Jornal Fatos & Notícias Ed. 381

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ANO X - Nº 381 Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia 24 A 31 DE OUTUBRO/2020 SERRA/ES

Córnea 3D marca tendência da criação de órgãos artificiais PINTEREST

Distribuição Gratuita

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

8 Quer fazer algo fácil e delicioso para o jantar ou para o lanche? A dica é aproveitar essa receita de sanduíche cremoso de forno Pág. 8 JORGE PACHECO

8 Justiça eleitoral rejeita

mais de 10 mil candidaturas

Pág. 5

HAROLDO CORDEIRO FILHO

8 Nesta edição, entrevista

com a candidata a vereadora por Fundão, Sônia Damasceno Pág. 12

Rã de vidro 'resplendens', a perereca inédita para o Brasil Pág. 7

BLUEDOG STUDIO/SHUTTERSTOCK

Macacos seguem padrão de domesticação dos humanos

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

Protótipos, chocolate, peças plásticas e até próteses… muita coisa já pode ser feita em uma impressora 3D — e cada vez com mais qualidade. A novidade (e

uma tendência promissora para o futuro) é a impressão de partes do corpo humano. Já pensou?! Se ainda é um p ouco dif íci l de acre dit ar,

Antas voltam a habitar Rio de Janeiro após 100 anos ©REPRODUÇÃO/PROJETO REFAUNA

recentemente, cientistas britânicos deram mais uma prova desse avanço da medicina aliada à tecnologia. Na universid ade de Ne wc ast le, os

pesquisadores conseguiram usar técnicas de impressão em 3D para criar córneas arti ciais a partir de células humanas. Pág. 6

Nasa anuncia descoberta de água na Lua

Assim como nos tornamos animais sociáveis 'sem querer', saguis também passam por processo de autodomesticação Pág. 14

Animação 'A Caminho da Lua' narra delicada história familiar em defesa da ciência DIVULGAÇÃO

DIMA ZEL/SHUTTERSTOCK

Nascimento de um filhote e previsão de mais um, mostram os primeiros resultados da reintrodução da espécie no Estado Pág. 2

Pesquisa identifica enzima-chave em doenças autoimunes Estudo brasileiro descobriu qual Piruvato Quinase M2 (PKM2), que tem papel fundamental na inflamação exacerbada em pacientes Pág. 9

Moléculas de água foram encontradas usando o telescópio infravermelho Sofia, montado a bordo de um Boeing 747 Pág. 7

A menina constrói um tipo de foguete que não consegue decolar. Um dia o projeto sofre uma pequena mudança de inclinação, inspirado em um meio de transporte com DNA chinês: o trem de alta levitação magnética. Quando Fei Fei ainda está longe de tirar o foguete do chão, ela percebe que, se construir trilhos, como o trem de alta velocidade, seu veículo espacial poderá atingir certa velocidade, ainda no chão, e decolar Pág. 3


2 MEIO AMBIENTE

24 A 31 DE OUTUBRO DE 2020

Savanização de Antas voltam a habitar lorestas tropicais Rio de Janeiro após 100 anos impactará mais de 200 espécies animais Nascimento de um filhote e previsão de mais um, mostram os primeiros resultados da reintrodução da espécie no Estado

©PIXABAY

LUCAS CAMPOI/UNSPLASH

Análise de mamíferos da América do Sul prevê que biomas tropicais se transformarão em cerrado e que espécies relacionadas à savana aumentarão de 11% a 30% no século 21

As orestas tropicais da América do Sul estão se transformando em cerrado (savana brasileira), o que impactará na sobrevivência de mamíferos “especialistas” em ambientes orestais. É o que observam pesquisadores da Un ive r s i d a d e E s t a du a l d e Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade de Miami, em estudo da revista Global Change Biolog y. O trabalho mostra que uma parte da fauna do C errado, que geralmente tolera ambientes mais abertos e secos, poderá invadir regiões de oresta degradada e “savanizada” em decorrência das mudanças climáticas e de ações humanas, como desmatamento e queimadas. Ao analisar 349 espécies de mamíferos com base em modelos computacionais, que possibilitam previsões sobre como a distribuição das espécies pode mudar ao longo do tempo, os autores projetam que, até o nal do século 21, as espécies relacionadas à savana aumentarão em 11% a 30% e se e s p a l h ar ã o p e l a s ore s t a s amazônicas e atlânticas. Paralelamente, as espécies que dependem de ambientes orestais para se movimentar, alimentar e reproduzir, caso de primatas e algumas espécies de cer vos e ro e dores, carão con nadas em regiões menores com remanescentes de oresta,

processo que aumentará a competição por alimento. “Os an i m ai s v i nd o s d o Cerrado vão competir com a fauna da oresta pelos já escassos recursos que vemos lá. Com isso, eles podem trazer consigo as sementes das plantas do Cerrado, que eles consomem preferencialmente. Os mais afetados serão os primatas neotropicais, algumas espécies de cervos, a paca, e várias espécies de roedores”, a rma o biólogo e um dos autores do estudo, Mathias Mistretta Pires, do Laboratório de Estrutura e Dinâmica da Diversidade do Departamento de Biologia Animal, do Instituto de Biologia, da Unicamp. De acordo com o especialista, embora, segundo as análises do estudo, determinadas espécies do Cerrado como o lobo-guará e o tamanduá-bandeira possam aumentar sua distribuição territorial em decorrência do fato que as condições ambientais serão mais adequadas a essas espécies do que às espécies orestais, isso não signi ca que o s mam í fe ro s d o C e r r a d o estejam livres de ameaça. “O Cerrado também é um bioma muito impactado por ações humanas”, alerta. Mais importante do que pensar em reverter o processo de savanização, é preciso atuar sobre suas causas principais, com ações individuais e políticas de mitigação das mudanças

climáticas, como o uso de técnicas agrícolas que não incluam o fogo e o combate ao desmatamento. A observação é da bióloga e autora principal do estudo, Lílian Patrícia Sales, que também atua no Instituto de Biologia, da Unicamp. O Cerrado tem sido convertido em plantações e pastagens que são inadequadas como habitat para a maior parte da fauna. Enquanto isso, os ecossistemas orestais estão sendo degradados e se transformando em ambientes mais secos devido às mudanças no clima, que não são nem oresta, nem savanas de fato. Essas orestas degradadas se tornam inabitáveis para as espécies orestais, mas podem se tornar refúgios para as espécies de savana. Com isso, reforçam os autores, até o m do século pode haver modi cações em grande escala na distribuição territorial da biodiversidade do continente sul-americano. No estudo, t amb ém foi avaliado o efeito do desmatamento sobre a capacidade das espécies de se locomover de uma região a outra. “Para espécies orestais, uma plantação de cana ou soja, por exemplo, pode ser uma barreira intransponível. Isso impede que essa espécie colonize ambientes que seriam adequados a ela. Portanto, as atividades humanas não só transformam o ambiente, como limitam a capacidade de deslocamento dos animais”, observa Lílian Sales. Outro ponto importante para mitigar os efeitos da savanização, ressalta a bióloga, é a manutenção de corredores ore st ais qu e p e r m it am a dispersão de espécies de oresta entre as manchas remanescentes. Sem isso, conclui, muitos locais que poderiam ser utilizados como habitat se tornam inacessíveis para essas espécies, o que limita sua distribuição aos refúgios, áreas que mantêm características climáticas e de vegetação.

Este ano, o nascimento de um lhote de antas está mudando o cenário de extinção da espécie no estado do Rio de Janeiro, que durava mais de 100 anos. Com a parceria entre o Parque Ecológico Klabin e o Projeto Refauna, a reintrodução da espécie no estado começou a colher os primeiros resultados na Reserva Ecológica de Guapiaçu, após o nascimento de um lhote e a previsão dos pesquisadores de mais um nos próximos meses. A reprodução dos animais em vida livre demonstra que o estabelecimento das antas na natureza está se consolidando, e que todo o processo de aclimatação e de suplementação alimentar desenvolvido pelos pesquisadores com os animais deu certo. Em 2018, o Parque Ecológico Klabin, localizado em Telêmaco Borba (PR), enviou três antas, sendo uma fêmea — a Flora — e dois machos — Valente e Júpiter. Os animais nasceram no Parque de 2000 a 2008, e são da segunda geração do projeto de reprodução de antas iniciado pelo Parque no nal dos anos 1990. As at iv id ades do Parque Ecológico promovem a conservação da biodiversidade, com prioridade para a reabilitação de animais e a conser vação de espécies ameaçadas de extinção, além do desenvolvimento de pesquisas c i e nt í c as , promove nd o a reprodução e a reintrodução de espécies ao meio ambiente, que podem ocorrer em parcerias como esta. “O nascimento do lhote é um

forte indício do sucesso de curto prazo do Projeto Refauna. Esse resultado representa que estamos trilhando o caminho certo. E não trilhamos esse caminho sozinhos, mas junto com a Reserva Ecológica, toda a comunidade de Guapiaçu e os parceiros que cuidaram das antas antes delas chegarem aqui”, disse Maron Galliez, coordenador do Projeto Refauna e professor do Instituto Federal do Rio de Janeiro. “O lhote está com cerca de 10 meses e é uma alegria muito grande vê-lo crescer”, naliza Galilez. O primeiro lhote da Reserva de Guapiaçu é do casal Valente e Eva, vinda de Minas Gerais. Maron Galliez prevê ainda que mais um lhote pode chegar em breve, uma vez que os outros dois animais oriundos do Parque Ecológico Klabin, Flora e Júpiter, também formaram casal e as características que estão sendo observadas no comportamento de ambos apontam para essa novidade. “Esses resultados comprovam a importância e a necessidade de projetos e de criadouros cientí cos que contribuam com o repovoamento das espécies

para o equilíbrio do meio ambiente. A Klabin orienta suas ações para o futuro renovável, baseado na preservação da biodiversidade, e o fortalecimento do seu compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da ONU”, diz Paulo Schmidlin, coordenador do Parque Ecológico Klabin. Animais de grande porte, as antas pesam entre 200 e 300 quilos e são conhecidas como “jardineiras da natureza” por seu papel essencial para a manutenção da biodiversidade de um bioma, pois ao se alimentarem dos frutos das árvores e de arbustos, espalham as sementes pelo caminho. O projeto Refauna busca a translocação de animais criados em cativeiro de volta para seus habitats naturais, por isso, p arc e r i a s c om c r i a d ou ro s cientí cos de conservação são imp or t antes. Por meio do retorno da fauna é possível restaurar processos ecológicos perdidos com a extinção das espécies e, assim, tornar a Mata Atlântica do Rio de Janeiro um ecossistema funcionalmente equilibrado novamente.

