ANO XI - Nº 412 Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia 23 A 25 DE MARÇO/2021 SERRA/ES
Distribuição Gratuita
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GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
8 Arroz carreteiro com carneseca. Aproveite ingredientes da geladeira e prepare essa deliciosa receita JORGE PACHECO Pág. 8
8 51% dos brasileiros
criticam anulação das condenações de Lula, diz Datafolha Pág. 5
ANA LUCIA
Drones vão “dar choque” em nuvens para fazer chover mais nos Emirados Árabes Cientistas dos Emirados Árabes Unidos e também da Universidade de Reading, na Inglaterra, trabalham em um projeto que pretende usar drones para tentar fazer com que chova mais no país desértico e conhecido por suas altas temperaturas
8 Passamos boa parte da vida com medo do que os outros vão pensar e medo de como seremos julgados e isso bloqueia a nossa expressão Pág. 11 HAROLDO CORDEIRO FILHO
8 Entrevista com o exdeputado federal, Carlos Manato Pág. 12
Estudantes de Afonso Cláudio constroem termoscópio em aula de Física Pág. 4
Câncer de mama supera o de pulmão e já é o mais comum no mundo
FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC
Pág. 6
©DIVULGAÇÃO/SOCIEDADE BRASILEIRA DE MASTOLOGIA
©DIBYANGSHU SARKAR/AFP
Pandemia afeta saúde mental de crianças e jovens
O número de novos casos de câncer de mama em 2020 representou 11,7% do total de todos os diagnósticos da doença no ano e superou o câncer de pulmão, que até então afetava o maior número de pessoas. No entanto, o câncer de pulmão continua a ser maior causa de mortes Pág. 9
Reações e sintomas podem ser mais difíceis de serem detectados Pág. 15
“As escolhas que zemos para as crianças foram terríveis”: um ano de ensino remoto no Brasil
Pirarucu misterioso encontrado na Flórida causa temor por desequilíbrio ambiental
©PROJETO AXÉ
©GETTY IMAGES
A descoberta de um pirarucu em um rio no estado da Flórida, nos Estados Unidos, vem intrigando e, principalmente, preocupando autoridades e cientistas estadunidenses. Natural da bacia amazônica, o peixe é considerado um dos maiores predadores do mundo, e sua misteriosa presença no rio Caloosahatchee, no parque Cape Coral's Jaycee, pode provocar uma grande desequilíbrio no ecossistema local Pág. 16
Passado um ano, no que já é considerado o pior colapso hospitalar e sanitário da história, 18 Estados brasileiros ainda se veem obrigados a manter o ensino apenas de forma remota — seja por plataforma on-line, acessada por celular ou computador, ou mesmo rádio, televisão e apostilas impressas — os demais tentam equilibrar uma forma híbrida entre o presencial e o ensino a distância Pág. 4
Médicos canadenses prescrevem 20 minutos de natureza por dia ©ISTOCK
Depois dos médicos escoceses incluírem a natureza em seus tratamentos, os canadenses também estão prescrevendo mais tempo ao ar livre como forma de cuidar da saúde. A recomendação é que sejam duas horas por semana ou 20 minutos em contato com a natureza Pág. 8
Máscaras descartáveis podem virar asfalto graças à ciência Pág. 10
2 MEIO AMBIENTE
23 A 25 DE MARÇO/2021
Qualidade da água é regular em 73% dos rios brasileiros Relatório foi divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica Mata Atlântica, é possível destacar a tendência de melhoria na qualidade ambiental de rios e
Atlântica, Gustavo Veronesi, a situação de um rio é o espelho do comportamento da sociedade e o
têm, em geral boa capacidade de se recuperar, desde que não quemos parados. É preciso agir
córregos urbanos em 2020 devido aos índices de coleta e tratamento de esgoto e do isolamento social que resultou na redução de fontes de poluição. De acordo com o coordenador do projeto Observando os Rios da Fundação SOS Mata
processo de degradação de um corpo d'água, por lançamento de esgotos sem tratamento ou desmatamento de suas margens é rápido, mas, a recuperação pode demandar muitos anos. “Por isso, os indicadores e dados mudam pouco, mas os rios
agora, mudar a nossa forma de gestão e governança e como consumimos a água”, disse. O relatório mostra que a temperatura em alguns rios chegou a 30ºC ou mais, o que é considerado um sinal de alerta sobre os impactos das mudanças
©EPITÁCIO PESSOA/AGÊNCIA ESTADO
No Dia Mundial da Água, comemorado nesta segundafeira (22), uma análise feita nos rios brasileiros pela organização não governamental SOS Mata Atlântica mostrou que nos 130 pontos monitorados no ciclo de 2020 a 2021, 95 (73,1%) apresentaram qualidade regular da água, em 22 (16,9%), ruim e 13 (10%) estão em boa condição. Não há pontos com qualidade de água ótima ou péssima. Segundo o Retrato da Qualidade da Água nas Bacias Hidrográ cas da Mata Atlântica, divulgado nesta segunda-feira (22), dos 95 pontos xos de monitoramento, em que é possível fazer um comparativo com o período anterior (20192020), houve variações expressivas em 20 pontos. Os dados mostram que a condição da qualidade da água mel horou em 10 p ontos e m a nt e v e e s t a b i l i d a d e n o s indicadores, mesmo com variações climáticas intensas nos períodos de seca e chuva, em 75 p o n t o s . N o c o m p a r a t i v o, também não foram encontrados pontos com condição ótima ou péssimo. Segundo os analistas da SOS
climáticas sobre a qualidade da água, já que as altas temperaturas reduzem o oxigênio na água e afetam sua qualidade. Segundo a S O S Mat a At l ânt i c a , as temperaturas adequadas nos pontos monitorados deveria ser entre 18 e 23ºC. Camaleão Para Furcifer a diretora de Políticas labordi Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, as autoridades devem prestar uma atenção especial na qualidade da água e na proteção dos grandes rios na Mata Atlântica, para garantir a segurança hídrica. Segundo ela, é preciso enfatizar as ações voltadas às populações que vivem em situação de vulnerabilidade social e econômica e sem acesso ao saneamento básico. “Também é preciso dar atenção aos que perderam moradia e passaram a viver nas ruas das cidades e em beira de rios ao longo da pandemia. Os indicadores levantados também reforçam que em áreas rurais há a necessidade de scalização e controle contra o uso intensivo de agrotóxicos e fertilizantes”, a rmou. O relatório indica que dos dez pontos que melhoraram de
condição alcançando o índice de qualidade de água boa, cinco estão próximos de áreas protegidas ou com mata nativa. Entre eles estão os rios Pratagy, e m A l ago a s , Bi r i r i c a s , no Espírito Santo, o Córrego Bonito, na cidade de mesmo nome, no Mato Grosso do Sul. Em pontos dos rios Tietê e Jundiaí, em São Paulo, o índice de qualidade da água foi considerado bom. Dos 14 pontos de monitoramento xos, quatro apresentaram melhora. “O ponto do Tietê é na cidade de S a l e s óp ol is , ond e c a su a nascente, e o Rio Jundiaí, no município de Salto. Os outros pontos com melhoria foram encontrados nos estados de Pernambuco, Sergipe e outros três em São Paulo. Estes últimos saíram de ruim para regular”, explicou Veronesi. O rio também saiu da condição ruim para regular nas cidades de Itu, Salto e Santana de Parnaíba. O Ministério do Meio Ambiente e a Agência Nacional das Águas foram procurados para comentar os resultados, mas não deram retorno.
Centro de Sobrevivência de Espécies é inaugurado em Foz do Iguaçu transmissão pelo YouTube. O Centro terá sede física no Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, porque a instituição já tem expertise na proteção de aves da Mata Atlântica e um corpo técnico multidisciplinar envolvido com p esquisas e estudos com aves desse bioma em
©PICASA/PARQUE DAS AVES
Na iminência de extinção em massa de espécies e da perda da biodiversidade da Mata Atlântica, o Parque das Aves, a Comissão de Sobrevivência de Espécies da União Internacional para a C ons er vação da Nature za (UICN) e o Grupo Especialista em Planejamento de
Jacutinga Conservação (CPSG), também da UICN, anunciam a criação do Centro de Sobrevivência de Espécies Brasil. O evento de lançamento do Centro aconteceu nesta quinta-feira (18), com
risco de extinção. Além disso, o Brasil abriga a maior biodiversidade e tem o segundo m ai or nú m e ro d e e sp é c i e s endêmicas do mundo. Para Carmel Croukamp, CEO
do Parque das Aves, o Centro nasce da vontade de cientistas de impactar positivamente um milhão de espécies ameaçadas de extinção globalmente pela ação humana, o que pode gerar um desequilíbrio irreversível nos ecossistemas globais. “Hoje em dia, existem muitas ferramentas para prevenir a extinção de espécies. C ons er vaç ão f unciona. No entanto, precisamos trabalhar cada vez mais juntos, conectando cientistas e dados de todos os países, capacitando pro ssionais nas metodologias efetivas desenvolvidas globalmente, e juntar pro ssionais e projetos para criar planos estratégicos para salvar espécies. A UICN é a maior instituição de conservação do mundo e a mais importante rede de expertise em conservação. Com o Centro, criamos um polo nacional para a Comissão de Sobrevivência de espécies da UICN”, a rma Croukamp. Um dos objetivos da nova instituição será impulsionar esforços de conser vação de espécies no Brasil e ser um polo
nacional de proteção de espécies classi cadas como em risco na Lista Vermelha, um banco de dados Global que monitora espécies ameaçadas de extinção e uma ferramenta essencial para as políticas de conservação. O Centro de Sobrevivência de Espécies combina a experiência e os recursos dos três parceiros para aprimorar a capacidade da rede da IUCN Comissão de Sobrevivência de Espécies para avaliar e comparar a evolução das espécies e seu risco de extinção, planejar açõ es e mo dos de implementar e executar ações
focadas em conter a perda da
biodiversidade. ©ARQUIVO/PARQUE DAS AVES
Papagaio-de-cara-roxa
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES
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CULTURA 3
23 A 25 DE MARÇO/2021
A curiosa história Romance histórico das primeiras chaves aborda viagem no Elas nasceram para manter patrimônios seguros. Mas, por muito tempo, eram diferentes do que conhecemos atualmente ©PIXABAY
tempo no Brasil colonial
"Martim Lafayette e o *Contra-Tempo", de Mandi Castro mescla cção com fatos históricos ocorridos durante o primeiro reinado ©DIVULGAÇÃO/LUVA EDITORA
FOTO: REPRODUÇÃO
N
o princípio, era o nó. Portas de casarões, templos, baús... tudo era fechado por amarração — o que, claro, não era um sistema que deixasse alguém muito tranquilo. Por mais complicado que fosse o nó, sempre haveria um jeito de desfazê-lo — se faltasse paciência, podia até ser com uma adaga, como fe z Alexandre, o Grande. A busca por uma tecnologia mais segura levou à invenção, cerca de quatro mil anos atrás, dos primeiros modelos de chave. Mas não era bem o tipo que você leva no bolso. O objeto era de madeira, grande e pesado, e tinha apoio para as mãos. Mas essa chave egípcia tinha um problema básico: a matéria-prima. Isso porque a madeira é in uenciada pelo meio. Na presença de umidade, ela incha. E aí, num dia chuvoso, um infeliz qualquer não conseguiria inseri-la na fechadura. E acabaria molhado fora de casa. O lado bom de ser grande —
pelo menos para quem era rico — tinha a ver com status. Como a produção de chaves era complexa, apenas os endinheirados eram capazes de ter uma. Já que eram enormes, as pessoas as carregavam nas costas. Hoje, claro, isso parece um estorvo. Só que na época era uma oportunidade de ostentar. Mas foi só no Império Romano — quando já havia riquezas num v o l u m e t a l q u e re a l m e nt e merecessem um sistema de segurança mais rigoroso — que começaram a surgir chaves mais e cientes: peças feitas de metal. No c o m e ç o e r a m p r e g o s metalizados, e a fechadura era feita sob medida para cada pregochave. Ainda assim, a novidade tinha defeitos. Como os pregos tinham formato parecido, não era tão difícil achar um que combinasse com a fechadura do v i z i n h o. Pa r a p i o r a r, e l e s quebravam facilmente. Então era mel hor g ar ant i r : qu a l qu e r patrimônio que valesse o investimento tinha, além das chaves, guardas armados diante
d a s p or t a s . Um a e volu ç ã o importante se deu com a chave gorja, que surgiu pouco depois. Feita de bronze e ferro, era menor e mais prática, e tinha segredos, di cultando uma invasão. Mesmo menorzinha, ainda era pendurada em lugares visíveis — pois ter uma chave continuava evidência de uma condição nanceira privilegiada. Já no século 9, os romanos chegaram a uma grande i n ov a ç ã o, u m m o d e l o qu e permaneceu na ativa ao longo de mais de nove séculos: uma chave inteiramente de ferro. Além de mais resistente, ela tinha um segredo mais complexo. Os romanos de posses costumavam ter, na época, cofres instalados dentro de cofres, e com uma chave para cada um. Até que, no século 18, com a Revolução Industrial, cou mais simples produzir uma chave de boa qualidade — e em grande escala. A chave deixava de ser coisa de rico. E se acomodava, en m, no bolso de todo mundo. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)
Obra reúne 70 nomes que impactaram a história do Brasil
Recém-lançada pela Luva E d itor a , a obr a “Mar t i m Lafayette e o *Contra-Tempo”, da escritora brasileira Mandi Castro, trata-se de um romance histórico ambientado durante o período do Primeiro Reinado no País. A partir de uma narrativa ficcional, a autora apresenta uma série de acontecimentos histór icos que re a lmente aconteceram no Rio de Janeiro colonial. A obra acompanha a s a g a d o br i l h ant e j ov e m paulista, Martim Lafayette, que possui o dom de viajar no tempo. Após alguns acontecimentos, o garoto se vê obrigado a voltar para o ano de 1822. Na antiga cidade carioca, o viajante se depara com figuras marcantes da história brasileira, como Dom Pedro I, a Imperatriz Leopoldina e a famosa amante do imperador, a Marquesa de Santos. “Um anel mágico, o gosto pela aventura e o interesse pela história do Brasil é o que nos mostra essa divertida e bem fundamentada narrativa de
M a n d i C a s t r o”, d i s s e o renomado escritor Laurentino Gomes. Por meio de referências históricas, a autora imerge o leitor no cenário político e cultural do Brasil Colonial, passando por regiões icônicas do Rio de Janeiro, como o Palácio Quinta da Boa Vista, o Mosteiro de São Bento e a bela praia de Botafogo. “O livro mistura um eletrizante thriller com diversos momentos da história do Brasil, carregando o leitor e a leitora numa viagem ao passado. Uma maravilhosa m a n e i r a d e apre n d e r, s e divertindo”, revelou a ilustre
historiadora Mary del Priore. Outro ponto alto da obra é o protagonismo feminino apresentado de maneira excepcional por Mandi Castro. Por meio de uma linguagem envolvente, a autora apresenta importantes debates sobre o papel feminino naquela época. “Eu realizei uma pesquisa de mais de 40 livros, artigos e cursos sobre o Brasil Colonial para entender o que se passava naquela época. Apesar da gente ter conhecimento sobre os eventos, não estamos familiarizados com os costumes e hábitos de uma época tão importante para nós”, explicou a escritora. “Mar tim L afayette e o Contra-Tempo”, em suma, trata-se de um livro envolvente que mescla ficção e fatos históricos, sendo uma ótima opção para os amantes desse tipo de literatura. LUCIANO DANIEL
*A palavra contra-tempo não existe. Mas como se trata de uma obra, há a liberdade poética. A forma correta da palavra é CONTRATEMPO.
