ANO XI - Nº 421
Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia
06 A 13 DE MAIO/2021 SERRA/ES
Distribuição Gratuita
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
Reforma no ensino médio prevista para 2022 tem atraso nos Estados ©GETTY IMAGES
8 Aprenda a fazer uma deliciosa panqueca de carne com requeijão para arrasar na refeição em família Pág. 8
JORGE PACHECO
8 Ônibus municipal de Vitória passa a integrar o sistema Transcol a partir de segunda-feira Pág. 5
ANA MARIA IENCARELLI
8 Urge parar de torturar o
lho ou lha como instrumento do Estado, nessa Violência Vicária Institucional Pág. 10
HAROLDO CORDEIRO FILHO
8 Entrevista com o vereador
Maurício Leite, de Vitória
Pág. 12
Exército dos EUA trabalha em robô com músculos biológicos Pág. 14
Pesquisadores descobrem gênero de dinossauro que viveu há 85 milhões de anos no interior de SP
FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC
Pág. 7
Criação severa pode gerar estruturas cerebrais menores na adolescência Pág. 15
Sete Estados ainda não enviaram currículo para avaliação: cinco estão realizando ou finalizaram consultas públicas de seus referenciais curriculares e dois ainda estão no processo de construção de seus referenciais curriculares Pág. 4
Veleiro vai coletar resíduos plásticos e gerar energia
Campanha destaca diagnóstico precoce para evitar glaucoma ©CONSELHO BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA
Pág. 16
Adultos mais velhos podem ser mais focados e menos ansiosos, diz estudo
Recuperação de manguezais valoriza culturas tradicionais na Amazônia ©RAFAEL ARAÚJO CURUCA PEABIRU
©ISTOCK
Adultos mais velhos parecem mitigar aspectos negativos do declínio cognitivo criando estratégias eficientes para manter o foco, revela pesquisa Pág. 11
Ao plantar mudas para recuperar mangues, projeto engaja comunidades e valoriza a identidade dos povos tradicionais
Pág. 16
O ponto alto da campanha ocorrerá no dia 22 deste mês, antes da celebração do Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, comemorado em 26 de maio Pág. 9
Subespécie de coruja é vista na ilha de Bornéu pela 1ª vez em 125 anos Pág. 2
2 MEIO AMBIENTE
06 A 13 DE MAIO/2021
Subespécie de coruja é vista na ilha de Bornéu pela 1ª vez em 125 anos Encontrada nas florestas montanhosas do Monte Kinabalu, na Malásia, ave identificada como "Otus brookii brookii" tem chance de ser inédita ©ANDY BOYCE/SMITHSONIAN MIGRATORY BIRD CENTER
©LARS PETERSSON/EBIRD
Quando o ecologista Andy Boyce avistou uma coruja da subespécie Otus brookii brookii, sabia estar diante de uma “ave mítica”. A uma altitude de 1.650 metros nas orestas montanhosas do Monte Kinabalu, o ponto mais alto da ilha do Bornéu, na Malásia, o animal foi captado pelas lentes fotográ cas do pesquisador após quase 125 anos sem registros de aparições na natureza e, pela primeira vez na história, virou objeto de um retrato. Divulgada na última quartafeira (28) em artigo no periódico e Wilson Journal of Or nit holog y, a des cob er t a aconteceu em maio de 2016, quando pesquisadores norteamericanos deram início a um
projeto que pretendia estudar os 10 últimos anos de evolução das aves que povoaram o Monte Kinabalu. Quem noti cou Boyce sobre a possível aparição da coruja rara foi o biólogo Keegan Tranquilo, para quem ela parecia maior e diferente das que são regularmente encontradas nas montanhas. O pesquisador do instituto norte-americano Centro de Aves Migratórias Smithsonian concordou — e quas e não acreditou no que viu, já que a ave foi documentada viva pela última vez em 1892. “Foi uma progressão muito rápida de emoções quando vi a coruja pela primeira vez – choque e e mp ol g a ç ã o ab s oluto s p or
Coruja “Otus brookii solokensis”
Camaleão Furcifer labordi
Coruja "Otus brookii brookii" termos encontrado essa ave mítica, depois, pura ansiedade por ter que documentá-la o mais rápido que pude”, relata Boyce, em comunicado o cial. Três características visíveis a olho nu sinalizavam para a hipótese: tamanho, cor dos olhos e habitat. Pequena — não pesa mais do que 100 gramas — e dona de olhos laranja- amejantes, a Otus brookii brookii é nativa da ilha de Bornéu, no sudeste da Ás i a , a s s i m c om o a out r a subespécie de sua família, a Otus
brookii solokensis, oriunda das orestas da Sumatra. De acordo com Boyce, atributos especí cos do animal (como plumagem, padrões de especiação do gênero Otus e parâmetros logenéticos de aves montanhosas em B ornéu e Sumatra) sugerem que a coruja encontrada corresponda a uma nova espécie endêmica da ilha asiática. A suspeita, no entanto, ainda não pôde ser posta à prova, uma vez que os dados sobre a subespécie são raros e, em sua
maioria, se apoiam em referências de sua subespécieirmã mais comum na natureza, a Otus brookii solokensis. Segundo os pesquisadores, quase todos os elementos básicos da ecologia da Otus brookii brookii são desconhecidos, incluindo distribuição geográ ca, biologia reprodutiva, tamanho da população e comportamento vocal. “Nossa única observação durante este estudo intensivo con rma que esta coruja vive em orestas de
montanha, provavelmente acima ou abaixo da área de pesquisa”, avalia Boyce. Desvendar esses dados pode ter implicações importantes para a conser vação de ambas as subespécies de Otus brookii, endêmicas de ilhas do sudeste asiático. A oresta onde a Otus brookii brookii foi localizada justi ca o raciocínio: já se encontra ameaçada pela perda de habitat devido às mudanças climáticas, desmatamento e exploração do óleo de palma na região. Não à toa, os pesquisadores recomendam que sejam feitos levantamentos noturnos para estudar o habitat, registrar vocalizações e coletar amostras de sangue ou penas da coruja inédita. “Para proteger esta ave, precisamos de um conhecimento sólido de seu habitat e ecologia, destaca Boyce. “Infelizmente, só somos bons em conservar o que sabemos e o que nomeamos". Ap esar da ausência de informações, o estado de conser vação da espécie foi designado como de "pouca p r e o c u p a ç ã o " p e l a Un i ã o Internacional para Conservação da Natureza.
Aquecimento global aumentou número de ursosgrolares, híbrido de urso-polar com urso-pardo mistura dos ursos-polares com os ursos-pardos. Essa espécie exótica, também conhecida como urso-pizzly, foi vista pela primeira vez na natureza em 2006, mas com o aumento da temperatura e o derretimento de geleiras, a população desses animais tem
os habitats das duas espécies, que costumava ser bastante diferente, têm se sobreposto em cada vez mais locais. Ao mesmo tempo em que o calor mais perto do Equador tem empurrado os ursos-pardos para o norte, os ursos-polares, que vivem no Ártico, estão descendo
©GUY CLAVEL/AFP/DANI POZO/AFP/GETTY IMAGES
As mudanças climáticas trazem uma série de alterações na biodiversidade do planeta, desde habitats que se tornam hostis, até mortes em massa de animais. No entanto, um efeito colateral e inesperado do aquecimento global é o surgimento de espécies híbridas na natureza, como é o
cas o dos urs os-g rolares, a
aumentado. Isso acontece porque
para o Equador em busca de
alimento, já que o gelo de seu habitat natural tem derretido cada vez mais rápido e os maiores predadores do Polo Norte têm cado sem opções de alimento. Ao que parece, o acasalamento das diferentes espécies não tem ocorrido exatamente por acaso, com a indicação de que os ursospolares e os ursos-pardos estejam praticando o acasalamento oportunista. Um estudo de 2017 documentou que pelo menos oito ursos-grolares eram crias de apenas uma fêmea de urso-polar e dois ursos-pardos. “Sabemos sobre os pizzlies há
algum tempo, mas sua ocorrência pode ser mais comum com o aquecimento do Ártico em curso”, declarou Larisa DeSantis ao portal americano Gizmodo. “Os ursos polares estão cada vez mais tendo que procurar outras fontes de alimento, quando a caça de focas no gelo marinho se torna i n s u s t e n t á v e l ”, c o m p l e t a DeSantis. Larisa DeSantis comenta que os ursos-pardos e os polares têm em comum o fato de se reunirem em locais com carcaças de baleias. E como seu parentesco é relativamente recente, com um
ancestral comum datando de cerca de 500 mil anos, eles conseguem se reproduzir, assim como acontece com leões e tigres, por exemplo. No entanto, os pesquisadores ainda não sabem se esses híbridos são capazes de sobreviver na natureza ou se reproduzir entre si ou com seus p r e d e c e s s o r e s . Tu d o d e v e depender de como cada uma das três espécies, tanto as “puras” quanto a híbrida, vão reagir ao habitat proporcionado pelas mudanças climáticas.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES
Filiado ao Sindijores
CNPJ: 18.129.008/0001-18
"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"
Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília
Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores
CULTURA 3
06 A 13 DE MAIO/2021
O que veio primeiro, A trajetória de Anita
o ovo ou a galinha? Garibaldi, a heroína O ovo. Explicação, há duas possíveis — vai depender se a pergunta se refere especicamente a ovos de galinha ou se engloba ovos em geral ©DAVID MALAN/GETTY IMAGES
de dois mundos
O romance histórico “Anita”, de Thales Guaracy, conta a saga da revolucionária que atuou no processo de unificação da Itália ©DOMÍNIO PÚBLICO
FOTO: REPRODUÇÃO
O
ovo. Prontinho, eis a resposta. Explicação, há duas possíveis — depende de como você interpreta a p e rg u nt a . S e e st ive r mo s pensando em ovo como um conceito mais amplo — qualquer ovo, de qualquer animal — precisamos embarcar na máquina do tempo. Todas as aves põem ovos, não só as galinhas. E as aves descendem de dinossauros, répteis que também eram todos botadores. De fato, todos os animais vertebrados possuíam ovos originalmente. Alguns ramos, como os mamíferos, abandonaram esse método ao longo de sua evolução em prol da gestação que conhecemos. Mas isso é exceção. Inclua na conta os invertebrados, como crustáceos e insetos, temos que 99% dos animais se reproduzem com ovos. Pensando nisso, essa moda reprodutiva começou há, no mínimo, 500 milhões anos, no período Cambriano, quando uma explosão de biodiversidade deu origem aos ancestrais de quase todos os bichos que a gente conhece hoje. Esses ancestrais foram se ramificando em incontáveis espécies, e a maioria delas manteve os ovos como meio preferencial de trazer bebês ao mundo. O único empecilho nesse
raciocínio é que nem todo ovo para os biólogos é o que você chama de ovo: peixes, por exemplo, têm ovos minúsculos e molengas, sem casca calcária nem nada parecido com clara ou gema. São feitos para o ambiente aquático. Sendo assim, talvez seja sensato delimitar a busca a ovos amnióticos — os ovos cascudos que conhecemos. Essa é uma invenção dos ancestrais dos répteis atuais, e surgiu há algo entre 370 e 340 milhões de anos. Nessa época, nem a galinha nem qualquer outra ave sonhavam em existir. Portanto, o ovo veio primeiro. Ovos amnióticos são um tipo impressionante de engenharia biológica. Impermeáveis ao mu nd o e x te r i or, for ne c e m nutrientes e oxigênio para o embr i ão, e lid am com as excreções do futuro bebê sem precisar eliminá-las no ambiente.
Agora, vamos dar a outra explicação: e no caso específico do ovo da galinha? As g a l i n h a s s ã o a n i m a i s domésticos. O nome científico já diz: Gallus gallus domesticus. O Gallus gallus original, selvagem, era uma ave com muito menos carne e muito mais vontade de bicar humanos. Seu nome leigo é galo-banquiva, e sua história com os humanos começou no sul da
Ásia, provavelmente há uns 10 mil anos. Os pintinhos de galo-banquiva mais dóceis e gordinhos eram selecionados e postos para cruzar, dando origem a gerações progressivamente mais tranquilas com o passar dos anos. Ninguém sabe os detalhes de como isso aconteceu, mas é possível que grande parte do processo tenha sido inconsciente. Os humanos pré-históricos criavam as aves mais suculentas e bem-humoradas porque elas forneciam mais comida e davam menos trabalho, mas não ocorreu a ninguém que esse era um processo de seleção artificial, capaz de criar uma nova espécie. Assim, surgiu um bicho fácil de ter em casa, que dá um bom almoço e é uma máquina de ovos. Galinhas são tão artificiais quanto iPhones. Dentro dessa linha de pensamento, a questão do ovo se resume ao seguinte: um belo dia, uma “quase galinha” pôs um ovo cujo pintinho era só um pouquinho mais tranquilo que a mãe. E esse pintinho foi a primeira galinha — tudo depende do quão calmo e gordo você exige que o pintinho fique para declará-lo uma galinha oficialmente, e não mais a ave ancestral selvagem. Portanto, pela segunda vez neste texto, o ovo veio primeiro.
