ANO XI - Nº 420
Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia
29 DE ABRIL A 06 DE MAIO/2021 SERRA/ES
Distribuição Gratuita
©TACARIJUS/WIKIMEDIA/CC 3.0
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
8 Que tal variar o tradicional cafezinho e preparar um delicioso café com doce de leite? Pág. 8
JORGE PACHECO
8 Crimes não foram anulados, diz Mourão sobre Lula Pág. 5
ANA MARIA IENCARELLI
8 Qual a justi cativa de se afastar uma mãe, sonegar os cuidados maternos à Criança, que sabemos de suma importância? Pág. 10
HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 Litoral de Fundão vira
rota do surfe e recebe amantes do esporte de todo o País Pág. 12
NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA
8 Para o bem da sua memória memória coloque afeto e atenção em tudo aquilo que você faz Pág. 11
Mapeamento identifica potencial de espécies da Caatinga
FOTOS DE DUNAS COLORIDAS DE MARTE SÃO DIVULGADAS PELA NASA Pág. 16
FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC
Levantamento realizado pela Fiocruz, em parceria com Ministério da Agricultura, identificou 26 produtos da biodiversidade brasileira com potencial de mercado e de fomento às comunidades tradicionais Pág. 2
Sistema de agendamento on-line DE VACINAÇÃOda Serra não funciona Adultos mais velhos Monumento Natural Frade e a Freira podem ser mais focados e menos denomina nova rota turística
Escola estadual, gestão particular: Minas testa nova forma de parceria Pág. 4
Como cientistas encontraram Nemo, a mais nova aranha dançarina da Austrália
Pág. 12
ansiosos, diz estudo
©JOSEPH SCHUBERT
Aranha-pavão
©YURI BARICHIVICH
O aracnídeo, que leva o nome do peixe-palhaço do desenho animado, é a grande novidade de uma onda de descobertas de aranhas-pavão Pág. 7
©ISTOCK
Adultos mais velhos parecem mitigar aspectos negativos do declínio cognitivo criando estratégias eficientes para manter o foco, revela pesquisa Pág. 11
O local é considerado um cartão-postal do Espírito Santo e atrai muitas pessoas que procuram a região para a contemplação da natureza e a prática de escalada esportiva Pág. 14
Mistérios de pergaminho de Isaías começam a ser decodificados por pesquisa Pág. 7
2 MEIO AMBIENTE
29 DE ABRIL A 06 DE MAIO/2021
Mapeamento de plantas brasileiras identi ica potencial de espécies da Caatinga Levantamento realizado pela Fiocruz, em parceria com Ministério da Agricultura, identificou 26 produtos da biodiversidade brasileira com potencial de mercado e de fomento às comunidades tradicionais ©TACARIJUS/WIKIMEDIA/CC 3.0
Dia 28 de abril é celebrado o Dia Nacional da Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro. Em homenagem à data, pesquisadores responsáveis por um mapeamento pioneiro de 26 produtos com potencial de mercado que têm como matériaprima espécies vegetais da ora brasileira, destacaram três espécies vegetais da Caatinga. O levantamento das cadeias de valor em plantas medicinais, aromáticas, condimentares e alimentícias do Brasil é parte do projeto ArticulaFito, executado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o Ministério da Agricultura, Pe c u ár i a e Ab a s t e c i m e nt o (Mapa). Entre os destaques 'caatingueiros' estão o extrato de melão-de-são-caetano, extrato de arnica e cera de carnaúba, espécies com papel promissor para o mercado de cosméticos naturais. O ArticulaFito tem como objetivo estabelecer estratégias de governança entre os diferentes atores de cada uma das cadeias de valor, entre eles os tomadores de decisão; identi car os desa os; fornecer capacitação e apoio técnico aos empreendimentos;
promover a conservação e o uso sustentável dos recursos; v a l o r i z a r a s c o mu n i d a d e s tradicionais e os agricultores familiares; assim como os saberes e usos tradicionais. “ Po r t e r e m a g r i c u l t o r e s familiares e povos e comunidades tradicionais em suas bases produtivas, essas cadeias agregam valores étnicos, históricos, sociais, culturais e ambientais aos seus produtos. Assim, o fortalecimento das cadeias de valor de produtos da sociobiodiversidade representa grande oportunidade para o desenvolvimento econômico local, a partir de ações que integrem produção sustentável e geraç ão de rend a, a li ando conservação da biodiversidade e empoderamento social das populações extrativistas e dos agricultores familiares”, explica a coordenadora técnica e executiva do Ar t ic u laFito, Jos e ane Carvalho Costa, pesquisadora da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). No caso das plantas da Caatinga, por exemplo, um dos desa os identi cados na cadeia produtiva da cera de carnaúba (Copernicia prunifera) é que
A carnaúba, da qual se extrai uma cera, é uma das espécies da Caatinga com potencial econômico
atualmente 80% da produção é vendida como matéria-prima para o mercado externo e retorna em produtos com alto valor agregado para o consumidor brasileiro, além de não trazer retorno nanceiro justo para as comunidades tradicionais. “ Um g r a n d e d e s a o é a repartição justa e equitativa dos benefícios adquiridos a partir de produtos da sociobiodiversidade, uma vez que grande parte do
Camaleão Furcifer labordi
lucro obtido com essas atividades não retorna para as comunidades tradicionais e os agricultores familiares que estão na base produtiva”, pontua Joseane. Na cadeia do melão-de-sãocaetano (Momordica charantia), a pesquisadora conta que é preciso estabelecer preços justos entre os diversos elos da cadeia produtiva e promover a valorização das nalidades medicinais da espécie, que vem
sendo cada vez mais estudada. “O mapeamento indica que há oportunidades para ampliar a produção, a comercialização e trazer benefícios diretos para a comunidade. Está em sua visão de futuro ingressar no mercado de tocosméticos (sabonetes sólidos e líquidos, shampoos, géis e cremes, etc.) e no de toterápicos (emulsões, pomadas e géis)”, descreve a pesquisadora.
A extração de arnica (Arnica montana e/ou Solidago Virgaurea) é um bom exemplo qu e j á ge r a re nd a p ar a as comunidades produtoras, apesar de existir um potencial ainda maior de ganho, a partir de uma melhor articulação entre empresas e comunidades, e de uma estr uturação just a de repartição dos benefícios oriundos da venda dos produtos nais. O levantamento foi feito junto com agricultores familiares, extrativistas, representantes da indústria, do comércio e de instituições públicas, além da equipe técnica do ArticulaFito, e percorreu sete estados brasileiros: Rio Grande do Norte, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Tocantins, Amapá e Pará. No t ot a l , o m ap e am e nt o realizado pelo ArticulaFito identi cou 26 produtos da biodiversidade brasileira — oriundos da Amazônia, da Caatinga, da Mata Atlântica e do Cerrado — com potencial de mercado, são chás, colírios, repelentes, hidratantes e até azeites para uso na gastronomia.
Filhotes gêmeos de anta são descobertos pela 1ª vez na natureza que registrou as antas gêmeas por um equipamento fotográ co instalado na reserva. A con rmação só foi possível em janeiro deste ano, depois de outros registros em imagem e observação direta, ou seja, vendo os animais presencialmente. “[A con rmação dos animais
©GABRIEL MARCHI
Dois lhotes gêmeos de anta ( Tapi r us te r re st r is ) for am registrados pela primeira na história em seu habitat natural. A descoberta da espécie, ameaçada de extinção, aconteceu na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Trápaga, em São Miguel Arcanjo
(SP). Inicialmente, os animais foram vistos por um grupo de cinco pesquisadores do Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar, em dezembro do ano passado, por meio de um vídeo
gêmeos foi possível] primeiro pela idade: os três indivíduos são nitidamente uma fêmea adulta e d oi s j ov e n s . Ao l on g o d o m o n i t o r a m e nt o, p u d e m o s observar que os jovens passavam boa parte do tempo com a fêmea
adulta. Segundo: pelo tempo de gestação da anta (13 meses) e tamanho igual dos dois jovens, é impossível que sejam lhos de gerações diferentes”, explicou a coordenadora executiva do Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar, Mariana Landis. A pesquisadora explicou ainda que, quando nascem, os lhotes dependem da mãe por um longo período até começarem a se distanciar dela, o que ocorre a partir dos 15 meses de idade. Esses animais ainda permanecem nas imediações até começarem a explorar locais mais distantes e estabelecerem seu próprio território. “Nós identi camos essa unidade familiar nesse período em que eles ainda estavam muito próximos da mãe, saindo algumas vezes para explorar o território. Esse tipo de diagnóstico é possível com base no amplo conhecimento que as
pesquisas ecológicas e c omp or t ame nt ai s t r a z e m”, acrescentou Mariana. Para assegurar que se tratava de animais gêmeos, os pesquisadores utilizaram marcas naturais para identi car cada indivíduo. Um dos lhotes, por exemplo, tem um pequeno corte na orelha, o outro tem uma protuberância no nariz. Outras características ajudam nessa identi cação: formato e tamanho de cauda, cor do pelo, formato corporal, tamanho e formato da genitália, tamanho de cabeça, presença de pintas brancas nas pernas e barriga,
cicatrizes. De acordo com o Instituto Manacá, os lhotes já têm cerca de um ano e meio. A surpresa para os especialistas é que, evolutivamente, a anta tem o corpo preparado para gerar apenas um lhote. Embora as a n t a s d a e s p é c i e Ta p i r u s terrestris sejam os maiores mamíferos terrestres da fauna silvestre da América Latina, as fêmeas só geram um lhote por gestação, que nasce com cerca de seis quilos, após 13 meses. Segundo os pesquisadores, na Mata Atlântica, bioma onde ocorreu o registro, é um grande
desa o um lhote de anta resistir diante do ciclo da própria natureza. Entre os fatores estão a ameaça humana, o desmatamento, os atropelamentos, as perseguições de cães domésticos e as atividades de caça. Apesar da descoberta de antas gêmeas em habitat natural, o reg ist ro não é iné dito em cativeiro no Brasil. Nesses locais, os animais têm o suporte de pro ssionais para garantir o sucesso do nascimento e desenvolvimento dos lhotes.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES
Filiado ao Sindijores
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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"
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Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores
CULTURA 3
29 DE ABRIL A 06 DE MAIO/2021
A inacreditável falta Obra do dramaturgo
de higiene no Brasil do Oduvaldo Vianna Filho chega às século 19 Um observador inglês registrou o hábito dos brasileiros de comerem com os dedos e urinar em público ©WEBERSON SANTIAGO/AVENTURAS NA HISTÓRIA
livrarias
Escrita originalmente em 1970, a obra “Corpo a corpo” aborda as profundas relações e questões humanas ©WIKIMEDIA COMMONS
FOTO: REPRODUÇÃO
N
inguém mais come com as mãos, arrota, defeca ou urina em público. Porém, as práticas em torno das necessidades fisiológicas percorreram uma longa estrada antes de serem adotadas. A palavra higiene, por exemplo, não constava dos dicionários do século 19, momento em que viajantes estrangeiros passaram pelo Brasil. Mas nem por isso o tema lhes escapou. Segundo eles, as casas eram “r e p u g n a n t e m e n t e s u j a s”. Raramente o interior era limpo. Água no chão? Nunca. A fim de deixar os quartos toleráveis e expulsar o mau cheiro, costumava-se queimar plantas odoríferas, que serviam também para espantar mosquitos, baratas e outras imundícies. Penicos estavam em toda a parte e seu conteúdo fresco ia para as ruas e praias. O comerciante inglês John Luccock, em 1808, queixava-se que, entre a s p i o r e s i n c o nv e n i ê n c i a s domésticas, havia certa “tina destinada a receber todas as imundícies da casa, que, nalguns casos, é levada e esvaziada diariamente, noutros, somente
uma vez por semana, porém sempre carregado, já sobremodo insuportável”. O hábito de despir-se era também observado na hora das refeições: os homens tiravam sapatos, meias e outras “peças que o calor tornasse opressivas, guardando apenas o traje que a decência requer”, reportou Luccock. “Comem muito e com grande avidez. A altura da mesa faz com que o prato chegue ao nível do queixo; cada qual espalha seus cotovelos ao redor e colocando o pulso junto à beirada do prato, faz com que por meio de um movimento hábil, o conteúdo todo se lhe despeje na boca. “Os dedos são usados com tanta frequência quanto o próprio garfo”. Luccock dizia que as abluções não eram apreciadas. “Os pés são geralmente a parte mais limpa das pessoas. Os rostos, mãos, braços, peitos e pernas que, todos eles andam muito expostos em ambos os sexos, raramente recebem a bênção de uma lavada”. Tal sujeira causava doenças de pele. Em correspondência com familiares em Portugal, o vice-rei, marquês de L avradio, s e vangloriava da saúde,
acrescentando que “conserva-se bem sem sarnas, nem perebas, moléstia que aqui padecem todos”. Outra praga eram os piolhos. Catá-los era prática que reunia alegremente as pessoas, mas estrangeiros a consideravam “repugnante”. Defecar e urinar em público, expondo as partes íntimas, chocava. Mas o exemplo vinha “de cima”. Eduardo Theodor Boesche, cadete de cavalaria, com quartel na Praia Vermelha, assistiu a uma cena cujo protagonista foi o imperador dom Pedro I: “O vi uma vez trepar ao muro da for taleza para satisfazer uma necessidade natural e, nesta atitude altamente indecorosa, assistir ao desfile de um batalhão em continência. Tal espetáculo deixou atônitos a todos os soldados alemães, mas o imperial ator conser vou inalterável a calma”. Até o começo do século 19, “da higiene pública incumbiam-se as águas da chuva, os raios de sol e os urubus”, resumiu o historiador Capistrano de Abreu. As relações com a higiene e o pudor refletem como o processo civilizatório modelou gradualmente os usos e as sensações corporais. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)
Foto Antiga do ES GESSIMAR MACHADO/ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (BR), MEMÓRIA/FACEBOOK
NOVA ALMEIDA, SERRA/ES — 1945
O mais novo lançamento da Editora Temporal, “Corpo a c o r p o ”, d o d r a m a t u r g o Oduvaldo Vianna Filho, foi escrito originalmente em 1970. A obra apresenta reflexões profundas sobre o ser humano, como o sentimento de s olidariedade, ambição, liberdade e relação monogâmica. Nascido em 1936, no Rio de Janeiro, Oduvaldo Vianna Filho sempre esteve ligado ao ativismo político. Sob influência de seus pais, ainda na adolescência i n g r e s s o u n o m o v i m e nt o estudantil. Já no campo artístico, o dramaturgo sonhava com um teatro empenhado na transformação da sociedade. Com o Golpe de 64, o ator viu boa parte dos projetos culturais
da época serem cancelados ou censurados. Embora tivesse sido contemplado com prêmios do concurso de dramaturgia do Serviço Nacional de Teatro, o artista não pôde concluir a grande maioria de suas obras, devido à censura estabelecida pelos militares. In f e l i z m e nt e , O d u v a l d o Vianna Filho veio a óbito em 16 de julho de 1974, aos 38 anos de idade, vítima de um grave câncer de pulmão. Sua perda foi inestimável para a arte brasileira. Contudo, o dramaturgo deixou um grande legado na cultura nacional. Devido a importância histórica e artística do profissional, a Editora Temporal lançou a ilustre obra “Corpo a corpo”, escrita por Oduvaldo
Vianna Filho. A obra apresenta um protagonista dividido entre valores éticos e políticos e a pressão (ou tentação) de seguir questões supérfluas. “Neste sentido, Corpo a corpo não é uma experiência formal nova. É tradicional. Mas a sensação de ir descamando a realidade, de ir tirando pedaços e pedaços de sua superfície para chegar mais e mais até a sua intimidade, seus núcleos, foi o meu propósito. A tonteira da razão. O nunca acabar de relações que dão ao indivíduo, tiram-lhe a razão, formam novas sínteses, desbordam de novo. Uma sanfona de Luiz Gonzaga, esticando, tocando, tocando sempre”, disse Oduvaldo Vianna Filho, em vida. LUCIANO DANIEL
Livro de educação infantil apresenta plantas e bichos dos campos rupestres A publicação é parte do O s c a mp o s r up e s t re s s ã o ambientes particulares e p r o j e t o d e e c o l o g i a e riquíssimos em biodiversidade, recuperação da coroa-de-ita mas ilustres desconhecidos da (Uebelmannia buiningii), cacto maior parte das pessoas, que r a r o e a m e a ç a d o c o m dirá d as cr i anç as. C om o distribuição restrita aos campos ©TWITTER IEB objetivo de apresentar a criançada às plantas e aos animais que ocorrem neste ecossistema dentro do Parque Estadual da Serra Negra, em Minas Gerais, pesquisadores deram luz ao livro “Colorindo os campos rupestres”. A publicação é a primeira de uma série direcionada à educação rupestres do município de infantil e alfabetização ecológica Itamarandiba. A iniciativa é e será distribuída na rede de executada pelo Instituto Jurumi ensino do município mineiro de em parceria com o ICMBio, It amarandib a, v izin ho do Embrapa-Cenargen e o Parque parque. O livro também está Estadual Serra Negra. disponível gratuitamente on“Esperamos fortalecer as line para quem quiser baixar e escolas e as crianças em relação imprimir por conta própria. ao conhecimento da
biodiversidade local e a fauna, mas também chamar a atenção para a proteção do Parque Estadual Serra Negra. Logo, a comunidade, nesse contexto, deve ser inserida em todo o p r o c e s s o d e conservação dessa área”, diz Suelma Ribeiro, ecóloga e uma das autoras da obra. Além de conhecer e colorir figuras como o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e o pau-santo, as crianças também terão espaço para desenhar e reproduzir as características das espécies retratadas no livro. A obra, lançada pela Editora Mil Folhas, contou com apoio do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF) e do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB).
