Jornal Fatos & Notícias Ed. 366

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ANO X - Nº 366 Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia 01 A 07 DE SETEMBRO/2020 SERRA/ES

Distribuição Gratuita

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

'Setembro Amarelo': Racismo e exclusão social explicam alto índice de suicídio entre negros no País

8 Hoje teremos uma receita

supersaborosa de bobó vegano de palmito Pág. 8

JORGE PACHECO

8 O governo federal propôs

um salário mínimo de R$ 1.067 para o próximo ano Pág. 5

ARGOS PANOPTES 8 Oi, eu sou ARGOS PANOPTES, e hoje falarei sobre a rotatória do Dório Silva. É inconcebível o que está acontecendo Pág. 14 HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 Nesta edição, entrevista com o advogado e pré-candidato a vereador pela Serra, William Fernando Miranda Pág. 12

ANA MARIA IENCARELLI 8 Nesta edição, nalizo o tema

REPRODUÇÃO

A Cultura do Estupro de Criança e a Pedo lia Intrafamiliar Acobertada Pág. 10

Estudo aponta que auxílio emergencial tirou 13,1 milhões da pobreza RAFAEL ZART/ASCOM/MDSA

O número de pessoas com renda per capita abaixo de meio salário mínimo no País caiu 13,1 milhões até julho de 2020 Pág. 14

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

Jovem negro, entre 10 e 29 anos de idade. Esse é o per l das pessoas que mais cometem suicídio no Brasil nos

últimos quatro anos. Os dados são de uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde em 2019 mas,

Filme brasileiro 'A Febre' vence Festival de Lima O longa brasileiro "A Febre" venceu o prêmio de Melhor Filme do Festival de Cinema de Lima, no Peru, que no último domingo (30) encerrou sua 24ª edição. Exibido pela primeira vez há um ano, no Festival Internacional de Locarno, na Suíça, quando Regis Myrupu conquistou o prêmio de Melhor Ator Pág. 3

neste 'Setembro Amarelo', vamos abordar os fatores que contribuem para o triste cenário e porque não

existem políticas públicas especí cas de prevenção. Pág. 11

Conheça o sapode-vidro REPRODUÇÃO

SKYDRIVE/CARTIVADOR

Pág. 11

Ratel e texugo: conheça esses adoráveis animais WIKIMEDIA COMMONS/REPRODUÇÃO

Carro voador japonês faz teste com passageiro

Pág. 6

Falta de vontade de socializar não é ser antissocial

SIMON GORTA/REPRODUÇÃO

O sapo-de-vidro é uma das criaturas mais únicas do Reino Animal. Os pequenos anfíbios possuem uma distinta transparência em sua pele que os ajuda na camuflagem contra predadores em seu habitat natural, as florestas tropicais da América Central e do Sul Pág. 7

Você já ouviu falar sobre o ratel ou texugo-do-mel? Caso sua resposta seja negativa, essa é a hora de conhecer a representação de "as aparências enganam" dentro do reino animal Pág. 2


2 MEIO AMBIENTE

01 A 07 DE SETEMBRO DE 2020

Ratel: conheça esses Água que vale ouro: adoráveis animais uma oportunidade para o Brasil WIKIMEDIA COMMONS/REPRODUÇÃO

A água está cada vez mais escassa. Somos um País rico em água doce – com a maior reserva mundial. Esse é o momento de fazer a retomada verde ISTOCK/GETTY IMAGES

Ratel Você já ouviu falar sobre o ratel ou texugo-do-mel? Caso sua resposta seja negativa, essa é a hora de conhecer a representação de "as aparências enganam" dentro do reino animal. Extremamente adorável e encantador, um ratel pode ser uma criatura mortífera. Membro da família de mamíferos Musteridae, essa espécie é parente próxima das f u i n h a s , l ont r a s e out ro s texugos. Porém, ele possui uma reputação muito mais agressiva que seus familiares. A nal, qual é a verdadeira força de um texugo-do mel? Confere só! Um ratel costuma ter o mesmo tamanho de um cachorro de pequeno a médio porte e pesa entre 6 e 14 kg. Ao contrário do que sua aparência sugere, entretanto, essa é uma espécie que foi construída para causar um enorme estrago em seus adversários. O texugo-do-mel usa suas garras de quatro centímetros e seus dentes a ados para perfurar superfícies muito resistentes. Um exemplo disso é que um espécime consegue quebrar o casco de uma tartaruga de maneira vigorosa. Um casaco de pelo negro reveste seu corpo inteiro,

marcado por uma listra branca que segue a linha da coluna. Na área próxima ao pescoço, o tecido é ainda mais resistente, fornecendo boa proteção para o combate contra porcosespinhos e mordidas de cachorro. Para nalizar seu arsenal, o ratel é dono de duas glândulas anais na base de sua calda, que espirra um jato de fedor com alcance de até 40 metros. De

comida em baixo da terra e suas garradas auxiliam na escavação e dilaceração do alimento. Caçadores destemidos, um espécime que habita a África do Sul é conhecido por perseguir os Oryx, um tipo de antílope com chif res e de 10 vezes seu t a m a n h o . E m u m documentário da BBC sobre a vida selvagem africana também é possível ver um grupo de sete texugos-do-mel perseguindo SIMON GORTA/REPRODUÇÃO

Texugo acordo com o Instituto Nacional de Biodiversidade da África do Sul, essa arma é normalmente utilizada para marcar território, mas também pode ser expelida quando ele se sentir ameaçado. Os texugos-do-mel são animais onívoros, podendo ter uma dieta que varia entre frutas e outros seres vivos. Seu olfato apurado lhe ajuda a identi car

leões adultos pela savana. Quando entre humanos, o ratel demonstra toda a sua inteligência. Esse é um dos poucos animais não primatas que consegue utilizar ferramentas. Aqueles que vivem em cativeiro são conhecidos por conseguir abrir portões e e s c ap ar d o c on n am e nt o usando pedras, lama e gravetos.

Em relatório recente, o BlackRock Investment Institute alertou os investidores sobre r i s c o s e m s e u s p or t fó l i o s decorrentes da escassez de um recurso natural tão precioso quanto subestimado: a água. A recomendação é que os investidores considerem companhias que fazem a melhor gestão do recurso hídrico, evitando prejuízos provenientes da potencial falta de água para a continuidade de suas atividades. O relatório indica que, até 2030, é esperado que uma a cada duas pessoas no mundo viva em locais com estresse hídrico – trazendo graves consequências para a população e para os negócios. O Brasil, que tem a maior reserva de água doce do mundo (com 12% do total), precisa participar desde já deste debate. A nal, não estamos imunes à escassez. Em plena pandemia, Curitiba enfrenta uma das piores crises hídricas de sua história recente, com rodízio de água afetando 1,2 milhão de pessoas. Em Santa Catarina, pelo menos 18 municípios também passaram por racionamento este ano. Em 2014 e 2015, foram o Rio de Janeiro e São Paulo. E, em 2017, o Distrito Federal, para citar alguns casos. Imagine esses cenários daqui a alguns anos, em que a projeção de aumento na demanda por água potável é de 80%, até 2040. Os dados estão num estudo recém-publicado pelo Instituto Trata Brasil com a EX Ante Consultoria. O País construiu o modelo hídrico levando em conta a abundância, embora ela se concentre 80% no Norte do País, o menos povoado. E não se preparou para a escassez em função das mudanças no clima e do desmatamento, que nos conduzem a secas históricas, como a atual no Paraná. Ações de re orestamento e para manter a oresta em pé são essenciais para

proteger nossos mananciais e foco de pressão internacional, de investidores e empresas, como nunca antes. Um tot al de 58% dos municípios brasileiros utiliza mananciais de água super ciais – rios, lagos, represas – e 42% dependem de mananciais subterrâneos como aquíferos, que só deveriam ser acessados em último caso. O desmatamento e as grandes transformações climáticas, somados ao aumento da população, afetam dramaticamente o mo delo original de abastecimento – o que é agravado também por questões estruturais e culturais, como a perda de 37% da água tratada com vazamentos e fraudes. Além da lentidão na ampliação do tratamento de esgoto, hoje acessível a apenas 46,3% dos brasileiros. O novo marco do Regulamento do Saneamento Básico nacional, com a abertura para a participação do capital privado, traz novos ares e expectativas para evoluir os serviços de água e e s goto, e u n ive rs a l i z ar o s acessos. O grande desa o do Brasil e do mundo é construir um sistema de abastecimento resiliente. Transformação que depende de vários atores e está no centro das discussões de um grupo de CEOs de sete grandes empresas globais, entre elas ABInBev, Cargill, Diageo e Microso, desenvolvidas em parceria com as Nações Unidas. O objetivo da coalizão é reduzir o estresse hídrico até 2050 e garantir que as fontes sejam sustentáveis e diversas para atender às necessidades de produção e da sociedade. No caminho da resiliência, Singapura é um exemplo a ser estudado, porque, apesar de não ter uma única fonte natural de água, aquíferos ou lagos, essa

pequena ilha no sudeste asiático dá um show de diversidade de opções em abastecimento. É a escassez impulsionadora de inovação! O segredo aprendido arduamente durante a grande seca de 1960 e, mais recentemente, na estiagem nos anos 90, é que cada gota de água importa. Singapura conta com quatro fontes diferentes para garantir água: captação local de água da chuva, importação de ág u a , e d oi s proj e to s qu e envolvem construção de alternativas para reduzir a dependência das extremas condições climáticas. Um de dessalinização e outro, considerado o pilar da estratégia de sustentabilidade da água no país, o NEWater. Esse é daqueles modelos inovadores e inspiradores que nos fazem acreditar no potencial humano de promover grandes feitos para o bem comum. A chamada “água nova” é parte de um conceito de reúso in nito da água. Água reciclada é a forma considerada mais sustentável de aumentar o abastecimento em todo o país, que já reaproveita de apartamentos, ralos e do que importa da Malásia. E pretende ampliar as opções reaproveitando de indústrias. Singapura se adiantou 30 anos em soluções e em novos acordos. Esse é o tempo de gestação e de evolução do NEWater que tem a condução de um órgão do governo federal, a Agência Nacional de Água. Se há um belo aprendizado aqui é que é possível regar um futuro melhor se focarmos na solução de problemas com cadência e seriedade. A partir de agora, as novas escolhas devem ponderar sob qual perspectiva olhar nossos grandes problemas. Porque a escassez de água pode ser um risco preci cado para investidores, mas também uma oportunidade valiosa. Especialmente para o Brasil, dada sua enorme capacidade hídrica. E essa mudança de visão é que libera ações e recursos com foco em soluções, atraindo, inclusive, uma massa de investidores cada vez mais preocupada com a sustentabilidade do planeta. Para nós, brasileiros, esse deveria ser o momento de utilizar a natureza como fortaleza para nossa construção de País no longo prazo.

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CULTURA 3

01 A 07 DE SETEMBRO DE 2020

Entenda a relação da Um século de mistérios Guerra do Paraguai com a rixa entre brasileiros e argentinos O primeiro livro de Agatha Christie completa cem anos

DIVULGAÇÃO

A rivalidade entre as nações pode ser muito mais antiga do que se imagina WIKIMEDIA COMMONS

FOTO: REPRODUÇÃO

Quadro retratando a Guerra do Paraguai

S

e você comemora sempre que os argentinos perdem no futebol, saiba que a rivalidade pode ter raízes bem mais antigas. “Especialmente após o fim da Guerra do Paraguai, as tensões entre Brasil e Argentina se exacerbaram”, afirma o historiador Ricardo Salles. Segundo ele, um conflito armado entre os dois países era uma tendência forte na década de 1870, e não faltou muito para que a guerra estourasse na região. Mesmo com a Guerra do Paraguai encerrada, demorou vários meses até que começassem a ser assinados os tratados de paz, já que a Argentina se recusava a aceitar o Paraguai como nação

independente. O governo argentino desejava o controle do Grande Chaco,

c on for me d e te r m i na d o no Tratado da Tríplice Aliança. Por outro lado, a suspeita brasileira era de que Buenos Aires, então s ob comando de Domingo Faustino Sarmiento, tentava encorajar forças paraguaias favoráveis do país, provocando um clamor nacional pela anexação da Argentina — o que desequilibraria as forças políticas de toda a região. Territorialmente, o Brasil já tinha garantido posse das antigas áre a s e m l it í g i o, e a l iv re navegação no Rio Paraguai, em tratado assinado pelos dois países em 1872. A assinatura, sem o aval argentino, foi interpretada em Buenos Aires como traição.

