Jornal Fatos & Notícias Ed. 389

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ANO X - Nº 389 Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia 26 A 30 DE NOVEMBRO/2020 SERRA/ES

Distribuição Gratuita

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

Novo santuário marinho no Atlântico

8 Pão caseiro é uma delícia!

Con ra uma receita de pão de milho de liquidi cador

Pág. 8

JORGE PACHECO 8 Pesquisa Ibope indica

Sérgio Vidigal com 56% e Fábio Duarte 32% dos votos válidos Pág. 5

ANA MARIA IENCARELLI 8 Lei da alienação parental

expõe crianças e adolescentes a abusos Pág. 10

HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 Debates expõem abismo

político entre Sérgio Vidigal e o concorrente, Fábio Duarte

Pág. 12

CAROLINA KHOURI

8 A mulher e suas multiobrigações. E seguimos tendo que provar nosso valor Pág. 15

LAÉRCIO FRAGA “LAU” 8 Krystian Kymerson, sur sta

ROGER HORROCKS/NATIONAL GEOGRAPHIC PRISTINE SEAS

capixaba, desponta como um dos maiores talentos da modalidade Pág. 14

NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA 8 Algumas dores são

inevitáveis, mas o sofrimento é opcional Pág. 11

ABL anuncia retomada do Prêmio Machado de Assis a partir de 2021

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

Pág. 3

ARAQUÉM ALCÂNTARA

Arqueólogo acredita ter encontrado a casa onde Jesus passou a infância As águas ao redor de uma das ilhas habitadas mais remotas do mundo, no meio do Oceano Atlântico Sul, deverão se tornar a quarta maior área marinha totalmente protegida do mundo, e a maior do Atlântico. Tristão da Cunha é um território

Utensílios de bambu e bagaço da cana se decompõem em 60 dias RUBY WALLAU/UNIVERSIDADE DO NORDESTE

Além do benefício ambiental, material pode ter custo mais baixo do que plásticos ecológicos disponíveis hoje no mercado Pág. 6

br it ân i c o qu e c a a 3 , 7 m i l quilômetros a leste da América do Sul e a mais de 2,5 mil quilômetros a oeste da África do Sul. Para viajar à ilha, é preciso pegar um barco na África do Sul, navegar por sete dias e, ao chegar ao local, “temos a

impressão de estar no m do mundo”, conta Jonathan Hall, chefe da Sociedade Real de Proteção de Ave s ( R SPB ) d a u n i d a d e d e território ultramarino britânico. Agora, esse arquipélago composto por quatro ilhas abrigará um

Coração bioimpresso treina médicos e pode ser transplantado no futuro

Feito de um material elástico Baleias-azuis são avistadas que imita o tecido cardíaco, o na Antártica após quase órgão impresso em 3D possui todas as cavidades, veias e artérias do seu par real extinção Pág. 16

santuário marinho que se estende por mais de 687 mil quilômetros quadrados, uma área quase três vezes maior do que a do Reino Unido. Pág. 2

De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal britânico The Times, na Segunda-feira (23), o arqueólogo, pesquisador e professor inglês, Ken Dark, acredita ter encontrado o local que serviu como casa para Jesus Cristo em sua infância. Segundo a publicação, o arqueólogo — que estuda o tema há 14 anos — afirma que uma casa antiga remontada no século 1º, em Nazaré, pode ter sido o lar de Jesus, Maria e José Pág. 7

AMERICAN CHEMICAL SOCIETY/YOUTUBE

Pesquisadores brasileiros desenvolvem antisséptico bucal que promete reduzir proliferação da covid ©DIVULGAÇÃO

Pág. 9

Estudo foi desenvolvido com apoio de quatro centros de referência de pesquisa, incluindo a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP, e comprovou fórmula que inativa o vírus em 96%. Produto será lançado em dezembro no mercado nacional Pág. 7


2 MEIO AMBIENTE

26 A 30 DE NOVEMBRO DE 2020

Nativos da América Novo santuário marinho no Atlântico será um do Sul, lagartos dos maiores do mundo teiús invadem sudeste dos EUA Baleias, tubarões, focas, milhões de aves marinhas e cerca de 300 humanos habitam as pequenas ilhas que formam Tristão da Cunha ©DAN MYERS/NATIONAL GEOGRAPHIC PRISTINE SEAS

Teiús-gigantes estão se reproduzindo em diversos estados após fugirem ou serem soltos de cativeiros. Biólogos estão preocupados, já que os répteis são onívoros vorazes

©KIKE CALVO/ GETTY IMAGES

Ave marinha sobrevoa a Ilha de Tristão da Cunha

No interior do Parque Nacional de Everglades, um invasor voraz com escamas pintadas e chamativas ganha território. O teiú-gigante, um grande lagarto preto e branco que pode chegar a aproximadamente 1,2 metro de comprimento, já se proliferou consideravelmente por todo o sul da Flórida. Mas não é apenas isso: esses invasores começaram a surgir por todo o sudeste dos Estados Unidos, representando uma possível ameaça para espécies nativas e agricultores. Os répteis nativos da América d o Su l s ã o o n í v o r o s e s e alimentam de tudo aquilo que consigam ingerir. Eles mastigam ovos de animais que nidi cam no solo, como pássaros e répteis, inclusive tartarugas marinhas ameaçadas de extinção, comem pombos e outros pequenos animais, e pegam morangos e outras frutas e vegetais que crescem no solo. Além disso, são extremamente resistentes, o que torna sua disseminação difícil de controlar ou reduzir após a espécie se estabelecer em um local. Embora os teiús-gigantes estejam se reproduzindo no sul da Flórida por mais de uma década — após escaparem de cativeiros ou serem soltos por donos de animais de estimação — apenas recentemente eles se

espalharam por pelo menos dois municípios na Geórgia. Nos últimos meses, os répteis foram avistados em quatro municípios d a C arol i na d o Su l, ond e biólogos suspeitam que estejam se reproduzindo. Também houve rel atos is ol ados d a presença dos teiús nos estados de Alabama, Louisiana e Texas, assim como de populações estabelecidas na Flórida Central. Para pessoas que gostam de criar animais exóticos, teiúsgigantes inteligentes e dóceis são muito procurados. A maioria dos teiús dos Estados Unidos é produto de criadores americanos, mas entre os anos 2000 e 2010, mais de 79 mil teiús-gigantes vivos foram importados da América do Sul, relata Amy Yackel Adams, bióloga do Serviço Geológico dos Estados Unidos que estuda a espécie. Embora apenas uma pequena minoria dos animais fuja ou seja solta, biólogos acreditam que o problema esteja piorando. Se mais animais forem soltos, “uma grande população pode se multiplicar na natureza”, explica Adams. Um estudo conduzido pela agência do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) em 2018 utilizou informações sobre teiús da América do Sul para prever sua possível expansão nos

Estados Unidos. De acordo com Adams, “toda a região sudeste dos Estados Unidos corre risco. A maior parte dessa região possui clima adequado para os teiús”. Mas até o momento não h á e st i m at iv a s o c i ai s d e quantos deles existem no país. Os te iú s - g i g ante s v ive m melhor em orestas elevadas e pastos, especialmente em áreas que recebem chuvas sazonais intensas, como as orestas de pinheiros decíduas e subtropicais da Flórida. Como as mudanças climáticas causam o deslocamento das zonas climatológ ic as t ropic ais e subtropicais para o norte, a faixa adequada para teiús na América do Norte também pode aumentar, acrescenta Adams. Pesquisadores estão mais preocupados com os hábitos predatórios dos teiús onívoros. N a Ve n e z u e l a , e l e s s ã o conhecidos por entrar sorrateiramente em galinheiros e roubar ovos, sendo apelidados de el lobo pollero, “o lobo das galinhas”. Os criadores de galinhas dos Estados Unidos devem car alertas. Se a espécie continuar se espalhando pela região sudeste, comenta Adams, pode ameaçar muitos animais que nidi cam no solo ou nele vivem, inclusive a cobra-índigo, classi cada como uma espécie ameaçada de extinção pela Lei de Espécies Ameaçadas de Extinção. Adams também se preocupa que os teiús possam comer ovos de tartarugas-do-deserto — outra espécie ameaçada de extinção — jacarés-americanos, crocodilosamericanos, entre outros.

As águas ao redor de uma das ilhas habitadas mais remotas do mundo, no meio do Oceano Atlântico Sul, deverão se tornar a quarta maior área marinha totalmente protegida do mundo, e a maior do Atlântico. Tristão da Cunha é um território britânico que ca a 3,7 mil quilômetros a leste da América do Sul e a mais de 2,5 mil quilômetros a oeste da África do Sul. Para viajar à ilha, é preciso pegar um barco na África do Sul, navegar por sete dias e, ao chegar ao local, “temos a impressão de estar no m do mundo”, conta Jonathan Hall, chefe da Sociedade Real de Proteção de Aves (RSPB) da unidade de território ultramarino britânico. Agor a , e ss e arqu ip él ago composto por quatro ilhas abrigará um santuário marinho que se estende por mais de 687 mil quilômetros quadrados, uma área quase três vezes maior do que a do Reino Unido. Recentemente, o governo de Tristão da Cunha anunciou que 90% das águas ao redor da cadeia de ilhas se tornarão uma “zona proibida”, na qual a pesca, a mineração e outras atividades extrativistas não serão permitidas. Segundo os conservacionistas, ess a proteção não ap enas impulsionará o pequeno mercado de pesca de lagosta f o r a d o s a n t u á r i o, c o m o também protegerá os locais de forrageamento para as milhões de aves marinhas que vivem nas ilhas, como albatrozes-de-bicoamarelo e pinguins-depenacho-amarelo, além do habitat de focas, tubarões e baleias. A nova área protegida fará

parte do Programa Blue Belt do R e i n o Un i d o q u e , at é o momento, preservou quase sete milhões de quilômetros quadrados de ecossistemas marinhos em todo o mundo. O novo santuário é o resultado de uma colaboração entre os governos de Tristão da Cunha e do Reino Unido, e uma série de o u t r o s g r u p o s conservacionistas, incluindo a RSPB, que atua na região há 20 anos, e a iniciativa Pristine Seas da National Geographic Society. Cerca de 245 pessoas de ascendências escocesa, norteamericana, holandesa e italiana vivem no único vilarejo de Tristão, chamado Edimburgo dos Sete Mares. Descoberta pelo explorador português Tristão da Cunha em 1506, a ilha permaneceu inabitada até 1816, quando um destacamento britânico foi enviado para o local a m de impedir que os franceses resgatassem o exilado imperador Napoleão da Ilha de Santa Helena, a 2,1 mil quilômetros ao norte. O s d e s c e n d e nt e s d e s s e s

dos anos, criando ovelhas, cultivando batatas e pescando lagosta. Embora os humanos sejam escassos, a vida selvagem é abundante em Tristão da Cunha, cujas populações de aves marinhas chegam a dezenas de milhões. Ao cair da tarde na ilha, “parece que o céu escureceu com fumaça preta à medida que os pássaros vão descendo”, conta Hall. “A escala de vida é simplesmente incrível”. Durante uma expedição de 2017 para pesquisar o arquipélago, cientistas do projeto Pristine Seas da National Geographic também d e s c o br i r a m u m a g r a n d e população de tubarões-azuis migratórios, uma espécie que sofre com a sobrepesca devido a suas nadadeiras. “Este é um local que possui um ecossistema ímpar e não pode ser encontrado em nenhum outro lugar”, a r ma Enr ic Sa l a, explorador residente da Nat iona l G e og raphic. E le ressalta que é a única região em milhares de quilômetros com ecossistemas costeiros como

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068 marinheiros britânicos e muitos outros povoam a ilha ao longo

orestas de algas e é um berçário essencial para tubarões-azuis.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

Filiado ao Sindijores

CNPJ: 18.129.008/0001-18

"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília

Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores


CULTURA 3

26 A 30 DE NOVEMBRO DE 2020

A GUERRA MAIS ABL anuncia retomada do Prêmio Machado de CURTA DA HISTÓRIA

Assis a partir de 2021

A Guerra Anglo-Zanzibari, ocorrida em 1896, durou apenas 38 minutos e entrou para o Guinness Book

A premiação estava suspensa desde 2017, em razão da crise econômica

WIKIMEDIA COMMONS

©DIVULGAÇÃO

FOTO: REPRODUÇÃO

O Prêmio Machado de Assis, considerado a mais importante premiação literária do País, será retomado a partir de 2021, de acordo com anúncio feito terça (24), no Rio de Janeiro, pela Academia Brasileira de Letras (ABL). Criado pela ABL em 1941, o Prêmio Machado de Assis é entregue a autores que se destacam pelo conjunto de sua obra. Os vencedores são escolhidos pelos membros da Academia, conhecidos como “imortais”. A premiação estava suspensa desde 2017, em razão da crise econômica, e será retomada agora graças a patrocínio da Light, empresa de geração, distribuição, comercialização e soluções de energia elétrica, que está presente em 31 municípios do estado do Rio de Janeiro, abrangendo uma região com mais de 10 milhões de pessoas. O apoio financeiro da Light se estenderá por dez anos. Para o presidente da ABL, professor e poeta Marco Lucchesi, a retomada do Prêmio Machado de Assis é um sinal importante para o que será construído após a pandemia do n o v o c o r o n a v í r u s . “A p ersp e c t iva de quem est á p e ns and o e m u ma