4 EDUCAÇÃO
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Escola estadual, gestão particular: Minas testa nova forma de parceria ©JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A PRESS
O governo de Minas aposta em nova fórmula para tentar reduzir a evasão escolar, melhorar os índices de aprovação, avançar nas avaliações externas de desempenho de estudantes e na qualidade no ensino médio nas escolas estaduais. No modelo, o poder público cede lugar da gestão administrativa e pedagógica a parceiro encarregado de “oxigenar” metodologias e abrir portas a experiências criativas e inovadoras. Com inspiração em modelo internacional, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) lançou os editais do Semear, projeto-piloto para gestão compartilhada de três escolas de Belo Horizonte e região metropolitana que vai atender a aproximadamente 2,2 mil alunos. As bases do programa estão publicadas no diário o cial do estado. São três editais de chamamento público (um por escola) voltados a organizações da sociedade civil sem ns lucrativos. Elas terão autonomia na condução das instituições, que atendem exclusivamente ao ensino médio e continuarão sob o guarda-chuva institucional do estado. Na capital, farão parte desse piloto duas escolas estaduais, ambas na Região da Pampulha. Na Grande BH, a escolhida é a Escola Estadual Coronel Adelino Castelo Branco, no Centro de Sabará. No plano pedagógico, as organizações têm exibilidade para apresentar propostas de formação, uma das bases do currículo do novo ensino médio — o currículo, aliás, é obrigatoriamente o de referência no estado, homologado pelo Conselho Estadual de Educação para todas as redes de ensino em Minas. No campo administrativo, a primeira mudança remonta à composição do corpo docente.
Professores não serão mais ser vidores do estado ou designados, mas contratados em re g i me d e C LT p el as organizações aprovadas no processo. Os integrantes do quadro efetivo do estado serão remanejados para escolas do e ntor no. D i re tore s , v i c e e secretários escolares serão os únicos servidores públicos a atuar nas três escolas, mas, embora na folha de pagamento da secretaria, cará a cargo das organizações a escolha deles. Pelo edital, as organizações têm até 16 de junho para apresentar propostas de indicadores de qu a l i d a d e d e e du c a ç ã o. A expectativa é que a parceria seja assinada no m de julho, para que, já no segundo semestre, as escolhidas comecem a atuar. Para garantir o m do ano letivo e a transição ao mo delo, as alterações no corpo docente só ocorrerão no início de 2022. Até o m do ano, serão mantidas as lot açõ es de conc urs ados e designados e a folha de pagamento será ainda de responsabilidade do estado. A escolha das organizações levará em conta suas experiências na área de educação, tempo de atuação, quali cação da equipe e experiência no
manejo de recursos dessa monta. Contará ainda a possibilidade de trazer inovações e parceiros e, o mais importante, a proposta pedagógica. “Vamos analisar as metas de redução de abandono e repetência, aumento de aprov a ç ã o, i nd i c a d ore s d e aprendizagem a partir das metas que temos e também o âmbito da inovação”, a rma a secretária de E st ado de E duc aç ão, Jú li a Sant'Anna. O projeto Somar tem como inspiração as escolas charter, nos Estados Unidos: instituições mantidas com recurso estatal ou federal, mas com contrato para gestão privada feita por comunidades ou organizações sociais. Embora caminhem como colégios privados, continuam sendo públicos. Júlia Sant'Anna ressalta que não há terceirização no modelo mineiro: continuam s endo es col as do est ado, seguindo calendário da secretaria e com obrigação das avaliações externas de níveis de desempenho, como a Avaliação da Rede Pública de Educação B ásic a (Pro eb), de âmbito estadual, e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), aplicado em nível nacional. As escolas continuarão sendo acompanhadas pelos
super visores escolares — inclusive na busca ativa de estudantes que tenham abandonado as salas de aula. “Há sinalização de resultados muito positivos internacionais, mas não f o i t e s t a d o a q u i . Te m o s experiência na terceirização do serviço de infraestrutura e na parceria uida com creches conveniadas, mas nada parecido com o que estamos fazendo, que é muito novo”, a rma. As despesas com o Semear vão girar em torno de R$ 5 mil por a l u n o a o a n o. E m b o r a s e aproximem dos valores do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Pro ssionais da Educação (Fundeb), a secretária garante que não se toca nessa rubrica. “O projeto será custeado c o m r e c u r s o s d o Te s o u r o estadual, já assegurados. Não é dinheiro do Fundeb e não queremos economizar, mas manter padrões de despesas e promover aproximação com os investimentos atuais”, explica Júlia. Os repasses às organizações selecionadas serão feitos considerando as propostas de indicadores de qualidade. O primeiro se dará no segundo
semestre, referente à manutenção de infraestrutura — 20% do valor total, uma vez que a folha de pagamento de funcionários estará ainda com o estado. O segundo repasse será feito em dezembro, depois da conclusão d o pro c e ss o p e d agó g i c o e contratação de pro ssionais. Em 2022, entram avaliações das metas de aprendizagem. A expectativa é de redução de evasão, aumento da permanência e melhoria pedagógica já nos pr i me i ro s bi me st re s . Jú l i a Sant'Anna avisa que qualquer expansão do projeto depende dos resultados dessa etapa inicial. O modelo é inédito em Minas, mas há algumas pistas do que pode se tornar ou onde poderá chegar. Em termos de avanços pedagógicos e de desempenho, a expectativa é de que a novidade de gestão compartilhada gere resultados próximos à experiência da Escola Estadual Cidade dos Meninos. Ela é mantida pelo governo, dentro da Cidade dos Meninos São Vicente de Paulo, em Ribeirão das Neves (Grande BH), mas sob a tutela do Sistema Divina Providência. Com um programa que privilegia arte, cultura, esporte e ensino pro ssionalizante, passou de 4,2 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2017 para 4,9 na avaliação de 2019 — 0,7 a mais que a média do estado. Mas, para chegar lá os desa os são grandes. As escolas, escolhidas a dedo, têm em comum resultados negativos em pontos-chave do processo de ensino e aprendizagem. A E s t a du a l C oron e l Ad e l i n o Castelo Branco, em Sabará, na Região Metropolitana de Belo
Horizonte, tem 497 estudantes no ensino médio e teve queda no Ideb entre 2019 e 2017 — passou de 3,6 para 3,5. “Em um cenário de ascensão de Minas, quando temos nosso melhor Ideb como rede, o da escola caiu”, comenta Júlia. A taxa de abandono também chama a atenção: 10,6%, o dobro da média estadual (5,6%), em 2019. A Es cola Est adua l Mar ia Andrade Resende, no Bairro Enseada das Garças, na Região da Pampulha, em BH, teve uma taxa de reprovação superior à média estadual (15,6%, contra 11,9%). E nem registrou Ideb nesses dois últimos anos da avaliação. Isso quer dizer que menos de 80% de seus 778 alunos zeram as provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), indo na c ont r amã o d o e st a d o, qu e registrou alta de 23% na participação. A nota do Ideb, que entre outros itens avalia a pro ciência em português e matemática, é calculada a partir dos dados sobre aprovação es col ar, obt idos no C ens o Escolar, e das médias no Saeb. No bairro Ouro Preto, também na Pampu l ha , a Fr anc is c o Menezes Filho teve nota 3,4 no Ideb em 2017 (mesma pontuação da rede estadual em 2005). Impressionam os índices de reprovação do colégio de 946 estudantes do ensino médio: 22,8%, além de taxa de abandono na casa de 7%. “Tivemos o cuidado de veri car cenários em que se precisava de ganhos expressivos. É muito difícil p e ns ar qu e p o d e m o s c ar satisfeitos com a qualidade que está sendo oferecida”, destaca a secretária de Estado de Educação, Júlia Sant'Anna.
Educação de Vitória adquire equipamento inovador para estimular criatividade nos estudantes O nome não é muito comum. Você já ouviu falar de uma máquina chamada Router CNC? No universo da marcenaria, a tupia acionada por comando numérico computadorizado ( C NC ) é u m e qu ip ame nto indispensável. Agora, a Router CNC também possibilitará o desenvolvimento de diferentes atividades pedagógicas e será usada por estudantes da rede municipal de ensino de Vitória. Dando continuidade à agenda de melhorias, reformas e mo dernização dos espaços escolares da capital, a Secretaria Municipal de Educação (Seme) adquiriu esse equipamento inovador. A Router CNC é uma
máquina fresadora, que permite usar madeira para fazer modelagem, maquetes, criação de modelos e peças de design. O objetivo é que ela seja utilizada tanto em atividades pedagógicas quanto no desenvolvimento de projetos de prototipagem que possam estimular o empreendedorismo e a criatividade dos estudantes de Vitória. A Router CNC é uma máquina de grande p or te, capaz de modelar chapas inteiras de compensado, possibilitando a c o n s t r u ç ã o, i n c l u s i v e , d e mobiliário. O equipamento fará parte do acervo da Escola de Inovação, no Parque Moscoso,
que é um dos Centros de Ciência, Educação e Cultura (CCEC) do
e nt r e g u e à u n i d a d e n e s t a segunda-feira (19). ©GENILDO RONCHI
município. A fresadora foi
A Escola de Inovação já conta
com seis impressoras 3D, com as q u a i s v e m d e s e nv o l v e n d o o cinas pedagógicas de modelagem 3D com estudantes da rede de ensino de Vitória. A diretora dos CCEC, Patrícia Piana, destacou o ganho pedagógico que o novo equipamento trará para os estudantes. "No aspecto pedagógico, esses equipamentos têm um gigantesco potencial no estímulo à criatividade e à capacidade de resolver problemas, na medida em que são utilizados para construir objetos produzidos digitalmente p elos própr ios a lunos, em sowares especí cos. Além disso, o processo de criação de
peças estimula habilidades artísticas e noções de proporção e geometria", pontuou. "Acima de tudo, essa forma de trabalho pedagógico desperta a curiosidade e o gosto dos alunos por ciência, arte e matemática, reforçando laços com a escola e resgatando o prazer em aprender", completou a diretora. A Escola de Inovação terá o apoio da Gerência de Formação e Desenvolvimento da Educação, da Seme, para estabelecer um calendário de ações formativas para utilização do novo equipamento, que serão amplamente divulgadas para todas as 102 unidades de ensino de Vitória.
