Jornal Fatos & Notícias 418

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ANO XI - Nº 418

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia

15 A 20 DE ABRIL/2021 SERRA/ES

Distribuição Gratuita

©CLÉBER SIQUETTE/WIKIMEDIA COMMONS

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

8 A dica da semana é uma

quiche de atum com queijo perfeita para a família Pág. 8

JORGE PACHECO

8 Bial debocha de pedido

por entrevista com Lula: 'Teria que ter polígrafo'

Pág. 5

ANA MARIA IENCARELLI

8 Essa Violência Institucional

tem todos os ingredientes de desastre social dentro de alguns anos Pág. 10

HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 O Parque Natural Municipal de Goiapaba-Açu, em Fundão, é um ótimo atrativo turístico Pág. 12

NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA

8 Você con a plenamente em suas memórias? Cuidado, elas podem te enganar Pág. 11

Estudo aponta caminhos para vacinas contra doenças causadas por carrapatos

ANA LUCIA

8 Quem tem fome, tem pressa, por isso solidariedade não tem época Pág. 15

Proporção de brasileiros com demência mais que dobra em 30 anos Pág. 16

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

Marion Mahony: a primeira arquiteta do mundo, esquecida pela história Pág. 15

Vila de casas impressas em 3D é construída Criaturas respiravam pelas pernas e sobreviveram para sem-tetos

Os carrapatos são parasitas de uma grande diversidade de animais vertebrados e se alimentam obrigatoriamente do sangue desses animais, que atuam como seus hospedeiros Pág. 9

©DIVULGAÇÃO/ICON

Autistas e o direito à educação ©BBC

A promulgação da Lei Federal n° 12.764, em 27 de dezembro de 2012 foi um grande avanço na luta pela inclusão escolar de crianças e jovens autistas. As causas do transtorno não são totalmente conhecidas. Evidências apontam para a possibilidade de predisposição genética, infecções durante a gravidez e até aspectos ambientais como poluição Pág. 4

©PXHERE.COM

mais tempo que os dinossauros, diz estudo

Pág. 7

Mudança climática extinguirá principalmente espécies típicas Pág. 2

A Icon, startup estadunidense de robótica para construção residencial, nasceu com a promessa de construir casas emergenciais usando impressoras 3D. Uma casa modelo foi erguida em Austin, capital do Texas, em 2018. Na mesma cidade, dois anos depois, a empresa começou a entregar uma série de residências para desabrigados Pág. 6

Rússia trabalha no desenvolvimento de unidade militar com tanquesrobôs Pág. 6


2 MEIO AMBIENTE

15 A 20 DE ABRIL/2021

Mudança climática extinguirá principalmente espécies típicas Estudo detalha o impacto da crise do clima sobre a biodiversidade e aponta os micos-leões entre os mais vulneráveis no Brasil ©WIKIMEDIA COMMONS

As mudanças climáticas podem extinguir espécies de plantas e animais nos lugares mais biodiversos do mundo, alerta um novo estudo, publicado na revista Biological Conser vation. A equipe global de cientistas, liderada por Stella Manes e Mariana Vale, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), analisou quase 300 hotspots de biodiversidade — lugares com números excepcionalmente altos de espécies animais e vegetais — em terra e no mar. Os pesquisadores veri caram que os animais endêmicos, aqueles que só ocorrem em regiões exclusivas do planeta, têm 2,7 vezes mais probabilidade de extinção do que outras espécies se as emissões de gases de efeito estufa continuarem a aumentar, impactando seus habitats únicos. As políticas atuais colocam o mundo no caminho de 3°C de aquecimento. Neste cenário, um terço das espécies endêmicas que vivem em terra e cerca da metade das espécies endêmicas que vivem no mar enfrentarão a extinção. Nas montanhas, 84% dos animais e plantas endêmicas podem ser extintas a essas temperaturas, enquanto nas ilhas esse número sobe para 100%. Em geral, 92% das espécies endêmicas terrestres e 95% das endêmicas marinhas sofrerão

consequências negativas, como redução de populações. “A mudança climática ameaça áreas transbordantes de espécies que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar do mundo. O risco de que tais espécies se percam para sempre aumenta mais de dez vezes se fa l har mos os obj et ivos do Acordo de Paris”, a rma Manes, autora principal do estudo. Para ela, há pouco conhecimento sobre o valor da biodiversidade. “Quanto maior for a diversidade de espécies, maior será a saúde da natureza. A diversidade também protege contra ameaças como as mudanças climáticas”, explica Manes. “Uma natureza saudável fornece contribuições indispensáveis às pessoas, como água, alimentos, materiais, prote ç ão cont ra des ast res, recreação e conexões culturais e espirituais”. As espécies endêmicas incluem alguns dos animais e plantas mais icônicos do mundo, como os micos-leões do Brasil, que podem perder mais de 70% de seu habitat até 2080, segundo o estudo. A América do Sul será uma das regiões mais afetadas exatamente por ter importantes hotspots de biodiversidade, com até 30% de todas as suas espécies endêmicas em alto risco de extinção. As ilhas do Caribe

Camaleão Furcifer labordi

podem perder a maioria de suas plantas endêmicas até metade do século, e os recifes de coral da região também podem desaparecer. “Con rmamos nossas suspeitas de que espécies endêmicas estariam particularmente ameaçadas pelas mu d an ç a s cl i m át i c a s . Is to poderia aumentar muito as taxas de extinção em todo o mundo, uma vez que essas regiões ricas em biodiversidade estão repletas de espécies endêmicas”, explica Mariana Vale, uma das autoras da pesquisa e também pesquisadora

da UFRJ. “Infelizmente, nosso estudo mostra que esses pontos ricos de biodiversidade não poderão atuar como porto seguro contra as mudanças climáticas”. As tartarugas marinhas, que aninham em muitas praias da América do Sul e Central, são vulneráveis ao aumento da temperatura. No Havaí, plantas nativas icônicas, como a palavrade-prata Haleakalā, poderiam se extinguir, assim como aves nativas simbólicas, como os honeycreepers havaianos. Outras espécies ameaçadas de extinção

p elas mudanças climáticas incluem lêmures, exclusivos de Madagascar, o leopardo da neve, característico dos Himalaias, além de plantas medicinais como o líquen Lobaria pindarensis, usado para aliviar a artrite. Wo l f g a n g K i e s s l i n g , especialista em vida marinha da Un i v e r s i d a d e Fr i e d r i c h Alexander Erlangen-Nürnberg e coautor do estudo, explica que espécies exóticas introduzidas em um determinado habitat se bene ciam quando as espécies endêmicas são extintas. “Nosso estudo mostra que um mundo

uniforme e provavelmente sem graça está à nossa frente devido à mudança climática”. “Por natureza, estas espécies não podem se deslocar facilmente para ambientes mais f a v o r á v e i s”, e x p l i c a M a r k Costello, especialista em vida marinha da Universidade Nord e da Universidade de Auckland e também coautor da pesquisa. “As análises indicam que 20% de todas as espécies estão ameaçadas de extinção devido à mudança climática nas próximas décadas, a menos que atuemos agora”. Mas os cientistas ressaltam que é possível evitar essa extinção em massa. Se os países reduzirem as emissões em conformidade com o Acordo de Paris, então a maioria das espécies endêmicas sobreviverá, a rma a pesquisa. No tot a l, ap e n a s 2 % d a s espécies endêmicas terrestres e 2 % d as e sp é c i e s mar i n has endêmicas enfrentam a extinção a 1,5ºC, e 4% de cada uma a 2ºC. Fortes compromissos dos líderes globais antes da Conferência do Clima em Glasgow, na Escócia, no nal deste ano, poderiam colocar o mundo no caminho certo para cumprir o Acordo de Paris e evitar a destruição generalizada de alguns dos maiores tesouros naturais do mundo.

Espécie rara de tubarão-martelo é avistada na Paraíba Oliveira Junior, que faz parte do projeto. “A gente espera continuar vendo outros indivíduos durante nossa pesquisa e adquirir mais conhecimento sobre a área de vida do tubarão-martelo-panã e de o u t r a s e s p é c i e s . C o m i s s o, podemos começar a propor áreas marinhas protegidas que incluam os locais em que eles ocorrem”, disse o oceanógrafo. O Brasil é o sétimo país do mundo em diversidade de peixes

oceanógrafo da Universidade Fe d e r a l d a Par aí b a ( U F PB ) Ricardo Rosa, especialista em tubarões e raias, o litoral brasileiro possui várias espécies ameaçadas pela pesca excessiva. Das 146 espécies marinhas de tubarões e raias que vivem no l it or a l d o B r a s i l , 5 4 f or a m consideradas ameaçadas pelo In s t itut o C h i c o Me n d e s d e Conservação da Biodiversidade (ICMBio), segundo dados do L i v r o Ve r m e l h o d a F a u n a

©LIV WILLIAMSON/PASSIOIVENTA

Apesar de gostar de águas tropicais temperadas, o tubarão-martelop an ã , e s p é c i e am e a ç a d a d e extinção, raramente é observado em águas brasileiras. Um exemplar da espécie, entretanto, foi avistado no litoral de João Pessoa, na Paraíba, no dia 21 de março. O vídeo do avistamento foi divulgado pelo projeto Megafauna Marinha Ameaçada, apoiado pela Fundação Grupo Boticário. “Há registros de capturas por pescadores de exemplares fêmeas

grávidas na Paraíba. As fêmeas se aproximam da costa para dar à luz, e é aí que ocorre a pesca incidental”, explica o pesquisador Wilson

cartilaginosos (tubarões, raias e quimeras) e o nono em espécies marinhas em geral. Segundo o professor aposentado, biólogo e

Brasileira de 2018. Destas, 27 são consideradas criticamente em perigo — categoria de maior risco de extinção.

Apesar de abrangente, a legislação brasileira para conservação de

informações reveladas. Casos em que estudos cientí cos resultaram

s e t o r. O s e s f o r ç o s p a r a preservação, porém, devem ser

espécies ainda não é amplamente aplicada. Segundo relata o gerente de Conservação de Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, Emerson Oliveira, “normativas para as áreas protegidas, espécies ameaçadas e regulação da pesca e extrativismo não são efetivamente cumpridas e scalizadas”. Segundo Oliveira, “autoridades responsáveis por políticas públicas de conservação não dedicam a devida importância aos estudos cientí cos e pesquisas realizadas na área e, geralmente, não levam em conta a importância das

em iniciativas de preservação ainda são raros, mas existem”. Oliveira avalia que pesquisas como a que registrou a presença do tubarão-martelo no litoral paraibano devem embasar políticas públicas e ações de proteção da biodiversidade, já que são exemplos claros de aplicação do conhecimento cientí co no entendimento da fauna brasileira. O conhecimento tradicional e o envolvimento da população nas iniciativas de conser vação também são fatores importantes para o sucesso das políticas no

contínuos e ajustados à medida que o panorama local se transforma, defende Alexander Tu r r a , me mbro d a R e d e d e Especialistas em Conservação da Natureza (RECN). “As políticas públicas sofrem uma lacuna de implementação, que é a di culdade de colocar em prática e garantir que haja continuidade e correções de rumo. Os instrumentos são muito interessantes, mas patinamos com essa lacuna. O que falta para melhorar é o envolvimento das pessoas”, disse Turra.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

Filiado ao Sindijores

CNPJ: 18.129.008/0001-18

"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

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Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores


CULTURA 3

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COMO OS ANTIGOS SE Autora brasileira

VIRAVAM SEM ARCONDICIONADO? Se engana quem pensa que séculos atrás não havia opções avançadas para se refrescar ©WIKIMEDIA COMMONS

Exemplo de torre de vento no Souq Waqif, Doha, Qatar

aborda primeiras migrações dos povos do Oceano Pacífico “Vou de Canoa”, da escritora e fundadora do Projeto Vou de Canoa, Luiza Perin, apresenta relatos reais e reconstitui a história do esporte ©DIVULGAÇÃO/PIXABAY

FOTO: REPRODUÇÃO

E

m 1 9 0 2 , o i nve ntor americano Willis Carrier criou um sistema para controlar a umidade e a temperatura do ar em uma indústria gráfica em Nova York. Era o protótipo do arcondicionado, aparelho que chegaria às casas americanas na década de 1950. Mas houve versões primitivas e engenhosas muito anteriores. Na Roma antiga, para amenizar o suadouro do verão, aquedutos eram construídos dentro das paredes, por onde circulava a água que refrescava os ambientes internos das casas (um luxo para os mais ricos, claro). No sudoeste asiático, era comum pendurar feixes de capim molhado sobre as janelas, o que, de forma mais singela, porém eficiente, também diminuía a temperatura interior.

Na Idade Média, na Pérsia, edifícios usavam cisternas e torres de vento para arrefecimento no calor. "Em todas as civilizações anteriores ao século 20, refrescar-se dependia de água fresca, da cobertura do corpo para se proteger do sol e de edificações com ventilação e sombra", diz Pedro Paulo Funari, historiador. Esse tipo de construção ainda é comum em lugares com verões muito quentes, como Espanha, Portugal e países árabes, onde os tetos são altos e há muitas janelas para facilitar a entrada do vento. Os mais pobres usavam panos úmidos e se vestiam com roupas leves. Ao longo da história, civilizações foram assoladas pelo Sol escaldante e pelo clima seco de regiões desérticas, como foi o caso dos persas. Mesmo dentro

das construções a situação não ficava mais amena, os levando a p r o c u r a r a l t e r n at i v a s q u e pudessem conter as ondas de calor intenso. Para conter o forte calor, antigos arquitetos persas encontraram uma solução que muito se assemelha ao que conhecemos hoje como arcondicionado. Por meio de estudos sobre os princípios da termodinâmica, da aerodinâmica e da transferência de calor, eles desenvolveram uma torre de vento, capaz de refrigerar áreas internas. Segundo o site Hypeness, por volta de quatro mil a.C., os persas criaram o badgir, palavra persa que significa “apanhador de vento” e que também pode representar "torre de vento".

