Jornal Fatos & Notícias Ed. 393

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ANO X - Nº 393 Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia 17 A 22 DE DEZEMBRO/2020 SERRA/ES

Distribuição Gratuita

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA 8 Que tal preparar uma ceia de natal econômica, deliciosa para a sua família? Esta opção é acessível e saborosa: frango na cerveja preta com legumes

Boto da Amazônia entra na lista de espécies ameaçadas

Pág. 8

JORGE PACHECO 8 Presidente da Câmara segue sem de nir o candidato a sua sucessão, mas lista de preferidos se reduz a Aguinaldo Ribeiro e Baleia Rossi Pág. 5

ANA MARIA IENCARELLI 8 É Natal! Quero dedicar este Natal às Crianças órfãs, de mães mortas, pela brutalidade da covid-19 ou da violência dos Feminicídios Pág. 10 HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 Moradores de Barro Branco e bairros adjacentes denunciam abandono da unidade de saúde da comunidade Pág. 12

CAROLINA KHOURI

8 A violência é desferida na alma da vítima, causando dor e danos psicológicos muitas vezes irreparáveis

©GREENSAVERS

Pág. 15

LUIZ FELIPE MAGNAGO BLULM 8 Devemos salvar vidas independente de qualquer coisa. São seres humanos com direitos iguais a todos NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA 8 Sexo bom, é sexo saudável. Falo sobre a saúde mental e emocional relacionada ao sexo Pág. 14

Pág. 11

Anvisa critica critérios para uso emergencial da Coronavac

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

©REUTERS/AMANDA PEROBELLI

O boto tucuxi, que vive na bacia do rio Amazonas, foi incluído na lista de espécies em perigo de extinção, segundo atualização divulgada na quinta-feira (10). Isso signi ca que todas as quatro espécies de gol nhos de água doce conhecidas no mundo estão agora

Cientistas negras brasileiras são homenageadas em livro ©REPRODUÇÃO

ameaçadas. A chamada Lista Vermelha é elaborada e atualizada p e r i o d i c a m e nt e p e l a Un i ã o Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), sendo um guia amplamente utilizado na preservação do meio

ambiente em todo o mundo. A organização alerta que o tucuxi tem sido muito afetado pela mortalidade acidental provocada por equipamentos de pesca, por barragens construídas em rios e também pela poluição. Diante da situação de perigo, que agora

enfrentam todos os botos de água doce, a IUCN pede que se eliminem as chamadas redes de emalhar utilizadas na pesca, que se reduza o número de presas no habitat desses animais e que se cumpra a proibição de matá-los intencionalmente. Pág. 2

Pesquisadores desenvolvem novo sensor óptico similar ao olho humano ©ISTOCK

As mulheres na capa — Neusa Santos Souza (Ciências da Saúde), Rita de Cássia dos Anjos (Ciências Exatas e da Terra), Enedina Alves Marques (Engenharias), Katemari Rosa (Multidisciplinar), Simone Maria Evaristo (Ciências Biológicas), Sueli Carneiro (Ciências Humanas), Nilma Bentes (Ciências Agrárias), Luiza Bairros (Ciências Sociais Aplicadas) e Conceição Evaristo (Linguística, Letras e Artes) Pág. 3

Pesquisadores da Universidade Estadual de Oregon (OSU) estão próximos de apresentar um novo tipo de sensor óptico mais próximo do olho humano Pág. 6

Agência fez declaração no âmbito de um comunicado sobre vacinas emergenciais e o novo prazo de dez dias para liberação Pág. 9

Fóssil de cobracega enorme é revelado em São Paulo ©DIVULGAÇÃO/JORGE BLANCO

Recentemente, paleontólogos da USP de Ribeirão Preto (SP) publicaram no iScience a descoberta de um fóssil pertencente a uma espécie, até então, desconhecida de cobra-cega, um animal que habita o subsolo e por isso possui olhos reduzidos. A serpente, hoje extinta, viveu há 87,8 milhões de anos. O espécime inédito foi encontrado em Monte Alto, um município paulista localizado na Região Metropolitana de Ribeirão Preto. O local é conhecido pelas descobertas de diversos outros fósseis de dinossauros e também crocodilos, inclusive contando com um museu de paleontologia Pág. 7


2 MEIO AMBIENTE

17 A 22 DE DEZEMBRO DE 2020

Boto da Amazônia Estudo sobre a evolução da maior linhagem de pássaros entra na lista de resolve um dos paradoxos espécies ameaçadas da diversidade tropical Com adição do tucuxi à lista vermelha elaborada por organização internacional, todas as espécies de golnhos de água doce agora correm perigo. Outros 31 animais foram extintos. Situação do bisão-europeu melhorou

Cientistas constatam que as maiores taxas de especiação formação de espécies de pássaros ocorreram em regiões com menor diversidade

©FERNANDO TRUJILLO/OMACHA/REUTERS

O boto tucuxi, que vive na bacia do rio Amazonas, foi incluído na lista de espécies em perigo de extinção, segundo atualização divulgada na quinta-feira (10). Isso signi ca que todas as quatro espécies de gol nhos de água doce conhecidas no mundo estão agora ameaçadas. A chamada Lista Vermelha é elaborada e atualizada periodicamente pela União Internacional para a C ons e r v a ç ã o d a Natu re z a (IUCN, na sigla em inglês), sendo um guia amplamente utilizado na preservação do meio ambiente em todo o mundo. A organização alerta que o tucuxi tem sido muito afetado pela mortalidade acidental provocada por equipamentos de pesca, por barragens construídas em rios e também pela poluição. Diante da situação de perigo, que agora enfrentam todos os botos de água doce, a IUCN pede que se eliminem as chamadas redes de emalhar utilizadas na pesca, que se reduza o número de presas no habitat desses animais e que se cumpra a proibição de matálos intencionalmente. Ao todo, mais de um quarto das 128.918 espécies de animais, plantas e fungos avaliadas pela organização estão agora ameaçadas de extinção. Isso representa um total de 35.765 espécies em perigo. Além disso,

31 espécies entraram na categoria de extintas. Elas incluem o chamado “tubarão perdido”, do mar da China Meridional, 17 espécies de peixes de água doce do lago Lanao, nas Filipinas, e rãs da América Central e da América do Sul. “Isso realmente mostra que o mundo está sob enorme pressão”, disse Craig Hilton-Taylor, chefe da Unidade da Lista Vermelha, à agência de notícias Reuters. “A ideia da Lista Vermelha é tentar chamar atenção para espécies e tentar impedi-las de serem extintas, mas às vezes o processo ocorre muito rapidamente”. O “t u b a r ã o p e r d i d o” s ó f o i formalmente identi cado no ano passado, com base em espécimes de dé cadas de idade. Mas nenhum animal da espécie foi v i s t o r e c e nt e m e nt e , e e l e t amb é m n ã o ap are c e u e m nenhum dos cinco estudos direcionados, levando a IUCN a listá-lo como “em perigo crítico (possivelmente extinto)”. Os tubarões têm se mostrado historicamente robustos, tendo sobrevivido no planeta por centenas de milhões de anos, mesmo após eventos de extinção em massa, como a queda de um asteroide que se acredita ter exterminado a maioria dos dinoss auros. E sp e ci a list as acreditam que esta pode ser a primeira extinção de um tubarão

PRECISÃO

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na era humana. “Infelizmente o que torna uma espécie uma grande sobrevivente no mundo natural não signi ca torná-la grande sobrevivente ao homem”, a rmou o ictiólogo Will White, que nomeou o animal de “tubarão perdido” em 2019. Já o declínio das populações de rãs na América Central e do Sul foi descrito como “drástico” pela IUCN. O grupo aponta como causa uma doença provocada por um fungo que atinge os anfíbios, que os cientistas associam às mudanças climáticas. Por outro lado, a IUCN celebra alguns des envolvimentos positivos, como a situação do bisão-europeu, que melhorou graças aos esforços de conservação voltados à espécie, sendo agora alçada à categoria de “vu lnerável”. A p opu lação selvagem desses animais aumentou de 1.800 espécimes em 2003 para mais de 6.200 em 2019. Os bisões foram dizimados por exércitos famintos durante a Primeira Guerra Mundial no território onde ca hoje a Polônia e Belarus, que contêm grande parte das populações da e sp é c i e. O an i ma l a c ab ou desaparecendo da natureza logo em seguida, antes de ser reintroduzido. Outra história positiva é a do peixe conhecido como barndoor skate, semelhante a uma arraia, que saltou três categorias, de “em perigo de extinção” para “pouca preocupação”. “O fato de o bisão-europeu e 25 outras espécies terem registrado uma recuperação mostra o poder que tem a conservação”, disse o diretor-geral da IUCN, Bruno Oberle. “Contudo, a lista de espécies extintas está crescendo, e isso é um claro lembrete de que os esforços de c ons e r v a ç ã o pre c i s am s e r expandidos com urgência”, alertou.

©BORIS SMOKROVIC/UNSPLASH

Foram necessários mais de 40 anos de coletas, muitas expedições às mais remotas regiões tropicais do globo, realizadas por cientistas de 21 museus de diversos países, e análises do genoma de 1.300 espécies de pássaros para se desvendar um dos maiores paradoxos sobre a origem das espécies nos trópicos. Na região Neotropical, que se estende do México à Argentina, a taxa de formação de novas espécies é mais acelerada em ambientes instáveis e com climas mais extremos, como nos Andes tropicais, do que em áreas mais estáveis, como a bacia amazônica. “Acreditava-se que regiões ricas em espécies de pássaros, como a Amazônia, eram também as que apresentavam as maiores taxas de especiação, e vimos que isso não é verdade”, a rma o ornitólogo e diretor cientí co do Museu de Zoologia (MZ) d a USP, Luís Fábio Silveira, um dos autores do estudo que acaba de ser publicado na revista Science. De acordo com o cientista, condições climáticas in uenciam de maneira importante a diversi cação das espécies. “Ambientes extremos parecem limitar a riqueza e a

oportunidades, mas possuem baixas taxas de extinção e permitem a acumulação da diversidade, e por isso são tão ricos em espécies”, analisa Silveira. "Filogenias robustas como a que apresentamos neste artigo provam que a grande maioria das espécies deste grupo se originaram recentemente, entre o nal do período Plioceno e no Pleistoceno". O trabalho abre uma série de outras questões e sugere que os esforços de conservação para salvar as paisagens tropicais precisam se concentrar não somente em áreas como a Amazônia, que é rica em espécies, mas também em áreas com menor diversidade, como a puna fria e ventosa da Cordilheira dos Andes. Durante 40 anos, amostras de 1.300 espécies de pássaros foram coletadas e depositadas nos museus de história natural. Com base nesse material, os cientistas sequenciaram um total de 2.400 genes de cada uma destas espécies. Análises c o mp u t a c i o n a i s r o b u s t a s permitiram à equipe desvendar os padrões de diferenciação e de especiação do maior grupo de pássaros tropicais, conhecidos como Passeriformes

diversidade, mas ao mesmo tempo oferecem oportunidades para a especiação, enquanto ambientes mais estáveis ou moderados reduzem estas

Suboscines. “Filogenias robustas como a que apresentamos neste artigo provam que a grande maioria das espécies deste grupo se

originaram recentemente, entre o nal do período Plioceno e no Pleistoceno”. Para o pesquisador, este artigo, além de resolver uma questão importante sobre a biogeogra a neotropical, é t amb é m i mp or t ant e p ar a muitas outras áreas, como a taxonomia, a ecologia e para a conservação. Como pesquisador e diretor cientí co do Museu de Zoologia (MZ) da USP, Silveira destaca que, nos últimos 20 anos, o MZ vem c o l e t a n d o e s p é c i m e s qu e integraram o presente trabalho. “A coleção de aves brasileiras do nosso museu é a maior e mais completa do mundo, com um acervo que possui em torno de 1 1 8 m i l e x e m p l a r e s ”, contabiliza. Segundo o cientista, as equipes do MZ realizam cerca de seis a sete expedições anuais a d ive r s a s re g i õ e s d o Paí s . “Muitas dessas expedições foram fundamentais para que este artigo tivesse uma amostragem tão completa”, avalia. Além de pesquisadores do MZ, o trabalho recentemente publicado na revista Science tem colaborações de cientistas ligados a dezenas de outros museus de história natural, como o Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, no Pará. Muitos dos pesquisadores envolvidos no estudo são da América Latina (Colômbia, Brasil, Uruguai e Venezuela). “Seria impossível produzir esse trabalho se não fosse a união em rede de cientistas de todo o mundo, e a ciência colaborativa é capaz de produzir resultados de grande impacto, que jamais seriam obtidos por apenas um ou poucos pesquisadores isolados”, diz Silveira.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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CULTURA 3

17 A 22 DE DEZEMBRO DE 2020

O que causou o fim Cientistas negras brasileiras são homenageadas em livro dos dinossauros? Trajetória de 15 cientistas é contada em livro com informações e passatempos que ser baixado gratuitamente

Um estudo de 2019, buscou provar uma tese antiga de que não só o fatídico impacto dizimou as espécies pré-históricas