POLÍTICA 5
29 DE ABRIL A 06 DE MAIO/2021
Jorge
Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista
Pacheco
jorgepachecoindio@hotmail.com
“Ele subiu o morro sem gravata//Dizendo que gostava da raça//Foi lá na tendinha//Bebeu cachaça//E até bagulho fumou//Jantou no meu barracão//E lá usou//Lata de goiabada como prato//Eu logo percebi//É mais um candidato//Para a próxima eleição//É, ele fez questão de beber água da chuva//Foi lá no terreiro pedir ajuda//E bateu cabeça no gongá//Mais ele não se deu bem//Porque o guia que estava incorporado//Disse: esse político é safado//Cuidado na hora de votar!//Também : Meu irmão se liga no que eu vou lhe dizer///Hoje, ele pede seu voto//Amanhã, manda a polícia lhe bater//Meu irmão, se liga no que eu vou lhe dizer//Hoje, ele pede seu voto//Amanhã manda, os homens lhe prender//Hoje, ele pede o seu voto //Amanhã, manda a polícia lhe bater”, Bezerra da Silva
©ISAC NÓBREGA/PR
sendo mais racional com vocês", apontou. "A gente está fazendo tudo. Eu acho que ninguém está com saudade do PT, não, né? Lembra do abril vermelho? Essa história toda lá? Como é que a gente acaba com isso? Tirando dinheiro dos caras. Os caras pegavam dinheiro via ONG. Dinheiro público. Agora, levo porrada o tempo todo", acrescentou. Ele citou a Venezuela como exemplo de país autoritário e disparou novos comentários ao PT. "Pessoal, estuda aí. A Venezuela todo mundo sabe como está, né? Só um milagre para voltar o que era antes. Um país riquíssimo. Vê como estão os outros países da América do Sul. Q uando começam ess es regimes autoritários aí... Aquela política... Até tem uma passagem bíblica, se não me engano, quando Jesus dividiu o pão. Depois ele deu uma desaparecidinha, né. Depois o povo foi atrás. Foi atrás de Jesus, para quê? Para mais benefícios pessoais. Fizeram a ligação com o PT dando bolsa isso, bolsa aquilo. A Bíblia, pelo que eu sei, eu sou cristão, é a caixaferramenta do cristão, não é isso?" Sobre corrupção no governo, o mandatário reforçou que "pode ser que aconteça". "Em casa, alguém às vezes faz a besteira. Se zer, a gente corta o pescoço". AJUFE
Presidente do MDB: 'É um absurdo veto de Bolsonaro à verba para vacina da USP Deputado Baleia Rossi (SP), classi cou como "absurdo" o corte de recursos a ©ED ALVES
O presidente Jair Bolsonaro a rmou que quem votar no ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva "merece sofrer". A declaração ocorreu durante conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, onde o mandatário repetiu críticas ao petista. Apesar de dizer que não se importa com reeleição, o chefe do Executivo vem articulando e tentando garantir seu posto em 2022. Ele comentou ainda sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a anulação das decisões judiciais relacionadas a Lula na 13ª Vara Federal de Curitiba. Com o julgamento do Supremo, Lula ca livre para concorrer à presidência da República em 2022. "Foi 8 a 3 o placar lá. Interprete como quiser. Agora, um povo que porventura vote num cara desse é um povo que merece sofrer. Igual teve algumas prefeituras que no ano passado os caras deitaram e rolaram no lockdown e reelegeram o cara. Querem o quê? Olha BH... Mais uma semana e o meu gordinho ia para o segundo turno lá, hein?", disse, se referindo ao deputado Bruno Engler (PRTB). O mandatário observou ainda que deverá escolher um novo partido até o m de abril, uma vez que o Aliança pelo Brasil não cará pronto a tempo das eleições. "Para o Aliança é muito pequena a chance. Já tô atrasado, e não tem outro partido. Espero que este mês eu resolva", disse. "Abril tá bom. O duro foi quando me candidatei em fevereiro, março né. Em cima da hora", completou. B olsonaro repetiu críticas ao l o c k d ow n , m e d i d a a d o t a d a p o r governadores e prefeitos em meio à pandemia de covid-19 e disse que para resolver a questão, teria que apelar para a ditadura, o que não fará. "O povão vai aprendendo devagar, vai se interessando. Muita gente vê o problema imediato ali para eu resolver. Só se eu impusesse uma ditadura. A gente não vai fazer isso. Não tem cabimento. Não tem ditadura boa", emendou. A um apoiador que pediu ao presidente que enviasse um recado para o setor, Bolsonaro alegou que, em seu governo, a classe não tem tido problemas com índios e Movimento Sem Terra. "Olhe o que aconteceu em dois anos do meu governo e governos anteriores: você não tem problema, pelo que eu saiba, de
serem usados no desenvolvimento da vacina contra covid-19 "100% brasileira" anunciada pelo Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação no mês passado. Ao sancionar o Orçamento 2021, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) vetou R$ 200 milhões ao projeto. Baleia é de Ribeirão Preto, seu principal colégio eleitoral, onde a vacina seria desenvolvida. Em março, o Palácio do Planalto fez questão de divulgar que a vacina brasileira apoiada pelo governo federal, desenvolvida por cientistas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), estava avançando. O anúncio foi feito horas depois de o governo de São Paulo informar que pediria aval para iniciar testes clínicos da Butanvac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, ligado ao governo paulista. "ABSURDO. Não há outra palavra para esse erro do atual governo. Vamos fazer todo esforço possível para derrubar esse veto", escreveu Baleia no Twitter no domingo (25) ao comentar reportagem do Broadcast/Estadão sobre o veto. O ministro Marcos Pontes, responsável pelo projeto, por sua vez, chamou o corte na Pasta de "estrago" e disse não ser possível "ligar e desligar" pesquisas, em live nas redes sociais realizada no sábado (24). "Ontem (sexta-feira, 23) foi um dia muito movimentado em Brasília, com divulgação do orçamento 2021 com grande atraso, já estamos em abril. E s t a m o s t a nt o t r a b a l h a n d o p ro orçamento do ano que vem, quanto vendo o que vamos fazer com o orçamento deste ano, com o estrago, vamos chamar assim. Realmente foi muito comprimido esse orçamento", a rmou o ministro. A aceleração da vacinação tem sido colocada pela própria equipe econômica como uma condição necessária para a retomada da atividade econômica. Recentemente, o governo diversi cou os contratos com laboratórios privados para ampliar a aquisição de vacinas. Mesmo assim, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, atualizou o cronograma de previsão de entrega de vacinas para o Brasil, com 22,55% menos doses a serem recebidas neste 1º s emestre em comparação com o estimado anteriormente pela gestão Eduardo Pazuello. Se considerar só a revisão do calendário para maio, a queda é de 31%. Dados da russa Sputnik V e da indiana Covaxin, imunizantes ainda sem aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), caram de fora dessa nova versão, por não terem a autorização de uso no País. Anteriormente, o governo previa 10 milhões de doses do imunizante russo e 20 milhões do indiano, com lotes chegando ao Brasil a partir de março até junho. Apesar da pandemia e da corrida pela vacina, o Ministério da Saúde também sofreu cortes. Foram vetados R$ 2,2 bilhões repartidos em diversos programas, que incluem a adequação de sistemas tecnológicos, ações de pesquisa e desenvolvimento, manutenção de ser viços laboratoriais, assistência farmacêutica e até construções de sedes regionais da Fiocruz. No sábado (24) em coletiva, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse ter a garantia do chefe da Economia, Paulo
Guedes, de que não vão faltar recursos para a área responsável pelo combate à pandemia da covid-19 no País. "Sempre temos um bom diálogo com Guedes, que me assegurou que não faltaria recurso para a saúde", diss e o ministro. Lembramos que os novos parlamentares terão R4 2,4 bilhões em emendas no orçamento deste ano.
Crimes não foram anulados, diz Mourão sobre Lula
com apoiadores ao comentar episódio com senador Kajuru O presidente Jair Bolsonaro se irritou com apoiadores ao tentar conversar sobre o episódio da ligação telefônica entre ele e o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO). Ao interagir com seus eleitores em frente ao Palácio da Alvorada, como de costume, o mandatário tentou contar a sua versão sobre a declaração feita por Kajuru de que Bolsonaro não teria recebido o presidente da P zer em agosto de 2020
©AFP
O vice-presidente Hamilton Mourão disse que a derrubada das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato não anulam o processo de investigação dos crimes pelos quais o petista é acusado. "Esses crimes foram julgados em três instâncias, as três instâncias condenaram", a rmou Mourão. Apesar da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou Lula novamente elegível, Mourão também opinou que é "muito cedo" para especular sobre as eleições presidenciais do ano que vem. "Os crimes não são anulados. Os crimes estão aí, está anulado o processo. Esses crimes foram julgados em três instâncias, as três instâncias condenaram", a rmou Mourão em entrevista a jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto. “Os crimes, o que estou dizendo, (é que) eles foram cometidos. Você não está passando uma borracha nos atos que aconteceram, está passando uma borracha no processo”, reforçou.
Bolsonaro perde paciência
para rmar contratos de importação de vacinas contra a covid-19. No momento em que o presidente falava, uma mulher que estava em chamada de vídeo com a mãe interrompeu Bolsonaro para que ele a cumprimentasse. Incomodado pelo comp or tamento da ap oiadora, o mandatário se despediu dos eleitores sem completar o raciocínio. Antes de abordar o caso de Kajuru, Bolsonaro também se mostrou incomodado pelas críticas que vem recebendo pela situação da pandemia do novo coronavírus no País. "O pessoal vem reclamando que acabou emprego. Quem fechou o comércio não fui eu, quem te obrigou a car em casa não fui eu. E eu faço a minha parte. Impressionante. O pessoal, em vez de dar força para mim, critica. Não sou ditador do Brasil", ponderou Bolsonaro. "Quem deu poderes para estados e municípios. Quem foi que deu esse poder? Quando indicavam ministro do Supremo (Tribunal Federal), ninguém f a l av a na d a . Q u and o i nd i c av am autoridades para tudo quanto era lugar, ninguém falava nada. Agora, cobram tudo de mim".
©EVARISTO SÁ/AFP
MST invadindo terras de vocês, tá ok? O motivo não vou falar aqui agora, que demora muito. Vocês não estão com problema mais com índio. O Ibama está
Bolsonaro: 'Quem votar em Lula em 2022 merece sofrer'
Eduardo Leite 'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES
6 TECNOLOGIA
29 DE ABRIL A 06 DE MAIO/2021
Pesquisadores criam a tinta Embraer e FAB assinam mais potente para resfriar memorando para desenvolvimento de superfícies ©JACK B./UNSPLASH
Tinta "ultrabranca" reduz dependência de ar-condicionado e pode amenizar ilhas de calor
veículo aéreo não tripulado ©DIVULGAÇÃO/EMBRAER
Engenheiros da Universidade de Purdue estão, há anos, dedicados a criar uma tinta branca com maior e ciência para resfriar edifícios do que a tinta comum. No último dia 15, eles anunciaram o que chamam de a “pi ntu r a mais br anc a j á registrada”. Em 2020, os mesmos pesquisadores já haviam criado uma tinta capaz de re etir até 95,5% da luz solar e resfriar superfícies em até 8°C. A nova formulação é ainda mais e ciente do que os pesquisadores haviam demonstrado. A tinta “ultrabranca” re ete 98,1% da luz solar e desvia o calor infravermelho, desta forma os edifícios resfriam abaixo da temperatura do ar circundante. Seu poder de resfriamento é graças ao sulfato de bário — um pigmento derivado do mineral barita. Os testes mostraram que a tinta é capaz de manter superfícies 4°C mais frias do que sua temperatura ambiente à luz do sol do meio-dia e até 10°C mais fria à noite. “Se você usasse essa tinta para cobrir uma área de telhado de cerca de 92m² estimamos que você poderia obter uma potência de resfriamento de 10 quilowatts. Isso é mais poderoso do que os condicionadores de ar centrais usados na maioria das casas”, garante Xiulin Ruan, professor de engenharia mecânica da Purdue. Para se ter ideia, as tintas disponíveis no mercado — mesmo quando projetadas para reduzir o calor — re etem apenas de 80% a 90% da luz solar.
Além disso, não são capazes de fazer com que as superfícies quem mais frias do que o ambiente circundante. O objetivo é que, com a nova formulação de tinta, os edifícios possam ser menos dependentes do ar-condicionado e contribuir para amenizar as ilhas de calor em grandes cidades. Ao contrário do dióxido de titânio usado nas tintas brancas tradicionais, a formulação inclui alta concentração de sulfato de bário, um composto químico também usado para fazer papel fotográ co e cosméticos brancos. Ao longo da pesquisa vários produtos comerciais foram analisados. “Descobrimos que usando sulfato de bário, você pode, teoricamente, tornar as coisas muito, muito re exivas, o que signi ca que elas são muito, mu it o br a n c a s”, e x p l i c a o pesquisador Xiangyu Li, pósdoutorando do Instituto Massachusetts de Tecnologia (MIT).
tamanho. Ou seja, uma gama mais ampla de tamanhos de partículas permite que a tinta espalhe mais do espectro de luz do sol. Mas, é preciso equilíbrio para não comprometer a textura da pintura. “Embora uma concentração mais alta de partículas seja melhor para fazer algo branco, você não pode aumentar muito a concentração. Quanto maior a concentração, mais fácil é para a tinta quebrar ou descascar”, prossegue Li. Os pesquisadores mostraram em seu estudo que a tinta à base de sulfato de bário pode potencialmente lidar com as condições externas. Não haverá também problemas em ser adotada em escala industrial uma vez que a técnica usada para criar a tinta é compatível com o processo de fabricação de tintas comerciais. Ao e Guardian, a Universidade de Purdue a rmou que a tinta “ultrabranca” pode
Segundo os estudiosos, as partículas de sulfato de bário são todas de tamanhos diferentes na tinta e o quanto cada partícula espalha a luz depende de seu
estar disponível no mercado em um ou dois anos e o melhor: com preço comparável ao da tinta convencional.
