Jornal Fatos & Notícias Ed. 391

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ANO X - Nº 391 Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia 03 A 05 DE DEZEMBRO/2020 SERRA/ES

Distribuição Gratuita

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

Embalagens longa vida viram telhas e obras de arte

8 Quer uma receita refrescante, saborosa e prática? Experimente esta panqueca de salpicão! Pág. 8

JORGE PACHECO 8 Bolsonaro justi ca alta na

conta de luz e cita risco de racionamento e apagão Pág. 5

ANA MARIA IENCARELLI 8 A alienação parental faz

parte do combo das violências sofridas por crianças e adolescentes Pág. 10

HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 Entrevista com a diretora

Alessandra Marvila, que administra uma escola na periferia da Serra Pág. 12

ALINE DOANO

8 Cresce o número de adoção de cães na pandemia, mas abandono também aumenta Pág. 16

DIVULGAÇÃO

LAÉRCIO FRAGA “LAU” 8 O esporte como ferramenta

transformadora de realidades e oportunidades Pág. 14

NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA 8 As memórias nos tornam

quem somos e, mais que isso, podem determinar nossos destinos Pág. 11

Professores da Rede Estadual são finalistas do Prêmio Shell de Educação Científica 2020

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

©DIVULGAÇÃO/SHELL

Depois de anunciar seu compromisso de compensar 100% da quantidade de embalagens longa vida produzidas por ano e dar novos formatos para os resíduos, a do bem™, empresa de bebidas saudáveis, amplia o processo de

Sinfônica do Espírito Santo na programação dos festejos de São Benedito

A festa será transmitida, ao vivo, no canal da Associação das Bandas de Congo da Serra no YouTube Pág. 4

2020 deve ser um dos três anos mais quentes da história Pág. 2

desenvolve projetos comunitários em áreas de vulnerabilidade em diversos estados do Brasil. Para celebrar o início dessa parceria, a do bem™ convidou cinco artistas urbanos, com estilos e traços distintos, que se conectam

com propósito do projeto para utilizarem as telhas como fundo em branco e criar obras de arte sobre elas. As obras especiais serão leiloadas e todo o valor arrecadado será destinado à TETO. Pág. 15

Fóssil de ancestral de tiranossauro é encontrado em cidade do interior do Rio Grande do Sul ©MÁRCIO L. CASTRO

©ASCOM/SECULT

ressigni cação das embalagens e transforma os materiais reciclados em telhas. As telhas feitas com as embalagens serão utilizadas nas construções da TETO, organização que constrói moradias emergenciais e

A Universidade Federal de Santa Maria fez uma grande descoberta científica: um dos fósseis de dinossauro mais antigos do mundo foi encontrado em terras gaúchas! Os paleontólogos acreditam que se trate de um exemplar com 230 milhões de anos de idade Pág. 7

Professores da Rede Estadual de Educação são finalistas do Prêmio Shell de Educação Científica 2020, que busca incentivar e valorizar docentes das áreas de ciências e matemática no Rio de Janeiro e Espírito Santo, premiando projetos de educação inovadores que, por meio de metodologias diferenciadas, promovem novas formas de ensinar e de aprender Pág. 4

Turbina eólica garante eletricidade e água potável na índia ©ARQUIVO PESSOAL

A Índia é um dos países onde a falta de acesso a serviços básicos compromete a qualidade de vida da população. Mais do que acesso à água, é necessário água limpa para o consumo humano. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o fornecimento de água e energia têm aumentado, mas ainda não é suciente para que todos possam viver com saúde e dignidade. Pág. 16


2 MEIO AMBIENTE

03 A 05 DE DEZEMBRO DE 2020

2020 deve ser um Evento reúne especialistas mundiais em restauração dos três anos mais de ecossistemas quentes da história Conservação Integrada Summit 2021- 2030 terá 15 mesas-redondas, 70 palestrantes, e mais de 20 horas de conteúdo exclusivo e gratuito

Para ONU, mundo caminha para suicídio

©ALEXIS ANTOINE/UNSPLASH

©TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

Com o avanço do aquecimento global, o ano de 2020, que foi marcado por ondas de calor, secas, incêndios orestais e furacões, deve terminar como um dos três mais quentes do registro histórico. E a década de 2011 a 2020 como a mais quente d e s d e q u e a t e mp e r at u r a começou a ser medida, no m do século 19. É o que estima a Organização Meteorológica Mundial (OMM) com base na situação observada por pelo menos cinco bases de dados mundiais entre janeiro e outubro deste ano. Um relatório prévio do seu Estado do Clima Global em 2020 foi divulgado nesta quarta-feira (2). “A temperatura média global em 2020 deve car cerca de 1,2°C acima do nível préindustrial (1850-1900). Há pelo menos uma chance em cinco de exceder temporariamente 1,5°C até 2024”, a rmou o secretáriogeral da OMM, Petteri Taalas, em comunicado à imprensa. C onter o aque cimento do planeta em 1,5°C até o m do século é o objetivo mais ousado do Acordo de Paris, estabelecido em 2015, mas parece estar cada vez mais longe de ser alcançado. Mesmo com as medidas de lockdown adotadas em vários países por causa da pandemia de covid-19, que paralisaram atividades industriais, a concentração de gases de efeito e s t u f a n a at m o s f e r a , q u e provocam o aquecimento do planeta, continuou subindo este ano, já havia informado no m de novembro a OMM. No próximo dia 12, o Acordo de Paris completa cinco a n o s , m a s o s compromissos que quase 200 países do mundo

zeram p ara re duzir su as emissões não estão deixando o mundo no caminho de conter a elevação da temperatura. "Mais esforços são necessários", frisou Taalas. O secretário-geral da ONU, António Guterres, a rmou que a culpa pelo problema é das emissões causadas pelas atividades humanas e da falta de políticas para lidar com a questão. "Para colocar isso de modo simples, o planeta está quebrado. A humanidade está travando uma guerra com a natureza e isso é suicida", disse em evento em Nova York, após o lançamento do relatório. Taalas lembrou que o ano mais quente até então, o de 2016, coincidiu com a forte ocorrência do fenômeno El Niño, que aquece as águas do Pací co e colabora com o aumento da temperatura do planeta. Mas, em 2020, está em vigor um fenômeno contrário, o La Niña, que tem um efeito de esfriamento — mesmo assim, a temperatura média da Terra subiu. "Não foi su ciente para colocar um freio no aquecimento deste ano. Este ano já mostrou recordes de calor comparáveis aos de 2016", a rmou. O relatório nal, com a temperatura média do ano, deve ser divulgado em março de 2021. Diversas partes do planeta sofreram, em 2020, com ondas de calor extremo, com queimadas devastadoras na

Austrália, na Sibéria, na costa oeste dos Estados Unidos e na América do Sul. Os incêndios no Pantanal neste ano, lembrados no relatório da OMM, foram recordes desde o início das medições, em 1998, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), piorados em parte pela seca intensa e pelas altas temperaturas. A OMM cita que as perdas agrícolas estimadas com as queimadas f or a m d e U S $ 3 3 bi l h õ e s somente no Brasil. Cidades do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e de São Paulo bateram recordes de temperatura neste ano. A capital paulista teve a segunda maior temperatura de sua história. De acordo com o relatório, a temperatura do oceano está em níveis recordes e mais de 80% dos mares do planeta experimentaram uma onda de calor marinha em algum momento de 2020, impactando, de forma generalizada, os ecossistemas marinhos, que já sofrem com águas mais ácidas devido à absorção de dióxido de carbono (CO2). Esse a qu e c i me nto d o s o c e ano s colaborou com a ocorrência de um número recorde de furacões no Atlântico. Guterres disse que os desastres naturais relacionados à mudança climática já custaram ao mundo US$ 150 bilhões, e que a poluição do ar e da água mata 9 milhões de pessoas por ano. Ele pediu a líderes mundiais para alinharem as nanças globais em torno do Acordo de Paris, a m de alcançar emissões líquidas zero e nanciar esforços para se adaptar às mudanças climáticas.

A degradação dos ecossistemas terrestres e marinhos compromete o bem-estar de 3,2 bilhões de pessoas em todo o planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Para mudar essa realidade, somar esforços e preparar os setores no Brasil para a Década da Restauração de Ecossistemas 2021-2030, dezenas de instituições e especialistas com trabalhos reconhecidos mundialmente se reúnem no evento virtual Conservação Integrada Summit, até o dia 4 de dezembro. “Se até um ano atrás falávamos em conservação, os últimos a c o nt e c i m e nt o s , c o m o o s incêndios no Pantanal, nos mostram que, se não agirmos rápido e buscarmos formas de recuperar a natureza, di cilmente conseguiremos deixar um bom legado para as futuras gerações. Precisamos agir, e rápido”, adverte Fernando S ousa, diretor-executivo Institucional e Sustentabilidade no Grupo Cataratas e diretor no Instituto Conhecer para Conservar (ICC). Organizado em parceria pelo Grupo Cataratas, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab) e Instituto Conhecer para Conservar (ICC), o Summit será 100% gratuito e totalmente on-line com transmissão pelo site da Academia da Conservação. Serão 15 mesas-redondas, com cerca de 70 palestrantes, em mais de 20 horas de conteúdo exclusivo sobre os desa os e oportunidades para a biodiversidade e para a conservação dos ecossistemas. Entre os nomes já con rmados estão a lendária bióloga marinha Sy lvia E arle, a s ecret ár ia-

executiva da Convenção sobre a Diversidade Biológica, Elizabeth Mrema, a diretora-executiva adjunta do Pnuma, Joyce Msuya, a CEO do Zoos Victoria na Au s t r á l i a , J e n n y G r a y, o secretário-executivo da Associação Mico-LeãoDourado, Luís Paulo Ferraz, o pesquisador Bráulio Dias, o economista Sérgio Besserman, o fotógrafo Sebastião Salgado e as jornalistas Sônia Bridi e Cristina Serra. As informações sobre a pro g r ama ç ã o e o s p ai né is poderão ser acessadas através do s i t e academiadaconservacao.com.br . A plataforma, lançada pelo ICC e focada em conser vação integrada, é um local de convergência para troca de conhecimentos e experiências sobre o tema, com conteúdos colaborativos e cursos complementares. A As s e mb l e i a G e r a l d a s Nações Unidas declarou que o período de 2021-2030 será a “Década da Restauração de Ecossistemas”, que tem como principal objetivo aumentar os esforços para restaurar

combater a crise climática, alimentar, hídrica, e da perda de biodiversidade. A Representante do Pnuma no Brasil, Denise Hamú, lembra que “q u a n d o f a l a m o s e m restauração, muitas pessoas pensam nas orestas. Elas estão, sim, ameaçadas e são vitais para o planeta e para o ser humano. Mas outros ecossistemas, a exemplo de pântanos, pradarias, s av an a s ( c omo o C e r r a d o brasileiro) e corais, também estão entrando em colapso e são essenciais para a manutenção dos serviços ecossistêmicos, que são a base da nossa sobrevivência enquanto espécie e sociedade”. “A restauração de ecossistemas não é uma ideia nova, mas estamos em um momento crítico para agir. Por isso, a Década da Restauração, que começa no próximo ano, é lançada pela ONU mas deve ser apropriada pelas pessoas e organizações de diferentes setores. Ela chega para canalizar soluções e esforços locais e globais, fortalecer parcerias, impulsionar ações (novas e já em curso) e intensi car a troca de conhecimentos e boas práticas

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068 ecossistemas degradados, criando medidas e cientes para

em prol do nosso meio ambiente”, complementa Hamú.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

Filiado ao Sindijores

CNPJ: 18.129.008/0001-18

"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília

Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores


CULTURA 3

03 A 05 DE DEZEMBRO DE 2020

POR QUE OS GATOS MIAM? ©PEXELS

Festa da Criatividade: evento debate retomada do setor cultural no Espírito Santo Programação on-line acontece de 07 a 12 de dezembro nas redes sociais da Secult ©ASCOM/SECULT

J

á na infância, aprendemos que gatos miam e usam os miados como formas de expressar diferentes vontades, problemas etc. Os bichanos são bastante habilidosos nisso, e quem convive com eles pode comprovar o quanto podem ser bons de papo. Por que será? Segundo pesquisas conduzidas por especialistas até o momento, foi a domesticação que levou os gatos a desenvolverem a habilidade vocal. Antes disso, eram raros os encontros com outros membros da própria e s p é c i e , e a c o mu n i c a ç ã o acontecia prioritariamente por meio de olfato, urina ou atrito do

corpo contra objetos — árvores, por exemplo. Em virtude do fato de os seres humanos serem bastante adeptos da comunicação vocal, o tempo de convivência fez com que os gatos aprendessem a usar esse recurso para manifestar diferentes necessidades, como comida, carinho e atenção. Quem resiste, não é mesmo? Um estudo publicado há alguns anos no periódico Behavioural Processes investigou os efeitos da socialização nos tipos de vocalização emitidos por gatos domesticados e por gatos ferais. Basicamente, os testes simularam cinco abordagens: um cuidador

conhecido, uma pessoa ameaçadora, uma boneca grande, um estranho com um cachorro e outro estranho com um gato. De acordo com o que observaram, os especialistas concluíram que a fa lt a de socialização pode, de fato, afetar a vocalização. Afinal, os gatos ferais tendiam a rosnar e sibilar muito mais do que aqueles que tinham donos e, quando miavam, era aleatoriamente. Já os gatos domesticados utilizaram os miados com frequência bem maior e somente para os humanos. FOTO: REPRODUÇÃO