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Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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CULTURA 3

24 A 31 DE OUTUBRO DE 2020

A Origem do Halloween Animação 'A Caminho

da Lua' narra delicada história familiar em defesa da ciência

PIXABAY

DIVULGAÇÃO

inverno. Po r v o l t a d o a n o 8 0 0 , a influência do cristianismo tinhase difundido pelos territórios celtas. No século XVII, o Papa Bonifácio IV decretou o dia 1º de novembro como sendo o dia de Todos os Santos. Assim, o Papa tentava substituir a celebração celta por uma comemoração semelhante, só que com ademanes cristãos. A celebração era também chamada de Allhallowmas (do inglês arcaico, que significa All-saints, ou seja, Todos os Santos) e, mais tarde, Halloween. No ano 1000, a Igreja Católica decretou o segundo dia de novembro como o dia dos espíritos, em honra dos mortos. Com celebração parecida com o Samhain celta, no Dia dos Espíritos faziam-se desfiles com fantasias de santos, anjos e demônios e acendiam-se grandes fogueiras. É, provavelmente, nos primeiros desfiles do Dia dos Espíritos da Irlanda que tem origem a tradição do trick-ortreating, muito em voga nos EUA, que consiste em pregar “partidas” a quem recusa os pedidos de guloseimas das crianças. Durante as festividades, pedia-se comida e, geralmente, as famílias ofereciam os chamados soul cakes (bolos da alma), como uma forma de agradecimento pelas promessas dos pedintes de rezarem pelas almas dos familiares mortos. A distribuição desses bolos era instigada pela Igreja, como forma de substituir o antigo hábito de presentear os espíritos errantes com comida e vinho. A prática foi se tornando popular entre as crianças até chegarmos ao moderno trick-ortreating. Quanto às fantasias, estas têm origens europeias e celta. No Halloween, quanto ao retorno dos mortos, as pessoas pensavam que poderiam defrontar-se com fantasmas quando saíssem de casa. De maneira a não serem reconhecidas pelos espectros, as pessoas usavam máscaras quando saíam de casa à noite, julgando, assim, serem confundidas pelos fantasmas como um seu semelhante. Os imigrantes europeus levaram para os EUA os seus costumes de Halloween. Contudo, devido à anatematização (excomungação) da sua prática por parte da religião protestante, as comemorações nos tempos coloniais eram escassas. C omu n s , e r a m ap e n a s e m Maryland e nas colônias do sul. Com as disparidades nas crenças de vários grupos étnicos europeus, influenciadas com os costumes dos índios americanos, uma nova e específica forma de comemorar o Halloween era i n au g u r a d a . A s p r i m e i r a s comemorações incluíam eventos para celebrar a colheita, onde os vizinhos partilhavam histórias de

mor tos, fazendo pre vis õ es recíprocas, dançando e cantando. A partir da metade do século XIX, festividades anuais de outono eram comuns, mas o Halloween ainda não era celebrado em todas as partes dos EUA. Na segunda metade do século XIX, os EUA receberam uma nova leva de imigrações, constituída, essencialmente, por mi l hõ es de irlandes es que procuravam escapar à fome. Esses imigrantes ajudaram decisivamente a popularizar a comemoração do Halloween em solo norte-americano. Em finais d o s é c u l o X I X , h ouve u m m ov i m e nto n o s E UA p ar a transformar o Halloween num feriado que difundisse a união da comunidade, ao invés de fantasmas e bruxarias. E lá foi sendo conseguido. Os pais eram encorajados pelos jornais e líderes comunitários a remover tudo o que de assustador ou grotesco existisse nas festas de Halloween. Por isso, as celebrações perderam parte do seu tom supersticioso e religioso. Atualmente, o Halloween é comemorado um pouco por toda a Europa, mas é nos EUA que bate recordes: os americanos gastam aproximadamente US$ 9 bilhões por ano com as comemorações. Contudo, esta festa não é muito bem vista em alguns países. Vejase, por exemplo, o caso da Rússia, cujo departamento de Educação proibiu nas escolas qualquer tipo de celebrações. Materialismos e interdições à parte, o que é certo é que, bem ou mal, o Halloween é, sobretudo, o que cada um faz dele. A abóbora só posteriormente foi acrescentada ao espírito de Halloween e tem a sua origem nos países escandinavos. A lanterna feita com uma abóbora oca veio da lenda de um homem chamado Jack, a quem foi negada a entrada no céu e no inferno. No céu, pela sua maldade e avareza, no inferno por pregar partidas ao próprio diabo. Condenado a vagar pela terra como espírito até o almejado dia do juízo final, Jack colocou uma brasa brilhante num grande nabo oco, para que o caminho fosse iluminado durante a noite. A abóbora chegou à Europa e ao resto da América graças à difusão dos meios de comunicação, às séries e aos filmes importados. As cores tipicamente usadas no Halloween (laranja, preto e roxo) também encontram origem no recôndito. São cores concernentes às missas comemorativas em favor dos mortos, celebradas durante o mês de novembro. As velas que iluminavam a cerimônia possuíam cor alaranjada e os caixões eram cobertos com tecidos roxos ou pretos. FOTO: REPRODUÇÃO

(SITE DE CURIOSIDADES)

público brasileiro, no dia 17 de novembro. Parece que o foguete de Fei Fei chegou na frente com a Netflix. Essa diplomacia cultural começou ainda na turnê da equipe criativa pela China. No ano passado, Keane passou uma temporada visitando de perto a paisagem e os moradores das cidades antigas de Wuzhen e Nanxun. “Um dia, pedi para eles me falarem sobre a vida ali', contou Keane para o Estadão, em entrevista on-line. “Imaginei que iam falar sobre coisas da cultura, mas o assunto foi o tipo de noodle preferido de cada um, o macarrão chinês. Porque lá tem o noodle redondo, noodle preto. De repente, descobri que cada região tem o seu tipo predileto”. Como evento presente na família chinesa, as refeições juntas se tornaram base para os primeiros conflitos vividos por Fei Fei. Desde criança, a garota sonha com as lendas de um mundo acima de nossas cabeças, localizado no lado escuro da Lua, e governado pela mítica Chang'e, no filme uma mistura de rainha de humor instável e estrela da música pop para os outros habitantes. Mas antes de chegar a este universo particular, o filme narra as decolagens de Fei Fei, muitas delas fracassadas. A menina constrói um tipo de foguete que não consegue decolar. Um dia o projeto sofre

uma pequena mudança de inclinação, inspirado em um meio de transporte com DNA chinês: o trem de alta levitação magnética, que chega a 245 km por hora, segundo Keane. “Entrei em um deles e posso dizer que nunca vivi nada como aquilo. É uma visão cara da cultura chinesa”. Quando Fei Fei ainda está longe de tirar o foguete do chão, ela percebe que, se construir trilhos, como o trem de alta velocidade, seu veículo espacial poderá atingir certa velocidade, ainda no chão, e decolar. Essa é a grande surpresa de A Caminho da Lua com o novo universo criado no satélite da Terra. Keane sabia que repetir os traços da Disney não ia garantir o sucesso do filme da Netflix e o animador precisou encontrar nas características de Lunaria, o visual de que precisava para re cep cionar Fei Fei e s eu foguete. E a capa do disco The Dark Side of The Moon, do Pink Floyd, contribuiu para isso. “A cor branca se tornou para nós todas as possibilidades de cores”, diz o animador. E não só as cores, as criaturas também seguem um ritmo particular, como os grandes sapos que planam, como grupos de baleias nadando. “O ambiente do mar tem essa gravidade que parece fazer os animais flutuarem. Na nossa lua, é céu e mar, ao mesmo tempo”. LUCIANO DANIEL

Foto Antiga do ES IVAN ERLER/ESPÍRITO SANTO (BR), MEMÓRIA/FACEBOOK

O

Halloween, ou o Dia das Bruxas, é um evento cultural que acontece em países de origem anglo-saxônica, principalmente Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido. Essa celebração tem como base referência a povos antigos. A origem da comemoração é datada de 600 a.C. No início, nada tinha a ver com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda que marcava o fim do verão. Depois da união da cultura latina e celta, ocasionada pela invasão dos Romanos, o significado do Halloween foi se modificando. Junto com os Romanos veio a catequização do povo celta. A religião celta, considerada pagã, e conhecida como druidismo, foi paulatinamente apagada pelos invasores. Isso fez com que a festa ganhasse o caráter de uma “Festa de Todos os Santos”, substituindo a origem pagã comemorada pelo povo local, que chamava o evento de “Festa dos Mortos”. Atualmente, o Halloween pouco tem a ver com o sentido original de celebração aos mortos. Estão acrescidos elementos como o disfarce, abóboras e a famosa frase “doces ou travessuras”, amplamente divulgada pelos Estados Unidos para multiplicar a sua cultural internacionalmente. O dia da comemoração é 31 de outubro. Apesar do Halloween ser atualmente um célebre símbolo do estilo de vida americano, a origem da festa remonta aos antigos festivais celtas de solstício de verão e tem mais de dois mil anos. Os celtas, que viveram nas áreas hoje correspondentes à Irlanda, Reino Unido e norte de França, celebravam o Ano Novo no dia 1º de novembro, pois este assinalava o fim do verão e das colheitas, bem como o adito de um inverno que se pronunciava escuro e severo. Ao inverno, os celtas associavam a morte, a c re d it and o qu e, n a noite anterior ao Ano Novo, a fronteira entre o mundo dos vivos e dos mortos se tornava mais sutil. Na noite de 31 de outubro, em concomitância com o retorno dos fantasmas à terra, os celtas celebravam um ritual chamado Samhain (vocábulo de origem gálica que significa novembro). A presença dos espíritos facilitava as pertinentes previsões para o f utu ro pre c on i z a d a s p el o s sacerdotes druidas, que para os celtas significavam uma fonte de conforto e direcionamento para o longo inverno. No Samhain, os sacerdotes faziam enormes fogueiras, à volta das quais as pessoas se reuniam para queimar oferendas e sacrificar animais, com o intuito de agradar aos mortos. Envergavam roupas especiais, geralmente peles e cabeças de animais. Findo o ritual, acendiam-se as lareiras, clamando prote ç ão p ara o

Quando Glen Keane começou a trabalhar na Disney, havia apenas 50 pessoas envolvidas na criação de histórias animadas. Foram 15 anos até estrear A Pequena Sereia, em 1989, e, para o animador, a fonte criativa da animação ainda reside nos olhos. “O conselho do meu mentor Ollie Johnston é que, na animação, é mais importante mostrar o que um personagem está sentindo, em vez do que ele está fazendo”. Depois de Ariel, Keane ainda estreou os clássicos A Bela e A Fera, Aladdin e Tarzan. “A chave da emoção está nos olhos”. Agora, é pelo rosto da pequena Fei Fei, de A Caminho da Lua, que Keane vai narrar uma delicada história familiar, centrada no sonho de uma garotinha chinesa em conhecer Chang'e, uma deusa mítica e sua morada na Lua. A animação da Netflix marca a estreia de Keane longe da Disney, mas o filme já havia percorrido uma trajetória em defesa da ciência, como a própria construtora de foguetes Fei Fei. Com o anúncio do novo filme, nos primeiros meses da pandemia, A Caminho da Lua se tornou alvo de comentários racistas e xenofóbicos a respeito da origem dos primeiros casos de covid-19, na cidade chinesa d e Wu h an . Na o c a s i ã o, a produtora do filme Peilin Chou rejeitou os comentários. “Ver essa família chinesa, com personagens que possuem anseios, desejos e esperanças é algo que pode ajudar nossa aproximação”. E reconheceu que o filme pode inspirar as pessoas com esperança. “Somos todos ap enas p ess oas e estamos conectados da mesma maneira”. Mas a pandemia não facilitou nem para os adversários. Com estreia prevista para março, o live action Mulan deve estrear no Disney + na data tão distante de 4 de dezembro. A plataforma mesmo chega antes para o

Vista de Pendanga no início da década de 1950, abertura da estrada, onde hoje é a BR 101. Reparem que a antiga estação, desativada, ainda permanecia no local (à direita) | Foto cedida por Lavidson Curto