(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES
A Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A (Embraer) e a Força Aérea Brasileira (FAB) assinaram um memorando de entendimento que estabelece a co op era ç ã o p ara estudo e ava liação das cap acidades necessárias ao desenvolvimento e à criação de um veículo aéreo não tripulado de classe superior. “É uma oportunidade ímpar para a Força Aérea Brasileira aprofundar seus estudos em tecnologias disruptivas que possam causar desequilíbrio no cenário atual e futuro”, frisou o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Júnior. “Na guerra moderna, é imprescindível a utilização de plataformas aéreas não tripuladas, operando isoladamente ou em conjunto com aeronaves tripuladas. Tal tecnologia permite reduzir custos e riscos, sem perder a e cácia no cumprimento das missões atribuídas à Aeronáutica”. A cooperação no âmbito deste memorando de entendimento tem como objetivo o estudo conjunto das necessidades da FA B n o c o nt e x t o d e s u a s missões, assim como o levantamento e a priorização dos e l e m e nt o s o p e r a c i o n a i s e logísticos relacionados ao des envolvimento de uma plataforma aérea não tripulada de classe superior e múltiplas capacidades. “Este estudo é de fundamental importância para a manutenção e a expansão das competências
da Embraer no desenvolvimento de sistemas aéreos de defesa com alto teor tecnológico e grande complexidade de integração”, d i s s e J a c k s o n S c h n e i d e r, presidente e CEO da divisão Embraer Defesa & Segurança, ainda a rmando que o maior desa o para o sistema aéreo será a integração e a operação de forma conjunta com outros sistemas e aeronaves, tripulados ou não tripulados. “É ainda uma oportunidade p a r a o c o n t í n u o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos para a FAB e o Ministério da Defesa, visando a ampliação da capacidade operacional e a garantia da soberania nacional”, conclui Schneider. O desenvolvimento de um veículo aéreo não tripulado com te c n ol o g i a n a c i on a l e nt re Embraer e FAB oferece uma oportunidade relevante para a base industrial de defesa (BID) e suas empresas estratégicas, promovendo o seu desenvolvimento e fortalecendo conhecimentos para o atendimento das necessidades
do País. O memorando é só mais uma das iniciativa da Embraer no investimento de veículos aéreos não tripulados. Recentemente, a empresa revelou um vídeo promocional mostrando pela primeira vez o “taxi aéreo” eVTOL (electric vertical take-off and land, que signi ca Decolagem e Aterragem Vertical Elétrica) da fabricante em voo. O foco do eVTOL, que ainda não tem nome o cial, será oferecer transporte individual dentro dos grandes centros urbanos. A ideia é que o veículo seja uma alternativa ao táxi aéreo tradicional, com potencial para ter custos menores e ser mais sustentável. Testes em sowares que farão a interface entre o eVTOL e os pilotos já estão sendo feitos, mas o objetivo é que a aeronave funcione de forma totalmente autônoma. A Embraer quer que, n o f utu ro, o s p a s s a ge i ro s solicitem o taxi aéreo pelo telefone, embarquem em um heliporto próximo e sigam viagem automaticamente até o destino escolhido.
Engenheiros criam tecnologia de músculo artificial de alto desempenho Um grupo de engenheiros da Universidade do Norte do Arizona, nos Estados Unidos, desenvolveu uma nova tecnologia de músculo arti cial de alto desempenho. O protótipo permite um movimento mais suave e parecido com o dos seres humanos. A criação é parte dos esforços empenhados no campo da robótica, que busca maneiras rápidas, fortes, e cientes e mais baratos para permitir que as máquinas façam os movimentos necessários para o cumprimento de determinadas tarefas. Este princípio é conhecido como biomimética, que é a capacidade de “imitar a vida”, nele, os músculos são projetados para
realizar os movimentos de maneira similar e mais natural. “C hamamo s e ss e s novo s atuadores lineares de músculos arti ciais de cavatappi com base em sua semelhança com a massa italiana”, comentou o professor ©UNIVERSIDADE DO NORTE DO ARIZONA
d e E n g e n h a r i a Me c â n i c a , Michael Shafer. Por conta de sua estrutura em espiral, os atuadores podem gerar mais energia, fato que os torna uma alternativa
extremamente atraente para o uso em bioengenharia e robótica. De acordo com os pesquisadores, os músculos cavatappi possuem uma potência entre cinco e dez vezes maiores que a dos músculos esqueléticos humanos na realização de algumas tarefas especí cas. “Os músculos arti ciais cavatappi são baseados em atuadores de polímero trançado (TPAs), que foram bastante revolucionários quando surgiram porque eram poderosos, leves e baratos”, lembrou Shafer. “Mas eram muito ine cientes e lentos para atuar porque era preciso aquecê-los e resfriá-los. Além disso, sua e ciência é de apenas cerca de 2%”, completou.
CIÊNCIA 7
29 DE ABRIL A 06 DE MAIO/2021
Mistérios de pergaminho de Isaías começam a ser decodificados por pesquisa
Como cientistas encontraram Nemo, a mais nova aranha dançarina da Austrália ©JOSEPH SCHUBERT
Um estudo envolvendo inteligência artificial está investigando os manuscritos de 1900 anos ©DIVULGAÇÃO/PLOS ONE
Um novo estudo publicado na revista cientí ca PLOS ONE começou a investigar os mistérios dos manuscritos do Mar Morto que foram encontrados entre os anos de 1940 e 1950. Escritos há mais de 1900 anos, os textos foram analisados via inteligência arti cial. Segundo publicado pela BBC News, o principal manuscrito avaliado na pesquisa foi o Pergaminho de Isaías, considerado especial principalmente devido às suas 54 colunas estarem divididas em metade, mas ainda assim em um estilo muito similar. Os pesquisadores extraíram vestígios de tinta do pergaminho, o maior dos textos
encontrados. A partir daí, c o n s e g u i r a m d e s e nv o l v e r imagens digitais que permitiram uma visão mais detalhada do que estava escrito. Foi somente com o estudo que os especialistas perceberam que duas pessoas diferentes escreveram o mesmo texto, cada uma delas responsável por uma das metades. A semelhança era tanta que passou despercebida durante décadas.
“Os traços de tinta antigos estão relacionados diretamente ao movimento muscular de uma pessoa e são especí cos de cada p e s s o a ”, e s c r e v e r a m o s p es quisadores. “O cenário provável é um de dois escribas diferentes trabalhando juntos e tentando manter o mesmo estilo de escrita, mas revelando sua individualidade”. Além de descobrirem que tratavam-se de dois escribas, os especialistas também sugeriram uma hipótese importante. Como concluído pela pesquisa, é possível que ambos tenham passado pelo mesmo treinamento de escrita. Pode ter sido "um pai [ensinando] um lho a escrever" ou até mesmo uma escola.
Como os dinos com pescoços maiores que os das girafas voavam?
FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
Quando chamamos às vezes os dinossauros de “pescoçudos”, não estamos exagerando, pois, quando se trata de pescoço, nenhum animal moderno, nem mesmo a girafa, foi capaz de superar os ancestrais saurópodes, como o diplódoco, o braquiossauro e o apatossauro, cujos pescoços chegavam a atingir 11 metros de comprimento. Um novo estudo, publicado na semana passado na revista cientí ca iStock, chama a atenção para um dos animais préhistóricos de pescoço longo mais enigmáticos até agora: os pterossauros azhdarchid, répteis voadores de 12 metros de envergadura com pescoços mais longos do que os das nossas girafas. A questão é: como eles conseguiam voar e manter suas cabeças erguidas com esses pescoções? O artigo revelou, através da tomogra a computadorizada de raios-X, aspectos fundamentais da paleobiologia até então pouco c o n h e c i d o s : u m a microarquitetura interna complexa para vértebras cer vicais hiperalongadas e
esta se encontra no nal de um pescoço muito longo. Além das tensões aplicadas às vértebras para suportar o peso da cabeça, há que se considerar o peso adicional de qualquer presa que o animal captura, e o ©WILLIAMS ET AL., ISCSIENCE e s t r e s s e ap l i c a d o a o crânio pela força dos ventos. Se, em animais terrestres, essas questões são resolvidas através do adensamento dos ossos, nos animais voadores não há como adicionar peso extra. No caso dos pterossauros, os cientistas grupo de répteis terrestres descobriram que os ossos desses c om e ç ou a v o ar. E r am o s a n i m a i s s e t o r n a r a m p t e r o s s au r o s , a p r i n c í p i o extremamente nos, além de criaturas pequenas com preenchidos com bolsas envergaduras em torno de dois pneumáticas. metros. No entanto, já em pleno Os pesquisadores também Cretáceo, entre 145 a 66 milhões perceberam que eles tinham um de anos atrás, esses bichos tubo neural (que carrega a passaram por mutações que lhes medula espinhal) dentro da permitiram alcançar vértebra em vez de por cima dela. envergaduras de mais de nove Essa estrutura fantástica, inédita metros. na natureza, transferia a tensão Um problema que se coloca externa da vértebra para o tubo p a r a a n i m a i s v o a d o r e s , neural interno, permitindo a p r i n c i p a l m e n t e c o m e s s e captura de presas pesadas sem tamanho, é a di culdade de riscos ao esqueleto cervical, e manter a cabeça erguida quando sem aumento da sua massa. tridimensionalmente preservadas do Alanqasp, o pterossauro azhdarchid do cretáceo. Há 237 milhões de anos, no nal do período Triássico, um
BOB BEHNKEN
Em um pântano próximo ao Monte Gambier, na Austrália Meridional, Sheryl Holliday se agachou na parte rasa do lago com a lente da câmera apontada p ar a orqu í d e a s rox a s qu e estavam orescendo, a poucos metros de distância. No momento em que Holliday se preparava para tirar a foto, viu, em uma fração de segundos, algo minúsculo saltando para fora do enquadramento. Ela ainda não sabia, mas naquele dia claro de novembro, tinha acabado de descobrir uma nova espécie de aranha-pavão, um grupo de aranhas-saltadoras australianas conhecidas por suas cores vibrantes e suas elaboradas danças de acasalamento. “Eu pesquiso as aranhas-pavão há três ou quatro anos, mas essa parecia diferente” a rmou Ho l l i d ay, o c i a l d o s e t o r ecológico da Nature Glenelg Trust e cientista cidadã. O abdômen do animal era acinzentado e ele tinha padrões faciais peculiares em laranja e branco. Curiosa, Sheryl compartilhou suas fotos com uma página de apreciadores da aranha-pavão no Facebook, que chamou a atenção do administrador da página e aracnólogo, Joseph Schubert, que nunca tinha visto uma aranha como aquela antes. Sheryl e Joseph se conectaram através do Facebook e a cientista cidadã coletou e enviou espécimes vivos da aranha para Melbourne, para que o aracnólogo e s eus colegas identi cassem formalmente o aracnídeo como Maratus nemo, por causa do Nemo, o conhecido peixe-palhaço da Disney. A aranha-pavão Nemo descrita recentemente na revista cientí ca Evolutionar y Systematics, é a mais nova entre diversas outras descobertas de aranhas-pavão, que em 2011 eram apenas 15 e hoje já são 92 espécies conhecidas. Schubert, biólogo da organização Museums Victoria, acredita que o aumento signi cativo de descobertas esteja acontecendo devido à facilidade de se tirar fotogra as nos dias de hoje, pois qualquer pessoa pode tirar uma foto instantaneamente em seu s mar tphone e e nv i ar su as descobertas para as redes sociais. Claro, ser popular também ajuda. A encantadora dança de
acasalamento desses aracnídeos, que têm o tamanho de grãos de arroz, viralizou por meio de memes, fazendo com que a aranha-pavão se tornasse uma sensação da internet. Isso não signi ca que sejam fáceis de encontrar. Na maior parte do ano, as aranhas-pavão são marrons; somente os machos ganham suas cores marcantes após realizarem a muda na primavera. Tudo isso somado ao seu tamanho microscópico torna desa ador estudar esses aracnídeos não peçonhentos. É por isso que, ao identi car uma nova espécie, Schubert se concentra nas colorações do macho, bem como em sua dança de acasalamento, que é única para cada espécie e ocorre com o macho exionando o corpo e girando para exibir sua aptidão. Quando Schubert estimulou uma Nemo macho a dançar para uma fêmea no laboratório, ele c ou su r pre s o c om o qu e observou. O aracnídeo, como lembra Schubert, “não levantou seu abdômen completamente, como fariam as outras espécies, e também não apresentou as bordas do opistossoma (que dão à aranha sua famosa aparência colorida) abaixo do abdômen, apenas cou com o traseiro na cor marrom”, explica Schubert. Em ve z diss o, o macho impressionou a fêmea levantando seu terceiro par de pernas e vibrando seu abdômen no chão, o que produziu um som audível. O aracnólogo a rma que ainda “não se sabe se essa dança é uma marca registrada da aranha-pavão Nemo”. Schubert observou que o lar das aranhaspavão Nemo também é “bem peculiar”, já que a maioria das outras aranhas-pavão conhecidas prefere morar em
arbustos secos. Mas as aranhas-pavão sempre o surpreendem. Em 2020, os cientistas encontraram uma espécie, Maratus volpei, vivendo em um lago salgado. “Aprendemos que devemos estar mais abertos a novos tipos de habitat onde podem estar as aranhas-pavão”, diz Schubert. “Embora as aranhas-pavão desempenhem uma função muito importante como predador no controle de populações de insetos, ainda se sabe muito pouco sobre seu papel no ecossistema e no status de conservação”, acrescenta Schubert. “A s a r a n h a s - p a v ã o s ã o excelentes porque desa am o senso comum de que as aranhas são grandes, peludas e perigosas”, diz Michael Rix, curador principal de aracnologia e pesquisador do Queensland Museum da Austrália, que não esteve envolvido no estudo de Schubert. “Este é um excelente exemplo de como a fauna de aranhas australianas é interessante, diversa e ainda pouco estudada”, diz Rix. Apenas cerca de 30% dos invertebrados da Austrália foram catalogados e pode haver até 15 mil espécies de aranhas a serem identi cadas. Descobrir novas espécies de aranhas tamb ém p o de b ene ciar a humanidade, tanto no controle de pragas agrícolas como no desenvolvimento de novos tratamentos médicos, a rma Rix. Proteínas tiradas do veneno da aranha-teia-de-funil já estão sendo utilizadas para desenvolver medicamentos analgésicos, bem como tratamentos para epilepsia, derrame e, possivelmente, para alguns tipos de câncer. “Ao mesmo tempo, populações de aracnídeos e insetos estão reduzindo em todo o mundo. Na Austrália, a perda de habitat, incêndios orestais e pesticidas podem exterminar espécies inteiras de aranhas antes de termos a chance de descobri-las”, adverte Rix. E então conclui que “não podemos conservar nossa biodiversidade para as gerações futuras se nem mesmo soubermos que ela existe”.
