Jornal Fatos & Notícias Ed. 416

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ANO XI - Nº 416 06 A 08 DE ABRIL/2021 SERRA/ES

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita

©DIVULGAÇÃO/FIELD MUSEUM

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

8 Já foi o tempo em que alimentação vegana era sem graça como mostra essa receita de quiche de alho-poró Pág. 8

JORGE PACHECO

8 Alexandre não suspende

processo de impeachment e mantém interrogatório de Witzel Pág. 5

HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 Mais uma vez a Cesan e

Ambiental Serra são alvo de reclamações pelos serviços prestados Pág. 12

Recuperação de animais atingidos por petróleo em 2019 Pág. 16

Coruja-guincho-do-xingu

Pesquisadores descobrem duas novas espécies de coruja no Brasil

Novo método de descontaminação de água alia compósitos de baixo custo e energia solar Pág. 10

Como asteroide que extinguiu dinossauros fez nascer oresta Amazônica

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

©GETTY IMAGES

Chamadas de corujas-guincho, as aves estão ameaçadas de extinção e possuem características únicas Pág. 2

Própolis vermelha pode funcionar como tratamento contra esquistossomose

O impacto do asteroide, 66 milhões de anos atrás, provavelmente não levou apenas à extinção dos dinossauros Pág. 7

Pág. 16

Tomar água da torneira é seguro? Geralmente sim e tem até vantagem

©RITA WILLAERT

©ISTOCK

Mulheres decoram casas de barro em Burkina Faso

Elevador espacial é possível com tecnologia atual, diz professor ©SPACEX

Em voos atuais, foguetes de múltiplos estágios são necessários para fazer o envio de cargas ao espaço Pág. 6

Segundo Érica Fernanda Gonçalves, nutricionista do Hospital 9 de Julho, o principal benefício da água de torneira é que ela contém níveis ideais de flúor, que desde a década de 1970 é aplicado obrigatoriamente no tratamento de água de municípios brasileiros com o objetivo de diminuir a incidência de problemas bucais na população Pág. 15

Casas ricamente decoradas são construídas com barro, palha e madeira e ajudam a proteger moradores do calor e invasões Pág. 15

Chapada Diamantina a um passo de entrar em lista seleta de parques da Unesco Pág. 2


2 MEIO AMBIENTE

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Pesquisadores descobrem duas novas espécies de coruja no Brasil Chamadas de corujas-guincho, as aves estão ameaçadas de extinção e possuem características únicas diverso das Américas. Junto com a descoberta, vem o alerta dos pesquisadores de que uma das suas descobertas, a recém-

possuem entre 20 e 25 centímetros de comprimento. De plumagem de coloração avermelhada, castanha e escura, a ©DIVULGAÇÃO/FIELD MUSEUM

Corujaguincho-doxingu trouxe novas peças para este quebra-cabeça sobre a vida no planeta: duas corujas de hábitos orestais, uma da Mata Atlântica e outra da Amazônia. As espécies, batizadas de corujinhade-alagoas e corujinha-do-xingu, respectivamente, foram descritas a partir de um esforço internacional que realizou uma análise genética das corujas do gênero Megas cops, o mais

conhecida corujinha-de-alagoas, pode estar criticamente ameaçada de extinção. As novas espécies, a corujinhado-xingu (Megascops stangiae) e a corujinha-de-alagoas (Megascops alagoensi), pertencem ao gênero Megascops, que abrange 23 espécies de aves noturnas de pequeno porte. Ambas restritas às orestas brasileiras, as corujinhas

corujinha-de-alagoas ocorre em fragmentos isolados de Mata Atlântica ao norte do rio São Fr an c i s c o, n o s e s t a d o s d e Alagoas e Pernambuco, na região conhecida como Centro de Endemismo de Pernambuco. Sua área de ocorrência é justamente o que acendeu o alerta dos pesquisadores para o possível risco iminente de extinção da espécie.

“A gente sugere que a alagoensis está criticamente ameaçada porque ela precisa de oresta em bom estado de conservação e na área em que ela vive não existe praticamente mais isso, só fragmentos minúsculos em meio a plantações de cana-de-açúcar que não sustentam uma população no longo prazo. E esses fragmentos não estão conectados entre si, essa é a grande tragédia dos bichos que habitam essa região. Não há uma área grande de oresta e as populações já são pequenas e extremamente fragmentadas”, explica ao ((o))eco o ornitólogo Sidnei Dantas, um dos autores do estudo. A cor ujin ha est á distribuída majoritariamente em propriedades particulares e conta com uma única área protegida, a Estação Ecológica de Murici, em Alagoas, para garantir a proteção do seu habitat. A situação da corujinha-doxingu é um pouco melhor, de acordo com o ornitólogo, pois sua área de ocorrência ainda possui bons fragmentos de oresta e possui no território unidades de conservação e Terras Indígenas, para ajudar a protegêla. Ainda assim, seu habitat,

distribuído entre os rios Tapajós e Tocantins, na região do Xingu, está situado exatamente na fronteira agrícola e agropecuária conhecida como Arco do Desmatamento, onde a pressão pela derrubada da oresta avança progressivamente. O nome cientí co da espécie, inclusive, é Camaleão u m a hFurcifer omenagem à Irmã labordi Dorothy Mae Stang, assassinada em 2005 e incansável defensora da Floresta Amazônica e seus povos tradicionais. “Ela ainda é um bicho comum

mais confortável, mas pode estar futuramente ameaçada se o ritmo do desmatamento continuar acelerado”, pondera Sidnei. Para ident i car as novas espécies, os cientistas realizaram um estudo detalhado sobre a variação morfológica, vocal e genética dentro do gênero das corujinhas a partir de 252 peles de exemplares coletados ao longo dos séculos e guardados em coleções cientí cas, além de 83 gravações e 49 amostras ge né t i c as . A aná l is e d e ste

©DIVULGAÇÃO/FIELD MUSEUM

A r i c a bi o d ive rs i d a d e d a s orestas tropicais segue ainda em boa parte desconhecida da ciência e um estudo recente

Coruja-guincho-de-alagoas nessas áreas, só que é justamente nessa área que a Amazônia está sendo desmatada em ritmo crescente, sofrendo com o avanço da fronteira agrícola e pecuária. Então ela está numa situação

material foi feita por um time de pesquisadores do Brasil, Finlândia e Estados Unidos e foi publicada no nal de março na revista Zootaxa.

Chapada Diamantina a um passo de entrar em lista seleta de parques da Unesco Agora quatro deles, Andaraí, Lençóis, Mucugê e Palmeiras, estão no processo de integrarem o grupo dos Geoparques Globais

da Unesco. S egundo infor maçõ es do Correio 24 horas, o projeto do Geoparque Terra do Sincorá

©WIKICOMONS

A Chapada Diamantina, localizada no coração da Bahia, tem sua dimensão passando por dezenas de municípios e vilas.

Jacutinga

deve ser submetido à chancela da organização internacional, alavancado por uma associação da região que tem à frente os empresários Deoclides Lopes Araújo e Renato Azevedo. Considerado um oásis em pleno sertão nordestino, a C h ap a d a D i a m a nt i n a t e m temperaturas amenas e é reduto para diversas espécies animais, vegetais, além de nascentes. Seus

quase 40 mil km² atraem turistas do Brasil e do mundo todos os anos. A maioria das cidades turísticas da região e seus respectivos atrativos estão abertos ao turismo desde dezembro, mas atualmente acataram o decreto do governo estadual que instituiu medidas restritivas, como o toque de recolher entre 18h e 5h, até o dia 5

de abril. O projeto de inclusão da região nos Geoparques Globais da Unesco está em andamento e, ainda de acordo com o Correio 24 horas, só não foi ainda encaminhado para avaliação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura por conta do agravamento da pandemia.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

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CULTURA 3

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Como os antigos Documentários previam o tempo abordam importância da antes da natureza na infância meteorologia? até adolescência

Observar o tempo sempre foi uma necessidade humana, mas como os antigos faziam sem a tecnologia atual? ©WIKIMEDIA COMMONS

Curtas exploram os benefícios do contato com a natureza para o bem-estar, a saúde e a educação ©PIXABAY/MABRAS

FOTO: REPRODUÇÃO

D

esde as eras bíblicas, o b s e r v ar o t e mp o sempre foi uma necessidade da humanidade, já que o cultivo das plantações dependia dos ciclos das chuvas. A própria Bíblia cita a forma como se previa o tempo na época de Jesus: “Vai chover, porque o céu está vermelho-escuro” (Mateus, capítulo 16, versículos 2 e 3). Pois era justamente assim que as previsões eram feitas antigamente: a olho nu e sem nenhum rigor cientí co. As pessoas olhavam para o céu e tentavam adivinhar se iria chover, fazer frio ou calor, de acordo com o que se acreditava na época. O termo meteorologia foi usado pela primeira vez no século 4º a.C., quando o lósofo grego A r i stótel e s ( 3 8 4 - 3 2 2 a . C . ) escreveu um tratado chamado Meteorológica. No livro, o lósofo faz considerações sobre o clima, astronomia e ciências

naturais. Algumas partes do texto são muito avançadas para a época, como o capítulo que trata da condensação da água. O lósofo grego Teofrasto (372287 a.C.), que era discípulo de Aristóteles e herdou todos os escritos do mestre após a sua morte, escreveu sobre a previsão de chuvas no seu Livro dos Sinais. Na obra, publicada por volta de 300 a.C., Teofrasto menciona oito maneiras de prever a chuva, 50 de prever tempestades e sete para o tempo, com até um ano de antecedência. Claro que ele cometeu erros, mas também houve muitos acertos. Teofrasto a rma na obra, por exemplo, que após um nevoeiro há pouca chance de chuva. A meteorologia moderna só surgiu no século 19, quando, em 1854, uma esquadra de navios franceses afundou por causa de um violento temporal na costa da Crimeia. Para prever tempestades, foi

criado na França no séc. 19 um sistema de informação em rede acer tos. Para e v it ar novos problemas, o governo francês solicitou ao diretor do Observatório de Paris, Urbain Le Verrier, a criação de um sistema para prever as tempestades. Verrier criou uma rede de 24 estações meteorológicas espalhadas por toda a Europa, que passaram a observar e relatar as adversidades do tempo. O diretor descobriu, pelo relato dos observadores, que a tempestade que assolou a frota francesa havia se formado dias antes e castigado partes do continente. Ele reuniu os dados e apresentou um estudo mostrando que, graças à informação em rede, era possível ter previsto o mau tempo com antecedência e avisado a frota através do recém-inventado telégrafo. Est ava, assim, inaugurada a era dos boletins meteorológicos. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)

Foto Antiga do ES ©ÂNGELO SÉRGIO GHIL/ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (BR), MEMÓRIA/FACEBOOK

Chácara Barão de Monjardim, Jucutuquara, Vitória/ES — Foto de 1940

O acesso à cultura, ao livre brincar, ao lazer e ao contato com a natureza são essenciais para o pleno desenvolvimento de meninos e meninas. Em um país com cerca de 35,5 milhões de crianças — o equivalente a cerca de 17% da população, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2018 — assegurar que todas as crianças tenham e cresçam com essas oportunidades torna-se pauta pr i or it á r i a n a c r i a ç ã o d e políticas públicas voltadas à infância. Nessa linha, três minidocumentários realizados a partir do filme O Começo da Vida 2: Lá Fora, produzido pela Maria Farinha Filmes, trazem reflexões de especialistas sobre a necessidade de assegurar o convívio com a natureza da primeira infância até a adolescência para um desenvolvimento saudável e equilibrado. “O s m i n i d o c u m e nt á r i o s propõem uma reflexão sobre a importância do ar livre durante a infância e contribuem para relembrar a sociedade de que é fundamental devolver às crianças a chance de viver uma infância livre, saudável e rica em natureza, e que essa experiência também é uma forma de cuidar do bem-estar do planeta”, diz Laís Fleury, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e coordenadora do programa Criança e Natureza, do Instituto Alana, instituição patrocinadora do projeto. O m i n i d o c u m e nt á r i o O Começo da Vida 2: Crescendo com a Natureza, oferecido pela Fundação Grupo Boticário, e x p l or a a n e c e s s i d a d e d e conservação do meio ambiente e a transmissão deste valor para as crianças, impactando as futuras

gerações. O curta disponível no YouTube da Maria Farinha Filmes, mostra que é preciso se sentir parte da natureza para ter atitudes corretas em relação à preservação, processo que se inicia já no nascimento. Essas reflexões são feitas por especialistas de diversos países, como a antropóloga e primatóloga Jane Googall; o filósofo, professor e escritor Renato Nogueira; a administradora da Reserva Natural Salto Morato, Ginessa Corrêa Lemos; e o professor de psicologia e ciências ambientais na University of Washington, Peter Kahn. “A natureza faz parte da nossa essência. O contato com áreas verdes é fundamental para nossa s aú d e e b e m - e s t a r. É comprovado que esse tipo de experiência reduz níveis de estresse e depressão. Além disso, melhora a imunidade, a qualidade do sono e estimula a criatividade. Conhecer é o primeiro passo para que possamos respeitar e preservar nosso patrimônio natural”, afirma Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, outra patrocinadora do projeto. A chegada inesperada da pandemia da covid-19 acentuou ainda mais as consequências da privação do contato com a natureza na vida das crianças. O aumento da ansiedade, do déficit de atenção na infância

são alguns dos impactos da vida nos grandes centros urbanos em crianças e adolescentes. O minidocumentário O Começo da Vida 2: Saúde e a vida lá fora, oferecido por Oli Saúde e Programa Criança e Natureza, explora esses temas. Sujar as mãos, mexer na terra e ter contato com a natureza aumenta a imunidade e fortalece o sistema de defesa, apontam especialistas como Daniel Becker, sanitarista e ativista pela infância; e Léa Tiriba, professora da Escola de Educação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). O terceiro minidocumentário, O Começo da Vida 2: Educação ao ar livre, oferecido por A Taba e Programa Criança e Natureza, questiona as metodologias tradicionais, como a disposição dos alunos na sala de aula. Tratase de uma reflexão sobre como explorar o sensorial, estimular a brincadeira, o contato com outras pessoas e com o ambiente externo. Embora a produção do filme seja anterior à pandemia, a s re f l e x õ e s p e r m an e c e m válidas para o cenário atual e p o derão fazer ainda mais sentido durante a retomada das atividades no pós-pandemia. O curta debate como a escola pode ser ressignificada e evoluir para outros espaços, com depoimento de Léa Tiriba; do filósofo e escritor Tim Gill, um dos nomes mais relevantes do Reino Unido quando o assunto é infância; entre outros. LUCIANO DANIEL


