Jornal Fatos & Notícias 422

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ANO XI - Nº 422

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia

13 A 20 DE MAIO/2021 SERRA/ES

Distribuição Gratuita

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

Os impactos das mudanças climáticas na conservação da onça-pintada na Amazônia ©PALENQUE/ISTOCK

8 Esta receita de caldo de camarão na moranga vai deixar a sua família com água na boca! Pág. 8 JORGE PACHECO

8 Senadora Rose de Freitas é alvo de operação da Polícia Federal. Ação investiga desvios, estimados em R$ 9 milhões Pág. 5

ANA MARIA IENCARELLI 8A Violência Vicária perpetrada pelo Estado é uma forma de Violência Institucional que torna a mãe o instrumento de tortura contra a Criança Pág. 10

HAROLDO CORDEIRO FILHO

8Parceria entre ONGs fortalece

instituições lantrópicas na Serra Pág. 12

NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA

8 A construção da autoestima começa desde o ventre materno Pág. 11

Brincar na natureza aumenta a imunidade de crianças Pág. 8

Droga experimental apresenta resultados promissores contra o Alzheimer

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

Pág. 9

Voyager detecta 'zumbido' de plasma Em risco de extinção, 13 instituições se unem para analisar os impactos da ação humana no vazio do espaço

sob o maior felino das Américas

©PIXABAY

Pág. 2

Brasileira recebe mesmo reconhecimento que Albert Einstein, Mandela e Darwin Pág. 4

Robô brasileiro é capaz de prever mortes por complicações respiratórias ©SHUTTERSTOCK

Robô brasileiro identificou 88% de mortes por complicações respiratórias em 1.767 pessoas Pág. 9

Dinossauro parecido com

A Voyager 1, uma das espaçonaves enviadas ao espaço pela Nasa em 1977, detectou uma espécie de 'zumbido' vindo de além da heliosfera, que pode ser entendida como a fronteira do sistema solar Pág. 7

coruja tinha hábitos noturnos e Sapinho que audição brilha secretamente no apurada escuro é

Parque Moscoso celebra 109 anos com PROGRAMAÇÃO RECHEADA Pág. 15

©VIKTOR RADERMAKER

Reconstrução artística do Shuvuuia descoberto na deserti Mata Atlântica Pág. 7

Pág. 2


2 MEIO AMBIENTE

13 A 20 DE MAIO/2021

Sapinho que brilha secretamente no escuro descoberto na Mata Atlântica O anfíbio, do tamanho de uma unha do polegar, perdeu 93% de sua cobertura florestal ©EDELCIO MUSCAT

A espécie tem cor alaranjada, é uorescente e mede menos de dois centímetros. O recémdescoberto anfíbio Brachycephalus rotenbergae, é um tipo de sapo-pingo-de-ouro encontrado na Mata Atlântica brasileira. O animal pertence a uma família de pelo menos 36 sapos-pingo-de-ouro (também conhecidos como saposab ób ora), assim chamados devido ao seu tamanho minúsculo e à sua cor alaranjada brilhante. Assim como outros sapos venenosos, sua cor vibrante é provavelmente um aviso aos predadores de que sua pele carrega uma toxina potencialmente mortal. A nov a e sp é c i e, d e s c r it a recentemente na revista cientí ca PLOS ONE, foi descoberta durante um extenso trabalho de pesquisa em todo o Brasil para encontrar novos sapos-pingode-ouro. Identi car as criaturas é fundamental para conservar a biodiversidade brasileira, especialmente em áreas ricas em espécies como a Mata Atlântica, que perdeu 93% de sua cobertura original devido ao desmatamento e à agricultura, segundo especialistas. O Br a s i l p o s s u i o m ai or número de espécies de anfíbios do planeta — pelo menos mil —, mas os anfíbios em todo o mundo estão entre os grupos mais

vulneráveis de vertebrados, p r i n c i p a l m e nt e d e v i d o à s mudanças climáticas. “O melhor momento para ser um cientista é quando se está olhando para algo novo e você é a única pessoa que sabe sobre isso”, declara o autor principal do estudo Ivan Sérgio Nunes Silva, herpetologista da Universidade Estadual Paulista. “Hoje em dia, infelizmente, espécies não identi cadas estão sendo erradicadas mais rápido do que conseguimos descrever novas espécies”. Nunes e sua equipe encontraram o B. rotenbergae durante 76 pesquisas de campo realizadas entre 2018 e 2019 na Serra da Mantiqueira, a cerca de 1,9 mil metros de altitude, onde passaram horas vagando por a oramentos rochosos e riachos que uem através da oresta. Ao voltarem ao laboratório, a equipe retirou amostras de DNA do novo sapo e as comparou com amostras de sapos-pingo-deouro con he cidos. Tamb ém analisaram suas características físicas e estrutura óssea, seu comportamento e gravações de seus chamados de acasalamento para determinar que se tratava de uma nova espécie. Por exemplo, o novo sapopingo-de-ouro é menor do que outros sapos conhecidos, com um focinho mais diminuto. Outras características incomuns

Camaleão Furcifer labordi

incluem padrões pretos desbotados em sua pele e uma preferência por altitudes mais altas da Mata Atlântica. As criaturas tamb ém são incapazes de ouvir o som de seu próprio chamado porque seus ouvidos são subdesenvolvidos, explica Nunes. “A comunicação deles é particularmente visual”, acrescenta, já que os sapos provavelmente se comunicam movimentando suas bocas. Misteriosamente, os anfíbios também brilham quando colocados sob luz ultravioleta, um comprimento de onda que eles podem ver, mas os humanos não. Apenas duas outras espécies de sapos-pingo-de-ouro são conhecidas p or apres ent ar uorescência, acrescenta.

A abordagem abrangente de Nunes e seus colegas — que incluiu exames do corpo, da genética e dos sons dos anfíbios — é importante, especialmente no caso de espécies semelhantes, declara Michel Varajão Garey, professor do Instituto LatinoAmericano de Ciências da Vida e da Natureza, em Foz do Iguaçu, que não participou da pesquisa. Um método tão completo como esse pode “revelar uma diversidade ainda desconhecida”, explica, e possivelmente recategorizar algumas espécies que foram classi cadas erroneamente. Na verdade, até o estudo atual, o B. rotenbergae era erroneamente categorizado como o B. ephippium, devido à grande semelhança entre eles,

segundo os autores — embora essa reclassi cação também seja uma fonte de controvérsia entre alguns pesquisadores de anfíbios. Por exemplo, Rute ClementeCarvalho, gerente do laboratório de genômica do Instituto Hakai, na Colúmbia Britânica, Canadá, não está convencida de que o B. rotenbergae seja uma espécie nova, mas apenas um B. ephippium. Segundo ela, as diferenças genéticas entre o B. ephippium e o B. rotenbergae descritas no estudo são muito pequenas. Além disso, os pesquisadores z e r am a mai or i a d e su as comparações genéticas entre o B. rotenbergae e parentes distantes dos sapos-pingo-de-ouro, e não o su ciente com amostras de B.

ephippium para a rmar ser uma nova espécie, comenta Clemente-Carvalho por e-mail. Embora o estudo seja muito útil para continuar a pesquisa sobre os sapos-pingo-de-ouro, ela declara que gostaria de ver uma comparação mais aprofundada entre o B. ephippium e o B. rotenbergae. A população da nova espécie é desconhecida, mas Nu ne s e s e us c ol e g as esperam realizar mais pesquisas para descobrir onde ela vive — bem como procurar mais espécies de sapos-pingo-deouro. A maior parte remanescente da Mata Atlântica está protegida em reservas naturais, mas algumas regiões ainda são ameaçadas pelo d e s m a t a m e n t o, m u d a n ç a s climáticas e mudanças para exploração do solo. Embora as taxas de desmatamento tenham caído no Brasil, mais de 11,3 mil hectares de terra foram desmatados em 2018. Nunes espera que a descoberta incentive o governo e as organizações a cuidar melhor de seus recursos, por exemplo, rastreando de forma rigorosa espécies ameaçadas. “A natureza só é estável se for su cientemente complexa”, de cl ara Nunes. “Descrever a biodiversidade é fundamental para um país repleto de diversidade como o Brasil”.

Estudo vai analisar impactos de mudanças climáticas na conservação da onça-pintada na Amazônia

©GP FELINOS/INSTITUTO MAMIRAUÁ

A onça-pintada (Panthera onca) é o maior felino das Américas e também uma das mais de mil espécies sob risco de extinção no Brasil. Visando a conservação da espécie e a melhoria da qualidade de vida das populações que convivem com ela, 13 instituições

formaram a Aliança para a Conservação da Onça-Pintada (Aliança Onça-Pintada), cujo segundo encontro foi realizado nos dias 7 e 8 de maio, na região do Rio Negro, em Manaus, no estado do Amazonas. Entre as ações previstas, o

grupo interinstitucional irá lançar um estudo onde serão ava li ados os imp ac tos d as mudanças climáticas e também das novas políticas ambientais na sobrevivência da espécie. “A ideia é que a gente possa fazer ações coordenadas de conservação e de

pesquisas para ter informações básicas, úteis e aplicáveis em c u r t o p r a z o ”, e x p l i c a o especialista em onça-pintada e diretor técnico-cientí co do Instituto Mamirauá, Emiliano Ramalho. O Instituto Mamirauá é uma organização social fomentada pelo Ministério da Ciência, Te c n o l o g i a , I n o v a ç õ e s e Comunicações (MCTIC). A Aliança Onça-Pintada também agrega organizações internacionais com atuação em outros países da Amazônia. Coletas de amostras genéticas e o mapeamento das principais áreas ameaçadas no bioma permitirão a formação de um panorama geral da espécie, cl ass i c a d a p el a Un i ã o Internacional para a C o n s e r v a ç ã o d a Nat u r e z a (UICN) como “vulnerável”. O estudo também contará com avaliação dos possíveis impactos causados pelas mudanças previstas nas novas políticas

ambientais de proteção ao bioma amazônico. As pr i n c ip a i s a m e a ç a s à existência da onça são a perda e fragmentação de habitat associados à expansão agrícola, mineração, implantação de hidrelétricas, ampliação de malha viária e à eliminação de indivíduos por conta da caça. “E xistem muitos estudos localizados, feitos em lugares e situações especí cos. O que queremos é começar a ter um retrato mais amplo, que mostre o status de conservação deste animal em todo o bioma amazônico”, a rma o especialista de conservação da WWF-Brasil,