PRECISÃO
Contabilidade (27) 3228-4068
8 BEM-ESTAR
29 DE ABRIL A 06 DE MAIO/2021
Aspargos fazem você viver mais e enxergando tudo Café com doce
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665
Cheio de qualidades, os aspargos ainda possuem baixo teor calórico, sendo um aliado para quem deseja perder alguns quilos ©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE
O aspargo é um vegetal de gosto levemente amargo, conhecido pelas propriedades antioxidantes e diuréticas. O alimento é rico em bras, vitaminas A, B e C, ferro, além de ser uma das melhores fontes naturais de ácido fólico, um nutriente importante para o bom funcionamento do cérebro, do sistema imunológico e para combater doenças cardiovasculares. Além disso, aind a p ossuem b aixo te or calórico, sendo um aliado para quem deseja emagrecer. "O aspargo é um vegetal considerado completo, pois é rico em vitaminas e minerais. Seu consumo regular associado a uma dieta balanceada contribui para o bom funcionamento do sistema imunológ ico, no combate a doenças autoimunes e é um ótimo aliado no combate ao câncer", aponta Bruna Pavão, nutricionista da Grano
Alimentos. Caso ainda não esteja convencido das vantagens, então con ra algumas vantagens, citadas pela nutricionista, que eles trazem a nossa saúde. Devido à presença da inulina, um tipo de carboidrato, os aspargos ajudam na saúde intestinal contribuindo para o crescimento de bactérias bené cas no intestino chamadas de bi dobactérias e lactobacilos, que aumentam a absorção de nutrientes e diminuem os riscos de doenças intestinais. Aliados da visão: contêm vitamina A, que protege a retina e auxilia a manter uma b oa lubri cação ocular, além de retardar o envelhecimento precoce. Através da presença da glutationa nos aspargos, um importante antioxidante, neutraliza os radicais livres do corpo e evita danos oxidativos
nas células retardando o seu envelhecimento. Apesar disso, no entanto, ele não se faz muito presente na mesa dos brasileiros. "Devido ao preço, o valor agregado ao produto faz com que ele não seja tão comum de encontrar em pequenos hortifrútis e supermercados. Uma excelente alternativa para aumentar o consumo é a opção congelada. Pois ela, além de preservar as propriedades nutricionais, é mais econômica e fácil de ser encontrada", reforça a especialista. Depois de comprado, as opções para colocá-lo na mesa são inúmeras. "O aspargo é um alimento muito versátil. As formas mais comuns de preparo são refogadas, cozidas, assadas ou grelhadas", emenda. Por m, caso goste muito, não exagere. "A quantidade indicada do consumo de aspargos deve ser av a l i a d a i nd iv i du a l me nte, levando em consideração o histórico de saúde da pessoa. Mas o ideal é incluir o vegetal, sem exageros, em uma dieta balanceada com o consumo regular de frutas, verduras e legumes. De acordo com a OMS, as pessoas devem consumir, no mínimo, cinco porções de frutas, legumes e verduras por dia para manter a saúde em dia", conclui.
de leite Opção diferente para o frio ©GUIA DA COZINHA
S
eja de manhã, logo após o almoço ou no meio da tarde, apreciar uma xícara de café é um hábito sempre muito bem-vindo. Mas o que você acha de variar a receita tradicional preparando um delicioso café com doce de leite? A receita ca muito cremosa, saborosa e leva apenas 15 minutinhos para car pronta!
do doce de leite por um minuto. Coloque colheradas do doce de leite restante no fundo de taças médias e divida o café batido sobre ele. Trans ra o chantilly para um saco de confeitar com o bico de sua preferência e decore
sobre a bebida. Polvilhe com chocolate em pó e, se desejar, decore com raspas de chocolate. Sirva.
Fonte: Terra
Ingredientes 2 xícaras (chá) de café pronto sem açúcar 4 xícaras (chá) de sorvete de creme 1 e ½ xícara (chá) de doce de leite cremoso 1 xícara (chá) de chantilly pronto Chocolate em pó para polvilhar
Propriedades e benefícios do vinho ©FREEPIK
O vinho é uma bebida proveniente da fermentação da uva, que há muito tempo, desde épocas mais antigas, demonstra em suas propriedades os b enef ícios que p o dem s er oferecidos à saúde. Pode parecer estranho ouvir que uma bebida alcoólica possa auxiliar a saúde, mas trabalhos cientí cos provaram que subst ânci as químicas or iundas da uva
podem ser, sim, bené cas. Considerada um alimento funcional, a uva possui compostos bioativos, como os polifenóis e compostos fenólicos, que são indicados em pesquisas como substâncias com função antioxidante, ou seja, previnem o envelhecimento das células, participam da prevenção de doenças, possuem propriedades anti-in amatórias e ajudam na
diminuição do colesterol LDL. Os principais polifenóis encontrados no vinho são a quercitina, a catequina e o resveratrol. O resveratrol é o principal polifenol não avonoide encontrado na bebida e tem ação antioxidante (diminuindo os radicais livres), antiin amatória, cardioprotetora, antidiabetes, anticancerígena,
Modo de preparo No liquidi cador, bata o café, o sorvete de creme e ½ xícara (chá) quimiopreventiva, neuroprotetora e protetora renal. Enfatizando seu poder cardioprotetor, o resveratrol diminui os níveis de lipídeos no sangue e a junção de plaquetas que poderiam bloquear as artérias. Para compreender o que está i nge r i nd o, há u ma r ápi d a comparação entre o vinho tinto e o vinho branco. O vinho tinto é feito com a casca e o suco da uva, e é na casca onde há maior concentração de avonoides; no vinho branco, como é utilizada somente a polpa da fruta, a quantidade de avonoides, ou
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seja, de resveratrol, é menor. O vinho possui também: m i n e r a i s : s ó d i o, p o t á s s i o (grande quantidade), cálcio, fósforo, magnésio, silício, ferro, m an g an ê s , z i n c o e c o bre . Vitaminas: quantidades bem pequenas de B1, B2, B5, B6 e B12. Tanino: polifenol que age no sabor do vinho, na adstringência e na secura. O v in ho p o de ajud ar na prevenção de artrite (por ter poder anti-in amatório), câncer (por ter ação antioxidante), diabetes (melhora a resposta insulínica nas células), dislipidemias e doenças
c o ro n á r i a s ( p o r c o nt a d o resveratrol e de outros polifenóis), doenças neurológicas (devido à alta quantidade de polifenóis encontrados no vinho tinto) e doenças resultantes de envelhecimento (problemas de visão e doenças nos ossos). De acordo com a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), com base na Organização Mundial da Saúde, o consumo moderado diário de vinho tinto é de 90 ml para mulheres e 180ml para homens. Já no caso do vinho branco, 125 ml para mulheres e 250 ml para homens. Como alerta, vale ressaltar que para usufruir dos bons efeitos do vinho, é necessário ter uma vida saudável (alimentação correta, exercícios físicos...). Todo tipo de bebida alcoólica deve ser consumida com moderação, de modo individualizado e com orientação médica. Quem tem alguma contraindicação ao álcool não deve ingerir essa bebida.
SAÚDE 9
29 DE ABRIL A 06 DE MAIO/2021
Brasileiro descobre uma nova doença ultrarrara ©ISTOCK
O médico ajudou a resolver o mistério de pessoas com convulsões e atraso no desenvolvimento Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma doença é considerada rara quando afeta até 65 em cada 100 mil indivíduos. Descobrir uma nova enfermidade do tipo, portanto, é como buscar uma agulha no palheiro. E foi isso que o médico brasileiro Salmo Raskin fez, junto com outros especialistas espalhados pelo globo. A partir de exames genéticos de ú lt i m a g e r a ç ã o, e s s e t i m e conseguiu encontrar alterações comuns no DNA de nove pessoas com convulsões, atraso no desenvolvimento, de ciência cognitiva… Eles batizaram esse problema ultrarraro de distúrbio p r o g r e s s i v o d o neurodesenvolvimento por mutação no gene VPS41. É, cou comprido mesmo. “Hoje é cada vez mais raro dar nomes que não trazem informação alguma”, explica Raskin. O termo basicamente remete ao pedaço do código genético afetado, e ao que isso provoca no corpo. O achado ajudou a dar respostas para uma família de Araquari, pequeno município no nordeste de Santa Catarina. Após uma odisseia para tentar entender o que estava acontecendo com dois lhos — uma menina de 11 anos e um menino de 8 —, Elaine, a mãe da família, acabou chegando ao Centro de Aconselhamento e L ab or atór i o G e n e t i k a , e m Curitiba (PR). Foi lá que Raskin, o diretor da clínica, ajudou a resolver o mistério. E a genética está por trás da descoberta, mas o que torna a história mais fascinante é o fato de que, três anos atrás, ela não seria possível, como destaca o médico, que já possui 30 anos de carreira.
O segredo está num exame chamado sequenciamento do exoma, que transforma os genes h u m a n o s e m u m “ m a p a” abrangente o bastante para que os cientistas possam localizar anomalias. Tudo a partir de uma simples coleta de sangue. “Até poucos anos atrás, podíamos testar qualquer gene, mas não vários ao mesmo tempo”, explica Raskin, que é presidente do departamento cientí co de genética da Sociedade Brasileira de Pediatria. Isso mudou com o sequenciamento do exoma. O avanço bene cia especialmente os indivíduos com doenças raras. O exame não é barato: custa cerca de 6,5 mil reais. Mas a boa notícia é que, recentemente, o sequenciamento passou a fazer parte do rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), coberto pelos planos de saúde em casos de de ciência intelectual. Quando Elaine levou os dois
irmãos à clínica, Raskin conseguiu mapear os genes por completo e veri car, em ambos, alterações no tal gene VPS41. Em um comunicado da assessoria de imprensa do médico, a mãe disse não ter sido fácil receber o diagnóstico. “Mas tenho certeza de que fazer o exame genético salvou a vida dos meus lhos”, comentou. Raskin diz que, mesmo sem um tratamento, ter um diagnóstico preciso é importante: “Entender o que ocorre sempre traz alívio”. Além disso, torna-se possível conter melhor os sintomas e descartar outras condições que poderiam causar o quadro. A descoberta também ajuda a criar, no futuro, possíveis tratamentos para conter ou, eventualmente, até curar o distúrbio. Raskin se diz con ante de que em até 15 anos vai existir uma forma de repor a proteína que ca em falta no corpo por causa dessa doença e impedir um quadro tão grave
quanto o das crianças que examinou. E mais: “Com a descoberta da mutação, se esse casal quisesse ter outros lhos, daria para evitar a doença por meio da fertilização in vitro”, conta o médico. O distúrbio progressivo do neurodesenvolvimento por mutação no gene VPS41, provoca atraso global no desenvolvimento, deterioração das funções do cérebro e convulsões. Além dos irmãos brasileiros, há casos na Turquia (um homem de 28 anos), no Irã (duas irmãs adolescentes, de 11 e 15 anos), e na Arábia Saudita, com duas famílias (uma com um menino de dois anos e outra com três irmãos de 13, 22 e 27 anos). Em comum, todos têm desenvolvimento motor atrasado, de ciência cognitiva, alterações ou ausência de fala, descoordenação motora e nistagmo (movimento involuntário dos olhos). Alguns
também manifestam a hipotonia, que é a perda de força muscular. Um fato chamou a atenção de Raskin: em todos os casos, inclusive o brasileiro, os pais são primos entre si. Mas o médico reluta em relacionar isso diretamente à descoberta: “Com apenas nove pacientes, temos uma amostra muito pequena. Não dá para a rmar categoricamente que o casamento entre primos está na raiz da alteração do gene”, pondera. O exame feito nas crianças brasileiras mostrou uma alteração em um gene que, na literatura médica, não estava associado a nenhuma doença, conta Raskin. “Talvez o problema estivesse em outro local, mas chamava a atenção que os dois irmãos tinham a alteração no mesmo gene”. Ao conversar com colegas da Alemanha, Inglaterra, França e Holanda, o médico soube que, naquele exato momento, eles estavam descobrindo alterações no mesmo gene. Não fosse o trabalho em rede, a descoberta dessa doença ultrarrara talvez fosse inviável. “Eu teria que fazer uma profunda e longa pesquisa c i e nt í c a p a r a s a b e r s e a alteração naquele gene deixaria de produzir uma determinada proteína”, exempli ca Raskin. Segundo ele, essas contribuições em rede têm se tornado mais fáceis por causa de projetos que uni cam as bases de mapeamento genético existentes no mundo inteiro. “Estamos caminhando no sentido de ter duas ou três bases da população em geral e duas ou três de cada doença”, celebra. “Vai ser mais fácil de procurar”. O artigo com o relato de
descoberta foi publicado no respeitado periódico cientí co Brain. Embora raras quando isoladas, essas enfermidades, juntas, fazem um baita estrago. A Eurordis, ONG que representa pacientes europeus, estima que entre 24 e 36 milhões de pessoas s o f r e m d e l a s n o Ve l h o Continente. Nos Estados Unidos, são de 25 a 30 milhões de indivíduos, de acordo com o National Institutes of Health. No Brasil, a Associação da Indústria Far m a c ê ut i c a d e Pe s qu i s a (Interfarma) calcula cerca de 13 milhões — o que equivale a quatro brasileiros em cada ônibus lotado. Não é pouca gente. A literatura médica lista entre seis e oito mil doenças raras, a depender da fonte. A maior parte, como o caso do achado de Raskin, tem origem genética (72% a 80%) e afeta crianças (70% a 75%). Na maioria das regiões do País, doenças raras são a maior causa de mortalidade infantil até os cinco anos de idade. Elas têm distintos sinais e sintomas, que variam não apenas de doença a doença, mas entre pessoas com a mesma condição. “ Todos estamos ligados a alguém com uma doença rara”, a rma, em um material informativo, a Rede Nacional de Doenças Raras, dos Estados Unidos. “Doenças raras são uma importante preocupação de saúde pública”. Raskin concorda: “Unidas, elas são tão comuns quanto diabetes ou asma, por exemplo. Mas com o agravante de que exigem odisseias para serem descobertas”.
Startup brasileira oferece serviços de saúde a distância ©SHUTTERSTOCK
A startup brasileira Healthtech Suprevida oferece produtos, serviços e informações de saúde para pessoas necessitadas em to d o o Br as i l. Os s e r v i ç o s prestados pela empresa são gratuitos e vão de informações sobre medicamentos e maneira de usá-los até teleconsultas com mais de 400 pro ssionais de
diversas áreas espalhados por todo o País. Fundada há mais de um ano, a empresa viu seu valor de mercado, faturamento e número de pedidos alcançar um aumento sur pre endente de 10 ve zes durante a pandemia do coronavírus em 2020. Um dos motivos para esse crescimento é o
isolamento social necessário para evitar a infecção pela covid-19, que fechou comércios e impossibilitou a consulta médica daqueles que precisam fazer acompanhamento ou daqueles que moram distantes das unidades de saúde onde recebem atendimento. Um dos principais serviços oferecidos pela Suprevida é o atendimento telefônico personalizado com enfermeiros, que procura sanar dúvidas sobre produtos médicos e até oferecer auxílio ao uso correto. Rodrigo Correia da Silva, CEO da empresa, aponta que a ideia da
startup é trazer algo diferente para o mercado e atender a demanda de pessoas que necessitam de informações de qualidade, acesso a pro ssionais experientes e produtos para saúde difíceis de serem encontrados em farmácias e drogarias comuns. “Diariamente incluímos novos conteúdos na plataforma que já tem mais de dois mil artigos de saúde e atraímos mais pro ssionais para atender nosso público. Essa integração em um único lugar é muito importante nos dias de hoje, em que a busca por uma solução completa e prática é constante”, a rma ele.