4 EDUCAÇÃO

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Unicef: Fechamento de escolas na pandemia fez Brasil regredir duas décadas Brasil foi um dos países onde as escolas caram fechadas por mais tempo e, ainda hoje, 18 estados mantêm o ensino apenas de maneira remota ©PREFEITURA DE BARUERI/SP

Uma das primeiras medidas tomadas por governos de todo o mundo no começo da pandemia de covid-19, em março de 2020, foi o fechamento das escolas. Após um ano, em 73 países os alunos ainda estão sicamente longe das salas de aula. O Brasil foi um dos países onde as escolas caram fechadas por mais tempo e, ainda hoje, 18 estados mantêm o ensino apenas de maneira remota, enquanto os outros tentam equilibrar uma forma híbrida entre o presencial e o ensino a distância. "Isso tem um impacto muito profundo para crianças e adolescentes", diz Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil. Ela lembra que apesar de não ser a faixa etária mais afetada pela doença é a que mais sofre com os efeitos indiretos da covid-19.

da escola no Brasil. Com a pandemia, os dados mostram uma evasão de aproximadamente quatro milhões de meninos e meninas, ou seja, um total de mais cinco milhões de crianças e adolescentes desvinculados da escola, que não estão participando de maneira regular", diz a especialista citando dados da Pesquisa Na c i o n a l p o r A m o s t r a d e Domicílios (PNAD) de 2020. O risco, de acordo com Bauer, é que os números da evasão escolar não mudem com o m d a pandemia e a reabertura das instituições, já que, uma vez desvinc u ladas, as cr ianças ac ab am s e envolvendo em atividades de trabalho infantil, o que di culta o retorno. "Isso está n o s l e v a n d o p a r a t r á s . Já calculamos que isso nos fez re g re d i r du a s d é c a d a s e m

" Ante s d a p and e m i a , 1 , 3 milhão de crianças e adolescentes em idade escolar já estavam fora

número de crianças e adolescentes desvinculados da escola", a rma.

Bauer defende que a educação remota funciona como uma saída em períodos de pico — como o enfrentado pelo Brasil atualmente — mas não substitui a presencial. "O que essa crise mostra é como a educação presencial é fundamental", defende, lembrando os meios

limitados que di cultam a educação a distância no Brasil. "Tem a barreira da falta de acesso

à internet, da falta de e qu ip ame nto s , d a f a lt a d e privacidade", diz. Uma proposta das deputadas Adriana Ventura (Novo-SP), Paula Belmonte (Cidadania-DF) e Aline Sleutjes (PSL-PR) para colocar a educação entre os serviços essenciais durante a quarentena está em tramitação na Câmara dos deputados. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), se adiantou e assinou em março um decreto no mesmo sentido, para a retomada das aulas presenciais, o que acabou gerando pressão para a reabertura das escolas em um momento crítico da pandemia. Para Bauer, a educação tem que ser realmente considerada como

uma atividade essencial. "Por isso dizemos que as escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a reabrir", a rma. Um pico como o que atravessamos justi caria o fechamento das escolas. "Você pode fechar uma vez que todas as medidas foram tomadas. Fecham-se os transportes, as praias, escritórios, restaurantes, bares, e todo o resto. Se tudo isso não der certo, então talvez seja necessário suspender por um período as atividades presenciais", explica. Não foi o caso no Brasil, onde, durante o ano passado e começo deste ano, a maioria dos estados abriu mão de con namentos rígidos, mas manteve os alunos longe das salas de aula. A

expectativa era de uma volta gradual a partir de janeiro, mas o agravamento da pandemia e a lentidão na vacinação impediram a reabertura das escolas. Bauer também sublinha que reabrir as escolas requer o cumprimento de medidas que garantam segurança. "As escolas devem funcionar com protocolos que incluem distanciamento físico, ventilação, lavagem de mãos, uso de máscaras em todos os momentos. Estas medidas devem ser adaptadas à realidade lo cal e à situação epidemiológica". Para isso, a coordenação e o diálogo entre professores, alunos, famílias e os outros adultos que trabalham na escola e as autoridades de saúde e educação do município é fundamental. "Para sentar juntos e decidir quais são as melhores opções, adaptadas à realidade do lugar", explica. Todos os países do mundo, em algum momento, fecharam suas instituições de ensino. Mas a América Latina foi a região com o período mais longo de fechamento. "A média no mundo, segundo dados de janeiro, é de duas semanas; na América Latina essa média é de 30 semanas", a rma.

Senac oferece Ensino Médio Técnico com a tecnologia como aliada para o protagonismo do aluno ©MIKHAIL RUDENKO/ISTOCKPHOTO

Quando você pensa no Senac São Paulo, provavelmente uma das últimas ideias que venha na cabeça seja a de uma escola formal repleta de adolescentes de mochila preocupados com o vestibular. Bem, a instituição paulista oferece Ensino Médio Técnico em diversas unidades espalhadas pelo estado. De fato, essa escola tradicional com um currículo tradicional não seja mesmo a intenção do Senac. A proposta é de oferecer um curso técnico com uma integração efetiva com o ensino médio, tendo o estudante como protagonista e a tecnologia como aliada. O Ensino Médio Técnico do Senac São Paulo não é estruturado por disciplinas, mas por projetos e áreas do conhecimento. É um modelo que conta com certi cações intermediárias, que visam

ampliar as possibilidades dos alunos ingressarem no mercado de trabalho e tem a aprendizagem baseada em

projetos como o condutor. Claro que também não dá para virar as costas para o Enem (Exame Nacional do Ensino

Médio) e, por isso, a instituição oferece uma preparação para a prova, com a realização de o cinas de redação e simulados.

O curso tem duração de três anos, e as aulas são efetuadas nas unidades da capital, grande São Paulo, interior e litoral. Elas acontecem no horário matutino, das 7h30 às 12h45, ou no período vespertino, das 13 horas às 18h15. Em relação à organização curricular, cada ano letivo conta com uma intencionalidade formativa, que ajuda a direcionar o planejamento e o desenvolvimento das situações de aprendizagem. No 1º ano, o aluno desenvolve o autoconhecimento, no 2º ano, a emancip ação, e no 3º, a autonomia. Os componentes curriculares são compostos pelas áreas de conhecimento: Linguagens e suas tecnologias; Matemática e suas tecnologias; Ciências da Natureza e suas tecnologias; e Ciências Humanas e Sociais aplicadas,

qu e s ã o d e s e nvolv i d a s d e m a n e i r a i nt e g r a d a c om a formação técnica e pro ssional. É possível escolher entre três opções de cursos: técnico em informática, em administração ou em multimídia. “Todos eles possuem uma metodologia de ensino focada no trabalho por projetos, com a proposta de integrar todas as ações ao longo dos três anos letivos e prevê que o aluno seja o centro do processo, propiciando a vivência de situações conectadas com a realidade e desa adoras que levam a um maior envolvimento, e st i mu l and o - o s a d e c i d i r, opinar, debater e construir com autonomia seu desenvolvimento pessoal e pro ssional”, explicou Melina Sanjar, gerente de desenvolvimento e responsável pelo Ensino Médio Técnico do Senac São Paulo.


POLÍTICA 5

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Jorge

Analista Político

Pacheco

Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com

“Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos//No Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte”, Nelson Rodrigues ©PREFEITURA DE VITÓRIA

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) disse em um debate on-line, nesta segunda-feira (5), que o ex-presidente Lula (PT) deveria ter generosidade e que se inspirasse em Cristina Kirchner, que se candidatou à vice-presidência da Argentina, e desse um passo para trás em relação às eleições presidenciais de 2022. As informações são da colunista Monica Bergamo, da Folha. “A gente devia pedir generosidade a quem já teve oportunidade, como o Lula, que é um grande líder da história brasileira, mas a gente devia pedir a ele que se compenetrasse e que não imitasse o exemplo desastrado do Maduro na Venezuela ou o exemplo desastrado do Evo Morales na Bolívia. E que olhasse o qu e a C r i s t i n a Ki rch n e r fe z n a Argentina, em que, tendo uma força grande, deu um passo pra trás e ajudou a Argentina a se reconciliar”, disse Ciro. A fala de Ciro aconteceu em um evento organizado pela Central dos Sindicatos Brasileiros sobre a proposta de reforma administrativa em discussão no Congresso Nacional. O ex-ministro ainda disse que casos de corrupção que marcaram as gestões petistas podem tirar a força eleitoral do partido numa disputa à Presidência. “Imaginem vocês uma campanha em 2 0 2 2 , o B ol s on aro qu e re nd o s e recuperar da impopularidade, a lembrar da esculhambação do Palocci, a es c ulhambação do Z é Dirceu, a esculhambação não sei de quem. Eu não digo nem que seja verdade ou que seja mentira, eu estou dizendo é o que eu estou vendo pela minha experiência”, disse o ex-ministro.

Bruno Covas se descola de Doria e tenta lançar plano próprio de vacinação contra covid-19 ©ESTADÃO CONTEÚDO

distanciamento social adotadas para frear o avanço da covid-19, mas também agora nas ações relativas à imunização da população. Após de nir de forma unilateral a antecipação de feriados, expondo publicamente a falta de alinhamento entre os governos, Covas determinou como prioridade a formulação de um plano próprio de vacinação, com regras e ritmos distintos do Estado. A meta estipulada é comprar vacinas para imunizar 600 mil paulistanos por dia. Atualmente, com a dependência quase que exclusiva da Coronavac, distribuída pelo Instituto Butantan, a Prefeitura não consegue ultrapassar diariamente 120 mil vacinados, apesar de ter estrutura e pessoal para obter um número quatro vezes maior. Mais privilegiado do ponto de vista scal que outros municípios, São Paulo ainda tem recursos em caixa para pagar doses de forma antecipada, a m de garantir prioridade nas negociações. Mas, mesmo que consiga fechar contrato com fabricantes de vacinas — a Prefeitura já formalizou com a Janssen intenção de adquirir cinco milhões de doses — a Procuradoria-Geral do Município acredita que Covas precisará fechar um “acordo” com o Ministério da Saúde para poder usar todas as unidades em São Paulo. Isso porque parte dos procuradores entende que a compra municipal teria de ser repassada integralmente ao Plano Nacional de Imunização (PNI). Desse modo, a alternativa debatida internamente é a de negociar com a pasta federal a suspensão temporária da cota a qual a cidade tem direito, adiando esse repasse para o m do programa. AJUFE

Alexandre não suspende processo de impeachment e mantém interrogatório de Witzel O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido do governador afastado Wilson Witzel (PSC) para suspender a tramitação do processo de impeachment, que foi retomado pelo Tribunal Especial Misto neste mês. A decisão mantém o

decorrência das medidas restritivas impostas pela pandemia e, também, às instituições com registro nos conselhos de Assistência Social (Comasv) e dos Direitos da Criança e do Adolescente de Vitória (Concav). "Gratidão por essas doações e outras que ainda chegarão. Famílias que precisam muito terão o que comer, terão dignidade. Temos que ter cada dia mais empatia pelo próximo, principalmente neste momento delicado que estamos vivendo", considerou o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini. "Vitória da Solidariedade é uma iniciativa da Prefeitura complementar às ações da Secretaria de Assistência Social em um período em que as pessoas não tê m c ond i ç õ e s d e t r ab a l har nas atividades que lhes garantiam o sustento. É uma ação totalmente voluntária e percebemos que tem sido aprovada pelos mu n í c ip e s " , d i z a s e c re t á r i a d e

©REPRODUÇÃO INTERNET

©AFP

Ciro diz que Lula devia seguir exemplo de Cristina Kirchner, vice na Argentina

interrogatório de Witzel, marcado para a próxima quinta (8). O governador afastado do Rio recorreu ao Supremo alegando que ainda não obteve acesso à íntegra da delação do exsecretário de Saúde Edmar Santos, que revelou suposto esquema de corrupção na gestão estadual. Os documentos foram autorizados pelo ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, relator da ação penal contra Witzel. Moraes, no entanto, frisou que os documentos mantidos sob sigilo por Gonçalves dizem respeito somente a f at o s q u e n ã o e nv o l v e m Wi t z e l diretamente. “Observe-se, ainda, que em recente decisão do ministro Benedito Gonçalves, a rmou-se o pleno acesso do reclamante aos termos da delação feita pela testemunha Edmar Santos, além de levantamento integral do sigilo por conta do recebimento da denúncia e o acesso aos anexos de interesse ao gove r na d or Wi ls on Jo s é Wit z el, restringindo-se o acesso apenas quanto a anexos e trechos de delações que não diziam respeito aos fatos contra ele apurados”, apontou. “Ou seja, amplo acesso às provas que possam incriminar ou interess ar ao Reclamando, preservando o sigilo de outras delações

Prestes a completar seus cem primeiros dias como prefeito eleito da capital, o tucano Bruno Covas segue se descolando do governador João Doria (PSDB) não apenas nas medidas de

que, embora produzidas nos mesmos autos, não dizem respeito aos fatos investigados contra a p ess oa do Reclamante”. S egundo Moraes, a de cis ão de Benedito traduz 'tutela legítima do sigilo dos delatores' em relação a fatos e pessoas que não interessam aos fatos imputados a Witzel. “A existência de outras denúncias, contra outras pessoas ou mesmo contra o Reclamante, mas com objeto distinto, não é fator impeditivo à continuidade do processo de impeachment, ausente comprovação de circunstância fática que comprometa o novo depoimento”, frisou o ministro.