©REPRODUÇÃO

©GETTY IMAGES

FOTO: REPRODUÇÃO

To d a v i a , o q u e m u i t o s estudiosos indicavam era que a grande quantidade de enxofre lançada na atmosfera causou um resfriamento global tão mortal, que pode ser sido a principal causa para a morte das espécies que sobraram. Por outro lado, outros cientistas duvidavam dessa hipótese e tentaram provar outra tese. Foi por isso que, em setembro de 2019, uma equipe de 25 pesquisadores, liderados pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, se juntaram para comprovar a suposição da Era Glacial. O estudo que buscou provar a teoria antiga foi publicado pelo jornal científico PNAS e teve início em 2016. Os estudiosos retiraram amostras geológicas na região da queda do asteroide, para tentar, através da ciência, reconstruir o que aconteceu após o fatídico episódio. “Podemos reconstruir uma s equência de e ventos [p or exemplo, ver quais sedimentos seguem um acima do outro]. Pelo tipo de sedimento [tamanho dos clastos (fragmentos), tipo e classificação], podemos saber se eles foram depositados rápida ou lentamente, e o tempo que levou”, disse um dos coautores da pesquisa, Jens Olof Ormö. Vestígios da cratera mostraram que a paisagem ao redor dela foi varrida para dentro do buraco, resultando em fragmentos de carvão, e um biomarcador que aponta para sinais antigos de presença de água. Ainda em volta do local, analisando rochas do

perímetro do choque, a equipe tentou encontrar sinais de enxofre, já que normalmente as pedras daquele ambiente são repletas com o elemento. Porém, não acharam nada, foi então que a surpreendente pista para apoiar a tese crucial foi, finalmente, revelada. Como as rochas não demonstravam qualquer evidência de enxofre, os especialistas concluíram que a força do asteroide liberou 325 bilhões de toneladas do elemento químico na atmosfera. Fazendo com que a luz do sol fosse refletida para bem longe do planeta, ajudando para a formação do cenário gelado; fatal para que a vida perpetuasse. O e s t u d o e n f at i z a q u e a atmosfera é de extrema importância para que o ecossistema continue existindo, e que mudanças drásticas são uma das formas mais letais para ext inçõ es em mass a. “O verdadeiro assassino deve ser atmosférico. A única maneira de obter uma extinção em massa global como essa é um efeito atmosférico”, explicou um dos membros do grupo, Sean Gulick. A tese ainda é mais verídica quando olhamos para o passado, há 60 milhões de anos, na época do Terciário Superior da Era Cenozoica, o mundo sofreu com a Era Glacial, que atingiu seu pico 25 milhões de anos atrás. Mesmo que pareça bem distante, em termos científicos é um período, relativamente, próximo para transformações dessa proporção. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)

uma ação de reverência e reparação histórica. As aut or a s d o l iv ro s ã o majoritariamente negras, o que também colabora com o sentimento de pertencimento, representatividade, autoafirmação, lugar de fala e expressão da intelectualidade destas mulheres. A professora Claudemira Lopes, do Setor Litoral, considerou o processo de escrita coletiva como uma “experiência maravilhosa”. "O livro permitiu que eu, uma mulher negra, historicamente silenciada, pudesse, com a minha escrita, estabelecer uma luta simbólica no campo da autor ia", diz a profess ora Claudemira Lopes. A estudante de Química e também autora do livro Jaqueline Ramos sempre soube que era uma mulher negra não só pela cor da pele, traços e cabelos, mas também pelos olhares, comentários e situações racistas das mais diversas. “Sentir-se sozinha em uma ilha de brancos(as) no sul do País é uma realidade nociva e que muitas vezes não traz perspectiva de futuro para muitas meninas que não se veem em lugares de poder”, Jaqueline Ramos. Mayara Brasil, estudante de Geologia e autora, examina que o livro produzido é um avanço na ampliação de referências positivas sobre as mulheres

negras do Brasil por trazer destaque para a produção de c i e nt i s t a s “q u e s ã o historicamente apagadas dentro do meio acadêmico”. Para a professora do Departamento de Física e autora Alessandra Souza Barbosa, a produção do livro foi um grande aprendizado pela oportunidade de conhecer mais sobre grandes cientistas negras. E l a d e s t a c a “a s h i s t ó r i a s inspiradoras, com sucessos e muita, muita superação”. Jaqueline pondera que a escrita do livro significou nova perspectiva, não só para ela, que vivencia “uma academia branca, europeia e conteudista”, mas, principalmente, para meninas negras que se sentem como ela já se sentiu. “O mundo é nosso e nós somos a mudança”, reflete. Para Mayara, contribuir com o livro foi “muito enriquecedor”, p oi s e l a p ô d e apre n d e r e aprofundar seus conhecimentos sobre as cientistas retratadas, tornando-as referências pessoais. Além disso, ela reforça a importância de trabalhar ao lado de mulheres que enxergam a educação como a base de transformações sociais. Alessandra reafirma a dificuldade de ser cientista negra, um lugar de preconceito de gênero e preconceito racial. “Essas questões precisam ser debatidas para que possamos ter no futuro um mundo mais justo para todas e para todos”. LUCIANO DANIEL

Foto Antiga do ES JOSÉ LUIZ PIZZOL/ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (BR), MEMÓRIA/FACEBOOK

U

ma das histórias mais reproduzidas — talvez a mais conhecida — pela humanidade é a da extinção dos dinossauros. É improvável encontrar uma pessoa que não tenha ouvido falar dos gigantes animais que habitavam o planeta há milhões de anos e que, após serem atingidos por um enorme asteroide, foram extintos. O que resta hoje são os estimados fósseis, que nos tel e t r ansp or t am p ar a u ma realidade tão distante e, ao mesmo tempo, tão intrigante. Estudos são realizados com alta frequência, especialistas buscam entender mais a fundo o que causou essa extinção em massa e as consequências deixadas na Te r r a c o m o i m p a c t o astronômico. A teoria mais aceita aponta que, há 66 milhões de anos, o asteroide atingiu a região em que hoje se encontra o Golfo do México, entre a América do Norte e a América Central. A colisão foi tão forte que no mesmo momento, 75% das espécies morreram, assim como ecossistemas inteiros foram dizimados. O objeto extraterrestre causou tsunamis, incêndios e praticamente retirou a luz solar que alimentava a vida no Planeta Água. Sendo assim, os d i n o s s au ro s , i c t i o s s au ro s , pterossauros e mais dezenas de animais sofreram para conseguir s obre viver. C om a comida escassa e o habitat desmantelado, eles não tinham chance contra a extinção.

Professoras e estudantes da Un i v e r s i d a d e F e d e r a l d o Paraná, que integram a equipe do Projeto de Extensão “Me n i nas e Mu l he re s nas Ciências”, lançaram o livro de passatempos “Cientistas Negras: Br a s i l e i r a s — Volu m e 1 ”, disponível gratuitamente. O objetivo da obra é divulgar o protagonismo das cientistas negras brasileiras, impulsionando a educação e a divulgação científica em uma perspectiva descolonizadora e humanizadora. O material aborda os assuntos por meio de atividades lúdicas, tais como caça-palavras, palavras cr uzadas e desenhos para colorir. No primeiro volume, são contadas as trajetórias de 15 cientistas negras brasileiras de diferentes campos de conhecimento. Na capa, as nove cientistas ilustradas simbolizam as grandes áreas de conhecimento. A coordenadora do projeto, professora Camila Silveira, do departamento de Química, enfatiza a importância da obra para o fortalecimento e reconhecimento de referências intelectuais negras no campo das Ciências. Ela também destaca que as contribuições de cientistas negras são presentes em todas as produções do “Me n i nas e Mu l he re s nas Ciências”, mas uma obra com foco exclusivo nestas mulheres é

Trecho da Avenida Jerônimo Monteiro, em frente ao Correio, no início da década de 1940


4 EDUCAÇÃO

17 A 22 DE DEZEMBRO DE 2020

Os principais temas educacionais para 2021 BNCC e reforma do ensino médio forçam criação de um novo Enem e mudanças em mecanismos de avaliação, destaca a presidente do CNE, Maria Helena Guimarães de Castro

©ANTÔNIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

Concluir todas as reformulações n o r m at i v a s p e n d e nt e s e m relação à implementação do novo ensino médio, sendo a principal a revisão do Enem 2024-2025, para que esteja alinhado à reforma dessa última etapa da educação básica e à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), são prioridades em 2021 na agenda do Conselho Nacional de Educação (CNE). Quem a rma isso é a presidente do Conselho, Maria Helena Guimarães de Castro, que assumiu o cargo em outubro deste ano. “Para isso, estamos em diálogo permanente com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que pretende, já no próximo ano, ter uma matriz de avaliação do novo Enem, matriz essa que se re ra à avaliação da Base de formação

geral comum e a outra que se re ra aos itinerários [formativos]. Inclusive, em relação aos itinerários, há uma discussão sobre o desenho, se deve ser um para cada área do c on h e c i m e nto ou s e e s s e s poderão ser ampliados. Isso está em discussão e não há conclusão a esse respeito”, explica Maria Helena Guimarães, que já foi presidente do Inep e secretáriaexecutiva do Ministério da Educação. Além disso, a reformulação do currículo para o ensino técnico e tecnológico também está na agenda, bem como a implantação da Base nas escolas, à qual a presidente do CNE sabe que necessita de diálogo permanente entre o sistema público e privado. A BNCC e o novo ensino médio impactam toda a área e ducaciona l, inclusive nas

avaliaçõ es. Pelo CNE, a presidente é também relatora da c o m i s s ã o d e av a l i a ç ã o d a educação básica e revela que estão discutindo com o Inep, Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), União Nacional dos D i r i g e nt e s Mu n i c i p a i s d e Educação (Undime) e com órg ã o s qu e re pre s e nt am a sociedade em geral como fazer para essas avaliações corresponderem às competências e habilidades previstas na Base Nacional. “Outra pauta muito importante é a do nanciamento da educação básica, mas extrapola o CNE. Estamos aguardando a regulamentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Pro ssionais da Educação (Fundeb),

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acompanhando o seu processo de regulamentação para podermos identi car quais são os aspectos dessa regulamentação que vão exigir alguma orientação especí ca do CNE. Não tem ainda uma agenda de nida”, diz. E há mais trabalhos prioritários

na área da educação em 2021 e que, em um futuro próximo, impactarão todos os meninos e meninas deste país, como a recente comissão sobre alfabetização. “O objetivo é ampliar o conceito de alfabetização no Brasil e é liderada pela Câmara de

Educação Básica e envolve diálogo permanente com o MEC e com as propostas do MEC de complementação da BNCC em relação aos professores de alfabetização, especialmente nos a n o s i n i c i a i s ”, e x p l i c a a presidente.

Escola de São Mateus Organização Curricular conquista prêmio na Quilombola 17ª Semana Estadual de Ciência e Tecnologia ©ASCOM/SEDU

©FAPES

A Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) 13 de Setembro, localizada em área de assentamento no município de São Mateus, conquistou o 3º lugar na categoria Tema Geral, da 17ª Semana Estadual de Ciência e tecnologia, com o projeto “C r i a ç ã o d e m i n h o c a s : processo de reciclagem de resíduos orgânicos”. Além disso, a escola ganhou uma bolsa da Federação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). A pesquisa foi realizada pelos estudantes Ellis Regina Ouverney Soares, Nathália de Sant ana Fons e ca, C ayck

Fontoura Neves Rodrigues e Dayanny Ouverney Batista, com orientação da professora Aleilda Ouverney de Souza. Segundo a professora, diante da realidade local, é possível abordar a temática proposta no projeto, correlacionando à ciência e tecnologia, já que a

ciência se refere a qualquer conhecimento ou prática que gere conhecimento. “São duas grandes conquistas: subir ao pódio através da participação na Feira Estadual e receber uma bolsa para continuar com o projeto por meio da Fapes”, disse a professora.

A S ecretaria da Educação (Sedu), por meio da Gerência de Educação do Campo, Indígena e Quilombola (GECIQ), apresenta à Rede Estadual de Ensino a Organização Curricular Quilombola, considerando as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola, na Resolução nº 08/2012 — CNE/CEB. A novidade foi publicada no Diário Oficial do Estado, nesta segunda-feira (14), e busca atender a uma reivindicação antiga da escola estadual em território quilombola, a Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Graúna, localizada em comunidade quilombola, no município de Marataízes. A gerente de Educação do Campo, Indígena e Quilombola, Valquíria Santos, destacou: “temos uma conquista e uma contribuição pedagógica que mostram um avanço importante. Uma entrega que vem dialogando com as diversidades presentes em nossa rede de ensino. A proposta de

Organização Curricular Quilombola visa a garantir os estudos específicos da temática quilombola em todos os componentes curriculares, nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, equivalente a cada componente curricular das demais escolas da Rede Estadual, em atenção ao que preconiza o Art. 34 das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola, em seu capítulo I, parágrafos 1º e 2º”. Segundo Valquíria Santos, essa nova Organização

Curricular, com as nomenclaturas específicas, vai dialogar com a realidade da comunidade onde a escola está localizada, pois trabalha a linguagem da re a lidade e vivência dos alunos, trazendo o sentido de pertencimento. “Ao estudar Ciências e Conhecimentos Tradicionais, ou L í ng u a Por tu g u e s a e Narrativas Quilombolas, por exemplo, os alunos sentirão que os conteúdos estudados fazem parte de sua vida cotidiana”, afirmou o diretor da Escola Graúna, Bruno Sobroza Duarte.


POLÍTICA 5

17 A 22 DE DEZEMBRO DE 2020

Jorge

Analista Político

Pacheco

Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com

Presidência da Câmara

Aqueles R$ 89 mil da conta da Michele 'eram para mim': Bolsonaro leva Queiroz para os assuntos mais comentados REPRODUÇÃO

Presidente da Câmara segue sem de nir o candidato a sua sucessão, mas lista de preferidos se reduz a Aguinaldo Ribeiro e

Dois nomes buscam apoio de Maia na disputa pela

AJUFE

MINERVINO JÚNIOR/CB/D.A PRESS

E m e nt re v ist a a o " Br as i l Urgente", da TV Bandeirantes, o p re s i d e nt e Ja i r B o l s o n a ro comentou o "massacre" ao seu lho Flávio B ols onaro e a "injustiça" a Fabrício Queiroz, seu ex-assessor em meio ao esquema de rachadinhas, chegando a reforçar que os cheques "do Queiroz" depositados na conta da primeira-dama Michele eram para ele. Para B ols onaro, Fabr ício Queiroz, apontado como operador de um esquema de rachadinhas, pagava suas contas e est á s endo 'injust iç ado'. Obviamente, as declarações do presidente estão incendiando a internet. "Vamos apurar? Vamos. Mas cada um com a sua devida estatura. E não massacrar o tempo todo como massacram a minha esposa, como eu falei desde o começo, que aqueles cheques do Queiroz, ao longo de dez anos, foram para mim. Não foram para ela. Divide aí, Datena, R$ 89 mil por dez anos. Dá em torno de R$ 750 por mês. Isso é propina? Pelo amor de Deus". Datena, com postura de assessor de imprensa do presidente, não contrapôs. A defesa de Bolsonaro em relação a Queiroz está p r o p a g a n d o n o Tw i t t e r , chegando a posicionar o exassessor do seu lho Flávio no topo dos assuntos mais comentados nesta quarta-feira (16), com mais de 10 mil tweets. Semelhanças: o senador Fernando Collor caiu, quando era Presidente da República, por receber um Fiat Elba do caixa ilegal de PC Farias. O presidente Jair Bolsonaro, agora, confessa ter contas pagas por Queiroz, controlador do dinheiro da rachadinha. Autêntico peculato.

Baleia Rossi. Hoje, partidos de oposição tentarão de nir rumo. De uma lista que contava com mais de seis nomes, agora, apenas Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP) estão no páreo para receberem o aval de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à e l e i ç ã o d a P re s i d ê n c i a d a Câmara. Os parlamentares estiveram reunidos com o bloco formado por DEM, MDB, PSL, PSDB, Cidadania e PV, mas não chegaram a uma de nição. Os dois deputados apontados como preferidos por Maia são aliados de longa data dele. R i b e i ro, p o r e x e mp l o, f o i designado relator da reforma tributária. Já Rossi, líder e presidente do MDB, foi escolhido como relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária. Na avaliação do bloco, tanto Ribeiro quanto Rossi são os dois nomes que podem conseguir o apoio dos partidos de oposição. Siglas como PDT, PSB, PCdoB, PSol e PT somam mais de 130 deputados e são essenciais para que algum candidato consiga maioria para as eleições da Casa. Agora, Maia pretende se reunir com esses partidos para avaliar a aceitação dos dois nomes. Entretanto, a inde nição sobre um candidato também ocorre por causa de questões internas dos partidos de ambos. Filiado ao PP, Ribeiro é do mesmo partido do líder do Centrão e candidato adversário do grupo de Maia, Arthur Lira (AL). O parlamentar con rmou a entrada na corrida eleitoral e tem apoio do governo Jair Bolsonaro.