4 EDUCAÇÃO

24 A 31 DE OUTUBRO DE 2020

Salta número de alunos em graduações a distância no Brasil O crescimento de alunos do ensino superior em cursos a distância mostra que a modalidade se con rma como tendência no Brasil. Em 2009, o número de estudantes ultrapassava 330 mil. Já em 2019, os dados apontam um salto para mais de um milhão e meio, o que resulta em crescimento de 378,9%. Os números fazem parte do Censo da Educação Superior 2019, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC). De acordo com os dados, pela primeira vez na história o número de ingressantes na modalidade de ensino a distância (EAD) ultrapassou a quantidade de estudantes que optaram por iniciar a graduação presencial. Ao todo, 50,7% (1.559.725) dos alunos de instituições privadas escolheram o ensino a distância e 49,3% (1.514.302) o presencial. Parte dos especialistas acredita que a pandemia, que obrigou alunos a terem aulas pelo ensino remoto, pode impulsionar a procura por esse tipo de curso. Durante a coletiva de imprensa, Alexandre Lopes, presidente do Inep, a rmou que ainda não podemos comparar as duas modalidades e de nir qual delas é a melhor escolha para o

estudante. "A maior parte dos

r i s c o s d e pre c a r i z a ç ã o d a

ampliação dos cursos a

modalidade, em que pode haver menos disciplinas práticas, pouco acesso a laboratórios e bibliotecas e menor controle de qualidade. O d i re tor d e e st at í st i c a s educacionais do Inep, Carlos Moreno, ressaltou o crescimento dos cursos a distância principalmente na rede particular. "Na rede privada, pela primeira vez, o número de ingressos (de alunos) em EAD superou o de ingressos em (graduações) presenciais. Essa é uma tendência no Brasil: a

distância". No Brasil, 88,4% (2.306) das instituições de educação superior são privadas e 302, públicas. Dessas, 43,7% (132) são estaduais; 36,4%, federais (110) e 19,9%, municipais (60). Segundo a pesquisa, existe uma participação de 75,8% (cerca de 6,3 milhões de alunos) m a t r i c u l a d o s e m faculdades/universidades particulares. "Nesse sentido, a cada quatro estudantes de graduação, três frequentam estabelecimentos de ensino

©WERTHER SANTANA/ESTADÃO

alunos em EAD trabalha mais horas em relação aos de cursos presenciais, são de per s diferentes. Mas os resultados têm sido próximos. Não dá para dizer que EAD seja de menor qualidade", disse. Parte dos educadores defende o e n s i n o re m o t o c om o u m a alternativa de cursos mais baratos, de formato mais exível, o que facilita a vida de alunos com trabalho ou lhos, e com maior possibilidade de acesso em regiões distantes. Por outro lado, especialistas também apontam

©ASCOM/SEDU

Aulas presenciais para alunos do Ensino Fundamental II retornaram nesta segunda-feira (26)

Nesta segunda-feira (26) foram retomadas as atividades presenciais em sala de aula para os alunos do Ensino Fundamental II, conforme cronograma já divulgado pelo governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação (Sedu). No próximo dia 03 de novembro, são os alunos do Fundamental I que retornam. As aulas presenciais nas escolas da Rede Pública Estadual voltaram no

último dia 13 de outubro para os alunos do Ensino Médio. Na última sexta-feira (23), o governador do Estado, Renato Casagrande, anunciou que as escolas da Rede Estadual poderão optar pelo modelo de aula diária, sem revezamento, para turmas com menos de 50% de alunos, a partir desta segunda-feira (26). Com investimento superior a R$ 12 milhões, o governo do

Estado sinalizou os ambientes escolares e colocou à disposição de alunos e pro ssionais o material de higiene necessário, como álcool em gel, sabonetes, máscaras e equipamentos para uso de álcool em gel. O retorno das aulas presenciais também conta com monitoramento rigoroso das medidas sanitárias. Outra medida adotada pelo governo do Estado é a realização de Inquérito Sorológico com pro ssionais e alunos da Rede. Estão sendo coletadas pela Secretaria da Saúde (Sesa) amostras da comunidade escolar capixaba durante o inquérito. Também está acontecendo o Censo Sorológico com todos os trabalhadores da Rede Estadual de Educação. Na escola, alunos e pro ssionais têm a temperatura aferida na entrada para as aulas presenciais.

privados", apontam os dados. Os cursos de licenciatura na modalidade a distância também apontaram crescimento na última década. Segundo o Censo da Educação Superior, em 2019 a porcentagem dos alunos que optaram por se matricular no EAD foi de 53,3%. Além disso, o número de licenciaturas entre 2009 e 2019 triplicou. Em contraponto, no mesmo período a oferta caiu 5% nas aulas presenciais. Durante a coletiva, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, falou sobre a importância desses cursos. "Quero rea rmar o que creio: professor é o grande protagonista da educação no Brasil. Demos atenção aos alunos, à infraestrutura, ao método de ensino, mas temos que focar na capacitação dos professores", disse. Na t ab e l a d o s c u r s o s d e licenciatura com mais alunos matriculados, Pedagogia entra em primeiro lugar com 815.743, seguido por Educação Física (153.527), Matemática (95.789), História (89.729), Biologia (79.309) e Letras Português (77.459). Entre os últimos colocados está Ciências Sociais (17.241) e Música (16.878). Para Moreno, os números mostram "um desa o de criar mecanismos de atração de

estudantes de licenciatura para cursar essas outras formações". Ele também destaca que as taxas de conclusão de cursos são baixas. Quando o assunto é algum tipo de nanciamento ou bolsa, quase metade (45,6%) dos alunos da rede particular conta com esses benefícios. O Programa Un i v e r s i d a d e P a r a To d o s (ProUni) apresenta 20% de adesão, o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) (19%) e outros tipos (61%). O Censo ainda destaca que o per l dos professores. Dos 386.073 docentes que atuam na educação superior, 54,3% estão em instituições privadas e 45,7%, ao sistema público. Desses, 37,5% (144.874) possuem mestrado e 45,9% (177.017), doutorado. Os dados mostram que, na modalidade EAD, a maior parte dos professores possui mestrado e, em cursos presenciais, a maioria dos pro ssionais conta com doutorado. O Inep ainda destaca que foi alcançada a meta 13 do Plano Naciona l de Educação (PNE). Ela estabelece "a ampliação da proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior".

Os destinos mais procurados por universitários brasileiros Um a p e s qu i s a re a l i z a d a recentemente pela Universidade do Sul da Califórnia avaliou o p e r l e a s a spi r a ç õ e s d o s universitários brasileiros quanto a estudar no exterior. De acordo com a pesquisa, Europa, Estados Unidos e Canadá são os três destinos mais desejados por universitários brasileiros que nunca estudaram em outro país. Entre eles, 30,74% escolheram países da região como seu principal destino de interesse. Os Estados Unidos caram colados e m s e g u n d o l u g a r, sendo citados por 3 0 , 2 9 % d o s re sp ond e nte s d e ss a categoria. Em terceiro lugar cou o Canadá, apontado como destino mais desejado por 27,94% dos brasileiros que nunca estudaram for a . No e nt anto, c om o a margem de erro do estudo é de quatro pontos percentuais, os três destinos estão praticamente empatados. Entre os universitários brasileiros que já estudaram fora, as respostas a essa pergunta foram diferentes. Para eles, o

destino mais desejado é os EUA: 42,45% dos respondentes dessa categoria citaram o país como seu destino mais desejado. O idioma local, indicação de amigos e ter relacionamentos nas localidades foram os fatores que mais impactaram nessa escolha. A pesquisa entrevistou 604 brasileiros matriculados em cursos superiores entre 10 de

outubro de 2019 e 30 de março de 2020. Dentre os respondentes, 82,91% nunca tinha estudado fora. Dessa parcela, 86,06% têm interesse em fazer algum curso em outro país. “Graduação”, “Pós-Graduação” e “Curso de idiomas” foram os tipos de curso mais citados pelos respondentes. Todas essas modalidades foram selecionadas por mais de 50% dos respondentes que

nunca tinham estudado fora. “Graduação”, em especí co, foi mencionada por mais de 60% (era possível escolher mais de uma opção). Com relação à qu ant i d a d e d e te mp o qu e pretendiam passar fora do Brasil, as principais respostas foram “De um a dois anos” (com 33,73%) e “De seis meses a um ano” (29,57%). Quanto aos planos para o futuro, a principal resposta foi que os universitários pretendiam “Morar e trabalhar no Brasil”. 5 7 , 0 8 % d o s entrevistados que nunca estudaram fora escolheu essa opção. ©ISTOCK/ENCRIER Em s egundo lugar cou “Morar e trabalhar no exterior”, escolhida por 30% dos respondentes. Ne ss e p onto t amb é m h á diferença entre quem já estudou fora e quem nunca foi. Entre os brasileiros que já estudaram fora, 46,83% disseram que pretendiam, no futuro, morar e trabalhar no exterior. 37,99% a rmaram querer morar e trabalhar no Brasil, deixando em segundo lugar essa opção.


POLÍTICA 5

24 A 31 DE OUTUBRO DE 2020

Jorge

Analista Político

Pacheco

Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com

“Errar é humano. Culpar outra pessoa é política//É verdade que existem vários idiotas no Congresso. Mas os idiotas constituem boa parte da população e merecem estar bem representados”, Hubert H. Humphrey — 38º vice-presidente dos Estados Unidos, durante o mandato do Presidente Lyndon B. Johnson

JOSÉ CRUZ/ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL

religiosas, morais e existenciais. O ponto em comum entre os julgamentos é o embate entre o direito coletivo à saúde e a liberdade individual de não se vacinar. A composição atual do STF inclina-se a privilegiar o bem coletivo, ou seja, a vacinação obrigatória.

Guedes diz que acordos políticos dificultam privatizações: 'Mentalidade equivocada' Paulo Guedes é apresentado como um egocêntrico preocupado em liberar o reajuste do preço de remédios em plena pandemia

STF deverá ser favorável à vacinação obrigatória

ROSINEI COUTINHO/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) tende a adotar uma postura favorável à vacinação compulsória, se houver e cácia comprovada, em dois julgamentos distintos que devem ser

lhos vacinas que fazem parte do calendário o cial de vacinação de nido pelas autoridades sanitárias. Nesta segunda (26), o presidente Jair Bolsonaro disse entender que a vacinação “não é uma questão de Justiça, mas uma questão de saúde”. Na semana passada, o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, chegou a dizer que a judicialização sobre o t e m a s e r á “ i mp o r t a nt e” e “necessária”. Já para Bolsonaro, “não pode um juiz decidir se você vai ou ANDRÉ COELHO

A Justiça Eleitoral analisou o pedido de registro de milhares de candidaturas até esta segunda-feira (26). Entre os candidatos ao posto de vereador, prefeito e vice-prefeito, o órgão indeferiu mais de 10 mil postulantes. Além desse número, juntos dos falecimentos e as renúncias, o total ca acima dos 16,5 mil. Grande parte dos candidatos não atendeu pelo menos um requisito legal para o cargo. Os inaptos representam, aproximadamente, 2,9% do total. O prazo nal para o término dos julgamentos terminou nesta segunda. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a principal causa das cassações ou rejeições é a “ausência de requisito de registro”, com 75,9%. Va l e l e mbr ar qu e u m a ú n i c a candidatura pode ser indeferida por mais de um motivo. Ainda segundo os dados do tribunal, a segunda maior causa para a recusa das candidaturas é a Lei da Ficha Limpa, com 11,2%. A legislação deixa claro que políticos condenados por abuso de poder político e econômico cam sem poder concorrer aos cargos, ou seja, inelegíveis por oito anos.

