Jornal Fatos & Notícias 411

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Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia

ANO XI - Nº 411 18 A 23 DE MARÇO/2021 SERRA/ES

Distribuição Gratuita

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

Pandemia pode fazer com que 70% das crianças do Brasil não aprendam a ler

8 Tem coisa melhor do que

sorvete? Opção perfeita para se refrescar nos dias mais quentes Pág. 8

JORGE PACHECO

8

"Um dos maiores bandidos do País", diz Bolsonaro sobre Lula

Pág. 5

ANA MARIA IENCARELLI

8 O Estado patriarcal humilha a mãe, encena uma “resolução”, reduzindo o crime a um simples con ito entre o ex-casal Pág. 10

HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 As mulheres estão ocupando os espaços que cabem a elas. Um exemplo é a Arena Espaço 10, em Jacaraípe Pág. 12 ANA LUCIA

8 Estamos todos vivendo

com a tensão da covid-19. Você já agradeceu por sua vida? Pág. 11

©EDUARDO MARTINO/DOCUMENTOGRAPHY/VEJA

Quando os papéis se invertem ©ISTOCK

Assim é o ciclo da vida: somos cuidados e temos alguém que zela pela nossa saúde, mas em determinado momento os papéis se invertem e cabe a nós todas as decisões sobre aqueles que protagonizaram nossa criação

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

Pág. 16

O período de escolas fechadas por causa da pandemia do novo coronavírus pode fazer com que dois em três alunos do Brasil não consigam ler adequadamente um texto simples

aos 10 anos. A conclusão é de um relatório do Banco Mundial que analisou o impacto da covid na educação dos países da América Latina e Caribe, divulgado nesta quarta-feira

Pergaminho bíblico é descoberto no Deserto da Judeia ©REUTERS/AMMAR AWAD/DIREITOS RESERVADOS

A intervenção arqueológica da Autoridade de Antiguidades de Israel nas cavernas na região de Qumran, na Cisjordânia, revelou um espólio de artefatos raros. O cesto encontrado na gruta Muraba`at foi considerado o mais antigo do mundo, com 10.500 anos, depois de datado pelo método de Carbono 14 Pág. 7

(17). Além disso, os prejuízos econômicos na região chegariam a US$ 1,7 trilhão de dólares, em perdas de produtividade dos cidadãos. “Os efeitos prejudiciais

sobre o capital humano são simplesmente uma tragédia”, diz o relatório intitulado Agindo Agora para Proteger o Capital Humano de Nossas Crianças. Pág. 4

Cientistas propõem criar uma “Arca de Noé Lunar” para salvar a Terra Pensando em garantir a continuidade da vida na Terra em caso de catástrofes globais, cientistas da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, querem construir uma espécie de “Arca de Noé Lunar” para armazenar amostras de material genético de milhões de espécies terrestres na Lua Pág. 7

Nova espécie de peixe é descoberta no DF e já é considerada 'ameaçada' ©DIVULGAÇÃO/IBGE

Em janeiro deste ano, pesquisadores publicaram na revista cientí ca Neotropical Ichthyology a descoberta de uma nova espécie de peixe nos rios do Distrito Federal (DF). O animal ganhou o nome de Characidium onca pela coloração de suas escamas, uma mistura de preto e dourado que lembra a pelagem das onças-pintadas Pág. 2

Primeiro túnel de navios do mundo será construído na Noruega Pág. 6


2 MEIO AMBIENTE

18 A 23 DE MARÇO/2021

Até 2075, oceanos vão começar a produzir mais gás CFC do que absorver Os gases clorofluorcarbonetos (CFCs), destruidores da camada de ozônio, serão mais liberados do que armazenados pelas águas oceânicas, prevê estudo ©PIXABAY/DOMÍNIO PÚBLICO

Pesquisadores norte-americanos concluíram que os oceanos, conhecidos por armazenarem gas es cloro uorcarb onetos (CFCs), estão agora começando a produzir essas substâncias destruidoras da camada de ozônio. Os resultados do estudo foram publicados na segundafeira (15) no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences. A pesquisa, liderada pelo Instituto de Tecnologia de

Massachusetts (MIT), aponta que pelo menos um tipo de gás CFC, chamado CFC-11, está saindo dos oceanos e alterando as concentrações atmosféricas, o que pode agravar o aquecimento global. A estimativa é que, até o ano de 2075, as águas oceânicas vão emitir mais desse gás para a atmosfera do que absorver. A situação será tão crítica que as quantidades do poluente serão detectáveis até 2130. Isso porque as emissões vindas do oceano

Camaleão Furcifer labordi

irão estender o tempo médio no qual o gás se perpetua, fazendo com que ele permaneça cinco anos a mais na atmosfera do que o esperado. Fora que, devido às mudanças climáticas, os oceanos produzirão os gases CFCs cerca de 10 anos antes do que era previsto pelos cientistas. Dessa forma, o papel de longa data das ág u as o c e ân i c as c omo u m sumidouro desses gases irá

acabar. Essa péssima mudança é tão cont rast ante que p o de até at r ap a l h ar o t r ab a l h o d o s cientistas. As emissões vindas dos oceanos poderiam, por exemplo, ser facilmente confundidas com as que são feitas por países que desobedecem protocolos ambientais, segundo comenta em comunicado a coautora da pesquisa, Susan Solomon, do

Departamento de Ciências da Terra, Atmosféricas e Planetárias do MIT. “Q u an d o vo c ê ch e g ar à primeira metade do século 22, terá uxo su ciente saindo do oceano para que pareça que alguém está trapaceando no Protocolo de Montreal, mas, em vez disso, pode ser apenas o que está por vir fora do oceano”, alerta Solomon. O CFC-11 costuma ser usado

na fabricação de refrigerantes e espumas isolantes. Quando emitido para a atmosfera, ele desencadeia uma reação que acaba destruindo o ozônio, a camada atmosférica que protege a Terra da radiação ultravioleta prejudicial. Des de 2010, a produção e o uso do produto químico foram eliminados em todo o mundo sob o Protocolo de Montreal, um tratado global que visa restaurar e proteger a camada de ozônio. Desde então, os níveis de CFC11 na atmosfera têm diminuído constantemente, e os cientistas estimam que o oceano absorveu cerca de 5% a 10% de todas as emissões fabricadas. À medida que as concentrações continuam caindo na atmosfera, no entanto, prevê-se que o produto cará supersaturado no oceano. “Por algum tempo, as emissões humanas foram tão grandes que o que estava indo para o oceano era considerado insigni cante”, diz Solomon. “Agora, enquanto tentamos nos livrar das emissões humanas, descobrimos que não podemos mais ignorar completamente o que o oceano está fazendo”.

Nova espécie de ave é descoberta em Alagoas e já está ameaçada de extinção ©EDUARDO BRETTAS

Uma nova espécie de surucuá, ave da família Trogonidae, acaba de ser descrita. Descoberta nos remanescentes de Mata Atlântica

do Estado de Alagoas, a espécie ocorre em uma área restrita na Estação Ecológica (Esec) de Murici e conta com poucos

indiv íduos, p or iss o, foi considerada pelos cientistas como "criticamente ameaçada". O artigo que descreve a espécie foi publicado no último dia 6, no Z o ol o g i c a l Jou r n a l of t h e Linnean Society. A nova espécie foi batizada de surucuá-de-murici (Trogon muriciensis), em homenagem à sua área de ocorrência. Ele se distingue de qualquer outra espécie do gênero pelo tamanho — é um pouco menor — pela coloração da plumagem e pelo barramento da cauda, que segue um padrão de listras. Além disso, foram encontradas diferenças no canto e em caracteres genéticos. Todas estas características foram identi cadas em exemplares machos. A fêmea ainda não é conhecida. "Esta é uma espécie nova e ainda desconhecida da ciência", explica o ornitólogo Luís Fábio Silveira, curador do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) e um dos autores do estudo. Segundo ele, durante os trabalhos de campo foram detectadas apenas 20 aves, em

uma área isolada, e a estimativa dos pesquisadores é que a população não ultrapasse 90 casais. Em museus, há somente dois exemplares depositados. Por estas características, a nova espécie já corre perigo de extinção e "exige urgentes ações de conservação", alertam os pesquisadores no estudo. "A Esec de Murici tem um altíssimo grau de endemismo. Ela foi criada justamente pelo elevado número de espécies endêmicas e aves ameaçadas de extinção. Atualmente, são conhecidas mais de 40 espécies que ocorrem

no C e nt ro d e E nd e m is mo Pernambuco e estão nesta categoria", diz Marco Antônio de Freitas, analista ambiental e chefe da Estação Ecológica de Murici. "O surucuá-de-murici é um pássaro candidato a virar a espécie símbolo da Estação Ecológica, não só pela beleza, mas pelo signi cado da sua descoberta e seu status de conversação, o que aumenta ainda mais a responsabilidade do ICMbio de nalizar a indenização da área em que será construída a sede da Esec, para

que p oss amos aument ar a proteção efetiva, a presença física, dentro da unidade", complementa Freitas. O trabalho que levou à descoberta da nova espécie em Alagoas também promoveu uma ampla revisão taxonômica dos surucuás-de-barriga-amarela (Trogon rufus), grupo bastante complexo — já que muitas variações de plumagem receberam nomes, dividindo-o em subespécies ou espécies — e cuja distribuição é bastante ampla pelas orestas da América do Sul e Central.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

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CULTURA 3

18 A 23 DE MARÇO/2021

Você sabia que a Lego Escritora brasileira discute começou por causa de um caráter estrutural presente incêndio? na sociedade atual Bonecos Lego: marca dinamarquesa começou como negócio familiar e hoje vale US$ 6 bilhões

"Colorismo”, da advogada Alessandra Devulsky, aborda aspectos políticos e afetivos da sociedade brasileira

©DIVULGAÇÃO/EDITORA JANDAÍRA

©UNSPLASH

FOTO: REPRODUÇÃO

A

ntes de inventar o Lego, disponível na Dinamarca para a uma outra empresa, a Kiddicraft o dinamarquês Ole pro dução de br inque dos e c o m e ç o u a p r o d u z i r a l g o K i r k C h r i s t i a n s e n móveis. Porém, o plástico logo se semelhante e Ole e seu irmão, (1891-1958) era apenas um tornou uma realidade e a Lego Godtfred, gostaram da ideia. Em carpinteiro. O trabalho com logo se apressou em comprar 1953, as peças ganharam o nome que têm hoje. madeira não era voltado para ©LEGO COMPANY A maior parte do inventário criar brinquedos infantis, mas de brinquedos da empresa, sim para produzir móveis e feitos de madeira, foi tábuas para bancos. Até que queimada. Foi quando o filho um incêndio, provo cado de Ole, Godtfred, que também acidentalmente, mudou sua trabalhava na empresa, decidiu vida. seguir apenas com produtos de O ano era 1924 e a loja da origem plástica. A aposta deu família Christiansen funcionava a todo vapor, Três gerações de Christiansen: Ole Kirk Christiansen certo: no fim daquele ano, o e Godtfred são os dois de cima Grupo Lego já tinha mais de quando os filhos de Ole, sem 450 funcionários. querer, colocaram fogo em u m a m á qu i n a d e i n g e s t ã o O n o m e “ L e g o” v e m d a alguns pedaços de madeira que plástica para trabalhar com o estavam na fábrica. Isso destruiu material. Um dos primeiros expressão dinamarquesa “leg a carpintaria e também a casa da artigos feitos com a máquina foi godt”. Em tradução livre, significa família, que ficava no mesmo uma espécie de caminhão que algo como “brincar bem”. Quase local. p o d e r i a s e r m o n t a d o e 70 anos após sua criação, tudo Em 1947, ainda como reflexo desmontado. A ideia para criar indica que crianças e adultos no da Segunda Guerra Mundial, blocos de montar veio quando mundo todo têm feito jus a isso. havia pouca matéria prima (HYPENESS)

Romance aborda a saga de crianças durante o pósguerra "Crianças da guerra", da escritora italiana Viola Ardone, apresenta as consequências de um conflito armado na vida de jovens

Neste mês de março, chega às livrarias brasileiras pela Editora Jandaíra, a obra “Colorismo”, da advogada brasileira Alessandra Devulsky. O ilustre livro reflete sobre a construção da sociedade e as intensas relações que a conduzem. A autora é mestre em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e doutora em Direito Econômico e Financeiro pela Universidade de São Paulo. Atuou como cofundadora e diretora jurídica do Instituto Luiz Gama, e foi eleita para representar o comitê executivo

do organismo da cooperação internacional Alternatives. Devulsky também atua como professora no programa de mestrado em Direito da Universidade do Quebec e é diretora-geral da Corporation de Développement Communautaire de Côte-desNeiges. Com esse extenso currículo e g rande con he cimento, a escritora discute, em sua obra, o caráter estrutural presente na sociedade e como o racismo está intrínseco no cotidiano. Desde relações profissionais e pessoais, a autora aborda como

aspectos do colorismo estão presentes no dia a dia da população brasileira, e reflete como tal fato impacta diretamente nas relações de poder no País. Segundo o livro, é importante pautar a força política e trazer os discursos do feminismo negro para o debate, a fim de compreender o aspecto afetivo político e da formação das mulheres negras na sociedade. “Colorismo”, em suma, tratase de um livro fundamental para a luta antirracista, anticolonial e anticapitalista.