Foto Antiga do ES
“Os Heróis Brasileiros”, de Ruy Sodré, trata-se de um livro envolvente que apresenta a história de ilustres figuras que marcaram o País ©JOSÉ LUIZ PIZZOL/ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (BR), MEMÓRIA/FACEBOOK
A obra “Os Heróis Brasileiros”, do escritor e aviador Ruy Sodré, reúne mais de 70 guras históricas que marcaram a história do Brasil. Ao longo das páginas, o leitor se depara com importantes nomes nacionais, como Tiradentes, Santos Dumont, Zumbi dos Palmares, Machado de Assis, Anita Garibaldi e Ayrton Senna. De acordo com Sodré, a referência para a escolha dos nomes no livro é o Projeto de Lei apresentado e aprovado no Congresso Nacional e sancionado pela Presidência da República. Autor de outras duas obras, “O Sonho de Voar — 300 anos de história” e “Santos Dumont um herói brasileiro”, Ruy Sodré div idiu s eu proj eto em 12 categorias, sendo algumas delas dentro de um contexto histórico,
c omo o p e r í o d o d o Br a s i l Colonial, Independência e a ©DIVULGAÇÃO
Insurreição Pernambucana, e outras distribuídas por diferentes áreas de atuação, como Literatura, Música e Ciência.
No l iv ro, qu e c ont a c om ilustrações dos personagens citados, é possível encontrar, ai nd a , d i fe re nte s he roí n a s brasileiras, como Anita Gar ibaldi, Mar ia Quitér ia, Princesa Isabel, Anna Nery (pioneira na enfermagem) e Clara Camarão (indígena considerada uma das pioneiras do movimento feminista no País). “Os nossos heróis, por suas realizações e legados, fazem com que cada um de nós, brasileiros, cultive suas glórias e suas memórias”, disse o autor. Segundo Ruy Sodré, seu intuito com este livro é homenagear e perpetuar o legado de grandes nomes brasileiros que de alguma forma impactaram e re vo lu c i on ar am a h i s t ór i a nacional.
Fafi, já foi grupo escolar, faculdade, biblioteca, escola de dança e artes — Foto de cerca de 1940
4 EDUCAÇÃO
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“As escolhas que fizemos para as crianças foram terríveis”: um ano de ensino remoto no Brasil — Parte I ©ANDRE PENNER/AP
O dia 23 de março cou marcado na memória da pedagoga Leila Oliveira. Foi nesta data que, em 2020, as escolas públicas e p ar t i c u l are s d e S ã o Pau l o fecharam as portas pela primeira vez, na tentativa de conter o av an ç o d o c oron av í r u s . A medida afetou 3,5 milhões de crianças e adolescentes da rede estadual e 2,3 milhões de alunos da rede particular, sem contar os estudantes das redes municipais. São Paulo era o primeiro Estado a ser arrastado para dentro da crise sanitária e o fechamento das instituições de ensino afetou milhares de famílias. “Tive de sair da creche onde trabalhava em Campinas, não consegui conciliar o trabalho com as demandas do ensino híbrido das minhas lhas”, conta a pedagoga. “Eu podia me afastar, mas sabia que outras mães não podiam parar de trabalhar”. Naquele momento, pouco se sabia sobre o vírus. Imagens de cid ades na It á li a s endo capituladas por um invasor invisível davam apenas uma mostra do que estava por vir. Oliveira faz parte do grupo de educadores que foi em busca de soluções para o fechamento das escolas. Dialogou com profe s s ore s d a A l e m an h a , Argent ina e Por tuga l. A expectativa, naquele primeiro mome nto, e r a t ro c ar b o as práticas para que as crianças e
adolescentes pudessem voltar à sala de aula o mais rapidamente possível. A possibilidade de um período longo de educação a distância não era atrativa para nenhum país. Passado um ano, no que já é considerado o pior colapso hospitalar e sanitário da história, 18 Estados brasileiros ainda se veem obrigados a manter o ensino apenas de forma remota — seja por plataforma on-line, acessada por celular ou computador, ou mesmo rádio, televisão e apostilas impressas — os demais tentam equilibrar uma forma híbrida entre o presencial e o ensino à distância. “As escolhas que zemos para as crianças foram terríveis”, lamenta a professora. “A sociedade discutiu se devíamos ou não voltar à sala de aula, e não o que precisávamos fazer para poder voltar. Isso mostra a falta de compromisso brasileiro com as crianças”. As justi cativas difusas para a reabertura de escolas no Brasil não passariam, por exemplo, no crivo de quesitos utilizados por outros países, tais como: curva de contaminação descendente e uma política pública focada no ambiente escolar com regras sanitárias claras em relação a transporte público, alimentação e retorno para casa. Sem contar os protocolos de segurança caso nada disso dê certo. Esses critérios são baseados em um
levantamento da consultoria Vozes da Educação, realizado em agosto de 2020 em uma amostra de 20 países. Naquele momento da pandemia, Alemanha, China, D i n a m a r c a , F r a n ç a , No v a Zelândia, Portugal e Singapura mostravam os melhores resultados como países que reabriram as escolas sem registrar índices de contaminação fora do controle entre alunos e professores. As novas variantes do vírus, aliadas a um afrouxamento das medidas de distanciamento social, zeram com que alguns países tivessem que voltar atrás
no plano de retorno de aulas presenciais. É o caso da Alemanha e Dinamarca, como mostra o mapa interativo do Banco Mundial, que acompanha em tempo real a situação das escolas no mundo. Os demais países que se destacaram na pesquisa no nal do ano passado ainda mantêm as instituições de ensino abertas, mas com limitações. Em todo o mundo, 73 países estão com as escolas fechadas de alguma forma (seja completamente, em algumas áreas ou por períodos especí cos, como no Brasil). E em apenas 26 o ensino presencial está totalmente normalizado, sendo apenas um na América Latina, Suriname. Outros 95 mantêm as escolas abertas com alguma limitação — caso, por exemplo, de países europeus como Espanha, Portugal e França, e dos
Est ados Unidos e C anadá. Relatório do Banco Mundial alerta que na região os prejuízos econômicos podem chegar a 1,7 trilhão de dólares em produtividade após dez meses de fechamento das escolas. “Com mais de 80% dos estudantes abaixo dos níveis mínimos de pro c i ê n c i a , a s p e rd a s d e aprendizagem prejudicariam f or t e m e nt e a o bt e n ç ã o d e habilidades básicas em vários países”, destaca o relatório. No Brasil, o fechamento das escolas pode fazer com que 70% das crianças deixem de compreender te x to s s i mpl e s , s e g u nd o o relatório. “Os p aí s e s qu e t ive r am experiências bem-sucedidas de reabertura no ano passado tinham bom controle epidemiológico da doença, forte adesão da sociedade a práticas de prevenção, como uso de máscara,
distanciamento e ocupação de espaços ao ar livre, além de transparência e comunicação de con ança com as comunidades escolares”, diz Raquel Franzim, coordenadora de educação do Instituto Alana. Ela aponta que esse conjunto de características, aliado ao monitoramento de c a s o s e re g i o n a l i z a ç ã o d e aberturas, permitiu a alguns países manter escolas abertas em plena pandemia. “Desde o início as autoridades epidemiológicas alertaram para que tivéssemos um olhar regional, num país continental como o Brasil. Infelizmente, um ano após o início da pandemia, não conseguimos garantir esses aspectos com uma colaboração entre os entes federativos”. Franzim aponta que há mudanças no cenário inicial da pandemia que afetam diretamente a reabertura das escolas. Inicialmente, acreditavase que o importante para a abertura das escolas eram as medidas sanitárias, como limpeza de ambiente. “Hoje s ab e mo s qu e iss o nã o é o su ciente”, diz. A infraestrutura da sala de aula é o que pode diferenciar entre uma abertura segura ou um ambiente de c o n t á g i o. Po r e x e m p l o, a existência de ventilação cruzada, com porta e janelas que garantam passagem de ar, e não apenas a veneziana, que, muitas vezes, só abre parcialmente. “Isso é um aspecto que consta de indicadores de qualidade do próprio MEC há décadas, mas grande parte das escolas brasileiras, até mesmo da rede privada, não garante o mínimo de infraestrutura”, a rma.
Estudantes de Afonso Cláudio constroem termoscópio em aula de Física ©ASCOM SEDU
Os alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Maria de Abreu Alvim, localizada em Afonso Cláudio, construíram um termoscópio durante uma aula da disciplina de Física, ministrada pela professora Miriã Gomes. Para a construção do objeto foram usados canudo de vidro, rolha de borracha, erlenmeyer (frasco em
©ASCOM SEDU
balão usado como recipiente em laboratório), álcool líquido 70% e corante em pó. Durante a aula, os alunos aprenderam a diferença entre um termoscópio e um termômetro, e viram a variação da temperatura ambiente e de seus próprios corpos. “O termos cópio foi um instrumento criado por Galileu Galilei durante o renascimento científico em 1592, que serve para medir a temperatura de um corpo. Na realidade, ele indica uma variação da temperatura. Pe r m i t e av a l i a r
qualitativamente o aumento ou diminuição da temperatura. Se o dispositivo possuir uma escala numérica que permite atribuir valores às te mp e r atu r as te r á mai or precisão e será chamado de t e r m ôm e t ro”, e x p l i c ou a professora Miriã Gomes. O aluno Kaique Rodrigues de Lima participou da aula e contou como foi a experiência. “As práticas fazem com que a gente conheça mais da matéria vista em sala de aula. Podemos ver na prática o que já aprendemos de forma teórica”, disse.
POLÍTICA 5
23 A 25 DE MARÇO/2021
Jorge
Analista Político
Pacheco
Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com
“Em 1948, quando começaram a demolir as casas térreas para construir os edifícios, nós, os pobres que residíamos nas habitações coletivas, fomos despejados e ficamos residindo debaixo das pontes. É por isso que eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos//Eu classifico São Paulo assim: O Palácio é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos”, Carolina Maria de Jesus identi cados como responsáveis pela repressão e maus-tratos a membros da minoria muçulmana dos uigures. As sanções adotadas pelos ministros das Relações Exteriores dos 27 países
Pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (22), mostra que 51% dos brasileiros criticam a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra 42% dos que acham que o ministro agiu corretamente. Foram entrevistadas 2.023 pessoas, entre os dias 15 e 16 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. As informações são da Folha de S. Paulo. O levantamento também mostra que 57% dos brasileiros consideram justa a condenação de Lula de nove anos de seis meses de prisão no caso do tríplex do Guarujá (SP) e que depois foi revista para 12 anos e um mês no TRF4. A pesquisa ainda aponta que 51% acham que Lula não deveria concorrer nas eleições de 2022, contra 47% que acham que o ex-presidente deveria concorrer.