Parlamentares dizem existirem sinalizações de que o chefe do Executivo poderia se liar ao PP no próximo ano. Por isso, caso Ribeiro ganhasse a disputa pelo comando da Câmara, o partido poderia in uenciar na pauta para f a v o r e c e r o g o v e r n o. Na s ar t ic u l açõ es, Mai a s empre defendeu que o seu candidato vai garantir a independência da Casa em relação ao Executivo. O partido tem a maior bancada de senadores e, como o impedimento de reeleição de Davi Alcolumbre (DEM-AP), os emedebistas querem assegurar a direção da Casa. Os líderes partidários não querem entregar as presidências da Câmara e do Senado para o mesmo partido. Além disso, pesa contra Rossi o fato de ele ter defendido o impeachment de Dilma, o que causa resistência por parte do PT. A sigla tem a maior bancada da Câmara, com 54 deputados. Enquanto o grupo de Maia segue sem consenso sobre um c an d i d at o, o s p ar t i d o s d e oposição vão tentar, hoje, de nir seu futuro. Cortejados por Lira, PT e PSB a rmaram que não iam embarcar na candidatura do líder do Centrão, pois ele era apoiado pelo Planalto. O PT deve apoiar, a princípio, o candidato do PSol. O partido, que conta com 10 deputados, s e mpre l a n ç a c a n d i d atu r a própria, mesmo com poucas chances de vitória. A tática é conhecida como “candidatura de oportunidade”, quando um nome da sigla está no processo apenas para participar do debate e conseguir levantar as bandeiras da sigla. Por isso, o PT poderá embarcar na jogada do PSol e só apoiar um nome de Maia em um eventual segundo turno. Para se eleger, um candidato precisa ter ao menos 257 votos. Já PCdoB e PDT tendem a fechar com o nome que tiver a bênção de Maia. Na última semana, a líder do PCdoB, Perpétua Almeida (AC), a rmou que o partido jamais apoiaria Lira, por ele ser o “candidato do B o l s o n a r o”. P o r s u a v e z , integrantes da Executiva Nacional do PDT, como Ciro Gomes, e o presidente da sigla, Carlos Lupi, sinalizaram que apoiam o nome do democrata.

Jair Bolsonaro:

MARINA PINHONI/G1

“Quando há perigo iminente para os povos reunidos em Estados, cabe à inteligência política encontrar, e com decisão, a resposta certa//Durante o meu mandato a história se contorceu, mas a democracia não murchou na minha mão// Acho que não podemos fazer o WikiLeaks da história do Brasil da construção das nossas fronteiras//A inflação é o pior inimigo da sociedade. Ela castiga os mais pobres, os que não têm instrumento de defesa contra seus terríveis efeitos. Ela não confisca apenas o salário: confisca o pão”, José Sarney

“nenhum rato” vai sucatear a Ceagesp João Dória: Presidente deve estar se referindo a si mesmo O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, durante visita à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), para a reinauguração da Torre do Relógio, disse que não vai privatizar a Ceagesp. Em nota, o governo de SP relembra que decisão de vender a estatal foi tomada pelo próprio presidente no ano passado. A Ceagesp é o maior entreposto de alimentos da América Latina e pertence ao governo federal desde 1997. Após declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que não vai privatizar a Ceagesp, a gestão do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a rmou na terça-feira (15) que foi o presidente que incluiu o entreposto no pacote nacional de desestatização. Em referência a projeto do governo estadual que tenta transferir a administração da Ceagesp para empresas privadas, Bolsonaro disse que "nenhum rato vai sucatear [o entreposto] pra privatizar pros seus amigos". Para Doria, Bolsonaro está se referindo a si mesmo. "Bolsonaro deve estar se referindo a si mesmo e ao seu próprio governo. O presidente assinou, no ano passado, o decreto 10.045, que inclui a Ceagesp no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Governo Federal, conforme o s i t e d a Un i ã o : https://www.ppi.gov.br/desestati zacao-da-ceagesp. O presidente precisa indicar aos órgãos de controle quem é esse “rato” que está no Governo Federal e se bene ciaria da medida. Se não zer isso, estará prevaricando", disse o governador João Doria. A Ceagesp, na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo, em 1997, foi federalizada e vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e, em 2019, ao Ministério da Economia. O governo estadual quer que o entreposto seja administrado por empresas privadas em outro endereço na Grande São Paulo. Durante o evento, o presidente Jair Bolsonaro — acompanhado por Pedro Guimarães, presidente da Caixa — informou que o banco também planeja participar das melhorias na Ceagesp, com a construção de uma nova agência.

“O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, acabou de me dizer que vai ser aberta uma agência da Caixa aqui [nas dependências da Ceagesp]. Tudo que precisarem e estiver ao alcance do governo federal, vocês serão atendidos. A Ceagesp é de vocês”, a rmou o presidente. A companhia é responsável pela maior central de abastecimento de frutas, l e g u m e s , v e rdu r a s , ore s , pescados, entre outros produtos, da América Latina. O volume comercializado, por ano, chega a 3,21 milhões de toneladas, com valor nanceiro de R$ 8,84 bilhões. Na central, o uxo médio de pessoas é de 50 mil por dia. A Ceagesp conta com 590 empregados públicos e a operação do entreposto envolve 25 mil empregos diretos, além de mais de dois mil permissionários atacadistas, 247 varejistas e 376 ambulantes.

Programação de Réveillon 2021 na Grande Vitória, Espírito Santo

nota o cial do município. A Festa de Réveillon 2021 na Serra será pontual: terá como ponto alto o Ninho da Roxinha, na Rua do Limão, 350 — São João, na noite do dia 31 de dezembro. A animação cará por conta da banda Pele Morena tocando a noite inteira, queima de fogos, estacionamento, segurança e em área externa ao ar livre. O buffet terá culinária completa com mesa de frios, saladas, entradas, mesa japonesa com sushiman, ceia principal, sobremesas, bebidas alcoólicas e não alcoólicas. Informações (27) 98879-5388.

Prefeitura do Rio cancela festa do Réveillon 2021 Programação previa a realização da festa em seis palcos instalados em locais privados e sem acesso ao público, apenas com transmissão pela televisão e internet. Mas, na terça-feira (15), a R i otu r, i n for m ou o cancelamento do Réveillon de 2021 em função do atual cenário da pandemia da covid-19. A programação, aprovada antes da segunda escalada da doença, previa a realização da festa em seis palcos instalados em locais privados e sem acesso ao público, apenas com transmissão pela televisão e internet. O prefeito Marcelo Crivela tomou a decisão na segundafeira (14) à noite. “Esta é uma decisão necessária para a

VÍTOR JUBINI

Quem eleger Vitória para a ocasião poderá aproveitar o Réveillon Desejos 2021, que acontece no Rooop da Praia, megaestrutura inédita montada no endereço localizado no coração do Triângulo, na Praia do Canto. Com open bar e open food, a festa terá menu assinado pelos melhores restaurantes da cidade. Este ano as festas de réveillon serão bem diferentes na Grande Vitória por causa da covid-19. A P r e f e i t u r a d e Vi l a Ve l h a infor mou que, p ara e v it ar a g l o m e r a ç õ e s e at e nt a a o aumento de casos da Covid-19, decidiu suspender a tradicional queima de fogos na orla da cidade. “A decisão prima pela segurança dos munícipes”, diz

proteção de todos. A festa será a da esperança por bons resultados d a s v a c i n a s p ar a c onte r a pandemia. Será ainda um momento de re exão sobre um ano difícil, de luta, com lamentáveis perdas de tantas pessoas. E será também hora de dar graças a Deus pelas vidas salvas". Segundo a Riotur, embora a festa tenha sido projetada em um novo formato, sem presença de público, sem queima de fogos e feito para ser acompanhado pela TV e pelas mídias digitais, neste momento, a Prefeitura opta pelo cancelamento do evento da virada do ano em respeito a todas as vítimas e em favor da segurança de todos.


6 TECNOLOGIA

17 A 22 DE DEZEMBRO DE 2020

Equipamento vai interceptar Pesquisadores plástico dos rios mais desenvolvem novo sensor poluentes do mundo óptico similar ao olho Três embarcações, movidas a energia solar, já estão em funcionamento e a meta é expandir para diversos países ©REPRODUÇÃO/AMAZON TECH

humano ©ISTOCK

Em 2019, o holandês Boyan Slat apresentou o e Interceptor: um equipamento utuante para capturar o lixo plástico nos rios. Nesta semana, sua organização e Ocean Cleanup anuncia parceria com a empresa nlandesa Konecranes para fabricar uma nova geração dos dispositivos utuantes. Projetado para aproveitar o uxo natural do rio para capturar plásticos, o Interceptor retira os detritos da água e os conduz para lixeiras dispostas em seu interior. Usando dados de sensor, cada lixeira é preenchida até atingir sua capacidade total. O veículo é capaz de extrair 50 mil quilos de lixo por dia — chegando a 100 mil em condições otimizadas. A embarcação é totalmente movida a energia solar e possui baterias de íon-lítio integradas. Quando anunciou a novidade, dois equipamentos já estavam em funcionamento nas cidades de Jacarta (Indonésia) e Klang (Malásia). O terceiro chegou à cidade de Santo Domingo, capital da República D o m i n i c a n a . Um q u a r t o

teve sua implantação adiada para 2021. Mas o objetivo é expandir para nada menos que os mil rios mais poluentes do mundo. “No nal de um ano muito desa ador, estou feliz em ver o início da produção em série para o Interceptor. É um passo necessário para lidarmos com o uxo global de poluição do plástico para nossos oceanos em escala. Acredito que a Konecranes é adequada para o trabalho e estamos ansiosos para vê-los construindo mais Interceptors nos próximos anos”, entusiasma-se Boyan Slat. “Durante o último ano e meio,

Interceptor, previsto para o Delta do Rio Mekong, no sul do Vietnã,

a e Ocean Cleanup usou os insights desses sistemas-piloto

para compreender e desenvolver a tecnologia para a produção em m a s s a . E s s a s atu a l i z a ç õ e s incluem alterações no transportador, nas lixeiras e na barcaça”, a rma a organização em comunicado. Para a Ocean Cleanup, a implantação de interceptores em grande escala ajudará a resolver o problema urgente da poluição plástica. Os rios são a maior fonte de plástico dos oceanos. A instituição estima que mais de mil rios são responsáveis por 80% da poluição com extensões que variam de 0,8 a 2,7 milhões de toneladas por metro ao ano, com pequenos rios urbanos entre os mais poluentes. Ou seja, capturar o lixo ainda nos rios é uma tentativa de i mp e d i r q u e t a i s d e t r i t o s cheguem até os oceanos. A Ocean Cleanup mapeou os rios mais poluentes. As descobertas do material estão atualmente sob revisão para publicação cientí ca.

Nova bateria para carros elétricos pode revolucionar a indústria Uma empresa norte-americana chamada QuantumScape anunciou nesta semana que seus esforços de quase uma década para desenvolver um novo tipo de bateria para carros elétricos estão dando frutos, e que conseguiu um “s a lto” em testes ©REPRODUÇÃO recentes do conceito. As atuais baterias para carros elétricos usam a tecnologia de íons de lítio (também conhecidas c om o L i - Ion , ou Lithium Ion), o mesmo tipo usado em smartphones, tablets e notebooks. Elas contêm um material líquido que funciona como um eletrólito, permitindo que os íons de lítio fluam do polo positivo da bateria (catodo) para o polo negativo (ânodo), gerando uma corrente

elétrica. E mb or a s e j a ampl am e nte usada, esta tecnologia tem uma série de desvantagens. Entre elas um longo tempo de recarga e o desgaste gerado pelo crescimento de “dendritos”, estruturas rígidas

com projeções pontiagudas que aceleram reações indesejadas entre o eletrólito e o lítio, causando a falha da bateria. Além disso, o eletrólito pode congelar em temperaturas muito

baixas e todo o conjunto é instável. Uma célula da bateria que seja perfurada, durante uma colisão, por exemplo, pode entrar em combustão espontânea em questão de instantes. Isso iniciará uma reação em cadeia com as células vizinhas que pode fazer com que u m ve í c u l o s e j a rapidamente envolto em chamas de altíssima temperatura e difíceis de controlar. A solução da QuantumScape é a b ater i a de lít iometal, uma bateria para carros elétricos com tecnologia de “estado sólido”, já que dispensa o eletrólito líquido. Em seu lugar ela usa um separador cerâmico seco, que permite transferência de energia com mais eficiência.