Marcelo Oliveira. Os dados também servirão de ap oi o p a r a a e x e c u ç ã o d e algumas ações previstas no Plano de Ação Nacional para Conservação da Onça-Pintada, d o IC M B i o. “Vam o s f a z e r também ações que suprirão demand as do pl ano. Por exemplo, executar o protocolo de monitoramento nas unidades de conservação do estado vai gerar dados de onças pintadas e presas, e é uma demanda do plano de ação”, explica Ramalho. A previsão é de que esse estudo seja nalizado e divulgado em meados do segundo semestre deste ano.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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CULTURA 3

13 A 20 DE MAIO/2021

Como os antigos se Mostra África viravam sem eleições? Contemporânea Antes do século 20, escolher representantes era privilégio de poucos ©MOHAMED HASSAN/PIXABAY

é exibida para público capixaba São cinco obras cinematográficas e um bate-papo sobre a produção audiovisual contemporânea africana ©ASCOM SECULT-ES

FOTO: REPRODUÇÃO

A

história do sufrágio universal, o direito do ser humano de escolher de forma livre seus representantes mediante o voto, é bem recente. E ainda incompleta. Neste momento, menos de metade das pessoas do planeta vive em democracias. Mas essa situação já é um avanço considerável. Rezam as lendas celtas e hindus que os primeiros eleitores da humanidade foram os druidas e sacerdotes, que escolhiam seus chefes políticos. Em Atenas, por volta do século 5 a.C., participavam 20% dos cidadãos, todos homens. Os romanos inventaram a urna eleitoral em 139 a.C. Até então, as escolhas eram feitas no gogó. Durante a Idade Média e a Renascença, as votações se

tornaram sinônimo de conchavo. No Sacro Império Romano (9621806), quem elegia o rei era um pequeno grupo de nobres e religiosos — em 1519, apenas sete eleitores escolheram o rei Carlos V, que venceu Frederico I. “A ideia de democracia permaneceu adormecida na Europa até o fim d o s é c u l o 1 9 ”, a f i r m a o historiador inglês Malcolm Crook, autor de Elections in the French Revolution (“Eleições na Revolução Francesa”). Até nos Estados Unidos o sufrágio universal tardou para ser aceito: entre os delegados da c onve nç ã o qu e el ab orou a Constituição do país, promulgada em 1787, imperava a opinião do parlamentar George Mason (1725-1792): “Deixar o povo escolher o presidente é como deixar um cego escolher

uma cor”. O voto feminino também foi uma conquista árdua. No Brasil, no início do século 20, a advogada carioca Myrthes de Campos (a primeira mulher a ingressar na Ordem dos Advogados do Brasil, em 1906) teve negado o pedido de participar das eleições. Esse direito só foi reconhecido às mulheres com o Código Eleitoral de 1932. E olha que o Brasil estava na vanguarda. Na Suíça e em Portugal, o “voto de saias” só virou lei, respectivamente, em 1971 e 1974. Em compensação, no Brasil, o direito de voto aos analfabetos, previsto até 1889 e depois negado, só foi restabelecido a partir de 1985. Fomos o último país da América do Sul a fazê-lo. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)

'Quissama': a ilustre saga de livros sobre o Brasil Imperial Escritas por Maicon Tenfen, as obras foram inspiradas nos manuscritos de Daniel Woodruff, o ex-agente da Scotland Yard

(1832-1910), o livro acompanha a saga do ex-agente da Scotland Yard e de Vitorino Quissama, filho da escrava. “A h i s t ó r i a d e c o m o o s manuscritos de Daniel Woodruff chegaram às min has mãos merecia um livro à parte. Para não me alongar além do necessário, direi apenas que devo essa sorte à generosidade de Mônica Pontes, uma amiga de infância que atualmente trabalha no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro”, disse Maicon Tenfen na

fortalecer a implementação da Lei 10.639, que trata da inclusão da História e Cultura AfroBrasileira e Africana no ensino brasileiro. Para isso, o evento conta com o apoio da Comissão Permanente de Estudos Afro-brasileiros (Ceafro), ligada à Secretaria da Educação (Sedu). São, ao todo, cinco obras premiadas e uma ainda inédita no Brasil. A ficção rodada na Zâmbia, com o título “Eu Não S ou Uma Bruxa” (2017), foi dirigida por Rungano Nyoni e abriu a mostra na segunda-feira (10). O inédito documentário “O Tempo Está do Nosso Lado”, do Senegal, dirigido por Katy Lena Ndiaye, foi exibido na terça-feira (11). “Ar Condicionado” (2020), de Angola, e com direção de Fradique, foi exibido na quartafeira (12). Já “Rafiki” (2018), do Quênia, e com direção da Wa n u r i K a h i u , e s t á n a

programação desta quinta-feira (13). “Comboio de Sal e Açúcar” (2016), filmado em Moçambique, longa-metragem com direção de Licínio Azevedo, estará disponível na sexta-feira (14). Para os encontros virtuais, o primeiro será um bate-papo, no sábado (15), às 17 horas, com o ator angolano Matamba Joaquim. Atualmente, ele é ator e membro fundador do Teatro Griot, em Por tugal. Na filmografia de Matamba Joaquim estão vários longasmetragens e séries para TV, com destaque para dois filmes conhecidos do público brasileiro: "Comboio de Sal e Açúcar", filme exibido na Mostra de Cinema Áf r ica C ont e mp or ân e a , e " Um Animal-Amarelo", uma coprodução Brasil, M o ç a m b i q u e e Po r t u g a l , dirigido por Felipe Bragança. LUCIANO DANIEL

Foto Antiga do ES JOSÉ LUIZ PIZZOL/ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (BR), MEMÓRIA/FACEBOOK

©DIVULGAÇÃO/EDITORA BIRUTA

A saga de livros do renomado e s c r i t o r M a i c o n Te n f e n , “Quissama: O império dos capoeiras vol.1” e “Quissama: Te r r i t ó r i o i n i m i g o v o l . 2 ” apresentam uma arrebatadora história sobre o Brasil Imperial. No primeiro volume, o autor conta a história de Daniel Woodruff, que após chegar à cidade de Assunção passa a investigar o sumiço de B ernardina, uma escrava foragida. Baseado nos manuscritos de Daniel Woodruff

Pode preparar a pipoca que a Mostra África Contemporânea chega com uma programação exclusiva de filmes africanos premiados e inéditos, que começou na última segundafeira (10) e vai até sábado (15). Cada filme exibido ficará 24 horas no ar, de forma on-line e g r a t u i t a , n a I n n S a e i . T V, plataforma de filmes, séries, transmissões ao vivo, mostras e festivais. A realização é da Livres Filmes e da Ladart Filmes, com recursos da Lei Aldir Blanc, por meio do Fundo Estadual da Secretaria da Cultura (Secult). A Mostra pretende evidenciar, por meio do audiovisual, a realidade vivida no dia a dia da população africana e tem como objetivo central levar a cinematografia africana contemporânea aos alunos e professores do ensino médio das escolas públicas do Espírito Santo, numa perspectiva de

introdução do primeiro volume. Ambientada nos últimos meses da guerra que influenciou a política da América do Sul, “O império dos capoeiras” apresenta fatos e personagens históricos, como os campos de batalha do Paraguai, o imperador Dom Pedro II e, claro, a política brasileira do século 19. Já no segundo volume da série de livros, os leitores irão se deparar com os rumos das investigações e com teorias conspiratórias que, mais tarde, mudariam os rumos da História brasileira. “(...) Iniciei uma minuciosa investigação em diversos arquivos históricos com o fim de verificar se as informações inscritas nas memórias coincidem com o que a nossa historiografia sabe sobre o século 19, mais precisamente sobre os últimos anos da escravidão negra”, escreveu o autor na introdução do segundo volume.

Colégio Estadual do Espírito Santo, em Vitória, no final da década de 1950


4 EDUCAÇÃO

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Brasileira recebe mesmo reconhecimento que Albert Einstein, Mandela e Darwin ©UNIVERSIDADE DE CHICAGO/REPRODUÇÃO