UE sanciona autoridades da China e recebe resposta de Pequim
europeus são as primeiras que a UE adotou contra autoridades chinesas desde a sangrenta repressão na Praça da Paz Celestial (Tiananmen) em 1989. As sanções europeias consistem na proibição de viajar para a UE e no congelamento de bens detidos na União Europeia. Imediatamente, o governo chinês publicou uma lista de 10 cidadãos europeus, que inclui parlamentares e quatro entidades sujeitas a sanções. Em um comunicado, o ministério das Relações Exteriores da China observou que as sanções europeias constituíam uma “interferência grosseira” em seus assuntos internos. “Este gesto, baseado em nada além de mentiras e desinformação, descarta e distorce os fatos”, além de afetar a relação entre a UE e a China, declarou o ministério das Relações Exteriores. Os europeus e suas famílias serão proibidos de permanecer na China, Hong Kong e Macau. A medida diz respeito também ao Comitê Político e de Segurança, órgão que reúne os embaixadores dos Estados-membros em Bruxelas e que preparou as sanções. A UE sancionou o ex-secretário do Comitê de Assuntos Políticos e Jurídicos de Xinjiang, Zhu Hailun, bem como três
A proporção de desempregados poderá alcançar seu maior nível em 2021, com taxa de desocupação média de 14,6%, projeta a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em Informe Conjuntural divulgado nesta segunda-feira (22), a entidade considerou que, no cenário básico da economia, a recuperação da atividade começará em maio. Os efeitos da retomada no mercado de trabalho, no entanto, devem ser defasados e se iniciar somente no início do segundo semestre. Nesse cenário, parcela da população que estava fora do mercado de trabalho, seja por desalento, receio da pandemia, ou por ter recebido algum tipo de auxílio governamental, deverá voltar a procurar emprego. “A taxa de desocupação deve crescer e registrar um novo recorde no segundo trimestre”, disse a CNI. Dentro desse arranjo, o número de pessoas ocupadas será maior ao m de 2021, na comparação com 2020, avaliou a entidade. No entanto, com as pessoas voltando a procurar emprego, ou seja, com o crescimento da força de trabalho,
chinesas, banido do território chinês (assim como toda a minha família!) e proibido de qualquer contato com instituições o ciais e empresas chinesas em minha defesa do povo uigur: é minha legião de 'honra'”, escreveu no Twitter. “A resposta cada vez mais rme da China às sanções da UE é ridícula. A China está conseguindo virar os quatro principais grupos políticos no Parlamento Europeu contra ela de uma só vez”, comentou outro eurodeputado alemão, Reinhard Butikofer. As sanções europeias anunciadas hoje também incluem o general Min Aung Hlaing, chefe da Junta militar em Mianmar, “responsável por tomar decisões sobre as funções do Estado e, portanto, responsável por sabotar a democracia e o Estado de Direito”, segundo o texto. Duas autoridades da região russa da Chechênia também foram punidas. Em ligação telefônica com o presidente do Conselho Europeu, o presidente russo, Vladimir Putin, criticou a política de “confronto” adotada pela UE.
a taxa de desocupação média de 2021 será de 14,6%, superior aos 13,5% observados na média de 2020, projetou a CNI. No relatório, a entidade destacou que o emprego começou em alta no início do
AJUFE
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A União Europeia (UE) sancionou nesta segunda-feira (22) autoridades chinesas por violações aos direitos humanos contra a população uigur, um gesto que provocou a reação imediata de Pequim, que publicou sua própria lista de sanções contra legisladores e acadêmicos europeus. O Diário O cial da UE publicou hoje os nomes de quatro autoridades da região autônoma de Xinjiang
direitos humanos em Xinjiang”, disse Zenz à AFP. O governo holandês convocou o embaixador chinês na Holanda pelas sanções chinesas contra seu deputado Sjoerd Sjoerdsma. “É terrível. Provoca calafrios ver que um regime ditatorial pode atacar um parlamento e sua família desta forma”, disse à AFP o deputado belga Samuel Cogolati, uma das personalidades sancionadas. “Essas intimidações, essas ameaças, não vão n o s d e t e r, p e l o c ont r á r i o ! E l a s fortalecem nossa determinação de lutar pela democracia em Hong Kong, Tibete ou Xinjiang, onde vemos que campos de concentração estão se desenvolvendo para prender os uigures”, a rmou. “É hora de quebrar um silêncio europeu que durou muito tempo, um silêncio que se tornou cúmplice ao longo do tempo”, concluiu. O eurodeputado francês Raphaël Glucksmann, que está empenhado na defesa dos uigures, disse estar lisonjeado com a decisão das autoridades chinesas. “Soube que sou alvo de sanções ©ROGÉRIO MARQUES
©AFP
51% dos brasileiros criticam anulação das condenações de Lula, diz Datafolha
outros funcionários da mesma região autônoma. Em contrapartida, a lista dos sancionados pela China inclui cinco eurodeputados — o francês Raphael Glucksmann, os alemães Reinhard Butikofer e Michael Gahler, o búlgaro Ilhan Kyuchyuk e a eslovaca Miriam Lexmann — além do acadêmico alemão Adrian Zenz, entre outros. “Não estou surpreso (…) dado o meu papel em revelar a extensão das violações dos
Taxa de desemprego ficará em 14,6% em 2021, acima dos 13,5% de 2020
estados Decano da Corte, ministro ficará com relatoria de ação que tenta limitar poderes dos governadores O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello foi de nido hoje como relator da ação protocolada pelo presidente Jair B olsonaro (sem partido) contra lockdowns adotados por estados no combate à pandemia. A informação foi noticiada pelo Estadão e con rmada pelo UOL. Na semana passada, Bolsonaro entrou na Corte com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), pedindo que os governadores dos estados da Bahia e do Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal, sejam impedidos de decretar medidas restritivas como, por exemplo, o toque de recolher. Na prática, a ADI tem como objetivo limitar os poderes de governadores para decretar tais medidas, já que elas teriam que ser aprovadas antes pelo poder legislativo. No caso dos estados, a questão teria que passar pelas Assembleias, mas também ca em aberto a possibilidade de ações do tipo dependerem do Congresso Nacional ou das Câmaras municipais. Atual decano da Corte, Marco Aurélio será o responsável por decidir se a matéria será votada em plenário. No entanto, mesmo que a decisão seja coletiva, a tendência é de que o STF acompanhe o seu próprio entendimento sobre as atribuições dos estados e municípios no combate à covid-19. Em abril do ano passado, o plenário do STF decidiu por unanimidade que a União, estados e municípios tinham "competência concorrente na área da saúde pública". A decisão garantiu a autonomia de estados e municípios para
ano, conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Contudo, o aumento de casos de covid e as medidas de isolamento social deverão provocar uma queda na atividade econômica e a interrupção das contratações.
Marco Aurélio será relator de ação de Bolsonaro contra lockdown nos
adotarem medidas como restrições ao funcionamento do comércio e outras atividades não essenciais. Desde então, a determinação vem sendo usada por Bolsonaro para alegar que o STF tirou o seu poder de tomar ações contra a pandemia. Quando faz tal a rmação, porém, o presidente da República omite a informação de que a Corte não o impediu de tomar qualquer medida, mas apenas de niu a autonomia dos entes federativos para decidir sobre o que é melhor para cada território.
'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES
6 TECNOLOGIA
23 A 25 DE MARÇO/2021
Drones vão “dar choque” em nuvens para fazer chover mais nos Emirados Árabes
USP desenvolve tecnologia que reduz ruído de aviões em 20%
©PHOELIXDE/REPRODUÇÃO/SHUTTERSTOCK
Cientistas dos Emirados Árabes Unidos e também da Universidade de Reading, na Inglaterra, trabalham em um projeto que pretende usar drones para tentar fazer com que chova mais no país desértico e conhecido por suas altas temperaturas. A ideia é utilizar os pequenos veículos voadores para “dar um choque” e alterar a carga elétrica das gotículas de chuva das nuvens. “Equipados com uma carga útil de instrumentos de emissão de carga elétrica e sensores personalizados, esses drones voarão em baixas altitudes e fornecerão uma carga elétrica às moléculas de ar, o que deve estimular a precipitação”, a rma Alya Al-Mazroui, diretora do programa de pesquisa cientí ca
para intensi cação da chuva nos Emirados ao Arab News. Desde 2017, o governo dos Emirados Árabes já investiu mais de US$ 15 milhões em diferentes projetos — nove ao todo — volt a d o s a i n i c i at iv as qu e expandam a média de 100 mm anuais de chuva por lá. Para efeito de comparação, a média de pluviosidade em São Paulo é de 1356mm. A ideia para fazer chover mais se junta a outro projeto tecnológico em andamento com o mesmo objetivo: a “s emeadura de nuvem”. Para mudar o cenário considerado drástico de escassez de água no país, o governo local deposita grãos de sal nas nuvens para estimular a condensação e criação de nuvens. Maarten Ambaum, um dos
cientistas à frente da construção dos drones, explica que há nuvens de sobra nos Emirados Árabes, apesar da pouca expressividade (e cada vez menor) do lençol freático. O professor explica que objetivo da ação é unir gotas a ponto de torná-las grandes o su ciente para que caiam, a exemplo do que a eletricidade estática faz com “cabelo seco e pente”. Por ora, os p es quis adores aguardam a revisão do estudo cientí co em que detalham a tentativa de “dar choque” nas nuvens para estimular chuva. A expectativa é de que, quando isso acontecer, os cientistas recebam nanciamento para utilizar uma aeronave maior para facilitar o trabalho.
IBM cria inteligência artificial que um dia derrotará humanos na base do diálogo ©REPRODUÇÃO
©ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL
Pesquisadores do Departamento de Engenharia Aeronáutica (SAA) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram modi cações na geometria das asas de avião que zeram com que o ruído das aeronaves d i m i n u í s s e e m aproximadamente 20%. Segundo a USP, as soluções são baratas, de fácil aplicação e deixam o nível de ruído externo abaixo dos futuros limites planejados pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). As mudanças, desenvolvidas em parceria com a Embraer, p o dem s er implementadas tanto em aviões que já estão em operação como em projetos de novas aeronaves. D e acordo com a USP, os resultados obtidos no trabalho geraram três patentes internacionais. De acordo com os pesquisadores, as modi cações foram feitas na parte frontal da asa, nos chamados slates — abas móveis que aumentam a sustentação do avião no ar — e na região traseira, na ponta dos aps, que também auxiliam na
Imagine o seguinte cenário: você está em um debate contra uma rede neural capaz de processar milhões de informações por segundo. Quem venceria? Os humanos, hoje, ainda levam vantagem, mas até quando? Um programa de inteligência arti cial (IA) desenvolvido por cientistas da IBM mostrou ser tão bom em discutir temas com pessoas reais que parece ser uma questão de tempo até que essa competição se torne injusta. O Projeto Debater vem sendo desenvolvido há vários anos e já consegue argumentar com s eres humanos de for ma signi cativa. A IA é capaz de tomar partido em um debate com tópicos previamente escolhidos e ainda defender seu ponto de vista. Descrita em um estudo publicado na Revista Nature, a IA ainda precisa de apr i m or am e nt o, m a s e m demonstrações feitas em 2019 cou claro quão longe ela pode ir. Em uma disputa feita contra um especialista no assunto, o campeão de debates Harish Natarajan, a Inteligência Arti cial revelou que pode formar argumentos sobre tópicos complexos, apresentar um caso e sustentar sua opinião com base nos fatos. Nada mais humano que isso! Mas pelo menos por
sustentação da aeronave, principalmente nas etapas de decolagem e aterrissagem. “Nos ensaios, nós propusemos alterações no modelo da asa original para que, no momento em que o ap é acionado, uma espécie de borda que exposta, resultando na redução de seis de cib éis do r uído gerado. Ta mb é m f or a m prop o s t a s modi cações na geometria dos slates (abas móveis que ajudam a sustentar o avião), reduzindo ainda mais o ruído emitido” destacou o professor e co ordenador do estudo, Fernando Catalano. No Brasil, alguns dos principais atingidos pelos ruídos
dos aviões são os vizinhos do aeroporto de Congonhas, na capital paulista. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o ruído aeronáutico excessivo pode causar efeitos adversos sobre a saúde da população. Segundo a USP, o ruído intenso é capaz de provocar problemas de saúde, como o aumento dos batimentos cardíacos e pressão sanguínea, desencadeando complicações cardiovasculares. A perturbação do sono também é outro agravante, que pode aumentar as chances do aparecimento de distúrbios de saúde mental, como depressão e ansiedade.
enquanto ela ainda precisa ser abastecida por pessoas de carne e osso. O Projeto Debater foi alimentado com cerca de 400 milhões de notícias que formam sua base de dados, quantia su ciente para aproximadamente 100 tópicos de debates. Por isso ainda não dá para sair por aí discutindo sobre qualquer assunto. É claro que a apresentação do proj eto j á é uma g rande conquista, principalmente considerando os desa os tecnológicos de simular o pensamento humano, fator quase impossível há alguns anos mesmo para uma IA de última geração. Os avanços técnicos e a crescente maturidade na engenharia de tecnologia de argumento, além de uma intensa demanda
comercial, levaram a uma rápida expansão do projeto segundo o pesquisador de tecnologia de argumento Chris Reed, da Universidade de Dundee, no Reino Unido, que acompanhou a pesquisa de perto. Embora o Projeto Debater represente um avanço signi cativo, ainda não chegou ao ponto em que inteligências arti ciais possam raciocinar melhor que os humanos. Segundo a equipe de desenvolvimento, o debate ainda está fora da “zona de conforto” das redes neurais e novos paradigmas precisarão ser criados antes de vermos as máquinas superando a nossa h a b i l i d a d e d e p e n s a r, argumentar e re etir sobre qualquer assunto.