LUCIANO DANIEL

Foto Antiga do ES

©DIVULGAÇÃO/FARO EDITORIAL

Recém-lançada no Brasil pela Faro Editorial, a obra “Crianças da guerra”, da renomada escritora italiana Viola Ardone, apresenta um relato emocionante sobre a migração de crianças italianas durante o pós-guerra. Vendido em mais de 23 países, o romance mescla ficção com histórias baseadas em fatos reais. A trama gira em torno do personagem Amerigo, um garoto de apenas seis anos que nunca conheceu seu pai biológico, e fez de tudo para conquistar sua progenitora para que ela não o vendesse para os russos. Contudo, diante das trágicas consequências da guerra, o menino vê sua vida mudar por completo. Neste cenário, Amerigo é resgatado por associações e comitês humanitários e acolhido por uma nova família, que lhe proporciona estudos. Segundo a

ALTAIR MALACARNE/FACEBOOK/ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (BR), MEMÓRIA

obra, durante 1945 e 1952, acredita-se que cerca de 70 mil crianças tenham sido resgatadas da fome e da pobreza na Itália. Entretanto, ao retornar para Nápoles, a vida do garoto acaba tomando rumos inesperados. Ao lado de sua mãe, o pequeno se vê obrigado a abandonar os estudos e voltar a trabalhar. No entanto, Amerigo não aceita esse destino, e decide fugir de casa em busca de melhores condições de vida. Após a morte de sua mãe, o agora

violinista famoso retorna para a sua região de origem e descobre que possui um irmão e um sobrinho. Diante da prisão do irmão, Amerigo decide ajudar sua família. “Crianças da guerra” trata-se de uma obra emocionante sobre os laços familiares e as drásticas consequências da guerra na vida de jovens. Mas acima de tudo, o romance é um retrato dos sonhos e da esperança daqueles que já viveram um conflito armado.

São José do Calçado — anos 1930


4 EDUCAÇÃO

18 A 23 DE MARÇO/2021

Pandemia pode fazer com que 70% das crianças do Brasil não aprendam a ler, diz Banco Mundial ©WERTHER SANTANA/ESTADÃO

O período de escolas fechadas por causa da pandemia do novo coronavírus pode fazer com que dois em três alunos do Brasil não consigam ler adequadamente um texto simples aos 10 anos. A conclusão é de um relatório do Banco Mundial que analisou o impacto da covid na educação dos países da América Latina e Caribe, divulgado nesta quartafeira (17). A lém diss o, os prejuízos econômicos na região chegariam a US$ 1,7 trilhão de dólares, em perdas de produtividade dos cidadãos. “Os efeitos prejudiciais sobre o capital humano são simplesmente uma tragédia”, diz o relatório intitulado Agindo Agora para Proteger o Capital Humano de Nossas Crianças. O estudo faz simulações para perdas depois de sete meses de escolas fechadas, 10 meses e 13 meses, considerado o cenário mais pessimista. É esse, no entanto, que se aproxima da realidade em diversos Estados e

Brasil atualmente. Outros, como São Paulo, chegaram a voltar com aulas presenciais em fevereiro, mas anunciaram o fechamento, com adiantamento do recesso, depois da piora no número de casos e mortes. “O ensino remoto não substitui o presencial”, diz o relatório. “Os países precisam estar prontos para reabrir as escolas nacionalmente e investir os recursos necessários para que isso aconteça, para começarem a se recuperar das perdas dramáticas de aprendizagem e outros efeitos negativos da pandemia”. A defasagem de aprendizagem foi medida por meio de um í n d i c e d o B a n c o Mu n d i a l chamado “pobreza de aprendizagem”, que usa dados de avaliações educacionais. Ele indica o porcentual de crianças com 10 anos incapazes de ler e entender um texto simples. A pandemia aumentaria esse índice para 93% dos alunos na

das crianças nessa situação. O Brasil, que já tinha 50% dos alunos em pobreza de aprendizagem, iria para um índice semelhante à média da região, de 70%. Essas perdas correspondem a 1,3 ano de escolaridade, ou seja, o estudante teria o conhecimento de mais de uma série anterior a que é correspondente a sua idade. Com um tempo maior de escolas fechadas, a defasagem pode subir para 1,7 ano de escolaridade. “O impacto no Brasil talvez seja mais devastador porque temos um nível de desigualdade maior que grande parte dos países da A m é r i c a L a t i n a ”, d i z o e c o n o m i s t a d a P r át i c a d e Educação do Banco Mundial, Ildo Lautharte. Ele ressalta que o “grande temor” é perder as conquistas que o País havia feito nos últimos anos de melhora da qualidade da educação, principalmente nos primeiros anos do ensino fundamental. O re l at ór i o a l e r t a q u e a

municípios brasileiros que ainda não reabriram a educação, diante do quadro grave da pandemia no

República Dominicana, que tem o pior quadro. O melhor dele é o Chile, que iria de 31% para 59%

pandemia pode fazer com que os sistemas educacionais da região voltem ao que eram nos anos 60,

com consequências duradouras p ara to da uma geração. A América Latina e o Caribe têm hoje 170 milhões de estudantes e já vive a chamada "crise de aprendizagem", com sérios pro bl e m a s n a qu a l i d a d e e equidade da educação. O estudo ainda indica a piora dos países em exames internacionais como o Pisa, feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Brasil cairia 36 pontos com 10 meses de escolas fechadas e 50 pontos, com 13 meses. E a diferença de desempenho entre os mais ricos e mais pobres na avaliação

aumentaria para até 105 pontos, o que representa um quarto de um ano de escolaridade. Segundo o relatório, as perdas são maiores para estudantes de escolas públicas e para meninas. As estimativas consideram um efeito moderado do ensino remoto durante a pandemia para a aprendizagem das crianças. Lautharte diz, no entanto, que é difícil saber o quanto ele ajudou, já que houve diversas formas e qualidade diferentes da educação online oferecida no País. “O mais importante do ensino remoto foi manter o vínculo com a escola, o impacto mesmo só vamos ver com as escolas abertas e avaliação

dos alunos”. Para ele, o momento também pode ser visto como uma oportunidade de melhoria nas escolas, com mais exibilidade, inovação e com o uso da tecnologia. “O ensino híbrido p o d e s e r u m a f e r r a m e nt a importante para aulas de projeto de vida, para grupos menores de alunos que precisam trabalhar di culdades especí cas”, diz. Nas conclusões do relatório, o Banco Mundial ainda a rma que para r e s o l v e r o p r o b l e m a , “o nanciamento público para educação precisa ser priorizado e bem empregado”.

Feira estimula estudantes a se aprofundarem na pesquisa científica 19ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia vai até o dia 27 ©DIVULGAÇÃO/FEBRACE 2021

Estudantes de todo o País dos níveis fundamental, médio e técnico que participam, até o próximo dia 27, da 19ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), desenvolveram projetos que constituem soluções inovadoras para a sociedade. A Febrace tem patrocínio da Petrobras e é uma promoção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Além de incentivar os estudantes a se aprofundarem na pesquisa cientí ca, o evento premia as melhores ideias, que podem ser vistas e votadas pelos internautas. A feira recebeu em torno de três mil inscrições. Os 345 projetos nalistas, feitos por estudantes dos três níveis de ensino, incluem desde aplicativos para pessoas com necessidades

especiais, reciclagem e inteligência arti cial, até trabalhos sobre os efeitos da p andemi a de cov id-19. Os trabalhos são oriundos de todas as regiões do País e envolvem mais de 700 estudantes e 482 professores de 295 escolas. A solenidade de premiação, no dia 27, poderá ser acompanhada no YouTube a partir das 15h. Segundo o gerente de

Patrocínios e Eventos da Pet robras, Aisl an Gre c a, a Febrace “incentiva a re exão, a criatividade e inovação para a solução de problemas”. Greca acentuou a importância de estimular os estudantes a superar desa os e ultrapassar a barreira do conhecimento cientí co por meio da pesquisa e da experimentação. A Petrobras é patrocinadora da

Febrace há 15 anos e tem um est ande interativo onde as pessoas podem responder a um quiz (jogo) e concorrer a prêmios. Esta é a primeira vez, desde sua criação em 2003, que a Febrace é totalmente on-line. Estão previstas palestras durante a feira, entre os dias 17 e 25 de março, sempre das 16h às 16h45, pelo canal da feira no YouTube. As palestras são ao vivo e carão disponíveis no site. No dia 25, por exemplo, a Petrobras oferece ao público palestra com Flávio Guimarães, fundador e apresentador da plataforma Brincando com Ideias, também patrocinada pela companhia. A plataforma procura incentivar o aprendizado de tecnologia de forma lúdica, explicando de forma simples t e m a s c om o pro g r am a ç ã o,

robótica, internet das coisas (IOT), entre outros. De acordo com informação da a ss e ss or i a d e i mpre ns a d a Petrobras, a plataforma Febrace Virtual, que abriga o evento, permite que o público participe da feira e vote nos projetos. Os visitantes podem assistir a palestras e lives (transmissões ao vivo pela internet), visitar a mostra dos projetos, conhecer os estandes dos patrocinadores e até tirar fotos. A coordenadora cientí ca da Febrace, professora Roseli de Deus Lopes, assegurou que, este ano, apesar do formato virtual, a mostra de projetos nalistas terá o mesmo rigor cientí co e de infraestrutura, o que garante a exposição dos projetos e avaliação por especialistas em uma plataforma especialmente

desenvolvida, possibilitando a interação entre o público e os participantes. Em uma votação integrada com o Facebook, os estudantes podem curtir e votar nos projetos preferidos, disse Roseli. A votação popular garante uma premiação à parte e não interfere nas bancas de avaliação que selecionam os quatro primeiros lu g are s d e c a d a c ate gor i a , esclareceu a professora. Os melhores projetos receberão troféus, medalhas, certi cados e o re c on h e c i m e nto d e a l g u ns patrocinadores, totalizando cerca de 300 prêmios. Também serão s elecionados projetos para concorrer na Regeneron ISEF 2021 — a maior feira internacional do gênero, que ocorre de 16 a 21 de maio.


POLÍTICA 5

18 A 23 DE MARÇO/2021

Jorge

Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista

Pacheco

jorgepachecoindio@hotmail.com

“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir, Cora Coralina

©WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS

Presidente não citou o nome do

Ele, contudo, minimizou a segurança de levantamentos do tipo. "Quem acredita em pesquisa no Brasil é outro desmiolado", declarou. No dia 6 de março, quando Lula ainda estava inelegível, o jornal O Estado de S. Paulo divulgou levantamento feito pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) sobre as eleições do ano que vem. A pesquisa mostrou que 50% dos entrevistados a rmaram que votariam com certeza ou poderiam votar em Lula se ele se candidatasse novamente à Presidência. Enquanto isso, 44% a rmaram que não o escolheriam de jeito nenhum. Bolsonaro aparece com 12 pontos porcentuais a menos no potencial de voto, com 38%, e 12 a mais na rejeição, 56%. Uma outra pesquisa do Datafolha divulgada na quarta-feira indicou que 50% dos entrevistados são contra a abertura de um processo de impeachment pelo Congresso contra Bolsonaro, enquanto 46% dos ouvidos se posicionam a favor dessa possibilidade.

petista ao dizer que STF o tornou elegível

AJUFE

Pressionado por CPI, Pacheco propõe pacto nacional e reunião com Bolsonaro Pressionado p ara inst a lar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e investigar a conduta do governo federal na crise de covid-19, o presidente

©MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

Em meio ao acirramento da rivalidade p olítica com o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o atual presidente, Jair Bolsonaro, disse, nesta quinta-feira (18), que existe uma "luta política ferrenha" para as eleições de 2022. Segundo ele, o País está "dividido" e aqueles que querem "derrubá-lo" não contribuem com soluções para o enfrentamento da pandemia da covid-19. "Alguns querem que eu tome uma medida precipitada. O País está dividido. Há uma luta política ferrenha para 2022, ferrenha", disse Bolsonaro, ao comentar o combate à pandemia no País em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. Pesquisa divulgada na quarta-feira pelo Datafolha indicou que 54% dos entrevistados avaliam como ruim ou péssimo o desempenho do presidente na crise sanitária. Foi o maior patamar negativo para a atuação de Bolsonaro desde o início da pandemia. A pesquisa também mostrou queda na aprovação a Bolsonaro, com 22% considerando a gestão da pandemia ótima ou boa — frente a 26% da pesquisa de janeiro. Consideraram a gestão regular 24% e 1% optou por não opinar. Na c o nv e r s a c o m a p o i a d o r e s , Bolsonaro citou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular as condenações do ex-presidente Lula na Lava Jato, o que tornou o petista elegível para a disputa eleitoral de 2022. Sem citar o nome de Lula, Bolsonaro disse que a decisão da Corte tornou elegível "um dos maiores bandidos que passou pelo Brasil". O chefe do Executivo criticou as gestões petistas ao destacar o uso de re c u r s o s d o B an c o Na c i on a l d e Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em projetos no exterior, além de prejuízos da Petrobras. "Deitaram e rolaram", comentou. "Agora, a gente está arrumando o negócio", disse em referência às ações do seu governo após as gestões do PT. "Os caras querem que meta o pé na porta. A gente não... Meter o pé na porta é ditadura. O povo brasileiro

MG), propôs um pacto nacional para conter o avanço da doença e tentará promover uma reunião na próxima semana com o presidente Jair Bolsonaro e autoridades. A intenção é chamar governadores, prefeitos, parlamentares e associações para uma mesa de negociação. A sugestão foi feita durante reunião de líderes do Senado, na manhã desta quinta-feira (18) mas dependerá da articulação com o Palácio do Planalto. Na conversa, parlamentares relataram situações dramáticas de pessoas que perderam a vida em função da covid-19 à espera de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e pressionaram Pacheco a instalar a CPI. Conforme relatos feitos à reportagem, os senadores Leila Barros (PSB-DF) e Fabiano Contarato (RedeES) foram às lágrimas durante a reunião interna. No nal da reunião, Pacheco foi ao Twitter e cobrou de Bolsonaro uma coordenação nacional contra a covid-19. O senador pediu ações do Ministério da Saúde e falou em colaboração dos demais Poderes, dos Estados e dos municípios. Na avaliação de interlocutores, o presidente do Senado quer dar um "voto de con ança" para o próximo ministro da Saúde. Bolsonaro escolheu o médico Marcelo Queiroga para comandar a pasta. A expectativa no Senado é que Queiroga tome posse no cargo no próximo dia 23. "Sentar à mesa, planejar e AGIR, o mais rapidamente possível. Isso é fundamental! A situação crítica do Brasil exige a coordenação do presidente da República, ações do Ministério da Saúde e toda colaboração dos demais Poderes, governadores, prefeitos e instituições", publicou Pacheco no Twitter, escrevendo a palavra "agir" em letras maiúsculas. O Senado quer chamar o futuro ministro para uma audiência pública na Casa. A intenção é articular uma sabatina informal com o futuro chefe da pasta uma semana após a posse. Na mesa do presidente do Senado, está um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a conduta do governo federal na crise de covid-19. Pacheco tem descartado instalar a CPI neste momento, mas senadores avaliam que a investigação pode se tornar inevitável se o Executivo não oferecer respostas satisfatórias ao colapso na saúde. Mesmo que seja instalada, porém, a comissão pode car sem

No lugar de todos estes documentos será emitido um documento único, com fé pública e validade em todo o território nacional, o Documento Único de Identi cação (DUI). Para a expedição do DUI será exigida apenas a certidão de nascimento ou de comprovação do est ado civi l. O brasileiro naturalizado deve apresentar o Certi cado de Naturalização.

funcionamento remoto do Congresso. "Não dá para jogar todas as esperanças em uma CPI, embora seja importante. Mas também não dá para esperar terminar a pandemia, quando haverá uma grande euforia no mundo inteiro, para se ouvir aquela famosa frase para mim detestável: deixe o passado para lá e vamos viver adiante", a rmou o líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN), para quem a CPI s erá inevitável se o governo não der respostas satisfatórias, como vacinas e insumos, em um prazo de duas semanas após a posse do novo ministro. "Quando se fala de quantas morreram, não dá para deixar de olhar no retrovisor", disse.