Escrevendo ao representante argentino em Washington, Sarmiento afirmou que o acordo

entre Brasil e Paraguai “levaria inevitavelmente à guerra”; no Rio de Janeiro, o Visconde de Rio Branco, então chefe do governo brasileiro, também considerava o confronto iminente. A tensão entre brasileiros e argentinos era tanta que o Brasil manteve tropas em solo paraguaio durante seis anos após a guerra, buscando manter o país distante da “influência argentina”. Destruída, a nação tratou de jogar com essa tensão, tentando obter vantagens de um lado e outro. Não fosse um levante federalista na província de Entre Ríos, que mantinha as tropas argentinas ocupadas desde 1870, a guerra poderia ter se concretizado. S ó e m 1 8 7 6 a A rge nt i n a reconheceria de fato a independência paraguaia, por meio da conferência de Buenos Aires. A assinatura do documento esfriou os ânimos, mas não acabou com as tensões; de acordo com Ricardo Salles, só no começo do século 20 a ameaça de uma nova guerra foi definitivamente afastada. A rixa ficou. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)

FÁBIO PIRAJÁ/ESPÍRITO SANTO MEMÓRIA (BR)/FACEBOOK

Foto Antiga do ES

Serra Sede — anos 1910

Em 1916, a jovem Agatha, de 26 anos, trabalhava como voluntária durante a Primeira Guerra Mundial em um hospital da Cruz Vermelha em Torquay, cidade portuária inglesa onde nasceu e vivia com o marido, o coronel Archibald Christie. Nas horas vagas, ela e a irmã, Madge, dedicavam-se à leitura de romances de Sir Arthur Conan Doyle e Edgar Allan Poe. Ao comentar que seria capaz de escrever tramas como aquelas, foi desafiada pela irmã a fazer uma história em que os leitores não conseguissem identificar o culpado pelo crime até o final do livro. Aceitou a provocação: inspirada pela personalidade pomposa dos políticos europeus que se refugiavam na Inglaterra em virtude da guerra, decidiu atribuir a nacionalidade belga a seu protagonista, um detetive irônico e cheio de manias. Com conhecimento sobre remédios (e venenos), decorrente do trabalho no hospital, criou um caso em que a vítima era envenenada. Estrelado pelo detetive Hercule Poirot, “O Misterioso Caso de Styles” foi publicado em 18 capítulos pelo suplemento literário do jornal inglês “The Times” em 1920. Nas c i a a l i o m ito Ag at ha Christie, a “Rainha do Crime”, escritora mais vendida e traduzida da história. A autor a i ng l e s a p o ssu i diversos recordes literários. Publicou 66 livros, além de dezenas de contos e peças de teatro. Suas obras já foram traduzidas para 50 idiomas e publicadas em mais de 100 países. Vendeu mais de dois

bilhões de cópias e é dona de outra marca curiosa: seu texto “A Ratoeira” é a peça de teatro encenada há mais tempo na história do teatro inglês. Está em cartaz desde 1952, quando estreou no St. Martin's Theatre, em Londres. Em março desse ano, devido à pandemia, teve as sessões interrompidas após uma sequência de 28 mil apresentações. Apesar de sua discrição — “ela gostava mais de ouvir do que falar e preferia observar a ser vista”, segundo seu neto Mathew Prichard — há um episódio misterioso na vida de Agatha Christie que poderia estar em um de seus livros. Aconteceu logo após sua separação, em 1925. Archie, o marido, havia viajado com a amante, Nancy Neale. Agatha Christie saiu de casa dirigindo, mas seu carro foi encontrado abandonado perto de um lago. Vazio. Mais de quinze mil voluntários saíram à sua procura, mas havia poucas pistas: apenas um casaco de pele e uma mala abandonados no automóvel. Duas s emanas depois, ela foi encontrada em um hotel, onde havia se hospedado como Teresa Neale

(mesmo sobrenome da amante do marido), dizendo que era u m a tu r i s t a s u l - a f r i c a n a . Interrogada pela polícia, contou que havia sofrido um ataque de amnésia. Até hoje não se sabe se foi um problema de saúde verdadeiro, um plano vingativo para que o marido fosse acusado de assassinato ou apenas um golpe de marketing para o livro recém-lançado, “O Assassinato de Roger Ackroyd”. Celebrando os 100 anos de seu p r i m e i r o l i v r o, a e d i t o r a HarperCollins lança no Brasil uma nova coleção dedicada à autora, com novas traduções e edições de luxo com capa dura. Ao longo dos próximos anos, serão publicadas cerca de 80 obras, intercalando os maiores sucessos com títulos fora de c a t á l o g o h á a n o s . “A importância de apresentar a obra de Agatha Christie para a mais nova geração de leitores é evidente”, afirma Alice Mello, gerente editorial da HarperC ollins. “É preciso eternamente “reintroduzir” os livros da autora para que seu nome permaneça no lugar de destaque que merece na literatura”.

Filme brasileiro 'A Febre' vence Festival de Lima LUCIANO DANIEL

DIVULGAÇÃO/VITRINE FILMES/PIPOCA MODERNA

O longa brasileiro "A Febre" venceu o prêmio de Melhor Filme do Festival de Cinema de Lima, no Peru, que no último domingo (30) encerrou sua 24ª edição — a primeira virtual, devido à pandemia de covid-19. Exibido pela primeira vez há um ano, no Festival Internacional de Locarno, na Suíça, quando Regis Myrupu conquistou o prêmio de Melhor Ator, "A Febre" é o longa de estreia da jovem cineasta Maya Da-Rin e já também tinha sido premiado n o s fe s t iv ai s d e Bi ar r it z (França), Brasília e Punta del Este (Uruguai). O filme narra a história de Justino (Myr upu), um indígena do povo Desana que trabalha como vigia em um porto de cargas e vive na periferia de Manaus. Desde a morte da sua esposa, sua principal companhia é a filha Vanessa, que está de partida para estudar medicina em Brasília. Com a expectativa de ficar sozinho, Justino é tomado por uma febre forte. Durante a noite, uma criatura misteriosa segue seus passos. Durante o dia, ele luta para se manter acordado no trabalho.

Em sua primeira edição on-

line, o Festival de Lima recebeu 170 mil visitantes virtuais ao longo de nove dias de at i v i d a d e s , e nt re exibições de filmes e d e b a t e s . Curiosamente, este foi o segundo ano consecutivo que um filme brasileiro venceu a premiação do evento. Em 2019, o vencedor foi "Bacurau", dirigido p o r K l e b e r Mendonca Filho e Juliano Dornelles.


4 EDUCAÇÃO

01 A 07 DE SETEMBRO DE 2020

Estudantes têm pouco tempo para se inscrever na Olimpíada de História Este ano a olimpíada terá sete fases com duração de uma semana cada ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL

Termina no dia 7 de setembro o prazo para as inscrições na 12ª edição da Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB). Podem se inscrever equipes de três estudantes do 8º e 9º anos do ensino fundamental e de todos os anos do ensino médio, com a orientação de um professor de escolas públicas e particulares. Este ano, a olimpíada terá sete fases, com duração de uma semana cada, para os estudantes responderem as perguntas ou elaborarem as tarefas correspondentes. A plataforma da prova foi adaptada para facilitar a navegabilidade pelo celular e reduzir o uso de dados, com a possibilidade de realizar a prova off-line e usar a internet apenas para enviar as respostas. A prova será mais enxuta, com três questões a menos, e a fase inicial ocorre entre os dias 6 e 12 de setembro. A coordenadora da ONHB, Cristina Meneguello, explica que

este ano a chamada “fase zero” terá um caráter experimental, para que os participantes treinem o novo formato, que precisou ser adaptado devido à pandemia da covid-19. “Para viabilizar a ONHB neste ano, zemos algumas mudanças pontuais e essenciais, como a substituição da nal presencial para on-line e a adaptação da plataforma da prova para menor consumo de dados de internet. Sabemos que com a suspensão das aulas presenciais nas escolas há mais di culdade dos alunos e professores se organizarem em equipes. No entanto, o que temos percebido é que nossos esforços de tornar a prova mais acessível e o engajamento dos participantes c om a ON H B, nã o have r á impacto no número de inscritos”. Realizada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a primeira edição da olimpíada ocorreu em 2009 e contou com 15 mil participantes.

No ano passado, a competição reuniu 73 mil estudantes de todos os estados, divididos em 18,4 mil equipes. Por causa da pandemia, a competição será toda online, não havendo a prova presencial para os nalistas que normalmente é aplicada na Unicamp. As fases são compostas por questões de múltipla escolha e uma tarefa que será corrigida por outros grupos de estudantes. Serão escolhidas 400 equipes nalistas, o dobro do usual, com

Sedu divulga índice de merecimento para o Bônus Desempenho 2020 ASCOM SEDU

A Secretaria da Educação (Sedu) divulgou, na última sexta-feira (28), a Portaria Nº 094-R, que estabelece o valor do Indicador de Desenvolvimento das Escolas Estaduais do Espírito Santo (IDE) e do Índice de Me re c i m e nt o d a Un i d a d e (IMU). Os dados regulamentam

a concessão da Boni cação por Desempenho para os pro ssionais ativos da Educação. A previsão é que o bônus seja incluído na folha de pagamento de outubro. O B ônus D e s e mp e n ho é regulamentado pela Lei Complementar nº 504 e pelo

Decreto nº 2761-R, alterado pelo Decreto 3949-R e Lei Complementar 887 que concede aos pro ssionais ativos no âmbito da Sedu, a Boni cação por Desempenho. O período de avaliação é de acordo com o calendário escolar, sendo, no mínimo 213, o total de dias trabalhados. O anúncio para a concessão da Boni cação por Desempenho para 16.100 pro ssionais ativos da Educação, referente ao exercício de 2019, foi feito pelo governador do Estado, Renato Casagrande, e pelo secretário de Estado da Educação, Vítor de Ângelo, na quinta-feira (27). Mais informações nos telefones (27) 3636-7673/ 7674.

distribuição de 20 medalhas de ouro, 30 de prata e 40 de bronze, que serão enviadas para as escolas. Este ano, a escolha dos medalhistas será feita por meio da avaliação da tarefa da fase 5 pelos elaboradores da ONHB. No ano passado, a tarefa resultou na publicação do dicionário biográ co Excluídos da História. Cristina destaca que a comp et ição é diferente da maioria das olimpíadas de ciências porque, ao invés de testar o que estudante já sabe, ela

estimula que o participante busque o conhecimento. “É um sistema de aprendizagem. A ONHB é muito exigente e não quer aferir se os estudantes já sabem, ela dá tempo para eles estudarem, perguntam para o professor, perguntam uns para os outros. Tem uma pergunta de uma coisa que ele nunca ouviu falar, não viu na escola. Mas do lado tem um texto, ele lê, se informa, pesquisa na internet e volta para responder. Nesse processo ele

aprendeu história. Eu não estou muito interessada se ele já sabia, mas se ele aprendeu naquele momento, o nosso objetivo pedagógico é esse”. A participação na ONHB possibilita também uma facilidade no acesso ao ensino superior no curso de História, da Unicamp, com a reserva de duas Vagas Olímpicas na graduação por meio da aplicação de uma Prova Individual Adicional dissertativa. Podem concorrer os estudantes de 2º ou 3º anos do ensino mé dio que ten ham recebido medalha de ouro ou prata na 12ª ONHB e tenham participado da competição desde o início, já que há a possibilidade de substituições na equipe no decorrer da competição. O estudantes do 2º concorrem às vagas para ingressar em 2022. A inscrição na ONHB tem o custo de R$ 58 por equipe de escolas públicas e R$ 118 por equipe de escolas particulares. No ano passado, participaram da competição 9.135 equipes de escolas públicas e 9.370 de escolas particulares. A última fase da ONHB 2020 será entre os dias 24 e 30 de outubro e a divulgação dos medalhistas está pre v i s t a p ar a o d i a 2 2 d e novembro.

