Por isso, a equipe internacional de cientistas decidiu investigar c omo p e ss o as i nte r pre t am vocalizações de uma espécie bem próxima à nossa: o chimpanzé.
Eles realizaram dois experimentos envolvendo mais d e 3 . 4 0 0 v o l u nt á r i o s , q u e ouviram os sons de chimpanzés e depois tentaram deduzir seu contexto. No primeiro teste, os pesquisadores pediram aos participantes que selecionassem, numa lista de 10 categorias de comportamentos, os que mais se associavam a um som emitido pelos primatas. As pessoas não conseguiram cumprir a tarefa, então os estudiosos partiram para outra abordagem: pediram aos voluntários que respondessem apenas "sim" ou "não" quando um som fosse c omp at í v e l a u m a p a l av r a comportamental apresentada em um computador. As características comportamentais dos chimpanzés estavam relacionadas a diferentes situações: separados da mãe, atacados por um agressor, sendo ame a ç a d o s , re c u s and o u m
alimento de que gostam ou um de que não gostam, descobrindo uma grande quantidade de comida, levando um susto e copulando. Os pesquisadores descobriram que os voluntários foram bons em conectar vo calizaçõ es com apenas alguns comportamentos dos animais. Eles podiam conectar os sons feitos pelos chimpanzés descobrindo uma boa refeição, por exemplo, ou quando lhes era negada uma comida de que realmente gostavam. As pessoas falharam mais ao associar sons produzidos durante a cópula ou quando um jovem chimpanzé era separado de sua mãe. Os cientistas perceberam que, no geral, as pessoas foram melhores em conectar vocalizações negativas. Eles acreditam que isso pode estar relacionado à identi cação de vocalizações entre espécies, que estão ligadas às habilidades de sobrevivência na natureza.
Um e s t u d o d o C e nt r o d e Pesquisa Econômica e Social da Un i ve r s i d a d e d o Su l d a Califórnia, nos Estados Unidos, sugere que as mulheres são as mais prejudicadas pela pandemia do novo coronavírus — principalmente aquelas que não p ossuem g radu aç ão. Segundo os cientistas, elas sofreram mais perdas de emprego do que os homens e a s s u m i r a m m a i s responsabilidade na casa e com os lhos. Para realizar a pesquisa, os especialistas entrevistaram 6.824 adultos nos EUA s obre as mudanças que o Sars-CoV-2 causou em suas vidas. O estudo foi realizado entre 10 de março e 16 de junho e disponibilizado pelos pesquisadores. Os dados mostraram que 44% das mulheres no início de abril relataram ser o único membro da família que prestava assistência aos lhos, em comparação com 14% dos homens. Entre os adultos que trabalham, incluindo aqueles que trabalham em casa, uma em cada três mães informou que era a principal cuidadora das crianças, em comparação com um em cada 10
pais. Além disso, desde o início da pandemia, as mulheres com menos escolaridade sofreram as maiores perdas de emprego. Foi observada uma queda de 15 pontos percentuais no início de abril em comparação a março, enquanto homens sem diploma universitário durante o mesmo período sofreram uma queda de 11 pontos. S egundo a e conomist a e principal autora do estudo, Gema Zamarro, isso ocorre por diversos motivos: primeiro, a crise de saúde atingiu setores que empregam mais mulheres, como restaurantes e hotéis, levando a mais d e m iss õ e s ; s e g u nd o, quando as escolas e creches fecharam e as ordens de distanciamento social di cultaram a ajuda de
familiares, as necessidades de cuidar dos lhos aumentaram. "Considerando que as mulheres já carregavam um fardo maior para cuidar de crianças antes da pandemia, não surpreende que as demandas sejam agora ainda maiores", diz, em nota, Zamarro. "No geral, isso também prejudicou a saúde mental das mulheres, principalmente as que têm lhos". As mães relataram um grande aumento no sofrimento psicológico no início de abril, em comparação às mulheres sem lhos e todos os homens. No início de junho, apenas 19% dos homens — com ou sem lhos — relataram estar pelo menos levemente angustiados, em comp araç ão com 30% d as mulheres sem lhos e 34% das mulheres que são mães. Nota: É preciso lembrar que diversas instituições estão preparadas para atender as pessoas que estão sentindo ansiedade ou depressão. O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma delas: a rede realiza atendimentos gratuitos de apoio emocional e prevenção ao suicídio. Há a garantia de sigilo e o acesso se dá via e-mail e chat 24 horas.