Primeiro dia de "Vitória da Solidariedade" arrecada 1.523 kg de alimentos .A empatia está em alta na Capital. No primeiro dia da campanha, Vitória da Solidariedade, foram arrecadados 1.523 kg de alimentos; 1.576 litros de leite; além de material de higiene. As doações serão destinadas às famílias que sofreram maior impacto em

Assistência Social, Cintya Schulz. Ela lembra que, neste primeiro dia de campanha, que se destina a arrecadar alimentos não perecíveis e materiais de higiene, parte das doações foram feitas por organizações corporativas. "Nossos agradecimentos aos dirigentes corporativos, como a OCB/ES, que se uniram à iniciativa do Município em favor das famílias mais vulneráveis neste momento", disse.

Especialistas discutem projeto que busca agilizar adoção no País Projeto que altera procedimentos tramita na Câmara dos Deputados Especialistas ouvidos, nesta segundafeira (5), pela comissão da Câmara dos Deputados que discute políticas para a primeira infância disseram que, se aprovado no atual formato, o Projeto de Lei (PL) 775/21 não resolverá o problema de adoção de crianças e adolescentes com idade mais avançada, as que têm mais di culdades de ser

adotadas. O PL 775/21 permite que famílias que se encontram na la para adoção possam funcionar como famílias acolhedoras, com prioridade na adoção do acolhido. Para os participantes da audiência, esse trecho suscita confusões, uma vez que não deixa claro os papéis distintos entre f a m í l i a s a c o l h e d or a s e f a m í l i a s habilitadas para a adoção de crianças e adolescentes. Diante da situação, foi aberta a possibilidade de que o projeto venha a ter alterações em seu texto. A matéria, ainda em tramitação na Câmara dos Deputados, continuará em debate nas próximas reuniões. Presidente da Subcomissão para Promoção das Medidas Protetivas e Socioeducativas do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o juiz Sérgio Luiz Ribeiro de Souza, apontou que o PL, de autoria do deputado General Peternelli (PSL-SP), precisa dar celeridade ao processo de destituição familiar. “Esse PL não melhora em absolutamente nada a celeridade para adoção de crianças e adolescentes. Por exemplo, foi citado o recurso da defensoria como curador especial. Temos de considerar que [no contexto como um todo] existe o processo; o devido processo legal; o direito ao contraditório e ampla defesa; e existe também uma ação de destituição familiar. Só pode haver adoção nos casos em que há trânsito julgado. Não estou falando de sentença em liminar, mas da sentença de adoção”, argumentou. “Se queremos celeridade, temos de ter algo que desobrigue expressamente o curador especial de recorrer nesses casos. Isso vai dar celeridade ao processo de destituição do poder familiar e, consequentemente, ao processo de adoção”, complementou. De acordo com o secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Maurício Cunha, o acolhimento familiar é melhor do que o feito por instituições. “É preciso saber que o instituto da adoção é muito diferente de um serviço de acolhimento familiar. Acreditamos que é muito importante fazer a demarcação clara das especi cidades e diferenças da adoção e da família acolhedora [situação na qual a cr i anç a, em ve z de ir p ara uma instituição, vai para uma família]”, argumentou Cunha disse que ele e sua equipe vêm se debruçando em estudos de vários modelos adotados em outros países. “Estamos chegando à conclusão de que um modelo que tem funcionado a nível internacional é o modelo do serviço te mp or ár i o [ p ar a a c ol h i me nto ] , inclusive remunerado, que, repito, difere muito da adoção”.

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6 TECNOLOGIA

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Aquadrone detecta e Elevador espacial é capta lixo plástico em possível com tecnologia rios atual, diz professor Este robô marinho foi projetado para ajudar a limpar nossos mares ©@RANMARINETECHNOLOGY

Um v e í c u l o a q u á t i c o f o i desenvolvido para ajudar a remover entulhos plásticos, microplásticos, óleos e outros detritos utuantes da superfície d a á g u a . Tr a t a - s e d o “WasteShark” — um aquadrone compacto, ágil e totalmente elétrico criado pela startup holandesa RanMarine Technology. Com a forma de um catamarã, o veículo autônomo pode coletar até 350 kg de lixo. Aliás, pode vagar por até oito horas com uma carga. O objetivo é que, quando abastecido, o dispositivo volte a uma estação de ancoragem para depositar o lixo coletado e recarregue suas baterias.

O caminho traçado pelo Wa s t e S h a r k p o d e s e r programado e monitorado remotamente. Junto à remoção de resíduos, o veículo pode coletar dados importantes sobre o ambiente marinho. Por ser elétrico, ao navegar na água, o aquadrone não gera emissões poluentes, não produz ruídos ou poluição luminosa e não representa uma ameaça para a vida selvagem. O próximo passo é combinar a tecnologia aquática com o drone aéreo, que ajudará a detectar os resíduos a serem coletados e enviará as coordenadas para o aqu adrone. Até mesmo pequenas quantidades de óleo ou

gasolina poderão ser identi cadas. O WasteShark foi projetado especialmente para uso em portos, limpando docas, canais e estuários. A ideia é interceptar os resíduos antes que eles cheguem aos oceanos. Estima-se que oito milhões de t on e l a d a s d e p l á s t i c o s ã o despejadas nos oceanos a cada ano. Por isso, frear a produção e descarte de tais resíduos é o passo mais importante para reverter o cenário de caos. Mas, enquanto isso, empresas estão desenvolvendo soluções que podem contribuir para a limpeza dos rios.

©KESH ACADEMY

A humanidade já sonha há muitos anos com um elevador esp aci a l. Trat a-s e de uma estrutura capaz de transportar cargas e pessoas de um ponto da Terra até a órbita do planeta de forma rápida, segura e econômica. Só que essa tecnologia é, além de promissora, bastante complicada — com projeções para a instalação de um modelo funcional somente em 2050. Quem discorda é o professor George Zhu, que dá aulas de Engenhar ia Mecânica na Un ive rs i d a d e d e York , no Canadá. Ele tem uma teoria mais otimista e, segundo um novo estudo publicado pelo cientista, é possível iniciar a construção de um elevador espacial com tecnologias disponíveis atualmente. O projeto de Zhu foi publicado no periódico cientí co Acta Astronautica e traz uma variante do elevador espacial que é mais simples e prático em funcionamento, embora não seja igual às ideias originais. "Falando tecnicamente, ele está meio que pronto. Só precisaria de alguns pequenos ajustes de engenharia, e não há di culdades fundamentais em se fazer isso", a rma o pesquisador. A principal diferença está em uma das pontas: em vez de ter uma posição xa no solo, o elevador é "parcial" e caria

inteiro no espaço, porém em partes diferentes da órbita terrestre. O transporte de cargas começaria a partir de um foguete simples (e mais econômico que modelos atuais em termos de combustível), que levaria o objeto somente até a entrada do elevador. Uma vez acoplado nos cabos, a mercadoria pode ser enviada para a outra extremidade, em uma posição mais avançada da órbita. Com o elevador, os foguetes ainda poderiam transportar cargas bem maiores do que as missões atuais, já que não seria necessário fazer o transporte completo. Para tor nar o mecanismo possível, é necessário utilizar dois cabos em vez de apenas um, como preveem os atuais projetos. Isso porque o sistema precisa de estabilidade em relação à força de rotação da Terra, ou força inercial de Coriolis. Assim, o elevador funciona com base em um contrapeso que faz o trajeto

oposto: enquanto a carga sobe, outro objeto precisa fazer o trajeto inverso, anulando as forças. O projeto ainda existe somente em teoria e não há qualquer previsão de ser tirado do papel: somente um teste com um satélite experimental foi re a l i z a d o. A i n d a a ss i m , a possibilidade de economizar em combustível deve ser vista com bons olhos por agências espaciais, já que essa é a grande aposta do uso de elevadores espaciais para envio de cargas à órbita. Além disso, há alguns obstáculos reconhecidos para que a invenção vire realidade: objetos que já estão em circulação na órbita do planeta, desde satélites até lixo espacial, poderiam colidir com a estrutura e dani car o elevador, por exemplo. Como a estrutura é longa, qualquer manobra seria de difícil realização.

Turbina eólica portátil Força Aérea americana permite gerar energia quer transformar o em qualquer lugar avião presidencial em supersônico ©KITEX IVS

©EXOSONIC

A Força Aérea dos Estados Unidos já trabalha desde o ano passado em parceria com a startup Exosonic para desenvolver uma nova versão do avião presidencial, o Força Aérea 1. A intenção da equipe é de que o transporte do mandatário do país e de toda a alta cúpula seja feito por meio de aviões supersônicos. O novo projeto, como é uma tradição presidencial, é bastante luxuoso, com espaço para 31 passageiros e vários detalhes que fazem toda a diferença, como

acessórios de quartzo e suítes especialmente projetadas para reuniões ultrassecretas. “Com este conceito, estamos planejando implementar novas t e c n o l o g i a s qu e n ã o e s t ã o disponíveis hoje ou que você não

vê em aeronaves comerciais ou executivas”, declarou Stephanie Chahan, designer de interiores responsável pelo projeto da parte d e d e nt ro d a a e ronave e m entrevista para a CNN americana. O jato supersônico foi projetado para percorrer cinco mil milhas náuticas e deve ser capaz de sobrevoar a Terra com quase o dobro da velocidade do som, mas sem soltar ruídos sônicos ensurdecedores para quem está do lado de fora. A aeronave deve ser capaz de atingir até 2,2 mil km/h, o que é mais que o d o b r o d a s a e r o n av e s d e passageiro utilizadas atualmente.

Uma empresa dinamarquesa, chamada KiteX, desenvolveu uma turbina eólica para quem busca uma vida “fora do sistema”. Desmontável e portátil, a turbina pode ser levada no carro para gerar energia mesmo em locais remotos. A turbina, fabricada com hastes de fibra de vidro, pesa apenas 10 kg e é facilmente transportável. Quando precisar, basta desempacotar, montar, anc or ar no s ol o ( c om u m conjunto de correias de tensão de náilon de alta resistência) e começar a captar a energia do vento. A empresa estima que 15 minutos são suficientes para uma pessoa configurar todas as peças. Batizado de Wind Catcher, o produto funciona dia e noite — mesmo em locais com pouco

vento — podendo operar em conjunto com painéis solares. A turbina possui duas versões: uma de 200W, ideal para climas de baixa velocidade de vento, e outra de 600W, que fornece energia suficiente para carregar bicicletas elétricas e aparelhos

eletrônicos em geral. O ut ra vant agem é que o maquinário é projetado para funcionar com menos ruído, apesar de não ser tão silencioso como os painéis solares. Mas, para quem for usar o produto na natureza, de fato o barulho poderá se misturar com os sons naturais ao redor. Mesmo sendo pensada para aventureiros amantes da natureza, a solução pode ser adotada pelos nômades modernos — que vivem trabalhando enquanto viajam. A l é m d i s s o, a b u s c a p e l a autossuficiência energética já é o desejo de muitos que vivem dentro e fora das áreas urbanas.

