Jornal Fatos & Notícias Ed. 357

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ANO X - Nº 357 08 A 15 DE JULHO/2020 SERRA/ES

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita

A degradação da Caatinga

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

8 As frutas no geral são ótimas opções para adicionarmos em nosso cardápio e o abacate é uma excelente dica Pág. 8 JORGE PACHECO

8 A pandemia de Covid-19 deu um novo impulso aos esforços da China para internacionalizar sua medicina tradicional Pág. 5 ANA MARIA IENCARELLI 8 Neste nosso tempo, a criança está muito exposta à ideia de morte. Mas a noção de morte faz parte de seu desenvolvimento cognitivo Pág. 10 HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 Nesta edição, a Coluna Olhar

ENVOLVERDE/CARTA CAPITAL

de uma Lente traz o Blog É Isso Aí, do jornalista Jorge Rodrigues Pacheco Pág. 12

ANA LUCIA 8 Que tal um caldo ou uma sopa para as noites frias? Além de nutrientes, a sopa traz histórias e tradições regionais Pág. 11

LAÉRCIO FRAGA “LAU” 8 Em comemoração à 40ª edição da coluna SerEsporte, entrevista especial com a jornalista Vivian Mesquita Pág. 14

DANIEL LOUZADA

8 A di culdade das pessoas com de ciência na prática de exercícios no período de isolamento social Pág. 8 SCUADRA EMBALAGENS/TWITTER

Chocolate amargo é opção para prevenir doenças do coração

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

O chocolate é rico em substâncias antioxidantes capazes de auxiliar na redução do colesterol ruim Pág. 8 Apesar do desmatamento ser uma das maiores ameaças aos ecossistemas brasileiros, a ação humana em áreas não desmatadas também pode trazer impactos ambientais significativos para os diferentes biomas. É o que alertam pesquisadores da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em estudo publicado no último dia 6 de julho na revista inglesa Journal of Applied Ecology. A pesquisa revela que a maioria das áreas não desmatadas da Caatinga está potencialmente

RJ inaugura posto de saúde para cães e gatos MARIANA RAMOS/PREFEITURA DO RIO

degradada por causa de ações humanas acumuladas ao longo de décadas ou séculos, o que os estudiosos nomeiam de perturbação antrópica crônica. Segundo a pesquisadora Marina Antongiovanni, a perturbação

antrópica crônica pode ser facilmente observada em campo. A pesquisa desenvolveu métodos para estimar o grau de perturbação antrópica crônica para toda a Caatinga, que ocupava originalmente mais de 800 mil km². Pág. 2

Chinesa SinoVac começa etapa final de testes da vacina contra covid-19

Tratamento desenvolvido no Brasil elimina vírus HIV de paciente Pág. 9

Crianças negras são mais vistas como "bravas" por professores em estudo GOOGLE IMAGENS

REUTERS/KOKI KATAOKA/DIREITOS RESERVADOS

Os serviços gratuitos incluem castração, atendimento clínico e cirurgias emergenciais Pág. 8

Idosos são os que mais têm depressão e acreditam em mitos sobre o tema Pesquisa revela que brasileiros maiores de 55 anos tendem a acreditar que o transtorno seja resultado de "falta de fé" e que pessoas "bemsucedidas" não possam ser depressivas Pág. 11

Pesquisa norte-americana também mostra que meninas negras são mais propensas a ser vistas como sentindo raiva (mesmo quando não estão) do que os meninos Pág. 11

Empresa está iniciando os testes da fase 3 de sua potencial vacina contra o novo coronavírus. Voluntários começarão a ser recrutados neste mês Pág. 9

Leilão do 5G é confirmado para o primeiro semestre de 2021 Pág. 6


2 MEIO AMBIENTE

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Caatinga apresenta degradação crônica em áreas sem desmatamento

Geleiras no Peru recuaram 51% em 50 anos devido às mudanças climáticas Aquecimento global causou o derretimento de geleiras nos Andes, segundo agência peruana. País tem mais de oito mil lagoas formadas pelo gelo das montanhas ARQUIVO TG

Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte mapeou o impacto crônico de atividades humanas em mais de 47 mil fragmentos do bioma brasileiro WIKIMEDIA COMMONS

O aquecimento global causou o derretimento de 51% da superfície das geleiras do Peru nos últimos 50 anos, o que causou a formação de novas lagoas, informou a Autoridade Nacional da Água (ANA). “O Peru perdeu 51% de sua superfície glacial nos últimos 50 anos devido aos efeitos das mudanças climáticas nessas reservas de água sólida”, indica um relatório da ANA. O s etor de Ava li aç ão de Geleiras e Lagoas da ANA (19482019) revela no relatório que

Apesar do desmatamento ser uma das maiores ameaças aos ecossistemas brasileiros, a ação humana em áreas não desmatadas também pode trazer impactos ambientais signi cativos para os diferentes bi om a s . É o qu e a l e r t am pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em estudo publicado no último dia 6 de julho na revista inglesa Journal of Applied Ecology. A pesquisa revela que a maioria das áreas não desmatadas da Caatinga está potencialmente degradada por causa de ações humanas acumuladas ao longo de décadas ou séculos, o que os estudiosos nomeiam de perturbação antrópica crônica. S egundo a pesquisadora Mar ina Antong iovanni, a perturbação antrópica crônica pode ser facilmente observada em campo. “Quando entramos em algumas áreas de caatinga, vemos trilhas e pegadas humanas, estradas de terra, troncos cortados à motosserra, pilhas de madeiras, gado, lixo e muitas outras coisas. Notamos também a ausência de árvores de grande porte e uma fauna d e p aup e r a d a . E m compensação, outras áreas de caatinga parecem bem c o n s e r v a d a s”, c o m e nt a a pesquisadora, que atualmente é subcoordenadora de Meio Ambiente da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) do estado do Rio Grande do Norte.

A p es quis a des envolveu métodos para estimar o grau de perturbação antrópica crônica para toda a Caatinga, que ocupava originalmente mais de 800 mil km². Como os pesquisadores não podiam visitar pessoalmente os mais de 47 mil fragmentos de caatinga que ainda existem, eles resolveram criar um índice matemático de perturbação antrópica crônica baseado em informações disponíveis em banco de dados o ciais, p er tencentes ao Inst ituto Brasi leiro de G e og ra a e Estatística (IBGE), ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e outros. Entraram nesta avaliação dados como a localização dos fragmentos de caatinga, a densidade populacional humana, a existência de estradas asfaltadas e de terra batida, de usinas eólicas e de criação de gado bovino, cabras e ovelhas, entre outros. Os resultados do estudo apontam que o nível e a causa de degradação dos fragmentos de caatinga variam muito dependendo da região. Os fragmentos da região norte e leste estão mais perturbados do que os da região sul e oeste. No litoral, a Caatinga é muito afetada pelo pastejo do gado bovino, enquanto a região norte, no estado do Ceará, é afetada pelas queimadas. A menor densidade de estradas na região leste ajuda a explicar a existência de grandes áreas de

caatinga ainda intactas no Piauí e na Bahia. Para os pesquisadores, o estudo lança luz sobre o fato da Caatinga sofrer de um problema crônico de degradação ambiental capaz de reduzir a sua biodiversidade, o que compromete o funcionamento do seu ecossistema. O pesquisador Eduardo Martins Venticinque, da UFRN, ressalta que “os efeitos da degradação ambiental da Caatinga podem levar à extinção de espécies, a alterações de ciclos geomorfológicos e até mesmo a alterações climáticas, acentuando os períodos de seca e de deserti cação de algumas áreas”. As populações que fazem uso destas terras seriam diretamente atingidas. A revelação de áreas intactas da Caatinga pelo estudo pode ser uma oportunidade para a conservação do bioma, alerta o pesquisador Carlos Roberto Fonseca. “Atualmente sabemos que a Caatinga possui centenas de espécies que não existem em nenhum outro lugar do mundo. Cabe ao governo federal e aos governos estaduais liderarem iniciativas para proteção de nossa biodiversidade, seja através de práticas de manejo adequados à Caatinga, restauração de seus ecossistemas ou expansão da rede de Unidades de C onser vação”, completa o pesquisador.

novas lagoas relacionadas ao recuo das geleiras foram identi cadas. “As geleiras são ecossistemas altamente sensíveis às mudanças climáticas. Nas últimas décadas, os efeitos foram mais evidentes, gerando uma redução notável na massa das geleiras e a formação de novas lagoas”, diz a ANA. O Peru tem mais de oito mil lagoas em suas 18 cadeias de montanhas cobertas de neve no país. O Glaciar Pastoruri, com 5.200 metros de altura e localizado na

região de Ancash (norte), uma das joias do turismo no Parque Nacional Huascarán, é o mais afetado, com mais de 50% de sua sup e r f í c i e d e r re t i d a p el as mudanças climáticas. “Entre 1980 e 2019, recuou mais de 650 metros, formando uma nova lagoa que tem contato glacial e continua a crescer”, acrescentou o relatório. As geleiras de Uruashraju e Yanamarey, também localizadas em Ancash, recuaram em média um quilômetro entre 1948 e 2019. O Peru possui um total de 2.679 geleiras que cobrem cerca de 2 mil quilômetros quadrados. Em nível nacional, a ANA rastreia 13 geleiras localizadas no centro e sul do país. O país sul-americano possui a maior cadeia de montanhas tropicais, 71% das geleiras tropicais do mundo, segundo a ANA.

Cientistas encontram microplásticos em frutas e vegetais Um estudo recente publicado no periódico cientí co Environmental Research revelou que microplásticos são absorvidos p e l a s f r ut a s e ve ge t ai s qu e comemos. De acordo com a pesquisa, cientistas descobriram que muitos dos alimentos que mais consumimos, como maçãs, cenouras, abacaxis, couve e repolho, estão contaminados com grandes quantidades de microplásticos. Entre as frutas e vegetais mais contaminados estão as maçãs e as cenouras. Esta nova revelação é motivo de preocupação, considerando a pres ença imp or t ante destes

produtos na nossa cadeia alimentar. Médicos normalmente recomendam que o consumo de frutas e vegetais é muito importante para a boa saúde. No entanto, a grande quantidade de microplásticos encontrada nestes alimentos pode comprometer estes benefícios e, pior, prejudicar o nosso corpo. A pesquisa destacou os prejuízos que a ingestão de plástico traz para adultos e crianças. Apesar do consumo de microplásticos por meio de frutas e vegetais ser menor quando comparado ao causado pela água engarrafada, ele é bastante preocupante.

Outro estudo publicado pelo Nature Sustainability, comprova que microplásticos podem ser absorvidos pelas raízes de pé de alface. Uma vez que o material é absorvido, ele é transportado para as partes que comemos por meio dos sistemas internos de uxo de água e nutrientes. Muitos grupos estão estudando o impacto dos microplásticos na saúde humana e diversas organizações cobram estas informações para que sejam elaboradas políticas de combate ao problema. De acordo com a f u n d a d or a d a P l a s t i c S oup Foundation (Fundação Sopa de Plástico), Maria Westerbos, a organização tem alertado para a presença de microplástico em peixes e outros animais marinhos. A Fundação está agora preocupada com a possibilidade de que que a carne também esteja contaminada. “Sabemos há anos sobre a presença de microplásticos em peixes e crustáceos, mas esta é a primeira vez que somos alertados sobre a contaminação de vegetais”, declara Westerbos. “S e este material está nos vegetais, está também em todos os animais que se alimentam de vegetais, o que signi ca a contaminação da carne, do leite e de produtos derivados”.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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CULTURA 3

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A intrigante coroação Circuito Cultural lança dos reis persas exposição fotográca Em Pasárgada, o candidato a novo Grande Rei deveria vestir o manto usado por Ciro e mascar galhos de terebinto

on-line em Vitória

WIKIMEDIA COMMONS

Fotos de paisagens de Vitória compõem a nova exposição dos alunos do Circuito Cultural DIVULGAÇÃO SEMC