Fundeb agora é permanente e com mais recursos para a rede pública ENVATO ELEMENTS

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Pro ssionais da E ducação (Fundeb) entrou na Constituição e agora é permanente. O Senado aprovou por unanimidade o novo Fundo, no dia 25 de agosto, com mais recursos da União para as redes públicas — de 10% para 23% até 2026 — e sem alteração no texto, o que foi um respiro para o setor educacional, uma vez que o objetivo é dar tempo de ser regulamentado antes do vencimento de seu modelo antigo, em dezembro deste ano. Segundo o portal Senado Notícias, ano passado, o Fundeb

distribuiu R$ 156,3 bilhões para a rede pública. Atualmente, garante dois terços dos recursos que os municípios investem em educação. Cerca de 90% dos

recursos do Fundeb vêm de impostos coletados nos âmbitos estadual e municipal, e os outros 10% vêm do governo federal.


POLÍTICA 5

01 A 07 DE SETEMBRO DE 2020

Jorge

Analista Político

Pacheco

Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com

“O ser humano é o mesmo em qualquer lugar, em qualquer tempo, em qualquer que seja a sua condição. Você pode ser rico ou pobre, mas os problemas que afetam verdadeiramente o ser humano são os mesmos”, Ariano Suassuna DIVULGAÇÃO/DIVINO PAI ETERNO

devido à designação espúria para que o referido grupo permanecesse investigando o p a r l a m e n t a r. O p r a z o terminaria nesta segunda-feira

AFP

MP-RJ conclui investigação sobre “rachadinha” de Flávio Bolsonaro

o INPC. Esse formato já foi adotado neste ano, quando a área econômica concedeu reajuste somente com base na in ação do ano passado. Com isso, o governo mudou a política de aumentos reais (acima da in ação) que vinha s e n d o i mpl e m e nt a d a n o s últimos anos, proposta pela presidente Dilma Rousseff e aprovada pelo Congresso.

O dilema dos Correios

( 3 1 ) p ar a e x pl i c a ç õ e s d o procurador-geral de Justiça. Existe ainda procedimento junto ao CNMP para apurar os constantes vazamentos do procedimento que tramita sob sigilo”, diz o texto.

Governo propõe salário mínimo de R$ 1.067,00 em 2021

Sem dinheiro para investir em tecnologias que modernizem seus serviços e carregando uma estrutura gigantesca nas costas, com quase 100 mil funcionários, os Correios se tornaram um grande elefante branco: lento, pesado e lutando para sobreviver aos novos tempos. Seu grande impasse agora é elaborar sua privatização enquanto negocia GILSON ABREU

AJUFE

O governo federal propôs um salário mínimo de R$ 1.067 para o próximo ano, segundo o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2021 apresentado nesta segunda-feira (31) pela equipe econômica. A Constituição determina que o salário mínimo tem de ser corrigido, ao menos, pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior. Na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso em abril, o governo tinha estimado que o piso de 2021 seria de R$ 1.079. Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1.045. O reajuste, se aprovado pelo Congresso, começará a valer em janeiro de 2021, com pagamento a partir de fevereiro. Os valores ainda podem mudar no decorrer deste ano, com base nas projeções de in ação para o ano de 2020 (utilizadas como parâmetro para correção). O valor do salário mínimo proposto pelo governo para o ano que vem tem correção somente pela in ação, ou seja, pela estimativa do governo para

com os empregados em greve e a população aguarda suas entregas na pandemia. O governo até tenta acelerar a venda da empresa, uma das bandeiras da campanha presidencial. No último dia 20 de agosto, o Banco Nacional de Desenvolvimento S ocial (BNDES) escolheu o consórcio Postar para fazer os estudos sobre o negócio. Mas enquanto isso não acontece, o debate inclui acusações por parte dos servidores de que os Correios continuam abrigando indicações políticas em seus quadros e hoje os militares dominam sua cúpula. São pelo menos 14 o ciais da reserva que ocupam cargos de alto escalão

alegam que a militarização já reduziu qualquer espaço para o diálogo. Dizem também que enquanto se fala em um plano para economizar até R$ 600 milhões por ano com corte de benefícios, gasta-se com a ampliação dos quadros de assessores de diretoria, que custariam R$ 26,4 mil por mês. A empresa desmente o valor e informa que o salário é de R$ 15,9 mil. Até o ex-secretário de Desestatização Salim Mattar jogou a toalha e a rmou que a demora na privatização é causada pelos militares e não pelo Congresso. “Falar de privatização sempre causa ruído e traz o debate do liberal versus o sindicalista, o que é um equívoco”, diz o professor Márcio Holland, coordenador do Observatório das Estatais da FGV. Mas o fato é que os Correios precisam passar por uma transformação urgente e sem recursos privados não vai conseguir. Cartas e telegramas já não sustentam mais seu negócio.

Após delação, Bretas põe 'doleiro dos doleiros' em liberdade sem tornozeleira O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do R i o, c o n c e d e u l i b e r d a d e provisória e sem uso de

ITAWI ALBUQUERQUE

A i nv e s t i g a ç ã o s o b r e o suposto esquema de “rachadinha” (entrega de parte do salário, pelos assessores, ao parlamentar ou algum aliado) no gabinete do hoje senador Flávio B ols onaro (Republicanos-RJ), quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro, foi concluída pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), segundo informou a instituição, que agora vai decidir por denunciálo ou não. O lho do presidente Jair Bolsonaro foi investigado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, em suposto esquema do qual faria p a r t e s e u e nt ã o a s s e s s o r parlamentar Fabrício Queiroz, demitido em 2018, quando surgiram os primeiros indícios de irregularidade no gabinete de Flávio. Queiroz está em prisão domiciliar no Rio de Janeiro. O MP-RJ informou, em nota, que “o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc/MP-RJ) encaminhou nesta segundafeira (31) ao procurador-geral de Justiça o procedimento criminal referente ao 'Caso Flávio Bolsonaro', comunicando a conclusão das investigações. Por essa razão, os autos, que estão sob sigilo, foram remetidos à Subprocuradoria-Geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos ( Su c r i m i na l / M P- R J ) p ar a prosseguimento”. Em nota, a defesa de Flávio a rmou que o comunicado do MP-RJ é mentiroso. “Não é verdade que a investigação tenha sido concluída nesta data. Ela já havia se encerrado com a oitiva do senador”, diz o texto. “Os promotores do Gaecc manobraram para encontrar uma saída honrosa do Grupo da condução dos trabalhos. O grupo não poderia investigar o senador Flávio Bolsonaro, o que acarretou uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)

À espera de uma mudança, estatal enfrenta problemas de gigantismo, falta de foco e de militarização de sua cúpula

na empresa. Os trabalhadores

tornozeleira ao 'doleiro dos

doleiros' Dario Messer, que neste mês se tornou delator após fechar acordo de colaboração premiada com a Lava Jato uminense. A decisão foi proferida em recurso do Ministério Público Federal, que sugeriu a Bretas que substituísse as prisões preventivas contra o doleiro, incluindo as domiciliares, pelo uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares. Messer cumpre prisão domiciliar desde abril por ser do grupo de risco da doença, sendo bene ciado por decisão do próprio Bretas mantida pelo Superior Tribunal de Justiça. Em decisão, o juiz da Lava Jato Rio negou impor o uso de tornozeleira, destacando o comportamento de Messer em 'colaborar com a Justiça'. Segundo Bretas, caso Messer tente embaraçar as

investigações, 'acarretará em severos prejuízos' para si mesmo, como a própria rescisão do acordo de delação premiada. “Em que pese o fato de o ac us ado ter p er mane cido foragido da Justiça por mais de um ano, tal circunstância, por si só, não pode ser considerada para embasar a manutenção de su a s e g re g a ç ã o c aute l ar”, a rmou Bretas. “Isso porque o comportamento do imputado passou a ser o de colaborar com a Justiça, o que se depreende não apenas da celebração do acordo de colaboração premiada, mas também das inúmeras manifestações nas quais o acusado comunica ao Juízo a saída de sua residência para tratamento médico desde que foi colocado em prisão domiciliar”.


6 TECNOLOGIA

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Folha articial imita Carro voador japonês a fotossíntese para faz teste com passageiro produzir energia Veículo conseguiu se manter dois metros acima do solo

Folha artificial converte dióxido de carbono, água e luz solar em combustível; equipe planeja estender o projeto para utilização em grande escala

SKYDRIVE/CARTIVADOR

MAKAMUKI/PIXABAY

(CO2) e água. O contato com a luz desencadeia uma reação química que resulta na liberação de oxigênio e ácido fórmico, uma substância que já foi utilizada como combustível por outros cientistas. Em 2017, por exemplo, um grupo de universitários holandeses abasteceu um ônibus com ácido fórmico, demonstrando seu potencial como gerador de energia. A folha de teste mede somente 20 cm, mas os pesquisadores explicam que ela poderia ser estendida a versões de metros de forma simples e barata. Se produzidas em larga escala, as folhas poderiam ser facilmente instaladas em grandes matrizes

Cientistas criam robô que mede sinais vitais a dois metros de distância

Há alguns anos, lmes de cção cientí ca previram que os meios de transporte evoluiriam a ponto de termos carros voadores. Até o momento, isso não aconteceu, mas essa realidade pode estar prestes a mudar. Isso porque a empresa japonesa SkyDrive fez um voo de teste bem-sucedido de uma espécie de carro voador. Com uma pessoa a bordo, o veículo se manteve no ar por cerca de quatro minutos em alturas que variaram entre um e dois metros. Segundo Tomohiro Fukuzawa, que lidera o esforço da SkyDrive

sucesso com uma pessoa a b ordo. Esp ero que muit as pessoas queiram pilotá-lo e se sintam seguras", diz Fukuzawa. Por enquanto, o projeto possui capacidade de voar por pouco t e mp o, e nt r e c i n c o e d e z minutos. No entanto, a expectativa da empresa é que, em breve, esse tempo chegue a 30 minutos, o que pode fornecer a possibilidade de pequenas viagens. Ao c o nt r á r i o d e av i õ e s , helicópteros e veículos de d e c ol age m e ate r r i ss age m elétrica vertical (eVTOL), esse

O projeto da SkyDrive surgiu originalmente como um protótipo chamado Cartivator em 2012. Na época, a ideia contava com nanciamento de diversas companhias japonesas, como a montadora Toyota Motor, a empresa de eletrônicos Panasonic e a desenvolvedora de jogos Bandai Namco. No e n t a n t o, u m v o o d e demonstração feito há três anos correu mal, mas serviu para melhorar o projeto que, atualmente, conta com uma rodada de nanciamento de 3,9 bilhões de ienes (R$ 202 milhões

para tornar o projeto realidade, a expectativa é que o carro voador possa ser transformado em um produto real até 2023. No entanto, ele reconhece que torná-lo um veículo seguro é a maior das preocupações. "Dos mais de 100 projetos de carros vo a d ore s e s p a l h a d o s p e l o mundo, apenas alguns tiveram

projeto pode oferecer a possibilidade de transporte rápido entre pontos especí cos. Essa seria uma solução para o incômodo do congestionamento das cidades.

em conversão direta). O governo japonês parece otimista com o projeto. No momento, como apontado por Fukuzawa, a expectativa é de que pequenos ser viços sejam prestados com o equipamento até 2023 e que seu uso comercial seja expandido até 2030.