A brasileira Ângela Villela Olinto, física de astropartículas, professora da Universidade de Chicago e reitora da Divisão de Ciências Físicas e Matemáticas d a i n s t i t u i ç ã o, t o r n o u - s e membro da Academia Americana de Artes e Ciências, título que a coloca ao lado de nomes como Albert Einstein, Martin Luther King, Winston Churchill, Nelson Mandela, Charles Darwin e muitos outros. Na mesma semana, integrou a Academia Nacional de Ciências, que, neste ano, elegeu 120 membros, sendo 59 mulheres — o maior número já eleito em um único ano. Ao longo da carreira, Ângela fez contribuições teóricas e experimentais sobre a s t rop ar t í c u l a s , i n c lu i n d o pesquisas sobre o estudo da estrutura das estrelas de nêutrons, teoria in acionária, origem e evolução dos campos magnéticos cósmicos, natureza da matéria escura e a origem das partículas cósmicas de maior energia: raios cósmicos, raios gama e neutrinos. Fundada em 1780, a Academia Americana de Artes e Ciências homenageia e reúne líderes de todos os campos da atividade para ressaltar novas ideias, abordar questões de importância

nacional e mundial e trabalhar em conjunto. Seus estudos ajudam na pesquisa e análise nos setores da política, ciência, tecnologia, segurança global, assuntos internacionais, política social, educação e ciências humanas. Já a Academia Nacional de Ciências é uma instituição privada sem ns lucrativos, que foi estabelecida sob uma carta do Congresso assinada pelo presidente Abraham Lincoln em 1863. Ela reconhece a conquista em ciência por meio de uma

eleição do conselho e — ao lado d a Ac a d e m i a Na c i on a l d e Engenharia e da Academia Nacional de Medicina — fornece conselhos e pesquisas sobre ciência, engenharia e saúde para o governo federal e outras organizações. Olinto é formada em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e é doutorada em Física pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts. "Na faculdade me interessei por física de partículas e, no doutorado, pela astrofísica. Do

pós-doutorado em diante, me dediquei a construir este novo campo que reúne as duas áreas de meu interesse anterior", diz Olinto sobre seu interesse pelas astropartículas. A especialista é considerada líder no novo campo da “física

das astropartículas”, que são partículas que compõem ou interagem com a matéria, como os núcleos atômicos e os neutrinos, que vêm de fontes astrofísicas distantes do sistema solar. De acordo com Olinto, as possíveis fontes das astropartículas incluem "buracos negros supermassivos, galáxias c o m f o r m a ç ã o i nt e n s a d e estrelas, estrelas dissociadas por buracos negros e colisões que produzem ondas gravitacionais". "O termo "física das astropartículas" representa a aliança interdisciplinar entre a astrofísica e a física de partículas. Estudando as astropartículas, entendemos mais sobre as leis fundamentais da natureza", diz Olinto. Sobre se tornar membro das duas academias em menos de uma semana, Olinto descreve a experiência como "muito emocionante". “É uma imensa honra ser membro de uma destas duas instituições históricas, as

academias mais importantes na ciência nos Estados Unidos. Sou privilegiada por ter seguido perguntas inspiradoras sobre o nosso universo, e ter construído parcerias e colaborações brilhantes no caminho. É uma grande alegria ser reconhecida pelos meus colegas cientistas, especialmente em um ano tão desa ador”, diz Olinto. Para mulheres brasileiras que podem ter interesse no ramo cient í co, a f ísic a deixa a mensagem: "A beleza da ciência, como da arte, é, ou deveria ser, acessível a todos nós. Se esta beleza te inspirar, não deixe ninguém dizer que não é para mulheres. Leia, estude, aprenda com sinceridade e tenha respeito pela beleza complexa da área que escolher. Seguindo a sua intuição, dedicação e convicção, você pode ir muito longe. Como numa escalada, se focar no caminho a frente, quando chegar no alto pode olhar para trás com orgulho da escalada cumprida".

Programa Nacional das Escolas CívicoMilitares desenvolve o Projeto Valores A iniciativa visa implementar atividades para o desenvolvimento de valores éticos ©REPRODUÇÃO

O Pro g r am a Na c i on a l d a s Escolas Cívico-Militares (Pecim) fundamentou o Projeto Valores, uma iniciativa que visa implementar atividades para o desenvolvimento de valores em educação nas Escolas CívicoMilitares (Ecim). O projeto tem como objetivo desenvolver virtudes nos discentes, por meio de valores éticos preconizados pelo modelo proposto para as Ecims. A Lei de Diretrizes e Bases da

Educação (LDB) cita em seus artigos a importância dos valores na educação básica, tendo como nalidade, preparar o educando para o exercício da cidadania. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) também exerceu importante papel para a fundamentação do Projeto Va l o r e s , p o i s e s t a b e l e c e conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica,

visando assim, sua formação humana e integral. Tendo em vista a necessidade de desenvolver vir tudes nos discentes, o Pecim fundamentou o seu projeto educacional em princípios, tradições e valores necessários ao desenvolvimento de atitudes e hábitos saudáveis à vida em sociedade. O Projeto Valores deverá ser coordenado pela Supervisão E s c o l a r, C o o r d e n a ç ã o Pedagógica, e contará com a participação de monitores, professores, agentes de ensino e, se possível, também contará com a participação do psicopedagogo, que elaborará o Plano Anual para o projeto. O Plano Anual deverá ser composto de atividades lúdicas, re exivas e conceituais qu e c onte mpl e m p e r í o d o s de nidos pela escola e os valores a serem desenvolvidos de forma individual e coletiva. O desenvolvimento do projeto

se dará em um horário de aula normal e semanal, e as atividades planejadas na escola devem permitir o envolvimento de

todos os pro ssionais e difundir os valores das Ecim. Todas as etapas do projeto deverão ser elaboradas visando atender ao

Projeto Político Pedagógico e ao currículo da escola, tendo a BNCC como referência.


POLÍTICA 5

13 A 20 DE MAIO/2021

Jorge

Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista

Pacheco

jorgepachecoindio@hotmail.com

compra de vacinas. Segundo ele, em novembro, mandou um e-mail à farmacêutica e posteriormente, em 17 de novembro, se encontrou com o então CEO da P zer Carlos Murillo, em seu gabinete. À VEJA, o ex-secretário apontou ine ciência na compra de imunizantes por parte da gestão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Por este motivo, disse o ex-secretário, foi autorizado pelo presidente Bolsonaro a intermediar as negociações com a farmacêutica P zer para aquisição de 70 milhões de doses do fármaco. Ele chegou a se reunir com diretores da empresa, discutiu cláusulas, mas o acordo não prosperou.

Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo, Fábio Wajngarten, durante sessão da CPI da Pandemia. "Com mais de 10 inquéritos no STF, Renan tem moral para querer prender alguém?", escreveu o presidente,

©AMANDA PEROBELLI/REUTERS/DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Lula venceria Bolsonaro no segundo turno por 55% a 32% dos votos, diz pesquisa

Bolsonaro: Renan tem moral para querer prender alguém?' O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou as redes sociais na noite de quarta-feira (12) para disparar contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL), após ele pedir a prisão do ex-chefe da

publicando também um vídeo com um trecho da sessão em que seu lho Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) discute com Calheiros. Calheiros, que é relator da CPI, pediu a prisão de Wajngarten argumentando que o ex-secretário mentiu ao depor. O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), negou o pedido, a rmando que não seria "carcereiro de ninguém". Wajngarten foi confrontado diversas vezes pelos senadores com declarações que deu a VEJA em entrevista publicada no m de abril. Na ocasião, ele a rmou que o governo não fechou negócio por vacinas com a farmacêutica americana P zer por "incompetência" do Ministério da Saúde. Nesta quarta, negou que tivesse falado nesses termos. Ao ser questionado se teria havido AJUFE

configurava crime

©ALAN SANTOS/PR/GETTY IMAGES

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece na liderança das intenções de voto para as eleições 2022, com uma vantagem de 18 pontos porcentuais em relação ao presidente Jair Bolsonaro, que gura em segundo lugar na pesquisa. Os dados são do instituto Datafolha, em levantamento divulgado na noite desta quarta-feira (12). Na pesquisa, Lula alcança 41% das intenções de voto no primeiro turno, contra 23% de Bolsonaro. Em um eventual segundo turno entre os dois, o petista teria vantagem de 55% a 32%. A pesquisa foi feita com 2.071 pessoas, de forma presencial, em 146 municípios, entre segunda (11) e terça (12). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Ainda em uma primeira etapa de votação, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro aparece com 7% das intenções de voto, seguido pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 6%; o apresentador Luciano Huck, com 4%; o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 3%. Com 2%, aparecem empatados o exministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e João Amoêdo (Novo). Outros 9% dos entrevistados informaram que votariam em branco, nulo, ou em nenhum candidato, e 4% estão indecisos. O Datafolha destaca que, no segundo turno, Lula herdaria votos dados a Doria, Ciro e Huck, e Bolsonaro teria os de Moro. O petista ganharia de Moro (53% a 33%) e Doria (57% a 21%) caso enfrentasse esses candidatos no segundo turno. Já Bolsonaro empataria tecnicamente com Doria (39% a 40%) e perderia para Ciro (36% a 48%).

improbidade administrativa”, Mandetta disse que, “inclusive, o parecer dentro do Ministério da Saúde tem que passar pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). Eu não posso, como ministro, decidir comprar remédio qualquer porque eu quero. E esse medicamento não passava pelo [aval do] comitê”. Isso porque, na justi cativa de Mandetta, não havia evidência cientí ca para tal

©JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO

Mandetta: Bolsonaro sabia que aumentar gastos com cloroquina

©WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

“Há uma tendência autoritária em muitos países. Nada restou dos ideais. A esquerda sofre uma espécie de tentação maligna que é a fragmentação. Não vejo nada mais estúpido do que a esquerda. Uns enfrentam os outros, por grupos, por partidos, por opções”, José Saramago

incompetência ou negligência diante das di culdades em fazer avançar o processo de compra das vacinas, Fábio Wa j n g a r t e n é c a t e g ó r i c o : "Incompetência, incompetência". "Quando você tem um laboratório americano com cinco escritórios de advocacia apoiando na negociação e, do outro lado, um time pequeno, tímido, sem experiência, é 7 a 1", a rmou. B olsonaro não comentou, até a publicação desta matéria, o teor do depoimento de Wajngarten. Ainda na CPI, o ex-secretário con rmou a existência de uma carta da P zer enviada ao governo B olsonaro em 12 de setembro com o objetivo de negociar a

A ordem do presidente Jair Bolsonaro para aumentar a produção de cloroquina con gura improbidade administrativa e o mandatário sabia disso. É o que a rmou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta durante depoimento na CPI da Covid. “Advocacia-Geral da União (AGU) colocou claramente que não seria correto do ponto de vista da probidade administrativa”, detalhou. Na resposta ao senador Alessandro Vi e i r a ( C i d a d a n i a / S E ) s o b r e s e Bolsonaro teria ciência de que “a realização de gastos públicos relevantes com medicamentos, como a cloroquina, sem aval cientí co poderia con gurar

indicação. “Esses gastos foram feitos sem passar pela incorporação da comissão”, a rmou. De acordo com Mandetta, a ordem para que o Laboratório Central do Exército produzisse cloroquina em larga escala ocorreu de maneira "alheia ao Ministério da Saúde". Ele destacou nunca ter recomendado, como ministro, a adoção do medicamento contra a doença, a não ser o uso em pacientes graves, em hospitais. Vieira ainda questionou se Bolsonaro foi alertado, direta e objetivamente, em reuniões presenciais e através de documentos por escrito que a conduta adotada à época pelo mandatário poderia levar o Brasil a uma “catástrofe com milhares de mortes”. “Se sim, quem pode con rmar o seu relato?”, completou o senador da oposição, suscitando o chamamento de nomes citados por Mandetta para também prestarem depoimentos que corroborem para a responsabilização da alta cúpula do Planalto pela situação da pandemia. “Todos os ministros, que participavam todas as terças-feiras em reuniões especí cas sobre isso. Além de eu ter entregue uma carta em mãos ao presidente”, esclareceu Mandetta. No do c umento, que foi le vado p elo depoente aos parlamentares, está o pedido expresso para uma mudança de postura por par te do presidente Bolsonaro “uma vez que a adoção de medidas em sentido contrário poderá gerar colapso do sistema de saúde e

gravíssimas consequências à saúde da população”.