Roupa Bonita Rua Italina Motta, 294 - Jd. Camburi Vitória - ES - Tel.: (27) 3026-8545/98837-8545 roupabonitajardimcamburi
12 OLHAR DE UMA LENTE
24 A 30 DE JUNHO DE 2020
HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Vereadora diz que Fundão precisa mudar de patamar político “Fundão tem uma arrecadação média de R$1,6 milhão/mês, ou seja, quase R$ 20 milhões/ano, nossa realidade podia ser bem diferente” YASMIN STEINS
V
SÔNIA E HAROLDO e de compromisso com a população fundãoense desde sempre, levou o município a uma situação muito complicada. “Desde que me lembro, Fundão nunca teve um gestor que tenha tido uma administração aprovável, alguns até que zeram alguma coisa, mas nunca o necessário, o que a
Litoral de Fundão
Não à toa, Sônia tem uma preocupação muito grande com esse público. “Minha maior preocupação, hoje, é com as crianças da zona rural. São poucos os recursos... agora, então, com a pandemia, muitos alunos da rede de ensino estão com os conteúdos mais comprometidos ainda, muitos deles não dispõem de computador e o sinal de internet, que já é horrível nos centros urbanos, imagina na zona rural... Então, assistir aulas a distância, impossível”, lamenta. Sônia recorda que a falta de seriedade
p opu lação re a lmente pre cis ava. Tínhamos um hospital no passado que f o i t r a n s f o r m a d o e m Po s t o d e Atendimento (PA), a saúde está um caos... o município precisa assumir sua responsabilidade. O munícipe tem o direito de ser bem assistido e o gestor, encontrar mecanismo para atender a demanda, é dever. A população precisa de especialistas, acredite, por perseguição política, não temos cardiologista”, denuncia. Como integrante da Comissão da Agricultura, a vereadora desabafa
“posso garantir que não há nada para o setor agrícola, os trabalhadores rurais estão órfãos e as estradas, inviáveis. São muitos buracos, mas não entendo o porquê, já que a prefeitura dispõe de máquinas para isso”. Atenta às questões ambientais, a vereadora diz que até tentou fazer algo pelo meio ambiente, mas que, como várias outras tentativas, não conseguiu levar seu projeto adiante. “Quando fui eleita, apresentei um projeto voltado para o ambiente chamado 'Restauração das Nascentes”, que consistia em recuperar as nascentes do município. A Vale abriu as mãos para nos ajudar com fornecimento de mudas e orientação técnica, mas quando apresentei, colocaram tantas di culdades que o projeto não foi à frente, foi engavetado. Tudo que peço, não sou atendida, as coisas não podem funcionar como moeda de troca... Eu apoio o que é bom para o munícipe, sou pela coletividade. Quando o prefeito veio com o projeto para reformular os empregos na prefeitura, fui contra porque eu sabia que aquilo não interessaria, como não interessou. Demitiu muitos servidores, mas permaneceu com o grupo dele. Meu mandato não é de manobras, faço pelo coletivo e não para grupos”. Fundão tem um dos litorais mais lindos do Espírito Santo, no entanto, ca a dever em vários aspectos, na visão de Sônia. “Nosso litoral é belíssimo, mas não tem infraestrutura e muito menos
segurança. Fundão tem uma arrecadação média de R$ 1,6 milhão/mês, ou seja, quase R$ 20 milhões/ano, nossa realidade podia ser bem diferente. Olha para o município de Santa Teresa, que é menor que Fundão, lá tem Serviço Social da Indústria (Sesi), Faculdade, hospital de qualidade, respeito ao ecossistema, incentivo ao turismo e um olhar atento para a produção agrícola e olha que eles não recebem royalties... não têm petróleo”. Perguntada se tinha interesse em concorrer, no futuro, à cadeira de prefeita, Sônia foi sucinta e direta: “Meu mandato como vereadora foi e sempre será voltado para o social, quando falo social me re ro aos pilares de uma sociedade igualitária. Todos temos obrigações, mas, quando falamos dos direitos, apenas uma pequena parcela HAROLDO CORDEIRO FILHO
HAROLDO CORDEIRO FILHO
ereadora do município de Fundão, Sônia Steins, mãe de dois lhos e avó de três netos, fala à coluna Olhar de uma Lente (F&N), sobre a sua cidade que, por décadas, é carimbada com a tarja da corrupção (esquemas inescrupulosos, propinas, subornos e outros adjetivos depreciativos), ou seja, tudo que leva uma população ao declínio social, tirando dela o que é de direito como investimentos em saúde, educação, cultura, lazer e o mais importante, a dignidade. S ônia Steins nas ceu em Sant a Leopoldina, mas viveu a maior parte de sua vida no município de Fundão. Filha da professora Maria Neves e do lavrador Magno Rodrigues, graduou-se em Letras (hoje é aposentada), lecionou em escolas públicas estaduais e municipais do ensino fundamental ao ensino médio. “Me aposentei em 2006 e, na época, ainda continuei trabalhando como professora de português, depois, parei, não quis mais. Sempre mexi com política, minha vida inteira foi para ajudar as pessoas. Herdei a política da minha mãe. Era professora e atuava com uma liderança muito grande na comunidade. Apesar de muito sábia e amar política, ela nunca quis ser vereadora, a política eu herdei dela. Antes de ingressar na política, fui presidente da comunidade Munitura e, na época, a pedido da minha mãe, deixei a prefeitura construir uma escola dentro do meu sítio e Victor Buaiz, governador do Estado no período, acabou com as escolas rurais”, recorda.
