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ANO XI - Nº 413 25 A 30 DE MARÇO/2021 SERRA/ES
Distribuição Gratuita
©ISTOCK
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
8 A Páscoa está chegando
Que tal apostar nesta receita deliciosa de salada de grão-debico com bacalhau? Pág. 8
JORGE PACHECO
8 Após ser declarado
'parcial', Moro defende condenação de Lula Pág. 5
ANA MARIA IENCARELLI
8 Não se abandona uma criança apenas quando ela é deixada num cesto ou numa lixeira Pág. 10
HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 Em Fundão, Legislativo e Executivo se unem em busca de soluções para melhorias na cidade Pág. 12 NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA
8 Estamos vivendo tempos
desa adores. Um caos instaurado, dentro e fora
35 milhões de brasileiros vivem sem água tratada
Pág. 11
Usina solar transforma água do mar em água potável no Quênia ©IREPRODUÇÃO/YOUTUBE GIVEPOWER
FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC
Tecnologia pode ser a solução para a falta de água limpa que atinge mais de dois bilhões de pessoas no mundo Pág. 6
Além disso, cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgotos O novo ranking con rma que o País mantém sem serviços de água t r at a d a qu a s e 3 5 m i l h õ e s d e habitantes, sendo 5,5 milhões nas 100 maiores cidades (população da
Noruega). Temos aproximadamente 100 milhões de pessoas sem acesso à coleta de esgotos, sendo 21,7 milhões nesses maiores municípios (população do Chile). O Brasil ainda
não trata metade dos esgotos que gera (49%), o que representa jogar na natureza, todos os dias, 5,3 mil piscinas olímpicas de esgotos sem t r at ame nto. Nas 1 0 0 mai ore s
cidades, em 2019, descartou-se um volume correspondente a 1,8 mil piscinas olímpicas diárias. Pág. 16
Anteossauro, o réptil exterminador que possuía o peso de um hipopótamo
©ISTOCK
©WITS UNIVERSITY/REPRODUÇÃO
Imagem rara mostra aglomeração de meros no litoral catarinense
Sincronia entre crianças e cães favorece o desenvolvimento
©ÁTHILA BERTONCINI/PROJETO MEROS DO BRASIL
Gigantes do Atlântico, que podem atingir mais de dois metros de comprimento, os meros são peixes imponentes de comportamento tranquilo Pág. 2
Estudo analisou comportamentos de crianças e seus cães e os impactos no desenvolvimento infantil Pág. 8
Em meados do período Permiano, há cerca de 265 milhões de anos, o continente africano abrigou um predador letal que, apesar de possuir as dimensões de um hipopótamo Pág. 7
Cientistas querem transformar Sinai em oásis Pág. 16
2 MEIO AMBIENTE
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Imagem rara mostra aglomeração de meros no litoral catarinense Registro raro mostra os meros em momento de agregação reprodutiva ©ÁTHILA BERTONCINI/PROJETO MEROS DO BRASIL
Gigantes do Atlântico, que podem atingir mais de dois metros de comprimento, os meros são peixes imponentes de comportamento tranquilo. Este jeitão vagaroso, entretanto, é o que torna a espécie tão vulnerável à pesca e um dos motivos pelo qual hoje ela é considerada c r it i c am e nte am e a ç a d a d e extinção no Brasil. Com sua população em declínio, encontrar meros cou cada vez mais difícil e, por isso, todos os encontros com esse gigante são s e mpre c om e m or a d o s p or p e s q u i s a d o r e s . Na ú l t i m a semana, a equipe do projeto Meros do Brasil teve uma grata surpresa e fez o registro não apenas de um, mas de um grupo de oito meros na costa de Santa Catarina. E a aglomeração destes gigantes, normalmente solitários, tem um motivo bem especí co: é hora de acasalar! A agregação reprodutiva de meros (Epinephelus itajara) ocorre todos os anos, normalmente no verão, entre novembro e março. A avistagem
do projeto Meros do Brasil foi feita durante a instalação de um re c e ptor, ut i l i z a d o p ar a o monitoramento dos peixes, no município de São Francisco do Sul, no litoral catarinense. “Flagrar uma agregação já é algo que exige muita sorte, pois temos que estar no local certo, na hora certa. No passado, essas agregações chegavam a reunir centenas de meros, porém hoje, com a pesca predatória, os números foram cando cada vez m e n o r e s”, c o m e n t a M a i r a Borgonha, gerente-geral do Meros do Brasil. Em fevereiro de 2012, a equipe do projeto registrou, no mesmo local, uma agregação de mais de 40 peixes. Agora, março, é o m do período reprodutivo deles, o que pode justi car esse número m e n o r. Po r i s s o q u e o monitoramento é tão importante, pois só comparando os dados ano a ano é que conseguimos saber se a espécie está sendo mantida ou segue a m e a ç a d a”, e x p l i c a Át h i l a Bertoncini, pesquisador do
Camaleão Furcifer labordi
projeto e autor do registro da última semana. As agregações reprodutivas ocorrem em águas rasas (50 metros) normalmente em recifes rochosos ou arti ciais e são um momento chave para recuperação das populações, mas também são oportunidades extremamente atraentes de
pesca. A alta delidade ao habitat, seu comportamento dócil e seu corpanzil que pode chegar a 2,40 metros de comprimento colaboram para tornar do mero uma presa fácil no oceano. A pesca predatória tem sido o fator determinante para a ameaça de extinção da espécie, pois apesar de viverem
até 40 anos, são peixes de taxa de crescimento lenta, com maturação sexual tardia (entre quatro e sete anos). Os meros costumam viver em costões rochosos, manguezais ou próximos de naufrágios, onde cam a maior parte do tempo escondidos em tocas nesses ambientes, comportamento que
lhes rendeu a alcunha de Senhor das Pedras. “Ao longo dos anos, percebemos que a formação das agregações tem acontecido com maior frequência em ambientes arti ciais como naufrágios e monoboias, pois são áreas mais protegidas, que oferecem maior abrigo, segurança e alimento”, a rma Áthila. Desde 2002 o projeto Meros do Brasil atua pela conservação da espécie e monitora as populações de mero no litoral do País, com nove receptores de telemetria acústica já instalados entre Santa C at ar ina e São Paulo. O monitoramento ajuda a mapear as áreas de reprodução da espécie para garantir a proteção desses locais. O mero é classi cado como Criticamente Ameaçado de Extinção no Brasil. Desde 2002 há uma moratória que proíbe a pesca do mero em todo território nacional. A portaria já foi renovada quatro vezes e o atual prazo expira em 2023.
Brasil é o país com mais espécies de animais desconhecidos, diz estudo
©CLODOALDO ASSIS/ICMBIO
Um estudo publicado na revista Nature Ecology and Evolution chegou à conclusão que o Brasil possui 10,4% das espécies de animais ainda desconhecidos em todo mundo. Atualmente, há cerca de 1,5 milhão de espécies de seres vivos já catalogadas e, de acordo com a pesquisa, ainda há
mais do que cinco vezes essa quantidade para ser descoberta. O professor Mário Ribeiro de Moura, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria com seu supervisor de pósdoutorado na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, Walter Jetz, criaram um ranking a partir
de características das regiões onde foram descobertas 32 mil das 35 mil espécies de vertebrados (anfíbios, répteis, aves e mamíferos) terrestres já catalogadas. Neste ranking foram pontuadas 11 características principais, entre elas, os fatores
climáticos, como precipitação e temperatura e fatores geográ cos, como altitude e densidade populacional. Também foram analisados elementos das espécies em si, como tamanho do animal, abrangência de sua distribuição geográ ca, além do número de pesquisadores que já trabalharam com cada grupo. “Para um cientista andando no meio da selva, características como tamanho e cor do animal aumentam ou diminuem a chance de descoberta, assim como fatores geográ cos”,
a rmou Moura. Com esses dados nas mãos, os pesquisadores montaram um mapa das regiões com espécies de animais ainda desconhecidos. A produção aponta que 60% das futuras descobertas devem acontecer em orestas tropicais, como Amazônia e Mata Atlântica. Os pesquisadores relatam, por m, que depois do Brasil, Indonésia, Madagascar e Colômbia são os países com maior quantidade de espécies não descritas. Juntas, essas nações somam 25% de todas as
futuras descobertas de novas espécies. “Quando as futuras descobertas são analisadas por tipo de animal, temos que 48% das novas descobertas serão de répteis (lagartixas, serpentes e lagartos), 30% de anfíbios (principalmente sapo, perereca, e rãs que ocorrem no chão de orestas), 15% de mamíferos (principalmente roedores e morcegos), e 6% de aves (principalmente aves canoras”, relata o professor da UFPB.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES
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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"
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Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores
CULTURA 3
25 A 30 DE MARÇO/2021
Quando surgiu o Memórias de Nelson
conceito de circo que Rodrigues sobre a gripe conhecemos hoje? espanhola mostram que Há dezenas de gerações, artistas de todos os tipos encantam os espectadores com suas apresentações ©JACQUELINE MACOU/PIXABAY
nada mudou
Em 1967, Nelson Rodrigues escreveu um livro de memórias no qual tratou sobre diversos momentos que ivenciou, entre eles, a triste pandemia ©WIKIMEDIA COMMONS/ARQUIVO NACIONAL
FOTO: REPRODUÇÃO
A
palavra circo vem do latim circus, cujo significado é circunferência. O nome é uma alusão ao picadeiro. Muito antes de ter esse nome, já havia espetáculos com malabaristas, acrobatas e outros tipos de arte. Na China, onde pinturas de cerca d e c i nc o m i l ano s e x ib e m contorcionistas e acrobatas, a arte circense chegou a ser empregada como mecanismo de guerra. Guerreiros chineses utilizavam a acrobacia como forma de treinamento de habilidade e força. Imagens de malabaristas também foram encontradas nas pirâmides do Egito. No Império Romano, o Circus Maximus, cuja origem remonta ao século VI a.C., alternava corridas de carruagens e luta de gladiadores com shows de engolidores de fogo e apresentações de animais selvagens. Após um incêndio, o Maximus foi substituído pelo Coliseu, em 40 a.C. Na Idade Média surgiram os saltimbancos — artistas populares que improvisavam apresentações em ruas, praças e feiras das cidades medievais. Eles viajavam de cidade em cidade com seus quadros de dança,
acrobacias e pequenas peças teatrais. Depois passavam o chapéu recolhendo moedas do público, que ficava assistindo em volta do palco improvisado. O conceito de circo como conhecemos hoje só surgiu em 1768, quando um militar inglês chamado Philip Astley criou em Londres um espaço fechado para apresentações de cavalos. Para entreter o público, incluiu números com palhaços, acrobatas e equilibristas. O sucesso do Royal Amphitheatre of Arts foi tão grande que a receita logo se espalhou por outras cidades da Europa e atravessou o Atlântico rumo aos Estados Unidos. No Brasil, antes de surgirem os circos, no final do século XIX, a população se divertia com grupos de saltimbancos que chegavam às cidades e montavam suas tendas, onde apresentavam shows de ilusionismo, palhaços e teatro de bonecos. Os artistas, muitos de famílias ciganas, adaptavam suas apresentações de acordo com o gosto da população local e, se algum número não agradava, era retirado da programação, em nome do respeitável público.Os primeiros registros sobre
palhaços datam de cerca de quatro mil anos atrás, embora desde sempre tenha havido quem se dedicasse à arte de fazer os outros rirem. Na China, os primeiros palhaços distraíam a corte dos imperadores e participavam de apresentações teatrais. Na Idade Média eles integravam as companhias de saltimbancos e atuavam como a s s i s t e nt e s d o e s p e t á c u l o, abrindo espaço para os artistas no meio do povo para as apresentações. Alguns declamavam textos, outros faziam shows de malabarismo... No Brasil, o circo levou para o centro do palco a figura do palhaço cômico, engraçado e falante. Enquanto nas primeiras apresentações circenses europeias o palhaço era mais quieto, conquistando pelas expressões faciais e números de mímica, o palhaço brasileiro surgiu falante e dono de um humor picante, encantando crianças e adultos. Entre os nomes que fizeram a história recente nos picadeiros brasileiros est ão os p a l haços Ar reli a, Torresmo e Carequinha. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)
Foto Antiga do ES
No ano de 1918, o famoso escritor, jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues, tinha apenas seis anos de idade e vivia na Aldeia Campista, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Porém, apesar da pouca idade, suas memórias daquele tempo jamais foram esquecidas. Foi numa época sombria, um cenário assim como o que vivemos no presente momento, repleto de mortes em decorrência de um vírus que se espalhou pelo mundo, que o pequeno Nelson vivenciou no início do século 20. Ele cresceu e, 49 anos depois, escreveu o livro 'A Menina Sem Estrela', por meio do qual compartilhou com o público suas principais recordações. Uma delas, referente à pandemia de gripe espanhola, chama muito a nossa atenção. Conforme documentado pela Biblioteca Nacional, em determinado trecho de seu livro, o carioca diz que "morrer na cama era um privilégio abusivo e aristocrático. O sujeito morria nos lugares mais impróprios, insuspeitados: "na varanda, na janela, na calçada, na esquina, no botequim". Portanto, muita gente morria sem ao menos ter atendimento médico. Eram muitos contaminados com o vírus e poucos que tinham a
oportunidade de ter um leito de hospital. Em seguida, Rodrigues a f i r m a : " Nor m a l m e nt e , o agonizante põe-se a imaginar a reação dos parentes, amigos e desafetos. Na Espanhola não havia reação nenhuma. Muitos caíam, rente ao meio-fio, com a cara enfiada no ralo. E ficavam, l á , e s te n d i d o s , n ã o c om o mortos, mas como bêbados. Ninguém os chorava, ninguém..." "Ora, a gripe foi, justamente, a morte sem velório. Morria-se em massa. E foi de repente. De um dia para o outro, todo mundo começou a morrer. Os primeiros ainda foram chorados, velados e floridos. Mas, quando a cidade sentiu que era mesmo a peste, ninguém chorou mais nem velou, nem floriu. O velório seria um luxo insuportável para os outros defuntos".