'The Christmas Pig' é indicado para crianças a partir dos oito anos e não tem relação com o universo de Harry Potter

de tubarão tigre no Havaí. “Ao ouvir essa história, antes mesmo de ver uma canoa polinésia pela primeira vez, senti que deveria haver algo de muito especial naquilo e fui instigada a conhecer a tal canoa, curiosa sobre esse esporte que p are c i a m istu r ar e ne rg i a , natureza e suor”, trecho retirado da página 196 da obra Vou de Canoa. Luiza Perin apresenta histórias reais relacionadas à canoa e contempla os leitores, ainda, com entrevistas de dois pioneiros do esporte no Brasil. A narrativa é regada de detalhes, fatos reais e, claro, muita história. LUCIANO DANIEL

história do esporte, a partir do berço dos maiores navegadores

que, durante uma travessia a remo, houve uma perseguição

Foto Antiga do ES ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

©DIVULGAÇÃO/DEBRA HURFORD BROWN

livro será publicado pela Rocco. Segundo a editora, a obra conta a história de Jack, que ama o Dur Pig, brinquedo que o acompanha nos bons e maus momentos que desaparece numa véspera de Natal. Mas vésperas de Natal são noites mágicas, quando tudo pode acontecer, quando até os brinquedos ganham vida. É

da Antiguidade. Narrada em primeira pessoa, a obra apresenta aventuras na floresta e desdobramentos no Oceano Pacífico. Além disso, a escritora também relata um epis ó dio envolvendo uma experiência de internação hospitalar, e um momento em

(AVENTURAS NA HISTÓRIA)

J.K. Rowling lança novo livro infantil em outubro

O novo livro infantil de J.K. Rowling não tem nada a ver com o universo de Harry Potter ou com outra obra da autora, mas promete movimentar o mercado editorial internacional no Dia das Crianças. The Christmas Pig (ainda sem título em português) será lançado mundialmente no dia 12 de outubro. No Brasil, o

Lançada no fim de 2020 pela editora Edite, a obra “Vou de Canoa”, da escritora brasileira Luiza Perin, aborda a saga das primeiras migrações dos povos do Oceano Pacífico. Por meio de uma narrativa eletrizante, envolvendo muito drama e emoção, a autora reconstitui a

quando Jack, o porquinho de Natal, substituto de Dur Pig, apresenta a Jack seu plano audacioso. Juntos, eles embarcam em uma jornada mágica em busca de algo perdido e para salvar o melhor amigo que Jack já conheceu. The Christmas Pig é indicado para crianças a partir de oito anos e será editado em formato especial, com capa dura. As ilustrações serão em preto e branco e feitas por Jim Field. No ano passado, J.K. Rowling lançou um projeto para distrair as crianças durante a quarentena. Ela publicou semanalmente c apítu l o s d e u m a h i s t ór i a reunida, depois, em O Ickaborg, também publicado no Brasil pela Rocco.

Aterro do Parque Moscoso — 1911


4 EDUCAÇÃO

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Autistas e o direito à educação ©PEXELS/REPRODUÇÃO

A promulgação da Lei Federal n° 12.764, em 27 de dezembro de 2012 foi um grande avanço na luta pela inclusão escolar de crianças e jovens autistas. Batizada como Lei Berenice Piana, ela institui a Política Na c i on a l d e Prot e ç ã o d o s Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, classi cando, de nitivamente, os autistas como pessoas com de ciência. Isso garantiu mais direitos e ampliou as informações sobre o transtorno à sociedade. O autismo é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado pela di culdade na comunicação e interação e na realização de comportamentos repetitivos. Ele se apresenta em diferentes formas, podendo ter graus mais leves a mais graves. As causas do transtorno não são totalmente conhecidas. Evidências apontam para a possibilidade de predisposição genética, infecções durante a gravidez e até aspectos ambientais como poluição. Maria Berenice Piana, que dá nome à lei, é mãe de três lhos, um deles autista, e uma das pr i n c ip a i s d e f e n s or a s d o s direitos das pessoas com TEA. Em busca de uma ferramenta para ajudar as famílias na luta contra a burocracia, ela foi ao o Senado e entrou em contato com senador Paulo Paim (PT-RS). A sugestão legislativa apresentada pela Associação em Defesa do

Autista em 2010 foi convertida no Projeto de Lei do Senado (PLS) 168/2011 pela Comissão de Direitos Humanos (CDH). Ap ó s s e r aprov a d a p el o Congresso, a lei foi criada, tornando-se um exemplo de sucesso de legislação participativa no Senado. A partir dessa lei, é garantido o acesso à educação e ao ensino pro ssionalizante às pessoas com TEA. Sistemas de ensino devem assegurar a matrícula a elas nas classes regulares de ensino, além de oferecer o atendimento educacional especializado e o pro ssional de apoio, caso seja necessário. Segundo a lei, "o gestor escolar, ou autoridade comp etente, que recusar a matrícula de aluno com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de de ciência, será punido com multa de 3 (três) a 20 (vinte) salários-mínimos".

De 2012 até hoje, a luta por direitos e inclusão dos autistas t e ve m ai s c on qu i s t a s . Um exemplo é a regulamentação da Carteira de Identi cação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), pela Lei 13.977, de 2020, conhecida como Lei Romeo Mion - em homenagem ao Romeo Mion, lho do apresentador de televisão Marcos Mion, que se posiciona for te m e nte e m d e fe s a d o s direitos dos autistas. De acordo com a lei, a carteirinha foi criada "com vistas a garantir atenção integral, pronto atendimento e prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social". Projetos buscam ampliar cada vez mais as discussões e avanços em relação à inclusão de pessoas com TEA. É o caso do Instituto Autismos. Composta por um

grupo de voluntários independentes, a iniciativa propicia, desde 2018, formações, acompanhamentos e informações para familiares, educadores, pro ssionais da saúde e comunidade em geral. "Buscamos informar sobre o que é o autismo — o que também não é — e quem são as pessoas autistas", conta Pedro Ferreira, que é psicólogo e atua como for m a d or n o s proj e to s d o instituto. Pedro diz que os diagnósticos têm grande utilidade para o trabalho clínico e para a educação, porém há casos em que eles precedem conhecimentos que s ó s e tem a p ar t ir d a convivência com as pessoas. "Por isso, muitas vezes, na escola, qualquer di culdade na aprendizagem ou na convivência de um autista é simplesmente colocada na conta do autismo e não são consideradas questões pessoais importantes como o que cada um gosta ou deixa de gostar ou suas experiências familiares", a rma. Para evitar essa padronização que diminui a experiência h u m a n a p o r u m l a u d o, o psicólogo diz que é necessário t r ab a l har d e out ro j e ito e entender que o corpo da pessoa autista tende a ser um espaço de hipersensibilidades (sensibilidades a oradas ao som, a o ambi e nte, a o s che i ro e sabores) ou, ao contrário: podem ter poucos estímulos em

determinadas regiões do corpo. "Como seria viver no mundo se você tivesse outro corpo? Como s e r i a s u a c ompre e ns ã o d e ambiente, se a luz do sol ou o som do celular fossem muito mais intenso do que é agora? Ou se você não conseguisse esquecer que está vestindo a sua roupa porque você não consegue não sentir ela te apertando? Isso produz ansiedades", traz a re exão. Além da experiência pro ssional, Pedro acompanha a trajetória social e escolar do seu irmão mais novo, João Victor Ferreira, que é autista. "Meu irmão nasceu em 1996. Enquanto ele passava pelo ensino infantil, há quase 20 anos, as informações sobre o tema eram bem escassas. Ele sofreu bastante pela falta de i n f o r m a ç ã o , e consequentemente, pelo preconceito", conta. O i r m ã o c ont a qu e Jo ã o começou a falar com oito anos de idade, e teve grande di culdade de socialização na escola. O garoto precisou lidar com o bullying de colegas e com a indiferença e preconceito de a l g u n s p ro s s i o n a i s . Pa r a reverter isso, João encontrou no esporte a solução, mais precisamente, no judô. "Para

pessoas autistas, normalmente, o toque pode ser invasivo e o judô é um esporte de intenso contato corporal. Mas para o meu irmão funcionou muito bem, porque o pano grosso do kimono trouxe uma proteção para essa sensibilidade ao toque", conta Pedro. Assim como o kimono foi um estrutura usada por João para se organizar e enfrentar desa os, o psicólogo a rma que a escola ser essa ferramenta que acolhe e possibilita o desenvolvimento. Além das crianças e dos jovens, as escolas precisam estar preparadas para acolher as famílias que chegam sofrendo porque precisam lidar com o rompimento da idealização do lho que tiveram e aprenderem a lidar algumas di culdades que possam surgir. Para Pedro, com sua e x p e r i ê n c i a pro s s i on a l e familiar, a luta é por uma sociedade onde a diferença é um direito, de fato. Onde haja suporte e acolhimento. "Não é sobre um aluno não conseguir estar em sala de aula. Muitas vezes, é sobre a educação não conseguir comportar esse aluno. Às vezes, essa de ciência é do próprio ambiente escolar".

Começou a adesão ao Prouni: MEC abrirá em programa Brasil na maio inscrições para Escola bolsas remanescentes ©TÂNIA RÊGO/ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL

Começou na segunda-feira (12) o prazo de adesão ao Programa Brasil na Escola. Segundo o Ministério da Educação (MEC), a iniciativa tem por objetivo induzir e fomentar estratégias e inovações para assegurar a permanência, as aprendizagens e a progressão escolar com equidade e na idade adequada dos estudantes matriculados nos anos nais do ensino fundamental. Implementado pela Secretaria da Educação Básica (SEB), o programa foi estruturado em três eixos: apoio técnico e nanceiro às escolas,

valorização de boas práticas e

Inscrições serão feitas exclusivamente pelo site do programa ©TV BRASIL

inovação. Para participar, os secretários e d i r i ge nte s d a e du c a ç ã o deverão fazer a adesão ao programa até o dia 28 de maio

deste ano. A adesão deve ser

re a l i z a d a p el o Si me c , no módulo PAR 4. No momento da adesão, os dirigentes deverão assinar o termo, escolher as escolas entre as elegíveis que poderão participar do Eixo Apoio Técnico e Financeiro e indicar os coordenadores que serão os pontos focais da SEB na Secretaria de Educação. “É importante ressaltar que, mesmo que não haja escolas elegíveis vinculadas ao ente federado, a adesão deve ser feit a, a m de garantir a participação futura nos eixos valorização de boas práticas e inovação”, ressaltou o MEC em nota.

O Ministério da Educação (MEC) vai abrir, nos dias 3 e 4 de maio, as inscrições para as bolsas remanescentes do processo seletivo do primeiro semestre de 2021 do Programa Universidade para Todos (Prouni). A inscrição será feita exclusivamente pela internet, na página do Prouni até as 23h59 do dia 04 de maio. O Prouni é um programa de acess o ao ensino sup erior destinado a quem não tem

diploma de graduação, que oferece bolsas de estudo integrais que cobrem a totalidade da mensalidade do curso, e parciais, que cobrem 50% do valor da mensalidade, em instituições privadas de ensino superior. As b olsas remanes centes ofertadas serão aquelas não preenchidas no processo seletivo regular para o primeiro semestre de 2021. O Prouni seleciona

bolsistas duas vezes por ano, para ingresso no primeiro e no s e g u n d o s e m e st re s . Ne ste primeiro semestre, o programa oferece bolsas para 13.117 cursos em 1.031 instituições de ensino, localizadas em todos os estados e no Distrito Federal. São mais de 162 mil bolsas ofertadas, sendo 52.839 para cursos na modalidade de educação a distância.


POLÍTICA 5

15 A 20 DE ABRIL/2021

Jorge

Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista

Pacheco

jorgepachecoindio@hotmail.com

“No Brasil não existe filantropia, o que existe é pilantropia//O desenvolvimento humano só existirá se a sociedade civil afirmar cinco pontos fundamentais: igualdade, diversidade, participação, solidariedade e liberdade”, Betinho ©NELSON JR./SCO/STF

Roberto Costa, além do ex-presidente da companhia José Sérgio Gabrielli; dos exmembros da comissão de negociadores Aurélio Oliveira Telles, Cezar de Souza Tavares, Luís Carlos Moreira da Silva e Rafael Mauro Comino; e dos exmembros da diretores executivos Almir Guilherme Barbassa, Guilherme de Oliveira Estrella, Ildo Luís Sauer e Renato de Souza Duque. Eles terão 15 dias para pagar multas impostas pela corte de contas. Luís Carlos Moreira da Silva, Nestor Cerveró e José Sérgio Gabrielli de Azevedo receberam multa individual de R$ 110 milhões. Eles também foram inabilitados para o exercício de cargo de comissão ou função de con ança na administração pública por oito anos. Barbassa, Estrella, Sauer e Duque, por sua vez, receberam multa de R$ 67,854 mil. Os bens dos ex-executivos serão inabilitados por um ano para garantir o pagamento.

unanimidade. “Acompanho a proposta de que não há razoabilidade e proporcionalidade em igualar as responsabilidades daqueles que agiram com deslealdade com as dos

©NELSON JR./SCO/STF

STF decide manter julgamento de processos de Lula no plenário

O Tribunal de Contas da União (TCU) absolveu a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci do rol de condenados pelas irregularidades na compra da re naria de Pasadena, no Texas, pela Petrobras. Ambos eram membros do Conselho de Administração da companhia na época em que a aquisição foi realizada, em 2006. A decisão foi aprovada por

AJUFE

Bial debocha de pedido por entrevista com Lula: 'Teria que ter polígrafo'

Comandante do 'Conversa com Bial', Pedro Bial revelou que o ex-presidente Lula já se ofereceu para participar do seu programa, como um dos entrevistados. No entanto, em entrevista ao 'Manhattan C on ne c t i on ' , d a Gl ob o Ne w s , o apresentador debochou e falou que “teria que ter polígrafo [aparelho detector de mentiras]”. Bial falou sobre o assunto ao comentar sobre personalidades que não aceitariam ir ao seu programa, como Lula e Jair B olsonaro. “Você citou dois que di cilmente iriam. O Lula já até disse que gostaria de fazer o programa comigo,

©DIDA SAMPAIO

TCU absolve Dilma e Palocci por irregularidade na compra da refinaria de Pasadena

outros envolvidos, cuja má-fé não cou demonstrada nestes autos, tampouco em outras instâncias nas quais se apura o caso Pasadena”, diz o voto do relator, Vital do Rêgo. Também foram absolvidos Cláudio Luís da Silva Haddad, Fábio Colletti Barbosa e Gleuber Vieira, todos com contas consideradas “regulares com ressalvas”. ales Rezende de Miranda foi excluído do rol de responsáveis, segundo o acórdão do TCU. No julgamento, o TCU decidiu condenar os gestores — que, na avaliação da corte de contas, agiram com dolo, ou seja, descumprimento dos deveres de diligência e lealdade. Já os membros do Conselho teriam agido sem má-fé e descumpriram apenas o dever de diligência ao não exigirem todas as informações que fundamentaram a decisão da diretoria, o que justi cou sua absolvição. “Diante desse quadro, é inconteste que houve quebra do dever de diligência por parte de todos os administradores. No entanto, precisa-se ponderar que havia um grupo de funcionários da estatal agindo deliberadamente em prol de outros interess es que não os da companhia, a m de angariar vantagens pecuniárias e até mesmo políticas”, diz o acórdão. “Não há evidências nos autos de que todos os envolvidos soubessem da existência desse esquema, o que permite concluir que a avaliação do negócio foi realizada em um ambiente que não permitiria ao administrador que agiu de boa-fé implementar controles mais intensos a m de mitigar ou prever a ocorrência de ilícitos daquela magnitude”.