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068


CIÊNCIA 7

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Como asteroide que extinguiu Atlântico Sul possui dinossauros fez nascer anomalia magnética floresta Amazônica que pode afetar vida O impacto do asteroide, 66 milhões de anos atrás, provavelmente não levou apenas à extinção dos dinossauros

na Terra

©SPL

O impacto de um asteroide é conhecido por ser a causa mais p r o v áv e l d a e x t i n ç ã o d o s dinossauros, mas o que aconteceu com as plantas? Um estudo realizado no Panamá, com amostras colhidas na Colômbia, aponta que o evento deu origem às orestas tropicais que conhecemos hoje em nosso planet a. Os p es quis adores usaram pólen e folhas fossilizadas do solo colombiano para investigar como o impacto do meteoro mudou as orestas tropicais da América do Sul. Depois de uma rocha espacial de 12 km de largura atingir a Terra 66 milhões de anos atrás, o tipo de vegetação que formava essas orestas mudou drasticamente. Mónica Car valho, do Instituto Sm it hs on i an d e Pe s qu i s a s Tropicais no Panamá e coautora do estudo, disse: "Nossa equipe e x am i n ou m ai s d e 5 0 m i l registros de pólen fóssil e mais de seis mil fósseis de folhas de antes e depois do impacto". A equipe

descreveu suas descobertas na prestigiosa revista cientí ca Science. Os cientistas descobriram que plantas coníferas e samambaias eram comuns antes de o enorme asteroide atingir a Terra, onde hoje é a Península de Yucatán, no México. Mas após o evento devastador, a diversidade de plantas caiu cerca de 45% e as extinções se espalharam, especialmente entre as plantas com sementes. As orestas se recuperaram durante os seis milhões de anos seguintes, mas as angiospermas, ou plantas com ores, passaram a dominar essas zonas de vegetação. A estr utura das orestas tropicais também mudou como resu lt ado dess a t ransiç ão. Durante o nal do período Cretáceo, quando os dinossauros ainda estavam vivos, as árvores que constituíam as orestas eram muito espaçadas. Suas copas não cavam uma em cima da outra, deixando áreas abertas que eram iluminadas pelo sol no chão da

oresta. Mas após o impacto, as orestas desenvolveram uma formação densa que permitiu que muito menos luz chegasse ao solo. Mas como o impacto transformou as orestas tropicais ricas em coníferas esparsas da era dos dinossauros nas orestas tropicais de hoje, com suas altas árvores oridas e orquídeas multicoloridas? A partir da análise do pólen e das folhas, os pesquisadores prop õ e m t rê s e x p l i c a ç õ e s diferentes. Primeiro, os d i n o ss au ro s p o d e r i am te r evitado que a oresta se tornasse densa, forrageando e pisoteando as plantas que cresciam nas áreas mais baixas das orestas. Uma segunda explicação é que a queda d e c i n z a s ap ó s o i mp a c to enriqueceu os solos dos trópicos, dando uma vantagem às plantas com ores de crescimento mais rápido. A terceira explicação é que a extinção particular de espécies de coníferas criou uma oportunidade para as plantas com ores tomarem seu lugar. Essas ideias, diz a equipe, não são mutuamente exclusivas e todas poderiam ter contribuído para o resultado que vemos hoje. "A lição aprendida aqui é que em choques rápidos... os ecossistemas tropicais não só se recuperam, são substituídos e o processo leva muito tempo", naliza Carvalho.

Falha no campo magnético da Terra não tem motivação clara segundo cientistas, mas pode causar problemas de grandes proporções ©ESA

Você já ouviu falar na Amas? O nome fofo é na verdade uma sigla para uma coisa muito grande: a anomalia magnética do Atlântico Sul, uma estranha distorção no campo magnético do planeta Terra, bem em cima das nossas cabeças. Apesar de parecer bastante perigoso, o fenômeno é bem documentado pela ciência e pode afetar a vida humana em alguns casos bem especí cos, mas possíveis. Basicamente, o planeta tem um campo magnético que o envolve. Iss o a c onte c e p orqu e, e m resumo, somos uma bola de ferro gigante. Esse campo magnético pode parecer bobagem, mas ele tem impactos importantes, como por exemplo na inclinação da Terra. Mas existe uma coisa mais importante que ele é capaz de fazer: nos proteger dos ventos solares, que são bombas de partículas solares emitidas pela nossa estrela em direção à terra. O buracão no campo magnético da Terra ca bem em cima das nossas cabeças, no Atlântico Sul. Mas como isso impacta a nossa vida e a nossa tecnologia? "Por que as agências espaciais têm interesse na anomalia? Porque como essa região tem um campo mais enfraquecido, as partículas do vento solar entram

nessa região com mais facilidade, o uxo de partículas carregadas que passam por aquela área é muito mais intenso. Isso faz com que os satélites, quando passam por essa região, tenham que, por vezes, car em stand-by, desligar mome nt ane ame nte a l g u ns componentes para evitar a perda do satélite, de algum e quip amento que ven ha a queimar. Porque a radiação, principalmente elétrons, nessa região é muito forte. Então é de interesse das agências espaciais monitorar constantemente a e v o lu ç ã o d e s s a a n om a l i a , principalmente nessa faixa central", explica o doutor em Física e pesquisador do Observatório Nacional, Marcel Nogueira, à CNN. Essas tempestades magnéticas relacionadas ao vento solar

podem nos deixar vulneráveis, por exemplo, ao mau funcionamento de equipamentos eletrônicos. Em 1989, a cidade de Vancouver, no Oeste do Canadá, cou em um blecaute por dias sem eletricidade ou sinal de rádio por conta de uma tempestade solar. Apesar de a chance de isso acontecer ser relativamente baixa, os cientistas se preocupam c om e s s a f a i x a d o c a mp o magnético terrestre justamente por esse risco. Um apagão nessa região, que fornece energia para diversos países da América Latina, poderia representar uma perda enorme de vidas e de d i n h e i r o. C o mp r e e n d e r a vulnerabilidade de noss os sistemas a essas tempestades é essencial para que continuemos vivendo normalmente.

Marte tem terremotos fortes registrados por sonda Museu da Amazônia ©CURIOSITY/NASA

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

A sonda InSight, há quase dois anos explorando Marte em nome da Agência Espacial Americana (Nasa), detectou sinais fortes e claros de dois terremotos na região conhecida como C erb er us Foss ae. O anúncio foi feito na manhã da última quinta-feira (1º), mas os eventos ocorreram por lá entre os dias 7 e 18 de março. Cerberus Fossae é uma área do planeta vermelho conhecida por um conjunto de ssuras semiparalelas formadas por falhas. Segundo a equipe de ciência do InSight, a intensidade dos tremores no local foi de 3,3 e 3,1, e 500 terremotos, depois batizados de 'martemotos' já foram registrados pelos especialistas. Ao contrário da Terra, Marte não possui placas tectônicas. E esses monitoramentos servem, justamente, para compreender os fenômenos que ocorrem no

apresenta reprodução do maior crocodiliano do mundo ©DIVULGAÇÃO/MUSEU DA AMAZÔNIA

planeta vermelho. Os tremores, acreditam os especialistas, são causados por atividades vulcânicas, que podem causar estrondos. Além da atividade do solo, a pesquisa da Nasa já identi cou os efeitos sonoros que podem ser ouvidos direto de Marte. Para isso, a agência espacial dos Estados Unidos utilizou um sismômetro, conhecido como Seismic Experiment for Interior Structure — Experiência BOB BEHNKEN

Sísmica para Estrutura Interior, em português (Seis). O mecanismo foi desenvolvido para detectar e registrar os incompreensíveis sons de Marte, permitindo que os cientistas aprendam mais sobre a estrutura principal do planeta vermelho. O 'SEIS' está plantado em Marte desde dezembro de 2018 e já captou cerca de 100 fenômenos sonoros descritos pela Nasa como “fortemente considerados como terremotos”.

Uma nova exposição do Museu da Amazônia (Musa) contará a geo-história e paleontologia da Amazônia. De forma inédita, a exibição 'Passado Presente — dinos e sauros da Amazônia' mostrará ao público fragmentos

fósseis inéditos e a reprodução em tamanho real dos esqueletos pré-históricos. A espécie Purussaurus brasiliensis, parente dos jacarés, viveu há sete milhões de anos e chegava a medir até 13 metros de

comprimento, sendo portanto, o maior crocodiliano do mundo. Já o dinossauro que também ficará em exposição, chamado Amazonsaurus maranhensis, viveu a cerca de 110 milhões de anos, na região amazônica que hoje conhecemos como Maranhão; o animal media cerca d e c e rc a d e 1 0 me t ro s d e comprimento. Além dos antigos fósseis, a exposição contará com um “mais recente”: a preguiça-gigante E r e m o t h e r i u m l au r i l l a r d i extinta há cerca de 11 mil anos. O trabalho levou meses para ficar pronto, contando com o trabalho árduo de especialistas e estudos paleontológicos.


8 BEM-ESTAR

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Benefício do óleo de peixe para o coração depende de fatores genéticos

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665

Quiche vegana de alho-poró

©ISTOCK ©IkÉ NATURAL

Um estudo norte-americano coloca em questão um dos principais benefícios do óleo de peixe. O alimento, vendido principalmente como suplementos em formas de cápsulas, tornou-se bastante popular nos últimos anos por, entre outros fatores, supostamente ajudar a prevenir doenças cardíacas, devido à sua composição rica em Ômega-3. Porém, pesquisadores da Un i v e r s i d a d e d a G e ó r g i a descobriram que esta substância nem sempre é uma aliada do coraç ão. D ep endendo d a genética da pessoa que consome, o óleo de peixe pode ter até mesmo um efeito contrário. O estudo publicado no jornal cientí co PLOS Genetics constatou que variações no gene GJB2 podem alterar o comportamento do ácido graxo Ômega-3 na regulação dos trig licerídeos, um tip o de gordura no sangue que, em alto nível, pode agravar o risco de doença cardíacas. Atualmente, alguns especialistas indicam a substância justamente pelo motivo inverso: ela ajudaria a diminuir os triglicerídeos em excesso. "O que descobrimos é que a suplementação com óleo de peixe não é boa para todos; depende do seu genótipo. Se você tem um histórico genético especí co, a suplementação com óleo de peixe ajudará a reduzir

seus triglicerídeos. Mas se você não tiver o genótipo certo, tomar um suplemento de óleo de peixe, na verd ade, aument a s eus triglicerídeos", a rma Kaixiong Ye, professor de genética da Universidade da Geórgia e um dos coordenadores do estudo. Para chegar a esta conclusão, a equipe de Ye examinou quatro lipídios (gorduras) do sangue de amostras de cerca de 70 mil indivíduos. Além dos triglicerídeos, também foram analisados a lipoproteína de alta densidade, a lipoproteína de baixa densidade e o colesterol total. As amostras foram divididas em dois grupos, aqueles que tomaram suplementos de óleo de peixe (cerca de 11 mil) e aqueles que não consumiram o alimento. Em seguida, os pesquisadores zeram uma varredura de todo o g e n om a p a r a c a d a g r up o, testando oito milhões de variantes genéticas para comparar. Após executar mais de 64 milhões de testes, os resultados revelaram uma variante genética signi cativa no gene GJB2. Indivíduos com o genótipo AG que tomaram óleo de peixe diminuíram seus triglicerídeos. Por outro lado, aqueles com o ge nót ip o A A au me nt ar am ligeiramente seus triglicerídeos ao consumir esse alimento. (Um terceiro genótipo possível, GG, não era evidente em voluntários

do estudo su cientemente para tirar conclusões). As descobertas da pesquisa também podem lançar luz sobre ensaios anteriores, a maioria dos quais constatando que o óleo de peixe não oferece nenhum benefício na prevenção de doenças cardiovasculares. "Uma possível explicação é que ess es ens aios clínicos não consideraram os genótipos dos participantes", disse Ye. "Alguns participantes podem se bene ciar, outros não, então, se você os misturar e zer a análise, não verá o impacto". O próximo passo agora será testar diretamente os efeitos do óleo de peixe nas doenças cardiovasculares. "Personalizar e otimizar as recomendações de suplementação de óleo de peixe com base na composição genética única de uma pessoa pode melhorar nossa compreensão da nutrição e levar a melhorias signi cativas na saúde e no bem-estar humanos", a rma o pesquisador. Para aqueles que quiserem constatar se possuem o genótipo certo para os benefícios do óleo de peixe, Ye diz que é possível encontrar essa informação em meio aos dados brutos do teste de DNA. Para isso, é preciso olhar para a posição especí ca para descobrir o genótipo. De acordo c om o p e s q u i s a d or, a identi cação desta variante é rs112803755 (A> G).

J

á f o i o t e mp o e m q u e alimentação vegana era sem g r a ç a . Atu a l m e nt e , é possível encontrar desde opções de refeições saudáveis e b a l a n c e a d a s e at é m e s m o junkfood vegana, e cada vez mais restaurantes e supermercados têm oferecido alternativas em seus menus e prateleiras. Se antes as únicas opções veganas eram batata frita e macarrão ao molho sugo, hoje há uma grande variedade de opções; tortas, b ol o s , s or ve t e s , s a l g a d o s , culinária japonesa, italiana ou mexicana. Ingredientes da massa 320g de grão-de-bico cozido (dispensar a água) 200g de farinha de arroz 1 colher de chá de sal 60ml de óleo de girassol Ingredientes do recheio 350g de tofu rme 140g de castanha-de-caju crua 100g de feijão fradinho cozido (sem caldo) 50g de missô + 50ml de água 20g de levedura nutricional 60ml de azeite de oliva 2 talos de alho-poró picados em fatias nas Sal Pimenta-do-reino Modo de preparo da massa Num processador de alimentos, bater o grão-de-bico até que vire uma pasta. Acrescentar o sal e o óleo de girassol aos poucos, até que vire um creme de tonalidade bege

clara. Acrescente a farinha de

Reserve.

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

ar roz a o s p ou c o s , s e mpre observando a massa. Ela deve formar uma bola dentro do processador, e deve ser possível pegar a massa sem que ela grude na mão. O ponto da massa vai depender muito da umidade do grão-debico, então pode ser que não seja necessário utilizar toda a farinha de arroz. Cuidado para que a massa não que muito seca, pois isso a deixará quebradiça. Quando chegar ao ponto, retire a massa do processador e descanse numa tigela coberta com plástico enquanto prepara o recheio. Abra a massa com as mãos numa fôrma de fundo d e s m o n t á v e l d e aproximadamente 23cm X 3cm. Fure o fundo da massa com um garfo e leve ao forno préaquecido a 180 graus, por aproximadamente 10 minutos.