Considerada a “heroína de dois mundos”, Anita Garibaldi foi uma corajosa revolucionária, que atuou no processo de unificação da Itália e se envolveu na Revolução Farroupilha. Sua brilhante trajetória é contada na obra “Anita”, do renomado e s c r itor br as i l e i ro T ha l e s Guaracy. Nascida em Laguna, cidade litorânea de Santa Catarina, Anita foi obrigada a se casar aos 14 anos, após seu pai ser assassinado. Contudo, seu
marido desapareceu tempos depois e a jovem acabou se apaixonando pelo italiano Giuseppe Garibaldi. Ao lado do companheiro, a revolucionária passou a atuar diretamente na Revolução Farroupilha e na unificação da Itália. Infelizmente, sua vida tomou outros rumos e, em 4 de agosto de 1849, ela veio a óbito, grávida de seis meses, em decorrência da malária. Símbolo da luta pela unificação e liberdade da Itália, Anita Garibaldi lutou
bravamente até os seus últimos momentos de vida. Lançada pela Editora Record, o romance histórico de Thales Guaracy reúne fatos históricos e n a r r at i v a s f i c c i o n a i s q u e englobam a brilhante e emocionante história da mulher que rompeu barreiras ao lutar em prol de um ideal. O livro irá conduzir o leitor a uma verdadeira viagem no tempo, levando-o até o íntimo da “heroína de dois mundos”.
Coliseu ganhará reforma em Roma e garantirá espetáculos inéditos LUCIANO DANIEL
©REPRODUÇÃO
ALTAIR MALACARNE/ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (BR), MEMÓRIA/FACEBOOK
(SUPERINTERESSANTE)
Foto Antiga do ES
ESCOTEIROS EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM, POR VOLTA DE 1930
O Ministério dos Bens Culturais da Itália anunciou um projeto ambicioso de revitalização do piso do Coliseu. Considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a estrutura de mais de dois mil anos estará nas mãos d a Mi l an Ingeg ner i a, que assinou um contrato de 18,5 milhões de euros (mais de R$ 121 milhões) e se comprometeu a concluir a restauração até 2023. Dario Franceschini, líder da entidade governamental no país, explica que, dentre os planos, está a criação de um piso flexível capaz de fornecer aos turistas (7,6 milhões em 2019) uma perspectiva mais clara de como era a arena quando gladiadores lutavam até a morte.
Antigamente, eram disponibilizados 70 mil assentos para espectadores e espectadoras. Para isso, haverá a inclusão de uma plataforma de madeira que cobrirá todo o piso principal, composta por centenas de ripas que podem ser giradas para garantir luz natural às câmaras subterrâneas. "É um projeto extraordinário", destaca Franceschini. "Você poderá caminhar sobre [a construção] e ir até o centro do Coliseu, vendo-o da mesma forma que os visitantes faziam até o final do século XIX", complementa. O passar dos séculos não foi suave para o Coliseu, que perdeu cerca de 50 mil assentos desde
sua construção. Também no século XIX, arqueólogos chegaram a remover seu último andar, proporcionando uma visão aprimorada do verdadeiro labirinto de salas e corredores sob a arena. Entretanto, ele nunca foi recolocado. Por fim, Dario defende que a iniciativa ajudará a preservar e proteger o monumento e a melhorar a sua usabilidade. Depois de tudo pronto, eventos culturais devem esquentar ainda mais a procura pelo lugar — que, um dia, já foi, também, inundado diversas vezes para a exibição de espetáculos relacionados a batalhas marítimas e garantiu a plateias um show de execuções e caçadas diversas.
4 EDUCAÇÃO
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Reforma no ensino médio prevista para 2022 tem atraso nos Estados ©WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO
O ano que vem é o prazo para que 7,5 milhões de adolescentes brasileiros frequentem uma escola com currículo exível, que atenda aos variados interesses e aptidões dessa população, com idade entre 15 e 17 anos. É que, em 2022, as redes pública e particular precisam estar com o Novo Ensino Médio implementado, segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O Novo Ensino Médio é uma resposta a uma escola tida como desinteressante pelos jovens e, portanto, com altos índices de evasão. O modelo incentiva o prot a gon i s m o d o s a lu n o s , apresenta diferentes trilhas de conhecimento de nidas em itinerários formativos e substitui a estrutura tradicional das disciplinas por formatos exíveis e integrados de aplicação de conhecimentos e habilidades. No entanto, a menos de um ano do prazo para que tudo isso saia do papel, os dados sinalizam que pode haver atrasos. Dados do Movimento pela Base — entidade não governamental que mantém um observatório da BNCC — mostram que oito dos Estados possuem os currículos do médio já homologados, dois t ê m c u r r í c u l o s ap rov a d o s aguardando homologação e outros dez estão com os seus currículos em avaliação nos conselhos estaduais de educação. Sete Estados ainda não enviaram currículo para avaliação: cinco estão realizando ou nalizaram consultas públicas de seus referenciais curriculares e dois ainda estão no processo de
construção de seus referenciais curriculares. A implementação do modelo vai além da construção de currículos alinhados à BNCC e com itinerários formativos. As redes estaduais precisam tomar outras decisõ es como, p or exemplo, sobre alocação de professores e mudanças no sistema de matrícula. “Faz falta um cronograma nacional para implementação, apesar de o Ministério da Educação (MEC) não ter esta atribuição de nida em lei”, a rma Carlos Lordelo, coordenador de projetos para o ensino médio no Movimento pela Base. “De qualquer forma, deveria haver um cronograma com prazos para as coisas ocorrerem, como o envio de materiais didáticos e datas de av a l i a ç õ e s a l i n h a d a s . S ã o decisões que cabem ao governo federal e afetam os Estados”. Em São Paulo, as turmas de 1.º
ano do médio já estão, a partir de 2021, sendo reguladas por diretrizes de nidas no Currículo Paulista. “Projetamos para meados de 2021 um dos momentos mais importantes: a escolha dos itinerários”, diz Gustavo Blanco de Mendonça, coordenador do ensino médio da S ecretaria de Educação do Estado de São Paulo. “Faremos uma pesquisa com os alunos na rematrícula no segundo semestre. Um grande desa o é ajudar os alunos a entenderem o que é o novo ensino médio, para que possam fazer escolhas que tenham sentido para eles”. Currículos do Novo Ensino Médio homologados: São Paulo, Pernambuco, Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba e Mato Grosso do Sul. Currículos aprovados esperando homologação: Mato Grosso e Santa Catarina.
Currículos em avaliação: Acre, Goiás, Amazonas, Piauí, Sergipe, To c ant i ns , Par aná , R i o d e Janeiro, Roraima e Rio Grande do Sul. C onsultas públicas s obre referenciais curriculares em andamento: Ceará, Maranhão, Alagoas, Pará e Rondônia. Construção de referenciais curriculares ainda em processo: Bahia e Rio Grande do Norte A meta é que o aluno tenha acesso aos eixos formativos que escolher em um raio máximo de dois quilômetros da residência. A implementação tem referências em programas-pilotos implementados em 2020, com pro c e s s o d e e x i bi l i z a ç ã o curricular em 198 escolas e testes do it inerár io de for maç ão pro ssional em 131 unidades. O piloto trouxe alguns apontamentos, como a pre d i l e ç ã o p e l o it i n e r ár i o pro ssionalizante. Por isso, a
projeção da secretaria é oferecer a opção em pelo menos 30% das escolas — hoje chega a 10% da rede. “Jovens de 16 anos que precisam entrar no mercado de trabalho podem ter a formação pro ssional em um único turno e realizar atividades como Jovem Aprendiz no contraturno”, diz Mendonça. Além das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs), a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo tem parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) para a oferta do eixo de formação técnica e pro ssional. A entidade traz a exp eriência de décadas de atuação no ensino pro ssionalizante e, desde 2019, reformulou o ensino médio com elementos da BNCC, como as c omp on e nt e s c u r r i c u l a re s de nidas a partir das áreas de conhecimento. “O trabalho com projetos é o o condutor da metodologia, contemplando, a cada ano, uma intencionalidade formativa: autoconhecimento, emancipação e autonomia”, diz Me l i n a S anj ar, g e re nt e d e desenvolvimento e responsável pelo ensino médio técnico do Senac São Paulo. Atualmente o Senac oferece t rês c urs os: o Té cnico em Informática, que capacita o aluno a r e a l i z a r m a nu t e n ç ã o d e computadores, operação de redes e desenvolvimento de aplicativos;
o Técnico em Administração, em que ele é preparado para atuar em áreas como gestão de pessoas, logística, vendas, nanças e marketing; e o Técnico em Mu lt i m í d i a , qu e t r at a d o s campos de comunicação, design, tecnologia e artes. “Os alunos discutem como a tecnologia pode solucionar demandas sociais existentes. Por isso, d e s e nvolve m proj e to s qu e buscam transformar a realidade local por meio de recursos digitais que promovem a construção de um mundo mais sustentável, diverso e justo”. A Lei do Novo Ensino Médio estabelece a carga horária de três mil horas totais ao longo dos três anos desta etapa, ampliando as 2,4 mil horas estipuladas a n t e r i o r m e n t e . Ta m b é m determina que, dessas três mil, 1,8 mil horas devem ser destinadas para o aprendizado determinado pela BNCC, que é comum e obrigatório para todos. No restante da carga horária, de 1,2 mil horas, a chamada parte exível, os alunos poderão escolher itinerários formativos, ou seja, poderão decidir o que irão estudar de acordo com seus interesses: Linguagens e suas tecnologias; Matemática e suas tecnologias; Ciências da natureza e suas tecnologias; Ciências humanas e sociais aplicadas e Formação técnica e pro ssional.
Alfabetizar na idade certa melhora desempenho de alunos na escola ©ADRIANO VIZONI/FOLHAPRESS
Crianças que são alfabetizadas na idade certa, ou seja, até o terceiro ano do ensino fundamental, apresentam melhor desempenho escolar em linguagem e matemática. É o que mostra um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep. O texto, intitulado "Avaliação Econômica do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa", a rma que cada vez que se aumenta em 10% o número de
professores em uma escola que
participavam do Programa Nacional de Apoio ao Investidor da Diáspora (Pnaid), a pro ciência dos estudantes em Matemática e Linguagem melhora em 23%. O número foi estabelecido com base em uma estimativa que usou métodos cientí cos e tratou de calcular também o impacto de retorno econômico, do Pnaid. O programa é um dos mais vultosos programas do Ministério da Educação e mereceu investimentos da ordem de 2,6 bilhões de reais em seu orçamento inicial. A conclusão foi que o Pacto apresenta um saldo líquido positivo (VPL) de 118,48 reais por aluno afetado, o que corresponde a uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 15%. Embora venha caindo
vertiginosamente desde a década de 80, o analfabetismo ainda é um dos principais problemas educacionais brasileiros. Dados da prova ABC, aplicada em 2012
para 54 mil alunos de 600 municípios, mostrou que somente 44,5% dos alunos do terceiro ano do ensino fundamental apresentavam
pro ciência adequada em Leitura — em Escrita (30,1%) e em Matemática (33,3%). Criado em 2012 com a intenção de mudar essa triste realidade, o
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) capacitou professores, que receberam bolsas como incentivo para ingressar no programa. O treinamento foi conduzido por universidades públicas. O objetivo principal é mudar a abordagem em sala de aula como forma de tornar o ensino mais e caz para os alunos em início de vida escolar. Em rel aç ão ao Índice de desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, que mede a média de desempenho na avaliações da Educação Básica também foi afetado positivamente. " O efeito estimado para o Ideb foi de 8% de um desvio-padrão e, para a taxa de aprovação, foi de cerca de 10%", concluiu o estudo conduzido por Renan Gomes de Pieri e Alexandre André dos Santos, pesquisadores do Inep.
POLÍTICA 5
06 A 13 DE MAIO/2021
Jorge
Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista
Pacheco
jorgepachecoindio@hotmail.com
“Não se deixe intimidar pela opinião dos outros. Só a mediocridade é segura, por isso corra seus riscos e faça o que deseja// Primeiro caminho direto até Deus é a oração. O segundo caminho direto é a alegria//Quantas coisas perdemos por medo de perder//A felicidade às vezes é uma bênção, mas geralmente é uma conquista//Por medo de diminuir, deixamos de crescer. Por medo de chorar, deixamos de rir//Tudo que acontece uma vez poderá nunca mais acontecer, mas tudo o que acontece duas vezes, certamente acontecerá uma terceira// Alma do Mundo e um dia retornará para ela”, Paulo Coelho
Em depoimento na CPI da Covid, o exministro da Saúde, Luiz Henrique Ma n d e tt a , a r m ou qu e c o l o c ou claramente ao presidente da República que aumentar produção do medicamento sem uma análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) seria improbidade administrativa. A ordem do presidente Jair Bolsonaro para aumentar a produção de cloroquina con gura improbidade administrativa e o mandatário sabia disso. “AdvocaciaG e r a l d a Un i ã o ( AG U ) c ol o c ou claramente que não seria correto do ponto de vista da probidade administrativa”, detalhou. Na resposta ao senador Alessandro Vi e i r a ( C i d a d a n i a / S E ) s o b r e s e Bolsonaro teria ciência de que “a realização de gastos públicos relevantes com medicamentos, como a cloroquina, sem aval cientí co poderia con gurar improbidade administrativa”, Mandetta disse que, “inclusive, o parecer dentro do Ministério da Saúde tem que passar pela Conitec. Eu não posso como ministro decidir comprar remédio qualquer porque eu quero. E esse medicamento não passava pelo [aval do] comitê”. Isso porque, na justi cativa de Mandetta, não havia evidência cientí ca para tal indicação. “Esses gastos foram feitos sem passar pela incorporação da comissão”, a rmou. De acordo com Mandetta, a ordem para que o Laboratório Central do Exército produzisse cloroquina em larga escala ocorreu de maneira "alheia ao Ministério da Saúde". Ele destacou nunca ter recomendado, como ministro, a adoção do medicamento contra a doença, a não ser o uso em pacientes graves, em hospitais. Vieira ainda questionou se Bolsonaro foi alertado, direta e objetivamente, em reuniões presenciais e através de documentos por escrito que a conduta adotada à época pelo mandatário poderia levar o Brasil a uma “catástrofe com milhares de mortes”. “Se sim, quem pode con rmar o seu relato?”, completou o senador da oposição, suscitando o chamamento de nomes citados por Mandetta para também prestarem depoimentos que corroborem para a responsabilização da alta cúpula do Planalto pela situação da pandemia.