Pesquisadores da Universidade Estadual de Oregon (OSU) estão próximos de apresentar um novo tipo de sensor óptico mais próximo do olho humano. A inovação, também conhecida como sensor retinomór co, será capaz de imitar a percepção de mudanças no campo visual dos olhos e deverá ter papel importante na próxima geração da inteligência arti cial (IA). As tentativas passadas de criação do sensor emperraram na necessidade de sowares ou hardwares complexos, explicou John Labram, pesquisador da Faculdade de Engenharia da OSU e um dos desenvolvedores da inovação, junto da graduanda Cinthya Trujillo Herrera. No ent anto, os estudos publicados na revista Applied Physics Letters na última terçafeira (8) mostram que o novo projeto baseia-se em camadas ultra nas de semicondutores de perovskita — mineral raro, com grandes potenciais de energia solar — que mudam de fortes isolantes elétricos para fortes condutores quando colocados na luz. “Você pode pensar nisso como um único pixel fazendo algo que atualmente requer um m i c r o p r o c e s s a d o r ”, d i s s e Labram. Segundo Labram, a visão humana tem uma peculiaridade interessante: ela é bem adaptada para detectar objetos em movimento, e é “menos i n t e r e s s a d a” e m i m a g e n s estáticas. Desse modo, o circuito óptico prioriza os sinais dos fotorreceptores que detectam alterações na intensidade da luz — perceptível quando focamos o olhar em determinado ponto e os

objetos ao redor começam a “desaparecer”. As câmeras fazem um processo parecido, mas são mais adequadas ao processamento sequencial. Ou seja, imagens estáticas resultarão em tensões de saída mais ou menos c o n s t a nt e s d o s e n s o r, dependendo do escaneamento feito pela matriz bidimensional dos receptores. Fe l i z m e nt e , o s s e n s o r e s retinomór cos permanecem estáveis em condições estáticas. Eles registram um sinal curto e nítido quando detectam uma mudança na i luminação e retornam ao seu estado inicial em seguida. Tudo isso graças às propriedades fotoelétricas da perovskita. Um dos testes realizados aconteceu em um treino de beisebol e os resultados foram positivos. Enquanto os jogadores

no campo apareciam como objetos brilhantes e nítidos du r a nt e a m ov i m e nt a ç ã o,

objetos estáticos (como campo e arquibancadas) desapareciam na escuridão. “Se a câmera estiver relativamente estática, você pode ver claramente que todas as coisas que estão se movendo respondem fortemente. Isso p e r m an e c e r a z o ave l m e nte verdadeiro para o paradigma do s e n s o r i a m e nt o ó p t i c o e m mamíferos”, completa Labram. Ainda de acordo com o pesquisador, o novo sensor óptico, aliado aos computadores neuromór cos, de verá s er essencial na próxima geração de IA, sendo incorporado em carros autônomos, robóticas e t e c n o l o g i a s av a n ç a d a s d e reconhecimento de imagem. Enquanto os computadores tradicionais processam informações em sequência (como um manual de instruções), os computadores neuromór cos são projetados p ar a s i mu l ar a s c on e x õ e s paralelas do cérebro humano. E, dessa forma, um computador que “pensa” como um cérebro humano necessitará de um sensor mais próximo da visão humana. Embora a inovação não esteja totalmente pronta, os resultados positivos nos testes indicam um futuro promissor do sensor retinomór co nas tecnologias aliadas a inteligência arti cial. O

produto deve ser apresentado em breve no mercado.


CIÊNCIA 7

17 A 22 DE DEZEMBRO DE 2020

Astrônomos encontram Oficina de lâmpada a óleo luz em região remota do é encontrada em Israel espaço Os artefatos foram desenterrados e analisados por especialistas, que também conseguiram desvendar um mistério de mais de 80 anos

©DIVULGAÇÃO/AUTORIDADE DE ANTIGUIDADES DE ISRAEL ©VIKTOR OVPRO/SHUTTERSTOCK

Uma luz no m do túnel, ou melhor, do espaço. Foi isso o que astrônomos encontraram ao usarem câmeras da sonda New Horizons para medir a luminosidade a uma distância de 6,4 bilhões de quilômetros do Sol, descobrindo que o universo tem o dobro da claridade que se imaginava. Tod Lauer, integrante do O bs er vatór io Naciona l de Astronomia Óptica e um dos autores do relatório publicado em novembro, revelou que o achado muda a ideia de escuridão absoluta no espaço. “Tem algo desconhecido lá fora”, diz o astrônomo. As explicações vão da existência de grupos de estrelas ou galáxias muito fracas a buracos negros no centro de

galáxias indistinguíveis, jogando energ ia ext ra no vazio. O cientista não descarta, todavia, a possibilidade de estar errado. “Talvez tenhamos ignorado uma fonte de luz ou um artefato na câmera. Isso é o que mais me preocupa”, diz. No campo da especulação, há a possibilidade de o universo estar cheio de matéria obscura, em vez de matéria escura, como se supõe. Lauer, no entanto, a rma que prefere se ater à medição da l u m i n o s i d a d e . “E n q u a nt o observadores, oferecemos [a informação] para quem sabe o que fazer com ela”, disse. No estudo, os astrônomos dizem ter encont rado de z nanowatts de luz por metro quadrado por esterradiano (uma medida de ângulo sólido) na

região observada. Para efeito de comparação, Lauer a rma que seria a mesma intensidade gerada pela estrela Sirius, ou por uma geladeira aberta a 1,6 km de distância. “Imagine estar deitado na sua cama com as cortinas abertas em uma noite sem luar. Talvez você esteja acordado, olhando para a parede. Quando Sirius aparece no horizonte ou seu vizinho abre a geladeira, poderíamos ver a claridade no quarto car um pouco mais intensa”, explica. Foram medidas apenas luzes de comprimento de onda visível, sendo necessário o aumento por meio do uso de rádio, raio-x e inf raver mel ho. S egundo o cientista, a chance de o cálculo estar errado é de uma em 3,5 milhões.

Arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel revelaram, na manhã desta segunda-feira (14), a descoberta de uma enorme o cina de lâmpadas a óleo, que foi datada entre 1.600 e 1.700 anos. A informação foi divulgada pelo portal Times of Israel. Desenterrada na cidade de Beit Shemesh, que estava passando por obras para a construção de novas casas, a antiga fábrica ainda resolve um mistério pendente desde a década de 1930. “Estamos extremamente entusiasmados, pois esta não é apenas uma importante descoberta arqueológica por si só, mas também uma evidência tangível da história arqueológica”, diz trecho de um comunicado publicado pelos diretores de escavação Itai Aviv, O m e r S h a l e v, N i c o l a s Benenstein e Moran Balila. A descoberta, que foi feita por estudantes da academia militar do país, veio em bom momento, conforme eles alegaram. “O festival de Hanukkah é uma ótima oportunidade para contar ao público sobre a recuperação dessas lâmpadas a óleo, que era o principal método de iluminação na antiguidade”. Ao analisar as lâmpadas,

especialistas perceberam a semelhança que elas apresentavam com fotos de uma expedição do arqueólogo Dimitri Baramki, em 1934. Na época, por falta de tecnologia e mais recursos, o funcionário do Departamento de Antiguidades encontrou os objetos em uma cisterna, mas não sabia do que se tratava. O caso cou esquecido por muitos anos. Decoradas com estatuetas de cerâmica representando mulheres, animais — principalmente pássaros — e cavaleiros, os itens revelam um pouco sobre o passado religioso, tanto quanto social, da região: “As estatuetas e os motivos nas lâmpadas da região de Beit Nattif contam a história das colinas da Judeia no período após a Revolta de Bar Kokhba”, fala Benyamin Storchan da Autoridade de Antiguidades de Israel,

especialista em lâmpadas Beit Nattif. “Pelos escritos de Josefo, sabemos que durante o período do Segundo Templo, Beit Nattif era um centro administrativo regional — uma das dez principais cidades sob o domínio asmoneu”, explica Storchan. No entanto, anos mais tarde, outras religiões começaram a aparecer pelas cidades próximas, o que re etiu diretamente na produção dos artefatos. “Durante este período, o cristianismo também começou a surgir e algumas das lâmpadas de ól e o B e it Natt i f c ar re g am motivos de peixes, um dos símbolos do cristianismo. A grande variedade de lâmpadas e estatuetas prova, portanto, que a população local apresentava uma mistura de pagãos, cristãos e judeus”, naliza Benyamin.

Escócia elege sua mais

Fóssil de cobra-cega signicativa descoberta enorme é revelado arqueológica de 2020 em São Paulo A pesquisa vencedora teve início em 2011 e só foi finalizada após quase uma década ©DIVULGAÇÃO

O espécime recém-descoberto tem três vezes o tamanho das cobras-cegas atuais ©DIVULGAÇÃO/JORGE BLANCO

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Recentemente, paleontólogos da USP de Ribeirão Preto (SP) pu b l i c ar am n o i S c i e n c e a descoberta de um fóssil pertencente a uma espécie, até então, desconhecida de cobracega, um animal que habita o subsolo e por isso possui olhos reduzidos. A serpente, hoje extinta, viveu há 87,8 milhões de anos. O espécime inédito foi encontrado em Monte Alto, um município paulista localizado na R e g i ã o Me t r o p o l i t a n a d e R i b e i r ã o Pre t o. O l o c a l é conhecido pelas descobertas de divers os outros fóss eis de dinossauros e também crocodilos, inclusive contando c o m u m m u s e u d e paleontologia. Um diferencial da espécie

BOB BEHNKEN

recém-des cob er ta, que foi chamada de Boipeba tayasuensis, é que ela tinha um metro de comprimento, o que é mais que o triplo do tamanho que as cobras-cegas atuais alcançam. “A d e s c r i ç ã o d e ss a nov a espécie sugere que as cobrascegas devem ter passado por um

processo evolutivo de miniaturização posterior. O trabalho também indica que elas chegaram a viver perto do fim da era Mesozoica, quando ainda havia dinossauros”, comentou a especialista Annie Schmaltz Hsiou, que foi a coordenadora do estudo, de acordo com o site MSN.

Em maio deste ano, pesquisadores encontraram vestígios de que os povos pictos, que habitaram a Escócia entre os séculos 5 e 11, também estabeleceram um assentamento no topo da colina Tap O 'Noth, cuja elevação atinge 563 metros. A informação havia sido divulgada pelo portal The Nor t he r n S c ot , qu e agor a também fez outra revelação importante. A expedição, liderada pelo professor escocês Gordon Noble, foi aclamada como a mais

significativa descoberta arqueológica do país deste ano. L e v an d o a o p é d a l e t r a a descrição do estudioso sobre o passado que ele conseguiu recriar: “os resultados foram simplesmente incríveis”. Em maio, Noble anunciou que, com amostras coletadas da região e datadas por radiocarbono, foi possível concluir que havia cerca de 800 cabanas nas proximidades, c ont r ar i an d o out r a s te s e s anteriores de que o local havia sido habitado antes dos pictos

chegarem. “Por causa da escala do forte e sua localização ao lado de uma colina nas margens do Cairngorms, alguns estudiosos sugeriram ocupação datada de uma época em que o clima era mais quente, possivelmente durante a Idade do Bronze”, disse Gordon. “Eles mostram que o enorme forte datava do quinto ao sexto século e que foi ocupado ao mesmo tempo em que o complexo de elite no vale da fazenda Barflat” — uma das maiores fortalezas medievais do país. O estudo é de grande importância, pois, como explica o pesquisador, "anteriormente, supúnhamos que seria necessário chegar ao século 12 na Escócia antes que os assentamentos começassem a at ing ir ess e t aman ho”. Ao celebrar sua descoberta, o homem também enfatizou que ainda há muito o que aprender.


8 BEM-ESTAR

17 A 22 DE DEZEMBRO DE 2020

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

Xylitol: benefícios e como consumir Frango na cerveja preta com legumes Nutricionista - CRN:14100665

O xylitol é boa opção para quem deseja substituir o açúcar nas refeições

©DOM GARCIA EMPÓRIO

GUIA DA COZINHA

um poder adoçante semelhante ao da sacarose (açúcar), mas com valor calórico 40% menor que o açúcar comum, isto é, o xylitol tem 2,4 calorias por grama, enquanto o açúcar tem 4,0 calorias por grama. "Passando isso para medida caseira, temos oito calorias em uma colher de chá de xylitol enquanto uma colher de chá de açúcar tem 15 calorias", explica. Para quem tem diabetes, o xylitol é uma boa opção quando comparado aos açúcares convencionais. "Esse adoçante não tem aumento signi cativo na concentração da glicose no sangue, pois possui baixo índice glicêmico", esclarece a nutricionista Sônia Watanabe. Dessa forma, por ter pouco impacto na elevação dos níveis de açúcar no sangue, a substância pode ser usada por portadores de diabetes Mellitus tipo I ou tipo II, como parte de uma alimentação balanceada. O xylitol pode ser consumido diariamente, pois é bem tolerado pelo organismo. No caso de adultos, a recomendação é que as doses da substância sejam espaçadas ao longo do dia com, no máximo, 20g cada uma e sem ultrapassar 60g diárias. Quando o consumo do xylitol não é feito com moderação pode causar desconfortos gastrointestinais como: distensão abdominal; atulências; náuseas e diarreia. "Durante o processo de digestão pode ocorrer algum tipo de reação junto a outros alimentos e

favorecer a fermentação do bolo a l i m e n t a r, o c a s i o n a n d o formação de gases e, com isso, podendo favorecer a ocorrência desses desconfortos", ressalta a nutricionista Alexandra Corrêa de Freitas. Vale ressaltar que os sintomas d e d e s c o n f o r t o ap a r e c e m geralmente quando o adoçante é consumido de forma excessiva. Porém, segundo a nutricionista Alexandra, há pessoas que podem ter uma tolerância menor à subst ânci a e mesmo em pequena quantidade sentir os desconfortos listados. Como dito anteriormente, o xylitol p o de s er usado no preparo de receitas. "As moléculas do xylitol não se quebram com o calor como a l g u ns out ro s a d o ç ante s " , explica a especialista Angélica Grecco. Pode ser usado tanto em bebidas como cafés, chás e sucos, quanto no preparo de doces e sobremesas como bolos, pudins, mousses, tortas, geleias, entre outras. De acordo com a nutricionista Alexandra Freitas, seu processo de produção não é simples e econômico, por isso seu preço de venda também não é tão baixo, sendo assim, superior a outros tipos de adoçantes, principalmente quando comparado com os edulcorantes arti ciais. O preço do xylitol pode variar dependendo da marca e do local de compra. O preço pode variar de R$ 30 a R$ 120 o quilo do produto.

