ANO X - Nº 361 Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia 08 A 15 DE AGOSTO/2020 SERRA/ES
Distribuição Gratuita
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC PHOTO ARK
Ele chegou ao Espírito Santo
8 Mais uma receita simples, fácil e deliciosa para seu café da manhã ou lanche da tarde: pão de queijo na frigideira Pág. 8 JORGE PACHECO
8 força-tarefa da Lava Jato prendeu Alexandre Baldy, secretário estadual de Transportes Metropolitanos de SP, por suspeita de fraudes na Saúde Pág. 5 ANA MARIA IENCARELLI 8 Não temos praticado a garantia do Direito à Dignidade das crianças. Já se passaram 30 anos do ECA. Portanto, estamos bem atrasados Pág. 10
HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 Entrevista com o professor e
pré-candidato a vereador pelo PDT/Serra , Evaldo Luiz Barbosa Pág. 12
ANA LUCIA 8 Compras de brechó, o jeito 'eco-friendly' de ser, se tornou ícone fashion e contemporâneo
Perda de habitat faz lobo-guará chegar ao Estado
Pág. 11
LAÉRCIO FRAGA “LAU” 8 A ‘altinha’ conquista de vez, os amantes de esportes, pela sua simplicidade e praticidade Pág. 14
LUIZ FELIPE MAGNAGO BLULM 8 O que esperar da economia após a chegada, ao mercado, da nova nota de R$ 200, anunciada pelo governo Pág. 15
LUIZ FERNANDO PADILHA
Um dos principais símbolos do Cerrado brasileiro, o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) já habita o Espírito Santo bem antes de virar símbolo da cédula mais valiosa no Brasil. Alguns animais já foram vistos em unidades de conservação do sul do Estado e o primeiro registro foi, segundo o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), em 2003, no município de Afonso Cláudio.
Por ser característico do cerrado, o lobo-guará é uma espécie invasora para o bioma Mata Atlântica e tem sido localizado com certa frequência, há poucos anos, nos municípios do s u l d o E s p í r i t o S a nt o, c o m o Presidente Kennedy, Cachoeiro de Itapemirim, Itapemirim, Alegre e Região do Caparaó. O mesmo fato se deu com as siriemas, que também têm origem no Cerrado, mas chegaram até o
Painéis de argila podem ajudar a regenerar recifes de coral DIVULGAÇÃO
Espírito Santo afugentadas pelo desmatamento do habitar natural. “Há pelo menos cinco anos que ouço pessoas comentarem sobre a existência do lobo-guará no Estado. Pel o qu e p are c e, d e v i d o a o desmatamento do Cerrado, ele chegou ao Espírito Santo por meio do Estado de Minas Gerais, adentrando pela região do Caparaó, expandindo o território para outros municípios do sul do Estado. É um
animal que está expandindo território, pois tem sido alvo constante de produtores rurais e viu seu território ser tomado pelo agronegócio. Assim, está saindo do ambiente dele, como Cerrado, pampas e campos sulinos para habitar outros ambientes”, explica o biólogo Helimar Rabello, especialista em Gestão Ambiental e Agroecologia, mestre em engenharia sanitária e ambiental. Pág. 2
8 Como o reCAPTCHA do
Google chegou para ajudar e aperfeiçoar as pesquisas da gigante da tecnologia Pág. 6
Tocar instrumento musical pode ajudar na saúde mental
FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC
Pág. 8
WIKIMEDIA COMMONS
Estudo da Unicamp Resfriamento apresenta nova forma global foi causado por erupções há para tratar esquizofrenia vulcânicas 13 mil anos SHUTTERSTOCK
Pesquisa contraria teses anteriores que também tentaram explicar a extinção dos mamutes
Estruturas impressas em 3D estão ajudando a regenerar ambiente marinho em Hong Kong
Pág. 7
Pág. 6
Cinema pode reaproximar comunidades indígenas da tradição oral
Educação brasileira avançou, mas desigualdade de aprendizagem ainda é latente Enquanto 45,7% dos alunos ricos do 3º ano do ensino médio adquiriram o esperado em matemática, apenas 3,2% dos pobres obtiveram o mesmo patamar Pág. 4
BEPROT KAYAPÓ/AFP
Pesquisa mostra relação da doença com distúrbio de célula cerebral, além dos neurônios Pág. 9
O audiovisual pode ser uma forma de reaproximar as comunidades da tradição de transmitir as histórias pela fala e conversas Pág. 3
2 MEIO AMBIENTE
08 A 15 DE AGOSTO DE 2020
Relatório mostra falhas Perda de habitat no combate ao trá ico faz lobo-guará de animais silvestres Crime tem influência em setor ambiental e até econômico IVO LIMA/MINISTÉRIO DO ESPORTE
Um relatório divulgado pela organização não governamental (ONG) Traffic mostrou que o Brasil ainda precisa melhorar no combate ao trá co de animais silvestres. De acordo com o documento Wildlife Trafficking in Brazil (Trá co de Vida Selvagem no Brasil, em tradução livre), o País precisa desenvolver uma estratégia de combate a esse crime. O relatório, de autoria de Juliana Machado e Sandra Charity, também fez críticas sobre a coleta e o compartilhamento de dados a respeito do trá co de animais silvestres. Ainda segundo o estudo, essa modalidade de crime tem in uência em vários setores, desde ambientais até econômicos. “Especialistas em vida selvagem são unânimes em a rmar que a captura descontrolada de animais e plantas para o trá co tem sérias c ons e qu ê nc i a s n a biodiversidade do Brasil, na economia nacional, no Estado de
Direito e na boa governança. No entanto, os dados existentes raramente são consolidados e, portanto, incapazes de con rmar ou contestar essa percepção”, relata o documento. Entre as principais recomendações das autoras às autoridades brasileiras estão o des envolvimento de uma estratégia de combate ao trá co de animais silvestres e a melhora na qualidade de coleta de dados, gestão e compartilhamento dessas informações entre as instituições. Para elas, a má gestão de dados compromete os e s forç o s e x i ste nte s d a s j á sobrecarregadas forças policiais, além de subestimar o impacto do trá co de animais. “Um círculo vicioso esconde o trá co ilegal de animais silvestres no Brasil – a falta de dados faz com que as ações de scalização e combate sejam relegadas, resultando em menos dados a serem coletados. Em última análise, é um ciclo vicioso que tem impactos graves e duradouros nos esforços locais
de conservação, na economia e para o Estado de Direito”, disse Juliana Machado. O Brasil abriga 60% do bioma Amazônia e tem grande parte da riqueza da biodiversidade do planeta, com mais de 13% da vida animal e vegetal do mundo. Os animais mais retirados ilegalmente de seu habitat são as t ar t ar u g as uv i ais , p e i xe s (ornamentais e frutos do mar) e aves. Existe ainda um forte mercado interessado nas onças-pintadas e suas partes, como patas, crânio, presas e pele. É frequente também o comércio ilegal de carne de animais como capivara, paca, anta, veado e porcoqueixada. A carne selvagem ilegal também é vendida nacionalmente e por meio das fronteiras locais, especialmente na tríplice fronteira do Brasil, Peru e Colômbia. O relatório completo, em inglês, pode ser acessado no site da Traffic.
chegar ao Espírito Santo
Um dos principais símbolos do Cerrado brasileiro, o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) já habita o Espírito Santo bem antes de virar símbolo da cédula mais valiosa no Brasil. Alguns animais já foram vistos em unidades de conservação do sul do Estado e o primeiro registro foi, segundo o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), em 2003, no município de Afonso Cláudio. Por ser característico do cerrado, o lobo-guará é uma espécie invasora para o bioma Mata Atlântica e tem sido localizado com certa frequência, há poucos anos, nos municípios do sul do Espírito Santo, como Presidente Kennedy, Cachoeiro de Itapemirim, Itapemirim, Alegre e Região do Caparaó. “Há pelo menos cinco anos que ouço pessoas comentarem sobre a existência do lobo-guará no Estado. Pelo que parece, devido ao desmatamento do Cerrado, ele chegou ao Espírito Santo por meio do Estado de Minas Gerais, adentrando pela região do Caparaó, expandindo o território para outros municípios do sul do Estado. É um animal que está expandindo território, pois tem sido alvo constante de produtores rurais e viu seu território ser tomado pelo agronegócio. Assim, está saindo do ambiente dele, como Cerrado, pampas e campos sulinos para habitar outros
ambientes”, explica o biólogo Helimar Rabello, especialista em Gestão Ambiental e Agroecologia, mestre em engenharia sanitária e ambiental. O mesmo fato se deu com as siriemas, que também têm or igem no C er rado, mas chegaram até o Espírito Santo afugentadas pelo desmatamento do habitar natural. Ele conta que três lobos-guarás já foram encontrados mortos devido a atropelamentos no C aparaó, em Presidente Kennedy, e no município de Itapemirim. “Ele tem sido muito visto na região da usina Paineiras, em Itapemirim. A região, para o lobo-guará, pode ser entendida como um grande cerrado, pois não há mais mata. Em Presidente Kennedy, tem sido visto pelos quintais de algumas casas, perto da Reserva Pa r t i c u l a r d o Pat r i m ô n i o Na t u r a l ( R P P N ) M a t a d o Macuco, reconhecida pelo Iema”, informa. Ao ser avistado em quintais das casas, surgiram lendas como a do lobisomem no sul do Estado. “Surgiram boatos de lobisomem e se tratava do lobo-guará. Ele é um animal com um metro e vinte de comprimento e um metro e trinta de altura no dorso. O loboguará tem o hábito de car em pé, nas duas patas traseiras, para conseguir alcançar algum fruto em árvores, daí parecem ser
ASCOM SEAMA/IEMA
muitos maiores do que realmente são. Provavelmente, os moradores o avistaram nessa posição e remeteram a um lobisomem”, associa o biólogo. Ele ressalta que o lobo-guará não é uma espécie exótica porque é nativa do País, mas é uma espécie invasora para o bioma Mata Atlântica. “Como o bi om a Mat a At l â nt i c a f oi desmatado, as áreas onde antes eram orestas agora são pastagens e campos, tal qual o bioma Cerrado. Isso favorece o lobo-guará”, ressalta. Quanto a ser prejudicial por estar habitando o Espírito Santo, Helimar Rabello pondera: “O lobo-guará não é um animal agressivo, muito pelo contrário, é extremamente tímido, arredio e não ataca. Ele não anda em matilha, tal qual os lobos, é solitário e, no máximo, anda em forma de casal, pois é um animal monogâmico. É um dos raríssimos casos de mamíferos monogâmicos. Não tem parentesco nenhum com os outros lobos. Ele é um parente distante do cachorro-vinagre. Onde ele estiver habitando, irá competir com outros predadores de roedores, como de pequenas aves terrestres, répteis e anfíbios, mas ele também se alimenta muito de frutos, então, é um ótimo dispersor de sementes, inclusive ele é conhecido como 'semeador de árvores', ajudando no re orestamento”.
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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"
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CULTURA 3
08 A 15 DE AGOSTO DE 2020
Conheça a origem do Dia dos Pais ©PIXABAY
Cinema pode reaproximar comunidades indígenas da tradição oral Cineasta Ariel Ortega aposta no audiovisual para atualizar tradições DIVULGAÇÃO
FOTO: REPRODUÇÃO
A pandemia não deve impedir que os filhos demonstrem o carinho pelos pais no próximo domingo (9), quando é celebrado o Dia dos Pais. Seja com um almoço com os entes queridos que estão por perto ou por uma videochamada para ver quem e s t á l o n g e , a d at a s e r á comemorada com a importância merecida. Mas, afinal, quem teve a ideia de fazer o Dia dos Pais? A origem pode estar nos anos antes de Cristo. Há mais de quatro mil anos, na Babilônia, o jovem Elmesu fez com argila aquele que é tido como o primeiro cartão de Dia dos Pais, em que desejava saúde e vida longa ao seu progenitor. No início do século XX, uma jovem americana chamada Sonora Smart Dodd teve a ideia de homenagear o pai. William Jackson Smart era
um veterano de guerra que criou seis filhos sozinho. Sonora pediu à Associação Ministerial da cidade de Sp okane que ap oiasse a iniciativa de homenagear os pais. O primeiro Dia dos Pais em Spokane ocorreu em junho de 1910, o mesmo mês em que nasceu o pai de Sonora. Mas, somente em 1966, o presidente americano Lyndon Johnson decretou que a data seria comemorada no terceiro domingo de junho. Seis anos depois, o presidente Richard Nixon determinou que o Dia dos Pais seria feriado em todo o território dos Estados Unidos. No Brasil, a data foi instituída em 1953 pelo publicitário Sylvio Bhering. Diretor do jornal O Globo e da rádio Globo, ele criou a
campanha O Dia do Papai com o objetivo de atrair anúncios de produtos que poderiam ser dados de presente. A data escolhida foi 16 de agosto, dia de São Joaquim, pai de Maria e avô de Jesus. Era uma iniciativa local, direcionada apenas para o público do Rio de Janeiro, que se espalhou para o restante do País. Anos depois, a celebração foi para o segundo domingo do mês. Paí s e s c om o E s p an h a , Portugal e Itália comemoram a data em 19 de março, dia de São José, o marido de Maria, mãe de Jesus Cristo. Na Rússia, não há Dia dos Pais, mas eles também são celebrados por lá no dia 23 de fevereiro, quando ocorre o Dia do Defensor da Pátria, criado em 1919 como uma homenagem aos integrantes do exército soviético.