PRECISÃO
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CIÊNCIA 7
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Triângulo das Bermudas interfere no campo magnético da Terra, sugere a Nasa Segundo a recente descoberta, a misteriosa região é cercada por um campo magnético bem mais fraco do que o esperado ©DIVULGAÇÃO/PIXABAY
anomalia teria o tamanho dos Estados Unidos. Com isso, segundo os p es quis adores, a chamad a Anomalia do Atlântico Sul (AAS) cria uma concentração de radiação “mais intensa do que em qualquer outro lugar em órbita”, que acaba atingindo os satélites sempre que eles passam pela região. Nos primeiros dias que a Estação Espacial Internacional (ISS) entrou em órbita, por exemplo, a AAS acabou bloqueando os computadores de
Arqueólogos revelam possível ferramenta aborígene de osso de canguru
Combustíveis fósseis podem se esgotar nos próximos 50 anos, disse Xue Qikun, presidente da Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul e membro da Academia Chinesa de Ciências, em um fórum dedicado ao desenvolvimento do país ©AFP/PRNEWS FOTO/REDHAWK INVESTMENT GROUP
Cientista a rma que nos últimos 250 anos o nosso planeta tem aumentado drasticamente a exploração de fontes de energia provenientes de combustíveis fósseis, levando ao rápido c re s c i m e nt o d a e c on om i a mundial. Neste contexto, o cientista a rma que haverá um rápido esgotamento dos hidrocarbonetos nos próximos 50 anos. "Sem energia fóssil, é
impossível a existência de todas as nossas tecnologias avançadas. Assim, as estatísticas mostram que, de acordo com os atuais níveis de desenvolvimento, as fontes de energia fósseis utilizadas na Terra podem ser consumidas em 50 anos", escreve o jornal e Paper, citando o pesquisador. O especialista acredita que a humanidade deve estar seriamente preocupada com este
Escavações revelaram, em 2008, um artefato raro na região de Ngarrindjeri, ao longo do rio Murray, ao sul da Austrália. Agora, uma pesquisa publicada na revista Australian Archaeology revelou detalhes sobre a ferramenta aborígene. As informações são da Cosmos Magazine. Trata-se de uma ferramenta que os pesquisadores acreditam ser feita de osso de canguru ou w a l l a b y, u m a e s p é c i e d e marsupial. Geralmente, itens desse tipo encontrados na Austrália são feitos de pedras ou conchas, o que torna o achado ainda mais impressionante. Segundo análises de radiocarbono realizadas no artefato, ele tem entre 5.300 e 3.800 anos, dando uma nova visão à ciência de como os povos viviam na região no passado. “Mesmo um achado desse tipo
nos oferece oportunidades de entender o uso de tecnologias ósseas na região e como esses artefatos foram adaptados a um ambiente ribeirinho”, disse Chris Wils on, arqueólogo da Universidade Flinders. “Ainda estamos aprendendo muito e pensando sobre onde eles se assentam na cronologia d o p a s s a d o e s e s ã o m ai s pre va lentes em momentos diferentes. Cada artefato que BOB BEHNKEN
encontramos contribui para essa imagem e realmente precisamos saber mais para sermos capazes de fazer generalizações maiores ao longo do tempo”, explicou. Os arqueólogos acreditam que a ferramenta era usada para perfurar materiais macios, usando como exemplo pele de gambá. É possível ainda que o osso tenha sido usado como ponta de um projétil usado para caça.
problema. A m de manter o nível atual de desenvolvimento, Qikun exorta as pessoas a se esforçarem para substituir os combustíveis fósseis convencionais por energias alternativas. Ele sugere que o carvão e o gás natural devem ser substituídos por hidrogênio, ou, por exemplo, usar energia solar, que é quase inesgotável.
Arqueólogos encontram cesta de 10.500 anos em caverna em Israel ©DIVULGAÇÃO/YANIV BERMAN/IAA
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FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
©DIVULGAÇÃO
Já faz anos que a ciência tenta compreender os mistérios do Tr i â n g u l o d a s B e r m u d a s . Através de diversos estudos, então, a Nasa fez uma nova descoberta sobre a curiosa região, localizada entre Miami, Bahamas e Porto Rico, segundo a IstoÉ. De acordo com os cientistas da agência espacial, descobriu-se que, a lém de inusit ado, o Triângulo ainda gera um ponto fraco no campo magnético do planeta entre a América do Sul e o sul do Oceano Atlântico. Tal
bordo, fazendo com que as agências espaciais responsáveis tivessem de desligar seus sistemas. Enquanto isso, astronautas narram que, sempre que passam pela zona onde o campo magnético terrestre é mais fraco, acabam vendo estranhas luzes brancas piscantes. O problema, segundo Weijia Quang e Andrew Tangborn, ambos da Nasa, contudo, é que a área da AAS está se movendo e se ampliando rapidamente com o tempo. Sendo assim, de acordo com os cálculos dos cientistas, pode ser que a anomalia aumente cerca de 10% em relação aos últimos registros, feitos em 2019. Por isso, inclusive, os especialistas buscam novas formas de proteger os astronautas que devem passar pela inusitada zona do Triângulo das Bermudas, que segue bastante misteriosa.
Cientista avalia quando vão se esgotar combustíveis fósseis na Terra
Escavações realizadas na caverna Muraba'at em Israel revelaram uma descoberta impressionante. Os arqueólogos encontraram uma cesta perfeitamente conservada que parece ter sido fabricada nos dias de hoje, mas tem mais de 10 mil anos. Conforme noticiado pelo p or t a l Ancient Or ig ins, o artefato antigo foi divulgado pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA, na sigla em inglês). Eles encontraram a cesta vazia e fechada com uma tampa feita de
tecido, mesmo material do recipiente encontrado. Não se sabe ainda o que era guardado na cesta. A p ar t ir de uma aná lis e realizada no item, os pesquisadores veri caram que a cesta possui cerca de 10.500 anos, durante o período préneolítico da olaria. Haim Cohen, do lab oratór io IAA em Jerusalém, disse: “Esta é a descoberta mais emocionante que encontrei na minha vida”. “O cesto tem capacidade para
cerca de 92 litros. Não sabemos ainda que tipo de planta foi usada para fazer isso, mas estamos investigando”, explicou. “No entanto, já podemos dizer que duas pessoas o teceram e que uma delas era canhota”. “A operação de resgate visa o levantamento de centenas de cavernas no deserto da Judeia para rastrear e preservar as antiguidades que ainda estão escondidas lá antes de serem recuperadas e vendidas no mercado privado, como já aconteceu no passado” disse Naama Sukenik do Departamento de Material Orgânico da IAA. Ele elucidou que “os materiais orgânicos geralmente não têm a capacidade de sobreviver por p er ío dos t ão longos”. “No entanto, a condição climática especial do Deserto da Judeia, seu tempo seco, permitiu que dezenas de artefatos durassem séculos e milênios”.
8 BEM-ESTAR
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Exercícios mais intensos aumentam longevidade Estudo revela que incluir exercícios vigorosos reduz mortalidade em 17% ©SPORLAB/UNSPLASH
Arroz carreteiro com carne-seca ©DIVULGAÇÃO
( C h i n a ) , Un i v e r s i d a d e d e Santiago do Chile (Chile) e da Universidade Europeia Miguel de Cer vantes (Espanha). Rezende utilizou dados populacionais do e National He a l t h I n t e r v i e w S u r v e y, realizado nos Estados Unidos, que acompanha 403.681 pessoas anualmente com questionários e análises sobre a prática de atividade física e referente à saúde. “Com a análise conseguimos responder uma antiga pergunta: o que é mel hor, at ividade moderada ou vigorosa? Mostramos que as duas são importantes, mas que dar maior intensidade à atividade física regular reduz ainda mais a mortalidade. O resultado do estudo reforça a recomendação da OMS de pelo menos de 150 a 300 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana, ou 75 a 150 minutos de atividade física de intensidade vigorosa, ou uma combinação equivalente das intensidades das atividades”, diz. A intensidade de uma atividade física é medida pela unidade de equivalente metabólico, ou a quantidade de g a sto e ne rgé t i c o — qu e é produzido por quilo de peso por minuto. Atividades moderadas, como uma caminhada leve de d e s l o c a m e nt o, p a s s e a r d e bicicleta ou atividades domésticas que envolvem gasto energético variam de três a seis unidades de equivalente metabólico. Já natação, dança, pedalar em uma velocidade mais alta, correr, e praticar esportes como futebol, handebol e boxe são atividades vigorosas, que correspondem a mais de sete unidades de equivalente metabólico. “Primeiro comparamos os adultos que não praticavam atividade física com aqueles que
praticavam alguma atividade f í s i c a n a s e m an a , independentemente da intensidade. Com isso vimos que adultos que praticavam alguma atividade física, a despeito da idade e de outros fatores, apresentavam menor mortalidade [comparado com quem nunca deixou de ser sedentário]. Não importa se a atividade é moderada ou vigorosa. Só que a magnitude dessa redução da mortalidade é maior para atividade vigorosa que para atividades moderadas. Esses resultados corroboram as últimas recomendações da OMS para atividade física”, a rma. Na análise dos que realizaram pelo menos alguma atividade física durante a semana, os pesquisadores calcularam a porcentagem de exercícios vigorosos e moderados na prática semanal. “Um indivíduo que faz 75 minutos de atividade física vigorosa realiza o equivalente a 150 minutos de atividade moderada no percentual da participação da atividade vigorosa no total de atividade física semanal”, explica Rezende. Para “calibrar” os dados de um grande número de indivíduos com diferentes históricos, os p e s qu i s a d ore s pre c i s a r a m incluir out ros fatores que poderiam interferir no resultado nal, evitando assim “vieses”. “Foi necessário ajustar a análise com o que chamamos de variáveis de confusão, que poderiam interferir no resultado de um estudo relacionado à longevidade, que monitora essas pessoas por anos. Com isso precisamos ajustar fatores como tabagismo, doenças existentes no início do estudo, consumo de álcool e outras variáveis que poderiam explicar essas associações”, diz.
Médicos canadenses prescrevem 20 minutos de natureza por dia Para a Dra. Melissa Lem o acesso a áreas verdes é tão importante quanto a alimentação, atividades físicas e o sono Depois dos médicos escoceses incluírem a natureza em seus tratamentos, os canadenses também estão prescrevendo
Nutricionista - CRN:14100665
mais tempo ao ar livre como forma de cuidar da saúde. A recomendação é que sejam duas horas por semana ou 20 minutos
em contato com a natureza. Esta prescrição é parte de uma iniciativa chamada Park Prescriptions, ou PaRx, que
C
arroz, o sal e a água fervente.
l á ss i c o d o n a l d e semana, o arroz carreteiro faz sucesso por aproveitar as sobras de comida. Caso vá preparar a carne-seca do zero, é recomendável deixá-la de molho por 12 horas para dessalgar, trocando a água no mínimo três vezes antes de cozinhar. A receita do arroz leva 30 minutos e rende quatro porções. Ingredientes 1 colher (sopa) de óleo; 1/2 xícara (chá) de bacon cortado em cubos pequenos; 1 alho amassado; 1 cebola picada; 200g de carne-seca (cozida) des ada grosseiramente; 2 unidades de tomate sem pele, sem sementes, picados; 1 e 1/2 xícara (chá) de arroz; 1 colher (chá) de sal; 3 xícaras (chá) de água fervente; 1 colher (sopa) de cheiro-verde picado.
reconhece os benefícios que o tempo que passamos em contato com a natureza podem trazer para a nossa saúde. A médica de família Melissa Lem explica que a natureza deve ser considerada o quarto pilar da saúde, além da alimentação, exercícios e sono, e que os governos devem incluir o acesso a espaços verdes como parte essencial do sistema de saúde. Passar um tempo em uma oresta diminui os níveis de hormônio do estresse em 15 minutos, reduz a in amação em adultos com Doença Pulmonar Obstrutiva e o risco de infecções pulmonares. Além disso, passar mais tempo em contato com a natureza pode tornar as pessoas menos propensas a desenvolver doenças cardíacas, hipertensão ou diabetes. Outros estudos indicam que terapia natural melhora o bem-estar psicológico de pacientes com câncer e ativa células que matam tumores. Para a Dra. Lem, receitar mais
(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020
Modo de preparo 1. Em uma panela, aqueça o óleo em fogo médio e frite o bacon até dourar. 2. Junte o alho, a cebola e a carne-seca e refogue por alguns minutos. 3. Acrescente os tomates, o
Cozinhe, com a panela parcialmente tampada, por 10 minutos ou até o líquido secar e o arroz car cozido. 4. Tampe a panela e reserve por 5 minutos. Acrescente o cheiroverde e sirva em seguida.
tempo na natureza, de forma explícita, pode ajudar a convencer as pessoas de que esta atitude é importante para manter a saúde. “Quando quero que um de meus pacientes se lembre de algo, sempre anoto em um pedaço de papel e entrego a eles ou, atualmente, envio um e-mail para que eles se lembrem. É realmente fácil esquecer conselhos verbais”. No futuro um aplicativo do Programa PaRx vai permitir que os pacientes registrem o tempo que passaram ao ar livre para que os médicos possam
monitorar estas atividades. A médica da família de Ontário, Tar a S ome r v i l l e, t amb é m acredita que quando um médico pres cre ve uma re ceit a de atividade física é muito mais provável que o paciente faça mais atividades. “Escrevendo essa receita como um lembrete, vamos conseguir mais compreensão: mais pessoas se conectando com o mundo exterior e consigo mesmo, se desconectando de seus telefones”, Dra. Tara Somerville.