depoente aos parlamentares, está o pedido expresso para uma mudança de postura por par te do presidente Bolsonaro “uma vez que a adoção de medidas em sentido contrário poderá gerar colapso do sistema de saúde e gravíssimas consequências à saúde da população”. O médico recordou que a contrariedade de Bolsonaro com o Ministério de Saúde acabou levando a sua demissão em 16 de abril de 2020. O então ministro já havia a rmado que não ia se demitir. “E ele me demitiu e continuou fazendo a mesma prática. Como cidadão, eu posso, sim, criticar”, destacou lembrando que o presidente seguiu negando o uso de máscara, recusando compra de vacina e testagem do vírus. “Eu, como cidadão, 410 mil vidas me separam do presidente até o momento. Até o dia de hoje”, a rmou. AJUFE
©AFP
Bolsonaro ironiza CPI: "Vai chamar governadores ou querer fazer carnaval fora de época?"
governador que baixou decreto, para con scar, como em Sergipe, con scar a propriedade privada? Lá no Ceará, que para ir de uma cidade para outra tem que ter autorização, tem que ter um motivo justi cável? Toque de recolher, pancada em gente que está na rua? A CPI vai chamar, ou vai querer fazer carnaval fora de época? Vão se dar mal. Aqueles que estão com essa intenção... Lá tem gente bem intencionada, gente que... Não é que me defende, está falando a verdade. Mas tem um outro lá que quer fazer uma onda só", apontou o chefe do Executivo. Ele reforçou que os líderes estaduais devem ser investigados. No entanto, o Senado tem poder de avaliar o repasse das verbas. O presidente também repetiu defesa à cloroquina, medicamento que não possui comprovação cientí ca contra o vírus. "A CPI vai investigar o quê? Eu dei dinheiro para os caras. No total, foram mais de R$ 700 bilhões. Auxílio emergencial no meio. Muitos desviaram dinheiro, roubaram. Agora tem uma CPI para querer investigar conduta minha? 'Ah, se ele foi favorável a cloroquina ou não'. Se eu tiver um novo vírus aí, eu vou tomar de novo. Me safei em menos de 24h assim como milhões de pessoas", alegou. Bolsonaro relatou ainda que o Rio Grande Norte utilizou parte da verba enviada ao estado para pagamento atrasado de servidores. "Eu tinha que orientar a não roubar? Respondam aí. Ou para usar em outras coisas? Rio Grande do Norte, pelo que me consta, usou R$ 900 milhões para pagar folha de servidor atrasado". Por m, voltou a criticar a medida de lockdown nos estados em meio à pandemia que já vitimou mais de 400 mil brasileiros. "Por que foi lockdown? Não era para achatar a curva? Está há um ano achatando a curva", disparou. O início das atividades na CPI da Covid representa uma série de derrotas para o Executivo, que tentou impedir a instalação do colegiado, buscou por meio judicial evitar a nomeação de Renan Calheiros (MDB-AL) como
Covid: "Muita gente aproveitando para reaparecer" Vice-presidente declarou ainda que houve "muito discurso" na instalação da comissão. A declaração foi feita a jornalistas na entrada do Palácio do
A partir de 0 hora da próxima segundafeira (10), o sistema municipal de ônibus de Vitória passará a ser integrado com o sistema Transcol. Com isso, quem embarcar em uma linha alimentadora, que faz o transporte entre bairros — atualmente, na capital, essas linhas compõem o sistema municipal — poderá embarcar em uma linha troncal
©FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
“Todos os ministros, que participavam todas as terças-feiras em reuniões especí cas sobre isso. Além de eu ter entregue uma carta em mãos ao presidente”, esclareceu Mandetta. No do c umento, que foi le vado p elo
©JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO
Mandetta: Bolsonaro sabia que aumentar gastos com cloroquina configurava crime
Planalto. Segundo o general, políticos que estavam no "limbo" estão "aproveitando para reaparecer". "Discurso, muito discurso. Vamos aguardar para ver o que vai acontecer. Acho que vai ter muita discussão política nisso aí, muita gente aproveitando para reaparecer, gente que estava no limbo retorna. É aquela história, tem gente que s e mp r e r e s s u s c i t a " , ap o nt o u . A p ossibilidade do s enador Renan Calheiros assumir à relatoria da CPI chegou a ser vetada por uma decisão judicial de primeira instância, em ação movida pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP), mas a medida foi anulada em segunda instância. O próprio presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEMRO), havia dito que não acataria a decisão porque a escolha do relator da Comissão Parlamentar de Inquérito ( C P I ) c a b e r i a a o p r e s i d e nt e d a Comissão. Tanto o início das atividades na CPI da Covid quanto Renan Calheiros na relatoria representam uma série de derrotas para o Executivo. O senador é um crítico do governo Bolsonaro, e a avaliação no Planalto é a de que ele usará todas as ferramentas para afundar o Executivo nas acusações e criar um ambiente de oposição aos atos do governo.
©ANDRÉ SOBRAL
Ônibus municipal de Vitória passa a integrar o sistema Transcol a partir de segunda-feira
— que faz a ligação entre os terminais — utilizando a mesma passagem, que continuará sendo paga pelo Cartão GV. Entretanto, haverá um prazo prédeterminado para que o usuário faça essa mudança de linha. O processo é semelhante ao que ocorre nos terminais do Transcol, onde os passageiros têm a possibilidade de migrar de uma linha alimentadora para uma troncal e vicevers a. C omo Vitór ia não p ossui terminais, essa migração poderá ser feita nos pontos de ônibus, observando o prazo. A mudança foi anunciada na tarde desta quarta-feira (05), pelo governador Renato Casagrande e o secretário estadual de Mobilidade e Infraestrutura, Fábi o D am a s c e n o, du r ante u m a transmissão ao vivo pelas redes sociais. Com a integração dos dois sistemas, o municipal deixa de existir, a partir de segunda-feira, passando a fazer parte do Transcol. As linhas, no entanto, terão as mesmas numerações e itinerários das atuais. C o m a i nt e g r a ç ã o d o s ô n i b u s municipais, o sistema Transcol, em Vitória, passará a contar com mais 132 coletivos a partir de segunda-feira, tendo sua frota ampliada para 1.570 veículos. Os ônibus "verdinhos", como são conhecidos os do sistema municipal, continuarão operando, nos próximos meses, até que a frota seja renovada. De acordo com Fábio Damasceno, há uma previsão de que mais de 200 novos veículos sejam colocados em circulação na Grande Vitória ainda este ano.
O presidente Jair Bolsonaro teceu críticas nesta quarta-feira (28/4) à instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da C ovid-19. O mandatário questionou ironicamente se governadores e prefeitos serão convocados ou se a comissão fará um "Carnaval fora de época". "Será que a CPI vai ouvir prefeito e
relator e se movimentou para adiar o funcionamento da comissão. Entre o que será apreciado está a convocação dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello, e do atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga.
Eduardo Leite Mourão sobre CPI da 'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES
6 TECNOLOGIA
06 A 13 DE MAIO/2021
Dispositivo simula Lâmpadas de LED sinapses humanas e reduzem brilho aprende via associação azul e não ©WALLPAPER ACCESS/REPRODUÇÃO
perturba o sono Protótipo da Universidade de Houston, nos EUA, é composto por európio e consegue gerar uma luz branca mais quente do que a das lâmpadas disponíveis no mercado ©JAKOAH BRGOCH
Que o aprendizado de máquina é uma das maiores e mais surpreendentes conquistas da tecnologia ninguém duvida — das sugestões de música do Spotify aos sistemas a bordo da cápsula Dragon Crew da SpaceX. A inteligência arti cial ainda é, em certos aspectos, incrivelmente estúpida e absurdamente perdulária em termos de energia, problemas que pesquisadores das universidades Northwestern e de Hong Kong esperam contornar com a criação de um dispositivo capaz de aprender por associação. Assim como os cães do siologista Ivan Pavlov foram condicionados a esperar comida ao escutar um sino (o que os fazia salivar involuntariamente), os pesquisadores condicionaram circuitos a associarem luz com pressão. O dispositivo usado é, em si, incomum: ele usa transistores sinápticos eletroquímicos orgânicos, o que o faz se assemelhar a um cérebro humano. "Uma pessoa pode facilmente superar os computadores atuais em tarefas complexas e não estruturadas, como reconhecimento de padrões, controle motor e integração multissensorial. Isso se deve à plasticidade das sinapses, que são o bloco de construção básico do poder computacional do cérebro. Elas permitem que o cérebro trabalhe de maneira altamente paralela, tolerante a falhas e com e ciência e n e r g é t i c a”, e x p l i c o u e m comunicado um dos autores do estudo, o cientista de materiais Jonathan Rivnay. O cérebro humano armazena informações e realiza tarefas ao mesmo tempo, e com o mesmo gasto de energia. Por outro lado, mesmo os mais poderosos computadores têm uma
capacidade limitada de executar tarefas simultâneas. Quanto mais numerosas elas são, maior é o gasto energético. Além disso, as unidades de processamento e armazenamento dos sistemas convencionais de computação são separadas. "Você realiza cálculos e envia essas informações para uma unidade de memória. Se pudermos juntar essas duas f u n ç õ e s , e c on om i z a re m o s espaço e energia”, explicou o engenheiro biomédico esp e ci a list a em elet rônic a orgânica Xudong Ji, principal autor do estudo, publicado na Nature Communications. O transistor usado na pesquisa imita a agilidade e a exibilidade das sinapses humanas, capaz de c o n s t r u i r “m e m ó r i a s” v i a aprendizado associativo e, com isso, aprender. O dispositivo é um passo à frente do memristor, o resistor de memória mais avançado que existe, capaz de executar funções combinadas de processamento e memória. Seu maior defeito, porém, ainda se refere ao dispêndio de energia. O transistor sináptico eletroquímico orgânico é capaz de operar com menos energia, além de apresentar memória continuamente ajustável. Porém, um dos problemas iniciais
pode complicar ainda mais a integração em circuitos ou sistemas", disse Rivnay. As sinapses cerebrais ocorrem quando os neurônios transmitem a informação através de neurotransmissores. No transistor sináptico, foi usado um material plástico com a capacidade de capturar íons — estes se comportam como a molécula sinalizadora neural, est r uturando uma sinaps e arti cial. “Ao reter dados armazenados de íons aprisionados, o transistor se lembra das atividades anter iores”, explicou Ji. O condicionamento para o aprendizado associativo veio através da aplicação de luz pulsada de uma lâmpada LED e, i m e d i at am e nte d e p oi s , d a pressão. Depois de apenas um ciclo de treinamento, o circuito detectou a d i f e r e n ç a e nt r e o s d o i s estímulos; depois do quinto ciclo, ele foi capaz de associar um estímulo ao outro — somente a luz era o bastante para disparar sinapses antes de a pressão ser exercida. “Embora seja uma prova de conceito, nosso circuito pode ser estendido para incluir mais entradas sensoriais e integrado a outros componentes eletrônicos. Por ser compatível
Se, por um lado, as lâmpadas de LED (diodo emissor de luz) consomem menos energia e têm maior duração do que as incandescentes, por outro, elas apresentam uma característica não tão vantajosa: a emissão de luz azul, que está associada a problemas nos olhos e a distúrbios de sono. Mas, no futuro, talvez esse não seja mais um problema. Desenvolvido por cientistas da Universidade de Houston, nos E st ados Unidos, um novo protótipo de LED poderá estar disponível no mercado nos próximos anos. A tecnologia foi pensada para amenizar os prejuízos causados pela exposição contínua ao brilho azul, como a formação de catarata, a disrupção na produção de hormônios indutores do sono e o aumento de insônia e fadiga. Para entender o mecanismo, vale compreender primeiro como funciona o LED. Dentro da lâmpada, um chip de LED converte as correntes elétricas em luz de alta energia, incluindo ond as u lt r av i ol e t as ( U V ) , violetas e azuis. Para que isso aconteça, é necessária a atuação de fósforos, que são substâncias fosforescentes presentes na
tampa do chip. Cada fósforo converte luz de alta energia em comprimentos de onda que são visíveis e menos energéticos, emitindo assim cores diferentes. Juntas, elas produzem um espectro de luz branca. Atualmente, as lâmpadas comercializadas utilizam LED azul e fósforos que emitem amarelo e, por isso, o resultado nal é essa luz branca, brilhante e fria. Para criar uma lâmpada de LED com uma luz branca mais quente e apropriada para o uso noturno, Jakoah Brgoch e Shruti Hariyani, do Departamento de Química da Universidade de Houston, sintetizaram um novo fósforo que contém um elemento conhecido como európio. Os resultados dos testes foram
publicados no periódico ACS Applied Materials & Interfaces e indicam que, aliado a fósforos que emitem vermelho e verde, o fósforo com európio pode funcionar em LED violeta. No experimento, os pesquisadores foram bem sucedidos e conseguiram obter a luz branca mais quente, assim minimizando a intensidade da azul. A l é m d i s s o, o protót ip o revelou as cores dos objetos de for ma s emel hante àquelas obtidas com a luz natural do dia. Hariyani e Brgoch ressaltam que, apesar de promissora, ainda são necessários mais estudos para que a invenção esteja pronta para ser comercializada e utilizada no dia a dia.