SKYDRIVE/CARTIVADOR

Pesquisadores da Universidade de Cambridge desenvolveram uma forma simples e barata de produzir energia limpa. Trata-se de uma folha arti cial que, assim como aquelas encontradas na natureza, é capaz de converter luz solar e dióxido de carbono em combustível. O material é confeccionado a partir da junção entre fotocatalisadores e póssemicondutores. Ambas as substâncias são embutidas numa f o l h a d e p ap e l c r i a d a e m laboratório, que passa a ser capaz de absorver a luz do Sol. Em seguida, os cientistas misturam à folha os mesmos agentes da fotossíntese na natureza: dióxido de carbono

produtoras de energia limpa, como fazenda solares. Este, aliás, é o objetivo da equipe: viabilizar o material à produção de energia em grandes proporções. “Ficamos surpresos com o quão bem funcionou a folha, especialmente em termos de seletividade, já que ela quase não produziu subprodutos”, a rma a doutora Qian Wang, principal autora do estudo. “Às vezes, as coisas não funcionam tão bem quanto você esperava, mas este foi um caso raro em que realmente funcionou melhor". Agor a , o s p e s qu is a d ore s trabalham para melhorar a e ciência do material, experimentando diferentes fotocatalisadores com a nalidade de expandir os tipos de combustível resultantes. Erwin Reisner, orientador do projeto no Departamento de Química de Cambridge, diz esperar que esta tecnologia abra o caminho para a produção de combustível solar "sustentável e prática". De fato, este parece ser seu principal objetivo acadêmico, visto que ele vem liderando pesquisas similares desde 2013.

MIT NEWS

Durante a pandemia de covid19, além de estarem trabalhando muito mais, os pro ssionais da saúde correm altos riscos de serem infectados pelo novo coronavírus. Foi pensando nisso que cientistas norte-americanos desenvolveram um robô de "quatro patas" capaz de medir sinais vitais, como temperatura, f re qu ê nc i as re spi r atór i a e cardíaca e até a saturação de oxigênio no sangue. A equipe conta com pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e do Brigham and Women's Hospital, liado à Universidade Harvard, ambos nos Estados Unidos. Um artigo cientí co sobre o aparato será publicado em breve, mas os cientistas já adiantam que, em testes, o robô foi capaz de realizar medições a até dois metros de distância. "Na robótica, um de nossos objetivos é usar automação e tecnologia robótica para remover pessoas de trabalhos perigosos", disse Henwei Huang, um dos pesquisadores, em declaração publicada no MIT News. "Pensamos que deveria ser

possível usar um robô para retirar o pro ssional de saúde do risco de se expor diretamente ao paciente". O robô, batizado de Spot, pode ser manobrado pelos pro ssionais em direção aos pacientes e contém um tablet, que viabiliza a comunicação. Os c i e nt i s t a s c o l o c a r a m u m a câmera infravermelha que, junto com um algoritmo, é capaz de medir a temperatura da pele e a f requência respiratór ia da pessoa. Além disso, o robô conta com três câmeras monocromáticas, que ltram diferentes comprimentos de onda de luz,

permitindo aos pesquisadores medir leves mudanças de cor que ocorrem quando a hemoglobina nas células do sangue se liga ao oxigênio. Essas informações, associadas ao algoritmo dos pesquisadores, permite a detecção da frequência cardíaca e da saturação de oxigênio no sangue. Como explicou Huang, os cientistas não desenvolveram uma tecnologia nova para fazer as medições: "O que zemos foi integrá-las muito especi camente para ser aplicada à covid, analisando diferentes sinais vitais ao mesmo tempo", a rmou o pesquisador.

Projeto inicial


CIÊNCIA 7

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Conheça o sapo-de- Meteorito sugere nova explicação para vidro JAMES CULEBRAS/ REPRODUÇÃO

existência de água na Terra Segundo estudo publicado na 'Science', esses "blocos de construção" do planeta teriam fornecido hidrogênio suficiente para a formação de oceanos

O sapo-de-vidro é uma das criaturas mais únicas do Reino Animal. Os pequenos anfíbios possuem uma distinta transparência em sua pele que os ajuda na camu agem contra predadores em seu habitat natural, as orestas tropicais da América Central e do Sul. Dessa forma, o padrão de cores criado pelos órgãos ajuda o anfíbio a se esconder de maneira e ciente de ameaças e perigos no ambiente. Geralmente pequenos (com porte que varia entre três e 7,5 centímetros), os sapos-de-vidro são animais pertencentes à família Centrolenidae e são divididos em 150 diferentes tipos de espécie. A maioria delas possui uma na pele translúcida, que emite um brilho semelhante ao vidro e, assim, permite a visualização dos órgãos em sua barriga. E ss e s p e qu e n o s an f í bi o s

podem ser encontrados em diversas regiões: do sul do México ao Panamá, nas regiões dos Andes venezuelanos, das ilhas de Tobago à B olívia, Argentina e algumas regiões do Brasil. Eles possuem hábitos tipicamente noturnos e se alimentam de pequenos insetos e aranhas. Enquanto muitos sapos-devidro possuem corpos parcialmente transparentes, poucas espécies têm uma pele tão translúcida quanto a Hyalinobatrachium yaku. Sua distinta característica permite ver até mesmo seu coração, algo considerado raro pelos cientistas. Para os cientistas, a pele translúcida do sapo-de-vidro é um método único de camu agem. Nesse sentido, há dois tipos de adaptação à cor do meio, de acordo com um artigo

desse ano: o primeiro, mais comum, é uma mímica das cores e padrões encontrados, como fazem alguns camaleões; o segundo tipo é "disruptivo", que cria alto contraste e formas ir re con he cíveis, e ac ab am protegendo o anfíbio. Dessa maneira, experimentos mostraram que a pele dos saposde-vidro é única e interage de maneira mais disruptiva que o comum. Ela pode adaptar seu brilho, tornando-se mais clara ou escura, de acordo com o ambiente no entorno do anfíbio. A forma que o sapo se adapta às novas cores foi batizada de difusão de borda devido à maneira que sua pele contrasta o encontro de duas cores distintas. Essa descoberta ressaltou a importância dos Centrolenidae e de sua preser vação para a biodiversidade encontrada na fauna mundial.

Como medir as temperaturas mais baixas do universo? Pesquisadores irlandeses propuseram um termômetro quântico que pode medir temperaturas até um bilhão de vezes mais frias que as encontradas no espaço

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Físicos da universidade irlandesa Tr i n i t y C o l l e g e D u b l i n propuseram uma nova maneira de medir a temperatura de gases u lt raf r ios: um ter mômet ro quântico que pode medir com precisão temperaturas um bilhão de vezes mais frias do que as do espaço sideral. Segundo explicam no estudo publicado na revista Physical Review Letters, as temperaturas superbaixas surgem em nuvens de átomos, conhecidas como gases de Fermi, geradas pelos cientistas para estudar como a matéria se comporta numa

condição extrema de temperatura. Para explicar o que são esses gases ultrafrios, o professor John BOB BEHNKEN Goold relembra que a principal teoria utilizada pelos físicos para analisar um gás é a mecânica estatística, desenvolvida ainda no século XIX a partir dos trabalhos de Maxwell e Boltzmann. Ela basicamente diz que fenômenos como pressão e temperatura têm a ver com a movimentação dos átomos. Já no século XX, a mecânica quântica tornou possível predizer

que um átomo sozinho adquire características de onda, dessa maneira pode haver uma combinação com outros átomos abaixo da temperatura crítica e formar uma onda com características exóticas. Segundo o estudioso, os gases ultrafrios são criados em laboratórios ao redor do mundo todo. Eles têm a função de desde testar teorias da física até detectar ondas gravitacionais. Todas as partículas do universo são de dois tipos possíveis: bósons e férmions. Essas partículas se comportam de maneira diferente. Enquanto os bósons se juntam a

A água da Terra pode ter vindo de meteoritos que estavam presentes no Sistema Solar interno no momento em que nosso planeta se formou e não de cometas de longo alcance ou asteroides provenientes de re g i õ e s m a i s d i s t a nt e s . A conclusão é resultado de uma pesquisa conduzida pela Universidade de Lorraine, na França, e foi publicada na última sexta-feira (28) na Science. Os cientistas descobriram que um tipo de meteorito chamado de condrito de enstatita contém hidrogênio su ciente para fornecer pelo menos três vezes a quantidade de água contida nos oceanos da Terra. Esses "objetos galácticos" são compostos mais ou menos do mesmo material que os astros no Sistema Solar interno, área que se estende de Mercúrio a Marte. "Nossa descoberta mostra que os 'blocos de construção' da Terra podem ter contribuído s i g n i c at i v a m e nt e p a r a a [existência de] água [por aqui]", disse Laurette Piani, líder do estudo, em comunicado. "O material contendo hidrogênio estava presente no Sistema Solar interno na época da formação do planeta rochoso, embora as

temperaturas fossem muito altas para que a água condensasse". Para os especialistas, o mais interessante do estudo foi descobrir que os "blocos de construção" da Terra, antes considerados "secos", na verdade continham água. Além disso, os condritos de enstatita são raros e constituem apenas cerca de 2% dos meteoritos conhecidos pelos astrônomos. Mas sua semelhança isotópica c o m a Te r r a , s e g u n d o o s cientistas, é o que os torna particularmente atraentes. Isso porque os condritos de enstatita têm isótopos de oxigênio, titânio, cálcio, hidrogênio e nitrogênio

baixas temperaturas, os férmions fazem com que seja difícil medir a sua temperatura. O Dr. Mark Mitchison, um dos autores da pesquisa, diz que as temperaturas de um gás ultrafrio geralmente são medidas de acordo com a sua densidade já que, a baixas temperaturas, o gás não tem e n e r g i a p a r a e x p a n d i r. Entretanto, os férmions estão sempre separados, fazendo com que a análise da densidade não diga nada a partir de certo ponto. A ideia de um termômetro quântico começa com a mistura de átomos diferentes nos gases de

Fermi. A colisão de átomos que se comportam de maneiras diferentes pode ajudar a coletar informações sobre a temperatura. Isso acontece porque a interação de um átomo diferente das partículas que compõem um gás de Fermi é extremamente sensível à temperatura. Ou seja, em vez de tomar a densidade como uma variável para medir a temperatura, é medida a interação dos átomos com as partículas. O funcionamento é análogo a um termômetro convencional, que mede a temperatura de um

s emel hantes aos do noss o planeta — e, no estudo de materiais extraterrestres, as abundâncias de isótopos de um elemento s ão us ad as p ara diferenciar e identi car onde os elementos se originaram. "Se os condritos de enstatita forem efetivamente os 'blocos de construção' de nosso planeta como fortemente sugerido por suas composições isotópicas semelhantes, isso implica que esses tipos de condritos forneceram água su ciente para a Terra para explicar a origem da água terrestre, o que é incrível!", a rmou Lionel Vacher, coautor do estudo.

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068 corpo a partir da expansão do mercúrio em um tubo, mas no caso do termômetro quântico o que é medido é o estado de átomos soltos no emaranhado de um gás quântico. Ainda segundo os físicos, o que eles propõem pode ser implementado em qualquer laboratório de física atômica moderna. Entre as várias tecnologias quânticas que estão surgindo, o termômetro quântico tem o potencial de causar um impacto imediato nas pesquisas da área.