FOTO: REPRODUÇÃO

Representação de Ciro, o Grande

O

mistério e a pompa que cercam os rituais, os trajes e as representações da monarquia têm um papel-chave em tornar protagonista a figura do monarca, de modo a distingui-lo de qualquer outro membro da comunidade. Dessa maneira, as mais diversas práticas análogas presentes no universo monárquico servem, não apenas para a criação da personagem do monarca, mas, também, para a tradução da ideologia do império e, assim, comunicar e convencer sua corte, seu heterogêneo corpo de súditos e o próprio rei da sua existência e natureza. Um exemplo claro dessa ideia está nos rituais monárquicos do antigo império persa (550-330 a.C.), no chamado Oriente Próximo, berço de monarquias despóticas na visão de gregos e romanos. A dinastia Aquemênida experimentou uma ascensão rápida sob a liderança de Ciro II. Seu projeto imperialista foi levado a cabo por seus descendentes, de modo que, em menos de um século, o império já se constituíra, tornando-se uma grande potência e tendo sob seus domínios as regiões da Babilônia e do Egito. Do pretendente ao

trono da Pérsia como Grande Rei era requerido passar por uma cerimônia real constituída por vários detalhes minuciosos e anedóticos, mas necessários para a transformação da figura do indivíduo como legítimo sucessor de Ciro. Esse ritual se passava em Pasárgada, antiga capital persa, fundada por seu patriarca, após o t r iunfo diante dos me dos. P l u t a r c o, e m s u a Vi d a d e Artaxerxes, descreveu o ritual sagrado pelo qual Artaxerxes, sucessor de Dario I, passou para assumir a legitimidade como novo rei persa. Segundo o relato, em Pasárgada, havia um grande templo dedicado a uma deusa associada à guerra, que de acordo com o biógrafo se assemelharia à deusa grega Atena, onde a cerimônia habitualmente acontecia. Para o ato, o candidato a novo Grande Rei deveria primeiro adentrar o templo com suas próprias vestimentas e, em seguida, já no interior do recinto, trocá-las pelo mesmo manto usado por Ciro, quando este ascendeu como rei. Na sequência, assim como teria feito Artaxerxes, o postulante à coroa deveria comer um pedaço de uma espécie de bolo de figos e

mascar lascas de galhos de terebinto, uma ár vore mediterrânea encontrada nas regiões das atuais Turquia e Síria. S e g u i n d o c om o pro c e s s o r itua líst ico, o ainda não consagrado rei beberia um copo de leite azedado, sobre o qual não há maiores informações. Sabe-se que o ritual ainda não estaria completo, e como nos deixou registrado Plutarco, a sequência seria desconhecida e proibida a qualquer um que não fizesse parte desse processo, muito menos a um estrangeiro, como um grego. Há a possibilidade de que a cerimônia seguisse sob a mesma lógica até aqui, isto é, mediante uma série de atos simples, mas simbólicos. No entanto, o próprio mistério constitui parte do processo de criação do imaginário que cercava o monarca, e isso deve ser considerado. Em qualquer caso, o que se torna evidente no ritual do rei persa (de acordo com a descrição de Plutarco) é a sua ligação direta com o fundador da dinastia, Ciro, cuja imagem refletida em seus sucessores desde a coroação se comportava como o elemento essencial para a legitimidade e, dessa forma, a garantia de prosperidade do império. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)

CÉLIA CASSOLI/FACEBOOK/AMIGOS DE BAIXO GUANDU

Foto Antiga do ES

Janeiro de 1979 uma das maiores enchentes do Espírito Santo e Minas Gerais. No dia 3 de fevereiro de 1979 essa ponte, que icava em Baixo Guandu, desabou

A criatividade, aliada às aulas on-line e à prática dos alunos do Nú c l e o d e F o t o g r a f i a d o Circuito Cultural, está rendendo bons resultados. Nesta semana, o espaço lançou a terceira exposição fotográfica on-line, desta vez, trabalhando diferentes tipos de fotografia. Os alunos ficaram livres para escolher o tipo de fotografia com que mais se identificavam. Houve trabalhos com f o t o j o r n a l i s m o, r e t r at o e fotografia de arte. O trabalho e s t á d i s p on í ve l e m v í d e o elaborado pela instrutora de fotografia, Ariane Piñero. "Esse exercício fotográfico já indica a inclinação deles por certos tipos de fotografia. Eles também exercitaram a parte de seleção do trabalho. Cada um escolheu as fotos que iriam fazer parte de sua série para essa exposição virtual coletiva", explicou Ariane. Desde o início de abril, as aulas dos espaços culturais da Secretaria Municipal de Cultura (Semc) ocorrem de maneira virtual por meio de vídeos no You Tu b e , a l é m d e out ro s

materiais disponibilizados aos alunos de maneira direta. Os instrutores realizam atendimentos ainda por aplicativos para aprimorar o conhecimento desenvolvido nas aulas on-line.

O Circuito Cultural é um projeto da Secretaria Municipal de Cultura (Semc) que busca p r o m o v e r, d a r a c e s s o e fortalecer a cultura e arte por meio de oficinas, apresentações e outras iniciativas.

Organização lança concurso para novos roteiristas LUCIANO DANIEL

A Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) abriu edital voltado para roteiristas estreantes que tenham criado uma história original e inédita para lmes de longa e curtame t r age m e s é r i e s . S e r ã o selecionados 45 roteiros, que participarão de formações e rodada de investimentos com produtoras brasileiras. O edital vai capacitar os roteiristas por meio de treinamentos com os Script Doctors, pro ssionais que

aperfeiçoam roteiros, além de promover conferências com grandes roteiristas do País. Os selecionados também c o nt a r ã o c o m u m a aj u d a nanceira que pode chegar a até R$ 15 mil, dependendo da categoria: longa, curtametragem ou série. O diretor e chefe da representação da OEI no Brasil, Raphael Callou, diz que o objetivo é revelar novos talentos,

que nunca tiveram a chance de ver seu roteiro produzido e apresentado em festivais, além de fomentar o mercado audiovisual brasileiro. A medida visa a motivar os roteiristas a colocarem em prática suas habilidades empreendedoras e vislumbrar um primeiro contrato pro ssional para que as obras sejam produzidas e assistidas por todos”, diz nota da OEI. Conforme a organização, após a formação, os roteiristas poderão participar também de evento promovido pelo Instituto de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros (Icab) com produtoras independentes do País. Outras informações e o edital completo estão disponíveis no site do site do concurso.

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4 EDUCAÇÃO

08 A 15 DE JULHO DE 2020

40% das escolas aplicam novas metodologias nas aulas digitais Informações são válidas apenas para São Paulo e compõem a pesquisa da ABED, 'Educação básica e a pandemia da covid-19' SHUTTERSTOCK

Em São Paulo, instituições de ensino fundamental e médio praticamente não perderam alunos durante o isolamento social, chegando a cerca de 1% o trancamento de matrículas. O impacto maior é na educação infantil, em que a evasão chega a 15%, revela a pesquisa Educação básica e a pandemia da covid-19, da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), feita de 25 de maio e 9 de junho, com 206 escolas privadas de 74 municípios do estado de São Paulo, das quais 187 oferecem educação infantil, 178 ensino fundamental I, 147 ensino fundamental II e 111 ensino médio. Apresentamos a seguir, os principais dados coletados. Diante dos desa os nanceiros, como, por exemplo, o aumento da inadimplência que cou entre 25% e 50% a mais do que as escolas estão acostumadas, 16% delas demitiram funcionários administrativos e 17% demitiram professores do ensino f und ament a l I. As es col as também recorreram à suspensão

temporária do contrato de trabalho e redução da carga horária. As funções mais preservadas foram a de gestores (houve até contratação) e de professores do ensino f undament a l II e mé dio. Contudo, cerca de 60% das escolas não demitiram e não pretendem demitir esses colaboradores. Aliás, as instituições que cobram mensalidades mais altas tiveram um pouco menos de e v a s ã o. A i n d a s e g u n d o a pesquisa, quanto mais conteúdo as escolas continuaram trabalhando mesmo durante o i s o l a m e nt o s o c i a l , m e n o s abandono escolar sofreram. Em relação ao processo de aplicação da educação digital — todas as escolas ouvidas estão com ensino síncrono — os professores do fundamental I e ensino médio receberam mais apoio sobre o uso das ferramentas e melhores práticas do que os demais. Dos gestores de educação infantil, 44% associam as suas di culdades ao baixo

comprometimento dos pais com a educação dos lhos. Uma vez que ofereceram, principalmente, atividades ao vivo e 64% das escolas esperava de um a três horas de dedicação dos pais por dia. Entretanto, a pesquisa pontua que vale a re exão se a família não se sentiu atendida ou se, de fato, não está comprometida.

Já no ensino fundamental e médio, tendo os alunos uma presença acima de 75% nas aulas e atividades online, os gestores acreditam que os pais com lhos nessas etapas escolares estão satisfeitos com o que está sendo oferecido. Ainda assim, 32% das escolas com fundamental I relatam, principalmente, a di culdade de encontrar

metodologias adequadas para o nível escolar e 21% das que oferecem fundamental II e 29% das escolas de ensino médio r e l at a m d i c u l d a d e s p a r a equilibrar as contas, apesar destes te re m s i d o o s n íve is mais p oup a d o s d e c or te s e qu e receberam mais investimentos. A pesquisa também revela que apenas 19% das instituições

acreditavam que a tecnologia escolar era essencial para o futuro – mesmo 74% utilizando aplicativos de comunicação com os pais — e 55% ofereciam algum tipo de conteúdo digital para os seus alunos antes da pandemia. Apenas em torno de 40% das instituições desenvolveram novas metodologias para este momento, no entanto, a maior preocupação dos gestores no préisolamento foi como desenvolver novas metodologias, apropriadas para o ensino remoto. Com base nas informações coletadas, o relatório a rma que a necessidade de adotar novas metodologias, com mudança de práticas docentes e prioridades letivas, além de desenvolvimento de habilidades socioemocionais e habilidades do século XXI, apesar de percebidas como necessárias, de modo geral, ainda não foram colocadas em prática. A pesquisa Educação básica e a pandemia da covid-19 contou com a parceria do Instituto Casagrande e o SIEEESP.

Como retomar o processo de ensino-aprendizagem Nem todos os alunos acumularam a mesma evolução escolar durante o período em que estiveram fora das salas de aula que as escolas se preparem com políticas, planos de ação e procedimentos, com o aval dos órgãos o c i a i s d e g ov e r n o, a d ap t a n d o estr uturas f ísicas e capacit ando

O foco deve ser garantir a retomada do processo de ensino-aprendizagem, oferecendo segurança sanitária a colaboradores, alunos e suas famílias. Também é preciso responder questões

ensino a distância para um grupo especí co de alunos; a logística de acesso; transporte, entre outros. Durante a reabertura, o trabalho deve também abordar ações pedagógicas,

pro ssionais, tanto de áreas administrativas, quanto pedagógicas.

como: quais turmas devem voltar primeiro; se será possível manter o

reforçando métodos de ensino a l t e r n at i v o s , q u e c o m b i n e m o s

SHUTTERSTOCK

A curva de contágio pela covid-19 descendente em um número crescente de países começa a provocar também nos educadores brasileiros a esperança de ver as escolas reabertas com a aprendizagem presencial retomada. Evidentemente, nada será como antes, e muitos cuidados serão necessários para evitar o contágio, pelo menos até que exista uma vacina contra o novo coronavírus — e ninguém sabe quando isso ocorrerá. O fato é que pelo menos 1,5 bilhão de crianças e adolescentes voltarão às aulas em todo o mundo. Da mesma forma como p ar t icip ou do p er ío do de isolamento, propondo recomendações e alternativas de educação virtual, a Unesco promove agora o diálogo sobre a preparação e o planejamento para a reabertura das escolas, divulgando documentos e promovendo webinares internacionais. A partir do compartilhamento de informações e um amplo planejamento, é possível destacar alguns dos desa os comuns a serem antecipados, baseados em or ient açõ es d a Organizaç ão Mundial da Saúde, Unicef e Banco Mundial, considerando inicialmente a reabertura das escolas em três etapas distintas. Antes da reabertura, a Unesco orienta

conteúdos abordados por meio do ensino a distância com o trabalho presencial e levem em conta que nem todos os alunos acumularam a mesma evolução escolar durante o período em que estiveram fora das salas de aula. Com as escolas abertas, o desa o das instituições, segundo a Unesco, será monitorar os indicadores de saúde, a m de oferecer meios para o bem-estar e a proteção de toda a comunidade escolar, bem como realizar ajustes permanentes de planos estratégicos, ações de logística e métodos de ensino, a partir de diretrizes o ciais dos órgãos de governo. As orientações da Unesco, em inglês, e s t ã o d i s p on í v e i s e m (https://en.unesco.org/news/backschool-preparing-and-managingreopening-schools). O trabalho de reabertura das escolas, um momento aguardado por todos nós, será um processo lento, gradual e sem verdades absolutas. A cada dia, novas decisões. Portanto, a união de todos nós, educadores dispostos a compartilhar ações, ideias e os valores da Unesco, ajudará a escrever os próximos capítulos de um novo normal, que assume a reinvenção de métodos de ensino, mudanças nas relações sociais, mas que preserva e protege um bem comum universal: a educação.