Modo de preparo do recheio Deixe a castanha-de-caju de molho na água morna por 20 minutos. Depois, descarte a água. Num liquidi cador, bater a castanha-de-caju demolhada e o missô misturado à água até que vire uma pasta. Adicionar o tofu e continuar batendo para que vire um creme, em seguida adicionar o feijão fradinho cozido e o azeite de oliva. Por último, coloque a levedura nutricional, o sal e a pimenta-doreino a gosto. Bata tudo até virar um creme liso e homogêneo. Numa tigela, misture o alhoporó fatiado ao creme. Preencha a massa pré-assada com o creme de alho-poró e leve ao forno preaquecido a 180 graus por aproximadamente 30 minutos. Cubra com um o de azeite ao servir.

Fonte: CicloVivo


SAÚDE 9

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Sente muita sede? Saiba quais problemas de saúde podem causar esse sintoma ©ISTOCK

Você provavelmente já deve ter ouv i d o qu e pre c i s a t om ar bastante água, pelo menos dois litros por dia. Para você pode até ser difícil ingerir essa quantidade, mas há pessoas com algumas condições e doenças que sentem mais sede do que o normal. A sede é a vontade de ingerir líquidos, ela ocorre quando o hipotálamo percebe a falta de água no organismo e envia uma mensagem ao córtex cerebral, responsável por traduzir a informação na sensação de sede. Em condições normais, a sede é in uenciada por fatores ambientais, como altas temperaturas e clima seco; por fatores envolvendo a alimentação, como consumo de embutidos, enlatados, alimentos ricos em sal, sódio e açúcar, e também por fatores c omp or t am e nt ai s , c om o a prática de atividade física. No entanto, a sede também pode se manifestar como sintoma inicial de várias doenças, quando aparece de maneira excessiva, esse quadro é chamado de polidipsia. A seguir, veja quais problemas de saúde podem causar sede excessiva Do enças psiq uiátr icas — Doenças como esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressão podem levar ao desenvolvimento de sede insaciável e ao consumo exagerado de água, esse sintoma é denominado potomania. A

nos períodos entre as diálises gerando um aumento da c onc e nt r a ç ã o d o s ang u e e disparando a sede.

potomania não está relacionada com desidratação ou aumento da concentração do sangue e, sim, a um desequilíbrio neuro-humoral direto. Geralmente esse distúrbio tem como consequência baixos valores de sódio no sangue. Diabetes mellitus — Na diabetes ocorre um excesso de glicose (açúcar) no sangue, seja pela resistência das células à insulina ou pela diminuição/ausência de níveis de insulina produzida pelo pâncreas. Como consequência, o corpo entende que este estado de muita concentração de glicose, chamado estado de hiperosmolaridade, requer mais água a m de "diluir" essa quantidade de glicose que estaria a mais no sangue. Além disso, o desbalanço do açúcar no organismo também leva à uma desidratação pelo aumento da

diurese, ocasionando a sede. Diabetes insipidus — A diabetes insipidus, que não tem nenhuma correlação com a alteração de açúcar como no diabetes mellitus, é uma doença rara que se apresenta com perda de água renal causando uma vontade excessiva de urinar, desidratação e também sede excessiva. Geralmente é um problema ocasionado pela glândula hipó se no sistema nervoso central, por falta do hormônio antidiurético, ou uma alteração renal, onde este hormônio não consegue agir corretamente. Doenças renais — Existem vários tipos e graus de doença renal. No caso de pacientes que são submetidos à diálise como forma de tratamento, há teorias que atribuem a sede ao aumento

do hormônio antidiurético (ADH), uma vez que nessas pessoas ocorre uma grande variação de peso. Como elas não eliminam a urina pela perda da função renal, ganham líquido e durante a hemodiálise é retirado o excesso de líquidos. Com isso, o volume do sangue aumenta e diminui abruptamente interferindo na elevação do ADH e gerando a sede. Além diss o, o corre um ressecamento das mucosas e saliva espessa que esses pacientes têm devido à restrição hídrica q u e p r e c i s a m f a z e r. P a r a amenizar essa sede, os pacientes podem evitar ou reduzir o consumo de sal, de alimentos com alto teor de sódio, enxaguar a boca com água gelada e até mesmo chupar um cubo de gelo. Outra teoria é a elevação da ureia

Anemia — Uma das possíveis c au s a s d a a n e m i a c rôn i c a provocar sede seria devido à piora da secreção da saliva, pois a anemia leva a uma precariedade da circulação sanguínea nas glândulas salivares por conta da queda dos glóbulos vermelhos, apresentando uma boca mais seca e, consequentemente, a sede. Desidratação — A desidratação é um sinal de alarme no organismo, quando isso acontece, o volume de líquido nos nossos vasos diminui e muitos órgãos e tecidos também sofrem com essa escassez de água. A boca seca é um dos sinais que se apresentam para instigar a pessoa a ingerir mais líquidos e voltar a equilibrar o organismo. Essa falta de água ativa receptores de sede, levando a maior ingesta de água. A sede aparece quando já estamos com alguma de ciência de líquidos, por isso a importância de mantermos o consumo de água regular e programado, salvo quando existir alguma contraindicação. Fibrose cística — Na brose cística ocorre uma mudança na regulação de bombas celulares de cloro interferindo nos mecanismos de regulação do sódio. Como consequência, as

secreções de diversas glândulas do corpo tornam-se mais espessas e há um aumento nos n í v e i s d e s ó d i o n o s u o r, contribuindo para uma perda de água do plasma e causando a sensação de sede. Como isso também afeta a secreção de enzimas digestivas pelo pâncreas, há uma má digestão de gorduras, proteínas e carboidratos gerando diarreia volumosa e crônica, o que demanda ainda mais a ingestão d e l í q u i d o. O u t r o m o t i v o também pode acontecer pela elevação da glicose no sangue por uma de ciência na secreção de insulina pelo pâncreas, causando sede excessiva. Tabagismo — O tabagismo é um dos hábitos mais nocivos à saúde de forma geral, o mecanismo de desencadeamento de sede com uso de cigarros está relacionado às ações da fumaça inalada em si que promove ressecamento de secreções, de mucosas e descompensação de problemas re s pi r at ór i o s qu e t amb é m podem levar a uma sede aumentada. O cigarro contém inúmeras substâncias que quando inaladas também podem desencadear uma percepção para um ressecamento de vias aéreas superiores o que também dispara o desejo por líquidos. A melhor forma de lidar neste caso e de prote ção p ara a s aúde é a interrupção do hábito de fumar.

Anvisa alerta para riscos da automedicação Segundo a agência, a prática pode causar reação grave, inclusive óbito ©MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL

A automedicação, especialmente nesse momento de pandemia, tem preocupado autoridades sanitárias em todo o mundo. “É preciso que as pessoas se conscientizem dos riscos reais dessa prática, que pode causar reações graves, inclusive óbitos", alertou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em comunicado. Ainda segundo a Agência, essa avaliação é feita a partir de

critérios técnico-cientí cos, de acordo com o paciente e o conhecimento da doença: "todo medicamento apresenta riscos relacionados ao seu consumo, que deve ser baseado na relação benefício-risco. Ou seja, os benefícios para o paciente devem superar os riscos associados ao uso do produto”. Para se ter uma ideia da dimensão e da gravidade do pro b l e m a , a O r g a n i z a ç ã o Mundial da Saúde (OMS)

estima que mais de 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada. Além disso, metade de todos os pacientes não faz uso dos medicamentos corretamente. Para identi car novos riscos e atualizar o per l de segurança dos medicamentos, a Anvisa lembra que é imprescindível que pro ssionais de saúde e cidadãos noti quem as suspeitas de eventos adversos,

mesmo sem ter certeza da associação com o medicamento. Os eventos devem ser noti cados pelo VigiMed. “A

qualidade dos dados inseridos no sistema é fundamental para subsidiar a análise pelas equipes especializadas. É importante

identi car o produto e informar o fabricante e o número do lote”, orienta a Anvisa.


10 GERAL

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Novo mé todo de descontaminaçã o de á gua alia compó sitos de baixo custo e energia solar Solução simples e barata desenvolvida por pesquisadores da USP em São Carlos e colaborador nigeriano elimina até mesmo bactérias multirresistentes. Argila, semente de mamão e casca de banana estão entre as matérias-primas utilizadas pelo grupo

Doenças associadas à água c ont am i na d a s ã o u ma d as maiores causas de morbidade e mortalidade em escala global. E o acesso à água potável vem diminuindo, devido ao progressivo descarte de

Neste contexto, a pesquisa por formas seguras e baratas de d e s c o nt a m i n a ç ã o d a á g u a tornou-se uma necessidade urgente, principalmente nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Um estudo

visita cientí ca de três meses do professor Unuabonah ao IFSCUSP. E também por meio do Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação em Vidros (CeRTEV). Auxílios obtidos de outras instituições permitiram que dois

conduzido no Laboratório de Espectroscopia de Materiais Funcionais (Lemaf), do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), em parceria com o African Centre of Excellence for Wat e r a n d E nv i ron m e nt a l Research (Acewater), da Nigéria, obteve resultados promissores nesse sentido. O trabalho foi coordenado por Andréa de Camargo e Hellmut Eckert, professores do IFSC-USP, b e m c om o p or E m m anu e l Unuabonah, diretor do Acewater e profess or da Redeemer's University, da Nigéria. O grupo contou com apoio da Fapesp por meio de Auxílio a Pesquisador Visitante, que possibilitou uma

alunos do professor Unuabonah também viessem estagiar na USP, em São Carlos. “A fotocatálise é a forma mais e ciente de descontaminação da água. Nós desenvolvemos um método que utiliza nanocompósitos fotocatalíticos baseados em precursores de baixo custo, abundantes nos países da África subsaariana e também no Brasil, e radiação solar, o que proporciona uma solução sustentável para regiões nas quais o abastecimento de energia elétrica estável constitui um problema a mais. Ao interagir com a radiação solar, o material lib era esp écies reativas de oxigênio, como o oxigênio singleto, que destrói

©DOMÍNIO PÚBLICO/PIXABAY

poluentes domésticos, agrícolas, industriais e hospitalares no meio ambiente. Microrganismos nocivos, nitratos, fosfatos, uoretos, hidro carb onetos policíclicos aromáticos e metais p e s a d o s — c o m o c á d m i o, mercúrio e chumbo — estão entre os principais contaminantes. Segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de dois bilhões de pessoas bebem água contaminada por fezes. Pior ainda é a contaminação da água por cepas de bactérias resistentes a múltiplas drogas e metais, selecionadas pelo descar te indiscriminado de antibióticos no meio ambiente.

microrganismos e degrada re s í du o s d e ant ibi ót i c o s e e uentes agrícolas”, diz de Camargo à Agência Fapesp. Par a pro du z i r o s nanocompósitos, os pesquisadores utilizaram como precursores argila (caulinita), semente de mamão papaia ou casca de banana (como fontes de carbono) e sais de metais (cloreto de cobre ou cloreto de zinco). A proporção em peso foi de um para um para dois (1:1:2) para os híbridos dopados com cobre ou zinco individualmente. E de um para um para um para dois ( 1 : 1 : 1 : 2 ) p ar a o s h í br i d o s dopados com cobre e zinco simu lt ane amente. “Nanocompósitos formados por caulinita, sementes de papaia, cobre e zinco mostraram-se e cientes para a puri cação de água contaminada por Escherichia coli resistente a múltiplas drogas e metais”, a rma de Camargo. A p r o d u ç ã o d o s nanocompósitos combinou várias técnicas laboratoriais: solução, agitação contínua, secagem, calcinação, esterilização, lavagem e segunda secagem. “O material resultante foi empacotado em colunas de vidro previamente esterilizadas. A água contaminada entra por uma extremidade da coluna, atravessa o material em presença da luz solar e sai descontaminada na outra extremidade”, resume a pesquisadora. O estudo identi cou três mecanismos de desinfecção, dep endendo do comp ósito estudado: a interação eletrostática, identi cada para o compósito dopado com zinco, em que cargas super ciais

positivas interagem fortemente com grupos carboxílicos das paredes celulares das bactérias, levando-as a aderir às superfícies do compósito; a toxicidade metálica, identi cada, em menor ou maior escala, para os três compósitos testados; e a fotocatálise, com a geração de oxigênio singleto a partir do oxigênio molecular em presença da luz solar e a oxidação de lipídeos e proteínas em torno das membranas celulares das bactérias, levando à sua destruição. “Apesar de os três mecanismos terem sido identi cados, ainda não est á claro s e o cor rem simultânea ou sequencialmente. Em to do cas o, a prova do conceito está dada: materiais híbridos nanocompósitos baseados em precursores de baixo custo foram e cientemente utilizados para a desinfecção de água contaminada com bactérias multirresistentes”, sublinha de Camargo. A p e s qu i s a d or a ch am a a atenção para o fato de que os

re s í du o s d e c obre e z i nc o presentes na água tratada não são prejudiciais para o consumo humano. “C onsiderando o consumo diário médio por adultos saudáveis, que é de três litros e meio, os resíduos de cobre e zinco presentes na água tratada, respectivamente de 0,8 miligrama e de 0,51 miligrama por litro, estão abaixo do máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde [OMS]”, diz. Além da composição mencionada, o grupo analisou também outras composições possíveis. “Nanocompósitos de caulinita, casca de banana, tungstato de sódio e dióxido de titânio foram efetivos para a fotodegradação dos antibióticos ampicilina e sulfametoxazol e da droga antimalárica artemeter. Compósitos heteroestruturados, do tipo ZnO/grafeno ou F2O3/grafeno, suportados em argila com camadas de carbono proveniente de sementes de papaia, promoveram a remoção de esteroides estrogênicos”, informa de Camargo.