De maneira muito semelhante, mais de um século depois, o mundo vive novamente um momento sombrio. Com seus primeiros casos notificados no final de 2019 na China, o novo coronavírus logo se espalhou pelo mundo, infectando e matando milhões de pessoas. Infelizmente, o Brasil logo tornou-se um dos protagonistas dessa enorme mortandade. Conforme dados divulgados pelos órgãos de saúde, o País registrou, até a presente data, 12.047.526 casos de pessoas infectadas. Já o número de mortes em decorrência da doença já chega a 295.425 no País. "Era em 1918. A morte estava no ar e repito: "difusa, volatizada, atmosférica; todos a respiravam...", recorda o autor do livro. "De repente, passou a gripe. Ninguém pensava nos mortos atirados nas valas, uns por cima dos outros. Lá estavam, humilhados e ofendidos, numa promiscuidade abjecta". Por fim, Nelson ressalta que, devido ao fato da morte ter se tornado cotidiana na vida dos brasileiros, a "peste deixara nos sobreviventes, não o medo, não o espanto, não o ressentimento, mas o puro tédio da morte". LUCIANO DANIEL
Livro “Enciclopédia Negra” chega às livrarias brasileiras
IVAN RIBEIRO/FACEBOOK/ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (BR), MEMÓRIA
©DIVULGAÇÃO/COMPANHIA DAS LETRAS
Vista da vila de Alto Rio Novo — 1960
Na próxima segunda-feira (29), chega às livrarias brasileiras pela Companhia das Letras, a obra “Enciclopédia Negra”, de Flávio Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz. No ilustre livro, os escritores revelam a importância do protagonismo negro ao longo da história brasileira, reconstituindo o período da escravidão e do pós-abolição. Além disso, a partir de uma linguagem singular e profunda, os autores apresentam mais de 500 figuras que impactaram a história nacional. Dentre os personagens, é possível encontrar personagens ativistas e revolucionários; líderes religiosos de matriz
africana; curandeiros e médicos; e figuras maternas que lutaram bravamente pela alforria do seu povo.
Reunidos em um memorável caderno fotográfico, os 416 verbetes biográficos dessa enciclopédia foram produzidos por mais de 36 ilustres artistas, que por meio de belíssimas ilustrações reconstituíram experiências individuais e coletivas de pessoas que marcaram o País. Com o apoio do Instituto Ibirapitanga, o projeto da Enciclopédia Negra ganhará uma exposição com mais de 100 retratos de personalidades negras. O projeto foi organizado pela Pinacoteca de São Paulo e está previsto para ser oficialmente inaugurado em abril deste ano.
4 EDUCAÇÃO
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“As escolhas que fizemos para as crianças foram terríveis”: um ano de ensino remoto no Brasil — Parte II ©ISTOCK
Mô n i c a P i nt o, g e r e nt e d e desenvolvimento institucional da Fundação Roberto Marinho, a rma que Estados e municípios têm feito um “esforço hercúleo” para tentar contornar os problemas, mas em muitos locais são os professores e pais que estão tendo que viabilizar sozinhos alternativas para a conectividade. “A s f a m í l i a s n ã o t ê m equipamento para garantir um ensino remoto”, a rma. Dados do Censo da Educação Básica 2019 revelam que no ensino fundamental, 38,5% das escolas municipais não possuem acesso à internet. Já no ensino médio, a situação é um pouco melhor, 90% d a s e s c o l a s e s t a du a i s t ê m internet. Mas isso não é re etido na casa das famílias. Segundo a pesquisa TIC domicílios de 2019, na zona rural brasileira 48% dos domicílios não têm acesso à rede mundial de computadores, sendo que 39% dos indivíduos nunca acessaram a internet. Nas casas das famílias das classes D e E esse percentual sobe para 50% da população. C om o G ov e r n o Fe d e r a l envolto em crises políticas, e com a resistência do próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de reconhecer a g rav id ade d a p andemi a, o Ministério da Educação (MEC) perdeu seu papel de articulador de ações. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal aprovaram um projeto de lei (PL 3477/2020) que de ne que o
Governo federal destine 3,5 bilhões de reais para Estados e municípios aplicarem em ações para a garantia do acesso à internet para estudantes e professores da educação básica. Mas o Governo vetou o projeto no último dia 19 de março, causando perplexidade. “Diante da falta de coordenação nacional, ao menos até o momento, seria a primeira ação importante na área da Educação realizada pela Un i ã o d e s d e o i n í c i o d a pandemia”, diz, em nota, o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). “Não fosse o esforço de Estados e municípios até aqui, na oferta de ferramentas para garantir a aprendizagem no período, os danos teriam sido ainda maiores”, completa o Consed. “Deveríamos ter uma coordenação para que o acesso à internet se tornasse um legado da pandemia, como acontece em outros países. Infelizmente, falta interesse da União”, a rma Raquel Franzim, educadora do Instituto Alana. Para ela, falar em reabertura das escolas não deveria ser uma questão de posição, mas de prioridade. “Polarizou-se uma questão que deveria ser técnica e ética, no s ent ido de que não temos cumprimento da legislação. O MEC, em plena pandemia, executou pouco os recursos que tinha em mãos”. A gerente da Fundação Roberto
M a r i n h o c o n c o r d a : “A comunidade escolar precisa voltar [para a sala de aula], temos pesquisa que mostra um impacto de quatro anos na aprendizagem dos estudantes. Isso é gravíssimo. E quem sofre mais são as crianças em situação de vulnerabilidade, os mais pobres, pretos e pardos. As redes já vinham reportando que cerca de 30% dos adolescentes iam desistir de estudar por causa da sensação de que não aprendem no ensino remoto.” O abandono escolar, aliás, pode fazer com que o país perca uma das poucas conquistas sólidas da educação nacional, a universalização do acesso à escola. “Temos escolas fazendo busca ativa de alunos”, lembra Mônica Pinto. Segundo ela, muitas delas, literalmente, estão batendo de porta em porta para tentar manter o vínculo com os estudantes. Mas não se sabe se isso será su ciente. O C ons el ho Na c i ona l d e Educação aprovou, em outubro de 2020, uma resolução que permite manter o ensino remoto até 31 de dezembro de 2021. “O reordenamento curricular do que restar do ano letivo de 2020 e o do ano letivo seguinte pode ser reprogramado, aumentando-se os dias letivos e a carga horária do ano letivo de 2021 para cumprir, de modo contínuo, os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento previstos no ano let ivo anter ior”, diz a resolução. O MEC também lançou um guia com diretrizes para uma volta às aulas presenciais seguras, que reúne normas técnicas de segurança em saúde e recomendações
pedagógicas. Mesmo assim, a grande maioria dos Estados escolheu manter o ensino a distância. O Amazonas foi o primeiro a apostar no retorno presencial das aulas de alunos do ensino médio ainda em agosto de 2020, muito antes da crise da falta de oxigênio explodir em Manaus. Com a alta de casos, o Estado iniciou o ano letivo de 2021 apenas com ensino remoto. Dados do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) mostram que 64 professores morreram desde o início do ano no Estado, sendo 20 em municípios do interior e 44 da capital, conforme divulgado pelo jornal Amazonas Atual em fevereiro. Sindicatos e organizações de classe de professores defendem que as aulas presenciais aconteçam apenas quando a vacina estiver disponível para a comunidade escolar, como no Chile. O país de 19 milhões de habitantes é o único da América Latina que colocou os educadores entre as prioridades do início d a va cina ç ã o. A vacinação de professores,
diretores, merendeiras, equipe de administração, dentre outros, começou em 16 de fevereiro. A meta era conseguir voltar às aulas presenciais ainda em março. “Numa situação em que a pandemia está descontrolada, não faz sentido ter aula presencial”, a rma o professor Sérgio Cunha, diretor-executivo do Sindicato dos Professores do Ensino O cial do Estado de São Paulo (Apeoesp). A entidade decretou uma “greve sanitária” em defesa da vida dos educadores quando as aulas foram retomadas no Estado, em 8 de fevereiro. A Apeoesp, aliás, é uma das únicas entidades que acompanha com frequência as infecções de covid19 nas escolas. Desde o início do ano, foram 2.286 casos. O sindicato entrou com um mandado de segurança para impedir que o Governo de São Pau l o mant ive ss e as au l as presenciais tanto nas escolas públicas quanto nas privadas. Com a entrada na fase vermelha, a mais crítica da pandemia, o Estado anunciou em 11 de março a antecipação dos recessos escolares dos meses de abril e
outubro para o período de 15 a 28 de março. Após esse período, será rede nido se o modelo híbrido vai permanecer ou se as aulas irão para a modalidade remota. “Nossas escolas têm poucas condições de garantir a segurança sanitária das crianças e dos adolescentes. Álcool gel nas salas? Na escola em que dou aula em Guaianazes o G overno colocou um totem por corredor. Não temos bebedouro, copos, limpeza dos banheiros, faltam funcionários inclusive para impedir a aglomeração nos intervalos”, lembra o professor. Ines Kisil Miskalo, gerente executiva de articulação do Instituto Ayrton Senna, a rma que há uma oportunidade para que o Brasil repense o tempo e o espaço da escola. “A educação, tradicionalmente, reúne 30, 40 alunos na mesma turma, com professores mudando de sala a cada 40, 50 minutos. Essa ideia de escola está sendo desmontada. Temos uma oportunidade de rever o funcionamento deste modelo de escola, pensar formatos diferentes de se ensinar, para retomar a aprendizagem e superar o que a pandemia tirou”, a rma. Miskalo relativiza as críticas de que a pandemia vai fazer com que as crianças não tenham sucesso na aprendizagem. “A pandemia só colocou um holofote sobre um problema que já existia. O Brasil não tem sucesso em educação formal. Todas as avaliações que acompanhamos são retratos de momentos diferentes com a permanência dos mesmos fracassos”, explica.
Sedu abre nova oferta para formação do Modelo da Educação em Tempo Integral ©ASCOM/SEDU-ES
A Secretaria da Educação (Sedu), por meio da Coordenação da Educação em Tempo Integral (Ceti) e do Centro de Formação dos Pro ssionais da Educação (Cefope), abriu as inscrições para a “Formação Inicial do Modelo Pedagógico da Educação em Tempo Integral 2021 – 2 ª Tu r m a e m O fe r t a Autoinstrucional”. O período de inscrição segue até o próximo dia 05 de abril, pelo link https://forms.gle/he36H5Rsha1Rjb LZ8. O público-alvo do curso é formado por pro ssionais das 93 novas Escolas de Educação em Tempo Integral, entre diretores, coordenadores pedagógicos, coordenadores escolares, pedagogos, professores coordenadores de área (PCAs),
professores, coordenadores de s e c re t ar i a , a d m i n ist r at ivo s e nanceiros (CASF), agentes de suporte educacional (ASE), além de outros pro ssionais das unidades. Esta é a segunda ação formativa, e visa a ofertar a quali cação para os servidores que ainda não zeram o curso e/ou não adquiriram a certi cação. O percurso formativo conta com uma meto dolog i a tot a lmente desenvolvida por meio da Educação a Distância (EaD), no formato autoinstrucional, e terá turmas organizadas por escolas dentro do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). A capacitação oferecerá atividades de estudo, re exão, consolidação das aprendizagens, entre outros elementos que irão possibilitar uma relação sobre os
conceitos, os princípios educativos e os instrumentos trabalhados nas escolas — buscando dialogar com a realidade e com as experiências dos cursistas. Essa estratégia formativa tem o objetivo de gerar uma formação inicial no modelo integral, com vistas, principalmente, a atender à a mp l i a ç ã o d a s e s c o l a s d e s s a modalidade de ensino, ocorrida neste ano. A formação tem data prevista para ser realizada entre os dias 20 de abril e 24 de maio de 2021. Mais informações com os servidores do Cefope: Fernanda M a i a L y r i o (fmlyrio@sedu.es.gov.br) e Michel D a l C o l C o s t a (mdccosta@sedu.es.gov.br), ou pelos telefones (27) 3636-7836/ (27) 3636-7825.