O audiovisual pode ser uma f o r m a d e r e ap r ox i m a r a s comunidades da tradição de transmitir as histórias pela fala e conversas, avalia o cineasta Ariel Ortega. Guarani da região de São Miguel das Missões (RS), ele contou a respeito das suas experiências com audiovisual dentro das comunidades indígenas em seminário promovido pelo Museu de Arte de São Paulo (Masp). “A nossa cosmologia, a nossa cultura é passada oralmente. Com as escolas, com toda a influência da cultura ocidental já não se faz muito isso de sentar ao redor do fogo”, conta sobre como essa tradição foi perdendo força ao longo dos anos. No entanto, ao fazer seu primeiro filme, em 2007, Ortega disse que p ô d e u s ar o c i n e m a p ar a atualizar essa vivência de diálogo dentro da comunidade. Nessa produção, o coletivo de indígenas passava o dia fazendo imagens do dia a dia na aldeia. “A gente pega a câmera e sai filmando e caçando histórias”, diz. Ao f ina l do dia, eles convidavam a comunidade para assistir ao material e discutir quais temas de ver iam s er abordados. “A gente assiste com os jovens, com os idosos. A aldeia vai participando e nós vamos elaborando o roteiro do que a aldeia quer que a gente
conte a partir desse material”, acrescenta. Desde então, Ortega já lançou cinco filmes – Duas Aldeias, Uma Caminhada; As bicicletas de Nhanderu (2011); Desterro Guarani (2011); Tava, a casa de pedra (2012) e No caminho com Mário (2014). Atualmente, está finalizando seu primeiro longa de ficção – Canuto. O cinema também se mostrou, segundo o cineasta, uma ferramenta importante para melhorar a compreensão dos não indígenas a respeito das comunidades tradicionais. “Infelizmente, no Brasil, a população em geral tem pouco conhecimento dos povos indígenas, não sabe que são tantas línguas e etnias. O cinema é muito importante, porque a gente conta a nossa história”, enfatiza. Um impacto que Ortega relata ter percebido até mesmo no
município onde está a aldeia, que tem um passado fortemente ligado aos indígenas por ter se originado em uma antiga missão jesuíta. “Isso mudou muito no município principalmente. A dignidade, a valorização cultural [aumentaram]. Muda o olhar do estereótipo que o indígena tem que ser seminu, usar cocar, arco e flecha”, ressalta. Para o cineasta, essa dificuldade de uma parte da população em enxergar como os povos indígenas se mantêm em sintonia com as evoluções tecnológicas e sociais é um dos preconceitos que os filmes ajudam a combater. “A minha cosmovisão da realidade, o meu sentimento continua sendo indígena. Até hoje a sociedade brasileira não enxerga isso, o indígena tem que estar congelado no passado, seminu”, critica.
Símbolo do samba, Luiz Melodia é homenageado em Foto Antiga do ES biografia inédita LUCIANO DANIEL
(ESTADÃO)
IVAN ERLERL/FACEBOOK/ESPÍRITO SANTO (BR), MEMÓRIA
Em 'Meu Nome É Ébano', o jornalista Toninho Vaz resgata a vida e a obra do compositor de 'Pérola Negra' DARYAN DORNELLES/VEJA
ganhou fama de “maldito” da MPB. A abrangente biogra a, escrita pelo jornalista Toninho Vaz, resgata o valor de Melodia. O autor relata da infância no Morro de São Carlos à parceria com Gal Gosta, passando pela crise que o cantor teve nos anos 80, quando se deprimiu e abusou das drogas.
Praia do Suá nos anos 1910
Há três anos, o Brasil perdia Luiz Melodia, cantor e compositor de clássicos do samba como Pérola
Negra, Juventude Transviada e Estácio, Holly Estácio. Com seu comportamento contestador, ele
MEU NOME É ÉBANO: A VIDA E A OBRA DE LUIZ MELODIA, de Toninho Vaz (Tordesilhas; 336 páginas; 55 reais) (Foto: Divulgação)
4 EDUCAÇÃO
08 A 15 DE AGOSTO DE 2020
Educação brasileira avançou, mas desigualdade de aprendizagem ainda é latente Enquanto 45,7% dos alunos ricos do 3º ano do ensino médio adquiriram o esperado em matemática, apenas 3,2% dos pobres obtiveram o mesmo patamar O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2020, lançado recentemente, traz mais de 200 grá cos e tabelas com dados e informações que permitem uma ampla leitura do que vem ocorrendo com o setor, visando assim, promover a igualdade de acesso educacional. Aliás, vale destacar que o material passa longe da onda de achismos e se baseia em dados de pesquisas como IBGE e Inep. “O Anuário mostra que houve muitos avanços ao longo das últimas décadas na educação básica, como o aumento do atendimento escolar dos quatro aos 17 anos, mas t amb ém explicita os desa os que serão aprofundados pela paralisação prolongada das aulas presenciais, como o provável aumento da desigualdade na aprendizagem e a queda na conclusão do ensino médio na idade correta. Se antes a necessidade de mudanças estruturantes no ensino era imprescindível, a crise da covid19 amplia a urgência de uma a l i a n ç a i nt e r s e t or i a l p a r a amenizar os impactos da pandemia e fortalecer a educação como pilar de reconstrução do País”, alerta
Priscila Cruz, presidente e x e c u t i v a d o To d o s P e l a
disciplinas que lecionavam. Enquanto em língua portuguesa,
crise da covid-19 e para a melhoria da qualidade do ensino SHUTTERSTOCK
Educação. Cerca de 80% dos 2.212,018 professores da educação básica estão nas redes públicas de ensino. Dados do Censo Escolar de 2019 mostram que apenas 56,8% das turmas dos anos nais do ensino fundamental p ossuíam profess ores com formação compatível com as
três em cada 10 turmas não p ossuíam profess ores com f o r m a ç ã o c o mp at í v e l ; e m matemática, a proporção era de 42,2%. Segundo o Anuário, dados como esses reforçam a relevância de ampliar programas de formação continuada para os docentes, políticas essenciais para uma resposta adequada à
no Brasil. A aprendizagem adequada em matemática no 9º do ensino fundamental de alunos ricos foi de 54,7%, já para os estudantes pobres, apenas 8,8% chegaram no nível tido como condizente. A desigualdade é ainda maior quando se analisa a qualidade adequada da mesma disciplina
nos alunos do 3º ano do ensino m é d i o : e n qu ant o o s r i c o s adquiriram 45,7% do nível esperado, somente 3,2% dos estudantes pobres obtiveram o mesmo patamar de aprendizagem. A saber, tais informações são do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017 e destacadas no Anuário. Sobre laboratórios de ciências, nos anos iniciais do ensino fundamental, somente 9,7% das escolas possuem tal área. Nos anos nais há um pequeno aumento, chegando a 23,7% e somando as duas etapas, 12,5% das escolas com ensino fundamental possuem laboratórios de ciências. Por m, já no ensino médio, 48% têm infraestrutura laboratorial. Assim também, em um webinar de apresentação do A nu á r i o, F l á v i a O l i v e i r a , jornalista de economia e colunista do jornal O Globo, enfatizou que pobreza sempre foi vista como insu ciência de renda. “Mas não é só isso. A de nição de pobreza hoje vem incorporando outros elementos, que envolve, por exemplo, a qualidade da habitação: ter
parede sem reboco, não ter laje, não ter pelo menos um dos três serviços ligados a saneamento básico, coleta de lixo, não ter acesso a internet”, criticou. Flávia completou ainda: “eu acho que não é aceitável se render a isso. Como é que se faz para acolher o aluno e romper essa de ciência que vem do meio e não da escola? Agregando assistência social, programa de renda mínima. Ter segurança alimentar”, aconselha. Sendo assim, o que Flávia e Priscila Cruz concordam é que tais disparidades de aprendizagem entre pobres e ricos, brancos e negros, é uma desigualdade estrutural. “Para a gente chegar em equidade maior a gente precisa dar mais para quem tem menos e para isso as políticas precisam ser de nidas e formuladas para quem tem menos”, defende Priscila. Em resumo, a publicação é uma parceria do Todos Pela Educação com a Editora Moderna e, segundo os organizadores, a divulgação anual é uma forma de monitorar e criar ambientes de pressão constante sobre o que melhorou e o que piorou na educação brasileira.
MEC diz a deputados que Crianças na educação não sabe alcance do ensino infantil não podem virtual na rede pública repetir de ano UNESCO
O Ministério da Educação a rmou na segunda-feira (3) que não sabe dizer quantos estudantes da rede pública estão acompanhando as aulas remotas durante a pandemia da covid-19. A informação veio em resposta a um ofício enviado à pasta por sete congressistas solicitando os dados o ciais sobre o alcance do ensino a distância e a reorganização do calendário escolar depois da suspensão das aulas presenciais. O grupo integra comissão na Câmara dos Deputados que acompanha as ações do ministério. A reposta, assinada pelo ministro Milton Ribeiro em 27 de julho, informou que a pasta “não dispõe de informações acerca do número de alunos da rede pública de ensino do País que estão tendo teleaulas e aula on-line até o momento”. Os dados do relatório se baseiam em uma nota técnica da Secretaria de Educação Básica do ministério, que trata de todas as redes estaduais de educação que estão em regime de atividades remotas. A nota técnica se baseia
no site do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). O Ministério da Educação explica que os dados foram retirados de uma pesquisa feita pelo C onsed e pela União Nacional dos Dirigentes Mu n i c ip ais d e E du c a ç ã o (Undime), à qual somente 71% das redes municipais responderam. “A partir das informações acima registradas, é possível a rmar que todas as redes estaduais estão implementando o ensino a distância e parte das redes municipais também. Porém, o MEC não pode a rmar
com precisão o percentual de estudantes que estão participando do processo de ensino-aprendizagem por meio das atividades não presenciais, o que nos impede de responder sobre o quantitativo exato de alunos das redes públicas de ensino [que] participam de teleaulas e aulas on-line”, diz a nota. A pasta destaca que, em julho, o C onselho Nacional de Educação (CNE) aprovou um p a re c e r “c om or i e nt a ç õ e s educacionais para a realização de aulas e atividades pedagógicas presenciais e não presenciais no contexto da pandemia”.
Diante das incertezas da volta às aulas presenciais em meio à pandemia do novo coronavírus, os pais se veem cheios de dúvidas quanto ao percurso escolar dos lhos. Mas os responsáveis podem car menos angustiados: as crianças na educação infantil não podem repetir de ano, mesmo que os pais tirem os lhos da escola. Segundo o jornal O Povo, a decisão da família prevalece na escolha da permanência de crianças de até cinco anos na instituição de ensino. Essa exibilidade deve-se à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), promulgada em 1996, que estabelece a avaliação como regra que norteia a Educação Infantil. Ou seja, o ensino serve para acompanhar o desenvolvimento da criança, sem o objetivo de promover o acesso ao ensino fundamental. Nessa faixa etária, não há aquisição de conhecimentos práticos, como domínio pleno de leitura e escrita. Ao jornal, a professora da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal do Ceará (UFC), Rosemeire Costa
de Andrade, explica que a s e g me nt a ç ã o d a e du c a ç ã o infantil é feita em períodos. Então, não há a possibilidade de a criança repetir de ano sabendo que não existe uma classi cação e m s é r i e s c om o n a s f a s e s posteriores. Além disso, a LDB garante que, mesmo que a criança não tenha ido para a escola até os 6 anos de idade, ela será matriculada diretamente no ensino fundamental. “Não existe um conjunto de conteúdo que as crianças têm em habilidades para dominar antes de entrarem no ensino fundamental”, reforça Rosemeire ao jornal. Enquanto não há um novo
parecer sobre a retirada dos lhos da escola, a normatização da LDB continua sendo aplicada. S e u ma f am í l i a opt ar p or interromper os estudos da criança, a matrícula no ano seguinte será avaliada pela instituição de ensino, considerando as justi cativas apresentadas. Segundo a presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Ceará (Sinepe), Andrea Nogueira, a entidade irá atrás de crianças que tiveram problemas em seus lares ou pais desempregados, e tudo isso será considerado na avaliação dos alunos, inclusive os efeitos da pandemia.