R e a l i z a d ore s , pro dutore s , gestores, pesquisadores dos m a i s d i v e r s o s s e g m e nt o s criativos (audiovisual, música, games, design, gastronomia, tecnologia de informação, entre out ros) têm um encont ro marcado para uma programação imperdível: entre os dias 07 e 12 de dezembro, a Secretaria de Cultura (Secult) realiza a Festa da Criatividade. A solenidade de Abertura do Evento acontecerá no dia 07 de dezembro próximo, às 9 horas, com a presença do governador do Estado, Renato Casagrande; do secretário de Estado da Cultura, Fabrício Noronha; e de diversas autoridades do segmento da Economia Criativa. O encontro on-line dos programas de Economia Criativa do Brasil, se realizará no dia 12 de dezembro, às 14h. O evento conta com a parceria do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), do Ser viço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do RS Criativo, programa de Economia Criativa do Rio Grande do Sul, entre outros parceiros. Serão palestras, eventos culturais, seminários e outras atrações, totalmente gratuitas e on-line, destinadas a compreender o cenário em meio à crise, debater as possibilidades de retomada e também

(MEGACURIOSO)

Sinfônica do Espírito Santo na programação dos festejos de São Benedito A festa será transmitida, ao vivo, no canal da Associação das Bandas de Congo da Serra no YouTube ©ASCOM/SECULT

presença de representantes de várias Secretarias Estaduais de Cultura e do Ministério do Turismo, realizado em parceria com o RS Criativo. “Será um momento para alinhar as possibilidades de retomada das atividades do setor durante a crise, compartilhar as experiências daqueles que se reinventaram e também para lançarmos o site do Distrito Criativo de Vitória, result ado de um trabalho colaborativo que apresenta uma identidade visual, uma série de vídeos, além de um m a p e a m e n t o d o s empreendimentos criativos destes territórios”, destaca a gerente de Economia Criativa (G e cr ia) da S e cret ar ia da Cultura, Lorena Louzada O d e s t a qu e n a Fe s t a d a Criatividade 2019 foi o l a n ç a m e nt o d o P ro g r a m a ES+Criativo. Na oportunidade, f o r a m r e u n i d o s empre ende dores, ar t ist as, pesquisadores, autoridades e lideranças da cultura e dos segmentos criativos. Convidados: Leonardo Lopes (Mediador e Ifes), Leandro Va l i a t i ( U F R G S ) , P r o f a . Mariana Biancutti (Ifes), Prof. Dr. Robson Malacarne (Ifes) e Prof. Orlando Lopes (Ufes). LUCIANO DANIEL

Foto Antiga do ES Medeiros (contrabaixo), sob a regência do maestro Helder Trefzger, que também assina os arranjos musicais. Essa não é a primeira experiência da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo com a cultura popular. Em 2012, um espetáculo reuniu, no palco do Theatro Carlos Gomes, a Oses e

as bandas de congo Amores da Lua, de Vitória; Banda de Congo do Mestre Honório, da Barra do Jucu; Banda de Congo do Mestre Ta g i b e , d e R o d a D ' Á g u a , Cariacica, e a própria Banda de Congo da Associação de Bandas de Congo da Serra. Mais tarde, em 2018, a Oses dividiu o palco com o Grupo de Ticumbi de São Benedito, do Mestre Terto, de Conceição da Barra, em um espetáculo no Teatro Sesc Glória, em Vitória. Para esse evento, sete músicas foram gravadas na tradicional Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, na Serra Sede. A transmissão ocorrerá no dia 05 de dezembro e será feita pelo canal da Associação das Bandas de Congo da Serra no YouTube.

IVAN ERLER/ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (BR), MEMÓRIA/FACEBOOK

A O rqu e s t r a Si n fôn i c a d o Espírito Santo (Oses) estará na programação dos tradicionais festejos de São Benedito, no próximo dia 05 (sábado), às 16 horas, com a realização da Associação das Bandas de Congo da Serra. Há quase dois séculos, as festividades são celebradas no Estado, que atualmente registra 67 grupos de congo — expressão artístico-religiosa reconhecida como Patrimônio Cultural do Espírito Santo, no ano de 2014, e herdada de povos indígenas e africanos. Devido à pandemia da covid19, a fim de evitar aglomerações, a Oses será representada por um Quinteto de Cordas, formado pelos músicos: Lucas Azevedo e Kedma Johnson (violinos), Daniel Amaral (viola), Felipe de Luna (violoncelo) e Felipe

apresentar um panorama do e c o s s i s t e m a d e e c on om i a criativa no Estado e no Brasil. A programação contará com mesas temáticas sobre os eixos do Programa ES+Criativo (Escola Criativa, Observatório da Economia Criativa, Hub Criativo e Territórios Criativos), apresentações artísticas de projetos selecionados no edital Emergencial de Cultura, oficinas e workshops, além do lançamento de um curso on-line na plataforma de cursos livres do Ifes. Em decorrência da pandemia do novo coronavírus (cov id-19), o e vento s erá totalmente on-line, transmitido p e l o Yo u Tu b e e c o m programação divulgada pelas redes sociais da Secult. Para este ano foram reservados dois importantes momentos para atividades nacionais: a apresentação dos resultados da pesquisa “Percepção dos Impactos da covid-19 nos Setores Culturais e Criativos do Brasil”, realizada pela Representação da Unesco no Brasil em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Fórum dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura; e o Encontro Nacional de Programas de Economia Criativa, que contará com

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4 EDUCAÇÃO

03 A 05 DE DEZEMBRO DE 2020

Estudo mostra fortes ligações entre música, matemática e leitura ©PXHERE

O educador musical Martin J. Bergee, professor da Escola de Música da Universidade de Kansas (EUA), pensou que se pudesse controlar seu estudo em relação aos inúmeros fatores que podem ter in uenciado os ant e r i ore s — r a ç a , re n d a , educação, etc. — ele poderia refutar a noção de uma ligação entre o desempenho musical e matemático dos alunos. Mas não foi isso o que aconteceu. Seu novo estudo, publicado na revista “Journal of Research in Music Education”, mostrou associações estatisticamente signi cativas entre os dois, tanto no nível individual quanto no do distrito escolar. O fato de o estudo com mais de mil alunos, principalmente em idade escolar, não ter mostrado tal associação em sala de aula ou em níveis escolares, só mostra o quão rigorosamente foi concebido por Bergee e seu coautor e doutorando Kevin M. We i n g a r t e n , a t u a l m e n t e professor visitante de educação musical na Universidade de

Bergee recentemente, “que não apenas essas áreas estão relacionadas, mas há uma relação de causa e efeito — que conforme você melhora em uma área, por si mesmo, melhora em outra área. Quanto mais vo cê estudar música, melhor será em matemática ou leitura. Isso sempre foi suspeito para mim”. E l e pro s s e g u iu : “S e mpre acreditei que a relação é correlacional e não causacional. Comecei a demonstrar que provavelmente há uma série de variáveis de fundo que estão in uenciando o desempenho em qualquer área acadêmica — em particular, coisas como o nível educacional da família, onde mora o aluno, se ele é branco ou não, e assim por diante. Essas variáveis estão no artigo, e há muitas delas. Minha intenção era mostrar que esses relacionamentos são provavelmente espúrios. Isso signi ca que as in uências de fundo são os principais motores dos relacionamentos, e uma vez que essas in uências externas,

relacionamento essencialmente desaparece”. “Mas espere”, acrescentou o professor. “Para minha surpresa, não apenas os relacionamentos não desapareceram, mas eles são realmente fortes”. Bergee “se desculpa pela complexidade” do desenho do estudo. Mas observa que “não é uma coisa fácil de d e t e r m i n a r, p o r q u e h á in uências que podem acontecer em diferentes níveis. Pode ser uma in uência no nível de cada pessoa, mas existem também in uências que podem acontecer em nível de sala de aula, escola e distrito es colar, e que são hierárquicas, o que envolve um conjunto complicado de análises. Mesmo estando preparado para e s c r e v e r “u m a c o n c l u s ã o c ompl e t am e nte d i fe re nte”, Bergee disse que pensou muito sobre o que as descobertas mostram. Os autores escrevem que “talvez a discriminação musical em um nível mais micro — alturas dos sons, intervalos, metros — compartilhe uma base

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Washington (EUA). “Há muito tempo existe essa noção”, disse

como dados demográ cos, etc., são controladas, o

29 de outubro

cognitiva com certos padrões de discriminação na fala”. “Da

MEC decide revogar portaria que obrigava volta das aulas presenciais em universidades O Ministério da Educação (MEC) decidiu revogar a p or taria que p edia que as universidades federais e particulares retornassem com aulas presenciais a partir de 4 de janeiro. A repercussão negativa das instituições e de especialistas que disseram que a medida era inconstitucional acabaram fazendo o governo voltar atrás. O Estadão confirmou com fontes do ministério a decisão. O ministro Milton Ribeiro falou à CNN que não esperava tanta resistência. "Quero abrir uma consulta pública para ouvir o mundo acadêmico. As escolas não estavam preparadas, faltava planejamento", afirmou ao canal. "A sociedade está preocupada, quero ser sensível ao sentimento da população". Segundo a CNN, ele pretende abrir uma consulta

pública para discutir a volta. No meio p olítico, fontes afirmam que a portaria foi uma maneira de Ribeiro chamar a atenção para uma pauta ideológica, de abertura das universidades, para minimizar a pandemia no novo coronavírus, algo defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. Com a repercussão negativa, ele acabou recuando. Universidades como UNB, UFBA e UFABC já haviam se pronu n c i a d o d i z e n d o qu e manteriam suas previsões de aulas remotas. "A Universidade de Brasília reitera que não colocará em risco a saúde de sua comunidade. A prioridade, no momento, é frear o contágio pelo vírus e, assim, salvar vidas. A volta de atividades presenciais, quando assim for possível, será

feita mediante a análise das evidências científicas, com m u i t o p r e p a r o e responsabilidade", diz a nota da instituição. Segundo juristas, a portaria poderia levar à judicialização porque a Constituição garante a autonomia universitária e ainda há a previsão para que as decisões sanitárias com relação à pandemia sejam tomadas pelos governos locais. Portanto, não seria possível uma universidade voltar a funcionar se o município não permitisse, por exemplo. O Brasil tem atualmente 8,6 milhões de estudantes no ensino superior e 6,5 milhões deles estão em universidades privadas. Mais de um milhão de alunos cursam instituições federais e o restante está em outras públicas, municipais ou estaduais.

mesma forma”, prosseguem, “talvez as habilidades mais macro da discriminação modal e do centro tonal compartilhem algum espaço psicológico ou neurológico com aspectos da cognição matemática. (…) Os resultados do presente estudo (…) pelo menos apontam para a possibilidade”. Em uma entrevista recente, Bergee disse: “Com base nas descobertas, o que tentamos enfatizar é que pode haver, e provavelmente há, processos gerais de aprendizagem subjacentes a todo desempenho acadêmico, não importa qual seja a área. Desempenho musical, matemática realização, lendo realização — há provavelmente

processos mais generalizados da mente que são exercidos sobre qualquer dessas áreas. “Portanto, se seu objetivo é educar a pessoa — desenvolver a mente dela — então você precisa educar a pessoa inteira. Em outras palavras, o aprendizado pode não ser tão modular como geralmente se pensa”. Implica mais do que apresentar as crianças às disciplinas. Bergee disse: “Desenvolva-as nessas disciplinas. Veja se o aprendizado está acontecendo. Veja se o desenvolvimento também está”. Bergee disse que seu estudo não pretendia mostrar que o aprendizado de música necessariamente melhorará notas de matemática ou leitura de

uma criança. “Não seria impossível, mas realmente difícil de fazer um estudo verdadeiramente de nitivo”, disse ele. “Minha opinião é que não teria um efeito forte, mas foi isso que eu disse sobre este estudo! Na verdade, não sei”. O educador arrematou: “Se você deseja que a mente de um jovem — ou de qualquer pessoa — s e d e s e nv o l v a , p r e c i s a d e s e nvo l vê - l a d e t o d a s a s maneiras que ela pode ser desenvolvida. Você não pode sacri car alguns modos de aprendizagem por outros modos p or qu a lquer mot ivo, s ej a nanceiro ou social”.

Professores da Rede Estadual são nalistas do Prêmio Shell de Educação Cientíca 2020 ©DIVULGAÇÃO/SHELL

Professores da Rede Estadual de Educação são finalistas do Prêmio Shell de Educação Científica 2020, que busca incentivar e valorizar docentes das áreas de ciências e matemática no Rio de Janeiro e Espírito Santo, premiando projetos de educação inovadores que, por meio de metodologias diferenciadas, promovem novas formas de ensinar e de aprender.