POLÍTICA 5
25 A 30 DE MARÇO/2021
Jorge
Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista
Pacheco
jorgepachecoindio@hotmail.com
“Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever//Já que se há de escrever... que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas”, Clarice Lispector ©PINTEREST
Após reunião, Bolsonaro vai criar comitê contra a covid-19
©REUTERS
Presidente afirmou que trabalho vai acontecer em coordenação com os governadores e voltou a falar em tratamento precoce
ao condenar o ex-presidente Lula. “Apesar da decisão da segunda turma do STF, tenho absoluta tranquilidade em relação aos acertos das minhas decisões, todas fundamentadas nos processos judiciais, inclusive quanto àqueles que tinham como acusado o ex-presidente”, declarou Moro, ministro da Justiça entre 2019 e 2020, no governo de Jair
O presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta quarta-feira (24), a criação de um comitê que se reunirá semanalmente para de nição de ações ao combate da pandemia de covid-19 e a rmou que haverá uma coordenação com os governadores. As declarações de Bolsonaro foram feitas após reunião com chefes dos demais Poderes, ministros e alguns governadores. O encontro foi realizado no dia seguinte ao Brasil superar pela primeira vez a marca de três mil mortos pela covid-19 em um único dia e na data em que o país deve chegar a 300 mil mortes causadas pela doença. Bolsonaro destacou que será feito cada vez mais um esforço pela vacinação da população, mas também mencionou que s erá avaliada a p ossibilidade de tratamento precoce, que cará a cargo do Ministério da Saúde. O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prometeu que será fortalecida a assistência aos pacientes com covid-19 com criação de protocolos neste sentido.
Após ser declarado 'parcial', Moro defende condenação de Lula
©MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL
O ex-juiz Sérgio Moro defendeu nesta quarta-feira (24) sua atuação à frente da Operação Lava Jato, um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter declarado que ele agiu com parcialidade
Bolsonaro. “Todos os acusados foram tratados com o de vido resp eito, i mp arc i a l i d a d e, e s e m qu a l qu e r animosidade da minha parte, como juiz do caso”, assinalou. Moro dirigiu a Operação Lava Jato como juiz de primeira instância em Curitiba. A 2ª Turma do STF determinou na terça-feira (23), por 3 votos a 2, que ele agiu com parcialidade quando condenou Lula a nove anos e meio de prisão como bene ciário de um tríplex no litoral p au l i s t a e m t r o c a d e c o nt r at o s outorgados a uma construtora pela Petrobras. Em 2017, Moro proferiu contra Lula uma sentença de nove anos e meio de prisão, aumentada para 12 anos e um mês em janeiro de 2018 pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de segunda instância, e reduzida, depois, a oito anos e 10 meses em 2019, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Lula, 75, cou preso por esse caso de abril de 2018 a novembro de 2019. A decisão do STF obriga o tribunal que for tratar o assunto a iniciar a instrução do zero, com todos os interrogatórios. Analistas questionavam hoje o impacto da mesma em outras sentenças da Lava Jato. “O Brasil não pode retroceder e destruir o passado recente de combate à corrupção e impunidade, pelo qual foi elogiado internacionalmente”, assinalou Moro.
de Moro ao plenário A petição tem assinatura do viceprocurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros A Procuradoria-Geral da República pediu ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, para levar o julgamento da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro ao plenário. A petição tem assinatura do vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros. As informações são da Veja. Mais cedo, a 2ª Turma do STF decretou parcialidade de Moro no âmbito em investigações e processos da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o voto a favor da ministra Cármen Lúcia, a Corte formou maioria pela suspeição de Moro. A decisão faz com que todas as provas colhidas em Curitiba no caso do tríplex do Guarujá sejam anuladas e precisem ser produzidas novamente na Justiça Federal em Brasília, para onde as ações foram enviadas. “O que se impõe é algo para mim basilar: todo mundo tem direito a um j u l g a m e nt o j u s t o, a í i n c l u í d a a imparcialidade do julgador”, disse. “A pessoa não pode se sentir sendo julgada por uma pessoa parcial. Ao juiz, compete cumprir a sua função com imparcialidade”, a rmou a ministra.
quantidade de postos de trabalho devido à queda nas vendas e às restrições no expediente. Só 35% ainda seguem con antes na recuperação das vendas no pós-pandemia. Os dados fazem parte de levantamento divulgado nesta quarta-feira (24) pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). A entidade diz representar empresas que somam mais de nove mil pontos de venda em todo País. “A pesquisa aponta que a nova onda de fechamento já re ete diretamente na economia. Quase todos os associados já demitiram e mais da metade teme o fechamento de nitivo, o que mostra a gravidade da situação”, ressaltou em nota o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun. ©IGO ESTRELA/METRÓPOLES
AJUFE
PGR pede que Fux leve julgamento de suspeição
A ministra mudou a posição porque havia proferido o voto em dezembro de 2018, quando algumas provas ainda não tinham sido incluídas pela defesa de Lula no processo. Ao analisar o caso novamente, a magistrada decidiu reconsiderar a posição e aceitar o argumento da defesa do petista, a favor da suspeição de Moro. Contudo, foi contra o pagamento das custas processuais pelo ex-juiz.
53% dos lojistas temem novas demissões e fechamento definitivo Com o agravamento da crise do coronavírus e o fechamento do comércio em boa parte do País, 53% dos lojistas de shopping centers temem ter que realizar novas demissões e até mesmo fechar as portas de nitivamente. Desde o início da pandemia, em março do ano passado, 84% dos lojistas já diminuíram a
“Por outro lado, medidas de ampliação do crédito não chegaram de maneira uniforme aos empreendedores pequenos, que em um shopping center r e p r e s e n t a m 7 0 % d a s l o j a s ”, complementou. Entre as medidas de apoio nesta crise, os varejistas aguardam a reedição do Programa Emergencial de Manutenção de Emprego e Renda, conhecido como BEM. Com suspensão de contratos e redução de jornada de trabalho, com pagamento de parte dos salários pelo gover no, o prog rama garant iu a manutenção de 11 milhões de empregos, s e g u n d o o pró pr i o m i n i s t ro d a Economia, Paulo Guedes. Também há expectativa de reedição do Programa Nacional de Ap oio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que concedeu R$ 37 bilhões em crédito a pequenos negócios na crise no ano passado. O ministro da Economia já falou em renovar a oferta de recursos, e o Congresso busca espaço no Orçamento para abastecer o programa. Enquanto isso, os lojistas vêm sofrendo um impacto gigantesco nas vendas. O
setor contabiliza 407 shoppings fechados e 194 abertos com horários e uxo reduzidos. Nenhum empreendimento opera sem algum tipo de restrição, de acordo com o último levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), no m da semana passada. De acordo com 87% dos lojistas consultados pela Alshop, não houve nenhuma melhora no movimento de clientes neste ano. Além disso, o tíquete médio de compra é de R$ 220 em 2021, queda de 37% ao começo de 2019 – quando a pandemia ainda não havia começado. Essa queda re ete o tempo menor que os clientes permanecem nos centros de compra. Antes da pandemia, um consumidor cava em média 90 minutos no shopping. Neste ano, a média está em 30 minutos. Para 53% dos lojistas, os insumos ou produtos caram mais caros, mas não houve repasse para os clientes. Outros 37% repassaram os aumentos e 10% comentam não terem sido impactados com a alta dos preços nos produtos vendidos. “Infelizmente o empreendedor vem sendo impactado por impostos mais altos sendo, por outro lado, impedido de abrir as portas sem nenhuma compensação nanceira. Em alguns casos, houve uma alta elevadíssima no ICMS, e a Alshop tem pedido aos representantes do poder público, especialmente ao Governo de São Paulo, que pelo menos o aumento de imposto seja revogado, já que boa parte do varejo está fechada”, disse Sahyoun.
Governador do Rio de Janeiro deve vetar projeto de lei que muda nome do estádio do Maracanã O projeto de lei do deputado André Ceciliano (PT), que propõe a mudança do nome do Maracanã de “Jornalista Mário Filho” para “Edson Arantes do Nascimento — Rei Pelé”, tende a ser vetado pelo governador em exercício do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC). De acordo com o “Esporte News Mundo”, o risco de problemas na Justiça, devido ao estádio ser tombado desde 2000 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), aliado à repercussão negativa em torno do projeto.
Eduardo Leite 'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES
6 TECNOLOGIA
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Startup vai lançar Usina solar transforma bike com pneus da água do mar em água Nasa que não potável no Quênia furam Tecnologia pode ser a solução para a falta de água limpa que atinge mais de 2 bilhões de pessoas no mundo
©REPRODUÇÃO/YOUTUBE GIVEPOWER
Bicicleta terá tecnologia de pneus sem ar ©SMART TIRE COMPANY
Ter o pneu furado durante um passeio de bicicleta já é chato, quando o veículo é usado para locomoção ao trabalho é ainda pior. Mas já há tecnologia disponível para criar pneus que nunca furam e uma startup na Califórnia está desenvolvendo um modelo de bicicleta com a inovação. Batizado de METL, o pneu futurístico é feito com um material leve e superelástico conhecido como NiTinol +. Q u a n d o d o b r a d o, instantaneamente volta à sua forma original. Ele não precisa de ar para rodar, é elástico como b or racha, mas for te como titânio. De acordo com a startup SMART, o pneu METL possui sete benefícios: *Seguro — Elimina a possibilidade de falha de punção * For te — Po d e s up or t ar deformação excessiva *Robusto — Pode ser con gurado para alta tração em vários terrenos *Simples — Elimina a necessidade de ar *Versátil — A rigidez do pneu pode limitar a energia transferida para o veículo *Leve — Não é necessária estrutura interna para o conjunto pneu / roda *Limpo — Ecologicamente correto, sem grandes
desperdícios de pneus Utilizando materiais de longa duração, a empresa também a rma que reduzirá o uso de elastômero ou paredes laterais e invólucros de borracha. O projeto está sendo desenvolvido em parceria com a Nasa, a Agência Espacial estadunidense que originalmente desenvolveu e testou o material SuperElastic Tire para futuras missões lunares e em Marte. Anteriormente, eram usados pneus de alumínio nos que eventualmente sofreram rachaduras e buracos devido ao terreno difícil de Marte. Ao contrário do que sugere as imagens de divulgação do protótipo, o pneu será envolvido em um material de borracha e poliuretano — nenhum metal estará em contato direto com o s olo. Fundada em 2020, a SMART Tire Company também está trabalhando com a empresa
de micromobilidade Spin, que faz parte da Ford, para desenvolver pneus para scooters elétricos. Além de uma parceria com a marca de bicicleta Felt Bic ycles. Tais cooperações ajudarão em pesquisas, análise de dados, ciência de materiais e desenvolvimento de novos produtos. A startup a rma estar ciente de que serão necessários mais testes para o produto chegar a veículos de quatro rodas, por isso a estratégia inicial é lançar a bicicleta. Mas, a longo prazo, almeja ser a Tesla da indústria de pneus. “Sabemos que estamos a poucos anos de um produto que está pronto para revolucionar toda a indústria automotiva, em escala global”, garante. Com o mote “Reimaginando a roda, reinventando o pneu”, a startup lançará a bicicleta com os pneus METL em 2022.
Mais de dois bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à agua potável fornecida de forma segura. Pode parecer contraditório falar em escassez em um planeta coberto por água, mas cerca de 97% da água encontrada na Terra é salgada e imprópria para o consumo humano. A solução para este problema pode estar na dessalinização de água, processo que demanda energia elétrica e produtos químicos. A boa notícia é que uma nova tecnologia foi desenvolvida e já está fornecendo água limpa para a comunidade de Kiunga, uma vila rural no Quênia, desde 2018. D i f e re nt e d o s pro c e s s o s tradicionais de dessalinização de água, que precisam de grandes quantidades de energia elétrica e uma rede de distribuição bem estruturada, o sistema criado pela organização não governamental GivePower usa a energia do sol. Apelidado de “fazenda solar de água” o local possui painéis solares que produzem 50
quilowatts de energia, que é armazenada em duas baterias Tesla de alto desempenho, e duas bombas de água operam 24 horas por dia. O sistema produz água potável su ciente para 35 mil pessoas por dia — com uma qualidade melhor do que a produzida pelos processos tradicionais. Além de fornecer água de boa qualidade para as pessoas, a fazenda solar de água não tem o mesmo impacto negativo de outros processos, que envolvem produtos químicos e resíduos salinos nocivos ao meio ambiente. Antes da instalação da usina solar, os 3,5 mil habitantes de
Kiunga precisavam viajar por cerca de uma hora para conseguir água. A única fonte disponível era um poço com água imprópria. Com o sucesso da operação da primeira fazenda solar de água a GivePower expandiu sua área de atuação e está instalando sistemas similares em outras partes do mundo como o Haiti e comunidades isoladas na Colômbia. Estima-se que em 2025 metade da população vai viver em áreas com escassez de água. O tratamento e reúso de água são cada vez mais importantes neste cenário, assim como o aproveitamento da água do mar.
Triumph apresenta protótipo de sua primeira moto Arquitetos revelam seus elétrica ©DIVULGAÇÃO/TRIUMPH
planos para Nüwa, a “capital” de Marte ©AIBOO STUDIOS/DIVULGAÇÃO
O escritório de arquitetura Abiboo Studios divulgou alguns dos seus planos para a cidade de Nüwa, a qual eles descrevem como a futura “capital” de Marte. De acordo com os projetistas, os colonos devem viver em uma espécie de penhasco. A ideia de construir em uma encosta se deu porque só neste local do Planeta Vermelho seria possível que os residentes tivessem o benefício do acesso à luz solar e cassem protegidos da radiação cósmica marciana, que
é mortal para os seres humanos. Segundo a Abiboo Studios, as obras devem ser iniciadas por robôs e impressoras 3D em meados de 2054 e sua conclusão
deve acontecer em 2100. A intenção dos arquitetos é que Nüwa tenha pelo menos 250 mil habitantes. No momento, ainda não se sabe se os prazos, tanto do início das obras da capital de Marte, quanto de sua conclusão, são realmente razoáveis ou apenas um golpe publicitário. No entanto, os arquitetos da Abiboo Studios realmente acreditam que será possível se instalar e prosperar no Planeta Vermelho dentro de menos de um século.