Ilustração representando navio da Marinha Britânica te r r itór i o — e r am e ss as a abolição da escravidão e a restauração da economia mercantil. O motivo da relutância era porque ambas e ss as me d i d as i nte r fe r i am diretamente nos lucros da elite local. As leis de Zanzibar da época, entretanto, não determinavam que o poder devia ser passado de maneira necessariamente hereditária de forma que amad ser o novo sultão não feria exatamente as tradições do território. Assim, quando o pr í nc ip e K hā l i d o c up ou o p a l á c i o, nã o hav i a mu ito s argumentos que podia usar para defender sua tomada do título. As autoridades britânicas não demoraram muito para c o n v e n c ê - l o a r e n u n c i a r, t or n an d o s e u pre t e n d e nt e favorito o novo sultão. Entretanto, de forma inesperada, o governante escolhido pelos ingleses morreu apenas três anos depois. Dessa vez, Khālid não aceitou ser novamente recusado para o cargo. Tendo aprendido com sua última experiência, o príncipe não trouxe mais apenas argumentos para a mesa, e sim um exército de três mil soldados e apoiadores — lembrando aqui, afinal, que as elites de Zanzibar preferiam alguém que não fosse abolir a escravidão. Em resposta, o Império Britânico também trouxe sua infantaria, contando com cinco navios da Marinha Real e um

contingente de fuzileiros navais. Foi dado o alarme final: ou o príncipe desistia de assumir o poder, ou eles abririam fogo. Pois Khālid, seja por pensar que os ingleses estavam blefando, seja por acreditar no seu exército, não cedeu às exigências estrangeiras, e foi assim que se deu início à Guerra Anglo-Zanzibari. Ela durou 38 minutos. Durante esse p e r í o d o, 5 0 0 s o l d a d o s d o autoproclamado sultão morreram e seu palácio foi engolido por chamas. Já no lado britânico, apenas um marinheiro tinha sofrido ferimentos graves. Foi uma derrota humilhante para a ilha africana. Eventualmente, o príncipe de Zanzibar se rendeu, mas não antes de se abrigar no consulado alemão, onde recebeu proteção. Ele acabou fugindo do país com a ajuda da Alemanha, e p e r m an e c e u e x i l a d o at é a Pr imeira Guer ra Mundi a l, quando os ingleses tiveram a chance de capturá-lo novamente, o que levou à morte. A ilha teve um destino quase tão dramático quanto: o próximo pretendente escolhido como sultão, após ter essa prova clara da desigualdade de poderio militar entre as duas nações, acatou todas as ordens vindas do Império Britânico, assim como os sultões seguintes, até a emancipação finalmente vir, por iniciativa da Grã-Bretanha, em 1963. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)

retomada. Mas é um sinal de futuro que não deixa também de olhar para o passado, para uma tradição luminosa de Machado de Assis e p or ess a vis ão polifônica que a Academia, ao retomar o seu prestigioso prêmio, empresta a todo o processo da cultura, de forma geral”, disse Lucchesi. Grandes nomes da literatura nacional já conquistaram o Prêmio. Entre eles, Guimarães Rosa, Érico Veríssimo, Cecília Meireles, Gilberto Freyre, Carlos Heitor Cony, Ferreira Gullar e Rubem Fonseca. O último vencedor foi o historiador João José Reis, referência mundial no estudo da escravidão. O vencedor de 2021 será escolhido pelos membros da ABL em junho de 2021 e a cerimônia de premiação está prevista para julho, mês de aniversário de fundação da Academia. Marco Lucchesi estimou que o próximo Prêmio Machado de Assis deverá ser de literatura. Esclareceu, porém, que os detalhamentos só poderão ser conhecidos quando a pandemia permitir discussão dos membros da ABL sobre o assunto, em plenário. LUCIANO DANIEL

Foto Antiga do ES SANDRO CHIABAI/ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (BR), MEMÓRIA/FACEBOOK

Z

anzibar é uma ilha na Tanzânia que foi um protetorado da Inglaterra até 1963. Apesar da forte influência do Império Britânico, todavia, foi em 1896 que a ilha africana perdeu sua soberania, com seus sultões conver tendo-se em ap enas marionetes das vontades dos líderes ingleses. O ponto de virada, que reduziu o arquipélago à obediência, foi justamente a Guerra AngloZanzibar, em que um herdeiro ao trono do território decidiu que não iria apenas aceitar as ordens estrangeiras, e decidiu desafiar o poderio britânico. Porém, sua ação acabou falhando miseravelmente, resultando em uma derrota humilhante que garantiu a submissão de Zanzibar nos anos seguintes. Tudo começou com um dos maiores causadores de conflitos internacionais: uma sucessão no poder. Quando o sultão Sayyid Ali morreu, seu único filho Khālid ibn Barghash reivindicou o trono, mas as lideranças da Grã-Bretanha tinham uma ideia d i fe re nte s obre qu e m el e s queriam no poder da ilha, apoiando outro pretendente, amad ibn Thuwayn. O motivo pelo qual o Império Britânico queria amad no poder era porque pensaram que ele seria mais colaborativo que o filho do último sultão, que passara a vida toda oferecendo resistência às políticas que a GrãBretanha queria implantar no

reconstrução. E a reconstrução dos vários aspectos da cultura após a pandemia não dependerá de um único ator, mas de uma pluralidade de esforços envidados para a retomada do processo cultural que, com a pandemia e a crise econômica, ficaram relegados a um plano m u i t o d r a m á t i c o”, d i s s e Lucchesi à Agência Brasil. A volta do Prêmio Machado de Assis se dá nesse contexto, explicou. Lucchesi disse que, como a ABL confere um único prêmio, ele adquire uma forma mais forte de colegiado, porque todos os membros da instituição dão suas opiniões. Uma comissão é constituída para dar seu parecer, que é votado pelos demais imortais. “É uma espessura que dá para a ABL uma perspectiva plural, de todos participarem do prêmio”. O prêmio apresenta uma característica interessante. Ele foi criado para ser alternado, ano a ano, entre obras estritamente literárias, como ficção, memórias, poesia e, em outro momento, obras produzidas no âmbito das ciências sociais, as ciências humanas. “É um sina l de e s p e r a n ç a , d e f u t u r o, d e

THEATRO CARLOS GOMES — 1936


4 EDUCAÇÃO

26 A 30 DE NOVEMBRO DE 2020

Temos de romper com o discurso de que cota é esmola, diz aluna negra do mestrado ESTADÃO CONTEÚDO

S e r aprov a d o e m s el e ç õ e s concorridas, conduzir a pesquisa e entregar a dissertação são apenas uma parte do desa o de alunos negros na universidade. Mu i t o s d e l e s c o nt a m q u e também é preciso lidar com preconceito e descon ança, ainda motivados pelo discurso de que ocupam uma vaga sem merecer. "A ação a rmativa é um direito, não um favor. Não entrei p e l a p or t a d o s f u n d o s d a universidade", diz Paulina Gonçalves, de 51 anos, que ingressou por cota no mestrado em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2019. Com as cotas, pela primeira vez, em 2018, universidades públicas tiveram mais da metade (50,3%) de negros na graduação. Já em mestrados e doutorados, o desnível é maior. S egundo balanço de 2019 da Capes, órgão do Ministério da Educação (MEC) que cuida desses cursos, só 29% dos alunos de pósgraduação eram pretos ou

disponíveis. Segundo o IBGE, 55,4% da população brasileira é negra. Com o objetivo de ter mais diversidade na pesquisa, ações a rmativas também avançam em mestrados e doutorados. Ao menos 31 das 69 universidades federais têm normas gerais de reserva de vagas para negros em seus programas de pós, entre elas a de São Paulo (Unifesp), a de Brasília (UnB) e a de Minas (UFMG). Formada em Serviço Social, com experiência em pastorais sociais e com moradores de rua, Paulina voltou à sala de aula após 16 anos afastada da universidade. Segundo ela, a discriminação no ambiente acadêmico é mais velada. "Você percebe alguma tensão. Será que esse aluno não vai baixar o nível? É sutil." E isso afeta a autoestima dos colegas, conta a estudante. "Tenho ouvido de alguns sobre c e r t o re c e i o d e d i z e r qu e entraram por ação a rmativa. Temos de romper com esse

regra geral para reserva de vagas e a criação de uma regulamentação única está em debate na instituição. Dos 92 programas de pós, 18 têm algum tipo de ação a rmativa, conforme levantamento feito pela universidade em setembro. Com uma trajetória acadêmica que começou pelas cotas na Universidade de Brasília (UnB) e foi até o Imperial College, de Londres, e Yale, nos Estados Unidos, o virologista Anderson Brito também reconhece o peso que tem o discurso de desquali cação dos cotistas. "Quando passei no vestibular, toda narrativa da falta de mérito roubou um pouco meu sentimento de vitória no início", lembra. "Por dois semestres, eu andava com meu boletim na mochila. S e alguém viesse questionar meu desempenho, eu teria aquilo como um escudo", a rma ele, de 35 anos, hoje no pós-doutorado e envolvido em pesquisas sobre a pandemia da covid-19.

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pardos, considerando os estudantes com dados

discurso de que cota é esmola", defende. Na UFRGS, não há uma

29 de outubro

Reservar parte das vagas no edital do processo seletivo não é

su ciente. Há o desa o de garantir o acesso de alunos mais pobres e, depois, que tenham condições de continuar estudando. Paulina, p or exemplo, conseguiu a vaga no m e s t r a d o ap ó s c u r s a r u m preparatório para a pósgraduação oferecido pela própria universidade. "Antes, parecia coisa do outro mundo. O curso desmisti ca, ao mesmo tempo em que nos dá informações", diz ela. Uma diferença em relação aos cotistas da graduação é que mu ito s e s tu d ante s , c om o diploma universitário nas mãos,

veem no mercado chance maior de renda do que na vida acadêmica, em que as bolsas de pesquisa pagam pouco e nem todos conseguem esse auxílio. Esses auxílios costumam ser distribuídas conforme o desempenho nos processos seletivos. Assim, alunos que mais precisam, do ponto de vista nanceiro, podem car sem apoio. "A permanência depende de bolsa. E a bolsa depende de orçamento", diz Charles Morphy, coordenador do Colégio de Próreitores de Pes quis a, Pósg radu aç ão e Inovaç ão d as instituições federais de ensino.

Segundo ele, com os cortes de verba nos últimos anos, diminui a capacidade de as universidades oferecerem auxílio. “Alguns programas de pósgraduação fazem uma priorização de bolsas para os cotistas também", diz Maria Márcia Bachion, pró-reitora adjunta de Pós-Graduação da Universidade Federal de Goiás (UFG), a primeira federal do País a adotar uma regra geral de cotas na pós-graduação, em 2015. "A bolsa é uma ajuda, mas quando a pessoa tem di culdades nanceiras, esse montante é muito insu ciente". Os auxílios da Capes para mestrado e doutorado são de R$ 1,5 mil e R$ 2 , 2 m i l m e n s a i s , respectivamente. Os valores não são reajustados desde 2012. Procurada, a Capes, agência do Ministério da Educação (MEC) responsável pela pós-graduação, informou que as ações de apoio a e s t u d a nt e s d e m e s t r a d o e d o u t o r a d o s ã o d e responsabilidade direta das i n s t it u i ç õ e s . E nt re out r a s medidas tomadas pelas universidades para a permanência, foi estender o direito ao restaurante u n ive rs it ár i o e à m or a d i a estudantil aos alunos de mestrado e doutorado.

Novo ensino médio capixaba A Lei nº 13.415/2017, conhecida como a Lei da Reforma do Ensino Médio, altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Nº 9.394/1996, trazendo signi cativas mudanças na forma de oferta do ensino médio em todas as Unidades Federativas do Brasil e que dialogam com algumas das estratégias do Plano Nacional de Educação (PNE) voltadas para esta etapa de ensino. A nova proposta pressupõe a oferta da Formação Geral Básica, a “parte comum” dos currículos, que deve ser pautada na Base Nacional Comum Curricular, do cumento normativo que de ne o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver, e a oferta de Itinerários Formativos, a “parte exível”, de livre escolha dos estudantes, que serão ofertados considerando os interesses d e s s e s at ore s e a s of e r t a s disponíveis nas escolas e redes de ensino. Após a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da etapa ensino médio, em 14 de dezembro de 2018, todos os Estados e o Distrito Federal iniciaram a construção

dos documentos curriculares, seguindo a necessidade de trabalhar as competências gerais da educação básica apresentadas neste documento referência, a m de promover a educação integral, colocando os estudantes no centro da vida escolar. Assim, pretende-se estimular a

estudantes a de nirem seus Projetos de Vida, também será fundamental para que estejam preparados para escolher um ou mais Itinerários Formativos. O c ur r íc ulo capixaba foi elaborado e encaminhado ao Conselho Estadual de Educação para aprovação e homologação.

objetivo é que o documento seja homologado ainda em 2020. As formações de professores sobre o novo currículo acontecerão no decorrer de 2021, para implementação, pelo menos, nas primeiras séries do ensino médio, em 2022. O curso para professores sobre o Projeto de ©ASCOM/SEDU

autonomia, o protagonismo e a responsabilidade dos jovens sobre suas decisões para o presente e futuro: apoiar os

Os Itinerários Formativos estão disponíveis para consulta pública no site da Secretaria da Educação (Sedu) — www.sedu.es.gov.br. O

Vida já está sendo realizado pela Secretaria. Outra mudança é a ampliação da carga horária dos estudantes,

que passará para, no mínimo, 1000 horas anuais, até 2022. A nova oferta do ensino médio propõe uma abordagem interdisciplinar, de forma exível e diversi cada, oferecendo conteúdos obrigatórios e eletivos, com o objetivo de tornar a escola mais interessante, com signi cado e efetiva para os jovens, além de promover a elevação da qualidade do ensino n o Paí s p or m e i o d e u m a referência comum obrigatória para todas as escolas de educação básica, respeitando a autonomia assegurada pela Constituição aos entes federados e às escolas. A nova organização curricular de ne que dever ter, no máximo, 1800 horas do ensino médio voltadas para as aprendizagens das quatros áreas de conhecimento: Linguagens e suas tecnologias; Matemática e suas tecnologias; Ciências da Natureza e suas tecnologias; e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, e a complementação das 3000 horas com os Itinerários Formativos de aprofundamento das áreas do conhecimento com a(s) qual(is) se identi cam ou, ainda, em curso(s) ou habilitações de formação técnica e pro ssional, contribuindo para

a permanência e melhoria dos resultados da aprendizagem dos estudantes. O novo ensino médio surge com a pretensão de vencer os grandes desa os que esta etapa de escolaridade apresenta em todo o País, oferecendo uma proposta de ensino que seja mais atraente e faça mais sentido para os estudantes. Um modelo exível, que estimula o protagonismo juvenil: evasão: um em cada quatro jovens que ingressam no ensino médio abandona a escola ainda no primeiro ano, ou não é aprovado; s omente s eis em c ad a de z brasileiros de 19 anos terminam o ensino médio no Brasil, e mesmo assim, saem da educação básica com muitos problemas de aprendizagem. Os níveis satisfatórios de aprendizagem não são alcançados nem por 5% da população do ensino médio. A mudança tem como objetivos garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros e de aproximar as escolas da realidade dos estudantes de hoje, considerando as novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida em sociedade.