O

ano de 2020 tem sido atípico. Com a pandemia, as grandes reuniões entre amigos e familiares tiveram que dar um tempo e muitas pessoas passaram a cortar gastos por conta do aumento dos preços dos alimentos e da taxa de desemprego em alta. Como sabemos, as festas de nal de ano são momentos especiais, conhecidas pela fartura e pelo preparo de pratos diferentes e, muitas vezes, caros. Porém, há como fazer uma ceia de Natal econômica, deliciosa e cheia de receitas fartas para celebrar. Veja como fazer uma ceia de Natal econômica com esta opção acessível e saborosa! Ingredientes 1 frango inteiro limpo (aproximadamente 2 kg) 1 lata de cerveja preta (350 ml) 1/4 de xícara (chá) de molho de soja (shoyu) 3 colheres (sopa) de açúcar mascavo 1 pitada de sal 3 colheres (sopa) de molho inglês

2 dentes de alho amassados 2 colheres (sopa) de gengibre ralado 1/4 de xícara (chá) de cebolinha picada 2 colheres (sopa) de ketchup 3 batatas cortadas em gomos 1

cebola cortada em gomos 1 cenoura fatiadas na diagonal ½ maço de brócolis em buquês Modo de preparo Em uma tigela, tempere o frango com a cerveja, o shoyu, o açúcar mascavo, o sal, o molho inglês, o alho, o gengibre, a

Alimentos que melhoram o sistema imunológico Você já deve ter ouvido por aí que esse ou aquele alimento “fortalece o sistema imunológico”, mas, para começo de conversa, o que é i s s o ? É s i mp l e s m e nt e o sistema de defesa do nosso corpo contra bactérias, vírus, fungos ou qualquer corpo estranho que se aproveite da falta de proteção e da baixa imunidade para atacar o nosso

organismo. E como sabemos que nossa imunidade está baixa? Isso é revelado através de milhares de reações e sinais, como maiores propensões a gripes, herpes, amigdalites e abcessos. Sabe quando dizem que o corpo fala? Quando a i m u n i d a d e e s t á comprometida ou debilitada, o corpo demonstra através de

problemas de pele, queda de cabelo ou unhas fracas. Mas, por que nossa imunidade cai? A resposta é simples: uma vida desregrada, sem qualidade de sono, sem a prática de exercícios físicos, com o uso de muitos medicamentos, consumo de álcool, stress, maus hábitos e o mais importante, sem uma b o a a l i m e nt a ç ã o, o q u e

acarreta deficiência de nutrientes e minerais. Uma dieta balanceada e saudável com vitaminas e minerais é a grande responsável pelo fortalecimento do sistema imunológico. E, claro, para isso, a vida regrada tem que continuar para que você tenha resultados significantes. Os alimentos que são famosos por melhorarem o sistema imunológico são

cebolinha, o ketchup e deixe descansar por duas horas. Em uma fôrma grande, coloque o frango, os legumes ao redor e regue com o tempero que cou na tigela. Cubra com papelalumínio e leve ao forno médio,

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O xylitol (ou xilitol) é um adoçante natural encontrado em plantas, frutas e legumes. Sua obtenção é feita a partir de uma enzima chamada xilose, que pode ser encontrada no bagaço da cana-de-açúcar, sabugo de milho e palha de arroz. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classi ca o xylitol como um aditivo alimentar e a Food and Drug Administration (FDA) aprova o consumo desse adoçante como substituto do açúcar. Além de ser uma opção para quem deseja substituir o açúcar na alimentação, possui propriedade funcional comprovada pela Anvisa. O xilitol tem propriedades anticariogênicas, ou seja, por nã o s e r fe r me nt a d o p el o s microrganismos que causam cárie dental, ele ajuda na redução da quantidade de algumas bactérias na saliva e na placa bacteriana. "Pode ser utilizado em balas, confeitos, gomas de mascar e produtos do gênero, como adoçante de adição em preparações culinárias e ainda, na indústria farmacêutica, pode ser empregado como adoçante ou excipiente na formulação de xaropes, tônicos e vitaminas", a rma a nutricionista Alexandra Corrêa de Freitas, docente do curso de Nutrição da Faculdade Santa Marcelina Grandes números de trabalhos cientí cos demonstram que o xylitol traz diversos benefícios para a saúde, podendo ser consumido tanto por adultos quanto por crianças. A nutricionista Sônia Soares Wat anab e, esp e ci a list a do Instituto Castro cita algumas vant agens do consumo de xylitol: bené co para quem tem diabetes; auxilia no aumento da massa muscular ; ajuda a prevenir e reduzir cáries, e e caz para quem quer reduzir calorias. O xylitol tem gosto e aparência similar ao açúcar, pois é um pó branco, cristalino, inodoro e de sabor doce. No entanto, o xylitol é um edulcorante e, apesar de parecer com o açúcar, ele contém valor calórico menor. S e g u n d o a nut r i c i on i s t a Alexandra Freitas, o xylitol tem

frutas cítricas, como a laranja e o limão, p ois p ossuem vitamina C e fibras, além de propriedades antiinf lamatórias; alimentos verde-escuros, como brócolis (vitaminas A e C) e couve (vitaminas A, B9 e C), além de feijão e cogumelos; somam-se a esses os alimentos ricos em zinco, como carnes, oleaginosas e leguminosas. Também reforçam o nosso s i s t e m a i mu n ol ó g i c o o s

preaquecido por 20 minutos, regando na metade do tempo com o caldo que se formar na assadeira. Retire o papel, regue novamente e asse por mais 20 minutos ou até dourar. Sirva em s eguida, s e des ejar, acompanhado de salada. Fonte: Terra

alimentos ricos em vitamina E, como nozes, castanhas e óleos vegetais; o tomate, que é rico em licopeno; os alimentos ricos em ômega-3, como o salmão e o azeite. Além de terem também função anti-inflamatória, cúrcuma e gengibre possuem vitaminas C e B6 e são ótimos para as nossas defesas. Para finalizar a lista, a pimenta, que é rica em vitaminas A e C, o alho (contendo vitaminas C e E), a cebola e a própolis. Então, sim, existem alimentos que melhoram a nossa imunidade, mas o conjunto de uma vida constantemente saudável é realmente o grande segredo — e não apenas tomar aqueles famosos shots com substâncias que você desconhece ou uma água com limão em jejum. Essas coisas, sozinhas, não resolvem nada.


SAÚDE 9

17 A 22 DE DEZEMBRO DE 2020

Cansaço, dormência, câimbra: sinais que indicam deciência nutricional ©ISTOCK

Cansaço fora do normal, dormência nas mãos ou nos pés, queda exagerada de cabelo, desânimo constante e outras sensações parecidas costumam passar despercebidas por quem conhece pouco o próprio corpo. Pode até ser que rotinas muito atarefadas e as exigências do dia a dia resultem em efeitos próximos, mas também é possível que sua alimentação não esteja su cientemente nutritiva para dar conta de tudo o que seu organismo precisa. Quantas vezes percebemos mudanças relacionadas ao bemestar, mas as silenciamos por acreditar que vão se resolver sozinhas? Diferentemente do que se imagina, sinais físicos não são o começo do problema. Quando causados por de ciência nutricionais, eles indicam que algo já vem errado há algum tempo, pois os sintomas não são ime diatos. Neste cas o, a or i e nt a ç ã o é pro c u r ar u m pro ssional da saúde que possa avaliar o quadro de maneira geral. Unhas quebradiças e di culdade de cicatrização são evidências físicas, mas alterações que envolvem a mente também aparecem, como falta de concentração e di culdade de memor ização. A fa lt a de

vitamina B12, por exemplo, além de promover fadiga e sensação de cansaço constante, pode implicar em prejuízos na concentração e desencadear sintomas depressivos. Isso porque a falta desse nutriente afeta a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores essenciais para o bom funcionamento do cérebro. A vitamina B12, encontrada em carnes, ovos, leite e derivados, e nos peixes de água fria, como atum, salmão e truta, participa ainda de funções básicas do organismo, como manter o metabolismo ativo e agir na produção de glóbulos vermelhos

no sangue. Além de mexer com essas tarefas essenciais do corpo, sua ausência também pode deixar a respiração di cultada e os ossos mais fracos. Exames como hemograma, ferritina e transferrina conseguem identi car algumas de ciências de nutrientes no corpo, sendo que, para investigar a situação de cada um deles são necessários exames especí cos. Por exemplo, o 25-hidroxivitamina D é realizado para avaliar o armazenamento de vitamina D, o ácido fólico serve para aferir o nível desta vitamina no sangue e assim por diante. Para entender o que acontece no

or g a n i s m o q u a n d o f a lt a m nutrientes especí cos, selecionamos alguns exemplos. Cálcio — É o mineral em maior quantidade no organismo. No entanto, os sinais de de ciência não aparecem facilmente no dia a dia, por isso é importante a realização de exames. A falta de cálcio pode levar à osteopenia (quando o corpo não produz um novo osso tão rapidamente quanto reabsorve o osso antigo) e se desenvolver como osteoporose, além de causar problemas dentários e raquitismo (amolecimento e enfraquecimento dos ossos) na infância.

Ferro — Atua principalmente na fabricação das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio para todas as células do corpo. Por isso, o principal relato de pessoas com necessidade de reposição de ferro é o cansaço, em especial durante a prática de atividade física. Sua falta pode levar à anemia e, no caso de mulheres, por conta da perda mensal de sangue na menstruação, as chances de de ciência de ferro são ainda maiores. Zinco — Tem papel essencial nos processos metabólicos do corpo, além de in uenciar na resposta imune do organismo, em funções neurológicas e reprodutivas. A de ciência se revela em sinais físicos como diarreias constantes, perda de cabelo acentuada e in amação na p e l e , m a s t a mb é m p o d e m aparecer problemas de concentração. Vitamina — D Por mais que seja chamado de vitamina, esse é um nutriente que o organismo é capaz de produzir, sendo o sol sua principal fonte. Importante para a absorção de cálcio e fósforo, quando apresenta níveis baixos pode resultar em enfraquecimento dos ossos, di culdade de cicatrização, dor muscular e aumento de peso. A

vitamina D está associada à imunidade e resistência, além de ser relevante em tratamentos de doenças in amatórias e intestinais. Po t á s s i o — O p r i n c i p a l s i nt om a d a d e c i ê n c i a d e potássio é a câimbra recorrente. Esse é um nutriente que pode ser encontrado no leite e seus derivados, além de carnes, amendoim, frutas e hortaliças como melão, mamão, abacate, cenoura e batata. Com uma alimentação rica em vitaminas, minerais e equilibrada em proteínas, gorduras de boa qualidade e carboidratos complexos, não há necessidade de realizar nenhum tipo de suplementação, a não ser em caso especí cos. São eles: cirurgia bariátrica, alguns tipos de câncer, síndrome do intestino irritável ou an e m i a prov o c a d a p or alguma hemorragia, por exemplo. É essencial, porém, que cada indivíduo seja avaliado individualmente por meio da combinação de uma análise dos sintomas que apresenta e dos exames realizados. Isso vai permitir entender se realmente há uma de ciência ou se os valores apresentados são considerados normais de acordo com a siologia da pessoa.

Microh emorragias Anvisa critica critérios cerebrais aumentam o risco para uso emergencial de novo AVC

da Coronavac A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse que os critérios para a autorização de uso emergencial da Coronavac na China "não são transparentes e não há informações disponíveis sobre os critérios atualmente empregados pelos órgãos chineses para essa tomada de decisão". A autorização foi obtida para a Coronavac em junho no país asiático. A declaração da agência brasileira foi dada no âmbito da divulgação do prazo de dez dias para decisão sobre uso emergencial de vacinas em solo brasileiro. A Anvisa reforçou sua posição sobre autorizações automáticas de uso a partir de liberações concedidas por agências reguladores estrangeiras. "Caso venha a ser autorizada a replicação automática estrangeira no Brasil, sem a devida submissão de dados à Anvisa, são esperados o enfraquecimento e a retardação na condução do estudo clínico no Brasil, além de se expor a população brasileira a riscos que não serão monitorados pela

preciso considerar a "potencial influência de questões relacionadas à geopolítica", o que, segundo a agência, pode "permear as discussões nacionais e eventualmente decisões de autoridades estrangeiras relacionadas à vacina da covid19". A C oron av a c e s t á s e n d o desenvolvida no ©REUTERS/AMANDA PEROBELLI Brasil com a participação do Instituto Butantã. O imunizante se encontra em fase 3 de estudos e o governo de São Paulo planeja usá-lo a partir do dia 25 de janeiro, data que marcaria o início da campanha de vacinação. (autorização de uso emergencial) Apesar dessa previsão, os dados é uma alternativa válida, mas que sobre eficácia ainda não foram somente deve ser considerada em apresentados à Anvisa, que atendimento à legislação e aos p o s s u i a c o m p e t ê n c i a d e regulamentos técnicos nacionais c o n c e s s ã o d o r e g i s t r o d o e s p e c í f i c o s d e c a d a p a í s , pro duto. O But ant ã pre vê considerando ainda questões apresentar os dados no dia 23 éticas e científicas inerentes a d e s t e m ê s , ap ó s u m n ov o cada nação", declarou a agência adiamento da divulgação dos brasileira. números. A Anvisa disse ainda ser empresa desenvolvedora da vacina", explicou. Sobre as autorizações emergenciais, a Anvisa disse se tratar de uma "solução transitória, para um público-alvo restrito, que deve ser constantemente monitorado e ajustado". "É consenso i n t e r n a c i o n a l q u e a AU E

©PINTEREST

Vítimas de acidente vascular c e r e b r a l ( AV C ) q u e experimentam microhemorragias cerebrais durante a recuperação têm 50% mais chances de sofrer um segundo incidente cerebrovascular, descobriu um estudo da Hamilton Health Sciences, no Canadá. Além disso, os pacientes com micro-hemorragias nos lobos frontal, occipital ou parietal do cérebro têm 2,5 vezes o risco de um acidente vascular cerebral isquêmico — que interrompe o fluxo de oxigênio e sangue para o cérebro — causando danos potencialmente permanentes. Micro-hemorragias são pequenas quantidades de sangramento no cérebro, visíveis apenas em exames de ressonância magnética. Elas ocorrem em um a cada três pacientes com AVC isquêmico

e aumentam em até quatro vezes a probabilidade de hemorragias intracerebrais ou cerebrais. Historicamente, tem havido preocupações quanto ao uso de anticoagulante ou antiplaquetário no tratamento de pessoas que sofreram um derrame com um subsequente micro-hemorragias, porque o tratamento pode potencialmente aumentar o sangramento cerebral. O estudo analisou cerca de 3.700 pacientes com AVC isquêmico, dos quais 395

(11%) tinham evidências de micro-hemorragias no cérebro em exames de ressonância magnética. Aqueles com histórico de pressão alta ou que tiveram derrames que atingiram várias artérias do cérebro tiveram duas vezes mais chances de ter sangramentos. No entanto, esses microssangramentos não influenciaram se os pacientes com AVC responderam ou não bem ao tratamento com anticoagulantes prescritos ou terapia com aspirina, disseram os pesquisadores, que ressaltam que essas microhe mor r ag i as nã o d e ve m impedir que os pacientes com AVC recebem tratamento anticoagulante ou antiplaquetário.


10 Criança hoje, Criança amanhã

17 A 22 DE DEZEMBRO DE 2020

ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

Crianças: chegou o Natal! ©JORGE HENRIQUE/ASN

D

com nosso pai. Ele sempre r e t o r n av a à c a s a q u a n d o estávamos no portão, para uma veri cação das janelas, era dito. Só alguns anos depois, descobri esta suspeita. Para colocar os presentes do Papai Noel. O sonho do Papai Noel, o bom velhinho. Na volta das imagens

choque, tinha a ceia antecedida por reza rápida, e depois os cantos natalinos, com a mãe no violino e a irmã mais velha ao piano e, nós, pequenos, cant ando, o p ai, a tudo assistindo emo cionado, distribuindo abraços. Éramos só nós em Recife. Mas, éramos nós.