A Triumph apresentou, na terçafeira (23), o protótipo de sua primeira moto elétrica. O projeto, batizado de TE-1, concluiu sua segunda fase, revelando um potente motor elétrico de 130 kW, o equivalente a 180 cv de potência. Além de uma inovadora bateria e os primeiros esboços de estilo que mostram como deve ser a futura moto elétrica da Triumph. Segundo a fabricante, os resultados dos testes iniciais excedem os parâmetros de referência atuais e as metas da indústria em desempenho, e ciência e autonomia. Embora as especi cações técnicas do protótipo ainda não tenham sido reveladas.
O projeto TE-1, criado em maio de 2019, é uma colaboração única entre a fabricante inglesa e a Williams Advanced Engineering (braço da equipe de Fórmula 1), a Integral Powertrain (fornecedora inglesa d o s s e t o r e s au t o m o t i v o e aeroespacial) e o departamento acadêmico da Universidade de Warwick. Financiado pelo Office for Zero Emission Vehicles (OZEV), departamento do Governo do Reino Unido, e pela agência de inovação do governo britânico, o projeto, liderado pela Triumph, tem como foco desenvolver moto cicletas elétricas que atendam às necessidades dos clientes que buscam meios de
transporte com menos impacto ambiental. Além de traçar a estratégia da empresa para produzir motos elétricas em um futuro próximo. Até o momento, as principais realizações do projeto incluem inovações na redução de massa da moto, na tecnologia da bateria e no desempenho do motor. “A c on c lu s ã o d a Fa s e 2 e o s promissores resultados atingidos até agora fornecem uma v is ão emp olgante do potencial futuro elétrico e demonstram o talento e a inovação desta colaboração britânica única. Sem dúvida, o resultado deste projeto terá um papel signi cativo nos nossos esforços futuros para atender à ambição e ao desejo dos nossos clientes de reduzir seu impacto ambiental e para um transporte mais sustentável”, disse Nick Bloor, CEO da Triumph. “Este importante projeto fornecerá uma das bases para a nossa estratégia de motos elétricas do futuro, focada em entregar o que os pilotos desejam da sua Triumph: o equilíbrio perfeito entre desempenho, manuseio e usabilidade no mundo real, com a p e rs ona l i d a d e ge nu í na d a Triumph”, acrescentou o CEO da Triumph.
CIÊNCIA 7
25 A 30 DE MARÇO/2021
Tubarão com asas de raia? Fóssil misterioso intriga cientistas
Estudo aponta quanto tempo o Vesúvio levou para matar cidadãos de Pompeia Realizado pela Universidade de Bari, a lava não é apontada como a principal causadora das mais de duas mil mortes
©ILUSTRAÇÃO: OSCAR SANISIDRO
as longas nadadeiras peitorais agiam como um estabilizador e ciente”, completou. Tubarões mais antigos tinham possuíam diferentes formatos de corpos, mas todos os fósseis encontrados até hoje possuíam formas parecidas com a dos tubarões modernos. Mas a aparição deste “tubarão-raia” coloca uma pulga atrás da orelha dos especialistas. características deste tipo de animal. Porém, nesta ocasião, foi e n c ont r a d o u m e s q u e l e t o completo, o que pode ajudar no estudo deste animal tão estranho. Apesar dos dentes do animal não terem sido encontrados, Vullo e sua equipe acreditam se tratar de um ancestral dos tubarões-brancos, tubarõesmako e tubarões-elefante, mas com uma cabeça mais larga e as asas, que sugerem que o Aq u i l o l a m n a n ã o e r a u m caçador como seus descendentes. Ao que tudo indica, o Aquilolamna combina características dos tubarões modernos, como o corpo longo e em formado de tubo e um aspecto especí co das nossas raias, o peitoral amplo que forma largas asas subaquáticas. Porém, as raias mantas só evoluíram muito tempo depois deste fóssil. “É provável que o Aquilolamna nadava relativamente devagar, com movimentos singelos da nadadeira caudal”, declarou Romain Vullo. “Enquanto isso,
Embora Romain Vullo se m o s t re e mp o l g a d o c om a possibilidade da existência de um animal totalmente diferente do que se conhece, nem todo mundo está convencido de que se trata realmente de um tubarão parecido com uma raia manta modernos. “Há muitas características i n c omu n s d e s c r it a s p e l o s autores, e eu tenho algumas reservas sobre algumas de suas interpretações”, declarou Allison Brons on , p a l e ontól o g a d a Un ive rs i d a d e E st a du a l d e Hu mb ol dt , n a C a l i fór n i a . “Ficaria mais empolgada em ver novas investigações”, completou. Como os dentes não foram preservados, os pares terão di culdades para determinar com certeza o que era o Aquilolamna milarcae, mas se ele realmente era um tubarão lt r a d or qu e n a d av a c om tubarões caçadores, este é um indício da estranheza da vida marinha do Cretáceo.
Anteossauro, o réptil exterminador que possuía o peso de um hipopótamo BOB BEHNKEN
FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
Em meados do período Permiano, há cerca de 265 milhões de anos, o continente africano abrigou um predador letal que, apesar de possuir as dimensões de um hipopótamo, era a combinação ideal entre velocidade e força. O réptil anteossauro chegou a ser visto c o m o l e nt o e p e s a d o p o r cientistas, mas novos estudos
sugerem que ele era o sinônimo de extermínio e um dos caçadores mais e cientes da préhistória. O anteossauro era membro dos dinocefálios, família de répteis semelhante aos mamíferos e anterior aos dinossauros, que se destacaram como "as primeiras espécies herbívoras e carnívoras que exterminaram os
ecossistemas terrestres". Todos os espécimes do grupo foram extintos cerca de 30 milhões de anos antes do surgimento dos primeiros dinossauros e registros fósseis dos dinocefálios foram encontrados em diversas regiões do mundo. Para re a lizar o estudo, cientistas da Universidade de Witwatersrand em Joanesburgo,
Um novo estudo feito por pesquisadores do Departamento d e C i ê n c i a s d a Te r r a e Geoambientais da Universidade de Bari, na Itália, em parceria com o Instituto Nacional de G e of í s i c a e Vu l c an ol o g i a , resolveu uma dúvida antiga em relação ao tempo em que as cinzas liberadas pelo Monte Vesúvio na Pompeia, em 79 d.C., demoraram para matar os cidadãos locais. Como noticiou o Daily Mail, a análise concluiu que a erupção conseguiu acometer fatalmente os moradores da cidade em apenas 15 minutos, sendo a grande maioria pela liberação de gases nocivos, que conseguiram sufocar os habitantes em pouco tempo. A lava liberada acabou s e r v i n d o c o m o “o n d a d e limpeza” dos corpos e estruturas da região. A técnica que alcançou o tempo aproximado foi obtida com um material de “ uxo piroclástico”, resultado de uma
solidi cação de lava, cinzas e gas es juntos. C om ele, os pesquisadores acrescentaram que a nuvem formada chegava a ter cem graus e era formada por gás carbônico, vidro vulcânico, cinzas incandescentes e cloretos.
África do Sul, analisaram o crânio de um jovem Anteosaurus magni cus da região do deserto de Karoo, na África do Sul, com um aparelho de microtomogra a de raios x (micro-CT), que permitiu a reconstrução completa das estruturas internas e externas do osso. "Quando o crânio é adaptado à cabeça, o ouvido interno é
15 minutos dentro daquela nuvem infernal devem ter sido intermináveis. Os habitantes não podiam imaginar o que estava a c onte c e nd o. Os Pomp e i a viveram com terremotos, mas não com erupções, então foram
PRECISÃO
Contabilidade (27) 3228-4068 O principal autor da pesquisa, Roberto Isaia, acrescentou o desespero da liberação: “Aqueles
pegos de surpresa e varridos por aquela nuvem incandescente de cinzas”, disse ao e Guardian.
inclinado para trás por causa de uma reorientação da caixa cerebral para absorver o estresse de combate cabeça-a-cabeça", disse Julien Benoit, o principal autor do estudo, que logo reforçaria a importância da estrutura auditiva do animal para sua sobrevivência. O primeiro vislumbre do ouvido interno de um anteossauro chamou a atenção
da equipe de pesquisadores, que caram maravilhados com os resultados que alcançaram. Relativamente maior do que em comparação ao de seus parentes e outros predadores, o canal auditivo do dinocefálio permitia que o animal fosse extremamente ágil, graças a lóbulos no cerebelo chamados de occuli. “Ao criarmos a reconstrução mais completa do crânio de um anteossauro até agora, descobrimos que, de modo geral, seu sistema nervoso foi otimizado e especializado para caçar e atacar rapidamente, ao contrário do que se acreditava antes”, diz a doutora Ashley Kruger, do Museu de História Natural de Estocolmo, Suécia. "Isso lançará uma nova luz sobre as interações entre animais de um ecossistema totalmente extinto", concluiu Benoit.
©WITS UNIVERSITY/REPRODUÇÃO
Um grupo de paleontólogos encontrou um fóssil do período Cretáceo misterioso e diferente de tudo que foi visto anteriormente. O indivíduo tem características de tubarão, como corpo hidrodinâmico e longas barbatanas, e asas parecidas com a de uma raia. O fóssil foi encontrado em 2012 por um funcionário de uma pedreira em meio de um conjunto de ossos e camadas de pedras que datam de cerca de 95 milhões. O local ca próx i mo a o mu n i c ípi o d e Vallecillo, no distrito mexicano de Nuevo León. Batizado de Aquilolamna milarcae, o fóssil tem 1,83m de comprimento e pertence a um animal se alimentava por meio de lt ração, diferente das espécies conhecidas de tubarões. “A primeira coisa que pensei ao ver o fóssil foi que esta morfologia era única”, disse Romain Vullo, do Museu de Karlsruhe, na Alemanha. Na maioria dos casos, fósseis de tubarões são identi cados pelos dentes ou pela coluna vertebral, que são partes muito
©WIKIMEDIA COMMONS
8 BEM-ESTAR
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GABRIELA MESSNER ARESI Estudo mostra como OLIVEIRA o chá pode reduzir a Salada de grão-dehipertensão bico com bacalhau Nutricionista - CRN:14100665
©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE
Depois da água, o chá é a bebida mais consumida no mundo, com mais de quatro mil anos de história. Pesquisas anteriores têm mostrado os benefícios do chá na redução da hipertensão e dos riscos de doenças cardíacas; porém, os mecanismos por trás dessas particularidades ainda não eram completamente conhecidos. Agora, cientistas da Universidade da Califórnia em Irvine descobriram compostos presentes nos chás verde e preto que relaxam os vasos sanguíneos. O estudo pode explicar as propriedades anti-hipertensivas da bebida e auxiliar no desenvolvimento de medicações para baixar a pressão arterial. Tanto o chá verde quanto o preto são obtidos a partir da mesma plant a, a C amel lia sinensis — o que os distingue é o processo de fermentação das folhas, que resulta em diferentes características e sabores. A bebida contém catequinas, compostos que possuem uma função antioxidante. Por meio de modelos computacionais e estudos de mut a g ê n e s e , o s c i e nt i s t a s descobriram que duas catequinas especí cas, conhecidas como ECG e EGCG, são capazes de ativar a proteína KCNQ5. Ela atua como um canal, e sua ativação permite que íons de potássio saiam da célula e reduzam a excitabilidade celular. Como a proteína está localizada no tecido muscular que reveste a parede dos vasos sanguíneos, esse processo faz com que as células relaxem e os vasos se dilatem, diminuindo a pressão arterial. Além disso, a KCNQ5 está presente em diferentes partes do cérebro, atuando na regulação da atividade elétrica e na sinalização
entre os neurônios. Existem mutações no gene da proteína que impedem o funcionamento dos canais, levando à encefalopatia epiléptica, um transtorno de desenvolvimento que causa convulsões recorrentes. As novas descobertas sugerem que, da mesma forma que as catequinas ativam a KCNQ5 na parede dos vasos sanguíneos, elas também são capazes de restaurar a função dos canais dani cados no cérebro. "Nós descobrimos que a EGCG e EC G ativam de maneira seletiva a KCNQ5", a rma o estudo, publicado na revista cientí ca Cellular Physiology and Biochemistry. "Isso faz com qu e el a s s e j am p ote nc i ai s candidatas para futuras otimizações na química medicinal e para o desenvolvimento de medicamentos de hipertensão e até mesmo encefalopatia causada pela perda de função da KCNQ5". Os pesquisadores também observaram que, ao aquecer o chá a 35º C, sua composição química se altera, de modo que a ativação da KCNQ5 se torna mais efetiva. "Independentemente da forma como o chá é consumido —
qu e nte ou gel a d o — , e ss a temperatura é alcançada depois que a bebida é ingerida, uma vez que a temperatura do corpo humano é por volta de 37º C", diz Geoffrey Abbott, autor do estudo e professor do Departamento de Fisiologia e Biofísica na Universidade da Califórnia em Irvine. "Portanto, o simples ato de tomar chá já ativa suas propriedades bené cas e antihipertensivas". Em países como Inglaterra e Estados Unidos, é comum o costume de adicionar leite ao chá preto. Durante as investigações, os cientistas perceberam que, misturado ao chá, o leite impedia a at iv a ç ã o d a KC NQ 5 e, portanto, não ocorria a dilatação dos vasos. O estudo explica que isso ocorre porque determinados componentes da bebida se ligam às catequinas do chá, impedindo a ativação do canal. Mas Abbott faz ressalvas: "Para nós, isso não signi ca que, para garantir as propriedades bené cas do chá, a pessoa precisa evitar o consumo simultâneo de leite. Temos con ança de que o ambiente do estômago humano irá separar as catequinas das proteínas do leite e outras moléculas que poderiam bloquear seus efeitos positivos".