Dispositivo pode iluminar espaços subterrâneos com luz solar ©GREEN SAVERS
permanecia: a memória continuava separada da leitura de dados. "Se você quer reter a memória, é preciso desconectála do processo de gravação, o que
com ambientes biológicos, ele poderá interagir diretamente com o tecido vivo", previu Rivnay.
(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES
Cientistas da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, des envolveram dispositivo 'inteligente' capaz de coletar a luz do dia e retransmitila para espaços subterrâneos. A necessidade de se iluminar espaços subterrâneos surgiu quando autoridades de Singapura começaram a estudar a possibilidade de criar novos espaços subterrâneos onde seriam oferecidos ser viços públicos, áreas de a r m a z e n a m e n t o e infraestrutura, o que iria gerar uma demanda maior de eletricidade para manter estes
locais iluminados no futuro. Os cientistas entraram em ação e trouxeram como proposta de um dispositivo que levasse a luz do dia e iluminasse estes locais de forma mais sustentável. A equipe da universidade teve como inspiração lupas que podem concentrar a luz do sol em um ponto. Os pesquisadores usam uma esfera de acrílico, uma única bra ótica de plástico — um tipo de cabo que transporta um feixe de luz de uma e x t re m i d a d e a o u t r a — e motores assistidos por chip de computador. O dispositivo ca na superfície
a esfera concentra a luz do sol, assim como uma lupa, permitindo que raios de sol paralelos formem um foco nítido. A luz solar é então coletada numa extremidade de um cabo de bra e transportada até a extremidade implantada no subsolo. A posição da extremidade de coleta da bra é constantemente ajustada por pequenos motores e chips para otimizar a captura de luz, conforme o sol se move. O protótipo pesa 10kg e tem 50cm de altura. A inovação foi tema de uma publicação na revista c i e n t í c a S o l a r E n e r g y. Desenvolvido pelo professor Yoo Seongwoo da Escola de Engenharia Elétrica e Eletrônica e p e l o D r. C h a r u G o e l , pesquisador principal do Instituto de Fotónica da NTU, o dispositivo supera várias limitações da tecnologia de captura de luz solar atual, que varia muito de acordo com fatores ambientais.
CIÊNCIA 7
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Pesquisadores descobrem Quanto dura o dia mais gênero de dinossauro que longo do sistema solar? viveu há 85 milhões de anos Vênus tem a resposta no interior de SP Dados foram obtidos por ondas de rádio refletindo em Vênus
'Arrudatitan maximus', a única espécie do gênero, faz parte do grupo dos titanossauros. Com pescoço e caudas longas, animal de 22m é do período Cretáceo, antes da separação da Pangeia
©NASA/REUTERS/DIREITOS RESERVADOS
©ARIEL MILANI MARTINE/DIVULGAÇÃO
De acordo com um estudo recente publicado pela revista cientí ca Historical Biology, pesquisadores zeram novas descobertas sobre um gênero de dinossauro encontrado no i nte r i or d e S ã o Pau l o. As informações foram repercutidas nesta terça-feira (4) no portal de notícias G1. Com ajuda de novas tecnologias, especialistas da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto (SP), em parceria com o Museu de Paleontologia de Monte Alto (SP), descobriram que fósseis e nc ont r a d o s e m 1 9 9 7 , e m Cândido Rodrigues, cidade localizada no interior de São Paulo, pertencem a uma espécie inédita de titanossauro. Segundo revelado na publicação, o animal de 22 metros de comprimento, viveu há cerca de 85 milhões de anos
durante o período Cretáceo. De acordo com o principal autor do estudo, Julian Junior, o novo gênero é exclusivo de São Paulo. Há 24 anos, acreditava-se que o dinossauro em questão pertencia a uma espécie de dinossauros da Argentina, conhecida como Aelosaurus. Entretanto, os novos estudos concluíram diversas diferenças entre eles, por isso, o dinossauro foi rebatizado e agora é chamado de Arrudatitan maximus. De acordo com os pesquisadores, a principal diferença entre o
gigante jurássico argentino e o encontrado no interior de SP, está na articulação da cauda e na ancestralidade genética. De acordo com o paleontólogo envolvido na pesquisa, Fabiano Iori, o achado ajuda a entender melhor sobre os dinossauros que viveram em solo brasileiro: "Esta descoberta dá uma cara mais regional e inédita para a paleontologia brasileira, além de re nar nosso conhecimento sobre os titanossauros, que são estes dinossauros pescoçudos", a rma.
FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
qualquer planeta de nosso s i s t e m a s o l a r, m a s h a v i a discrepâncias entre estimativas anteriores. O estudo revelou que uma única rotação venusiana demora 243,0226 dias terrestres. Isso signi ca que um dia dura mais do que um ano em Vênus, que completa uma órbita completa ao redor do sol em 225 dias terrestres. Os pesquisadores transmitiram ondas de rádio da Antena Goldstone da Agência Ae ro e s p a c i a l d o s E s t a d o s Unidos (Nas a) situ ad a no
Caverna maia de mil anos é encontrada no México ©DIVULGAÇÃO/YOUTUBE/REUTERS
Encontrada caverna mais antiga que serviu de lar para hominídeos na África do Sul
Uma recente pesquisa divulgada pelo jornal acadêmico Quaternary Science Reviews, revelou uma descoberta impressionante feita por arqueólogos no deserto do Kalahari, África do Sul. As informações são da revista Galileu. Na região que foi alvo de expedições, os especialistas encontraram a caverna mais
Dados obtidos por ondas de rádio re etindo em Vênus estão fornecendo novos vislumbres do planeta mais próximo da Terra, inclusive um cálculo preciso da duração de um dia venusiano. O estudo também mediu a inclinação do eixo de Vênus e o tamanho do núcleo do planeta, o que possibilita uma compreensão maior de um mundo enigmático chamado às vezes de "irmão mau" da Terra. Já se sabia que Vênus tem o dia mais longo — o tempo que o planeta leva para realizar uma única rotação em seu eixo — de
deserto californiano de Mojave na direção de Vênus 21 vezes entre 2006 a 2020 e estudaram o eco de rádio, que forneceu informações de certas características planetárias, em Goldstone e no Observatório de G r e e n B a n k , n a Vi r g í n i a Ocidental. "Cada medição individual foi obtida tratando Vênus como uma bola de discoteca gigante. Iluminamos Vênus com uma lanterna gigante, o radar em Goldstone, e observamos os r e e x o s e n q u a nt o e l e s s e espalhavam pela superfície da Te r r a " , e x pl i c ou Je an - Lu c Margot, professor de astronomia planetária da Ucla que coliderou o estudo publicado no periódico cientí co Nature Astronomy. "Vênus é um lab oratório maravilhoso para entender a formação e a evolução planetária, e está bem perto. Provavelmente há bilhões de planetas como Vênus na galáxia", acrescentou Margot.
antiga que serviu de lar para hominídeos, após pesquisas BOB BEHNKEN realizadas através da análise do campo magnético da caverna, os estudiosos concluíram que o local foi ocupado há 1,8 milhão de anos. Segundo revelado na reportagem, a caverna, atualmente chamada de Wonderwerk, serviu de palco para uma das primeiras
indicações de uso de fogo e ferramentas típicas do período Paleolítico Inferior. A conclusão se deu após os arqueólogos encontrarem vestígios no local, como: restos de animais, ferramentas de pedras e indícios do uso de fogo. De acordo com os pesquisadores, a descoberta da caverna irá ajudar a entender mais sobre a evolução humana na África.
Uma antiga caverna localizada em Yucatán, no México, revelou detalhes impressionantes sobre a cultura maia, uma das mais ricas e relevantes da América Latina. O local traz à toma um ritual instigante que envolvia crianças e adolescentes. Conforme divulgou o portal e Yucatan Times, a caverna é repleta de marcas de mãos feitas, em sua grande maioria, por crianças, há mais de mil anos — no auge da civilização mesoamericana. Em entrevista ao site mexicano, repercutida pela BBC, o arqueólogo Sergio Grosjean comentou mais sobre a importante descoberta. “Eles imprimiram suas mãos nas
paredes com a cor preta”. Porém, apesar do preto representar a morte, “isso não signi cava que eles seriam mortos, mas sim a
morte de uma perspectiva ritual”. “Depois, essas crianças imprimiam as mãos em vermelho, uma referência à guerra ou à vida. E então eles saíram e tiveram um contato seguro com o resto da sociedade e de uma forma segura”, explicou o pesquisador. A caverna se torna ainda mais importante se levada em consideração sua localização: nove metros abaixo de uma árvore considerada sagrada pelo povo maia, nas proximidades da antiga cidade de Chichén Itzá.
PRECISÃO
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8 BEM-ESTAR
06 A 13 DE MAIO/2021
Uso de elementos naturais em parques Panqueca de carne amplia conexão com com requeijão a natureza
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665
©GUIA DA COZINHA
Informativo fala sobre a construção de parques naturalizados e sua importância para crianças e jovens ©PROGRAMA CRIANÇA E NATUREZA/INSTITUTO ALANA
São muitos os benefícios que as brincadeiras ao ar livre, na natureza, trazem para a saúde, o bem-estar e o desenvolvimento integral de crianças e jovens. Para incentivar o brincar livre com elementos naturais, mesmo nas grandes cidades, promovendo o convívio e o lazer, o programa Criança e Natureza, do Instituto Alana, elaborou o informativo “Parques Naturalizados: paisagens para o brincar natural”. Parque naturalizado é um conceito que propõe a utilização de elementos como troncos, galhos e a própria topogra a e vegetação dos terrenos para criar lugares mais atraentes e desa antes para as crianças, e ampliar a rede de áreas verdes urbanas. Eles podem ser criados tanto em espaços públicos, aproveitando áreas abandonadas, como em terrenos
privados, de escolas, clubes ou condomínios. São áreas multifuncionais e com menor custo de instalação, já que reaproveitam materiais existentes do próprio território, como podas de árvores. Os brinquedos e mobiliários encorajam experiências sensoriais e motoras que estimulam a criatividade, tanto para bebês quanto para crianças com e sem de ciência, de todas as idades. Esses espaços, quando montados em terrenos antes abandonados, trazem mais verde e lugares de convívio para as cidades. O microparque naturalizado Seu Zequinha, implementado em Fortaleza (CE), por exemplo, recuperou uma grande área antes degradada. A estratégia foi elaborada dentro da rede Urban 95, da
Fundação Bernard Van Leer no Brasil, em parceria com o Instituto Cidades Sustentáveis, e teve o apoio técnico do Jardins das Brincadeiras e do programa Criança e Natureza, do Instituto Alana. Os parques naturalizados podem ser realizados em um sistema híbrido de compromisso entre a comunidade e a gestão pú b l i c a , c om o ap oi o d a s secretarias de urbanismo e meio ambiente dos municípios. “Os parques naturalizados são sistemas vivos e em transformação, que podem e devem conter as marcas e vestígios das atividades e desejos das crianças, ao mesmo tempo em que têm seus equipamentos e paisagens cuidados e mantidos”, e x p l i c a L a í s F l e u r y, coordenadora do programa Criança e Natureza, do Instituto Alana. “São espaços repletos de possibilidades de interação, e x pl or a ç ã o e c r i a ç ã o, qu e incentivam o brincar livre, a convivência, o vínculo entre as famílias, a cidade e seus espaços públicos, com a natureza e o prazer de estar a céu aberto, incentivando a valorização das áreas verdes, a saúde e o bemestar da comunidade”, Laís Fleury.
E
stá sem ideia do que preparar para um almoço prático e saboroso com poucos ingredientes? Aprenda a fazer uma deliciosa panqueca de carne com requeijão para arrasar na refeição em família. A Panqueca é uma daquelas receitas que sempre agrada os mais diversos paladares, já que em poucos minutos você faz uma massa saborosa. A massa é um prato que vai bem no almoço de domingo com a família ou até em um jantar romântico. Por isso, para inovar na receita você pode usar ingredientes salgados ou doces para rechear, além de optar por servir com ou sem molho. A combinação do recheio de carne com requeijão vai virar rotina nas suas produções de panquecas. Simples, rápida e deliciosa. Aproveite! Ingredientes 2 ovos 1 e ½ xícara (chá) de leite 2 colheres (sopa) de margarina derretida 3 colheres (sopa) de beterraba ralada
Quatro temperos para dar sabor na comida e um gás na sua saúde Além de garantir benefícios para a saúde, também podem deixar suas receitas muito mais saborosas. Confira! ©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE
Q u a n d o v o c ê v a i c o z i n h a r, certamente se preocupa com a qualidade e o sabor da comida. Além disso, também é preciso estar atento ao modo de como aquilo que será consumido irá in uenciar no nosso organismo. Dependendo da sua escolha, podemos emagrecer ou engordar, ganhar ou perder saúde. Por isso, os temperos têm grande in uência e precisam ser escolhidos a dedo.