10 Criança hoje, Criança amanhã
29 DE ABRIL A 06 DE MAIO/2021
ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com
A Violê ncia contra a Mulher e a Criança. Suas diversas formas, cada vez mais naturalizadas — Parte V Qual a justicativa de se afastar uma mãe, sonegar os cuidados maternos à Criança, que sabemos de suma importância? ©REPRODUÇÃO INTERNET
Q
Por que, usando uma alegação de falácia tendenciosa, com cálculo futurista infundado cienti camente, uma previsão sem comprovação de estudos longitudinais, é, imediatamente, e s t ab e l e c i d a a t or tu r a d a Privação Materna Judicial? Em que argumento, que siga o Princípio Constitucional da Razoabilidade, se pretende judicializar e controlar afetos e e mo ç õ e s d a rel a ç ã o mã e lho/a? Faz-se necessário observar que a inter venção da justiça promovendo a pretensa “alienação”, praticada pela mãe contra o pai, que foi objeto de condenação à mãe denunciante, torna-se então bené ca quando é a mãe que é, totalmente suspensa pelo Estado do convívio com a criança. Gardner, o inventor desse termo, também a rmou ser bené ca a pedo lia para a Criança. Ambos “ b e n e f í c i o s” s e g u e m s e mostrando triunfantes e
intimidadores. Vemos nos “acompanhantes” judiciais para a tortura da revitimização de visitação materna a cruel modalidade de contato, tanto para a Criança quanto para a mãe, determinando quanto de abraço e beijo é permitido à mãe. E, se “ i n t e r p r e t a” q u e a m ã e desobedeceu a sua ordem de menos proximidade física entre uma mãe e sua lha de cinco anos, o relatório é escrito apontando para o juiz que a mãe continua praticando atos de alienação parental e sugere que as visitas devam ser reduzidas. Não importa se essa menininha foi arrancada pelo pai em ação de busca e apreensão, sempre acompanhado de força policial, onde é possível ver o desespero da criança que tenta se agarrar aos gritos ao corpo da mãe, chegando a fazer xixi na roupa, sofrimento obser vável nas imagens do registro audiovisual. Assim, também temos
registrado o desespero de um menino de 12 anos, diante da visita virtual do seu pai que abusou dele durante toda sua infância, e só de ver a gura do seu abusador, ele não contém o xixi e molha tudo, roupa e c adeira. Perde o cont role es ncteriano aos 12 anos. Mas, para o operador de justiça, o direito do pai de convivência é sagrado, acima do mal-estar do
materno parcial ou total, sob ameaças de mais punição de interdição do Direito à Maternidade que aponta para a aniquilação dessa mãe. E, sob o seriado de ameaças de mais perda, que vem dos órgãos do sistema judiciário, e do próprio advogado contratado por ela, essa mãe vai se adaptando até se conformar com a migalha que lhe é permitida, sempre debaixo
menino, que relata há três anos os abusos sofridos, cotidianamente. Medo. Descrédito. Desespero. O laudo da dita “perita”, feito a partir da acareação da criança com o seu abusador, a rma que não houve abuso, que é alienação parental da mãe. E, durante a acareação, a psicóloga fala para o menino quando ele relata os abusos, que e ss e s c omp or t ame nto s d e abusos anais são coisas que a c onte c e m e nt re home ns . Normal. Como lidar com as ordens judiciais que violam a Criança? E a sequência prossegue. A determinação do afastamento
de condições draconianas. Assim, ela não percebe que está sendo o instrumento re nado e perverso da violência que está sendo perpetrada contra seu lho ou lha. A adaptação de uma mãe para manter um apo de contato com a Criança é incalculável. A frase repetida à exaustão é: “não vou desistir nunca!”. Aqui também há uma manipulação em que é levada a pensar que, a não aceitação total das perversidades impostas, passa a ser um sinal de desistência, perde o único adjetivo que está agarrada como uma prova de que é uma verdadeira mãe.
Repetir que não vai desistir como um mantra, faz parte do autoconvencimento que lhe tira a clareza da racionalidade. Não consegue enxergar que está sendo usada como instrumento de violência contra seu lho ou lha, que ela está, também, praticando a tortura a que ele, ou ela, foi condenado judicialmente, abuso sexual e/ou violência física. Esta é uma atitude inusitada e, provavelmente, pouco compreendida. Certamente, alvo de mais uma manipulação contra a mãe, classi cando-a mais uma vez como louca, como desnaturada, como péssima mãe para corroborar a acusação de alienadora. É um ato de amor materno não aceitar ser objeto que tortura o lho, a lha. É quebrar a armadilha da garantia da desresponsabilização. Aliás, este ato cívico deve ser acompanhado de Registro nos Autos, e em Ata Notarial como sendo o Retirar-se por não concordar em perpetuar a tor tura cont ra a Cr i anç a, entregando, devidamente, por escrito, a Responsabilidade da Integridade da Criança ao Estado, posto que está
©REPRODUÇÃO INTERNET
uando pensamos em violência logo surge a ideia desejosa de saber sobre a autoria, e o impulso de atr ibuir a c ulpa. E, ness e momento, parece que a violência assume vestimentas de gênero. O fato de 69% dos pais das crianças que nasceram com microcefalia pelo Zika Vírus, terem abandonado essas crianças e suas mães, passa incólume. Os procedimentos de imputação criminal são apenas para o gênero feminino. Talvez s e j a p o rq u e o v o l u m e d e abandonos paternos, mesmo com a subnoti cação, seja impossível para a mínima resolução, haja vista que temos o registro de 57 milhões de mães solo no Brasil, pelo último censo. Assim, ca restrito ao gênero feminino a criminalização pelo abandono de Criança, e ca também restrito às mulheres a responsabilidade do sustento dessas Crianças abandonadas pelos pais. Ta lve z t amb é m p or e ste motivo, o volume de abandonos paternos, a justiça é tão encantada pela frase falada por alguns pais que pedem a guarda porque “amam muito” aquele lho ou lha. Em meio a tantos homens que deixam para trás seus lhos, aqueles que exigem convivência e guarda unilateral parecem ser tratados com tapete vermelho. Todas as honrarias, todos os direitos, mesmo os que ferem o ECA e a Constituição, na garantia do Direito ao convívio saudável com pai e mãe, família extensa paterna e materna. E aqui cabe a pergunta: qual a justi cativa de se afastar uma mãe, sonegar os cuidados m at e r n o s à C r i a n ç a , q u e sabemos de suma importância?
instituindo a Privação Materna Judicial. Dizer NÃO, claro, é difícil, mas é legítimo e legal. Quando não há racionalidade nem razoabilidade, resta, apenas, a desobediência civil para restabelecer o bom senso. Ninguém pode obrigar uma mãe a torturar seu lho. Isto não recai na areia movediça do Segredo de Justiça, que amordaça. Dizer NÃO a esta prática é diferenciar o desistir do não compactuar ser inst r umento da Violência Vicária do Estado.
COMPORTAMENTO 11
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NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA Hipnoterapeuta / Mentora Gestacional Cel.: (27) 99947-8786 Instagram: @nagelaisa.oficial
Problemas de memória? Q
uantas vezes já ouvi de meus clientes que não conseguem lembrar das matérias que estudam, que não conseguem recordar de compromissos, que perdem muito tempo do dia procurando as chaves ou os óculos! Eles acham que têm uma capacidade de raciocínio inferior, se rotulam e se limitam. Mas eu vou te
©FREEPIK/WAYHOMESTUDIO
xação por emoção, o que, inevitavelmente, vai envolver áreas distintas do cérebro. Imagine se fôssemos capazes de guardar em nosso cérebro tudo que acontece, como uma câmera que capta e grava tudo com detalhes, nosso HD iria car cheio demais e a funcionalidade iria deixar a desejar. É por esse motivo que o cérebro faz uma
maneira como essas informações geram impactos. Se por exemplo, você estuda sobre um assunto e d e d i c a te mp o re v i s an d o e falando sobre ele, você está ativando a retenção por repetição. E quando esse assunto é relevante, é evocado constantemente, você tem acesso dinâmico e perspicaz das informações que absor veu,
©FREEPIK/ASIER_RELAMPAGOESTUDIO
explicar o motivo disso acontecer. Te m o s d u a s v i a s d e aprendizagem: repetição ou
seleção do que vai se tornar memória de longo prazo e do que não é tão importante assim... Essa seleção é in uenciada pela
facilitando ainda mais a retenção de novas informações sobre aquilo. Agora, perceba que se esse
assunto não tem valor real, não impacta sua vida ou é algo de que você não gosta, é um conhecimento que vai pouco a pouco indo para o 'fundo da gaveta', se você não o mantiver 'vivo'. E quando as informações são recebidas com impacto emocional, são xadas com uma relevância muito grande, sejam impactos positivos ou negativos, e serão evocadas com maior facilidade. Pense no rosto da sua mãe ou dos seus lhos, por exemplo. Ou naquele encontro especial que você teve. Você tem a c e ss o e sp ont âne o a e ss as memórias, que estão entrelaçadas emocionalmente em sua mente. Você não precisa de muito esforço ou de repetição para torná-las importantes para seu cérebro, ele simplesmente sabe e seja a imagem, o sentimento ou a percepção, isso vem muito facilmente à sua mente. De toda forma, você pode fazer com que a retenção das informações seja muito melhor. E isso é o que interfere na evocação delas. Quando uma pessoa relata problemas de memória, na verdade ela está dizendo que não cons egue e vo cá-la quando precisa. E a raiz do problema está na retenção das informações. Se você colocar a chave do carro em qualquer lugar, sem ter atenção, ou seja, presença, essa informação não vai ser relevante
e, é claro, a evocação dela vai ser di cultada. Isso acontece quando você lê algo e minutos depois já esqueceu, quando alguém se apresenta e você esquece seu nome minutos depois ou qualquer coisa que faça sem percepção de si. E a memória não sai do campo de memória de trabalho, não se torna memória de curto prazo e muito menos de longo prazo. Quando você estuda algo, relê, fala sobre aquilo, ensina a outras pessoas, você está ajudando seu cérebro a entender que aquela informação é importante e, na r e p e t i ç ã o, v o c ê x a m a i s facilmente as informações. Exercícios físicos, uma boa a l i m e nt a ç ã o e m e d i t a ç ã o, também auxiliam fortemente no funcionamento do cérebro. São capazes de criar novos neurônios e fortalecer as sinapses entre os eles. Atenção plena é imprescindível para a consolidação da memória.
Outro ponto muito importante é o descanso. Quando você dorme seu cérebro continua trabalhando, e as atividades do dia, vão entrando naquele funil do que é relevante ou não. Então, para a consolidação da memória é importantíssimo que você tenha um bom sono e descanso. E lembre-se de utilizar as e m o ç õ e s . C ol o qu e afe to e atenção em tudo aquilo que você faz. Para recordar melhor o nome de uma pessoa, tente relacioná-la a alguém que é importante para você, que tenha o mesmo nome ou se pareça com aquela pessoa. Quando estudar, coloque uma música que te envolve, crie imagens sobre aquilo em sua tela mental, pense na sua conquista com aquele aprendizado. Temos uma tecnologia orgânica inimitável e in nita dentro de nós, e quanto mais a utilizarmos com inteligência e presença, melhores serão nossos resultados na vida. Experimente isso!
Adultos mais velhos podem ser mais focados e menos ansiosos, diz estudo natureza e a frequência da divagação mental mudou com a idade e aplicou testes cognitivos e psicológicos para avaliar a divagação mental intencional e não intencional. Eles empregaram uma abordagem metodológica por meio da qual adultos mais velhos saudáveis realizaram uma tarefa de atenção computadorizada que, periodicamente, pedia aos participantes que relatassem seu estado mental atual. "A pesquisa sobre diferentes estados de atenção é vital para moldar nossa compreensão do cérebro e do processo natural de envelhecimento e pode ajudar a informar futuras intervenções destinadas a promover o envelhecimento saudável", diz o texto do estudo. As principais conclusões foram: - Adultos mais velhos exibiram uma tendência menor para d iv ag a ç õ e s me nt ais , t anto i nvolu nt ar i am e nte qu anto
intencionalmente, do que os adultos mais jovens. No total,
velhos demonstraram desempenho de tarefas
testes cognitivos padrão, os adultos mais velhos exibiram
©ISTOCK
Os adultos mais velhos podem ser mais focados, menos inquietos mentalmente e serem menos afetados pela ansiedade do que os mais jovens. Essas são algumas das conclusões de uma nova pesquisa do Instituto de Neurociência do Trinity College, em Dublin. O trabalho foi publicado na edição de fevereiro da revista "Psychology and Aging". "É importante ressaltar que os adultos mais velhos parecem mitigar os aspectos negativos do declínio cognitivo, aumentando a motivação e adotando estratégias mais e cientes para suspender a mente errante quando o foco é necessário", a rmou o doutor Paul Dockree, professor de psicologia e coautor do estudo. O médico ainda destacou que "'velho e distraído' é uma frase que é reconhecida na linguagem comum, mas não contém uma verdade universal". A equipe investigou se a
adultos mais velhos e mais jovens relataram divagações mentais 27% e 45%, respectivamente, em resposta às sondagens de pensamento durante a tarefa.
semelhante; embora, adultos mais velhos tenham desempenho com menos variabilidade, indicando melhor foco geral.
níveis mais baixos de ansiedade e depressão, menos di culdades subjetivas de atenção e maior motivação relacionada à tarefa do que os mais jovens.