POLÍTICA 5

26 A 30 DE NOVEMBRO DE 2020

Jorge

Analista Político

Pacheco

Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com

para a Prefeitura de São Paulo: Pesquisa Ibope para 2º turno em São Paulo: Bruno Covas, 48%; Guilherme Boulos, 37%. Branco/nulo: 12% Não sabe/não respondeu: 4%

da Associação de Moradores de Nova Carapina 2, foi o candidato mais votado na cidade com 3.379 votos. Con ra a lista completa dos vereadores eleitos: Teilton Valin

REPRODUÇÃO/TV VITÓRIA

Ibope aponta: segundo turno na Serra: Sérgio Vidigal 56% e Fábio Duarte 32%

Dos 23 edis no município só cinco foram reeleitos Dezoito dos seus 23 parlamentares serão substituídos em 2021. Entre os vereadores reeleitos estão: Adriano Galinhão (PSB), Rodrigo C aldeira (PRTB), R ap osão (PSDB), Ericson Duarte (Rede) e Wellington Alemão (DEM). Teilton Valim (PP), presidente

Para calcular os votos válidos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O p r o c e d i m e nt o é o m e s m o utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado o cial da eleição. Para vencer no 2º turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um voto. Bruno Covas mantém nesta rodada o destaque entre aqueles que consideram positiva (ótima/boa) sua atual administração municipal (84%) e entre os eleitores com 55 anos ou mais (62%). Além disso, o candidato se sobressai no grupo de entrevistados com renda

Sérgio Peixoto (PROS) — 1.886 votos; Rodrigo Caçulo (Republicanos) — 1.858 votos; Wellington Alemão (DEM) 1.838 votos; Anderson Muniz (Podemos) – 1.812 votos; Professor Artur Costa (Solidariedade) — 1.771 votos; Raphaela Moraes (Rede) — 1.659 votos; Pablo Muribeca (Patriota) — 1.536 votos; Cléber Serrinha (PDT) — 1.391 votos.

familiar de mais de cinco salários mínimos (55%). Em comparação à pesquisa passada, as intenções de voto no candidato crescem entre os eleitores mais velhos (vão de 54% para 62%). Já as menções a Guilherme Boulos permanecem mais expressivas entre os que avaliam a atual gestão municipal como ruim ou péssima (68% das menções, eram 50%). Ademais, Boulos se destaca nesta rodada entre os mais jovens, com idade de 16 a 24 anos, segmento no qual obtém 50% das citações — eram 37% no levantamento anterior

AJUFE

Pesquisa Ibope para 2º turno em São Paulo: Bruno Covas, 48%; Guilherme Boulos, 37% Pesquisa Ibope divulgada pela TV Globo e pelo jornal “O Estado de S. Paulo” na quarta-feira (25) aponta os seguintes percentuais de intenção de voto para o segundo turno das Eleições 2020

REPRODUÇÃO

Câmara da Serra terá 78% de renovação em 2021

(PP) — 3.379 votos; Adriano Galinhão (PSB) — 3.307 votos; Rodrigo Caldeira (PRTB) — 3.022 votos; Saulinho da Academia (Patriota) — 2.642 votos; Paulinho do Churrasquinho (PDT) — 2.538 votos; Raposão (PSDB) — 2.296 votos; Ericson Duarte (REDE) — 2.269; Dr. Willian Miranda — 2.188 votos; Fred (PSDB) — 2.157 votos; Igor Elson (PODEMOS) — 2.151 votos; Je nho do Balneário (PL) — 2.149 votos; Professor Rurdiney (PSB) — 2.129 votos; Elcimara Loureiro (PP) — 1.789 votos; Willian da Elétrica (PDT) — 12.123 votos; Professor Alex Bulhões (PMN) — 1.894 votos;

Acusações contra Ricardo Nunes, candidato a vice de Bruno Covas, podem até influenciar resultados nas urnas Nunes é alvo de inquérito que apu r a i n d í c i o s d e superfaturamento no aluguel de creches privadas pela prefeitura. O candidato a vice-prefeito de S ã o Pau l o ( SP ) , é u m d o s principais alvos dos opositores de Bruno Covas (PSDB) no 2º turno das eleições municipais. As redes sociais foram inundadas por acusações e críticas ao empresário, advogado e vereador desde 2013. Bruno Covas enfrenta um câncer no aparelho digestivo. Embora a doença esteja controlada, não há previsão de cura, e é possível que ele precise se afastar em alguma etapa do tratamento imunológico — a exemplo de outros políticos que enfrentaram doenças graves, como seu avô, o ex-governador Mário Covas, também do PSDB, falecido de câncer em 2001 aos 70 anos.

da promotoria do Patrimônio Público e Social do Ministério Público do Estado de São Paulo que apura indícios de superfaturamento no aluguel de creches privadas que mantêm convênio com a prefeitura. Segundo a promotoria, Nunes teria sido favorecido por meio de sua relação com a Sociedade B e n e c e nt e E q u i l í b r i o d e Interlagos (Sobei), que recebe da prefeitura R$ 329 mil por mês para pagamentos de aluguéis de creches. O vereador nega participação no caso e diz ser a p e n a s “ v o l u n t á r i o” d a instituição. Outro caso de favorecimento que veio à tona durante a campanha foi o repasse de R$ 50 mil, sem licitação, à empresa Nikkey para dedetização de creches. A empresa foi fundada

aplicações nanceiras. Em 2016, ele investiu R$ 450 mil na própria campanha e se reelegeu vereador. Fotos com padres, ajoelhado dentro de templos, prostrado diante de imagens católicas: a cada dez postagens nas redes sociais de Nunes, ao menos três contêm menções à religião. O vice de Covas é conservador, ligado à ala carismática da igreja católica e integra a bancada da Bíblia na Câmara Municipal de São Paulo.

HOMENAGEM DO FATOS & NOTICIAS A UM DOS AFA

FERNANDO MADEIRA

Os votos brancos e nulos somam 8%; não sabem ou não responderam, 4%. Levantamento foi feito entre os dias 21 e 23 de novembro e ouviu 406 pessoas na cidade da Serra. Pesquisa Ibope foi e nc ome nd a d a p el a T V Gazeta. A pesquisa, que foi divulgada segunda-feira (23), aponta os seguintes percentuais de intenção de voto para o segundo turno das Eleições 2020 para a Prefeitura da Serra: Sérgio Vidigal (PDT): 56%; Fábio (Rede): 32%; Branco/nulo: 8%; Não sabe/não respondeu: 4%; Votos válidos. Para calcular os votos válidos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O p r o c e d i m e nt o é o m e s m o utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado o cial da eleição. Para vencer no 2º turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um voto. Margem de erro: 5 pontos percentuais para mais ou para menos; quem foi ouvido: 406 votantes; Quando a pesquisa foi feita: 21 a 23 de novembro; Número de identi cação na Justiça Eleitoral: ES-09256/2020 O nível de con ança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro.

(crescimento de 13 pontos percentuais).

REPRODUÇÃO/FACEBOOK

“Estou pensando em criar um vergonhódromo para políticos sem-vergonha que, ao verem a chance de chegar ao poder esquecem os compromissos com o povo//A educação é o único caminho para emancipar o homem. Desenvolvimento sem educação é criação de riquezas apenas para alguns privilegiados//Devemos fazer o desenvolvimento para o homem e não condicionar o homem à sua prática. A grande revolução a que aspiramos, a qual, ao nosso entender, precede a do próprio progresso econômico, é a educação do povo. Uma revolução que liberte o povo do analfabetismo e da ignorância”, Leonel de Moura Brizola

Outro ponto de preocupação é o histórico de abandono do cargo por ex-prefeitos do PSDB em São Paulo. Os dois outros tucanos que administraram o município, José Serra e João Doria, interromperam o mandato para concorrer ao governo do estado, em 2006 e 2018, respectivamente. Embora venda a imagem de “ scal” do dinheiro público e defenda o “combate à corrupção”, Nunes é alvo de uma investigação

por Nunes em 1997 e tem como sócias a esposa e a lha dele. As oito creches dedetizadas são controladas pela Associação Amigos da Criança e do Adolescente (Acria). A presidenta da instituição é Eliana Targino, ex-funcionária de Nunes, e o vice-presidente da Acria é José Cleanto Martins, pai de uma assessora do vereador, segundo o jornal Folha de S. Paulo. Ao jornal, o vereador negou o favorecimento e alegou que os v a l o r e s c o b r a d o s e s t av a m “abaixo dos de mercado”, como “uma forma de ajudar as creches”. Ele também nega que a Acria seja dirigida por aliados. Ricardo Nunes declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 4,8 milhões, entre imóveis e

MAIORES JOGADORES DA HISTÓRIA DO FUTEBOL MUNDIAL Maior jogador da história do futebol argentino sofreu uma parada cardiorrespiratória em sua casa em Tigre, Argentina. “Eu sabia que Pelé era um deus como jogador. Agora que eu o conheci, sei que também o é como pessoa//O primeiro gol contra a Inglaterra? Foi a mão de D e u s ”, M a r a d o n a . G ê n i o indomável. Deu uma Copa do Mundo para a Argentina. Viveu como quis.


6 TECNOLOGIA

26 A 30 DE NOVEMBRO DE 2020

Utensílios de bambu e bagaço da cana se decompõem em 60 dias Além do benefício ambiental, material pode ter custo mais baixo do que plásticos ecológicos disponíveis hoje no mercado

Navio em formato de zíper chama a atenção no Japão

©RUBY WALLAU/UNIVERSIDADE DO NORDESTE BORED PANDA

O bagaço da cana-de-açúcar, subproduto do processo de extração, pode ser matériaprima para plásticos biodegradáveis. Adicionando bambu na composição, chega-se a uma combinação ecológica, e ciente e barata. É o que sugere pesquisadores da Universidade d o Nord e ste, no s E st a d o s Unidos, em artigo à revista Matter. Em laboratório, os estudiosos testaram o uso dos dois materiais para criar bandejas, copos e tigelas. O objetivo era encontrar potenciais substitutos para os descartáveis. A nal, a comodidade de “usar e jogar fora” foi popularizada há poucas décadas, mas foi tempo su ciente para tornar-se um dos grandes desa os ambientais.

porque são baratos e convenientes”, a rma Hongli ( Ju l i e ) Z h u , p r o f e s s o r a e c o au t o r a d o a r t i g o. “Ma s acredito que uma das boas soluções é usar materiais mais sustentáveis”. De origem chinesa, Hongli a rma que a primeira vez que pisou nos Estados Unidos, em 2007, cou chocada com a quantidade de itens plásticos descartáveis disponíveis nos supermercados. Tempos depois passou a focar seus estudos na i d e nt i c a ç ã o d e mate r i ais naturais e tecnologias que ajudem a reduzir nossa dependência do petróleo. Hongli e seus colegas da Universidade do Nordeste moldaram recipientes enrolando bras de bambu longas e nas

“É difícil proibir as pessoas de usar contêineres descartáveis

com bras curtas e grossas de bagaço de cana — formando

uma rede estável. O resultado é um material forte, limpo, não tóxico, e ciente para reter líquidos e o melhor: começa a se decompor após 30 a 45 dias no s olo. Em 60 dias, p erde completamente sua forma. A composição do “plástico” alternativo leva também AKD (Dímero Alquil Ceteno) — um produto químico seguro para a indústria alimentícia — para aumentar a resistência ao óleo e à água. De acordo com os pesquisadores, o novo produto emite 97% menos CO2 do que os recipientes de plástico e 65% menos CO2 do que produtos de papel e plástico biodegradáveis disponíveis no mercado. Por aproveitar de resíduos, o custo também é favorável — sobretudo em comparação aos biodegradáveis. O próximo passo é baixar ainda mais para competir com os copos plásticos tradicionais. Agora, imagine o potencial do Brasil, que é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. Não à toa, o bagaço da cana já é estudado para diversas nalidades e esta pode ser mais uma delas.