©MONTAGEM: DIVULGAÇÃO GLOBO/DIVULGAÇÃO PT

A maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu nesta quartafeira (14) que cabe ao plenário da Corte decidir sobre a anulação das condenações impostas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Justiça do Paraná na Lava Jato. Até o momento, Edson Fachin, Luiz Fux, Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Dias Toffoli, Cármen Lúcia votaram pela manutenção, enquanto Lewandowski solicitou que o processo fosse enviado à Segunda Turma. Os ministros votaram na sessão destinada ao julgamento de recursos apresentados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela defesa de Lula sobre a decisão individual de Fachin, que determinou a anulação das sentenças do petista. Fachin argumentou que os delitos imputados a Lula não correspondem a atos que envolveram diretamente a Petrobras e, portanto, a Justiça Federal de Curitiba não deveria ser a responsável pelos casos. Com isso, o ministro considerou que os processos precisam ser reiniciados e determinou a transferência dos casos para Brasília. A decisão afetou quatro ações envolvendo Lula: a do tríplex do Guarujá; a do sítio de Atibaia; e duas ações relacionadas ao Instituto Lula. A discussão do caso continuará na tarde desta quinta-feira (15). Nesta segunda etapa, os ministros vão decidir se mantêm ou se derrubam, na íntegra ou parcialmente, todos os pontos levantados na decisão do relator da Lava Jato no STF.

Assim, foram condenados e tiveram as contas julgadas como irregulares os exdiretores Nestor Cerveró e Paulo

a rmou. Bial também aproveitou o espaço para fazer críticas ao atual presidente da República: “O nosso presidente vive em con ito. Ele se alimenta do confronto. Não fosse assim, teria agarrado a oportunidade de ouro há um ano, quando começou a pandemia, para ser o líder de toda a nação. Naquele momento todos aceitariam”. “Ele [Bolsonaro] poderia, de fato, num momento de pandemia, que é um estado de guerra, se tornar um líder de todos os brasileiros. Mas isso seria contra a natureza do escorpião, aquela velha piada. Ele vive do confronto e por isso depende tanto de provocar a imprensa.

mas aí tinha que ser ao vivo. Pode até ser ao vivo, mas aí teria que ter um polígrafo acompanhando todas as falas dele”,

Não s ei s e a imprens a aceit a as provocações e não deveria, ou se é característica da imprensa agir assim. Essa relação da mídia e estado nos governos nunca é tranquila”, completou.

Lewandowski dá cinco dias à Justiça enviar cópias de perícias de conversas hackeadas O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu cinco dias para que a 10ª Vara Federal Criminal de Brasília encaminhe cópias de todas as perícias feitas no material apreendido na Operação Spoo ng, que mirou o grupo de hackers denunciado pela invasão de celulares de autoridades, incluindo procuradores da força-tarefa da Lava Jato e o ex-ministro Sérgio Moro. Em despacho nesta quarta-feira (14) o ministro pede ainda cópias do relatório nal entregue pela Polícia Federal com a conclusão das investigações e da denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal no caso. A decisão foi tomada no âmbito da reclamação em que o ex-presidente Luiz

Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu acesso às mensagens apreendidas. Desde então, o tribunal tem recebido uma série de pedidos semelhantes na mesma ação. Na segunda-feira (12), Lewandowski determinou o envio das conversas ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, que conduz um inquérito aberto de ofício a partir das mensagens para apurar se os procuradores da Lava Jato tentaram investigar ilegalmente integrantes da Corte. A investigação está parada, até s egunda ordem, p or determinação da ministra Rosa Weber. No nal de março, o acervo foi compartilhado, também por determinação de Lewandowski, com o procurador-geral da República, Augusto Aras, e com a corregedora-geral do Ministério Público, Elizeta Maria dos Santos, 'para ciência e providências cabíveis'. A validade jurídica do material, no entanto, é controversa. Os procuradores da força-tarefa insistem que, além de terem sido obtidas ilegalmente, as conversas podem ter sido adulteradas pelos hackers. Sustentam ainda que as perícias não foram conclusivas e, em última instância, não puderam atestar a veracidade das mensagens trocadas. Na outra ponta, a defesa de Lula vem repetindo que a Polícia Federal apontou a integridade dos diálogos.

Bolsonaro: governadores "fizeram a festa" com recursos ©REUTERS/ADRIANO MACHADO

O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que a determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, para que fosse aberta a CPI da Covid no Senado foi "interferência" junto ao Legislativo, com o objetivo de atingi-lo. Nesta quartafeira, o plenário do STF decidirá se referenda ou não a determinação de B a r r o s o, c u m p r i d a o n t e m p e l o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Eduardo Leite 'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES


6 TECNOLOGIA

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Vila de casas impressas Rússia trabalha no desenvolvimento em 3D é construída de unidade militar para sem-tetos Tim Shea, de 70 anos, foi o primeiro a ser contemplado nos EUA

com tanques-robôs

©DIVULGAÇÃO/ICON ©MINISTÉRIO DA DEFESA/YOUTUBE

A Icon, startup estadunidense de robótica para construção residenci a l, nas ceu com a promessa de construir casas emergenciais usando impressoras 3D. Uma casa modelo foi erguida em Austin, capital do Texas, em 2018. Na mesma cidade, dois anos depois, a empresa começou a entregar uma série de residências para desabrigados. D e p e nd e nte qu í m i c o e m heroína, hoje recuperado, Tim Shea era morador de rua e seu último lar foi uma van. O estadunidense de 70 anos, foi o primeiro a receber as chaves em setembro de 2020. A residência possui apenas 37 m², mas a divisão dos espaços, a escolha dos móveis e o estilo de decoração minimalista ajudam a fazer os ambientes parecerem maiores do que são. Além disso, a casa é bem ventilada e bem iluminada, tornando-a bem aconchegante. A experiência de Shea foi compartilhada recentemente ao jornal New York Post. Em seu relato, ele conta que os cantos arredondados fazem com que ele se sinta abraçado e acolhido. Outras cinco casas foram construídas, sendo todas com layouts diferentes. Mas, em geral, o mo delo inclui quar to, banheiro, cozinha, sala e varanda e são impressas em menos de 48 horas. As casas impressas em 3D se somam a outros lares já existentes na chamada “Community First! Village”, uma espécie de bairro planejado em Austin para abrigar sem-tetos.

Em 200 mil m², o espaço possui moradias permanentes e acessíveis e uma comunidade de apoio cuja meta nal é acomodar cerca de 480 moradores em situação de rua. “A Icon em sua essência é a inovação para um futuro melhor. Precisamos repensar radicalmente a maneira como abordamos a solução de problemas incômodos em nossa sociedade, como a falta de moradia. No nal das contas, tudo se resume às pessoas e à dignidade dos seres humanos”, a rma Jason Ballard, cofundador e CEO da Icon. A residência impressa custa a Shea 300 dólares por mês de aluguel e o próprio projeto oferece programas de apoio para ajudar os residentes. Há inclusive oportunidades de emprego dentro da comunidade. O projeto é realizado em parceria com a Mobile Loaves & Fishes (MLF), organização sem n s lu c r at i v o s d e Au s t i n . “Populações vulneráveis, como os sem-teto, nunca estão entre os primeiros a acessar algo de ponta, mas agora, aqui em Austin, eles estão entre os primeiros da la a viver em algumas das casas mais exclusivas já construídas — e para nós isso é uma coisa linda”, diz Alan Graham, fundador da MLF e incorporador imobiliário. O processo de construção faz uso de robótica, manuseio automatizado de materiais, soware avançado e um concreto próprio, chamado de Lavacrete. Sua formulação não foi divulgada, mas a Icon a rma que

a combinação é antimofo, está acima da resistência dos materiais de construção existentes e as matérias-primas são de fácil origem — podendo ser obtidas em qualquer lugar do mundo. O material é preparado pelo sistema Magma, projetado pela companhia, que mistura o Lavacrete, aditivos e água. Por m, entra em cena a Vulcan II, impressora também desenvolvida pela empresa. O modelo possui controles intuitivos, monitoramento e suporte remotos, iluminação LED integrado (para impressão noturna ou em condições de pouca luz) e um conjunto de soware personalizado que garante que a con guração, as operações e a manutenção sejam as mais simples e diretas possível. Com a tecnologia é possível levantar casas de maneira rápida, reduzindo o gasto com mão de obra e com quase nenhum desperdício de material. O projeto também pode ser adaptado para resistir a incêndios, enchentes e outros desastres climáticos — resultando em casas mais seguras e resilientes. A empresa já inaugurou uma vila de residências impressas em 3D p ara uma comunidade so cialmente vulnerável no México e, recentemente, passou a vender casas impressas de alto padrão no Texas. Reconhecendo o mérito da companhia, a Icon entrou na lista anual da revista Fast Company como uma das empresas mais inovadoras do mundo.

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES

O exército d a Rússi a est á t r a b a l h a n d o n o desenvolvimento de sua primeira unidade militar armada com tanques-robôs. Batizados como Uran-9, as armas são equipadas com um canhão automático de 30mm, lança-chamas e mísseis antitanque. A criação da unidade reforça a ideia de que no futuro os soldados serão cada vez mais preservados. Estima-se que no futuro os campos de batalha serão compostos por armas totalmente automatizadas, como drones, cães e tanques-robôs lutando uns com os outros e atacando alvos em territórios inimigos. A implantação dos novos tanques russos avança a passos largos e é bastante alardeada pelas autoridades do país. “A primeira unidade com robôs de ataque será instalada nas Forças

Armadas russas para operar cinco sistemas robóticos Uran-9 ou 20 veículos de combate”, anunciou o Ministério da Defesa da Rússia em comunicado. A unidade Ural-9 não deve compor a linha de frente da força militar r ussa já durante a próxima batalha enfrentada por eles. No momento, o Ministério da Defesa russo trata os canhões como o início de seus esforços na automa ç ã o d e su as forç as armadas. Os tanques Ural-9 receberão a companhia de muitos outros modelos de robô relacionados no futuro, cada um com uma função especí ca nas frentes de batalha russas. “Esperamos continuar expandindo a gama de robôs, que, é claro, já estão em demanda nas forças armadas hoje”, disse o ministro da Defesa do país, Sergei Shoigu. “Serão robôs pesados (para remoção de minas) e tudo relacionado ao

desenvolvimento de batedores, robôs de radiação e de re con he cimento químico”, completou o político. Em 2018, os russos tentaram implantar os robôs Ural-9 em missões na Síria, mas sem sucesso. Na ocasião, os tanques não cumpriram os padrões exigidos nas operações de comb ate, com os veíc u los apresentando problemas na suspensão e instabilidade no canhão automático. A Kalashnikov Concern, que é a f a br i c ant e d o s t an qu e s , a rmou que conseguiu resolver esses problemas desde então. “Em particular, as questões de controle, mobilidade reduzida e inteligência militar insatisfatória e funções de vigilância foram consideradas pelos engenheiros e corrigidas”, declarou Vladimir Dmitriev, diretor-geral da empresa.

Tesla Roadster é o primeiro modelo da nova linha de carrinhos de brinquedo sustentáveis da Matchbox ©MATCHBOX/DIVULGAÇÃO

Com o Tesla Roadster sendo o primeiro modelo da linha de produção, a marca de miniaturas Matchbox está lançando uma nova série de carrinhos de brinquedo baseada em veículos elétricos e híbridos. O objetivo é tornar seus produtos mais sustentáveis e conscientizar as crianças sobre o impacto ambiental do setor automotivo. O “carrinho da Tesla” será em breve acompanhando por versões e m m i n i at u r a e c o - f r i e n d l y baseadas em veículos da Nissan, Toyota e BMW. E mais: estações de carregamento elétrico de brinquedos também estarão à venda ainda este ano, segundo a marca. “Estamos revelando um carroconceito, assim como a indústria automobilística real faz”, disse

Nuria Alonso, chefe de marketing Matchbox para EMEA (Europa, Oriente Médio e África) à Reuters. Ainda segundo ela, o carrinho de brinquedo da Tesla Roadster será o primeiro modelo feito de materiais 99% reciclados. “Queríamos trabalhar com a Tesla para inspirar as crianças como 'os futuros motoristas de amanhã'. Achamos que seus pais vão adorar ver como seus lhos brincam com carrinhos que estimulam a consciência

ambi e nt a l , c om o o s c ar ro s elétricos”, apontou Nuria. O lançamento faz parte de um reposicionamento da marca na Grã-Bretanha e na Europa, que é propriedade da fabricante de brinquedos Mattel. Assim como a concorrente Hot Wheels, a marca Matchbox é veterana na indústria dos brinquedos. Criada há quase 70 anos, a marca vende mais de 40 milhões de carrinhos de brinquedo e miniaturas anualmente.