Acordos políticos di cultam as privatizações, disse nesta segunda (26) à noite o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em evento promovido pela Ac a d e m i a B r a s i l e i r a d e D i re it o Constitucional, ele declarou que o presidente Jair Bolsonaro tem cobrado privatizações de empresas estatais, mas que a “engrenagem” di culta os avanços nessa pauta. “Não conseguimos até agora privatizar empresas. Há acordos políticos que di cultam, há uma mentalidade cultural equivocada”, disse o ministro. “O

AJUFE

não tomar vacina, isso não existe”. Os dois julgamentos não têm data. A obr i g ator i e d a d e e nt rou no horizonte do tribunal por causa de quatro novas ações, movidas por partidos na semana passada, a maior parte contrária às declarações de Jair Bolsonaro. O relator é o ministro Ricardo Lewandowski, que já pediu informações ao Planalto. Antes desse julgamento sobre a vacinação da covid-19, porém, o Supremo deverá decidir, em outra ação, de relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, se os pais podem deixar de vacinar o lho, tendo como fundamento convicções losó cas,

presidente tem cobrado [privatizações]. Por alguma razão, a engrenagem política não tem permitido que essas privatizações aconteçam”. Segundo Guedes, as privatizações não foram prioridade no início do mandato porque o governo concentrou esforços na aprovação da reforma da Previdência e mantinha o foco na reforma do pacto federativo. Com o início da pandemia do novo coronavírus, o governo passou a dedicar-se no enfrentamento à covid-19. Apesar dos atrasos provocados pela pandemia, Guedes disse que o governo c ons e g u iu aprov ar proj e to s qu e pretendem destravar o investimento, como o novo marco regulatório do saneamento. Ele destacou iniciativas em tramitação no Congresso, como a liberalização dos mercados de gás natural, petróleo, cabotagem, setor elétrico e ferrovias. Para o ministro, a recuperação do consumo, em boa parte propiciada pelo auxílio emergencial, conseguiu segurar a economia, mas o Brasil só voltará a crescer com uma onda de investimentos.

A ameaça aos quilombolas Moradores da região da Base de

Alcântara recorrem a Democratas americanos para assegurar o direito de permanecer na área As comunidades quilombolas que vivem na região de Alcântara, no Maranhão, juntaram forças com entidades de direitos humanos do Brasil e dos Estados Unidos, e conseguiram a ajuda de vinte parlamentares do partido Democrata americano, para que possam permanecer no território que ocupam há mais de 200 anos. Os

comunidades ameaçadas p elo despejo. Na prática, o documento tenta impedir a consolidação do projeto de cooperação sem uma proposta concreta para a realocação dos brasileiros. Pelo acordo, o governo Trump deseja investir parte dos recursos destinados a pesquisas para o lançamento de satélites diretamente do Centro Espacial de Alcântara. A ocupação dos militares americanos na base do Maranhão e as respectivas

ROTA DA LIBERDADE/DIVULGAÇÃO

levados ao plenário da Corte nos próx i m o s m e s e s — u m d e l e s tratando da covid-19 e outro sobre se pais têm direito de não aplicar nos

Justiça eleitoral rejeita mais de 10 mil candidaturas

militares americanos se instalarão em breve para o desenvolvimento de projetos espaciais. A ocupação da Base de Alcântara é resultado do Acordo de Proteção de Tecnologia entre os dois países, rmado no início de 2019, pelos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump. O acordo con gura uma ameaça à permanência de 800 famílias de quilombolas e indígenas que residem no local. No dia 7 de outubro os líderes da comitiva: o senador Bernie Sanders e os deputados Deb Haaland, Joaquin Castro e Hank Johnson, enviaram uma carta bicameral aos Comitês de Serviços Armados da Câmara e do Senado dos EUA, intercedendo pelas

remoções dos quilombolas, só não aconteceram este ano, em razão de uma decisão liminar da Justiça Federal que proibiu que as famílias fossem despejadas até que se realizassem consultas amplas às comunidades prejudicadas. Segundo cientista político Danilo Serejo, liderança quilombola da comunidade Canelatiua, que reside na área, o despejo dessas famílias representa várias ilegalidades. “O remanejamento compulsório é ilegal”, a rma. Serejo diz que não houve consulta pública e que a implantação do projeto americano no território brasileiro está em desacordo com a Constituição, porque não há licença ambiental.


6 TECNOLOGIA

24 A 31 DE OUTUBRO DE 2020

Córnea 3D marca tendência da criação de órgãos artificiais

Reino Unido inaugura laboratório de testes para carros autônomos habilitados com 5G

PINTEREST ©APCHANEL/SHUTTERSTOCK

Protótipos, chocolate, peças plásticas e até próteses… muita coisa já pode ser feita em uma impressora 3D — e cada vez com mais qualidade. A novidade (e uma tendência promissora para o futuro) é a impressão de partes do corpo humano. Já pensou?! Se ainda é um pouco difícil de a c r e d i t a r, r e c e n t e m e n t e , cientistas britânicos deram mais uma prova desse avanço da medicina aliada à tecnologia. Na universidade de Newcastle, os pesquisadores conseguiram usar técnicas de impressão em 3D para criar córneas arti ciais a partir de células humanas.

transparente na camada mais super cial do olho; além de proteger o sensível órgão contra sujeira e bactérias, ela ajuda a dar o foco da nossa visão. O feito dos cientistas britânicos, mais do que chegar na mesma composição do tecido, foi reproduzir a exata curvatura da córnea humana — o que é primordial para que o tecido impresso seja funcional. A réplica da córnea foi produzida a partir de células-tronco extraídas de uma córnea saudável. E cada impressão — que leva, em média, seis minutos — pode ser feita com precisão milimétrica baseada nas

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068 A córnea é um tecido

medidas dos olhos de cada

paciente. E stu d o s i n d i c am qu e 1 0 milhões de pessoas correm risco de carem cegas por doenças relacionadas à córnea. O transplante da membrana é muito comum e pode evitar a maioria dos casos graves, mas hoje mais de 15 milhões de pacientes estão na la esperando por uma nova córnea em todo o mundo. A desproporção entre o número de doações e de pacientes que precisam de um transplante é gigantesca. Pensando nessa disparidade, as alternativas arti ciais, como a da impressora 3D, podem, no futuro, realmente resolver um problema real de saúde pública. Por enquanto, nada substitui o transplante tradicional… O caminho ainda é longo para que os primeiros transplantes com córneas impressas em 3D sejam realizados. Mas mesmo quando chegar à população, a nova técnica não vai acabar com a necessidade de doação; ao invés d e s u b s t it u i r u m a c ór n e a dani cada por outra saudável, a partir de um único doador será possível obter células su cientes p ara impr imir 50 cór ne as arti ciais. Isso sem contar quando chegarmos ao dia em que vai ser possível imprimir um olho inteiro em 3D… não duvide!

O R e i n o Un i d o a c a b a d e inaugurar o primeiro laboratório comercial que tem como objetivo ajudar nos testes de carros sem motorista usando redes 5G e tecnologias via satélite. A iniciativa é parte de um programa apoiado pela operadora de telecomunicação O2 e pela Agência Espacial Europeia. Batizado de Darwin SatCom Lab, o espaço será usado por empresas que serão convidadas a testar soluções de conectividade para veículos conectados e autônomos (CAVs). Para um primeiro teste, dois carros elétricos Renault Twizy serão usados. Ambos foram equipados com sensores Lidar para que sejam controlados diretamente do laboratório e dirigidos pelo campus da Harwell Science and Innovation, na Inglaterra — local em que o espaço está localizado. Derek McManus,

diretor de operações da O2, disse que o laboratório é "a próxima etapa para colocar veículos autônomos nas estradas e tornar a rede de transporte do Reino Unido mais verde". De acordo com Joanna Hart, gerente de desenvolvimento da divisão espacial da Harwell, o laboratório "oferece às empresas uma visão de futuro e a oportunidade de aproveitar o poder das comunicações 5G e por satélite para tornar suas ideias uma realidade comercial". Ela ainda acrescente que o espaço está aberto para que

companhias internacionais colo quem suas teorias em prática. Outro projeto que também está em andamento no campus utiliza sensores Lidar com o objetivo de rastrear as emissões de CO2 de veículos. A partir de imagens de satélite, é possível ver as áreas pelas quais os veículos passaram e monitorar a biodiversidade local. Com isso, é pode-se calcular a economia de emissões ao tomar diferentes rotas com base na captura de carbono de árvores próximas.

Samsung anuncia tela OLED com resolução de 10.000 ppi Criada por um cientista da Universidade de Stanford em parceria com a fabricante, novidade seria "perfeita" para realidade virtual Um novo display OLED com densidade de pixels por polegada (ppi) recorde de 10.000 foi anunciado pela Samsung e a Universidade de Stanford. Conduzida pelo cientista de materiais Mark Brongersma, ela visa tornar real o uso de telas de alta qualidade para m e l h o r a r a experiência com realidade aumentada (VR). Mas esta não é a única aplicação da pesquisa. Ela tende a levar a tecnologia para celulares, monitores e TVs, também. As telas "metafônicas" utilizam painel solar ultra no, que são mais brilhantes e teriam melhor precisão de cores em comparação com os modelos existentes. Elas também seriam mais fáceis e econômicas de serem produzidas. Também chamada de metaOLED display, a tela usa uma camada base de metal re exivo com ondulações em nanoescala chamada de metassuperfície óptica. Ela pode manipular as propriedades re exivas da luz e permitir que as cores ressoem nos pixels. "Isso é parecido com o modo como os instrumentos musicais

f a l a n d o, a i n d a n ã o e x i s t e nenhum dispositivo que se bene cie da tecnologia no mercado, tampouco uma data prevista para algum lançamento. Um dos principais pontos de melhoria está no brilho e nas cores gerais. A ©HAMMER & TUSK/UNSPLASH/REPRODUÇÃO pesquisa também concluiu que há e ciência energética, enquanto a massiva quantidade de pixels por polegada deve melhorar a quantidade de detalhes percebidos em uma imagem. Em headsets de brancas. realidade aumentada (RA) ou Para efeito de comparação, a c om V R , p or e xe mpl o, a s maioria das telas de smartphones imagens seriam virtualmente atuais varia entre 300 e 500 ppi. E m ai s c omp l e t a s , p oi s n ã o isso considerando dispositivos haveriam "lacunas" entre os de entrada até os mais caros. pixels. A resolução enorme, A m iss ã o d e i nte g r ar o s entretanto, também requer mais resultados da pesquisa em poder de processamento para d i s p o s i t i v o s d e t a m a n h o que o conteúdo seja reproduzido "normal" está nas mãos da de maneira uida. Samsung. C omercialmente usam ressonâncias acústicas para produzir tons bonitos e facilmente audíveis", disse Brongersma. Os testes foram conduzidos em telas OLED com espectro RGB (vermelho, verde e azul), mas também em telas


CIÊNCIA 7

24 A 31 DE OUTUBRO DE 2020

Nasa anuncia descoberta Rã de vidro 'resplendens', a perereca inédita para o de água na Lua Brasil

Moléculas de água foram encontradas usando o telescópio infravermelho Sofia, montado a bordo de um Boeing 747

DIMA ZEL/SHUTTERSTOCK

Espécie foi encontrada em florestas de Serra do Navio, no Amapá. Anteriormente, animal só havia sido catalogado no Equador, na Colômbia e no Peru ©LABHERPETO UNIFAP/DIVULGAÇÃO

Cientistas da Nasa anunciaram nesta segunda-feira (26) a descoberta de moléculas de água na Lua, algo importante para futuras missões tripuladas em programas como o Artemis e para a construção de bases permanentes na superfície de nosso satélite. A descoberta foi feita usando o So a, um telescópio infravermelho montado dentro de um avião Boeing 747. Voando a 11 km de altura, onde a maior parte da radiação infravermelha

pode produzir imagens muito mais detalhadas do que telescópios em solo. Mas se você está imaginando poças d'água na superfície ou grandes blocos de gelo, vai se d e c e p c i o n a r. A á g u a f o i detectada em uma concentração de 100 a 400 partes por milhão em uma região iluminada dentro da cratera Clavius. Ou seja, são moléculas de água espalhadas entre o regolito (rochas) na superfície, e não uma fonte v isível aos ol hos. A

(27) 3337-2008

vinda do espaço ainda não foi bloqueada pela atmosfera, ele

quantidade encontrada é 100 vezes menor do que a existente

em locais da Terra como o deserto do Saara. Há muito se especula sobre a existência de gelo na Lua, entretanto ele estaria localizado dentro de áreas escuras de crateras e cânions. Segundo Paul Hertz, diretor da Divisão de Astrofísica na Diretoria de Missões Cientí cas na sede da Nasa em Washington, "esta descoberta desa a nossa compreensão sobre a superfície lunar e levanta questões intrigantes sobre os recursos relevantes para exploração das profundezas do espaço". Apesar da pequena quantidade, a descoberta de água é importantíssima para futuras missões de exploração. Além de crucial para manter a vida como a conhecemos, a água também pode ser usada para produzir oxigênio necessário aos astronautas e hidrogênio que, combinado a outros materiais, pode ser transformado em combustível para foguetes e espaçonaves.