Criado pelo artista japonês Yasuhiro Suzuki, um navio em formato de zíper percorreu as águas do rio Sumida, em Tóquio, durante os dias 31 de outubro a 8 de novembro deste ano, como parte da mostra DESIGNART Tokyo 2020. Com a ideia de funcionar como uma espécie de fecho-éclair entre as pontes Azumabashi e Sakurabashi, a embarcação não demorou a chamar a atenção da população local. Conhecido por se inspirar em objetos do cotidiano para formular seus projetos, Suzuki teve a ideia para a embarcação enquanto sobrevoava a baía de

Tóquio, quando, ao olhar para baixo, imaginou que um barco aparentemente “abria” o rio como se fosse um acessório de roupas. Foi então que surgiu o conceito do zíper de nove metros de comprimento, com a proposta de “extrair e transmitir as várias expressões da água”. Batizado de Zip-Fastener Ship, sua superfície é totalmente constituída p or um cor p o cromado, ponte e um extrator, além do próprio design único que se assemelha, visto do alto, a um descompactador de ondas. Devido à pandemia e ao silêncio em que o rio Sumida se encontra, ele ganhou mais destaque ainda

em meio à extensão das águas. Em 2010, o protótipo inicial da embarcação de formato peculiar s u r g iu du r ant e o Fe s t i v a l I nt e r n a c i o n a l d e A r t e d e Setouchi, no Japão, também projetado por Suzuki. Porém, a versão apresentada era bem menos ambiciosa do que a atual, já que tratava-se de uma lancha com dimensões menores e com outra trajetória, navegando entre as cidades de Takamatsu e Megijima. Apesar disso, o projeto do ar t i s t a n ã o d e i xou d e s e r reconhecido, resultando no prêmio de arte interativa no Digital Stadium Awards.

Urnas Eletrônicas são conáveis? O eleitor pode garantir o sigilo e integridade do seu voto? O eleitor tem que confiar em duas coisas ao sair de casa para votar: no político que escolher, é claro, mas também no sigilo e integridade do seu voto. Quando o assunto é eleição, o Brasil é referência mundial com o seu processo eleitoral de primeira geração. Mas o que isso quer

experiência, a votação sem os comprovantes impressos foi proibida na Holanda por falta de confiabilidade. O efeito foi cascata em vários países. Os brasileiros são atualmente os únicos que votam sem o c omprov ant e i mpre s s o. O destino do voto fica atrelado cem JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

dizer? Que as eleições são mais ágeis, rápidas e a apuração mais transparente e segura. Pelo menos era o que deveria ser. Foi aqui no nosso País que, pela primeira vez, em 2000, todos os eleitores votaram em urnas eletrônicas. Quase 20 anos após a

por cento à tecnologia. Por aqui, nossa escolha é totalmente dep endente do s of t ware e inauditável. Erros não detectados pelo software geram erros no resultado. Ao redor do globo, as urnas são de segunda geração, pois elas registram o

voto virtual/digital, além do material/em papel. Isso garante uma auditora do resultado sem depender do funcionamento do software. São as armadilhas do avanço. Se por um lado traz coisas maravilhosas, exige uma atenção redobrada por outro do Tribunal Superior Eleitoral. O presidente do TSE, Luís Roberto B arros o, garante que os brasileiros não precisam se preocupar com a integridade do sistema, apesar de relatos de atraso e ataques de hackers nas horas seguintes de votação no primeiro turno. Momentos assim fazem o cidadão refletir e querer mais garantia de segurança dentro de casa. Houve um aumento de 605% no total de detecções de ameaças com o tema covid-19 no segundo trimestre deste ano. Para garantir sua proteção você precisa de um antivírus de total s e g u r a n ç a c o m o o Te r r a Antivírus que tem pacotes de acordo com a sua necessidade. Fique Seguro!


CIÊNCIA 7

26 A 30 DE NOVEMBRO DE 2020

Arqueólogo acredita Cientistas querem ' ter encontrado a casa diminuir o brilho' do onde Jesus passou a Sol na África do Sul infância A hipótese do professor Ken Dark será divulgada através de um livro, o homem estuda o tema há 14 anos

Medida drástica foi sugerida para combater a seca em várias regiões do país, a fim de evitar que, até o fim do século XXI, ele chegue ao ponto onde não haverá água para todos ©ENGINEER STUDIO/SHUTTERSTOCK

©DIVULGAÇÃO/KEN DARK

De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal britânico e Times, na segunda-feira (23), o arqueólogo, pesquisador e professor inglês, Ken Dark, acredita ter encontrado o local que serviu como casa para Jesus Cristo em sua infância. S egundo a publicação, o arqueólogo — que estuda o tema há 14 anos — a rma que uma casa antiga remontada no século 1º, em Nazaré, pode ter sido o lar de Jesus, Maria e José. Sabe-se que o local alvo da pesquisa agora está incorporado a uma caverna natural, apenas uma escada de pedra sobreviveu aos anos. Para Ken, a residência possuía anteriormente vários

quartos, um pátio e um terraço. De acordo com a matéria, a região em questão já havia sido pesquisada na década de 1930, mas, na ocasião, especialistas descartaram a ideia de classi car as ruínas do local conhecido como o Convento das Irmãs de Nazaré. Através de seu novo livro: As Irmãs do Convento de Nazaré: um período romano, bizantino e cruzado no centro de Nazaré — que será publicado o cialmente nesta quinta-feira (26), Dark faz n ov a s re ve l a ç õ e s e m s e u s estudos sobre as ruínas, como, a hipótese de que a casa tenha sido construída por um excelente c ar pi nte i ro, pro ss ã o qu e

acredita-se ter sido a de José. A p es quis a do profess or também revela a construção de uma igreja na parte superior da residência, feita com mosaicos e mármores. Para o pesquisador, as características batem com a de uma igreja bizantina construída no século 7º, supostamente feita no local em que Jesus havia passado sua infância. Contudo, o arqueólogo reitera que não há evidências que c ons i g am c omprov ar su as teorias. O homem usa a justi cativa de que provar a autenticidade de qualquer hipótese relacionada à época seria muito difícil, dada à falta de evidências anteriores.

Cientistas resolvem mistério da formação da Nebulosa do Anel Azul ©REPRODUÇÃO VIMEO DE PRINCENTON

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

BOB BEHNKEN

A formação da Nebulosa do

Anel Azul, localizada a

6.300 anos-luz de distância

presente caso, a nação sulafricana crê que, se nada for feito, um “Dia Zero” deve tornar a disponibilidade de água tão escassa no país que, ao m do século XXI, ela se tornará algo raro, inacessível para toda a população.

A seca em diversas regiões da África do Sul está se tornando cada vez mais severa, ao ponto de cientistas do país sugerirem uma medida drástica: o lançamento de partículas re exivas na at m o s f e r a p a r a r e d u z i r o impacto da luz solar no solo e evitar que o problema se torne tão grande a ponto de a água se tornar insu ciente. Segundo o jornal sul-africano Mail & Guardian, a ideia pode trazer consequências graves tanto no aspecto ecológico como no geopolítico. Entretanto, dada a gravidade da situação, os especialistas já estão deixando a opção engatilhada para o caso de outras possibilidades falharem. A África do Sul teme o que se tornou conhecido como “Dia Zero”, um evento climático onde algum recurso natural e abundante para nós hoje, tornarse-á tão raro no futuro que sua falta pode trazer implicações catastró cas à humanidade. No

Para isso, um time de pesquisadores da Universidade da Cidade do Cabo publicou um estudo onde argumenta que a liberação de partículas de dióxido de enxofre em aerossol na atmosfera pode reduzir esse cenário ao longo dos anos. Eles ressaltam, porém, que a medida serviria mais para manter as coisas como estão agora, do que efetivamente “consertar” o problema. “Nossas descobertas sugerem que manter a temperatura média global nos níveis de 2020 (...) poderia mitigar o risco de um 'Dia Zero' ao m do século em até 90%, mantendo as secas nos

da Terra, sempre foi um mistério para os cientistas, desde a sua descoberta em 2004. Agora, 16 anos depois, eles nalmente cons eguiram entender como ela surgiu e explicaram tudo em um estudo publicado na revista Nature. De acordo com o astrofísico do Carnegie Institution for Science, Mark Seibert, o anel azul é, na verdade, a base de uma nuvem em formato de cone de hidrogênio molecular brilhante, que se afasta da estrela no centro da nebulosa em direção à Te r r a . D a d o s d e o b s e r v a ç õ e s re c e nt e s , usando diferentes equipamentos, também indicaram a existência de uma segunda nuvem, idêntica, mas que se forma na direção oposta.

Para a equipe liderada por Seibert, essas nuvens de v e s t í g i o s u o r e s c e nt e surgiram após a colisão de uma estrela de tamanho semelhante ao Sol com out ra de mass a muito menor. Com o choque estelar, que teria ocorrido há “apenas” alguns milhares de anos, as duas acabaram se fundindo. Embora esse tipo de fusão seja comum, tais eventos são difíceis de estudar, por causa dos detritos liberados ap ós a colis ão, atrapalhando a visão dos pesquisadores. Por isso, a e qu ip e a c re d it a qu e a Nebulosa do Anel Azul represente o estágio nal do pro cess o, quando os resíduos liberados pelo choque começam a desaparecer, oferecendo uma boa visibilidade do objeto.

níveis que conhecemos hoje”, a rmam os cientistas em seu estudo. Mais além, o estudo r e l at a q u e a l i b e r a ç ã o d e aerossóis re exivos na atmosfera não faria nada para combater o aquecimento global, mas meramente serviria de máscara para um de seus efeitos. Mais além, uma ação tão drástica poderia gerar con itos políticos globalizados. “O gerenciamento de radiação solar afetaria fortemente o clima, produzindo 'vencedores' e 'perdedores' em diferentes regiões, com diferentes níveis de entrega”, argumentou a ONG Climate Analytics em um estudo de dezembro de 2018. “Assim sendo, isso provavelmente se tornaria uma fonte de massivos con itos entre nações. Se isso não for completamente banido, essa ação colocaria o poder de desencadear um choque climático nas mãos de indivíduos especí cos”. Os cientistas concordam com essa percepção, até um certo g r a u : “ Um a m u d a n ç a d e localidade, modelo ou entrega desse gerenciamento da radiação solar pode trazer resultados bem diferentes”. Por ora, a ideia está no campo da teoria, e executá-la deve exigir uma participação bem mais aprofundada da comunidade global.

A equipe por trás da descoberta sobre a formação da Nebulosa do Anel Azul divulgou uma animação que permite entender melhor a estranha estrutura do objeto. O anel de tom azulado que rodeia a estrela central for m a d a ap ó s a f u s ã o estelar, catalogada como TYC 2597-735-1, chamou a atenção dos astrônomos qu an d o f oi v i s t o p e l a primeira, em 2004, usando o telescópio espacial Galaxy Evolution Explorer (Galex), equipamento já descontinuado pela Nasa. No entanto, a tonalidade deste anel peculiar é apenas um efeito óptico gerado pela codi cação com a cor azul nas imagens do telescópio, já que a nebulosa só emite luz ultravioleta invisível ao olho humano.


8 BEM-ESTAR

26 A 30 DE NOVEMBRO DE 2020

Alimentos que fazem bem ao coração Consumir alimentos que fazem bem ao coração ajuda o órgão a desempenhar suas funções e benecia todo o resto do organismo ©ISTOCK

Os médicos, nutricionistas e demais pro ssionais da saúde não recomendam cuidar da alimentação à toa. Consumir alimentos que fazem bem ao coração ajuda o órgão a obter os nutrientes de que precisa para desempenhar suas funções e b e n e c i a t o d o o re s t o d o organismo. Os alimentos fornecem ao corpo a energia de que precisamos para realizar as atividades do dia a dia, por isso, é tão importante observar o que colocamos no prato a cada refeição. Às vezes, sem perceber, podemos estar ingerindo mais açúcares, gorduras, e alimentos embutidos e industrializados do que deveríamos, acreditando que tudo esteja sob controle em nossa dieta alimentar. Por essa razão, selecionamos sete alimentos para você incluir no cardápio que vão colaborar com o seu bem-estar global. Abacate — É um dos alimentos que fazem bem ao coração porque contém ômega 9, um tipo de gordura boa para o organismo, e várias vitaminas do complexo B. Esses compostos ajudam a diminuir o risco de formação de coágulos e, consequentemente, de entupimento das artérias que podem provocar infarto do miocárdio. Aveia — É um tipo de cereal que colabora com a redução do “mau” colesterol (LDL) e o aumento das taxas do “bom” colesterol (HDL), por ser rico em bras, vitaminas e minerais. O ideal é consumir o equivalente a duas colheres de sopa todos os dias, seja na forma de farelo ou em ocos. Linhaça — É uma semente rica em ômega 3, vitamina E e bras, que, no organismo, transformam-se em agentes promotores do colesterol bom e, consequentemente, em redutores do nível de colesterol ruim, assim como a aveia. Castanhas — Nozes, amêndoas e castanha-do-pará também são ricas em ômega 3, nutriente que, no organismo, age como um

Nutricionista - CRN:14100665

Pão de milho de liquidificador RECEITA DE VOVÓ

P

anti-in amatório natural e ajuda a controlar os níveis de triglicerídeos. Além disso, c o nt ê m c á l c i o, m a g n é s i o, fósforo, selênio e vitaminas B e E, que colaboram para evitar a formação de radicais livres. O i nd i c a d o é c onsu m i r u ma castanha-do-pará, duas nozes ou quatro amêndoas todos os dias. Azeite extravirgem — Temperar a salada ou outro alimento que harmonize com azeite de oliva extravirgem é uma boa maneira de prevenir a formação de coágulos sanguíneos e placas nas paredes das artérias. Ingerir o equivalente a duas colheres de sopa do óleo diariamente ainda faz com que o organismo não s of r a c om a lto s n íve i s d e colesterol total. Pelo contrário, aumenta as taxas do colesterol bom. Peixes de água fria — Incluir

100 gramas de salmão, atum, sardinha ou truta nas refeições, duas vezes por semana, faz bem para a pressão sanguínea e ajuda na prevenção da arteriosclerose. Os peixes de água fria são os que contêm uma concentração maior de ômega 3, nutriente essencial para o controle dos níveis de colesterol ruim e para evitar in amações nos vasos sanguíneos. Vinho ou suco de uva integral — Qualquer um dos dois oferece benefícios para a saúde do coração por possuírem um tipo de oxidante que inibe a junção das plaquetas às placas de gordura e, consequentemente, a formação de coágulos que desencadeiam doenças como a arteriosclerose e a trombose. Mas atenção: o vinho deve ser consumido com moderação. Não se deve ingerir mais do que uma taça por dia.