CIÊNCIA 7

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Cidade de ouro perdida Criaturas respiravam é encontrada no Egito pelas pernas e sobreviveram mais tempo após três mil anos "Essa é a descoberta arqueológica mais importante desde o túmulo de Tutancâmon", declara professora de egiptologia ©DIVULGAÇÃO

Recentemente uma expedição conduzida pelo egiptólogo Zahi Hawass encontrou a famosa “Cidade de Ouro Perdida”, que havia sido coberta pelas areias do Egito há três mil anos. Ela foi fundada pelo rei Amenhotep III, e foi um verdadeiro centro administrativo no passado. “Muitas missões estrangeiras procuraram esta cidade e nunca a encontraram” comentou Zahi, segundo divulgado pelo site Ahram Online, acrescentando que: “As ruas da cidade são ladeadas por casas e algumas de suas paredes têm até três metros de altura”. “A escavação desta cidade

que os dinossauros, diz estudo ©REPRODUÇÃO/OLHAR DIGITAL

perdida é a segunda descoberta arqueológica mais importante desde o túmulo de Tutancâmon. Ela nos dará um raro vislumbre da vida dos antigos egípcios na época em que o império era mais rico”, declarou a professora de

egiptologia Betsy Brian, também de acordo com o site, pontuando assim a importância da novidade. Até então, os especialistas foram capazes de encontrar, por exemplo, uma padaria ampla, um cemitério de extensão ainda desconhecida, diversos moldes de fundição usados para criar amu letos e out ros obj etos decorativos, um distrito residencial, e dois galões de carne seca com inscrições que informam que o açougueiro que as preparou se chamava “Iuwy”.

Nasa explica fenômeno intrigante em foto capturada por robô No último final de semana, Perserverance registrou uma fotografia do horizonte do Planeta Vermelho — mas um detalhe curioso se destacou ©DIVULGAÇÃO/NASA

Cientistas da Universidade da C a lifór ni a, R iverside, nos Estados Unidos, publicaram na revista Science Advances um estudo que encontrou a primeira evidência de órgãos respiratórios so sticados em criaturas marinhas de 450 milhões de anos. Os trilobitas, que sobreviveram por mais de 250 milhões de anos — mais do que os dinossauros — respiravam pelas pernas, com estruturas semelhantes a guelras penduradas em suas coxas. “Até agor a , o s c i e nt ist as compararam o ramo superior da perna trilobita com o ramo superior não respiratório dos crustáceos, mas nosso trabalho mostra, pela primeira vez, que o ramo superior funcionava como uma brânquia”, a rmou Jin-Bo Hou, aluno de doutorado em paleontologia da UCR, que liderou a pesquisa. A descoberta é importante para ajudar a montar o quebracabeça da evolução animal e foi possível graças a um conjunto extremamente raro de fósseis e com ajuda da tecnologia. “Eles foram preservados em pirita — ouro de tolo — mas é mais importante do que ouro para nós, porque é a chave para a compreensão dessas estruturas antigas”, disse Nigel Hughes, professor de geologia da UCR e coautor do artigo.

Estudos apontam que existem mais de 22 mil espécies de trilobitas que foram descobertas, mas as partes moles das criaturas são visíveis em apenas cerca de duas dúzias. Segundo a paleontóloga Melanie Hopkins, membro da equipe de pesquisa d o Mu s e u A m e r i c a n o d e História Natural, um tomógrafo ajudou a criar modelos tridimensionais dessas estruturas branquiais raramente vistas: “Isso nos permitiu ver o fóssil sem ter que fazer muita perfuração e reti cação na rocha que cobre o espécime. Dessa forma, poderíamos obter uma visão que seria até difícil de ver ao microscópio — estruturas anatômicas trilobitas realmente pequenas da ordem de 10 a 30 mícrons de largura”. Um cabelo humano, por exemplo, tem cerca de 100 mícrons de espessura.

perguntaram: isso é um arcoíris em Marte? Não. Arco-íris não são possíveis aqui”, a rmou a agência em notícia repercutida pela CNN Brasil.

água, mas não há água su ciente aqui para condensar e é muito frio para [a presença de] água líquida na atmosfera. Este arco é um

“Arco-íris são criados pela luz re etida em gotas de

re exo de lente”, acrescentou a Nasa, ao esclarecer que o

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No último nal de semana, uma foto capturada pelo rob ô Pers er verance e d iv u l g a d a p el a Na s a , a agência espacial americana, chamou a atenção por um detalhe inusitado: mostrando a superfície de

Marte, era possível observar um arco-íris. O fenômeno natural causou estranhamento em quem viu a fotogra a, pois, para a formação do arco-íris é necessário um encontro entre a luz do sol e gotas de

chuva. Mas como aconteceria o arco multicolorido em uma atmosfera hostil, como a do Planeta Vermelho? P e l o Tw i t t e r, a N a s a explicou do que se trata a formação do arco-íris na imagem recente: “Muitos

Essas espécimes foram descobertas no nal de 1800, mas somente com a tecnologia atual foi possível ver como o sangue teria se ltrado através das câmaras dessas estruturas delicadas, captando oxigênio ao longo do caminho enquanto se movia. Por isso a semelhança com as guelras dos artrópodes marinhos modernos, como caranguejos e lagostas. “No passado, havia algum debate sobre o propósito dessas est r uturas p orque a p ar te superior da perna não é um ótimo local para aparelhos respiratórios. Você pensaria que seria fácil para esses lamentos carem obstruídos com sedimentos onde estão. É uma questão em aberto por que eles desenvolveram a estrutura naquele local em seus corpos”, explicou Hopkins.

fenômeno foi causado pela lente do robô que capturou o horizonte marciano. Outra publicação, feita na conta pessoal do Perseverance, diz: “Tenho protetores solares em minhas câmeras contra dano, que são consideradas críticas para a missão (eu preciso deles para dirigir para frente e geralmente estou dirigindo para frente). Os protetores não eram considerados essenciais nas minhas câmeras traseiras, então você pode ver artefatos de luz dispersa em suas imagens”.


8 BEM-ESTAR

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GABRIELA MESSNER ARESI Melhore a saúde mental OLIVEIRA sem sair de casa com a prática do Yoga Lanche com quiche Nutricionista - CRN:14100665

Ainda tem dúvida do benefício de realizar as atividades em casa durante o isolamento social? Confira como o Yoga ajuda sua saúde mental! ©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE

de atum e queijo ©PINTEREST

É inegável o aumento de estresse, e de problemas decorrentes da saúde mental, em grande parte da população, decorrente do isolamento social nos últimos 12 meses. Por isso, práticas como o Yoga se tornam ainda mais importante nesse período. 'Ah, mas é muito difícil realizar essa atividade em casa'. Se você ainda usa isso como desculpa, pode esquecer: a professora Daniela Matos ensina como moldar seu lar para praticar a Yoga. Con ra! "O mais importante é querer. Sou instrutora de Kundalini Yoga, então, no meu caso, é interessante ter uma almofada ou um lugar confortável para se sentar. Além disso, se se o piso for muito duro ou gelado é importante colocar um tapetinho de Yoga também. Se você mora em um lugar onde abrir a janela te traz paz, sugiro que deixe a janela aberta durante a prática, deixando a luz natural entrar. A ideia é criar um ambiente natural, com ar fresco. É super importante tomar água durante o processo. Água é o elemento relacionado com as nossas emoções. Como objetivo

do Yoga é trazer o equilíbrio entre o corpo, mente e a alma, estar hidratado é fundamental", conta. Além disso, a pro ssional reforça a necessidade de criar um ambiente tranquilo. "É importante estar em silêncio e não ser incomodado durante a prática, para que você possa extrair o melhor, doando para si mesmo, um tempo de qualidade", complementa. O tema da saúde mental está sendo discutido ainda mais recentemente. Por isso, aumenta a importância de atividades, como o Yoga, para conseguir aliviar o estresse do cotidiano. "Eu diria que a prática é essencial. Estamos passando por uma transformação na maneira que vivemos, e a única maneira de enfrentar esse desa o e seguir adiante. O principal benefício do K u n d a l i n i Yo g a é o for t alecimento do sistema nervoso. Por isso é essencial a prática diária, em especial nesse momento desa ador que estamos vivendo. ", aponta. "Esses longos períodos de estresse intenso que estamos passando, nos deixam em um

estado permanente de 'lutar ou correr' ( ght or ight), baixando a nossa imunidade, e não nos deixa raciocinar. Isso é muito prejudicial de diversas formas. Para acalmar o sistema nervoso, reativar o sistema ner voso parassimpático, que é responsável por nos trazer tranquilidade e paz, tem o poder de melhorar a imunidade, para isso, temos que exercitá-lo diariamente. Estamos em uma maratona, não em uma prova de velocidade. Então, precisamos preparar o corpo, mente e alma para essa jornada", complementa Daniela. E, claro que a ajuda de quem mora junto é bem-vinda. Tentar fazer com que toda família se junte nesse momento irá ajudar a ter melhores resultados. "É sempre melhor praticar junto com alguém, contudo, não é legal forçar. Se a pessoa não quiser fazer, vá praticando sozinho, aos poucos você vai colher os benefícios e a pessoa vai notar. Ela será estimulada pelos seus benefícios em praticar também", encerra.

A

quiche de atum com queijo é perfeita quando queremos um sabor diferente para nossas refeições! Dê uma olhada na receita e faça para a família! Ingredientes 4 xícaras (chá) de farinha de trigo 2 ovos 4 colheres (sopa) de manteiga ½ xícara (chá) de leite (aproximadamente) Margarina e farinha de trigo para untar Recheio 1 cebola picada 2 xícaras (chá) de atum sólido escorrido 2 tomates sem sementes picados 4 ovos 1 xícara (chá) de queijo muçarela ralado 1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado Sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparo Para o recheio, junte a cebola, o atum, o tomate, os ovos, a muçarela, o parmesão, tempere com sal, pimenta, misture e reserve. Em outra tigela, coloque a farinha de trigo, os ovos, a manteiga, o leite e misture até formar uma massa homogênea.

Se necessário, adicione mais leite. Com a massa, forre o fundo e a lateral de uma fôrma de aro removível de 26 cm de diâmetro, untada e enfarinhada. Cubra com o recheio e leve ao forno médio, preaquecido, por 30 minutos ou até rmar. Deixe amornar, desenforme e sirva. Fonte: Terra

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE

Café: bom para emagrecer, ótimo para as atividades físicas Verdadeira paixão dos brasileiros, o café pode ser tomado como pré-treino para dar aquele gás e ainda ajudar a queimar mais calorias

Desde que foi trazido ao Brasil, ainda no século XVIII, o café virou uma verdadeira febre. Noss o País, em números absolutos, ca apenas atrás dos

Estados Unidos no ranking dos mais consumidores do produto no mundo. Mas, tomar tanto café é bom? Mais do que isso, ele é excelente. Tanto para quem

pretende emagrecer quanto para dar um gás na hora da atividade física. Quando ingerimos café, aquela sensação de alerta e de estarmos

ligados no 220v ocorre por conta da cafeína — substância que atenua a sonolência e deixa o dia mais produtivo. E, de fato, muitos nem imaginam o poder que ela exerce sobre o cérebro. O consumo de uma simples xícara é capaz de estimular o sistema n e r v o s o c e nt r a l a l i b e r a r dopamina para o restante do corpo (neurotransmissor da "motivação"). Isto signi ca que você terá mais disposição e energia para encarar as tarefas do dia a dia e, é claro, treinar de forma mais intensa. Outro benefício relacionado ao estímulo do sistema nervoso é

o aumento do foco. Assim, você dará não somente dará mais atenção à execução correta dos exercícios, como também irá se distrair menos com celular ou conversas paralelas durante o treino. Em pesquisas realizadas no Japão, descobriu-se que o café promove um aumento de 30% na circulação capilar — que são os vasos sanguíneos menores onde ocorre boa parte do fornecimento de nutrientes e oxigênio para os tecidos do corpo. Ou seja, quando se ingere café no pré-treino, ela reduz sua percepção do nível de esforço. E

isso faz com que você sinta a execução do exercício mais fácil do que é realmente e, c o n s e q u e nt e m e nt e , p o s s a treinar além de seus limites. Devido ao seu poder termogênico, a cafeína se tornou muito popular entre os suplementos para redução das medidas. A substância auxilia a perda de peso, pois tem a capacidade de quebrar o tecido de gordura, favorecendo a eliminação dos excessos. Obviamente, seu consumo precisa estar associado a uma dieta saudável para que suas propriedades contribuam para o emagrecimento. Ainda ser um alimento termogênico, o café, se consumido ao longo do dia para obter mais disposição e energia para enfrentar a rotina de trabalho, elevará a temperatura interna do corpo e irá fazê-lo t r a b a l h a r, g a s t a n d o m a i s calorias.