Quer praticidade no dia a dia e também para o cardápio especial de Páscoa? Que tal apostar nesta receita deliciosa de salada de grão-de-bico com bacalhau? Além de saborosa, ela é simples de fazer e é muito nutritiva. Você pode servi-la acompanhada de arroz branco, babata gratinada, e se quiser, outro tipo de peixe. Ingredientes 1 pacote de grão-de-bico (500g) 4 folhas de louro 2 cebolas raladas 4 colheres (sopa) de salsa picada Suco de 2 limões ½ xícara (chá) de azeite 2 xícaras (chá) de bacalhau dessalgado e des ado Sal e pimenta moída na hora a gosto
Modo de preparo Em uma tigela, deixe o grãode-bico de molho em bastante água por 12 horas.
minutos após começar a chiar ou até que esteja macio. Escorra, espere esfriar e misture com a cebola, a salsa,
(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020
Cozinhe o grão-de-bico na panela de pressão em fogo médio com o louro e água o su ciente para cobrir por 15
o suco de limão, o azeite, o bacalhau e tempere com sal e pimenta. Leve à geladeira por uma hora antes de servir. Fonte: Terra
©ISTOCK
Sincronia entre crianças e cães favorece o desenvolvimento Estudo analisou comportamentos de crianças e seus cães e os impactos no desenvolvimento infantil Cachorros tendem a sincronizar mais o seu comportamento com as crianças da família, diz uma pesquisa estadunidense publicada na revista Animal Cognition e realizada pela Universidade do Estado de Oregon, nos EUA. O estudo buscou evidenciar os benefícios e impacto dos cães na qualidade de vida da família e no desenvolvimento das crianças
por meio da análise do relacionamento e interação dos animais com os membros da família, desde os mais novos — bebês e crianças — até os adultos. A pesquisa concluiu que as crianças tendem a sincronizar o seu comportamento com os respectivos cães. As pesquisadoras Shelby H. Wanser, Megan MacDonald e Monique Udell, recrutaram cerca de 30
jovens entre oito e 17 anos para participarem dos testes com cães e suas famílias. A pesquisa visou focar especialmente em crianças e adolescentes com algum tipo de di culdade de desenvolvimento, que corresponderam a 83% do estudo. Os testes aconteceram em uma grande sala vazia, onde foram colocados no chão tas adesivas com códigos de cores. Foi então
dada instruções para as crianças e os jovens sobre como andar nas linhas com seu cachorro, sem coleira e de maneira padronizada, com o intuito de medir a sincronização dos dois. A sincronização foi calculada com base em três critérios: a sincronia de atividades (quanto tempo o cão e a criança e st ive r am s e m ove n d o ou parados ao mesmo tempo); proximidade (tempo que o cão e a criança estiveram a menos de metro um do outro); e orientação (o tempo que o cão cou orientado na mesma direção da criança). O que
descobriram foi que os cães exibiam uma taxa de sincronização comportamental com as crianças mais alta do que o esperado dentro das três variáveis."A grande notícia é que este estudo sugere que os cães estão prestando muita atenção às crianças com quem vivem", disse Monique Udell, principal autora do estudo e especialista em comportamento animal do estado de Oregon. "Os cachorros respondem às crianças e, em muitos casos, se comportam em sincronia com elas, indicadores de a liação positiva e base para a construção de laços fortes".
O estudo evidencia que os cães podem ajudar as crianças da família de diversas maneiras, como no desenvolvimento social — impactando na busca e aumento de atividades físicas, controlando a ansiedade — e até mesmo como uma fonte de ap e g o e m d e c o r r ê n c i a d e mudanças nos hábitos da criança e nas estruturas familiares. Po r c o n t a d o s a v a n ç o s , pesquisadores da Universidade do Estado de Oregon estão conduzindo novos estudos a m de compreender melhor os aspectos e fatores que contribuem para as diferenças nos níveis de sincronia e no v ínc u lo ent re c achor ros e crianças em comparação com cachorros e adultos. "O nosso estudo sugere que, com alguma orientação, podemos garantir experiências de aprendizagem importantes e positivas para as nossas crianças e cães desde de muito cedo — o que pode fazer uma grande diferença nas suas vidas", declarou a pesquisadora Monique Udell.
SAÚDE 9
25 A 30 DE MARÇO/2021
Celular, micro-ondas, laptop: radiação eletromagnética faz mal à saúde? ©ISTOCK
A lguns estudos cient í cos ap o nt a m q u e a e x p o s i ç ã o prolongada à radiação eletromagnética não ionizante, emitida pela ação elétrica e por smartphones, telefones sem o ou eletrodomésticos, que não tenham como objetivo a telecomunicação, como microond as , p or e xe mpl o, p o d e favorecer o surgimento ou agravamento de doenças. Mas os d a d o s s ã o i n c o n s i s t e nt e s , especialmente porque os resultados de estudos em humanos são limitados. É normal a comunidade cientí ca contestar e revisar a questão a todo momento, a tecnologia está em constante evolução e seu método de uso também. Para se ter ideia, globalmente, mais de cinco bilhões utilizam celulares e o número de chamadas de celulares por dia, a duração de cada chamada e a quantidade de tempo que se gasta com celulares só vem crescendo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já advertiu que o uso de telefones celulares seria "possivelmente cancerígeno para humanos" e atualmente não reconhece a "hipersensibilidade eletromagnética" como um diagnóstico médico, diferente de alguns países. É o caso da Suécia. Por lá, milhares se identi cam como "eletrossensíveis" e são
apoiados, mesmo não havendo conclusões cientí cas para a causa que apontam para seus problemas de saúde. A Associação Sueca para Eletrossensíveis acredita que por viverem no extremo norte do globo, os suecos estariam mais suscetíveis aos efeitos da radiação eletromagnética, sobretudo no inverno, quando cam mais con nados e usam em excesso aparelhos, inclusive para se aquecer. Aqui no Brasil, especialistas de diferentes áreas dizem se a exposição à radiação eletromagnética do dia a dia faz mesmo mal à saúde. Sobre o uso d e c e lu l are s , Fábi o Por t o, neurologista do Hospital das C l í n i c a s d a Fa c u l d a d e d e Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) a rma que até o momento não há base cientí ca para associar problemas de saúde sérios, como câncer da região de cabeça e pescoço, à exposição a campos eletromagnéticos desses aparelhos e cita dados atualizados do National Cancer Institute, dos Estados Unidos, e que se baseiam na OMS. "Há muito mais especulação do que perigo real. Os melhores estudos sobre esses efeitos nunca obtiveram dados concretos. In vitro, testes de laboratório, há várias teorias que apontam
mudanças e estresse em células, mas in vivo os dados são insu cientes para demonstrar algum efeito deletério", diz Porto. "A chance é muito pequena. Não acho que é algo para se preocupar como ter câncer no cérebro por cont a de us ar celu lar, p or exemplo". Estudos mais antigos avaliaram a exposição à radiação de radiofrequência de celulares analógicos. Hoje, os celulares usam tecnologia digital, que op e r a e m u m a f re qu ê n c i a diferente e um nível de energia mais baixo do que os modelos antigos. Além disso, o uso de tecnologia viva-voz, como fones
de ouvido com e sem o, está aumentando e isso reduz a exposição ao corpo. Isabella Drumond Figueiredo, oncologista com passagem por várias instituições cientí cas que estudam e tratam câncer no mundo, tais como Tom Baker Cancer C entre (Canadá), Sylvester Comprehensive Cancer Center e MD Anderson Cancer Center (ambas nos Estados Unidos) explica que a radiação que engloba ondas de rádio, TV e micro-ondas está na categoria de b ai x a e ne rg i a d o e sp e c t ro eletromagnético, por isso sem energia su ciente para causar câncer.
No entanto, ela explica que se essa radiação for absorvida pelo corpo em grandes quantidades, pode produzir calor e, c ons e qu e nte m e nte, c au s ar queimaduras e danos aos tecidos do corpo. "Em relação aos micro-ondas, eles usam níveis muito altos de uma certa frequência de radiação para aquecer alimentos, mas não emitem raios-X ou gama e não tornam os alimentos radioativos. Os fornos são projetados de forma que as ondas de radiofrequência quem retidas d e n t r o d e l e s . Us a r e s s e s aparelhos íntegros não oferece d a n o s . E nt re t a nt o, f or n o s
dani cados podem vazar microo n d a s , c au s a n d o r i s c o d e queimaduras", explica a oncologista. Alex Meller, urologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), também concorda que ainda não há evidências cientí cas de que ondas eletromagnéticas de aparelhos eletrônicos causem problemas, diferentemente das ondas de radiação ionizante, que têm efeito direto sobre a saúde e alteram inclusive a fertilidade. "Sobre laptop, o que prejudica a reprodução humana não é o eletromagnetismo em si, mas o aquecimento do aparelho e que se for colocado com muita frequência sobre o colo pode afetar a produção dos e s p e r m atoz oi d e s p e l a a lt a temperatura", explica Meller. A fala do urologista corrobora um estudo aceito e publicado pela Universidade do Estado de Nova York na revista Fertility and Sterility. Nele, cientistas usaram ter mômet ros p ara afer ir a temperatura dos testículos de 29 participantes que tinham por hábito usar laptops sobre o colo. Mesmo com um suporte sobre as pernas, o que se observou foi que entre 10 a 15 minutos os escrotos superaqueceram e depois de uma hora estavam 2,5 graus mais quentes.
Estudos concluíram que o gengibre tem efeitos superiores ao paracetamol ©THE TONIK/UNSPLASH
Medicamentos analgésicos, como o paracetamol, são bastante acessíveis e, por isso, muito utilizados, principalmente para baixar a febre e aliviar dores. Essa facilidade de acesso, no entanto, pode acabar gerando certa dependência, sem contar que esses sintomas são naturais do processo de cura do organismo — a febre, p or exemplo, é uma reação positiva do sistema imunológico lutando contra micro-organismos causadores de enfermidades. Evitar o uso dessa medicação de forma exagerada é, na verdade, algo bastante bené co
para a saúde e alguns alimentos podem ajudar nisso substituindo o paracetamol no alívio de dores. Mas é sempre bom lembrar: se persistirem os sintomas, é preciso buscar orientação médica. Paracetamol, também chamado de acetaminofeno, é um fármaco analgésico, que promove alívio temporário de dores e reduz a febre. Ele é utilizado para tratar dores leves, moderadas e intensas, tais como: dores de cabeça; dores nas costas; dores musculares; dor de dente. Além das dores, ele também costuma ser recomendado em outras situações, como: garganta
in amada; artrite; resfriados; gripes; febres. O paracetamol não é indicado em algumas situações. Quem sofre de insu ciência hepática aguda, problemas de fígado, c omprom e t i m e nt o re n a l e desnutrição calórica não deve utilizar o medicamento. Além dess as contraindicaçõ es, é recomendado que o paracetamol, em casos de febre, não seja utilizado por mais de três dias (a menos que se esteja seguindo uma orientação médica). Em casos de dor, adultos não devem tomar o remédio por mais de dez di as e cr i anç as de vem s er limitadas a cinco dias. Os efeitos colaterais comuns do paracetamol incluem náusea, vômito, dor de cabeça e insônia. Estudos também já relacionaram o uso de paracetamol à redução de empatia. Em certas situações, o medicamento também pode causar reações alérgicas. Nesse último caso, costumam aparecer os seguintes efeitos: di culdade em respirar ou engolir; inchaço
do rosto, lábios, garganta ou língua; coceiras intensa; descamação ou formação de bolhas na pele; urticária. Além dessas reações, ao utilizar o paracetamol em excesso, o medicamento pode causar efeitos colaterais graves, como grave lesão hepática, em que o fígado, ao processar o fármaco e o converter em outra substância, produz muito dessa substância podendo dani car o organismo e até causar intoxicação. Um estudo recente descobriu que consumir paracetamol durante a gravidez pode aumentar o risco de problemas comportamentais e TDAH em crianças, embora seja uma pequena probabilidade. Em altas quantidades, o organismo pode passar até mesmo por uma overdose de paracetamol, o que p o de s er fat al. Por iss o, é e x t re m a m e nt e i mp o r t a nt e utilizar o medicamento somente sob orientação médica, seguindo exatamente a orientação ou indicação no rótulo. Em algumas
situações, uma boa opção é priorizar as alternativas naturais que tenham efeitos analgésicos como o do medicamento. O paracetamol é um medicamento de efeito ana lgésico. Subst ituir ess e medicamento envolve t rat amentos a lter nat ivos e ingestão de alimentos que têm esse mesmo efeito de analgesia,
isto é, que colaborem com a redução das dores. O gengibre tem efeitos antiin amatórios superiores ao ibuprofeno. Ele controla náusea, vômito, dor de cabeça, enxaqueca e ajuda a regular o sistema digestivo. O gengibre também alivia dores de artrite, osteoporose e muscular, além de estimular o sistema imunológico.