Conheça os finalistas Categoria Ensino Médio: Fagner de Souza Leite, da Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Professor Joaquim Fonseca, de Conceição da Barra; Idolindo Gabrecht, da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Alto Jatibocas, de Itarana; Karoliny Mendes da Costa, do

Centro Estadual de Ensino Fu nd ame nt a l e Mé d i o e m Tempo Integral (CEEFMTI) Assisolina Assis Andrade, de Vila Velha; Rodrigo Da Vitória Gomes, da EEEFM Professor Manoel Abreu, de Linhares. Ensino Fundamental: Alyson Torres de Barros, da EEEFM Misael Pinto Netto, de Aracruz; Cristiane Teixeira Cordeiro Fonseca, da EEEFM Arlindo Ferreira Lopes, da Serra. Categoria Especial: Cecília Freitas Mar tins, da EEEM Colégio Estadual do Espírito Santo, de Vitória; Wanderson Pinto Moreira, da EEEFM Belmiro Teixeira Pimenta, da Serra; Sávio da Silveira Januário, da EEEFM Cândida Póvoa. S a i b a m a i s e m : https://psec.shell.com.br/inscric ao/finalists-of-the-2020edition.html


POLÍTICA 5

03 A 05 DE DEZEMBRO DE 2020

Jorge

Analista Político

Pacheco

Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com

“União nacional, diálogo, entendimento, conciliação, trégua são nomes de um estado de espírito que está se formando na comunidade nacional//Esperteza, quando é muita, come o dono”, Tancredo Neves

Bolsonaro voltou a justi car, na noite de quarta-feira (2), o aumento na conta de energia elétrica dos brasileiros e ainda levantou a possibilidade de racionamento. O chefe do Executivo comentou a situação a apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada. "O pessoal critica. Agora, se eu não zer nada, daqui a um mês, se não chover, você pode ir para um racionamento, até pode ter apagão. Daí piora tudo. E quanto mais baixa a represa, mesmo que você jogue nas turbinas (da hidrelétrica) a mesma quantidade de água, gera menos energia, porque tem menos potência. Então o problema é acumulado. Não tem, como muitos querem, que você sempre diga sim e faça o que ele acha que é melhor. Não é assim", alegou. O mandatário completou: "Fomos obrigados a decretar bandeira vermelha há dois dias. Por que isso aí? É pra poder pagar energia mais cara que vêm da termoelétrica, porque as reservas estão lá embaixo. As represas estão lá embaixo". Bolsonaro ressaltou que, caso as obras da usina nuclear Angra 3 no Rio de Janeiro estivessem prontas, "talvez não tivéssemos ess e problema". B ols onaro levantou a possibilidade de haver racionamento de energia no Brasil, se as chuvas não aumentarem para recompor o nível dos reservatórios de usinas hidrelétricas. Na s egund a-feira (30), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a reativação do sistema de bandeiras tarifárias, a partir de dezembro, devido à queda no nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Ficou estabelecida a bandeira vermelha patamar 2, com o custo de R$ 6,243 para c a d a 1 0 0 q u i l o w at t s - h o r a consumidos. A medida já está em vigor. O presidente rebateu um apoiador pelas redes sociais que ironicamente o agradecia pela alta na fatura. “A conta de luz vai a u m e n t a r. O b r i g a d o P R”, escreveu o seguidor em uma das publicações do presidente. Bolsonaro respondeu que os reservatórios estão com "níveis baixíssimos" e que, se nada fosse feito, haveria “risco de apagão”. De acordo com o mandatário, uma campanha contra o desperdício de energia elétrica também será lançada em breve

veio. Iniciamos tamb ém campanha contra o desperdício”, apontou Bolsonaro.

Vacinação contra covid será em quatro fases, apesar do anúncio ainda não há vacina O Ministério da Saúde divulgou na terça-feira (1) detalhes da primeira etapa de vacinação contra a covid-19. O plano será dividido em quatro etapas. Participarão da primeira fase de vacinação trabalhadores da saúde, população idosa com mais de 75 anos, pessoas acima d e 6 0 ano s qu e v ive m e m instituição de longa permanência (asilos ou instituições psiquiátricas) e a população indígena.

Rodrigo Maia diz que vaidade é a causa do atraso na aprovação das reformas Quando questionado de quem seria essa vaidade, se do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ou do ministro da Economia, Paulo Guedes, Maia desconversou. “Eu estou desde o ano passado tentando avançar, mas tivemos con itos, vaidades, egos. A vaidade do ser humano é grande, na política é maior” [...] A vaidade é uma loucura, você não faz ideia. Ciúme de homem com homem, não seria um preconceito. Mas, é uma coisa i mpre ss i onante c omo e ss a v a i d a d e n o s a t r a p a l h o u ”, a rmou. E, continuou, “Davi [Alcolumbre] tem zero vaidade, se tem uma qualidade que o Davi

KOVOP58/ISTOCK

AJUFE

O presidente B olsonaro entretanto a rmou que o plano de imunização só cará pronto quando houver vacina registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As mortes causadas pelo novo coronavírus chegaram a 173.817. Nas últimas 24 horas foram registrados 697 novos óbitos. Ainda há 2.163 mortes em investigação. O número de casos acumulados de covid-19 atingiu 6.386.787. Em 24 horas, foram registrados 50.909 diagnósticos positivos para a doença. Ainda conforme a atualização do ministério da Saúde, há 556.472 pacientes em acompanhamento. Outras 5.656.498 pessoas já se recuperaram da doença.

A já bastante esperada notícia foi fornecida pelo ministro da Saúde, o oncologista Nelson Teich. Serão vacinadas as pessoas que têm entre 60 e 74 anos. A t e rc e i r a f a s e i r á a br a n g e r pacientes com comorbidades, como doenças renais crônicas e cardiovasculares, e o último grupo será de professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população carcerária. A meta do governo é imunizar 109,5 milhões de pessoas durante a campanha, em duas doses, com a vacina de Oxford/AstraZeneca produzida pela Fiocruz. Segundo a coordenadora do Programa Na c i on a l d e Imu n i z a ç õ e s , Francieli Fantinato, o planejamento é preliminar e pode sofrer alterações, caso outras vacinas sejam adquiridas pelo governo Bolsonaro.

tem é ter pouca vaidade [...] depois que eu terminar o meu mandato de presidente eu vou poder falar mais, agora eu quero aprovar as matérias, depois faço a ordem dos vaidosos do palácio, do governo federal e do parlamento brasileiros”. S egundo o presidente da Câmara, o relatório da Reforma Tributária será apresentado durante est a s emana, p elo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). A expectativa é votar o texto ainda este ano, já que haveria votos “com ou sem” o apoio do Palácio do Planalto. Rodrigo Maia disse também que não negociou com a oposição a taxação de grandes fortunas como parte da reforma, mas que “tratou da taxação de herança, aumentando a alíquota progressivamente”, uma vez que “não vê problema nisso”.

Maia ainda voltou a pedir que o Teto de Gastos seja respeitado, e que a proposta de emenda constitucional (PEC) Emergencial seja priorizada. “Não deixem as coisas para o último dia do ano. Não terá pror ro g a ç ã o d o e s t a d o d e calamidade nem da PEC da Guerra, isso aí está dado [...] Não adianta forçar a mão, porque na minha presidência não haverá, em nenhuma hipótese,

Uma terra prometida, do expresidente reflete, ainda, sobre a dinâmica da política partidária dos Estados Unidos Recém-lançada pela editora Companhia das Letras, a obra 'Uma terra prometida', escrita por Barack Obama, revela as suas memórias presidenciais e a sua odisseia improvável, desde sua juventude até se tornar líder de

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

pelo governo federal. "As represas estão (com) níveis baixíssimos. Se nada zermos p o deremos ter apagõ es. O período de chuvas, que deveriam começar em outubro, ainda não

FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

Bolsonaro justifica alta na conta de luz e cita risco de racionamento

pror ro g a ç ã o d o e s t a d o d e calamidade se o governo mandar uma mensagem”.

Obra escrita por Barack Obama revela fatos sobre vida pessoal e aspirações políticas

uma das maiores potências mundiais. Neste comovente relato, o ex-presidente dos E s t a d o s Un i d o s apre s e nt a detalhes surpreendentes sobre a sua formação política. Além d i ss o, O b am a d e s c re ve o s momentos mais marcantes do s e u p r i m e i r o m a n d at o n a presidência estadunidense. Em suas próprias palavras, o ex-presidente explica as principais turbulências e transformações drásticas que

ocorreram na política nacional e internacional durante o seu mandato. Por meio de uma j or n a d a c at iv ant e , O b am a conduz os leitores para as suas primeiras aspirações políticas e a vitória nas primárias de Iowa. Primeiro afro-americano a ocupar o cargo mais alto do país, Obama foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos na noite histórica de 4 de novembro de 2008. Por meio de uma análise singular e minuciosa, Obama analisa, ainda, as limitações do Poder Executivo e oferece pontos de vista sobre a diplomacia internacional. O ex-presidente re ete também a dinâmica da política partidária dos Estados Unidos e conduz os leitores para dentro do Salão Oval e da Sala de Situação da Casa Branca. Outro assunto relevante que o político aborda em sua obra, é a crise nanceira global, e a gura de Vladimir Putin para as relações internacionais. Para Obama, a democracia não é uma benção divina, mas, sim, construída em conjunto pela sociedade, durante o dia a dia. Com uma linguagem pessoal e introspectiva, a obra revela os verdadeiros obstáculos que o expresidente enfrentou ao concorrer a um cargo eletivo. Além disso, mostra como ele lidou com os desa os morais em decisões emblemáticas. DIVULGAÇÃO/COMPANHIA DAS LETRAS


6 TECNOLOGIA

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Virgin Galactic marca Agência espacial alemã data para novo voo exibe incrível conceito suborbital de sua de veículo modular espaçonave REPRODUÇÃO

©VIRGIN GALACTIC/DIVULGAÇÃO

A Virgin Galactic nalmente marcou o terceiro voo suborbital de sua espaçonave, a VSS Unity. Segundo a empresa, a janela de oportunidade se abre em 11 de dezembro, mas uma data exata depende do clima e disponibilidade técnica. A VSS Unity já foi ao espaço duas vezes, em dezembro de 2018 e fevereiro de 2019. Estes voos, no entanto, decolaram do Mojave Air and Sp a c e p or t e m Moj ave, n a Califórnia. Em fevereiro deste ano a espaçonave foi deslocada para o Spaceport America, no Novo México, de onde a empresa espera operar voos turísticos suborbitais já a partir de 2021. Segundo a empresa, entre os objetivos do voo está o teste de

elementos da cabine dos passageiros, avaliação dos novos estabilizadores horizontais da nave e dos controles de voo

durante a fase propulsada da viagem. A missão também carregará experimentos para a Nasa, como parte do Flight Opportunities Program. D e v i d o à s c on d i ç õ e s d e segurança impostas pela covid19 nem jornalistas, nem convidados, estarão presentes durante o teste. A Virg in Galactic a rma que “apenas funcionários essenciais estarão no local para apoiar operações pré-voo”. Michael Colglazier, CEO da Virgin Galactic, a rma “embora mídia e convidados não sejam permitidos no local, nossa equipe se empenhará em captar belas imagens e compartilhá-las com o mundo após a conclusão

do voo. Estamos ansiosos para concluir nas próximas semanas este marco importante em nosso programa de testes”.

Uma missão da VSS Unity não é como o lançamento de um foguete da SpaceX. A espaçonave decola presa a uma “nave mãe” chamada VMS Eve, que a leva a uma altitude de 50 mil pés (cerca de 15 km) antes de soltá-la. Segundos após ser libertada, a VSS Unity aciona seus foguetes e sobe a uma altitude de mais de 80 km antes de retornar à Terra e pousar como um avião convencional. No ápice da trajetória, os passageiros irão experimentar momentos de gravidade zero. De acordo com a Federação Aeronáutica Internacional (FAI) o espaço começa a 100 km de altitude, limite conhecido como a Linha Kármán. Porém, nos EUA, qualquer pessoa que ultrapasse uma altitude de 80 km é considerada um astronauta. 600 “futuros astronautas” já reservaram assentos em voos futuros da Virgin Galactic, e cada um deve custar ao menos US$ 250 mil (cerca de R$ 1,3 milhão em conversão direta) por cliente. No ano passado a empresa divulgou os trajes que serão usados por turistas, e recentemente apresentou o design da cabine de passageiros.

Que tal ter um veículo que se transforme em um ônibus espacial ou convencional, uma van de carga ou uma loja móvel quando você bem entender? Por enquanto, parece algo fora da realidade, mas é o que apresenta a proposta divulgada pela Agência Espacial Alemã, cujo protótipo modular futurista promete essas funcionalidades e ainda mais. Trata-se do U-shi, que p er mit ir i a a t ro c a de estruturas semelhantes a cápsulas xadas em sua parte s u p e r i o r, l e m b r a n d o u m caminhão em escala reduzida. Projetado para se guiar sem o auxílio de qualquer motorista, o conceito, além de ser extremamente rebaixado, de acordo com a instituição, pode se tornar uma opção mais barata que as tradicionais, especí cas para cada uso, pois dispensaria a construção de sistemas de transmissão exclusivos, o que o tornaria ideal para diversas aplicações. Suas capacidades também foram detalhadas.

Se utilizado para o transporte de cargas, o U-shi teria espaço su ciente para quatro paletes ou oito armários com rodinhas. Agora, s e o negó cio foss e c ar re g ar p ass age i ro s , s e te pessoas poderiam ser confortavelmente acomodadas em seu interior, que incluiria um assento extra dobrável. Em seu conceito atual, o veículo ainda é controlado remotamente. O objetivo? Que ele se torne totalmente autônomo e faça entregas ou corridas para passageiros 24

horas por dia. Entretanto, para que chegue a iss o, a agência tem muito t r a b a l h o p e l a f r e nt e . Po r e nqu anto, e st á fo c a d a e m reforçar o sistema de t ransmiss ão do protót ip o, instalar o hardware de rede e fazer outras melhorias, que contemplam, também, um novo sistema de bateria. Como vários projetos, ainda não é possível saber se ele realmente verá a luz do dia, mas que a ideia impressiona, bem, isso não tem como negar.

Japão lança com sucesso satélite com comunicação a laser ©MARKO ALIAKSANDR/SHUTTERSTOCK

O lançamento do foguete H-IIA, pela agência espacial japonesa (Jaxa), foi promovido com sucesso no domingo (29). A espaçonave levou a bordo o Laser Utilizing Communication Sy s t e m , ou Lu c a s c om o é conhecido, que permitirá a comunicação de alta velocidade de naves militares e civis de observação da Terra por meio de laser. A informação foi divulgada via Twitter pela Mitsubishi He a v y I n d u s t r i e s ( M H I ) , construtora do foguete. A MHI afirmou em seu site que o “lançamento foi executado c o n f o r m e p r o g r a m a d o” e “separou com sucesso o satélite retransmissor de dados nº 1 e o satélite retransmissor óptico de d a d o s”. O l an ç am e nt o foi realizado a partir do Centro Espacial Tanegashima, no sul do Japão. O equipamento, que faz parte do satélite Japan Data Relay System (JDRS, na sigla em inglês), está programado para uma missão de 10 anos e estará em pontos estratégicos de

observação para várias finalidades. O objetivo do lançamento do Lucas é se conectar a satélites em órbita baixa da Terra por meio de um laser infravermelho. A t e c n o l o g i a p o s s i bi l it ar á a comunicação em alta velocidade e enviará informações a 1,8 gigabytes por segundo. Este número é sete vezes mais rápido

do que o padrão atual de envio de dados. Cabe destacar que, atualmente, um sistema via rádio é utilizado na maioria dos equipamentos desta natureza, s endo o Luc as tot a lmente inovador neste sentido. De acordo com o Space Flight Now, este lançamento não foi excepcionalmente transmitido, provavelmente devido à t e c n ol o g i a i n c omu m p ar a satélites. Ainda cabe frisar que o p aís as i át i c o t amb é m nã o divulgou a posição exata da operação do Lucas em órbita geoestacionária. Sobre as vantagens do sistema, a maior velocidade neste processo é fundamental, visto que os satélites de baixa órbita monitoram o aquecimento global, bem como oferecem assistência na resp osta de desastres naturais, como furacões.