Egito revela descoberta de tumba com itens instigantes Segundo as autoridades, além do túmulo, ainda foram reveladas estátuas de pedra e outros artefatos no local ©MINISTÉRIO DO TURISMO E ANTIGUIDADES

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

O Ministério do Turismo e Antiguidades anunciou, no sábado (24), a descoberta de um antigo túmulo na província de Minya, Alto Egito. A tumba foi encontrada no sítio arqueológico de Tuna al-Gabal durante uma missão arqueológica, informou o chefe do Conselho Supremo de Antiguidades do ministério, Mostafa Waziri, em comunicado. Waziri disse que o antigo túmulo, que tem cerca de 10 metros de profundidade, pertencia a um homem que ser viu como "supervisor do tesouro real". Ele ainda acrescentou que no local foram encontradas estátuas de pedra, caixões e outros itens curiosos. Entretanto, apesar do achado,

BOB BEHNKEN

as buscas não param por aí, já que as escavações ainda continuam em andamento para des cobrir mais s egredos e tesouros do sítio arqueológico, informou Mostafa, que destacou que todos os artefatos encontrados estavam em um bom estado de preservação.

Nas últimas semanas, o país do Norte da África testemunhou várias descobertas arqueológicas em grande escala, como os 59 sarcófagos de possíveis sacerdotes que viveram 2.500 anos atrás, que foram encontrados no sul do Cairo.

Excursões realizadas por estudantes da Universidade Federal do Amapá (Unifap), entre o ano passado e setembro de 2020, encontraram espécies da fauna que ainda não haviam sido registradas no estado. Uma delas, uma rã de vidro, que nunca havia sido catalogada no Brasil. O animal, na verdade, é uma perereca e tem pouco mais do que o tamanho de uma unha de um adulto humano (geralmente entre dois e cinco centímetros). A espécie é a Cochranella resplendens e a comunidade cientí ca só havia a identi cado no Equador, na Colômbia e no Peru, na região Noroeste da América Latina. Desta vez, dois indivíduos da espécie foram localizados a quase 2,2 mil quilômetros, em um assentamento rural e na Colônia de Água Branca do Amapari, ambos em Serra do Navio — município a 203 quilômetros de Macapá. A perereca chama atenção pela aparência: com vários t on s d e v e rd e , m an c h a s brancas e verde azuladas, e a transparência no ventre, que dá para ver até os órgãos internos funcionando. O animal também tem o ventre

amarelo e não tem uma grande mancha de cor amarela fosca na cabeça (o que é observado em outras espécies de rãs de vidro). "Ela não é uma rã, é uma perereca. As rãs de vidro são todas pererecas. Ela tem esse nome resplendens não porque brilha no escuro, como outra espécie de anfíbio, mas por conta dessas pintas que ela tem no dorso que parecem as estrelas", descreve Vinícius Barbosa, estudante de biologia da Unifap, que integrou a excursão que descobriu a espécie no Amapá. Carlos Campos, Rodrigo Pinheiro e Santiago Castroviejo Fisher des cre veram a esp écie e tiveram artigo publicado em revista cientí ca, em julho, o que quali cou a descoberta como inédita. A rã de vidro encontrada no estado tem hábitos noturnos, passa a maior parte do tempo nas árvores, e se camu a bem entre elas, por cima das folhas. Quanto à reprodução, os machos vocalizam bastante à noite, principalmente depois de uma boa chuva. Com a fecundação e gestação, a fêmea colo c a os ovos na p ar te debaixo das folhas, os girinos eclodem, caem no corpo

d'água e por lá se desenvolvem. Os hábitos alimentares não são muito bem elucidados para essa espécie, mas suspeita-se que se alimenta de formigas e pequenos artrópodes como besouros e moscas, acrescentou Barbosa. Ao to do, foram cinco espécies inéditas encontradas nas excursões pelo interior do estado durante esse projeto, entre elas ainda havia serpentes e quelônios — a l g u m a s j á h av i am s i d o registradas no Brasil mas nunca no Amapá; uma delas ainda está em estudos para ser catalogada. Para isso, os pesquisadores receberam uma licença especí ca concedida pelo Instituto Chico Mendes de C o n s e r v a ç ã o d a Biodiversidade (ICMBio). Barbosa reforça que as descobertas da fauna amapaense sinalizam que por aqui há uma grande diversidade, e que ainda há muito o que investigar. "Os novos registros são base para estudos de conservação, porque se a gente sabe quais bichos ocorrem, onde eles ocorrem, a gente pode delimitar planos de manejo voltados a conservação dessas espécies", ressaltou.


8 BEM-ESTAR

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GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

Lockdown atingiu em cheio sono, saúde e Sanduíche cremoso hábitos de exercício de forno no mundo todo Nutricionista - CRN:14100665

GUIA DA COZINHA

Segundo levantamento global, ficar em casa não se refletiu em práticas mais saudáveis — na verdade, contribuiu para agravar os índices de obesidade e transtornos mentais ©BENJAMIN COMBS/UNSPLASH

Q

uer fazer algo fácil e delicioso para o jantar ou para o lanche? A dica é aproveitar essa receita de sanduíche cremoso de forno, que rende até seis porções e é muito saboroso!

Modo de preparo Em uma tigela, misture os ingredientes do molho até homogeneizar. Em um refratário médio unt ado, intercale camadas de pão, de molho, de

p r e s u nt o, d e t o m at e e d e muçarela polvilhadas com sal e orégano, terminando em pão e molho. Polvilhe com o parmesão e leve ao forno médio, preaquecido, por 15 minutos ou até dourar. Retire e sirva. Fonte: Terra

Um estudo inédito conduzido p el o C e nt ro d e Pe s qu is a Biomédica Pennington, nos Estados Unidos, mostra como o isolamento social causado pela pandemia de Covid-19 alterou drasticamente os hábitos de pessoas do mundo inteiro — para pior. É indiscutível que a medida foi (e ainda é) essencial para conter a transmissão do novo coronavírus, mas é importante avaliar como o "novo normal" está afetando nosso dia a dia, de forma positiva e negativa. "De maneira geral, a alimentação saudável aumentou porque c om e m o s m e n o s for a . No ent anto, p et is camos mais. Fizemos menos exercícios. Fomos para a cama mais tarde e dormimos menos. Os níveis de ansiedade dobraram", disse

Leanne Redman, diretoraexecutiva associada de educação cientí ca do centro de pesquisa, em nota. Os pesquisadores também observaram que os efeitos do bloqueio foram ainda maiores entre indivíduos obesos: um terço ganhou peso durante a quarentena, em comparação com 20,5% das pessoas com peso considerado normal para seu IMC. O estudo foi realizado de forma virtual durante o mês de abril. Mais de 12 mil pessoas em todo o mundo receberam o questionário, sendo que 7.754 responderam. A maioria dos entrevistados era dos Estados Unidos, mas moradores da Austrália, do Canadá, do Reino Unido e de mais de 50 outros países também participaram.

"Esse estudo é o primeiro a pesquisar milhares de pessoas em todo o mundo sobre as mudanças de comportamento no estilo de vida em resposta a pedidos de estadia em casa. (...) O estudo demonstra que doenças crônicas como a obesidade afetam nossa saúde além do físico", comenta John Kirwan, diretor-executivo da instituição, também em comunicado. Por m, os estudiosos sugerem que médicos e cientistas modi quem a maneira como tratam os pacientes com o b e s i d a d e , au m e nt an d o o número de exames de saúde mental durante e após a pandemia e mantendo o contato com esses pacientes por meio de visitas remotas ou teleconsultas.

Anti-inamatórios naturais para tratar dores articulares Alguns incômodos nas articulações podem ser aliviados de forma natural ©PAT HASTINGS

A busca por alternativas naturais e sustentáveis que ajudam a cuidar da saúde vem crescendo

nos últimos anos. Com isso, as pesquisas voltadas para o uso dos elementos da natureza na rotina

ganharam força, fazendo com que uma série de plantas, frutas e cristais passassem a ser cada vez mais consumidas como produtos de beleza e autocuidado. Quando o assunto é a inflamação das articulações, o uso de tratamentos menos

Ingredientes Manteiga para untar 1 pacote e meio de pão de forma sem casca 350g de presunto fatiado 2 tomates em fatias nas 350g de queijo muçarela fatiado Sal e orégano a gosto 1 xícara (chá) de queijo parmesão fresco ralado Molho 1 xícara (chá) de creme de leite 2 potes de requeijão cremoso (400g) Sal e pimenta-do-reino a gosto.

industrializados também se tornou uma das formas de lidar com esse problema. Quando uma parte do corpo se torna inflamada, significa que o organismo está emitindo um alerta de que há algo errado com a região, como a presença de vírus e bactérias. Portanto, antes de optar pelos recursos naturais, é importante que um médico seja consultado para avaliar a causa da dor no local, já que a inflamação pode ser decorrente de várias doenças que exigem auxílio profissional, como o diabetes e a aterosclerose (depósito de gordura na parede das artérias). Apesar de eficaz, é importante ter em mente que há uma grande diferença no tempo de ação de um anti-inflamatório natural e um farmacêutico. Amanda Ximenez, enfermeira da BenCorp e ClubSaúde, explica que os medicamentos possuem o período de meia-vida variável,

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

com uma média de três a 20 horas de ação no nosso corpo, havendo, então, a necessidade de nova administração medicamentosa. "Já o anti-inflamatório natural depende da ingestão dos alimentos. É necessário que se realize uma alimentação rica em chia, gengibre, cúrcuma e alho, por exemplo, para que sempre possamos renovar o efeito", conta a especialista. Entre algumas opções indicadas por Amanda para o alívio de dores na articulação, estão: cataplasma de argila: misture um copo de argila branca com um copo de água, fazendo uma compressa morna na região que apresenta dor pelo período de uma hora Tr a t a m e n t o c o m ó l e o s essenciais: os óleos de rícino, eucalipto e cânfora também podem ser utilizados para a compressa na área inflamada. Para isso, basta misturar cerca de 250 ml de água com duas gotas

de cada óleo Arnica: as flores dessa planta são utilizadas como tratamento para diferentes complicações. Seja no formato de chá, óleo, creme ou pomada, a arnica possui grande eficácia na hora de tratar inflamações, como a artrose de pulso, por exemplo Açafrão: também chamado de açafrão-da-terra e cúrcuma, esse tempero é mundialmente utilizado no tratamento da artrite, artrose e reumatismo. S eu uso pode ser feito de diferentes formas, como a ingestão de chás, shots ou diretamente na comida Suco de abacaxi: a fruta possui propriedades anti-inflamatórias naturais, ajudando na recuperação muscular. Por isso, é aconselhado consumir o suco de abacaxi regularmente Alho: sempre presente na cozinha, esse alimento tem forte ação no cuidado da inflamação e regeneração da cartilagem. Além de incluir essas alternativas naturais no dia a dia, é importante que seja feita a mudança de hábitos na hora de tratar as inflamações. Parar de fumar, ter um sono regulado e praticar exercícios físicos são algumas das maneiras mais indicadas pelos especialistas para evitar a ocorrência de complicações corporais crônicas.