Fonte: Revista Casa e Jardim
©DIVULGAÇÃO/O COMEÇO DA VIDA: LÁ FORA
A prática regular de atividade física já está mais que estabelecida como uma forma e caz de garantir qualidade de vida e reduzir a mortalidade. Um estudo recente publicado na revista JAMA Internal Medicine mostrou, no entanto, que não só a regularidade, mas também a intensidade da atividade física resulta em maior longevidade. A conclusão é de um estudo realizado com base em dados de 403.681 pessoas, em que se comparou a redução da mortalidade associada a diferentes combinações de exercícios de intensidades moderadas e vigorosas dentro do t e mp o r e c o m e n d a d o p e l a Organização Mundial de Saúde (OMS), de 150 a 300 minutos por semana. “Qualquer tipo de atividade física regular é melhor do que nada. No entanto, o que vimos no nosso estudo foi que incluir exercícios vigorosos — como futebol e corrida, por exemplo — na prática semanal está associado à redução de mortalidade. Na comparação com adultos que realizaram apenas atividades moderadas, aqueles que fazem metade ou 75% de atividade vigorosa do total da semana tiveram 17% de redução da mortalidade em geral, que inclui entre diferentes c au s a s a m or t a l i d a d e p or doenças cardiovasculares e câncer”, diz Leandro Rezende, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Pau l o ( E P M - Un i fe sp ) qu e coordenou o estudo. Rezende, que foi bolsista da Fapesp na pesquisa de doutorado e pós-doutorado, tem realizado análises com base em dados populacionais para identi car associações entre atividade física, nutrição e redução de doenças crônicas, especialmente o câncer, bem como estudos de modelagem do impacto de intervenções e políticas públicas voltadas à alimentação saudável e promoção de atividade física na redução de doenças e gastos com saúde. Nesse artigo publicado no JA M A , e l e c o n t o u c o m a colaboração de pesquisadores da U n i v e r s i d a d e d e Wu h a n
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
SAÚDE 9
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Técnica inovadora corrige deformidades nas pernas de crianças e jovens ©DIVULGAÇÃO/INSTITUTO NACIONAL DE TRAUMATOLOGIA E ORTOPEDIA
Quésia Vitória, de 10 anos, foi a primeira paciente do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro, a ser submetida a uma cirurgia com técnica inovadora para corrigir deformidade nas pernas, provocada pela doença de Blount. Ela operou a primeira perna em julho do ano passado e a segunda em dezembro e se prepara para retirar o aparelho do lado direito na próxima quarta-feira (24). O Into é vinculado ao Ministério da Saúde Pioneiro no Brasil, o pro c e d i m e nt o g ar ant e u m tratamento mais confortável às crianças e adolescentes, que estão entre os casos mais frequentes, e com maior controle das
p e l a a lt e r a ç ã o n o desenvolvimento da tíbia (o osso da canela), levando à deformação progressiva das pernas. De acordo com o instituto, Quésia desenvolveu a doença a partir dos três anos de idade, quando o encurvamento das duas pernas começou a se tornar mais grave. O pai da menina, Valdemir Carmo do Nascimento, relatou que a lha sentia muitas dores e tinha muita di culdade para andar. “Nós procuramos um t r at a m e nt o e , n a l m e n t e , encontramos esse no Into. Quando recebi a notícia de que a Quésia seria operada, eu chorei d e f e l i c i d a d e ”, c o n t o u Nas cimento. E le atestou a rapidez com que os resultados da
correções ortopédicas. A doença de Blount é um distúrbio de crescimento que se caracteriza
cirurgia foram observados: “Em pouco tempo, as pernas da minha lha começaram a voltar para o
lugar. Fiquei muito feliz porque o resultado foi muito rápido e satisfatório”. O chefe do Centro de Alongamento e Reconstrução Óssea do instituto e idealizador da técnica, Flávio dos Santos Cerqueira, a rmou que esse procedimento é um agente de transformação. Ele já foi aplicado até agora em quatro pacientes e já tem agendado mais um para a próxima semana. O médico explicou à Agência Brasil que anteriormente, para corrigir essa deformidade, era usado um aparelho xador circular, mais incômodo, mais volumoso, que di cultava a higienização do paciente. “O conforto para a criança ca pior. Aí, a gente conseguiu adaptar o
aparelho monolateral, mais leve, mais confortável”. Batizada de dupla osteotomia de abertura gradual e controlada, a técnica cirúrgica insere um xador externo na perna do paciente para a realização de duas aberturas ósseas. Por realizar essas aberturas de maneira gradual, o novo procedimento é menos doloroso e reduz as chances de necrose da pele e de lesões dos tecidos encurtados, informou o Into, por meio de sua ass ess or ia de imprensa. Além disso, a estrutura do aparelho utilizado na técnica é mais leve e menor, o que facilita os movimentos do paciente. A deformidade provocada pela doença de Blount pode ser bilateral, ou seja, nas duas pernas,
como foi o caso de Quésia, ou unilateral, em apenas uma das pernas. Flávio Cerqueira disse que a criança pode “fazer carga e fazer marcha”, ou seja, andar durante todo o tratamento. Mesmo com o aparelho na perna, essas crianças já andam. O aparelho permite a carga”. O médico esclareceu que se e s s a d e f or m i d a d e n ã o f or operada, ela vai piorando e ocorrendo maior desgaste dessa articulação com o passar do tempo. A pessoa consegue andar, “mas é uma marcha completamente desajeitada”, mencionou. Segundo o especialista, a deformidade física se torna uma deformidade social, porque as crianças acabam não querendo mais ir à escola,
brincar com os amigos, levar uma vida normal. A nova técnica “d e volve a auto e st i m a e a con ança da criança, melhorando sua qualidade de vida”, a rmou Cerqueira. Ele explicou que a doença de Blount acontece na infância. Tem três estágios: Blount infantil, juvenil e da adolescência. Essa ocorre entre nove e 11 anos de idade, mas pode ser operada até os 14 anos. “Como toda doença, têm alguns casos que são mais severos e outros menos severos. Mas, quanto antes você faz o diagnóstico e o tratamento, suas chances de sucesso e o prognóstico são melhores”. Flávio Cerqueira disse que em torno de um mês a um mês e meio de operada, a deformidade é corrigida. Incluindo os meses que o aparelho permanece na p e r n a d o p a c i e nte até s e r retirado, todo o processo é concluído em mais ou menos quatro meses. Após a realização da cirurgia no hospital, o tratamento tem continuidade em casa, com a abertura manual realizada pelo responsável pela criança ou o adolescente e orientada pela equipe médica. Cerqueira disse que a nova técnica será publicada em abril próximo em revista cientí ca americana de descrição de técnicas cirúrgicas. Depois da publicação, a técnica passa a ser reconhecida mundialmente.
OMS: câncer de mama supera o de pulmão e já é o mais comum no mundo Informação é da Agência Internacional para a Investigação do Câncer ©DIVULGAÇÃO/SOCIEDADE BRASILEIRA DE MASTOLOGIA
do Câncer, da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020 foram diagnosticados mais de 2,2 milhões casos de câncer de mama, 11,7% do total, sendo o que mais pessoas atinge no mundo. A diferença para o câncer de pulmão — que era o mais diagnosticado — não é muita, segundo a agência. Com 11,4% do total, o câncer de pulmão é o segundo mais encontrado, mas continua a ser aquele que mais pessoas mata. Em 2020 foi responsável pela
O número de novos casos de câncer de mama em 2020 representou 11,7% do total de todos os diagnósticos da doença
no ano e superou o câncer de pulmão, que até então afetava o maior número de pessoas. No entanto, o câncer de pulmão
continua a ser maior causa de mortes. De acordo com a Agência Internacional para a Investigação
morte de quase 1,8 milhão de pessoas, 18% do total de mortes por câncer. E se o da mama foi o mais diagnosticado em 2020, é apenas o quinto na lista dos que mais matam, depois do pulmão, colorretal, fígado e estômago. Uma das razões para que o câncer de mama tenha se tornado de maior incidência pode estar relacionado, dizem os especialistas, a fatores sociais como o envelhecimento da população, a maternidade cada ve z m ai s t ard i a ou out r a s situações como a obesidade, o sedentarismo, consumo de álcool
ou dietas inadequadas. Essas informações foram dadas ao jornal El País pelo médico Álvaro Rodriguez-Lescure, presidente da Sociedade Espanhola de Oncologia. De acordo com os dados da OMS, é possível veri car que o câncer de próstata foi, no ano p ass ado, o terceiro mais diagnosticado. A doença é, no entanto, a oitava em relação ao número de mortes. No ano passado perderam a vida com câncer de próstata 370 mil pessoas.
10 GERAL
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Má scaras descartá veis podem virar asfalto graças à ciê ncia ©DIVULGAÇÃO
necessidade urgente: de acordo com levantamento divulgado pela ONG Ocean Conservancy, mais de 129 bilhões de máscaras descartáveis são jogadas fora mensalmente no mundo — muitas indo parar nos oceanos. “Esperamos que isso abra a porta para novas pesquisas, para trabalhar através de maneiras de gerenciar ris cos à saúde e segurança em escala e investigar se outros tipos de EPI também seriam adequados para r e c i c l a g e m”, a r m o u D r. Mohammad Saberian, primeiro autor do estudo, lembrando que o experimento é só o começo de tal
As máscaras salvam vidas na pandemia, mas quando descartadas se transformam em lixo tão problemático quanto qualquer outro — e foi para resolver tal dilema que pesquisadores do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne (RMIT University), na Austrália, reaproveitaram máscaras descartadas como matéria-prima
para construção de estradas. Triturando as máscaras faciais descartáveis e misturando com entulhos processados de construções, o material, segundo o estudo, atende os padrões de segurança da engenharia civil para a construção de novas vias. O reaproveitamento resolve um problema cada vez maior no contexto da atual pandemia, já
que o descarte incorreto de máscaras já vem se tornando um problema ambiental grave atual — com os equipamentos de proteção individual sendo cada vez mais encontrados em praias do país e do mundo. Segundo o experimento, o uso das máscaras faz com que o material nal para pavimentar as estradas seja ainda mais
t r a b a l h o p e l a s “e s t r a d a s recicladas”. “Se pudermos trazer o pensamento da economia circular para este problema massivo de resíduos, podemos desenvolver as soluções inteligentes e sustentáveis que p r e c i s a m o s”, c o n r m o u o professor Jie Li, líder da Escola de Engenharia da RMIT. Intitulado “Reaproveitamento de máscaras faciais descartáveis da Covid-19 para base de pavimentação”, em tradução livre, foi publicado na revista S c i e n c e o f t h e To t a l Environment.
resistente e rígido do que o asfalto tradicional. O experimento a rma que um quilômetro de estrada em duas pistas utiliza cerca de três milhões de máscaras reaproveitadas no material de pavimentação desenvolvido pelos pesquisadores australianos. O reaproveitamento de tais materiais é mais do que útil, e sim
Aprenda a limpar suas plantas com café Nas épocas mais quentes e secas, é importante dar um pouco mais de atenção para as folhas das suas plantas ©PIXABAY
dias de férias, na praia, programou-se para car deitado tomando sol, relaxar e
a areia vai se acumulando no seu corpo. É isso que acontece com as suas plantas quando
©PIXABAY
Em dias mais quentes e secos as plantas precisam de um pouco mais de atenção e
Um pano e um pouco de café podem deixar suas plantas mais bonitas e saudáveis
Para folhas menores e mais sensíveis, ao invés do pano com café, borrife água cuidado. Pense em você, 15
aumentar sua vitamina D. Mas
e st ã o e m u m lu g ar s e m
umidade e com pó. A sujeira que algumas plantas acumulam nas folhas pode até atrapalhar o processo de fotossíntese. A boa notícia é que resolver isso é bastante simples. Sempre que notar que suas plantas estão empoeiradas, o que pode acontecer a cada duas semanas nestes dias de verão, é importante separar um tempinho para literalmente, limpar as folhas. Pegue a borra de café, cubra com água ltrada e deixe descansando por, no mínimo,
uma hora. Depois, junte a esta á g u a u m p ou c o d e c afé ltrado normalmente. Outra solução é passar um café bem forte. Deixe esfriar até car na temperatura ambiente. O próximo passo é mexer o pó e molhar um pano poroso no líquido desta mistura. Retire o excesso de líquido e passe o pano com cuidado nas plantas que têm folhas grandes. É importante lembrar que esta limpeza deve ser reservada apenas para as folhas largas e mais
resistentes. Para plantas menores ou muito sensíveis, borrifar água pode ser a m e l h o r s o l u ç ã o. A nt e s , pesquise se a espécie gosta de receber água diretamente na folhagem. É importante lembrar que na natureza as plantas estão no seu habitat ideal, com solo naturalmente rico e chuvas para lavar suas folhas, troncos e ores. Quando a gente escolhe ter plantas em casa, as vezes precisa ter um cuidado a mais para que elas continuem felizes.