município ainda tem muitas crianças fora da escola, nossa saúde precisa avançar, nosso trabalhador agrícola está desprovido de suporte técnico, muitas comunidades ainda só têm energia oito horas ao dia, as estradas da zona rural precisam de manutenção c on s t a nt e m e nt e e , s e D e u s e a população do meu município, que eu amo, me colocar à prova, não hesitarei. Sou honesta e sei muito bem o que preciso fazer para tornar o município de Fund ão um mo delo mo der no e humanizado, referência no cenário nacional”. Fundão é um município pertencente à Região Metropolitana da Grande Vitória. Localizado ao norte da capital do Estado ocupa uma área de 288.724 km², foi emancipado em 1923 do extinto município de Nova Almeida e seu nome se deve ao rio Fundão que TATI BELING
Vista aérea do centro de Fundão
da população é que usufrui dela. Nosso
banha a sede.
BRASIL 13
24 A 30 DE JUNHO DE 2020
A semana em Brasília S e no E
Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes
jornalfatosenoticias.es@gmail.com
SITE DO PARLAMENTAR
WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO
Sérgio Vidigal Fabiano Contarato (PDT-ES) (Rede-ES) Vidigal quer aperfeiçoar MP que libera R$ 20 bilhões para crédito a pequenas e médias empresas Duas emendas do deputado federal Sérgio Vidigal visam aprimorar a Medida Provisória (MP) 975/2020, que libera R$ 20 bilhões para crédito a pequenas e médias empresas. A proposta de Sérgio Vidigal é para que esses empreendimentos tenham ainda mais facilidades para acesso ao crédito nanceiro, que é importante em sua recuperação. “É necessário que se construam programas não apenas com estímulos às empresas, mas, também, com garantias da preservação do emprego”, comentou Vidigal.
Senador aciona TCU para apuração da retificação da data de exoneração do exministro da Educação O senador Fabiano Contarato protocolou, na terça-feira (23), uma nova representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo apuração da reti cação da data de exoneração do ex-ministro da Educação. A atualização, publicada no Diário O cial da União, informou que a data da exoneração foi de 20 para 19 de junho. Ou seja, Weintraub entrou nos EUA já demitido, no entanto, viajou com passaporte diplomático de ministro, uma vez que, formalmente, não havia sido afastado do cargo. “Para acobertar a fuga disfarçada de “ingresso diplomático”, Bolsonaro adultera a prova do crime. Fica claríssimo que a saída de Weintraub foi orquestrada com apoio do Planalto para tapear autoridades americanas e brasileiras”, ponderou Contarato.
TATI BELING/ALES
Lorenzo Pazolini (RepublicanosES) Fiscalização no Hospital Infantil comprova crianças com covid-19 no mesmo ambiente que outras Os Conselhos Regionais de Medicina (CRM-ES) e de Enfermagem (Coren-ES) e a Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Lorenzo Pazolini, realizaram uma inspeção no Hospital Infantil de Vitória (Pronto-socorro Milena Gottardi). O motivo foi a apuração de denúncias de que na Unidade de Tratamento Intensivo Pediátrica havia pacientes covid-19 positivo junto com pacientes não contaminados. Na ocasião, houve con rmação dos fatos. Quatro crianças e jovens estavam no mesmo ambiente da UTI Pediátrica, sendo dois con rmados com covid-19 e dois internados por outras razões, tendo testado negativo para o vírus. Porém, como todos eles estavam internados há mais de 20 dias no hospital, mesmo os não contaminados, que entraram para tratar outras doenças, acabaram sendo contaminados pelo coronavírus. Outro fator relevante é que, desses quatro pacientes, três são oncológicos, o que agrava mais ainda a situação. Durante a scalização foi solicitada a transferência urgente dessas crianças, o que aconteceu ao nal do dia. Durante a scalização também constataram que seis pro ssionais da UTI pediátrica estavam afastados por conta da covid, sobrecarregando, assim, a equipe e, além disso, há no local reúso de EPIs. TATI BELING/ALES
Luciano Machado (PV-ES) Projeto de Lei exige notificação de Síndrome de Down
TATI BELING/ALES
Sérgio Majeski (PSB-ES) Retorno às aulas no ES
Com base nas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), Majeski demanda à Sedu uma série de esclarecimentos para veri car a segurança de alunos e professores antes da reabertura das escolas. O deputado utilizou a sessão virtual de quarta-feira (24), da Assembleia Legislativa, para contrapor a suposta intenção do governo do Estado em retornar com as aulas presenciais da Rede Estadual de Ensino já em julho ou no começo de agosto. Para o parlamentar, não faz sentido reabrir escolas com o quadro atual de contaminação pelo novo coronavírus existente no Espírito Santo. No nal do dia, a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) informou que as atividades presenciais nas escolas estaduais serão retomadas com rodízio e escalonamento de alunos, mas ainda sem data con rmada. “Estamos encaminhando uma série de questionamentos à Sedu. A curva continua aumentando, o número de contaminados e mortes só cresce. Diante disso, é um despropósito falar de retorno das aulas presenciais. É claro que é preciso estudar esse retorno desde já, para organizar a rede de ensino. Mas esse momento poderia ser mais bem aproveitado para melhorar o material que é disponibilizado aos alunos, melhorar o acesso dos alunos em termos de tecnologia e capacitar os professores para essa nova demanda”, defendeu Majeski.