SAÚDE 9

24 A 31 DE OUTUBRO DE 2020

Pesquisa identica enzima-chave em doenças autoimunes Estudo brasileiro descobriu qual Piruvato Quinase M2 (PKM2), que tem papel fundamental na inflamação exacerbada em pacientes Neste caso especí co, ainda de acordo com Alves Filho, foi descoberto que a enzima PKM2 atua paralelamente à diferenciação de 17, subtipo de linfócitos que desencadeia a encefa lomielite autoimune experimental, modelo animal de esclerose múltipla. O CRID é hospedado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (FMRP-USP). O estudo foi realizado durante a pesquisa de mestrado de Luís Eduardo Alves Damasceno, com bolsa da Fapesp e orientação de Alves Filho. Par a n e ut r a l i z ar e sp e c i c ame nte d i fe re nte s patógenos, as células imunes chamadas linfócitos T diferenciam-se em uma série de subtipos, incluindo células T auxiliares do tipo 17 (17). Estes estão associados ao desenvolvimento e a manutenção da in amação comum às doenças autoimunes. Por razões mal compreendidas, em doenças autoimunes como esclerose múltipla, artrite e psoríase, a resposta imunológica pode sair do controle e levar os linfócitos T a atacar seu próprio organismo como se fosse um patógeno. Para seu projeto, Damasceno usou o modelo conhecido como Encefalomielite Imune Experimental, uma doença in amatória desmielinizante do sistema nervoso central que causa perda da bainha de mielina

que protege as bras nervosas e permite que os impulsos elétricos se transmitam de forma rápida e e ciente ao longo delas. O modelo experimental se

cerebral. No estudo foram utilizadas células cultivadas e o modelo animal. Os pesquisadores do CRID descobriram que a diferenciação

17. "Nos testes envolvendo camundongos modi cados para não expressar a enzima, o desenvolvimento da doença foi reduzido em mais de 50%",

assemelha muito à condição de pacientes com esclerose múltipla. Há muito se sabe que as células 17 desempenham um papel fundamental na mediação do desenvolvimento de doenças autoimunes e na progressão da neuroin amação típica de vários distúrbios. A resposta autorreativa inicial que desencadeia a doença ocorre quando células 17 confundem antígenos presentes no sistema n e r v o s o c e nt r a l c om u m a ameaça, liberando grandes quantidades de uma proteína pró - i n a m at ór i a c h a m a d a interleucina 17 (IL-17) nas lesões da medula espinhal e do tecido

dos linfócitos T em células 17 e o desenvolvimento da doença dependiam da reprogramação metabólica e alterações na glicólise. "A enzima glicolítica PKM2 mediou a diferenciação 17 e a in amação autoimune. Most ramos no estudo que quantidades signi cativas da enzima são expressas durante a diferenciação de linfócitos T em células 17", disse Alves Filho. Quando PKM2 especí co para células T foi excluído in vitro, a diferenciação 17 foi prejudicada e os sintomas da doença foram atenuados, reduzindo a in amação e desmielinização causada pelo

comentou Alves Filho. Os pesquisadores também analisaram o uso de medicamentos comerciais que inibem o PKM2. “Usamos um m e d i c a m e nt o q u e i n i b e a translocação nuclear de PKM2 para que a enzima não chegue ao núcleo da célula. Os linfócitos expressam a enzima, mas não in uencia no desenvolvimento da doença. É reduzida porque diminui a diferenciação de 17”, completou Alves Filho. A descoberta do papel do PKM2 nas doenças autoimunes abre caminho para o des envolvimento de novas estratégias para tratá-las. Os

JOSÉ FARIA ALVES FILHO/LUÍS EDUARDO ALVES DAMASCENO

Cientistas liados ao Centro de Pesquisa em Doenças In amatórias (CRID), da Universidade de São Paulo (USP), descobriram que uma enzima envolvida em processos metabólicos essenciais também d e s e mp e n h a u m p ap e l n a diferenciação de células imunes e, portanto, no desenvolvimento de doenças autoimunes. A descoberta pode contribuir para o desenvolvimento futuro de novos tratamentos e medicamentos mais e cazes e resolutivos para esse tipo de doença. O estudo foi publicado no Journal of Experimental Medicine. O artigo descreve o p ap e l d a e n z i m a Pi r uv at o Quinase M2 (PKM2), responsável pela etapa nal da glicólise no desenvolvimento e manutenção da in amação exacerbada típica das doenças autoimunes. A glicólise é a quebra da glicose para extrair energia para o metabolismo celular. "Demonstramos no estudo que há uma ligação entre o metabolismo celular e o sistema imunológico. Está cada vez mais claro que as enzimas e outras moléculas metabólicas são importantes não apenas para o m e t a b o l i s m o c e l u l a r, m a s também para outras funções, como a resposta imunológica", explicou José Carlos Farias Alves Filho, pesquisador do CRID.

imunossupressores atualmente disponíveis no mercado tratam e ss as d o e nç as i n ibi nd o as citocinas que ajudam a ativar e diferenciar os vários subtipos de linfócitos. “E s t i m a - s e q u e 4 0 % d o s pacientes não respondam bem a essas drogas por uma razão ou outra. Assim, poderiam ser incluídos em drogas i mu n o b i o l ó g i c a s , q u e s ã o altamente bené cas, mas extremamente caras e inacessíveis para muitas pessoas”, comentou Alves Filho. A enzima faz parte da plataforma de descoberta de medicamentos do CRID. "Na análise usamos uma droga comercial que tem como alvo um s ít i o a l o s té r i c o d e P K M 2 , bloqueando a capacidade da enzima de translocar para o núcleo da célula 17", revelou Alves Filho. Um novo estudo foi iniciado, em colaboração com o L ab oratório Nacional de Biociências (LNBio) do Centro Br as i l e i ro d e Pe s qu is a e m Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), para desenvolver fármacos que visam a translocação da enzima. "Nesta próxima etapa, pretendemos desenvolver medicamentos que interajam com este local e inibam a capacidade da enzima de se translocar para o núcleo da célula', disse Alves Filho.

Abrale promove iniciativa para alertar sobre os sinais das leucemias A Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) lança uma campanha para falar da importância dos sinais e sintomas cor p orais para o diagnóstico de leucemia. Tratase de um câncer, que tem início nas células-tronco da medula óssea. As células sanguíneas doentes proliferam e atrapalham a produção das células sanguíneas saudáveis da medula óssea, diminuindo seu número normal. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são estimados 10.810 novos casos da do ença em 2020. Algumas mudanças no organismo podem ajudar o paciente a identi car a leucemia e buscar o diagnóstico com maior rapidez. Este é o o b j e t i v o d a c a mp a n h a " A leucemia parece invisível. Mas seus sintomas são evidentes", lançada pela Abrale. "Por não ser um tumor que cresce em alguma parte do corpo, muitas vezes entender a leucemia

pode ser difícil. Mas sinais como

presidente da Abrale, Merula

Contudo, em números gerais, a ©ISTOCK

cansaço e falta de ar, febre, infecções, muitas vezes graves ou recorrentes, sangramentos e manchas roxas na pele, gânglios linfáticos inchados e dores ósseas e nas articulações devem acender o sinal de alerta", a rma a

Steagall. A leucemia é o câncer mais incidente na população com até 20 anos de idade, em que o subtipo mais frequente é a LLA (leucemia linfoide aguda).

maior parte dos casos ocorre em indivíduos idosos. Enquanto na população entre 20 e 49 anos a mais frequente é a LMA (leucemia mieloide aguda), nos indivíduos com mais de 50 anos é a LLC (leucemia linfoide

crônica) e a LMC (leucemia mieloide crônica). No Brasil, segundo estimativas do Inca, a leucemia foi o 13° tipo de câncer mais frequente em 2017, correspondendo a 1,7% do total de novos casos (Inca, 2016). Com relação à mortalidade, os óbitos por leucemia no Brasil representaram 3,1% do total de mortes por câncer em 2017, sendo o 8° tipo de câncer com maior mortalidade (Datasus, 2019). "Observamos que, embora o número absoluto de óbitos por leucemi as no Brasi l ten ha aumentado em 10 anos, 2008 a 2017, provavelmente em grande medida decorrente do crescimento populacional no período, não houve crescimento da taxa de mortalidade por

leucemias ajustada pela idade", destaca Nelson Correa, doutor em Ciências da Saúde, p es quis ador da Abra le e Observatório de Oncologia. O especialista ressalta, no entanto, que houve um aumento de incidência de casos em pessoas com mais de 50 anos. "Contudo, quando observamos as taxas de mortalidade por faixa etária, foi evidenciado que, no período, houve um aumento da taxa de mortalidade por leucemias na população com mais de 50 anos de idade", completa. Estes achados podem indicar a necessidade de ações de saúde voltadas para o aumento da sobrevida dos casos de leucemia, especialmente na população mais velha.


10 GERAL

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Conheça o besouro 'de ferro' que aguenta 39 mil vezes o seu peso O inseto inspirou engenheiros no desenvolvimento de materiais fortes e resistentes ©DAVID KISAILUS/UCI

Se encontrar com um destes besouros na rua, vá em frente, pis e nele e verá que nad a acontece. Experimente passar com um carro por cima do inseto para se surpreender mais uma vez: ele continuará intacto. Essa força toda é resultado de seu exoesqueleto, que, mesmo tão p e queno, é um dos mais resistentes de todo o reino animal. Agora, um grupo de cientistas parece ter entendido o porquê de tamanha resistência. O e s tu d o a c e rc a d o c a s o foi publicado ainda na revista cientí ca Nature. Para quem observa o batizado "diabólico besouro de ferro" pela primeira vez, o inseto é curioso o bastante: seu exoesqueleto escuro e irregular parece uma rocha carbonizada. No entanto, para os pesquisadores que foram além, o animal possui maravilhas estruturais, construídas durante a evolução da espécie.

Muitas espécies de besouros podem voar com suas asas envoltas em um éltra, algo como u ma c as c a qu e s e r ve p ar a proteção. Nestes casos, voar é o mecanismo de defesa. Contudo, os diabólicos besouros de ferro não possuem asas e contam com o exoesqueleto para protegê-los.

De acordo com David Kisailus, professor de Ciência dos Materiais da Universidade da Califórnia Irvine, nos Estados Unidos, e coautor do estudo, o diabólico besouro de ferro é "um besouro terrestre, por isso não é leve e rápido, mas construído mais como um pequeno tanque".

Para se ter uma ideia, o exoesqueleto do inseto é tão resistente que os cientistas encontraram problemas para exibi-lo, já que não foram capazes de inserir um al nete no animal. Foi o pesquisador Jesus Rivera quem capturou os besouros e os levou ao laboratório. O grupo de

acadêmicos então observaram o inseto usando uma técnica de imagem 3D chamada tomogra a microcomputada, que funciona como uma radiogra a para todo o organismo. Desta forma, descobriu-se que o animal é capaz de suportar cerca de 150 newtons de força, o equivalente a 39 mil vezes o seu peso corporal. Outras três espécies de besouros terrestres já estudados apresentaram apenas metade da resistência do diabólico besouro de ferro. Com as obser vações, os cientistas notaram que a força está concentrada no éltra, aquele mesmo que protege as asas de besouros voadores. Ainda que os diabólicos besouros de ferro sejam terrestres, eles também p o s s u e m u m é lt r a p orqu e evoluíram de uma espécie de besouro que podia voar. Sendo assim, a antiga asa e o éltra se fundiram e criaram o

característico exoesqueleto sinuoso. Além de aprofundar o conhecimento acerca do diabólico besouro de ferro, o grupo aproveitou para analisar como a geometria de exoesqueleto do inseto pode permitir o desenvolvimento de materiais mais resistentes. Inclusive, os pesquisadores criaram algumas peças de bra de carbono para testar a resistência mecânica em uma aplicação do mundo real. "Este trabalho mostra que podemos deixar de usar materiais fortes e frágeis para outros que podem ser fortes e resistentes, dissipando energia à medida que se quebram", disse Pablo Zavattieri, engenheiro civil da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, e também coautor do estudo.