Senadora Rose de Freitas é alvo de operação da Polícia Federal Ação investiga desvios, estimados em R$ 9 milhões por auditoria, na Companhia das Docas do Espírito Santo entre 2015 e 2018 A Polícia Federal de agrou, nesta quarta-feira (12), a operação Corsários, que investiga desvios na Codesa (Companhia das Docas do Espírito Santo) entre os anos de 2015 e 2018. Um dos alvos é a senadora Rose de Freitas (MDB-ES). O irmão da senadora, Edward Freitas, que atuava na Codesa, foi preso. A op e r a ç ã o te m o obj e t ivo d e investigar a atuação de organização criminosa, que direcionou certames e desviou recursos públicos dos contratos rmados com as prestadoras de serviços. Auditoria realizada estima que somente em dois anos o grupo pode ter desviado cerca de R$ 9 milhões. Os mandados de prisão temporária e busca e apreensão foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em razão do indício de envolvimento de pessoa com prerrogativa de foro. De acordo com a PF, foram cumpridos dois mandados de prisão temporária e dez mandados de busca e apreensão em residências e empresas nos municípios de Vitória, Cariacica e Serra, no Espírito Santo, e em Brasília, o sequestro de bens e valores. Em nota, a senadora conta que foi surpreendida pelo mandado de busca e apreensão, que desconhece as razões para o pedido e a rma "não ter cometido qualquer ato ilícito ao longo dos oito mandatos exercidos na vida pública". "Não cederei a pressões de qualquer natureza, venham de onde vierem. Providências legais cabíveis estão sendo tomadas para que os fatos sejam devidamente esclarecidos e apurados. Sempre exerci com coragem, ética e dedicado trabalho os mandatos que honradamente recebi do povo do Espírito Santo", acrescentou. Houve sequestro de bens e valores e a prisão em agrante de um dos investigados por porte ilegal de armas de fogo. Para obter essas vantagens indevidas, o grupo usava um escritório de advocacia que simulava a prestação de serviços advocatícios para dar aparência de legalidade à movimentação de valores.

Eduardo Leite 'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES


6 TECNOLOGIA

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Chineses usam nanopartículas de carbono para criar tinta invisível supersegura

Virgin Hyperloop lançará passageiros em viagens de até 1.200 km/h ©VIRGIN HYPERLOOP/DIVULGAÇÃO

©PINTEREST

Usar tintas invisíveis para codi car mensagens secretas parece ser um artifício digno dos lmes de James Bond, mas, na vida real, mecanismos parecidos são usados para guardar informações importantes e que geralmente envolvem segurança nacional. Agora, cientistas do Instituto Harbin de Tecnologia, na China, criaram um novo método para criptografar dados usando uma tinta feita com nanopartículas de carbono e um sistema avançado de inteligência arti cial (IA). A tinta invisível é muito usada para ocultar informações e c on ôm i c a s , c om e rc i a i s e militares, mas as substâncias utilizadas atualmente contêm compostos tóxicos ou podem ser facilmente decifradas com métodos previsíveis como luz ou produtos químicos especí cos. Já a s n a n o p a r t í c u l a s d e carbono possuem baixa toxicidade e são totalmente invisíveis quando expostas à luz ambiente, sendo necessário utilizar uma luz ultravioleta para revelar seu conteúdo de forma satisfatória. Além da tinta invisível, os pesquisadores incorporaram camadas de inteligência arti cial para garantir que as mensagens só podem ser decifradas em computadores devidamente treinados. Nos testes, eles usaram um modelo de IA para

descriptografar símbolos i mp re s s o s c o m u m a t i nt a uorescente de nanopartículas de carbono. A tinta foi feita a partir de ácido cítrico e cisteína, substâncias diluídas em água para criar um efeito azul quando o material é exposto à luz ultravioleta. Uma impressora jato de tinta foi usada para imprimir uma série de símbolos simples em papel comum. O modelo de inteligência arti cial, composto por vários algoritmos, foi treinado para reconhecer esses símbolos iluminados pela luz ultravioleta, usando um livro de códigos como base para fazer a decodi cação em tempo real.

comum. Quando os símbolos foram expostos à luz ultravioleta, porém, a tinta invisível mostrou a palavra "begin", que estava oculta e só foi revelada graças à combinação entre a IA e as nanopartículas de carbono. “C o m o e s s e s a l g o r i t m o s podem perceber modi cações mínimas nos símbolos, essa abordagem tem o potencial de criptografar mensagens com segurança usando centenas de símbolos diferentes'', explica o professor Weiwei Zhao. Além disso, com essa nova técnica será possível criar livros d e s e n h a s i mpre v i s íve i s e a lt amente c omplexas p ara aumentar ainda mais a segurança de informações que não devem

O transporte do futuro já está sendo testado. No deserto norte da cidade de Las Vegas, o Virgin Hyperloop, trem ultrarrápido da companhia de Richard Branson, há um tubo de metal experimentando movimentos de vácuo na cápsula de suspensão magnética, o pipeline pelo qual o transporte percorrerá. Até agora, com o que foi experimentado, o Hyperloop atingiu a impressionante marca de 1.200 km/h. “ Vo c ê n e m m e s m o t e r á tu r bu l ê nc i a p orqu e no ss o sistema é basicamente completamente capaz de reagir a toda essa movimentação. Pense que também não haverá ruídos, ou até mesmo lombadas”, contou à Reuters, o chefe executivo da Virgin, Josh Giegel. Segundo a previsão da empresa, a operação comercial

do Hyperloop será iniciada em 2 0 2 7 . At é a g o r a , a s d u a s principais rotas que serão construídas estão localizadas na Arábia Saudita, que conta com falta de infraestrutura para transportes coletivos, e na Índia, onde o sistema de transportes está sobrecarregado. No local de testes, em Nevada, a rota do pipeline não ultrapassa 500 metros de comprimento. A Virgin segue estudando como poderá combater as vibrações que, inevitavelmente, ocorrem c on s i d e r a n d o q u e o t re m ultrarrápido pode atingir a velocidade de 1.200 km/h. As cápsulas de teste contêm dois assentos de passageiros. Mas, na versão o cial, o veículo acomodará até 28 pessoas em modalidades diversas de conforto. Segundo a empresa, as

estruturas devem ser algumas d a s “m a i s s u s t e nt áv e i s j á construídas”, usando energia renovável e sendo capazes de gerar mais energia do que consomem. As estruturas da HyperloopTT serão cobertas por painéis solares otimizados que se movem para acompanhar e capturar a luz solar e gerar energia limpa e renovável. O Hyperloop é um sistema de t r a n s p o r t e o r i g i n a l m e nt e proposto por Elon Musk, que consiste em vagões que utuam sobre trilhos usando levitação magnética, percorrendo caminhos dentro de “tubos” a vácuo. Sem o atrito com o ar ou os trilhos, os veículos poderiam atingir alta velocidade, teoricamente similar à dos aviões comerciais, só que com baixo consumo de energia.

Ambev pretende implementar delivery com drones ©AMBEV/DIVULGAÇÃO

Para testar a capacidade da IA, os cientistas combinaram tinta vermelha comum com tinta uorescente UV. Com 100% de precisão, o modelo de inteligência arti cial conseguiu identi car a palavra "stop" es cr it a com a t int a

Reservas: (27) 99961-8422

Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br

ser acessadas por qualquer pessoa. Estratégias como essas também oferecem novas oportunidades de criptogra a em papel, tornando dados impressos tão seguros quanto informações guardadas em dispositivos digitais.

A Ambev recentemente anunciou que pretende implementar um sistema de delivery com drones. No dia 30 de abril último, a empresa realizou, em Jaguariúna, cidade de São Paulo, o primeiro voo de teste. Capaz de transportar até 2kg, o drone utilizado saiu da fábrica local e percorreu uma d i s t â n c i a d e 2 k m at é u m condomínio de casas próximo. A entrega, segundo informações da Ambev, levou apenas dois minutos. O drone é fabricado pela startup brasileira Speedbird Aero que, além da construção de a e ronave s nã o t r ipu l a d as , desenvolve sistemas de navegação capazes de transportar e entregar pequenas encomendas, como alimentos, medicamentos, além de itens para uso comercial, industrial e saúde. Para viabilizar a entrega, a empresa possui uma estrutura

ampla. Além de implementar um sistema de monitoramento, que vai desde o próprio drone à temperatura da carga, a empresa também desenvolveu os chamados droneports, pontos de pouso seguros que evitam interferências na entrega. Para uma aterrissagem mais precisa, o drone ainda conta com inteligência arti cial e, em caso de emergências, um sistema de terminação de voo e paraquedas autônomo. A Speedbird Aero a rma que “a entrega será importante para evoluir a forma como a logística é aplicada em nossas cidades, reduzindo o congestionamento de ruas e avenidas e criando oportunidades econômicas para

os negócios locais e regionais”. A Ambev, em adição a isso, acredita que essa forma de delivery contribuirá não apenas para a mobilidade urbana, mas também para o meio ambiente. Isso porque, com entregas automatizadas, será reduzido o número de veículos nas ruas e, portanto, a emissão de poluentes. A empresa também destaca que, além desses benefícios, a parceria resultará em uma forma e ciente de distribuição de produtos. Após o primeiro teste bem-sucedido, será realizada uma nova fase, dessa vez com um drone capaz de voar por até 20km com uma carga de 8kg.