SAÚDE 9

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Estudo aponta caminhos para vacinas contra doenças causadas por carrapatos ©CLÉBER SIQUETTE/WIKIMEDIA COMMONS

Apesar dos prejuízos econômicos causados à pecuária bovina pela infestação de carrapatos, pouco se sabe sobre as interações entre o sistema imune desses parasitas e os microrganismos que eles transmitem. Um estudo de revisão feito no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP relata que microrganismos causadores de doenças podem modular as respostas do sistema imune dos carrapatos e, por exemplo, aumentar a sua própria capacidade de infecção. De acordo com o trabalho, e nte nd e r c omo s e d á e ss a interferência pode levar, no futuro, à produção de vacinas p a r a s e r e m ap l i c a d a s n o s rebanhos que reduzam os riscos de transmissão. O estudo é descrito em artigo publicado no site da revista cientí ca Frontiers of Immunology. "A revisão apresenta o que se sabe atualmente sobre os componentes do sistema imune de carrapatos em comparação com outros artrópodes, incluindo a mosca-das-frutas (Drosophila melanogaster) e os mosquitos Aedes e Anopheles", rel at a a o Jor na l d a U SP a professora Andréa Fogaça, do ICB, que participou da pesquisa. " Ap e s a r d o a d v e n t o d a s plataformas de sequenciamento de última geração ter propiciado um grande avanço nos estudos

sobre o sistema imune nos últimos anos, ainda hoje existe menos conhecimento em c a r r ap at o s qu e e m out ro s artrópodes". Os carrapatos são parasitas de uma grande diversidade de animais vertebrados e se alimentam obrigatoriamente do sangue desses animais, que atuam como seus hospedeiros. "Além de ingerir sangue, os carrapatos injetam saliva nos seus hospedeiros, que contém substâncias que controlam a hemostasia [resposta do organismo para prevenir e interromper sangramentos e hemorragias] e modulam as reações do sistema imune do hospedeiro", descreve a professora. "Isso é importante para assegurar que os carrapatos completem a ingestão do volume de sangue necessário para o seu desenvolvimento". A saliva também pode conter patógenos, que a utilizam como um veículo para a transmissão para o hospedeiro vertebrado. "Além do impacto sobre a saúde do hospedeiro, a morbidade e a mortalidade das doenças transmitidas por carrapatos t amb é m c au s am pre ju í z o s e c on ôm i c o s i mp or t ant e s " , ressalta Andréa. "Um exemplo importante é o caso das infestações de bovinos pelo carrapato Rhipicephalus

microplus. Apenas no Brasil, os prejuízos estimados pela diminuição da produção da carne e de leite em decorrência das infestações giram em torno de 3,24 bilhões de dólares". Segundo a professora, o sistema imune dos artrópodes é mais simples que o dos vertebrados, não contando com a produção de anticorpos especí cos. "Sabemos que no intestino de carrapatos são produzidos diversos peptídeos antimicrobianos, os quais atuam permeabilizando a membrana ou inibindo a ação de enzimas importantes para a re spi r a ç ã o ou p ar a out ro s processos vitais para os patógenos", descreve. "Curiosamente, já foi descrito que várias espécies de carrapatos produzem peptídeos

antimicrobianos a partir da degradação da hemoglobina do sangue do próprio hospedeiro, o primeiro deles identi cado pela professora Andréa no laboratório da professora Sirlei Daffre, do ICB, uma das autoras da revisão". No intestino dos carrapatos, os patógenos também encontram componentes da microbiota residente, as quais p o dem auxiliar ou prejudicar o seu estabelecimento no vetor. "Caso o patógeno consiga colonizar o intestino, precisa migrar até as glândulas salivares do carrapato para ser transmitido para um hospedeiro saudável em uma próxima refeição sanguínea", relata Andréa. "A produção de peptídeos antimicrobianos e de outras moléculas que atuam contra

infecções é regulada por vias de sinalização imune. Estudos feitos pelo grupo da professora Sirlei sugerem que em carrapatos essas vias são ainda mais interconectadas que em outros artrópodes". Intrigantemente, os patógenos podem modular várias respostas do sistema imune dos seus vetores em benefício próprio, ressalta a professora. "Por exemplo, nosso grupo de pesquisa mostrou que a bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da febre maculosa brasileira, uma doença altamente letal, é capaz de inibir a morte celular regulada de células de carrapato, assegurando a sua proliferação", a rma. "Um outro exemplo interessante é a diminuição do nível de componentes do sistema

imune pela infecção de células do carrapato R. microplus pela bactéria Anaplasma marginale". Algumas respostas do sistema imune já descritas em outros artrópodes não foram encontradas nos carrapatos, ou os achados são controversos, o b s e r v a A n d ré a . " E s tu d o s adicionais também são necessários para compreender como as vias de sinalização imune são ativadas em carrapatos", observa. "Além diss o, ainda não sabemos se a microbiota, de fato, regula o sistema imune dos carrapatos, nem os mecanismos utilizados. Ou seja, ainda há muitos aspectos da imunidade de carrapatos que precisam ser aprofundados". De acordo com a professora, como os fatores do sistema i mu n e d o s c ar r ap at o s s ã o importantes para assegurar a sua sobrevivência, uma possibilidade é utilizá-los como vacinas. " As s i m , o s c a r r ap at o s , a o ingerirem o sangue de vertebrados previamente imunizados com esses fatores e, portanto, contendo anticorpos contra os mesmos, podem se tornar mais suscetíveis a infecções", aponta. "Mas para isso ser possível, mu i t o s e s t u d o s a i n d a s ã o necessários, atestando a importância da ciência básica".

Pesquisadores descobrem tratamento para câncer cerebral infantil fatal ©SHUTTERSTOCK

Cientistas do Instituto do Câncer Infantil da Austrália descobriram uma nova forma de tratamento para um câncer cerebral incurável que possui alto índice de mortalidade. O tempo médio de sobrevivência da doença é de ap enas nove meses ap ós o diagnóstico. A doença denominada como DIPG (Glioma Pontino Intrínseco Difuso) preocupa médicos da área. “Ao longo dos anos, muitos tratamentos foram

t e nt a d o s p a r a D I P G , m a s nenhum até agora se mostrou e caz em ensaios clínicos com crianças com a doença”, a rmou o professor associado David Ziegler, líder do grupo no Children's Cancer Institute e oncologista pediátrico no Kids C a n c e r C e n t e r, S y d n e y Children's Hospital. A pesquisa publicada no jornal Cell Reports oferece uma outra abordagem terapêutica com uma nova droga anticâncer para o

tratamento do DIPG. O me dic amento denominado C B L 0 1 3 7 , é u m c omp o s t o desenvolvido a par tir do antimalárico quinacrina e reverte os efeitos dos principais condutores genéticos no DIPG, e caz contra os modelos de tumor. De acordo com o estudo, o CBL0137 pode ter efeito ainda maior quando combinado com o panobinostat, um novo medicamento conhecido como

inibidor da histona desacetilase (HDAC). “O driver genético no DIPG é um gene mestre que controla milhares de outros genes. Até agora, não sabíamos como desligá-lo. Noss os d ados mostram que o CBL0137 age para reverter os efeitos desse gene mestre. E, em seguida, desligar o crescimento das células tumorais DIPG”, a rmou Ziegler. Os cientistas australianos utilizaram pesquisas anteriores sobre o CLB037, que apontavam que o medicamento era e caz c ont r a o n e u ro bl a s t om a e poderia apresentar o mesmo resultado com o câncer cerebral. Foi então comprovado que o fármaco interfere no crescimento do tumor ao inibir o desenvolvimento da molécula FA C T ( n e c e s s á r i a p a r a a transcrição, replicação e reparo do DNA). Essa molécula se liga ao condutor genético chave do DIPG, uma mutação chamada K27M.

Em seguida, os pesquisadores começaram a tratar as células do câncer cerebral com o medicamento. Foi possível, então, direcionar o gene para impedir o crescimento de células t u m o r a i s . Ao a d i c i o n a r o p anobi no st at à m istu r a , o resultado foi ainda mais e caz. “A d e s c o b e r t a d e q u e o CBL0137 age indiretamente

contra esse driver genético é muito empolgante e nos dá grande esperança para essa e s t r at é g i a d e t r at a m e nt o”, informou o professor. O medicamento CBL0137 passará a ser usado em um ensaio cl í n i c o i nte r na c i ona l p ar a crianças com o câncer cerebral, DIPG, em hospitais infantis dos Estados Unidos e Austrália.


10 Criança hoje, Criança amanhã

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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

A Violê ncia contra a Mulher e a Criança. Suas diversas formas, cada vez mais naturalizadas — Parte III ©EDITORIA DE ARTE/G1

O

Temos, portanto um esboço de Silogismo que tenta trazer lógica para o ilógico. Mas, é o So sma que induz ao erro, cumprindo sua função essencial, levar o ilógico à uma ambiência ilusória de lógica, de verdade. Não ter a materialidade em casos de abuso sexual intrafamiliar, não pode transformar uma denúncia de violência contra a criança em tema de con ito dos pais. E, aquilo que era o objeto da alegação, alienação parental, o di cultar a convivência com o pai, se torna a punição do Estado contra a m ã e , e a c r i a n ç a , c l a ro, obrigando mãe e lho(a) a viverem afastados completamente. É determinada pelo Estado a Privação Materna Judicial. Onde cou a lógica nesta inversão de fatos? Esta é a Violência Institucional que deveria estar

listada na Lei Maria da Penha. A Privação Materna Judicial como consequência da punição dada a cada mãe denunciante de crimes contra a criança sob a alcunha de alienação parental, é aniquiladora enquanto forma re nada de tortura de mulher e de criança. É invisível. O segredo de justiça garante. Não aparece o sangue concreto. A alma sangra transparente, aos pouquinhos, até escorrer a última gota de esperança e dignidade. Essa Violência Institucional tem todos os ingredientes de desastre social dentro de alguns anos. Essas crianças crescem. E, mesmo esmagadas pela injustiça e pela dor da perda da mãe, obrigadas à convivência continuada com o seu algoz, elas podem vir a ser um peso social pelo padrão de submissão absoluta a um predador, ou ao contrário, podem vir a permitir que a re volt a qu e t ive r am qu e

sufocar, saia e faça estragos. A tortura feminina por excelência durante o Holocausto que teve esse título da maior e cácia, acontecia, exat amente, assim como acontece com a aplicação da lei de alienação parental. Nos campos de concentração, eram arrancadas as crianças dos braços de suas mães. Como é feito hoje, entre nós, as “buscas e prisões”, (o termo técnico é apreensões, mas são prisões de crianças), pelos PMs que invadem casas e arrancam crianças aos gritos desesperados, como se fossem uma TV que a mãe cou devendo a prestação na loja. Interessante que “busca e apre ens ão” é uma gura aplicada a objetos, computadores, celulares HDs, e crianças. Algo está errado. Em caso recente que ainda goza de espaço na mídia pelas torturas e pelos horrores praticados contra uma criança em sua vulnerabilidade, além

de muito frágil, constatamos que o Poder de alguns mantem a Lei dentro da mão em punho ameaçador. E cácia também para quem detém esse Poder. Como explicar o silêncio conivente de várias pessoas, mãe, babá, cozinheira, avó, tia, vizinhos. Muitos vizinhos. Pai

A Violência Vicária, do latim v ic ar ius, que quer dizer substituto, suplente, que faz o trabalho de outra coisa ou pessoa, que teve o poder outorgado por procuração. “Eu não preciso lhe matar, você vai se suicidar.” “Vou só levar você ao seu suicídio, mas não

onde mais lhe dói”. O lho. A lha. “E, então, você enlouquece, falei que você era louca!” E retornamos, de maneira camu ada e legalizada, à classi cação de melhor tortura feminina, resultado de pesquisas nos laboratórios humanos do Holocausto. Aqui também a morte é seca. Não derrama sangue visível. É o sangue da alma que se esvai. A nova Lei 14.132/2021, recentemente sancionada, de combate ao crime de p e r s e g u i ç ã o, “s t a l k i n g ”, comportamento que pode estar a serviço da uma versão da Violência Vicária. Uma perseguição que enlouquece, corroborando aquele preconceito de que sendo mulher, é louca. Não sei como essa nova lei vai se fazer valer, se marcas roxas, fraturas e estupros, não são considerados, e seguem conhecidos e impunes. O que precisamos pensar é que a combinação da Violência

vou tocar em você”. Talvez essa seja a forma de violência mais e caz para a garantia da desresponsabilização. A mãe do Bernardo pode ter sido induzida ao suicídio, por Violência Vicária. Outras mães alcunhadas de “a lienadoras” que foram submetidas à PMJ, Privação Materna Judicial, sucumbiram ao suicídio. Não vamos citar nomes por uma questão de respeito a elas e a suas crianças. Violência Vicária: “Não toco em você. Eu lhe atinjo onde dói mais em você”. “Eu vou bater

“por procuração”, invisível a olhos nus e despreparados, com a lei de alienação parental constitui um lastro para a violência institucional de dimensões que comprometem toda uma sociedade, já bastante precarizada pela Cultura da Misoginia. Faz-se necessário pensar uma maneira de dizer não à utilização vicária da mulher/mãe. Dizer não à ordem judicial de torturar o lho, a lha, como capanga de alguém inconformado e submerso em perversidade.

©REPRODUÇÃO/CORREIO BRAZILIENSE

So sma que dá sustentação à alegação da falácia de alienação parental, é ainda revestido de algum toque de Ciência, quando usa o raciocínio dedutivo. O Silogismo é uma gura do pensamento cientí co que, partindo de uma premissa maior, seguida de uma premissa menor, leva à conclusão, por uma dedução lógica. Ocorre que o termo alienação parental surge como conclusão de duas premissas de abuso sexual, ou seja: 1- Premissa Maior: houve uma denúncia de abuso sexual contra uma criança, 2- Premissa Menor: não se logrou prova material su ciente, 3- Conclusão: Logo, é alienação parental.

também atingido pelo medo e ameaça de alegação de alienação parental. E como explicar o ato Institucional de silenciar uma denúncia ant e r i or d e Vi o l ê n c i a Doméstica, quando esse crime é incondicional? De Domínio Público, o crime de Violência Doméstica segue, independente de ser retirada a queixa ou não. Ele pertence ao Ministério Público. Mas o que houve para ser arquivado, como tantos e tantos outros, sem o término da investigação e a sentença de um juiz?