Bolsonaro: iniciativa privada é fundamental para projetos na Amazônia O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (18) que o setor público é decisivo no processo de d e s e nvolv i m e nto s u s te nt áve l d a Amazônia, mas que os investimentos da iniciativa privada são fundamentais para a realização prática dos projetos. A declaração foi dada no lançamento da Iniciativa Amazônia, durante a 61ª R e u n i ã o A nu a l d o C ons e l h o d e Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “O setor público é um ator decisivo no processo de desenvolvimento sustentável da Amazônia. O fundo atuará em respeito às prioridades nacionais e aos interesses soberanos de cada país. Mas não podemos abrir mão da versatilidade, da inovação e da capacidade de investimento da iniciativa privada, que será fundamental na realização de projetos”, disse Bolsonaro. A iniciativa visa apoiar atividades econômicas inclusivas e sustentáveis para a região e vai incluir um fundo para o nanciamento de projetos. A atração de investimentos acontece no contexto do Pacto de Letícia pela Amazônia, um documento assinado em 2019 por presidentes de países da região que traz uma série de medidas a serem executadas para enfrentar, em especial, os problemas dos desmatamentos e das queimadas na oresta. De acordo com Bolsonaro, a criação do fundo foi proposto ao BID pelo governo brasileiro em 2019, incluindo o respeito à e cácia dos projetos nanciados e à transparência dos gastos. “Com poucos

Projeto cria novo documento único de identificação nacional Proposta também reúne bases de dados da Justiça Eleitoral, das Forças Armadas e dos institutos estaduais de identificação civil O Projeto de Lei 5501/20 cria o Sistema Nacional de Registro de Identi cação Civil (Sinid), responsável por gerenciar um novo documento de identi cação dos brasileiros, que será único para todo o País e usará o número do CPF. ©POLÍCIA CIVIL/PARANÁ

A proposta, que tramita na Câmara dos Deputados, revoga três leis que hoje tratam do registro de brasileiros, inclusive a mais recente, de 2017, que criou a Identi cação Civil Nacional (ICN), coordenada pela Justiça Eleitoral (Lei 13.444/17). Autor do projeto, o deputado Felício Laterça (PSL-RJ) avalia que as leis não conseguiram acabar com a multiplicidade de documentos exigidos dos brasileiros, e nem com “as bases de dados que não 'conversam' entre si”, abrindo espaço para fraudes, como as identi cadas na concessão do auxílio emergencial pago durante a pandemia. Ele a rma ainda que a ICN é incompleta, pois ao utilizar dados da Justiça Eleitoral acaba não abarcando brasileiros menores de 16 anos. “Outro aspecto que di cultou sua operacionalização foi o fato de a coleta de dados biométricos ser feita por pessoas sem quali cação, gerando base su ciente para os ns eleitorais, mas insu ciente para o registro de identi cação civil”, disse Laterça. Para evitar esse problema, o projeto determina que serão de nidos parâmetros técnicos para a coleta das digitais dos brasileiros, a serem observado por quem for fazer o serviço. Pela proposta, o Sinid será formado pelas várias bases de dados de identi cação hoje existentes, como da Justiça Eleitoral, das Forças Armadas e dos institutos estaduais de identi cação civil.

©FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

não conhece ditadura. Eles não sabem o que é ditadura", a rmou. Ainda sem citar o nome de Lula, o presidente mencionou pesquisa em que o petista teria 30% de intenção de votos.

"Um dos maiores bandidos do País", diz Bolsonaro sobre Lula

recursos internacionais disponíveis aos países em desenvolvimento, precisamos garantir que os projetos nanciados pelo fundo gerem resultados positivos e concretos, sem atrasos, desperdícios ou desvios de verba”, disse o presidente. Para o presidente, o desenvolvimento sustentável e o m do desmatamento ilegal dependem da valorização da economia amazônica e da melhoria da qualidade de vida da população local, que inclui a “criação de empregos, produtos e serviços que utilizem de modo sustentável os recursos da oresta”.

Eduardo Leite 'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-

funcionamento efetivo durante o


6 TECNOLOGIA

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Primeiro túnel de Tênis híbrido: o calçado navios do mundo que aguenta qualquer será construído terreno na Noruega Opção versátil, o tênis híbrido pode ser adequado às suas necessidades

©KYSTVERKET/PROJETO SNØHETTA

Após a aprovação dos fundos de startups pelo governo da Nor uega, a const r ução do primeiro túnel de navios do mundo irá começar na zona o e s t e d o p a í s n ó r d i c o. A Administração C osteira n o r u e g u e s a ( Ky s t v e r k e t ) pretende concluir o processo de licitação ainda este ano e iniciar as obras do projeto em 2022. A inauguração está prevista para ocorrer entre 2025 e 2026. O proj eto, que tem 1,7 quilômetro de distância, 37 metros de altura e 36 metros de largura, tem o objetivo de aumentar a segurança dos marítimos que navegam pela região. O túnel deverá permitir a passagem de navios de cargas e frotas de viagens costeiras. Evitando, assim, as águas de Stad, uma perigosa área do oceano ao longo da costa norueguesa onde a combinação de vento, corrente oceânica e ondas, faz com que o trecho exija demais das embarcações. Entretanto, para navios de cruzeiros de luxo, que são grandes demais, o “atalho” ainda não será possível.

O custo total do projeto deve alcançar US$ 325 milhões (cerca de R$ 1,8 bilhão, na conversão atual). Inicialmente o projeto havia sido excluído do orçamento do governo norueguês para 2021, mas diante da forte pressão de alguns partidos da oposição, a gestão decidiu avançar com o planejamento. A costa oeste da Noruega é uma potência econômica na pesca e aquicultura. Eles exportam peixes cultivados e selvagens para mais de 150 países e está em ascensão. Há mais de 100 anos o projeto de um túnel na região é estudado para ajudar os navios a contornar o local.

S e g u n d o a Ad m i n i st r a ç ã o Costeira norueguesa, vikings ancoravam seus navios em terra para evitar a passagem quando o clima não estava favorável. A instituição explicou que as correntes oceânicas e a topogra a do fundo do mar criam condições muitas vezes inesperadas. “Ondas muito altas vêm de direções diferentes ao mesmo tempo e criam situações críticas para os navios. Mares pesados também podem permanecer por vários dias após o vento se acalmar, o que, por sua vez, leva a condições difíceis de navegação, mesmo em dias tranquilos”, disse a organização.

©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE

Grande novidade no mercado há cerca de cinco, seis anos, os modelos de tênis híbrido ainda buscam se consolidar entre os praticantes de atividade física. Sua ideia é bem simples: garantir conforto e segurança para a prática de diferentes modalidades. Atualmente é muito comum que as pessoas pratiquem mais de uma modalidade e, muitas vezes, ao mesmo tempo. Vale reforçar que, mesmo que você opte p elo tênis híbr ido, é indicado que tenha ao menos d oi s p are s p ar a re ve z ar e aumentar a vida útil de ambos. Também é indicado deixá-lo em um local adequado para que possa 'respirar' após o uso. Nessa onda, vem a ideia de produzir um único tênis que possa ser confortável e seguro para variados tipos de corrida, prática de musculação e até mesmo esportes ao ar livre como trekking. A nal, por que trocar o calçado de você acabou de correr e vai malhar, por exemplo?

O tênis híbrido tem a proposta de ser o modelo ideal para quem corre tanto em asfalto como em trilhas. Segundo o educador físico Filipe Cavalieri, o principal fator que diferencia o modelo é a sua capacidade de não acumular água, já que ao contrário dos tênis tradicionais, conta com um sistema que permite a liberação de água acumulada. "A drenagem é uma vantagem para praticantes de esportes de terrenos secos ou úmidos, pois evita o desconforto de car com o tênis molhado durante a prova

e frieiras ou feridas causadas pelo atrito com a superfície", explica. Para atender às exigências, o tênis híbrido deve ser extremamente confortável e com ventilação e amortecimento apropriados. O sistema de drenagem e absorção também deve ser avaliado. Coloque uma balança suas necessidades e os benefícios que o tênis híbrido te apresenta. Quem sabe, ele não é a opção mais adequada para o que você precisa?

Airbus quer ser a Programa Wi-Fi Brasil primeira empresa a

instala 13,2 mil pontos de acesso via satélite

fabricar satélites em plena órbita da Terra ©REPRODUÇÃO AIRBUS

©DIVULGAÇÃO/PROGRAMA WI-FI BRASIL

No s ú l t i m o s d o i s a n o s , o prog rama Wi-Fi Brasi l, coordenado pelo Ministério das Comunicações (Minicom), em parceria com a Telebras, instalou 13.213 pontos de internet via satélite banda larga e de alta velocidade em regiões remotas do País. O balanço foi divulgado nesta terça-feira (16) pela pasta. Ao todo, cerca 8,5 milhões de pessoas foram atendidas pelo programa. Desse total, 80% vivem em localidades das regiões Norte e Nordeste. A expectativa do governo é que o número de pontos ultrapasse a marca de 18 mil até o m deste ano. Dos 5.570 municípios brasileiros, quase três mil já foram atendidos pelo projeto. O Wi-Fi Brasil atua em duas

modalidades. Uma delas instala antenas e roteadores em locais e sp e c í c o s , c omo e s c ol as , assentamentos rurais, unidades básicas de saúde, aldeias indígenas e telecentros comunitários. A outra modalidade disponibiliza uma antena em praça pública com acesso livre e gratuito ao público em geral. Dos mais de 13 mil pontos já instalados, cerca de 10 mil estão em áreas rurais e isoladas dos

centros urbanos. Segundo o Minicom, são pontos de conexão com a internet que geram velocidades de conexão que variam entre 10 e 20 megabytes por segundo. As antenas do Wi-Fi Brasil recebem o sinal enviado pelo Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), equipamento brasileiro que ca a 36 mil quilômetros de distância da Terra. O SGDC entrou em órbita em 2017 e é o único satélite brasileiro com capacidade de fornecer conexão de internet banda larga de alta velocidade em qualquer parte do território nacional. De uso misto, civil e militar, o satélite também dá apoio às atividades das Forças Armadas em projetos estratégicos de defesa nacional.

A empresa aeroespacial Airbus foi selecionada pela Comissão Europeia para desenvolver espaçonaves como parte do programa Horizon 2020. O projeto, intitulado Peraspera InOrbit Demonstration (PERIOD), pretende fabricar e montar satélites a partir da órbita terrestre. Até agora, a fase A/B1 d o e stu d o te m orç ame nto previsto em três milhões de euros e duração de dois anos. O PERIOD pode ser considerado um precursor das futuras fabricações de estruturas em órbita, revolucionando a maneira como sistemas espaciais são projetados e executados. O projeto também pretende ser pioneiro na construção dos principais componentes de um satélite, como re etores de

antena, montagem de peças da espaçonave e eventuais substituições de carga útil da máquina. Tudo isso diretamente no espaço. As vantagens neste tipo de produção são muitas, se comparado aos tradicionais meios — satélites produzidos e montados na Terra para então serem colocados em órbita. Dessa maneira, etapas relacionadas ao lançamento, como massa do lançador, limite de volume e resistência são dispensados. O projeto ajudará a Europa a desenvolver capacidade e infraestrutura industrial, tornando-se a primeira no mercado da manufatura e manutenção em ór bit a . Uma m iss ã o d e demonstração, com exibilidade

e menor custo, poderia ser feita usando a infraestrutura da Estação Espacial Internacional (ISS). O chefe de futuros projetos de Exploração Espacial, da Airbus, Silvio Sandrone, diz que a empresa já trabalha em tecnologias de fabricação em órbita por mais de uma década e o programa PERIOD ajudará a Europa a movimentar seu knowhow tecnológico — com isso, estando preparada para os próximos níveis. Sandrone diz: “os futuros sistemas espaciais de grande escala só podem ser fabricados e montados em órbita, por isso é crucial que a Europa esteja na vanguarda desta capacidade chave". A Airbus já desenvolve uma série de outros programas de pesquisa no espaço, como Metal 3 D, q u e s e r i a a p r i m e i r a impressora 3D a ser implantada no espaço já no próximo ano. Em outro projeto, o MANTOS, nanciado pela Agência Espacial Europeia (ESA), a empresa demonstrou a montagem rob ót ic a com Inteligênci a Arti cial (IA) — com apoio da Agência Espacial Alemã (DLR).