(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES
POLÍTICA 5
08 A 15 DE AGOSTO DE 2020
Jorge
Analista Político
Pacheco
Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com
“Não existe país no mundo em que o governo seja corrupto e a população honesta e vice-versa”, Leandro Karnal MONTAGEM/REPRODUÇÃO
que humilhou guarda reaparece sem máscara em praia de Santos
A força-tarefa da Lava Jato prendeu, nesta quinta-feira (6), Alexandre Baldy, secretário e s t a d u a l d e Tr a n s p o r t e s Metropolitanos de SP, por suspeita de fraudes na Saúde. Outras duas pessoas foram presas, entre eles um pesquisador da Fiocruz, Gu i l h e r m e Fr an c o Ne tto. Segundo as investigações, o secretário de João Doria — deputado federal licenciado
O desembargador Eduardo Almeida Prado Rocha Siqueira, que ofendeu e tentou intimidar guardas civis municipais ao ser abordado por estar sem máscara de proteção facial obrigatória, foi agrado novamente sem o EPI durante uma caminhada em uma praia de Santos, no litoral paulista. Imagens obtidas pelo G1, que teriam sido feitas na manhã
secretário de Segurança Pública do município e evocou um suposto irmão procurador de Just i ç a p ar a i nt i m i d ar o s guardas. O caso ganhou repercussão depois que vídeos da abordagem passaram a circular nas redes sociais.
Filha de Vanusa pede ajuda financeira para tirar mãe de clínica Cerca de duas semanas após ter pedido ajuda nanceira nas redes sociais para comprar uma que numa clínica para sempre. O Alzheimer é uma doença muito difícil. Como eu vivo hoje, não tenho como trazê-la de lá. A condição dela exige um cuidado maior, e eu vivo só. Então, se eu e minha irmã estivermos perto uma da outra, a gente reveza e cuida dela”, explicou. Por m, Aretha comentou que Vanusa já não a reconhece mais, e que ela perdeu capacidade de raciocínio. “Não tem mais como conversar com ela. Minha mãe se tornou uma criança, que às vezes ca brava. Ela merece uma vida maravilhosa. Não interessa que ela não saiba que eu sou a lha dela. Eu sei que ela é minha mãe”.
CRISTIANO MARIZ/VEJA
Secretário de Transportes de SP é preso em operação da Lava Jato
AJUFE
Desembargador
desta quarta-feira (5), mostram o magistrado caminhando pela faixa de areia, com a máscara no pescoço, enquanto falava ao celular. Segundo o portal, Siqueira disse que 'provavelmente' não era ele. No mês passado, agrado sem máscara enquanto caminhava em uma praia de Santos, o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo chamou de 'analfabeto' o guarda que lhe pediu que colocasse o EPI — obrigatório em locais públicos, comércios, transportes e ambientes de trabalho em Santos desde maio em razão da
casa, Aretha Marcos, lha da c antor a Vanu s a , voltou a c om e nt ar s o bre u m n ovo pedido de auxílio. Em entrevista ao Extra, ela re velou que gostaria de arrecadar uns R$ 150 mil. “Quero comprar um terreno que eu possa também disponibilizar terras para outras pessoas construírem suas casas. Se eu conseguir arrecadar uns R$ 150 mil já é o su ciente para comprar o terreno e levantar minha casa. A primeira casa que eu sei que vou levantar vai ser a da minha irmã, para morar eu, ela e minha mãe”, a rmou
pandemia do novo coronavírus. O magistrado chegou a desa ar os agentes a multá-lo e a insinuar que jogaria a autuação 'na cara' do guarda caso ele i n s i s t i s s e n a n o t i c a ç ã o. Siqueira também ligou para o
Aretha Marcos. Vanusa sofre da doença de Alzheimer, e está internada em uma clínica desde 2017. A lha da cantora quer também tirá-la do local. “Não quero que minha mãe
REPRODUÇÃO/G1
(Pode-GO) e ministro das Cidades no governo Temer — responde por atos suspeitos antes de assumir a pasta. As prisões foram feitas no âmbito da Operação Dardanários para desarticular conluio entre empresários e agentes públicos, que tinha por nalidade contratações dirigidas, especialmente na área da saúde. A ofensiva apura crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os policiais federais cumprem seis mandados de prisão e 11 de busca e apreensão nas cidades de Petrópolis (RJ), São Paulo (SP), São José do Rio Preto (SP), Goiânia/GO e Brasília/DF. Segundo a PF, três pessoas já foram presas. A op e r a ç ã o é u m desdobramento das investigações realizadas no âmbito das operações Fatura E x p o s t a , C a l i c ute e S O S , indicou a PF. Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. “O nome da operação faz referência aos agentes de 'negócios', atravessadores que intermediavam as contratações dirigidas”, a rmou a PF em nota.
a rma. “Perplexos, temos visto decisões inusitadas proferidas em regime de Plantão no Judiciário, críticas e ilações descabidas por parte do Procurador-Geral da República, somadas à fala oportunista de p ol ít i c o s i nve st i g a d o s ou processados”. Segundo os parlamentares, não cabe a Aras “ scalizar o trabalho dos procuradores, tendo acesso indiscriminado a todo o conteúdo de i nve st i g a ç õ e s e m c u rs o e violando a independência funcional desses servidores”. Os
Em manifesto, senadores defendem Lava Jato e criticam decisões de Aras Senadores do 'Muda Senado' publicaram nesta quinta-feira (6) manifesto para reiterar apoio à Operação Lava Jato. No documento, divulgado após reunião virtual do grupo, os parlamentares relatam preocupações com a escalada de a ç õ e s e man i fe st a ç õ e s d e autoridades dos três Poderes, “com intenção de destruir a credibilidade das operações de combate à corrupção”. Além disso, criticam decisões do Procurador-Geral da República, Augusto Aras. Na nota, os 17 senadores signatários a rmam que a atuação da força-tarefa em Curitiba impulsionou outras operações, o que gerou expectativa de ter “justiça” c o n t r a “c r i m i n o s o s , independente de sua in uência política”. “Porém, aqueles acostumados aos privilégios e à impunidade não desistiram e hoje aproveitam a tragédia de uma pandemia que já matou cerca de 100 mil brasileiros para colocar seu plano nefasto em ação”,
senadores defendem que esse trabalho cabe à Corregedoria do
Ministério Público Federal (MPF). Nesta semana, senadores acionaram o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra o procurador-geral. De acordo com o senador Alessandro Vieira (CidadaniaSE), um dos que acionou a corregedoria do órgão e também assina o manifesto, Aras ignora a garantia de independência dos procuradores e tenta atuar como um chefe autoritário e retrógrado. PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO
6 TECNOLOGIA
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LUIZ FERNANDO PADILHA Engenheiro da Computação Jornalista (MTb 0012232/PR) MBA em Inteligência de Negócios e Especialista em Segurança de Dados
Não sou um robô! Como humanos resolvem problemas que os robôs não conseguem
N
a edição anterior conversamos sobre como o Google utiliza suas ferramentas de pesquisa e o papel das pessoas que efetuam as buscas no aprimoramento de seus resultados. Na edição de hoje iremos nos aprofundar nas formas nas quais a gigante da tecnologia utiliza seus próprios usuários para aperfeiçoar outros produtos. Para isso precisamos falar sobre um serviço chamado reCAPTCHA. Esta ferramenta foi desenvolvida por estudantes da universidade Carnegie Mellon, uma instituição de pesquisa privada no estado da Pensilvânia, nos EUA, no início de 2007. O objetivo dos alunos era impedir que robôs – programas desenvolvidos para executar tarefas repetidamente, em uma velocidade muito rápida – pudessem comprar milhares de ingressos de shows e jogos de futebol americano em questão de poucos minutos. Estes ingressos seriam então revendidos pelos
REPRODUÇÃO INTERNET
desenvolvedores dos robôs em outros sites, por preços maiores – como um cambista digital. O reCAPTCHA mostrava aos compradores uma sequência de letras e números aleatórios e distorcidos que, na época, era indecifrável aos robôs. Quando o usuário digitava esta sequência corretamente, garantia que estes eram, de fato, humanos. Com o avanço das pesquisas na universidade o ser viço foi evoluindo e, em parceria com o jornal e New York Times, surgiu uma nova versão da ferramenta. O periódico tinha interesse em digitalizar todo seu arquivo, cuja primeira edição datava de meados de setembro de 1857. O processo de digitalização consiste em tirar uma sequência de fotos de cada edição, em alta resolução, que então passam por um processo de reconhecimento óptico de caracteres. O problema deste processo é exatamente o mesmo enfrentado pelos criadores dos robôs
mencionados anteriormente: o reconhecimento de caracteres feito pelos computadores não é perfeito. Além disso, quanto mais antiga a edição, mais, o papel havia amarelado, a tinta se apagado e dobras e ranhuras atrapalharam a análise automática. Na parceria feita entre as empresas, as centenas de milhares de pessoas que utilizavam a ferramenta para se identi carem como humanos, passaram então a receber duas palavras como desa o para provar que não são robôs: uma
palavra de controle, que o serviço de reconhecimento de imagens já havia digitalizado corretamente, e uma palavra que não havia sido possível detectar. Ao digitar as duas palavras corretamente, o usuário ganhava acesso ao site e, ao mesmo tempo, ajudava na tradução de palavras que não pu d e r am s e r d i g it a l i z a d a s automaticamente. O sistema digitalizou todo o catálogo do jornal em poucos meses. Em 2009 a plataforma foi comprada pelo Google, que passou a ter ideias mais ambiciosas. Seu primeiro projeto
foi implementar o serviço no Google Books, digitalizando um acervo que conta hoje com mais de 25 milhões de livros. O reCAPTCHA foi utilizado para corrigir erros de digitalização, bem como aprimorar palavras de difícil reconhecimento e termos que pudessem estar separados entre duas páginas. À medida em que os robôs foram se tornando mais inteligentes, a empresa também encontrou outras maneiras de ut i lizar a fer rament a p ara ap r i m o r a r s e u s p r o d u t o s , especialmente o Google Street
View – serviço que permite que usuários vejam ruas e estradas com alto nível de detalhe. A primeira aplicação selecionava imagens com os números de casas e estabelecimentos, e s olicit ava que os usu ár ios dig it ass em estes números. Utilizando o mesmo princípio da detecção de palavras, agora os usuários passaram a auxiliar o serviço do Google Maps na detecção exata dos números de casas e empresas, aprimorando suas rotas. Na última atualização da ferramenta – utilizada até hoje – vo c ê prov avel me nte j á foi solicitado a selecionar semáforos, faixas de pedestre, carros, placas, e outros objetos de vias públicas. Com centenas de milhões de resoluções por dia, todos nós estamos ensinando carros autônomos a identi car minuciosamente os mais variados elementos de vias públicas, e assim, dirigirem sozinhos.