Vacina de Oxford gera resposta imune em jovens e idosos AstraZeneca afirmou que "os resultados constroem ainda mais o corpo de evidências de segurança e imunogenicidade" ©REUTERS

imunogenicidade da AZD1222", disse o portavoz, se referindo ao nome técnico da vacina. A vacina Oxford/AstraZeneca deve ser uma das primeiras a obter aprovação regulatória, ao lado da candidata feita em parceria pela P zer com a BioNTech. A notícia de que pessoas mais velhas obtiveram uma resp ost a imune com a vacina é positiva, porque o Uma das principais vacinas em desenvolvimento contra a covid-19, o potencial imunizante feito em parceria entre a Universidade de Oxford e a farmacêutica britânica AstraZeneca produz resposta imune tanto em jovens quanto em idosos, o que aumenta as esperanças de um caminho para sair da destruição econômica provocada pelo novo c oronav í r us . A v a c i na também gerou baixa resposta adversa entre os idosos, disse a AstraZeneca nesta segunda-feira (26). Uma vacina e caz é vista como capaz de mudar o jogo

na batalha contra o novo coronavírus, responsável pela morte de mais de 1,15 milhão de pessoas em todo o mundo, pela devastação a economia global e por virar de ponta cabeça a vida de bilhões de pessoas. "É encorajador ver que as r e s p o s t a s d e imunogenicidade foram similares entre adultos jovens e idosos e que a reatogenicidade foi mais baixa em adultos mais velhos, onde a gravidade da covid-19 é maior", disse um porta-voz da AstraZeneca. "Os resultados constroem ainda mais o corpo de evidências de segurança e

sistema imunológico se enfraquece com o passar dos anos e os idosos têm um risco maior de morrer por causa do vírus. Se funcionar, a vacina permitirá ao mundo retornar a algum nível de normalidade após o t u mu l t o c au s a d o p e l a pandemia. O secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, disse que uma v a c i n a ai n d a n ã o e st á

pronta, mas que a logística está sendo preparada para a possível disponibilização de um imunizante na primeira metade de 2021. Indagado se a população pode receber uma vacina ainda neste ano, ele disse à BBC: "Não descarto isso, mas essa não é a minha expectativa central". "O programa está evoluindo b em, (mas) aind a não estamos lá", acrescentou.


COMPORTAMENTO 11

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Sofrimento na Exercício físico reduz em até 25% o risco de infância pode desenvolver câncer impactar vida de mama adulta A prática regular de atividade física também ajuda no tratamento quimioterápico

©ISTOCK

O trauma psicológico é um dano à mente que ocorre como resultado de um evento angustiante ©GETTY IMAGES

É inegável que a infância deixa marcas profundas nas pessoas. Sofrimentos devido a abuso sexual, psicológico ou físico, bullying, experiências de rejeição, abandono, humilhação e situações de vulnerabilidade persistem ao longo da vida e p o d e m c au s ar ai n d a m ai s problemas na fase adulta. Essas di culdades enfrentadas quando se é criança dão origem a propensão a dívidas, medo de falar em público, insegurança, baixa autoestima, agressividade, i nt o l e r ân c i a à f r u s t r a ç ã o, tendência a se envolver com parceiros abusivos e por aí vai. A infância é um período crucial para o desenvolvimento emocional do indivíduo, por ser uma fase de constante aprendizado. É nessa etapa que construímos a nossa visão de mundo, das pessoas e de nós mesmos. A personalidade está em formação, e as relações e a bagagem acumulada são fundamentais para ela. Podemos desenvolver um trauma em qualquer momento da vida, mas é na infância que ele tem maior impacto e tende a causar mais danos ao psiquismo. É preciso lembrar, no entanto, q u e o q u e é m a rc a nt e o u doloroso para uma pessoa não surte necessariamente o mesmo efeito em outra. Além disso, existem vários fatores — contexto social, amigos, ambiente escolar e as lições adquiridas ao longo da vida —

que interferem em maior ou

menor grau naquilo que foi vivido quando criança. O fato é que, para muita gente adulta, as lembranças ainda machucam e interferem em aspectos importantes da vida, imp e dindo-as de ter b ons r e l a c i o n a m e nt o s e at é d e conquistar objetivos. Para superar ou, no mínimo, aprender a l i d a r m e l h or c om e s s a s memórias e seus resultados, uma boa ideia é se dedicar a algumas práticas de autoconhecimento. Mais do que se apegar às lembranças negativas da época de criança, é preciso ter em mente que diversas vivências compõem quem somos e podem dar um sentido diferente ao que aconteceu. Como inspiração, cabe começar esse processo com a célebre frase do lósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre (1905-1980): "O importante não é aquilo que zeram conosco, mas o que podemos fazer com o que os outros zeram de nós". Quando criança, você não tinha consciência disso. Hoje, pode ressigni car o que passou. Todo mundo é capaz de fazer escolhas e se responsabilizar pela vida que deseja ter. Por mais que ela tenha sido afetada, é possível reconstruí-la. Sentir-se i n f e r i or i z a d o d e p e n d e d a imagem que a pessoa tem de si m e s m a e d a s c re n ç a s qu e alimenta a respeito de suas incapacidades — e não apenas da maneira como os outros a veem.

Listar todas as qualidades que

têm atualmente, em vez de se ater aos prováveis defeitos que lhe atribuíram no passado, pode mel hor ar a autoi mage m e resultar em uma atitude mais positiva diante da vida. Essa lista deve ser elaborada aos poucos. À medida que a pessoa vai percebendo que é dotada de virtudes e capacidades, naturalmente passa a aceitar a si própria. Não são poucas as pessoas que somente na idade adulta se dão conta de quanto os familiares são tóxicos. Romper laços ou buscar o d i á l o go c om o for m a d e ressigni car os relacionamentos é uma decisão que compete a cada um. Nessas circunstâncias, o convívio com os amigos pode ser uma boa estratégia para superar as assombrações do passado. Família não pode ser escolhida, mas o círculo de amizades, sim. Essas relações podem ajudar a fortalecer a autoestima e a criar um s ent imento de pertencimento até então não experimentado. Uma vez que o indivíduo se vê acolhido, amado e respeitado, também se sente apto a estabelecer uma outra forma de lidar com as questões de sua vida e traçar estratégias para enfrentar suas di culdades. Caso sinta que, por maiores e melhores que sejam seus recursos emocionais, é complicado ressigni car e superar o que houve na sua infância, procure o auxílio pro ssional de um psicoterapeuta. Você não tem que aguentar as consequências sozinho(a). Por meio de uma terapia, poderá entender melhor a origem de seu sofrimento, aprender formas de questionar seus padrões de comportamento e pensamento e construir uma nova visão sobre si e sobre o mundo.

O câncer de mama é o tipo de câncer mais prevalente em mulheres em todo o mundo. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou para 2020, 66.280 novos casos e número médio de mortes de 17.572 mil mulheres e 189 homens. A inatividade física é um importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer, sendo que mulheres sicamente ativas podem ter uma redução de até 25% no risco de desenvolver câncer de mama. Além da falta de exercício, outros fatores como excesso de peso e consumo de bebidas alcoólicas aumentam ainda mais os riscos. O exercício físico pode trazer i nú m e ro s b e n e f í c i o s p a r a pacientes em tratamento de câncer, sejam eles já praticantes de atividades antes do surgimento do tumor, ou se passaram a se exercitar após o diagnóstico. Além disso, o

exercício melhora consideravelmente a fadiga relacionada ao câncer, uma condição muito frequente em pacientes submetidas ao tratamento quimioterápico. Esta fadiga compromete signi cativamente as capacidades funcionais e a qualidade de vida dessas mulheres. Nas pacientes, o exercício físico tem mostrado muitos

benefícios como aumento na força muscular, capacidade aeróbia, qualidade de vida relacionada à saúde, fadiga, ansie dade e auto est ima, e principalmente na re du ç ã o / c ont rol e d o p e s o corporal. Assim, uma intervenção com exercícios físicos pode melhorar tanto aspectos físicos como psicológicos durante e após o tratamento de câncer de mama.

Sexo continua sendo importante para as mulheres de meia-idade C o s tu m a - s e p e ns ar qu e a s mulheres mais velhas perdem o interesse por sexo, mas muitas mulheres continuam a considerálo importante, concluiu um novo estudo da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Mais de 3.200 mulheres participaram do Estudo de Saúde da Mulher em todo o país e, para 45%, o sexo era importante no início da meiaidade e tornou-se menos importante com o tempo. Para 27%, o sexo permaneceu importante durante a meia-idade e para 28% o sexo era de baixa importância. As mulheres negras eram mais

importância. A satisfação sexual estava associada a altos níveis de importância do sexo, assim como o ensino superior. De acordo com os ©THINKSTOCK pesquisadores, estudos como esse fornecem informações valiosas para os pro ssionais de saúde que, de outra forma, podem descartar o declínio do desejo sexual da mulher como uma parte natural do envelhecimento. Eles r e s s a l t a m q u e , frequentemente, há outras propensas a considerá-lo sem razões tratáveis, como secura importância ou menos v a g i n a l o u d e p re s s ã o, que importante. Mulheres com sintomas de explicam por que o interesse de depressão também eram mais uma mulher por sexo pode ter propensas a considerar o sexo sem diminuído. propensas a dizer que o sexo era importante durante a meia-idade, mas as mulheres de origem chinesa e japonesa eram mais

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

HAROLDO CORDEIRO FILHO

A responsabilidade feminina na política

A

Coluna Olhar S ô n i a D a m a s c e n o , idade, mãe de três lhos, maior e, sem dúvida, um de uma lente, candidata a vereadora Sâmia, Emanuel e Davi, dos maiores é concorrer em busca de p e l o m u n i c í p i o d e d i s s e s e r l h a d e a u m a c a d e i r a n a C âmar a Mu n i c ip a l Legislativa do município, para contribuir na construção de um modelo de gestão que dará uma vida melhor para o povo de Fundão”, a rma. “ T e n h o u m compromisso com o e mpre e nd e d or is mo, com nossos artesãos e com as famílias que produzem no campo (agricultura familiar). A mu l heres que est ão Fundão, pelo partido do agricultores, residir há função de um vereador é concorrendo ao cargo g ov e r n a d o r R e n at o 18 anos no município e scalizar o Executivo, garantir que ele trabalhe HAROLDO CORDEIRO FILHO

dedicar 25 anos de sua vida a projetos sociais e m p r o l d a s eletivo à prefeita e à Casagrande, o PSB. comunidades. vereadora, entrevistou Casada, 50 anos de “Busco por um desa o

de vem trabalhar de mãos dadas, porém com independência. O Executivo faz, o Legislativo scaliza e o Judiciário pune, em caso de irregularidade. Penso que deve ser assim”. “A educação é uma das principais demandas de Fundão. Terei um olhar especial para ela. As escolas de tempo integral são essenciais, os tempos são outros, as mães estão trabalhando fora também para ajudar no orçamento da família, então, o município tem a obrigação de dar esse suporte, inclusive TATI BELING

em prol dos cidadãos, capacitando-as para o a t e n d e n d o à s s u a s mercado de trabalho”, necessidades. Acho que naliza. o Executivo, o Legislativo e o Judiciário