CIÊNCIA 7

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Pergaminho bíblico Cientistas propõem é descoberto no criar uma “Arca de Deserto da Judeia Noé Lunar” para salvar a Terra É o mais antigo do mundo, com 10.500 anos

©REUTERS/AMMAR AWAD/DIREITOS RESERVADOS

A intervenção arqueológica da Autoridade de Antiguidades de Israel nas cavernas na região de Qumran, na Cisjordânia, revelou um espólio de artefatos raros. O cesto encontrado na gruta Muraba`at foi considerado o mais antigo do mundo, com 10.500 anos, depois de datado pelo método de Carbono 14. Essas grutas guardam vivências de múltiplas cronologias. Foi também encontrado um esqueleto de criança datado de seis mil anos. Diversas moedas do período da Revolta de Bar Kochaba, entre 132 e 136 d.C., que teriam sido escondidas por judeus durante

uma fuga dos romanos e nunca foram resgatadas. Po nt a s d e s e t a , t e c i d o s , sandálias e um pente documentam alguns dos objetos do cotidiano de cerca de dois mil anos. Entre os pergaminhos recuperados, a Autoridade de Antiguidades de Israel revela a decodi cação do grego antigo. Apenas o nome de Deus está em hebraico. "As montanhas estremecem por causa dele, e as colinas derretem. A terra eleva-se diante d'Ele, o mundo e todos os que nele habit am. Q uem p o de resistir à sua ira? Quem pode resistir à sua fúria? Sua raiva

derrama como fogo, e as pedras são quebradas por causa dEle". São esses os novos versículos que s e junt am aos f rag mentos encontrados em 1953. As cavernas são ladeadas por des ladeiros e, para chegar à entrada, é preciso descer em rapel. A operação arqueológica destinava-se a evitar o saque por ladrões de antiguidades no deserto da Judeia. Depois da descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, há 70 anos, no deserto da Judeia, esses lugares tornaram-se muito procurados por contrabandistas de tesouros arqueológicos.

Seis novas espécies de samambaias são descobertas na América do Sul O pesquisador brasileiro Paulo Labiak participou do importante estudo que descobriu uma das plantas na Amazônia ©DIVULGAÇÃO/PAULO LABIAK/UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Uma pesquisa iniciada em 2016 revelou recentemente a identi cação de seis novas espécies de samambaia na América Latina. As plantas foram descobertas na Amazônia, na Colômbia, na Jamaica e no Equador. As informações são do portal Superinteressante. Os espécimes estavam guardados em herbários, coletados anteriormente, porém

BOB BEHNKEN

mantidas mais de 900 mil amostras únicas, cada uma com 500 sementes de plantas, cuja proposta é garantir a biodiversidade do planeta em situações de emergência. C ontroladas p or rob ôs e alimentadas por painéis solares instalados na superfície lunar, as arcas seriam armazenadas em condições extremamente frias e ideais, possibilitando guardar c o m s e g u r a n ç a s e m e nt e s , espermatozoides, óvulos e outros materiais genéticos. A criação de toda essa estrutura e o envio dos materiais

participante da pesquisa, que considerou a quantidade “não muito grande” — a título de comparação, a construção da Estação Espacial Internacional foi feita com 40 lançamentos. Guardadas em locais mais seguros do que se estivessem na Te r r a , c o n f o r m e o s pesquisadores, as arcas lunares com materiais genéticos poderiam ser utilizadas durante uma eventual reconstrução do planeta após colapsos causados p or d e s a s t re s ambi e nt ai s , guerras nucleares, erupções vulcânicas, pandemias, queda de

Pens ando em garant ir a continuidade da vida na Terra em caso de catástrofes globais, cientistas da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, querem construir uma espécie de “Arca de Noé Lunar” para armazenar amostras de material genético de milhões de espécies terrestres na Lua. A ideia foi apresentada durante a Conferência Aeroespacial do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), iniciada no último dia 6. Conforme o engenheiro aeroespacial e autor principal do estudo Jekan anga, o projeto consiste em criar um banco de genes de 6,7 milhões de espécies terrestres, incluindo seres humanos, que seriam enviadas dentro de “arcas” e armazenadas em poços lunares e tubos de lava subterrâneos que se acredita existirem por lá. Esses poços na Lua seriam o lugar perfeito para guardar as amostras, segundo anga, pois oferecem proteção contra as grandes variações de temperatura do satélite natural e outras ameaças existentes na superfície, como a queda de meteoritos e radiação cósmica. O projeto seria uma versão espacial e estendida do Silo Global de Sementes de Svalbard, n o Po l o N o r t e , o n d e s ã o

até o satélite envolveria um total de 250 lançamentos de foguetes, conforme os cálculos da equipe

asteroide ou qualquer outro evento capaz de colocar a biodiversidade em risco.

só identi cados agora. Paulo Labiak, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e pesquisador brasileiro que participou da pesquisa, explicou que isso é comum. “Às vezes, trabalhamos com materiais coletados há mais de 100 anos que estão em uma coleção biológica, um herbário, mas que ainda não foram devidamente estudados”, disse o cientista à Superinteressante. O estudo foi feito por meio do

sequenciamento genético das seis plantas, que foi comparado com amostras de DNA de outras samambaias. A partir disso, os pesquisadores determinaram que dez amostras colhidas nos últimos cinco anos pertenciam a espécies anteriormente desconhecidas. A espécie descoberta no Brasil r e c e b e u o n o m e C a m p y l o n e u r u m atrosquamatum, As da Colômbia, Jamaica e Equador f o r a m b a t i z a d a s ,

respectivamente, de C. castaneum, C. liforme, C. pichinchae, C. jamaicense e C. parvisquama. Segundo Labiak, essas plantas são bioindicadores de qualidade do ambiente em que vivem. O especialista também contou com Robbin C. Moran, pesquisador do Jardim Botânico de Nova York (NYBG), para a realização das análises, que foram publicadas em dois artigos na revista cientí ca Brittonia.

PRECISÃO

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8 BEM-ESTAR

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GABRIELA MESSNER ARESI Açaí: bom para saúde OLIVEIRA mental e ótimo ao sistema imunológico Sorvete Nutella Nutricionista - CRN:14100665

Coma açaí e ganhe uma boa aliada na manutenção do corpo! Descubra cinco vantagens de quem aposta nessa deliciosa e nutritiva iguaria nacional

Sobremesa refrescante para fazer em casa

©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE

De acordo com levantamento realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), são consumidas por ano, no Brasil, mais de 800 toneladas de açaí, onde São Paulo e Rio de Janeiro somam 350 dessa quantidade. A popularidade da fruta, que extrapola os limites nacionais e já é sucesso em países da Europa e nos Estados Unidos, deve-se não apenas ao sabor, mas, também, às propr ie dades f uncionais e bené cas ao organismo. Classi cado como um superalimento, o açaí é rico em vitaminas C e E, ômega-9 e propriedades antioxidantes e anti-in amatórias, que auxiliam no bom funcionamento do coração e do cérebro. Por isso, para quem busca manter uma dieta saudável, o açaí é uma ótima opção de refeição rápida, e ainda pode ser turbinado com outros alimentos, como frutas, que também oferecem benefícios à saúde. Veja algumas ações positivas da fruta no organismo 1 - Fortalece o sistema

imunológico Contribui para a parte defensiva do organismo. Em 2020, por conta da pandemia do novo coronavírus, alimentos que ajudassem a fortalecer o sistema imunológico viraram tendência entre os consumidores, apontam alguns estudos do setor alimentício. Própolis, mel, cúrcuma e o próprio açaí, tiveram um aumento considerável em sua procura. As vitaminas C e E, o ômega-9 e as anticito cinas, têm ação antioxidante e anti-in amatória, contribuindo para o aumento das células de defesa do corpo, essenciais no combate a várias doenças, como a covid-19, processos in amatórios e de cicatrização. 2 - Fonte de energia Além destas muitas vitaminas e minerais, o açaí é rico em c a r b o i d r at o s e p r o t e í n a s , componentes essenciais para a pro du ç ã o d e e ne rg i a p el o organismo. Por serem elementos de rápida digestão, não deixam aquela sensação pesada no estômago e garantem uma rápida injeção de ânimo e disposição.

©GUIA DA COZINHA

3 - Melhora a saúde do coração Ess es elementos t amb ém contribuem para o tratamento e prevenção de algumas doenças c a r d i ov a s c u l a r e s , c o m o o colesterol LDL, ou ruim, e a aterosclerose — acúmulo de gorduras, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias. Além disso, ele ajuda a evitar a formação de coágulos e promove o relaxamento dos vasos sanguíneos, melhorando a circulação e a pressão arterial. 4 - Combate o envelhecimento A ação dos antioxidantes e da vitamina E, presentes no açaí, ajudam também a prevenir o envelhecimento precoce, pois agem diretamente na defesa das células do corpo contra a ação prejudicial dos radicais livres. Para os cabelos e pele, por exemplo, a fruta retarda o aparecimento de os brancos, rugas e marcas de expressão. Já para o sistema neurológico, essa f u nç ã o s e f a z pre s e nte a o prevenir doenças como Alzheimer. 5 - Ajuda a melhorar a saúde mental Por m, ainda falando sobre a ação dos componentes do açaí no s i s t e m a n e u ro l ó g i c o, e s s e a l i m e nt o é e x t r e m a m e nt e bené co para a saúde mental. Os polifenóis, micronutrientes que são potências à base de plantas, ricos em antioxidantes e antiin amatórios, atenuam processos in amatórios ajudando também a melhorar a memória e a aprendizagem.

T

em coisa melhor do que sorvete? Sim! O sorvete Nutella®! Fácil e prática, esta sobremesa agrada até os mais exigentes. Opção perfeita para se re f re s c a r n o s d i a s m a i s quentes, o preparo não é complexo e pode ser feito quando você tiver uma brecha no dia corrido. Aprenda a fazer e sirva para toda a criançada em casa! Ingredientes 2 xícaras (chá) de creme de avelã tipo Nutella® 2 xícaras (chá) de leite 1 lata de creme de leite 1/2 colher (chá) de emulsi cante 1/2 xícara (chá) de avelã torrada e picada Avelãs torradas e picadas para decorar

Modo de preparo Bata no liquidi cador a Nutella®, o leite e o creme de l e i t e at é h o m o g e n e i z a r.

batedeira por cinco minutos. Leve ao congelador por 30 minutos e repita o processo mais duas vezes. Acrescente a

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

Despeje em uma vasilha com tampa e leve ao congelador por 30 minutos. Adicione o e mu l s i c a nt e e b at a n a

avelã e misture com uma colher. Leve ao congelador por 30 minutos. Sirva em taças polvilhado com avelã. Fonte: Terra

©PEXELS

Cochilar depois do almoço pode gerar vários benefícios Você costuma tirar uma soneca depois de almoçar? Enquanto há quem não abra mão dess e “pequeno grande” prazer na vida, vários são aqueles que não têm essa oportunidade. Além disso, o ritmo acelerado em que vivemos faz muita gente crer que dormir e cochilar/fazer sesta são sinônimos de perda de tempo, já que assim não é possível dar conta de tantas tarefas quanto se

gostaria. No entanto, são vários os benefícios de permitir que o corpo descanse, tanto à noite quanto após o almoço. Vale ressaltar, ainda, que o sono nesses dois contextos são diferentes entre si. "O cochilo durante o dia não produz melatonina, não tem o ciclo hormonal que ocorre no sono noturno e não atinge o sono REM — para atingi-lo é preciso

mais de 30 minutos de sono e no cochilo há um ciclo mais curto, atingindo as fases 1, 2 e 3, com poucas ondas lentas", explica a Dra. Rosana Cardoso, neurologista e especialista do sono do Fleury Medicina e Saúde. Manter-se ativo após ingerir a limentos no meio do dia costuma ser um desa o em termos siológicos, por conta da

digestão, que sobrecarrega o corpo de certa forma. E até a Agência Espacial Nor teAmericana (Nasa) concluiu que os cochilos são interessantes. Em uma pesquisa, a instituição o b s e r v ou qu e pi l ot o s qu e dormiam por aproximadamente 30 minutos demonstraram uma melhora de até 54% no estado de alerta e de até 34% no des emp enho em geral, em comparação com pilotos que não cochilavam. Segundo estudos realizados até

o momento, um dos grandes efeitos de cochilar um pouco depois do almoço é o auxílio à digestão, o que leva à sensação de bem-estar, ao aperfeiçoamento da capacidade cognitiva, ao aumento da criatividade e até mesmo à diminuição dos riscos de infarto. Para quem é adepto das sestas ou quer incluir o hábito no cotidiano — especialmente por conta do home office — o re comend ado é est r uturar alguma rotina de sono,

respeitando locais, horários e duração. Os números variam dependendo de cada indivíduo, mas em geral indica-se que a soneca seja de 15 a 40 minutos. Mais do que isso pode in uenciar a qualidade do sono noturno, o que não é vantajoso. No caso das crianças, as sestas também são bem vantajosas e recomendadas. Para aquelas com mais de cinco anos, um cochilo com duração de 40 a 50 minutos contribui diretamente para o desenvolvimento cognitivo.