O deputado estadual Luciano Machado apresentou projeto de Lei (nº 163/2020) que obriga hospitais públicos e privados a noti carem o nascimento de crianças com síndrome de Down a instituições, associações especializadas e a ns. O PL reforça que ca a cargo de hospitais, maternidades e unidades de saúde realizar o registro de nascimentos. Está garantida por Lei Federal (13.685/2018) a noti cação compulsória de recém-nascidos com alguma anomalia ou malformação congênita. “A iniciativa visa garantir a ciência das entidades envolvidas no nascimento dessas crianças para posterior apoio às crianças e suas famílias. Com a orientação precoce aos pais e responsáveis, aumenta a qualidade de vida e agiliza a inserção social”, explica o deputado. O PL está em tramitação nas comissões de Justiça, de Saúde e Finanças. De acordo com o parecer, será enviada para análise do Plenário da Assembleia Legislativa. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Dary Pagung (PSB-ES) Assembleia analisará projeto para doação de alimentos processados Nas próximas semanas entrará na pauta da Assembleia Legislativa do Espírito Santo um projeto de lei que dispõe sobre a doação de alimentos preparados e que sobram nos restaurantes (a chamada sobra limpa), que hoje é quase nula no País. Com base na Lei Federal sancionada esta semana, que autoriza este reaproveitamento, o deputado Dary Pagung apresentou a proposta para detalhar a forma de saída de alimentos destinados ao consumo humano, por doação, nos estabelecimentos comerciais localizados no Estado.
14 SER ESPORTE
24 A 30 DE JUNHO DE 2020
LAÉRCIO FRAGA “LAU” fracaodesegundo@gmail.com (27) 99961-5323 Professor de Educação Física
Almir ICyborg Man, personal trainer nota 1000 “Porque ainda existe uma crença social de que o indivíduo deficiente é incompleto, diferente e menos apto para executar qualquer função ou gerir a própria vida”
Q
concedeu essa entrevista para Ser Esporte Você tem uma deficiência auditiva... Eu nasci ouvinte numa cidade no Centro de Brasília e, quando eu tinha cinco meses de vida, peguei uma pneumonia, com febre recorrente, e tive que tomar medicamentos muito fortes. A partir de um ano de idade, já estava de mudança da minha terra natal para Vitória/ES, quando minha mãe começou a descon ar que havia algo errado com minha audição, devido a várias tentativas de c o m u n i c a ç ã o, d e f a l t a d e respostas e ausência de percepções de barulhos ao redor. Até um ano e dois meses de idade, o que mais chamou a atenção da minha mãe, foi eu não acordar com barulhos que qualquer bebê da minha idade acordaria. Depois de muitos médicos, meus pais tiveram que me levar a
ARQUIVO PESSOAL
uando falamos em oportunidades, sabemos que elas são para poucos. O que dirá em relação às pessoas que têm a lgum t ip o de de ciência. Transp or te, di c uldade de deslocamento, falta de acessibilidade e, principalmente, falta de quali cação pro ssional são questões que levam algumas empresas a relutar quando o assunto é contratação para algum tipo de trabalho. Para que haja quali cação o caminho é árduo. Lutar contra o preconceito de que não é capaz, concluir etapas no âmbito escolar e conquistar um diploma universitário, dentre muitas outras. Almir Lopes Amado Junior, o “Almir ICyborg” como gosta de ser chamado, venceu todas essas barreiras e tornou-se um exemplo para muitos que buscam o seu lugar ao sol, independente da sua condição. Seu amor ao esporte e sua persistência zeram com que se
aprender a nomenclatura correta, ou seja, pré-lingual. Dos três até os nove anos, minha mãe
ARQUIVO PESSOAL
Catharina Villar Amado foi muito importante na minha vida. Ela fez um treinamento auditivo comigo para que eu d e s e nv o l v e s s e a f a l a c o m métodos que ela mesma criava, apesar de nunca ter se formado em fonoaudiologia. Ela pesquisou e estudou muito para se dedicar integralmente ao meu des envolv imento audit ivo. Depois de dez anos, z um tratamento que durou três anos com uma fonoaudióloga pro ssional. Hoje, sou um surdo que ouve, usuário da Tecnologia Impl ant e C o c l e ar ( ou v i d o direito) e aparelho auditivo convencional (ouvido esquerdo). Em ambos ouvidos, tenho perda auditiva neurossensorial profunda. O deficiente ainda é descriminado nos dias de hoje. Na sua opinião, por que isso ainda acontece? Hoje não se compara à década de 80. Apesar de estarmos no século 21, a discriminação ainda é velada. E o rótulo de “de ciente” remete a uma pessoa inválida e incapaz. E a cultura é de que, para ser aceito, deve-se ter um corpo perfeito e que siga os padrões impostos pela sociedade