Veja quatro opções para fugir do sal e buscar novos sabores. Os temperos naturais dão um sabor delicioso e ainda possuem substâncias capazes de trazer muitos benefícios à saúde. 1 - Salsinha D u as col heres de s op a de salsinha fresca fornecem mais de 150% da dose diária recomendada de vitamina K, nutriente que tem papel importantíssimo na coagulação do sangue, função hepática e
Sal a gosto 5 colheres (sopa) de farinha de trigo Margarina para untar 2 xícaras (chá) de requeijão cremoso 2 xícaras (chá) de sobras de carne assada des ada Sal, pimenta-do-reino e cebolinha picada a gosto Modo de preparo Bata no liquidi cador os ovos, o leite, a margarina, a beterraba, o sal e a farinha até homogeneizar. Leve à geladeira por 30 minutos. Misture uma
xícara (chá) do requeijão com a carne. Tempere com sal, pimenta e c e b o l i n h a . Aq u e ç a u m a frigideira e unte com margarina. Despeje ½ xícara da massa e gire para forrar todo o fundo. Doure de ambos os lados. Espalhe duas colheres (sopa) do recheio no centro da massa e enrole como rocambole. Repita com o processo com o restante da massa. Coloque, lado a lado, em um refratário e regue com o requeijão restante. Leve ao forno a lt o, pre a qu e c i d o, p or 1 0 minutos. Polvilhe com cebolinha e sirva. Fonte: Terra
(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020
formação dos ossos. Além disso, se você sofre com mau hálito mastigue um pouco da planta e notará uma boa mudança. 2 - Alecrim Se você é fã de churrasco, preste atenção aos benefícios desta erva. Expor a carne a altas temperaturas (na grelha ou churrasqueira, por exemplo) leva à formação de substâncias chamadas aminas heterocíclicas, que aumentam as chances de c â n c e r. Ma s , s e g u n d o
pesquisadores americanos, adicionar o tempero à carne re du z e nt re 6 0 % e 8 0 % a formação desses compostos e deixa el a delicios a, não é mesmo? 3 - Tomilho Duas colheres de chá da erva fornecem quase 20% da dose diária recomendada de ferro. Além disso, o tempero é rico em manganês, mineral que turbina as funções cerebrais e cuida da saúde dos ossos e da pele. 4 - Orégano Se você puder usar uma única erva na cozinha, que seja o orégano. Essa folhinha contém 20 vezes mais antioxidantes que outras semelhantes e quase tanto quanto uma fruta. Só para que se tenha uma ideia, uma colher de sopa de orégano fresco tem quase tantos antioxidantes quanto uma maçã.
SAÚDE 9
06 A 13 DE MAIO/2021
Campanha destaca diagnóstico precoce para evitar glaucoma ©ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL
O C o n s e l h o B r a s i l e i ro d e Oalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) lançaram a campanha nacional “24 Horas pelo Glaucoma”, cujo objetivo é conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico e do tratamento precoces do glaucoma. Essa é uma doença que provoca a atro a do nervo óptico, responsável por conectar o olho ao cérebro, inter romp endo, assim, a transmissão dos sinais entre esses dois órgãos e levando à cegueira. No geral, a doença ocorre devido ao aumento da pressão intraocular. Trata-se de um processo lento, que pode progredir durante anos, até o aparecimento dos primeiros sintomas, informou o presidente do CBO, José Beniz Neto. O ponto alto da campanha ocorrerá no dia 22 deste mês, antes da celebração do Dia Nacional de C ombate ao Glaucoma, comemorado em 26 de maio, com a realização de uma maratona nas redes sociais. O v i c e - p r e s i d e n t e d o C B O, Cr ist iano C aixet a, diss e à Agência Brasil que no canal do CBO no YouTube, haverá em torno de oito módulos com d e b at e s re l e v a nt e s p a r a a p opu lação, s obre us o de medicamentos, regulação, acesso à saúde em função da avaliação do glaucoma, onde conseguir
exames, entre outros temas. Além disso, haverá dez salas de atendimento para a população com horário marcado, onde as pessoas poderão agendar sua teleorientação no período de 9h as 18h. Em salas privadas, as pessoas poderão conversar com médicos oalmologistas e tirar dúvidas sobre o glaucoma. O evento conta com o apoio de várias entidades médicas e da sociedade civil, bem como de personalidades, como o ator Tony Ramos, os compositores Carlinhos Brown e Renato Teixeira, o jogador da seleção de vôlei Lucão, entre muitos outros. “Isso ajuda muito a população, quando ouve uma pessoa pública falar”.
O glaucoma é a principal causa de cegueira evitável no mundo, observou Cristiano Caixeta. “A partir do momento em que você consegue trabalhar ou diagnosticar precocemente o indivíduo, você evita que esse paciente evolua para cegueira. O ideal é conseguir diagnosticar a doença na atenção primária ou na atenção básica, porque o paciente não perderá a visão e terá um tratamento adequado pela equipe de oalmologia”. Segundo Caixeta, há perto de 1,5 milhão de pessoas com glaucoma no Brasil, “fora a quantidade de pessoas não diagnosticadas”. No mundo, estima-se que em 2020 havia 80 milhões de pessoas com
d i a g n ó s t i c o d e g l au c om a . Projeção da Associação Internacional de Prevenção da Cegueira (IAPB, do nome em inglês) indica que o total de pacientes com glaucoma em todo o mundo chegará a 111,8 milhões, em 2.040, disse o oalmologista, que é chefe desse serviço na Santa Casa de São Paulo. A longevidade e o envelhecimento da população são fatores de risco para o glaucoma. A doença acomete, principalmente, pessoas acima de 40 anos de idade. “Quando a gente entende que acima dos 40 anos eu tenho 2% da população com glaucoma e quando tenho uma população de 70 anos essa
incidência é de 8%, é fácil observar que a idade é um fator de risco importante para essa doença”, observou Cristiano Caixeta. O médico destacou que quando se tem um parente de primeiro grau com glaucoma, a chance de uma pessoa desenvolver a doença é de sete a dez vezes maior do que uma pessoa que não teve ninguém na família diagnosticado com glaucoma. Por isso, Cristiano Caixeta destacou que é importante orientar a população para que não tenha medo e p r o c u r e s e u m é d i c o. “ Na consulta, a pessoa deve informar a o o a l mol o g ist a qu e s e u parente teve glaucoma”. O especialista vai medir a pressão ocular, fazer exame de fundo de olho e “cuidar com carinho” porque, na fase inicial, é muito fácil tratar a doença de forma correta. “A gente consegue controlar bem o glaucoma”. Reiterou que indo ao oalmologista periodicamente, a pessoa diminui bastante o risco. O tratamento do glaucoma é feito, primordialmente, à base de colírios, mas Cristiano Caixeta admitiu que podem também ser feitos procedimentos a laser para controlar a pressão ocular e, quando necessário, pode-se até pensar em cirurgias. “Você tem várias formas que vai escalonar de acordo com a gravidade e a
necessidade de cada indivíduo”. Comentou que, infelizmente, as pessoas não levam muito a sério a doença, porque “o glaucoma é silencioso. Na maioria das vezes não dói, não coça, não arde, não incomoda. Só que, por essa per versidade da doença, o glaucoma é tão grave. Quando a pessoa percebe alguma coisa, já está em fase adiantada da doença”. Como o brasileiro não tem o hábito de fazer consultas preventivas no oalmologista, Caixeta disse que acaba fazendo consultas rápidas em óticas com pessoas que não são médicas. No glaucoma, a pessoa vai perdendo a visão da periferia para o centro. A pessoa perde a visão de tudo que está à sua volta, até chegar à cegueira total, numa evolução paulatina. A prática da medicina por pessoas não médicas agrava muito situações como essa, denunciou o oalmologista. Para o vice-presidente do CBO, o exame oalmológico é fundamental e as pessoas não devem abdicar de uma orientação médica. Maiores informações sobre a campanha do CBO e da SBG podem ser acessadas no site. Várias personalidades deixaram ali recados para o público, com a l e r t a s s o bre e s s a d o e n ç a silenciosa que, sem tratamento, pode evoluir para a perda parcial ou total da visão.
Após quimioterapia, células cancerosas que sobrevivem ficam estressadas ©ISTOCK
As células cancerosas podem ser muito resilientes quando o assunto é a sua capacidade de sobreviver em condições bem extremas e isso é um dos fatores que faz com que seja tão difícil de tratar um câncer. Financiado pela Cancer Research UK, um grupo de cientistas começou a descobrir novas fragilidades nas células c a n c e ro s a s , qu e ap a re c e m quando entram no “modo de sobrevivência”. A equipe é baseada no Imperial College London e analisou os efeitos da quimioterapia nas células do tipo mieloma múltiplo
(câncer agressivo que começa na medula óssea). O resultado foi o esperado: umas células m or re r a m i m e d i at a m e nt e , enquanto outras sobreviveram. “Achei que esse grupo de células [as sobreviventes] deve ter saído com algum nível de estresse”, explicou o Dr. Holger Auner, chefe da equipe Imperial. “Para sobreviver a longo prazo, elas devem ter que lidar com o estresse reparando os danos e restaurando processos que lhes p e r m ite m f u nc i onar c omo células cancerosas e cazes novamente”, continuou.
S endo assim, uma célu l a cancerosa considerada “e caz” é justamente aquela que pode crescer, se dividir e desenvolver potencial de se espalhar para as demais áreas do corpo, que é o processo chamado metástase. Esse processo precisa de uma grande quantidade de energia e recursos de uma célula cancerosa para ser mantido. Ou seja, manter este processo após os efeitos tóxicos da quimioterapia é ainda mais complicado. Então, qual seria a vulnerabilidade nas células cancerosas que estão estressadas?
B om, uma delas e a mais promissora que a equipe encontrou foi a dependência das células de uma molécula que desempenha um papel vital na forma como elas respondem ao estresse ou à falta de nutrientes (GCN2). O objetivo do GCN2 é evitar que a célula produza proteínas quando os aminoácidos são escassos. Isso impacta porque as proteínas são responsáveis por formar músculos e ossos no processo celular. Se a linha de montagem car estressada, acaba se tornando improdutiva e comete erros, assim, o acúmulo desse tipo de proteína deformada pode ser tóxico. Portanto, é ativado o GCN2 para ajudar a manter o número de proteínas deformadas baixo e garantir que a célula se policie enquanto se recupera. “Precisamos ter certeza de que atingimos as células quando elas já estão desativadas”, enfatiza
Auner. Neste momento, a equipe está focada na molécula GCN2 e todo o seu potencial. A hipótese é que tratar as pessoas com um medicamento que direcione e desative o GCN2
após a quimioterapia poderia fazer com que as células estressadas diminuíssem. É para isso que Auner e sua equipe seguem estudando.
10 Criança hoje, Criança amanhã
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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com
A Violê ncia contra a Mulher e a Criança. Suas diversas formas, cada vez mais naturalizadas — Parte VI O “segredo de justiça” garante a ocultação dessa sequência de violência
T
alvez não tenha sido su cientemente clara no último ar tigo. Nenhuma mãe deve ser obrigada a torturar seu lho ou lha através de Violência Vicária determinada pelo Estado, em troca de uma “migalha de lho”, de uma ilusão de cumprimento de cuidado materno. Mas, uma vez que uma mulher/mãe faz uma denúncia de abuso sexual intrafamiliar ou de violência doméstica, o rito jurídico a encaixa num calvário, com pu n i ç õ e s j á , ampl ame nte, conhecidas, que levam à perda da guarda e à Privação Materna Ju d i c i a l. Par a e fe t iv ar o afastamento materno, regra estrita para aplicar a punição à ousadia de uma mulher fazer u m a d e nú n c i a c ont r a u m homem, a violência da terapia da ameaça, proposta por Gardner, surge ativando o medo em caldo de opressão. O “segredo de justiça” garante a ocultação dessa sequência de violência. Isolada, a mulher/mãe passa a ser intimidada pelos operadores de justiça, todos, começando pelo seu próprio advogado. “Não pode falar isso”, “não fala nada”, “aceita esse acordo que amanhã eu entro com recurso”, e o advogado não atende o telefone até que o prazo para o recurso se esgota. O acordo infame segue valendo, a mãe assinou na con ança de que seria contestado. E a violência, e as violências, se desdobram. O entorno, incluindo a família, começa a se afastar porque as críticas e a culpabilização apontam a mulher/mãe. A família e os amigos abandonam mãe e Criança. Os outros, os conhecidos, emitem “juízos de valor” em preconceitos. “Se foi
afastada do lho, alguma coisa grave fez, juiz não tira lho nem de prostituta”. Sendo cada vez mais amordaçada, seu mecanismo de adaptação ganha grande dimensão. De ponto em ponto, ela vai alcançando uma acomodação à situação de crescente perversidade. Nada muda o rumo. Não há razoabilidade. Mas, está baseada numa lei. Assim, a tortura da mãe, com repercussão direta na Criança, vai sendo aprofundada. Sozinha. Invisibilizada. Mas isso não é su ciente. Mesmo com o silêncio garantido pelo medo e pelas ameaças terrorí cas, a sede das perversidades contra mulheres e c r i a n ç a s é i n s a c i áv e l . O s
requintes de crueldade vão se so sticando. O fato de ser estabelecida a Guarda Compartilhada, que d e s c o n s i d e r a a t é Me d i d a P r o t e t i v a p o r Vi o l ê n c i a Doméstica constatada, não satisfaz. Um ponto importante a se pensar é o momento em que a Guarda compartilhada com o descumprimento da Medida Protetiva da Lei Maria da Penha, e todo o sofrimento que advém da exposição ao agressor, é t r a n s f o r m a d a e m Gu a r d a Unilateral, com o afastamento materno. Para tal, é muito frequente, majoritariamente, que o denunciado como abusador ou violento requisite a
“Busca e Apreensão”, que deveria se chamar “busca e prisão da Criança”. Explico: o pedido é imediatamente atendido, muitas
arrombamento, que, muitas vezes, justi ca o famoso “pé na porta”. Uma mulher e uma Criança, assustadas, são
Relatório do O cial de Justiça, nunca descreve o sofrimento da Criança, que deveria ser guiado p elo Pr incípio do Mel hor Interesse da Criança. Após um período de afastamento total entre mãe e Criança, aparece um contagotas de convivência, com vigilância para cercear a “alienadora”, como é a alcunha da mãe que acreditou na justiça e fez uma denúncia. A esta altura, ela já responde a vários processos criminais que selam s e u s i l ê nc i o, ar r as am su a possibilidade nanceira, e retiram seu Direito de Comunicação em Redes Sociais, de qualquer tipo, e seu Direito de Ir e Vir, em condenaçõ es criminais que exigem apresentação em Juízo a cada semana, sem possibilidade de viagem. Censura e Controle da mãe que ousa denunciar. Este conta-gotas é malé co para a Criança. A nal, ela tomou coragem, revelou o que sofria do seu abusador, con ou na mãe, acreditou que a mãe iria restituir sua tranquilidade e dignidade, e saiu preso, foi entregue a seu agressor, e a mãe, depois de ter sumido por um tempo, variável,
©INSTITUTO AZMINA
vezes feito no Plantão Judiciário, quando só uma alegação de “alienação parental”, sem prova, nem leitura dos autos, é o su ciente para uma operação jurídico-policial de grande aparato. Parece uma operação de guerra. Sempre à noite, ou no amanhecer. Fuzis. Muitos fuzis. Carregados por policiais militares fardados, oito, 10 policiais armados, entram na casa da Criança, com a u t o r i z a ç ã o p a r a
surpreendidas e amedrontadas. E a Criança é presa no colo de um policial armado. Um ou dois O ciais de Justiça, que deveriam cumprir os Artigos do ECA que rezam Direitos à Proteção e à Dignidade. Em lugar dessa garantia de Direitos, a violação. Essa sessão de violações dessa cena, onde a Criança é tratada como um computador de um suspeito, é uma violência para mãe e lho. Gritos, choros, desespero são assistidos, friamente, pelo denunciado. O
às vezes nunca mais, reaparece em migalhas, compactuando com aquele que o agride. Por isso, a saída dos processos, com a devida entrega em Registro ao Ju í z o, e R e g i s t r o e m At a N o t a r i a l , c o m a responsabilização legítima do E st ado, s e faz ne cess ár i a. Romper este pacto silencioso perverso. Urge parar de torturar o lho ou lha como instrumento do Estado, nessa Violência Vicária Institucional.