SAÚDE 9

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Luz que mata bactérias surge como alternativa aos antibióticos Terapia fotodinâmica antibacteriana pode ser solução eficaz para a resistência das bactérias aos antibióticos ©CDC/UNSPLASH

Um projeto cientí co d e s e nv o l v i d o p o r f í s i c o s , microbiologistas e químicos russos pode ser a solução para a resistência desenvolvida por bactérias aos antibióticos, graças ao uso descontrolado desse tipo d e m e d i c a m e n t o. O n o v o tratamento, batizado de terapia fotodinâmica antibacteriana (aPDT), promete facilitar a cura de feridas com cicatrização di cultada, queimaduras e outros focos de ameaça bacteriana. Um dos maiores desa os que a humanidade enfrenta atualmente é a crescente resistência que as bactérias têm desenvolvido à ação de medicamentos antibióticos, em virtude do uso massivo dessas drogas p el as p ess o as e do consumo indireto, oriundo da ingestão de carne vermelha. Para se ter uma ideia, quase três quartos dos antibióticos comercializados no mundo são d e s t i n a d o s à pro du ç ã o d e animais para corte. No entanto, os cientistas estão convencidos de que a solução para este desa o global está no desenvolvimento da terapia

fotodinâmica antibacteriana (aPDT). De acordo com estudos, os patógenos não são capazes de desenvolver resistência a esse tipo de tratamento. O efeito antimicrobiano da aPDT é baseado no uso de substâncias especiais, fotossensibilizadores, que são injetados no corpo e irradiados com luz usando um emissor especial durante o tratamento. A energia luminosa resultante é transmitida às moléculas de oxigênio e as transforma em uma forma ativa que combate a infecção. Os pesquisadores sugerem o uso de bacterioclorinas policatiônicas sintéticas como fotossensibilizantes. Ao contrário da maioria dos antibióticos, que visam apenas um tipo de bactéria, esses compostos têm efeito universal no tratamento aPDT. Por isso, a equipe acredita que a terapia poderá eliminar a necessidade de identi car o tipo de ameaça bacteriana na prática clínica, economizando tempo e recursos. De acordo com as diretrizes da OMS, qualquer medicamento que reduza o número de células

do patógeno ativo em pelo menos 103 vezes é considerado um agente antibacteriano e caz. De acordo com os cientistas do MEPhI, as bacterioclorinas que eles usam excedem esse número em pelo menos 10 vezes. A e ciência da aPDT se deve à potente capacidade das bacterioclorinas de absorver luz e, posteriormente, transferir energia para o oxigênio presente no corpo. A rápida destruição das bactérias é garantida pelo efeito da forma ativa do oxigênio

"carregado" com a energia do fotossensibilizador. Além disso, as bacterioclorinas têm carga elétrica positiva em solução, o que, de acordo com estudos recentes, aumenta a e cácia dos fotossensibilizadores contra bactérias — tanto no estado livre como na forma de bio lme. Por m, as bacterioclorinas absorvem efetivamente a luz na faixa do infravermelho próximo. Os cientistas explicam que essa região do espectro contém a

chamada "janela de t r a n s p a rê n c i a d o s t e c i d o s biológicos", o que signi ca que a luz desse comprimento de onda p o de p enet rar muito mais profundamente nos tecidos do corpo. Ademais, a absorção de luz de pigmentos emitidos por certas bactérias patogênicas é re duzida neste esp e c t ro, permitindo que uma quantidade signi cativa maior de energia seja aplicada para ativar o fotossensibilizador. De acordo com os

pesquisadores, a área mais promissora de aplicação da PDT antibacteriana é o tratamento de feridas infectadas graves e de l ong a du r a ç ã o, b e m c omo queimaduras. A técnica é capaz não só de acelerar a cicatrização, mas também proporciona um bom efeito cosmético. No futuro, a equipe espera desenvolve um medicamento à base de bacterioclorinas para uso em medicina humana e veterinária. Segundo os cientistas, um dos problemas físicos no desenvolvimento da técnica de aPDT é a agregação do fotossensibilizador, ou seja, a f or m a ç ã o d e " c a ro ç o s " d a substância que reduzem signi cativamente a e cácia da terapia. Os especialistas têm realizado pesquisas-ação para combater esse fenômeno. Os compostos químicos usados pela equipe de pesquisa como fotossensibilizadores já foram patenteados. A próxima tarefa dos pesquisadores são os estudos espectroscópicos de compostos estáveis de bacterioclorina com agregação mínima, bem como a preparação para testes em órgãos e tecidos de animais e humanos.

Vacina de RNA mensageiro pode ser solução contra o câncer ©CDC/UNSPLASH

Pesquisadores chineses desenvolveram hidrogel que libera nanovacinas de RNA ecazes no combate a tumores

As vacinas de RNA mensageiro (mRNA) para combater a covid-19 têm estampado manchetes de jornal no todo o mundo nos últimos tempos. No entanto, poucas pessoas sabem que os cientistas também vêm trabalhando no desenvolvimento de vacinas de mRNA para tratar ou prevenir outras doenças, incluindo algumas formas de câncer.

No dia 17 de fevereiro, pesquisadores chineses publicaram um artigo no periódico cientí co Nano Letters, da American Chemical Society, relatando o desenvolvimento de um hidrogel que, quando injetado em camundongos com melanoma, lentamente libera nanovacinas de RNA capazes de encolher os tumores e impedir a metástase. As vacinas de imunoterapia

contra o câncer funcionam de forma semelhante às vacinas de mRNA para covid-19. A única diferença é que elas ativam o sistema imunológico para atacar tumores em vez de um vírus. Essas v a c i nas c ontê m m R NA qu e codi ca proteínas feitas esp e ci camente p or célu las tumorais. Quando o mRNA entra nas células apresentadoras de antígeno, elas começam a produzir a proteína tumoral e a exibi-la em suas superfícies, fazendo com que outras células do sistema imunológico busquem e destruam os tumores que também produzem essa proteína. No entanto, o mRNA é uma molécula instável que é rapidamente degradada p or enzimas no cor p o. Para a imunoterapia contra o câncer, os pesquisadores tentaram usar nanopartículas para proteger e entregar o mRNA, mas elas normalmente são eliminadas do

corpo de um a dois dias após a injeção. Por isso, a equipe de pesquisadores pretendia desenvolver um hidrogel que, quando injetado sob a pele, liberasse lentamente nanopartículas de mRNA, junto c o m u m a d j u v a nt e — u m a molécula que ajuda a ativar o sistema imunológico. Para desenvolver seu sistema, os pesquisadores usaram ov a l b u m i n a ( u m a p r o t e í n a encontrada na clara de ovo de galinha) como um antígeno modelo. A equipe misturou mRNA de ovalbumina e um adjuvante com outros compostos para formar um hidrogel. Quando injetado sob a pele de camundongos com tumores de melanoma projetados para expressar ovalbumina, o hidrogel lentamente liberou mRNA e nanopartículas adjuvantes ao longo de um período de 30 dias.

A vacina de mRNA ativou as células T e estimulou a produção de anticorpos, fazendo com que os tumores diminuíssem nos camundongos tratados. Além disso, em contraste com os camundongos não tratados, os camundongos vacinados não apresentaram nenhuma metástase

para o pulmão. D e a c ord o c om o s pesquisadores, esses resultados demonstram que o hidrogel tem grande potencial para alcançar u m a i mu n o t e r ap i a e c a z e duradoura contra o câncer com apenas um único tratamento. Ponto para a ciência!


10 Criança hoje, Criança amanhã

18 A 23 DE MARÇO/2021

ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

Nova lei, velho patriarcado Por Ana Liési Thurler (*filósofa e socióloga) e Ana Maria Iencarelli

©ILUSTRAÇÃO: MONIQUE FARIA

V

pessoais. Sente que está sendo presa porque quebrou o pacto de silêncio com o pai abusador. A Privação Mater na Judicial (expressão cunhada por Ana Maria Iencarelli) — violência institucional contra a mãe e a criança instituída no Brasil, sob as bênçãos do Estado patriarcal — é promovida com a acusação da mãe de prática de atos alienadores, prática que tem se t o r n a d o b a n a l e m Va r a s brasileiras de Família.

iviane do Amaral Arronenzi, presente!

A Juíza Viviane foi morta com extrema violência na véspera do Natal de 2020, pelo ex-marido, diante das três lhas: uma com nove anos e as gêmeas com sete anos. O crime ocorreu no Rio de Janeiro, em via pública, à luz do sol. Viviane foi entregar as meninas para passarem o Natal com o pai. Três meses antes do feminicídio, havia feito um Boletim de Ocorrência, mas manteve a guarda compartilhada das meninas. O pai queria zelar por elas? Seu comportamento feminicida indica o que ele realmente pretendia: manter acesso à Viviane. Se ela não tivesse concordado com a guarda compartilhada com um homem violento, certamente seria mais uma mãe acusada de alienadora. Mas hoje estaria viva. O Projeto de Lei da Alienação Parental (LAP) foi apresentado na Câmara Federal em 2008. Com rara rapidez na tramitação, foi aprovado em 2010, consagrando o princípio de presunção de culpa da mulhermãe. Um dos pilares do Direito brasileiro é o princípio de presunção de inocência. Pelo caráter das relações sociais de gênero ainda vigentes, por misoginia, esse princípio não vale para as cidadãs deste País. Violências e abusos denunciados por mulheres-mães são mantidos sob suspeitas, por um Sistema de Justiça androcêntrico, sexuado onde as mulheres são 36% entre juízes e metade disso entre ministros dos Tribunais Superiores. A palavra da mulher não tem credibilidade diante do Estado brasileiro. Frente a nosso Sistema de Justiça, é a mãe quem promove alienação. A LAP é uma lei sexuada, com caráter coercitivo e punitivo sobre as mulheresmães, sup ost as histér ic as, doentes. Penas vão da redução ou extinção da pensão alimentícia até a reversão da

Joanna Marcenal, presente.

guarda e a restrição total do contato da mãe com a criança. Homens alienadores não existem. Síndrome da Alienação Parental e implantação de falsas memórias No texto da lei 12.318/2010, alienação parental é a manipulação psicológica da criança para que venha a temer, desrespeitar ou repudiar o genitor. Essa expressão se assenta na Síndrome da Alienação Parental (SAP), não reconhecida em nenhuma instância de saúde, sem a Classi cação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde ( t amb é m c on he c i d a c omo Classi cação Internacional de Doenças — CID 10), ainda que s e u c r i a d o r, d e s e j o s o d e criminalizar as mães, tenha insistido até a morte, nessa sindromização, nessa patologização. O criador da expressão SAP foi o psiquiatra estadunidense Richard Gardner (1931-2003), lançando-a publicamente em 1985, não tendo reconhecimento nem pela comunidade médica, nem pela comunidade jurídica. Então a LAP — que continuamos pedindo para ser revogada — se

assenta em uma Síndrome inexistente, sendo o Brasil o único País no mundo a ter uma lei nesse sentido. Uma pergunta não pode ser calada: por que, justamente este País, com altos índices de violências contra crianças e mulheres, mantém, solitariamente, a LAP? O quadro grave de grande parte de nossas famílias é revelado por dados produzidos por entidades e programas com reconhecida c on a bi l i d a d e . D e s t a c o o programa Disque 100, onde são evidenciadas, ano após ano, violações sofridas por crianças, principalmente entre quatro e sete anos, dentro de casa. No ano em que o programa completou 20 anos, em 2017, ao menos 130 mi l cr i anç as — a maior i a m e n i n a s — f o r a m negligenciadas, violentadas psicologicamente, abusadas sexualmente. E o programa Ligue 180 tem oferecido mais de um milhão de atendimento de violências de gênero que mutilam e matam milhares de brasileiras no âmbito doméstico e atingem lhas e lhos, que presenciam e sofrem violências. Há entidades produzindo informações quali cadas, nesse campo. É o caso do Instituto de

Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que, desde 1998, publica o Mapa da Violência, com apoio da Unesco e da Flacso, e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que oferece à sociedade o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Graças à produção desses dados sabemos, por exemplo, que nas últimas duas décadas do século passado foram assassinadas, neste País, 47,5 mil mulheres e na primeira década do século XXI foram mortas 43,5 mil brasileiras. En m, dentro de casa, violências e abusos existem. Nã o s ã o f a l s a s me mór i a s , maldosamente implantadas pela mãe, na cabeça da criança. A locução “alienação parental” foi cunhada por Richard Gardner, diretor de psiquiatria infantil, no exército dos EUA, defensor de pais abusadores e violentos. Em seu livro True and Falses Accusations of Child Sex Abuse, a p.24 diz: “As atividades sexuais entre adultos e crianças fazem parte do repertório natural da atividade sexual humana”. A pais acusados de pedo lia intrafamiliar recomendava acusarem a mãe de alienação parental, retirando o fo c o d o p ai e d a c r i anç a , apresentada como programada pela mãe. O relato da criança é desquali cado, considerado resultante da implantação de f a l s a s m e m ó r i a s . Ta l programação é impossível, pois a infância transcorre sob a égide de experiências e do raciocínio concreto. Constelação Familiar e Privação Materna Judicial A violência institucional prossegue com a adoção do método da Constelação Familiar, que se disseminou pelos espaços de Justiça brasileiros. Tal método desresponsabiliza o agressor/abusador, inocentado porque o constelador descobre,

por transmissão de vibrações morfogenéticas, que um tetravô era pedó lo, sempre na linhagem materna. Da mãe, que denunciou o pai, é exigido que peça perdão de joelhos ao excônjuge violador. Com a crença de que antepassados de várias gerações continuam ativos entre nós, é aceito e autorizado nas d e p e n d ê n c i a s d o s Fó r u n s brasileiros, esse ritual que desresponsabiliza quem comete crimes. Mais uma violência institucional contra a mulher e a criança. O Estado patriarcal

Em 2010, a médica Cristiane Marcenal demandou pensão alimentícia para a menina Joanna, cinco anos. O pai acusou Cristiane de alienação parental e pediu reversão da guarda. O Judiciário atendeu André Marin. Não é detalhe: foi aplicada uma lei que não existia e, em 2 6 / 0 5 / 2 0 1 0 , a m e n i n a f oi separada da mãe punida com impedimento de ver a lha durante noventa dias. Cristiane reencontrou Joanna em agosto, já com morte cerebral. A menina Joanna morreu em 13/08/2010. A LAP foi aplicada contra a mãe e a menina, três meses antes da aprovação, em 26/08/2010. Joanna Marcenal, mártir da Lei de Alienação Parental. ©ILUSTRAÇÃO: MONIQUE FARIA

humilha a mãe, encena uma “resolução”, sonega o crime cometido, reduzindo-o a um simples con ito entre o ex-casal. Se a mãe não se retratar, é sustentado que ela faz uma campanha contra o pai junto à criança. Dogmaticamente, a alegação de alienação parental patrocina a separação da mãe e da criança. Na maioria das vezes, separação traumática, em cenas de desespero com a execução da ordem de busca e apreensão, feita com policiais. É no colo de um deles que a criança sai de sua casa, deixa sua mãe, seus objetos

To d o e s s e e s t a d o d e humilhação que sofrem mães em busca proteger seus lhos e lhas, foi pauta da mesa on-line “Mães pela Revogação da Lei da Alienação Parental” (https://www.youtube.com/watc h?v=YAiWqzxBHsI&t=716s), do 8M Uni cadas do DF e Entorno, e envolveu mães que são vítimas da LAP, feministas que lutam pela revogação dessa lei e pro ssionais dos campos jurídico e político, que lidam com este problema em seu cotidiano.