Essência das pessoas permanece a mesma ao longo da vida Somos a mesma pessoa ao longo da vida? Um estudo psicobiológico publicado no periódico Psychophysiology, no dia 30 de setembro deste ano, sobre identidade pessoal e sua modi cação ao longo do tempo mostra que a essência das pessoas permanece amplamente estável ao longo dos anos. Miguel Rubianes, autor do artigo e pesquisador da Universidad Complutense de Madrid (UCM), na Espanha, explicou que o objetivo do

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

estudo era responder "se as pessoas são as mesmas ao longo da vida". "Em conjunto com materiais anteriores da literatura, nossos resultados indicam que há um componente que permanece estável, enquanto outra parte é mais suscetível a mudanças ao longo do tempo". O que ca estável é a "continuidade do self ", ou seja, a capacidade de autoconsciência e de autorreconhecimento. Os fatores que passam por

mudanças são aspectos físicos, processos siológicos e até mesmo atitudes, crenças e valores. Esses sim estão mais sujeitos a mudanças. Mesmo componentes como traços de personalidade tendem a mudar um pouco ao longo dos anos, mas "o sentido de ser você mesmo é preservado, melhorando nossa compreensão da natureza humana", explica Rubianes.

ão caseiro é uma delícia! O aroma invade a casa e, quando acompanhado de um café fresquinho, não tem coisa melhor! Então con ra abaixo esta receita de pão de milho de liquidi cador, que ainda por cima é muito prática e fácil de fazer e vai agradar toda sua família! Ingredientes 1ovo 1/2 xícara de chá de óleo 1 1/2 xícara chá de leite morno 1 xícara chá de milho 1 xícara chá de fubá 1 colher chá de sal 2 1/2 xícara chá de farinha de trigo 2 colheres chá de açúcar 1 pacote de fermento biológico seco instantâneo 10g Preparo No liquidi cador coloque o milho, óleo, ovo, leite morno,

fubá e o sal e bata bem. Em uma tigela misture o fermento, a farinha de trigo e o açúcar. Adicione a mistura do liquidi cador. Misture por cinco

untadas e polvilhadas com fubá, despeje a metade da massa em cada forma. Cubra com um pano e deixe descansar por mais 30 minutos.

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

minutos. Cubra com um pano e deixe des cansando p or 40 minutos. Em duas formas retangulares

Polvilhe fubá na superfície e coloque no forno preaquecido em 180°, por aproximadamente 35 minutos.

©ISTOCK

Como o estudo foi feito? Vinte participantes com média de 23 anos e sem histórico de distúrbios neurológicos ou cognitivos, tiveram suas atividades cerebrais registradas p e l o e x a m e E E G (eletroencefalogra a); o grupo deveria realizar duas tarefas du r ante o e x ame : u ma d e identi cação (de si mesmo, amigos ou desconhecidos) e uma de reconhecimento de idade (adulto, adolescência e infância). Quais foram os resultados do estudo? Além de mostrar que nossa essência não passa por muitas mudanças ao longo da vida, o estudo também teve um grande

achado. O artigo determinou quanto tempo leva para o c é re bro re c on h e c e r n o s s a própria identidade como diferente se comparada com outras: cerca de 250 milissegundos.

Por que este estudo é importante? O autor do estudo disse que o resultado "demonstra a importância da investigação básica e clínica no estudo do papel da identidade pessoal". Isso porque este conceito pode ser "muito mais importante do que se pensava anteriormente, além de desempenhar um papel fundamental em processos de avaliação e inter venção psicológica". Ainda de acordo com o pesquisador da UCM, alterações na percepção de si mesmo podem estar implícitos a vários transtornos de personalidade, como transtorno bipolar e personalidade narcisista, e até mesmo outras doenças mentais, como esquizofrenia e depressão.

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES


SAÚDE 9

26 A 30 DE NOVEMBRO DE 2020

Coração bioimpresso treina médicos e pode ser transplantado no futuro Feito de um material elástico que imita o tecido cardíaco, o órgão impresso em 3D possui todas as cavidades, veias e artérias do seu par real ©AMERICAN CHEMICAL SOCIETY/YOUTUBE

O transplante de órgãos salva a vida de pessoas todos os dias. Infelizmente, porém, o número de doadores ainda é inferior a quantidade de pessoas que precisam de órgãos, e por isso cientistas buscam alternativas para aumentar essa oferta, seja por meio de pesquisas com células-tronco, uso de órgãos de animais, robótica, clonagem e até impressão 3D. No caso deste último, uma equipe da Carnegie Mellon University, nos Estados Unidos, criou o primeiro modelo de um coração humano bioimpresso em tamanho natural e que imita de forma realista a elasticidade do tecido cardíaco. Por enquanto, o projeto visa ajudar médicos a criar uma réplica de um coração real para preparações précirúrgicas — mas pode servir como bas e para no futuro substituir órgãos humanos completos. A técnica foi batizada pelos pesquisadores de "Freeform Reversible Embedding of

Suspended Hydrogels" (incorporação reversível de forma livre de hidrogéis suspensos, em inglês), ou "Fresh", e envolve usar uma agulha para injetar biomaterial em um recipiente com hidrogel macio, que apoia o objeto durante a impressão. Uma vez terminado, basta aquecer o recipiente para fazer com que o hidrogel derreta, deixando apenas o objeto 3D bioimpresso.

O modelo é criado a partir de dados de ressonância magnética, para que possa servir perfeitamente ao paciente. Adam Feinberg, professor de engenharia biomédica da Carnegie Mellon University trabalha no projeto há dois anos, e explica que muitos hospitais possuem máquinas de impressão 3D de para ajudar os cirurgiões a planejar o procedimento real, mas esses tecidos e órgãos só

podem ser modelados em plástico rígido ou borracha. "Agora podemos construir um modelo que não só permite o p l a n e j a m e nt o v i s u a l , m a s permite a prática física", conta Feinberg. "O cirurgião pode manipulá-lo e fazer com que ele realmente responda como um tecido real, de modo que, quando entrarem no local da operação, tenham uma camada adicional de prática realista nesse

ambiente". O coração bioimpresso é feito de um polímero macio e natural chamado alginato, com propriedades semelhantes às do tecido cardíaco real. Além disso, qu an d o a b e r t o, o c or a ç ã o apresenta as mesmas cavidades que seu par do mundo real. O alginato, que é derivado de algas marinhas, ainda se destaca pelo seu baixo custo de produção. Os pesquisadores já imprimiram em 3D uma seção separada de uma artéria coronária usando a mesma técnica. A ideia é provar que a cópia seria capaz de transportar sangue, permitindo, no futuro, a criação de um coração com vascularidade interconectada — dessa forma, os cirurgiões poderiam praticar a sutura de artérias com sangue ainda uindo. E ss as me s mas e st r utu r as macias e biocompatíveis podem um dia fornecer a estrutura na qual as células aderem e formam um sistema orgânico, abrindo

portas para seu uso em transplantes de órgãos humanos. "Embora ainda existam grandes obstáculos na bioimpressão de um coração humano funcional em tamanho real, estamos orgulhosos em ajudar a estabelecer sua base de base usando a plataforma Fresh", a rma Eman Mirdamadi, pr i n c ip a l autor d o e stu d o publicado na ACS Biomaterials Science & Engineering que descreve a criação do material. Células do músculo cardíaco humano já são cultivados em laboratórios, a partir de célulastronco. O desa o, por enquanto, é de produção: atualmente só é possível fazer 100 milhões de células por vez. Para um coração d e t a m a n h o n or m a l , v o c ê precisaria de 100 bilhões de células. "Mas uma vez que isso s ej a res olv ido, temos ess a tecnologia de fabricação pronta para funcionar", diz Feinberg, que acredita que isso pode acontecer em dez anos.

Pesquisadores brasileiros desenvolvem antisséptico bucal que promete reduzir proliferação da covid Um grupo de 60 pesquisadores brasileiros descobriu uma fórmula de antisséptico bucal que é capaz de inativar em 96% a proliferação do vírus da C ov i d - 1 9 . A e f i c á c i a d o produto foi comprovada com testes feitos em seres humanos. O estudo foi desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Inovação da Dentalclean e teve o apoio de quatro centros de referência de pesquisa (Universidade de Odontologia de Bauru — USP, Instituto de Ciências Biológicas — USP, Instituto Federal do Paraná e Universidade Estadual de Londrina). O antisséptico teve aprovação da Anvisa para o uso dos seres humanos em outubro deste ano. Contudo, a pesquisa não se trata de uma cura, mas uma possível prevenção. Com isso, autoridades mantêm a orientação do uso de máscaras e distanciamento social.

De acordo com Fabiano Vieira Vilhena, cirurgião dentista e doutor em Biologia O r a l p e l a Fa c u l d a d e d e Odontologia de Bauru (FOB), o composto foi desenvolvido a partir da tecnologia Phtalox, um pigmento especialmente desenvolvido que promove a formação de oxigênio reativo a partir do oxigênio molecular, sendo capaz de inativar o vírus da covid na boca. Para chegar a este resultado, Fabiano informou que foram feitas seis etapas de estudos, envolvendo 107 seres humanos. Segundo o pesquisador, outros estudos ainda estão previstos, envolvendo 2,1 mil pessoas, para evoluir outros atributos que o antisséptico bucal pode proporcionar. As pesquisas feitas foram registradas na ReBEC e Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo Paulo Sergio da Silva Santos, professor de Pós-

Graduação em Ciências Odontológicas da FOB, os p es quis adores já tinham conhecimento da capacidade do Phtalox de reduzir microrganismos na boca. Com a pandemia, surgiu a ideia de testar o composto com vírus e houve comprovação clínica da eficácia do produto em 96% das amostras colhidas. O pesquisador Fabiano destacou que o antisséptico não é medicamento ou vacina, mas serve como suporte ao tratamento da covid. "Ele faz com que a carga viral diminua e dê condições para que o organismo e os medicamentos possam de fato melhorar a condição de saúde daquele indivíduo", explica. De acordo com os pesquisadores, o produto poderá ser utilizado no dia a dia, fazendo parte dos cuidados com a saúde bucal. Através do bochecho e do gargarejo com o antisséptico, a solução tem a possibilidade de reduzir o vírus que pode ter entrado pelo nariz ou pela boca, informou o professor Paulo.

Além disso, o produto foi testado no tecido de máscaras

para identificar a carga viral nos pacientes. ©DIVULGAÇÃO

e também foi comprovada a redução da carga viral em 98,75%. Os pesquisadores informaram que 14 pessoas com diagnóstico positivo para covid também foram monitoradas utilizando o antisséptico e elas se recuperaram rapidamente, se tornando assintomáticas em alguns dias. Depois disso, o produto pass ou a s er test ado em pacientes internados com covid no Hospital Estadual de Bauru. Um grupo recebeu a substância ativa Phtalox, enquanto outro utilizou o placebo. A partir disso, foram analisadas amostras de saliva

Segundo Paulo Sérgio, os moradores que receberam a substância ativa negativaram a carga viral e reduziram o tempo de internação pela metade, em relação aos pacientes que receberam o placebo. Já um terço dos pacientes que receberam o placebo tiveram que ir para UTI e três deles morreram com covid. Segundo os pesquisadores, outros estudos com o antisséptico bucal ainda vão ser realizados. Em parceria com Secretaria de Saúde do município de Uru, no interior de São Paulo, os pesquisadores vão utilizar o produto na

população em geral e monitorá-la por 60 dias. A ideia, de acordo com Paulo Sérgio, é fazer um trabalho de prevenção e identificar se o antisséptico vai diminuir a incidência da Covid na cidade, que tem cerca de 1,3 mil habitantes. Outra pesquisa será feita novamente no Hospital Estadual de Bauru, testando o produto nos profissionais que trabalham na UTI de covid e em outros profissionais de saúde. De acordo com Giuliano Castro, gerente nacional de negócios da Dentalclean, o produto estará à venda na primeira semana de dezembro nas redes de varejo eletrônico, a liment ar e far máci a. O antisséptico é de 600 ml, o suficiente para uso diário durante um mês. O gerente informou que o produto vai custar em torno de R$ 30 e tem um sabor agradável, levemente mentolado. Para 2021, a ideia é d isp on ibi l i z ar a s olu ç ã o também em forma de gel dental e spray bucal.