Beberibe. Saíamos todos de roupinhas novas, costuradas pela mãe, dois de mãos dadas com ela, dois de mãos dadas

i lu m i n a d a s , l i n d a s e n ã o singelas para as crianças, que se intrigavam com a mágica de colocar luzes na água, sem dar

O bastante. Dormir e sonhar com tanta coisa boa junta. Sonhar! Como é importante o sonhar para a Criança! O sonhar

©GETTY IMAGES/ISTOCKPHOTO

e c i d i m o s interromper nossa Série sobre “Estragos p e r m an e nte s d a pr iv a ç ã o Materna Judicial pela acusação d e a l i e n a ç ã o p a r e n t a l ”. Retomaremos ao tema na 1ª semana de janeiro, depois de nosso recesso de nal de ano. É Natal! Apesar de ser uma festa religiosa, o Natal contagia a todos, crentes de todos os credos, e ateus. Tornou-se uma festa da família, das famílias, da confraternização, do presentear, do saborear. Dos bons prazeres. Entre eles, o prazer da remontagem da história familiar, da história de cada um. Os afetos são a orados com ou sem autorização. Sim, porque é a hora do carinho, mas também das histórias que suscitaram vergonhas leves. Uma espécie de catarse amorosa, uma vez por ano. Frequência, para muitos, adequada. Festa do afeto. Festa de sonhos. Festa do abraço. Festa do sorriso e da gargalhada. Festa dos sabores. Fui criança no tempo em que me encantava ver árvores de luzes brancas, singelas, re etidas e multiplicadas nas águas dos Rios Capiberibe e

(27) 33337-2008

constrói o criar. A Noite de Natal para a criança é plena de mistérios. Como o Papai Noel colocou seu pedido na árvore de Natal na sala de sua casa? Como um bebezinho foi deitado numa manjedoura, cheia de capim de animais, e não morreu? Como seus pais não tinham casa, e se chovesse ia molhar todo o bebê? Como seus pais não tinham uma cozinha para comer? Um guarda-roupa para guardar suas vestes? Um banheiro para fazer aquelas coisas todos os dias? Em torno daquele bebezinho, o mot ivo d a c ome mor a ç ã o, muitas perguntas sem respostas. Hoje, há muitas crianças, muitas, que estão sem resposta para um outro mistério, que é vivido por elas. Por que minha mãe me abandonou? Crianças que perderam as suas mães para a covid-19, e que vivem como tendo sido abandonadas pela mãe. Para essa orfandade, o mistério vai permanecer. Não há resposta plausível que acalme s eu coraçãozinho. Mas, também, Crianças que foram privadas de suas mães por uma ordem judicial, que está fora de sua capacidade de compreensão

cognitiva. Esta orfandade de mãe viva é sentida e ressentida pela Criança como um abandono, como se um desprezo materno o fosse. Para umas, o primeiro Natal sem a mãe. Para muitas, será mais um Natal, mais uma noite escura, mesmo que muitas luzes hajam nas decorações de onde

passaram a ser obrigadas a viver. Uma noite escura, de solidão oculta, de sofrimento que não pode transparecer, um suplício

da falta, uma falta que sangra por dentro, e que tem que ser escondida, porque não lhe é permitido sentir. Uma grande dissimulação. Neste Natal, todos, os que têm juízo e pensamento de coletividade, claro, vamos sentir a falta de alguém, muitos não vão poder se reunir, vamos sentir a falta dos abraços e beijos. Talvez, depois desta experiência de faltas, tenhamos um pouco mais de capacidade empática com estas crianças que por anos sentem falta do abraço acolhedor do colo da mãe, a que estão privados. Dimensionar a d or d a pr i v a ç ã o m at e r n a compulsória, é um desa o. Quero dedicar este Natal às Crianças órfãs, de mães mortas, pela brutalidade da Covid19 ou da violência dos Feminicídios. E às Crianças órfãs de mães vivas. Mi l h are s . Vít i m a s invisibilizadas da perversidade da lei de alienação parental. A elas, toda a minha admiração e homenagem pela força que têm. Queria ter me mantido no romance do Natal, mas não consigo fechar os olhos para a dor destas crianças. Não dá. Sermos honestos, é preciso. Feliz possível Natal para estas

Crianças. Elas têm uma enorme capacidade de se adaptar, e até aproveitam o tanto que podem.


COMPORTAMENTO 11

17 A 22 DE DEZEMBRO DE 2020

NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA Hipnoterapeuta / Mentora Gestacional Cel.: (27) 99947-8786 Instagram: @nagelaisa.oficial

Sexo e Saúde Mental Q

uem já não teve suas questões relacionadas ao sexo, que atire a primeira pedra! Sexo

medo, insegurança ou ansiedade. E por que tantas pessoas não conseguem sentir prazer ou se entregar de forma integral ao

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bom, é sexo saudável. Mas não estou falando aqui, sobre uso de camisinha ou prevenção às DSTs. Falo sobre a saúde mental e emocional relacionada ao sexo. Como tudo, o sexo também começa em nossa mente. Antes da primeira carícia, muitos pensamentos acontecem. E o que deveria ser só tesão e coisa boa de sentir, se mistura com questões profundas inerentes ao íntimo de cada um. Às vezes, vem acompanhado de vergonha,

sexo? O que acontece em nossa mente, in uencia no comportamento do nosso corpo. E, no momento de intimidade, não seria diferente. Quando uma pessoa não consegue relaxar, sente medo ou vergonha, o sexo pode ser até doloroso. Isso porque o corpo não corresponde, os hormônios do prazer não são produzidos, a musculatura ca enrijecida, a mente quer inconscientemente fugir daquilo.

Infelizmente, muitos ainda crescem em culturas limitadas. Falta de diálogo sobre o sexo na infância e juventude, e x p e r i ê n c i a s t r au m át i c a s , abusos, machismo, religiosidade opressiva... isso tudo contribui para a formação de uma mentalidade desequilibrada em torno do assunto. Uma pessoa que sofre um abuso, poderá desenvolver algum tipo de transtorno relacionado ao sexo. Que pode ser a nível emocional, mental ou físico. E isso vai re etir em sua vida sexual, privando de desfrutar o prazer e a liberdade. O que vira uma bola de neve no decorrer da vida adulta e pode desencadear baixa autoestima, ansiedade, depressão, con itos no relacionamento, sensação de inferioridade. O sexo é uma parte importante da vida. A nal, é nele que ela se inicia! Mas, para alguns, é visto como pecado, como algo sujo e 'mundano'. Em algumas culturas, o casal sequer vê o corpo um do outro durante anos da vida de casados. Fazem sexo no escuro

ou debaixo dos panos. Podemos observar também, culturas onde o s e x o s ó é p e r m it i d o n o c a s a m e nt o e a i n d a v e m o s casamentos feitos com crianças. Em outras, a mulher é usada para satisfazer os desejos do m a r i d o e p r o c r i a r, s e m experimentar o prazer. E como não falar sobre as culturas que simplesmente mutilam o clitóris da mulher? Ou que o estupro é visto como ato natural? Violência resultante do desequilíbrio humano. Hoje em dia, a liberdade sexual ganha cada vez mais espaço. E isso se dá pela abertura de cada um de nós, seja no diálogo sincero e descontraído com os lhos, seja na rebeldia de desa ar os padrõ es, s eja bus cando resolver os con itos internos relacionados à sexualidade. As cercas e grades são criadas por nós, e só serão derrubadas por nós mesmos. A mudança do mundo não depende do mundo em si, mas dos seres humanos que o compõem. Mudando nossa mentalidade em relação ao sexo, tendo diálogos despidos de tabus,

falando sobre nossas questões, medos e di culdades, podemos mudar pouco a pouco a relação do amor e sexo em nossa vida e na das gerações futuras. Tudo é aprendizado. E a forma que aprendemos sobre o sexo, o respeito ao corpo do outro, a liberdade de sentir prazer e a aceitação do próprio corpo, se dá

para os que virão depois de nós. Sexo faz parte dessa aventura que é a vida, e uma parte muito gostosa, diga-se de passagem. O prazer sexual proporciona algo que muito poucas experiências podem proporcionar. Libera hormônios que relaxam o corpo, que ativam a alegria, aumentam o amor e ©FREEPIK

através dos nossos pais, da cultura em que vivemos, das experiências que vivenciamos. Por esse motivo, abrir nossa mente, é algo imprescindível. Para nossa própria saúde mental, emocional e física, assim como

ainda gera a vida. Permita-se e desfrute desse presente que a natureza nos deu. Se existem questões difíceis de lidar, busque ajuda. Só não vale se privar desse prazer. Relaxe e goze!

Body shaming: o que significa e como lidar com as críticas A era das redes sociais fortaleceu um fenômeno que já ocorre há vários anos, mas ainda não tinha um nome o cial. "Body shaming", termo em inglês utilizado para de nir o julgamento em relação ao corpo de alguém, pode trazer mais consequências negativas do que aparenta, impactando fortemente a saúde de quem lida com esses comentários. Esse comportamento pode se manifestar de diversas maneiras: comentários ofensivos em fotos, agressões verbais envolvendo a aparência de alguém ou através de olhares e risadas. Apesar desses episódios de ódio serem mais comuns entre celebridades, todas as pessoas estão sujeitas a enfrentarem situações desse tipo — que podem vir até mesmo da própria família. Para Adriana Drulla, mestre em psicologia positiva e especialista em autocompaixão, um dos fatores que leva alguém a falar ou escrever críticas maldosas em relação a aparência de outra pessoa é a insegurança. Ao criticarem alguém, muitas pessoas se sentem melhor a respeito de si mesmas já que, assim, é reduzido o valor do referencial externo do próximo. "A autoestima é bene ciada quando nos comparamos com uma referência, que pode ser externa ou um ideal interno, e nos sentimos melhores do que esta referência. Ela é o resultado da avaliação que fazemos de nós mesmos. Quando ela é favorável, a nossa autoestima aumenta e,

quando desfavorável, a autoestima diminui", explica. Um dos impactos mais claros do body shaming é o surgimento de uma for te vergonha do próprio corpo. Ao sentirem medo de ouvir julgamentos, muitas pessoas passam a esconder suas características ou buscam maneiras radicais de mudar a aparência. É comum encontrar pessoas que não vestem trajes de banho quando vão à praia, ou s e s entem extremamente culpadas apenas por comerem uma sobremesa. Adriana conta que, quando s entimos vergonha de nós mesmos, é subentendido que somos inadequados. Ou seja, concluímos que porque tem algo que não gostamos no nosso corpo, somos inferiores. É um julgamento de valor que ultrapassa o aspecto que incomoda do corpo e atinge o autoconceito, a visão global que a pessoa tem de si mesma. "A pessoa sente que ela não tem valor, e se sente exposta ao julgamento desfavorável do outro — mesmo que isso seja ap enas uma fantasia. Uma metanálise de 108 estudos com vinte e dois mil participantes achou uma correlação signi cativa entre a propensão à vergonha e o desenvolvimento de depress ão. E xistem out ros estudos que mostram também uma relação com o desenvolvimento de ansiedade e distúrbios alimentares", relata a especialista.

É natural e esperado que bus quemos a aceit ação do próximo. Mesmo quem considera ter uma boa

Podemos limitar o número de pessoas cujas opiniões daremos importância. Podemos nos relacionar com pessoas que nos

de um julgamento de valor. Outra dica é lembrar que a crítica à imperfeição vem da aversão que algumas pessoas têm aos ©MY INTIMITY BIO/FACEBOOK

autoestima pode se abalar ao ouvir uma crítica rígida e i n e s p e r a d a . E s s a re a ç ã o é compreendida pela ciência, d e m on s t r an d o, at r av é s d e estudos, que o cérebro, mesmo que de forma inconsciente, está sempre avaliando as percepções que as pessoas possuem de si mesmas. "Os pesquisadores chamam de sociômetro, um termômetro interno que avalia a percepção do outro gerando emoções negativas ou positivas. Mas sabemos que é possível ir além do sociômetro quando nos lembramos, por exemplo, que é impossível agradar a todos.

aceitam do jeito que somos e por quem somos", fala Adriana Drulla. Além disso, é importante lembrarmos que somos imperfeitos e todos possuímos defeitos. A especialista ressalta que este entendimento é um dos pilares da autocompaixão, que consiste em ser gentil consigo mesmo em um momento de di culdade, já que as nossas inadequações são os fatores que nos fazem humanos, não inferiores ou diferentes. "A autocompaixão é uma habilidade que pode ser treinada e uma alternativa saudável para a autoestima, já que não depende

próprios erros. A crítica à imperfeição nega a condição humana, que é imperfeita por de nição. Pessoas que criticam as outras não são melhores que ninguém, porque não são menos humanas que as demais. Se você entende que defeitos são normais e comuns a todos os seres humanos, você também entende que o comentário negativo do outro diz mais sobre ele, do que sobre você", conta a mestre em psicologia positiva. Pode ser fácil apontar um comportamento tóxico e negativo quando ele parte de outra pessoa, mas nem sempre

percebemos que esse tipo de situaç ão p o de est ar s endo reproduzida por nós mesmos. Quando não possuímos uma relação saudável com a nossa aparência, o body shaming pode se manifestar como um sinal de defesa. De acordo com Adriana, uma forma de trazer consciência para este comportamento é entender que se sentir melhor ao diminuir o valor do outro é algo temporário. Isso acontece pois, quanto mais julgamento é feito ao próximo, mais você vai se julgar também. "O diálogo interno de uma pessoa excessivamente crítica é tão cruel quanto aquilo que ela diz para o outro. É necessário entender que fazer o outro sofrer não melhora o seu sofrimento, p elo contrário. Então, é importante que o crítico acolha a s p r ó p r i a s i mp e r f e i ç õ e s , entendendo que elas estão presentes em todas as pessoas. Que acolha as suas inseguranças c o m g e nt i l e z a e a m o r, entendendo que é humano se sentir inseguro às vezes", explica. Para a especialista, o julgamento constante sobre a aparência alheia pode diminuir quando aprendemos a nos amar como somos, com nossos defeitos e qualidades, entendendo que somos mais do que a estética do nosso corpo. Dessa forma, é possível que nos tornemos menos críticos com as imperfeições das outras pessoas.