f o r m a s s e e m Bacharel/Licenciatura de Educação Física. Através do seu trabalho na Prefeitura de Vitória e a um canal no YouTube, procura mostrar a outras pessoas que tudo é possível se você buscar conhecimento. Com essa linda história de superação e vitórias, ele
u m a c o n s u l t a d o otorrinolaringologista especializada em surdez, no Hospital Bonsucesso no Rio de Janeiro, onde fui diagnosticado com 'neurossensorial bilateral' severa a profunda causada por medicação ototóxica. Assim, deste então, sou considerado surdo de nascença, antes de
função ou gerir a própria vida. Mesmo que a pessoa de ciente tenha uma pro ssão promissora,
Você conseguiu se formar em um curso superior. A sociedade está preparada para acolher esses profissionais? P r o v av e l m e nt e a g r a n d e maioria não, porque ainda existe uma crença social de que o indivíduo com de ciência é incompleto, diferente e menos apto para executar qualquer
sempre há uma grande resistência para se tornar um gerente, chefe, diretor ou outro c argo i mp or t ante e m u ma empresa. Quanto aos meios de comunicação, as pessoas com alguma deficiência têm a atenção e o espaço que deveriam ter? Fa l ar s obre p e ss o a s c om
dia, que sou um pro ssional competente para aqueles que não me conhecem e que me olham como diferente at ravés d a comunicação orofacial (leitura labial) e pelo meu sotaque “surdo”. Sempre faço o meu melhor, transformando toda essa descon ança em algo positivo para superar todas as minhas di culdades, obstáculos e desa os. Você tem um canal no YouTube onde faz consultoria on-line como personal trainer. Quando e como surgiu essa ideia? Durante 11 anos da minha carreira, sempre trabalhei como personal trainer e outras atividades esportivas. Veio a pandemia mundial e tive que me ad apt ar às mud anç as p ara trabalhar em home office, por isso veio a ideia de trabalhar com consultoria on-line e também faço o trabalho de voluntário para ajudar os indivíduos e pessoas com de ciência para praticarem atividades físicas em casa durante a pandemia.
ARQUIVO PESSOAL
de ciência é amplo, abrange e engloba, em todas as leis regidas pelo Estatuto de Criança e Adolescente (ECA), Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com De ciência (LBI) e outras providências. Então, a partir do momento que se tem consciência de que ser diferente é normal, essa atitude de exclusão deve deixar de existir. Neste sentido, a l u t a d o s d e c i e nt e s é u m precursor ativista que faz algo e busca a sua necessidade de sobrevivência. Quais os seus maiores desafios na profissão de educador físico? O maior desa o é provar, todo
Você possui dois vínculos na Prefeitura de Vitória. Falenos sobre as suas atribuições? Antes da pandemia, atendia em dois espaços em funções distintas: na Academia Popular, que tem como objetivo proporcionar aos munícipes de Vitoria mais qualidade de vida e prevenção da saúde. No espaço de Natação Para desporto, o objetivo é a inclusão de pessoas com de ciência ou mobilidade reduzida. Qual é a importância da natação para uma pessoa com algum tipo de deficiência?
A natação para de cientes tem m terapêutico, recreativo ou competitivo, proporcionando uma melhora na saúde física e mental e, além disso, estimula o convívio externo e previne as enfermidades secundárias à de ciência. A natação paraolímpica brasileira é uma das mais vitoriosas em jogos olímpicos. Na sua opinião a que se deve esse sucesso? Segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o Brasil já conquistou 102 medalhas sendo 32 de ouro, 34 de prata e 36 de bronze na natação em Jogos Paralímpicos, que hoje é a segunda modalidade que mais medalhas deu ao Brasil, atrás ap e n a s d o at l e t i s m o ( 1 4 2 medalhas). Na minha opinião, é um grande avanço e marco na história brasileira, mas existem muitos pro ssionais que ainda estão sem patrocínios. É preciso ter mais recursos, mais espaços de treinamento como clubes, academias (treinamento de musculação), consultórios multiinterdisciplinar, dentre outras. Dessa forma atenderia melhor crianças, adolescentes e adultos. Deixe uma mensagem de otimismo para que as pessoas com alguma deficiência, lutem pelo seu espaço na sociedade Não bastam apenas palavras ditas e, sim, ter representatividade. Mostrar para a sociedade que nós construímos grandes histórias e não se deixar abater por suas limitações. Vá além disso e voe! Para nalizar, deixo aqui uma mensagem escrita por Neil Marcus: “A incapacidade não é uma luta ou coragem valente diante da adversidade. A de ciência é uma arte. É uma maneira engenhosa de viver”.