10 Criança hoje, Criança amanhã

26 A 30 DE NOVEMBRO DE 2020

ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

Estragos Permanentes da Privação Materna pela Acusação de Alienação Parental — Parte II MAIA RUBIM/SUL21

A

(27) 33337-2008

abusadores/violentos, divulgam uma lista de distúrbios estudados e comprovados como sequelas dos abusos incestuosos, há muito conhecida pelos pro ssionais sérios que seguem a Ciência. O curioso é que é toda a lista de consequências do abuso sexual, como se igual, ou da mesma ordem, fosse. Desviase, assim, à essência do ato de abuso sexual, à violação do corpo e da subjetividade, para c o l o c a r, r a s a m e n t e , u m agravamento na tal alienação. Ur g e t e r m a i s s e r i e d a d e pro ssional e mais re s p on s a bi l i d a d e c om o s pequenos. A Lei de Alienação Parental, que foi baseada neste termo inventado por Gardner para fazer laudos em defesa de p e dó los, gan hou esp aço porque traz uma ilusão de solução mágica: não houve abuso, foi a mãe alienadora. Foi criado um So sma para transformar abuso em alienação e trazer, assim, a “solução” do crime que é arquivado e transformado em con ito conjugal. Gostaria muito de saber como uma mãe que teve uma suspeita ou con rmação de que seu lho ou

l h a e s t á s e n d o a bu s a d o sexualmente pelo pai, pode agir da mesma maneira com este pai, entregando com sorriso no rosto a criança para visitas e pernoites. É evidente que, se ela tem o convencimento de que algo de inadequado está acontecendo, ela se oporá a esta convivência. Ou alguém acha que isto é a tal da alienação? A Juíza da Suprema Corte de Portugal, Dra. Maria Clara Sottomayor, enumera quatro tipos de alienação parental que poderiam ocorrer. Segundo ela há uma forma justi cada e outra injusti cada, uma transitória e outra duradoura. Pelo pensamento da Maria Clara Sottomayor, que se dedica ao Direito das Crianças com vários livros sobre o tema, podemos depreender que se a mãe tem um motivo, a forma justi cada, para evitar o convívio livre do pai com a criança, nada mais adequado do que pedir a averiguação pelo órgão que tem a prerrogativa da Proteção infantil, que exerça esta sua função. Como já falamos, há, em certos ex-casais, uma busca de pro c u r a r o c u lp a d o p e l o término do relacionamento. A separação traz a morte de um

projeto a dois, de vários hábitos de convivência, e é natural que, neste período de luto, os excônjuges lancem acusações recíprocas. Neste clima de f r ust ração, ent re os mais imaturos, é frequente que apareçam manipulações e chantagens emocionais com as crianças. Esta situação tende a se amenizar à medida que as vidas são refeitas. E as crianças

viciado de que toda mãe após a s e p a r a ç ã o é r e s s e nt i d a e vingativa, e que quer prejudicar o ex, tendo como motivo querer mais dinheiro. Esta desculpa não se encaixa mais na atualidade. Talvez as mulheres fossem assim, por pressão social e a u s ê n c i a d e pro ssionalização, na década de 30 ou 40 do século passado. Vemos que, mesmo nos casos

ressentida e vingativa, aparece. E, mesmo que que claro que ela está buscando exercer a m at e r n i d a d e , e l a v a i s e r chamada de louca. “Mulher louca” é uma locução bem divulgada há séculos e séculos. Uma vez chamada de “alienadora”, em qualquer ponto do processo de família, o c r i m i n a l n ã o pro g r i d e, a denúncia inicial é logo arquivada porque “é alienação”, é uma questão de tempo, curto, para que esta mãe perca a guarda do lho(a), e a Privação Materna Judicial é estabelecida com o afastamento total mãelho(a). A Privação Materna Judicial, para a criança, tem a equivalência de um abandono como a mãe que coloca a sacola com um bebê recém-nascido na caçamba de lixo numa rua deserta. As sequelas da Privação Materna são já bem conhecidas e estudadas, pela sua nocividade permanente, atingem a área psicológica, a área neurológica, a área da escolaridade, a área da sociabilidade, comprometendo o desenvolvimento saudável da criança e a capacidade de autonomia e cidadania do

em que o divórcio foi pedido pela mulher, que ela é uma pro ssional de sucesso, esta d e s c u lp a d e u m a mu l h e r

adulto. C ontinuaremos com as sequelas da Privação Materna Judicial na próxima semana.

REPRODUÇÃO INTERNET

infância passa rápido. Muito rápido. A justiça é lenta. Muito lenta. Processos que se iniciaram como denúncia de abuso sexual intrafamiliar, logo viram Processos de Regulamentação de Visitas e, imediatamente, como instruía Gardner, passam a Processos de “alienação parental” e de inversão de guarda. Promotores e Juízes caem na armadilha de encaminhar para psicóloga determinada por eles, de sua “c o n a n ç a”, u m a ú n i c a pergunta a ser respondida por um laudo: “É alienação parental?”. Não importa se não há um único instrumento de aferição de alienação parental. Ela faz parte dos itens que creditam a in ndável lista de “achismos” que as pessoas cultivam, na ilusão de que estão impressionando nas conversas. Além disso, não há também nenhuma pesquisa clínica longitudinal que possa respaldar uma a rmação de futuro dano psicológico para a criança. Ou seja, todos os “danos” atribuídos são apenas estimativas futuras. E são estas estimativas que são aludidas como de danos tenebrosos, que incluem até as automutilações e o suicídio, característicos dos sentimentos de nojo e aversão ao próprio corpo que foi violado pelo abuso sexual. Um con ito emocional entre os pais não promove ódio pelo próprio corpo, a ponto de atentar contra ele. Se houvesse estudo cientí co sobre as consequências, seria constatado que a grande maioria, quase a totalidade, das crianças que viveram o con ito do luto pelo término da relação amorosa dos pais, não apresenta alterações psíquicas remarcáveis. A nal, é um con ito externo a ela, extracorpóreo. No entanto, os d e fe ns ore s d e st a l o c u ç ã o inventada por aquele médico pedó lo, com a nalidade de montar uma defesa para os pais

aprendem a lidar com este tipo de pais, não sem algum prejuízo para algumas. Mas o que ocorre é que há um entendimento


COMPORTAMENTO 11

26 A 30 DE NOVEMBRO DE 2020

NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA Hipnoterapeuta / Mentora Gestacional Cel.: (27) 99947-8786 Instagram: @nagelaisa.oficial

Dor e Sofrimento A

lgumas dores são i n e v it áv e i s , m a s o sofrimento é opcional. Dores físicas, são um estímulo cerebral para sinalizar que algo não está bem, que precisamos dar atenção ao nosso corpo e nos mostram quando estamos em perigo de vida, em determinados momentos. Mas a dor emocional também existe e, por vezes, se

©FREEPIK

e sofrimento, porque é o que r e c o n h e c e m o s c o m o d o r. Quando a mulher formula uma referência diferente para a sensação, sua percepção já modi ca. E o que era dor, se torna pressão, incômodo, trabalho orgânico do corpo, e deixa de ser sofrimento. Mas é claro que existe um trabalho de desconstrução e ©FREEPIK

torna física. Porque na verdade, a dor não parte do corpo para o cérebro. E sim, ao contrário! Na realidade, nosso vocabulário é um pouco restrito para representar 'todos os tipos' de sensações que experimentamos e acabamos usando a palavra “dor” para representar diversas delas. No parto por exemplo, a palavra “dor” já remete à angustia

construção de crenças, autoimagem, estados emocionais r e l at i v o s a o f e m i n i n o e à maternidade, que precisam ser trabalhados. Mas já percebeu que, por vezes, machucamos alguma parte do nosso corpo e nem sentimos, mas quando nos damos conta do ocorrido, a dor vem em seguida. Porque será? Nosso aspecto emocional e mental (nossos pensamentos,

imaginação), in uenciam muito em nosso físico. E justamente por isso, pessoas que terminam um relacionamento e 'sofrem' por ele, podem até sentir 'dor' no coração. Existem as crenças coletivas, que são transmitidas em um contexto social. Como por exemplo, que quem tem dinheiro não tem felicidade, ou que a dor do parto é a pior do mundo. Existem as crenças biológicas, que são transmitidas no contexto familiar. Como a imagem que se faz do sexo oposto, ou sobre a di culdade ou uidez que a vida nanceira pode ter. Somos frutos do nosso meio. Nos constituímos através daquilo que aprendemos e nosso raciocínio e reações emocionais se pautam em todo esse universo imaginário que se molda em nossa mente. Dessa forma, podemos entender que nosso caminho está praticamente traçado até atingirmos a maturidade mental e emocional. Durante a infância, captamos tudo que está ao nosso redor. P r i n c i p a l m e nt e e m n o s s o ambiente familiar, que é o que mais nos in uencia. E, ao longo do tempo, as 'verdades' começam a se instaurar em nossa mente subconsciente, que é quem orienta nossos julgamentos,

percepções, comportamentos e decisões racionais. E exatamente por cada ser humano ter uma história de vida e experiências diferentes uns dos outros, é que lidamos de forma tão diversa com os acontecimentos em nossa vida. O que precisamos entender, é que existem situações de perigo real ou de experiências tristes. Como seres humanos, não estamos imunes a nen hum t ip o de emoção. Mas sentir uma emoção, não determina nosso estado

emocional, ou o nosso sistema afetivo. Isso é determinado pela qualidade das emoções que nutrimos e transformamos em sentimentos. Uma experiência dolorosa, não precisa especi camente, determinar c o m o n o s s a v i d a v a i s e r. Podemos desenvolver a capacidade de lidar com essas emoções de forma inteligente, acolhendo a genuinidade do que sentimos, dando vazão àquilo, perdoando quando necessário, modi cando nosso olhar e continuando nossa caminhada.

Assim como a gestante pode mudar sua percepção de dor dissociando-a do sofrimento, entendendo que o cérebro é quem a cria e que ela é capaz de controlar ou bloquear essa sensação, tendo uma experiência de parto agradável, todos podem dissociar o sofrimento, mesmo nos momentos mais complicados da vida. Transformando as crenças e percepções quanto ao que acontece na jornada. Somos todos potentes por natureza, só p r e c i s a m o s d e s e nv o l v e r a capacidade!

Brigar com família gera culpa, mas às vezes cortar laços é necessário "Na infância, recebi um apelido maldoso de um primo bem mais velho. Os anos passaram, mas ele continuou uma pessoa extremamente desagradável. Adoro a minha tia, mãe dele, mas não sou obrigado a forjar uma amizade que não me agrada. Romper esse laço foi uma medida necessária", diz o administrador de empresas Paulo Jorge, de 23 anos. "Hoje, apenas nos cumprimentamos com educação quando nos encontramos, o que, felizmente, é raro". As divergências são inevitáveis, fazem parte do curso natural da vida, mas esse sentimento de ter pouco ou nada a ver com a família, além de gerar brigas, desavenças e estranhamentos, pode provocar uma sensação de culpa — a nal, como rechaçar as piadas grosseiras do pai ou as críticas passivo-agressivas da mãe quando o que se prega é 'devemos amar a família acima de tudo' (e aceitá-la do jeito que ela é). A família, biológica ou não, é a primeira referência de relacionamento para qualquer ser humano, por isso quando a convivência não é tranquila há um mix de emoções e

sentimentos em jogo. Em casos muito extremos, em que há d ive rgê n c i a d e opi n i õ e s a respeito de religião e política, por exemplo, ou em que os parentes não aceitem a orientação sexual da pessoa — e ainda a tratem com desrespeito e preconceito — é preciso re etir bem sobre a convivência. "Quando as interações não acontecem, torna-se complicado conviver e esse é um momento delicado. Mas cabe a cada família encontrar maneiras de lidar com elas positivamente, algo que pode ser alcançado em meio a tentativas, erros, acertos, e, claro, com a colaboração de todos os envolvidos", diz Elaine Di Sarno, psicóloga especializada em avaliação psicológica e neuropsicológica e em terapia cognitivocomportamental, ambas pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPqHCFMUSP). No entanto, relacionamentos familiares tóxicos costumam causar sentimentos de isolamento ou solidão, baixa autoestima, culpa, vergonha,

ansiedade e depressão. Em vez de se sentir pertencente a um grupo, a pessoa acumula mágoa e ressentimento. "Obviamente, não somos capazes de admirar pessoas que nos geram des confor to. D ess a for ma, tenderemos a buscar a

têm lhos. "Ao criar o seu próprio grupo familiar, que na verdade é criado a partir de dois grupos familiares de origem distintas, há um distanciamento natural que leva a enxergar certas di culdades até então não percebidas".

convivência mais próxima com àqueles com quem temos mais a nidade, ou seja, que têm gostos e condutas semelhantes aos nossos", diz a psicóloga. Na opinião de Marcelo Lábaki Agostinho, psicólogo clínico do Inst ituto d e Ps i c ol o g i a d a Universidade de São Paulo (IPUSP), as diferenças e as animosidades com a família de origem costumam car evidentes depois que algumas pessoas constituem a própria família e

Além disso, segundo ele, o par costuma trazer outros modelos de família e outras visões sobre como seus membros podem se relacionar. Com a chegada dos lhos, é natural que os novos pais pensem em como foram educados e em como foi a convivência no grupo familiar de origem, e comecem a re etir sobre como fazer diferente, para não repetir erros ou situações que não gostavam quando crianças e adolescentes.