COMPORTAMENTO 11

18 A 23 DE MARÇO/2021

ANA LUCIA Ana Lucia Bernardo Cordeiro Professora

Fazer o bem sem olhar a quem O

lá pessoal,

Estamos todos vivendo com a tensão da covid-19, porém muitos de nós estamos bem, empregados, com a saúde perfeita e pagando as nossas contas em dia. Mas, infelizmente, a realidade não tem assim para todos. Muitos estão desempregados e, por esse motivo, perderam seus lares, por não conseguirem pagar o aluguel. Famílias inteiras sem ter um teto, sem ter o que comer, vivendo da caridade de vizinhos e amigos. Esta semana, conheci a senhora Maria Soledade dos Santos Martins, de 82 anos, acamada e acometida do mal de Alzheimer. Para piorar a situação, ela caiu e fraturou o

©GETTY IMAGES/BBC NEWS BRASIL

fê mu r. Fe l i z m e nt e d on a Soledade mora com a sua lha Nádia, que sobrevive consertando roupas. A Nádia me contou sobre as di culdades que tem passado para cuidar da mãe, que não anda e exige atenção dobrada. "Evito sair, pois tenho receio de ser contaminada pelo vírus e o transmitir à minha mãe", relata. En m, soube que estão necessitando de ajuda. O pouco que recebem não é su ciente para arcar com despesas de fralda geriátrica, óleo de girassol para evitar as escaras (feridas na pele) e produtos de higiene em geral, além da alimentação. D ona S ole dade pre cis a muito de Sustagen Adultos+®, um complemento alimentar para adultos. Por isso, gostaria de usar a minha coluna e fazer

um apelo a todos que puderem e que queiram ajudar que ent rem em cont ato p elo WhattsApp (27) 99779-1262 e

fale comigo (Ana Lucia). Se vocês quiserem fazer as doações direto com a Nádia o endereço é: Rua C3, nº 30,

Bairro de Fátima, Serra, ES. Ser solidário é algo que devemos ser sempre. Amanhã este pedido de socorro pode

ser para qualquer um de nós. A todos que puderem ajudar, deixo aqui, antecipadamente, a minha eterna gratidão.

Altruísmo: definição, tipos e impacto no bem-estar humano Descubra o que é altruísmo e por que um comportamento voltado para a solidariedade pode beneciar a saúde A palavra altruísmo foi criada no século 19 pelo lósofo francês Auguste Comte, que estabeleceu seu signi cado como antítese do egoísmo. O conceito de altruísmo de ne uma ampla gama de comportamentos e disposições humanas, individuais ou coletivas, que inclinam os seres humanos para ações de auxílio e dedicação ao próximo — como sacri car a própria vida para salvar outra pessoa, doar para instituições de caridade, praticar algum tipo de voluntariado ou simplesmente segurar uma por ta aber ta, durante alguns segundos, para um desconhecido. Frequentemente, as pessoas se comportam de forma altruísta quando veem outras pessoas em circunstâncias desa adoras e sentem o desejo de lhes prestar auxílio. Por isso, ao longo do tempo, a palavra altruísmo se tornou sinônimo de solidariedade, sendo também fortemente associada ao sentimento de empatia. Na história da evolução, o altruísmo tem desempenhado um papel importante. O comportamento cooperativo permitiu que nossos ancestrais sobrevivessem em condições adversas e ainda serve a vários prop ósitos nas s o cie d ades

c o m p l e x a s d a contemporaneidade. Os impulsos e atitudes altruístas unem famílias e grupos sociais, ajudando-os a cooperar e prosperar. Indivíduos altruístas, que se esforçam para ajudar os

e outros podem fazer com que algumas pessoas sejam mais altruístas do que outras. Nos chamados "altruístas extremos", descobriu-se que o tamanho das amígdalas cerebrais e a capacidade de resposta a sinais

como altruísmo recíproco, envolvem ações para ajudar os outros com a expectativa de que eles ofereçam ajuda em troca. Tipos de altruísmo ©TOA HEFTIBA/UNSPLASH

Altruísmo recíproco — Este tipo de altruísmo é baseado em um relacionamento mútuo de dar e receber. Envolve ajudar outra pessoa agora, porque ela p o de um dia ser capaz de retribuir o favor. Altruísmo selecionado pelo grupo — Este tipo de altruísmo envolve o envolvimento em atos altruístas para as pessoas com base em sua a liação ao grupo. Em vez de auxiliar os lhos ou outros indivíduos geneticamente relacionados, as pessoas podem direcionar seus esforços para ajudar outras pessoas ou apoiar causas sociais que bene ciem o seu grupo social.

outros, geralmente recebem algo em troca, seja uma recompensa intangível, como admiração e respeito, ou apoio material em um momento posterior. Assim, o a lt r u í s m o re c ípro c o e nt re membros de uma comunidade atua na garantia de que todos t e n h am ap oi o qu an d o for necessário. Fatores neurológicos, culturais

de angústia parecem diferir de indivíduos médios. Em alguns casos, atos de altruísmo levam as pessoas a colocarem em risco sua própria saúde e bem-estar para ajudar os outros. Esses comportamentos costumam ser realizados de forma altruísta e sem qualquer expectativa de recompensa. Outras instâncias, conhecidas

Altruísmo genético — Como o próprio nome sugere, esse tipo de altruísmo envolve o envolvimento em atos altruístas qu e b e n e c i am f am i l i are s próximos. Por exemplo, os pais e outros membros da família muitas vezes se envolvem em atos de sacrifício para atender às necessidades dos membros da família.

Altruísmo puro — Também conhecido como altruísmo moral, esta forma de altruísmo consiste em ajudar outra(s) pessoa(s), mesmo em situações de risco, sem a expectativa de receber qualquer recompensa. O altruísmo puro é motivado por valores e morais internalizados. Efeitos positivos do altruísmo Melhor saúde — Pesquisas revelam que o comportamento altruísta pode melhorar a saúde f í s i c a d e v ár i a s m an e i r a s . Descobriu-se que as pessoas que são voluntárias têm uma saúde

geral melhor e o envolvimento regular em comportamentos de ajuda está associado a um risco signi cativamente menor de morte. Melhor bem-estar mental — Fazer coisas boas para outras pessoas pode fazer você se sentir bem consigo mesmo e com o mundo. Estudos descobriram que as pessoas experimentam maior felicidade depois de fazer coisas boas para outras pessoas. Melhores relacionamentos românticos — Ser gentil e compassivo também pode levar a um relacionamento melhor com seu parceiro. Pesquisadores descobriram que a gentileza é uma das qualidades mais importantes que as pessoas de todas as culturas procuram em um parceiro romântico. Além desses benefícios, o altruísmo também pode ajudar a melhorar as conexões e relacionamentos sociais, o que pode, em última instância, contribuir para a melhoria da saúde e do bem-estar. Por isso, quando você tiver a oportunidade de ser altruísta, não a deixe escapar. Ajudar os outros também é uma forma de fazer o bem para si mesmo.


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Quem disse que lugar de mulher é em casa? ©HAROLDO CORDEIRO FILHO

S

egundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) 2019, o número de mulheres no Brasil é superior ao de homens. A população brasileira é comp ost a p or 48,2% de homens e 51,8% de mulheres. Em menor número no campo político, elas mostram ser mais focadas, comprometidas e sensíveis às c a u s a s s o c i a i s . N o l a r, diariamente estão sempre de prontidão para as obrigações, que não são poucas, e no mercado de trabalho marcam presença em todos os setores da indústria, do comércio e de serviços. Nas faculdades e universidades, há tempos são maioria. Matéria publicada em março deste ano no portal do Fatos & Notícias relata que a quantidade de doutoras tituladas a cada ano cresceu 61% de 2013 a 2019, último com dados fechados e

Penha, Naiara, Aline, Timinha, Andrea, Daisy e Simone Magna de 7.336 para 11.013 no mesmo período. Essa realidade vem acontecendo também no esporte de competição e de lazer. Prova disso é o que acontece todos os nais de semana na Arena Esportiva Espaço 10, em Jacaraípe, onde criteriosamente elas marcam presença treinando e mantendo a forma física e mental, jogando futevôlei, ©ARQUIVO PESSOAL

Suellen G. Cordeiro compilados pela C o ord e n a ç ã o d e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O número passou de 8.315 para 13.419 na série histórica analisada, e sempre esteve à frente do de homens, que foi

frescobol, futebol e vôlei. O espaço é realmente democrático, como explicam as entrevistadas. Daisy Paganini, sensação do último nal de semana, brincava de futevôlei com os rapazes e, com muita

habilidade e controle de bola, mostrou que não existe modalidade que a mulher não possa praticar. No meio de rapazes experientes, Daisy tranquilamente mostrava sua intimidade com a redonda. Moradora de Guarapari, ela disse gostar do Espaço 10 pela estrutura. “Gosto dessa arena e pratico futevôlei há três anos, mas também gosto de surfar e jogar frescobol e pingue–pongue... Sou amante do esporte. Em Guarapari tem uma arena na Praia do Morro e outra no centro da cidade e só eu e uma amiga que jogamos futevôlei. Por sermos minoria, os meninos de lá controlam o espaço e só deixam a gente jogar uma vez ou outra, muito diferente daqui, onde treinam de forma mista ou semimista, a galera aqui é mais acessível”, elogiou. Simone Magna, formada em logística, é jogadora de frescobol e de vôlei de areia e acha interessante que as meninas venham frequentando modalidades que não eram muito comuns à presença feminina, ela diz que Daisy está rompendo preconceitos jogando futevôlei. “Estamos evoluindo, podemos trazer outras pessoas para praticar as modalidades que o Espaço 10 oferece. Precisamos trazer jovens para acontecer a renovação que é essencial para as modalidades esportivas que antes eram exclusivas dos homens. É legal essa interação entre meninos e meninas. O

frescobol está carente de mulheres, temos que incentivar a mulherada... Esporte é saúde para o corpo e

parar de ir na arena porque o ambi e nt e é a g r a d áv e l e respeitoso... gostei muito. Hoje preferi jogar frescobol em Camburi com o maridão”, explica. Naiara Miranda, engenheira mecânica e mineira de Lagoa Santa, região metropolitana de Belo Horizonte, disse que sempre que vem ao Espírito Santo pratica o seu esporte preferido “o vôlei está em minha vida desde os doze anos de idade e ele foi uma porta de abertura para muitas coisas na minha vida, relacionamento, trabalho e muitas amizades. Graças ao vôlei eu tive a oportunidade de conhecer pessoas

jogando”, disse. Outra frequentadora assídua da arena é Penha Albuquerque. Aposentada, 54 anos, é praticante não só de vôlei, como t amb ém de frescobol e handebol. Penha diz que “o esporte ajuda muito na autoestima, elimina a depressão e dá qualidade de vida... Esporte é vida!”. A engenheira civil e s u p e r v i s o r a d e Financiamento e Seguros do Grupo Águia Branca, Aline Jacob Gomes, acha que a prática de esportes deve ser vista como uma grande aliada d a s a ú d e e b e m - e s t a r. “Vivemos um momento em que nos falta tempo, mas é ©HAROLDO CORDEIRO FILHO

TATI BELING

Daisy Paganini (futevôlei) para a alma!”. A parceira de Simone, Telma Honorato, professora, 56 anos, mais conhecida como Timinha, disse achar a mesma coisa “o esporte deve ser prioridade na vida de todo mundo porque é sinônimo de saúde, aqui no Espaço 10, a gente brinca, socializa e bate-papo com os vários amigos... eu diria que trata-se de um encontro de famílias”. Para Suellen Gerônimo Cordeiro, doutoranda em Química na Ufes, 31 anos, praticar algum tipo de esporte signi ca viver mais e com qualidade. “Corro e patino nos tempos livres, frequento academia e comecei a jogar frescobol. Conheci o Espaço 10 há pouco tempo, a convite do meu papito e não pretendo

maravilhosas, hoje estou com 32 anos e não me vejo parada, enquanto Deus permitir e tiver saúde vou continuar

necessário incluir atividades em nossa rotina, pois além da saúde física traz grandes benefícios à mente”, a rma.