Virgin Galactic revela Painéis de argila podem design de seu futuro ajudar a regenerar recifes jato supersônico Veículo será capaz de alcançar três vezes a velocidade do som e voará a 60 mil pés de altura REPRODUÇÃO VIRGIN GALACTIC
A empresa de turismo espacial Virgin Galactic revelou, na segunda-feira (3), o design de seu futuro jato supersônico. Quando nalizado, o veículo p o derá transp or t ar até 19 passageiros a uma velocidade três vezes superior à do som, ou cerca de 3.700 km/h. O objetivo da empresa é que esse tipo de jato possibilite viagens super-rápidas de um ponto a outro da Terra. A nível de comparação, a maioria dos aviões comerciais alcançam a velocidade máxima de 850 km/h em condições ideais. A altitude também impressiona: o jato voará a 60 mil pés de altura, ou 18.288 metros — quase sete quilômetros mais alto que os aviões comuns. Isso fará com que
uma viagem entre Nova York e Londres, que normalmente dura cerca de sete horas, seja feita em apenas 90 minutos. Para construir o jato, a Virgin Galactic terá ajuda da fabricante de motores Rolls-Royce, que desenvolverá a tecnologia de propulsão necessária. Anteriormente, a empresa já havia anunciado uma parceria com a Nasa para acelerar o des envolvimento de s eus veículos supersônicos. Ainda não se sabe quando o veículo cará pronto ou quanto custarão as passagens, mas é certo que não serão baratas. Encurtar a duração das pontes aéreas é apenas a ambição mais modesta da Virgin Galactic. Por anos, a companhia vem
trabalhando em projetos de turismo espacial — isto é, a possibilidade de "dar uma volta" no espaço, ou quase isso. O veículo desenvolvido para essa nalidade é a espaçonave VSS Unity, cujo interior foi revelado recentemente durante uma live. A expectativa é que ela alcance até 100 quilômetros de altitude. Tecnicamente, ainda não é o espaço, mas a essa distância do solo já é possível ter uma "visão perfeita da Terra" e experimentar a ausência da gravidade. Pode parecer sonho, mas o turismo espacial está mais próximo de se tornar realidade do que se imagina. Em 2019, o VSS Unity chegou a levar uma passageira à altitude de 90 quilômetros, que já é considerada pela Nasa como território espacial. Em breve, esse tipo de turismo deve car cada vez mais comum. O preço, no entanto, é salgado: US$ 250 mil (cerca de R$ 1 bilhão e 300 mil) por assento. Embora o cenário tecnológico seja promissor, por enquanto é melhor continuar planejando uma viagem a Paris.
de coral
Estruturas impressas em 3D estão ajudando a regenerar ambiente marinho em Hong Kong DIVULGAÇÃO
Pesquisadores da Universidade de Hong Kong e do Instituto de Ciências Marinhas de Swire estão usando estruturas de argila impressas em 3D para ajudar a recuperar corais nas águas de Hong Kong. O projeto tem como meta instalar painéis de 65 cm de diâmetro e cerca de 20 kg que ajudarão os corais a sobreviver e se reproduzir. Em 2018, o tufão Mangkhut, ou tufão Ompong como cou conhecido nas Filipinas, destruiu quase 80% dos corais na península de San Kung, em Hong Kong. Como a recuperação natural dos corais poderia levar décadas, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Hong Kong desenvolveu estruturas que podem servir de base para a regeneração dos recifes, permitindo o crescimento de corais tanto na direção horizontal quanto na vertical. A argila foi escolhida como material porque não sofre in uência e nem tem impactos
no ambiente marinho. “O clima subtropical de Hong Kong gera muita sedimentação marinha”, explica a professora Lidia Ratoi que faz parte da equipe do projeto. “Por isso os painéis tem diversas perfurações, para que este sedimento não se depositem em sua superfície, as xiando os corais. O tamanho das cavidades é su cientemente grande para que os corais cresçam vertical e horizontalmente, cando fortes para que possam competir com
outras espécies marinhas como algas”, detalha a professora. O método foi testado com sucesso e, desde então, já foram impressos 128 painéis de argila em impressoras 3D que foram d e p o s it a d o s na sup e r f í c i e marinha da península de San Kung. De acordo com os pesquisadores, nos próximos anos estes painéis irão ajudar a restaurar uma área de pelo menos 40 m² de recifes de corais.
CIÊNCIA 7
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Resfriamento global foi Caverna é descoberta sob causado por erupções um dos castelos mais vulcânicas há 13 mil famosos da Polônia anos, aponta estudo A caverna, ainda inexplorada, faz parte de uma lenda antiga e foi encontrada dentro das muralhas do castelo Olsztyn
Pesquisa contraria teses anteriores que também tentaram explicar a extinção dos mamutes
WIKIPEDIA
WIKIMEDIA COMMONS
Um novo estudo publicado na revista cientí ca S cience Advances apontou uma causa diferente para o resfriamento global, conhecido como Dryas, que aconteceu há 13 mil anos. De acordo com os pesquisadores da Universidade de Houston e da Universidade de Baylor, foram erupções vulcânicas que provocaram a extinção dos mamutes. Pesquisas anteriores indicavam que o rápido resfriamento da Terra havia sido causado por um meteorito. No entanto, essa a rmação foi contestada pelo mais recente trabalho, em que
foram analisadas substâncias químicas descobertas no solo na Caverna de Hall, na região do Texas Hill Country, Estados Unidos. A partir desse procedimento, foram encontrados traços de elementos raros, como ósmio, irídio, rutênio, platina, paládio e rênio, o que, de acordo com a pesquisa, assinalou que essas geoassinaturas apontavam para uma origem vulcânica. “Essas assinaturas provavelmente foram o resultado de grandes erupções no Hemisfério Norte, incluindo
vulcões nos Aleutas, Cascatas e até na Europa”, a rmou o coautor do estudo, Kenneth Befus, da Universidade de Baylor. “Este trabalho mostra que a assinatura geoquímica associada ao evento de resfriamento não é única, mas ocorreu quatro vezes entre nove mil e 15 mil anos atrás. Assim, o gatilho para esse evento de resfriamento não veio do espaço. Evidências geoquímicas anteriores de um grande meteoro explodindo na atmosfera re etem um período de grandes erupções vulcânicas”, concluiu Alan Brandon, da Universidade de Houston.
Arqueólogos revelaram a descoberta de uma caverna e uma rede de túneis sob o castelo de Olsztyn, na Polônia — importante marco para a cultura polonesa por estar cercado de lendas e mitos a seu respeito. Erguido no século 14, hoje em dia tudo o que pode ser visto da construção são suas ruínas, que enfeitam a vista do planalto de Cracóvia-Częstochowa. Mas, graças à descoberta, a famosa lenda da existência de um túnel secreto, que liga o castelo ao Mosteiro Jasna Góra, pode ser uma real possibilidade. Esse túnel teria sido usado para apartar Madona Negra, declarada Rainha da Polônia e um dos símbolos mais honrados nos tempos de guerra. Quando os arqueólogos perceberam que a superfície do que é chamado de "Caverna do Castelo Inferior" era sedimentar
endurecida, a descoberta de uma caverna sob seus pés se tornou realidade. Apesar de ainda não terem cavado, os testes revelaram que havia um enorme vazio sob o chão que pisavam. Os cientistas se animam com a equipe de espeleólogos que se c omprome te u a aju d ar na
exploração desse sistema de túneis. Ademais, os arqueólogos também exibiram alguns artefatos encontrados no local que datam de séculos atrás, incluindo um azulejo da Idade Mé d i a qu e re pre s e nt a u m falcoeiro de caça.
PRECISÃO
Contabilidade
“Menor dinossauro do mundo” não é um Carruagem de guerra dinossauro de três mil anos é restaurada na China (27) 3228-4068
Revista científica publicou um novo estudo que coloca em dúvida a classificação do antigo e minúsculo fóssil encontrado em Mianmar
DIVULGAÇÃO/LIDA XING
FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
Em março deste ano, a renomada revista cientí ca Nature publicou um estudo analisando um antigo fóssil encontrado no n o r t e d e M i a n m a r. O s p es quis adores chegaram a classi car o pequeno animal, que tem o comprimento de 1,5 centímetro, como um dinossauro da categoria Oculudentavis. No entanto, meses depois, uma nova pesquisa contrariou essa de nição, o que fez com que a Nature postasse uma retratação a respeito do caso. "Embora a descrição de Oculudentavis khaungraae permaneça precisa, um novo espécime não publicado lança dúvidas sobre nossa hipótese", escreveram os cientistas no site. O fóssil pré-histórico
INSTAGRAM/ XINHUANET /SHAANXI
BOB BEHNKEN
c ons e r v a d o e m âmb ar, na v e rd a d e , n ã o é d o m e n or d i n o s s au ro j á e n c ont r a d o porque é provável que ele não seja ao menos um dinossauro. P a r a J i n g m a i O ' C o n n o r, paleontologista coautor do estudo, novos dados indicam "de nitivamente dizem que estávamos errados".
A partir de uma nova visão, os pesquisadores acreditam que pode se tratar dos restos de um lagarto antigo. Importantes características do animal, como detalhes observados em seus d e n t e s e c r â n i o, " a p o i a m esmagadoramente sua a nidade com squamate [lagarto ou cobra]", segundo nova pesquisa.
Uma carruagem de guerra datada do período da dinastia Zhou Ocidental (de 1046 a 771 a.C.), foi restaurada por e s p e c i a l i s t a s d o In s t i t u t o Provincial de Arqueologia de
Shaanxi, no centro da China. De acordo com informações, o veículo mede 3,13 metros de comprimento por 2,7 metros de largura e foi encontrado junto
c om e s qu el e to s d e qu at ro cavalos, no sítio arqueológico de Zhou Yuan, no noroeste de Shaanxi, em 2014. No momento de seu descobrimento o carro estava partido em milhares de pedaços, levando três anos para completar os trabalhos de restauração, segundo o Xinhuanet. A carruagem é dotada de aproximadamente 400 acessórios de bronze. As bordas externas também são de bronze. "A restauração da carruagem é valiosa para pesquisas sobre o período nal da dinastia Zhou O cident a l", a r mou Wang Zhankui do Instituto Provincial de Arqueologia de Shaanxi.
8 BEM-ESTAR
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Gatilho: o que é e como é possível lidar com ele Apesar de ter se tornado um meme, o gatilho pode desencadear uma série de sentimentos negativos nas pessoas SHUTTERSTOCK/BLABO 101
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665
Pão de queijo na frigideira MONTA ENCANTA
2 colheres sopa de polvilho doce 1 ovo 1 colher de sopa de requeijão cremoso 2 colheres sopa de queijo parmesão Bata tudo em um recipiente até car uma mistura homogênea, unte uma frigideira com azeite e despeje a massa. Deixe dourar dois lados. Gatilho é um termo utilizado no ramo da psicologia para denominar um estímulo emocional causado no cérebro, que ativa lembranças de traumas ou situações marcantes na vida de uma pessoa. Apesar de estar relacionado, na maioria das vezes, a uma sensação negativa, também é possível despertar gatilhos positivos que tenham ligações afetivas na vida de alguém. Por estar relacionado exclusivamente com as experiências pessoais de cada um, diversos tipos de situações podem desencadear emoções e s e tornar um gatilho. A n e u r o p s i c ó l o g a Ta m m y Marchiori explica, através de um cenário-exemplo, o que pode ser considerado um gatilho. "Uma pessoa sofre um abuso sexual em uma festa. Anos depois, ao ouvir a música que estava tocando no momento do abuso, esta pessoa pode se lembrar dos detalhes e, de certa forma, "reviver" o evento, o que pode resultar em desconforto e sofrimento. Dessa forma, a música funcionou como um gatilho para dar início a essas lembranças negativas", conta a especialista. Gatilho mental X Gatilho emocional Os dois termos são capazes de gerar diversas sensações no cérebro humano. Porém, a maneira que isso ocorre se difere entre ambos. Entenda o que é cada um. Gatilho mental: esse tipo de gatilho é muito utilizado como estratégia de marketing e venda, pois é capaz de ativar sentimentos que provocam certas vontades e tentações. Tammy Marchiori explica que o gatilho mental tem relação com as nossas ambições,
necessidades e interesses sobre algo. A neuropsicóloga conta que o gatilho emocional, por sua vez, está ligado com as nossas memórias, emoções, reações e comportamentos diante de situações cotidianas e relacionamentos em geral. Ap e s a r d o t e r m o t e r s e popularizado na internet como um meme, um gatilho pode desencadear sentimentos i nt e n s o s e , mu i t a s v e z e s , preocupantes no emocional de uma pessoa. Alguns sinais que demonstram o impacto gerado por um gatilho são: raiva, perda de controle, ansiedade, estresse, medo, culpa, sentimento de julgamento ou inferioridade, tristeza, baixa autoestima, " ashbacks" de situações passadas, sensação de vazio. Por serem tão singulares e se apresentarem de diferentes formas, não é possível evitar a exposição aos gatilhos no nosso dia a dia. No entanto, o gatilho emocional, que está relacionado aos traumas internos, pode gerar consequências preocupantes na vida de alguém, como crises de ansiedade e depressão. Dessa forma, alguns cuidados devem e podem ser tomados para evitar qualquer tipo de desgaste mental. O principal deles, de acordo com Tammy Marchiori, é o tratamento através da psicoterapia, para que traumas mais conscientes (como u m a c i d e nte ou abus o no
passado, por exemplo) possam ser superados. Muitas postagens nas redes sociais são feitas com um sinal de alerta no começo, avisando que o conteúdo pode se tornar gatilho para algumas pessoas. Então, ao se deparar com um desses avisos, é essencial que haja uma re exão e honestidade consigo mesmo, não se deixando levar pela c ur iosidade e entender as possíveis consequências da leitura. É importante ressaltar ainda que tudo pode se tornar um gatilho: palavras, cheiros, gestos, lugares, entre outros. De acordo com a Sociedade Americana de Psicologia, os gatilhos podem ser ainda mais desgast antes e impactantes quando ocorrem de forma inesperada. Portanto, não há uma fórmula que possa nos tornar imunes a esse sentimento. Logo, se culpar por sentir algo negativo ou diminuir a importância da própria dor por considerar que ela se iniciou por um motivo "bobo", são pensamentos que devem ser evitados. "Os gatilhos mental e emocional são subjetivos, ou seja, o que é gatilho para uma pessoa não é para outra. Cada pessoa tem as suas memórias, ambições, interesses e emoções que são únicas", naliza a n e u r o p s i c ó l o g a Ta m m y Marchiori.