COMPORTAMENTO 11
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Timidez em excesso pode ser um transtorno Entenda quando buscar ajuda ©ISTOCK
De repente, o rosto ca corado c ol o c and o o t í m i d o nu ma situação de destaque que, aliás, é o que ele mais deseja evitar. Impossível negar vergonha ou constrangimento quando as bochechas cam vermelhas, mas não é apenas nesse tipo de situação que a timidez dá o ar da graça. A timidez é um traço de personalidade, o jeito que a pessoa é e se comporta. Ser o centro das atenções, falar em público e sair tagarelando por aí não são características comuns aos tímidos. Mas, isso não os impossibilita de manterem um convívio social saudável. "O tímido pode ter mais di culdade em interagir em um primeiro contato, mostra-se mais introvertido, mas não deixa de realizar suas atividades pessoais e pro ssionais, apenas é mais discreto", comenta Mariângela Savoia, psicóloga clínica do Programa Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das C l í n i c a s d a Fa c u l d a d e d e Medicina da Universidade de São Paulo (IPq do HC-FMUSP). No entanto, quando esse medo de situações em que se está exposto ao julgamento do outro se torna algo exacerbado, isso deixa de ser uma simples timidez e pode ser considerado um transtorno de ansiedade social. Estima-se que nos Estados Un i d o s , ap e n a s 1 2 % d o s indivíduos considerados tímidos
têm esse quadro.
O que é transtorno de ansiedade social? De acordo com o DSM-V (sigla inglesa para Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Me nt ais ) , o t r anstor no d e ansiedade social ocorre quando há um medo acentuado acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Normalmente, a p essoa demonstra sinais de ansiedade nesse contexto, julgam que as consequências daquela situação serão maiores do que realmente são e evitam essas situações ou passam por elas com grande medo e ansiedade. Tudo isso traz um grande impacto negativo na vida dessas pessoas. Os sintomas precisam ocorrer há mais de seis meses e apenas um psiquiatra pode avaliar se esse é mesmo seu caso. Nesses casos, ele pode indicar um tratamento com psicoterapia e até o uso de alguns medicamentos para ansiedade. De acordo com a psiquiatra F á t i m a Va s c o n c e l l o s , coordenadora do Curso de Ps i qu i at r i a d a Pont i f í c i a Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), esse quadro pode até mesmo ter comorbidade com a dependência química. "O paciente passa a abusar da bebida
para conseguir enfrentar as situações e isso intensi ca ainda mais o problema".
O momento do enfrentamento Portanto, a timidez deve ser tratada quando a pessoa sente qu e e s t á s of re n d o c om a s restrições que impõe a ela mesma. "Um psicólogo poderá ajudá-la a identi car seus medos e frustrações, orientando suas ações para começar a estabelecer novas relações sociais", diz Priscila Gasparini Fernandes, psicóloga clínica e psicanalista com especialização em neuropsicologia. Ou seja, ser quieto é um traço de personalidade e não há nada
de errado. O transtorno de ansiedade social envolve outros sinais, como: não manter contato v i s u a l , f a l a r mu i t o b a i x o, g ag u e j ar, c ar r u b or i z a d o (vermelho), apresentar tremores. Além, do isolamento que pode interferir de forma negativa nas relações sociais, nos estudos e até no trabalho. Por isso, se as recusas passam a ser constantes, é importante ligar o sinal de alerta. Mas se a questão é apenas aquela timidez corriqueira, vale apostar em alguns recursos para tornar o e n f re nt am e nt o m ai s f á c i l : Desenvolva algum atributo, busque algo de seu interesse e que também crie aproximação das pessoas como música, esportes e
viagens; Desenvolva um grupo de amigos, mesmo que pequeno, mas que lhe transmita con ança; Preste atenção nos bons sinais, ou seja, não supervalorize a crítica e sim o elogio, a nal é impossível agradar geral; Entenda que não é preciso ser o centro das atenções para ser interessante; E quando estiver em um lugar após o enfrentamento, comemore a situação vencida.
Por que a timidez ocorre? Não se sabe ao certo por que a l g u m a s p e ss o a s s ã o m ai s tímidas do que outras, mas pesquisadores da Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, tentaram buscar as
respostas no cérebro. Eles usaram imagens de ressonância magnética funcional e descobriram que os tímidos podem ter problemas em duas regiões cerebrais: a amígdala e o hipocampo, provocando problemas de adaptação a novos ambientes e estímulos. Durante o estudo, foram analisados adultos inibidos e extrovertidos, que foram expostos a fotos de rostos d e p e s s o a s d e s c on h e c i d a s repetidas vezes. Durante essa exposição, o hipocampo (ligado à memória) e a amígdala (área relacionada ao medo e ansiedade) geralmente apresentavam uma atividade mais intensa, que tendia a diminuir à me dida que as imagens se repetiam e se tor nav am mais f am i l i are s . Porém, isso aconteceu com os mais extrovertidos, não com os tímidos. Para a neurologista Jerusa Smid, vice-coordenadora do Departamento de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), essa pesquisa indica que o introvertido tem um padrão cerebral diferente. "É rele vante ident i c ar qu ais regiões são afetadas para ter um entendimento melhor do problema, mas isso é muito especí co para a área médica", fala.
Solidão pode trazer problemas de saúde mental A solidão é uma sensação difícil de sentir e a chave para dar conta é encontrar uma maneira confortável para lidar com ela ©EZRA BAILEY/GETTY IMAGES
O governo japonês nomeou um ministro da Solidão como uma iniciativa para dar conta da solidão social que já era uma realidade naquele país, mas que cresceu tremendamente com as medidas de isolamento por causa do coronavírus. Em 2018, o Reino Unido já havia lançado uma estratégia semelhante para reduzir os problemas de saúde decorrentes da solidão. Naquela época, a então primeira-ministra eresa May declarou que a solidão é um dos maiores desa os de saúde pública dos tempos modernos. Não só há evidências de que possa levar ao aumento de doenças cardíacas e de demência, como estima-se que possa estar ligada ao aumento dos casos de suicídio, como visto no Japão após o início da pandemia. O sentimento de solidão tem afetado a todos. Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto
Ipsos em 28 países mostrou que o Brasil é o país em que as pessoas mais s e s entem s olit ár i as. Enquanto a média mundial é de 41%, no Brasil metade dos que responderam à pesquisa disseram ter essa sensação. Qual a diferença entre estar sozinho e sentir-se solitário? Estar sozinho é saber aproveitar da própria companhia. Antigamente, não se aceitava o fato de que mulheres, por exemplo, pudessem querer viver sós. O objetivo era que, enquanto sociedade, viéssemos a formar pares. Tanto era assim que, se considerava uma pessoa que conseguisse manter um relacionamento, dentro de certos parâmetros, é claro, seria mais saudável do ponto de vista mental. Felizmente, evoluímos como sociedade. Hoje, é plenamente aceitável que pessoas queiram viver sozinhas. Por aceitável, eu
me re ro ao fato de que essas pessoas não são mais estigmatizadas. Ainda que sozinhas, a pandemia também nos trouxe como lição a importância de sermos
solidários uns com os outros. A ajuda pode vir de diferentes formas e lugares. Solidão é outra coisa. Solidão é você desejar se conectar a alguém e não haver ninguém à
disposição para isso. Pode ser, inclusive, o desejo de se conectar a sua parceira ou parceiro e ela ou el e nu nc a tere m a disponibilidade para isso. Há sentimento de solidão entre
muitos casais e ele gera melancolia, tristeza profunda. A solidão é uma sensação difícil de sentir. Tão difícil que muitos usam álcool, drogas ou até comida como um substituto para a falta de conexão pessoal, quase como se fosse um amigo. De fato, sob o efeito de álcool e drogas, o mundo parece temporariamente mais leve e mais fácil. Mas o efeito é rápido e não resolve esse sentimento. A chave para dar conta da solidão é encontrar uma maneira confortável para lidar com ela. Com as tecnologias digitais de comunicação, cou muito mais fácil encontrar pessoas na mesma situação que também des ejam uma conexão. Há grupos de leituras, de culinária, de pets, de encontros amorosos, e eles podem permitir o surgimento de encontros bastante fortes. Basta estar aberto para isso.
12 OLHAR DE UMA LENTE
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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
CPI da Cesan, será que agora sai? D
urante anos, a Companhia EspíritoSantens e de Saneamento (Cesan) vem sendo alvo de denúncias feitas pela sociedade civil e secretários de meio ambiente de municípios nos quais a concessionária presta serviços de coleta e tratamento de esgoto. No município da Serra a coisa
não é diferente, muito pelo contrário, denúncias frequentes partem de pessoas com conhecimento técnico que a rmam, com todas as letras, que a Cesan, com o sistema utilizado no tratamento do esgoto não trata, mas ajuda a poluir mais ainda os mananciais da cidade. Por essas e outras, nos causa
estranheza a omissão e inoperância do poder Legislativo do município, a quem compete scalizar e cobrar explicações dos envolvidos, C esan, PPP Ambiental e governo estadual. A coluna procurou Cláudio Denicoli, secretário de Meio Ambiente do município da Serra, que disse que já se colo cou à disp osiç ão dos vereadores para uma possível acareação, caso seja aberta uma c om i s s ã o p ar l am e nt ar d e inquér ito (CPI). “S e me convocarem, responderei, de forma técnica, todas as perguntas que zerem”, a rma o secretário. Para o vereador Paulinho do Churrasquinho (PDT), membro da Comissão de Meio Ambiente da Câmara da Serra, os serviços prestados pela Cesan
são realmente ine cientes. “Recebo reclamações diariamente de moradores de vários bairros do município por
tratamento de esgoto, basta olhar nossos mananciais, que e st ã o pr at i c ame nte to d o s poluídos por consequência do ©CÂMARA MUNICIPAL
falta d'água e outros problemas frequentes. Quanto à coleta e
despejo de esgoto residencial in natura. As Estações de
Tratamento de Esgoto (ETEs) não funcionam como deveriam, o sistema usado pela Cesan, além de não ter nenhuma efetividade, é caro... É um verdadeiro descaso com a população serrana. Por isso e tantos outros motivos é que precisamos abrir uma CPI, convocar representantes de órgãos públicos do município para responderem aos quest ionamentos que nos levarão aos responsáveis por esse descaso com a população e puni-los conforme a lei”, explica o vereador. Questionados pela coluna sobre a situação, os vereadores Wellington Alemão (DEM), presidente da Comissão, e Gilmar Dadalto, o Rapozão, membro da comissão, não retornaram à nossa reportagem.
Experiência de quatro mandatos ©HAROLDO CORDEIRO FILHO
mola mestra para conseguirmos superar a situação que vivemos... É necessário manter o Executivo e o Legislativo unidos, no meu entender é assim que buscamos soluções para a saúde, a educação, o meio ambiente e as demais necessidades. Estou no quarto mandato, procuro ser independente politicamente porque minha b a s e e s t á n a responsabilidade do voto do cidadão que me elegeu. Ele não votou em mim para fazer parte de base política, tenho o compromisso de scalizar e apresentar projetos com boas
ideias”. ©HAROLDO CORDEIRO FILHO/DRONE
Em seu quarto mandato como vereador no município de Vitória, Maurício Leite (Cidadania), concedeu um tempinho à nossa reportagem para falar da sua experiência como parlamentar e de como vê o bairro mais populoso de Vitória, Jardim Camburi. “O momento é de muita tristeza e cuidado, pois tratase de uma situação que precisamos ter bom senso, responsabilidade e entendimento, porque são muitas vidas que estão sendo ceifadas pela covid-19. Não podemos ter briga política, a união entre os poderes é a
Jardim Camburi representa 70% do município de Vitória, tanto em população como em eleitores são mais de 35 mil e um detalhe chama a atenção do vereador: “mais de 90% deles, são formadores de opinião e isso é muito bom”. “Sou morador de Jardim Camburi há 43 anos, fui comerciante durante 25 anos no ramo de carne e sempre ajudei a comunid ade e contribuí também como presidente da associação de moradores, então, posso dizer que tenho uma vasta experiência das necessidades do bairro”, a rma.