CIÊNCIA 7

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Cripta de Templários sob capela polonesa pode guardar o Santo Graal

Fóssil de ancestral de tiranossauro é encontrado em cidade do interior do Rio Grande do Sul

©WIKIMEDIA COMMONS/REPRODUÇÃO

Uma cripta oculta sob a capela de Santo Estanislau, em Chwarszczany, na Polônia, pode c o nt e r n ã o ap e n a s t ú n e i s secretos e restos mortais de Cavaleiros Templários, mas também o próprio Santo Graal, uma das relíquias religiosas mais procuradas em todo o mundo. As escavações no local come ç aram em 2004, mas somente em 2019, com a utilização de um radar de penetração no solo, foram revelados criptas góticas, restos mortais e um túnel secreto sob a área. “Segundo lendas e documentos medievais, havia um poço nas proximidades da capela. Há rumores de que o poço servia de entrada para um túnel secreto. Isso ainda requer uma investigação arqueológica exaustiva”, a rmou Przemyslaw Kolosowski, arqueólogo líder da escavação. Durante os 16 anos de pesquisa e varreduras abrangentes das instalações, a equipe de Kolosowski já encontrou itens como um paralelepípedo de centenas de anos, cerâmicas da Idade de Bronze, um destilado do século XVIII e até mesmo uma moeda cunhada em 1757 deixada ali pelas tropas russas. Porém, a des cob er t a mais

©MÁRCIO L. CASTRO

fascinante veio com o estudo de uma pequena depressão abaixo do piso de pedra, que revelou sete criptas abobadas, mas os arqueólogos ainda não podem a rmar com toda certeza que elas são da época dos Templários. Aparentemente, a ordem mi lit ar cr ist ã ter ia construído a capela em 1232, utilizando-a como um local de adoração e forti cação defensiva. Sendo assim, é bem possível que os corpos enterrados abaixo dela e as passagens descobertas sejam obra destes cavaleiros. Outro aspecto muito intrigante desta situação foi um túnel subterrâneo oculto descoberto na cidade de Myslibórz, que foi fundada pelos Templários em 1238, e se encontra a meia hora de distância da pacata Chwarszczany. “Naqueles dias, o

aparecimento de Cavaleiros Templários neste solo era uma tendência popular. Era o tempo das Cruzadas. Os governantes locais queriam fortalecer seu p o der, convidando ordens militares para se estabelecer em suas terras e construir c o m a n d o s ”, e x p l i c o u o historiador polonês Marek Karolczak. Como é possível imaginar, a possibilidade de que estes cavaleiros tenham realmente recuperado o Santo Graal e o escondido nesta capela é basicamente hipnotizante para todos envolvidos no projeto. Agora, precisamos aguardar os avanços das escavações para descobrir se o cálice supostamente utilizado por Cristo na Última Ceia realmente está prestes a ser encontrado.

Terra é sobrevoada por corpo celeste e cientistas não sabem o que é ©PIXABAY/MARCELO6366

BOB BEHNKEN

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Um objeto espacial desconhecido passou perto da Terra na terça-feira (1º), apesar de os cientistas ainda não saberem o que é. O corpo celeste, chamado 2020 SO, tem um diâmetro entre cinco a dez metros, e se aproximou da Terra em uma distância de até 50.000 quilômetros, cerca de um oitavo

da distância entre nosso planeta e a Lua. A minilua foi descoberta originalmente em 17 de setembro, mas não há consenso entre cientistas sobre o que o objeto é, apenas duvidando que seja um asteroide, os quais tipicamente voam a velocidades entre 11 km/s e 72 km/s. Em

comparação, o 2020 SO se desloca a uma velocidade de 0,6 km/s. Estudiosos da comunidade científica creem que se trata de um objeto criado por humanos. "Não temos certeza de que seja um asteroide (isto é, um corpo natural), pois poderia ser o propulsor de foguetes da missão Surveyor 2 da Nasa, datada de 1966", disse o Projeto Telescópio Virtual. Trata-se da terceira minilua conhecida desde que os registos começaram, embora muitas outras possam ter existido ao longo da história da Terra. É esperado que o "satélite" volte a se aproximar da Terra em março.

A Universidade Federal de Santa Maria fez uma grande descoberta cientí ca: um dos fósseis de dinossauro mais antigos do mundo foi encontrado em terras gaúchas! Os paleontólogos acreditam que se trate de um exemplar com 230 milhões de anos de idade. O fóssil foi encontrado em São João do Polêsine, a oeste de Porto Alegre, capital gaúcha. Trata-se de um dinossauro da família Herrerasauridae, que viveu no período Triássico (período que foi de 252 a 201 milhões de anos atrás). Esse tipo de animal é considerado o 'T-Rex' de sua época. O nome da nova espécie descob er ta é Gnathovorax cabreirai. “[Ele] fez uma viagem dentro da rocha muito bem conservada. Não houve alterações de forma, dos ossos, dos dentes. Quase não houve alteração de cor”, disse o paleontólogo Sérgio Cabreira, que estava no grupo de pesquisa

que encontrou o animal, em entrevista à RBS. A descoberta foi feita pelo Cappa, o Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia da Universidade Federal de Santa Ma r i a . O f ó s s i l é importantíssimo para a comunidade cientí ca porque é o exemplar mais completo desse tipo de dinossauro até então, podendo dar mais pistas sobre o mo do como esses animais viviam e sobre suas características biológicas. “Ele é o mais completo fóssil de um dinossauro do grupo dos herrerassaurideos. No mundo, nunca havia sido coletado um único espécime tão completo desse grupo. Além disso, ele é interessante porque os membros desse grupo (Herrerasauridae) foram animais de topo de cadeia alimentar, de modo que ele ocupava um papel de destaque nos ecossistemas terrestres do Período Triássico. O grau de

completude do espécime nos permitiu levantar muitos dados, até então desconhecidos ou pouco explorados”, a rmou R o d r i g o Te m p M u l l e r , paleontólogo do Cappa/UFSM, em entrevista à revista Arco. Em novembro de 2018, já havíamos reportado outra descoberta da equipe de Paleontologia da Universidade Federal de Santa Maria, que localizou o fóssil do dinossauro com o pescoço longo mais antigo do mundo. O Macrocollum itaquii é outro animal do período Triássico, foco de pesquisa do Cappa. “O Macrocollum itaquii ajuda a e nte nd e r c omo e r am o s dinossauros que antecederam esse momento e também quais características podem ter levado ao grande sucesso posterior do grupo”, a rmou a UFSM em nota sobre uma das mais importantes descobertas da Paleontologia no Brasil até então. Quem for da região da Quarta Colônia ou estiver de passagem, vale fazer uma visita presencial ao Cappa, onde os fósseis estão expostos. O centro está aberto de segunda a sábado durante a manhã e à tarde. Para quem deseja fazer uma visita em grupo, basta mandar um e-mail para cappa@ufsm.br.

Arqueólogos descobrem sistema avançado de ltragem de água em antiga cidade maia Antigas civilizações encontraram formas engenhosas de fazer a água chegar à p opulação, a exemplo dos aquedutos romanos. R e c e nte me nte, u m e stu d o publicado na “Scientific R e p or t s” mo st r a qu e também os maias possuíam um método vanguardista de não só distribuir como também filtrar a água. Eles usavam o quartzo e a zeólita para purificar o líquido. A descoberta foi feita no reservatório de Corriental, que abastecia a cidade de Tikal. Pesquisadores foram até a região onde ficava a cidade, localizada atualmente na Guatemala, e coletaram água de a lguns res er vatór ios. E les identificaram a presença dos minerais na água do reservatório de Corriental. As camadas depositadas deles permitiram

Análises feitas pela equipe de pesquisa da Universidade de Cincinnati indicam que tanto o quartzo quanto a zeólita foram colocados ali de forma intencional. Eles deduziram que ©GETTY IMAGES os minerais foram retirados de um aquífero de rocha vulcânica que fica a cerca de 29 quilômetros de Tikal. Acredita-se que alguns maias tenham percebido a diferença na aparência e no gosto da água do aquífero e decidiram levar a areia dali para o reservatório de C or r i e nt a l . L á , e l a exerceu um papel em sistemas de purificação de importante em um sistema de água. filtragem que limpava a água “Os antigos maias viviam em corrente. O quartzo ajudava a um ambiente tropical e tinham retirar da água metais pesados e que ser inovadores. Esta é uma nitrogênio, enquanto a zeólita, inovação notável”, diz Kenneth composta por silício e alumínio, Barnett Tankersley, principal limpava a água de pequenos autor do estudo. micróbios e toxinas. que os cientistas estimassem que eles foram colocados ali entre 965 a 2.185 anos atrás, algo por volta do ano 400 a.C. e 900 d.C. O mais surpreendente é que os dois minerais são usados ainda hoje


8 BEM-ESTAR

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GABRIELA MESSNER ARESI Brasileiros estão mais OLIVEIRA altos, mas não necessariamente mais Panqueca de salpicão saudáveis Nutricionista - CRN:14100665

GUIA DA COZINHA

©CHOREOGRAPH/ISTOCK

O brasileiro está crescendo. Um levantamento feito pela universidade britânica Imperial College London revelou que a altura média de crianças e adolescentes no Brasil aumentou quatro centímetros nos últimos 35 anos. A elevação nos índices fez o País saltar dezenas de posições no ranking global, mas iss o não sig ni c a necessariamente que as novas gerações estejam mais saudáveis, como alertam especialistas. De acordo com os dados l e v ant a d o s p e l a p e s qu i s a , publicada pela e Lancet, as estaturas médias de meninas e meninos de cinco anos no Brasil são, respectivamente: 1,13m, e 1,15m. Entre os adolescentes, as médias são, aos 19 anos, de 1,62 m (mulheres) e 1,75 (homens). Em 1985, as medidas eram de quatro a cinco centímetros menores em todas as faixas etárias. A diferença para os holandeses (líderes mundiais em altura) também diminuiu de um a dois centímetros entre os jovens de 19 anos e quatro e cinco centímetros entre crianças de cinco anos. Os brasileiros formam um dos povos que mais cresceram no ranking mundial. O líder em crescimento foi a China, onde a média dos jovens subiu oito centímetros no mesmo período. Na v i s ã o d o profe s s or d a Fac uldade de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Haroldo Ferreira, os números re etem o fato de que, nas últimas décadas, o brasileiro tem comido mais: "A estatura, em nível populacional, é um indicador da condição nutricional de longo prazo", a rma. Quando o organismo deixa de

receber os nutrientes necessários ao seu crescimento, desenvolve mecanismos de preservação de energia como a redução da taxa metabólica. O problema é que essa programação para uma menor taxa metabólica traz, entre outras repercussões, a re du ç ã o na vel o c i d a d e d e crescimento do indivíduo. "Por isso, a baixa estatura é um indicativo de fome crônica e desnutrição em nível populacional", explica Ferreira. No período inicial da apuração, o Brasil estava entre as nações onde a desnutrição se caracterizava como um grave problema de saúde pública. "Todavia, políticas públicas implementadas nas últimas décadas tiraram o País do chamado Mapa da Fome mundial, o que aconteceu em 2015. Portanto, dados recentes irão re etir essa situação. Mas aqueles que foram acometidos pela desnutrição em sua infância (hoje, adolescentes ou adultos) vão carregar para sempre as marcas desse passado", a rma o professor, autor de um estudo sobre baixa estatura e excesso de peso em crianças na região Nordeste. A associação entre altura e a maior alimentação é corroborada pelo presidente do Departamento de Nutrição da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Rubens Feferbaum. Mas o pediatra e nutrólogo faz a ressalta de que o aumento da estatura não pode ser entendido apenas como uma melhora nutricional das crianças do País: "É inegável que houve melhora nutricional, com o aumento do consumo de zinco, ferro e proteínas. Mas a análise dos dados do Ministério da Saúde

relacionados a peso e altura demonstra que, em todos esses anos, há um excesso de obesidade. E crianças com massa maior tendem a ser um pouco mais altas. Passamos da subnutrição para a transição nutricional, e, agora, estamos numa epidemia de obesidade, em que uma a cada quatro c r i a n ç a s ap r e s e nt a m a s s a corporal acima do indicado", pondera. Segundo os dados do estudo britânico, o Índice de Massa Corporal (IMC, que associa peso e altura) cresceu cerca de dois pontos entre crianças e adolescentes nas últimas décadas no Brasil. Em 1985, um brasileiro de cinco anos possuía um IMC de 15,1, em média. Hoje, de 17,2. Já uma brasileira de 19 anos tinha, há pouco mais de três décadas, um IMC de 21,8. Hoje, o índice médio é de 23,3. "Isso evidencia que o brasileiro está ganhando bastante peso, já que a altura está aumentando e não diminuindo", obs er va Feferbaum. Já para o professor da Ufal, o passado de subnutrição também ajudaria a explicar a maior tendência à obesidade entre as novas gerações: "Ao reduzir a taxa metabólica para garantir a sobrevivência do indivíduo, quando submetido à fome crônica nos primeiros mil dias de vida, isso o torna também mais s u s c e t íve l à o b e s i d a d e. O organismo, além de 'econômico' do ponto de vista energético, t a m b é m d e s e nv o l v e r o t a s metabólicas que privilegiam o acúmulo de gordura em detrimento de sua mobilização e utilização", explica Ferreira.