8 BEM-ESTAR

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Aprenda a manter as suculentas bonitas e saudáveis Elas demandam poucos cuidados na manutenção, mas é preciso prestar atenção na rega

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665

Bobó vegano de palmito VIVI NODA

REPRODUÇÃO/PINTEREST

E

As suculentas são o tipo de planta que todos querem ter em c a s a . F á c e i s d e c u i d a r, demandam menos tempo — em comparação com outras espécies — e possuem uma grande variedade de tipos, formas e cores. Outra vantagem é que elas se adaptam bem em qualquer tipo de ambiente, tanto externos quanto internos, e também conseguem sobreviver em espaços fechados, desde que recebam uma boa iluminação, ainda que indireta. As suculentas adoram sol pleno e luz direta, por isso o melhor lugar para elas é perto da janela, na varanda ou no jardim — jamais à sombra, por isso, esqueça os cantinhos escondidos e as prateleiras do banheiro. A jardineira Carol Costa dá quatro dicas essenciais p ar a o s c u i d a d o s c om as suculentas e como fazer novas mudas para encher a casa de verde.

Plantas que cam muito tempo no sol necessitam de cálcio, por isso, adubá-las com a substância sempre será uma boa ideia. Um alimento onde se encontra muito cálcio é na casca do ovo, que pode ser triturada no liquidi cador e colocada em volta da suculenta ou enterrada no vaso. Muita atenção com as regas. Antes de regar, toque a terra com a ponta do dedo, se estiver úmida, não molhe. A própria folha da espécie possui muita água! Falando em regar, muitas pessoas utilizam o pulverizador, mas ele está longe de ser o instrumento perfeito para as suculentas. Pelo contrário! Jogar água em cima de suas folhas pode causar fungos e consequentemente, o apodrecimento da planta. Por isso, a melhor forma de regá-las é usando uma seringa ou regador de bico no. Se você deseja fazer novas

mudas da sua suculenta, o processo é bem simples. Basta retirar as folhas de uma espécie e colocá-la super cialmente sob uma bandeja ou pote com areia umedecida. Nesse estágio de vida da planta, ela pode ser pulverizada. Em algumas semanas nascerão as primeiras raízes e então é só repetir o processo, mas em um vaso com substrato. Transporte-a para ele, não enterrando, mas apoiando-a na terra e, em breve, a nova suculenta irá se desenvolver naturalmente. Essa técnica funciona para muitas espécies, não para todas. Algumas se reproduzem por batatinhas, por c au l e s ou p or d iv is ã o d e touceira. Seguindo essa lista de cuidados, mesmo quem que não tem muita habilidade para cuidar de plantas, vai conseguir manter as suculentas sempre belas e saudáveis.

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES

xtraído do interior do caule de três espécies de palmeiras (juçara, pupun ha e aç aí), é dif íci l encontrar quem não goste de palmito. A substituição do camarão, comumente usado em receitas de bobó, pelo palmito traz uma solução rápida, fácil de ser executada, além de deliciosa. É importante evitar a compra das espécies Juçara ou Açaí, dando preferência à Pupunha. Isso porque grande parte dos potes de palmito oriundos destas duas espécies são extraídos na oresta de maneira ilegal. Para se ter uma ideia, o palmito Juçara leva cerca de oito anos para o corte e não rebrota — sendo n e c e s s á r i o s e u r e p l a n t i o. C o mp r á - l o “ i nv i a b i l i z a o crescimento da árvore que é tão importante e está quase acabando”, a rma Vivi Noda, do PorQueNão? Mídia. É ela que traz as dicas para o preparo de

bobó de palmito. Ingredientes 2 cebolas 2 dentes de alho 3 tomates cortados em rodelas Se gostar coloque pimentão e pimenta a gosto 1 vidro de palmito 400 gramas de mandioca cozida sem casca

500 ml de leite de coco Sal a gosto Modo de fazer Leite de coco – normalmente, coloco água morna nos pedaços de coco e deixo de molho da noite para o dia. No dia seguinte, bato no liquidi cador. O bobó – com a mandioca cozida, bata junto ao leite de coco, acrescente sal e reserve. Refogue a cebola, o alho, o pimentão e o tomate, logo em seguida acrescente os palmitos cortados em rodelas. Assim que começar a dourar, acrescente um pouco do leite de coco para ir pegando o gostinho. Adicione pimenta-do-reino com sal a gosto. Agora mistura o purê de mandioca com leite de coco, mexa mais uns dois minutos e tá pronto. Dica: nalize com um pouco de coentro e cebolinha. Receita CicloVivo

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

Empresa sul-coreana cria luminária que lê livros infantis A peça funciona com inteligência artificial e busca promover hábitos de leituras para crianças A empresa de tecnologia sulcoreana Naver, operadora da principal ferramenta de busca do país, está lançando uma luminária que usa visão computacional e inteligência arti cial (IA) para traduzir texto em fala. A Clova, nome da luminária, estimula o interesse das crianças por livros e leitura e substitui os smartphones e telas na hora de dormir. O dispositivo inteligente mescla estética convencional com IA. Uma câmera inclinada para baixo dentro da cúpula da luminária reconhece o texto das páginas de um livro colocado embaixo dela. Usando o reconhecimento óptico, a câmera interpreta caracteres e imagens, que são então analisadas usando

aprendizado de máquina e convertidas em fala — lendo texto em voz alta e descrevendo imagens visuais. O valor educacional do Clova é aprimorado com um assistente virtual integrado, que responde a

inteligente, com sensores que ajustam o brilho de acordo com o ambiente para criar um ambiente de leitura ideal. Ela também possui quatro con gurações de cores (leitura, criatividade, reparo e sono) para se adequar à atividade ou hora do dia. A pr i v a c i d a d e , n o entanto, é uma preocupação. A Clova trata disso garantindo que a câmera da lâmpada ap onte p ara b aixo, evitando captar qualquer outra imagem do ambiente. Para os pais cautelosos, a empresa provavelmente terá que ser mais especí ca a respeito de quais dados, se houver, estão sendo capturados e como eles serão usados.

REPRODUÇÃO/STYLUS

perguntas e explica o signi cado das palavras. Além disso, o dispositivo registra quando um livro é concluído e pode passar essa informação aos pais para que eles possam acompanhar o progresso de seus lhos. A luz de LED também é


SAÚDE 9

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Método pode reduzir incidência de dengue em até 77%, mostra estudo Técnica testada na Indonésia envolve bactérias do gênero Wolbachia, que impedem a transmissão do vírus da dengue por mosquitos WIKIMEDIA COMMONS

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, realizaram testes que podem ajudar a controlar doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue, que é disseminada pelo Aedes aegypti. Testado por 27 meses na cidade de Yogyakarta, Indonésia, o método de prevenção estudado envolve bactérias do gênero Wolbachia, que tem o papel de evitar a transmissão de vírus por picadas de mosquitos. Segundo os pesquisadores, o método também pode diminuir a incidência de doenças como zika, chikungunya e febre amarela. O estudo foi realizado na Indonésia por se tratar de um país que apresenta cerca de sete milhões de casos de dengue por ano. Para realizar o estudo, os cientistas dividiram o município de Yogyakarta em 24 áreas e

liberaram mosquitos infectados com Wolbachia em metade d e ss a s re g i õ e s , e s c ol h i d a s aleatoriamente. Assim, a equipe analisou 8.144 casos de dengue em indivíduos de três a 45 anos e trabalhou com todas as clínicas médicas para identi car em qual das regiões esses pacientes moravam ou haviam visitado nos últimos 10 dias. C omo resultado, eles descobriram a ocorrência de dengue em áreas onde mosquitos c o m Wo l b a c h i a e r a m predominantes havia reduzido em 77%. Isso porque as bactérias Wolbachia não demonstram qualquer perigo a humanos ou aos próprios insetos, apenas atuam no bloqueio da transmissão do vírus causador da dengue. "Os resultados promissores mostram o impacto signi cativo

que o método Wolbachia pode ter na redução da dengue em

populações urbanas”, a rma, em nota, Adi Utarini, coautor da

Universidade de Gadjah Mada, na Indonésia.

“É um grande avanço”, disse Nicholas Jewell, líder da pesquisa. “Agora mostramos que [o método] funciona em uma cidade. Se isso puder ser replicado e usado amplamente, poderá erradicar a dengue em várias partes do mundo por muitos anos”. O próximo passo é tratar o r e s t a n t e d e Yo g y a k a r t a e erradicar a dengue no local. A l é m d i s s o, t a m b é m s e r á possível dimensionar o trabalho para outras partes do mundo e grandes populações urbanas. “Este é o resultado que esperávamos. Temos evidências de que nosso método Wolbachia é seguro, sustentável e reduz a incidência de dengue”, ressaltou o diretor do World Mosquito Program, Scott O'Neill, da Universidade de Monash.

Neurônios podem se Nova técnica pode adaptar para resistir aprimorar vacina em a doenças graves testes contra câncer Consideradas células com capacidade limitada de adaptar seu metabolismo energético, uma pesquisa mostrou que os neurônios podem ativar um modo de 'resiliência' quando atacados por certas doenças A perda progressiva da estrutura ou funcionamento dos neurônios, incluindo a morte da célu la, em cer tos cas os, é considerada irreversível devido à plasticidade metabólica limitada desses corpos celulares. Porém, um estudo publicado na Science Advances mostra que os neurônios podem neutralizar a degeneração e promover a sua sobrevivência, adaptando seu metabolismo. Pesquisadores do Karolinska Institutet, na Suécia, e do Max Planck Institute, na Alemanha, observaram que a neurodegeneração pode ser revertida mesmo em est ág ios avanç ados em doenças mitocondriais e outros tipos, como a doença de Parkinson. As mitocôndrias são como fábricas de energia. Células nervosas são particularmente dependentes delas para sua atividade e um crescente número de evidências tem ligado a disfunção mitocondrial a algumas das formas mais devastadoras de degeneração celular. No entanto, poucos estudos foram feitos sobre a morte neuronal causada pela

coordenado que se torna ativado em resposta à disfunção mitocondrial", explica o professor do Departamento de Bioquímica Médica e Biofísica em Karolinska Institutet, NilsGöran Larsson. Em particular, os autores identi caram uma forma de religação metabólica (a reação anaplerótica do ciclo de Krebs) que torna os neurônios resistentes a uma degeneração WHITEHOUNE/SHUTTERSTOCK que de outra forma progride muito rapidamente. Quando a reação foi bloqueada, os neurônios morreram em um ritmo muito mais rápido e a doença se tornou mais grave. A identi cação de certas formas de religação metabólica em neurônios disfuncionais pode ajudar no desenvolvimento de terapias um programa de "resiliência para prolongar a sobrevida metabólica". neuronal e melhorar a função em "Criamos uma abordagem p a c i e n t e s c o m d o e n ç a s i n o v a d o r a p a r a p u r i c a r mitocondriais e outros tipos de neurônios em degeneração do neurodegeneração. cérebro de camundongos e para "Nossa pesquisa identi ca uma analisar o seu conteúdo proteico via que confere resiliência à g l o b a l , o p r o t e o m a . disfunção mitocondrial e mostra Inesperadamente, os dados que a neurodegeneração pode prote ôm i c o s m o s t r ar am a ser revertida mesmo em estágios existência de um programa a v a n ç a d o s " , a r m a m o s m e t a b ó l i c o e s p e c í c o d e pesquisadores. neurônios precisamente disfunção mitocondrial. Além disso, neurônios são geralmente considerados células com capacidade muito limitada de adaptar seu metabolismo energético. Por outro lado, para algumas doenças neurológicas, há ampla evidência de que a disfunção mitocondrial pode ser tolerada por longos períodos. Os p es quis adores, p or t anto, questionaram se os neurônios em degeneração podem ativar