COMPORTAMENTO 11
23 A 25 DE MARÇO/2021
ANA LUCIA Ana Lucia Bernardo Cordeiro
Professora
Epitáfio ©PINTEREST
S
e você está se perguntando o que é um epitá o, a gente te ajuda. É uma homenagem feita sobre lápides tumulares ou monumentos funerários. Pode ser uma frase, um elogio ou algo que tenha representado a vida daquela pessoa. Por mais que uma canção sobre isso possa parecer triste, a música, na realidade, nos coloca para re etir através de uma composição bonita com versos capazes de fazer com que a gente mude a nossa percepção de tristeza. Devia ter amado mais Ter chorado mais Ter visto o sol nascer Devia ter arriscado mais E até errado mais Ter feito o que eu queria fazer A música é toda composta na primeira pessoa, dando um tom de con ssão em que o personagem re ete sobre como gostaria de ter aproveitado mais a vida. A ideia de que a pessoa da canção está morta se dá por conta do título: Epitá o. No primeiro verso, o personagem fala que deveria ter amado, chorado, arriscado e até errado mais na vida. Ter saído mais vezes para aproveitar o pôr do sol e ter levado a vida da forma que queria e não da forma que outras pessoas esperavam. Queria ter aceitado
As pessoas como elas são Cada um sabe a alegria E a dor que traz no coração Nesta estrofe, o personagem faz uma autocrítica que serve para todos nós. A nal, quem nunca discutiu, brigou e perdeu tempo falando dos outros e implicando com a forma de ser das pessoas. De acordo com a percepção dele, deveríamos simplesmente aprender a aceitar as pessoas como elas são, porque cada um sabe o que faz bem para si mesmo. Cada um de nós conhece suas fraquezas e seus pontos fortes, por isso, não devemos julgar ninguém. Devia ter complicado menos Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr Devia ter me importado menos Com problemas pequenos Ter morrido de amor Observamos ao longo da canção que a intenção, também, é fazer uma crítica ao capitalismo e à forma como a sociedade vive nos dias atuais. A questão do 'devia ter trabalhado mais' nos ilustra um sistema que foi construído justamente para oprimir as p ess oas. Horas e horas de trabalho sem ter a chance de cuidar de si mesmo, de ver a natureza lá fora, ou se questionar sobre o objetivo de tudo isso. Esse trecho mostra o a r r e p e n d i m e nt o d e t e r s e
importado com coisas bobas e não ter se permitido amar mais. De qualquer forma, é importante lembrar que o personagem da música está morto, mas nós ainda podemos mudar o que não gostamos em nossa vida. O acaso vai me proteger Enquanto eu andar distraído O acaso vai me proteger Enquanto eu andar Neste trecho, p o demos interpretar como uma forma de entrega do personagem: deixarse levar pelo acaso e con ar que sempre estará protegido. Isso evitaria da gente car se preocupando à toa o tempo todo, com medo de viver, medo de arriscar.
Passamos boa parte da vida com medo do que os outros vão pensar e medo de como seremos julgados e isso bloqueia a nossa expressão. A vida passa rápido demais para você não aproveitar da forma que acha melhor, do jeito que gosta, respeitando a sua essência, suas vontades e desejos. Devia ter complicado menos Trabalhado menos Ter visto o sol se pôr Epitá o termina voltando à ideia de que ele morreu sem viver a vida que queria viver. Ele se arrepende de várias coisas e isso torna a canção, ao mesmo tempo, melancólica e apelativa. O personagem não tem como mudar tudo o que passou, mas nós ainda temos essa
oportunidade. A mensagem que ca é que você pode mudar tudo e começar a vida que deseja viver agora, estando mais conectado com o presente e com tudo o que te cerca. Sem dúvidas, a música deve ser interpretada como um convite para que possamos sair da rotina e viver uma vida com mais sentido, com menos apego às coisas materiais, valorizando os pequenos detalhes. Essa música foi composta por Sérgio Brito e interpretada pelo mesmo, que faz parte da Banda Titãs. Vamos viver cada segundo, pois o amanhã a Deus pertence. Deixo esse texto a todos que têm coragem de mudar suas vidas!
Qual a diferença entre simpatia e empatia? ©BEM WHITE/UNSPLASH
Simpatia e empatia são duas p a l av r a s c ons t ant e m e nt e utilizadas quando queremos descrever os nossos sentimentos perante outras pessoas, mas podem ser termos que causam certa confusão. Aliás, quando você está sendo somente simpático e em que hora suas emoções começam a ser empáticas? A resposta é mais simples do que parece. Se o gato de algum conhecido morre, por exemplo, é bem possível que você se sinta simpático aos seus sentimentos. Entretanto, caso você também tenha perdido seu pet recentemente, as suas
emoções talvez sejam melhor descritas como empáticas. Entenda só! De maneira geral, a simpatia frequentemente está relacionada aos sentimentos de pena e similares que são gerados quando alguma pessoa sofre algo desagradável. A empatia, por outro lado, está mais ligada ao fato de se colocar no lugar dessa outra pessoa e sentir as dores dela como se fossem suas. Porém, essas são de nições que só começaram a car e x p l i c i t a s r e c e nt e m e nt e . Segundo os dicionários de língua portuguesa, a palavra
simpatia pode ser utilizada para descrever o sentimento de solidariedade e de boa disposição para com outras pessoas ou causas. Também pode estar relacionada a ideia de apreço ou admiração. Apesar de o termo "simpatia" não necessariamente estar ligado aos seres humanos, normalmente era utilizado para isso. Escritores sempre utilizaram-na em conjunto com amor, desgraça e tristeza. Não à toa, a palavra esteve ligada ao mesmo signi cado de empatia por muito tempo. Surgindo um pouco depois do conceito de simpatia, a palavra empatia foi originária do termo alemão Einfûhlung, criada pelo lósofo Robert Vischer em 1870 para explicar sua teoria de como os seres humanos absorvem prazer da arte e também da natureza. Desde então, seu conceito foi adaptado para outras línguas, como o português. Em sua essência, o termo mostra que nós, de maneira
involuntária, reagimos a algo inanimado injetando nossos sentimentos sobre ele. Posteriormente, a palavra empatia começou a ser representada no português para mostrar como os humanos re etem seus sentimentos uns nos outros e o desenvolvimento das relações interpessoais. Entre os acadêmicos
pensadores da área etimológica, entretanto, ainda não existe um consenso para dizer qual a real diferença de signi cado entre as palavras simpatia e empatia. Portanto, se você ainda não sabe se encaixar como uma pessoa empática ou simpática, sinta-se livre para utilizá-las como quiser e desfrutar dos seus mais puros sentimentos humanos.
12 OLHAR DE UMA LENTE
23 A 25 DE MARÇO/2021
HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Pré-candidato em 2022, Manato critica política estadual C
um tem a sua liberdade, cada um tem a sua preferência, o que importa é a índole da pessoa, se ela é séria, honesta, trabalhadora, isso é que interessa”, explica. Empenhado em ver um Estado mais justo e desenvolvido, Manato está criando o “Projeto Cuidar”, que quer cuidar do Estado, cuidar das áreas do Estado. “Não adianta eu gastar dinheiro no Cais das Artes, enquanto nossos hospitais carecem de máquinas de ressonância, pessoas nas las precisando de cirurgia de cataratas, precisando de exame de mamogra a ou de preventivo do câncer... vamos cuidar dessas pessoas. Vamos pegar as prefeituras e comprar serviços no lugar mais próximo que tiver, se o cidadão mora em Dores do Rio Preto
arlos Manato, médico especialista em Ginecologia e Obstetrícia, aposentado, atuou como deputado federal por quatro mandatos consecutivos. Em 2019, foi convidado pelo presidente Jair Messias Bolsonaro para assumir a Secretaria Especial da Casa Cível para a Câmara dos Deputados, onde permaneceu até junho daquele ano. Como empresário, participou do grupo de sócios do Hospital Metropolitano. Pré-candidatíssimo ao governo do Estado em 2022, deu entrevista à coluna Olhar de uma Lente, do jornalista Haroldo Cordeiro Filho, na qual apresentou algumas ideias de gestão pública e fez duras críticas às ações do governo Casagrande, como o lockdown,
formas diferentes, oferecendo mais incentivos. Se as empresas vierem para cá elas gerarão empregos, o que gera
obrigados a obedecerem o decreto por pressão do governo estadual, através do Tribunal de Constas (TC), do Tribunal ©HAROLDO CORDEIRO FILHO
Carlos Manato e Haroldo
©CAMPO GRANDE NEWS
ou em Alegre, por exemplo, faz a ressonância em Guaçuí, o município mais próximo, com preço do Sistema Único de Saúde (SUS)... o dono do aparelho, muitas vezes, ca com ele parado. Colocando uma van de 16 lugares todos os dias para transportar essas pessoas, em um mês você acaba com a la”, garante. Perguntado sobre o governo federal, Manato disse que Bolsonaro não consegue trabalhar e nem desenvolver o que se propôs. “Rodrigo Maia atrasou o País dois anos. O que zeram esses anos
Francisco sofreu por pressão da indústria da seca? Outra situação é referente às estradas da transamazônica que começavam e paravam, começavam e paravam. Agora as coisas estão andando p or lá, graças ao atual presidente”, elogia. Prosseguindo na análise de trabalho sério e honesto, Manato critica o que tem sido feito no Espírito Santo. “Aqui, no nosso Estado, perdemos o Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap) e não houve nenhuma programação estratégica para trazer e manter aqui as empresas de exportação e importação, elas sumiram do solo capixaba. O Estado não criou facilidades, muito pelo contrário,
consumo, gera receita, é assim que deve funcionar porque funciona em outros estados”, analisa. Manato não deixou por menos quando falou da pandemia, segundo ele “o lockdown é um projeto da esquerda festiva com o qual os governadores estão fazendo para ver se recebem mais dinheiro do governo federal e desgastar o presidente Jair Bolsonaro. Não tem nada que comprove, cienti camente, que o lockdown ajuda. Esse decreto do governo estadual, que vem tendo apoio
de Justiça (TJ) e do Ministério Público (MP), uma verdadeira injustiça”, salienta. “Praias que signi cam ar puro, atividades físicas, vitamina D, estão fechadas. Não usaram protocolo de tratamento preventivo com os medicamentos Ivermectina, Azitromicina e hidrocloroquina, isso tudo é um crime com a população brasileira. Politizaram a pandemia e nós lamentamos muito porque é o ambulante que não pode trabalhar. Aqui TATI BELING
©PREFEITURA DE VITÓRIA/DIVULGAÇÃO
©MONTANHAS CAPIXABAS
decretado no último dia 18. Atualmente, atuando no mercado imobiliário com sua empresa FM Imobiliária, localizada na Mata da Praia, Manato disse ter colocado seu nome à disposição do presidente Jair Bolsonaro para concorrer ao cargo de governador do Estado em 2022. “Não estou liado à nenhuma legenda, vou para o partido que o presidente sinalizar. Sou o único qu e c ol o c ou o nome c omo pré candidato contra o atual governo, já existe uma conversa com ele (presidente) e, se tudo caminhar do jeito que vem caminhando, meu nome é o que tem mais simpatia no grupo conservador no Estado. Alguns podem não concordar com o projeto, mas é assim mesmo, esses pensam pequeno, estão mais preocupados com projetos individuais”, a rma Manato. O ex-deputado é favorável à liberdade econômica que, de acordo com ele, é essencial para o desenvolvimento de qualquer país e essa coisa de direita e esquerda é uma coisa muito radical. “Assumi meu primeiro mandato em 2003 e metade dos votos foram da igreja Maranata. Lá, nossos princípios são conservadores, somos contra o aborto, contra as drogas, contra a pedo lia e defendemos o casamento dentro da normalidade, mas respeitamos as diferenças, as diversidades, as minorias (quilombolas, indígenas, LGBTQIs), somos todos iguais perante a Deus. Cada
agora ele está levando água, passando por cima de tudo e todos. Quantos embargos a transposição do Rio São
Palácio Anchieta, sede do governo do ES
todos com o Nordeste, muitos caram milionários com a indústria da seca, mas
colocou di culdades... não houve parceria. O Estado pode ganhar de
de alguns municípios, está matando milhares de micro e pequenos empresários, deixando pais de famílias em desespero. Estão acabando com empregos, isso é um absurdo. A gente não entende como alguns municípios que estavam no risco amarelo até alguns dias atrás e, hoje, mesmo tomando todos os cuidados preventivos foram
mesmo, na praia de Camburi, tem um vendedor de coco que a barraquinha dele sustenta cinco famílias. Por isso e por tantas outras coisas que sou totalmente contra essa medida descabida, ridícula e populista... É uma medida “esquerdopata” que vem prejudicando não só o nosso Estado, mas todo o Brasil”, lamenta.