CIÊNCIA 7

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Dinossauro parecido Voyager detecta 'zumbido' de plasma no vazio do com coruja tinha espaço hábitos noturnos e audição apurada ©SWNS

©VIKTOR RADERMAKER

O estudo de um fóssil de um pequeno dinossauro mostra que a criatura não só se parecia sicamente com uma coruja, como também tinha as mesmas habilidades da ave, inclusive a capacidade de caçar no escuro. Batizado de Shuvuuia, a criatura tinha visão noturna e ouvido aguçado, e vivia no deserto da Mongólia. As informações foram obtidas por Jonah Choiniere, professor e cientista da Universidade de Witwatersrand em Joanesburgo, na África do Sul. O objetivo do c i e n t i s t a e r a i nv e s t i g a r e comparar a relação das habilidades de dinossauros e aves e, para isso, a equipe usou imagens de tomogra a computadorizada para coletar informações sobre o tamanho dos olhos e dos ouvidos internos de quase 100 pássaros ainda vivos e de espécies de

dinossauros extintas. Para avaliar a audição das criaturas, os cientistas mediram o comprimento de um órgão chamado lagena, conhecido como cóclea nos mamíferos, resp ons ável p or pro cess ar informações sonoras. A corujadas-torres, por exemplo, é capaz de caçar na escuridão usando apenas a audição, pois tem a l age na mais l onge d o qu e qualquer outro pássaro. Já para avaliar a visão, foi feita a medição do diâmetro de um conjunto de ossos que ca em volta da pupila,

o anel escleral. Quanto mais a pupila é capaz de se abrir, mais a luz entra e melhor ca a visão durante a noite. Os cientistas descobriram que muitos carnívoros terópodes, como o Tiranossauro Rex e Dromeossauro, tinham a visão otimizada para o dia e uma audição melhor que a média, o que pode ter ajudado as criaturas na hora de caçar. Porém, o Shuvuuia, que faz parte do grupo dos Alvarezsaurus, foi o que tinha visão e audição noturna extraordinárias, o que sugere que o animal teria a capacidade de caçar na escuridão total. Shuvuuia foi encontrado na década de 1990, era um dinossauro p equeno, do tamanho de uma galinha, e vivia nos desertos de onde hoje é a Mongólia. O seu esqueleto está classi cado como um dos mais bizarros entre os dinossauros já descobertos até então, sendo musculoso, com uma única garra em cada "mão", contando com crânio frágil e pernas longas. Teria caçado à noite usando suas habilidades de visão e audição para encontrar mamíferos e insetos, além de arrancar a presa de suas tocas e de uma vegetação cheia de arbustos com as garras, que traziam mais facilidade.

©REPRODUÇÃO

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Após sua entrada no espaço interestelar, o Sistema de Ondas de Plasma da Voyager detectou uma série de perturbações no gás. No entanto, nessas erupções, que são causadas por nosso próprio sol em turbulência, os pesquisadores descobriram a existência de uma assinatura constante e persistente que era produzida pelo vácuo quase tênue do espaço. “O meio interestelar é como uma chuva tranquila ou suave”, declarou um dos autores do estudo, James Cordes. “No caso de uma explosão solar, é como detectar a explosão de um raio em uma tempestade e depois voltar para uma chuva suave”. Para Ocker, existem mais atividades de baixo nível no gás

interestelar do que os cientistas acreditavam anteriormente. Isso permite o rastreamento da distribuição espacial do plasma, mas isso quando ele não está sendo perturbado por explosões solares. “Nunca tivemos a chance de avaliá-lo. Agora sabemos que não precisamos de um evento fortuito relacionado ao sol para medir o plasma interestelar”, disse o cientista pesquisador da Cornell, Shami Chatterjee. “Independentemente do que o sol esteja fazendo, a Voyager está enviando detalhes. A nave está dizendo: 'Esta é a densidade pela qual estou nadando agora'. A Voyager está muito distante e f a r á i s s o c ont i nu a m e nt e”, completou o pesquisador.

Fóssil preserva lula se alimentando ao ser morta por tubarão no Jurássico ©CHRISTIAN KLUG

'Superlua de sangue' cará visível no m de maio

Depois da 'superlua rosa', que cou visível em diversas regiões do Brasil e do mundo no m de abril, chegou a hora da 'superlua de sangue', ou eclipse total da lua. Os amantes da astronomia poderão conferir o fenômeno no nal deste mês, no dia 26 de maio. Ela poderá ser vista parcialmente do leste da Ásia, Austrália, Oceano Pací co e grande parte da América do Norte e do Sul.

A Vo y a g e r 1 , u m a d a s espaçonaves enviadas ao espaço pela Nasa em 1977, detectou uma espécie de 'zumbido' vindo de além da heliosfera, que pode ser entendida como a fronteira do sistema solar. O zumbido é constante e composto de gases estelares, também chamados de ondas de plasma. Os dados foram enviados lentamente de uma distância de 14 bilhões de quilômetros e examinados por uma equipe de astrônomos da Universidade Cornell, nos Estados Unidos. “É muito fraco e monótono, porque está em uma largura de banda de frequência estreita”, declarou a responsável pela detecção, Stella Koch Ocker, ao Phys.org. A descoberta permite aos cientistas o entendimento de como o meio estelar interage com o vento solar, além de como a bolha protetora da heliosfera é moldada e modi cada pelo ambiente interestelar. Há 44 anos no espaço, a Voyager 1 já visitou pontos importantes do nosso sistema solar, como Júpiter e Saturno. A nave viaja a uma velocidade de 61.155 km/h e cruzou a fronteira do nosso universo em agosto de 2012.

É possível ver uma lua de sangue quando ocorre um eclipse total o satélite. Isso acontece porque a lua é encoberta pela sombra da Terra, evitando que os raios de sol cheguem até ela diretamente. Recebendo apenas algumas faixas de luz — que passam pela atmosfera do nosso planeta — o s at é l it e g a n h a a c or m a i s avermelhada. BOB BEHNKEN

Além disso, a lua de sangue acontecerá no momento em que o satélite está mais perto da Terra e, por isso, aparenta estar maior, garantindo outro fenômeno, a superlua. No entanto, a Nasa ressalta que, embora esteja mais próxima — cerca de 90 milhas — algumas pessoas não devem nem perceber a diferença. Este é o primeiro eclipse total desde janeiro de 2019 e deve car visível por 15 minutos.

Uma criatura marinha extinta semelhante às lulas atuais mal havia começado a digerir sua presa quando foi surpreendida pelo ataque sagaz de um tubarão. Não fosse o peixe predador, o cefalópode teria se deliciado com um crustáceo que lembrava uma lagosta de garras longas — mas acabou virando refeição. A cena curiosa, ocorrida há cerca de 180 milhões de anos, foi reconstituída por pesquisadores alemães a partir dos fósseis de dois animais dessa cadeia tripla: a “lula”, um extinto belemnite, e o crustáceo, do gênero Proeryon. Foi um colecionador amador quem primeiro encontrou os fósseis em uma pedreira alemã — a at u a l m e nt e a b a n d o n a d a Gonser — em 1970. Mas o valor do material só seria reconhecido quase cinquenta anos depois, quando a coleção particular recebeu a visita do paleontólogo

Günter Schweigert, que logo providenciou a compra dos restos animais pelo Museu Estadual de História Natural de Stuttgart (SMNS), na Alemanha. Junto a outros quatro pesquisadores, Schweigert deu início à uma análise minuciosa dos pabulites (em latim, “sobras”) — como são chamados os fósseis que se referem a criaturas pouco antes de serem consumidas. Enquanto o estado do crustáceo sugere que o animal estava em muda — isto é, em processo de troca de seu esqueleto — a belemnite foi e n c ont r a d a e m e xc e l e nt e s condições, a ponto de sua coroa de tentáculos ter sido descrita como “uma d as mais b em preservadas que se conhece”. Mas, ainda que estivesse bem conservada, a maior porção das partes moles da criatura marinha

estava faltando. Não à toa, os pesquisadores acreditam que os fósseis do animal, que des emp en haram um p ap el fundamental nas bacias marinhas da Europa durante o período Jurássico, representam o que sobrou da refeição de um tubarão Hybodus. O peixe predador, segundo o estudo, teria “aprendido o su ciente sobre a anatomia da belemnite para poupar o rostro” — a parte mais dura do cefalópode, mais difícil de mastigar. “Isso é notável, pois informa sobre o comportamento de um cefalópode e de um predador vertebrado”, avalia o documento, que foi publicado no periódico Swiss Journal of Palaeontology no último dia 29 de abril. Até então, ainda não estava claro se esses tubarões conhecidos por se alimentar de belemnites tinham "aprendido" a evitar engolir essas porções de cálcio do animal. De acordo com os pesquisadores, a pele do c r u s t á c e o a i n d a e s t av a s e d e s pre n d e n d o n a b o c a d a belemnite quando o tubarão a surpreendeu com um ataque. Com parte da “lagosta” ainda na boca, o animal teria afundado no mar — o que o levou à morte. “Eles (os pabulites) são fontes valiosas de informações paleobiológicas e merecem mais atenção”, conclui o estudo.