Egito promove desfile histórico de múmias da realeza ©DIVULGAÇÃO/PIXABAY

Datadas de diferentes Eras do Egito Antigo, as múmias de 22 importantes líderes protagonizaram a mais nova Parada de Ouro dos Faraós, um des le inédito na história. Segundo a BBC, a esperada

procissão aconteceu na noite do último sábado (03), no Cairo. No total, os restos mumi cados de 18 faraós e quatro rainhas zeram p ar te do e vento, transmitido ao vivo. As múmias foram transportadas do Museu

Egíp cio até o novo Museu Nacional da Civilização Egípcia, em um trajeto de 5 km. De acordo com a organização do des le, os faraós e rainhas foram apresentados na ordem cronológica de seus reinados. Dessa forma, a passeata começou com os restos de Seqenenre Taa II, da 17ª dinastia, e terminou com Ramsés IX, do século 12 a.C. Pens ando no est ado de preservação de múmias tão antigas, inclusive, o evento contou com uma log íst ic a impressionante. Além de repavimentarem as ruas por onde o des le passou, os responsáveis pela Parada ainda criaram caixas especiais, cheias de nitrogênio, a m de proteger

ao máximo o estado de conservação dos restos mortais. Ainda mais, do lado de fora, cada uma das 22 múmias foi transportada em um veículo bastante decorado, que contou com amortecedores. Os carros também foram cercados por uma carreata temática, com réplicas

de carros de guerra, por exemplo. O des le só aconteceu porque, d e f at o, a s mú m i a s for am transferidas de um museu para o outro. Sendo assim, os restos de Ramsés II e da Rainha Hatshepsut se tornarão novas at r a ç õ e s d o R oy a l Ha l l of Mummies, no Museu Nacional

da Civilização Egípcia. Uma vez transportadas na Pa r a d a , a s mú m i a s f o r a m instaladas em sua nova exibição, que deverá ser aberta ao público no dia 18 de abril. Nesse sentido, a c urador ia da inst ituição promete que o salão dos reis e rainhas irá enviar seus visitantes diretamente para o Vale dos Reis, e m Lu x o r, a t r a v é s d e s u a minuciosa ambientação. Ainda de acordo com a BBC, as autoridades egípcias esperam que, com inauguração prevista ainda para este mês de abril, o novo museu deverá movimentar o turismo do país, que foi intensamente abalado pela pandemia do coronavírus.


COMPORTAMENTO 11

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Qual o caminho para a longevidade? Processo de reciclagem celular pode ser o caminho para a longevidade ©VAL VESA/UNSPLASH

A longevidade é uma das grandes obsessões do ser humano. Viver mais tempo e envelhecer com saúde são dois desa os constantemente enfrentados pela medicina e pela ciência, que já conseguiram grandes avanços, com ganhos para a expectativa de vida. Mesmo assim, ainda se sabe muito pouco sobre o processo de envelhecimento em si. O “segredo” da longevidade, na verdade, pode ser mais simples do que se imagina. Tudo indica que envelhecer com saúde está d i re t am e nte l i g a d o a u m a alimentação equilibrada e à prática de exercícios físicos. A Academy of Nutrition and Dietetics recomenda que as pessoas ajustem seus hábitos alimentares para atender às necessidades nutricionais de seus corpos durante todas as fases da vida: Da adolescência aos 20 anos: construa a densidade óssea consumindo alimentos e bebidas ricos em cálcio, como o gergelim e seus derivados (tahine) e folhas verde-escuro, como a rúcula. Dos 20 aos 30 anos: reduza o r is c o d e d o e nç as c rôn i c as comendo mais bra alimentar. Mulheres em idade fértil devem incluir fontes de folato, como os feijões e a beterraba. Dos 30 aos 40 anos: continue a comer uma variedade de alimentos nutritivos, especialmente muitas frutas e vegetais. Dos 40 aos 50 anos: ajuste seus hábitos alimentares saudáveis e continue a incorporar atividade física regular conforme seu corpo muda. Concentre-se em maneiras de limitar os alimentos e bebidas com adição de açúcar, sal e gordura saturada. Mais de 60 anos: continue a incluir uma variedade de alimentos ricos em proteínas para manter a força óssea e incorpore atividades de fortalecimento para manter os músculos.

Mais que benefícios à saúde, a prática regular de atividades físicas durante toda a vida está associada a menos gastos com saúde na vida adulta. Uma pesquisa publicada no e Conversation analisou dados do estudo do Instituto Nacional do Câncer e descobriu que adultos que mantiveram ou aumentaram sua atividade física desde a adolescência até a idade adulta tiveram custos médios anuais de saúde bem mais baixos do que adultos que foram consistentemente inativos ao longo do tempo. Ao longo da vida, além da saúde física, a saúde mental também precisa ser levada a sério. A redução do estresse, segundo pesquisadores, pode ter um impacto na saúde em geral. Práticas como meditação e yoga são boas opções auxiliares. Para garantir ainda mais bem-estar, segundo um estudo publicado no e Journals of Gerontology, discussões devem ser resolvidas no mesmo dia. Essa conclusão partiu de uma análise de relatos de discussões contínuas e evitadas. A partir disso, os pesquisadores mediram como o incidente afetou a mudança nas emoções negativas e positivas das pessoas. Concluíram que quem sentiu que o assunto tinha sido resolvido não viveu impactos no seu bemestar emocional. Mesmo que você dê corda à discussão ou a evite, os pesquisadores aconselham trabalhar sua resposta emocional aos fatores est ress antes (t ais como as discussões) e, assim, minimizar seus impactos potenciais. Um estudo, publicado na re v i s t a Nat u re , c on s e g u iu relacionar o processo de envelhecimento com a velocidade com que os mamíferos conseguem processar o lixo celular: quanto mais rápida for a faxina, maior a longevidade. A pesquisa, liderada por Salwa

S ebt i e Á lvaro Fer nánde z, pesquisadores de pós-doutorado d o C e n t e r f o r Au t o p h a g y R es e arch d a S out hwester n Medical Center da Universidade do Texas, descobriu que ratos com melhores níveis de autofagocitose (o processo pelo qu a l a s c é lu l a s d e s c ar t am substâncias tóxicas ou não desejadas que prejudicam a saúde celular) vivem mais e com uma melhor saúde. Ou seja: quanto mais rápido o corpo reciclar o seu lixo, maior o tempo e a qualidade de vida. Beth Levine, diretora do Center for Autophagy Research e uma das participantes do estudo, explica que os ratos com fagossomos (que são as células que realizam a limpeza do organismo) mais e cientes viveram cerca de 10% a mais e estavam menos sujeito a desenvolver cânceres, doenças do coração e do fígado relacionadas com o envelhecimento. A conclusão é baseada em vinte anos de estudos realizados no centro de pesquisa, o que permitiu a criação de ratos geneticamente modi cados para

ter um organismo mais e ciente. O primeiro passo se deu quando o grupo descobriu a enzima beclin, que ajuda os fagoss omos a acelerar su a velocidade, tendo um papel muito importante na autofagocitose — e consequentemente no envelhecimento. Desde então, o centro de pesquisa já conseguiu provar que a autofagocitose desempenha um papel f u nd ame nt a l p ar a a s aú d e humana, sendo capaz de prevenir doenças neurodegenerativas, câncer e infecções. O que cou claro é que melhorar o rendimento da autofagocitose é uma forma i mp or t ant e d e e x p an d i r a expectativa de vida. O processo p e rd e p e r for manc e c om o envelhecimento, o que contribui para o envelhecimento em si, em um ciclo vicioso. Agora, os pesquisadores provaram que, além de aumentar a expectativa de vida, ter um mecanismo de faxina corporal, como uma reciclagem do lixo celular, também melhora a qualidade de vida em mamíferos.

A resposta veio por meio de alterações genéticas na enzima beclin, que tem seu funcionamento freado por um inibidor chamado BCL2. A alteração genética do beclin fez com que esse inibidor não conseguisse mais se ligar à enzima, permitindo um processo de autofagocitose mais rápido e e ciente. Ou seja: uma limpeza profunda e rápida. A partir daí, eles criaram ratos transgênicos com essa enzima melhorada e observaram seu ciclo de vida. Como esperado, esses ratos tiveram melhores níveis de autofagocitose desde o nascimento em todos os seus órgãos. Esses animais tiveram um maior índice de proteção contra uma espécie de Alzheimer presente em ratos e, agora, cou provado que a melhor limpeza celular fez com que esses animais vivessem mais e melhor. No experimento, os cientistas deixaram um grupo de 102 ratos mutantes e 68 normais envelhecerem naturalmente. Os normais caram velhos e começaram a morrer aos 15 meses. Após 30 meses, todos os

ratos normais estavam mortos. Já os mutantes começaram a morrer mais tarde, aos 22 meses, e todos estavam mortos aos 40 meses. O resultado indica que as alterações realizadas no beclin aumentaram a sobrevida dos ratos em cerca de 5 meses, o equivalente a um aumento de 16% na duração da vida. Em um humano com expectativa de vida de 80 anos, isso seria equivalente a viver cerca de 12 anos a mais. O estudo aponta um caminho importante para a saúde humana e para o desenvolvimento de novas drogas capazes de melhorar nosso mecanismo de reciclagem celular. Da mesma forma que a ciência pode ajudar a melhorar nosso mecanismo de f a x i na i nte r i or, t amb é m o cuidado com a quantidade de lixo que colocamos para dentro do nosso corpo continua sendo importante. O grupo de pesquisadores agora deve trabalhar em remédios capazes de melhorar o mecanismo de autofagocitose, em busca de ganhos para a humanidade em qualidade de vida e longevidade.

O que o seu jeito favorito de tomar café diz sobre sua personalidade ©UNSPLASH

Dois mil americanos foram entrevistados sobre seus hábitos de consumo de café. O resultado da pesquisa, encomendada pela agrícola Cali a Farms, mostrou que há muito a se saber sobre a personalidade de alguém a partir da escolha que ela faz ao preferir a bebida quente ou fria. O estudo mostrou que os cafezeiros que gostam mais de um bom cold brew — ou de qualquer tipo de café gelado — têm mais chances de pertenceram à Geração Z, aqueles nascidos entre a

segunda metade dos anos 1990 e o começo dos anos 2000. Eles corresponderam a cerca de 40% dos que preferem uma bebida cafeinada desse tipo. O per l de personalidade da pesquisa ainda observou que esses jovens costumam gostar de dias de sol (40%) e amam séries e lmes de cção cientí ca (37%). Por outro lado, os que preferem a bebida em sua forma tradicional — quente — são de maioria boomer, geração que nasceu entre os anos de 1946 e 1964. Cerca

de 94% deles têm mais de 56 anos, têm tendência a serem extrovertidos (40%) e a gostarem de dias nublados (36%). Outro sinal da diferença de gerações entre os bebedores de café está no uso das redes sociais. Os mais velhos, boomers e amantes de café quente, passam mais tempo no Facebook (35%). Os mais novos, no Instagram (27%). Além disso, no total, 59% dos entrevistados a rmaram que a pandemia alterou os hábitos de consumo.


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Cesan e Ambiental Serra, até quando a população arcará com os péssimos serviços prestados? O

©ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

vereador Anderson Muniz (Podemos) cobra cumprimento do Contrato rmado entre a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) e a PPP Concessionária de Saneamento Serra Ambiental S/A com o município da Serra. Desde janeiro, o vereador vem realizando várias denúncias na Câmara referentes ao péssimo serviço pela concessionária. Em uma dessas scalizações, Anderson identi cou vários pontos de lançamento de e uentes na Lagoa do Baú, onde ocorreu recentemente o episódio da mortandade de peixes. Neste período, ele solicitou à Ambiental Serra S/A, explicações a respeito

de ser viços da Cesan e da Ambiental Serra S/A, pois acha um absurdo devido à cobrança das taxas de serviços do morador serrano, “que não merece pagar p or um s er viço de p éssima qualidade”. Como tem sido recorrente nas edições do Fatos & Notícias, no início do ano, as concessionárias foram denunciadas pelo secretário de Meio Ambiente do município, C l áu d i o D e n i c o l i , q u e , e m entrevistas, disse que a tecnologia utilizada no tratamento do esgoto pela Cesan é obsoleto e ultrapassado e que a empresa cobra 80% de taxa de esgoto sobre o valor de consumo da água, ou seja, taxa de retorno, sem prestar o serviço adequado.

do tratamento de e uentes na cidade e criou o projeto de lei que obriga a Cesan e a Ambiental Serra S/A a instalarem um serviço tecnológico de monitoramento por telemetria. O vereador tem se mostrado incansável na scalização e, à medida em que se aprofunda, realiza novas descobertas de lançamento de esgoto in natura, poluindo recursos hídricos e reservas naturais da cidade como a Zona de preservação Ambiental (ZPA) Cinturão Verde, em Cidade Continental, que vem recebendo e uentes derivados de caixas de esgoto extravasadas. Anderson manifesta sua indignação em relação aos fatos descobertos por ele na prestação

Projeto de amparo aos pequenos empreendedores da Serra TATI BELING

econômicos dos microempreendedores, d o s E mpre e n d e d ore s Individuais, Feirantes, Taxista e Permissionários do município e população da linha da pobreza e

extrema pobreza. Segundo ela, o projeto

da covid-19, que provoca impactos econômicos ©PREFEITURA MUNICIPAL DA SERRA

©SITE DA VEREADORA

Vereadores protocolaram, em 19 de março deste ano, o Projeto Indicativo de Lei n º 6 5 , d e au t o r i a d a vereadora Raphaela Moraes (Rede), que visa amenizar os impactos

propõe complementar as ações de políticas públicas e sociais em razão da grande crise de saúde, ocasionada pela pandemia

severos de curto prazo com o colapso parcial ou total da produção dos pequenos empresários. Justi ca ainda que, a

possível destruição de empregos, falência em massa das pequenas empresas e a piora nas condições nanceiras da economia podem fazer com que o choque temporário tenha

consequências permanentes. Coautores: Igor Elson, Anderson Muniz, Prof. Rurdiney, Dr. Willian Miranda e Rodrigo Caçulo. ©BLOG SANSUY


BRASIL 13

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A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

JORGE ANDRÉ/PREFEITURA DE MARICÁ

Cobrança de estacionamento rotativo na capital continua suspensa até 18 de abril

ELLEN DIVULGAÇÃO

Jorge Kajuru (Cidadania-GO)

SAMIRA GASPARINI

A União deverá estimular a criação de hortas nas escolas públicas de educação básica, que poderão ter a implantação e a manutenção feitas com recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola. É o que determina o Projeto de Lei (PL) 866/2021, do senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO). Na opinião de Kajuru, criar e manter uma horta na escola é uma ação simples e importante por seus ns pedagógicos e, principalmente, de nutrição da comunidade escolar — em especial dos alunos e de suas famílias. “Essa medida teria um papel de grande signi cado: envolveria crianças e adolescentes no processo de aprendizagem sobre como manejar a terra e plantar hortaliças e outras plantas; produziria alimentos para consumo na própria escola; e levaria, para as residências dos estudantes, conhecimentos que permitiriam às suas famílias ou vizinhanças cultivar seus quintais e áreas comunitárias disponíveis. Cumpre ressaltar ainda que a presente proposição, apesar de seu caráter singelo, proporcionará uma articulação entre o ensino escolar e o combate ao drama representado pelos maus hábitos alimentares, que grassam principalmente na população mais jovem”, explica.