12 OLHAR DE UMA LENTE

17 A 22 DE DEZEMBRO DE 2020

HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Saúde na Serra, só faltam fechar o caixão A

FOTO DO LEITOR

a t u a l administração pública do município está fechando 2020 com 'chave de ouro', pra não dizer o contrário. Apesar de não ser n ov i d a d e , o q u e e s t á acontecendo em vários postos de saúde retrata muito bem o que a população vem sofrendo nesses últimos anos. D e nú n c i a s f e i t a s p o r moradores da comunidade de Barro Branco e bairros adjacentes relatam que os funcionários não estão chegando no horário que deveriam, sete horas, além disso, tem o agravante de que muitos médicos estão de férias, comprometendo ainda mais o atendimento. O pior é que eles não são substituídos, como deveriam, pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesa). Uma moradora de Barro Branco que preferiu não se

FOTO DO LEITOR

identi car disse que tinha

u m a av a l i a ç ã o c om a FOTO DO LEITOR

enfermeira, mas foi informada de que a necessidade de se consultar com um médico não seria possível e teria que retornar à tarde. Revoltada com o descaso, a moradora disse que é constrangedor e muito ve rgon ho s o. Pag amo s noss os imp ostos p ara termos o mínimo de respeito. “Fotografei e enviei as imagens para a redação do jornal Fatos & Notícias porque sabia que s e r i a ouv i d a”, d iss e a moradora. Segundo a denúncia, a situação nas dependências d a u n i d a d e é lamentavelmente gravíssima e os usuários correm sérios riscos de se machucarem, pois há os expostos, bancos

quebrados e uma série de outros problemas. “Os banheiros não têm suporte para papel higiênico, sujeira embaixo dos armários, corredor com material de ginástica sobre armários precários, lixeira próxima de bebedouro, bancos quebrados na recepção, pontos de energia com os expostos, material de uso pessoal exposto em corredores, corredores sem ventiladores porque foram retirados e, para piorar ainda mais a situação, o péssimo atendimento dos funcionários terceirizados. Tudo fora dos padrões mínimos exigidos pela Vigilância Sanitária. Não c o n s i g o e n t e n d e r, o mu n i c í p i o t e m arrecadação su ciente para termos um sistema de saúde perfeito, mas não a c o n t e c e , p o r q u ê ? ”, questionou desolada a moradora.

TATI BELING


BRASIL 13

17 A 22 DE DEZEMBRO DE 2020

A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

DIVULGAÇÃO

ANDRESR/ISTOCK

Sérgio Majeski (PSB-ES)

Sérgio Vidigal (PDTES)

Poluição

Deputado anuncia liberação de mais de R$ 4,4 milhões para Hospital Materno Infantil

O s equipamentos de controle da poluição instalados nas indústrias são dimensionados para operar até determinados níveis, mas com o aumento da produção são exigidos a trabalhar em sobrecarga. Enquanto o Projeto de Lei nº 328/2020, que estabelece novas Políticas, Normas e Diretrizes de Proteção da Qualidade do Ar Atmosférico no âmbito do Espírito Santo, segue tramitando na Assembleia Legislativa (Ales), o deputado estadual Sérgio Majeski formalizou mais uma proposição para prevenção, combate e redução das emissões de poluentes. Os deputados estaduais aprovaram a Indicação nº 2178/2020, de autoria de Majeski ao governo do Estado, para realização de vistoria e inspeção nas empresas instaladas na Ponta de Tubarão para veri cara a e ciência operacional de equipamentos antipoluição, como precipitadores eletrostáticos e ltros de manga. “Estações de monitoramento da qualidade do ar localizadas em Vitória registraram aumento de partículas de poluentes capazes de serem inalados, com capacidade de comprometer a saúde das pessoas. É importante identi car de onde saíram essas partículas e sanar rapidamente alguma falha no controle ou nos equipamentos. As empresas e os órgãos de controle precisam garantir que a produção e o desenvolvimento ocorram de forma sustentável e ambientalmente segura”, destaca Majeski. De acordo com o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), em outubro, estações de monitoramento da qualidade do ar localizadas em Vitória registraram a elevação da presença de partículas poluidoras inaláveis no ar, em comparação ao mês de fevereiro. Uma das explicações pode ser a retomada do crescimento de produção das empresas, mesmo durante a pandemia, numa t axa acelerad a, c aus ando s obre c arga nos equipamentos de controle da poluição atmosférica. REVISTA MINERAÇÃO

Rose de Freitas (Podemos-ES) Iniciativa da senadora Rose de Freitas evita desperdícios no transporte do gás O Senado Federal aprovou nesta quinta-feira (10) o novo marco regulatório para o setor de gás (PL 4476/2020). A proposta passou com emenda da senadora Rose de Freitas que beneficia diretamente os municípios capixabas produtores de gás. O Espírito Santo é um dos principais produtores de petróleo e gás do País. O relator da proposta, senador Eduardo Braga (MDBAM), incluiu no texto sugestão de Rose para determinar que “as unidades de processamento ou tratamento de gás natural sejam instaladas preferencialmente nos municípios produtores, com a finalidade de assegurar-lhes parte dos benefícios da atividade”. Rose defendeu que essas unidades são elementos-chave da infraestrutura do setor de gás natural e precisam ser localizadas de forma estratégica. Para a senadora, essa é uma forma de privilegiar a eficiência e, consequentemente, preços mais baixos para o produto. “Por essa razão, propomos que as futuras unidades de processamento sejam construídas nos próprios municípios produtores, próximo ao local da extração do gás natural”, justificou.

Sônia Steins (Patriota-FundãoES) Mensagem de esperança Nesta segunda-feira (14), Sônia Steins enviou nota de agradecimento à equipe do jornal Fatos & Notícias pelo apoio prestado durante todo ano de 2020. “Quero, nesse momento, agradecer a esse veículo de comunicação que vem prestando serviços relevantes à população de Fundão e toda sociedade capixaba. Aproveito também para desejar, a todo povo brasileiro, em especial ao povo de Fundão, um Feliz Natal e um Próspero e iluminado 2021. Que o novo ano seja de realizações e muita saúde para todos. Sabemos que 2020 está sendo um ano difícil, complicado, mas que a nossa fé e esperança sejam o norte para o ano vindouro”, desejou Sônia. MARCOS CORRÊA/PR

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) Plano anticorrupção

SITE DO PARLAMENTAR

A construção do Hospital Materno Infantil é um marco na saúde e na vida da população da Serra. O hospital foi entregue em setembro deste ano. Então, rea rmando o seu compromisso com a saúde capixaba, o deputado federal Sérgio Vidigal (PDT-ES) informa que foram pagos R$ 4.415.868,88, que foram aplicados na nalização da obra. “Saúde é prioridade! Assim, ao longo dos últimos anos, acompanhamos de perto a liberação do recurso para que não faltasse verba para o Hospital Materno Infantil”, comentou Vidigal. Essa é a quarta parcela dos recursos investidos em 2020, totalizando R$ 45.100.544,11. Em junho, foram pagos R$ 2.207.519,02; em abril, R$ 2.207.519, 02 e, em março, outros R$ 1.888.082,48. Já em 2019, o governo pagou R$ 9.281.010,60. O Hospital Materno Infantil é de grande relevância para o município e bene ciará a população, estimada em 507.598 habitantes. “O Hospital Materno Infantil é imprescindível na saúde e na vida da população serrana e será responsável por desafogar os leitos maternos”, enfatizou Vidigal. O Hospital, portanto, ofertará 135 leitos, sendo 75 pediátricos e 60 obstétricos. Além disso, serão realizados aproximadamente 725 partos por mês e atendimento 8.700 gestantes. O novo hospital contará com serviços como ultrassonogra a e acompanhamento do recém-nascido (follow up), cujo objetivo é ter o diagnóstico precoce de possíveis problemas que possam surgir após a alta. O Hospital Materno Infantil terá também banco de leite, todas as vacinas que o recém-nascido necessita. Terá ainda testes de linguinha, orelhinha, pezinho, quadril, coraçãozinho e olhinho. WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

Foram priorizadas 142 ações, sendo 55% delas relacionadas a mecanismo de prevenção, 24% de detecção e 21% de responsabilização Com ações de curto e médio prazo a serem implementadas de 2020 a 2025, foi lançado, no último dia 9, pelo Governo Federal, o Plano Anticorrupção. O documento traz medidas para aprimorar os mecanismos de prevenção, detecção e responsabilização relacionados a esse crime e busca avançar no cumprimento e no aperfeiçoamento da legislação anticorrupção. O lançamento ocorreu no Palácio do Planalto durante a abertura do Fórum O Controle no Combate à Corrupção 2020, organizado pela Controladoria-Geral da União (CGU). Nesta data, 9 de dezembro, é celebrado o Dia Internacional Contra a Corrupção. O evento contou com a participação do Presidente Jair Bolsonaro. “A corrupção desvia recursos de áreas essenciais para áreas improdutivas, ela exacerba a pobreza, promove a desigualdade social, mina a democracia e destrói a con ança dos cidadãos na administração pública”, a rmou o ministro da CGU, Wagner Rosário. ESTER SABINO

Felipe Rigoni (PSB-ES) Deputado destina milhões em emendas para o ES em dois anos de mandato Felipe Rigoni destinou R$ 67,4 milhões em emendas para o Espírito Santo, entre projetos selecionados no edital de emendas e verbas extras. O setor de saúde foi quem mais recebeu recursos, somando R$ 47,9 milhões em emendas individuais, de bancada e verbas especiais de saúde e segurança. Na sequência, estão os

Fabiano Contarato (Rede-ES)

Fundeb aprovado no Senado O Plenário do Senado aprovou, nesta terça-feira (15), o Projeto de Lei (PL 4.372/2020), que regulamenta, já a partir de janeiro de 2021, como devem ser aplicados os recursos do novo Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), agora de caráter permanente. Com a aprovação, o texto volta à Câmara dos Deputados, pois foi alterado no Senado. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já adiantou que votará a proposta ainda nesta semana, pois a regulamentação precisa ser aprovada este ano para que os recursos do Fundeb, que chegaram a R$ 160 bilhões em 2020, possam ser direcionados a estados e municípios já a partir de janeiro de 2021, devidamente reajustados. O Fundeb é uma conquista que o País teve em 2020 e que garante, na Constituição, o nanciamento da educação pública básica. O texto aprovado tira verba da educação pública para dar para o Sistema S, escolas particulares e escolas religiosas. “Nós estamos lutando para reverter isso. Não se pode priorizar os interesses das instituições privadas com o orçamento permanente que tem de cobrir o investimento do país no nosso futuro, por meio da Educação pública de qualidade”, frisa o senador. projetos de educação (R$ 8 milhões), assistência social (R$ 2,7 milhões), agricultura (R$ 2,7 milhões), ciência e tecnologia (R$ 2,5 milhões), entre outros. Entre fevereiro de 2019 e dezembro de 2020, o parlamentar também economizou R$ 965 mil para os cofres públicos. A economia foi possível com o uso de apenas 15 dos 25 assessores permitidos pela Câmara dos Deputados, selecionados via processo seletivo, e com o cumprimento de uma meta mensal de redução dos g a s t o s r e f e r e n t e s à v e r b a d e g a b i n e t e e à c o t a p a r l a m e n t a r. "Nosso mandato vem mostrando que a boa política é possível com diálogo e muito estudo. Em dois anos de trabalho, vencemos a barreira da polarização na Câmara e, sem apelar para o extremismo ideológico, criamos e relatamos projetos que fazem a diferença na vida dos capixabas. Temos nos preocupado com o diálogo com a população, lançamos um aplicativo inovador e conseguimos fazer parte de todos os debates relevantes para o país, especialmente na pandemia", exalta Rigoni.


14 ECONOMIA

17 A 22 DE DEZEMBRO DE 2020

LUIZ FELIPE MAGNAGO BLULM Mestre em Administração e professor na FAACZ

Cuidar da economia ou das pessoas? EDITORIA DE ARTE O GLOBO

E

ssa frase se tornou um dilema desde o início da pandemia. Munido com o argumento “e a economia?”, o presidente Bolsonaro negou, fez pouco caso e até espalhou fake news sobre a pandemia do novo coronavírus. Quanto mais a pandemia avançava mais as frases do presidente se tornavam perturbadoras. Indo da negação cientí ca ao descaso com as vítimas e as famílias brasileiras. Que a pandemia prejudicou a e c on om i a i s s o é i n e g áve l . Derreteu o PIB, aumentou ainda mais o desemprego, fez explodir a dívida pública e criou uma crise sanitária jamais vista em nossa geração. Entretanto, a dicotomia entre salvar vidas ou a economia não é real! Na última grande pandemia que o mundo viveu, a gripe espanhola, o baque econômico foi inegável. A gripe espanhola foi uma pandemia que aconteceu entre 1918 e 1919, atingindo todos os continentes e deixando

um saldo de, no mínimo, 50 milhões de mortos. Contudo, as pesquisas nos mostram que os países que tiveram a recuperação econômica mais rápida e consistente, foram àqueles que adotaram medidas para salvar o maior número de vidas possíveis, mesmo que no curto prazo isso prejudicasse a economia. Isso nos

mostra que, mesmo que as medidas prejudiquem hoje a economia, elas mais que compensam no futuro. Atualmente, temos nosso presidente encorajando o uso de medicamentos com a não e cácia comprovada e desencorajando a população a tomar as vacinas, alegando “pouca pesquisa”. Uma

incoerência argumentativa, no mínimo. Nosso Ministério da Saúde sendo acusado de fraudar assinatura de cientistas e sem um plano de vacinação consistente. Perdemos o protagonismo na América Latina na questão da vacinação. Nossa média de mortos voltou a subir e, para piorar, logo no período de férias.

Diante disso, ca difícil aceitar a ideia de que isso é para salvar a economia, uma vez que a própria Ciência Econômica defende medidas como quarentena e distanciamento social. Ainda mais quando estudamos os modelos de crescimento econômico e vemos que as pessoas possuem papel

fundamental nesse crescimento. Logo, evitar que as pessoas morram é um passo fundamental para qualquer recuperação possível. A ideia dessa coluna não foi dizer que só devemos salvar vidas por causa da economia. Devemos salvar vidas independente de qualquer coisa. São seres humanos com direitos iguais a todos. O intuito foi derrubar essa dicotomia que, mesmo após 180 mil vítimas, parece ainda ter alguma força e dizer que não, salvar vidas não prejudica a economia. E se um dia isso o c or re r, d e ve re mo s , c omo sociedade, buscar novas formas de nos organizar. Para nalizar, deixo a frase que escutei de um grande mestre que tive “São as p ess oas que produzem, são as pessoas que vendem e são as pessoas que compram. Quem não entender as pessoas, não entendeu a economia”.