BRASIL 13
23 A 25 DE MARÇO/2021
A semana em Brasília S e no E
Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes
Sérgio Majeski (PSB)
MUNDO EDUCAÇÃO/UOL
SCC10
Felipe Rigoni (PSB-ES)
ELLEN CAMPANHARO/ALES
jornalfatosenoticias.es@gmail.com
Majeski orienta complementação do auxílio emergencial e suspensão do pagamento de empréstimos
Rigoni pede renegociação de dívidas rurais no Espírito Santo O deputado federal Felipe Rigoni encaminhou indicação ao ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a gravidade da dívida rural entre os produtores capixabas. O documento sugere a renegociação dos débitos com os produtores afetados pelas secas no norte capixaba e a oferta de novas linhas de crédito para a região. “O Espírito Santo teve três anos seguidos de impacto nas lavouras por causa da seca entre 2015 e 2017. Os prejuízos criam um ciclo de pobreza muito difícil de ser quebrado: se você produz menos que o esperado, acaba acumulando dívidas e, consequentemente, tem mais di culdade para acessar novas linhas de crédito e voltar a produzir”, explica Rigoni. O documento encaminhado ao Ministério da Economia pontua, também, a desvalorização das culturas tradicionais do Espírito Santo. Entre janeiro de 2017 e fevereiro de 2021, a saca de soja, muito cultivada no Centro-Oeste, teve valorização de 130%. No mesmo período, o preço do café arábica, que responde por 30% das plantações capixabas, cresceu apenas 31,81%. “O preço da saca de café cresceu menos que a in ação acumulada no período (46,86%). Isso mostra uma perda de lucratividade do negócio que, mesmo sem as quebras de lavouras, já implicaria em prejuízo para o setor. É preciso considerar o contexto local na construção das linhas de crédito para os produtores capixabas”, enfatiza o deputado.
Negão do Bloco (Republicanos) ©ARQUIVO PESSOAL
Colocando a casa em ordem
Estão aprovadas na Assembleia Legislativa mais três propostas do deputado estadual Sérgio Majeski (PSB) para amenizar os impactos econômicos e sociais da pandemia no Espírito Santo. “O agravamento da pandemia e a necessidade de adoção de medidas restritivas de circulação das pessoas para conter a alta de casos e o colapso do sistema hospitalar agrava e muito a situação dos pequenos empresários e dos trabalhadores. É essencial que o Estado estabeleça novos mecanismos de socorro e estímulo aos micro e pequenos empreendedores e suspenda a cobrança do pagamento das parcelas dos empréstimos contraídos no ano passado. A complementação do auxílio emergencial também vai atender uma parte signi cativa dos mais pobres. As famílias mais vulneráveis já estão com di culdades para conseguir alimento”, destaca Majeski. Na última quinta-feira (18), o Governo Federal con rmou a criação do novo auxílio emergencial, com pagamentos de quatro parcelas com valores entre R$ 150 e R$ 375, bem abaixo dos R$ 600 por parcela pagos em 2020 e a proposta de Majeski bene ciaria, no Espírito Santo, os trabalhadores informais e integrantes do Bolsa Família com uma complementação nanceira.
Suspensão do pagamento das parcelas de crédito Microempreendedores Individuais (MEIs), representantes da Economia Solidária e trabalhadores autônomos que em 2020 conseguiram obter o crédito de R$ 5 mil, dentro do pacote estruturado pelo Governo do Estado para amenizar os impactos econômicos provocados pela pandemia, já começaram ou terão que começar a pagar o empréstimo. Vencida a carência de seis meses, começa a cobrança das 24 parcelas de R$ 208,33. Situação similar também é vivenciada pelos micro empresários que contrataram crédito de até R$ 31,5 mil para pagar os empregados na pandemia. Passada a carência de seis meses, o nanciamento começa a ser pago em até 48 vezes. “A pandemia não acabou e tecnicamente a situação está pior. Quem pegou empréstimo no ano passado é porque passava di culdades e as di culdades permanecem atualmente, di cultando o pagamento das parcelas. A suspensão é necessária”, naliza Majeski.
Evair de Melo (PV-ES) A importância da água em nossas vidas
O deputado federal e vice-líder do governo na Câmara, Evair de Melo, foi o presidente da Frente Parlamentar Mista da Água na Câmara dos Deputados. Constituída por senadores e deputados, a frente tinha a intenção de contar com representantes da sociedade civil, de ONGs e de associações que trabalham com temas ligados à água. A Frente tinha como atribuições a realização de seminários, estudos, debates e simpósios e incentivar a realização de audiências públicas, plebiscitos, referendos e outras formas de participação popular visando a participação da sociedade civil. A frente contava com o apoio da Agência Nacional de Águas (ANA), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), das universidades e dos institutos federais, instituições que deram suporte técnico e cienti co. “Água é essencial para a nossa existência, em todas as formas de preservá-la e mostrar a nossa sociedade de como é importante reutilizar e economizar, estarei junto. A água é fonte de vida não apenas as pessoas, mas ao nosso solo, aos nossos animais. Como parte da Biodiversidade, também precisamos discutir as diversas utilizações da água em sua plenitude, seja para o consumo humano, para a agropecuária, para a indústria e outras formas de oportunidades, como exemplo, no turismo”, declarou o parlamentar.
Sônia Steins (Patriotas) Estradas rurais ©REPRODUÇÃO INTERNET
GRAICHE
Janete de Sá (PMN) Assembleia aprova dois projetos que garantem direitos às mulheres vítimas de violência física e obstétrica O vereador fundãoense, Negão do Bloco (Republicanos), saiu em defesa da atual gestão devido à situação nanceira calamitosa encontrada no município. De acordo com o vereador, colocar a casa em ordem demandará tempo e paciência tanto da administração quanto do munícipe. “O nosso prefeito Gil ainda tem muitas di culdades em acertar as contas da administração anterior e colocar para funcionar melhor outros serviços da prefeitura, mas com a nova área administrativa na avenida Atlântica, próximo ao Mineirão, serviços da prefeitura como: Protocolo, Setor Tributário e Núcleo de Gestão Integrada da Orla, o acesso será mais fácil. A participação da comunidade é fundamental, por isso, em breve, o prefeito irá atender de 15 em 15 dias, nesse local, para facilitar sua interação com os moradores. É a prefeitura mais próxima do cidadão, ouvindo as demandas e buscando soluções conjuntas”, acredita o vereador.
No Mês das Mulheres, a deputada Janete de Sá (PMN) conseguiu a aprovação de dois projetos de sua autoria com o objetivo de romper o ciclo de violência em diversas áreas em que a mulher está submetida. “Nós somos contrários a qualquer tipo de violência contra as mulheres de nosso Estado. A prioridade na cirurgia plástica reparadora para vítimas mutiladas pelas agressões é necessária uma vez que as vítimas não podem sofrer diariamente ao se olharem no espelho e terem que encarar dano à sua integridade físico-estética. O projeto da violência obstétrica visa garantir mais direito às gestantes que não podem ser maltratadas, sofrer violência verbal ou física no período em que elas estão frágeis psicologicamente”, justi cou a deputada Janete de Sá. O projeto da violência obstétrica contra as gestantes foi aprovado com emenda que prevê multa ao agressor e determina o prazo de 45 dias para entrar em vigor.
A vereadora Sônia Steins (Patriotas), em nota, chamou a atenção do prefeito Gilmar Borges para as estradas da zona rural do município de Fundão. "Na comunidade de Encruzo, famílias estão sem condições de sair de casa devido às péssimas condições das estradas. A situação crítica pode comprometer o escoamento da colheita em efeito cascata, chegar aos feirantes e ao consumidor", explica Sônia.
14 VARIEDADES
23 A 25 DE MARÇO/2021
Novo estudo aponta que Marte tinha metade da água do Oceano Atlântico
Dom Pedro II e a chegada do telégrafo ao Brasil
A pesquisa ainda trouxe revelações importantes sobre o destino dessa grande quantidade de água
©GETTY IMAGES
Ao longo de mais de cem anos, o telégrafo incorporou-se ao cotidiano dos povos, acelerou a comunicação e mudou o modo de descrever os acontecimentos na sociedade ©CREATIVE COMMONS/DIVULGAÇÃO
Um novo e stu d o, publicado na última terça-feira (16), realizado em parceria pelo Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL) e o Instituto d e Te c n o l o g i a d a Califórnia (Caltech), traz novas revelações sobre a quantidade de água que Marte já teve. S e g u n d o o s especialistas, há quatro bilhões de anos o Planeta Vermelho tinha água su ciente para cobrir toda sua extensão. Em comparação, a quantidade seria
equivalente à metade do Oceano Atlântico da Terra. O mar de Marte tinha entre 100 e 1.500 metros de profundidade, hoje de 30% e 99% dessa á g u a e s t á pre s a n a crosta do corpo celeste. A principal teoria sugere que, devido à b a i x a g r av i d a d e , o l í q u i d o c o u aprisionado entre os minerais do planeta, enquanto outra parte foi perdida na atmosfera. “Como temos mediçõ es de vár ias espaçonaves, podemos v e r qu e Mar t e n ã o
recicla e, portanto, a água agora está presa na crosta ou foi perdida para o espaço”, disse o cientista do Programa de Exploração de Marte da Nasa, Michael Meyer. Eva Scheller, uma das autoras da pesquisa, explicou que toda a água “ cou presa muito cedo, e depois nunca mais saiu”. Entretanto, ela acrescenta que “o escape atmosférico não explica totalmente os dados que temos sobre a quantidade de água que realmente existiu em Marte”.
Seis meses depois, em 1874, “ A c o m u n i c a ç ã o d o s poderia tornar avizinhar o pensamentos, das ordens, das Brasil da Europa, estreitando as partindo do Rio de Janeiro, notícias já não encontra demora relações com vista a divisas cruzando o Atlântico até Cabo Verde, Ilha da Madeira e na distância”. Assim anunciava políticas e econômicas. Em 1872, concedeu ao Barão C a r c av e l o s e m Po r t u g a l , o ministro Eusébio de Queiroz, a Dom Pedro II, o êxito da de Mauá o direito de lançar chegava a primeira transmissão implantação da primeira linha cabos submarinos e explorar a telegrá ca. Tratava-se de uma de telégrafo elétrico, em 1852, telegra a elétrica entre o Brasil mensagem de Dom Pedro II numa primeira etapa ligando a e a Europa por 20 anos. Coube informando o feito para a Quinta Imperial ao Quartel ao recém-construído Hooper, rainha Vitória e ao rei Dom General do Exército, sanando a segundo maior navio do mundo Luís, de Portugal. Ao longo de um século e meio, necessidade de expedir ordens no ramo, estender 1150 milhas rápidas para a repressão ao náuticas de cabo submarino, de o telégrafo incorporou-se ao Recife até o banco de Bragança a cotidiano dos povos, acelerou a trá co de escravos. comunicação e mudou o modo milhas de Belém. OA transmissão imp ér io dos serát rópicos no canal da75 Sedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira (07), às 14 horas A linha foi inaugurada em d e d e s c r e v e r o s e nc ont rou o au ge d e s e u desenvolvimento nos anos setembro de 1873, com trocas acontecimentos. Sua difusão e 1850, quando o País buscava d e t e l e g r a m a s e n t r e o s seu desenvolvimento criaram ©WIKIMEDIA COMMONS acompanhar a marcha do progresso com a implantação d e e s t r a d a s d e f e r r o, d a iluminação a gás e do telégrafo elétrico. Em vinte anos, o Império estendeu quilômetros de linhas telegrá cas ligando 182 estações, capazes de “estreitar num sólido e vigoroso laço de o todo o vasto litoral de um ao outro extremo do País”. Em 1866, o navio inglês Great g o v e r n a n t e s d a s d u a s uma cultura própria, com Eastern estendeu um cabo províncias, e, em dezembro do vocabulário, linguagem, ritmo e submarino entre a Europa e a m e s m o a n o, f o i t a m b é m f o r m a s d e c o m u n i c a r América do Norte, vencendo a concluída a ligação entre compartilhados por milhões de chamada barreira da imensidão Salvador e Rio de Janeiro. A pessoas em todo o mundo. O do oceano. Dom Pedro II, um eletricidade agora ligava as cabo submarino do Barão de e ntu s i a s t a d a s i n ov a ç õ e s cidades mais importantes do Mauá permaneceu em uso até o te cnológ ic as, não p erdeu Império. ano de 1973. tempo. A telegra a ultramarina
Pintura de Dom Pedro II
Reservas: (27) 99961-8422
Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br
COTIDIANO 15
23 A 25 DE MARÇO/2021
Pandemia afeta saúde mental de crianças e jovens, dizem psiquiatras Reações e sintomas podem ser mais difíceis de serem detectados ©TV BRASIL
A pandemia do novo coronavírus afetou não só a saúde mental dos adultos, mas também das crianças e dos adolescentes. É o que a rma o professor de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Guilherme Polanczyk. “A pandemia, e todo o contexto que a a c omp an ha , te m ge r a d o situação de estresse em crianças, adolescentes e adultos. Como as crianças e os adolescentes são menos infectados e como, muitas vezes, o sofrimento deles ca mais desapercebido, eles tendem a ser mais negligenciados”, disse o especialista. Segundo o médico, sintomas como irritabilidade, mudanças de humor, insônia, di culdade de concentração podem ser fáceis de se identi car em adultos, mas apresentam diversas nuances quando se trata de crianças e adolescentes. Polanczyk analisa que a idade da criança também interfere na forma como ela reage à pandemia. As crianças menores, por serem mais dependentes dos pais, vão lidar com a pandemia muito em função de como os pais estão lidando e como o ambiente está organizado. “As crianças maiores sentem falta dos amigos.