- Adultos mais jovens e mais
- Apesar do pior desempenho em
- As aná l is e s d e st a c am as
qu a l i d a d e s a d apt at iv a s d e adultos mais velhos que foram capazes de reduzir suas divagações mentais não intencionais por meio de seus níveis mais baixos de ansiedade e maior motivação para a tarefa do que o grupo mais jovem mentalmente inquieto. "Nossa pesquisa fornece uma nova visão sobre a in uência do processo natural de envelhecimento na divagação da mente. Destacamos as estratégias adaptativas e qualidades positivas adotadas por adultos mais velhos que levaram a uma redução bené ca em sua divagação mental e desempenho equivalente com adultos mais jovens", a rmou Catherine Moran, autora principal do estudo. "Dissecar os mecanismos subjacentes aos diferentes processos cognitivos pode ser uma indicação importante do envelhecimento bem-sucedido", completou.
12 OLHAR DE UMA LENTE
29 DE ABRIL A 06 DE MAIO/2021
HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Litoral de Fundão, rota do surfe E
n t r a m o s n a temporada das boas ondas e, para quem ainda não conhece, o litoral de
©ARQUIVO PESSOAL
não deixa por menos e já é carta marcada da galera que curte deslizar numa prancha. Com picos compostos por
crowdeado (várias cabeças), mas, para essa tribo, isso não é pro b l e m a , o i mp or t a nt e mesmo é todo mundo voltar
©HAROLDO CORDEIRO FILHO
Praia Grande
Fundão, município localizado
Bruno Track ao Norte da capital do Estado,
bancadas de areia e de coral, a l g u n s p ont o s d a s ©DIVULGAÇÃO praias oferecem aos amantes do surfe ondas cavadas, para os mais radicais, e ondas cheias, apropriadas para os que curtem os pranchões, longboard e stand-up. Frequentado por sur stas de toda parte do Estado e até mesmo de fora, quando rola o swell (mar com grandes ondas), os picos costumam car
para casa de corpo, mente e
operador de locomotivas e morador de Enseada das Garças (Fundão), diz que o litoral é tranquilo para morar e é ótimo para a prática do surfe. “Acho o lugar fascinante, quebram boas ondas e, sempre que posso, marco presença com minha prancha na Enseada ou no Chico”, diz, citando alguns dos pontos mais visitados. Para o professor Leonardo Santana, ambientalista, sur sta e morador da região de Praia Grande — também em Fundão — desde 1990, é privilégio poder desfrutar de u m mu n i c ípi o c om u m a natureza exuberante, mas ele não esconde uma preocupação com relação à preservação
Arthur Cavallini, Pico Suicídio
espírito renovados. Paulo Roberto Oliveira,
desses ambientes. “O que vem m a nt e n d o P r a i a G r a n d e
Paulo Roberto admirada é a sua natureza, por isso que precisamos fazer com que esse bem natural continue sendo o seu principal atrativo. Temos a consciência de que o lugar precisa de estrutura, mas, que ela venha aliada às necessidades do lugar com um modelo de desenvolvimento a d e q u a d o , ecologicamente correto”, a rma. B r u n o Tr a c k , comerciante e morador de Praia Grande há mais de 20 anos, se sente grato por trabalhar e surfar no lugar onde mora e tem a pretensão de criar uma organização voltada às causas ambientais. “O surfe é muito importante para a
cidade, ele fomenta a economia local e, o mais i mp or t ante, s o c i a l i z a a s p ess o as. Pre cis amos nos organizar, nos unir para constituirmos uma associação ©@PGSTORMERS
Leonardo Santana e, assim, sermos ouvidos junto aos órgãos públicos do município”, ressalta. TATI BELING
Sistema de agendamento on-line da Serra não funciona REPRODUÇÃO
Os u su ár i o s d a S e r r a qu e utilizam o sistema de agendamento on-line (http://gti.serra.es.gov.br/saude/ ) para a marcação de vacinas tanto da covid-19 quanto a da gripe têm encontrado muitas di culdades para acessar o serviço. Somente nesta semana, a redação do Fatos & Notícias recebeu inúmeras reclamações de pessoas que tentaram o agendamento e não conseguiram. "Fiquei mais de 40 minutos tentando agendar a vacina da gripe para o meu lho e não consegui. Quando você entra no site diz que o processo é simples e
rápido, porém não é o que o
usuário encontra", reclama uma
moradora de Jardim Carapina,
que prefere não se identi car. Isso, de acordo com a moradora, irrita e frustra a quem necessita do serviço. "Fiquei muito irritada e frustrada com a péssima qualidade do site. Pra início de conversa a gente só pode tentar a marcação a partir das 18h, o que eu acho um absurdo. Nunca vi isso na minha vida. Se o serviço é on-line não deveria funcionar 24h por dia? É irritante isso", critica. Devido ao grande número de denúncias, a nossa equipe, usando dados autorizados de um reclamante, tentou fazer o agendamento e, assim como os usuários, também não
conseguiu. O processo se dá em cinco passos que, de acordo com o site, é simples e rápido, mas quando chega no passo dois, o usuário não consegue avançar, voltando à estaca zero. Tentamos por, aproximadamente, uma hora, mas também fracassamos. "Após tentar por mais de uma hora, a partir das 18h, como pede a prefeitura, cansei e desisti. Tentei novamente, por mais de meia hora, mais tarde e também não tive êxito. Infelizmente, um serviço que deveria agilizar o atendimento e melhorar a vida das pessoas, virou um verdadeiro pesadelo para quem necessita dele", naliza a moradora.
BRASIL 13
29 DE ABRIL A 06 DE MAIO/2021
A semana em Brasília S e no E
Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes
Simone Tebet (MDB-MS)
LEOPOLDO SILVA/AGÊNCIA SENADO
O retorno ao Congresso do projeto de lei que estabelece multa para empresas que pagarem salários diferentes para homens e mulheres que exerçam a mesma função (PLC 130/2011) foi tema de debate durante a sessão remota do Senado desta terçafeira (27). Representantes da bancada feminina criticaram a volta da proposta, que já havia sido aprovada pelos parlamentares e aguardava a sanção do presidente da República. Mas o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a rmou que a medida "foi prudente". Durante a sessão desta terça, Pacheco con rmou que, após solicitação do presidente da Câmara, Arthur Lira, o projeto retornou àquela Casa. Ao ser questionado sobre isso pela líder da bancada feminina no Senado, Simone Tebet (MDB-MS), ele declarou que a volta da proposta para a outra Casa Legislativa foi uma medida mais prudente, já que havia discordâncias sobre as alterações feitas no texto pelo Senado. — Quando houve a aprovação do projeto e o encaminhamento para a sanção do presidente da República, houve o apontamento por parte da Câmara dos Deputados relativamente a uma eventual alteração de mérito feita no Senado. Essa alteração foi interpretada por alguns consultores [do Senado] como uma alteração de redação do projeto e, por outros, como uma alteração de mérito. A consultoria da Câmara também apontou alteração de mérito. Para que não houvesse dúvida, foi mais prudente esse retorno — argumentou Pacheco.
BRUNO FRITZ
Senadoras criticam retorno ao Congresso de projeto sobre igualdade salarial
Marcelo Santos (Podemos/ES)
Fabiano Contarato (Rede-ES) Trânsito — Senado aprova relatório de Contarato para que motorista embriagado pague custos do SUS com vítimas Santa Teresa — Caminhos do Campo no Circuito Caravaggio Região turística, destino procurado por capixabas, brasileiros e até estrangeiros, Santa Teresa vai receber investimento importante para alavancar o agro turismo e toda a cadeia produtiva do município com a construção da estrada Caminhos do Campo no Circuito Caravaggio. A informação foi con rmada pelo governador do Estado, Renato Casagrande, em reunião com o deputado estadual Marcelo Santos nesta terça (27). Na sede da Secretaria de Agricultura, Casagrande esteve reunido com Marcelo Santos, o secretário de agricultura do Estado, Paulo Foletto; deputado federal Da Vitória; prefeito de Santa Teresa, Kléber Médici; presidente da Câmara de Vereadores, Wanildo Sâncio; o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Hugo Dettmann; o presidente da Associação de Moradores e Produtores Rurais do Caravaggio (Ampruccaravaggio), Lelo Souza, além de representantes do setor produtivo. O governador Renato Casagrande a rmou que o primeiro passo para que a obra possa car pronta, sem gerar transtornos na região, já está sendo realizado. "Vamos começar a fazer o projeto, dando passos assertivos para que tenhamos essa obra pronta", cravou o chefe do Executivo estadual.
AGÊNCIA SENADO LEOPOLDO SILVA/AGÊNCIA SENADO
Rose de Freitas (MDB-ES) Felipe Rigoni (PSB-ES) Rigoni critica despacho de Bolsonaro que desacelera BR do Mar O presidente Jair Bolsonaro publicou, em edição extra do Diário O cial de terça-feira (27), um despacho solicitando o cancelamento do trâmite em regime de urgência do PL 4.199/2020, de autoria do Poder Executivo, conhecido como “BR do Mar”. O texto, já aprovado na Câmara dos Deputados, aguarda apreciação no Senado Federal. O deputado federal Felipe Rigoni, defensor da proposta, criticou o despacho. “A tentativa de frear o projeto é absurda. A BR do Mar é extremamente importante para a redução do custo Brasil, melhora nossa infraestrutura de transportes e representa um ganho logístico para o País. Isso é, sim, muito urgente. No pós-pandemia, vamos precisar de e ciência para gerar emprego e renda”, argumentou. A retirada da urgência era uma reivindicação dos caminhoneiros, que alegam prejuízo com a proposta. Rigoni discorda. “Sabemos que o modal rodoviário é o mais caro e menos e ciente para viagens longas. Estamos corrigindo uma distorção que só existe no Brasil. O navio não vai até a porta da indústria, então você mantém um volume de viagens curtas e gera novas demandas do litoral para o centro do País”, pondera o deputado.
1º de Maio Dia do Trabalhador
AGÊNCIA SENADO
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Senado aprova projeto que prorroga durante a pandemia validade das prescrições médicas para gestantes e puérperas O Senado Federal aprovou, na terça (27), projeto (PL 2442/20) para humanizar a rotina das gestantes e puérperas durante a pandemia da covid19. A proposta, com relatoria da senadora Rose de Freitas (MDB-ES) e autoria da deputada federal Jandira Feghali, prorroga — para essas mulheres no prénatal e no pós-parto — a validade das prescrições médicas e os pedidos de exames complementares de diagnóstico, enquanto durar a crise do coronavírus. A iniciativa permite ainda o uso de formulários eletrônicos e facilita o acesso de gestantes e puérperas a cuidados intensivos e a internações em leitos de UTI. Em seu relatório apresentado ao plenário do Senado, a senadora Rose enfatizou que, “de fato, entre os públicos mais vulneráveis durante a pandemia, estão as mulheres, notadamente em razão de seu papel de cuidadoras de crianças, idosos e enfermos, mas também pelos maiores riscos de violência doméstica e sexual”, ressaltou. Rose também registrou que “estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, mostrou que as gestantes com covid-19 apresentam risco aumentado de desenvolver as formas graves da doença, de serem admitidas em UTI e de necessitarem de alguma forma de ventilação. Nada mais razoável, portanto, que elas tenham acesso facilitado ao necessário suporte clínico caso venham a contrair a enfermidade”, pontuou a senadora.
Com relatório favorável do senador Fabiano Contarato (RedeES), o Senado Federal aprovou, na terça-feira (27), o Projeto de Lei (PLS nº 32/2016) que responsabiliza pessoas que causaram acidentes sob a in uência de bebidas alcoólicas ou substâncias entorpecentes, obrigando-as a ressarcir o Sistema Único de Saúde (SUS) pelos gastos com as vítimas. Delegado de trânsito, Contarato defendeu punição mais rigorosa para os maus motoristas, que hoje acabam bene ciados pela impunidade. "No Brasil, os acidentes de trânsito matam cerca de 45 mil pessoas por ano e deixam mais de 160 mil pessoas com lesões graves. Os custos sociais, estimados por um estudo de 2015, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, beiram R$ 40 bilhões por ano, incluindo-se os custos de perda de produção, danos materiais e despesas hospitalares. Precisamos reduzir essa triste estatística e endurecer a legislação para proteger a vida". Contarato também reforça que a proposta do senador Wellington Fagundes faz justiça ao impor ao motorista criminoso um ônus que atualmente é suportado por toda a sociedade. "A Justiça precisa ser célere para responsabilizar os culpados e penalizar os maus motoristas. Dentre todos os bens jurídicos a serem protegidos, a vida é o principal deles!". O senador já apresentou 11 projetos de lei para diminuir a impunidade no trânsito e assumiu 63 relatorias de matérias sobre o assunto no Senado Federal.
Proposta aprovada na Câmara reconhece vaquejada como atividade esportiva, desde que seja praticada obedecendo regras de proteção animal GABRIEL GONÇALVES/O POVO
A Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (27), o Projeto de Lei 2452/2011, que considera as vaquejadas como prática desportiva formal. O texto, de autoria do deputado Efraim Filho (DEM/PB), que dispõe sobre a prática como evento público de competição, em duplas, com montarias de domínio sobre bovinos, no qual é julgada a habilidade do atleta em dominar o animal com destreza e perícia. Evair de Melo, deputado federal e vice-líder do governo na Câmara, é um importante apoiador da medida. Em discurso realizado na C omissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Responsável, o parlamentar rea rmou a importância cultural da prática e a necessidade de aprovação do projeto. “O texto é extraordinário. Tem uma relação de responsabilidade técnica e é acima de tudo o respeito às tradições, culturas e valores de um povo que precisam ser, sim, reconhecidos e respeitados”.