8 BEM-ESTAR

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GABRIELA MESSNER ARESI Brincar na natureza OLIVEIRA aumenta a imunidade Caldo de camarão de crianças na moranga Nutricionista - CRN:14100665

Novo estudo mediu a importância do contato infantil com micróbios

©ANTONIO ESPOSITO/PIXABAY

©GUIA DA COZINHA

Muitos pais querem ver as crianças limpinhas e “a p r e s e n t á v e i s”, c o m o n o comercial de sabão em pó. Mas, tanta limpeza pode não ser tão boa para os pequenos: eles precisam correr, pular, se sujar na lama. A ciência mais uma vez con rma. Um novo artigo, publicado na revista cientí ca S cience Advances, aponta que alto nível de higiene, estilo de vida urbano e contato insu ciente com a natureza reduzem a diversidade no s m i c róbi o s d o s iste ma orgânico. E, ao contrário do que possa parecer, isso não é nada bom. A falta de contato com mú lt iplos microrganismos aumenta o risco de distúrbios no sistema imunológico, como

atopia, diabetes e alergias. O e stu d o é u m t r ab a l ho conjunto do Instituto de Recursos Naturais da Finlândia, a Universidade de Helsinque, a Universidade de Tampere, a Universidade da Finlândia Oriental e a Universidade Charles de Praga. Não é novidade que brincar seja essencial para o desenvolvimento infantil, porém a nova pesquisa conseguiu medir os efeitos de brincar ao livre em apenas um mês. Conduzido por cientistas nlandeses, o estudo transformou quintais comuns em verdadeiros jardins verdes. As crianças que aproveitaram tais áreas de lazer desenvolveram micróbios mais diversos na pele e no intestino, ou seja, alcançaram

um nível mais alto de imunidade contra doenças. Ficou claro para os pesquisadores que é preciso expor as crianças aos ambientes naturais — algo cada vez mais difícil para a população urbana. O grupo de teste foi realizado com 75 crianças em uma creche. O estudo é um trabalho conjunto do Instituto de Recursos Naturais da Finlândia, a Universidade de Helsinque, a Universidade de Tampere, a Universidade da Finlândia Oriental e a Universidade Charles de Praga. E não são só os pequenos que se bene ciam da exposição aos micróbios: outro estudo apontou a relação entre o contato com a terra e o aumento da produção de serotonina.

Conheça os alimentos bons para o cérebro e para a memória Os esquecimentos estão mais comuns na sua rotina? Conheça alguns alimentos para a memória que contribuem para a saúde cerebral ©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE

Já dizia o velho ditado: "quando a cabeça não pensa, o corpo padece". E, em tempos de rotina multitarefada, esquecer-se de coisas importantes se tornou mais comum e recorrente do que gostaríamos. Por isso, alguns nutrientes-chave podem fazer a diferença na sua memória por contribuir para o funcionamento cerebral. Con ra quais são os alimentos bons para o cérebro!

E

sta opção de caldo de camarão na moranga é ideal para uma refeição mais so sticada, prática e deliciosa. Com certeza vai deixar toda a sua família impressionada e com água na boca! Ingredientes do caldo de camarão na moranga 1 abóbora moranga média 1 colher (sopa) de óleo Creme 1kg de camarões médios limpos Suco de 1 limão 3 colheres (sopa) de azeite Sal, pimenta-do-reino e cebolinha picada a gosto 4 dentes de alho amassados 1 cebola picada 4 tomates sem pele e sem sementes picados 1 xícara (chá) de vinho branco seco 1 folha de louro 2 cubos de caldo de camarão 4 colheres (sopa) de farinha de trigo 2 xícaras (chá) de água quente 1 copo de requeijão cremoso (200g)

1- Salmão ou atum: incrementar a sua alimentação com esses dois peixes pode lhe fazer muito bem. O ômega-3, presente em boa quantidade nessa dupla, ajuda a reduzir o tempo que você leva para memorizar informações. 2- Beterraba: em um estudo recente, pessoas com mais 70 anos de idade tomaram suco de beterraba e zeram exame de ressonância magnética. Os pesquisadores descobriram que a bebida melhorou o uxo

Modo de preparo Corte uma tampa da moranga e retire as sementes e bras. Pincele toda parte exterior com o óleo, inclusive a tampa, e envolva em papel-alumínio. Disponha em uma fôrma e leve ao forno médio, preaquecido, por uma hora. Deixe esfriar e reserve. Te m p e r e o s c a m a r õ e s , res er vando dois camarõ es inteiros para decorar, com o suco, metade do azeite, sal, pimenta e deixe descansar por 30 minutos. Aqueça uma panela

com o azeite restante, em fogo médio, e refogue o alho e a cebola até dourar. Junte o tomate, o vinho e o louro, mexendo até l e v a nt a r f e r v u r a . Ju nt e o camarão e cozinhe por sete minutos. Dissolva o caldo de camarão e a farinha na água e junte ao camarão, mexendo até engrossar. Desligue, misture o requeijão, cebolinha e acerte o sal. Despeje dentro da moranga e decore com os camarões inteiros reservados escaldados em água e sal. Sirva em seguida. Fonte: Terra

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

sanguíneo para o cérebro. O segredo: nitratos, compostos presentes na raiz e que melhoram a circulação sanguínea. 3- Alimentos verdes: brócolis, espinafre, agrião, escarola… Todos são fontes de vitamina K e ácido fólico, essenciais para a saúde do cérebro. A vitamina K melhora a memória associada a fatos, enquanto o ácido fólico trabalha em conjunto com a vitamina B12 para otimizar a função cognitiva

de pessoas mais velhas. Além dos alimentos bons para o cérebro, a prática de atividades físicas em excesso pode acabar tendo um efeito contrário e prejudicar a memória. Um estudo da Universidade de Toronto, no Canadá, envolvendo 90 mulheres com idades entre 50 e 63 anos, todas na menopausa, indicou que quanto mais elas se engajavam em atividades extenuantes — como natação competitiva, corrida, aeróbica, basquete e ciclismo em subidas — pior era sua pontuação em oito testes da função cognitiva, principalmente em memória e atenção. Por outro lado, exercícios moderados, como caminhada, teriam efeito protetor. "As pessoas frequentemente pensam que se um pouco é bom, muito é melhor. Mas isso não é o caso aqui", explica a pesquisadora Mary C. Tierney.


SAÚDE 9

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Alzheimer: droga experimental apresenta resultados promissores Um estudo publicado na revista Cell, no dia 22 de abril, traz esperança para portadores de Alzheimer: uma droga experimental pode aumentar a qualidade de vida e devolver autonomia para pessoas acometidas pela doença. A descoberta foi feita pelo time da pós-doutora Ana Maria Cuervo, especialista em doenças neurodegenerativas do Colégio de Medicina Albert Einstein, em Nova York, nos Estados Unidos. A droga experimental demonstrou reverter os principais sintomas da doença em camundongos. O medicamento funciona revigorando um mecanismo de limpeza celular que elimina proteínas indesejadas, digerindo-as e reciclando-as. A colíder da pesquisa alertou, no entanto, que as descobertas em camundongos nem sempre se traduzem em humanos, especialmente na doença de Alzheimer. Apesar da dúvida, Cuervo a rmou à Science Daily que a queda na limpeza celular que contribui para a doença de Alzheimer em camundongos também ocorre em pessoas com essa doença. "Isso sugere que nosso medicamento também pode funcionar em humanos", ela disse.

Na década de 1990, a Dra. Cuervo descobriu a existência de um processo de limpeza celular: a autofagia mediada por chaperonas (CMA). Desde então, ela já publicou 200 artigos sobre o

neurodegenerativas — entre elas o Alzheimer — são caracterizadas pela presença de agregados de proteínas tóxicas no cérebro dos pacientes. O artigo publicado na Cell

primeiro se a diminuição da CMA contribuía para o A l z h e i m e r, c r i a n d o u m camundongo com neurônios cerebrais excitatórios sem CMA. A aus ênci a do me c anismo ©PIXABAY

papel do processo na saúde humana e na doença de Alzheimer. A CMA torna-se menos e ciente à medida que as pessoas envelhecem, aumentando o risco de que proteínas indesejadas se acumulem em aglomerados insolúveis que dani cam as c é lu l a s . To d a s a s d o e n ç a s

revela uma interação dinâmica entre a CMA e o Alzheimer — com a perda de CMA contribuindo para o Alzheimer e vice-versa. As des cob er tas sugerem que drogas aceleradoras da CMA podem oferecer esperança no tratamento de doenças neurodegenerativas. A equipe de pesquisa analisou

causou perda de memória de curto prazo, di culdade de locomoção e outros problemas frequentemente encontrados em roedores com a doença. Os pesquisadores perceberam que a ausência de CMA interrompe a proteostase — capacidade das células de regular suas proteínas. Sem ela, proteínas

normalmente solúveis se tornam insolúveis, logo, com risco de se reunirem em ag lomerados tóxicos. A Dra. Cuervo suspeitou que o inverso também fosse verdadeiro: o Alzheimer precoce prejudicaria a CMA. Então, ela e os seus colegas estudaram um camundongo com estágio inicial de Alzheimer que produzia cópias defeituosas da proteína tau — as evidências indicaram que cópias anormais de tau se agrupavam para formar emaranhados neuro brilares que contribuem para o Alzheimer. Então, a equipe se concentrou na limpeza celular dentro dos neurônios do hipocampo — região do cérebro crucial para a memória e o aprendizado — e descobriu que, nesses neurônios, a atividade de CMA foi signi cativamente reduzida em comparação com animais saudáveis. Os pesquisadores descobriram que o Alzheimer precoce em humanos também bloqueia a CMA, analisando o sequenciamento de RNA de neurônios cerebrais de pacientes saudáveis e também portadores da doença em diferentes estágios. "Quando as pessoas atingem entre 70 e 80 anos, a atividade da CMA geralmente diminui cerca de 30% em comparação com

quando eram mais jovens", disse a cientista. "O cérebro da maioria das pessoas pode compensar esse declínio. Mas se você adicionar doenças neurodegenerativas à mistura, o efeito sobre a composição proteica normal dos neurônios cerebrais pode ser devastador", ela explicou. A equipe desenvolveu um medicamento que revitaliza a e ciência da CMA, aumentando os níveis de um componentechave do processo de limpeza celular: o receptor de proteína LAMP2A. Quanto mais receptores LAMP2A nas células, maior o nível de atividade de CMA. A nova droga, chamada CA, aumenta o número desses receptores. Em todos os camundongos, doses orais de CA administradas de quatro a seis meses levaram a melhorias na memória, depressão e ansiedade. A c ap a c i d a d e d e l o c o m o ç ã o também melhorou. Em neurônios cerebrais, a droga reduziu signi cativamente os níveis de proteína tau e aglomerados de proteína tóxica em comparação com animais não tratados. O tratamento com CA não pareceu prejudicar outros órgãos, mesmo quando administrado diariamente por longos períodos.