COMPORTAMENTO 11

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NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA Hipnoterapeuta / Mentora Gestacional Cel.: (27) 99947-8786 Instagram: @nagelaisa.oficial

Memórias são confiáveis? H

á quem jure de pé junto que tem certeza de que um fato aconteceu exatamente como se lembra e que con a plenamente em suas memórias. Basta pensar no que comeu terça-feira passada. Lembra? E uma festa de aniversário, você é capaz de a rmar com certeza quem estava, o que vestia e o que comeu? E ainda, outra pessoa terá uma memória variavelmente diferente da sua! Você sabia que há estudos que comprovam a existência das falsas memórias? Existe um curioso e triste caso ocorrido em

©WAYHOME STUDIO/FREEPIK

correspondia às características do criminoso. Tiraram uma foto de Titus e mostraram para a vítima junto a outras, que o apontou como 'o mais parecido'. Quando foi levado a julgamento, a vítima a rmou que tinha certeza absoluta de que era S t e v e Ti t u s q u e m a h av i a estuprado. Ele foi condenado, mesmo alegando inocência. Estando preso, acionou o jornal local e um repórter investigativo se interessou pelo caso, chegando a encontrar o verdadeiro estuprador, que em seguida foi identi cado como culpado por cerca de 50 estupros na região. ©FREEPIK

Washington (EUA), envolvendo um homem chamado Steve Titus. Ele voltava para casa com sua noiva, e foi parado por policiais, que identi caram seu carro como 'parecido' com o carro de um suspeito de estupro e Titus

Infelizmente, esse não é o único caso em que pessoas são condenadas por crimes que não cometeram, com base nos relatos de testemunhas oculares ou vítimas de crimes. Um estudo apontou que cerca de 300 pessoas

passaram 10, 20, 30 anos pagando por um crime que não cometeram, nos Estados Unidos. Justamente pelo grande engano de se acreditar que a memória funciona como um gravador e que é 100% precisa. Mas fato é que, toda vez que acessamos uma memória, parte dela é perdida ou modi cada. E, ainda, em circunstâncias propícias, podem ser criadas. Nossas memórias são intimamente ligadas às nossas emoções, e nossa percepção delas é baseada tanto no que sentimos, como ao que nos atemos quando ocorrem. O cérebro não consegue distinguir o que é real e o que é imaginário. E muitos estudos e experimentos na área da ciência e psicologia, apontam sobre a in uência que nós mesmos podemos exercer sobre as memórias, tanto quanto essa interferência pode ser externamente manipulada. No caso de Titus, a vítima se encontrava em estado de choque e emocionalmente abalada pelo ataque sofrido. Ela precisava de um culpado e que a justiça fosse feita. Não se sabe como ela pode ter sido in uenciada emocionalmente naquele momento, mas quando ela passa de 'esse é o mais parecido' para 'eu tenho certeza de que é ele', sua memória já sofreu variáveis

mudanças. O rosto de Titus passou a car mais vivo em sua memória e, revisitando o momento do crime, ela completou o que faltava com os elementos que lhe foram dados. Quando somos crianças e ouvimos certas histórias, utilizamos nossa imaginação para formar cenas. Quando assistimos a TV, as imagens que captamos são interpretadas por nossa mente como algo que realmente está acontecendo conosco, principalmente quando despertam emoções. Mais tarde, nossa mente está repleta de imagens que podem afetar nosso

estado emocional e projetar expectativas sobre nossas vidas. Casos de ansiedade e pânico c omu me nte s ã o ag r av a d o s quando as pessoas assistem a lmes e noticiários violentos, por exemplo. Pensando nisso, podemos nos observar e compreender diversas nuances sobre nossa própria i nd iv i du a l i d a d e. Imp a c to s negativos ou positivos alimentam nossas formações de memórias. E o que serve saber sobre isso? Isso nos torna mais conscientes sobre nós mesmos, sobre o que i n u e n c i a n o s s o

comportamento, nosso estado emocional no cotidiano, nossas expectativas sobre a vida e outras pessoas. Nos faz perceber, por exemplo, que podemos ser rudes e não nos lembrarmos disso numa conversa, p orque só lembramos a atitude da outra pessoa. Também nos torna mais sensíveis e, ao mesmo tempo, mais astutos quando tiramos conclusões baseados no ponto de vista dos outros. E nos torna mais humanos, porque admitimos errar, diferentes de máquinas. E você, continua acreditando piamente em sua memória?

Você não precisa produzir o tempo todo A ordem é produzir, de manhã, tarde ou noite, não pode parar. Chamada de mito da produtividade, essa ideia associa o nosso valor exclusivamente àquilo que entregamos, seja no trabalho, em casa ou na faculdade — o tempo não pode ser desperdiçado. Apesar de ser comum, especialistas dizem que esse raciocínio não é nada saudável, e a rmam a importância do descanso mental, de ter um momento sem fazer n a d a , ap e n a s d e i x an d o o s pensamentos passarem. "A pessoa acha que quanto mais ela produzir, mais reconhecida será, que vai conseguir conquistar mais coisas. Ela sente que precisa fazer alguma coisa o tempo todo; quanto menos folga tiver no dia, melhor o d e s e mp e n ho ; qu anto m ai s tarefas concluir o dia inteiro, melhor. Esses são algumas coisas q u e c omp õ e m e s s e m it o " , exempli ca a psicóloga clínica Marilene Kehdi. No entanto, muitas vezes, o "não fazer nada" é fazer alguma coisa. Relaxar faz bem para o corpo e para a mente. O problema é que, por mais que isso pareça algo simples, é difícil de

ser aplicado. Quando estamos em casa, de folga, por exemplo, queremos nos entreter, assistir a uma série, ler um livro, fazer uma caminhada, ou seja, devemos sempre estar fazendo alguma coisa e, quando isso não acontece, temos a impressão de que desperdiçamos o tempo. A p s i c ó l o g a at r i bu i e s s e comportamento, sobretudo, às mulheres, já que elas têm mais di culdade de car sem fazer nada por muito tempo. Mas destaca a importância de ter esse período sem tarefa alguma: "Ficar o tempo todo ocupado não faz bem para a saúde física nem mental. É importante organizar a rotina por prioridades, delegar funções, compartilhar, dividir as t arefas, s ab er dizer não, reconhecer e respeitar os próprios limites, os pontos fracos, pedir ajuda, se necessário. Porque quanto mais organizada a rotina, menos estressante e mais produtiva ela vai ser", avalia Kehdi. De acordo com a especialista, fazer várias coisas o tempo todo não signi ca que a pessoa está sendo produtiva. "Ser produtiva é fazer as tarefas que precisam ser realizadas, e o que não der para

ser feito hoje, ca para amanhã. E muitas pessoas não conseguem fazer isso, aí passa a ser uma produtividade tóxica, porque faz mal", diz Kehdi, ressaltando que para haver uma produtividade saudável é preciso estar

trabalhar, para descansar e para ter lazer. Quando você não divide seu tempo assim, você pode chegar no esgotamento emocional, na fadiga. Você pode começar a desenvolver transtornos mentais e doenças

©ISTOCK

descansado. Não há problema algum em querer aproveitar bem o tempo, quando possível, assim como não há problema em querer simplesmente relaxar e não fazer nada. Vale dizer que mesmo na hora do descanso, os pensamentos produtivos vêm, mas depende de cada um para que eles sejam desviados e o foco volte a ser o relaxamento. "É preciso ter tempo para

físicas", alerta Kehdi. Júlio Pereira, médico neurologista de A Bene cência Portuguesa de São Paulo, explica que durante o dia o ideal não é que as pessoas quem o tempo todo fazendo alguma atividade. "Se a gente zer um estímulo constante do cérebro pode o c a s i on ar u m Bu r n out n o sistema nervoso central e até depressão. Então, o ideal é que nós tenhamos períodos de foco e

períodos de total descanso". Já em questões hormonais, s egundo o neurolog ist a, o cortisol (hormônio do estresse) é necessário no dia a dia, pois ajuda na concentração, no foco e na frequência cardíaca. "Quando você está produzindo, trabalhando, ele está sempre em alta", diz. Por outro lado, num período de descanso e relaxamento, esse hor mônio, a lém de out ros semelhantes, é reduzido. O grande problema é que quando camos muito tempo sem ter nenhum descanso, há consequências. "O cortisol é bom, mas elevado de forma crônica pode prejudicar uma série de coisas, e um dos efeitos mais comuns é a piora da memória", destaca Pereira. O especialista explica que quando estamos trabalhando, estudando, ou fazendo qualquer outra atividade, o cérebro está e x e r c e n d o s u a neuroplasticidade, que é como se novas conexões cerebrais fossem se formando. Mas essas conexões também precisam de um tempo p a r a s e c o n s o l i d a r. P a r a exempli car, imagine uma atividade física: o treino serve

para ganhar força, músculos, resistência, melhorar a saúde, entre outras coisas. Mas quando passamos do limite, ao invés de fazer bem, passa a fazer mal. Da mesma forma é o cérebro. Quando estamos ligados no 220 o tempo todo, uma das consequências é a redução da produção de serotonina, o hormônio do bem-estar. Isso resulta numa perda de prazer, de se sentir bem. "A gente sabe que o estresse crônico está relacionado a problemas cardíacos e uma série de doenças que podem ter consequências nesse mito da produtividade", diz o neurologista. Da mesma forma que há um consenso entre a comunidade médica sobre as oito horas de sono por noite, o ideal é passar pelo ciclo do dia de forma organizada: trabalhar, comer, relaxar, descansar a mente, ter lazer ou fazer alguma atividade física. "A gente precisa tirar de lição que produzir signi ca aprender a usar e a desfrutar do seu tempo, e não só viver em função de cumprir com tarefas", diz Aline Sabino, psiquiatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Goiapaba-Açu, um point exuberante ©HAROLDO CORDEIRO FILHO

©HAROLDO CORDEIRO FILHO

Fernanda, Isabela e Luti

©DENIS RIZZOLI/WIKIPEDIA

Serrano, segundo o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). O Pico Goiapaba-Açu é um ponto turístico que costuma ©HAROLDO CORDEIRO FILHO

companhia de Marcos Grau (99643-9804), guia experiente em trilhas, tive o prazer de conhecer um dos picos mais imponente e belo, o Pico Goiapaba-Açu. O nome do parque tem or i ge m tupi e s i g n i c a “g r a n d e m o r a d a d o s goiapabas”. O pico é uma área de proteção ambiental (APA), que foi criada pelo decreto estadual nº 3.796-N, em 1994. Localizada entre a re g i ã o m ont an h o s a e a baixada litorânea, a APA abrange o Parque Natural Municipal de Goiapaba-Açu, que possui trilhas e mirante. Há registros de 133 espécies de aves, sendo duas am e a ç a d a s d e e x t i n ç ã o (Campephilus robustus e Pro cnias nudicollis). O potencial de conectividade dos fragmentos orestais em seu entorno como a Reserva

nascer do sol, disse que o local é muito tranquilo. “Foi um amigo nosso que mora em Santa Teresa que nos indicou, pesquisamos na internet e achamos que seria b om p ara rel axar”, diz. L or raine achou s eguro, apesar de não funcionar nada da infraestrutura existente, que poderia ser melhor explorado turisticamente... “Outra coisa importante é que sentimos a presença de animais silvestres, quanto ao pôr do sol, é maravilhoso!”, a rma a engenheira. Os trilheiros André e Isaac, um morador de Linhares e o outro morador de Santa Maria de Jetibá, disseram que a reserva é muito bonita “tem pouca gente, talvez seja em função da pandemia”, disse

atrair, nos nais de semana, pessoas de outros município e até me s mo d e out ro s estados pela sua biodiversidade e belezas naturais. Para o casal de engenheiros Breno e Lorraine, moradores de Vitória, que passou a noite

Isaac. Os amigos acharam o local muito bacana e com um potencial turismo fantástico... “só precisam d iv u l g ar mais”, su ge r iu André. Para a blogueira Edivânia Janke e a irmã Lilian e os amigos, Beatriz Krause e

Parque Natural Municipal de Goiapaba-Açu

Biológica Augusto Ruschi,

acampado para apreciar o

Mateus Boldt, todos de Santa

Vista panorâmica do Pico Goiapaba-Açu — ao fundo, Morro do Mestre Álvaro

Maria de Jetibá, o lugar é divino “gostamos de fazer trilhas e de desfrutar de paisagens. O lugar é incrível, é uma ótima opção para quem gosta de natureza. É um lugar aberto, com muito ar puro e ainda podemos contemplar as paisagens”, exalta Edivânia, a c re s c e nt an d o qu e n ã o conhecia e percebeu que são poucas pessoas que conhecem a área de preser vação. “No nosso município temos a Pedra do Garrafão e a vista de lá é maravilhosa, aconselho as pessoas a conhecerem”. Em sua página na internet, a blogueira aborda temas como

entre os turistas, o prefeito Gilmar Borges falou, por telefone, à reportagem do Fatos & Notícias que uma das principais metas de seu g o v e r n o é o

TATI BELING

Breno e Lorraine impulsionamento do turismo

©HAROLDO CORDEIRO FILHO

Lilian, Edivânia e Betriz e esposo paisagens, trilhas, natureza e empoderamento feminino. Para quem gosta do assunto, ela deixou seu Instagram para quem quiser interagir: @edivania.janke. Procurado por nossa reportagem para comentar o sucesso do Goiapaba-Açu

infraestrutura que teve início em 2004... faltam 25% para a conclusão, ou seja, muito pouco”, disse o prefeito. Após a conclusão das obras, o parque contará com

©HAROLDO CORDEIRO FILHO

D

Estação Biológica de Santa Lúcia e Parque Natural Municipal de São Lourenço, torna a área relevante para a formação do Corredor Ecológico Centro-Norte

i a ens ol arado, visual de tirar o f ô l e g o e mu it a caminhada, esse foi o início de um domingo que prometia muito. C om a

e mandou um recado aos praticantes de montanhismo, de voo livre e outras modalidades esportivas e aos amantes da natureza que “a administração está antenada e se preparando para dar continuidade aos trabalhos de conclusão da

restaurante e um viveiro de produção de bromélias e orquídeas, que servirão como meio autossustentável para os produtores rurais do município aumentarem a renda familiar. Além desses benefícios, a administração está buscando a retomada da parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) para a instalação de um telescópio, a base para instalação já está pronta. “Esse projeto não contemplará apenas o turismo, o esporte e o lazer, mas a educação também, alunos das redes de ensino, pública e privada, poderão assistir às aulas práticas em diversas áreas da ciência”, garantiu o prefeito Gilmar Borges.