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Q

uer uma receita refrescante, saborosa e prática? Experimente esta panqueca de salpicão! Rende várias porções, é simples de preparar e tem um sabor incomparável.

1 maço de alface crespa picada Modo de preparo Para a massa, no liquidi cador, bata o leite, o óleo, a farinha, o caldo de galinha, os ovos e o sal,

cobrir todo o fundo. Frite por dois minutos e vire para dourar do outro lado. Proceda da mesma forma com a massa restante. Para o recheio, em uma tigela,

Ingredientes 2 xícaras (chá) de leite 3 colheres (sopa) de óleo 8 colheres (sopa) de farinha de trigo 1 cubo de caldo de galinha 3 ovos Sal a gosto Recheio 2 maçãs verdes em cubos Suco de 1 limão 3 xícaras (chá) de frango cozido e des ado 1 talo de salsão picado 1/2 cenoura ralada 1 xícara (chá) de uva-passa preta sem semente 1 xícara (chá) de maionese 1 caixa de creme de leite (200g) Sal e pimenta-do-reino a gosto

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

até car homogêneo. Aqueça, em fogo baixo, uma frigideira média antiaderente. Coloque uma concha média de massa e gire a frigideira para

misture os ingredientes, menos a alface. Em cada massa, coloque um pouco de alface e um pouco d o r e c h e i o. E n r o l e c o m o rocamboles e sirva em seguida. Fonte: Terra

Por que você deve dormir no escuro ©PEXELS/COTTONBRO

Quando falamos sobre uma boa noite de sono, dormir no escuro é sempre o pilar principal. Isso porque, segundo a médica dermatologista Juliana Toma, nossos cérebros são programados para associar a escuridão ao sono e produzir melatonina na ausência de luz. Mas nem sempre é possível dormir em um quarto totalmente à prova de luz.

Durante o sono, nosso corpo faz diversos “reparos”, como por exemplo em nossa pele. “Quando você está dormindo, seus níveis hormonais estão no pico, e é quando ocorre o reparo celular. Quando dormimos na hora certa (22h – 6h), a divisão celular que renova e repara a pele está no auge. Durante o sono, o uxo sanguíneo aumenta, o colágeno se reconstrói e os

músculos do rosto relaxam após um longo dia”. Não dormir bem também aumenta o hormônio do estresse — o s n íve i s d e c or t i s ol e prejudica a qualidade da pele, causando doenças in amatórias da pele, como acne e descamação, além de outras consequências que variam entre baixa imunidade, sonolência diurna, perda da concentração e memória até o aumento da ingestão alimentar. Tudo isso está ligado ao nosso ritmo circadiano, que é um ciclo biológico que evoluiu na Terra em resposta à exposição aos ciclos diurnos/noturnos do sol. Esses ciclos biológicos são expressos tanto no nível celular quanto no nível comportamental do ser humano, e uma de suas funções é o ajuste do relógio biológico, controlando o sono e o apetite.


SAÚDE 9

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HIV ainda infecta 1,7 milhão de pessoas a cada ano e mata cerca de 690 mil No Dia Mundial de Combate à Aids, comemorado na última terça-feira (1º), a ONU diz que a data é um lembrete da necessidade de manter o foco em uma pandemia global que ainda persiste quase 40 anos após seu surgimento. Em 2020, o tema do Dia Mundial da Aids é "Solidariedade global, responsabilidade compartilhada". Este ano, a atenção do mundo está focada na covid-19 e como as pandemias afetam vidas e meios de subsistência. Em entrevista à ONU News, o responsável programático no Ministério da Saúde da GuinéBissau, David da Silva Té, explicou as consequências que a pandemia teve no país africano. "Foi muito sentido, sobretudo, nos primeiros tempos e os seus ecos continuam até à época presente, apesar de ter diminuído porque nalmente conseguimos desenhar algumas estratégias que

reduziram o forte impacto inicial. Primeiro, começou-se

nomeadamente tratamento antirretroviral. Para além disso,

humanos, igualdade de gênero, proteção social e crescimento ©EFE

com a questão da limitação de circulação das pessoas, que fez com que várias pessoas que são soropositivas tivessem muitas di culdades para se deslocar às est r uturas s anit ár i as onde bene ciam dos cuidados,

alguns pro ssionais tinham di culdade de se deslocar". Na Guiné-Bissau e no resto do mundo, a crise mostra como a saúde está interligada a outras questões críticas, como redução da desigualdade, direitos

e conômico. Em um novo relatório, o Programa Conjunto d a O N U s o b re H I V / A i d s , Unaids, apela aos países para que façam muito mais investimentos nas respostas globais à pandemia e adoptem um novo conjunto de

metas ambiciosas. Se essas metas forem cumpridas, o mundo estará de volta no caminho para acabar com a aids como uma ameaça à saúde pública até 2030. Em mensagem sobre a data, o s e c r e t á r i o - g e r a l d a O N U, António Guterres, lembra que "apesar dos sucessos signi cativos, a emergência da aids ainda não acabou". O HIV ainda infecta 1,7 milhão de pessoas a cada ano e mata cerca de 690 mil. E desigualdades signi cam que aqueles que são menos capazes de defender seus direitos ainda são os mais afetados. António Guterres a rma que "a covid-19 tem sido uma chamada de atenção para o mundo", mostrando que "desigualdades na saúde afetam a todos" e "ninguém está seguro a menos que todos estejam seguros". Segundo o secretário-geral, a resposta ao HIV tem muito a ensinar no combate à covid-19. A

comunidade internacional sabe, por exemplo, que é preciso eliminar o estigma e a d i s c r i m i n a ç ã o, c o l o c a r a s pessoas no centro da resposta e fundamentar as respostas em direitos humanos e abordagens sensíveis ao gênero. Guterres diz que "a riqueza não deve determinar se as pessoas recebem os cuidados de saúde de que precisam" e a vacina contra o novo coronavírus e os tratamentos para o HIV pre c i s am " s e r a c e ss íve i s e disponíveis para todos, em todos os lugares". O chefe da ONU termina lembrando que a saúde é um direito humano e a cobertura universal de saúde deve ser uma prioridade. Neste dia mundial, Guterres pede que o mundo reconheça que "para superar a covid-19 e acabar com a aids, o mundo deve ser solidário e compartilhar responsabilidades".

Testes identicam mudanças Pandemia impede diagnóstico precoces do Alzheimer antes precoce de câncer de pele que sinais apareçam Alerta é da Sociedade Brasileira de Dermatologia

Um novo teste é capaz de levar ao diagnóstico precoce do Alzheimer ao detectar níveis anormais da proteína tau, quadro encontrado em quem está no estágio inicial da doença, antes do desenvolvimento de problemas cognitivos, de acordo com estudos, e estão agora publicados nas revistas científicas EMBO Molecular Medicine e Alzheimer's & Dementia: The Journal of the Alzheimer's Association. Para re a lizar qua lquer função regida pelo nosso cérebro, como pensar, falar, a p r e n d e r, m e m o r i z a r e planejar, entre centenas de outras coisas, é preciso que as células ner vosas — os neurônios — enviem sinais umas para as outras. Essa comunicação se dá por impulsos elétricos e substâncias químicas que at r av e s s a m a s s i n ap s e s , pequenos espaços que existem entre as células. Nos indivíduos com Alzheimer, certas alterações tóxicas fazem com que os neurônios deixem de se comunicar e morram. Os cientistas acreditam que existem dois principais fatores por trás do processo e que envolvem duas proteínas diferentes: Beta-amiloide —

que começa a se acumular e, junto com células mortas, forma depósitos entre os ©KATARZYNA BIALASIEWICZ/GETTY IMAGES

neurônios conhecidos como placas senis e Tau — que forma emaranhados neurofibrilares dentro das células nervosas. O que está por trás desse acúmulo anormal de proteínas ainda é algo em estudo. Outras alterações também parecem interferir no processo, como problemas vasculares que impedem o aporte adequado de sangue e nutrientes, como a glicose, para o cérebro, além da existência de um processo inflamatório crônico, uma vez que as células responsáveis pela "faxina" local, como as gliais e os astrócitos, são impedidas de cumprir sua função. De acordo com os pesquisadores envolvidos na

pesquisa, uma maneira p ossível de mel horar os tratamentos é testá-los em pessoas nos estágios iniciais da doença, com mu d a n ç a s b i o l ó g i c a s evasivas, mas sem sintomas clínicos como a perda de memória. " O d e s a f i o p r á t i c o, entretanto, é que essas mudanças iniciais muito p e q u e n a s s ã o incrivelmente difíceis de medir de forma confiável. Isso compromete nossas chances de identificar e recrutar pacientes préclínicos com a doença para ensaios clínicos", explicou Kaj B l e n n o w, p r o f e s s o r d a Universidade de Gotemburgo, em nota da universidade. As descobertas relatadas nessas publicações mostram que as novas ferramentas altamente sensíveis captam as pr i m e i r a s a lt e r a ç õ e s d a doença de Alzheimer no cérebro em pessoas clinicamente normais. "Essas ferramentas têm o potencial de avançar na triagem da população e nos ensaios clínicos", apontou Thomas Karikari, também professor assistente da Universidade de Gotemburgo, que coliderou a descoberta.

A pandemia de covid-19 no Brasil, que completa dez meses em dezembro, levou a população a evitar os hospitais a não ser em situações de urgência. Com isso, ligou um alerta na Sociedade Brasileira d e D e r m at o l o g i a (SBD). A entidade verificou que a pandemia afastou pacientes de câncer d e p e l e d e consultórios e ambulatórios, comprometendo o diagnóstico da doença e, consequentemente, o tratamento precoce. Em 2019, foram 210.032 pedidos de biópsias para detecção do câncer de pele, entre janeiro e s e t e m b r o. E m 2 0 2 0 , n o mesmo p er ío do, foram 109.525, 48% a menos. Com exceção de Sergipe, todos os estados do País registraram queda. Os dados foram apurados pela SBD a partir de informações disponíveis do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SUS). Proporcionalmente, o Acre foi o estado com a maior redução nesse tipo de demanda, com 64% a menos em relação ao mesmo período de 2019. Outros estados com queda significativa foram Roraima e Bahia (-63%), Alagoas (-58%), Maranhão e

todas as faixas etárias. Pessoas com idade de 44 a 80 anos foram as que mais deixaram de fazer as avaliações dermatológicas na ©FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL comparação entre p er ío dos. Por exemplo, em adultos entre 50 e 54 anos, a redução foi de 51%. Em 2019, foram 1 7 . 0 1 7 atendimentos, já em 2020 foram 8.287. A situação traz um problema fazem parte do “triste legado” adicional, já que a tendência é da pandemia. Ele lembra que, que, nos próximos meses, no início da crise, os próprios ocorra um acúmulo de serviços de saúde atendimentos na rede pública, desestimularam a ida de com a ida de pessoas que pacientes sem gravidade, para deveriam ter ido em 2020, evitar a exposição além de outras com chance de desnecessária ao vírus. Mas iniciar o tratamento precoce após esse primeiro momento, da doença. o cenário não mudou por “As consequências desse iniciativa dos próprios problema serão percebidas em pacientes. médio e longo prazos. O “Depois, a população, por paciente, ao retardar o seu medo de contaminação pelo diagnóstico e início de vírus, passou a evitar as tratamento, perde a chance de consultas, mesmo com a efetivamente reduzir os efeitos retomada dos atendimentos. nefastos que um câncer de Os gestores não têm pele pode causar e que, no responsabilidade por esse limite, pode levar o paciente à cenário, mas recai sobre eles o morte. Temos que pensar em desenvolvimento de estratégias para reduzir essa estratégias para resolver o lacuna”, disse a coordenadora problema”. do Departamento de Houve queda expressiva na Oncologia Cutânea da SBD, procura por esse atendimento, Jade Cury. entre 50% e 60%, em quase São Paulo (-57%), Piauí (50%), Santa Catarina (-49%), Goiás (-48%) e Paraná (-46%). Para o presidente da SDB, Sérgio Palma, esses números


10 Criança hoje, Criança amanhã

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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

Estragos Permanentes da Privação Materna pela Acusação de Alienação Parental — Parte III PINTEREST

U

(27) 33337-2008

que o terapeuta de crianças abusadas deve se sentar ao lado da criança para assistir, junto com ela, a vídeos de abusos sexuais de outras crianças e dela mesma. Assim, ele acredita que a criança irá naturalizar o abuso. Para que estas manobras sejam operadas, a mãe deve estar afastada da criança. Daí a necessidade de seu distanciamento. Ninguém dimensiona o encastelamento da criança, entregue ao pai abusador, que é praticado. A perversidade desta condenação dupla para a criança e dupla para a mãe, é avassaladora. Para a criança, ela revelou, quebrou o pacto do segredo rmado com o pai/abusador, e foi punida. Foi entregue ao autor das violações de seu corpo, de quem tinha tanto medo, e perdeu a mãe, em quem con ava. A criança se sente sendo presa, as buscas e apreensões tão frequentes, t r a z e m , c l a r a m e nt e , e s t a vivência. Elas são arrancadas de seu mundo de referência, da mãe, incluindo para os menores, do peito que mamavam, da casa, dos cheiros, dos brinquedos, da caminha, dos seus animais de estimação, tudo lhes é tirado abruptamente. São

surpreendidas por pessoas estranhas, policiais, armas em punho, muitas vezes, que os agarram e levam. É a ida para o cárcere. A viagem é curta, mas ainda piora. São entregues por estes policiais que as seguraram com força, ao pai abusador. Ali, morre a esperança de proteção em falta. Os gritos traduzem o desespero. Mas nada detém a operação de guerra armada p ara ret irar a cr i anç a d a condenada “mãe alienadora”, a “mãe louca”. Esta condenação é sumária. E não espera o trânsito em julgado. Não precisa. O pai falou que era alienação. O caráter dogmático deste termo consolidou-se porque ele leva à ilusão de uma “resolução mágica” de que tanto gostamos. Abrevia o caminho, e cega para a monstruosidade do incesto. Pelo lado da mãe também há uma dupla condenação. Ela é acusada e sentenciada como louca e maliciosa. Mas a pior condenação é a da constatação de sua impotência para proteger sua cria. E, para não poder insistir nem usar a Justiça Recursal que nos rege, a mãe é, devidamente, amordaçada. Isto implica em ouvir ordens de Operadores de Justiça que as proíbem de falar sobre os

abusos com a criança, de participarem de redes sociais, num exílio dentro de sua própria vida. “Juiz não tira lho nem de mãe prostituta, se perdeu a guarda é porque fez uma coisa muito grave”. Esta é uma a r m a ç ã o s o c i a l preconceituosa e perversa que visa acabar de aniquilar a mãe. Por maior que seja seu esforço

todas as que perderam a guarda passaram a pagar, rigorosamente, pensão alimentícia para o pai abusador que ca com a guarda unilateral, a mãe é massacrada no seu Direito à maternidade. Nestes casos, muitas vezes, o pai não pagava pensão há muito, mas isso lhe é perdoado, porque ele era vítima de alienação da mãe.