Sérgio Majeski (PSB) Indicação de Majeski orienta reforço de protocolos anticovid para proteger policiais Os deputados estaduais aprovaram a Indicação 764/2021 do deputado Sérgio Majeski (PSB) ao Governo do Estado para que a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SESP) reforce os protocolos sanitários contra o novo coronavírus nas viaturas e nas outras estruturas da Polícia Militar do Espírito Santo. O objetivo é aumentar a prevenção para resguardar a saúde dos policiais e demais cidadãos. “Considerando a importância de preservar vidas e de garantir direitos dos nossos pro ssionais da Polícia Militar, solicitamos à SESP que direcione esforços para melhor estruturar a PMES no enfrentamento da pandemia, ampliando a oferta de insumos básicos para a prevenção da covid-19. O trabalho dos policiais é essencial, importante e funciona 24 horas por dia, sete dias na semana. Recebemos reclamações de que há necessidade de melhorar a higienização, principalmente na troca de turno das viaturas. Os policiais têm contato direto com pessoas das mais diversas naturezas, muitas vezes em situações extremas e têm a necessidade de estar sempre muito bem resguardados”, destaca Majeski.

©FALA BARREIRAS

Autismo: dificuldades em colocar leis em prática Lei Brasileira de Inclusão (LBI), Lei Berenice Piana, Lei Romeo Mion, Lei Estadual 11.134/2020, Dia Estadual de Conscientização sobre o Autismo. São muitas as iniciativas tanto no âmbito federal quanto estadual que procuram prestar apoio a pessoas identi cadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Entretanto, para pais e amigos dos autistas setores da sociedade desconhecem esses direitos e falta scalização dos poderes públicos para garantir o cumprimento das leis. Segundo a presidente da Associação dos Amigos dos Autistas do Espírito Santo (Amaes), Pollyana Paraguassú, não faltam leis, mas a efetivação dos direitos garantidos pelo papel. “Temos a semana, o mês de conscientização, mas na prática o que o poder público faz? Qual a ©LUNETAS.COM.BR

MPES recomenda escolas abertas na pandemia Na reunião virtual da Comissão de Educação nesta segunda-feira (5), o Ministério Público do Estado (MPES) frisou a importância de escolas manterem alguns setores com funcionamento presencial durante a pandemia e sirvam como local de referência para as famílias mesmo em períodos de risco alto ou extremo - conforme classi cação do Mapa de Risco divulgado pelo governo. Segundo explicação, as escolas deverão manter a secretaria aberta com revezamento entre os pro ssionais para atender famílias que precisam realizar transferências e matrículas, por exemplo. Conforme o documento, a unidade deverá adotar os protocolos sanitários e estar sempre limpa, arejada e asseada, sem esquecer do distanciamento social. Uma das preocupações do Ministério Público é com a manutenção do vínculo entre professores e alunos a m de evitar a evasão escolar. Nesse sentido, as recomendações reforçam a importância da promoção de atividades pedagógicas, sejam elas por meio físico ou virtual. “É necessário que a escola, através do seu professor de classe, interaja com essa família”, observou. Caso contrário, “não teremos informações alguma com relação aos estudantes que poderão estar evadidos”. Segundo revelou, cada uma das unidades deverá elaborar um plano de ação para regrar o funcionamento no contexto da pandemia — o documento será remetido ao MPES.

Pandemia: matéria prevê isenção fiscal

conscientização? Mandamos ofício para alguns lugares se iluminarem de azul para que as pessoas conheçam, é importante para mostrar nossa luta, mas raramente é iluminado”, diz.

Instituir no Estado o Programa de Apoio Fiscal a estabelecimentos considerados não essenciais pelo governo do Estado. Essa é a nalidade do Projeto de Lei (PL) 112/2021, do deputado Alexandre Xambinho (PL), que tramita na Assembleia Legislativa (Ales). A matéria foi lida e teve o regime de urgência aprovado no Expediente da sessão desta segunda-feira (5). Os colegiados de Justiça e Finanças emitirão parecer à proposta. “O objetivo é auxiliar as empresas, empregados e autônomos que estão direta ou indiretamente vinculados ao funcionamento desse complexo de atividades atingidas por sucessivas decisões de caráter restritivo devido aos efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19)”, esclarece na justi cativa da matéria o parlamentar. A medida tem o intuito de bene ciar os

A Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória (Setran) prorrogou a suspensão da cobrança pelo uso do estacionamento rotativo na capital até o próximo dia 18 de abril. A nova portaria, publicada no domingo (4), amplia o prazo de vigência estabelecido pela anterior, válida desde o dia 19 de março deste ano. A medida restritiva serve para conter o avanço do coronavírus na cidade. Segundo o secretário de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória, Alex Mariano, “abrangendo todos os pontos onde há estacionamento rotativo, esta é a melhor maneira de preservarmos os funcionários da concessionária responsável pelo serviço em Vitória”, a rma.

Câmara vai debater quebra de patentes de vacinas em comissão geral na quintafeira A Câmara dos Deputados se reúne em comissão geral nesta quinta-feira (8), às 10 horas, para discutir a quebra de patentes das vacinas para o combate à covid-19. Na reunião, os deputados vão ouvir especialistas e representantes de diversos órgãos e entidades relacionados ao tema. ©ROQUE DE SÁ/AGÊNCIA SENADO

O evento foi sugerido pela deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) e por outros 16 deputados de sete partidos (PCdoB, PDT, PP, PT, MDB, PSB e Republicanos). Os parlamentares querem esclarecimentos sobre o posicionamento do Brasil em relação à quebra de patentes de vacinas e ressaltam que o assunto está em debate tanto na Organização Mundial do Comércio (OMC) quanto na Organização Mundial da Saúde (OMS). Os deputados informam que, em outubro de 2020, Índia e África do Sul levaram à OMC uma proposta de suspensão das patentes de produtos de combate ao coronavírus. No mês seguinte, 99 países apoiaram o projeto, mas países desenvolvidos se posicionaram contra. "A ideia seria facilitar a produção de vacinas por países pobres e garantir que bilhões de pessoas tenham acesso ao imunizante no mesmo ritmo das populações mais ricas", explicam os parlamentares. Eles ressaltam que Rússia e China, embora tenham sido precursoras no desenvolvimento de vacinas contra a covid-19, manifestaram apoio à proposta. O Brasil foi o único país em desenvolvimento a se manifestar contra a proposta de quebra de patentes. estabelecimentos com isenção dos seguintes tributos pelo período proporcional ao fechamento: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA); Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD); e Taxas e Contribuições Estaduais.


14 VARIEDADES

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Remédio para hipertensão pulmonar pode se tornar uma opção contra o câncer

Variabilidade do sono causa mau humor e pode provocar depressão ©ISTOCK

Em experimentos com camundongos e em testes com linhagens de células tumorais, fármaco apresentou potencial para combater metástase ©ISTOCK

Um medicamento usado no tratamento da hipertensão pulmonar reduziu signi cativamente a capacidade de células tumorais migrarem e invadirem outros tecidos em testes feitos com linhagens de tumores de pâncreas, ovário, mama e leucemia. Além disso, em camundongos com uma forma agressiva de câncer de mama, o fármaco diminuiu em 47% a incidência de metástase no fígado e nos pulmões, bem como aumentou a sobrevida em relação aos animais não tratados. O estudo foi publicado na revista Scienti c Reports. "O medicamento ambrisentan é um inibidor do receptor da endotelina A, que tem um papel na constrição dos vasos sanguíneos. Por isso, é usado para tratar a hipertensão p u l m o n a r [ n o r m a l m e nt e causada por doenças autoimunes como lúpus e e s c l e r o s e s i s t ê m i c a ] . No l ab oratór io, v imos que o fármaco tem efeito em células de tumores, evitando a migração dessas células para outros tecidos, além de outros efeitos que ainda estamos investigando", explica Otávio Cabral Marques, pesquisador d o In s t itut o d e C i ê n c i a s Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e co ordenador do estudo, nanciado pela Fapesp. Marques conduziu o trabalho durante o seu pós-doutorado na Universidade de Freiburg, na

Alemanha, em colaboração com pesquisadores daquele país e dos Emirados Árabes Unidos. Atualmente, coordena um projeto apoiado pela Fapesp na modalidade Jovem Pesquisador. O receptor de endotelina tipo A é conhecido por ser expresso no endotélio, a camada que reveste a parede interna dos vasos sanguíneos, e em células do sistema imune. Outros estudos já mostraram também que ele está envolvido no crescimento e na metástase de vários tumores. "Parece que o efeito da droga não é apenas na migração das células tumorais, mas também na neoangiogênese, ou seja, na formação de novos vasos sanguíneos necessários para alimentar o tumor. Estamos realizando experimentos para comprovar isso. S e for con rmado, a droga teria um efeito sistêmico, não apenas inibindo a migração do tumor para outros tecidos, como também bloqueando a geração de novos vasos que o fazem crescer", conta o pesquisador. O benefício do medicamento para o tratamento do câncer ainda não foi comprovado. O uso sem orientação médica pode trazer risco à saúde, especialmente para gestantes. Usando uma técnica para medir a m i g r a ç ã o c e l u l a r, o s pesquisadores observaram que o medicamento reduziu signi cativamente esse fenômeno tanto nas células

tumorais que receberam um estímulo como na migração espontânea. Foram testadas linhagens de tumor de ovário, leucemia, pâncreas e mama. Em seguida, camundongos no estágio inicial de uma linhagem agressiva de câncer de mama (4T1) foram tratados por duas semanas antes de terem o tumor implantado e duas semanas depois. Nesse experimento, a redução da metástase foi de 43%, aumentando a sobrevida dos animais. "Como a metástase das células 4T1 ocorre muito r a p i d a m e n t e n o s camundongos, iniciamos o tratamento antes, para podermos nos aproximar mais do que aconteceria com humanos", explica. Agora, com outros pesquisadores do ICB-USP, Marques se prepara para a realização de testes clínicos. A ideia é testar o medicamento em um grupo de pacientes que já realiza quimioterapia e observar se eles se recuperam melhor do que um outro grupo (controle) que passa apenas pelo tratamento padrão. Embora o fármaco tenha a vantagem de poder ser administrado por via oral, o pesquisador acredita na possibilidade de fazer uma aplicação direta no tumor, de forma a aumentar seu efeito. Ainda não foi de nido em que tipo de câncer serão feitos os testes clínicos.

cavam acordados até tarde ou É sabido que o sono irregular ano. Como tinham intensas pode desencadear problemas jornadas de trabalho, os dormiam menos horas, eram cardiovasculares, mas não é horários começaram a car mais propensos a pontuar mais apenas o corpo que sente os desregulados e o mau humor a l t o e m q u e s t i o n á r i o s e f e i t o s d a s n o i t e s m a l foi uma das evidências em padronizados de sintomas de dormidas. Um estudo da q u e m d o r m i a t a r d e o u depressão e ter avaliações de humor diárias mais baixas. Universidade de Michigan, acordava muito cedo. "A tecnologia avançada nos Os dados para o estudo publicado no Digital Me d i c i n e , ap o nt a q u e a foram coletados por meio de permite estudar os fatores v ar i abi l i d a d e d i ár i a n o s dispositivos usados nos pulsos. c o m p o r t a m e n t a i s e siológicos da saúde mental, parâmetros do sono gera um Além disso, eles relatavam risco de desenvolvimento de diariamente o seu humor em incluindo o sono, em uma A transmissão será no canal daum Sedu Digital no nesta (07), às 14 horas escala muito maior e com mais aplicativo deYouTube, smartphone e quarta-feira depressão no futuro. A pesquisa utilizou dados de faziam testes trimestrais para precisão do que antes, abrindo medições diretas do sono e do detectar sinais de depressão. um campo empolgante para humor de mais de 2.100 Aqueles cujos dispositivos exploração", disse Yu Fang, internos (estudantes dos dois mostraram ter horários de principal autor do novo artigo. últimos anos de medicina) em sono variáveis, assim como os "Nossas descobertas visam não início de carreira durante um pro ssionais que regularmente apenas orientar a autogestão sobre os hábitos de sono, mas também informar as estruturas de programação institucional". A equipe observa que o grupo relativamente jovem de pessoas no estudo — com idade média de 27 anos e estudantes de medicina — não é representativo da população em geral. No entanto, como todos eles experimentam cargas de trabalho e cronogramas semelhantes, são um bom grupo para testar hipóteses.