BRASIL 13

18 A 23 DE MARÇO/2021

A semana em Brasília S e no Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO

Prefeito apresenta projeto de reformulação administrativa em Fundão REPRODUÇÃO

Fabiano Contarato (Rede-ES)

Rose de Freitas (MDB-ES)

Congresso derruba veto e médicos e psicólogos especialistas permanecem na realização dos exames para obtenção da CNH WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

Senado convida futuro ministro da Saúde para debate na Casa O Senado Federal aprovou nesta terça (16) requerimento da senadora Rose de Freitas (MDB-ES) e do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para um debate remoto na Casa com o médico cardiologista Marcelo Queiroga, con rmado para substituir o general Eduardo Pazuello no comando do Ministério da Saúde. Foram 2.798 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas no Brasil. A senadora Rose cobra que, "tão logo tome posse, o ministro compareça ao Senado". "Não temos tempo a perder. É um País que já se aproxima dos 300 mil óbitos (282.400). Isso não é brincadeira, é uma tragédia humanitária. A declaração dele (Queiroga) de que o ministro só obedece o presidente preocupa muito", avaliou a senadora. ©HAROLDO CORDEIRO FILHO

O prefeito Gilmar de Souza Borges (PSB) apresentou à Câmara Municipal de Fundão o projeto que visa a efetividade na administração e redução de custeio do município. Dois pontos polêmicos e questionados pelos parlamentares são o corte de ticket alimentação e o cálculo da insalubridade. Gilmar disse que acatou a Emenda que o vereador Aélcio Rodrigues Peixoto (REDE) apresentou. “O que não podemos é dar ticket alimentação para quem pede licença sem vencimento. Pela Lei atual a pessoa que pede licença sem vencimento, tinha direito ao ticket. Existe caso de professor que foi para outro país e, se requeresse, teria direito ao benefício. Em cima disso, alguns vereadores da oposição, para tumultuar, induziram os outros de que estávamos cortando esse benefício de pessoas que estavam de atestado de saúde, mas não é nada disso, o corte é para as pessoas que estão de licença sem vencimento”, explicou o prefeito. Outro ponto polêmico é o que diz respeito à insalubridade que, segundo Gilmar, no projeto, o cálculo será feito conforme a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que tem como parâmetro o menor salário do órgão. “No caso do nosso município é feito pelo vencimento bruto, ou seja, pela remuneração bruta do servidor. Um servidor que ganha R$ 8 mil, ganha mais 40% de insalubridade, ou seja, mais R$ 2,4 mil. O que queremos é igualar o cálculo pela CLT, pelo menor salário da prefeitura”. “A prefeitura tinha 13 secretarias, estamos fazendo uma redução para seis, com menos secretários, diminuímos o custo. Isso eu já estou adotando na prática. Eu tenho um secretário que está assumindo responsabilidade de duas ou três outras secretarias”, explica. O prefeito acrescenta que o município não tem nada referente ao meio ambiente, e que, por isso, está criando uma estrutura para a área. “Antes, a prefeitura se reportava ao Consórcio Polo Norte, mas nós entendemos que o consórcio não estava atendendo satisfatoriamente à demanda de Fundão que é muito grande. Temos uma área de mar que pertence ao meio ambiente e a APA de Goiapaba-Açú, aí qualquer coisa que você quisesse fazer, dependeria de mandar para o consórcio e o retorno levava tempo porque trata-se de uma estrutura que atende a sete municípios, então, por isso, saímos do consórcio para estruturar o meio ambiente”, frisa o gestor. Ainda de acordo com Gilmar, o Instituto de Previdência do município foi noti cado inúmeras vezes pelo Tribunal de Contas do Estado (TCES), porque o gasto sempre chegava a 3% ou 4%. “Estamos reduzindo o custo do Instituto de Previdência para que ele possa se adequar aos 2%”, informa. “Quero frisar que nosso projeto visa a austeridade e, por respeito aos parlamentares, fui à Câmara pessoalmente e apresentei o projeto juntamente com meu secretariado, explicamos o projeto ponto a ponto, debatemos com eles e todos eles concordaram, mas depois, alguns da oposição se posicionaram contrários”, lamentou. “Quero que o povo de Fundão viva dias melhores, não podemos continuar colocando Fundão nas páginas policiais, estamos procurando o caminho certo que é o da lisura e o da responsabilidade, e tenho certeza que nossos vereadores aprovarão porque, na sã consciência, compartilham dos mesmos propósitos”, acredita.

E

Solicitação de compra de vacinas Nesta quarta-feira (17), os vereadores Sônia Steins (Patriotas), Aelcio Rodrigues Peixoto (Rede), Antônio Marcos Guilhermino (Republicanos), Eloízio Tadeu Rodrigues Fraga (PSB), Janderson Luiz Soares Paltrinieri (Pode), Paulo Roberto Cole (Cidadania), Romenique Borges Simões (Cidadania), solicitaram ao Executivos análise de possibilidade legal nanceira de efetuar a aquisição de vacinas contra covid-19 diretamente com laboratórios internacionais, mediante abertura do competente processo de compras. Segundo o Legislativo, tal medida foi autorizada desde o nal do mês de fevereiro, quando o Supremo Tribunal Federal (ST), decidiu, no dia 23, que Estados e Municípios podem comprar e fornecer à população vacinas contra a covid-19.

Nesta quarta-feira (17), o Congresso Nacional derrubou parte do veto presidencial 52/2020 e manteve, na íntegra, o artigo 147 do Código de Trânsito Brasileiro, garantindo, portanto, que sejam feitos por médicos e psicólogos peritos examinadores os exames de aptidão física, mental e de avaliação psicológica a quem quer tirar a Carteira de Nacional de Habilitação (CNH). O presidente da República havia vetado o dispositivo que restringia a realização desses exames aos médicos e psicólogos peritos examinadores com titulação de especialista em medicina do tráfego e em psicologia do trânsito. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) foi um dos parlamentares que lutaram pela derrubada do veto. “Trabalhei por anos como delegado de trânsito, e sei a necessidade que temos de pro ssionais especializados! Os psicólogos e médicos participam da luta por um trânsito mais seguro, prezando pela vida humana. Precisamos respeitar esses pro ssionais. Não podemos deixar que este trabalho essencial seja feito com menos quali cação do que o necessário”, frisa o senador. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Norma Ayub (DEM-ES) Norma Ayub recebeu diversos pedidos de ajuda vindos da comunidade de São Vicente, em Cachoeiro de Itapemirim, sobre as obras de reconstrução de duas pontes Durante este nal de semana, a deputada federal Norma Ayub recebeu diversos pedidos de ajuda vindos da comunidade de São Vicente, em Cachoeiro de Itapemirim, sobre as obras de reconstrução de duas pontes, que estão sendo realizadas pelo Departamento de Estradas e Rodagens do Espírito Santo (DER-ES). Os moradores do distrito reclamam da lentidão do ritmo das obras. As pontes foram destruídas pelas enchentes de janeiro de 2020 e ainda hoje não foram recuperadas. Nas chuvas da última semana, a única passagem que ainda resta à população de São Vicente que permite a mobilidade até o município de Cachoeiro, cou totalmente interrompida por longo período, até as águas baixarem, restando aos moradores a angústia de estarem literalmente ilhados e sem comunicação de transporte. “É preciso resgatar a dignidade dessas pessoas, afetadas pela sensação de abandono. Elas vêm sofrendo frequentemente nessas chuvas. Precisam de atenção. Sei que o Estado, assim como o País, está vivenciando hoje um período crítico da pandemia, mas é preciso também dar atenção e celeridade a outras demandas que afetam o nosso povo”, ressaltou a deputada.

Da Vitória (Cidadania-ES) Da Vitória propõe suspender aumento do preço de medicamentos A suspensão do aumento dos preços dos medicamentos foi proposta pelo deputado federal Da Vitória (Cidadania-ES) no Projeto de Lei 899/21, apresentado à Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (18). O PL estabelece que o reajuste seja proibido durante todo o ano de 2021, uma vez que o País ainda se encontra em situação de emergência de saúde pública em decorrência dos efeitos da pandemia do novo coronavírus. O deputado destaca que o reajuste do preço dos medicamentos é autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão vinculado à Anvisa. A revisão é realizada uma vez por ano no mês de abril. Mas no último dia 15 de março foi autorizada o aumento de até 4,88%, que já pode ser aplicado pela indústria farmacêutica, e atinge mais de 19 mil medicamentos. “A situação dos brasileiros se agravou de 2020 para cá, tanto em decorrência do aumento do número de casos e internações, quanto pela crise econômica. E muitos trabalhadores estão impedidos de realizar suas atividades por conta das medidas restritivas impostas por estados e municípios, afetando diretamente a renda do brasileiro. Neste contexto, é essencial que adotemos medidas como a suspensão do reajuste do preço dos medicamentos para manter o poder de compra das famílias”, justi cou o deputado federal Da Vitória.


14 GERAL

18 A 23 DE MARÇO/2021

Recomendações para quem sofre de artrite e artrose

450 espécies de borboletas estão em rápido declínio devido a temperaturas mais altas

Evite que a artrite e a artrose atrapalhem a prática de exercícios físicos e a qualidade de vida. Veja como lidar melhor com as doenças!

Novo estudo utilizando dados de ciência cidadã revelou uma queda de 1,6% ao ano desde 1972, um desenvolvimento preocupante para esses importantes polinizadores

©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE ©DANIEL LARSON/ALAMY

A artrite reumatoide é uma doença reumática que leva à in amação das articulações. Pacientes com esse problema podem apresentar dor e inchaço nas mãos, punhos, joelhos e tornozelos. Já a artrose (também chamada de osteoartrose ou osteoartrite) é uma doença degenerativa das articulações e leva a um desgaste da cartilagem, podendo ser acompanhada também de in amação. Quem tem artrite também pode apresentar artrose. Ambas as doenças podem atrapalhar a prática de exercícios físicos e a qualidade de vida. Por isso, a médica reumatologista Mariana Ortega Perez, especialista na clínica Cobra Reumatologia, deu cinco recomendações para os pacientes. Con ra! Abandone o sedentarismo: a prática de exercícios possui diversos benefícios para

pacientes com artrite reumatoide e artrose, como ganho de força m u s c u l a r, e x i b i l i d a d e e e q u i l í b r i o. A l é m d i s s o, a atividade física ajuda a controlar a doença, com melhora da dor, sono e humor. O planejamento do programa de atividade física deve ser feito conjuntamente pelo paciente e por pro ssional habilitado. A progressão da carga e intensidade dos exercícios devem ser realizadas gradativamente, conforme a tolerabilidade do paciente. Alimentação saudável: evite alimentos industrializados e condimentados, e controle a ingestão de sódio e carboidrato. P r i or i z e u m a a l i m e nt a ç ã o saudável, rica em frutas, vegetais e carne. Quem tem artrite tem maior risco de osteoporose, devendo priorizar o consumo de cálcio pela dieta, quando não houver intolerância ao leite e

derivados. Cuidado com calçados: opte p or c a lç ados confor t áveis, fechados e com solado rígido para melhor estabilidade. Para as mulheres, evitem salto alto. Para p a c i e nt e s q u e ap r e s e nt a m deformidades e calosidades nos p é s d e c or re nte s d a ar t r ite re u matoi d e, re c ome nd a - s e sapatos especiais, de acordo com cada problema. Um calçado adequado garante equilíbrio articular e evita quedas. Proteção articular: use de maneira racional e inteligente as suas articulações. Algumas atividades podem piorar as dores. Adapte estes movimentos a outros que não sejam doloridos. Distribua a carga em mais de uma articulação, evite permanecer na mesma posição por muito tempo e evite segurar objetos com muita força. Tecnologia e dispositivos adaptados: a adaptação de utensílios para quem ter artrite deve ser feita após uma análise da rotina e necessidades de cada paciente. Tudo que puder ser automatizado e ajudar a conservar energia é uma opção bem-vinda. Como exemplos, cabos engrossados (de canetas, escova e talheres), tiras elásticas para facilitar o manuseio de talheres e abridores de lata adaptados.

As borboletas não são apenas uma beleza efêmera, também são polinizadoras essenciais para uma grande variedade de culturas de alimentos e ores. E, no oeste dos Estados Unidos, elas estão desaparecendo — rapidamente. Nas últimas quatro décadas, mais de 450 espécies de borboletas diminuíram a uma taxa média de quase 2% ao ano, de acordo com um estudo ano, a carem acordados por nal da estação é um impacto publicado na revista cientí ca mais tempo e morrerem de re a l m e nte n e g at ivo”. Par a Science. fome. descobrir onde as borboletas Já se sabe que a população da estão declinando drasticamente, Em outras palavras, elas estão borboleta-monarca ocidental os pesquisadores analisaram “ cando velhas e morrendo mais despencou em 99,9% e, mais de quatro décadas de dados cedo”, explica a coautora do recentemente, teve sua proteção c i e n t í c o s a c a d ê m i c o s e e studo Katy Prudic, negada pela Lei de Espécies comunitários em 70 regiões, de entomologista e professora Ameaçadas nos Estados Unidos. Seattle a Santa Fé e Tucson. Os assistente de ciência cidadã e Mas o estudo revelou que d a d o s f o r a m c o l e t a d o s ciência de dados na Faculdade espécies menos conhecidas, principalmente de avistamentos de Recursos Naturais e Meio como a Icaricia icarioides e o feitos por obser vadores de Ambiente da Universidade do inseto o cial do estado da borboletas. Arizona. Califórnia, a borboleta Zerene A equipe contou com três O biólogo conservacionista eurydice, estão caminhando conjuntos de dados: um Scott Hoffman Black, diretorpara a extinção. acadêmico; um do site de executivo da Sociedade Xerces “O declínio entre as espécies crowdsourcing iNaturalist, um para Conservação de Animais está em toda parte”, diz o líder do projeto conjunto da Academia Invertebrados, disse que o e s t u d o Mat t h e w Fo r i s t e r, de Artes e Ciências da Califórnia estudo é “elegante” por sua professor de biologia da e da National G eographic combinação de dados Universidade de Nevada, em Society; e um da Associação acadêmicos e comunitários. Reno. “Todas estão sofrendo”. Os N o r t e A m e r i c a n a d e “Isso aumenta nossa cientistas se concentraram no Borboletas. c ompre e ns ã o d o qu e e s t á que é provavelmente o maior acontecendo com os insetos e Os locais do estudo, tanto perigo para as borboletas: as sua redução ao redor do mundo”, urbanos quanto rurais, mudanças climáticas. A análise declarou Black, que não revelaram que as borboletas de observações de borboletas e p a r t i c i p o(07), u d oàse14 s t uhoras d o. “A desaparecendo até quarta-feira transmissão será no Sedu Digital no YouTube, nesta deAdados climáticos emcanal 70 daestavam conclusão geral de que o clima é mesmo em áreas intocadas. regiões em todo o oeste, de 1972 um fator importante no que diz Castle Peak, na Califórnia, um a 2018, revelou uma grande r e s p eito ao declínio das dos pontos mais remotos de surpresa: outonos mais quentes, borboletas é o ponto principal observação de borboletas, é um em particular, foram os maiores desse artigo”. dos lares da espécie Papilio culpados pela diminuição das z e l i c a o n , q u e d i m i n u i u Os cidadãos também podem borboletas, segundo Forister. signi cativamente em número fazer sua parte para proteger as Mais de 200 cidades nos — e m b o r a n ã o t ã o borboletas e outros insetos em Estados Unidos estão drasticamente quanto outras casa, como plantar vegetação enfrentando outonos mais espécies. Isso pode ser porque nativa e evitar o uso de quentes, sendo que os maiores “muito do dano já está feito”, pesticidas. “Não importa se você au m e nto s d e te mp e r atu r a esclarece Forister. “Em vales tem um quintal minúsculo ou o c or re m n o su d o e ste. No férteis de rios e áreas ribeirinhas cuida de um parque nacional”, A r i z on a , p or e xe mpl o, a s onde as pessoas gostam de a rma. temperaturas no outono construir fazendas e cidades — E, é claro, todos podem ter aumentaram 0,11 grau Celsius a esses insetos já não existem mais curiosidade sobre o mundo ao cada década desde 1895. Pode nesses lugares”. seu redor e registrar aquilo que ser por isso que a Vanessa Quanto ao motivo de os veem, contribuindo para sites de annabella, uma borboleta de outonos mais quentes serem tão ciência cidadã que se tornaram cores laranja e preta vibrantes, prejudiciais, isso pode estar mais p opu l are s du r ante a tem caído a uma taxa de 3% ao relacionado à diapausa p a n d e m i a . “S e m t o d a s a s ano no estado. semelhante à hibernação das pessoas interessadas em “Estamos muito focados no b or b ol e t as no outono. As fotografar, observar borboletas e [aquecimento] da primavera há temperaturas mais altas podem passar um tempo na natureza, a lgumas dé c ad as”, explic a estar forçando os insetos, que em esse estudo não teria sido Forister, mas “o aquecimento no sua maioria vivem cerca de um possível”, conclui Prudic.