para se manter em pé, este combo de violências, a psicológica, a moral, a patrimonial, lembrando que

Po de p are cer que isto pertence ao mundo dos adultos, mas isto é um equívoco. A criança acaba por ter

conhecimento, na maioria das vezes pelo próprio pai que prossegue desquali cando a mãe. Faz parte do combo das violências. Além disso, esta sombra que vem com o preconceito da comparação c om as mã e s pro st itut as , potencializa a violência contra a criança pelo constrangimento em seu ambiente social. Ela sempre escuta aquela pergunta “por que sua mãe não veio?”, para a qual ela não tem resposta. Só vergonha, constrangimento vexatório. Esta é uma fonte de mal estar, um nascedouro de psicopatologias permanentes. É comum que a agressividade, a mesma violência recebida pelo combo da alienação parental, se cristalize e avance contra tudo e todos. A Privação Materna Judicial motivada pela acusação d o d o g m a d a “a l i e n a ç ã o parental” tem, para a criança, a equivalência do abandono da caçamba de lixo. Acrescentar ao abuso sexual intrafamiliar, um trauma, a privação materna judicial, outro trauma, está estragando, em permanência, a mente destas crianças, vítimas da perversidade da lei de alienação

REPRODUÇÃO INTERNET

ma criança pequena faz uma revelação de abuso sexual que ela nem tem muita noção da gravidade. Mas, não raro, ela revela após a separação dos pais porque passa a se sentir mais con ante e segura. O pai não dorme mais em casa. Dormir sob o mesmo teto, para a criança, é muito intimidador. A noite é muito assustadora quando há um agressor dentro de casa. A criança ca aterrorizada ao pensar que seu agressor, que já tem uma superioridade física sobre ela, pode ainda “pegá-la” dormindo, completamente indefesa. Não é difícil localizar todos os sentimentos de repulsa que temos pela mãe que abandona seu lho, bebê, numa caçamba d e l i x o, p o r e x e m p l o. A condenação é extensa. Mas, hoje, temos o abandono materno judicial compulsório, promovido pelo rito da lei de alienação parental. Uma vez que a criança revela ou comunica de forma comportamental que está exposta a práticas de abusos sexuais, sua mãe é obrigada a fazer uma denúncia, art. 13 do ECA, o que, imediatamente, sem nenhuma comprovação, até porque não existe instrumento de aferição de tal comportamento, é travestido em alienação parental, mudando da Vara Criminal para a Vara de Família. O Mito da Família Feliz, como escreve a Desembargadora Maria Berenice Dias, se desenha e se opera. O crime de abuso sexual intrafamiliar deixa de ser investigado, a Voz do genitor ecoa como verdade indubitável, a mãe passa a ré. O abusador vira vítima. E a criança, como instrui Gardner em seu livro “True and falses accusations of child sex abuse”, deve ser levada à exaustão, fazendo com que relate in nitas vezes os abusos sexuais. Esta é uma tática para a banalização e que é seguida pela outra instrução sobre a terapia de crianças vítimas. Ele a rma

parental. Continuaremos a falar sobre este tema na próxima semana.


COMPORTAMENTO 11

03 A 05 DE DEZEMBRO DE 2020

NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA Hipnoterapeuta / Mentora Gestacional Cel.: (27) 99947-8786 Instagram: @nagelaisa.oficial

A influência da memória em nossas vidas A

s memórias nos tornam quem somos e, mais que isso, podem determinar nossos destinos. Somos resultado de tudo que já experimentamos em vida, desde o ventre materno, inclusive. O que poucos sabem, é que as memórias formam caminhos mentais, que são como marcas em noss o cérebro, o que chamamos de sinapses. A mente aprende a co di car cer tos parâmetros, tornando nossa interpretação quase que automática, sobre aquilo que vivenciamos. Por isso, a importância de nossas memórias é tão grande! Elas nos orientam em nossos julgamentos, decisões, a forma pela qual percebemos o mundo ao nosso redor e as relações que vivemos. Baseamos nossa percepção de mundo através das me mór i as d e e x p e r i ê nc i as vividas ou do que aprendemos quando crianças. Perceba que as memórias mais v iv a s e m s u a m e nte e s t ã o entrelaçadas a emoções. Pessoas, aprendizados, lugares, fatos... o que você se lembra sobre aquela matéria que um professor chato dava, ou sobre o café da manhã de antes de ontem?

©FREEPIK

Diferentemente da lembrança do rosto da sua mãe, ou do dia do seu casamento, aquilo não teve uma emoção relacionada. E por iss o, e ss e re g ist ro nã o foi

Elas podem ser moduladas. Isso pode acontecer por uma modi cação sináptica que ocorre a partir de uma intervenção terapêutica, por exemplo. ©FREEPIK

'importante' para seu cérebro. Um fator que é desconhecido pela maioria das pessoas é que as memórias não são con áveis.

Então, ao contrário do que muitos pensam, as memórias podem sim ser modi cadas, e até criadas! Não dá para apagar uma

memória. Mas podemos modi car essa estrutura sináptica e a interpretação emocional que demos a ela. O que se chama de ressigni cação, podemos chamar de reeducação mental. Seria muito triste que estivéssemos fadados a viver numa prisão de sofrimento por determinação de uma experiência dolorosa que passamos. Porém, baseamos experiências do presente em nosso banco de dados criado no passado. A Hipnoterapia, por exemplo, se constitui em executar uma faxina geral em nossa mente e reeducar nosso cérebro a i nt e r pre t ar d e u m a for m a diferente as situ açõ es que vivemos no presente, modi cando a estrutura sináptica formada por nossa mente lá no passado. Ou seja, criando um novo caminho. Desentrelaçando da memória o medo, a vergonha, a dor... Imagine que, até atingirmos a matu r i d a d e me nt a l, no ss o cérebro abs or veu to das as informações das situações que vivemos, criando caminhos para interpretação da vida. Por exemplo, nossa crença sobre o sexo oposto, nossa mentalidade

nanceira, nossa autoimagem ou padrão de merecimento. Então, é como se nossa vida e nosso futuro já estivessem traçados. Mas isso seria uma condenação nada justa, não é verdade? Mas se não houvesse uma alternativa para modi car esse caminho, não veríamos pessoas de sucesso que saíram de uma realidade escassa e de ciente. Não tem a ver com serem pessoas especiais ou com 'sorte'. Trata-se do poder de decisão e a autopermissão de romper os laços com o passado, traçando um novo caminho futuro. E se foi na mente que esse caminho foi constituído, é nela que precisa ser modi cado. A vida pode ser tão leve ou tão dura quanto a imaginamos. E é em

nossa imaginação que descobrimos a história que estamos contando para nós mesmos! Mo d i c a r o r u m o d e s s a história, depende de olhar com maturidade e consciência para isso, compreendendo que não existe caminho que não possa ser mudado. Trace uma nova rota, orientando sua mente para onde deve se dirigir. Fazer terapia não é sinal de fraqueza. Pelo contrário, é buscar um aliado para fortalecer nossa decisão de mudar aquilo que ainda não conseguimos sozinhos. Todos temos questões a serem trabalhadas e reestruturadas. Qual é a sua?

Sonhos da pandemia refletem sofrimento mental emedo da doença, diz estudo ©GETTY IMAGES

A pandemia, ocasionada pelo novo coronavírus, mudou a rotina de todo o mundo. A paralisação das atividades, o distanciamento social e as muitas preocupações advindas dessa nova ordem mundial afetou diretamente o psicológico das populações que ainda não sabem como lidar com o medo de contrair a covid-19 ou, ainda, de perder alguém próximo por causa dessa doença. Pesquisa desenvolvida pelo Instituto do C é r e b r o d a Un i v e r s i d a d e Federal do Rio Grande do Norte (ICe/UFRN), publicada na Plos

One no dia 30 de outubro, mostra que essa preocupação também está afetando os sonhos das pessoas. Desenvolvido por um grupo de 13 pesquisadores, sob super visão da psiquiatra e neurocientista Natália Mota, o estudo mostra que os sonhos do período pandêmico são diferentes dos relatos dos sonhos anteriores à pandemia. Os pesquisadores perceberam que os sonhos nesse período têm maior proporção de palavras ligadas à "raiva" e à "tristeza" e maior semelhança a termos

como "contaminação" e "limpeza". Esses resultados corroboram a hipótese de que os sonhos pandêmicos re etem sofrimento mental, medo do contágio e mudanças imp or tantes no cotidiano, hábitos que impactam diretamente a socialização. Segundo a pesquisa, essas características parecem estar associadas ao sofrimento mental ligado a isolamento social, pois explicaram 40% da variância na subescala negativa, relacionado à socialização, de PANSS (Escala de Síndrome Positiva e

Negativa), usada para medir a gravidade dos sintomas de pacientes com esquizofrenia. Ao todo, 67 pessoas participaram das duas fases do estudo — antes e durante a p a n d e m i a d e c ov i d - 1 9 . A aquisição de dados foi feita por um aplicativo para smartphone, chamado de InterviewerApp, desenvolvido pelo grupo para coletar relatos de memória de forma segura e remota. A aplicação executa uma rotina que captura os relatos dos participantes, os salva em arquivos de áudio e depois os envia para um servidor do Instituto do Cérebro, de onde são acessados pelos pesquisadores. Foram utilizadas ainda ferramentas computacionais que medem a proporção de palavras emocionais as comparando a uma lista pré-estabelecida e já validada para calcular a proporção de conteúdo emocional. Depois, os pesquisadores criaram um mapa entre palavras constituindo a localização de cada vocábulo a partir da frequência de ocorrência das palavras nos mesmos contextos. A pesquisa mostra que as mudanças nos sonhos estavam associadas ao grau de sofrimento mental

experimentado pelos voluntários, principalmente com maior di culdade em manter relações sociais satisfatórias com as medidas de isolamento social. "Dessa maneira, percebemos os sonhos como importante espelho desse mundo interno, demonstrando serem importante fonte de autoconhecimento" disse Natália Mota. Natália esclarece ainda que, como os principais resultados foram encontrados justamente no grupo de indivíduos que não relataram sofrimento mental previamente, é possível a rmar que o acompanhamento atento dos próprios sonhos, principalmente em momentos de estresse agudo, pode ser uma boa fonte de alerta de sofrimento mental, pois ajuda a advertir sobre riscos. "Ao nal também p o d e mo s p e rc eb e r qu e o s voluntários autoavaliaram o processo de observar e compartilhar os sonhos como b ené co, trazendo mais sentimentos como felicidade,

altruísmo e criatividade para o seu cotidiano", completa. De acordo com Natália Mota, recentes teorias das neurociências atribuem ao sonhar uma função de regulação de emoções. Seria um mecanismo análogo à digestão, nesse caso, de memórias. Esse processo extrai das lembranças do cotidiano o aprendizado para s e r re t i d o, m a s ate nu a a s emoções, principalmente as muito negativas, nos permitindo lembrar do evento sem sofrer, como se estivesse acontecendo naquele momento, o que ajuda a superar traumas. Outras teorias observam o papel dos sonhos como um centro de realidade virtual personalizado com suas próprias me mór i a s , op or tu n i z and o treino especí co e seguro para ame a ç as prov áve is d o d i a seguinte. Da mesma forma, os sonhos funcionariam também como um simulador para treinar habilidades sociais, visto a grande importância da socialização para a nossa espécie.


12 OLHAR DE UMA LENTE

03 A 05 DE DEZEMBRO DE 2020

HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

“A educação não está bem, mas podemos melhorar” A

lessandra Silva Ma c h a d o Ma r v i l a , formada em Ciências Biológicas, Mestre em Gestão Tecnológica Ambiental, pósgraduada pela Universidade Federal de Lavras/RJ e diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental João Paulo II, em Jardim Carapina, município da Serra, recebeu a equipe do Fatos & Notícias para falar um pouco da sua experiência à frente de uma unidade de ensino da periferia. A diretora acha que a educação no País teve seus avanços e, nesse momento de pandemia, deu um salto muito grande no que diz resp eito ao f uturo. “Não podemos mais ver a educação dentro de quatro paredes, ou seja, somente dentro de uma sala de aula, ela vai muito além. Tanto no ensino particular como no ensino público, principalmente da esfera pública, esse avanço foi inevitável e ela chegou para car. A tecnologia ajuda a ampliar o conhecimento e esse conhecimento é a base para a formação do senso crítico do cidadão, observamos que as pessoas de hoje estão mais antenadas, mais conscientes política, econômica e socialmente falando e isso, é muito bom para a nossa sociedade”, explica.