POLÍTICA 5

08 A 15 DE JULHO DE 2020

Jorge

Analista Político

Pacheco

Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com

“A política é uma guerra sem derramamento de sangue, e a guerra uma política com derramamento de sangue//Somos a favor da abolição da guerra, não queremos a guerra. Mas a guerra só pode ser abolida com a guerra. Para que não existam mais fuzis, é preciso empunhar o fuzil”, Mao Tse-Tung GETTY IMAGES/BBC

e Tai Chi. É muito popular na China, sem distinções geracionais, embora seu uso seja ocasionalmente objeto de intenso debate na internet. Especialistas dizem que a China está tentando expandir a atratividade da sua medicina tradicional dentro e fora de suas fronteiras. No entanto, muitos pro ssionais treinados na medicina ocidental são céticos quanto à sua utilidade. A Comissão Nacional de Saúde da China possui um c apítu l o e sp e c i a l s obre a

Brasil não tem status especial, diz secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo afirma que país está "avaliando métricas" para determinar quando será seguro permitir novamente entrada de brasileiros nos EUA

REPRODUÇÃO

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, a rmou na quarta-feira, 8, que a relação com o Brasil não é diferente da que os EUA têm com outros

remédios possam ser considerados seguros. O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos a rmou que, embora a medicina tradicional chinesa possa ajudar a aliviar os sintomas da covid-19, sua e cácia geral contra o coronavírus não está comprovada. "Não há e vidências s ólidas para a medicina tradicional chinesa e, portanto, seu uso não apenas não é justi cado, mas também perigoso", disse recentemente Edzard Ernst, pesquisador de

amostras de produtos usados na medicina tradicional no ano passado. Apesar dos esforços persistentes de Pequim para internacionalizar a medicinal tradicional chinesa, muitas pessoas fora da China ainda não a conhecem. Os críticos dizem que a China está usando a pandemia como f o r m a d e p ro m ov ê - l a n o exterior, algo que a imprensa o cial nega. No entanto, a China tem enviado suprimentos e especialistas em medicina tradicional chinesa, junto com medicamentos e equipamentos convencionais, para África, Ásia Central e Europa. "Estamos prontos para compartilhar a 'experiência chinesa' e a 'solução chinesa' para o tratamento da covid-19 e informar mais países a entender e usar a medicina chinesa", disse Yu Yanhong, uma das principais pessoas responsáveis p ela Administração Nacional de Medicina Tradicional Chinesa. Ya n h o n g a c r e d i t a q u e a promoção da medicina GETTY IMAGES/BBC

a ampla adoção desse tipo de medicina. Em maio, autoridades suecas testaram amostras de Lianhua Qingwen e descobriram que elas continham apenas mentol. Além dessas controvérsias, a covid-19 colocou em evidência os vínculos dessa indústria com o comércio de animais silvestres. A Comissão Nacional de Saúde da China foi criticada após recomendar injeções contendo pó de bile de urso c o m o t r at a m e nt o p a r a o coronavírus. Pequim proibiu recentemente o uso de pangolins, uma espécie ameaçada cujas escamas são usadas na medicina tradicional.

AJUFE

países na restrição de viagens. O governo americano anunciou, em 24 de maio, a proibição da entrada de brasileiros. "A relação com o Brasil não é diferente. Estamos avaliando métricas que vão determinar quando é apropriado e seguro", disse. " Va m o s t om a r d e c i s õ e s baseadas em ciência e razão, não em política", disse Pompeo.

A pandemia de Covid-19 deu um novo impulso aos esforços da China para internacionalizar sua medicina tradicional. Ao mesmo tempo em que várias equipes cientí cas ao redor do planeta tentam desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus, Pequim vem promovendo o uso da medicina tradicional chinesa para tratar pessoas infectadas. Um documento publicado recentemente pelo governo chinês diz que 92% dos casos de covid-19 no país haviam sido tratados com esse tipo de medicina. A medicina tradicional chinesa é uma das práticas médicas mais antigas do mundo e inclui uma ampla g am a d e t r at am e nto s , d e misturas de ervas à acupuntura

medicinas alternativas, à revista Nature. Apesar disso, a medicina tradicional chinesa continua a crescer no seu país de origem, e há uma demanda crescente por ela no mercado internacional. O governo chinês estimou no ano passado que a indústria da medicina tradicional poderia chegar a US$ 420 bilhões (R$ 2,2 trilhões) até o nal de 2020. O presidente chinês, X i Jinping, é considerado um "verdadeiro fã" dessa prática antiga, que ele chamou de "tesouro da civilização chinesa". Ya n z h o n g H u a n g , pesquisador sênior de saúde pública do Council on Foreign Relations, um centro de estudos em Washington, nos Estados Unidos, observa que "questões de e ciência e segurança afetam o setor da medicina tradicional

tradicional chinesa argumentam que seu uso não tem consequências negativas, mas os especialistas dizem que é necessário um exame cientí co rigoroso antes que esses tipos de

chinesa e que a maioria dos chineses ainda prefere a medicina moderna". O Instituto Nacional Chinês para Controle de Alimentos e Medicamentos encontrou toxinas em algumas

GETTY IMAGES/BBC

Coronavírus: como a China impulsiona sua questionada medicina tradicional na pandemia

medicina tradicional em suas recomendações para o tratamento do coronavírus, e a imprensa o cial tem destacado seu suposto papel na resposta a epidemias anteriores como a de Sars, em 2003. A m e d i c i n a t r a d i c i on a l chinesa abrange uma ampla gama de tratamentos, desde toterapia até acupuntura. Seis remédios da medicina tradicional chinesa foram anunciados como tratamento para a covid-19. Os dois mais i mp or t ante s s ã o L i an hu a Qingwen, que contém 13 ervas como Forsythia suspensa e raiz de ouro (Rhodiola rosea), e Ji n hu a Q i n g g a n , q u e f o i desenvolvido durante o surto de H1N1 em 2009 e é formado por 12 componentes, incluindo hortelã, alcaçuz e madressilva. Os defensores da medicina

tradicional chinesa no exterior equivale a impulsionar o "so power" da China, ou seja, a capacidade de persuasão e atração da China. "A nar rat iva o ci a l que apresenta a medicina tradicional chinesa como e caz contra a covid-19 também serve para promover a superioridade da abordagem anticovid-19 da China, numa época em que os esforços ocidentais parecem ser ine cazes em conter a propagação do vírus", ele apontou. A popularidade da medicina tradicional chinesa na África cresceu nos últimos anos. O a l c a n c e i nt e r n a c i on a l d a medicina tradicional chinesa aumentou no ano passado depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) a reconheceu formalmente, após anos de esforços e lobby da China. A decisão foi criticada p e l a c omu n i d a d e m é d i c a internacional. A OMS foi então envolvida em uma polêmica após remover avisos sobre o uso de remédios tradicionais para tratar a covid19 em suas recomendações nos idiomas inglês e chinês. A falta de padrões e a ausência prática de estudos clínicos di cultaram

Centenas de milhares de pangolins foram abatidos para us o d e su as e s c amas no s t r at ame nto s d a me d i c i n a tradicional chinesa. Os defensores da vida selvagem estão preocupados com o fato de a crescente popularidade da medicina tradicional chinesa levar a um aumento no trá co ilegal de vida selvagem.

"Mesmo que essas espécies ameaçadas tenham algum valor como tratamento, devemos usar plantas como alternativas nas prát icas da me dicina tradicional chinesa", disse à BBC Lixing Lao, professor honorário da Faculdade de Medicina da Universidade de Hong Kong. Enquanto iss o, alguns esforços da imprensa o cial e das autoridades para promover a medicina tradicional chinesa parecem ter saído pela culatra. Funcionários da província de Yunnan despertaram raiva do público em março, depois que foi relatado que estudantes eram obrigados a tomar uma sopa de medicamento tradicional como pré-requisito para voltar à escola. Ma i s re c e nt e m e nt e , u m rascunho de uma regra em estudo pelo governo da cidade de Pequim, que visa punir as pessoas que "difamavam" a medicina tradicional chinesa, atraiu duras críticas on-line. "A ciência pode resistir ao questionamento. Se a medicina tradicional chinesa não pode s er questionada, então, a medicina tradicional chinesa não é ciência", comentou um usuário do Weibo. Lao acredita que a única maneira de a medicina tradicional chinesa ser aceita globalmente é "por meio de evidências cientí cas, e não por meio de propaganda".


6 TECNOLOGIA

08 A 15 DE JULHO DE 2020

Leilão do 5G é confirmado Mexicana cria plástico de para o primeiro semestre casca de laranja que se decompõe em 90 dias de 2021 Pandemia atrapalhou a finalização todos os testes de campo necessários para impedir possíveis interferências da tecnologia em outros serviços, de acordo com o ministro das Comunicações, Fábio Faria

Material flexível e transparente é alternativa ao plástico convencional DIVULGAÇÃO

GRUPO TELLUS

O tão aguardado leilão para a implantação de redes 5G no Brasil foi adiado para o primeiro semestre de 2021. Segundo o ministro das Comunicações, Fábio Far ia, p or cont a da pandemia, não foi possível nalizar todos os testes de campo necessários para impedir possíveis interferências da tecnologia em outros serviços. Ele acredita que o debate sobre a implementação da tecnologia será necessário e se alongará para o ano que vem. "Tenho certeza que este ano não dará mais para fazer este leilão. Isso ca para 2021", declarou o ministro em entrevista à rádio Jovem Pan na última sexta-feira (3). Far i a arg u me ntou qu e o governo precisa fazer o dever de casa, junto com a Anatel, de coletar informações para que o presidente Jair Bolsonaro tome a decisão sobre os caminhos que o Brasil tomará para implementar a tecnologia. "Cabe a mim receber todas as demandas, receber os players importantes do setor para saber sobre transparência, questões de

investimentos, questões de preços para posteriormente levar para o Presidente da República. Levar de uma forma para que ele escolha. Todos os presidentes dos países têm o direito de escolher o caminho que o país deve seguir", a rmou. Na última semana de junho, o presidente da Anatel, Leonardo Euler, já havia dado como certo que o leilão de 5G não seria realizado ainda neste ano. Segundo ele, dentre os problemas do adiamento está o teste de convivência da faixa de 3,5 GHz em 5G com serviços de TV parabólica, ainda incompletos devido à pandemia do coronavírus.

"Estamos trabalhando [para realizar o leilão] ainda no primeiro semestre, na melhor das hipóteses, no primeiro trimestre", declarou o presidente da Anatel. "Claro que ainda têm testes de campo para fazer", comentou. Vale lembrar que, embora a Claro tenha anunciado, no início do mês, o lançamento de rede 5G comercial utilizando compartilhamento dinâmico de espectro (DSS, na sigla em inglês), a própria operadora fala que ainda será necessário ter as frequências previstas no leilão para implantação em larga escala e com todo potencial da tecnologia.

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Folhas e cascas de alimentos têm s e m o s t r a d o e c i e nte s n a produção de materiais biodegradáveis. São muitos os usos de subprodutos da indústria para a fabricação de alternativas aos plásticos convencionais. No México, por exemplo, uma estudante venceu um concurso nacional ao produzir bioplástico a partir de resíduos de laranja. Totalmente biodegradável, o material é feito com a casca e o bagaço da laranja — material abundante em seu país. “No Oceano Pací co, há um grande acúmulo de lixo plástico, do tamanho da França. Por outro lado, as projeções apontam para o fato de que, em 2050, haverá mais resíduos plásticos no mar do que peixes. Vinculei isso a uma grande oportunidade, especialmente para o nosso país, o quinto maior produtor de laranja do mundo”, a rma Giselle Mendoza, aluna do

setor de embalagens e até na biomedicina. Mas este último é um objetivo que ainda carece de mu i t o d e s e nv o l v i m e nt o e p e s qu is a , a c u r to pr a z o a intenção é substituir as embalagens PET. O que por si só já é uma grande meta. A alternativa ao plástico convencional é um material exível e transparente que se decompõe em 90 dias quando exposto à matéria orgânica. Enquanto não é comercializado, a pesquisa do produto é tocada pela startup Geco, fundada por Giselle em 2018 — na época com apenas 21 anos. O projeto rendeu à mexicana o terceiro lugar no Prêmio Santander de Inovação Empresarial de 2019, além do pr i m e i ro lu g ar n o G l o b a l Student Entrepreneur Awards (GSEA) no México.

I n s t i t u t o Te c n o l ó g i c o d e Mo n t e r r e y e c r i a d o r a d o bioplástico. Segundo Giselle, o México produz um volume médio anual de 4,5 milhões de toneladas de laranja, porém de 40% a 65% são descartadas como lixo. Em entrevista à Forbes, Giselle contou que fez parcerias com produtores para garantir um custo quase zero das matériasprimas ou a preços baixos por tonelada. Também ressaltou que a l ar anj a é abu nd ante e m diversas regiões do mundo e que, por isso, surgiram interesses de outros países no material. A laranja também foi escolhida por sua grande quantidade de celulose, que pode ser extraída até para fazer tecidos. Além disso, ainda foram consideradas suas propriedades curativas e nut r it i v a s . Por i s s o, h á o potencial de aplicar seu bioplástico na agricultura, no

Nasa cria colar que vibra quando a Cabanas autossucientes pessoa tenta tocar promovem imersão e o próprio rosto conexão com a natureza A agência espacial está disponibilizando gratuitamente as instruções e o código para criar o dispositivo, reforçando métodos de prevenção à Covid-19

Localizadas às margens do Araguaia, as cabanas têm sistemas independentes de energia limpa, compostagem e saneamento

NASA

usuár io de to car o rosto. Felizmente, ele não se parece em nada com o colar elizabetano (ou cone da vergonha) usado por cães ou gatos. Para reforçar medidas como a lavagem de mãos, o uso da máscara e o distanciamento

Um d o s d e s a o s qu e e s te período de isolamento social traz é a falta de contato com a natureza. Quem está nas grandes cidades, cumprindo a quarentena em apartamentos e casa, sente falta de colocar o pé na terra, de tomar sol e estar ao ar livre.