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COTIDIANO 15

18 A 23 DE MARÇO/2021

Animais te ajudam a ter uma vida mais ativa e saudável

A presença de um animal em casa, além de muito carinho, também pode te ajudar a ficar mais disposto para as atividades físicas ©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE

pronta para fazer uma atividade? No entanto, alguns cuidados são necessários. Antes de tudo, você precisa ir ao médico veterinário para ter a tranquilidade de que correr com ele não será prejudicial para seu animal. Outro ponto importante é treiná-lo de maneira correta e aumentar a distância aos poucos para que ele se acostume.

Quem tem um animal em casa sabe a alegria que é. Cachorro, gato, papagaio ou outro: a companhia e a parceria quando vo cê está no lar é sempre enorme. E tem mais: ter um animal te ajuda a levar um estilo de vida mais ativo e saudável. A rotina de cuidar dos animais já te

ajuda a car longe do sofá quando estiver em casa. Além disso, a energia que eles possuem podem te ajudar a se movimentar. Principalmente os cães. Além de ser uma grande companhia, ter um cachorro em casa praticamente irá te obrigar a

queimar umas boas calorias. Caminhar ou correr ao lado do seu animal todo dia é uma ótima maneira de ganhar c o n d i c i o n a m e nt o e a i n d a aproveitar a vida. E o melhor: eles serão os maiores incentivadores do seu exercício. Quem resiste àquela carinha colada na porta,

Itens para os animais É muito importante entender melhor o seu animal. Além disso, alguns itens também vão te ajudar muito na hora de sair com s e u a n i m a l d e e s t i m a ç ã o. Con ra: Coleira guia: Por mais que o animal seja treinado e obediente, evite deixá-lo solto. Escolha uma guia que permita que o cão que próximo de você durante a

corrida. Assim, você terá mais controle sobre ele. Mochila: Existem tipos especí cos para cães. Você pode colocar sacos plásticos nelas para recolher o cocô do seu amigo, por exemplo. Bebedouro: Os dobráveis cabem no seu bolso e são úteis na hora de hidratar seu amigo, sem que você tenha que dividir sua garrafa de água com ele.

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Nova espécie de peixe é descoberta no DF e já é considerada 'ameaçada' ©DIVULGAÇÃO/IBGE

Em janeiro deste ano, pesquisadores publicaram na revista cientí ca Neotropical Ichthyology a descoberta de uma nova espécie de peixe nos rios do Distrito Federal (DF). O animal ganhou o nome de Characidium onca pela coloração de suas escamas, uma mistura de preto e dourado que lembra a pelagem das onças-pintadas. A nova espécie é considerada de pequeno porte e vive apenas no fundo do Córrego da Taquara, o que signi ca que ela já surge criticamente ameaçada para ciência, segundo os pesquisadores. O peixe está sendo monitorado por biólogos desde sua primeira coleta, em 1984. Mas a classi cação da espécie só foi possível através do trabalho feito

dentro da reserva ambiental do Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (IBGE) pelo biólogo e servidor do instituto Mauro

Lambert Ribeiro, junto com os pesquisadores Marcelo Melo, da Universidade de São Paulo (USP) e Flávio Lima, da

Un ive r s i d a d e E s t a du a l d e Campinas (Unicamp). “Essa espécie é muito importante ecologicamente

porque ela é extremamente sensível a qualquer alteração no ambiente. A existência dela na reserva indica que o ambiente está equilibrado e que os espaços aquáticos estão bem preservados”, disse Lambert ao portal G1. A Reserva Ecológica do IBGE foi criada em 1975 e ca a 25 qu i l ôme t ro s d o c e nt ro d e Brasília. O local é alvo de diversas pesquisas por abrigar diversos ecossistemas e mais de 4 mil espécies. De todas essas, 61 estão sendo ameaçadas de extinção, enquanto outras 91 são endêmicas do Cerrado, ou seja, exclusivas dessa região.

Para o biólogo Lambert, as pesquisas feitas pelo IBGE na reser va têm como objetivo conhecer a biodiversidade do local, formando coleções, que são um tipo de banco de dados físico das espécies. “Ter a reserva é um ativo para se fazer pesquisa no Cerrado, em um ambiente protegido, e depois comparar com os ambientes alterados pela agricultura, pelas represas e pelas áreas urbanas”, a rmou Lambert. O biólogo ainda complementou sua fala dizendo que dessa maneira é possível entender as mudanças do bioma quando acontecem intervenções.


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Quando os papéis se invertem Dilemas dos lhos que têm que cuidar dos pais ©FILMES GLOBALWOOD

Assim é o ciclo da vida: somos cuidados e temos alguém que zela pela nossa saúde, mas em determinado momento os papéis se invertem e cabe a nós todas as decisões sobre aqueles que protagonizaram nossa criação. Com o processo de aumento da longevidade, é esperado que o número de pessoas que vivem com algum tipo de doença neurodegenerativa também se eleve. No caso da demência, por exemplo, a projeção é que o diagnóstico triplique de 50 milhões para 152 milhões até 2050, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso porque a chance de desenvolver doenças degenerativas cresce conforme a idade avança, e os novos quadros já correspondem a 55 mil diagnósticos por ano.

preciso que o lho desenvolva habilidades que não são ensinadas na escola e nem são muito difundidas na sociedade. A situação frequentemente é encarada com surpresa, uma experiência não normativa, geradora de estresse, tensão e adaptação. Mas também pode ser vista como brecha para uma retribuição madura e espontânea, dependendo dos sentimentos e das relações estabelecidas até ali. A dinâmica e a história familiar costumam in uenciar bastante em situações delicadas e marcantes como a descoberta de uma doença degenerativa entre um dos seus integrantes. Se a relação com os genitores não foi afetivamente bem construída, cuidar dos pais pode gerar sentimentos con itantes, o que

Nesse contexto, quando uma mãe ou um pai se torna tot a l me nte d e p e nd e nte d e atenção e auxílio, além de aceitação e entendimento, é

somado a questões sociais e econômicas, tem chance de se tornar uma di culdade concreta pela sobrecarga de funções. É possível que haja sensações

de tristeza e luto pelas perdas que os esperam, revolta e indignação por terem que lidar com a situação, ou até medo, culpa e desespero por não saberem de que forma agir. O diagnóstico também pode gerar negação e frustração pelas mudanças que devem ocorrer dali em diante e pelos lhos terem que assumir novos papéis e tarefas nessa conjuntura de cuidados. Não é fácil reconhecer e internalizar a responsabilidade por limpar, medicar, alimentar, observar as ações, adaptar o ambiente, monitorar exames e receitas, checar feridas e hematomas daqueles adultos. Para começar, é preciso listar e acionar a própria rede de apoio para entender melhor sobre o problema ou doença dos pais, e isso exige tempo, recursos e disposição. É buscar ajuda para l i d ar e mo c i ona l e nanceiramente com as demandas envolvidas, s eja dentro da própria família, entre amigos e colegas, seja no Sistema Único de Saúde (SUS), com assistentes sociais ou organizações do terceiro setor. O ideal é obter suporte nessa missão de entender sobre a doença, seu curso, sintomas, c o n s e q u ê n c i a s , t e r ap i a s e tratamentos possíveis. As tarefas precisam ser divididas igualitariamente entre irmãos e parentes. Não é raro que to d a a c arg a e mot iv a s e j a direcionada para a gura da lha, já que as mulheres sempre foram consideradas as principais responsáveis pela manutenção das relações familiares e pelos cuidados dos seus integrantes. Mas isso precisa ser questionado. Lidar com uma pessoa

dependente na família não envolve apenas boa vontade, não cabe somente ao gênero feminino e tampouco é uma circunstância de menor valor. Outra atitude fundamental é lembrar que a pessoa a ser cuidada já teve independência e autonomia e estabeleceu seus gostos e hábitos. Diferente de uma criança, não precisa ser "educada" nessa fase da vida, e sim cuidada. É importante criar situações comedidas e de estímulo, que a possibilitem realizar determinadas atividades, mesmo que devagar e por etapas, mas que respeite seu tempo e suas capacidades. Apesar da intensidade do que isso pode representar, é um momento para rever laços e despertar compaixão ao perceber que os pais chegaram a um estágio de limitação e dependência, numa op or tunid ade inclusive de

exercer a solidariedade intergeracional. É importante se apropriar disso como um espaço de aprendizado, de partilha e de vivências transformadoras. Quem assumir essa responsabilidade precisa sentir que foi uma escolha, e não uma condição imposta. Essa pretensa liberdade faz muita diferença e aj u d a n a m a nu t e n ç ã o d a s relações saudáveis na família. Quando existe uma conjuntura favorável, que envolve divisão igualitária de tarefas, apoio de u m c u i d a d or pro s s i on a l , a c o n s e l h a m e n t o psicoterapêutico e recursos nanceiros para bancar os gastos e a assistência necessária, a atividade de cuidar ca menos densa e trabalhosa, o que pode abrir caminho para re exão, autoavaliação e crescimento. Compartilhar experiências com outras pessoas que vivenciaram situações similares é bastante

aconselhável para contribuir nesse processo. Entretanto, há uma alta taxa de ado ecimento daqueles que assumem a função de cuidador dos pais, principalmente entre mulheres de classes mais baixas, que cam sobrecarregadas com o acúmulo de tarefas e pelas di culdades na falta de recursos e de oportunidades devido à desigualdade social. Ap e s ar d e c omp l e x o, o equilíbrio nas tarefas de cuidar do outro e de si é imprescindível. Os cuidadores precisam sinalizar qu ando est ão ac umu l ando funções e estabelecer limites nessa relação, reservando tempo para fazerem suas próprias atividades — e que não sejam somente obrigações. Assim é possível evitar que esta fase da vida seja tida como um fardo e se con gure em novas partilhas e aprendizados, que envolvam amor, carinho e reciprocidade.

Takin-dourado, o híbrido de vaca e bode que mora no Himalaia ©WIKIMEDIA COMMONS

Escondida na superfície montanhesca do Himalaia, uma espécie curiosa de grandes ruminantes chifrudos aproveita as tardes para se alimentar de capim: os takins-dourados, também chamados de boi-decamurça ou cabra-gnu. Durante séculos, esses animais se mantiveram afastados dos seres humanos. O takin-dourado é uma criatura verdadeiramente misteriosa, possuindo um visual

que pode ser descrito como um híbrido de bode, vaca e até mesmo antílope. Donas de um belíssimo casaco de pele dourado, essas criaturas têm um corpo bastante robusto, quatro pernas curtas, focinhos longos e cascos de dois dedos. Um takin-dourado chega a pesar 350 kg na fase adulta e pode medir cerca de 2,2 metros de comprimento, conferindo-lhe uma aparência imp onente. Naturais das regiões

montanhosas da Índia, Butão e Myanmar, esses ruminantes também podem dividir território com ursos pandas em algumas partes do mundo. Mesmo tendo características de diversas outras criaturas, o takindourado está mais alinhado geneticamente com as ovelhas selvagens. Isso explica sua pelagem espessa de lã que varia entre o marrom-avermelhado ao branco-dourado — sendo a última seu traço mais notório e

brilhante. Para se ter ideia, seu casaco de pele dourado é tão brilhante que algumas pessoas acreditam que o takin-dourado tenha originado o conto do Velo de Ouro na mitologia grega. Segundo a história, Poseidon e uma ninfa eram pais de um carneiro alado chamado Crisomálo, que foi sacri cado pelo herói Jasão para que este usasse seu velo dourado para ser coroado rei. Herbívoros diurnos, os takins costumam se alimentar de bambu, ores e folhas encontradas nas regiões montanhosas na Ásia. Além disso, essas criaturas também se aproveitam da vegetação para se camu ar de possíveis predadores. C ostumam ser criaturas solitárias e também sociáveis, andando em grupos de 300 membros durante o acasalamento e adotando uma vida adulta distanciada dos demais.

Apesar dos seus chifres, esses animais não costumam apresentar comportamento agressivo — o que faz deles alvos fáceis para caçadores. Os caçadores procuram o takin para vender como carne exótica, bem como por seus belos chifres e pele dourada. Por m , e ss as i nc r íve is

criaturas têm sofrido imensamente com a perda de h a b i t at . At u a l m e nt e , s u a s populações estão reduzindo cada vez mais e suas quatro subespécies estão listadas como ameaçadas de extinção e vulneráveis no banco de dados da Un i ã o I nt e r n a c i o n a l p a r a Conservação.


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