Rede de esgoto é ampliada, mas cobertura ainda é baixa, diz ministério Cerca de 2,6 milhões de brasileiros, que vivem em centros urbanos, tiveram suas residências interligadas à rede de esgoto durante o ano de 2019. Embora este número represente um aumento de 2,5% da população urbana atendida pelo serviço em comparação a 2018, a cob er tura de esgot amento sanitário ainda é baixa no País, bene ciando apenas 61,9% da população das cidades. “É muito baixa”, disse, hoje (15), o coordenador-geral de gestão integrada da Secretaria Nacional de Saneamento, do Ministério do Desenvolvimento Regional, Luiz Antônio Pazos, durante a apresentação do diagnóstico dos dados do último ano recolhidos pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis). “S ó atingimos pouco mais da metade da população”, acrescentou Pazos, frisando que, consideradas as pessoas que vivem distantes dos centros urbanos, o índice médio geral de atendimento por rede de esgoto cai para 54% da população — percentual 0,9% superior ao registrado em 2018. A lém d a abrangênci a d a cobertura, um outro problema do ser viço é o tratamento dispensado ao que é gerado e coletado. Apenas 49% do esgoto produzido é tratado. No segundo caso, 78,5% do que é coletado recebe o tratamento apropriado. Isto considerando que, entre 2018 e 2019, o volume de esgoto

tratado passou de 4,30 bilhões de metros cúbicos (m³) para 4,52 bilhões de m³ — um incremento de 5,1% que não deixa o c o ord e n a d or- g e r a l m e n o s preocupado. “Isto é um grande problema que vai rebater lá no Ministério do Meio Ambiente. Eu coleto, não trato e volto com este esgoto. Ou seja, na verdade, estamos deteriorando os corpos hídricos; a qualidade do nosso mar. Por isso dizemos que tratar do saneamento é o maior projeto ambiental que podemos ter no País”, destacou Pazos. Como nem todas as prefeituras dos 5.570 municípios brasileiros fornecem dados integrais ao Snis, os resultados relativos à coleta e ao tratamento de esgoto podem divergir em algum grau da realidade nacional. Ressalva válida também para outras ações analisadas no âmbito do sistema nacional, como o tratamento da água; a destinação dos resíduos sólidos e o manejo das águas das chuvas nas cidades. Para aumentar a con abilidade dos dados, o Ministério do Desenvolvimento Regional estuda fazer uma parceria com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), do Ministério da Saúde, para obter dados das cidades que ainda não respondem aos formulários do Snis. Além disso, segundo o secretário nacional de Saneamento, Pedro Ronald Maranhão, uma auditoria será contratada para se debruçar

sobre os dados já coletados a m de atestar a credibilidade dos resultados. “Estamos, ainda, na época Medie val em questão de saneamento”, disse o secretário, acrescentando que a área é considerada “o patinho feio da á r e a d e i n f r a e s t r u t u r a”. Maranhão enfatizou a importância do diagnóstico do setor e ressaltou que estudos apontam que, a cada R$ 1 investido em saneamento básico, são economizados R$ 4 em gastos com a saúde da população. Além de traçar um panorama do serviço de água e esgoto no País há 25 anos, o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento há dezoito anos vem reunindo dados sobre o tratamento dispensado aos resíduos sólidos. Nos últimos quatro anos, as prefeituras e os técnicos do ministério passaram também a reunir informações sobre os sistemas de drenagem das cidades. Entre 2018 e 2019, o número de lixões identi cados diminuiu de 1.302 para 1.114 unidades. No entanto, aqui vale a ressalva feita anteriormente, sobre o universo de prefeituras que participaram da coleta de informações: 3.712, ou seja, 66,6% do total de municípios existente no país que, p e l a Po l ít i c a Na c i on a l d e R esíduos S ólidos (PNRS), pretendia erradicar estes espaços até o m de 2014 — prazo que, com o novo marco do

saneamento básico, foi postergado para, no limite, 2024, de acordo com o tamanho da população das cidades. “Isto precisa acabar”, frisou Pazos, destacando que, das 65 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos coletados em 2019, quase 13% do total, ou 8,4 milhões, foram despejados em lixões. De acordo com os dados do Snis, regionalmente, o maior volume de resíduos (28,23 milhões de toneladas/ano, ou 43% do total) foi coletado no Sudeste do País, e a menor fração (4,82 milhões ton/ano, ou 7,4% do total) no Norte. Por outro lado, enquanto 26,6% das mais de 18 milhões de toneladas de resíduos sólidos coletados na região Nordeste foram parar em lixões, no Sul, apenas 1,6% das quase oito milhões de toneladas foram descartadas nestes espaços. No Norte, este percentual ultrapassou os 26%; no CentroOeste chegou a 25,6%, enquanto, no Sudeste, atingiu 2,1%. “As prefeituras gastam em torno de R$ 25 bilhões ao ano para ter este tipo de tratamento. É dinheiro que sai dos cofres públicos municipais para tratar este lixo. O equivalente a uma média de aproximadamente R$ 1 4 0 p o r h a b i t a n t e ”, complementou Pazos, chamando a atenção para a necessidade de dar um melhor aproveitamento aos resíduos. As publicações com as informações que o Ministério do

Desenvolvimento Regional disponibilizou também apontam as perdas no abastecimento de água. Classi cado, no relatório, como “ine ciências técnicas”, o desperdício preocupa os especialistas, principalmente diante do que o relatório do Snis aponta como “um cenário de escassez hídrica e de altos custos”. D e a c o r d o c o m o coordenador-geral de gestão integrada da Secretaria Nacional de Saneamento, 39,2% da água potável disponibilizada no País durante o ano passado se perdeu na distribuição. “Este é um indicador que nos preocupa muito. Principalmente porque esta é uma perda que está aumentando”, comentou Pazos, explicando que, em 2018, o desperdício foi da ordem de 38,5% da produção. “É uma grande de ciência que se desdobra em muitos outros [re exos], inclusive econômicos, já que é preciso produzir mais, gastando mais, sem ter, com isso,

o d e v i d o re t o r n o p a r a a s e mpre s a s [ pre s t a d or a s d o serviço]. Além do risco de stress hídrico, já que é necessário captar mais água para compensar as perdas no fornecimento”, disse Pazos. S egundo o relatór io, cada brasileiro consumiu, em média, 153,9 litros de água durante o ano passado — uma redução de 0,6% em comparação a 2018. Em 2019, veri cou-se um crescimento positivo, com 1,9 milhão de novas ligações à rede de abastecimento de água. Com i s s o, a p o p u l a ç ã o u r b a n a atendida pelo serviço chegou a 162,2 milhões de pessoas, o que representa um crescimento de 0,9%, em comparação a 2018. No geral, apesar de persistentes desigualdades regionais, a média nacional de atendimento a áreas urbanas chegou a 92,9%, com destaques para as regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, com índices médios de, respectivamente, 98,7%, 97,6% e 95,9%.

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DIREITOS HUMANOS 15

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CAROLINA KHOURI Carolina Pereira da Silva Khouri – Advogada ONG Vozes de Anjos www.ongvozesdeanjos.org contato@ongvozesdeanjos.org @ongvozesdeanjosoficial Rua Teodoro Sampaio, 744 — sala 16 — Pinheiros São Paulo — SP

Relacionamento abusivo N

com Tereza dos Santos “não foi saudável” ponderando, entretanto, que “nunca houve agressão física ou ameaça disso — mas s empre ag ress õ es

©PEXELS/ENGIN AKYURT

os dias de hoje, muito tem se falado s o b r e relacionamento abusivo, mas pelo que percebemos, poucos

entendem o que, de fato, representa! Diversamente do entendimento de boa parte da sociedade, o Relacionamento Abusivo não se descortina necessária e exclusivamente através de atos de violência f ís i c a . Pel o c ont r ár i o, s e manifesta, na maioria das vezes, sem que ocorra qualquer contato físico, e isso não signi ca que a dor e a destruição sejam menores e menos reais. A violência é desferida na alma da vítima, causando dor e danos psicológicos muitas vezes irreparáveis!! Semana passada mais um caso de Relacionamento Abusivo se tornou público. O episódio e nvo l ve u o c omu n i c a d or esportivo do canal Esporte Interativo, Alê Oliveira, e sua ex-mulher, Tereza dos Santos, que divulgou ter registrado, contra o comentarista, 06 (seis) Boletins de Ocorrência entre os anos de 2008 e 2020. Em junho deste ano foi concedido à Tereza medida protetiva contra o ex-marido, que está proibido de se aproximar a menos de 300 metros da ex-mulher, bem como de contatá-la por qualquer meio, inclusive no local de trabalho. Em sua defesa, Alê Oliveira se pronunciou a rmando não ser “santo” e que o relacionamento

verbais mútuas, quase sempre por questões nanceiras e ciúmes”. Nota-se, pelo pronunciamento de Alê Oliveira, a tendência de que o Relacionamento Abusivo estaria diretamente relacionado à ocorrência de agressão física, o que, segundo ele, nunca teria ocorrido! Devemos atentar que a violência psicológica, sempre p r e s e n t e e m u m relacionamento abusivo, tem c omo obj e t ivo pr i nc ip a l, desacreditar a vítima sobre sua força e capacidade. Representa uma “erva daninha”, que sufoca e extermina qualquer gota de

identi car os sinais. O abusador, geralmente, tem um certo padrão de comportamento, sendo certo que a capacidade de sedução aparece como principal característica! O romantismo exagerado, gentileza e paixão voraz ocorrem geralmente para impressionar a vítima e desviar sua a atenção, principalmente quando esses episódios o c o r r e m e m u m relacionamento antigo e já consolidado. Muitos sinais de alerta se confundem com manifestações de afeto! Essa característica se destaca quando os dias anteriores ao excesso de romantismo e gentilezas tenham sido marcados por episódios de brigas, humilhações, cobranças ou ciúmes. Podemos comparar o relacionamento abusivo a uma teia; uma armadilha transparente, onde a vítima se vê envolvida por laços quase imperceptíveis e paralisantes. Para quem está enredado nessa trama maligna, identi car os abusos não é tarefa simples. Uma boa forma de tentar evitar cair nessa “teia”, é manter sua essência, personalidade, preferências, opinião, vontades, amizades, gostos, independência nanceira, e tudo que esteja relacionado a sua essência! As agressões e violência moral de um relacionamento abusivo podem surgir em forma de xingamentos explícitos ou através de comentários sutis, que minam e perturbam a interpretação objetiva, tais como: (i) fazer pouco de suas conquistas; (ii) ridicularizar suas opiniões e gostos; (iii) d i m i nu i r s e u s t a l e nt o s e aptidões, (iv) controlar suas nanças; etc.

abusivo em 03 (três)

outro, que, por sua vez, se aproveita desse sentimento

LEI. N. 11.340/06 (...) Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: I — a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; II — a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; (Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018). III — a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; IV — a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que congure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; V — a violência moral, entendida como qualquer conduta que congure calúnia, difamação ou injúria

fases: — P R I M E I RA FA S E : D e aumento da tensão, desentendimentos verbais, controle de comportamento, reações exageradas a atitudes ou situações banais; — SEGUNDA FASE: Momento em que pode ocorrer a violência física ou sexual; — TERCEIRA FASE: Quando ocorre o arrependimento, a reconciliação, a “lua de mel”. Nessa fase o parceiro se mostra arrependido, promete que vai melhorar, que vai mudar. Demonstra remorso, e isso muitas vezes faz com que a mulher se sinta culpada pelo que ocorreu. O mecanismo é tão sórdido que a vítima absorve essa culpa como sua!! Passa a acreditar, de fato, ser culpada pelos atos de violência praticados pelo

distorcido para tentar resgatar a relação, e, com isso iniciar um novo ciclo de abuso! Uma

A psicóloga americana, Lenore Walker, definiu o relacionamento

tranquilidade. Qualquer coisa diferente disso, NÃO é amor ... ©PEXELS/CLARA

verdadeira montanha russa emocional!! Segundo Leonore, esses ciclos vão se tornando cada vez mais curtos, e a mulher vai se sentindo presa no emaranhado de violência, manipulação e medo. Precisamos car atentos aos sinais, e ter em mente,

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dignidade, autoestima e con ança. Ninguém está livre de viver um relacionamento abusivo, e precisamos saber como

sempre, que o AMOR é algo bom, e deve nos trazer paz e

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Quem AMA cuida NÃO faz chorar NÃO faz sofrer Quem AMA cura QUALQUER ferida Só bem querer!


16 GERAL

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Nova espécie de carambola-do-mar reflete cores ao nadar ©NOAA

Tebas, o arquiteto negro que reformou a Catedral da Sé , ganha está tua em SP Joaquim Pinto de Oliveira nasceu escravizado em 1721, mas após sua alforria, realizou importantes obras como arquiteto no centro da cidade ©MARCEL FARIAS

Um a n ov a e sp é c i e d e carambola-do-mar foi descoberta por pesquisadores da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA). Um veículo subaquático foi o responsável por encontrar e registrar imagens do novo lo, em Porto Rico. O fato aconteceu em 2015, mas só foi revelado agora. Os registros foram feitos a 3,9 quilômetros de profundidade. O resultado da pesquisa foi publicado na revista especializada “P l an kt on an d B e nt h o s Research”. As gravações em alta de nição feitas em um cânion subaquático foram fundamentais para que a equipe de pesquisa conseguisse analisar, em laboratório, a nova espécie de c t e n ó f o r o, c h a m a d a d e D u obr a ch iu m sp ark s a e. Nenhum espécime do animal foi capturado para ser estudado fora de seu habitat. “Coletamos vídeos em alta de nição e descrevemos o que vimos. Passamos pelo conhecimento histórico dos

ctenóforos e parecia claro que s e tratava de uma nova espécie e gênero também. Em seguida, trabalhamos para colocá-lo na árvore da vida de maneira adequada”, explica Mike Ford, um dos cientistas que participaram da expedição. As carambolas-do-mar se parecem um pouco com á g u a s v i v a s n o s e nt i d o morfológico. No entanto, essas novas esp écies do animal intrigaram os

fossem um balão utuando no ar. Outra característica marcante das carambolas-domar também presente na Duobrachium sparksae é a sua leira de cílios que re etem cores diferentes. “Não tínhamos os mesmos microscópios que teríamos em um laboratório, mas o vídeo pode nos dar informações su cientes para entender a morfologia em detalhes, como a localização

cientistas por utilizarem seus tentáculos como uma espécie de âncora no fundo do mar enquanto se movem como se

de suas partes reprodutivas e outros aspectos”, a rmou, em nota, o pesquisador Allen Collins.

No dia 20 de novembro, uma nova estátua chegou à praça Clóvis Bevilácqua, localizada no centro de São Pau lo. O monumento homenageia o arquiteto negro Joaquim Pinto de Oliveira, mais conhecido como Tebas, que realizou a reforma da antiga Catedral da Sé, demolida em 1911. A obra foi construída pelo artista Lumumba Afroindígena com participação da arquiteta Francine Moreira e é feita à base de ferro, inox e barra de concreto, além de possuir altura de 3,6 metros. “É uma obra feita por mãos pret as, cab e ças pret as, homenageando uma personalidade preta. Não vejo como não ser afrofuturista, ela abre um caminho para um novo temp o”, diz Lumumb a,

segundo a Casa Vogue. “Temos uma equipe de 90% pessoas pretas envolvidas”.

Sobre a estética da estátua, o artista declarou: “Eu criei aquela máscara com um transferidor na frente, sobre os olhos, que simboliza, além da arquitetura, o tempo. Levou 200 anos para que fosse reconhecido”, explica Lumumba, que seguiu uma abordagem mais conceitual devido à ausência de referências quanto à real aparência de Tebas.


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