10 Criança hoje, Criança amanhã
25 A 30 DE MARÇO/2021
ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com
Mais uma Lei Jabuti, a cortina de fumaça da legalizaçã o dos jogos de azar — Parte IV ©ISTOCKPHOTO
L
falha na afetividade. A queixa da falta de tempo que empurra para a terceirização da maternidade e da paternidade, também c o b r e m o a f a s t a m e nt o a f e t i v o. S ã o mu i t a s a s desculpas, entre as quais várias que procedem no ritmo frenético da vida consumista. A dependência que vai aparecer na segunda década e, muitas vezes, vai acompanhar por toda a vida, nu m a d o e c i m e nt o q u e encarcera, foi iniciada nos primeiros anos de vida, em situ açõ es de ab andono i n t r a f a m i l i a r. N ã o s e ab and ona u ma c r i anç a
apenas quando ela é deixada num cesto ou numa lixeira. Às vezes, as crianças são abandonadas dentro de casa, tendo pai e mãe. E essa condição vai fazer com que ela se isole dentro dela mesma. Fa z - s e ne c e ss ár i o, no entanto, entender a boa aquisição, hoje rara, da capacidade de estar só. Essa é uma capacidade que traz liberdade e apreço pelo outro. É a capacidade de se a c o m p a n h a r , satisfatoriamente, por si mesmo. Não é solidão. É a não dependência do outro, que dá qualidade ao estar com o outro. É essa
capacidade que nos permite ler um livro até o nal e pegar outro. Hoje, observamos que a obcecada atitude de uma socialização super cial que não permite a vivência das boas emoções, e dos bons
não temos a cultura do pensar as várias implicações e consequências de uma “legalização”, se preferimos imaginar que será glamoroso, e que trará impostos para e educação e a
afetos. A palavra “amigo” perdeu seu signi cado para um contato raso, em meio a uma avalanche de exposição de aparências. Ne s t a l i n h a d e entendimento surge agora o jabuti da legalização dos cassinos de todos os tipos. Não sejamos ingênuos. Se
saúde, empregos para os jovens, já começamos a blefar, alimentados por um lobby diário feroz. Vemos impostos para a educação, que tem cada vez mais sua verba diminuída, com a saúde a mesma coisa. Empregos que serão camu agens de exploração e
turismo sexuais, incluindo as redes de trá co i nte r na c i ona l hu mano, sexual também. Não há Políticas Públicas para nossos alcoólatras. Não sabemos o que fazer com eles. Nem com os usuários de cocaína, craque, e os pequenos e seus joguinhos de celular e computador. Há que se pensar como usar a tecnologia sem dependência. Mas reclamamos, em rodas de conversas e não prestamos atenção ao movimento que este rio caudaloso está nos levando. Quando perdemos a ligação e a intimidade com as emoções genuínas, vamos fazendo substituições que deformam e secam nossa subjetividade. E emoções de verdade, vis cerais, que repercutem no corpo, são o alimento da mente humanizada. Jogos de sorte ou azar, em suas repetições monótonas, não passam pelo processo cognitivo pleno humanizado, porque
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evantamos nas semanas anteriores o que está por trás da cortina de fumaça na campanha da legalização dos cassinos e do jogo do bicho. Agora se fala em “privatização” de jogos, para pegar uma carona com as inúmeras privatizaçõ es propostas. Algumas, só algumas, com muita coerência na perspectiva de privatizar ou ter um modelo híbrido, público-privado (PP). Lobistas falam maravilhas da legalização dos jogos de azar. Não vi ninguém preocupado com a aceitação social do hábito de jogo. O glamour do vício. Não é a questão moral que coloco em discussão. É a questão da saúde mental. Dependência à substância ou à conduta, é patológico. Mas, como muitas coisas que dizem respeito à Infância e à Adolescência, o que prepara o terreno para a instalação de uma dependência, de qualquer ordem, é ignorado, é descuidado. Os comportamentos de dependência que aparecem na adolescência começaram a ser plantados na infância. A qualidade precária dos afetos e cuidados com a criança, muitas vezes disfarçados por excessos de atividades que levam o rótulo ctício do “melhor p r e p a r o p a r a a competitividade do trabalho”, escondem essa
são a busca incessante de um triunfo, de uma vitória sobre o imponderável. Vencer o azar por uma lei aleatória. Violência minimizada cada vez mais para dar cor a este vazio interno. Esta ilusão é que atrai os buracos de afetos.
COMPORTAMENTO 11
25 A 30 DE MARÇO/2021
NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA Hipnoterapeuta / Mentora Gestacional Cel.: (27) 99947-8786 Instagram: @nagelaisa.oficial
Saúde mental em tempos de caos total E
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trouxe vitória a nenhum dos lados. E, nesse momento, vencer pode signi car perder. A empatia é coadjuvante e o equilíbrio, mero espectador. Internamente, engolimos o choro, o medo, a alma... Quantos de nós já choraram a perda de entes queridos? Quantos de nós já choraram a eminência de ser o próximo? Um inimigo invisível e comum, que não escolhe idade, cor, status ou crenças. Lidar com o isolamento ou lidar com o perigo? Para alguns, o isolamento pode ser a pior das sensações: impotência, solidão
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stamos vivendo tempos realmente desa adores. Um caos instaurado, dentro e fora. Estamos cercados por notícias perturbadoras no âmbito da política, da segurança e da saúde, principalmente. Vivemos na incerteza do porvir e na instabilidade nanceira. O medo do próprio futuro e esse diálogo mental que tortura. Bom, ao menos a maioria de nós. Consciência e ignorância têm conversado intimamente, e ainda não chegaram a um senso comum. A disputa de egos não
ou depressão. Para outros, tem sido um momento de a u t o d e s c o b e r t a , des envolv imento do amor próprio, tempo de qualidade para si mesmo. Estar em isolamento signi ca lidar consigo mesmo. Olhar e c onv ive r d e p e r to c om as próprias mazelas e verdades internas. Mas isso tudo já estava ali, só não parávamos para ouvir. Nã o foi a p an d e m i a ou o isolamento em si, que causaram tais di culdades. Só desencadearam mais rapidamente um problema que cedo ou tarde precisaria de atenção. Esse é o momento em que as alegrias ou as tristezas s e intensi caram. Não por culpa de alguém, do governo, da doença ou dos hospitais. Mas por aquilo que já era, que já existia ali dentro. O que podemos aprender com tudo isso, é o reforço de que nada cont rolamos, a lém de nós mesmos. Nossos sentimentos, pensamentos, atitudes, escolhas. O que to c a ao out ro, s ó
representa o que o outro é, e nada do que sentimos ou pensamos tem o poder de afetar alguém além de nós mesmos. A revolta ou o ódio são um veneno que tomamos na intenção de fazer o outro morrer. O t e mp o n o s p e d e p a r a olharmos para dentro, nos tornando donos e senhores de nossos sentimentos e
pensamentos. O estado mental e emocional que experimentamos, é fruto do que nós mesmos p l a nt a m o s e nut r i m o s n o decorrer da nossa vida. Não existe certeza sobre o futuro. Entre escolher viver bem pelo tempo que for ou viver amargurado e prisioneiro de si mesmo, a melhor escolha é aquela que liberta e fortalece.
A empatia é algo que só podemos oferecer, não podemos cobrar de ninguém. Cada um dá o que tem, e nossa tarefa é cultivá-la dentro de nós. Viver o agora, com a maior alegria que pudermos, é nossa missão. Por nós mesmos e p or noss os queridos. Essa é a memória que irá permanecer para além da vida, e ela só existe no agora!
Ser otimista pode ajudar a viver melhor na velhice, aponta estudo ©ISTOCK
Desde muito cedo as pessoas costumam imaginar como será sua vida quando envelhecerem. E quanto mais o tempo passa, mais perguntas surgem: como estarei daqui a 30 anos, terei amigos, serei saudável, ativo? Para avaliar a autopercepção e o próprio otimismo em relação à vel hice, p es quis adores da Universidade Estadual do Oregon, nos Estados Unidos, descreveram em um estudo como a in uência do nosso própr i o " e u " i nte r fe re no processo de envelhecimento,
re etindo em uma boa qualidade de vida na velhice ou não. "Pesquisas anteriores mostraram que as pessoas que têm uma visão positiva do envelhecimento aos 50 anos vivem 7,5 anos a mais, em média, do que as pessoas que não têm", disse Karen Hooker, coautora do estudo. Os pesquisadores queriam entender como as autopercepções do envelhecimento estão ligadas e in uenciam na saúde.
Os e sp e c i a l i st a s u s ar am questionários respondidos por 244 adultos de meia-idade e idosos, nos quais foram analisados, especialmente, dois fatores: a capacidade de uma pessoa de se tornar o que deseja ser no futuro (autoe cácia); e otimismo como um traço geral de personalidade, isto é, o quão capazes elas se sentiam de se tornarem a pessoa que esperavam, e evitar se tornar a pessoa que temiam ser. Os participantes disseram se concordavam ou discordavam
de a rmações como: "as coisas estão piorando conforme eu envelheço", "eu tenho tanta energia quanto no ano passado", "quando envelhecer serei menos útil", "em tempos de incerteza espero pelo melhor"? E nt r e o s " e u s " q u e e l e s des ejavam s e transformar estavam: pessoas sociáveis, com amigos e saudáveis. Já entre o que eles temiam ser no futuro estavam: doentes, rabugentos, zangados e dependentes dos outros para necessidades do dia a dia. Segundo os autores do estudo, um dos principais problemas enfrentados pelos idosos são os estereótipos negativos que os taxam de incapazes de realizar suas próprias tarefas no dia a dia, como dirigir, fazer compras ou realizar pagamentos. E isso realmente pode in uenciar e causar danos reais à saúde. "As pessoas precisam perceber que algumas das consequências negativas para a saúde na vida adulta podem não ser motivadas biologicamente. A mente e o corpo estão todos interligados", disse a coautora do estudo.
Ela avalia que quando acreditamos que coisas ruins vão acontecer, ao longo do tempo, isso pode contribuir para que nossa saúde realmente s ej a afet ad a e, consequentemente, vivermos as coisas que tanto temíamos. "Os idos os p o dem fazer algumas coisas melhor do que os
jovens. Aumentar as oportunidades de relacionamentos é uma maneira de tornar as pessoas mais otimistas quanto ao envelhecimento", diz Hooker. O estudo concluiu que a forma como alguém avalia como será sua velhice pode in uenciar no futuro.
12 OLHAR DE UMA LENTE
25 A 30 DE MARÇO/2021
HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Fundão: Legislativo e Executivo focados na igualdade de direitos O
vereador Sandro Lima (PSD), eletricista de pro ssão, lho do pedreiro Samuel da Costa Lima e da dona de casa Maria José Lima, casado e pai de dois lhos, nascido e criado em Fundão, tem na esposa e nos lhos o apoio que precisa para romper os obstáculos como representante do povo da sua comunidade. Presidindo a Câmara de Vereadores de Fundão, o vereador falou dos pouco mais de 80 dias de gestão da atual administração, que tem à frente o prefeito Gilmar Souza Borges e o vice-prefeito Murilo Coutinho. Sobre o início dos trabalhos municipais, o presidente diz que todo início d e gove r no é t r ab a l ho s o mesmo “é assim para todos àqueles que querem acertar e o r g a n i z a r a c a s a . No s s o município s empre este ve
município. Não estou presidente para meus
incompreensíveis a algumas pessoas, que não entendem ou não aceitam”, diz, referindo-se às adequações propostas pelo Executivo e que têm encontrado certa resistência do Legislativo. Segundo ele, “o pensamento, hoje, tem que ter foco no desenvolvimento responsável do município, porque a população de Fundão clama por isso. Ela quer o município em pleno des envolvimento... não podemos admitir mais nossa cidade nas páginas policiais. E eu sei que se depender de mim e das pessoas que estão comigo, dos vereadores dessa casa, todos vão zelar para que isso jamais volte a acontecer na nossa cidade. Essa legislatura v a i f a z e r d e Fu n d ã o u m exemplo de gestão pública. Nosso município não pode continuar cabide de emprego para parente ou amigos próximos, por isso, contamos
apresentado pelo Executivo, porque vejo com bons olhos.