Robô brasileiro é capaz de prever mortes por complicações respiratórias ©HALFPOINT/SHUTTERSTOCK

Utilizando inteligência arti cial e machine learning, pesquisadores do Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde (Labdaps) da Universidade de São Pa u l o ( U S P ) c o n s e g u i r a m identi car 88% de mortes por complicações respiratórias em 1.767 pessoas. Os cientistas também classi caram o risco de óbito em decorrência dessas doenças e descobriram que 100% dos óbitos estavam entre aqueles previamente identi cados como maior risco de morte por complicações respiratórias (25% do grupo analisado).

Este é um dos estudos sobre previsão de morte mais amplos já realizados em grandes populações. “O que existe na literatura é aplicação de machine learning para identi cação de risco em populações especí cas. Por exemplo, em pessoas que já apresentam problemas cardíacos, em pessoas que já têm diagnóstico de câncer”, explica Carla Nascimento, doutoranda em saúde pública pela USP, pesquisadora do Labdaps e coautora do estudo. Para chegar aos resultados obtidos, os pesquisadores analisaram dados coletados pela

pesquisa Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (Sabe), também da USP, entre 2006 e 2010, com foco em moradores de São Paulo com 60 anos ou mais. Dessa forma, a covid-19 cou de fora da pesquisa. No entanto, como a Sabe não foi criada para indicar mortalidade, os cientistas precisaram também cr uzar ess es dados com as informações de mortes na cidade de São Paulo. A partir disso, os p es quis adores t reinaram o algoritmo de machine learning com 70% da base de dados. O restante foi utilizado para testar o n í ve l d e a s s e r t i v i d a d e d a s previsões geradas a respeito das mortes por complicações respiratórias. “[O estudo] abre um leque de possibilidades de iniciar medidas preventivas ao ponto de conseguir evitar que a morte ocorra. Não é algo 'você vai morrer e não tem o que fazer em relação a isso'. O grande interesse d e s ab e r é e v it ar qu e i s s o aconteça”, a rma Alexandre Chiavegatto Filho, diretor do Labdaps.

Com o sucesso da previsão de mortes por complicações respiratórias, os cientistas querem agora compreender o quanto essa tecnologia preditiva pode apoiar e mudar o comportamento clínico. Por isso, o próximo passo é elaborar um estudo aleatório com u m g r up o d e mé d i c o s qu e receberá o programa e outro que cará sem, e acompanhar os respectivos pacientes. Antes de mais nada, os pesquisadores avaliarão que tipo de dados esses pro ssionais desejam. “Será que ele quer algo bem simples — 'Esse paciente vai a óbito em cinco anos por doença cardiovascular'. Será que ele quer uma probabilidade? Ou fornecer p ro b a b i l i d a d e s e g r au s d e incertezas? Às vezes muito detalhe pode ser muito complexo e o médico pode acabar ignorando a informação. E com poucos detalhes o médico pode acabar não con ando nesse resultado”, diz Chiavegatto Filho. Na sequência, a tecnologia será então disponibilizada para 30 hospitais brasileiros escolhidos por meio de uma plataforma

chamada RandomIA, que contou com nanciamento da Microso e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq). Apesar de ainda estar longe do cotidiano, Chiavegatto Filho acredita que esse tipo de tecnologia será bem recebida assim que estiver disponível e p r o nt a p a r a ap l i c a ç ã o. “ É

impressionante a quantidade de decisões difíceis e complexas que os médicos tomam ao longo do seu dia. O médico passa muito tempo coletando informações de pacientes e recebe de volta informações dispersas. Nada que uni que essa informação toda e ajude a tomar uma decisão. É isso que a inteligência arti cial está trazendo”, a rma.


10 Criança hoje, Criança amanhã

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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

A Violê ncia contra a Mulher e a Criança. Suas diversas formas, cada vez mais naturalizadas — Parte VII A Violência Vicária perpetrada pelo Estado, uma forma de Violência Institucional, além de trazer a desresponsabilização, torna a mãe o instrumento de tortura contra a Criança ©REPRODUÇÃO/YOUTUBE

S

Em meio à guerra no Jacarezinho policial distrai crianças esperam por alguma notícia da investigação. Como é possível três Crianças serem evaporadas sem deixar nenhum rastro? Penso nesse como e surgem hipóteses bem graves para o que poderia ter acontecido. As ocorrências dos Feminicídios são alarmantes. Assim como são alarmantes as violências contra as crianças. E, aqui, precisamos sublinhar que só tomamos conhecimento dos casos de violência contra a Criança. Apenas os casos midiáticos são visíveis, a subnoti cação é um fato sabido. Ainda mais porque o fator dito “educativo” encobre muitas violências cometidas como se corretivo fossem. Apesar da lei que proíbe o castigo físico, a tolerância com palmadas, chineladas, cintadas, tapas que marcam na cara e no corpo, socos e pontapés, são tidos como justi cados quando a Criança

desobedece, ou irrita o adulto. Há pouco tempo vimos um menino de apenas quatro anos ser assassinato em cena de severa tortura física que se repetia cotidianamente. Veio a óbito com 23 pontos de lesões graves por golpes contundentes recebidos de um adulto. Mais recentemente, outro menino, três anos foi morto em circunstâncias familiares, também por espancamento. Nos dois casos, havia outras pessoas na casa, havia indícios e conhecimento da violência por essas outras pessoas da família, havia outras pessoas fora da família que tinham conhecimento das agressões, mas não havia vontade de proteger a Criança. Também não há políticas públicas que, verdadeira e efetivamente, protejam a Criança e a pessoa que denuncia. Ao contrário. Nos casos de violência familiar, o que existe é uma lei, a da

alienação parental, que serve de cobertor protetor para o agressor, e motiva, inclusive, a inversão de guarda, fazendo com que a Criança seja entregue ao seu agressor e passe a sofrer a Privação Materna Judicial. Já é possível observar uma diminuição da necessária e indispensável denúncia. As mã e s , ap avor a d as c om a terapia da ameaça, proposta

professoras que tentaram proteger as Crianças. Eram três bebês! Esses assassinatos fogem, completamente, de qualquer pingo de r a z o a b i l i d a d e . To t a l barbarismo. Não há motivo, as vítimas não oferecem n e n hu m a r e s i s t ê n c i a o u capacidade de defesa. E a arma branca e os chutes e pontapés implicam na proximidade física com a vítima, implicam

por Gardner, o inventor do termo, e que é praticada nas audiências e até pelos próprios advogados que representam a Criança, estão recuando pelo medo acenado e a rmado em intimidações de perda total do convívio mater no com o lho/ lha. Somos surpreendidos por atrocidades que não faziam parte de nossa história. Um também menino de 19 anos, entra numa creche e mata com faca e adaga três bebês, e duas

na rep et ição dos golp es, implicam na deformação e desmonte da vítima, implicam em intervalos de tempo que poderiam trazer sua interrupção, um retorno a alguma lucidez. A violência institucional bárbara que, em nome de cumprir a lei, pelo menos é a justi cativa alegada, aperta gatilhos de fuzis dentro de quarto de Criança, que presencia a morte sangrenta de um desconhecido que estaria

tentando fugir da instituição de Segurança Pública. Para combater o aliciamento de Crianças e Adolescentes pelo crime estruturado, alegando os Artigos do ECA que rezam Proteção. Mas será protetivo executar alguém sentado na caminha de uma menina de oito anos, que a tudo assistia? Para coibir violações, praticase violação. No último Natal, três meninas de oito e seis anos, assistiram ao pai executar a mãe com 16 facadas. Quantas Crianças assistem a cenas de violência doméstica dentro de suas casas? Mas a di culdade de crédito da Voz que denuncia é muito grande e cruel. A Vi ol ê nc i a Vi c ár i a perpetrada pelo Estado, uma forma de Violência Institucional, além de trazer a desresponsabilização, torna a mãe o instrumento de tortura contra a Criança, pela sua avidez de maternagem que é sonegada na Privação Materna Judicial, deformando para a Criança a noção de certo e errado, a noção de Ética, a noção de afeto honesto. Assim, como saída para o subjugo do

©INSTITUTO AZMINA

ão Feminicídios e Infanticídios. Intrafamiliares. Muitos. A violência é endêmica entre nós. E a violência intramuros traz uma cor sombria, um segredo inconfessável que torna obscura a verdade nas relações familiares. Essa forma de violência é cada vez mais comum, e caminha para uma naturalização. A nal, a família é a micross o ciedade que possibilita, em pequena escala e com bastante garantia de cobertura, o exercício do Poder. Quanto mais um indivíduo se sente impotente no seu grupo social e pro ssional, mais ele busca alguém mais fraco, e, se aproveitando dessa vulnerabilidade, esse indivíduo monta uma situação de supremacia, e se regozija com a dominação absoluta sobre o mais fraco. Esta é a cadeia alimentar perversa do Poder, mais frequente do que se imagina. Esta cadeia, na maioria das vezes, é invisível a olho nu. Como acomodar a angústia e a revolta diante da sequência de violências contra crianças e mulheres? Quando pensamos q u e c h e g a m o s a o p o nt o máximo de crueldade, somos surpreendidos por algo ainda mais atroz. A barbárie está instalada com folga. A violência de cores já desbotadas, diria mesmo, esquecida, do sumiço de três meninos que tinham ido jogar futebol no campinho perto de casa. Esses meninos evaporaram há cinco meses. Há muito perderam o espaço na mídia, nada se fala mais. Suas duas mães gritam e

processo de Feminicídio que se i n i c i a b e m a nt e s d e s e u desfecho, em formato disfarçado de crime de stalking, crime de perseguição institucional, estamos trazendo a re exão sobre uma atitude legítima e saudável da mãe ao Registrar em Juízo, e em Ata Notarial, s eu rompimento com este pacto perverso ao se retirar dos processos que brotam, incessantemente, ao longo de anos.