©ISTOCK

Alguns con itos são inevitáveis, mas muitos podem ser solucionados com um bom diálogo e respeito mútuo. Não é fácil desenvolver a habilidade de comunicação, mas trabalhar para isso produz recompensas imediatas e a longo prazo. Não há maneira certa ou errada de lidar c om me mbro s d a f am í l i a tóxicos. Algumas p essoas optam por interromper completamente o contato, enquanto outras tentam t rab a l har com a situ aç ão limitando o contato e tomando medidas para proteger seu bemestar e saúde mental. Segundo Agostinho, quanto mais alguém tiver consciência de como a família funciona e de q u e , n a c o nv i v ê n c i a , s e r á cobrado por algumas coisas que fez ou que deixou de fazer, mais preparado estará para lidar com isso. "Não acho que exista um padrão para estabelecer os moldes dessa convivência, mas, se a pessoa tem consciência de como é a própria família, poderá dosar o quanto aguenta e o quanto precisa de distanciamento entre um encontro e outro para se 'desintoxicar da toxidade'",

explica. É importante frisar que romper laços, por mais libertador que seja, é sempre doloroso e muitas vezes a última opção quando a convivência é hostil ou difícil. Po r é m , p o d e s e r o p r e ç o necessário para se libertar de uma relação que seja desconfortável, desgastante e que causa um sofrimento emocional signi cativo. Cortar o contato também não precisa ser uma decisão permanente, mas pode durar o tempo necessário para que haja um fortalecimento emocional e uma maior resiliência para lidar com possíveis enfrentamentos. Foi o que fez o dentista Vítor Resende, 31, que passou dois Natais sem participar das festas familiares depois que uma tia o criticou abertamente sobre sua escolha de crença religiosa. "Durante esses dois anos, admito que senti falta das comemorações que, com exceção da presença dessa tia mais implicante, em geral, são bem divertidas. Decidi voltar a participar e mudar minha atitude, levando qualquer comentário na esportiva ou simplesmente ngindo que não escutei", conta.


12 OLHAR DE UMA LENTE

26 A 30 DE NOVEMBRO DE 2020

HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Chegamos à reta final A

número de eleitores pela internet, o embate transcorreu com mais

enfrentando durante os últimos oito anos do seu padrinho político, o

número de habitantes do Estado Espírito Santo, estimada em mais de 527 mil pessoas e os 327 mil eleitores assistiram, nesta semana, ao debate promovido pela Rádio CBN. Certamente, a população esperava mais de alguns candidatos do que simplesmente ataques e ofensas. No caso dos candidatos a prefeito da S erra, Sérgio Vidigal e Fábio Duarte, que foram assistidos por um grande

ofensas e defesas do que propostas, essas esperadas por todos que os acompanhavam pelas redes sociais. O c an d i d at o d a R e d e , Fábio Duarte, com n ít i d a i n s e g u r a n ç a , assumiu uma postura mais ofensiva, talvez por estratégia ou por falta de conhecimento mesmo. Com problemas habituais em áreas importantes da estrutura administrativa que o município vem

atual prefeito, pode até ser que ele, com apenas

WWW.SERRA.ES.GOV.BR

Serra é o município com maior

quatro anos de experiência política, possa estar bemi n t e n c i o n a d o, m a s , como sabemos, o inferno está cheio de pessoas com boas intenções, ainda mais tendo como seu principal apoiador, nada m e n o s qu e Au d i f a x Barcelos que, com seu apetite voraz de poder, faz qualquer serrano, exceto, claro, os comissionados, car cabreiro e com pé atrás, você não acha? Fábio Duarte, em raríssimos momentos do debate utilizou tempo para

apresentar projetos. Em um desses segundos, falou da ideia de informatizar o sistema de saúde municipal. Do outro lado, Sérgio Vidigal, candidato do PDT, respeitando o seu debatedor, sempre na defensiva, mostrou-se seguro e conhecedor dos temas abordados. Não era para menos, com três mandatos de prefeito e funcionário público municipal como médico há mais de 30 anos, Vidigal disse ser prova do “engessamento” do sistema de saúde nos últimos oito anos.

Vidigal também falou que a cidade precisa voltar a crescer e entre seus projetos para a evolução da cidade está a a m p l i a ç ã o e fortalecimento da guarda municipal; a implementação do Centro de Referência e Atenção à Mulher. Na mobilidade urbana, quer realizar o corredor de ônibus e transferir o terminal de Carapina para a BR-101, que será uma grande avenida municipalizada. A saúde terá um cuidado especial, lembrando que foi ele quem construiu as Unidades de Pronto Atendimento — UPAs do município, quando esteve à frente da prefeitura. O funcionamento delas será até às 20h e que, outra coisa importante que fará, será a volta do atendimento aos sábados nas policlínicas. Ele acredita que, com essas açõ es logo no início de seu governo, a população voltará a ser atendida dignamente. TATI BELING

Representação contra candidato a prefeito da Serra CENTRO MÉDICO PAULISTA-CEMEP

Movimento de Mulheres da Serra, vem a público, repudiar a fala do candidato a prefeito Fábio Duarte, da Rede. “Diante do grande número de feminicídio e de violência doméstica que vem aumentando drasticamente durante a pandemia da covid-19 e da ausência completa de assistência à mulher na Serra, repudiamos a violência política a todo conjunto

d e mu l he re s d a s o c i e d a d e brasileira, ao justi car a violência doméstica como uma questão de ciúmes, o candidato Fábio Duar te, ao fazer tal juízo, evidencia seu completo desprezo às causas da mulher serrana e sua misoginia. Um político com esse histórico não pode assumir a prefeitura da Serra e muito menos continuar na câmara municip a l. Por iss o, nós

signatárias dessa nota, entraremos com uma representação junto à Câmara Municipal para cassação do vereador Fábio Duarte. Por m, somos solidárias a todas as mulheres agredidas e que se sentiram ofendidas por esse gesto covarde e insano do candidato do atual prefeito, liado à Rede”.


BRASIL 13

26 A 30 DE NOVEMBRO DE 2020

A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

REPRODUÇÃO/YOUTUBE

Sérgio Majeski (PSB-ES) PAULO LIEBERT/SAÚDE É VITAL

Sônia Steins (Patriota -Fundão -ES) Espancamento no Carrefour

Deputado defende participação da sociedade na construção da nova Política de Qualidade do Ar O deputado estadual Sérgio Majeski apresentou indicação ao governo do Estado para incluir o Projeto de Lei nº 328/2020, que estabelece Política, Normas e Diretrizes de Proteção da Qualidade do Ar Atmosférico no âmbito do Espírito Santo na pauta da próxima reunião do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema). Aprovada pelos deputados estaduais na sessão desta quarta-feira (25) na Assembleia Legislativa (Ales), o objetivo da Indicação 2143/2020 é garantir a participação da sociedade na elaboração da nova Política da Qualidade do Ar, favorecendo a inclusão de propostas que realmente contribuam com a diminuição e o controle da poluição. “Em reunião recente do Consema, o presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente informou que o Projeto, que é de autoria do próprio Governo, só seria discutido no colegiado depois que o texto fosse aprovado por nós deputados na Assembleia. Que lógica é essa? A Constituição estabelece que o Poder Público deve assegurar a participação da sociedade nos processos de planejamento, na decisão e na implementação da política ambiental. É essencial que a sociedade tenha voz e participação, a nal as pessoas sofrem muito com os problemas históricos da poluição, principalmente na Grande Vitória”, destaca Majeski.

A vereadora Sônia Steins se disse muito triste com o que ocorreu no último dia 19, em que dois seguranças de empresa contratada pela rede internacional de supermercados Carrefour espancaram até a morte João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos. “Isso é desumano, o respeito é a mola mestra para qualquer sociedade conquistar a felicidade na sua plenitude”, condoeu-se Sônia. REPRODUÇÃO

Fraude Eletrôni ca Plenário aprova projeto que pune com mais rigor quem cometer fraude eletrônica O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (25) um projeto que aumenta a pena para o crime de furto e estelionato, quando ocorrer por meio de fraude eletrônica (PL 4.554/2020). Segundo o autor da proposta, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), o objetivo é combater golpes que tiveram aumento durante a pandemia, como a violação de dispositivos eletrônicos e a indução da vítima para que ela forneça seus dados bancários ou efetue depósitos na conta de criminosos. A proposta segue para a Câmara.

LEOPOLDO SILVA/AGÊNCIA SENADO

Fabiano Contarato (Rede-ES) Senador propõe obrigatoriedade de disciplinas de direitos humanos e combate ao racismo na formação de agentes de segurança pública e privada Senador apresentou projeto de lei que obriga a i n c l u s ã o, n o s c u r s o s d e f o r m a ç ã o e aperfeiçoamento de agentes de segurança pública e privada, de conteúdos relacionados a direitos humanos e ao combate ao racismo, à homofobia, à violência de gênero e demais formas de discriminação. A proposta pretende reverter a violência crescente que gera vítimas fatais não só de forças policiais, mas de agentes de segurança contratados por meio de empresas terceirizadas. “É fundamental engajar agentes de segurança pública e privada na luta antirracista São milhares de casos de racismo que acontecem rotineiramente pelo Brasil. Precisamos, por meio da educação, combater todas as formas de preconceito. Incluir conteúdos relacionados aos Direitos Humanos e ao combate a preconceitos nos processos de formação e aperfeiçoamento destes agentes tem o potencial de revolucionar as práticas e rotinas destes agentes contribuindo para fazer deles atores de transformação, e não mais de reprodução do racismo estrutural da sociedade brasileira”, frisa Contarato. ###

Senado aprova aumento de pena para crimes por discriminação e preconceito APPAI.ORG.BR O Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (25), um projeto de lei (PLS 787/2015) que aumenta a pena para quem cometer crime motivado por discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional ou orientação sexual. O agravante penal da proposta original tratava do racismo, mas o senador, durante a sessão, articulou politicamente para ampliar o escopo da matéria e conseguiu incluir, no texto aprovado, essas demais formas de discriminação. O projeto de segue para a Câmara dos Deputados. “A luta contra o preconceito teve uma grande vitória hoje! Ninguém pode ser discriminado ou ter sua vida ameaçada por preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional ou orientação sexual. Durante a sessão, pedimos, trabalhamos e conseguimos incluir, no projeto original que abordava o agravante penal no crime de racismo, todas essas formas de crime contra a pessoa humana”, frisa Contatato. ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL

Meio ambiente Projeto proíbe uso de solo atingido por incêndio proposital Tramita no Senado projeto de lei que torna mais rígidas as s a n ç õ e s p e n a i s e administrativas para quem zer uso irregular de fogo e provocar incêndios orestais. A proposta chega à Casa no ano em que o Brasil registra recordes de queimadas em biomas como o Pantanal, Cerrado e Amazônia. De 1º de janeiro a 30 de setembro de 2020 foram registrados 226.485 km2 de área queimada no país, o que corresponde a 2,6% do território continental. De autoria do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA), o PL 5.164/2020 propõe mudanças no Código Florestal (Lei 12.651, de 2012) para proibir o uso alternativo do solo (para a agropecuária) em propriedades atingidas por incêndio ou uso irregular do fogo que tenha afetado vegetação nativa. Pela proposta, essa vedação só pode ser revertida se houver autorização para uso alternativo do solo que não tenha sido explorado economicamente após o incêndio. Para isso, o proprietário deverá regularizar o imóvel ou posse rural perante o órgão ambiental competente do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama) e obter autorização para uso alternativo da área. “São frequentes os casos em que o fazendeiro se bene cia de incêndios originados fora de sua propriedade ou posse. Na prática delituosa, coloca-se fogo fora dos limites da fazenda sabendo-se que o fogo atingirá as propriedades vizinhas, na expectativa de obtenção do benefício econômico da supressão da vegetação nativa e, ao mesmo tempo, da isenção quanto à imputação de responsabilidade pelo dano ambiental, já que nessa situação o bene ciário acaba se passando por vítima”, exempli ca.