Cientistas combinaram proteínas de dois adenovírus para driblar anticorpos prévios e aumentar a probabilidade da vacina desencadear imunidade; composto visa diminuir recorrência de tumores Pesquisadores da Universidade omas Jefferson, nos Estados Unidos, desenvolveram uma técnica que pode aprimorar a e cácia de uma vacina para prevenir a reincidência de cânceres de estômago, pâncreas, cólon e esôfago. Ainda em fase de testes clínicos, o imunizante emprega proteínas de adenovírus Ad5 como vetores para induzir a resposta imunológica do organismo ao receptor guanilato ciclase C (GUCY2C), que está associado à gênese dos tumores. O adenovírus Ad5, no entanto, é causador do resfriado comum e muitas pessoas têm anticorpos neutralizantes contra o microorganismo. Isso impede que ele cumpra seu papel no processo de imunização. Os cientistas então desenvolveram um novo vetor que mistura o Ad5 com partes de outra espécie de adenovírus mais rara, conhecida como Ad35. Os pesquisadores identi caram que a partícula quimérica, batizada de Ad5.F35, resistiu aos

anticorpos especí cos do Ad5 em experimentos com

comparação com o índice de 50% de vacinas baseadas em Ad5, dizem os autores. A pesquisa ainda aponta que o novo método não impactou a segurança do imunizante, nem "produziu toxicidade em tecidos com ou sem expressão de GUCY2C". Mesmo com as alterações, a vacina deve prosseguir para a segunda etapa de ens aios clínicos, que envolverá cerca de 100 pacientes com câncer em remissão, isto é, que não apresentam sinais de atividade da doença, mais ainda não podem ser considerados totalmente curados. "Esta vacina contra o câncer é projetada para ajudar o corpo a evitar que a doença volte", explicou Babar Bashir, professor assistente de oncologia médica d a Un i v e r s i d a d e  o m a s Jefferson e líder clínico do ens aio, em ent re v ist a ao Genengnews. "[A vacina] Não tem potencial para remover grandes cargas tumorais. Mas a reincidência é um grande problema para cada um desses cânceres, e ser capaz de reduzir a chance pode se traduzir em grandes aprimoramentos na longevidade do paciente". PIXABAY

camundongos e soros coletados de pacientes com câncer colorretal. Publicado na revista Journal of Immunoerapy of Cancer, o estudo também conclui que, na ausência de imunidade preexistente ao Ad5, a resposta de células do sistema imunológico induzida pelo novo método foi "comparável" à desencadeada por vetores Ad5. Os dados sugerem que vacinas baseadas em Ad5.F35 que têm como alvo o GUCY2C, ou outros antígenos patogênicos, "podem produzir respostas imunes clinicamente relevantes em mais de 90% dos pacientes", em


10 POLÍTICA

01 A 07 DE SETEMBRO DE 2020

ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

A Cultura do Estupro de Criança e a Pedofilia Intrafamiliar Acobertada — Final C UNICEF/BRZ/UESLEI MARCELINO

omo havíamos comentado, a comoção em torno da menina grávida aos 10 anos, resultado de abusos sexuais intrafamiliares desde os seis anos, já se dissipou. Isto é bom quando dá lugar à atitude responsável. Mas o que apareceu foi uma Portaria do Ministério da Saúde, que, prontamente, incrementou a press ão s obre as meninas grávidas, inclusive “oferecendo” a imagem ultrassonográ ca para plantar a culpa da mãe/menina. Qual seria a razão de mostrar a imagem do embrião/feto para uma menina? Não podemos deixar de pensar que a intenção é assombrar a criança, vivendo a dor do estupro continuado e perpetrado, na grande maioria das vezes, por alguém que ela ama e obedece, que quebrou a i n t e r d i ç ã o a o i n c e s t o. A interdição ao incesto, não podemos esquecer, é o marco civilizatório da humanidade. O tempo midiático passou. Até mesmo a querela religiosa perdeu as cores aberrantes e berrantes. Mas não foi e estupro continuado que mexeu com a sociedade. Não foi a desproteção de uma criança emblemática, pelo Estado, pelas Instituições Públicas e Civis, pela sociedade toda. O que estará acontecendo agora com aquela menina? Sem poder voltar para sua casa bem precária, mas onde estavam seus poucos objetos pessoais. Sem cheiros, os ruídos, o claro e o escuro, ambiente que estava acostumada. Não era bom, doía, mas era conhecido. Mas nossa transgressão arraigada, não permitiu nem mesmo a existência social desta menina. A ganância p ela s ens ação ilusória de vencer uma guerra, tirou desta menina a identidade dela porque ela não queria continuar arriscando a própria vida por uma violência que não iria nunca descolar do resultado de estupros continuados por anos. Perdeu o nome. Talvez o seu único bem durável, já que o corpo já lhe tinha sido roubado e deformado pela violência.

Sobrevivente de uma tatuagem impressa em sua alma, esta c r i anç a , re pre s e nt ante d e milhares de outras crianças, vive uma solidão de grande dimensão. Tem 10 anos, mas e nvel he c e u. Su a me mór i a transborda de lembranças que q u e r e s q u e c e r. P e r d e u o processo de con ar no outro. Pe r d e u o p r o c e s s o d e s e sensibilizar e se colocar no lugar do outro. Perdeu a conexão com seu corpo que terá que carregar p ara s empre como suj o, vergon hos o, testemun ha permanente do horror que viveu no lugar da infância. Mas, já a esquecemos. E, nada zemos, efetivamente. A la andou. Uma nova menina, 11anos, está com oito semanas de gravidez. Foram 84 meninas entre 10 a 14 anos que deram à luz em um trimestre. Este número se refere apenas às crianças que chegaram ao hospital. Quantas teriam sido de verdade? A Por t ar ia do M i n i s t é r i o d a S aú d e , t ã o desfalcado, traz mais pressão, d e nú nc i a p ol i c i a l, p ar a o cumprimento da lei de interrupção de gravidez na infância e na adolescência. Já há um artigo no ECA que fala da obrigatoriedade de denunciar à autoridade competente o abuso sexual. Pais, responsáveis, professores, médicos. Por que,

(27) 3337-2008

novamente, fazer sobreposição neste momento, apontando para as meninas estupradas que engravidaram? Os médicos preferem não enxergar os vestígios dos abusos intrafamiliares. As ameaças, o Backlash, é certo. E muitos fogem do problema que terão que encarar. Meninos e meninas são abandonados por

Para completar o requinte de cr ueldade, o médico deve oferecer a imagem da ultrassonogra a para a criança v e r. N e s t a m e s m a l i n h a , surgiram inúmeras ideias de campanhas para ensinar a criança a dizer “não” para o abusador. Qual será a criança q u e n ã o d i s s e “ n ã o” a o abusador? Todas disseram e

e foram em frente. Mais uma vez, a s obre c arg a e m c i m a d o vulnerável. Não encontrei nenhuma ideia sobre o abusador. Nem o da menina em foco, nem sobre nenhuma responsabilização de quem comete este criem. Alguns xingamentos, mas nenhuma re exão que possa promover proteção para a criança. Faz-se necessário responsabilizar autores incestuosos de abusos sexuais intrafamiliares, garantindo os Direitos Fundamentais da Criança e do Adolescente. Urge o combate à Cultura do Estupro de Criança. São meninas que engravidam ainda na infância, são meninos que estão sendo criados pelos seus abusadores por conta de um vício jurídico de nome alienação parental. São bebês que têm seus corpos violados para a produção de vídeos pornográ cos na indústria milionária deste novo formato da Exploração Sexual de Crianças, submetidas ao trabalho escravo dentro de suas

nem p ossuem a no ç ão de esquema corporal. Menos ainda a aquisição da linguagem para lo c a lizar e des cre ver est a angústia. Antes de adquirir a capacidade de representação, foram coisi cados. O s C r i m e s d e Pe d o l i a Intrafamiliar, mal investigados, muitas vezes não investigados, impunes, estão exterminando toda uma geração que está sendo mutilada civilmente. Todos, somos responsáveis pelas nossas crianças. Por que não responsabilizar culpados? Onde estão as Políticas Públicas de e fe t iv a e c á c i a ? Prote ç ã o p e r t i n e nt e , p e r s i s t e nt e , e consequente? A ausência das Políticas Públicas de Responsabilidade nos aponta a conivência silenciosa, por vezes ruidosa agora, com a Cultura do Estupro de Criança e Adolescente. Quando vamos fundar a Cultura do Respeito? Respeito às Leis, Respeito às Crianças, Respeito às Mulheres, Respeito aos Idosos, Respeito às Minorias, Respeito aos

Nascidos vivos de mães com 10-14 anos a cada mil meninas nesta faixa etária, em 2015

Fonte: Datasus (Ministério da Saúde) pro ssionais que tomam conhecimento, mas preferem se calar. Omissão ativa.

dizem. E, qual foi o abusador que atendeu à criança? Lançaram uma chantagem ou uma ameaça

próprias casas. B ebês que s of rerão de uma angúst ia corporal utuante, porque ainda

Por t a d ore s d as D ive rs as Diferenças. As ditas “exceções” também são cidadãos.


COMPORTAMENTO 11

01 A 07 DE SETEMBRO DE 2020

Falta de vontade de socializar não é ser antissocial ISTOCK

Antes da pandemia, sempre causava uma estranheza ver uma pessoa que adora uma badalação p a s s ar p or u m a f a s e m ai s tranquila e preferir car em casa, curtindo uma série. Mas isso é normal. Assim como está tudo bem em ter momentos durante o isolamento em que não se quer participar das reuniões no Zoom ou mesmo car mais na sua. Muita gente chama esse tipo de f a s e d e " ant i ss o c i a l " , s ó é importante explicar que a falta de vontade de socializar é diferente de uma patologia chamada transtorno de personalidade do t i p o a nt i s s o c i a l . O u s e j a , considerar antissocial aquele que está mais afastado das reuniões sociais é realmente um equívoco. Há pessoas que convivem bem com essa solitude, pois se sentem mais produtivas e já aprenderam a apreciar a própria companhia. E isso é muito positivo desde que não provoque tristeza ou ansiedade. "Os seres humanos são sociais e p ossuem a ne cessidade de pertencimento. Dessa forma, esse comportamento não é esperado", reforça o psicólogo Ricardo Wainer, psicoterapeuta Cognitivo-Comportamental e professor titular do Curso de Psicolog ia da Pont if ícia

Universidade C atólica Rio Grande do Sul (PUCRS). Portanto, essa vontade também não pode tornar-se um hábito. Ou seja, trocar o convívio social e não querer falar com outras pessoas por um período prolongado, não é considerado saudável. "Essa vontade de car só pode se dar por causa de questões psicológicas como timidez excessiva, falta de con ança nas pessoas, medo de se expor, entre outros", conta Andréa Lorena da Costa Stravogiannis, psicóloga e doutoranda em Ciências pela Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo ( F M U SP ) . E ne ss e c as o, é importante buscar ajuda para vencer a di culdade e conseguir socializar. A nal, essa di culdade em socializar pode trazer prejuízos ao indivíduo atrapalhando as conquistas acadêmicas, pro ssionais e pessoais. Além de provocar tristeza, autocobrança, baixa autoestima e até levar à d e p r e s s ã o, d e v i d o a o n ã o enfrentamento social. "A capacidade em car só e sentir prazer com a própria companhia é p o s i t i v o, m a s é p r e c i s o diferenciar essa solidão de um

padrão de fuga e evitação de contato social, pois isso pode trazer sofrimento", diz o psicólogo Sérgio Eduardo Silva de Oliveira, PhD, docente na Universidade de Brasília (UnB). Existem períodos na vida em que car mais recluso pode ser necessário, como por exemplo, um rompimento amoroso ou a perda do emprego — ou durante as incertezas de uma pandemia. Em algumas faixas etárias isso também pode estar mais presente como na adolescência, quando o jovem prefere não participar das reuniões familiares, ou numa fase mais madura em que atividades

mais tranquilas e isoladas podem trazer mais prazer que o burburinho social. Para Oliveira, a falta de vontade em socializar transitória é natural e, muitas vezes, não implica em problemas para a pessoa. "Após um evento estressor ou restrito a um contexto é até esperado esse padrão de comportamento, e ainda assim não é regra. Têm pessoas que, após um evento traumático, preferem buscar apoio externo", lembra o especialista. A depressão, a fobia e alguns transtornos mentais podem levar ao isolamento e, neste caso, é fundamental ter um diagnóstico e caz para tratar a raiz do problema. "Se o comportamento c ome ç a a t r a z e r pre ju í z o s interpessoais e pro ssionais, é

indicado a psicoterapia para entender a função deste isolamento e se há di culdades de interação social", con rma Stravogiannis. Por isso, é importante car de olho se essa falta de vontade de socializar está sendo proveitosa ou prejudicial. Para ajudar, os especialistas indicam algumas situações que podem dar um sinal de alerta: se estiver restringindo a funcionalidade da pessoa; a pessoa apresenta maus desempenhos em ambientes como escola e trabalho; não consegue estabelecer relações profundas, como um namoro; restringe seus contatos apenas aos familiares; não consegue ter amigos; apresenta altos níveis de ansiedade; afeta a autoestima.