Perguntado sobre o problema do pó preto, que incomoda todos os bairros da capital e de municípios vizinhos, Maurício Leite citou que realizou a maior au d iênci a públ ic a p ara discutir o pó preto, feita por entre as décadas de 1990 e 2000. “Muit as açõ es que a C o m p a n h i a Va l e v e m tomando nesses 20 anos nasceu nesse trabalho de 1998 a 2000 quando eu era vereador. Sempre discuto com o cidadão que nós não podemos matar a galinha dos ovos de ouro, precisamos é cobrar, mas a cobrança
precisa ser de forma p ar t i c ip at iv a , s ó ass i m podemos melhorar a maneira de se acabar com o pó preto, entendendo que não é de forma imediata... estamos num processo e nesses últimos 20 anos, o pó preto, foi reduzido vertiginosamente, mas sei que não é o ideal. Finalizo dizendo que estou atento a tudo, não sou vereador de bairro, represento todo o município, mas tenho um ponto de referência que é onde partimos com o trabalho da gente, mas scalizo os quatro cantos da cidade de Vitória”. TATI BELING
Jardim Camburi
BRASIL 13
06 A 13 DE MAIO/2021
A semana em Brasília S e no E
Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes
jornalfatosenoticias.es@gmail.com
Cadastro é realizado pela plataforma digital PDDEWeb
DEPOSITPHOTOS
FNDE
Desde o início de março, cerca de 67% das escolas da educação básica do País já atualizaram o seu cadastro no Programa Dinheiro Direto na Escola ( P D D E ) , o equivalente a mais de 90 mil unidades de ensino. Gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o programa tem por nalidade prestar assistência nanceira para as escolas, em caráter suplementar, a m de contribuir para manutenção e melhoria da infraestrutura física e pedagógica, com consequente elevação do desempenho escolar. O coordenador-geral de Apoio à Manutenção Escolar da autarquia, Djailson Dantas, destaca a importância de as entidades estarem com o cadastro em dia. “É fundamental a atualização cadastral para que as escolas possam receber os recursos do PDDE Básico e das Ações Integradas no ano de 2021. Vale lembrar que a transferência dos recursos só acontece para as entidades que não tenham pendências com prestação de contas”, nalizou o coordenador-geral. Escolas e secretarias que ainda não atualizaram as informações devem acessar o mais breve possível o PDDEWeb por meio do link https://www.gov.br/fnde/pt-br/assuntos/sistemas/pddeweb. Em caso de dúvidas, assista à capacitação sobre o PDDEWeb no canal do FNDE no YouTube ou acesse o passo a passo sobre a atualização cadastral.
Comissão aprova projeto que exige inscrição em braile do valor das cédulas de real
ELLEN CAMPANHARO/ALES
Programa Dinheiro Direto na Escola
Comissão aprova projeto que dispensa autorização para plantio de espécies nativas ANDRÉ BORGES/AGÊNCIA BRASÍLIA
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (4), proposta que dispensa de autorização ou licença do poder público as ações de restauração, recomposição e recuperação da vegetação original com espécies nativas. Sementes poderão ser coletadas em áreas protegidas; espécies não autóctones poderão ser usadas em projetos de sistemas agro orestais ou plantios consorciados. O texto aprovado é o substitutivo do deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) ao Projeto de Lei 5634/19, do deputado Otto Alencar Filho (PSD-BA). “Precisamos incentivar e facilitar os processos de restauração”, disse o relator. A versão acolhida pela comissão expande a proposta original, que previa a dispensa de autorização apenas para o plantio de espécies nativas em propriedades rurais. O substitutivo prevê a medida para qualquer local. Além disso, prevê que as sementes das plantas usadas na restauração da vegetação nativa poderão ser coletadas em áreas protegidas, como orestas nacionais e estações ecológicas. O texto permite ainda o uso de espécies não autóctones, desde que em projetos de sistemas agro orestais ou plantios consorciados de espécies arbóreas.
Envolvimento de jovens com o tráfico em debate O avanço da violência provocada por ações do trá co de drogas em Vitória, a estruturação das polícias Civil e Militar, a importância de aumentar o nanciamento para a assistência social e ampliar o debate sobre segurança pública foram assuntos abordados na reunião virtual da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente desta quarta-feira (5). Além da carência de efetivo, os convidados relataram falta de serviços sociais que proporcionem oportunidades de desenvolvimento para que crianças e jovens que vivem em locais com in uência do trá co não sejam arregimentados para o mundo das drogas. Para eles, é fundamental a estruturação das forças de segurança e o envolvimento de todas as pastas da administração pública no enfrentamento da violência. O delegado da Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) Rafael Corrêa a rmou que a carência de efetivo compromete as ações voltadas para coibir a criminalidade. “A polícia civil presta apoio conjunto com a guarda municipal e polícia militar que atende a região central da cidade, como o Complexo da Penha, região da Ponte da Passagem, em Camburi, até a Curva do Saldanha. Mas o baixo efetivo trouxe carência na base, comprometendo o trabalho de combate às ações dos tra cantes”, explicou. De acordo com o tenente-coronel Marcelo Tavares, do 1º Batalhão Militar (BPM) de Vitória, cerca de 95% dos recursos da unidade são gastos no combate ao trá co. “A solução não está nas mãos das forças de segurança. É das causas sociais e que devem ter uma abordagem diferente. Ano a ano a gente percebe um aumento e continuamos num caminho que não produz uma resolução e caz para o problema. Não adianta colocar só a base da polícia militar, sendo que não há outros serviços sociais sendo ofertados”, disse. O representante da Prefeitura de Vitória, Ramile Pereira, informou que a capital enfrenta problemas com limitações de efetivo, estrutura e treinamento, mas informou que a administração está preparando uma nova frente para o combate à ação dos criminosos. “A gestão está preparando a Ronda Ostensiva Municipal (Romoa). Os agentes estão em fase de preparação e, logo em seguida, irão para treinamento”, detalhou. Para o presidente da Central Única de Favelas (Cufa), Gabriel Nadipeh, além da ocupação militar desses ambientes, é necessário garantir educação, esporte, geração de renda e informação para esses moradores. Ele explicou que o coletivo está presente em todos os estados brasileiros e atende regiões de favelas e de periferia com ações voltadas para a inclusão social por meio de projetos artísticos, culturais, esportivos, educacionais e produtivos. De acordo com o titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Diego Aleluia, as políticas públicas têm que ser implementadas tanto na área social quanto na segurança pública. “É um estilo de vida sedutor, um dinheiro fácil e uma falsa sensação de poder que essas crianças e adolescentes têm ao portar uma arma ou ao se relacionar com um tra cante. Esse adolescente, ao se tornar um agente do trá co, deixa de ser vítima e passa a ser um agente de atos infracionais”, pontuou.
Comissão aprova proposta que isenta material esportivo de IPI e Imposto de Importação REPRODUÇÃO
A Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terçafeira (4), proposta que concede isenção do Imposto de Importação (II) e do
A Comissão dos Direitos das Pessoas com De ciência da Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (4) o Projeto de Lei 10565/18, pelo qual as cédulas de real deverão ter elementos de identi cação tátil e descrição em braile dos valores. O texto altera a Lei 4.510/64, que trata da Casa da Moeda. A proposta foi aprovada na forma do substitutivo apresentado pelo relator, deputado Fábio Trad (PSD-MS). “Sem prejuízo à intenção original, o substitutivo admite outras técnicas para identi cação do valor de face das cédulas, que sejam sensíveis ao contato manual e se revelem mais duradouras”, explicou. O relator citou o Banco do Canadá, que usa, com resultados positivos, a técnica de pontos táteis. “São pequenos furos organizados em diferentes arranjos de forma a permitir a identi cação tátil do valor da nota”, explicou Fábio Trad. No Brasil, as cédulas possuem atualmente marcas de relevo. “Ocorre que, mesmo possuindo essas marcas táteis, depois do uso prolongado as cédulas cam desgastadas, o que di culta a identi cação por pessoas com de ciência visual”, disse o autor da proposta, deputado Diego Andrade (PSD-MG). O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. IGOR SOBRAL/PM DE PELOTAS-RS
Comissão aprova projeto que permite desembarque de pessoas vulneráveis fora do ponto de ônibus A Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (5), proposta que autoriza o desembarque de mulheres, idosos, crianças e pessoas com de ciência ou mobilidade reduzida fora dos pontos de ônibus. O Projeto de Lei 1035/19 foi relatado pelo deputado José Medeiros (Pode-MT). Ele recomendou a aprovação do substitutivo da Comissão de Viação e Transportes, que analisou a proposta (e os apensados) em 2019. “É urgente a criação de alternativas que possam ser usadas para que a mobilidade urbana seja melhorada”, defendeu Medeiros. O texto aprovado altera a Lei de Mobilidade Urbana. Caberá aos órgãos gestores de transporte público coletivo urbano de nir os horários e os trechos do itinerário do ônibus onde o desembarque será permitido. A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada agora pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aos materiais esportivos destinados a competições e treinamento de atletas, paratletas e equipes brasileiras. A medida será válida até 31 de dezembro de 2024. Inicialmente, o projeto previa a isenção apenas para os equipamentos destinados às escolas de windsurfe, kitesurfe e stand-up paddle. Lima optou por ampliar o benefício a todo o esporte. “O País obteve importantes avanços no nanciamento público do esporte, embora ainda insu cientes para contemplar as necessidades do setor e democratizar o uso dos bens esportivos pela população”, disse o relator. Pelo texto aprovado, os equipamentos poderão ser transferidos pelo valor de aquisição, sem o pagamento dos impostos, desde que a operação seja previamente aprovada pela Receita Federal.
14 GERAL
06 A 13 DE MAIO/2021
Por que seguimos Exército dos a opinião dos EUA trabalha outros para evitar em robô com conflitos Estudo explica como o cérebro se ajusta ao consenso de um grupo, ativando regiões relacionadas à sensação de prazer — enquanto, ao discordar, envia sinais de “erro” ©MIMI THIAN/UNSPLASH
músculos biológicos ©EXÉRCITO AMERICANO
Por que é tão difícil discordar da maioria? É possível manter as próprias opiniões, mesmo quando as pessoas em volta pensam o contrário? Um novo estudo publicado pelo jornal cientí co Scienti c Reports revela que, neurologicamente, estaríamos predestinados à manipulação pelo coletivo. O motivo: evitar con itos futuros. A pesquisa, realizada por neurocientistas da Universidade HSE, na Rússia, constatou que ir contra a opinião geral não apenas ativa um sinal de alerta no cérebro, como também deixa alguns traços que permanecem por um longo tempo. Os vestígios mantidos na atividade cerebral f a z e m c o m q u e , posteriormente, o cérebro ajuste a opinião em favor do ponto de vista da maioria. Segundo os pesquisadores, no curto prazo, a concordância com o grupo no qual a pessoa esteja inserida ativa centros cerebrais responsáveis pela sensação de prazer. Por outro lado, em casos de desacordo, são enviados sinais de “erro”. Já depois de longo tempo, esses efeitos da in uência social podem alterar a maneira como o cérebro funciona. Aparentemente, após se ajustar ao consenso coletivo, o órgão começa a perceber as informações pelos olhos da maioria, com o propósito de evitar con itos futuros. “O cérebro absorve a opinião dos outros como uma esponja e ajusta suas funções à opinião de seu grupo social”, explica Aleksei Gorin, estudante de doutorado na Universidade HSE e um dos autores do estudo.