M
ais uma receita simples, fácil e deliciosa para seu café da manhã ou lanche da tarde para substituir o famoso pãozinho francês. Pão de queijo na frigideira é muito fácil de fazer. Basta apenas misturar os ingredientes em um bowl pequeno e levar para frigideira, 5 minutinhos de cada lado e... Pronto para servir o melhor pão de queijo da vida, pode acreditar!
(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020
Tocar instrumento musical pode ajudar na saúde mental A análise revelou impactos emocionais positivos que a música pode gerar em tempos de pandemia REPRODUÇÃO INTERNET
A saúde mental se tornou um dos tópicos mais comentados nos últimos tempos. Com o período de isolamento social adotado mundialmente, como forma de conter o novo coronavírus, muitas pessoas passaram a enfrentar uma série de impactos psicológicos — desde ansiedade até episódios depressivos. Para entender como a mente é afetada por fatores externos, a plataforma de streaming de música Spotify encomendou um estudo cientí co que revelou um dado interessante: cerca de 89% dos adultos a rmaram que se sentem mais felizes e relaxados ao tocarem um instrumento musical. A pesquisa foi conduzida como um complemento da experiência proposta por Niall Breslin em seu podcast, chamado "Where Is My Mind?". O apresentador entregou mais de 400 ukuleles
para seus espectadores, propondo que todos aprendessem a tocar a mesma música. Com isso, foi possível d e monst r ar o i mp a c to d o instrumento no humor de cada pessoa durante a quarentena. O estudo, realizado no Reino Unido e publicado no site Consequence of Sound, apontou que 56% das pessoas entrevistadas disseram que se sentem relaxadas ao tocar um instrumento musical. Outras 48% se sentem mais satisfeitas com o ato e 43% disseram se sentir em paz. Os d a d o s d e monst r ar am também que o instrumento é a opção principal de 75% dos britânicos na hora de escolherem um méto do para aliviar o estresse do dia a dia. Para 54% dos entrevistados, a melhor hora de tocar é após um dia estressante de trabalho. Já 34%
praticam quando há preocupação com dinheiro e 30% ao apresentarem ansiedade. A pesquisa revelou que mais de um terço das pessoas alegaram que tocar um instrumento é uma ação que promove um "senso de propósito na vida". Com os resultados da análise, foi possível obser var o forte potencial positivo que a música pode ter em relação à saúde mental de quem a pratica. Se você se sente desmotivado (a), estressado (a), ansioso (a), entediado (a) ou solitário (a) durante o isolamento, saiba que você não é único (a). O momento atual possui muitos fatores de estresse que podem afetar seu equilíbrio. Por isso, é importante investir em atividades para fazer a manutenção da sua saúde emo ciona l, como: me dite, alongue-se, pratique exercícios de respiração profunda ou mindfulness; converse todos os dias com alguém; faça boas ações a v o c ê e a o s out ro s ; f a ç a atividades que você goste; siga uma dieta saudável sem grandes restrições; pratique algum exercício físico, pois eles liberam serotonina, que dá a sensação de prazer, e são bené cos para a saúde e o sistema imunológico.
SAÚDE 9
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Estudo da Unicamp apresenta nova forma para tratar esquizofrenia Pesquisa mostra relação da doença com distúrbio de célula cerebral PIXABAY
Pesquisadores da Universidade d e C a mpi n a s ( Un i c a mp ) c on r m a r a m a re l a ç ã o d a esquizofrenia com o distúrbio de outra célula cerebral, além dos n e u rôn i o s . A d o e n ç a e s t á relacionada ao distúrbio em uma célula chamada oligodendrócito, responsável pela produção da bainha de mielina, que, por sua vez, acaba sendo gerada também com debilidade. O estudo sugere um novo alvo de tratamento para a doença. Os pesquisadores usaram cérebros de pacientes mortos que tinham es quizof renia e de pessoas mentalmente sadias, para estabelecer a base de comparação. “Nosso laboratório já vem investigando a importância da bainha de mielina na esquizofrenia há muitos anos. Os medicamentos usados hoje para esquizofrenia vão atuar muito sobre os neurônios, que apesar de constituírem as células principais do cérebro, são apenas um dos t i p o s q u e t e m o s”, d i s s e o pesquisador Daniel Martins-deSouza, professor de bioquímica e coordenador do Laboratório de
Neuroproteômica da Unicamp. Ele explicou que os medicamentos usados atualmente para tratar a doença têm efeito conhecido sobre os neurônios e que seu grupo de estudos chegou à conclusão de que eles atuam também sobre a bainha de mielina. No entanto, ressaltou que o efeito desses medicamentos não é tão satisfatório. "Ele tem ação sobre a bainha de mielina, mas, como não é feito para isso, o melhor era que estivesse direcionado para tal”. “No desenvolvimento de novos medicamentos, deve-se considerar que aqueles que não atuarem sobre a bainha de mielina não vão funcionar. Eles precisam atuar sobre os neurônios e sobre a bainha de mielina também”, acrescentou. A partir desse estudo, foram i d e nt i c a d a s a s p r o t e í n a s e sp e c í c as e nvolv i d as no s defeitos dessas células. As proteínas fazem com que a bainha de mielina funcione. “O que a gente traz são proteínas que podem ser novos alvos terapêuticos para um tratamento
mais e caz da esquizofrenia”. Os neurônios se comunicam uns com os outros por meio de longos braços, estabelecem conexões e transmitem informação sobre tudo o que é preciso para sobreviver. Esses braços, por onde passa a i n f o r m a ç ã o, p r e c i s a m s e r isolados como se fossem um o para que a informação não seja p erdida ness e pro cess o de transmissão. “O o elétrico na rua, quando você vê um poste, ele é isolado não só para as pessoas não tomarem choque, mas para que não haja perda de transmissão elétrica. Nossa bainha de mielina serve para isso, é como se fosse o isolamento de um o”, explicou o pesquisador. “O que temos visto, nós e outros pesquisadores de esquizofrenia, é que os pacientes com a doença têm uma perda do isolamento, como se os os fossem desencapando ao longo do tempo. E esse encapamento do o, a bainha de mielina, na verdade é produzido por outra célula, o oligodendrócito. O que a gente tem visto é que essas células, os oligodendrócitos, elas
não estão funcionando bem”. Se essas células não funcionam bem, elas não produzem o isolamento adequado. Dessa forma, a bainha de mielina – que seria como o encapamento do o – ca fraca e a transmissão elétrica se perde, o que é um sinal da esquizofrenia. “Nesse estudo agora, nós estamos na parte mais especí ca possível, comprovando que de fato a bainha de mielina tem papel bem preponderante sobre a
patogenia”, disse. Segundo Martins-de-Souza, um medicamento satisfatório precisaria agir tanto na produção de mais mielina, para garantir o isolamento adequado, quanto p a r a p r o m o v e r o amadurecimento dos oligodendrócitos, para que eles produzam proteção mais efetiva. “Existe uma busca por medicamentos mais efetivos, já que boa parte dos pacientes não responde bem a esses, usados
atualmente, e que têm efeitos colaterais não relacionados à esquizofrenia. Então, essas são pistas que vão poder ajudar no desenvolvimento de medicamentos mais precisos e efetivos”, a rmou o pesquisador. Além de Martins-de-Souza, o grupo de pesquisa inclui Ana Caroline Falvella, Caroline Teles, Danielle Gouvêa-Junqueira, Fernanda Cr un i Gabriela Seabra e Valeria de Almeida.
Estudo mapeia como Exames podem apontar autismo a partir dos 18 dois tipos diferentes meses de idade de ansiedadeagem no cérebro Pesquisadores japoneses sugerem que exames com alta sensibilidade podem ajudar no prognóstico da condição e melhorar a qualidade de vida das crianças
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Trento, na Itália, mapeou como tipos diferentes de ansiedade afetam cada região do cérebro. D e acordo com os cientistas, a pesquisa, publicada no periódico Scienti c Reports, tinha o objetivo de e nt e n d e r m e l h o r e s t e mecanismo, para possibilitar que futuros estudos encontrem tratamentos mais direcionados para cada tipo do problema. Os autores explicaram que o problema pode se manifestar de duas formas: o estado de ansiedade, que surge em situações e st re ss ante s , e o t r a ç o d e ansiedade, que são pessoas que possuem uma personalidade naturalmente ansiosa. Para desenvolver a pesquisa, os cientistas queriam investigar as
bases neurais dos dois tipos de ansiedade. Por meio da ress onância magnética, os pesquisadores estudaram a
anatomia e a atividade do cérebro em repouso em mais de 40 indivíduos. Ao analisar os dados, os especialistas puderam ver que o traço de ansiedade se
correlaciona com características anatômicas permanentes (no córtex cingulado anterior e no córtex pré-frontal medial), e n qu anto o e st a d o d e ISTOCK ansiedade se manifesta com reações temporárias na atividade cerebral. Com base nesses resultados, segundo os pesquisadores, é possível traçar uma melhor estratégia na regulação da ansiedade em indivíduos com alta desta caraterística por meios farmacológicos e/ou de neuroestimulação. "Finalmente, essas descobertas podem levar à criação de novas ferramentas e tratamentos de diagnóstico que visem mel horar os sintomas dos transtornos de ansiedade e tratálos antes que se tornem crônicos", naliza Nicola De Pisapia, uma das autoras do estudo.
Um estudo re a lizado p el a Universidade de Shinshu, no Japão, concluiu que o transtorno do espectro autista (TEA) pode ser previsto em exames de saúde a partir dos 18 meses de idade. A pesquisa, que aponta melhorias no diagnóstico da condição, foi publicada em julho no Revista de Distúrbios do A u t i s m o e Desenvolvimento (Journal o f A u t i s m a n d Development Disorders). Realizado com crianças nascidas na cidade de Okaya entre 2009 e 2012, o estudo investigou a incidência e os fatores de risco relacionados ao TEA. Mas não foi só isso: os pesquisadores queriam saber se os exames de saúde que são oferecidos gratuitamente a todas
as crianças japonesas com 18 meses a três anos de idade eram capazes de prever ou ajudar o diagnóstico da condição entre os
diagnosticadas como parte do espectro autista até os seis anos de idade, início da fase escolar. Em muitas dessas crianças, h av i a m s i d o n o t a d o s prejuízos em habilidades motoras e de comunicação durante os exames feitos aos 18 meses. Nos últimos 20 anos, o número de pessoas diagnosticadas com TEA têm aumentado no mundo todo — não porque tenha, de fato, havido um crescimento na quantidade de casos, mas porque os métodos de investigação médica tem sido aperfeiçoados pela ciência. Os resu lt ados do estudo sugerem que um diagnóstico com alta sensibilidade seria possível por meio de um cuidadoso sistema de triagem nos exames de saúde em crianças de 18 meses. O prognóstico e diagnóstico precoces da TEA são essenciais aos autistas por melhorarem sua qualidade de vida e desenvolvimentos.