Uma boa sugestão para esta reconexão com a natureza, a quem não se importa em manter um certo isolamento, são estas cabanas ecológicas, localizadas na Fazenda do Futuro Ecoaraguaia, ao lado do Parque Estadual do Cantão, importante reserva ambiental nacional e às

margens do Rio Araguaia. O projeto da Arquitetura Rural, pioneira no planejamento de propriedades rurais no Brasil, tem como proposta uma imersão profunda na oresta, seu ritmo e elementos. A s c a b a n a s s ã o autossu cientes: os sistemas de água e saneamento permitem a ciclagem de nutrientes e o sistema de energia provém de fontes renováveis, como o sol e a força das correntes do rio. REPRODUÇÃO/CICLOVIVO

Tocar no próprio rosto sem higienizar as mãos pode ser uma via perigosa para a entrada de microrganismos nocivos ao nosso corpo — principalmente durante a pandemia de Covid19. Pensando nisso, a Nasa criou o Pulse, um colar que impede o

REPRODUÇÃO/CICLOVIVO

social, uma equipe do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa desenvolveu o dispositivo vestível impresso em 3D que pulsa ou vibra quando o usuário tenta aproximar as mãos do rosto. Vale reforçar que o uso do colar não dispensa qualquer uma dos métodos preventivos contra o novo coronavírus citados acima. O colar, que possui uma tecnologia fácil, simples e acessível, foi criado para ser usado por qualquer pessoa. É possível fabricá-lo a partir da lista de peças, arquivos STL e instruções de montagem que estão disponíveis em códigofonte aberto no GitHub da Nasa.


CIÊNCIA 7

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Ancestral dos dinossauros Estudo reforça que descoberto na África cabe pedras do Stonehenge na palma da mão foram transportadas Espécie que viveu em Madagascar há aproximadamente 237 milhões de anos tinha apenas 10 centímetros de altura; descoberta muda concepção sobre a origem dos animais pré-históricos

por terra

FRANK IPPOLITO/AMNH

Nova análise reitera que matéria-prima do monumento não foi levada pelo Canal de Bristol, conforme apontam teorias já amplamente aceitas JACK B./UNSPLASH

Cientistas americanos zeram uma descoberta capaz de mudar totalmente a nossa concepção sobre os dinossauros. Ao analisar os ossos da espécie Kongonaphon kely, que signi ca "pequeno matador de insetos", eles con rmaram que o ancestral poderia caber na palma da mão, por ter o tamanho de uma xícara de café. O pequeno dinossauro, que viveu em Madagascar, na África, há aproximadamente 237 milhões de anos durante o período Triássico, tinha apenas 10 centímetros de altura. Os cientistas dizem que K. kely pertencia ao antigo grupo Ornithodira: o último ancestral comum de todos os dinossauros e pterossauros. "Existe uma percepção geral dos dinossauros como gigantes", disse o paleontólogo Christian K a m m e r e r, d o M u s e u d e Ciências Naturais da Carolina do Norte. "Mas este novo animal está muito próximo da divergência de dinossauros e pte ro s s au ro s , e é surpreendentemente pequeno". O que intriga é como essas criaturas colossais evoluíram de

origens tão despretensiosas? A resposta nunca foi totalmente clara, uma vez que relativamente poucos espécimes da linhagem raiz de Ornithodira já foram descobertos e estudados. É por isso que os ossos antigos do "matador de insetos" são tão importantes. Eles foram encontrados pela primeira vez em 1998, durante um trabalho de campo em um local fóssil no sudoeste de Madagascar, junto com os restos de centenas de outros espécimes antigos. "Demorou algum tempo até que pudéssemos focar nesses ossos, mas, quando o zemos, cou claro que tínhamos algo único e que merecia uma olhada mais de p er to", a rmou o paleontólogo John Flynn, do Museu Americano de História Natural. K. kely é a menor espécie conhecida de uma família de dinossauros chamada Lagerpetidae. Sabe-se que esses primeiros exemplos de Ornithodira são pequenos, mas com as recentes descobertas, como o "pequeno matador de insetos", os pesquisadores estão chegando à ideia de que a

pequenez desses espécimes não é um mero acidente. "Embora dinossauros e gigantismo sejam praticamente sinônimos, uma análise da evolução do tamanho do seu corpo demonstra que os membros mais antigos do grupo podem ter sido menores do que se pensava anteriormente, e que um profundo evento de miniaturização ocorreu perto da base da linhagem de aves", escreveu a equipe em um novo artigo. Os cientistas trabalham com a possibilidade de que esses ancestrais menores de dinossauros e pterossauros tenham adaptado seu pequeno corpo para "invadir zonas não ocupadas anteriormente por arssacouros" como uma espécie de vantagem evolutiva, bem como para desenvolver outras características para a sobrevivência de seus descendentes. Essa é mais uma prova de que ainda há muitos segredos em nosso planeta a serem desvendados.

Astronautas lagram cometa com cauda extremamente brilhante FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) capturaram, no último sábado (4), o momento em que um cometa deu um show de luzes acima da atmosfera da Terra. Chamado de Neowise — ou C/2020 F3 — o cometa apareceu pela primeira vez em março deste ano, mas ainda não era tão visível no céu. Na época, os astronautas não sabiam que isso mudaria. Contudo, com o passar do tempo, o brilho do cometa foi cando cada vez mais intenso, a ponto de ofuscar a luz de outros dois cometas mais

recentes. Bob Behnken, um dos astronautas da Nasa enviados ao BOB BEHNKEN

espaço a bordo da nave Crew Dragon, da SpaceX, tuitou as fotos que registrou no último sábado (4). "Os fogos de artifício de ontem à noite, de verdade", escreveu Behnken, em alusão ao

festival de fogos que encheu o céu dos Estados Unidos no mesmo dia, em comemoração à independência do país. Além de Behnken, o astronauta russo Ivan Vagner, um de seus colegas na ISS, também fotografou o cometa viajando sobre a atmosfera azul da Terra. Va g n e r c o m e n t o u particularmente sobre a parte que m a i s c h a m a a at e n ç ã o e m Neowise: sua cauda extremamente brilhante s e comparada ao rastro deixado por seus primos rochosos, os asteroides.

Os blocos de pedra que compõem o Stonehenge, localizado em Wiltshire, no sul da Inglaterra, foram transportados até lá por via terrestre, segundo análises mineralógicas realizadas por cientistas britânicos. A conclusão está publicada na edição de agosto do Journal of Archaeological Science e vai contra a teoria amplamente aceita anteriormente de que a matéria-prima do monumento teria sido levada do País de Gales para Wiltshire através do Canal de Bristol. Construído entre 3000 e 2000 a.C., o monumento teria sido criado usando uma mistura de p edras lo cais e de origem distante. Um exemplo seria a Pedra do Altar, um bloco de dois metros de largura que pesa cerca de 5,5 toneladas e está parcialmente escondido sob duas outras pedras do monumento. Sua composição teria origem em uma pedreira em Milford Haven, no noroeste do País de Gales. O novo estudo, ent ret anto, indica que a composição de minerais da

Pedra do Altar não combina com a matéria-prima dessa pedreira, mas, sim, com o mater i a l presente na área onde hoje encontra-se a cidade de Abergavenny, à leste do país. Alguns dos cientistas que participaram do novo estudo já te or i z av am qu e a s p e d r a s "estrangeiras" de Stonehenge não eram da pedreira no País de Gales. Em um artigo publicado na Antiquity em 2019, a equipe defendia que a matéria-prima não fora extraída de Milford Haven. "A ideia era que [os blocos] foram arrastados pelas encostas do sul de Milford Haven e depois transportados de balsa pelo estuário de Severn e pelo rio Avon até a planície de Salisbury", relatou Rob Ixer, que participou

de ambos os estudos, em uma entrevista concedida à época ao e Guardian. "Em vez disso, acreditamos agora, e parece bastante provável, que as pedras foram transportadas manualmente". De acordo com a nova teoria, a Pedra do Altar teria sido coletada em Abergavenny e transportada pelo estuário do rio Severn, uma região movimentada à época. Para chegarem a uma conclusão mais precisa sobre a rota dos antepassados, porém, os pesquisadores ressaltam que é essencial con rmar de onde veio a Pedra do Altar — o que ainda não aconteceu. "Quando a fonte for localizada, as implicações para as rotas de transporte poderão ser exploradas", escreveram os autores do estudo.

Cientistas criam arroz com poder de baixar a pressão arterial de ratos Cientistas da Academia Chinesa de Ciências estão desenvolvendo um tipo de grão transgênico que contém peptídeos anti-hipertensivos Comer um pouquinho de arroz ao invés de tomar remédios para diminuir a pressão arterial. Será? Se depender dos cientistas da Academia Chinesa de Ciências, isto será possível em breve: eles estão desenvolvendo um tipo de grão transgênico que contém vários peptídeos antihipertensivos. S e g u nd o u m e stu d o publicado na edição de junho do periódico Journal of Agricultural and Food Chemistry (Revista de Química Agrícola e Alimentar), quando a d m i n i s t r a d o a r at o s hipertensos, o arroz diminuiu a pressão sanguínea dos animais. O tratamento com farinha feita a partir do grão também surtiu resultado, reduzindo a pressão sanguínea por até uma semana

depois. Os pesquisadores introduziram nas plantas de arroz um gene que consiste em nove peptídeos inibidores de enzima de conversão da angiotensina (ECA), envolvida na regulação da pressão arterial,

arroz transgênico e a administrou em ratos. Duas horas após o tratamento, os camundongos hipertensos mostraram uma redução na pressão do sangue, enquanto os tratados com proteínas de arroz normal não. Além disso, os ratos tratados não apresentaram efeitos colaterais em termos de crescimento, desenvolvimento ou bioquímica sanguínea. Como explicaram em comunicado, os cientistas esperam que, se os peptídeos tiverem os mesmos efeitos nos seres humanos, um adulto de aproximadamente 68 quilos precisará comer apenas meia colher de sopa do arroz especial todos os dias para prevenir e tratar a hipertensão.

UNSPLASH

e em um peptídeo responsável por relaxar os vasos sanguíneos. Os pesquisadores então extraíram a proteína total (que inclui todos esses peptídeos) do


8 BEM-ESTAR

08 A 15 DE JULHO DE 2020

DANIEL LOUZADA

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

Jornalista Cel.: (27) 99582-4331

Nutricionista - CRN:14100665

A di iculdade das pessoas com de iciência na prática de exercícios no período de isolamento social

Benefícios do abacate TUASAÚDE

Por uma sociedade mais inclusiva e sem preconceitos MEDIUM.COM

A

s pessoas com de ciência possuem uma v id a nor ma l, muitos praticam atividades esportivas e fazem dela uma espécie de “rota de fuga” para s up e r a r a s d i c u l d a d e s e b ar reiras da vida. Lut am, batalham e correm atrás dos seus objetivos com o intuito de movimentar o próprio corpo e não se acomodarem, mesmo com a limitação física que possuem. Porém, sabe-se que muitos precisam se deslocar das suas casas até clubes e academias, impossibilitando, assim, a

prática de exercícios físicos, porém em virtude da pandemia de coronavírus, que afeta toda a população mundial, todos estão impossibilitados de realizar as atividades físicas em locais apropriados. Por iss o, o profess or de Educação Física, Almir Júnior, ressalta que existem várias possibilidades de a pessoa com de ciência se potencializar perante a autonomia, o autocuidado, a reabilitação, o apoio familiar e a socialização. Além disso, a maioria das pessoas com de ciência reconhece a importância da

prática regular de atividade física e isso faz com que ela seja uma forma de prevenção a doenças, promovendo o fortalecimento corporal e a qualidade de vida. Como forma de ajudar essas pessoas que possuem di culdades de locomoção, ele desenvolveu um canal de vídeos em uma plataforma, onde são postadas dicas de exercícios para que as pessoas com de ciência ou alguma modalidade reduzida possam manter uma rotina de saúde física saudável sem mesmo sair de casa.

“Ter um profissional qualificado para auxiliar essas pessoas é extremamente importante, pois dependem de atenção específica conforme a sua deficiência. Praticar esporte é saúde, é qualidade de vida”

A

s frutas no geral são ótimas opções para adicionarmos em nosso cardápio, pois auxiliam no processo de emagrecimento e dão sensação de saciedade, entre outros benefícios. E com o abacate não é diferente. Além dele ser rico em gorduras, porém gorduras boas para nossa saúde (gordura do bem). Diferente das demais frutas, que são fontes de carboidratos. O abacate é um alimento de alto teor calórico. Um abacate com cerca de 150g corresponde, em média, a 240kcal. O diferencial dele são as gorduras Boas, quase 70% dele é de gordura monoinsaturadas, proporcionando um aumento das gorduras Boas e reduzindo as

gorduras ruins do nosso organismo. Evitando infartos, AVC, trombose. Também é rico em ômega-3 e, ainda mais, em ômega-6. É Rico em bras, vitaminas e minerais, como vitaminas do complexo B,

vitamina A, vitamina E, fósforo, cobre, manganês, magnésio, potássio e zinco. Essas vitaminas e minerais auxiliam na melhora da pele, cabelo e unhas. Tendo assim, um grande benefício à saúde e à melhora do organismo.