Ac o m p a n h e e s s e g r a n d e pro ssional no YouTube. Canal: Almir Lopes Amado Junior ou agende uma aula pelo telefone: (27) 98857-3312.
MEC revoga portaria que acabava com cotas para negros e índios O Ministério da Educação tornou sem efeito a Portaria nº 545/2020, publicada no último dia 18, que revogava a Portaria nº 13/2016, que estabelecia a n e c e s s i d a d e d e c r i a ç ã o, naquele ano, de políticas a rmativas nos cursos de pós-
graduação. A Portaria nº 559/2020, que torna sem efeito o ato da semana passada, foi publicada, nesta terça-feira (23), no Diário O cial da União. A portaria de 2016 estabelecia que, em um prazo
de 90 dias, as instituições federais de ensino superior deveriam apresentar propostas sobre inclusão de negros, indígenas e p ess o as com de ciência em seus programas de pós-graduação (mestrado, mestrado pro ssional e
doutorado), como políticas de ações a rmativas. A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal (MPF), no Rio de Janeiro, estava apurando a legalidade da revogação da medida. Com o
ato desta terça (23), a portaria volta a vigorar. Questionado, o Ministério da Educação informou que a Por t ar i a n º 1 3 / 2 0 1 6 “foi revogada com base no Artigo 8º, do Decreto nº 10.139/2019”, que obriga a anulação de
normas “cujos efeitos tenham se exaurido no tempo”. Em nota, a pasta acrescentou que a Lei nº 12.711/2012, em vigor, prevê a concessão de cotas e ações a rmativas exclusivamente para cursos de graduação.
GERAL 15
24 A 30 DE JUNHO DE 2020
Cinco frutas ideais para consumir no inverno Alimentos colhidos na época crescem e amadurecem no tempo certo. A chance de terem menos aditivos também é maior
Terreno baldio dará lugar a corredor de biodiversidade em Montreal Plano quer restabelecer habitats naturais na cidade canadense
ISTOCKPHOTO/GETTY IMAGES DIVULGAÇÃO
opção para consumo. A fruta ajuda a controlar a pressão sanguínea, combater o colesterol, melhorar os problemas digestivos e estimular as funções intestinais. Além de ser mais doce e menos ácida em comparação a outras, esse tipo reforça as defesas do organismo.
Optar por alimentos da época é a melhor maneira de consumir um produto fresco, saboroso e ainda poupar o bolso e o meio ambiente. Con ra uma lista de frutas cuja safra ocorre entre os meses de julho e agosto, assim como seus benefícios.
Laranja-lima Até o mês de setembro, esse tipo de laranja será a melhor
Kiwi Fruto originário da Ásia, mais precisamente do sul da China, sua combinação de vitaminas A e E reduz os riscos de doenças cancerígenas. Ele ainda possui vitamina B6, niacina, cálcio, magnésio, ferro e potássio e ajuda
Morango Na estação mais fria do ano a natureza oferece lindos morangos, que servem como base para saborosas receitas nos lares brasileiros. É nos meses de julho e agosto, em especial, que eles surgem nas prateleiras. Além do ótimo sabor, a fruta é rica em vitamina C, A, E, B6 e B5, o que ajuda a evitar problemas de pele,
ISTOCKPHOTO/GETTY IMAGES
Carambola Desde maio as carambolas já começaram a aparecer nas feiras e m e r c a d o s . At é a g o s t o a simpática fruta, com seu formato de estrela, será uma boa opção para levar para casa. Ela ajuda na retenção de líquidos, é fonte de v it aminas do complexo B, vitaminas A e C, além de fósforo, potássio e cálcio. A fruta também é poderosa no alívio dos sintomas da ressaca. Mas, assim como as bebidas devem ser ingeridas com moderação, essa fruta também não pode ser consumida em excess o. Iss o p orque foi descoberta uma substância chamada de “caramboxina”, que pode causar intoxicação, em especial, para quem tem problemas nos rins.
funcionamento do intestino. Além disso, ajuda na prevenção de diabetes, hipertensão e outras doenças cardiovasculares e ainda é mais adocicada que as cítricas em geral.
a controlar os níveis de colesterol no sangue. Mexerica Fr uta de baixa caloria, a mexerica possui vitamina A, C e complexo B. Ajuda a prevenir gripes e resfriados e também é rica em bras — o ideal é ingerila com o bagaço para auxiliar no
o sistema nervoso e combate o reumatismo. Entre os minerais, estão presentes: potássio, cálcio e ferro. Lembre-se: alimentos colhidos na época crescem e amadurecem no tempo certo. A chance de terem menos aditivos também é maior.