TANAPHONG TOOCHINDA/UNSPLASH
pequenos. A conclusão foi positiva. No tot a l, 1 . 0 6 7 c r i anç as ( qu e representam 85% dos bebês nascidos durante o período do estudo) realizaram os exames gratuitos padrões aos 18 meses. Entre elas, 3,1% foram
10 Criança hoje, Criança amanhã
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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com
O ECA e a sociedade partida — FinaI Não temos praticado a garantia do Direito à Dignidade. Não é digno que a criança não tenha as melhores condições para seu pleno desenvolvimento. Já se passaram 30 anos. Estamos bem atrasados FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
V
sente os maus-tratos, sente a negligência, sente a violência, violações que horrorizam, mas logo são esquecidas. O t e mp o m i d i át i c o n ã o é pro c e ssu a l, é fenomenológico, e já deixou até de ser analógico. Por outro
Lei? Onde? Quando? Ela
lado, o tempo jurídico com a
FREDERICO HAIKAL
eri camos que conceitos relativos a o desenvolvimento da criança são distorcidos de tal maneira que ca muito difícil para a necessária organização da m e nt e e m c re s c i m e nt o. Proteção, e o que acontece é a negligência. Liberdade, e o que acontece é a lassidão. Saúde, e o que acontece é o esgoto que passa em vala ab er ta em f rente à casa precária. Educação, e escolas sem carteiras de estudo, sem banheiros. Alimentação, e as falhas da única refeição na escola no lugar do estudo. Esporte, e o jogo de pé no chão e bola rasgada. Lazer, e o gueto que proíbe a mobilidade urbana nas cidades partidas. Pro ssiona lizaç ão, e o comércio de drogas que convida desde os 10 anos. Cultura, e o ensino da violência. Dignidade, e o cotidiano humilhante. Estas distorções deformam a mente em desenvolvimento. Num tempo em que a clareza de atitudes é fundamental, a criança recebe mensagens ambíguas, contraditórias ou antagônicas. As combinações, as regras, as leis utuam, e mostram uma seletividade. Todos são iguais perante a
Cultura Recursal, é in nito. Nada compatível com o tempo e as necessidades da criança. Estes motivos fazem parte da raiz da relação com a lei. Se não esteve presente, se não foi experimentada na infância, não será adquirida na vida adulta. O processo ca falho, como se continuasse à espera desta aprendizagem. Assim v e m o s , p o r e x e mp l o, o comportamento infantil de monitoramento para que ocorra a obediência à lei. É aquele caso emblemático do motorista que fura o sinal, o semáforo vermelho, e só para ao ouvir o apito do agente. Perguntado pelo guarda se não viu que estava vermelho, responde que viu o sinal
vermelho, mas não viu o guarda. Não raro isto acontece na presença de um lho ou lha, e não raro também, pergunta se o agente não pode “quebrar um galho”, oferecendo uma nota de R$ 50,00, ao que também é assistido pela criança. Como “consertar” isto? O que está sendo falado para a criança é que só se ela estiver sendo vigiada, ela deve obedecer a regra. Se ninguém estiver vendo, ela pode burlá-la. E é precisamente isto que acontece com as violações contra a criança e o adolescente quando se trata d a pr át i c a d e v i o l ê n c i a doméstica por exemplo. Também a criança assiste a mãe ser agredida verbal ou
sicamente, mas sem que hajam “guardas”, e obrigando a criança à conivência da violência pela intimidação da força. A voz destas crianças tem sido desquali cada por aqueles que deveriam honrar a sua Proteção Integral, por aqueles que operam a lei. Aprendemos a denunciar. Mas algumas denúncias são invertidas contra as vítimas. As queixas de uma criança devem ser provadas por ela mesma em toda sua vulnerabilidade. A vítima criança/bebê, tem o ônus da prova. Não se investiga. É abreviado este caminho pela acusação à vítima. É mentira, é fantasia, fala o que mandaram falar, como se a criança fosse um boneco de
posto, desconsiderando seu rel ato p or menor izado e emocionado. Não são apenas palavras, há a linguagem corporal no relato de uma criança vítima. Há emoção. Não vivemos em estúdio cinematográ co de Hollywood. Mas, é como se a criança e a mãe fossem atriz e diretora para executar uma revelação espontânea de uma criança, descrevendo um fato que lhe foi imposto por um adulto intrafamiliar. Não temos praticado a garantia do Direito à Dignidade. Não é digno que a criança não tenha as melhores condições para seu pleno d e s e nv o l v i m e n t o. Já s e passaram 30 anos. Estamos bem atrasados.
COMPORTAMENTO 11
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ANA LUCIA Ana Lucia Bernardo Cordeiro
Professora
A PRIMEIRA EXPERIÊNCIA QUE SE TORNOU HÁBITO DIVULGAÇÃO/EMPÓRIO B/MONTAGEM FATOS & NOTÍCIAS
quesito espaço sim, mas o conceito é de exclusividade e, com o passar do tempo, acostumei-me a entrar no brechó já procurando alguma peça especí ca para compor algum look que eu já possuía. To r n o u u m h á b i t o n a aquisição bem como na troca das peças que cansei. Eu aderi e superindico”.
Olá pessoal,
H
oje trago para v o c ê s o d e p oi m e nt o d e uma cliente que se encontrou nas compras de brechó. O hábito, além de ser 'ecofriendly', se tornou ícone de fashion e contemporâneo. Em tempos de crise e de i n d i c a d o r e s a m b i e nt a i s a l a r m a nt e s , o c o n s u m o sustentável tem conquistado cada vez mais adeptos e os brechós são escolhidos da vez nessa onda de estilo e consciência. A seguir, o depoimento de uma cliente desse segmento. “Fui apresentada por uma amiga ao conceito de adquirir peças de brechó. Confesso que, no primeiro momento, fui resistente, topei conhecer o
Patrícia Motta, cliente Empório B espaço físico e, para minha surpresa, quei perdida, porque jamais imaginaria procurar por uma peça e não ter outras cores e tamanhos variados; e ainda peças novas e cheirosas. Isso mesmo as peças são únicas e exclusivas! Ap ó s a p r i m e i r a p e ç a adquirida, percebi várias vantagens, a primeira de não
correr o risco de ter ninguém no meu bairro com a mesma peça, a segunda o custobenefício de um investimento acessível, terceira a certeza de estar fazendo um excelente negócio em poder consumir com variedade. Ah!!! E isso, para nós mulheres, é fantástico! Foi incrível cada
Canabidiol pode ajudar pessoas a deixarem de fumar maconha
experiência, passei a visitar com mais frequência e hoje sou consumidora el. Aprendi a fazer avaliações rápidas e comprar de imediato, pois já perdi peças incríveis por car na dúvida, naquele termo... 'depois eu volto'. Quando retornei, já havia sido vendida. Bre chó nã o é l oj a . No
Convívio com cães pode fazer criança ser mais sociável
Em estudo inédito, cientistas britânicos perceberam que a substância diminuiu a vontade de consumir cannabis em 94% dos voluntários
NOSYSTEM IMAGES/ISTOCK
GRAS GRÜN/UNSPLASH
Segundo em estudo publicado nesta terça-feira na revista cientí ca Lancet Psychiatry, o canabidiol, substância natural extraída da cannabis, pode ajudar pessoas a largarem o hábito de fumar maconha. Para a pesquisa, os cientistas aplicaram a substância e um placebo em 82 voluntários que queriam parar de consumir a erva, mas não conseguiam. A equipe acompanhou os efeitos do medicamento durante quatro semanas e, depois, ao longo de seis meses. Por ser o primeiro estudo do tipo, os cientistas resolveram testar três doses diferentes de canabidiol. Na primeira etapa do estudo, 48 voluntários
receberam placebo ou canabidiol nas doses de 200 mg, 400 mg ou 800 mg. Os pesquisadores descobriram que a dose mais baixa foi ine caz. Na segunda etapa, os pesquisadores recrutaram 34 novos voluntários para receber placebo, 400 mg ou 800 mg de canabidiol. No nal do estudo, eles encontraram evidências consistentes de que o canabidiol em 400 mg ou 800 mg era e caz na redução do uso de maconha. Não houve aumento dos efeitos colaterais do canabidiol em comparação ao placebo e 94% dos voluntários completaram o tratamento. “Os resultados de nosso estudo abrem uma nova estratégia
terapêutica para gerenciar o uso problemático de cannabis em ambientes clínicos.”, diz Tom Freeman, diretor do Grupo de Dependência e Saúde Mental do Departamento de Psicologia da Universidade de Bath e principal autor do estudo, em nota. No momento, não existem medicamentos recomendados para ajudar usuários de maconha a parar de fumar. Ao demonstrar como o canabidiol poderia ser uma estratégia de tratamento promissora, este estudo se soma às pesquisas existentes sobre os possíveis usos medicinais da substância, incluindo o tratamento de síndromes graves de epilepsia na infância e psicose.
Na infância, a sociabilização é fundamental para o exercício da empatia, para que a criança aprenda a lidar com con itos e desenvolva habilidades emocionais. Para crianças que têm cachorro ca ainda mais fácil fazer novas amizades e interagir. Foi o que descobriram pesquisadores da Universidade da Austrália Ocidental e do Instituto Telthon. Conduzido pela professora Hayley Christian, da Universidade da Austrália Ocidental, o estudo contou com 1.646 questionários preenchidos por pais de crianças com idades entre três e cinco anos. Estes formulários continham perguntas sobre tempo na frente
do celular, quantidade de sono das crianças e presença ou não de um cachorro de estimação em casa. Os pesquisadores também buscaram entender a forma como a criança interagia com o cãozinho — se o convívio contemplava passeios pelo
bairro, por exemplo. Os resultados mostram a diferença que um peludo faz no convívio social: crianças que tinham contato direto com os cães apresentaram 30% menos chances de problemas de r e l a c i o n a m e nt o c o m s e u s colegas do que as que não tinham esse convívio. Além disso, 40% delas tinham mais facilidade de conviver com outras pessoas e 34% eram mais engajadas em situações de convivência. Os pesquisadores notaram ainda que as crianças que passeavam com seus cães pelo menos três vezes por semana apresentaram uma capacidade ainda melhor de sociabilização. "Não estamos recomendando a compra de cachorros, já que isso demand a muito c ar in ho, responsabilidade e custos. Mas, essa e outras pesquisas mostram que os benefícios conseguem ser maiores que o próprio preço de ter um cão", a rma Hayley Christian.
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12 OLHAR DE UMA LENTE
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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Política de oportunidades
ACESSIBILIDADE NA PRÁTICA
HAROLDO CORDEIRO FILHO
“Vou mostrar para as pessoas que esporte não é só jogar bola, é também oferecer para nossas crianças e jovens, possibilidades e visão de que, estudando e praticando esporte, ele consegue alcançar uma vida melhor”
N
ascido em Alto Rio Novo e morando há
esse jogo aqui no nosso município”, sonha. Segundo ele, é preciso se
Federal do Espírito Santo (Ufes), Evaldo se diz envolvido no esporte desde essa época.