reestruturação apresentado pelo Executivo, procurei ser
insalubridade, entendo que a luta precisa ser por melhores
©HAROLDO CORDEIRO FILHO
Sandro Lima, presidente da Câmara de Vereadores de Fundão
©HAROLDO CORDEIRO FILHO
interesses, sou vereador e vou sempre defender os interesses da população da minha cidade das quais tenho muito orgulho”, frisa. Quanto ao projeto de lei que está em discussão no Legislativo, Sandro vê com b ons ol ho s a s mu d anç a s
Sei que ninguém gosta de mudança, é natural, mas são mudanças necessárias. Acredito no bom senso dos companheiros que compõem essa casa, são todos comprometidos com o melhor para a população, por isso entenderão que o PL é essencial
técnico e sucinto, lembrando que a gente está vivendo um momento de pandemia e que, futuramente, podemos viver uma crise econômica. Por isso, vejo que a ideia de reestruturação que o prefeito Gilmar apresentou para a administração pública vai fazer
salários e condições de trabalho, plano de carreira, é por isso que precisam lutar, nisso estarei sempre de prontidão para ser mais um na luta”, ressalta. Félix acredita na aprovação do PL, mas pede aos colegas que analisem a situação com TATI BELING
estampado nas páginas policiais, mas percebo uma mentalidade diferente no atual cenário, o prefeito e o seu vice estão empenhados em mudar esse rótulo e virar essa triste página da história da nossa cidade”, esclarece Sandro. Para Sandro, presidir uma casa de leis não é fácil, são várias divergências de opiniões e interesses e, isso, di culta mu i t o, m a s q u e e l e e s t á preparado e pronto para os desa os que a posição exige. “Com o pouco de experiência que nós temos e a convivência com os amigos edis, vamos mostrando, com jeitinho e argumentos, que precisamos ter uma gestão enxuta, mesmo que para isso tenhamos que cortar coisas que, às vezes, parecem absurdas e
com um secretariado t ot a l m e nt e t é c n i c o, c om c on he c i me nto d e c aus a”, a rma. Outras preocupações estão na pauta de extrema urgência da gestão municipal que são o homem do campo que, de acordo com Sandro, necessita de apoio; a educação, que precisa de uma melhor estrutura, como construção e a mp l i a ç ã o d a s u n i d a d e s existentes e a saúde. “Fomos eleitos para isso. Eu apostei muito nessa administração, aposto muito na competência do prefeito Gilmar e do vice, Murilo. Estive sempre à frente da campanha defendendo o poder público e, agora, como presidente vou continuar defendendo a administração pública, porque defendo meu
©ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Félix e Sandro
Prefeitura e Câmara de Vereadores de Fundão propostas e crê no bom senso dos vereadores em encontrar uma solução que atenderá tanto aos interesses do funcionalismo público quanto aos da administração. “Vamos aprovar o Projeto de Lei (PL)
para o desenvolvimento do município”, acredita. Opinião compartilhada pelo vereador e vice-presidente da Câmara Municipal, Félix Tesch Francisco (Republicanos). “No que diz respeito ao projeto de
bem ao município. Vou votar partindo do princípio da isonomia, acho que o direito de um tem que ser o direito de todos... entendo que uma minoria esteja interpretando de forma errada a questão da
muita atenção. “Os vereadores precisam analisar de forma sucinta... vamos aprovar agora e, depois, vamos ajustando de acordo com as demandas”, naliza.
BRASIL 13
25 A 30 DE MARÇO/2021
A semana em Brasília S e no Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes
jornalfatosenoticias.es@gmail.com
JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO
Auxílio Emergencial no município de Fundão/ES REPRODUÇÃO/IEMA
Pico Goiapaba-açu, fundão
Rose de Freitas (MDB-ES) Paulo Guedes agradece “apoio concreto” da senadora Rose em ações de combate aos efeitos da pandemia
O prefeito de Fundão, Gilmar de Souza Borges, em nota, agradeceu a todos que estão colaborando com as orientações dos scais e a Defesa Civil nesse momento de pandemia que é de cuidado extremo e informou que encaminhou Projeto de Lei à Câmara de Vereadores concedendo auxílio emergencial no valor de R$480,00, a ser pago em quatro parcelas mensais a partir de abril e prorrogando o vencimento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) por 90 dias para todos os prédios comerciais e do Imposto Sobre Serviço (ISS) xo, por 30 dias e outras obrigações acessórias. Finalizou dizendo que esta ajuda só está sendo possível porque a atual administração vem economizando em todos os gastos e scalizando com rigor tudo que é pago com o dinheiro do contribuinte. Obs. O auxílio deverá ser gasto no comércio do município. ©HAROLDO CORDEIRO FILHO
Lockdown é um projeto da esquerda “O lockdown é um projeto da esquerda festiva que os governadores estão fazendo para ver se recebem mais dinheiro do governo federal e desgastar o presidente Jair Bolsonaro. Não tem nada que comprove cienti camente que o lockdown ajuda. Esse decreto do governo estadual que vem tendo apoio de alguns municípios está matando milhares de micro e pequenos empresários, deixando pais de famílias em desespero. Estão acabando com empregos, isso é um absurdo. A gente não entende como alguns municípios que estavam amarelo até alguns dias atrás hoje, mesmo tomando todos os c uidados pre ventivos foram obr igados a obedecerem o decreto por pressão do governo de estadual, através do Tribunal de Constas (TC), do Tribunal de Justiça (TJ) e do ministério Público (MP), uma verdadeira injustiça”.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, agradeceu o “apoio concreto” da senadora Rose de Freitas (MDB-ES) em ações para ajudar a população na pandemia e auxiliar Governo e empresas — pequenas, médias e grandes — a superarem as di culdades econômicas impostas pela crise sanitária. Na manhã desta quinta (25), o ministro participou de sessão remota na Comissão Temporária da Covid-19 (CTCovid-19) do Senado Federal. “Eu quero agradecer não só a gentileza, mas também o apoio concreto que a senadora Rose sempre nos deu. Ela fez várias conferências e trouxe grupos com problemas especí cos: às vezes era educação, às vezes eram créditos para pequenas e médias empresas, às vezes eram grandes empresas que podiam ajudar. Ela sempre promoveu reuniões extremamente construtivas com o objetivo de nos ajudar”, reconheceu Guedes. Durante a sessão, Rose enfatizou a votação do Orçamento da União pelo Congresso — marcada para esta quinta — e pediu responsabilidade de Parlamento e Governo na utilização dos recursos, no momento "em que estamos diante da maior crise sanitária da história". “Não cabem aventura, irresponsabilidade, ou olhar distanciado da verdade que o Brasil está enfrentando. Esta é a página mais dramática que eu já vi — ao longo dos meus oito mandatos — um País como o nosso enfrentar. Todos os dias nos deparamos com óbitos e a falta de recursos para atender às pessoas, que morrem no meio do caminho. Se perde uma vida por faltar coisas essenciais”, lamentou.
Marcelo Santos (Pode) Com nova variante mais letal a jovens, Marcelo Santos sugere inserir público no plano de vacinação contra o coronavírus A nova preocupação da pandemia, provocada pelo vírus SARS-CoV-2 que já faz parte da vida da população brasileira a mais de um ano, agora se expande em proporção e rapidez signi cativas: o potencial devastador da doença atingirá a juventude desastrosamente com uma nova variante que circula no estado do Espírito Santo. Inicialmente, apenas os idosos foram considerados como grupo de risco e a ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO vacinação foi planejada à vista desse fato, no início de janeiro de 2021. Durante Sessão Ordinária da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), o deputado estadual Marcelo Santos (Pode), alertou para a situação que estamos enfrentando: “Um grande número de óbitos numa velocidade ainda maior está acontecendo, foram 78 nas últimas 24h (dado de 23 de março). Cada decisão para combatermos o Covid se torna um desa o imenso e estamos experimentando, todos os dias novas formas – no nosso caso, de maneira muito negativa, em razão desses números, que, sobretudo, são vidas. Estamos batalhando numa verdadeira guerra e, infelizmente, temos percebido que os jovens não têm colaborado para melhorarmos esse cenário”. Em coletiva de imprensa, o secretário de saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, repugnou as atitudes que tem percebido nos jovens, frisando àqueles que insistem em comportamentos inadequados: “Precisamos controlar a doença na juventude. Os jovens vão morrer em uma proporção não vista em outro momento da pandemia com a circulação das variantes no Brasil. Essas variantes originárias estão circulando no Espírito Santo e temos a suspeita da inglesa [que inclui um alcance de infecção maior entre jovens e adultos entre 20 e 49 anos], crescendo de maneira exponencial”. O deputado Marcelo Santos advertiu a ousadia dos jovens: “Em muitos casos, os jovens estão trabalhando, se colocando em risco, vão para as ruas, festas, aglomerações e acontece uma tragédia: contamina todos que moram na mesma casa. Para citar um exemplo: muitos jovens de Cariacica moram com os avós, ou seja, o risco de contaminação e a taxa de letalidade pode expandir por esse motivo. O próprio secretário alertou que eles [os jovens] irão morrer numa velocidade e quantidade enorme. Por isso, eu acredito que seja de suma importância, acrescentar os jovens nos grupos de vacinação, o mais rápido possível”.
E
Fabiano Contarato (Rede-ES) Contarato propõe melhorias à Medida Provisória do Auxílio Emergencial QUALIFICA BAHIA
Está em tramitação no Congresso Nacional a Medida Provisória 1.039/2021, que estabelece a retomada do auxílio emergencial para pessoas em situação de vulnerabilidade devido à pandemia da covid-19. E pensando em melhorias no texto, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) apresentou emendas que farão toda a diferença para o trabalhador. “O auxílio emergencial precisa ser tratado como uma das prioridades do País! Quem tem fome, tem pressa! É por isso que apresentamos emendas para melhorar a MP do auxílio emergencial. Entre elas, vamos destacar quatro que farão toda a diferença para o trabalhador enfrentar a crise da covid19 e comprar ao menos o básico para viver”, explica Contarato. Confira algumas das propostas de emendas do Senador Contarato: aumentar o auxílio para R$ 600. Hoje, a MP sugere que o valor seja de R$ 250,00 e sabemos que isso é insu ciente para o básico de uma família; Permitir novos cadastros de bene ciários. Na atual redação da MP, não são permitidas novas inscrições; aumentar a cota da mulher provedora monoparental para duas cotas (R$ 500) e aumentar para a família unipessoal para uma cota (R$ 250). De acordo com a MP, os valores serão de R$ 375,00 e R$ 150,00, respectivamente. Incluir que a mulher em situação de violência doméstica receberá duas cotas do Auxílio Emergencial 2021.
Vereador da Serra quer suspensão de cobranças do pedágio da Eco 101 ESTRADAS.COM.BR
Por não se tratar de um serviço essencial previsto no decreto do Governo do Estado, o vereador da Serra Paulinho do Churrasquinho (PDT), através do requerimento 47/2021, solicitou ao Ministério Público Federal a suspensão das atividades da praça de pedágio do nosso município. De acordo com o decreto Nº 4839-N de 17 de março de 2021, publicado no Diário O cial do Estado, somente é permitido o funcionamento de serviços essenciais, até os serviços realizados em sistema Drive-ru estão suspensos por 14 dias no Estado. Sendo assim, a praça de pedágio da ECO 101 localizada na Serra que não foi incluída no decreto que deveria suspender suas atividades. Se o sistema Drive-ru não pode, por que a cobrança do pedágio continua a todo vapor? Indagou o vereador.
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Alunos da Rede Estadual podem concluir Avaliações Diagnósticas até o próximo dia 09 de abril
Pesquisadores descobrem como funciona a misteriosa Máquina de Anticítera
©ASCOM SEDU
Considerado o computador mais antigo do mundo, o mecanismo foi encontrado em um naufrágio em 1901 ©DIVULGAÇÃO/UNIVERSITY COLLEGE LONDON
A Secretaria da Educação (Sedu) faz a última chamada para as Av a l i a ç õ e s D i a g n ó s t i c a s e estende o prazo para até o próximo dia 09 de abril. As avaliações continuam disponíveis por meio digital na plataforma Google Sala de Aula ou pelo Aplicativo EscoLAR. O link da avaliação está disponível na sala de aula do estudante. Os alunos que, por algum motivo, ainda não realizaram o exame em formato digital, poderão fazê-lo em formato impresso, como as Atividades Pedagógicas Não Presenciais (APNP). Dessa forma, a escola irá organizar a disponibilização e posterior inserção das respostas (formato impresso) na plataforma, de forma a atender ao prazo determinado.
A avaliação é um ato pedagógico, pelo qual, mediante seus resultados, os estudantes tomam cons ciência de sua progressão na aprendizagem e de suas necessidades. Ao mesmo tempo, os professores a utilizam como subsídio para tomar decisões, avaliar sua própria prática, e buscar outras formas de p l a n e j a m e n t o, c o n t e ú d o s , estratégias e maneiras de abordar os contextos, visando a oferecer novas possibilidades de aprendizagem. A l é m d i s s o, a Av a l i a ç ã o Diagnóstica possibilita realizar o levantamento da situação do aluno em relação às aprendizagens adquiridas e ao currículo proposto, identi cando as possíveis defasagens no aprendizado. A partir dessas
análises, é possível ter uma melhor compreensão da turma em relação às habilidades e prérequisitos necessários à c ont i nu i d a d e d o pro c e s s o educativo. Nesse sentido, a avaliação diagnóstica orienta o t rab a l ho do cente, s endo, portanto, extremamente importante para a retomada do ano letivo. As Avaliações Diagnósticas 2021 foram elaboradas pela Sedu, em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da E ducação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF), com base no Currículo do Espírito Santo (Educação Infantil e Ensino Fundamental) de 2018 e no Currículo Básico Escola Estadual (Ensino Médio) de 2009.