Iniciativa quer facilitar plantio de um trilhão de árvores no mundo CAMERON VENTI/UNSPLASH
biodiversidades da Mata Atlântica com árvores originais. Desde os incêndios orestais na Amazônia, em 2019, assim como na Austrália e na costa oeste dos Estados Unidos, milhões de dólares foram destinados a pro g r a m a s d e i n c e nt i v o à restauração das matas com a plantação de mais árvores.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) está apoiando uma iniciativa para coordenar, de forma técnica, a plantação de um trilhão de árvores no mundo. A ação, realizada pela plataforma
global TerraMatch, bene ciará a Mat a At l ânt i c a br a s i l e i r a , orestas do México, do Peru e de países africanos. No Brasil, governos locais e organizações parceiras estão cooperando para restaurar a
PRECISÃO
Contabilidade (27) 3228-4068
Após anos de construção e concreto, diversas cidades começam a buscar formas de atrair polinizadores. Ao menos os que entenderam que o futuro depende desses seres vivos. É neste sentido que uma experiência de um bairro em Montreal, no Canadá, quer transformar um lote vazio em um verdadeiro corredor de biodiversidade. O distrito de São Lourenço, onde o plano será aplicado, tem 70% do seu território coberto por asfalto. A região foi afetada pelo rápido crescimento de Montreal nos anos 60 e 70 e ainda hoje é ocupada por diversas atividades industriais e comerciais. Desde 2015, autoridades locais começaram a pensar em como trazer a natureza de volta e, por isso, lançaram um concurso de arquitetura paisagística. O corredor de biodiversidade levou a melhor. Quatro empresas — civiliti, LAND Italia, Table Architecture e Biodiversité Conseil — são resp ons áveis p elo proj eto vencedor. A “espinha dorsal” do projeto vencedor é uma faixa estreita de
terreno baldio localizada sob linhas de energia ao longo de três avenidas principais. De acordo com o plano, os gramados atualmente estéreis serão transformados em prados oridos que atrairão pássaros, insetos polinizadores e pequenos animais. A ideia é levar mais verde para o ambiente urbano reconectando espaços verdes existentes e futuros. Ao criar um corredor contínuo espera-se que animais e vegetação recuperem seu “habitat perdido”. O plano também inclui novas trilhas para pedestres e ciclovias, bem como áreas de atividade ou descanso para lazer de trabalhadores e residentes. “O f u t u r o c o r r e d o r n o s permitirá fazer a transição de
uma paisagem que foi muito modi cada pelos seres humanos, perdendo sua biodiversidade e resiliência, para uma natureza urbana abundante e diversi cada, conectada e ligada aos seres h u m a n o s”, a c r e d i t a A l a n DeSousa, gestor do distrito de São Lourenço. Transformar lotes vazios em espaços verdes é uma ideia tão simples como e ciente. Aqui no Brasil, muitos têm usado tais áreas para criar hortas comunitárias. É bonito, ajuda na segurança alimentar e serve até de terapia para alguns. Aliás, um estudo nos Estados Unidos já apontou que terrenos baldios transformados em áreas verdes podem ajudar a melhorar a saúde mental.
Estudo identifica nova linhagem do vírus zika em circulação no Brasil Análises genéticas revelam a presença de uma cepa africana nas regiões Sul e Sudeste. Descoberta alerta para necessidade de vigilância da doença causada pelo microrganismo Pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia descobriram uma nova linhagem do vírus da zika circulando no Brasil. O achado foi publicado em junho no periódico International Journal of Infectious Diseases. A introdução da nova cepa, do tipo africano, foi identi cada graças a u m a fe r r ame nt a d e monitoramento genético desenvolvida por pesquisadores vinculados ao Cidacs. O método consiste em ana lis ar s e quênci as g e n é t i c a s d e microrganismos disponíveis em bancos de dados públicos, p e r m it i nd o a o s c i e nt ist as compararem os genes do vírus avaliado com os que já foram descobertos anteriormente. " Pe g a m o s e s s e s d a d o s e analisamos, selecionamos as sequências do Brasil e mostramos a frequência desses
tipos virais ano a ano", explicou Artur Queiroz, coautor do estudo, em de cl araç ão à imprensa. "O principal achado é que vemos uma variação de subtipos e linhagens durante os anos, sendo que em 2019 há o aparecimento, mesmo que pequeno, de uma linhagem que
que, até 2018, o vírus da zika era majoritariamente (mais de 90%) cambojano. Essa proporção, entretanto, mudou em 2019, quando o subtipo da zika oriundo da micronésia passou a compreender 89,2% das sequências submetidas ao banco genético. Ainda assim, o que s u r pre e n d e u o s pesquisadores foi a identi cação do tipo africano do vírus zika por aqui. "A linhagem da África foi isolada em duas regiões diferentes do Brasil: no Sul, vindo do Rio Grande do Sul, e no Sudeste, no Rio de Janeiro", escreveram os autores do estudo. Para os pesquisadores, a descoberta serve como alerta para a vigilância da doença. Segundo Larissa Catharina C osta, uma das autora da pesquisa, estudos genéticos devem continuar sendo realizados a m de evitar um novo surto da doença com o novo genótipo circulante.