42 anos na comunidade São G e r a l d o, n a S e r r a / E S , o professor e pré-candidato a vereador pelo PDT, Evaldo Luiz Barbosa, falou um pouco de suas experiências no esporte que o levaram a tentar uma vaga na Câmara do município. “A política toca o mundo e se você se considera uma pessoa do bem, uma pessoa que tem visão e propósito social, não pode car de fora, precisa participar. Comecei a pensar mais intensamente quando vivi uma situação com a minha lha, que hoje é ginasta pro ssional. No início da sua carreira, buscamos todo tipo de apoio na iniciativa privada e no poder público. Foi uma batalha dura e, às vezes, desestimulante. Ela hoje é uma pro ssional, mas se pensarmos bem, assim como ela, existem milhares de jovens nesse Brasil a fora procurando apoio e suporte para ter um espaço no mundo esportivo, mas que, infelizmente, não conseguirão por descuido dos nossos gestores... Por isso, estou me engajando na política e, se eleito em novembro, vou virar
engajar política a verdadeiramente. “A cultura do
“Nesse tempo eu já desenvolvia atividades esportivas e de lá
dar oportunidades, para que eles possam acreditar neles próprios. Há vinte anos que não vejo nada na Serra. Fui diretor da S ecretaria de Cultura, Esporte e Lazer na gestão de Vidigal, que hoje é deputado federal. Fiz um trabalho que, na minha concepção, foi positivo. Organizamos jogos estudantis, criamos jogos comunitários de bocha, de quadra, futebol de areia e outras modalidades, oportunizando ao morador como um todo. Hoje, não encontramos nada nesse s e nt i d o, a s c o i s a s f o r a m m or re n d o a o s p ou c o s . O esporte está apagado no nosso município, não ouço falar mais que a Serra tem algum tipo de organização nesse sentido e por esses e outros motivos é que o esporte será minha principal DIVULGAÇÃO/CANCHA DE BOCHA
“Vou mostrar para as pessoas que esporte não é só jogar bola, é também oferecer para nossas crianças e jovens possibilidades e visão de que, estudando e praticando esporte, ele consegue alcançar uma vida melhor”. Pergunt ado s obre o que achava da Arena Esportiva de Jacaraípe, o professor Evaldo respondeu que, 'se a área não servir apenas para pelada', será de grande valia para os futuros atletas. “Ter um espaço de qualidade com pro ssionais quali cados e comprometidos e o município dando o suporte necessário, a Arena pode, sim, ser palco de jogos nacionais”. “Temos que aplicar no social, que são os investimentos nas escolas e nas comunidades e o investimento em áreas de alto rendimento. A criança ou jovem do município que se destaca na quadra da escola ou no campo da comunidade, em alguma modalidade, tem que ter um espaço, no caso a Arena de Jacaraípe, para desenvolver técnicas com os pro ssionais pagos pelo poder público ou pela iniciativa privada”, explica. “Aproveito a oportunidade dada pelo Fatos & Notícias, veículo de comunicação que vem prestando relevantes serviços a todo o Espírito Santo, para dizer que a Serra é um município com grande potencial esportivo, precisamos apenas eleger uma pessoa com experiência e comprometida com as causas sociais, o esporte depende disso!”. TATI BELING
político no Brasil é de não se envolver e, quando dão as caras, é apenas para aparecer com um ou outro que consegue romper esses desa os, somente para ganhar notoriedade, não dão a devida importância, nunca se interessam”, critica. Formado em Educação Física em 1992, pela Universidade
para cá não parei mais”, a rma. “Existem vários atletas e pessoas querendo fazer algo, dar “força” e, graças a eles, é que sou pré-candidato. Quero mostrar para as pessoas que o esporte, aliado à educação, pode nos mostrar caminhos e possibilidades para os jovens. A tacada está em oferecer opções,
bandeira”.
SESPORT/ES
BRASIL 13
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A semana em Brasília S e no E
Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes
jornalfatosenoticias.es@gmail.com
HAROLDO CORDEIRO FILHO
SITE DO PARLAMENTAR
Sérgio Vidigal (PDT-ES) Com recurso de Vidigal, obra no bairro Costa Dourada está em licitação Já está em fase de licitação as obras de drenagem e pavimentação das ruas do bairro Costa Dourada, no município da Serra. A intervenção será possível a partir de emenda parlamentar do deputado federal Sérgio Vidigal, no valor de R$ 2 milhões. “É uma obra importante e quero agradecer ao governo, pela segunda vez consecutiva, de receber emendas de minha autoria para o município da Serra. A primeira foi a drenagem e pavimentação de vias no bairro Balneário Carapebus e, agora, Costa Dourada”, disse Sérgio Vidigal. WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO
Sônia Steins (Patriotas -FundãoES)
Rio Fundão A vereadora Sônia Steins, destaca a importância do município começar a se preocupar com o seu meio ambiente e, para comprovar o que a está preocupando, cita a situação do Rio Fundão, que está totalmente calamitosa. “O Rio Fundão está poluído e a prefeitura não está dando a notabilidade devida a essa situação. Tínhamos um rio onde as crianças se banhavam e a pesca era comum e, hoje, o que temos é um valão a céu aberto. Nesse cenário, acreditem, o prefeito quer transferir a feira para sua margem”, lamenta a vereadora.
LEONARDO TONONI
Sérgio Majeski (PSB-ES) Recurso para professor comprar computador e incentivo à educação especial Deputado apresentou mais duas propostas para favorecer o trabalho dos pro ssionais da educação e o aprendizado dos alunos durante a suspensão das aulas presenciais na Rede Pública Estadual. Lido no expediente na sessão da Assembleia Legislativa desta terçafeira (04), o Projeto de Lei 433/2020, de autoria de Majeski, estabelece o repasse extra de recurso nanceiro aos professores e pedagogos ativos das escolas estaduais visando à aquisição de computadores novos para uso nas atividades pedagógicas. “O uso da tecnologia é primordial. Diversas di culdades são enfrentadas com as aulas virtuais, como a falta de acesso à internet por alunos e professores, ausência de treinamento para os pro ssionais e a falta de uma estratégia prévia de ensino neste formato. De uma hora para outra, inúmeros professores tiveram que passar a acompanhar os alunos à distância com os equipamentos pessoais disponíveis, muitas vezes, apenas um aparelho de celular. A indisponibilidade de equipamentos adequados compromete muito”, destaca Majeski.
Izalci Lucas (PSDB-DF) Adiada para a próxima semana votação de projeto que fortalece fundo científico e tecnológico Os senadores decidiram adiar a votação do projeto de lei complementar que proíbe o contingenciamento dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientí co e Tecnológico (FNDCT) e o transforma num fundo nanceiro. Inicialmente prevista para esta quarta-feira (5), a votação do PLP 135/2020, do senador Izalci Lucas, foi remarcada para a próxima quarta-feira (12). O FNDCT tem mais de R$ 6 bilhões autorizados pelo Orçamento, mas, atualmente, R$ 5 bilhões não podem ser aplicados em ciência, tecnologia e inovação (CT&I) porque estão contingenciados, ou seja, bloqueados pela interferência do governo no Orçamento da União aprovado pelo Congresso. JEFFERSO RUDY/AGÊNCIA SENADO
Paulo Rocha (PT-BA) Fabiano Contarato (Rede-ES) Conjunto de medidas para ajudar agricultor familiar segue para sanção O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (5), em sessão remota, o projeto que estabelece medidas para ajudar agricultores familiares durante o estado de calamidade pública relacionado ao coronavírus. O PL 735/2020, do deputado Ênio Verri (PT-PR), recebeu parecer favorável do senador Paulo Rocha (PT-PA) e segue agora para sanção presidencial. Segundo o projeto, terão acesso às medidas os agricultores familiares e empreendedores familiares rurais. Quem não tiver recebido o auxílio emergencial anterior terá direito a R$ 3 mil em cinco parcelas de R$ 600. O valor do auxílio destinado à mulher provedora de família monoparental será de R$ 6 mil. O objetivo é dar condições de subsistência e fomentar atividades produtivas rurais neste período de pandemia. O projeto cria ainda um fomento emergencial de inclusão produtiva rural, no valor de R$ 2,5 mil por unidade familiar, a ser pago em parcela única. Terão direito agricultores familiares que se encontram em situação de pobreza e extrema pobreza. Ficam de fora do conceito de extrema pobreza quem recebe benefícios previdenciários rurais.
Política ambiental do governo prejudica o Brasil, avaliam senadores VINÍCIUS MENDONÇA/IBAMA
Vários senadores zeram críticas à política ambiental do governo federal após publicação, na semana passada, de levantamento da imprensa sobre uma série de atos do Executivo nos últimos meses com medidas infralegais para exibilizar a legislação de proteção ao meio ambiente. Para alguns parlamentares, o governo prejudica a imagem do Brasil no exterior, com impactos negativos para a economia. O presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado, Fabiano Contarato (Rede-ES), se manifestou pelas redes sociais. “A promessa de aproveitar a pandemia para 'passar a boiada' está sendo cumprida: Bolsonaro entregou o patrimônio orestal nas mãos de criminosos, grileiros, garimpeiros ilegais e desmatadores. O prejuízo ao país será irreversível!”, alertou o senador ao relembrar declaração do ministro Ricardo Salles, da pasta do Meio Ambiente, em reunião ministerial. Repercutiu negativamente ainda entre os senadores a notícia de que o Ministério do Meio Ambiente quer mudar a meta o cial de preservação da Amazônia. A proposta de Salles seria desconsiderar o objetivo de redução do desmatamento e os incêndios ilegais em 90% no País, conforme previsto no Plano Plurianual (PPA) do governo até 2023. A garantia de preservação se restringiria apenas a uma área especí ca de 390 mil hectares de vegetação nativa. “Diante dos recordes de desmatamento da Amazônia, Ricardo Salles se consolida como o pior ministro do Meio Ambiente da história, propondo proteger só um terço da área da oresta destruída em um ano. Vamos lutar contra esse absurdo. Vamos preservar a Amazônia e todos os biomas”, protestou a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), ao destacar que a área de proteção sugerida pelo ministério representa cerca de um terço da área que foi desmatada na oresta entre agosto de 2018 e julho de 2019, o que corresponde a 976,2 hectares, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
14 SER ESPORTE
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LAÉRCIO FRAGA “LAU” fracaodesegundo@gmail.com (27) 99961-5323 Professor de Educação Física
Conexão Rio de Janeiro X Espírito Santo! Escolinhas de altinha ensinam a dar os primeiros passos no esporte ARQUIVO PESSOAL
E
Existem eventos e competições internas. Quais são os critérios de avaliação? Ray — As avaliações costumam ser sobre o conjunto, habilidade, força, fundamento e o total de vezes que a bola cai no chão. Tudo depende dos juízes e das regras estabelecidas pelos organizadores de determinado evento. Elie — Os critérios de pontuação dos eventos que realizamos são baseados na criatividade e como são executadas as manobras. Q u anto m ai s d i f í c i l a su a realização, mais pontos são conquistados.
Como foi receptividade dos primeiros interessados? Ray — As primeiras aulas começaram por acaso com os iniciantes que faziam aulas de futevôlei e que tinham
queiram cada vez mais estar juntas e praticando atividade física. Confesso que a garotada não consegue mais ir para a praia e car parada, sempre estão jogando e praticando alguma atividade. Isso é muito bom!
zemos grandes parcerias: CocaCola, Rede Globo, Sucos DoBem, Body tech, Sesc, dentre outras. Atualmente temos o patrocínio da Monster Energy e Cyclone. Eles nos dão todo o suporte. Ap oi o públ i c o, s ó qu and o
ARQUIVO PESSOAL
le é publicitário e ela atleta pro ssional de futevôlei. Um mora no Rio de janeiro e o outro, mora aqui no Espírito santo. O que eles têm em comum? A paixão pela altinha. Idealizadores de escolas para aprendizagem da “bola no ar”, Elie Benaderet e Rayana Servare, cada dia estão mais convictos de que zeram a opção certa. A escola de altinha do posto 9 (RJ) em Ipanema e o Centro de Treinamento Coleta (ES) em C ar i a c i c a , e st ã o e m pl e na atividade e todos os segredos do esporte estão sendo revelados por essas duas feras. Como noticiado em uma matéria no ano passado, a altinha ou altinho é um dos esportes de praia mais promissores que existem e, infelizmente, como todo esporte amador, sofre pela falta de patrocínios e incentivos públicos. Entramos em contato com o Elie e a Ray, e zemos uma “roda” de perguntas diretas e pontuais de forma simultânea, que você confere abaixo.