Para realizar a análise, os cientistas usaram um método c h a m a d o magnetoencefalogra a (MEG), que permite ver em detalhes a atividade do cérebro humano durante o processamento de informações, e tem uma resolução temporal superior à ressonância magnética f u n c i on a l . No i n í c i o d o s experimentos, 20 participantes avaliaram fotogra as de rostos estranhos e classi caram o grau de con ança em cada um deles. Em seguida, os participantes foram informados sobre a opinião de um grande grupo de colegas em relação às pessoas retratadas. Metade acabou mudando de opinião sob a in uência de seus pares. Além disso, observou-se alterações na atividade cerebral: os cientistas descobriram que foram mantidos “traços” referentes aos desentendimentos anteriores. De acordo com os pesquisadores, uma fração de segundo após rever os rostos desconhecidos, o cérebro dos
participantes em desacordo enviava um sinal lembrando-os do con ito anterior. A hipótese é que, muito provavelmente, a xação desse alerta permita ao cérebro prever possíveis novos con itos decorrentes daquele desentendimento, e isso deve ocorrer de forma inconsciente. "Vivemos em grupos sociais e ajustamos automaticamente nossas opiniões às da maioria, e a opinião de nossos colegas pode mudar a maneira como nosso cérebro processa informações por um tempo relativamente longo", diz a professora da Universidade HSE, Vasily Klucharev, que também é autora do estudo. Vasily destaca ainda outra constatação interessante do estudo: o fato de o córtex parietal superior, uma área do cérebro responsável por recuperar memórias, estar envolvida na codi cação dos sinais de desacordo. Com isso, é provável que os temas divergentes sejam lembrados melhor do que outros no futuro.
alcançar essas capacidades?”, deia de integrar tecido O Exército dos Estados Unidos A transmissão será no canal daiSedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira (07), às 14 horas questionou Culver. A equipe de muscular ou células em quer mudar os antigos robôs pesquisa vai envolver também o arquiteturas grandes para com atuadores mecânicos para comportamento das proteínas controlar o movimento com o unidades que misturam biologia que auxiliam no desempenho mesmo dispositivo biológico só com máquinas. O Laboratório muscular. começou em 2000 e se de Pesquisa do Exército (ARL, Os colaboradores de Duke desenrolou no começo dos anos na sigla em inglês) trabalha em dirigem a pesquisa 2010”, contou o doutor Dean uma engenhoca com músculos computacional, enquanto os da Culver, um dos pesquisadores biológicos. Universidade da Carolina do do ARL. O s bi o - h í br i d o s t e r ã o a Norte vão realizar os Os cientistas do laboratório do musculatura de tecido orgânico. experimentos para validar as e xé rc it o n or t e - am e r i c an o Apesar de soar estranho, os predições feitas pelos trabalham em colaboração com engenheiros envolvidos computadores. O exército dos integrantes da Universidade a rmam que a ideia pode levar a EUA ca responsável pelo Duke e da Universidade da uma nova classe de robôs mais trabalho teórica de Carolina do Norte. A primeira versáteis, adaptáveis e mesomecânica que pode ser aplicação dos bio-híbridos será so sticados. Isso fará com que as testado com dados coletados focada nas pernas de máquinas tenham melhores pelos outros dois grupos. A plataformas de locomoção. Eles respostas a terrenos instáveis ou pesquisa realizada entre as três também consideram um drone outras surpresas, através de partes ainda vai informar sobre capaz de bater asas. re exos arti ciais. como cultivar o tecido muscular, “O r g a n i s m o s s u p e r a r a “Isso é completamente novo ao invés de extrair de algum performance de robôs de várias para o laboratório e o campo é organismo. formas. Por que não usar relativamente jovem. As componentes biológicos para publicações com a primeira
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COTIDIANO 15
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Conheça o Siriá Uma das manifestações coreográficas mais belas do Pará, o Siriá é dançado em pares e ritmado por atabaques ©ARQUIVO/AGÊNCIA PARÁ
A mais famosa dança folclórica do município de Cametá é uma das manifestações coreográ cas mais belas do Pará. Dançado em pares, o Siriá é ritmado por atabaques. São duas leiras de pares, com os homens recur vados e as mulheres requebrando os quadris, que iniciam a coreogra a com a parte chamada "namoro". O ritmo começa lento, e, à medida que os versos vão se desenvolvendo, a velocidade vai crescendo. A coreogra a segue indicações do canto, e, no refrão, os pares fazem volteios c o m o c o r p o . O acompanhamento musical é geralmente feito por reco-reco, ganzá, tambores, banjo, auta, pandeiro grande e maracá. Observam-se, na movimentação coreográ ca, detalhes como ritmo semelhante ao batuque africano, bem como a expressão
pronúncia de determinadas palavras. Um exemplo está na terminação de alguns nomes: "cafezal" chamam de "cafezá", "milharal" chamam de "milhará". A abundância de siris foi batizada de "siriá". O Siriá possui um vestuário parecido com o do carimbó. As mulheres usam blusas de renda
corporal recurvada em certos momentos — característica das danças indígenas — e movimentos de braços para cima, como em várias danças folclóricas portuguesas. A dança expressa gratidão dos indígenas e escravos africanos
por um milagre. Conta-se que depois de um dia exaustivo de trabalho, os escravos eram liberados, sob scalização, para conseguir algo para comer. Certo dia foram à praia e encontraram grandes quantidades de siris que se
branca, saias rodadas, pulseiras, colares e enfeites coloridos na cabeça. Os homens vestem calças em tons es c uros e camisas coloridas amarradas na frente. Eles também usam chapéus de palha enfeitados com ores, que as damas re t i r am p ar a d e monst r ar alegria.
deixavam apanhar facilmente. Em agradecimento, ensaiaram uma dança e deram o nome de Siriá, que narra o fato. O nome surgiu por distorção linguística. A in uência racial até hoje, em alguns lugares da Ama z ôn i a , é re e t i d a na
Criação severa pode gerar estruturas cerebrais menores na adolescência Em estudo, pesquisadores canadenses indicam que adolescentes criados por pais agressivos ou rígidos têm córtex pré-frontal e amígdala cerebelosa menores ©MARINA SHATSKIH/UNSPLASH
Adolescentes que tiveram uma criação com pais agressivos ou severos na infância podem ter estruturas cerebrais menores devido aos abusos sofridos no passado. É isso que aponta um estudo, realizado por um time de pesquisadores canadenses, e publicado no jornal cientí co Development and Psychology. Os especialistas usaram dados de 94 crianças, que foram monitoradas desde o nascimento, no hospital Centro do Hospital Universitário Saint-Justine, na c i d a d e d e Mont re a l, Canadá. As informações,
coletadas no início do ano 2000, foram fornecidas pela Universidade de Montreal e pelo Instituto de Estatística de Quebec. Enquanto as crianças tinham entre dois e nove anos de idade, seus níveis de ans i e d a d e e a s pr át i c a s parentais às quais elas eram submetidas foram avaliados. Com isso, foi possível dividir os pequenos em grupos, com base na exposição (baixa ou alta) à agressividade dos pais. Mais tarde, quando tinham idades entre 12 e 16 anos, os agora adolescentes foram avaliados com ressonâncias magnéticas e testes de
ansiedade. Os pesquisadores notaram que os jovens que tinham sido submetidos constantemente à uma infância agressiva ou severa p o ssu í am c é rebro s c om estruturas menores. Estudos anteriores já haviam mostrado que crianças que sofreram abuso grave têm córtex pré-frontal e amígdala cerebelosa menores. Essas duas estruturas são muito importantes, pois servem para a regulação emocional, estando relacionadas ao surgimento de ansiedade e depressão. Agora, a nova pesquisa
mostrou que essas mesmas regiões cerebrais são menores quando a criança chega na fase da adolescência, caso ela tenha sido alvo de práticas parentais severas. Isso mesmo que as vítimas não tenham sofrido abusos considerados “mais graves”. Entre as práticas parentais abrangidas pelo estudo estão car com raiva, bater, tremer
ou gritar repetidamente. Embora abusivas, algumas das atitudes são bem comuns ou consideradas “socialmente aceitáveis” no Canadá e no mundo todo, de acordo com os pesquisadores. De acordo com a autora principal do estudo, Sabrina Suffren, da Universidade de Montreal, o problema é bem mais sério do que meras
mudanças biológicas. "Acho que o importante é que os pais e a sociedade entendam que o uso frequente de práticas p a r e nt a i s s e v e r a s p o d e prejudicar o desenvolvimento de uma criança. Estamos falando sobre seu desenvolvimento social e emocional, bem como seu desenvolvimento cerebral”, a rma em comunicado.
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Recuperação de manguezais valoriza culturas tradicionais na Amazônia Ao plantar mudas para recuperar mangues, projeto engaja comunidades e valoriza a identidade dos povos tradicionais ©RAFAEL ARAÚJO CURUCA PEABIRU
Como os manguezais são re pre s e nt a d o s n a s l e n d a s , crenças e manifestações artísticas? De que forma conservar e re orestar esses ambientes naturais pode contribuir para a continuidade de tradições milenares? Em busca de respostas, entender o papel do conhecimento transmitido entre gerações, essencial à valorização cultural
das populações locais, é ponto de destaque dos estudos apoiados pelo projeto Mangues da Amazônia, voltado a ações socioambientais em três reservas extrativistas marinhas do Pará. Com atividades nos municípios de Augusto Corrêa, Bragança e Tr a c u a t e u a , b e n e c i a n d o
diretamente 1,6 mil pessoas, o projeto, iniciado em março, é realizado pelo Instituto Peabiru e pela Associação Sarambuí, em parceria com o Laboratório de Ecologia de Manguezal (Lama), da Universidade Federal do Pará (UFPA), com patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental. A iniciativa prevê o plantio de mudas e sementes para a
re c u p e r a ç ã o d e o u t ro s 1 2 hectares, em áreas degradadas, com oferta de assistência técnica e engajamento social. Ao mesmo tempo, no propósito de promover o uso sustentável desse ecossistema, berçário da biodiversidade marinha e fonte de renda para as comunidades,
são realizadas ações transversais promovendo a sensibilização dessas populações tradicionais, b em como a realização de atividades socioambientais e de estudos sobre a identidade cultural local. “O tema é essencial a um maior reconhecimento e valorização dessas populações, guardiãs d e ss as mat as qu e e sto c am carbono e são importantes no enfrentamento da mudança c l i m át i c a”, a r m a M a r c u s Fernandes, coordenador do Laboratório de Ecologia de Manguezais da UFPA. Na costa do Pará, Maranhão e Amapá, a Região Amazônica reúne a maior faixa contínua de manguezais do planeta — e cerca
de 80% da extensão total desses e c o s s i s te m a s n o Paí s . E o trabalho de desvendar e fortalecer esse mundo pouco conhecido pelos brasileiros inclui a dimensão cultural. “Queremos saber como os manguezais in uenciam as manifestações artísticas nas comunidades ao redor”, explica o engenheiro de pesca e músico Ruann Lins, apoiado com bolsa de pesquisa em etnomusicologia — o estudo da relação entre conhecimento tradicional e música. Sabe-se que por lá existem artistas de carimbó, xote e outros ritmos relacionados à Marujada, ponto alto dos festejos de São Benedito, de origem afrobrasileira, celebrados no mês de
dezembro. Das lendas à atividade tradicional das marisqueiras, as c at a d o r a s d e m a r i s c o n o s manguezais, “a cultura faz parte dos serviços ecossistêmicos ofertados pelos manguezais à humanidade, juntamente com a biodiversidade, alimentação, regulação do clima e provisão de água, entre outros”, ressalta Indira Eyzaguirre, pesquisadora do Lama, voltada a estudos sobre estratégias de uso sustentável e conservação ambiental baseadas na valorização desses serviços, inclusive a recreação e lazer. Como ação paralela à restauração do mangue, o projeto apoiará o levantamento das plantas existentes nos quintais
das casas e usadas tradicionalmente pela população, promovendo um trabalho de resgate de memória a l i m e n t a r. A l é m d i s s o, identi cará os locais utilizados para passeios e diversão, nos manguezais e arredores das comunidades extrativistas, de modo a fornecer subsídios ao desenvolvimento do ecoturismo de base comunitária com possibilidade de geração de renda local. Com objetivo de conhecer e promover a valorização da identidade cultural dos indivíduos e grupos que são diretamente in uenciados pelo ecossistema manguezal, o projeto bene ciará o público infantil através do Clube do Recreio, com ações de educação para crianças até s e is ano s . O C lub e d e Ciênci as, p or su a ve z, vai promover a sensibilização de crianças de até 12 anos para a importância da conservação dos manguezais e da sua função socioambiental, além de estimular a entrada da ciência na vida da criança. Na iniciativa de promover a capacitação dos adolescentes, criou-se o Grupo Comunitário Protetores do Mangue (Promangue), oferecendo treinamento para atuarem como condutores de trilha e agentes ambientais. Os adultos terão c urs os pro ssiona lizantes, conforme as demandas locais.
Veleiro vai coletar resíduos plásticos e gerar energia ©SEACLEANERS
Yvan Bourgnon é um velejador e aventureiro francês, apaixonado por viagens e pela natureza. Em suas travessias e corridas pelos mares, ele constantemente se deparava com o lixo plástico, cada vez mais presente, já que cerca de oito milhões de toneladas de plástico são lançadas no oceano todos os anos. Bourgnon e sua equipe decidiram agir e criaram o projeto SeaCleaners, Limpadores de Mares, em português. E, para combater a poluição plástica, projetaram o Manta, um catamarã gigante que literalmente se alimenta de plástico. O veleiro de 56 metros vai ser o primeiro de seu tipo capaz de coletar, processar e recuperar grandes quantidades de resíduos plásticos do oceano. Construído em aço de baixo carbono, o Manta possui um sistema de propulsão híbrido elétrico. O barco pode manobrar em baixa velocidade, coleta resíduos a uma velocidade entre dois e três nós, e atinge uma velocidade máxima de mais de 12 nós. Esteiras coletoras trazem os resíduos a bordo, onde está uma unidade de triagem manual que
faz a separação de acordo com o tipo de material coletado. Os resíduos plásticos são cortados em pequenos pedaços e encaminhados a uma unidade de c onv e r s ã o d e re s í du o s e m energia, onde até 95% do material é convertido em eletricidade por meio de um processo de pirólise e esta energia alimenta todo o equipamento elétrico do Manta. Além da geração de energia por meio de resíduos, o barco conta com duas turbinas eólicas, 500 metros quadrados de painéis solares e dois hidrogeradores.
Os meios de coleta também são diversi cados e podem retirar desde resíduos grandes que utuam nas águas até detritos de cerca de 10 milímetros que estejam a até um metro de profundidade. Dependendo da densidade e proximidade das camadas de resíduos, a capacidade de coleta pode variar de uma a três toneladas de resíduos por hora, com o objetivo de coletar de cinco a 10 mil toneladas por ano. A previsão é que o primeiro modelo do Manta seja entregue
em 2024 e circule principalmente na Ásia, África e América do Sul, como foco em áreas estratégicas onde a poluição marinha por plástico seja particularmente densa. Com instalações de pesquisa a bordo, o catamarã poderá receber até 10 cientistas e ajudar a coletar dados para estudos sobre a vida marinha e poluição do oceano. Bourgnon adianta que os dados coletados a bordo do Manta estarão sempre acessíveis para a comunidade cientí ca e pessoas interessadas.