BRASIL 13

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A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO

REPRODUÇÃO/TV SENADO

Fabiano Contarato (RedeES) Ifes compra equipamentos de laboratório com emenda de Contarato O senador Fabiano Contarato esteve, na manhã desta segunda-feira (26), no Campus Ifes Serra. Recebido pelo diretor-geral, professor José Geraldo Orlandi, e por outros professores, Contarato conheceu as instalações da escola técnica e, especialmente, o laboratório de Biologia, contemplado com emenda parlamentar no valor de R$ 350 mil, indicada pelo senador. Os recursos já foram pagos, e os equipamentos, comprados. Agora, os alunos só estão esperando o recebimento! “Nosso mandato tem compromisso com a educação. Quem me conhece sabe do carinho especial que tenho pelo Ifes, até porque parte da minha educação foi feita lá dentro, sou ex-aluno com muito orgulho e grato aos professores que tanto me ajudaram e incentivaram. É por isso que a educação sempre terá meu apoio. Ela transforma a vida de milhares de jovens! Vamos seguir juntos na defesa dessa causa”, destacou Contarato. O diretor-geral agradeceu a visita e também os recursos da emenda. “Esse investimento vai nos ajudar a equipar o laboratório de Biologia com materiais de alta qualidade, o que permitirá, além das aulas, muita pesquisa. Ficará, com certeza, um legado para várias gerações”. O Campus Serra do Ifes oferece ensino público gratuito e de qualidade, desde 2001, em sintonia com as demandas do mercado e os preceitos de formação pro ssional, ética e cidadã. Atualmente com 1700 alunos e 98 docentes, o Campus está em fase de expansão acadêmica (ensino, pesquisa e extensão) e de infraestrutura.

TATI BELING/ALES

Sérgio Majeski (PSB-ES) Majeski apresenta nova proposta para acabar com incoerências no pagamento do Bônus Desempenho

Paulo Guedes Ministro da Economia detalha gastos contra pandemia na comissão da covid O ministro da Economia, Paulo Guedes, participa na próxima quinta-feira (29) de uma videoconferência da comissão mista que scaliza a atuação do Poder Executivo no combate ao coronavírus. A reunião remota está marcada para as 10h. Durante o encontro, Guedes deve expor a situação scal e a execução orçamentária e nanceira das medidas de enfrentamento à pandemia de covid-19. A reunião mensal com o ministro da Economia está prevista no Decreto Legislativo 6, de 2020, que reconhece o estado de calamidade pública e cria a comissão mista do Congresso Nacional. De acordo com o Porta Siga Brasil, mantido pelo Senado, o Poder Executivo autorizou R$ 605 bilhões em despesas para o combate ao coronavírus. Até agora, R$ 457,9 bilhões foram efetivamente pagos — o equivalente a 75,6%. Os dados se referem a gastos realizados até o dia 25 de outubro. O senador Confúcio Moura (MDB-RO) é o presidente e a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) é a vice-presidente da comissão mista. O deputado Francisco Jr. (PSD-GO) desempenha o papel de relator do colegiado.

O deputado estadual Sérgio Majeski apresentou Indicação ao governo do Estado para que as faltas abonadas e justi cadas, nos termos da legislação vigente, não resultem em descontos nos valores do pagamento do Bônus Desempenho aos professores e outros pro ssionais da Rede Estadual de Ensino. Com a concessão da boni cação feita na folha de pagamento de outubro, muitos pro ssionais ativos da Secretaria de Estado da Educação (Sedu) questionaram o desconto de ausências justi cadas, como faltas médicas, convocação para júris e outras. “Desde o ano passado apresentamos um Projeto de Lei Complementar para incluir na legislação que as licenças legais e faltas justi cadas não sejam descontadas para a obtenção do Bônus. O Governo cria um modelo para reconhecer o trabalho dos professores e servidores, mas quando efetiva o pagamento a frustração é grande. Nossa proposta está tramitando na Assembleia, mas há urgência para que os indicadores coletivos e individuais sejam revistos de imediato para já termos evolução no pagamento do ano que vem”, destaca o deputado Majeski. A necessidade de mudança nos critérios tem impacto imediato com a retomada das aulas presenciais, programadas para este mês de outubro. Devido à pandemia da covid-19, professores e outros pro ssionais com sintomas da doença, que têm por obrigação sanitária car em casa, terão as faltas descontadas para o pagamento do Bônus em 2021. “A remuneração dos pro ssionais da Educação já é vergonhosa. E quando surge um benefício para tentar compensar a defasagem nos salários os critérios são incoerentes com a própria legislação. Mais uma vez repito, sem investimentos sólidos e permanentes na Educação pública, será difícil amenizar e solucionar os graves problemas que afetam a sociedade”, completa Majeski. De acordo com a Sedu, em 2020 cerca R$ 35 milhões serão investidos para o pagamento do benefício a aproximadamente 16 mil pro ssionais, que poderão receber até um salário e meio a mais por ano, conforme os resultados apurados pela unidade na qual exercem suas funções, mais o desempenho individual. REPRODUÇÃO SPORT TV

Romário (Podemos-RJ) Projeto proíbe punição a manifestação política em eventos esportivos O senador Romário apresentou projeto de lei (PL 5.004/2020) que altera a Lei Pelé (Lei 9.615, de 1998) proibindo a punição de atletas por manifestação de pensamento em competições esportivas. O senador destacou que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) recentemente aplicou advertência de “natureza disciplinar para atletas por meio de equivocadas interpretações jurídicas sobre manifestações de natureza política”. “Tal exercício, dentro da dinâmica esportiva, apenas deve encontrar exceção se esbarrar em ofensas diretas a atores envolvidos na disputa, organização e patrocínio da própria competição, ação que poderá ensejar infração de natureza disciplinar cingida à estrita esfera desportiva. Punir um atleta por se manifestar contrariamente a um personagem estranho à competição, e que não atrapalhe o seu andamento, é indubitavelmente um constrangimento ao disposto no art. 5° de nossa Carta Maior”, explicou o senador na justi cativa do projeto.


14 GERAL

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Macacos seguem padrã o de domesticaçã o dos humanos, sugere estudo Assim como nos tornamos animais sociáveis 'sem querer', saguis também passam por processo de autodomesticação domesticação", diz Asif Ghazanfar, neurocientista da

Acontece que esses estímulos parentais têm mais efeitos do que

ao tamanho da mancha branca de pelos em sua cabeça, com o sinal

saguis, altera a taxa de coloração do pelo", explica Ghazanfar, que

Universidade de Princeton. Porém, graças à nova pesquisa de G h a z an f ar e s e u s c ol e g a s , podemos ter encontrado o elo que faltava. Em experimentos com macacos saguis (Callithrix jacchus), os pesquisadores descobriram o que eles a rmam ser os primeiros dados que mostram uma associação entre o comportamento social vocal em uma espécie animal e um traço físico de domesticação em indivíduos dessa espécie. Saguis exibem um alto nível de tolerância social e prósocialidade e comunicam-se uns com os outros revezando-se na vocalização. Estudos anteriores de Ghazanfar e sua equipe mostraram que lhotes aprendem essas vocalizações de maneira semelhante à forma como bebês humanos aprendem a falar, contando com estímulos dos pais.

somente a técnica de vocalização. Um dos marcadores conhecidos da domesticação de saguis é uma mancha branca nos pelos da testa desses animais. Os pesquisadores procuravam uma ligação entre as trocas vocais e essa particularidade morfológica. Se encontrada, poderia ser uma evidência de autodomesticação. Eles então estudaram três pares de bebês gêmeos de três famílias diferentes de saguis, com cada um recebendo estímulos vocais de um "pai simulado" — um computador projetado para soar como um sagui adulto respondendo a seus próprios chamados. Entretanto, ao longo de dois meses de experimento, um dos gêmeos de cada par recebeu dez vezes mais feedback vocal do que seu irmão. Os pesquisadores descobriram que a quantidade de treinamento vocal dada aos lhotes estava diretamente ligada

de domesticação aparecendo maior e mais rapidamente em animais com maior taxa de conversação. "Se você altera a taxa de desenvolvimento vocal dos

publicou sua pesquisa na Current Biology. "É um conjunto de dados fascinante e estranho". Os cientistas sugerem que esse fenômeno é causado pelas células da crista neural, um tipo de

LUIZ ANTÔNIO DA SILVA/SHUTTERSTOCK

Temos muito mais em comum com os macacos do que i m a g i n áv a m o s . Um a n ov a p e s qu i s a su ge re qu e e ss e s animais podem estar envolvidos n o p r o c e s s o d e autodomesticação, assim como os humanos, alterando o curso de sua própria evolução e siologia por meio de seu comportamento com outros macacos. A domesticação de animais promove certas características físicas exclusivas deles, não encontradas em seus parentes s elvagens. E ss e fenômeno, conhecido como síndrome de domesticação, é observado desde a era de Charles Darwin, e acredita-se que esteja por trás de todos os tipos de traços e características físicas. Apesar de o termo "domesticação" ser usado geralmente para descrever o ato de humanos domesticando animais selvagens, nem sempre signi ca isso. Uma hipótese levantada por pesquisadores é de que os humanos se autodomesticaram sem querer, escolhendo parceiros com traços menos agressivos e mais sociais. Ao longo de gerações, essas escolhas podem ter apagado a l g u n s d e n o s s o s comportamentos mais selvagens e animalescos, promovendo uma conduta mais social e maior tolerância. Isso, por sua vez, pode ter levado ao desenvolvimento da civilização humana como a conhecemos hoje. Os argumentos são convincentes e plausíveis, mas os cientistas reconhecem que as evidências para comprovar essa hipótese ainda são amplamente circunstanciais. "É realmente uma ideia popular e empolgante, mas carece de evidências diretas, uma ligação entre o comportamento amigável e outras características da

célula-tronco que migra por todo o cor p o durante o desenvolvimento inicial. Um dos derivados das células da crista neural são os melanócitos, que contribuem para a pigmentação. O simples ato de experimentar mais treinamento vocal atua como uma espécie de condicionamento de autodomesticação, deixando suas marcas no corpo dos jovens saguis, segundo os pesquisadores. Esse é um estudo pequeno, que ainda precisa de mais evidências e replicação futura em pesquisas similares. Ainda assim, é algo raro: evidências experimentais de como a interação dentro de uma espécie parece estar associada à autodomesticação. "Isso, por sua vez, fornece novos insights sobre como a seleção em fenótipos correlacionados pode ter agido durante a evolução humana, à medida que os hominídeos se tornaram cada vez mais dependentes de redes cooperativas para sobrevivência e reprodução", escreveram os autores.

Reservas: (27) 99961-8422

A transmissão será no canal da Sedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira (07), às 14 horas

Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br


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ECONOMIA 15

VENDE-SE

POUSADA FUNDÃO

A Pousada Fundão fica às margens da BR 101 Norte, no KM 230, bairro Centro, à 1000 m da prefeitura e 800 m do centro da cidade, no sentido Fundão—Vitória, com 6.500 m² de área total da pousada e 890 m² de área construída, possui 2 aptos, uma casa, 9 suítes (casal e solteiro), com ar e ventilador de teto, 15 banheiros, área de recepção e de lanche com fogão a lenha, salão em construção para restaurante, 2 piscinas para adultos e crianças, 2 estacionamentos e frente para o asfalto de 70 m. Local de grande valorização, ótimo para investimento. Tudo isto por um milhão de reais e aceito contra proposta.


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