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LAÉRCIO FRAGA “LAU” fracaodesegundo@gmail.com (27) 99961-5323 Professor de Educação Física CREF — 007087-G/ES

Surfista do Espírito Santo é um dos mais talentosos do Brasil Krystian Kymerson é fera em manobras progressivas e luta constantemente por patrocínios Ceará, local da segunda etapa do Circuito Brasileiro 2020, ele nos contou um pouco da sua carreira e como pretende ser reconhecido como um dos grandes surfistas do mundo. Você surfa desde os três anos de idade. Como se deu esse início tão precoce? Foi graças ao meu pai Moacir “Nenzinho” que foi surfista profissional e que me “jogou” nas primeiras marolas. Não demorou muito e logo tomei gosto pelo surfe. Quais os melhores picos que você já surfou no Brasil e no mundo? Os melhores mares foram em Florianópolis, Ceará e, claro,

Fo c o e m a p e r fe i ç o a r a s manobras de borda, tubos e, claro, as manobras aéreas. É a minha praia e as utilizo quando entro naquela bateria “casca grossa”. Como tenho as manobras progressivas na manga uso como trunfo. Fale-nos sobre o “KK Flight”. Manobra inédita que você realizou durante um evento na Indonésia e que foi notícia em todas as mídias de surfe da época Foi no Campeonato Pro Junior, em 2011. Mandei um aéreo de costas para a onda com rotação completa de 360º. Os gringos enlouqueceram e logo me disseram para criar um nome. Foi muito gratificante

Regência (ES). No exterior, gosto do México, Austrália e também de Portugal. O que é preciso para ser um atleta completo na atual

para mim, já que não é fácil inventar uma manobra e ainda batizar com parte do seu nome. Você é um dos atletas

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

sua trajetória no esporte. Direto da praia de Taíba, no

Lazer. Na sua opinião qual é a importância desse incentivo? É de suma importância para

GILBERTO MOULIN

O

melhor surfista da cena atual do surfe capixaba é Krystian Kymerson. Natural da Barra do Jucu, desde cedo mostrava habilidade quando o assunto era deslizar sobre as ondas. Incentivado pelo seu pai “Nenzinho”, que também era surfista, ele começou a pegar onda com apenas três anos de idade e aos seis já competia em eventos locais. Resultado: não demorou muito para que conseguisse os seus primeiros títulos. Disputando etapas do Brasileiro e do Qualifying Series (QS) — Divisão de Acesso, o que é mais desafiador para ele, não são os seus adversários dentro d'água, mas sim a sua luta pessoal para conseguir patrocínios, pois só dessa forma, ele poderá realizar o seu grande sonho que é disputar o maior números de etapas pelo mundo e entrar para o seleto grupo dos melhores atletas do esporte, o badalado Championship Tour (CT). Primeiro capixaba campeão brasileiro (2018), Krystian, além de títulos, já executou manobra inédita batizada de KK Flight; venceu uma das etapas do circuito “Bico Branco” — evento on-line que buscou incentivar atletas sem patrocínio durante essa fase difícil de pandemia e, recentemente, foi tema do curta-metragem “Um pedaço de um sonho”, produzido pela Fresh Films, mostrando toda a

@JV.FOTOS

cena competitiva do surfe mundial? É preciso ter muita disciplina.

amparados pelo programa Bolsa Atleta da Secretaria de Estado de Esporte e

todo atleta, ainda mais para mim que estava sem patrocínio. Eu só tenho a agradecer ao governo do Estado do Espírito Santo pela iniciativa, pois isso me tranquiliza e me fortalece na busca de bons resultados. Vo c ê f o i o p r i m e i r o capixaba campeão brasileiro de surfe em 2018. Qual foi a sensação? Foi muito gratificante. Na época eu estava meio desanimado quanto às competições pelo fato de não ter apoios para competir. Mas ainda bem que deu tudo certo e consegui esse título inédito para o nosso Estado. Krystian Kymerson tem uma extensa lista de títulos importantes na sua carreira: Campeão brasileiro amador (2009); Campeão brasileiro Pro Junior (2011); Campeão OI Super surf; Bicampeão

capixaba; 1° colocado —3Etapa Seletiva; 1° colocado — Etapa do Mundial Pro Junior — Austrália (2011); 1° colocado — Etapa WQS — Bahia (2012); 3° colocado — Etapa WQS — Bahia (2013, 2017 e 2018); 5° colocado — Etapa WQS Prime — Ballito/África do sul (2016); 2° colocado — Etapa W Q S — M a r d e l Plata/Argentina (2017); 3° colocado — Etapa WQS — Caparica/Portugal (2019), e 17° colocado — Etapa WCT O I R i o P r o — Saquarema/Brasil (2019). Atualmente com 27 anos de idade e mirando a elite do surfe mundial, Krystian, como todo atleta de alta performance, quer mostrar para os empresários que o esporte é viável e que investir no surfe traz retorno sim! Estamos na torcida. Siga o campeão @ krystiankymerson Equipe Manager: Bruna Schirmer

Coach: Diogo Leão Shaper: Ricardo Martins Treinador: Bruno Kalic Fisioterapeuta: Luiz Yassunaga Médico (Medicina preventiva): Dr. José Augusto Lemos Nutricionista: Marcela Soprani Patrocínios: - Bolsa Atleta Capixaba (ES) - Bolsa Atleta Vila do esporte (Vila Velha) - Yellowfin - Fábio Mendonça (Osteopata) Apoios - SCT Treinamento funcional @sctfuncional — (27) 99919-4208 — Bruno - Pilates Contemporâneo - RM - Janga Wetsuits - BNN Advogados Associados - Toca do Ceará - Psyco Limited - Banana Wax Veja o curta-metragem: Yo uTu b e — K r y s t i a n Kymerson “Um pedaço de um sonho” https://www.youtube.com/w atch?v=sy4rcFj5VOM&featur e=youtu.be


DIREITOS HUMANOS 15

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CAROLINA KHOURI Carolina Pereira da Silva Khouri – Advogada ONG Vozes de Anjos www.ongvozesdeanjos.org contato@ongvozesdeanjos.org @ongvozesdeanjosoficial Rua Teodoro Sampaio, 744 — sala 16 — Pinheiros São Paulo — SP

A MULHER E SUAS MULTIOBRIGAÇÕES E SEGUIMOS TENDO QUE PROVAR NOSSO VALOR PEXELS/ANASTSIA SHURAEVA

N

me no s qu e o s home ns , independente dos cargos. O IBGE também aponta que as mulheres brasileiras correspondem a 64,7% dos inativos na média nacional, considerando empregos formais e trabalhos informais. Entre a população desempregada — sem emprego formal — as mulheres representam 53,8%. Sem dúvida, um dos principais motivos para essa

justi car eventual negativa de promoção, sob o argumento de que o tempo em que esteve afastada fez com que deixasse de se atualizar e progredir na carreira. As possibilidades de faltas ao trabalho por motivo de doença dos lhos; os pedidos para chegar mais tarde ou sair mais cedo do trabalho para comparecer em reuniões escolares; os atrasos frequentes em função da falta

maternidade. Pesquisas recentes também mostraram que, em média, 30% das mulheres brasileiras deixam seus empregos após o nascimento dos lhos, isso

com o bebê recém-nascido; a angústia de não ter mais tempo para si; o receio de precisar se ausentar do trabalho por causa do lho; o temor com as di culdades em conciliar lhos e vida pro ssional, também são fortes fatores que in uenciam as mulheres na tomada de decisão. Por outro lado, muitas mulheres retornam às suas atividades laborativas antes mesmo de expiradas suas licenças-maternidade, isso por conta da preocupação de perder a posição pro ssional para outro colega de trabalho, ou, até mesmo, o próprio emprego. O desa o é um só: tanto os empregadores quanto as mulheres têm que

caminhar juntos! Basta haver oportunidade e con ança por parte do empregador e muito foco e determinação por parte da mulher. Essa mentalidade acerca da mulher/mãe/trabalho nos mostra o quão desigual ainda é a participação do homem/pai na criação e responsabilização dos lhos. Essa preocupação dos empresários não existiria se todas as tarefas e cuidados fossem compartilhados, em pé de igualdade, entre pais e mães e, certamente, não haveria distinção salarial ou preferência por homens na hora da contratação. E seguimos tendo que provar nosso valor e capacidade para des emp en har mú lt ipl as PEXELS/FREESTOCKSORG

PEXELS/CHRISTINA MORILLO

ós, mulheres, somos colocadas à prova a todo momento. Seguimos a vida tendo que provar que somos boas mães, boas companheiras, boas pro ssionais, boas motoristas, boas com as nanças domésticas, boas com a arrumação e organização da casa, boas na cozinha; boas no convívio com as sogras, e por aí vai ... Com relação ao trabalho, apesar da legislação trabalhista prever, de forma igualitária, direitos e deveres de empregados, sem distinção de sexo, as mulheres são obrigadas a provar sua capacidade e c o m p e t ê n c i a , i n d e p e n d e nt e m e nt e d e serem casadas, solteiras, terem lhos ou não. Em recente pesquisa realizada pela Catho (empresa de recrutamento), com mais de 10 mil pessoas, restou comprovado que mulheres em cargos de gestão e liderança ganham,

p or não cont arem com qualquer tipo de auxílio, berçários ou creches, onde possam deixar seus lhos para que sigam trabalhando. O medo de perder o vínculo

compreender que o fato de s er mãe não diminui a competência e o brilhantismo da pro ssional e vice-versa. Maternidade e pro ssão podem, e devem

Reservas: (27) 99961-8422 em média, 23% a menos do que homens. A pesquisa aponta, ainda, que o salário também é desigual em outros níveis hierárquicos, como nos de supervisão e coordenação (menos 15%), e analista (menos 35%). Dados do Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (IBGE) indicam que, no geral, as trabalhadoras brasileiras recebem, em média, 20,5%

desigualdade é a maternidade. A simples possibilidade de engravidar, b e m c o m o a s responsabilidades da mulher após o nascimento dos lhos “pesam na balança” na hora da contratação, bem como re etem, diretamente, na inferioridade salarial. O afastamento da mulher em razão da licençamater nid ade t amb ém é comumente utilizado pelo empregador como forma de

de apoio e suporte nos cuidados com os lhos, faz c om q u e mu it o s e mpre g a d ore s pre r am contratar homens para seus quadros de funcionários. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, 48% das mulheres são demitidas, sem justa causa, logo após o retorno da licença-maternidade. Sem dúvida, o medo da demissão faz com que muitas mulheres adiem o sonho da

Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br

funções e obrigações, sem a ne cessid ade de ter que escolher entre criar bem um ser humano ou exercer com maestria nossa pro ssão!


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Baleias-azuis são Cientistas querem recriar o cheiro da avistadas na

Europa do sé c ulo Antártica após quase 16 extinção

©SCHWEIGER & PARTNERS

©PIXABAY

A baleia-azul é um dos maiores animais do mundo, podendo me d i r i mpress i onantes 30 metros de comprimento e pesar até 100 toneladas. Infelizmente o mamífero foi considerado como uma das espécies em risco de extinção devido à caça intensiva durante o começo do século XX. Um dos lugares mais escolhidos pela caça era a Geórgia do Sul, nas proximidades da Antártica, o que fe z com que a reg i ão

perdesse cerca de 97% das espécies que viviam no local. Segundo estudos, mais de 42 mil baleias-azuis foram mortas entre 1904 e 1971, com uma concentração maior de casos durante os anos 30. A exploração comercial era tão grande que em 1982 a prática foi proibida pela Comissão Internacional da Baleia. A boa notícia é que as medidas proteção ambiental estão se mostrando e cazes, permitindo

que a população marinha volte a crescer. Se em 2018 apenas uma baleia-azul foi encontrada na área, em 2020 pesquisadores já avistaram 58 delas. Em declaração ao site Live Science, a autora principal da pesquisa, Susannah Calderan, a rmou: “esta área foi particularmente atingida pela baleação e é muito encorajador estarmos começando a ver baleias novamente no local”.

Escola de Mimoso do Sul trabalha produção textual a partir da criação de avatares animados ASCOM/SEDU

A Escola Estadual de Ensino Fu n d a m e nt a l e Mé d i o (EEEFM) Antônio Sabatini Si mon i, l o c a l i z a d a e m Mimoso do Sul, trabalhou o desenvolvimento da produção textual, a partir da criação de avatares animados, durante as aulas de Língua Portuguesa. A temática abordada na elaboração dos textos foi "O retorno das aulas presenciais".

A iniciativa foi da professora

Simone Oliveira de Souza Rivas. “A ferramenta utilizada, Voki, permite que o estudante c r i e u m p e rs onage m qu e reproduzirá, na fala, o texto escrito. O texto é reproduzido exatamente da forma que se digita. Dessa forma, por meio da escuta, os alunos começaram a identificar e analisar suas próprias falhas na ortografia, pontuação, sequência textual e fazer a correção, aprimorando a escrita”, explicou Simone Rivas.

Você consegue imaginar qual era o cheiro das cidades europeias do século 16? Os cientistas acreditam que era uma mistura de tabaco, especiarias e pesticida, mas isso está sendo investigado e aprofundado. A ideia é, em breve, podermos dar uma fungada no cheirinho do passado. Para a empreitada, cientistas de diversas áreas, com ajuda de inteligência arti cial, se reuniram para recriar o cheiro de objetos da Europa desde o século 16 até o começo do século 20. O ousado programa foi apelidado de Odeuropa. A tecnologia será desenvolvida para identi car as descrições de odores e imagens de artefatos aromáticos em cerca de 250 mil documentos escritos em sete idiomas diferentes. Depois, será criada uma enciclopédia online sobre os cheiros da Europa, com a descrição de cada aroma. A idei a é disp onibi lizar a coleção para museus, além da internet. Entre os cenários imaginados está o do século 17: Londres provavelmente cheirava a remédio contra a peste, como alecrim e alcatrão queimado. Já no século 18, a medicina usava sais

aromáticos para tratar convulsões e desmaios. Além dos cheiros, os cientistas querem entender como os odores evoluíram ao longo dos séculos. Isso pode ajudar no entendimento de como os objetos se degradaram ou como foram preservados durante os anos. O tabaco, p or exemplo, era uma mercadoria exótica quando chegou da América no nal do século 15. Apenas a alta sociedade consumia. Entretanto, com o passar dos anos, o produto passou a ser cada vez mais acessível a toda a população. “É uma mercadoria introduzida na Europa no século 16 que começa como

Universidade Anglia Ruskin, em Cambridge. Segundo ele, no século 18, o cheiro do tabaco já incomodava teatros e cinemas lotados. O projeto é nanciado pela Un i ã o E u r o p e i a e e s t á custando US$ 3,3 milhões. A previsão é de que ele seja concluído em três anos. Além das des cr içõ es, existe a possibilidade de um trabalho conjunto com químicos e perfumistas a m de recriar os cheiros descritos. Isso permitiria que visitantes de museus pudessem ter uma experiência sensorial inesquecível. Em York, por exemplo, o Centro Viking Jorvik tem recriações de odores do

MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA A diversidade fortalece, o respeito une um tipo de cheiro muito exótico, mas logo se torna domesticado e se torna parte do cheiro normal de muitas cidades europeias”, explica W i l l i a m Tu l l e t t , d a

século 10. “Uma das coisas que o Jorvik demonstra é que o cheiro pode ter um impacto real na maneira como as pessoas se relacionam com os museus”, analisa Tullett.


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