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

Chocolate amargo é opção para prevenir doenças do coração RJ inaugura posto de saúde Almir Lopes Júnior – Professor de educação física e personal trainer

para cães e gatos A prefeitura do Rio de Janeiro inaugurou, no último dia 27 de junho, a unidade de Saúde M é d i c a Ve t e r i n á r i a , e m Paciência, que atenderá gratuitamente cães e gatos do município. Os serviços incluem castração, atendimento clínico e cirurgias emergenciais. A ação acontece por meio da Subsecretaria de BemEstar Animal (Subem). O agendamento para as cirurgias do mês de julho será pelo aplicativo “Bicho Rio Subem”. Moradora do bairro, Larissa Rocha, de 42 anos, gostou da nova casa na Zona Oeste para caninos e felinos. “Tenho seis cães, cuido com a maior dedicação, mas não tenho condições de pagar veterinário. A região necessitava disso. Eles são como lhos. Se carem doentes, os donos cam juntos. Se morrerem, uma parte da gente

vai embora junto”, a rmou. No dia 29 de junho, mais uma unid ade de Saúde Mé dic a Veterinária foi inaugurada. Desta vez, no bairro do Flamengo, na Zona Sul, fruto de MARIANA RAMOS/PREFEITURA DO RIO

uma parceria entre a Prefeitura e o Instituto Ser Educacional — do Centro Universitário Universus Veritas. Somente durante a pandemia, a Subem realizou 3.237 atendimentos clínicos e 400 cirurgias diferenciadas emergenciais em cães e gatos. O

atendimento clínico é por ordem de chegada, de segunda a sextafeira, de 9h as 16h (durante a pandemia). A triagem começa às 9h e cada unidade possui uma especialização cirúrgica. A equipe médica faz o encaminhamento para as outras clínicas, de a c o r d o c o m a necessidade. Como é o atendimento nas unidades de Saúde Médica Veterinária? Serão atendidos gratuitamente cerca de 30 animais, por dia. A senha para a consulta clínica será distribuída de segunda a sexta-feira, às 8h (15 senhas) e às 13h (15 senhas). Na s d e m a i s u n i d a d e s , o agendamento acontece sempre no dia 25 de cada mês, também pelo aplicativo. As informações são da Prefeitura do Rio de Janeiro.

No dia 7 de julho é comemorado o Dia do Chocolate. Visto muitas vezes como vilão das dietas, o cho c ol ate n ã o pre c i s a s e r eliminado do cardápio — basta escolher o tipo certo. Enquanto o chocolate branco ou ao leite é rico em calorias e gordura, o chocolate meio amargo tem menos calorias e é rico em substâncias antioxidantes, que protegem o coração. A fonte disso está nos avonoides, uma substância encontrada no cacau e que age como protetor cardiovascular, reduzindo o risco de aterosclerose. Essa doença consiste no acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos, o que pode resultar em infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral). E st as c on g u r am d o e nç as cardiovasculares, que lideram as causas de morte no País com quase 30% de todos os óbitos. A recomendação do chocolate

meio amargo acontece por ele ser mais rico em cacau, que concentra os avonoides. “Essa substância auxilia a diminuição d a for maç ão de pl ac as de gordura, reduzindo o colesterol ruim (LDL) e aumentando a retirada de colesterol da corrente sanguínea pelo fígado”, explica o Dr. Daniel Magnoni, nutrólogo e

conhecido como bom colesterol. Além das propriedades cardioprotetoras, o chocolate auxilia na produção de serotonina, hormônio que está associado à regulação do sono, d o ap e t i t e , d o hu m o r, provocando sensação de bemestar. Alguns trabalhos indicam que o chocolate, consumido no p er ío do pré-menst r u a l, poderia atenuar os sintomas de irritabilidade e ansiedade. O chocolate amargo, pela baixa composição originária de leite, possui reduzida concentração de colesterol. Apesar de menos calórico, até os chocolates amargos precisam ser consumidos com certa moderação. “Os chocolates permanecem saudáveis quando consumidos sem exagero. Cerca de 25mg por dia é uma boa quantidade para quem pretende adotar uma ingestão regular”, a rma o Dr. Magnoni.

ISTOCK/GETTY IMAGES

cardiologista do HCor. O cacau também possui óleo de theobroma, outro agente com propriedades antioxidantes. Além de reduzir o LDL, a sub st ânc i a c ont r ibu i p ar a aument ar a t axa do HDL,


SAÚDE 9

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Tratamento desenvolvido no Brasil elimina vírus HIV de paciente Estudo de universidade paulista testa combinações de medicamentos e vacinas criadas com o DNA de pacientes; participante está há 17 meses sem apresentar sinais do vírus SÉRGIO DAZZI

Um tratamento desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo eliminou o vírus do HIV do organismo de um homem que vivia com ele há sete anos. O paciente está há pelo menos 17 meses sem apresentar sinais de agentes causadores da síndrome da imunode ciência a d qu i r i d a ( ai d s ) , s e g u n d o informações da CNN Brasil. C o ordenado p elo infectologista Ricardo Sobhie Diaz, o estudo, iniciado em 2013, envolveu 30 voluntários que estavam sob tratamento padrão de coquetéis e apresentavam carga viral indetectável. Nesta condição, pacientes têm um volume baixo de vírus no sangue e não transmitem para outros indivíduos. Os participantes então foram divididos em seis grupos, que receberam combinações variadas de remédios, além dos coquetéis.

De acordo com a Unifesp, os medicamentos aplicados visam matar o vírus no momento da replicação e eliminar as células em que o HIV está adormecido, situação também conhecida como latência. Como pontuou Diaz à CNN, apesar de inativo, o vírus nessa condição pode voltar em caso de interrupção de tratamentos com antirretrovirais (coquetéis). Os pacientes também foram submetidos a doses de uma vacina de células dendríticas que leva o sistema imunológico a reagir e eliminar as células infectadas nas quais o fármaco não é capaz de chegar. Essas substâncias são fabricadas a partir do material genético de c a d a p a c iente. D i ante d os experimentos, dois grupos tiveram resultados promissores. Porém, um paciente chamou atenção em especial após não

Infectologista Ricardo Sobhie Diaz manifestar mais sinais do vírus mesmo após 17 meses sem tomar os coquetéis. "Os anticorpos que a gente usa para falar se uma pessoa tem o HIV ou não estão diminuindo de forma progressiva, o que é uma evidência de que o vírus pode não estar mais ali", disse Diaz à

CNN, em referência ao paciente. O pesquisador acredita, no entanto, que ainda é cedo para se falar em cura. "Existe a possibilidade do vírus voltar, por isso o monitoramento dele [do paciente] até que a gente tenha um instrumento melhor, vai ser de forma de nitiva", a rmou.

Os detalhes do trabalho serão apresentados nesta terça-feira (7), durante a Conferência Internacional de Aids. A próxima fase do estudo deve contar com 60 pessoas e agora também vai incluir mulheres. A primeira et ap a cont ava ap enas com participantes homens. A p es quis a, no ent anto, est á paralisada em decorrência da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Embora as combinações de antirretrovirais, ou coquetéis, melhorem signi cativamente a qualidade de vida de pessoas portadoras de HIV, somente duas p ess o as no mundo inteiro mostraram indícios de recuperação de nitiva da doença. Antes conhecido como "Paciente de Londres", Adam Castillejo teve a identidade revelada somente em março

deste ano. Ele recebeu um transplante de uma medula óssea com uma mutação que impede o HIV de invadir as células do sistema imunológico em 13 de maio de 2016. Após a cirurgia, o venezuelano que mora em Londres, no Reino Unido, seguiu com o tratamento de coquetéis por 16 meses. Em março de 2020, resultados publicados na revista e Lancet HIV revelaram que ele não apresentava sinais do vírus há 30 meses. Já Timothy Ray Brown foi o primeiro paciente a se declarar curado da HIV. Em 2007, assim c o m o C a s t i l l e j o, o n o r t e americano, que cou conhecido c omo Pa c i e nte d e B e rl i m , recebeu um transplante de medula óssea. Logo após a operação, deixou de consumir coquetéis, mas sua recuperação completa foi reconhecida apenas seis anos depois.

Chinesa SinoVac começa etapa nal Ameba "comedora de de testes da vacina cérebro": entenda o que contra covid-19 é esse protozoário letal Empresa começa a selecionar voluntários neste mês

Protozoário Naegleria fowleri vive em águas quentes e não tratadas, e infecta seres humanos ao entrar pelas cavidades nasais WIKIMEDIA COMMONS

A chinesa SinoVac está iniciando os testes da fase 3 de sua potencial vacina contra o novo coronavírus, informou a farmacêutica nessa segundafeira (6), tornando-se uma das três empresas a avançar aos estágios nais da corrida para desenvolver uma imunização contra a doença. Voluntários começarão a ser recrutados neste mês. A vacina será testada no Brasil, em um estudo com nove mil vo lu nt ár i o s l i d e r a d o p e l o Instituto Butantã, vinculado ao governo do estado de São Paulo. Na sexta-feira (3), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a realização dos testes, que serão feitos em 12 centros de pesquisa localizados, além de São Paulo, em mais quatro estados e no Distrito Federal. Sobre a posição dos ensaios realizados com candidatas a

milhões de doses anualmente. Os ensaios de fase 1 e fase 2 normalmente testam a segurança de um medicamento antes de entrar nos de fase 3, que testam sua e cácia. Existem 19 ensaios de vacinas em avaliação clínica, e centenas estão sendo desenvolvidas e testadas em todo o mundo para conter a pandemia de covid-19, doença respiratória que já matou milhares de pessoas e devastou a economia global. Nenhuma vacina foi aprovada ainda para uso comercial. Uma análise do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, no ano passado, constatou que cerca de uma em cada três vacinas, no primeiro estágio dos testes, é aprovada posteriormente.

vacina em todo o mundo, o documento mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nessa segunda-feira, informou que a SinoVac está na fase 3. A vacina experimental para c ov i d - 1 9 d a Ast r a Z e n e c a , desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Oxford e que já está sendo testada no Brasil, em estudo liderado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e a da Sinopharm são as outras candidatas em fase 3, o estágio nal. A SinoVac está construindo uma fábrica de vacinas, que de verá c ar a pronta neste ano e ser capaz de (27) 99233-3990 produzir até 100

pressão craniana gerada pela in amação pode levar à morte.

Na última sexta-feira (3), o Departamento de Saúde da Flórida, nos Estados Unidos, con rmou um caso de ameba "comedora de cérebro" na região. Esta não é a primeira vez que alguém infectado pela doença vira notícia — em setembro de 2019, uma menina de 10 anos morreu após contrair a doença, também nos Estados Unidos. Mas, a nal, o que é a tal ameba "comedora de cérebro"? Entenda a seguir o que é o microrganismo e os problemas que ele pode causar. O que é — A ameba "comedora de cérebro" é um protozoário conhecido cienti camente como Naegleria fowleri. Ele é um microrganismo de vida livre, ou seja, pode viver "solto por aí" e não depende necessariamente de um hospedeiro humano. A infecção — O protozoário é comumente encontrado no solo e em locais de água doce quente, como lagos, rios e fontes termais. A infecção pelo microrganismo geralmente se dá quando a água contaminada entra pelo nariz da

pessoa. Uma vez dentro do organismo, a N. Fowleri atinge o cérebro, causando uma doença c o n h e c i d a c o m o Meningoencefalite Amebiana Primária, que pode ser fatal. Os sintomas — Segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos E st ados Unidos, a enfermidade se manifesta, inicialmente, a partir da perda de olfato e paladar, que ocorre cerca de cinco dias após a infecção. Em seguida, como o protozoário continua a migrar pelo tecido ner voso, uma resposta imunológica é desencadeada, resultando em uma in amação do cérebro que gera rigidez do pescoço e dor de cabeça. À medida que a infecção progride, sintomas secundários surgem como alucinações e convulsões. Eventualmente, o aumento da

Doença rara — A boa notícia é que o problema é raro: entre 2006 e 2016, apenas 40 casos foram reportados nos Estados Unidos, segundo o CDC. No Brasil não há registros recentes de contaminação por Naegleria fowleri. Tratamento — De acordo com o CDC, a taxa de fatalidade da doença chega a 97%. Há pouco ou nada que se possa fazer para ajudar os pacientes diagnosticados com a Meningoencefalite Amebiana Primária. No entanto, um tratamento à base de miltefosina, medicamento experimental para leishmaniose, tem sido testado e se mostrou promissor. Prevenção — A recomendação dos especialistas para evitar a contaminação é evitar o contato com águas que possam estar contaminadas, como piscinas inadequadamente cloradas ou mesmo água de torneira que não tenha sido tratada. Ao nadar em lagos e rios, é indicado utilizar proteção nasal.