AGÊNCIA BRASIL
até então não era descrita circulando no País". De acordo com os cientistas, há duas linhagens do vírus zika: a asiática e a africana (sendo que essa é subdividida em oriental e ocidental). No novo estudo, os pesquisadores analisaram 248 microrganismos que foram encontrados no Brasil e notaram
16 MUNICÍPIOS
24 A 30 DE JUNHO DE 2020
Cariacica
Rio Bananal
Educação vai implantar tecnologia inovadora do Google em sala de aula CLÁUDIO POSTAY
Os alunos da rede municipal de Cariacica terão um grande aliado para ajudar no acesso ao aprendizado, quando as aulas voltarem a acontecer. O projeto Google Sala de Aula (Google Classroom) vai permitir que os alunos do Ensino Fundamental tenham acesso a algumas atividades em notebooks na escola e em seus dispositivos móveis com acesso à internet em
suas cas as. Já os p ais dos estudantes da Educação Infantil p o derão t rab a l har com as crianças, em suas residências, algumas atividades que os professores trabalharem na escola. Assim, Cariacica torna-se o primeiro município capixaba a implantar o sistema, que já é utilizado pelo Governo do Estado na rede de escolas estaduais.
Em Cariacica, o projeto vai atender 34 mil alunos do Ensino Fundamental I até a Educação de Jovens e Adultos. Somando-se aos alunos da Educação Infantil, 47 mil estudantes serão bene ciados. O projeto ainda não foi implantado pois as escolas não estão funcionando, devido à prevenção ao novo coronavírus. Porém, 3.527 educadores estão em formação on-line para poderem atender os estudantes na volta à aulas, desde o mês de maio. Sobre os alunos que não têm acesso à internet fora da escola, o secretário municipal de E ducação infor mou que o professor entregará o material relacionado ao que está sendo trabalhado no Google Sala de Aula impresso, para que eles também tenham acesso ao conteúdo.
Marechal Floriano
Secretaria de Interior de Transportes continua reforçando reparos nas estradas rurais no município DIVULGAÇÃO
Vila Valério
A Prefeitura de Marechal Flor i ano, p or meio d a S ecretaria de Interior e Transportes (Semit), está empenhada na recuperação de estradas do interior. Nos últimos dias várias estradas de acesso às localidades foram patroladas, cascalhadas e compactadas para melhorar os acessos dos produtores rurais. Essas obras estão sendo realizadas com o intuito de melhorar o escoamento da produção
incansavelmente para promover os reparos o mais breve possível.
agrícola, de transporte escolar e a circulação dos munícipes. As equipes estão trabalhando
PNEUS
WIX PNEUS 27
99501-7069 l 00000-0000
PNEUS - ALINHAMENTO - BALANCEAMENTO SUSPENSÃO - BORRACHARIA EM GERAL
Santa Teresa
O DER-ES informa que fará interdição na Rodovia ES-080 ( S a n t a Te r e s a x S a n t a Leopoldina) a m de executar
obras de manutenção preventiva. Esta interdição ocorrerá no dia 25/06 (quinta-feira) a partir das 08h
PNEU DUNLOP R1
PNEU DUNLOP SP TOURING R1
PNEU DUNLOP SP SPORT LM 704
PNEU DUNLOP SP SPORT LM 704
PNEU DUNLOP DIREZZA DZ 102
205/55 R16
225/45 R17
90
90
90
90
90
R$ 225,90 4 x
R$ 279,90 4 x
159,
R$ 179,90 4 x
R$
195, R$ 249, à vista
R$
R$
279,
R$ 299,90 4 x
R$
299,
à vista
195/60 R15
à vista
175/65 R14
à vista
175/70 R13 à vista
se estendendo até às conclusões das obras. Nesse período não será possível a passagem de nenhum tipo de veículo para a preservação e segurança de todos. O DER-ES com apoio da Prefeitura Municipal de Santa Te r e s a , S e c r e t a r i a d e Transportes, agradece a compreensão de todos e solicita o compartilhamento dessa informação a m de minimizar transtornos.
R$ 349,90 4 x
PROMOÇÃO VÁLIDA ATÉ 30/10/2019 OU ENQUANTO DURAR NOSSO ESTOQUE
Av. Adalberto Simão Nader, n° 709 - Bairro República - Vitória / ES (em frente a nova entrada do aeroporto, ao lado do Hotel Quality) Não jogue este impresso em vias públicas