Elas já têm capacidade maior de compreensão de uma forma autônoma, muitas vezes não completamente adequada, ou de uma forma não completamente realista, e podem interpretar de forma mais catastró ca algumas situações”, disse. O professor defendeu a retomada das aulas presenciais ou híbridas, desde que g a r a nt i d a s a s m e d i d a s d e segurança aos alunos e pro ssionais da e ducação, porque representa uma nova fase de desenvolvimento para os pequenos. “É preciso sensibilidade para poder explicar para as crianças o que está acontecendo, mostrar a i mp or t ânc i a d e e n f re nt ar, eventualmente, o desconforto social ou o medo da contaminação, e que esse cenário é combatido com os cuidados de higiene, por exemplo”. Polanczyk disse que crianças que apresentam sintomas como di culdade para dormir, relatos de preocupação, alterações de comportamento e até queixas de dor física merecem atenção especial. Os pais devem car atentos a qualquer um desses sinais e buscar a ajuda de um pro ssional de saúde. Em sua prática médica psiquiátrica diária, o professor
de Psiquiatria da Escola Médica da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio), Daniel Monnerat, disse que, apesar de estatisticamente as crianças serem menos infectadas, elas acabam sofrendo indiretamente, primeiro com uma “menor” preocupação dos seus familiares em termos delas estarem com menor fruição, aproveitando menos as rotinas diárias. Segundo, elas acabam sofrendo, indiretamente, por estarem reclusas, mais introspectivas, vivendo uma vida mais caseira porque os pais, por
serem adultos, ao cumprirem as medidas de isolamento para não infectarem outras pessoas, cam mais tempo em casa e isso interfere na socialização dos menores, nas atividades lúdicas, recreativas. “Por tabela, essas crianças acabam, de alguma forma, sofrendo por essa reclusão que se impôs a todos nós pela pandemia da covid-19”. Monnerat explicou que, para a rmar que o maior efeito da pandemia se dá em crianças maiores ou menores, é preciso analisar como era o estilo de vida diária dessas crianças e adolescentes pré-pandemia.
Muitas vezes, alguns deles já eram mais introspectivos, mais caseiros, usavam ferramentas, como redes sociais e internet, para fazer contatos com os amigos. Para esses, o isolamento pode não ter afetado muito o modus operandi (modo de agir) que eles tinham anteriormente. Por outro lado, segundo o professor da PUC Rio, para aqueles adolescentes que faziam viagens e socializavam nos nais de semana, com certeza esse isolamento e os critérios mais rígidos que a população está enfrentando, sobretudo este ano, a pandemia está sendo mais
difícil. Monnerat observou ainda que para pacientes que já tinham algum diagnóstico psiquiátrico, a pandemia pode exacerbar esses sintomas, fazendo com que eles precisem de mais atendimento médico, com intervenção de medicamentos mais incisiva e, quando isso não é realizado, pode fazer com que quadros de depressão, de ansiedade e de rejeição se acentuem. Monnerat reforçou a necessidade de os pais e responsáveis explicarem às crianças que as medidas de isolamento social impostas pelas autoridades sanitárias não são um castigo, mas foram determinadas pensando na coletividade. “Eu acredito que as crianças tendem a sofrer menos, porque elas estão sendo sensibilizadas, desde o começo da pandemia, a pensar no coletivo. Mas se são crianças que vivem em família com algum desfa lque emo ciona l, com ausência de progenitores e vivem mais à der iva, no s ent ido emocional e educacionalmente falando, elas já estão sofrendo mu it o e s of re r ã o m a i s a o perceberem que poderão retomar as atividades”. É preciso c o nt e x t u a l i z a r o s c a s o s e entender os anseios dessas crianças e jovens, disse.
Níveis de testosterona podem ter um impacto na generosidade, diz estudo Pesquisa revela que níveis mais altos de testosterona em homens podem afetar disposição para a generosidade ©FREE-PHOTOS/PIXABAY
Uma equipe de pesquisadores a liados a diversas instituições chinesas encontrou uma ligação ent re a generosidade nos homens e seus níveis de testosterona. Em artigo publicado na revista cientí ca Proceedings of the National Academy of Sciences, o grupo descreve os experimentos realizados com voluntários do sexo masculino e detalham tudo o que aprenderam sobre o impacto dos níveis de t e s t o s t e ro n a n o comportamento desses indivíduos. Pesquisas anteriores já haviam
mostrado que quantidades elevadas de testosterona nos homens poderiam afetar negativamente a tomada de decisões, contribuindo para o desenvolvimento de condutas antissociais, danos a relacionamentos românticos e, em alguns casos, aumento no desejo por bens materiais. Nos homens, a produção de testosterona ocorre principalmente nos testículos e nas glândulas suprarrenais. O impacto desse hormônio no cérebro varia de acordo com a quantidade produzida — ou seja, é diferente de indivíduo
para indivíduo. Munidos dessas informações, os pesquisadores se perguntaram se níveis elevados do hormônio poderiam ter um impacto sobre a generosidade. Para descobrir, a equipe reuniu 70 voluntários do sexo masculino, com idades entre 18 e 25 anos. O experimento começou separando os voluntários em dois grupos e esfregando um gel nos braços de cada participante. No primeiro grupo, o gel continha 150 miligramas de testosterona; o segundo grupo, p or s u a ve z , re c e b e u u m placebo. Na etapa seguinte, os pesquisadores explicaram o conceito de distância social — ou proximidade emocional — para ambos os grupos. A equipe então solicitou que os voluntários avaliassem quão próximos eles se sentiam de determinadas pessoas que faziam parte de suas vidas. Em seguida, foram excluídos to d o s o s volu nt ár i o s qu e relataram manter
relacionamentos negativos com as pessoas avaliadas. Depois, os pesquisadores pediram aos voluntários que avaliassem o grau de distância social das pessoas em suas vidas. Depois disso, os participantes receberam uma quantia em d i n h e i r o, q u e d i f e r i a d e indivíduo para indivíduo. Na etapa posterior, cada um dos voluntários foi solicitado a passar por um teste em uma máquina de ressonância magnética funcional, enquanto os pesquisadores escolhiam uma das pessoas que os voluntários haviam avaliado e, em seguida, pediam ao voluntário para tomar uma decisão sobre o dinheiro: eles poderiam manter a quantia somente para si próprios ou dividir o montante com a pessoa escolhida pelos pesquisadores. Ao estudar os dados, a equipe descobriu que os voluntários tendiam a dividir o dinheiro com as pessoas que haviam avaliado como “próximas” em
seu círculo social. No entanto, aqueles que haviam recebido a testosterona em gel acabaram sendo menos generosos. A partir das imagens de ressonância magnética, os pesquisadores também encontraram diferenças na atividade da junção temporoparietal no cérebro — a parte do cérebro associada à empatia. Os resultados da pesquisa se alinham às
e vidências ap ontadas p or estudos anteriores. Em 2019, por exemplo, uma investigação conduzida por pesquisadores do Reino Unido e da Alemanha concluiu que níveis elevados de testosterona di cultam o desenvolvimento da empatia e podem estar associados ao autismo — um transtorno com alta taxa de prevalência em indivíduos do sexo masculino.
16 GERAL
23 A 25 DE MARÇO/2021
Pirarucu misterioso encontrado na Flórida causa temor por desequilíbrio ambiental ©GETTY IMAGES
A descoberta de um pirarucu em um rio no estado da Flórida, nos Estados Unidos, vem intrigando e, principalmente, preocupando autoridades e cientistas estadunidenses. Natural da bacia amazônica, o peixe é considerado
um dos maiores predadores do mundo, e sua mister ios a presença no rio Caloosahatchee, no parque Cape Coral's Jaycee, pode provocar uma grande desequilíbrio no ecossistema local — um misterioso exemplar
da espécie foi encontrado na beira do rio que corre desde o lago Okeechobee até o golfo do México. Não se sabe ainda como o pirarucu, também conhecido como arapaima, foi parar em um
rio na Flórida, mas sabe-se bem a dimensão e a força do peixe, capaz de passar de três metros e superar os 300 kg em peso, carregando uma pele considerada uma verdadeira armadura tamanha sua resistência. A região do rio Caloosahatchee é conhecida como cenário da prática de pesca esportiva, e uma eventual propagação do gigante do Amazonas com seu apetite voraz pode ameaçar severamente o equilíbrio ecológico local. O pirarucu é capaz de produzir centenas de milhares de ovos ao longo de sua vida, mas não há, no entanto, qualquer indício de que o peixe tenha se reproduzido nos EUA. A preocupação é tamanha que as autoridades ambientais locais emitiram um aviso para que qualquer pessoa que aviste um exemplar nas águas de lá tirem uma foto ou lmem o animal e liguem para um número de emergência informando o local e
a data da aparição. O pirarucu gosta de viver em águas calmas e quentes, e possui sensibilidade à água fria, mas poderia transformar o sul do estado em seu habitat. Por se alimentar de peixes comercialmente importantes para o estado, a recomendação é que, caso seja encontrado, o animal seja morto e de forma alguma seja devolvido à natureza. Segundo especialistas, o impacto pode ser ambiental, econômico e até mesmo turístico. Para a culinária regional
amazônica o pirarucu é um peixe fundamental, utilizado em divers os pratos t ípicos do Amazonas e do Pará. Sua escama dura também era utilizada no passado como lixa de unha e outras utilidades. Pesquisadores suspeitam que algum morador da Flórida tenha criado um Pirarucu em casa e soltado o animal na natureza selvagem, ou simplesmente levado o peixe morto até o rio para provocar o espanto, a preocupação e as especulações.
(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES
Mais tempo em mídias sociais está associado a maior risco de suicídio em adolescentes ©DADO RUVIC/REUTERS
Conforme aumenta a quantidade de tempo que as adolescentes passam no Instagram, TikTok e outros sites de mídia social, aumenta o risco de suicídio a longo prazo, alerta um novo estudo da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos. A descoberta decorre de uma década passada rastreando hábitos de mídia social e risco de suicídio entre 500 meninos e meninas adolescentes, o maior esforço desse tipo até hoje.
Segundo os pesquisadores, meninas que começaram a usar mídias sociais por duas ou mais horas por dia aos 13 anos, e foram aumentando esse tempo de uso ao longo dos anos, tinham níveis mais altos de risco de suicídio na idade adulta emergente. No entanto, entre os meninos, esse padrão não surgiu. Uma das razões, teorizou a equipe de Coyne, é que a mídia social e as meninas tendem a se concentrar n a m e s m a c o i s a :
relacionamentos. Meninos, nem tanto. Os p es quisadores explicam que as meninas pareciam sentir e internalizar problemas de relacionamento em níveis diferentes dos meninos. Para o estudo, foram realizadas
pesquisas anuais entre 2009 e 2019, com adolescentes de 14 anos, em média, na época do lançamento do estudo. A maior parte do risco pertencia a meninas que, quando adolescentes, já passavam muito tempo usando mídias sociais,
TV e/ou videogames. À medida que seu tempo de tela aumentava ao longo dos anos, também aumentava o risco de suicídio quando chegavam aos 20 e poucos anos. O estudo não provou causa e efeito, ela observou, embora
sugerisse que provavelmente é uma rua de mão dupla. Os pesquisadores dizem que são necessários mais estudos para identi car se a depressão na adolescência pode aumentar o uso da mídia social e o risco de suicídio ou se é o contrário.