10 Criança hoje, Criança amanhã

08 A 15 DE JULHO DE 2020

ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

Quando começamos a pensar sobre a morte? Parte I N GETTY IMAGES/ISTOCKPHOTO

rápida de uma criança. O estranho “grande” representa uma ameaça à sua integridade, mesmo que, para ela, não haja uma noção clara deste perigo. Neste nosso tempo, a criança está muito exposta à ideia de morte. Excessivamente. E este excesso não tem respeitado sua fas e de des envolvimento. Apesar dos cuidados de muitas famílias para evitar sobrecargas para as crianças, é impossível que elas não se confrontem com o morrer e a morte. A sensação de um morrer da escola, dos amigos, dos prazeres dos passeios e da praia, coloca a criança em frente à ideia de morte. Mas a noção de morte faz parte de seu desenvolvimento cognitivo e depende dele. É preciso que ela tenha adquirido a noção de irreversibilidade do objeto. E isto ocorre por volta dos sete anos. Antes desta idade, a criança não tem a condição de pensar a morte. Um a c r i a n ç a p e qu e n a s e equivoca quanto à conservação

da matéria, que precede a noção de irre versibilidade. Esta aquisição cognitiva mudará sua ingenuidade de pensar que tudo que quebra, conserta, ou, tudo que para, volta a funcionar. En m, que tudo tem jeito. O experimento sobre a aquisição da noção de conservação de volume e de peso evidencia esta ainda de ciência do raciocínio da criança que só consegue lidar com uma das duas variáveis, a altura. Em frente à criança, o pesquisador lhe mostra dois recipientes de vidro: um largo e baixo, o outro no e alto. Ele derrama uma quantidade de pérolas dentro do recipiente largo e baixo. Depois, ele derrama esta quantidade de pérolas contidas no recipiente largo e baixo no recipiente estreito e alto. Isto feito na frente da criança. Então lhe p e r g u nt a on d e t e m m a i s pérolas, ao que a criança responde que é no recipiente estreito e alto. A criança ainda não consegue raciocinar com duas var iáveis ao mesmo

tempo, ou seja, altura x largura, horizontal x vertical, mesmo que ela tenha acompanhado a transferência das pérolas sem nenhum acréscimo de um recipiente para o outro. E a altura, ainda pelo parâmetro da altura de seu corpo, a variável do vetor vertical, será o único

da morte, de um dado que ela ainda não adquiriu o recurso necessário para elaborá-lo, estamos forçando sua mente a dar uma resolução precária que pode vir a lhe custar, caso isso seja antecipado de maneira traumática. E isto acontecerá com todos os excessos precoces

exigências acima de sua c a p a c i d a d e d e desenvolvimento, custarão caro. Para a criança, o fechar os olhos é equivalente ao morrer e, por isso, ela ca tão agoniada quando encontra a mãe de olhos fechados, ou dormindo e, imediatamente, abrem os olhos da mãe, puxando as pálpebras. Abrir os olhos é “viver de novo”. É o olho fechado que angustia a criança pequena, como se esta fo ss e a re pre s e nt a ç ã o d o morrer. Há uma equivalência desta representação com um costume de um povo nativo brasileiro. Os indígenas pintam dois círculos abaixo, no ângulo do rosto que representa os olhos abertos. Assim, se a morte vier buscar durante a noite, enquanto dorme, a morte será enganada porque verá o “olho aberto” o círculo pintado. Pelo mistério que envolve esta que é a única verdade humana inabalável, ao mesmo tempo em que nunca é vista pelo próprio mortal, a morte está em tentativas gurativas sempre em tom de maldade, de crueldade, de violência determinada, sem rosto, com sua característica foice que parece representar o momento

dado a ser considerado por ela. Portanto, quando expomos u m a c r i a n ç a à s at u r a ç ã o precoce, como é agora a questão

que por ventura lhe sejam impostos. No campo afetivo, no campo motor, no campo sexual, n o c amp o i nte l e c tu a l, a s

em que corta a cabeça de quem ve i o bu s c ar. Nã o h á repres entação do asp ecto natural.

GETTY IMAGES

o momento, a todo momento. Não é o começo deste pensar, é um continuar ininterrupto deste pensar. No contexto atual, em meio a uma pandemia avassaladora, a morte é pensada por vários ângulos. Todos os dias, tomamos conhecimento de quantos ela venceu, seja pela mídia, seja domesticamente, quando os números passam a ter rostos. Foi a vovó, foi o tio, foi o pai do amigo, ela vence pela falta de leito, ou pela voracidade em vencer no leito mais completo. Dramas e tragédias que nos tocam a quase todos. Passamos por um tempo antes inimaginável. Há um inimigo mortal, invisível lá fora de nossas casas que pode entrar até por mais controlado e desinfetado que seja o espaço para dentro da porta. Comportamentos estranhos, até então, são adotados, mas não há segurança de controle do inimigo invisível. As crianças imitam. Passam a lavar as mãos, usar máscaras, mas não sabem medir um metro e meio de distância, e não querem. Elas têm necessidade do contato físico, do aconchego. Não podemos nos esquecer que o corpo delas é usado como medida para muitas coisas, muitos conhecimentos que buscam. O seu corpo é o parâmetro que a orienta nas comparações e localizações de estímulos externos. As relações interpessoais novas são guiadas pelo tamanho do corpo, ela não vai provocar a raiva de um “grande” até ter a con ança da relação com ele. O estranho, desde que esteja dentro desta medida de tamanho, não lhe assusta. Ou seja, ela é capaz de brincar com uma criança que nunca viu, mas não se aproxima de pronto de alguém muito maior e, por isso, a sedução do “doce” é tão recomendada pelas mães. Só com sedução um adulto consegue a aproximação


COMPORTAMENTO 11

08 A 15 DE JULHO DE 2020

ANA LUCIA Ana Lucia Bernardo Cordeiro

Professora

Que tal um caldo ou uma sopa para as noites frias? Além de nutrientes, a sopa traz histórias e tradições regionais REPRODUÇÃO INTERNET

Olá pessoal,

H

oje vou abordar um tema que tenho certeza que muitos irão adorar: caldos. Quem nunca aguardou o inverno ansioso para tomar um caldinho de inhame, batata-baroa, caldo verde, de abóbora, aipim e por aí vai? Só sei que a lista dessa delícia é longa. A sopa surgiu casualmente, em regiões vulcânicas, onde se formavam poças d'água quente. Há quem diga que a origem etimológica da palavra vem do sânscrito: sû (signi ca: bem) e pô (signi ca: alimentar). Por essa linha, sopa signi caria “bem alimentar”. A palavra sopa no germânico arcaico suppa, pode ter tido, também, alguma in uência semântica. Pois bem, a feliz e casual adição de plantas, sementes e outros a l i m e nt o s c om e s t í v e i s e m algumas "poças d'água quente" citada acima, poderá ter dado origem ao nascimento espontâneo da primeira sopa ou caldo primitivo. Há pesquisadores que

consideram a sopa o prato mais antigo do mundo, anterior, até, à descoberta do fogo. Desde a Grécia Antiga, passando pelo Império Romano, pela Idade Média, até aos nossos dias, são conhecidas centenas ou mesmo milhares de diferentes receitas de sopa. Após a Revolução Industrial, a sopa passou a ter uma conotação negativa, associada a uma baixa c ond i ç ã o s o c i o e c onôm i c a , assistindo-se à gradual decadência do seu consumo, particularmente nos países ocidentais, a parti do último quarto do século XX.

Ao longo dos tempos foi sofrendo modi cações e pode ser considerada uma super-refeição, dependendo dos ingredientes. É uma forma de se cozinhar os alimentos mantendo não apenas o sabor, mas, também, o valor nutritivo. Não se sabe muito sobre os hábitos "sopeiros" dos povos do Egito, da Mesopotâmia, da Pérsia, da Fenícia ou da Síria, mas os caldos hebraicos eram elaborados à custa da fervura de carne e cereais. Já os gregos, pelo seu apreço ao consommé, detinham um verdadeiro ex-libris: o célebre

Caldo Negro de Esparta. Ao que parece, na sua composição entraria sangue de animais misturado com vinagre e ervas aromáticas. É razão para dizer "Que caldo..." Talvez fosse essa a razão de os espartanos mostrarem enorme vontade de lutar pela vida nos campos de batalha. Na Era Moderna, um receituário dedicado exclusivamente às sopas e escrito em 1882, por Emma Ewing, referia que aquelas eram "convenientes, econômicas, saudáveis e de fácil digestão do que qualquer outro cozido" e que

deveriam "ocupar um lugar de destaque na ciência da culinária". Com o tempo, variam-se as receitas e as técnicas de preparo dos ingredientes. Mas você sabia que existe uma diferença entre caldos e sopas? Pois é, basicamente, o caldo é como uma água temperada e, a sopa, um caldo que pode ser

Com o acréscimo de pedaços maiores de carnes, legumes ou vegetais, o caldo se torna uma sopa e, nesse caso, é recomendado consumi-la como prato principal, por oferecer todos os nutrientes de uma refeição balanceada. Por esse viés, sopa é janta, sim. Mas caldo é só entrada.

cozido junto de carboidratos, como o macarrão, proteínas, como a carne, ou hortaliças, como a ervilha. Os caldos podem servir como tempero em alimentos, como arroz e feijão, ou para o consumo pré-refeição, como entrada, com intuito de aliviar a fome.

Hoje, as sopas mais características da cozinha são a canja, o caldo verde, a sopa do cozido, as sopas de frutos do mar e as de feijão com hortaliças. Bom, agora que você já conheceu um pouco da história desse prato saboroso é só pegar um bom vinho e bom apetite!

Idosos são os que mais têm Crianças negras são mais depressão e acreditam em vistas como "bravas" por mitos sobre o tema professores em estudo Pesquisa revela que brasileiros maiores de 55 anos tendem a acreditar que o transtorno seja resultado de "falta de fé" e que pessoas "bem-sucedidas" não possam ser depressivas ©ALEX BOYD/UNSPLASH

Em meio à pandemia, idosos não apenas compõem o principal grupo de risco para a Covid-19 como também estão mais suscetíveis a desenvolverem quadros de depressão em razão do isolamento social e distanciamento familiar. Além disso, são os mais velhos que acreditam em mais mitos sobre saúde emocional, di cultando o tratamento de transtornos mentais como depressão e ansiedade. É o que apontam novos cruzamentos da pesquisa Depressão, suicídio e tabu no Brasil: um novo olhar sobre a saúde mental, realizada pela P zer e pelo Ibope no segundo semestre de 2019. O estudo foi divulgado junto com o anúncio da campanha Se Cuida! Juntos na Quarentena — promovida pela P zer e a Upjohn, unidade de negócios da farmacêutica norteamericana — que busca compartilhar nas redes sociais dicas de saúde mental dadas por

especialistas. O levantamento contou com entrevistas de mais de duas mil pessoas, acima de 13 anos de idade, em seis capitais brasileiras: Fortaleza, Brasília, B elo Horizonte, Rio de Janeiro, São Pau l o e Po r t o A l e g r e . O s resultados chamam atenção para a vulnerabilidade dos mais velhos à depressão e também para o fato de que eles são os que mais acreditam em mitos relacionados a esse transtorno. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 5,8% dos brasileiros têm depressão — e a prevalência quase dobra entre os que estão na faixa etária de 60 a 64 anos: de acordo com o Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (IBGE), 11,1% deles estão depressivos. São eles também que tendem a concordar com mais mitos sobre o assunto. Na pesquisa elaborada p ela P zer, 30% dos entrevistados com mais de 55

anos não sabem opinar (14%) ou acreditam (16%) que depressão seja "falta de Deus ou sinal de pouca fé". Entre jovens de 18 a 24 anos, a taxa cai para 18%, sendo que 10% não souberam responder e 8% concordam com a relação incorreta entre depressão e falta de fé. Quando perguntados se concordavam com a frase "Para vencer a depressão, basta ter uma atitude positiva perante a vida e alegria", 34% das pessoas com mais de 55 anos diss eram acreditar nela e 25% não souberam opinar. Outra crença incorreta sobre a depressão bastante comum entre os mais velhos é a de que "quem é bems u c e d i d o n o t r a b a l h o, n o relacionamento amoroso e na vida social não desenvolve depressão". Entre aqueles com mais de 55 anos, 14% acreditam que isso é verdade e 16% não souberam responder. Nessa faixa etária, uma a cada quatro pessoas coloca em dúvida a relação entre depressão e risco de suicídio: 25% não estão convencidos de que pessoas que sofrem com depressão são mais propensas a tirar a própria vida. Apesar das crenças em mitos, os mais velhos são os que mais se dizem à vontade para discutir o assunto. Segundo a pesquisa, 89% deles cariam à vontade para falar sobre um diagnóstico de depressão na família.