Para ela, a educação molda e, com esse avanço tecnológico, as possibilidades de aumentar os conhecimentos são evidentes. No entanto, nada substitui a pessoa do professor em sala de aula e isso cou claro com a pandemia. “O profess or não s erá substituído no futuro, acredito que isso seja impossível. A intervenção do ser humano, quanto professor, ajuda na criação de laços afetivos, s e nt i m e nt o n e c e s s á r i o n o processo ensino-aprendizagem do aluno. Quanto mais próximo do seu aluno, mais o aluno se interessa pela matéria e se a p r o f u n d a n o a s s u n t o. O professor é e sempre será um recurso fundamental no processo educacional”, acredita. Quanto à família, continua A l e s s a n d r a , “o s i s t e m a educacional precisa colocá-la para dentro da escola e orientá-la a utilizar a tecnologia como ferramenta para o conhecimento. Fazer um direcionamento com ela e a criança. Existe essa di culdade, é difícil conseguir esse acompanhamento da família porque nos dias de hoje tudo é muito corrido para os pais e mães que cam fora o dia inteiro porque precisam trabalhar e isso prejudica no processo de ensino”. Para a professora, o desnível entre as escolas particulares e as

escolas públicas ainda é muito grande. “Estaria mentido se disser que não há, mas a causa desse desnível não é pela

econômico, grau de instrução dos pais e recursos materiais da rede privada que são melhores”, aponta.

pedir desculpas, agradecer, desejar um bom dia, são palavras que confortam a parte oposta. Oferecer lugar a uma grávida ou

mo d el o c ív i c o - m i l it ar nas escolas, Alessandra se disse a favor sim. “Trata-se de modelo que cria um certo ritmo HAROLDO CORDEIRO FILHO

qualidade do corpo docente da rede pública, mesmo porque, os professores que trabalham na rede pública são os mesmos que prestam serviço na rede privada. Acredito que esse desnível seja provocado pelo poder

Alessandra ainda falou que os valores estão se distanciando cada dia que passa. “O carinho, o respeito, a cumplicidade, o companheirismo e a solidariedade estão se perdendo na nossa sociedade. Gestos como

um idoso num coletivo, infelizmente, são gestos raros nos dias de hoje entre nossos jovens... Estão desaparecendo aos poucos e isso é muito ruim para o ser humano”, salienta. Perguntada se é a favor do

d i s c i p l i n a r, o s p a i s , a o matricularem seus lhos nessas escolas, saberão que ali vai haver regras, tanto para os lhos como para eles, que deverão ser cumpridas”, naliza. TATI BELING

Projeto Caiman O

Jacaré-de-pap oamarelo é uma espécie-símbolo da biodiversidade capixaba e isso nos ajuda muito nas questões de criar uma reconexão e uma reconciliação da sociedade e a natureza. A gente tem nesse contexto uma sensação de pertencimento das pessoas e quando a gente tem pertencimento, nos envolvemos e as causas são m a i s f a c i l m e n t e implementadas. O jacaré tem um valor cultural muito forte na nossa sociedade e essa

LEONARDO MERÇON

espécie é fundamental para o equilíbrio e a saúde das matas, das orestas e Mata Atlântica, principalmente nos corpos d'água. O jacaré é tido como bandeira para conservação, conservando o jacaré a gente conserva a Mata Atlântica como um todo e todas as outras espécies ameaçadas que também que coabitam o meio ambiente. Yhuri Nóbrega, coordenador do projeto Caiman Jacarés da Mata Atlântica


BRASIL 13

03 A 05 DE DEZEMBRO DE 2020

A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO ELLEN CAMPANHARO/ALES

Sérgio Majeski (PSBES) Deputado direciona R$ 1 milhão em recursos a 27 municípios Os recursos direcionados pelo d e put a d o e st a du a l Sergio Majeski, por intermédio do Projeto de Lei (PL) 522/2020, que trata da Lei Orçamentária Anual (LOA), irão chegar a 54 instituições de 27 municípios capixabas. Será R$ 1 milhão direcionado por emendas para apoiar os trabalhos desenvolvidos em instituições educacionais e sociais, hospitais lantrópicos e unidades da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e da Associação Pestalozzi. “Nosso objetivo sempre é fazer que os recursos cheguem da melhor forma possível para contribuir com os serviços prestados à sociedade. Muitas dessas instituições desenvolvem trabalhos especí cos que só elas fazem, principalmente quando falamos na atenção à pessoa com de ciência”, destaca Majeski. Na distribuição por segmento de atuação, serão R$ 435 mil para 10 hospitais lantrópicos, R$ 285 mil para 24 instituições educacionais e sociais e outros R$ 280 mil especi camente para 20 Apaes e Pestalozzi. “O recurso, quando bem aplicado pelo gestor, é capaz de melhorar a realidade de muita gente, principalmente das pessoas que dependem exclusivamente dos serviços públicos e de instituições do terceiro setor, que complementam as obrigações do Estado”, naliza Majeski.

Lockdown REPRODUÇÃO/TV SENADO

MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

Sônia Otto Alencar (PSD-BA) Steins Senador reclama de retirada de (PatriotaFundão-ES) Paim da lista de Capacitação para os jovens Segundo a vereadora Sônia Steins, Fundão é um município com vários problemas na saúde, na educação e meio ambiente, mas a próxima legislatura precisará dar um foco maior para nossos jovens, buscando alternativas para colocá-los no mercado de trabalho. “A capacitação é essencial nesse processo além, é claro, de despertar, com incentivos scais, mais atrativos, o interesse das empresas de fora a se instalarem no município e inventar mecanismos de apoio aos pequenos empreendedores fundãoense”, frisa a vereadora. CORREIO DO POVO

Lasier Martins (PodemosRS) Desmatamento na Amazônia Golpe branco Senadores vão debater aumento do desmatamento na Amazônia O Plenár io aprovou na qu ar t a-feira (2) requerimento (RQS 2.771/2020), do senador Luís Carlos Heinze (PP-RS), para realização de sessão de debates sobre o aumento das queimadas e do desmatamento na Amazônia. O objetivo é analisar novas informações divulgadas sobre a situação do meio ambiente na região.

Soraya Thronocke (PSL-MS)

Para o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, será importante observar os dados epidemiológicos sobre a covid-19 no momento atual, passadas as eleições municipais de novembro. Para ele, caso a campanha eleitoral, com dois meses de duração, durante a qual houve grande contato entre as pessoas, não tenha como resultado um aumento expressivo nas contaminações e mortes por covid-19, não haverá motivo para estabelecer novas medidas de distanciamento social. Esse raciocínio foi oferecido por Pazuello na reunião desta quarta-feira (2) da comissão mista que acompanha as ações do governo federal no enfrentamento à pandemia de covid19, em resposta a questionamento do deputado Felício Laterça (PSL-RJ), que quis saber do ministro qual a política atual do governo com relação à pandemia.

O senador Otto Alencar manifestou indignação nesta quarta-feira (2), durante sessão remota, com a retirada do nome do senador Paulo Paim (PT-RS) da lista de personalidades negras da Fundação Palmares. Otto ressaltou a importância de Paim na luta e defesa dos direitos humanos. O senador também destacou outros nomes excluídos da lista e a rmou que “todas essas personalidades estão num nível bem superior ao autor da portaria que excluiu essas personalidades”. “Protesto contra a decisão tomada pelo presidente da Fundação Palmares, Sr. Sérgio Camargo, quando excluiu da lista de personalidades negras do nosso País pessoas do quilate do senador Paulo Paim. O senador Paulo Paim construiu uma história de vida na luta política em defesa dos direitos humanos, contra o racismo, contra a exclusão em todos os sentidos. Excluiu dessa lista personalidades como Marina Silva; Milton Nascimento; Gilberto Gil, meu conterrâneo, de quem sou fã de carteirinha pelas suas músicas lá atrás de protesto contra a ditadura e que foi exilado, sofreu muito com o exílio, lutou pela liberdade e pela democracia do povo baiano e do povo brasileiro”, ressaltou. O senador lamentou as "decisões equivocadas" tomadas pela Fundação Palmares. MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

Se eleições não levam a aumento de casos, não deve haver novo lockdown, afirma ministro

personalidades negras da Fundação Palmares

Senadora lamenta morte do piloto durante combate a incêndios no Pantanal Durante sessão remota nesta quarta-feira (2), senadora lamentou a morte de Mauro Tadeu da Silva Oliveira, coronel da reserva do Corpo de Bombeiros do Pará. O piloto faleceu nesta segunda-feira (30), após a queda de helicóptero durante o trabalho de combate a incêndios no Pantanal. A senadora manifestou solidariedade à família e aos amigos de Mauro Tadeu. “Quero deixar aqui a minha solidariedade à família, aos amigos e a todos que amavam ou que amam o coronel Mauro, ou de alguma forma foram ajudados por ele. A nossa gratidão eterna a toda a dedicação do coronel Mauro para salvar o nosso Pantanal”, disse”.

Em questão de ordem durante a sessão deliberativa remota desta quarta-feira (2), o senador Lasier Martins cobrou do Senado uma resposta a recentes matérias publicadas na imprensa com a informação de que já haveria um acerto para que a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado seja proposta pelos próprios parlamentares na abertura dos trabalhos em fevereiro de 2021. “Eu estou preocupado com uma matéria que saiu hoje numa revista que é muito lida e muito respeitada. Diz a matéria: 'A reeleição de Alcolumbre e Maia tem nome: golpe branco'. Eu entendo que uma matéria dessa não pode car sem resposta, porque nós devemos zelar pelo conceito do Senado Federal”, declarou. De acordo com a reportagem, disse Lasier, ao abrir a sessão preparatória de 2021, será proposto por um parlamentar que o presidente do Senado e o da Câmara, sejam reeleitos. A proposta, no entanto, na avaliação do senador, “vai rasgar a Constituição Federal”.


14 SER ESPORTE

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LAÉRCIO FRAGA “LAU” fracaodesegundo@gmail.com (27) 99961-5323 Professor de Educação Física CREF — 007087-G/ES

O esporte, desde sempre, gerando oportunidades “Foi amor à primeira vista”, professor de basquete Osnir Samora ARQUIVO PESSOAL

O

logo de cara que o esporte era, e é, uma das mais importantes e poderosas ferramentas para transformar a vida das pessoas. Então, quando fui fazer minha inscrição na faculdade não pensei duas vezes: vou ser professor de educação física e transformar a vida dos meus alunos! Como eu já estava apaixonado pelo basquete, pude unir o útil ao agradável. Me formei e, a partir dali, comecei a ensinar basquete para os mais

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esporte transforma. Sonhos são realizados e vidas direcionadas para o caminho do bem. Inciativas e atenção a crianças e adolescentes devem ser uma constante, e dar créditos a pro ssionais que fazem este trabalho sempre será notícia na seção Ser esporte. A bola, dessa vez, é o professor de educação física Osnir Samora. Natural de Vitória e morando atualmente na Serra, foi um dos que viu sua vida

transformada quando decidiu adotar o esporte. Agora, aos 31 anos de idade, quer ir além como multiplicador de conhecimentos e principalmente de sonhos.

jovens. Para poder oferecer mais conhecimento, busquei me capacitar o máximo possível: z c u r s o s s o b r e t r e i n a m e nt o esportivo, cursos de gestão e curso de árbitro de basquetebol para poder entender melhor as regras da modalidade e, assim, poder fazer um bom trabalho. Tudo que envolvia basquete eu fazia. Eu sei o que o esporte me proporcionou. Ganhei bolsa de estudo no ensino básico, ganhei bolsa de estudo na faculdade,

Como surgiu o basquetebol na sua vida? O basquete surgiu depois de fazer quase tudo na juventude. Como toda criança no Brasil tentei jogar futebol, depois caratê, natação, judô, handball e atletismo, mas quando um professor substituto de educação física me apresentou o ARQUIVO PESSOAL bas quete foi amor à primeira vista. Por ser um esporte pouco praticado e tão desa ante, acabou me conquistando. Em seguida fui me dedicando à modalidade até chegar com 15 anos ao Clube Saldanha da Gama (Vitória), onde tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas que me permitiram melhorar como atleta e, conheci vários estados e outras principalmente, como pessoa. culturas de fora do Brasil, e hoje vejo que se eu não tivesse entrado Jogador, treinador, árbitro, i d e a l i z a d o r d e no basquete não teria conseguido projetos...porque trabalhar nada disso. Por esse motivo que trabalho com basquete e ofereço com basquetebol? conhecimento e apoio a todos os Quando eu era jovem sempre projetos que têm esse mesmo tive em mente uma coisa: ajudar pensamento, que é o de fomentar o máximo de pessoas possível e o esporte e dar uma vida melhor eu, por ter crescido em uma para crianças e adolescentes. comunidade carente, percebi