BRASIL 13

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A semana em Brasília S e no Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO

ELLEN CAMPANHARO/ALES

Alessandro Vieira (CidadaniaSE) CPI da Covid: ampliação de investigações para estados e municípios ainda é dúvida O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) protocolou requerimento junto à Mesa Diretora do Senado pedindo a ampliação do escopo da CPI da Covid. Ele quer que a comissão investigue também atos praticados por agentes políticos e administrativos dos estados, do Distrito Federal e dos municípios “na gestão de recursos públicos federais destinados a custear as políticas sanitárias adotadas com o objetivo de combater a pandemia da covid-19 e seus efeitos”. “Garantimos a abertura da CPI da Covid e agora apresentamos o pedido para ampliar o seu escopo, incluindo os atos praticados por governadores, prefeitos e outros agentes administrativos. É preciso apurar a verdade em todas as esferas. Quem não deve não teme!”, escreveu Alessandro Vieira pelo Twitter. Já o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) está prestes a protocolar um requerimento para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar não só o governo federal, mas também os governos dos demais entes federados. “Conseguimos! Já são mais de 34 assinaturas até o momento! Reunimos o número de assinaturas su cientes para protocolar uma CPI abrangendo União, Estados e Municípios. Espero que a verdade venha à tona, quem tá devendo vai ter que se justi car e quem errou vai ter que ser punido”, publicou Girão no início da tarde desta segunda. Por sua vez, o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) avisou que vai apresentar requerimento para que seja criada uma CPI mista, ou seja, uma comissão parlamentar de inquérito com participação de senadores e deputados federais. Ele pede que essa comissão mista investigue possíveis irregularidades no uso de recursos federais por estados, Distrito Federal e municípios no combate à pandemia.

RODRIGO NUNES/ESP. CB

Sérgio Majeski (PSB-ES)

E

Leandro Piquet (Republicanos) ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Aprovado projeto de Majeski que barra homenagens a corruptos Está aprovada na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) mais uma proposta do deputado estadual Sérgio Majeski (PSB) que defende os interesses da sociedade. Por unanimidade, os parlamentares aprovaram na sessão ordinária virtual desta quarta-feira (14) o Projeto de Lei nº 214/2016, de autoria de Majeski, que proíbe a concessão de medalhas, honrarias e títulos a pessoas que tenham sido condenadas por atos de improbidade ou crime de corrupção, em processo transitado em julgado na Justiça ou por Conselho de Classe devidamente registrado no estado do Espírito Santo. “Agradeço a aprovação. Nossa proposta faz justiça ao cidadão de bem, valorizando a ética e a seriedade no estado e está comprometida com o bem público. A aprovação é um avanço no processo civilizatório. É preciso sempre primar pela legalidade e as homenagens devem ser prestadas realmente a quem merece, a quem trouxe benefícios à sociedade”, destaca Majeski A vedação abrange também pessoas que historicamente tenham sido consideradas participantes ou praticado atos de lesa-humanidade, tortura, exploração do trabalho escravo, violação dos direitos humanos e/ou maustratos a animais. Apresentado em 2016, e após uma alonga tramitação que durou quase cinco anos nas comissões e em outros setores da Ales, o projeto abrange toda a Administração Pública do Estado do Espírito Santo e estabelece ainda o prazo de um ano para que logradouros e prédios públicos sejam reti cados e regularizados, em caso de necessidade. Para virar lei e entrar em vigor, o projeto aprovado precisa ser sancionado pelo Governo do Estado, num prazo de 15 dias. Esta é a terceira proposta de Majeski aprovada recentemente. No início do mês, os projetos de autoria do deputado que criavam leis de incentivo ao Esporte e à Cultura, com base no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), foram materializados na Lei Estadual de Incentivo. A partir de 2022, empresas poderão direcionar parte do ICMS devido ao Governo do Estado para nanciar projetos esportivos e culturais. Serão até R$ 10 milhões por ano, para cada segmento.

Projeto de Lei aprovado na Câmara de Vitória pune quem descumpre ordem da vacinação da covid O vereador de Vitória Leandro Piquet (Republicanos) teve projeto de lei, que vai penalizar quem descumprir a ordem entre os grupos de prioridades de vacinação contra a covid-19 na Capital, aprovado durante sessão no legislativo municipal, na segunda-feira (12). O projeto foi uma parceria com outros nove vereadores: Anderson Goggi, André Brandino, Armandinho Fontoura, Dalto Neves, Davi Esmael, Duda Brasil, Gilvan da Federal, Karla Coser e Luiz Emanuel. “Quero agradecer aos colegas que aderiram e ajudaram na contribuição desse processo. Nós deixamos de lado qualquer tipo de ideologia, neste momento, e nos voltamos totalmente para o combate da pandemia. Isso é democracia,” destacou Piquet.

Projeto prioriza gestantes na vacinação contra coronavírus DEPOSITPHOTOS

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Pingue-pongue com o vereador Paulinho Cole (Cidadania/Fundão) MEC lança Cartilha de Orientações Volta às Aulas de Estudantes Surdos, na educação básica A Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos (DIPEBS), por meio da Secretaria de Modalidades Especiais (Semesp) do Ministério da Educação (MEC) lança hoje a Cartilha de Orientações Volta às Aulas de Estudantes Surdos na Educação Básica. Com ações de orientação para aprimorar o atendimento de estudantes com de ciência auditiva sinalizantes, surdos, surdocegos, surdos com altas habilidades/superdotação, surdos com de ciências associadas, a cartilha apresenta cuidados importantes no retorno das atividades escolares e atendimento educacional especializado presenciais. A cartilha está organizada em sete tópicos, discorridos ao longo das 25 páginas que compõem o documento. Dentre outros, são abordados temas como a máscara para estudantes surdos, já que as expressões faciais são tão importantes para uma comunicação afetiva e as máscaras comuns podem atrapalhar a visualização; a disposição das salas de aulas; e como capacitar e aprimorar o atendimento dos pro ssionais. Ao nal da cartilha, são dispostos dados que auxiliam no combate da covid-19, além de importantes cuidados a serem tomados para prevenir o vírus. A SEMESP ressalta que em relação aos aspectos administrativos dos sistemas de ensino e o funcionamento de escolas e locais de atendimento educacional especializado, é importante seguir as orientações e normas emitidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e normas próprias de cada sistema estadual, municipal e distrital.

Como o senhor vê a atual administração da prefeitura de Fundão? O prefeito Gil já mostrou sua competência em épocas passadas. É um administrador nato, tem experiência su ciente para mudar o cenário político e social do município. Quanto ao vice de Gil, trata-se de um empresário de sucesso que somou competências com o objetivo de mudar, para melhor, o município. Fundão será notícia de coisas boas nas páginas dos veículos de comunicação. O Projeto de Reestruturação foi apresentado pelo Executivo e retirado. O senhor saberia dizer a causa? Não, não sei dizer. Como disse, acredito na competência da dupla Gil e Murilo. O senhor conhece bem a zona rural do município, o que teria a dizer para seu eleitor dessa área? Esse período de chuvas destruiu muito as estradas e as comunidades que estão na parte alta do município sofreram muito, mas a prefeitura vem recuperando as estradas, patrolando e aplicando escórias doadas pela ArcelorMittal. Temos que dar prioridade a esse serviço, estamos no início da colheita do café. Existem alguns atrasos, mas isso porque algumas máquinas da prefeitura, que estão velhas, acabam quebrando e atrasando um pouco, mas estamos conseguindo atender. Nossa equipe de reportagem esteve no Pico Goiapaba-Açu no último domingo (11). Seria uma opção para fomentar o turismo do município? Sempre foi um grande sonho de Gil, desde lá de trás, mas depois que ele saiu, infelizmente, não deram sequência. O compromisso da atual gestão com o turismo é uma realidade consolidada, pois o prefeito vem dando uma atenção carinhosa nessa área. O projeto de retomada do Goiapaba-Açu e as obras que estão por vir para o litoral farão toda a diferença. Gil e Murilo estão com os olhos para o desenvolvimento do município.

De acordo com o projeto, gestantes e puérperas devem ser vacinadas após o grupo de pessoas com mais de 65 anos de idade. As gestantes e as puérperas (mulheres que deram à luz há pouco tempo) devem ter prioridade na campanha de vacinação contra o coronavírus, conforme prevê projeto da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB). O PL 930/2021 acrescenta um artigo à Lei 6.259, de 1975, que cria o Programa Nacional de Imunizações (PNI). De acordo com o projeto, gestantes e puérperas devem ser vacinadas após o grupo de pessoas com mais de 65 anos de idade. O Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19 prevê uma sequência de grupos prioritários para a imunizaç ão. São eles: p ess o as com 60 anos ou mais institucionalizadas, pessoas com de ciência institucionalizadas, povos indígenas vivendo em terras indígenas, trabalhadores de saúde, pessoas de 75 anos ou mais, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas, povos e comunidades tradicionais quilombolas, pessoas de 60 a 74 anos, pessoas com comorbidades, pessoas com de ciência permanente grave, pessoas em situação de rua, população privada de liberdade, entre outros. Daniella pondera, entretanto, que mulheres grávidas correm mais risco de desenvolver formas graves da covid-19. Segundo o American Journal of Obstetrics and Gynecology, o risco de morte nas pacientes que aguardam um bebê é 13 vezes maior em relação a outros indivíduos na mesma faixa etária. Os nascimentos prematuros são 45,4% mais frequentes entre as pacientes com quadro severo ou crítico de covid-19. “Isso acontece porque alterações siológicas naturais durante a gravidez e mudanças metabólicas e vasculares em gestações de alto risco podem agravar o quadro clínico da covid-19. Essas mudanças siológicas, de acordo com os cientistas, abrem a porta para impactos advindos do vírus. As gestantes internadas por problemas respiratórios apresentaram maior chance de comorbidade ou condições subjacentes, como asma, hipertensão, diabetes tipo 2, doença autoimune e obesidade”, argumenta a senadora.


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Mapa inédito aponta florestas tropicais como celeiro de espécies desconhecidas Pesquisadores desenvolveram um modelo para mapear regiões com espécies de animais que ainda não foram descobertas ©PIXABAY

Fumaça de incêndio florestal causa mais danos aos pulmões que outras fontes de poluição ©RIA SOPALA/PIXABAY

conhecidas para cada região do planeta. De acordo com o pesquisador Mário Moura, porta-voz do estudo, o mapa antecipa onde estão as espécies ainda não descritas pela ciência. A pesquisa

nisso, cientistas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) em parceria com a Universidade de Ya le, dos Est ados Unidos, desenvolveram um modelo que usa informações sobre a probabilidade de descoberta das espécies para gerar um mapa das re g i õ e s c om e s p é c i e s n ã o descobertas. Segundo o modelo, 60% das futuras descobertas devem ocorrer em orestas tropicais como Amazônia e Mata Atlântica. Os resultados estão em estudo publicado na revista “Nature Ecology and Evolution”. Utilizando bases de dados disponíveis on-line, os cientistas compilaram onze tip os de informações que potencialmente afetam a probabilidade de descoberta das espécies. No total, foram compilados dados para mais de 32 mil espécies de vertebrados terrestres, isto é, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Entre essas informações, está, por exemplo, o tamanho do corpo, condições climáticas onde a espécie ocorre e a quantidade de especialistas que estudam cada espécie. Com essas i n for m a ç õ e s e m m ã o s , o s cientistas mapearam o percentual de espécies

foi nanciada pela National S cience Foundation, Nasa, National Geographic e E. O. Wilson Biodiversity Foundation. Segundo o estudo, os países com maior quantidade de espécies não descritas são Brasil, Indonésia, Madagascar e Colômbia. Os quatro juntos somam 25% de todas as futuras descobertas de novas espécies. O Brasil sozinho possui cerca de 10% das futuras descobertas. “Quando as futuras descobertas são analisadas por tipo de animal, temos que 48% das novas descobertas serão de répteis (lagartixas, serpentes, lagartos),

©ALENKA SKVARC/UNSPLASH

Cerca de 1,5 milhão de espécies de seres vivos já foram mapeadas pela ciência em todo o planeta — e, de acordo com estimativa de pesquisadores, ainda há mais do que cinco vezes essa quantidade para ser descoberta. Pensando

30% de anfíbios (principalmente sapo, perereca, e rãs que ocorrem no chão de orestas), 15% de mamíferos (principalmente roedores e morcegos), e 6% de aves (pr incip a lmente aves canoras)”, destaca Mário Moura. No artigo, os pesquisadores apresentam um mapa das dez regiões com maior potencial para abrigar novas espécies no planeta. “Essas dez regiões englobam cerca de 70% de todas as espécies não descritas de v e r t e b r a d o s t e r r e s t r e s ”, acrescenta Moura. O estudo oferece um novo enfoque para as pesquisas em biodiversidade ao ranquear as regiões do planeta de acordo com o potencial de descoberta de n o v a s e s p é c i e s . “O n o s s o trabalho poderá orientar novas pesquisas em taxonomia, e acelerar o descobrimento de espécies”, explica Moura. Sem o descobrimento formal dessas espécies desconhecidas, o planejamento de conservação é efetuado de modo incompleto. “Espécies sem uma descrição formal não podem ser avaliadas e categorizadas com relação ao seu nível de ameaça. Para conservar, é preciso conhecer”, destaca o pesquisador.