Pesquisa norte-americana também mostra que meninas negras são mais propensas a ser vistas como sentindo raiva (mesmo quando não estão) do que os meninos Em um novo estudo a ser publicado no periódico Emotion, pesquisadores da Un ive rs i d a d e E s t a du a l d a Carolina do Norte, nos Estados Unidos, perceberam que crianças negras correm maior risco de serem vistas como "bravas" no ambiente escolar, mesmo quando não apresentam essa característica. Segundo Amy Halberstadt, primeira autora do estudo, isso já havia sido identi cado também em adultos negros. Para realizar a pesquisa, a equipe reuniu 178 futuros professores e mostrou 72 vídeos de crianças atuando com emoções diferentes. Os cientistas pediram que os voluntários identi cassem as expressões que viam. Cada clipe foi cuidadosamente pensado para garantir que as crianças não e s t i v e s s e m d e m on s t r a n d o qualquer sentimento de raiva. Os participantes também foram convidados a responder a uma série de perguntas destinadas a avaliar seus preconceitos raciais, explícitos e implícitos. O resultado mostrou que a probabilidade de uma criança negra ter sua expressão malinterpretada é 1,36 vez maior do que uma criança branca. Além disso, se o professor tiver níveis mais altos de preconceito racial,

é mais provável que ele bene cie as crianças brancas do que as negras. A pesquisa também revela que as meninas negras são mais

examinadas antes, as percepções errôneas da raiva de meninas negras comprovam a pesquisa qualitativa das experiências de meninas e mulheres negras, de que elas também são vistas como bravas mesmo quando não são", diz Halberstadt, em comunicado. As conclusões evidenciam que o racismo é prejudicial às crianças e pode afetar seu ensino desde muito jovens. "Já sabemos que os estudantes negros experimentam mais suspensões, expulsões e ações disciplinares do que os estudantes brancos, muitas vezes pelo mesmo comportamento. A percepção errônea da raiva, mesmo no nível inconsciente, pode desempenhar um papel signi cativo nessa disparidade", conclui a cientista.

SEGUN OSUNYOMI/USNPALSH

incompreendidas do que os meninos — enquanto os professores têm 1,74 vez mais chance de acharem que elas estão bravas (mesmo que não estejam), entre os garotos esse índice é de 1,16. "Embora nunca tenham sido estatisticamente

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12 OLHAR DE UMA LENTE

08 A 15 DE JULHO DE 2020

HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Põe o crachá... tira o crachá... põe o crachá... Por JORGE PACHECO AGÊNCIA BRASIL/DIVULGAÇÃO

N

ão é que a história vem se repetindo lá no Planalto? Pois é, verdade verdadeira! E o nosso saudoso Paulo Silvino, lá onde estiver, deve estar sorrindo muito com aquela boca cheia de dentes, e falando: “AH COMO ERA GRANDE!”. Naturalmente se referindo ao drama/comédia dos ares palacianos. Amigos, estou de volta a este modesto Blog e, como sempre, acompanhando com muita atenção a movimentação política no Planalto. E não é que por lá continua, como eu já disse antes: Está tudo como dantes no quartel (?) de Abrantes! Havia decidido dividir esse blog em duas partes com o mesmo assunto: as decisões do Planalto. S empre com tomadas e apagadas!!! Mas, me parece que, lá quem manda não sabe de nada mesmo. Por isso terei que me desdobar em mais alguns capítulos. Pois É Isso Aí, o nosso “reizinho” esta semana já fez o anúncio. “Pazuello não cará no cargo de ministro da Saúde”. Jair Bolsonaro a rmou que o general Eduardo Pazuello não cará no cargo de ministro da Saúde, que ocupa como interino. Falou, mas não a rmou sobre outro nome. Ou seja, continua nas indecisões de sempre! Em plena pandemia de covid-19, o ministério está há 53 dias sem um t itu lar. E o infer na l bichinho — o da gripinha do “ r e i z i n h o” — j á t e n d o provocado 66.093 mortes no Brasil, até a tarde desta terça-

Jair Bolsonaro e Eduardo Pazuello feira (7), relacionadas à Covid. O Brasil tem 1.254 mortes e 45,3 mil novos casos em 24h. Mas não é que aquele velho ditado, creio que lá das Minas Gerais, apeou no Planalto?

de hidroxicloroquina: “Está dando certo”. É necessário dizer que nem a Organização Mundial da Saúde (OMS) nem o Ministério da Saúde

doença. Finalizando nossas re exões que este momento político está nos presenteando, vamos parafraseando o ex-deputado federal, Ulysses Guimarães REPRODUÇÃO

Bolsonaro, com máscara e tudo, diz ter tomado a 3ª dose

reconhecem algum fármaco ou vacina como cura para a

(MDB), morto em 1992, sempre muito bem lembrado,

no discurso de encerramento da Assembleia Constituinte. Celso de Mello incluiu na decisão um trecho do emocionante discurso do então presidente do Congresso no encerramento da Assembleia Constituinte, em outubro de 1988: "A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da Pátria. Conhecemos o caminho maldito. Rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio e o cemitério". E continuamos com a mesma Moral da história: Para quem sabe ler um pingo é letra! Mas será que o “reizinho” sabe? TATI BELING

É Isso Aí


BRASIL 13

08 A 15 DE JULHO DE 2020

A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

SITE DO PARLAMENTAR

Sérgio Vidigal (PDT-ES) Deputado defende prazo maior para incentivo fiscal a novos projetos do setor automotivo

Romário (Podemos-RJ)

Sônia Steins (PatriotasFundãoES)

PL permite que crianças residam em moradia universitária de pessoa com deficiência

Contrato de recolhimento do lixo em Fundão dobra O gove r no e d itou a de valor, mas Medida Provisória (MP) qualidade do serviço piora 987/20 para estender até 31 de agosto de 2020 o prazo para que empresas automotivas instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País possam obter crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em projetos que resultem em produtos ou modelos novos. Mas, o deputado apresentou uma emenda para ampliar o prazo para 31 de dezembro, diante do atual cenário de pandemia provocado pelo novo coronavírus. A alteração no prazo bene cia ainda mais montadoras e fabricantes de automóveis, jipes, motos, caminhões, ônibus, tratores, colheitadeiras, empilhadeiras, carroçarias, reboques e autopeças. “É preciso prorrogar o prazo para apresentação dos novos projetos de desenvolvimento de veículos elétricos no país, a m de permitir a adequação deles ao novo cenário”, defendeu Sérgio Vidigal.

EDÍLSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO

A vereadora Sônia Steins se manifestou em nota e disse estar perplexa com a mudança nos valores do contrato entre a prefeitura do seu município com a empresa Fortaleza Ambiental Gerenciamento de Resíduo Ltda. ME, que dobrou de valor. “Estamos num momento em que o gestor precisa ser coerente e responsável. O município de Fundão tem outras prioridades, não que o recolhimento do lixo e a limpeza pública não sejam importantes... mas dobrar o valor de um serviço que continua o mesmo, isso, nós parlamentares não podemos aceitar. Temos que reduzir custos, existem di culdades em áreas tão importantes quanto como na educação e na saúde”, indigna-se.

Crianças e adolescentes, sob guarda e cuidado de acompanhante de pessoa com de ciência bene ciária de programa de moradia estudantil universitária, poderão morar com eles no local. É o que propõe o senador Romário por meio do PL 3.656/2020. Para instituir esse direito, o projeto modi ca o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069, de 1990). “Rotineiramente, essas pessoas com de ciência, agraciadas com uma v ag a d e mor a d i a u n ive rs it ár i a , nã o p o d e m pre s c i nd i r d o acompanhamento de um adulto da família: o pai, a mãe, um avô ou mesmo um irmão de mais idade. Essa necessidade pode gerar um novo problema de negligência educacional, quando ocorre de esse acompanhante ser responsável por crianças e adolescentes em idade escolar, se não forem mantidos sob o cuidado desse mesmo adulto”, justi ca o senador.

WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

Rose de Freitas (Podemos-ES) Vai à sanção projeto de lei que prioriza mulher chefe de família para receber auxílio emergencial do governo Mulheres que possuem a guarda dos lhos terão prioridade no recebimento do auxílio emergencial de R$ 1,2 mil destinado a família monoparental. O recurso só será liberado ao pai se este comprovar ter a guarda unilateral das crianças. A nova determinação que protege o interesse dos menores está prevista no projeto de Lei 2508/2020, oriundo da Câmara dos Deputados e, sob relatoria da senadora Rose de Freitas (Pode-ES), aprovado nesta quartafeira (8) pelo Senado Federal. O texto segue para sanção presidencial. Rose a rmou ainda que “as mulheres têm sofrido com o machismo, a violência e ainda têm cado sem o benefício. 'Não podemos aceitar!'. Com a sanção do projeto, mais de 19 mil mulheres já estarão contempladas imediatamente por conta desse erro operacional”, complementou a parlamentar. TATI BELING/ALES

FOTO: WILIAM SANTANA

Sérgio Majeski (PSB-ES)

Mestre Álvaro (Serra) visto do Aeroporto

Fiscalização e preservação ambiental no Espírito Santo

Está aprovada, na Assembleia Legislativa, mais uma indicação para for talecer a scalização e favorecer a preservação ambiental no Espírito Santo. Trata-se da Indicação 1390/2020 ao governo do Estado, aprovada na sessão ordinária desta quarta-feira (08), que orienta a criação de um grupamento especí co no Batalhão da Polícia Militar Ambiental (BPMA) para atuar nas áreas costeira e marinha capixabas. “A pesca predatória constitui uma grave ameaça aos ecossistemas e às espécies marinhas do Espírito Santo. Não é novidade e nem causa mais surpresa a presença de criminosos em área de preservação. A atividade econômica legalizada, àquela que sustenta milhares de famílias, precisa ser resguardada e incentivada. O que é necessário é combater o crime, a ilegalidade que agride causando prejuízos incalculáveis ao meio ambiente”, destaca Majeski.


14 SERESPORTE

08 A 15 DE JULHO DE 2020

LAÉRCIO FRAGA “LAU” fracaodesegundo@gmail.com (27) 99961-5323 Professor de Educação Física

Matéria especial em comemoração à 40ª edição da Coluna SerEsporte

Cobertura de esportes de ação no Brasil tem nome e sobrenome: Vivian Mesquita A jornalista paulista é adrenalina pura! DIVULGAÇÃO/ARQUIVO PESSOAL

E

coluna de esportes do Jornal Fatos & Notícias, pensei: “Quando poderei entrevistá-la e dar aquele glamour e divisor de águas para a seção?”. Chegou a hora! Tinha que ser em uma data importante. E, parafraseando a própria... 'Salve, Salve AMIGOS!'. Então, bora lá conhecer um pouco da história de Vivian Mesquita?

m 2016 tive a oportunidade de p a r t i c i p a r, c o m o professor, da formação ofertada por Unicef, Instituto Esporte & Educação, Disney e ESPN, através do Projeto Caravana do Esporte, que foi realizado em Cariacica/ES. Neste dia, houve apresentações, jogos recreativos, o cinas e, também, a presença de personalidades e atletas nacionais e locais. Mas o que chamou a minha atenção DIVULGAÇÃO/AQURIVO PESSOAL

Qual a sua formação e quanto tempo de carreira

Vivian Mesquita e Ítalo Ferreira, campeão mundial de Surfe como jornalista esportiva? Sou formada em Jornalismo pela Universidade Católica de Santos e tenho 22 anos de carreira na área esportiva. Qual foi o seu primeiro trabalho sobre esportes? Foi em 1997 na TV Tribuna, a liada da Rede Globo em Santos. Eu a era moça do tempo

Em 1999 você estreou o seu primeiro programa, “Jornal Ação”, na ESPN. Foram 16 anos na emissora cobrindo e apresentando esportes de ação. Quais foram as matérias mais marcantes? Foram várias, difícil escolher algumas. O primeiro 900 do Sandro Dias durante os X Games no Brasil, em 2004 ou 2005 (não me recordo exatamente), foi um momento bem marcante. Ele estava tentando há tempos e realizou a manobra em plena arena com a praia lotada, foi inesquecível. Aquele tombo absurdo do Danny Way na megarrampa onde ele — mesmo machucado — voltou à competição e ainda levou uma medalha. A cobertura da morte do alpinista Vítor Negrete me marcou profundamente porque acompanhei toda a preparação dele e nos tornamos amigos, quando soube da morte dele, na descida da montanha (Everest) e depois de conseguir seu objetivo que era ser o primeiro brasileiro a subir a montanha sem o auxílio de oxigênio suplementar, foi a pior coisa que vivi em toda a minha carreira, ter que dar essa notícia e tratar desse assunto. De todas as modalidades esportivas com qual ou quais você mais se identifica e curte cobrir como jornalista? Skate é, sem dúvida, meu ambiente, é onde me sinto mais à vontade e onde tenho mais amigos, skate é estar em casa. Mas eu também amo os

DIVULGAÇÃO/ARQUIVO PESSOAL

foi uma jornalista paulista que cobria o evento para a ESPN e que sempre estava presente nos meus prog ramas de ação favoritos: a incansável Vivian Mesquita. Com uma comunicação fácil, uma pegada jovem e total conhecimento de todas as modalidades que eram transmitidas, ela conquistou não só a mim, mas uma legião de amantes dos esportes como surf, skate, voo livre, dentre outros. Sua presença neste dia, foi a oportunidade para que eu a conhecesse e comprovasse a sua simpatia e, principalmente, o quanto era o seu pro ssionalismo visto todos os dias nas praias, half pipes, parks, montanhas, rampas de saltos, bancadas das emissoras, en m, uma pessoa 100% ação. Desde esse dia, de maneira remota, mantinha um certo contato através de e-mail ou redes sociais, sempre acompanhando o seu brilhante trabalho. Quando surgiu a oportunidade de escrever na

ondas para o surf e dos ventos para voo livre. Fomos os primeiros a fazer isso no Brasil.