Como treinador, quais foram os seus principais resultados? No meu primeiro ano como treinador, em 2009, fui campeão estadual pelo Saldanha da Gama na categoria sub-12 e vice na sub13. Nesse mesmo ano ganhei o prêmio de técnico revelação. Nos anos seguintes fui conquistando mais títulos como campeão sub14 e campeão sub-17, além de ter tido atletas da minha equipe préconvocados para a Seleção Brasileira de base. Essas convocações também foram grandes conquistas para mim. Você faz parte do projeto CESB (Central Serrana de Basquete). Como ele surgiu? O projeto surgiu na quadra publica do Bairro Feu Rosa (Serra), onde alguns moradores já jogavam basquete por diversão. Em determinado momento, eles se organizaram e decidiram criar esse projeto para representar o município nos torneios. A princípio era só um local onde todos que moravam nas redondezas pudessem treinar e confraternizar, mas a procura foi tão grande que tivemos que nos organizar e separar os praticantes em turmas. Muitos jovens apareceram e a necessidade de fazer um trabalho mais especí co fez todos os envolvidos repensarem, inclusive, a forma de agir do projeto. Onde funciona e qual o público que procura o projeto? Os treinos aconteciam em Feu Rosa, mas com tanta procura tivemos que transferir o local de treino para uma escola pública em Valparaíso, buscando atender melhor a demanda. Com a pandemia, a escola cou fechada e tivemos que p a r a r a s at i v i d a d e s . Quando retornamos, a poucos meses, conseguimos um horário na Arena Jacaraípe onde treinamos todos os meninos do projeto. A prioridade é atender o máximo de jovens de todo o município da S e r r a , of e re c e n d o o basquete como ferramenta para alcançar os objetivos de cada jovem, sejam eles dentro ou fora de quadra. Temos turmas a partir de 10 anos de idade até o adulto, tanto no masculino como no feminino. Na sua opinião, quais os benefícios de se ter um projeto nestes moldes para crianças e

adolescentes? É de suma importância que e s s e s proj e t o s a c ont e ç am , principalmente no município da Serra, visto que não tem um clube que ofereça a modalidade basquete para os jovens, como acontece em Vitória e em Vila Velha. Antes, os jovens que moram aqui tinham que ir nesses municípios se quisessem começar a jogar. Hoje o Central Serrano de Basquetebol (CESB), oferece o esporte para os jovens q u e d e s e j a m a p r e n d e r, desenvolver e, se algum deles tiver condições de ir mais longe no esporte, nós direcionamos para algum clube daqui ou até mesmo de fora do Estado. Mas, o mais importante é ter esses projetos trabalhando com os jovens, não só o basquete, para que eles não precisem se locomover para outros municípios. De um modo geral, como você vê o trabalho da Confederação Brasileira de Basquetebol (CBB) em prol das categorias de base? A CBB teve vários problemas, principalmente nanceiros, que acabaram por atingir e muito a base. Hoje, percebo que está sendo feita uma nova organização, desenvolvendo trabalhos com os club es e projetos esportivos buscando um maior intercâmbio entre eles. Isso favorece e muito no desenvolvimento dos atletas, já

que eles podem treinar e jogar contra atletas de outros estados e até de outros países. E o basquete aqui no Espírito

Santo? O basquete capixaba está voltando a crescer, isso ca e v i d e nt e qu a n d o v e m o s o campeonato adulto com 19 equipes. Lembrando que é um fato inédito na história do basquetebol capixaba. A base está crescendo também, já que vejo muitos atletas e ex-atletas fazendo trabalhos em comunidades e passando o seu conhecimento para os mais jovens. A tendência é só melhorar. Acredito que teremos cada vez mais equipes, tanto na base quanto no adulto, desenvolvendo e promovendo o basquete no Espírito Santo. Temos talentos nas categorias de base. Como motivá-los para

que continuem praticando o esporte e sigam a carreira profissional? Talentos temos, e muitos. Prepará-los para uma carreira

pro ssional é o grande x da q u e s t ã o, p o i s e nv o l v e u m trabalho em conjunto com vários pro ssionais (professor de educação física, preparador físico, nutricionista, sioterapeuta, psicólogo entre outros) o que não encontramos em clubes e muito menos ainda em projetos. Para que o jovem talento possa continuar desenvolvendo, é necessário que tenha o intercâmbio, para que ele possa ter o contato com outros atletas, outras equipes e ver o nível que ele está e onde ele pode chegar. A Liga de Basquete On-line rolou neste ano. Como surgiu a ideia e quais os principais motivos para que fosse realizada? A Liga de Basquete On-line surgiu por conta das paralisações motivadas pela pandemia de covid-19. Todos os campeonatos tiveram que ser suspensos, e para não desanimar as equipes e os vários atletas que se organizavam para disputar a Liga Esportiva de Basquete Amadora do Estado, que é o nosso principal evento, os organizadores tiveram a ideia de fazer o torneio virtual, onde a e quip e com maior torcid a v e n c e r i a . O re s u lt a d o e a mobilização nas redes sociais foram excelentes. Fica a torcida para que essas iniciativas e projetos se multipliquem e que atinjam mais crianças e adolescentes. Se você que é morador da Serra e quer participar ou indicar alguém, entre em contato: Tel.: 27 998257315 — Osnir Samora @osnir.samora Pre s i d e nt e C E SB ( C e nt r a l Serrana de Basquete) — Robson Barbosa Tel.: 27 997236462 @barbosasantos1975 @cesbbasquete


COTIDIANO 15

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Síndrome de Peter Pan, do impostor: rótulos também impactam saúde mental ©THINKSTOCK

Todos os dias nos deparamos com novos nomes para alguns t ip os de comp or t amentos: síndrome da boazinha, de Peter Pan, do p at in ho feio, do imp ostor. E ss as diferentes nomeações organizam algumas experiências em um padrão único para de nir pessoas e situações. Enquanto alguns chegam a ser reconhecidos como c omp u l s õ e s o u d i s t ú r bi o s comportamentais, outros dizem respeito a termos que ganham espaço nos meios de comunicação e no imaginário popular, ajudando a criar novos estereótipos. Os efeitos da popularização desses termos dependem muito da maneira como essas informações serão utilizadas, de acordo com Ana Paula Justo, mestra e doutora em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCampinas) e docente do curso de psicologia no Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal).

A professora a rma ser possível usar esses conceitos com o objetivo de se autoavaliar e, a partir disso, buscar informações mais cientí cas ou, até mesmo, pro ssionais para auxiliar com a l g u m p a d r ã o d e comp or t amento que c aus e sofrimento. Da mesma maneira, um uso super cial desses termos poderia levar ao efeito contrário e tornar as pessoas que se ident i c am com eles mais resistentes, afastando-as da busca por um possível tratamento. "Rotular cria estigmas, reduz a complexidade dos fenômenos humanos a um grupo de sintomas ou comportamentos, não contextualiza esses fenômenos, não favorece o autoconhecimento", diz. Segundo ela, a compreensão popular e/ou individual sobre esses rótulos pode ser muito diversi cada e impulsionar mudanças radicais, sem uma análise adequada e pautada em conhecimento cientí co, o que pode trazer prejuízos. "Elas

podem impulsionar alguém a sucumbir a essa classi cação, achando que nada pode ser feito a respeito, causando uma certa estagnação". Para a psicóloga, a experiência humana é extremamente complexa e o autoconhecimento

requer um investimento pessoal para além de simples generalizações. Um rótulo para um grupo de sintomas sempre limitará a compreensão do ser humano de forma integral, ainda que possa alertar sobre algo que não anda bem.

"O que é prejudicial ou funcional pode depender do contexto que o indivíduo vive ou frequenta", diz Paula Studart, psicóloga clínica, doutoranda e mestra em medicina e saúde pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ela cita como exemplo o

caso de uma pessoa que tem um comportamento de ofertar ajuda aos outros, de doação intensa, e deixa de lado seus interesses por si, a famosa síndrome da boazinha. Esse comportamento pode ser extremamente funcional dentro de grupos sociais como igrejas ou associações bene centes, por exemplo. No entanto, se a pessoa tem di culdade de dizer "não" em outros contextos, como em uma relação com seu parceiro, na área acadêmica ou grupo de amigos, isso pode gerar prejuízos para sua vida. "Trabalhar essas distorções c o g n it iv as p o d e aju d ar o s indivíduos a apresentarem uma visão mais realista e ampla sobre si mesmos e os outros. De fato, é válido examinar esses p ens amentos, reunindo as e v i d ê n c i a s c ont r á r i a s q u e mostram o lado saudável e funcional desses indivíduos", orienta Studart.

Embalagens longa vida viram telhas e obras de arte As telhas e a arte urbana serão usadas para ajudar a TETO, organização social que constrói moradias DIVULGAÇÃO

parceria, a do bem™ convidou cinco artistas urbanos, com estilos e traços distintos, que se conectam com propósito do projeto para utilizarem as telhas como fundo em branco e criar obras de arte sobre elas. As obras especiais serão leiloadas e todo o valor arrecadado será destinado à TETO. Até o dia 10 de dezembro, as peças dos artistas Eve Queiroz, Crica Monteiro, Coletivo SHN, Tikka Meszanos e Nina Satie estarão disponíveis para os lances. P a r a p a r t i c i p a r, o s interessados devem fazer

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Depois de anunciar seu compromisso de compensar 100% da quantidade de embalagens longa vida produzidas por ano e dar novos formatos para os resíduos, a do bem™, empresa de bebidas saudáveis, amplia o processo de ressigni cação das embalagens e transforma os materiais reciclados em telhas. As telhas feitas com as embalagens serão utilizadas nas construções da TETO, organização que constrói moradias emergenciais e desenvolve projetos comunitários em áreas de

vulnerabilidade em diversos estados do Brasil. Para celebrar o início dessa

um breve cadastro por meio da plataforma SuperBid. É importante destacar que

cada artista foi responsável por indicar o lance mínimo inicial de cada peça. “Queremos incentivar esse debate de transformação dos resíduos em arte. Porque além de colaborar com a iniciativa e adquirir uma obra exclusiva, as pessoas ajudarão a potencializar o trabalho da organização e o aproveitamento dos m at e r i a i s r e c i c l á v e i s”, explica Tiago Schmidt, gerente de marketing da do bem™. “Nosso compromisso é transformar embalagens recicladas em diferentes produtos que serão

destinados para iniciativas do bem. As telhas são um

exemplo de como a inovação e a tecnologia

Reservas: (27) 99961-8422

Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br

podem construir uma energia criativa que transforma”, Tiago Schmidt, gerente de marketing da do bem™. Para o projeto, a do bem™ conta com a parceria da empresa IBAPLAC, que transforma as embalagens longa vida em telhas. No processo de transformação são necessárias em média 500 caixinhas para produzir uma telha, sendo que a TETO utiliza 12 telhas e quatro cumeeiras na construção de cada casa, um total de 6347 caixinhas.


16 GERAL

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Turbina eólica garante Cresce o nú mero de adoçã o de cã es na eletricidade e pandemia, mas abandono també m água potável aumenta ALINE DOANO Jornalista — SRT/ES 2313 Idealizadora do Canal do Instagram "Mundo dos Cachorros"

Equipamento criado por indiano soluciona falta de acesso a dois serviços básicos ao mesmo tempo

©REPRODUÇÃO

©ARQUIVO PESSOAL

Milhões de pessoas ao redor do mundo não têm acesso à agua potável, saneamento básico e rede elétrica. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o fornecimento de água e energia têm aumentado, mas ainda não é su ciente para que todos possam viver com saúde e dignidade. A Índia é um dos países onde a falta de acesso a serviços básicos compromete a qualidade de vida da população. Mais do que acesso à água, é necessário água limpa para o consumo humano. A boa notícia é que Madhu Va j r a k a r u r , u m j o v e m engenheiro eletricista indiano, desenvolveu um projeto que pode ser a solução de dois grandes problemas: a falta de energia elétrica e água potável. Madhu criou uma turbina eólica que produz eletricidade e água para o consumo humano ap rov e i t a n d o o v e nt o e a

umidade do ar. A turbina “dois em um” produz diariamente cerca de 30KW e até 100 litros de água potável. Com isso é possível atender a demanda elétrica de cerca de 25 casas da região. Há 16 anos o jovem inventor vem trabalhando neste projeto para produzir água e energia com um único equipamento. “Quando criança, eu não tive a c e ss o à ág u a l i mp a ou à eletricidade. Então, desde muito cedo, queria encontrar uma solução para estes problemas e comecei a trabalhar com a ideia de uma máquina que pudesse fornecer as duas coisas ao m e s m o t e m p o ”, M a d h u Vajrakarur. A eletricidade produzida pela turbina alimenta todo o seu sistema. No centro do equipamento está um respirador, através do qual o ar passa. O ar é

resfriado com o uso de um compressor de refrigeração, transformando o vapor em água líquida. A água é então enviada para tanques de armazenamento e passa pelos processos de ltragem e puri cação. O projeto já foi enviado para a avaliação das autoridades locais e Madhu aguarda a aprovação de um investimento para sua produção. A invenção já foi inclusive mencionad a p or Nare n d r a Mo d i , pr i m e i ro ministro da Índia. Esta tecnologia pode fazer a diferença nas regiões mais pobres do país, especialmente n a s z on a s on d e h á m a i or incidência de ventos. Além de ajudar a levar água e eletricidade para quem não tem, pode ser uma boa alternativa para que residências e estabelecimentos comerciais economizem nas faturas de luz e água.

S e p or um lado a s olidão provocada pelo isolamento do coronavírus incentivou pessoas e famílias a adotarem um pet, do outro, a desinformação sobre a doença fez com que alguns, com medo de contágio, preferissem abandonar o animal de estimação. Por todo o Brasil, notícias e pesquisas apontam um aumento médio de 50% na procura por cães de companhia em 2020. O tempo livre, r e s u l t a d o d o i s o l a m e nt o, favoreceu quem estava à espera de uma oportunidade para ter um cão. Até quem não tinha planos de adotar um cachorro se rendeu à companhia do mundo animal como forma de distração. Salvas as devidas proporções, adotar um cachorro pode ser comparado a ter um lho. É importante conhecer as demandas em torno da criação do animal, e analisar se as

despesas originárias do novo membro da família cabem no orçamento. Um cão necessita de vacinas, a liment aç ão, me dic aç ão, suplementação, veterinário em caso de doenças, brinquedos, banhos regulares e acessórios qu e f a c i l it am a rot i n a d e cuidados. O tempo é outro recurso imprescindível que o tutor precisa ter ao adotar um cãozinho. Cada raça tem uma personalidade especí ca e diferentes tipos de dedicação, como: passeios, carinho e atenção, adestramento, criação de rotina, brincadeiras e os cuidados diários que também requerem tempo e disciplina. É preciso levar em conta se o retorno do novo normal vai impactar na manutenção dos cuidados com o cão. Estudiosos do assunto temem que adoções

sem planejamento resultem em abandonos após a pandemia, re etindo nos indicadores de abandono por desinformação e medo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal, não há justi cativa para tomar medidas contra animais de companhia que possam comprometer seu bem-estar. Cientistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) anunciaram a descoberta de um vira-lata e um buldogue francês que testaram positivo pelo exame molecular de RT-PCR. No entanto, eles não apresentaram sintomas da Covid-19, nem transmitiram para humanos. Não há, até o momento, nenhuma indicação da transmissão da Covid-19 dos animais para humanos, apenas o contrário.


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