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COTIDIANO 15

06 A 08 DE ABRIL/2021

Tomar água da torneira é seguro? Geralmente sim e tem até vantagem ©ISTOCK

Mulheres Tiébélé decoram casas de barro em Burkina Faso Casas ricamente decoradas são construídas com barro, palha e madeira e ajudam a proteger moradores do calor e invasões ©RITA WILLAERT

Quem mora em grandes cidades provavelmente já foi à casa de algum parente e, ao pedir um copo de água ouviu: "Pega da torneira mesmo que a água vem direto da rua!". Se ao escutar isso você cou com receio e só tomou água da torneira para não fazer desfeita à sua tia, aqui vai uma boa notícia. Sim, em locais que contam com uma rede de água tratada, quase sempre é seguro consumir a bebida diretamente da torneira (claro que a ltrada é sempre melhor) e isso tem até uma vantagem em comparação a muitas águas minerais. S eg undo É r ic a Fe r nand a Gonçalves, nutricionista do Hospital 9 de Julho, o principal benefício da água de torneira é que ela contém níveis ideais de úor, que desde a década de 1970 é aplicado obrigatoriamente no tratamento de água de municípios brasileiros com o objetivo de diminuir a incidência de problemas bucais na população. "A t ática traz result ados positivos, pois o úor ajuda na formação de uma camada mais resistente à ação dos ácidos da cavidade oral, deixando os d e nt e s m a i s r e s i s t e nt e s à formação de cáries", explica

Daniela Yano, cirurgiã dentista pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Esse úor é absorvido ao beber a água da torneira e ao comer alimentos preparados com ela. A substância não se perde nem mesmo se a água passar pelo processo de ltragem. Yano acrescenta que, assim como o cloro, o úor adicionado à água, por ter efeito antimicrobiano e antienzimático, é capaz de eliminar e di cultar a proliferação de bactérias. Embora as centrais de abastecimento públicas tratem a água para car potável antes de chegar às residências, existe o risco de que ela se contamine com resíduos químicos, microorganismos e impurezas (areia, ferrugem, algas etc.) presentes em encanamentos e caixas d'águas mal cuidados. Portanto, tenha muita atenção ao estado de conservação e à limpeza desses locais e pre ra sempre tomar água que passou por um ltro ou puri cador. Sim, há diferença. O principal papel do ltro é eliminar resíduos que possam vir do encanamento ou da caixa d'água — alguns ainda contam com revestimentos que ajudam a acabar com micro-organismo, m a s n ã o s ã o to d o s e e ss e

tratamento pode deixar de funcionar com o tempo. Já os puri cadores bloqueiam resíduos e contam com tecnologias (ozônio, raios UV) capazes de eliminar quase que completamente as bactérias. Outra maneira de acabar com micro-organismo é ferver a água. Nunca é demais lembrar que, além do cuidado com o encanamento e a correta limpeza da caixa de água (que deve ser feita a cada seis meses, no mínimo), para evitar contaminação é importante higienizar bem o copo, garra nha etc. Se não for lavada a cada uso, aquela caneca de alumínio que alguns deixam no ltro para todos utilizarem pode acumular bactérias quando em contato com a mão ou a boca das pessoas e contaminar a água. Segundo o médico Rodolfo Favaretto, urologista do Hospital São Lucas, em locais onde há água tratada, geralmente os problemas ao ingerir água contaminada são provocados pelas bactérias Salmonella e Escherichia coli. Elas geram infecções estomacais e intestinais que provocam diarreia, náuseas, dores abdominais etc.

Burkina Faso é um país extremamente pobre da África Ocidental e, em contraste com a situação econômica, tem uma cultura forte e muito rica. Prova disso está na pequena vila Tiébélé, perto da fronteira com Gana. Tiébélé é a morada do povo Kassena ou Gourounsi, conhecido pela impressionante arquitetura tradicional, com casas de barro que chamam a atenção pelas paredes decoradas pelas mulheres da comunidade, desde o século XVI. As matérias-primas usadas na const r ução das cas as s ão encontradas no próprio local: terra, madeira e palha. Originalmente a terra era misturada com água e esterco de vaca e ganhava uma consistência ideal para que fosse moldada em paredes qu a s e ve r t i c ai s . Hoj e, o s Gourounsi constroem suas paredes de barro e esterco de vaca, usando também fundações apoiadas em grandes pedras. As paredes das casas são grossas, com cerca de 30 cm de espessura e não existem janelas, a não ser uma ou duas pequenas

aberturas para a entrada de luz. Isso se dá ao fato de que o foco dos construtores está em se protegerem do sol e do calor e também de possíveis inimigos e invasões. O que dá uma identidade única às casas é o que acontece depois que a estrutura está em pé: a pintura cheia de detalhes feita com lama colorida e giz branco pelas mulheres. Os desenhos e símbolos vêm da religião e tradições dos Gourounsi. Depois de pintadas, as paredes são nalizadas com capricho usando pedras para polir cada cor separadamente

para que não desbotem. Para nalizar, um verniz feito à base de vagens de néré, árvore de alfarroba africana, é aplicado em toda a superfície. Além de decorar as casas, este processo ajuda a proteger as paredes, sendo realizado antes da estação chuvosa. Graças às matérias-primas, à compactação e ao revestimento das paredes com verniz, as casa se tornam mais resistentes à chuvas e ajudam a proteger seus mor a d ore s d o c a l or e d e possíveis invasões por muito tempo.


16 GERAL

06 A 08 DE ABRIL/2021

Própolis vermelha pode funcionar como tratamento contra esquistossomose Conhecida como doença do caramujo, barriga d'água e xistose, a doença pode evoluir para formas graves e levar à morte ©PINOPIC/ISTOCK

Velha conhecida pelos poderes bactericidas e antifúngicos, a própolis vermelha também se mostrou um agente antiparasitário potente capaz de reduzir o número de ovos e matar os vermes causadores da esquistossomose. Em experimentos realizados na Universidade Guarulhos, com apoio da Fapesp, 400 mg/kg do extrato foram su cientes para reduzir mais de 60% da carga parasitária em camundongos infectados com o verme Schistosoma mansoni. A ação foi observada tanto em vermes na fase adulta quanto na imatura (vermes jovens). Os testes em cultura mostraram ainda os efeitos da própolis vermelha em inviabilizar o acasalamento e a produção dos ovos do verme. "As própolis, em especial a vermelha, já têm ação muito conhecida contra bactérias e fungos. Elas têm a função de proteger a colmeia de intrusos e já era esperado que algumas de suas mais de 20 substâncias atuassem contra agentes infecciosos parasitários. O que nos surpreendeu foi ela atravessar o tegumento do verme e matar tanto vermes adultos quanto imaturos, algo que o tratamento convencional da esquistossomose não faz", a rma Josué de Moraes, professor da Universidade Guarulhos e autor do artigo publicado no Journal of Ethnopharmacology. Com isso, os resultados obtidos com a própolis vermelha sugerem que o produto natural possa ser mais e ciente para o tratamento da doença que o único medicamento existente. Vale lembrar que, para que a

própolis vermelha seja receitada contra a esquistossomose, será necessária a realização de testes em humanos com a verminose. A esquistossomose é a principal doença parasitária por helmintos e atinge, por ano, cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. A despeito de sua abrangência, um único medicamento tem sido indicado para o tratamento da esquistossomose há cerca de 40 anos. "Emb ora efet ivo, o praziquantel tem limitações importantes. Diferente do que foi observado no estudo com a própolis vermelha, o medicamento não combate a infecção precoce, causada pelos vermes jovens. Ele tem efeito apenas em vermes adultos, o que exige que o paciente espere o ciclo de crescimento do verme até o est ág io adu lto (infe cção crônica) para iniciar o tratamento", a rma. Outra limitação do

praziquantel está na resistência de alguns vermes a ele. Com cerca de 40 anos no mercado e sem nenhum tratamento alternativo, já foram isolados e i d e nt i c a d o s v e r m e s c o m suscetibilidade reduzida ao medicamento. O projeto de pesquisa coordenado por Moraes no Núcleo de Pesquisa em Doenças Negligenciadas da Universidade Guarulhos busca o reposicionamento de fármacos n o t r a t a m e n t o d a esquistossomose. "Por ser uma doença negligenciada relacionada à pobreza e falta de saneamento básico, estudos de reposicionamento de fármaco se tornam a via única para a descoberta de novos tratamentos para doenças negligenciadas, como a esquistossomose. O reposicionamento de fármaco tende a ser um processo mais rápido e barato que o des envolvimento de novos

fármacos", diz Moraes. Ao l o n g o d o p r o j e t o d e pesquisa, o grupo testou 73 antiin amatórios não esteroidais comercializados no Brasil e em outros países. De todos os medicamentos testados, cinco apresentaram e ciência no tratamento da infecção, sendo o ácido mefenâmico (medicamento para cólicas menstruais) o que apresentou resultados mais promissores até agora. Em outro artigo, publicado este ano na Trends in Parasitology, Moraes fez uma comparação com a aprovação de n ov o s m e d i c a m e nt o s p e l a agência norte-americana Food a n d D r u g Ad m i n i s t r at i o n (FDA). " D e t o d o s o s 6 0 4 medicamentos aprovados pela FDA no século 21 — entre novas drogas e reposicionamento de fármacos — apenas nove são antiparasitários, sendo que apenas dois deles são anti-

helmínticos. Costumo dizer que as verminoses estão entre as mais negligenciadas entre as doenças negligenciadas", a rma. Moraes explica que a opção por estudar os efeitos da própolis vermelha nesse projeto se deu pelo fato de o produto natural ter sido bem caracterizado no presente artigo e em estudos anteriores pelos pesquisadores Severino M. Alencar, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, e Bruno Bueno-Silva, do Departamento de Odontologia da Universidade Guarulhos. Ambos são colaboradores do Núcleo de Pesquisa em Doenças Negligenciadas da Universidade Guarulhos. "A própolis vermelha brasileira vem chamando a atenção nos últimos anos por seu potencial farmacológico e também pela ação antimicrobiana e antiin amatória. Nossa pesquisa não

uma maneira indireta. Analisamos, por exemplo, se esse produto natural, que é composto por diversas substâncias, conseguia atravessar o tegumento do parasito, aumentando assim o potencial de atingir um ou mais alvos, que não identi camos, e assim matar o verme", diz. Moraes a rma que o mais provável é que as própolis verde e marrom também apresentem algum efeito sobre a esquistossomose, mas que serão necessários estudos especí cos com os outros dois produtos naturais. A descoberta pode ter ainda aplicação em outras verminoses. "O esquistossomo é modelo para o estudo de i n f e c ç õ e s ( e m hu m a n o s e animais) causadas por outros tipos de vermes do grupo dos platelmintos, chamados de vermes chatos, como as tênias. A descoberta, portanto, abre uma

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES investigou o mecanismo da própolis vermelha no esquistossomo. O trabalho avaliou, por microscopia eletrônica de varredura, a ação do extrato da própolis vermelha de

oportunidade para novos estudos sobre o tratamento de outras doenças que acometem humanos, cães e gatos, e que também são tratadas com o praziquantel", diz.

Recuperação de animais atingidos por petróleo em 2019 Ninho com ovos de tartaruga precisou ser isolado e filhotes soltos em outra praia ©WWF-BRASIL

Em 2019, durante o vazamento de petróleo na costa brasileira, dezenas de animais foram atingidos por fragmentos do material. Porém, o resgate ágil e realizado com equipes preparadas ajudou a salvar vidas. Essa é a história do sexto e último episódio do especial “Vidas Sob o Mar de Petróleo". Entre os animais atingidos há registros de tartarugas, gol nhos, aratus, caranguejos, p eixes, crustáceos, aratus, aves e muitas outras. Infelizmente, muitas morreram e não há um registro uni cado e claro sobre a extensão da tragédia. Dos animais resgatados, alguns levaram até seis meses para se recuperar

completamente. Um e x e m p l o d a complexidade e da gravidade que é o contato direto com o petróleo: dos 33 animais que chegaram à Fundação Mamíferos Aquáticos, em Pernambuco, apenas nove sobreviveram. O último animal devolvido ao mar pela Fundação precisou de 91 dias em recuperação até ser reintegrado. O caso foi de uma tartaruga, que passa por um processo de higienização e recuperação física em muitas etapas. Por ser um réptil

e ter um metabolismo mais lento, sua recuperação é mais demorada do que a de uma ave, por exemplo. Foi preciso muita esponja, óleo vegetal e detergente para limpar

boca, olhos, narina e cloaca — por onde a tartaruga também respira. Um pro c e s s o d e m or a d o e cuidadoso que teve um nal feliz: a soltura do animal no oceano.


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