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Direito x esquerdo: saiba o que faz cada lado do cérebro Entenda como funciona a divisão de tarefas do corpo no principal órgão do sistema nervoso
Monumento Natural Frade e a Freira denomina nova rota turística
©ARTE/VIX
©YURI BARICHIVICH
O cérebro é considerado o órgão mais impor tante do nosso sistema nervoso central. É ele quem processa as informações d e s e n s a ç õ e s c om o v i s ã o, audição, tato, olfato, o funcionamento de órgãos do cor p o, assim como out ras funções e comandos do organismo. Mas como será que é feita a divisão dos comandos do corpo em cada parte do cérebro? De acordo com Laura Guilhoto, especialista em neurologia infantil e presidente de honra da Associação Brasileira de Epilepsia, cada pessoa carrega um hemisfério dominante em seu cérebro. É esse o responsável pelas funções motoras, como falar e escrever. "A maioria das pessoas tem a dominância hemisférica para atos motores do lado esquerdo e por isso são destras. No cérebro as informações vão e vêm do lado contrário ao corpo. Raramente, o hemisfério direito é o dominante. Porém nestes casos, é o que faz as pessoas canhotas", explica a neurologista. O hemisfério não dominante é responsável por outras funções, c om o h abi l i d a d e s visuoconstrutivas e é considerado, muitas vezes, o lado do cérebro ligado à criação artística. A movimentação dos braços, porém, é comandada p elos dois hemisfér ios do cérebro. "O direito recebe e envia informações para o lado esquerdo; o braço esquerdo, re ceb e dire cionamento do hemisfério direito", explica a médica. Como visto, existe um lado do cérebro que é dominante e outro que não é. A dominância de hemisférios cerebrais é desenvolvida ainda na infância. Entretanto, pequenas lesões no órgão podem fazer com que ela mude de lado, cas o s eja
necessário. Segundo Laura, ter um h e m i s f é r i o d o m i n a nt e d o cérebro é importante justamente para os casos de lesões cerebrais e suas respectivas localização e lateralidade (direita ou esquerda), que podem comprometer as funções do corpo ou não. Lesões no cérebro, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), tumor cerebral ou mesmo crises epilépticas que se originam em determinada região do cérebro ou hemisfério podem ser identi cados a partir de sintomas que se manifestam no corpo. "Se uma crise epiléptica se origina no lobo occipital (região do cérebro próximo à nuca), a pessoa terá manifestações visuais no início dela, pois essa parte do cérebro é responsável pelo processamento das informações visuais que vêm do nervo óptico e da retina", aponta Laura. Ainda de acordo com a médica, a ocorrência de lesões vasculares e neoplasias (tumores), dependendo da extensão, podem comprometer a movimentação e sensibilidade do corpo, caso c omprom e t a o h e m i s fé r i o cerebral direito. "Do mesmo
modo, se o hemisfério cerebral esquerdo estiver com algum comprometimento ou por AVC, neoplasia, infecção ou traumatismo, o lado direito do corpo terá di culdades de movimentação e sensibilidade. Muitas vezes, também se observa di culdade de linguagem verbal, de expressão e compreensão", pontua a especialista. Hábitos considerados não saudáveis, como sedentarismo e a alimentação inadequada, além de doenças cerebrais podem prejudicar a saúde do cérebro. Dessa forma, a orientação de Lécio Figueira Pinto, atual vicep r e s i d e nt e d a As s o c i a ç ã o Brasileira de Epilepsia (ABE), é manter uma dieta que evite alimentos industrializados e excesso de sal, além de um estilo de vida priorize a atividade física e retire o consumo excessivo de álcool e cigarro. "Estudar é fator protetor para a memória e há trabalhos que mostram que pessoas que têm mais anos de escolaridade, têm maior reser va cognitiva. A leitura, música e jogos também são importantes para manter o cérebro ativo", adiciona o neurologista.
destaca a secretária, enfatizando focal de uma rota turística O Monumento Natural O Frade que as tendências previstas pósestimula o investimento na e a Freira passou a denominar pandemia apontam pela busca região de empreendedores da um novo produto turístico do por espaços naturais. hotelaria, p or exemplo, Espírito Santo, a Rota Frade e a A Unidade e quarta-feira Freira. A lei sancionada pelo dafortalecendo A transmissão será no canal Sedu Digital anoeconomia YouTube,local nesta (07),deàsConservação 14 horas Monumento Natural Frade e a trazendo para nosso Estado um governador do Estado, Renato Freira foi criada por ser um maior uxo turístico, assim que Casagrande, fortalece a região marco paisagístico e histórico do os índices de transmissão da atraindo para o local mais Espírito Santo. Declarada como covid-19 permitirem”, enfatiza visitantes e também novos Patrimônio Natural Cultural, a Lenise Loureiro. negócios. A rota contempla os unidade apresenta um conjunto A secretária municipal de municípios de Cachoeiro de granítico de 683 metros de Cultura e Turismo de Cachoeiro Itapemirim, Itapemirim, Rio altitude com uma silhueta que d e It ap e m i r i m , Fe r n a n d a Novo do Sul e Vargem Alta, lembra o per l de um frade e Merchid Martins, a rma que a cidades que estão inseridas nas uma freira. iniciativa é importante, porque regiões turísticas Montanhas Segundo o Instituto Estadual proporciona o fortalecimento e o Capixabas, Costa, Imigração e do Meio Ambiente (Iema), o aumento das oportunidades Vales e do Café. Monumento Natural o Frade e a para empreendedores do O local é considerado um Freira é composto por áreas turismo do município, cartão-postal do Espírito Santo e particulares e, por isso, qualquer ampliando o interess e em atrai muitas pessoas que visita ao atrativo nestas áreas investimento e bene ciamento pro c uram a região para a deve ser informada aos de atividades turísticas, além de contemplação da natureza e a proprietários. Informa ainda promover a cooperação entre os prática de escalada esportiva. A que, atualmente, está aberto ao municípios contemplados. “O secretária de Estado de Turismo, público o mirante natural em monumento do Frade e a Freira Lenise Loureiro, destaca o elevação rochosa, do alto do já recebe um uxo signi cativo potencial da região e a "ombro" do Frade, acessível por de turistas e, com a legalização, importância desta rota para o estrada de terra, a partir da BRganha-se mais consistência e incremento da economia local. 101. consolidação desse movimento”, “O atrativo natural como ponto
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COTIDIANO 15
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Peixes sentem dor? Pesquisadores dizem que é provável que sim ©DIDIER RUIZ
Uma equipe internacional e multidisciplinar, que inclui membros do corpo docente da Universidade do Texas, em Arlington, publicou um artigo na revista Philosophical Psychology que debate se os peixes sentem dor. A conclusão deles: embora os peixes não tenham certas regiões do cérebro normalmente associadas em humanos ao processamento da dor desagradável, isso não oferece prova de nitiva de que os peixes não experimentam eventos dolorosos. Há uma divisão entre cientistas e lósofos contemporâneos sobre a questão do sofrimento animal, especialmente em peixes. Após a descoberta de receptores de dor em peixes no início do século 21, os cientistas desenvolveram experimentos comportamentais que pareciam mostrar que os peixes sentem dor. No artigo “Contra o Neocartesianismo: Resiliência Neurofuncional e Dor Animal”,
catedrático de psicologia, são coautores do artigo, junto com David Rudrauf, da Universidade de Genebra, na Suíça. A compreensão desses processos pode ter implicações importantes em nossa sociedade e pode ser usada para ajudar a o r i e nt a r f u t u r a s p o l í t i c a s governamentais, ambientais e da indústria de alimentos, bem
Peixe-palhaço
os pesquisadores recorrem à neurociência contemporânea para argumentar que muitos humanos que sofreram lesões cerebrais que impactam as regiões de processamento da dor ainda mantêm o sentimento de dor. Isso sugere que essas regiões
corticais não são necessárias para a dor ou que o cérebro pode compensar para garantir que funções essenciais, como o efeito da dor, permaneçam intactas. “A rmar que os peixes não sentem dor devido à ausência dessas regiões do cérebro pode ser o mesmo que concluir que
como decisões dietéticas pessoais. “Embora nosso estudo não possa provar que os peixes sentem dor, podemos a rmar que os argumentos baseados na falta de certas estruturas cerebrais para negar a dor nos peixes parecem cada vez mais insustentáveis”, disse Williford.
eles não podem nadar porque não têm braços e pernas”, disse Phil Halper, principal autor do estudo e pesquisador independente na Grã-Bretanha. Kenneth Williford, professor associado da UTA e catedrático de loso a e humanidades, e Perry Fuchs, professor da UTA e
Como diferenciar um ataque de raiva 'normal' de um transtorno explosivo? ©UOL
A principal diferença está na frequência e intensidade da raiva. É importante saber que esse sentimento é normal, sendo uma resposta emocional a situações em que a pessoa se sente ameaçada, injustiçada, magoada ou frustrada. Muitas vezes, no ataque de raiva, a vontade é atacar a pessoa ou acabar com a situação que a está fazendo mal, porém, em fração de segundos, este impulso é freado. Já o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) é um quadro em que a pessoa tem explos õ es de raiva com frequência, cerca de duas a t rê s v e z e s p or s e m a n a , durante, mais ou menos, três
meses, e a situação que levou a este sentimento é desproporcional em relação à explosão de fúria que a pessoa apresenta. Geralmente nestas crises, a pessoa não breca os s e u s í mp e t o s , p o d e n d o quebrar alguma coisa, objetos, jogar coisas no chão ou perder o controle sobre a agressividade verbal, mas também pode acontecer de agredir outra pessoa. Normalmente, a pessoa que tem o transtorno, após as crises, acaba se arrependendo do ocorrido. Ela se dá conta que o evento foi totalmente desproporcional e se sente mal, desconfortável e tem medo de o problema ocorrer outras vezes. Caso os ataques
de raiva ocorram com certa frequência, é importante buscar a ajuda de um psicólogo ou psiquiatra. O pro ssional da saúde fará uma avaliação da história da pessoa para poder chegar ao diagnóstico correto. Isso porque os ataques de raiva podem estar ligados não somente ao TEI, mas também a o e s t r e s s e , d e p r e s s ã o,
transtornos de personalidade e outros problemas. Caso a pessoa seja realmente diagnosticada com TEI, o tratamento envolve sessões de psicoterapia para que ela possa identi car os principais gatilhos que levam aos ataques de raiva e conseguir se controlar. Além disso, também pode ser prescrito algum
medicamento que aumente o n í v e l d e s e rot on i n a n o sistema nervoso central. Ao seguir o tratamento corretamente, o transtorno é controlado, podendo voltar em alguns momentos, mas não com a mesma intensidade que antes. Por isso, não deixe de buscar ajuda.
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Máquina troca óleo de cozinha usado por benefícios Startup surgiu para facilitar e estimular o descarte correto do óleo de cozinha usado em residências ©DIVULGAÇÃO/ÓLEOPONTO
O descarte incorreto do óleo de cozinha usado é um problema grave. No Brasil, são produzidos cerca de três bilhões de litros de óleo vegetal comestível a cada ano e a cada quatro litros consumidos nas residências, um é mal descartado. Isso representa mais de 700 milhões de litros de óleo de cozinha usado lançados no meio ambiente sem o devido cuidado ou controle todos os
anos. A prática incorreta mais usual para o descarte de óleo nos domicílios é o uso dos ralos de cozinha. Essa atitude, além de resultar em um grande problema nas tubulações das casas e e dif ícios, c aus a uma s ér i a contaminação em rios, lagos e mananciais, nos quais um litro de óleo pode contaminar até 25 mil litros de água.
Como solução, o arquiteto Zadrik Mendonça, de Jardim, cidade do Mato Grosso, criou a empresa Óleoponto. O objetivo do empreendedor é oferecer uma alternativa ambientalmente correta para o óleo usado em casa e, ao mesmo temp o, gerar benefícios para quem zer a sua parte. A ideia da empresa é simpli car e i n c e nt i v ar, p or m e i o d e boni cações, o descarte correto do óleo de cozinha usado, transformando isso num hábito d o b r a s i l e i r o. A m á q u i n a funciona de forma extremamente simples: o usuário leva o óleo em uma garrafa PET e, depois de um rápido cadastro no painel interativo, a máquina coleta o óleo de forma higiênica e com sistema para evitar fraudes. O cadastro serve para que o usuário colete pontos a cada d e s c ar te, qu e p o d e r ã o s e r trocados por benefícios. Para que a ideia saísse do papel, Zadrik fez uma parceria com duas empresas juniores da Universidade de São Paulo (USP), a EESC Jr e a FEA Júnior
USP. A primeira é a empresa júnior da Escola de Engenharia de São Carlos, que desenvolveu o projeto e construiu toda a máquina coletora de óle o, visando a atratividade dela para usuários, donos de estabelecimentos e recicladores de óleo. Concomitantemente, a empresa júnior da Faculdade de
Economia e Administração da USP desenvolveu o modelo de negócios da startup, estruturando as áreas de marketing, nanças e operações da empresa. Com a máquina nalizada e o modelo de negócios estabelecido, a primeira máquina da Óleoponto será implementada
na cidade de Andradina, interior d e S P, a i n d a n o p r i m e i r o semestre. Empresas, condomínios, universidades ou mesmo comunidades que tenham interesse em instalar uma máquina para o descarte correto do óleo de cozinha usado podem entrar em contato pelo site oleoponto.com.br.
Marte tem dunas coloridas divulgadas em fotos pela Nasa ©NASA
temperaturas nas dunas de Marte e entender quais compostos químicos estavam no solo do planeta e como eles reagiam à interação com a luz solar. As partes mais azuladas da foto são as regiões mais frias desse conjunto de dunas, enquanto as amarelas mostram uma interação
O planeta vermelho. É assim que conhecemos nosso vizinho de sistema solar, Marte. Mas a Nasa recentemente divulgou imagens de dunas azuladas e amarelas do nosso companheiro. As imagens parecem ter saído de uma viagem psicodélica ou da capa de um disco do Pink Floyd. Entretanto, elas são produtos de ltros cientí cos que procuram detectar as temperaturas em solo marciano.
A imagem que salta aos olhos é resultado de uma combinação de diversas fotogra as que mapearam o planeta vermelho entre 2002 e 2004 na missão Odyssey. A imagem foi publicada como uma forma de lembrar a missão, que completou 20 anos no último dia sete de abril. A imagem mostra “um mar de dunas escuras, esculpidas pelo vento em longas linhas, circunda a calota polar norte de Marte e
cobre uma área tão grande quanto o Texas”, conforme aponta comunicado o cial da Nasa. Segundo a agência espacial estadunidense, os trinta quilômetros representados na foto foram registrados pelo Sistema de Imagem de Emissão Térmica (emis), que registrou as temperaturas do solo do planeta vizinho. B a s i c am e nt e , o ap are l h o conseguia mapear as
maior com a emissão de raios solares. Desde 2001, a emis já enviou à Terra mais de um milhão de imagens do nosso querido vizinho de planeta solar e continua a alimentar os cientistas de informações sobre o solo marciano. Mas recentemente, ela
ganhou dois novos intrusos em marte: o rover Perseverance e o helicóptero Ingenuity, que estão explorando a cratera de Jezero, onde os cientistas desejam descobrir vestígios de água e vida no planeta vermelho.