'Setembro Amarelo': Racismo e exclusão social explicam alto índice de suicídio entre negros no País Jovens negros têm maior chance de cometer suicídio no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde de 2019 DIVULGAÇÃO/ESTADÃO

Jovem negro, entre 10 e 29 anos de idade. Esse é o per l das pessoas que mais cometem suicídio no Brasil nos últimos quatro anos. Os dados são de uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde em 2019 mas, neste 'Setembro Amarelo', vamos abordar os fatores que contribuem para o triste cenário e porque não existem políticas públicas especí cas de prevenção. A psicóloga Laura Augusta Barbosa de Almeida a rma que o racismo estrutural perpetua inúmeras situações de violência e que tais condições poderiam ser consideradas como um 'gatilho emocional' diante de tanto sofrimento. "Os números apresentam os índices de jovens negros que são assassinados pela violência policial, pelas negligências institucionais na saúde, na assistência, e estes são fatos que assombram o imaginário das pessoas negras no Brasil, destruindo esperanças, sonhos e possibilidades, adoecendo e f a z e n d o m or re r, d a s m a i s d ive rs a s for m a s " , av a l i a a especialista, que é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares em Mulheres, Gênero e Feminismo da Universidade Federal da Bahia. De acordo com o psiquiatra Rodrigo de Almeida Ramos,

diversos estudos associam o suicídio a transtornos mentais, que podem ter caráter biológico o u s e re m p rov o c a d o s p o r questões ambientais. "Os índices apontam que em mais de 90% dos pacientes que se suicidaram h av i a u m a d o e n ç a m e nt a l relacionada. Na grande maioria dos casos, o diagnóstico associado era de depressão", ressalta. O médico enfatiza que o alto índice de suicídio entre homens negros não é novidade, apesar de o tema ser pouco explorado. "Na

década anterior, por exemplo, enquanto o suicídio de pessoas brancas crescia a índices por volta de 10%, o de negros superava a casa dos 50% e isso majoritariamente se deve à exclusão social. Veja, são fatores de risco para o suicídio situações como desemprego, sensações de vergonha, desonra, desilusões amorosas, além de antecedentes de doenças mentais. Historicamente, os negros vivem uma situação de marginalização que di culta demais sua inserção na sociedade de forma mais

produtiva, acadêmica e ainda de consumo. O que vem sendo chamado de racismo estrutural. Estudos têm apontado que em uma situação de competição por vagas entre candidatos com o mesmo currículo ou o mesmo histórico pro ssional, a probabilidade de o candidato branco ser aprovado é maior do q u e u m c a n d i d a t o n e g r o. Segundo dados do IBGE de 2017, pardos e pretos recebem 55,6 e 5 4 , 9 % d o re n d i m e nt o d o s brancos e é a maior parte da população que está desempregada, sendo 52,7% de pardos e 11% de pretos. Se levarmos em consideração que os negros correspondam a 54% da população brasileira, esses números só reforçam a condição de desvalorização e vulnerabilidade em que vivem os pretos", diz. Na opinião da psicóloga Laura Augusta Barbosa de Almeida, o homem negro tem mais di culdade em acessar suas próprias emoções diante da opressão social. "E acredito que as masculinidades negras construídas nessa sociedade não autorizam os homens negros ao direito a humanidade, dignidade, condicionando suas narrativas de vidas aos estereótipos de anima lizaç ão dess e cor p o, colo cando ess e homem na etiqueta do crime ou da hipersexualidade. A forma como

os homens negros são socializados impede que muitas vezes eles construam vínculos importantes como rede de apoio e que eles falem sobre o que sentem, reproduzindo mais uma vez a lógica escravista de mãode-obra, o corpo que serve ao t r a b a l h o, a re p ro d u ç ã o, a produção e poucas vezes considerados como pessoas, dignas de afeto e com necessidades de cunho relacional", analisa. Se é difícil para um homem branco expressar emoções, pois pode ser interpretado como sinal de 'fraqueza', para o negro essa parece ser uma realidade muito mais distante e desa adora. O álcool e outras drogas acabam servindo como uma 'válvula de escape' para que alguns indivíduos extrapolem suas emoções e evitem contato com elas. O psiquiatra Rodrigo de Almeida Ramos lembra que

isso não é diferente entre homens negros. "Os negros, pela condição de exclusão social, estão mais suscetíveis ao abuso de álcool e drogas, doença psiquiátrica muito ligada com depressão. Além disso, brancos têm muito mais acess o ao tratamento deste problema do que a população preta e parda. Segundo o IBGE, enquanto 44% dos brancos dependentes de álcool ou 42% dos brancos usu ár ios de out ras drogas tiveram acesso ao tratamento, ap e n a s 2 6 % e 2 2 % resp ec tivamente tiveram a mesma sorte", acrescenta. O uso de entorpecentes é um dos grandes fatores desencadeantes para transtornos mentais e, diante dos números, a população negra está mais v u l n e r áv e l a s i t u a ç õ e s d e ausência de suporte social, fatores de risco essencial para a morte por suicídio.

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12 OLHAR DE UMA LENTE

01 A 07 DE SETEMBRO DE 2020

HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Pré-candidato fala de universidade pública na Serra “Pretendo desenvolver projetos para reforços escolares, com crianças e adolescentes que possuem dificuldade de aprendizado e, junto com o Executivo, buscar recursos para implantação de uma universidade pública gerida totalmente pelo município”

W

illiam Fernando Miranda é advogado e morador da região de Carapina, na Serra, há 30 anos. Nesta entrevista à

educação, de saúde. Temas que são muito relevantes para a população. “ Ve j a m a n o s s a s a ú d e , é u m verdadeiro colapso. Nesse quesito, o

problema. Ainda na saúde, pretendo trabalhar para abastecer as farmácias públicas com medicamentos e buscar atingir toda a demanda existente. HAROLDO CORDEIRO FILHO

Serra seguindo o exemplo de Linhares, que tem isso e a Serra não”, pontua. Wi l l i a m t a m b é m e x p l i c a q u e pretende atuar de acordo com o que exige a função de vereador, além de incentivar a prática esportiva nos jovens, sem esquecer da importância cultural para o desenvolvimento econômico e social do município. “Fiscalizarei o dinheiro público e cobrarei, do Executivo, ações que possam inserir o jovem às atividades

promovidos com recursos públicos ou privados no município”, esclarece. Quando o assunto é meio ambiente, William sabe que esta área é uma mina de ouro, se bem explorada. “Pretendo desenvolver a expansão do trabalho de coleta seletiva de resíduos. Atualmente são poucos os bairros atendidos nessa modalidade em nosso município. Dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente apontam que apenas 13% do lixo produzido nas cidades PREFEITURA DE CANOAS

TATI BELING

nosso município está na idade da pedra. A Serra gasta uma fortuna com pessoal e papel só para gerir a saúde. Vários municípios, com arrecadação muito menor que a nossa, já estão com o sistema de marcação de consulta totalmente informatizado, o que otimiza o atendimento ao público”, diz. “Acorda cedo, cedo que eu digo às 4h da madrugada, e faz uma visita aos postos de saúde que você vai encontrar uma la, uma concentração grande de pessoas somente para marcar consulta. Na d a d iss o s e r i a ne c e ss ár i o s e

atualmente é uma cidade engessada com vários problemas nas áreas de

tivéssemos o sistema digitalizado, um aplicativo resolveria parte desse

YOUTUBE

Coluna Olhar de uma Lente, o précandidato falou o que pensa sobre as últimas gestões municipais e os desa os que a Serra deve enfrentar para crescer e despontar como modelo no cenário capixaba e até nacional. Segundo William, a Serra é uma cidade que tem todos os parâmetros p a r a s e d e s e n v o l v e r extraordinariamente, pois ca bem localizada entre as montanhas e o litoral, o que oferece um leque de opções para o município explorar e se desenvolver. No entanto, o que vemos

P r e c i s a m o s h u m a n i z a r e s s e s esportivas no município. Uma das atendimentos, através de leis que ações propostas, visa buscar talentos o b r i g u e m a s o f e r t a s d e s s e s nas escolas e direcioná-los a atendimentos com hora marcada”, t r e i n a m e n t o s e s p e c í c o s n a modalidade em que se destacar, acrescenta. oferecendo posteriormente a logística Outro ponto que a administração pública municipal deixa a desejar é a necessária para disputa de competições pelo País, área da educação. Apesar de ser um colo c a problema nacional, não se pode deixar de destacar os números “A Serra é um município rico ín mos do município. “Na educação, quero que tem a segunda maior lutar por maior arrecadação do Estado, com remuneração e valorização dos uma geografia privilegiada, plana professores, além de e com uma riqueza natural propor a realização de cursos de quali cação exuberante, por isso quero fazer e reciclagem aos do meu município o melhor lugar p r o s s i o n a i s gratuitamente. Os jovem para se viver” ndo t a m b é m t e r ã o o nome acomp an hamento. Pretendo de Serra em desenvolver projetos para reforços escolares com crianças e adolescentes evidência no cenário Nacional. O q u e p o s s u e m d i c u l d a d e d e mesmo destaque dado ao esporte, aprendizado e bus car, junto ao também terá a cultura. Entre eles, o Executivo, recursos para implantação incentivo para os pratas da casa e a de uma Universidade Pública, gerida criação de leis que proporcionem aos totalmente pelo município. Quero ver a a r t i s t a s l o c a i s o d i r e i t o d e s e apresentarem em espetáculos

brasileiras são reciclados. Se pensamos em preservar o meio ambiente devemos começar pelo que descartamos. Apesar de saber que o que vou falar não está diretamente ligado ao meio ambiente, outra preocupação minha é com nossos animais. Vou propor, por meio de projetos, uma política de atenção, adoção, esterilização e de tratamento veterinário, quando for o caso. Vamos propor ao Executivo fortalecer as parcerias com as organizações não governamentais que tratam de animais, para incentivar a adoção e esterilização de cães e gatos abandonados, bem como trabalhar para colocar em prática a Lei Municipal 4583/2016”. Ao nalizar o bate-papo, William volta a frisar o potencial que o município tem para alavancar de vez. “Quero dizer a todos os leitores dessa coluna que a Serra é um município rico que tem a segunda maior arrecadação do Estado, temos uma geogra a privilegiada, plana e com uma riqueza natural exuberante e é lutando por todas essas ideias que pretendo colaborar para fazer do meu município o melhor lugar para se viver”, completa.


BRASIL 13

01 A 07 DE SETEMBRO DE 2020

A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

Sérgio Vidigal (PDTES)

Sérgio Majeski (PSB-ES)

Novo Fundeb é promulgado com emendas de Sérgio Vidigal

Frente presidida por Majeski encaminha projeto de repasse financeiro para aluno comprar computador

A promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 15/15, que torna permanente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), é vitória é da educação. A PEC foi promulgada na quarta-feira (26) e contou com três emendas de coautoria do deputado federal Sérgio Vidigal (PDT-ES), que garantem ainda mais direitos à educação. “A promulgação do novo Fundeb é marco para a educação nos próximos anos. Ao assinar as emendas, defendemos o direito fundamental para desenvolvimento social e a diminuição da desigualdade social. A educação é um direito de todos”, disse Sérgio Vidigal. “Mesmo que estejamos passando por uma grande crise, não podemos deixar de lado os investimentos em educação. Com essa nova legislação, vamos possibilitar mais educação àquelas pessoas em situação de vulnerabilidade, ainda mais sabendo que este setor foi um dos mais afetados pela pandemia”, ponderou.