Vivian Mesquita no Rally dos Sertões (2004) e, nesse segmento, além da previsão do tempo tradicional, também falava da previsão das

esportes de aventura e natureza, tudo que envolve ter que tomar a vacina da febre amarela antes

Vivian Mes quita no Pr ograma Olhar da ES PN (2019)

de trabalhar (risos), pode me chamar que eu tô dentro. Pratica quais esportes ultimamente? Surf e SUP. Quais são os seus trabalhos e projetos atuais? A série TE CONTO NO CAMINHO, para os canais ESPN. É um projeto 100% autoral que z na minha produtora e que trata de um olhar mais humano para os nossos ídolos dos esportes de ação. Na primeira temporada (que está em reprise nos canais ESPN desde o dia 20 de junho) entrevistei Karen Jonz, Ítalo Ferreira, Rony Gomes, Fabíola da Silva, Silvana Lima, Pâmela Rosa, Andréa Lopes, Pedro Barros, Adriano de Souza e Maya Gabeira. Agora, aguardarmos o m da pandemia para começar a gravar a segunda temporada com mais 10 atletas. Como surgiu o projeto e quais as expectativas para esse turbulento 2020? O projeto se iniciou com um desejo de contar mais p r o f u n d a m e nt e s o b r e o s caminhos que esses atletas t r i l h a r a m at é a q u i . Su a s e s c ol h a s , e n f re t am e nt o s , dilemas, desa os e crises, conquistas, pessoas e situações que colaboraram para que eles se tornassem os atletas que são hoje. Para 2020, o projeto da segunda temporada é trilhar os caminhos dos atletas olímpicos do surf e do skate e acompanhar, junto desse lado humano, o olhar para a estreia desses esportes nos Jogos. Aguardamos o sinal verde para produzir e seguir esses

caminhos que agora ganharam novas nuances com tudo que estamos vivendo. Ainda sobre esse momento ímpar que o mundo está passando, deixe uma mensagem para os milhares de seguidores que acompanham a sua brilhante carreira Tenho me esforçado muito para me manter positiva diante

oportunidade de crescimento individual e coletivo e, nisso, o esporte é um grande aliado. Ap e s a r d e t a nt o m e d o e insegurança, precisamos — mais do que nunca — olhar coletivamente e rep ensar nossas ações e palavras. Olhar o outro com mais empatia e generosidade é sobrevivência agora e que assim seja em nossos caminhos daqui para frente. DIVULGAÇÃO/ARQUIVO PESSOAL

Vivian Mesquita e Pâmela Rosa, campeã mundial de Skate Street de tudo que estamos vivendo na cena política brasileira — que deveria estar mais preocupada e voltada para o enfrentamento desse vírus, com um olhar mais humano e menos cruel. É frustrante. Mas, também, acho que os momentos de crise nos dão

Quer saber mais? 3, 2, 1...Ação! Contatos twitter.com/mesquitavivian instagram.com/vivianmesquita facebook.com/vivianmesquitatv vivianmesquita.com


GERAL 15

08 A 15 DE JULHO DE 2020

Cientistas aprimoram método para calcular "idade humana" de cachorros

Vírus mortal aos anfíbios é detectado pela primeira vez no Brasil

Nada de multiplicar a idade do cão por sete! Especialistas apresentam gráfico mais preciso para mostrar que a taxa de envelhecimento das duas espécies não é linear DELANEY DAWSON/UNSPLASH

Em duas lagoas na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, rãs, sapos e pererecas da natureza apresentavam cargas do ranavírus WIKIPEDIA COMMONS

Se você já multiplicou a idade do seu cachorro por sete para calcular sua "idade humana" saiba que essa prática não passa de um mito. Felizmente, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, criaram uma nova fórmula para comparar com mais exatidão as idades de humanos e cães. Publicado na revista cientí ca Cell Systems, o estudo fornece um "relógio epigenético" capaz de determinar dados precisos sobre a idade de células, tecidos ou or g an i s m o s d a s du a s espécies. O cálculo é baseado na comparação das mudanças moleculares do grupo metil em genes caninos e humanos à medida que envelhecem. Segundo Trey Ideker, líder da pesquisa, as mudanças no funcionamento do material genético fornecem pistas sobre a idade do genoma da mesma forma como as rugas no rosto de uma pessoa indicam sua idade. "Dada a proximidade

com a qual vivem conosco, talvez mais do que qualquer outro animal, as exposições ambientais e químicas de um cão são muito semelhantes às humanas e recebem quase os mesmos níveis de assistência médica", a rmou o autor, em comunicado. O resultado é um grá co que pode ser usado para estimar a “ i d a d e h u m a n a” d e u m cachorro. Ele mostra que, no início de sua vida, os bichinhos envelhecem rapidamente em comparação com os seres humanos. Porém, aos sete anos de idade, o envelhecimento do

cão diminui. Pelo grá co, um cachorro de um ano, por exemplo, teria o equivalente a 30 anos humanos, já um cão de quatro anos é semelhante a um humano de 52 anos de idade. Os cientistas usaram apenas amostras sanguíneas de labradores, o que limita o relógio epigenético, uma vez que algumas raças de cães vivem mais do que outras. Assim, o próximo passo da equipe é aumentar a quantidade de raças para determinar se os resultados se mantêm.

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068

Maia quer votar projeto que regulamenta Fundeb na próxima semana Principal fonte de recursos da educação fundo será extinto em dezembro O presidente da Câmara dos

Deputados, Rodrigo Maia

(DEM-RJ), disse, na terça-feira (7), que vai levar à votação no plenário, na próxima semana, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 15/15, que institui o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) permanente.

Rã-touro também apresentou cargas de ranavírus, mesmo que ela seja considerada resistente ao patógeno

Foi identi cada no Brasil, pela primeira vez, a presença e a ação do ranavírus na natureza. O patógeno infectou rãs, sapos e pererecas presentes em duas lagoas na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. O vírus não causa danos aos humanos, mas é uma grave ameaça aos animais, provocando hemorragia interna e ulcerações na pele. O estudo é fruto da pesquisa de pós-doutorado de Joice Ruggeri, apoiada pela agência Fapesp, em parceria com vários pesquisadores brasileiros, que coletaram exemplares de rãs, sapos e pererecas em diferentes lagoas brasileiras localizadas na região da Mata Atlântica. Os animais passaram por uma a n á l i s e m o l e c u l a r, s e n d o utilizada a técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR), capaz de “ampli car o DNA”. “C o l e t a m o s a s a m o s t r a s , zemos a extração do DNA no laboratório e realizamos um PCR quantitativo em tempo real, que não somente possibilita d e te c t ar o p ató ge no, mas também quanti ca a carga viral em cada uma das amostras”, explica Ruggeri em entrevista à

Galileu. Os pesquisadores encontraram girinos de espécies nativas e de rãs-touro (Lithobates catesbeianus), que são consideradas invasoras ao habitat local. Em uma das lagoas, onde só havia espécies nativas, os animais apresentaram níveis baixos do ranavírus. Por outro lado, em outra lagoa, ond e nã o hav i a ne n hu ma espécie nativa, foram achados mais de 20 girinos de rã-touro mortos, com lesões severas na pele causadas pelo vírus. Dois girinos vivos encontrados tinham baixos níveis de infecção. Para os pesquisadores, apesar das rã-touro apresentarem naturalmente uma alta tolerância ao vírus, havia altas cargas do patógeno nesses animais. Originárias da América do Norte, elas são a principal espécie criada para consumo humano e são criadas em ranários, localizados em regiões onde foram feitas as coletas. Uma das hipóteses é que o vírus teria se disseminado na Mata Atlântica através dos

ranários (o Brasil é o segundo maior produtor de rãs do mundo). “Ainda não sabemos se o vírus é endêmico do Brasil, mas pode ser que ele tenha surgido a partir da introdução de vertebrados no país. Um deles é a rã-touro, mas esse vírus também infecta peixes, outros anf íbios e répteis”, a rma Ruggeri. Duas rã-touro estudadas não somente tinham o ranavírus, como também o fungo Batrachochytrium dendrobatidis, responsável por praticamente levar à extinção 90 espécies de sapos. O fungo foi detectado em sete de 19 amostras de girinos mortos, de espécies nativas e invasoras (amostras das duas lagoas). “Os anfíbios são os mais ameaçados entre os grupos de vertebrados. Descobrir o vírus no Brasil foi um passo muito importante para entendermos a sua dinâmica na natureza e saber se existe uma correlação com o fungo. Apesar do estudo estar no seu início, ele é essencial para a c ons e r v a ç ã o d o s an f í bi o s b r a s i l e i r o s ”, c o n t a a pesquisadora.

©MARYANNA OLIVEIRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Criado em 2006, o Fundeb é temporário, e será extinto em dezembro caso não seja votada uma nova regulamentação. O Fundeb é a principal fonte de recursos da educação básica, respondendo por mais de 60% do nanciamento de todo o ensino básico do País, etapa que vai do infantil ao ensino médio. O fundo é composto por recursos que provêm de impostos e transferências da União, estados e municípios. Atualmente, o governo federal aporta no Fundeb 10%

do valor depositado por estados e municípios. A proposta em discussão na Câmara pretendia elevar o índice para 15% a partir de 2021 e aumentá-lo de forma

escalonada, até 2026, a 20%. Mas o percentual foi alterado em função da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Com isso, a proposta que será colocada em votação é a de que o complemento seja de 12,5% a partir do ano que vem. “Vamos votar semana que vem. Acho que o projeto está muito bom!”, disse Maia durante uma webconferência de uma corretora de investimentos. “É um texto que está com bastante unidade e acho que a gente vai avançar”, acrescentou.


16 MUNICÍPIOS

08 A 15 DE JULHO DE 2020

ARACRUZ

SANTA TERESA PMST

SAAE alerta população quanto ao desperdício de água durante o isolamento DIVULGAÇÃO SECOM/PMA

Município inaugura novo espaço da Secretaria de Turismo No dia 03 de julho a Secretaria d e Tu r i s m o r e a l i z o u a inauguração do novo espaço

evitar aglomerações a transmissão da inauguração foi feita nas redes sociais.

recém-reformado. O objetivo é ser um ponto central e de referência para os turistas. Para

VENDA NOVA DO IMIGRANTE O Sistema Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Aracruz está fazendo um alerta para que a população evite ao máximo o desperdício de água, pr i n c ip a l m e nte du r ante o isolamento que as pessoas estão enfrentando em função da pandemia do coronavír us. Como elas estão cando mais em casa, é natural que o consumo aumente, ainda mais com a necessidade de fortalecer a

higiene pessoal. Por isso deve-se sempre car atento para que não seja consumida mais água do que o necessário, como, por exemplo, deixar torneiras abertas além do tempo necessário ao lavar louças, calçadas, carros, escovar os dentes, além de perceber se há vazamentos nos vasos sanitários, ou nas próprias torneiras, cujo desperdício pode chegar a 2.000 litros por mês.

Ainda de acordo com o SAAE, os gastos excessivos c o mp r o m e t e m o c o nt r o l e orçamentário das famílias, fazendo com que o gerenciamento do sistema de abastecimento de água da cidade também seja colocado em alerta, sem contar a questão ambiental, já que se trata de um recurso natural considerado o mais importante para garantir a sobrevivência humana.

Prefeitura conscientiza sobre violência doméstica questões ligadas à violação de direitos. Os casos envolvem violências física, psicológica ou sexual, além de abandono e maus-tratos, dentre outros. No segundo trimestre deste ano, 42 novas ocorrências de violação de direitos foram atendidas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Venda Nova. Desse número, 16 casos envolvem mulheres vítimas de agressão doméstica.

IBATIBA A Prefeitura de Venda Nova do Imigrante, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social realiza, durante o mês de julho, uma c a m p a n h a d e

conscientização sobre a violência doméstica. Tocar nesse assunto e combater esse tipo de agressão é dever de todos. Em Venda Nova, 204 famílias são atendidas por

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