Com uma tecnologia avançada movimento não só da Lua A s o st i c a d a Má qu i na d e para o conhecimento da época, quanto de planetas vizinhos Anticítera, de cerca de dois mil as engrenagens interiores do também. anos, considerada o primeiro objeto são (07), muitoàs parecidas com Entretanto, por sobrar apenas c omput a d or an a l ó g i c o d a A transmissão será no canal da Sedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira 14 horas a que conhecemos hoje em um terço de toda a engenhoca, história, foi recriada por uma relógios e pêndulos nu n c a s ou b e - s e c om o e l a equipe de cientistas. Com isso, contemporâneos. realmente funcionava. Porém, os pesquisadores acreditam Antes desse último estudo, uma pesquisa encabeçada pela terem desvendado como o outras pesquisas já buscavam University College London, que objeto era usado pelos gregos investigar outras informações foi publicada no periódico antigos para observar o céu e sobre a Máquina de Anticítera, Scienti c Reports, propõem prever fenômenos como uma em 2005, como uma nova reconstituição da astronômicos, com os eclipses, aponta a Super, que usou raios-x máquina, o que permite, pela por exemplo. para revelar milhares de primeira vez, simular a máquina E m 1 9 0 1 , a Má qu i n a d e caracteres escondidos atrás da em sua integridade. Anticítera, que é feita de bronze, corrosão da peça. foi encontrada em um Com essas informações, a naufrágio no leito do equipe da University College Mediterrâneo, na Grécia. London descobriu que a Datado da era do Império Máquina conseguia determinar, romano, o mecanismo não com precisão, os ciclos resistiu a força do tempo e da observáveis de movimentação corrosão, restando apenas 82 de outros planetas, como Vênus fragmentos, alguns deles e Saturno. “Este é um avanço muito dani cados. teórico fundamental”, disse Ao longo das décadas, Adam Wojcik, coautor do conforme aponta matéria da estudo, em comunicado. “Agora Sup e r, arqu e ól o go s devemos provar que esse modelo entendiam que a Máquina era é viável, reconstruindo-o na usada para estudar a prática usando técnicas antigas”. astronomia e prever o
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O verdadeiro segredo da felicidade, segundo estudo de neurocientista brasileiro Fabiano de Abreu, que é membro da Sociedade Brasileira e Europeia de Neurociência, teve estudo publicado na Latin American ©FANCYCRAVE1/PIXABAY
do córtex pré-frontal com o fascículo do cíngulo, que passa do giro do cíngulo ao giro parahipocampal no sistema límbico", Refere Abreu. C oincidênci a ou não, a felicidade e o equilíbrio têm uma relação. "Cognitivamente é sabido que tudo na vida precisa do equilíbrio, nele encontramos o conforto necessário para mais picos de felicidade e mais e melhores sensações de felicidade.
A felicidade é algo que todos têm a pretensão de alcançar. Aliás, a humanidade é obcecada por e s t a r, o u p a r e c e r e s t a r, constantemente feliz. O neurocientista e neuropsicólogo membro da Federação Europeia de neurociência, Fabiano de Abreu explica que, "não há felicidade constante, já que felicidade são picos de emoções variáveis e de acordo com acontecimentos. As sensações que são de nições de felicidade são de acordo com a resposta do equilíbrio.
Quando se está incomodado, por qualquer circunstância que seja, alterar-se níveis e possibilidades de sensações de fel i c i d a d e, vou chamar d e sensações de felicidade, qualquer sentimento e/ou emoção que leve a determinação vulgar de felicidade, como alegria, satisfação, contentamento, bemestar, prazer, júbilo, ledice, gosto, aprazimento, deleite, regozijo, euforia, bem-aventurança". Contudo, achamos, enquanto sociedade, que apenas somos bem-sucedidos se alcançarmos a
felicidade a todo instante. Estarmos felizes é também produto da nossa biologia e, muitas vezes, não temos noção de todo o processo. "Os estudos concluem que, a dopamina nos fornece aquele pico de felicidade, mas que neurotransmissores como a serotonina, dopamina, ocitocina, hormônios como o cortisol, entre todos os outros precisam ter seu bom funcionamento, ou seja, a homeostase se faz necessária para que isso ocorra. Assim como o equilíbrio relacionado às regiões
O conforto na consciência relacionado à cultura e personalidade do indivíduo in uencia na determinação da l i b e r a ç ã o d o s neurotransmissores da felicidade, assim como na sua intensidade", explica. A felicidade é a conjugação entre as nossas decisões, o mundo que nos rodeia e a nossa genética. "Comportamentos e hábitos, probabilidade genética,
inteligência, a homeostase, são f atore s d e te r m i nante s qu e de nem o segredo da felicidade. A genética de ne probabilidades, comportamentos e hábitos como alimentação, exercícios físicos, t r a t a m e n t o, e t c . , d e n e m equilíbrio, inteligência de ne controle emocional, pensamentos, comportamentos e hábitos e a homeostase está no resultado de todas essas ações e a genética.", conclui o neurocientista.
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ONU: mais de 30 milhões de pessoas estão a um passo da fome extrema ©ISTOCKPHOTO
A fome extrema deve aumentar e m mais d e 2 0 p aís e s no s próximos meses, alerta a Organização das Nações Unidas (ONU). Em algumas regiões do Iêmen, do Sudão do Sul e no norte da Nigéria, famílias estão mor rendo de fome, re vel a relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e do Programa Alimentar Mundial (PAM). A situação de fome extrema é agravada por con itos internos, alterações climáticas e pela pandemia de covid-19. Em alguns locais, é também agravada pela praga de gafanhotos. A FAO e o PAM acrescentam que mais de 34 milhões de pessoas no mundo “lutam com níveis alarmantes de fome extrema”. Esse número pode aumentar drasticamente nos próximos meses se a assistência internacional não for ampliada, acrescenta o relatório, de 37 páginas, divulgado pelas duas
agências que têm sede em Roma. Apesar de a maioria dos países afetados ser africana, a fome pode aumentar vertiginosamente na maioria das regiõ es do mundo, incluindo o Afeganistão, a Síria, a Líbia, o Haiti e a América Latina. “O sofrimento é alarmante”, alerta o diretor-geral d a FA O, Q u D o n g y u , e m c o m u n i c a d o . “ Te m o s a responsabilidade de agir agora e rapidamente para salvar vidas, salvaguardar meios de subsistência e prevenir que a situação se agrave”. O representante da FAO lembra que “em muitas regiões, a época do cultivo está começando e devemos correr contra o relógio para não deixar fugir essa oportunidade de proteger e até mesmo aumentar a produção lo c a l de a limentos”. “Uma catástrofe ocorre perante os nossos olhos”, a rma o diretor da WFP, David Beasley. “A fome — impulsionada por con itos e a l i me nt a d a p or a lte r a ç õ e s
climáticas e pela pandemia de covid-19 — bate à porta de milhões de famílias”. Para David Beasley, há três formas de impedir que “milhões morram de fome: a suspensão dos combates; o maior acesso às comunidades vulneráveis e o aumento das doações”. No início do mês, a FAO e o PAM pediram US$ 5,5 bilhões para evitar a fome, por meio da assistência alimentar humanitária e
inter venções urgentes de subsistência. O relatório conclui que “a América Latina vai ser a mais atingida pelo declínio econômico e a recuperação será mais lenta. Já o Oriente Médio, Iêmen, a Síria e o Líbano são fortemente afetados pela desvalorização da moeda e pela in ação vertiginosa”. Mais de sete milhões de pessoas no Sudão do Sul deverão enfrentar níveis de insegurança
alimentar aguda durante o p e r í o d o d e a b r i l a j u l h o, acrescenta o relatório. E mais de 16 milhões de iemenitas vão p ass ar p or a ltos níveis de insegurança alimentar aguda até junho, três milhões a mais do que no ano passado. Burkina Faso, o Afeganist ão, a R epúblic a Democrática do Congo, Etiópia, o Sudão e a Síria são também países identi cados entre os piores focos de fome.
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35 milhões de brasileiros vivem sem água tratada, aponta ranking Além disso, cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgotos O Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, publicou seu novo Ranking do Saneamento. Baseado nas 100 maiores cidades do Brasil e com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2019, a publicação anual avalia os indicadores de acesso à água potável, coleta e tratamento dos esgotos nos cem maiores municípios do País. O novo ranking con rma que o País mantém sem serviços de água tratada quase 35 milhões de habitantes, sendo 5,5 milhões nas 100 maiores cidades (população da Noruega). Temos aproximadamente 100 milhões de pessoas sem acesso à coleta de esgotos, sendo 21,7 milhões
nesses maiores municípios (população do Chile). O Brasil ainda não trata metade dos esgotos que gera (49%), o que
representa jogar na natureza, todos os dias, 5,3 mil piscinas o l í mpi c a s d e e s got o s s e m tratamento. Nas 100 maiores cidades, em 2019, descartou-se um volume correspondente a 1,8 mil piscinas olímpicas diárias. Esses grandes municípios possuem indicadores melhores do que a média nacional e, em 2019, investiram, juntos, 50% de tudo o que País colocou na infraestrutura de água e esgoto. Fazendo uma comparação dos indicadores, entre 2012 e 2019, a população com acesso à rede de água no País evoluiu timidamente (de 82,7% com acesso para 83,7%), assim como nas 100 maiores cidades (de 93,45% com acesso para
93,51%). Em s ete anos de comparação, o País saiu de 48,3% da população com rede de esgoto (2012) para 54,1% em 2019,
enquanto nos 100 maiores municípios foi de 69,39% para 74,47%. O País tratava, em 2012, 38,7% do esgoto gerado e foi para 49,1% em 2019, enquanto nos maiores municípios o índice passou de 48,8% para 62,17%. Olhando a colocação das cidades no Ranking, Santos (SP) manteve a 1ª posição, obtida já no Ranking 2020, seguido de Maringá (PR), Ub erlândia (MG), Franca (SP), Limeira (SP) e Cascavel (PR). Já entre as piores cidades, pela primeira vez, Macapá (AP) obteve a pior nota, seguida de outros municípios que sempre cam entre os últimos, tais como Porto Velho (RO), Ananindeua (PA), São João de Meriti (RJ), Belém (PA) e Santarém (PA). O Ranking completo está no site do Trata Brasil. “Vimos com preocupação que os municípios mais bem colocados se mantêm entre os que mais investem, enquanto as cidades que mais precisam evoluir persistem com baixos investimentos em água e esgotos. Se nada mudar, ampliaremos a noção de termos dois 'Brasis' … o dos com e o dos sem saneamento”, a rma Édison Carlos, presidente-executivo do Instituto Trata Brasil. Entre as capitais, pela primeira vez São Paulo-SP aparece como a mais bem colocada (8ª), seguida de Palmas-TO (13ª), CuritibaPR (16ª), Goiânia-GO (18ª) e Br a s í l i a - DF ( 2 0 ª ) . G e s n e r Oliveira, sócio da GO
Do deserto ao verde: cientistas querem transformar Sinai em oásis
Associados, pontua a preocupação ao ver capitais nas últimas posições. “Ver cidades desse porte com indicadores baixos em saneamento é ruim, mas quando temos capitais, como Macapá, Porto Velho, Belém e Rio Branco nas últimas posições, o cenário é muito pior, pois são referências em seus estados”. Aprovado em junho de 2020 pelo Congresso Nacional e
depois sancionado pela Presidência da República, o Novo Marco Legal do Saneamento traz novos desa os para o setor com objetivo de acelerar a expansão dos serviços de água e esgotos pelo País. Assim como nas metas no Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), promulgado em 2013, a Lei Federal 14.026/2020 coloca para 2033 o prazo para cumprimento de metas: acesso à
SpaceX vai pousar foguetes Starship em Marte antes de 2030 ©REUTERS/GENE BLEVINS/DIREITOS RESERVADOS
Ideia é aplicar à península egípcia a mesma técnica usada para a recuperação vegetal de planalto no norte da China ©FLORIAN PRISCHL/WIKIMEDIA COMMONS
O lendário deserto do Sinai pode voltar a ser um espaço verde, tomado pela vegetação e por cursos d'água. Essa é a aposta de um grupo de engenheiros e cientistas que querem replicar na península egípcia uma técnica
similar àquela utilizada para a recuperação vegetal do planalto de Loess, no norte da China. No nal dos anos 1990, a região passou por um processo massivo de transformação do solo. Houve plantio de árvores no topo das
colinas, terraplanagem nas encostas íngremes e a adição de matéria orgânica ao solo. Em 20 anos, uma das regiões mais áridas da China virou um vale verde de terras agrícolas e produtivas. O “Guardian” contou como esses especialistas querem fazer o mesmo no Sinai. Desde 2016, o grupo está trabalhando na restauração de um lago na região, proj e to qu e d e u or i ge m à iniciativa mais ambiciosa. Para eles, a restauração massiva do Sinai pode desfazer a degradação causada por milênios de atividade humana, além de contribuir para a captura e o armazenamento natural de carbono em áreas hoje desérticas.
águ a t rat ad a p ara 99% d a população brasileira e coleta e tratamento dos esgotos para 90%. Transforma a Agência Nacional de Água (ANA), que agora passa se chamar Agência Nacional de Água e Saneamento Básico, na criadora de metas nacionais de referência para a regulação dos serviços. Uma forma de dar uniformidade de análise às mais de 60 agências existentes.
A SpaceX vai p ousar s eus foguetes Starship em Marte bem antes de 2030, disse nessa terçafeira (23) o bilionário controlador da companhia e da montadora de carros elétricos Tesla, Elon Musk. A SpaceX levantou cerca de US$ 850 milhões em nanciamento em fevereiro, apesar de o foguete-protótipo da empresa ter explodido durante aterrissagem após um teste de lançamento de alta altitude. O protótipo SN9 era um modelo de teste do foguete que está sendo desenvolvido pela SpaceX. O veículo está sendo
projetado para transportar
humanos e 100 toneladas de carga para missões à Lua e a Marte. Musk a rmou que o marco "realmente difícil será tornar a base em Marte autossu ciente". Um primeiro voo orbital do foguete está previsto para o m deste ano. Musk tem a rmado que pretende levar o bilionário japonês Yusaku Maezawa ao redor da Lua no Starship em 2023.