Como surgiu a ideia de criar uma escola de altinha? Ray — Como sempre joguei futevôlei e meus fundamentos eram perfeitos, tive facilidade em me adaptar à altinha. Muitas pessoas me procuraram para ensinar e passar um pouco do que eu sei sobre os dois esportes, então criei métodos de aula e tento passar um pouco do que aprendi. Elie — Eu praticava o esporte e observei a di culdade que as mulheres tinham em entrar na roda. Comecei a incentivá-las e veio a ideia de criar um projeto de inclusão. A ideia é dar oportunidade para todos praticarem.
d i c u l d a d e e , consequentemente, e não estavam progredindo. A troca pela altinha foi pontual. Ficaram mais motivados já que era mais prático e menos difícil que o futevôlei. Elie — Começamos de maneira despretensiosa e camos surpresos com a grande procura. Tivemos quase 100 alunos em três meses de funcionamento. A receptividade e o retorno foram excelentes. Como você vê o panorama da altinha no seu estado? Ray — A altinha foi algo que cresceu de uma forma muito rápida. A questão de ser na praia e reunir os amigos faz com que o esporte agregue e as pessoas
Elie — A altinha no Rio de janeiro, berço do esporte, está em crescimento. São várias rodas em quase todas as praias do estado. A altinha já é um sucesso em todas as praias do Brasil. Na sua opinião o que falta para o esporte se organizar e ter circuitos, competições, formações... Ray — Patrocinadores fortes e mídia para divulgação. Dessa forma teremos bons torneios e competições e os atletas terão motivação para participar. Assim, colocaremos o esporte lá em cima! Elie — Mais patrocinadores. Participamos de várias ações e
desempenho é preciso saber usar a chapa do pé, coxa, ombros, peito e cabeça. Bom também é ter tido experiências na infância com futebol ou praticar futevôlei. Vocês possuem alguma metodologia durante as aulas? Quais são elas? Ray — Por ser uma pessoa muito tranquila, sou bem paciente e aberta com meus alunos. Antes de qualquer coisa, eu procuro ter e buscar a con ança deles. Dessa forma, eles se sentirão mais à vontade e não carão se cobrando, caso errem. Procuro agir como uma pessoa que está ali pronta para ajudar. Sempre estimulo e vou dando dicas a partir dos erros cometidos. Penso que nada é fácil, mas tudo é possível! Elie — Tenho uma metodologia própria. O foco da escola é atrair e estimular a prática entre os iniciantes. Para isso, focamos em exaustivos treinos de fundamentos e muita prática.
realizamos eventos. Quais são os principais fundamentos para ser um bom praticante de altinha? Ray — Para mim, a paciência é mais importante que tudo. Têm pessoas que acham que vão aprender em uma semana e não é assim. A altinha é um esporte que precisa de prática e de paciência com você mesmo. Além de treinar bastante os fundamentos. Os membros mais usados, na minha opinião, são o pé e a cabeça. A dica é manter a postura e o c o r p o r m e . Na d a d e frescura! Precisamos ser fortes e, claro, procurar sempre manter o contato com a bola (risos). Elie — Para ter um bom
a
(27) 99233-3990
Deixem um recado para aqueles que pretendem começar a praticar o esporte Ray — Como atleta de futevôlei e altinha eu falo de coração aberto que não é impossível começar a praticar. É muito bom o processo quando começamos: aprendizado, e volução e posteriormente o “vício” sadio do no esporte. Elie — Para começar, precisa ter espírito de equipe. De nitivamente a altinha não é competição. O esporte prega união entre os praticantes. Está interessado em aulas ou quer acompanhar as ações das escolas de altinha? Siga os professores nas redes sociais Elie Benaderet – Instagram @ escoladealtinhaposto9 Rayana Servare – Instagram @ rayyfut
GERAL 15
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LUIZ FELIPE MAGNAGO BLULM Administrador pela Ufes, Mestre em Administração pela Fucape, graduando em Ciências Econômicas pela Ufes e membro do Grupo de Estudos de Políticas Públicas
A nota de 200 reais e a desvalorização da nossa moeda REPRODUÇÃO INTERNET
R
ecentemente o governo anunciou que entrará em circulação, neste mês de agosto, a nova cédula do nosso dinheiro, a nota de 200 reais. Assim como as outras, a nota irá homenagear um animal da nossa fauna, o lobo-guará. Estima-se que cerca de 400 milhões de cédulas deverão ser impressas logo após a aprovação do modelo por parte do Banco Central (BC). Segundo a diretora de Administração do BC, a criação da nova nota veio para atender a demanda da população por dinheiro físico, ainda mais em tempos de pandemia com o novo auxílio emergencial. Outro fato que in uenciou a criação foi que, em um mês, o governo gastou 437 milhões de reais para imprimir 100 bilhões em dinheiro físico. Embora as justi cativas o ciais
sejam meramente uma questão logística e de custo, o anúncio da nota de R$ 200 deixou muitas pessoas com temor da volta da
in ação. É comum em períodos com alta in ação novas notas com valores maiores serem lançadas. A nota de R$ 200 em si,
não mudará muita coisa desde qu e n ã o h aj a u m a g r an d e expansão na base monetária, mas isso levantou um debate acerca
da desvalorização da nossa moeda. Para se ter uma noção, uma nota de R$ 100 nos dias de hoje, tem um poder de compra de apenas R$ 16 quando comparada com a nota de R$ 100 em 1994, quando o Plano Real foi lançado. Outro ponto a ser observado é que, na crise do coronavírus, o Real foi uma das moedas que mais se desvalorizou, perdendo ap e n a s p ar a o B ol ív ar, d a Venezuela. E como isso impacta na vida dos brasileiros? De todas as formas, já que somos um País que importa a maior parte dos produtos acabados que usamos e exportamos, na maior parte, commodities. Imagine o seguinte, se o Real perde valor frente ao Dólar, importar ca mais caro e o custo será repassado para a população brasileira. Nossas importações
vão desde o trigo, passando por combust íveis até pro dutos e l e t rôn i c o s . O u s e j a , u m a desvalorização da moeda, atinge em cheio as classes sociais mais vulneráveis, elevando o preço de produtos como pão, transportes e, consequentemente, tudo que depende de transporte para chegar ao local de destino, seja um produto ou uma pessoa. Há quem argumente que uma moeda desvalorizada favoreça nossas exportações e seja bom para o Brasil. O objetivo aqui não é refutar ou desmerecer esse argumento, mas s omente apontar algumas consequências negativas da desvalorização da nossa moeda. A nota de R$ 200 levantou novamente esse debate, mesmo que sua criação não desvalorize nossa moeda. No mais, resta esperar a nova nota!
Livro de contos indígenas terá lucro revertido para combater covid Já pensou que poucos autores indígenas chegam às escolas? Esta é uma oportunidade de valorizar a literatura indígena e ainda contribuir para doação de kits de higiene TIAGO NHANDEWA
Pe d a go go e e s tu d ant e d e mestrado em Antropologia Social na USP, em São Paulo, Tiago Nhandewa é da etnia Guarani-Nhandewa. Morador da aldeia Nimuendaju, localizada na Terra Indígena Araribá, município de Avaí, interior de São Paulo, ele acaba de lançar o seu primeiro livro Quando eu caçava tatu e outros bichos (editora independente). A mot iv a ç ã o i n i c i a l e m escrever a obra era dar destaque à literatura indígena, mas com a pandemia provocada pela covid-19, Tiago encontrou ainda um outro propósito: o valor arrecadado com a venda
será revertido para ajudar sua aldeia no combate à doença. “A comunidade não tem muitas condições de possuir sempre produtos de higiene, como álcool gel, água sanitária, sabão neutro e máscaras”, conta o mestrando da USP. Serão montados kits de higiene e doados às 32 famílias da aldeia. O autor explica que já estava decidido, desde o início da elaboração do livro, que o lucro da venda seria destinado a projetos sociais na sua comunidade, tanto na área da literatura indígena quanto em projetos culturais. “Agora, com a necessidade de combate e DIVULGAÇÃO
prevenção contra a covid-19 em minha comunidade, resolvi que o lucro seria também para ajudar a combater a pandemia”. O livro registra contos e memórias de aventuras de meninos indígenas. As histórias se passam em um determinado tempo e realidade nas aldeias onde o autor mora e passou a sua infância. Um dos grandes objetivos é dar destaque à literatura indígena e incentivar a leitura e escrita nas escolas das aldeias indígenas de todo o País. A obra também procura quebrar estereótipos relacionados à cultura indígena. O lançamento estava previsto para o dia 19 de abril, mas foi adiado em razão da pandemia. Ocorreu posteriormente, a partir do YouTube, durante evento promovido pela Casa Fantástica FLIP, no dia 28 de junho. Nhandewa participou de um debate chamado Descolonizar a Literatura, no qual divulgou seu livro. Após o lançamento nas redes sociais, Tiago disponibilizou
Crianças da aldeia Nimuendaju, que serão beneficiadas com a venda do livro 180 exemplares para comercialização no Mercado Livre, o valor é R$ 37,91. Quem quiser, ainda pode adquirir o livro de contos diretamente com o autor a partir das redes sociais, e-mail ou telefone (Facebook: Tiago Oliveira Nhandewa /Instagram: nhandewa_tiago /Twitter : TNhandewa /WhatsApp: (14)
99693-4362 /E-mail: tiagooliveira1985@live.com). Segundo Nhandewa, sua pr incip a l mot ivação p ara escrever foi disponibilizar mais livros com autoria indígena em bibliotecas de escolas, já que são poucos os autores indígenas que chegam às escolas. “Além disso, queria registrar as histórias e memórias de uma
fase importante no desenvolvimento da formação do menino indígena, quando ele ganha independência para realização das caçadas de bichos. Como tudo mudou, essas caçadas não acontecem mais, por isso a necessidade de registrar as memórias, para que outras pessoas saibam como era”.
16 MUNICÍPIOS
08 A 15 DE AGOSTO DE 2020
VITÓRIA
SANTA MARIA DE JETIBÁ
Servidores dos Cras terão formação on-line sobre racismo DIVULGAÇÃO SEMCID
ITAPEMIRIM
Pesquisa volta às aulas
A partir desta sexta-feira (7), a Secretaria de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho (Semcid) retoma o projeto "Diálogos Enegrecedores" para ser vidores dos C entros de Referência em Assistência Social (Cras) de Vitória. Os debates, realizados por meio da Coordenação de Po l í t i c a s P ú b l i c a s p a r a a População Negra, serão on-line e vão até 23 de novembro, sempre às sextas-feiras, às 9 horas, contemplando as unidades do Centro, Consolação, C o nt i n e nt a l , I n h a n g u e t á ,
Itararé, Jucutuquara, Maruípe, Praia do Canto, Santa Martha,
Santo Antônio, São Pedro I e São Pedro.
MARECHAL FLORIANO
PREFEITURA DE ITAPEMIRIM
O município de Itapemirim, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Seme), está desenvolvendo uma pesquisa relacionada ao retorno das aulas presenciais, a m de entender a opinião dos pais e responsáveis pelos alunos m at r i c u l a d o s n o S i s t e m a Municipal de Ensino. Àquelas famílias que não possuem acesso à tecnologia, a escola disponibilizará o f o r m u l á r i o i m p r e s s o, o u possibilitará à estas famílias o acesso ao formulário via celular Institucional. A Seme busca conhecer a opinião das famílias, trabalhando o retorno das aulas o mais próximo da realidade e necessidades das mesmas.
dos educadores terão de ser mais expressivos e comunicativos. Se os abraços precisarão ser evitados, o diálogo necessitará ser ainda mais potente. Queremos ouvilos.
O retorno das aulas presenciais nas escolas de todo o Brasil vai exigir um período de acolhimento dos alunos. Se a máscara no rosto esconde o sorriso e possíveis feições de alegria e compaixão, os olhos
PNEUS
WIX PNEUS 27
99501-7069 l 00000-0000
SÃO GABRIEL DA PALHA
Prefeitura autoriza a abertura e amplia o horário do comércio nesta sexta-feira e no sábado
PNEUS - ALINHAMENTO - BALANCEAMENTO ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
SUSPENSÃO - BORRACHARIA EM GERAL
PNEU DUNLOP R1
PNEU DUNLOP SP TOURING R1
PNEU DUNLOP SP SPORT LM 704
PNEU DUNLOP SP SPORT LM 704
PNEU DUNLOP DIREZZA DZ 102
175/70 R13
175/65 R14
195/60 R15
205/55 R16
225/45 R17
à vista
à vista
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R$ 179,90 4 x
R$ 225,90 4 x
R$ 279,90 4 x
R$ 299,90 4 x
à vista
à vista
90 90 90 90 90 299, 279, 159, R$ R$ R$ R$ 195, R$ 249,
R$ 349,90 4 x
PROMOÇÃO VÁLIDA ATÉ 30/10/2019 OU ENQUANTO DURAR NOSSO ESTOQUE
Av. Adalberto Simão Nader, n° 709 - Bairro República - Vitória / ES (em frente a nova entrada do aeroporto, ao lado do Hotel Quality) Não jogue este impresso em vias públicas
A Prefeitura de São Gabriel da Palha, atendeu ao pedido dos comerciantes gabrielenses e publicou um novo Decreto,
liberando todo o comércio local a funcionar nesta sextafeira (7) e no sábado (8).
A informação sobre a autorização foi publicada na manhã desta quinta-feira(06), no site da Prefeitura e nas redes sociais. A medida é válida para todos os segmentos, a prefeita Céia Ferreira diz: “Entendo perfeitamente as di culdades do setor comercial neste momento de pandemia. Com mu i t a re s p o n s a b i l i d a d e , conversamos com os pro s s i on ai s d a s aú d e e abrimos uma exceção, por apenas dois dias, para favorecer um setor tão prejudicado pelas restrições de funcionamento”.