material particulado em outras direção às regiões costeiras As partículas nas na fumaça do fontes de poluição, os povoadas, de acordo com os incêndio orestal são até 10 pesquisadores de niram pesquisadores. A mudança vezes mais prejudiciais aos pessoas suscetíveis à exposição a climática levou a atrasos no pulmões humanos do que a i nc ê nd i o s ore st ai s c omo início da estação chuvosa na poluição de outras fontes, como aqueles que vivem em áreas com região nos últimos anos, e isso o escapamento de um carro, ventos fortes de Santa Ana e fogo empurra a temporada de revelou uma análise do Scripps contra o vento. Eles também incêndios orestais para mais Institute, nos Estados Unidos. usaram dados de pluma de perto do pico dos ventos de Cada aumento de 10 fumaça do Sistema de Santa Ana no início do inverno, microgramas por metro cúbico Mapeamento de Perigos da disseram os pesquisadores. no material particulado — as YouTube,que nesta (07), àsOceânica 14 horas e Administração AlémDigital disso,no à medida as quarta-feira p aAr ttransmissão í c u l a s m i cserá r o s cno ó pcanal i c a s da Sedu Atmosférica Nacional. populações crescem e se perigosas encontradas na poeira, Cada aumento de 10 espalham para áreas pólen, fumaça e fuligem, microgramas por metro cúbico anteriormente não escapamento de automóveis e em PM2.5 atribuído a outras desenvolvidas, os riscos de emissões industriais — levaram fontes que não a fumaça de "ignições e impactos" de a um aumento de 1% nas incêndio aumentou as incêndios orestais e fumaça internações hospitalares por internações hospitalares aumentam para aqueles que problemas respiratórios. Níveis relacionadas à respiração em 1%, vivem no interior e a favor do mais altos de partículas na m o s t r a r a m o s d a d o s . No vento. fumaça de incêndio orestal, no entanto, o mesmo aumento, O material particulado, ou entanto, resultaram em um quando atribuído à fumaça de PM2.5, são as minúsculas aumento de 1,3% a 10% nas incêndio orestal, causou um partículas transportadas pelo ar hospitalizações por problemas aumento de 1,3% a 10% nas com di âmet ros de até 2,5 respiratórios. internações hospitalares por mícrons, cerca de 1/20 do de um Os resultados são baseados em problemas respiratórios. cabelo humano, que são o uma análise da poluição do ar Embora não exista consenso p r i n c i p a l c o mp o n e nt e d a por incêndios orestais e outras sobre por que o PM2.5 de fumaça de incêndios orestais e fontes no sul da Califórnia entre incêndio orestal é mais outras formas de poluição do ar. 1999 e 2012. A região continuou prejudicial aos humanos do que Essas partículas nas podem a ser atormentada por incêndios out ras fontes de p oluiç ão penetrar no trato respiratório orestais, devido, pelo menos particulada, os pesquisadores humano, entrar na corrente em parte, a uma longa seca. No disseram que as descobertas sanguínea e dani car órgãos sul da Califórnia, os ventos de deveriam levar os reguladores a vitais. Santa Ana provocam os reconsiderar os padrões para Para isolar PM2.5 produzido incêndios orestais mais graves e níveis aceitáveis de PM2.5. em incêndios orestais de tendem a soprar fumaça em

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COTIDIANO 15

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ANA LUCIA Ana Lucia Bernardo Cordeiro Professora

Solidariedade em qualquer estação O

©JAIR AMARAL/EM/DA PRESS

uma atitude tão nobre. Não sabemos o que nos reserva o amanhã, então, hoje é o dia. Solidariedade já! Importante: não doe roupas rasgadas, sujas ou manchadas ou que não tenham mais condições de uso. Procure doar roupas

lá pessoal,

"Quem tem fome, tem pressa", essa frase tornou-se um pedido de socorro do povo brasileiro. Nesse período de pandemia e lockdown, várias pessoas estão se mobilizando em prol das muitas famílias necessitadas. Conheci uma senhora que ajuda moradores de sua comunidade. Ela confeccionou um fogão a lenha para uso coletivo. O motivo, segundo ela, é o aumento exagerado no preço do gás de cozinha. Outros s e reuniram para preparar refeições para pessoas em situação de rua que, além de não terem moradia, também sofrem com a falta de alimentos. É grati cante ver a solidariedade do capixaba. Parabenizo a todos que vestiram a camisa da solidariedade.

Estamos no outono e o inverno está chegando e, com ele, as temperaturas mais baixas que maltratam quem vive nas ruas. Eles precisam de cobertores, roupas de frio, colchões, lençóis para terem o mínimo de aconchego nesta estação gelada.

Então, amigos, quem puder ajudar, com um pouco que seja, ajude. Procure locais onde as pessoas vivem nas ruas e doe o que você puder. Se cada um zer um pouco, no nal se tornará muito. O que não nos serve mais, com

apropriadas ao inverno. As roupas devem ser lavadas e preferencialmente acondicionadas em sacolas plásticas ou embalagem similar totalmente fechadas antes da doação.

certeza é e será muito útil a quem necessita. Reserve um tempo e olhe o seu guarda-roupas e doe o que não é mais útil para você e sua família. Tenha certeza que você se sentirá muito mais leve, com o coração tranquilo e orgulhoso(a) por

Marion Mahony: a primeira arquiteta do mundo Um dos maiores nomes da arquitetura mundial ela foi esquecida pela história ©MESSY NESSY CHIC

recebeu nenhuma atenção dos historiadores, morrendo como indigente em 1961. Ta l v e z a f o r m a ç ã o e a

©WARD W. WILLITS/REPRODUÇÃO

Nascida há 150 anos, Marion Mahony Griffin foi um dos maiores nomes da arquitetura mundial, além de ser a primeira

Aquarela de Marion mu l her a t rab a l har como arquiteta no mundo. Embora sua obra seja amplamente conhecida, principalmente na América e na Austrália, a mulher que executou todos os projetos e esboços geniais não

in uência recebidas da mãe, Clara, tenham dado a Marion a con ança necessária para se inscrever no curso de Arquitetura do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Ela acabou se tornando a

segunda mulher a receber um diploma nessa área. A primeira, Sophia Hayden, desistiu da carreira por frustração com o tratamento recebido em uma c o m u n i d a d e predominantemente masculina. Depois de formada, Marion Mahoney Griffin, viajou pela Europa e, ao retornar, abraçou a pro ssão, indo trabalhar no escritório de arquitetura de seus primos, onde foi contratada por um dos maiores arquitetos de todos os tempos, Frank Lloyd Wright, o criador da chamada arquitetura orgânica. Durante o tempo em que trabalhou para Lloyd Wright, Marion realizou algumas das melhores representações arquitetônicas já produzidas. No entanto, só recentemente seus trabalhos, sempre atribuídos exclusivamente ao premiado arquiteto, foram reconhecidos pelos historiadores atuais, c ompre e n d e n d o c e rc a d e metade dos desenhos creditados a Lloyd Wright. Depois que o arquiteto deixou inesperadamente a esposa e o escritório, e mudou-se para a

Europa em 1909, Marion cou meio sem rumo, até se casar, dois anos depois, com o arquiteto Walter Burley Griffin, cando mais uma vez à sombra do pro ssional masculino, chegando a citar que estava feliz por ser a “escrava útil” do marido. Em 1912, por insistência de Marion, Walter concordou em entrar em um concurso que

buscava arquitetos para projetar a nova capital da Austrália, Camberra. O estilo típico das representações de Marion, que incorporaram a paisagem do país, são um dos maiores exemplos da arquitetura de Camberra e outras cidades australianas. Mais uma vez, essa contribuição crucial só foi reconhecida tardiamente pela mídia local.


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Proporção de brasileiros com demência mais que dobra em 30 anos Pacientes com Alzheimer relatam ter pior qualidade de vida no âmbito físico e emocional ©ISTOCK

Um estudo epidemiológico revela cenário preocupante de crescimento no número de casos e taxas de mortalidade atribuídas às demências no Brasil. Em três décadas, a proporção de pessoas com demência e a taxa de mortalidade associada a essa condição aumentou em mais de duas vezes no país. Até 2050, a d o e n ç a d e A l z h e i m e r, responsável por sete em dez casos de demência, pode quadruplicar na população brasileira se medidas efetivas de prevenção não forem adotadas. As observações são de pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Universidade de

Queensland, na Austrália, em artigo publicado na revista "Revista Brasileira de Epidemiologia". Os dados são de pesquisa domiciliar do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil) realizada em 2015 e 2016 com aplicação de questionário a 9.412 adultos a partir de 50 anos. O questionário contemplou questões sociodemográ cas, como sexo, etnia, renda e nível de educação, questões clínicas, re l a c i on a d a s a a c e s s o a o s serviços de saúde, e comportamentais, como p e rc e p ç ã o ge r a l d e s aú d e, qualidade de sono e grau de interação social. A análise dos

dados mostra que a proporção de pessoas com Alzheimer no Brasil aumentou 127% em três décadas. Pioneiro em descrever o per l s o c i o e c o n ô m i c o , comportamental e clínico de pessoas com doença de Alzheimer no país, o trabalho mostra que é menor a chance de pessoas negras serem diagnosticadas com a doença e é mais comum a amostra de pacientes ser representada por aposentados ou desempregados. Os pacientes com essa doença são mais propensos a ter mais

consultas com clínico geral e sofrem mais quedas. Também é maior a frequência e a duração de hospitalizações quando comparado aos participantes sem a doença. Por sua vez, eles são menos propensos a fazer exames oalmológicos regulares e a visitar um dentista. Os pacientes com Alzheimer ouvidos na pesquisa relatam ter pior qualidade de vida no âmbito físico e emocional, sofrendo mais com quadros de s olidão, depressão e tristeza. "Dois em cada três idosos relataram que se

sentiam deprimidos ou tristes na maior parte do tempo", destaca Natan Feter, um dos autores do estudo, pesquisador da Universidade de Queensland e da UFPel. O trabalho revela também que os pacientes com Alzheimer têm maior probabilidade de serem diagnosticados com diabetes, depressão, doença de Parkinson e acidente vascular cerebral em comparação com adultos mais velhos sem diagnóstico da doença. "No geral, eles apresentam uma pior saúde física

e mental e, como consequência, uma deterioração da qualidade de vida. Há também maior iniquidade no acesso a medicamentos e diagnóstico precoce de doenças. Esperamos que os gestores, políticos e pro ssionais da saúde possam usar essas informações para ajudar a melhorar a qualidade de vida de pessoas com doença de Alzheimer no Brasil", deseja Feter. O envelhecimento é um fato de risco importante para a doença de Alzheimer. No estudo, a probabilidade de diagnóstico médico da doença na amostra estudada aumenta 11% para cada ano aumentado com o envel he cimento. O des a o coletivo de enfrentamento da doença é ainda maior, visto que a população brasileira com 60 anos ou mais aumentará em 284,2% de 2000 a 2050, segundo o Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (IBGE). Para enfrentar o cenário, segundo os pesquisadores, será preciso investir no cuidado interdisciplinar para atenuar a frequência e intensidade dos sintomas dos pacientes, reduzir a necessidade de hospitalização e melhorar a qualidade de vida do paciente e dos cuidadores.

Pesquisadores estudam Gato-maracajá o “silêncio dos oceanos” causado pela pandemia

O gato-maracajá é um felino pintado de pequeno porte que vive na orestas tropicais, mais especicamente, na América Central e na América do Sul ©YOUTUBE

©DIVULGAÇÃO/ALAMY

Cientistas oceânicos de todo o mundo estão estudando o “momento único” de silêncio criado pela pandemia. Os pesquisadores chamaram seu vasto experimento de escuta: O ano do oceano tranquilo. “O bloqueio retardou o transporte global em uma escala que de outra forma seria impossível”, explicou o professor Peter Tyack, da Universidade de St. Andrews, à BBC. Os cientistas planejam ouvir a paisagem sonora do oceano antes, durante e depois do lockdown. Eles identi caram 200 hidrofones oceânicos — microfones subaquáticos que já estão instalados ao redor do oceano global. “Portanto, a ideia é usá-los para medir as mudanças no ruído e como elas afetam a vida marinha — como chamar baleias ou peixes em coro”, disse o professor Tyack. “Assim como as pessoas e as cidades podem ter notado que, com muito menos ruído do tráfego e atividade humana,

você ouve mais o canto dos pássaros ou talvez veja mais animais selvagens em seu próprio ambiente, precisamos de maneiras de monitorar isso no oceano”. O objetivo não é apenas me dir como a p andemi a mudou brevemente a paisagem s onora do o ce ano, mas aproveitar a oportunidade para descobrir como décadas de aumento do ruído do oceano afetaram a vida marinha. Combinado com outros métodos, como marcação de animais, os pesquisadores esperam que isso revele até que ponto o ruído nos “mares do

Antropoceno” afeta a vida nas profundezas. O propósito não é apenas veri car o efeito breve da pandemia sobre a acústica dos oceanos, mas aproveitar a oportunidade para avaliar como décadas de escalada na poluição sonora impactou o ecossistema marinho. C ombinado com outros mé to d o s , c omo o monitoramento de animais com sensores, os pesquisadores esperam que o estudo revele até que ponto o ruído nos “mares do Antropoceno” afeta a vida nas profundezas.

O gato-maracajá é um felino pintado de pequeno porte que vive na orestas tropicais, mais especi camente, na América Central e na América do Sul. Esse animal pertence à família da felidae. Ele está relacionado a outros felinos e é descendente de um ancestral recente em comum. O gato maracajá apresenta a cauda mais longa do que seus membros posteriores. Para seu sustento ele procura alimento, principalmente em árvores. Dentro de suas habilidades, o felino pode caminhar nas ponta dos galhos dos arbustos. Ele também possui uma impressionante capacidade para saltar e suas garras são proporcionalmente mais longas do que as da jaguatirica.

Além disso, o gato-maracajá é o único felino da América cujas articulações giram o su ciente para car de cabeça para baixo em árvores com as patas voltadas para o tronco, como um esquilo.

Seu período de gestação é de 81 a 84 dias, podendo assim, sobreviver cerca de 13 anos. No Brasil ele pode ser encontrado com mais frequência na Floresta Amazônica.


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