Rose de Freitas (Podemos-ES) Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro Levantamento do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Sicon ), apresentado pela senadora Rose de Freitas no relatório, revela que, dos R$ 70 bilhões arrecadados com Imposto Sobre Serviços (ISS) no País, 65% foram destinados a apenas 40 cidades, entre os 5.325 municípios brasileiros. O Senado Federal aprovou, na quinta-feira (27), parecer da senadora Rose de Freitas ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 170/2020, proposta que transfere o recebimento do ISS da cidade sede do prestador de serviço para a cidade onde o trabalho é efetivamente prestado. O intuito é evitar arrecadação concentrada nos grandes centros e contemplar também os pequenos e médios municípios — isto é, descentralizar essa distribuição e torná-la mais justa. O projeto segue agora para sanção presidencial. A senadora Rose explicou que a redução progressiva proporcionará tempo para que possa “se adaptar à perda”. “É preciso tratar dessa distribuição injusta [do ISS] com equidade. Essas arrecadações absurdas sacri cam os municípios brasileiros. São mais de cinco mil cidades e apenas 40 delas prevalecem sobre a modalidade atual de distribuição dessa arrecadação”, defendeu Rose.

Em menos de uma semana, a reunião online da Frente Parlamentar em Defesa do Cumprimento dos Planos Nacional e Estadual de Educação da Assembleia Legislativa (Ales), com representantes estudantis de diversas instituições de ensino do Espírito Santo, tem um encaminhamento efetivo com o objetivo de favorecer o aprendizado dos alunos durante a suspensão e também após o retorno das aulas presenciais. “Desde o início da pandemia já havia apresentado Indicação ao governo do Estado para que fossem adquiridos e disponibilizados tablets aos alunos de baixa renda e aos das áreas rurais para favorecer as aulas online. Agora com o reforço da necessidade, apresentado pelos estudantes na reunião da Frente, é importante que o apoio aos alunos esteja previsto em lei. Com as aulas e atividades disponibilizadas na internet ou pela transmissão em canais de televisão, tornou-se uma obrigação ao Estado prover os meios para garantir o acesso dos estudantes aos conteúdos disponibilizados e para a busca de outras fontes de informação”, destaca o deputado Majeski.

LEOPOLDO SILVA/AGÊNCIA SENADO

Fabiano Contarato (Rede-ES)

LEONARDO TONONI

Fabiano Contarato e Mara Gabrilli tentam adiar projeto que aumenta insegurança trânsito Os senadores Fabiano Contarato e Mara Gabrilli (PSDB-SP) articulam o adiamento da votação, prevista para breve no Senado, de um projeto de lei (PL 3267/2019) que ameaça aumentar a impunidade no trânsito, premiar maus motoristas e elevar o risco de acidentes nas rodovias e estradas do país. Os parlamentares zeram um requerimento ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para que a proposta, antes de ir a plenário, tramite em comissões permanentes da Casa (Assuntos Sociais; Serviços de Infraestrutura; e Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa). O projeto é de autoria do governo e já foi aprovado na Câmara dos Deputados. Segundo o estudo mais recente da Organização Mundial de Saúde, publicado em 2018, o Brasil é o terceiro País do mundo com mais mortes no trânsito. Os parlamentares também querem, com mais tempo de análise do texto, chamar a atenção da população. Mara sofreu um acidente que acabou deixando-a tetraplégica, e Contarato foi delegado de delitos de trânsito por mais de dez anos e diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES). “Não é razoável que o Senado Federal aprove matéria dessa proporção sem antes debater e analisar, por exemplo, os possíveis efeitos dessas mudanças para o nosso sistema de saúde e de reabilitação, já tão comprometidos. Até que ponto as alterações propostas poderão estimular a imprudência no trânsito, seja por condutores não pro ssionais, mas sobretudo pelos pro ssionais, responsáveis inclusive pelos transportes escolares?”, alertam os dois senadores.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Luciano Machado (PV-ES) Deputado tem Projeto de Lei sancionado por Casagrande O governador Renato Casagrande sancionou o projeto de lei 11.163/2020 de autoria do deputado

Luciano Machado e da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, que concede a Afonso Cláudio o título de capital estadual do queijo. Com isso o município p ass a a te r o d e v i d o reconhecimento de sua capacidade de produção de leite e queijo em nosso Estado.

"O município é referência na pecuária do leite, na fabricação de d e r i v a d o s , principalmente o queijo. A proposta visa levantar esse título para que sirva de estímulo ao turismo rural, produtores familiares e potenciais eventos ligados ao tema", explica Luciano Machado.


14 POLÍTICA

01 A 07 DE SETEMBRO DE 2020

ARGOS PANOPTES Oi, eu sou ARGOS PANOPTES, mas pode me chamar de ARGOS. Meus 100 olhos estão sobre a cidade da Serra. Se você quiser a minha opinião sobre qualquer assunto, escreva nos comentários E-mail: jornalfatosenoicias.es@gmail.com

Girató ria do Dó rio Silva V

amos falar sobre a obra na giratória do Dório Silva? Eu sou um crítico do que está acontecendo ali. Todos sabem que existe para aquele local um projeto arquitetônico de OSCAR NIEMEYER. Esse monstro da arquitetura é simplesmente o maior arquiteto que o Brasil já produziu. Dizem que quando o arquiteto comunista viu aquela circunferência, num instante teve uma ideia, o que não é de se duvidar. Na minha opinião o desprezo p e l o proj e t o d o a rqu it e t o OSCAR NIEMEYER é pura questão política. O atual prefeito não quer que algo idealizado pelo seu oponente político seja levantado ali, porque trabalha para apagar qualquer obra ou sinal que traga à memória o arquirrival. Ao nal da obra, já iniciada, iremos ter um viaduto e duas pracinhas. Isso é tudo que um craqueiro precisa para fazer de um local o seu habitat preferido. Tenho receio de que possamos, no futuro, ter ali a mais nova cracolândia da Serra. Vai uma sugestão: ela pode se chamar

C R A C O FA X , o u s e j a , a cracolândia do ... Posso estar sendo pessimista, mas ninguém há de negar que um viaduto não acrescenta nada

escolha ridícula (uso essa palavra para ser cometido na crítica). Na política, para não receber crítica pela escolha, o gestor público precisa arrumar uma

©G1

MEMORIAL PROJETADO POR OSCAR NIEMEYER para a arquitetura de uma cidade. Trocar um projeto arquitetônico de OSCAR NIEMEYER por um viaduto e duas pracinhas é uma

desculpa, que vem camu ada de justi cativa. Assim, o povo sem um conhecimento amplo do contexto da obra, vai acreditar

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Laranjeiras, que está localizado atrás do hospital. Sinceramente, eu já andei pelo Brasil inteiro e não me recordo de ter constatada a presença de ponto de ônibus dentro de uma giratória. Não sou Arquiteto, não sou Engenheiro, sou apenas um observador, mas não precisa ser muito inteligente para ver que soluções simples como a duplicação dos acessos e saídas da rotatória resolveriam o congestionamento pontual do trânsito que existe no local em horários especí cos do dia, mantendo o círculo central livre para o projeto do gênio brasileiro da arquitetura. Para quem quer ter turismo e cultura na Serra, os buracos que já estão sendo feitos ali no meio enterram o sonho de se ter um ponto de visitação para os turistas e um centro de produção da cultura serrana. Você pode não concordar comigo. Não s ou dono da verdade. Mas não quero correr o risco de ter mais uma cracolândia na Serra, agora na giratória do Dório Silva. Vamos pensar sobre o assunto?

Pesquisa se baseou em dados da PNAD Covid, do IBGE

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substituição do Centro Cultural por um viaduto e duas pracinhas é o trânsito que existe no entorno. Mas a motivação é

fantasiosa, porque hoje, do jeito que está, só existe engarrafamento e trânsito nas imediações em dois horários do dia, às seis horas da manhã e às 18 horas. A concentração de veículos ocorre nas proximidades da Supergasbras, porque vêm três pistas de Morada de Laranjeiras, que se reduzem em uma até a entrada na giratória. Na saída da giratória para acessar a Avenida Paulo Pereira Gomes, que dá acesso ao já citado bairro Morada de Laranjeiras, também ocorre engarrafamento. Nesse caso às 18 horas. A razão é a mesma, são três pistas dentro da giratória, com apenas uma pista na saída para acessar à Avenida Paulo Pereira Gomes. O u t r o p o n t o d e estrangulamento na giratória ocorre no acesso à rotatória pelo Hospital Dório Silva. Ali, o problema é gerado pela localização de um ponto de ônibus dentro da rotatória, quando o veículo já se encontra fazendo a giratória. Sem falar que os ônibus impedem o acesso de veículos que se direcionam para o condomínio Aldeia das

Auxílio emergencial tirou 13,1 milhões da pobreza

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que o administrador está escolhendo o melhor para a cidade, e que teria feito apenas uma opção técnica. A justi cativa para a

O número de pessoas com renda per capita abaixo de meio salário mínimo no País caiu 13,1 milhões até julho de 2020 durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19), segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Coordenado pelo professor Marcelo Neri, o estudo “Qual foi o Impacto Imediato da Pandemia do Covid sobre as Classes Econômicas Brasileiras?”, aponta que esse contingente representa uma queda de 20,69% nessa faixa de renda, o que equivale a um r it m o mu it o s up e r i or a o observado no país nos períodos seguintes ao lançamento de planos de estabilização como o Cruzado, em 1986, e o Real, em 1994. “O estudo mostra que, usando a primeira faixa de renda, que é até meio salário mínimo por pessoa, que é uma faixa importante não só para medir a pobreza, mas é o critério do cadastro único, que foi usado na concessão do auxílio emergencial, houve uma queda de 20,69% na proporção da p opu l a ç ã o qu e e s t á n e s s e

segmento. Então, essas pessoas subiram. A gente observa que 13,1 milhões de pessoas saíram da pobreza”, disse o professor Marcelo Neri, em entrevista à Agência Brasil. O estudo, baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua Covid 19 RAFAEL ZART/ASCOM/MDSA

(Pnad Covid 19) do Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (IBGE), em uma comparação do ano de 2019 até julho de 2020, também mostrou que em plena pandemia as parcelas que tinham rendas per capita acima de dois salários mínimos ou renda familiar em torno de R$ 7,7 mil perderam 5,8 milhões de pessoas. “Esse número caiu, então, tem boas notícias em quem está embaixo e más notícias para quem está em cima. Essa boa notícia de quem está embaixo

está ligada ao auxílio emergencial”, destacou. De acordo com a análise, à faixa até meio salário mínimo somaram-se 52,1 milhões de brasileiros em julho de 2020, cerca de 24,62% da população total. Em 2019, eram 65,2 milhões de pobres, correspondentes a 31,04% da população, o que comprova a queda identi cada na taxa de pobreza na pandemia. Já a proporção das pessoas com rendas maiores ou iguais a dois salários mínimos por pessoa recuou 18,35%, passando de 15,67% em 2019 para 12,80% em 2020. Para Marcelo Neri, os dois movimentos impulsionam o c o nt i n g e nt e p o p u l a c i o n a l intermediário compreendido entre os dois intervalos. “O estudo mostrou que 5,8 milhões caíram da faixa de dois salários mínimos per capta ou mais. Então, o grupo do meio cresceu duplamente o miolo da distribuição de renda, porque gente subiu e gente caiu. Isso dá cerca de 21 milhões de pessoas, que é mais ou menos a população da Argentina”, disse.


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