COMPORTAMENTO 11

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Hipnoterapeuta / Mentora Gestacional Cel.: (27) 99947-8786 Instagram: @nagelaisa.oficial

Autoestima ©WAYHOMESTUDIO/FREEPIK

N

ão é sobre passar um batom ou fazer um novo corte de cabelo. Mu ito m e n o s s o bre o qu e pensam de você, que de ne sua autoestima. Ter uma autoestima elevada tem a ver com aquilo que você pensa sobre si mesmo. Aquilo que sente quando se olha no espelho ou quando está diante de um problema. Uma baixa autoestima está geralmente ligada à necessidade de ser aceito, à vergonha de

colocar e defender pontos de vista, à di culdade de se sentir bem sendo que é. O amorpróprio é a tradução da autoestima. Quando você se aceita, se quer bem, é seu amigo, é sinal de que esse amor-próprio está num uxo harmonioso aí dentro. Quando falo em ser seu amigo, o mais leal deles, quero que imagine quando alguém te procura para pedir um conselho, está se sentindo mal no

relacionamento ou tendo pensamentos ruins sobre si. Normalmente você vai acolher esse amigo, escutar, motivar, dizer coisas boas e tentar levantar seu astral. Mas e quando é você que está se sentindo assim? Quando começa a ter pensamentos destrutivos, se sentir mal, com a autocon ança lá no chão, ca depressivo ou até mesmo com pensamentos contra sua própria vida, como é que você se trata?

outros pensam ou se te aceitam. Porqu e s u a v a l i d a ç ã o n ã o depende dos outros, e você sabe disso. Entender o nível de autoestima e amor-próprio faz parte do a u t o c o n h e c i m e n t o. S a b e r identi car o que a rma para si mesmo, sobre quem você é. O que diz para si internamente quando está numa situação que te des a a, quando é ju lgado, qu an d o ou ve u m a c r ít i c a , quando uma expectativa sobre o outro não é cumprida. Se, ao invés de se motivar e

olhar para isso com mais amor. O uxo natural do amor-próprio está interrompido e você precisa cuidar disso. E lembre-se, você é a média das cinco pessoas com quem mais convive. Pedir conselhos para um amigo, é pedir conselhos para quem está como você, que já tem o mesmo resultado que você tem. Esse amigo vai te dar conselhos que ele mesmo não vai aplicar, vai falar sobre coisas que ele mesmo não sente ou faz. Então, busque uma ajuda pro ssional se estiver difícil de

dizer coisas positivas que te elevem, perceber o que está acontecendo aí dentro, sem terceirizar culpas, você se afoga em seu próprio veneno, precisa

lidar com essas oscilações. Isso demonstra coragem e compromisso consigo mesmo, em se fazer feliz. Ouse se amar!

©FREEPIK

É disso que se trata. Se você não for seu melhor amigo, não é o que vem de fora que vai fazer algo mudar aí dentro. Pode até servir como bálsamo passageiro e te confortar no momento, mas não é capaz de modi car o que você está sentindo. Isso é uma coisa interna, trata-se de suas emoções. A construção da autoestima começa desde o ventre materno. Aquilo que você sente ali dentro, a aceitação ou rejeição dos pais, a con ança ou o medo que a mãe transmite. Depois, na infância, essas emoções vão sendo reforçadas com suas exp eriências. O quanto de incentivo e validação ou o quanto de críticas e punições você recebe. E, ao longo da vida, isso vai se manifestando nas suas relações com as amizades, com os n am oro s , n o s e s tu d o s , n o emprego, no casamento... De alguma forma você espera que algo ou alguém faça você se sentir melhor, espera que as pessoas à sua volta te valorizem e demonstrem que você é especial. E essas sensações de desconforto, não partem de fora. É o que você está sentindo! Quando a autoestima está alta e fortalecida, não importa o que os

Ato de checar o celular tem efeito contagioso como o bocejo, sugere estudo Pesquisadores da Itália realizaram e analisaram se o chamado efeito camaleão ocorre quando utilizamos o celular na presença de outras pessoas ©AUGUST DE RICHELIEU/PEXELS

Um estudo realizado na Itália aponta que quando alguém checa o celular em público isso provoca um efeito contagioso nas pessoas ao redor. O "poder" contagioso do bocejo, por exemplo, é atribuído ao efeito camaleão. Acredita-se que tal fenômeno ocorre porque, de maneira inconsciente, o ser humano acaba copiando gestos de seus pares com o intuito de se adequar ao espaço onde está. Publicado na revista cientí ca Journal of Ethology, o estudo foi realizado da seguinte maneira: em diferentes espaços, um dos pesquisadores lançava o "gatilho" (mexer no celular) e o comportamento das pessoas ao seu redor era observado durante um intervalo de 30 segundos. Foram testados dois tipos de gatilho: olhar para a tela do celular e simplesmente pegar o celular na mão, batendo os dedos nele sem olhar diretamente para a tela. A pesquisa diz que cerca de 50% das pessoas copiaram o gesto nos casos em que o gatilho envolvia

veri car visualmente o aparelho. Agir dessa maneira teve efeito 28 vezes maior sobre as pessoas do que simplesmente manipular o telefone.

Não foram percebidas variações signi cativas nas respostas comportamentais de acordo com idade, gênero e a relação interpessoal dos

indivíduos observados com os pesquisadores. "A maioria das pessoas se contagia pelo comportamento dos outros com o celular s em nem mesmo

perceber", disse Elisabetta Palagi, especialista em comportamento social da Universidade de Pisa, à revista New Scientist. O teste foi realizado em locais

como salas de espera, ambientes de trabalho, restaurantes e até nas casas dos pesquisadores. Curiosamente, o efeito camaleão relacionado ao celular ocorreu muito menos em momentos que envolviam comida. A pesquisa sugere que quando a s p e s s o a s c o m e m acompanhadas elas tendem a reproduzir outros elementos comportamentais, como postura e expressões do rosto. "O baixo mimetismo observado na presença de comida pode ser mais pronunciado considerando que a nossa amostra vem da Itália, onde a cultura da comida está historicamente e intrinsecamente conectada à agregação social e à convivência". Esse estudo foi realizado entre m ai o e s e te mbro d e 2 0 2 0 . Segundo o e Guardian, os pesquisadores ainda não sabem dizer se a resposta das pessoas ao gatilho do celular foi in uenciada de alguma maneira pela pandemia e pelo isolamento social.


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Parcerias lantrópicas na Serra A

ONG Educar Para Crescer, através do seu coordenador-geral, Haroldo Cordeiro Filho, doou material escolar e brinquedos à Associação Lar Semente do Amor, instituição que atua com ser viços de acolhimento institucional a crianças e jovens no município da Serra. Para o coordenador da Educar Para Crescer, a associação Lar S e me nte d o A mor f a z u m trabalho sério e precisa de apoio de outras instituições porque os desa os são grandes. “Essas parcerias são importantes para dar a essas crianças e jovens motivação, essa energia é que ajuda a superarem os obstáculos do dia a dia. Gostaríamos de doar muito mais porque sabemos que o número de crianças no Brasil que vivem em situação de vulnerabilidade social é enorme,

©LUZIMARA DOS SANTOS FERNANDES

mas a luta precisa continuar, não podemos nunca parar”, a rma Haroldo. O coordenador da Associação Lar Semente do Amor, Pedro Deps Neto, agradeceu a parceria com ONG Educar para Crescer. “Agradecemos à ONG Educar Para Crescer, que fez a doação de brinquedos, de material de limpeza e utensílios, e dizer que iremos aproveitar esse material para premiar nos cursos que abrimos para as crianças e adolescentes que atendemos. Essas parcerias entre instituições são importantes para trazer o de melhor para o público que é atendido por elas. Agradecemos de coração ao Haroldo pela iniciativa e às empresas que fazem as doações para essas instituições que vislumbram possibilidades de estar sempre ajudando”, ressaltou.

Pedro e Haroldo

*As doações são oriundas de empresários que preferem não se identificar

Desenvolvimento e respeito ao meio ambiente

©HAROLDO CORDEIRO FILHO

na pequena praia que pode sofrer impactos negativos, caso não haja um cuidado do poder público. Embora, de acordo

com Alexandre, a praia não seja atrativa a banhistas, devido à lama, o local atrai muitas famílias em busca de lazer. “Existe uma lama que incomoda os frequentadores que procuram o local para passar o dia com a família, e é essa lama que deu origem ao nome do lugar, Porto da Lama. Fiquei sabendo de um projeto que será executado na orla, com pista de carro, ciclovia e u m c a l ç a d ã o, i g u a l a d e Jacaraípe, mas o poder público precisa se certi car se vai haver ou não impacto no local”, disse. Questionados, os

comerciantes que cam próximos ao local do futuro empreendimento acham que será bom, já que virão mais

pessoas para consumir em seus estabelecimentos e

Biodiversidade (ICMBio), que é vinculado ao Ministério do

Gestão Integrada ICMBio Santa Cruz, que integra as

©HAROLDO CORDEIRO FILHO

A redação do Fatos & Notícias recebeu denúncias de moradores sobre um suposto d e s m at a m e nt o e m P r a i a Grande, litoral do município de Fu nd ã o. Ate nd e n d o a s solicitações nossa equipe de reportagem foi até o local para apurar os fatos e conseguir o máximo de informações dos órgãos responsáveis. A praia, que tem o nome de Por to da L ama, s er ve de ancoradouro para os barcos de pescadores como o senhor Alexandre, que não mora na localidade, mas deixa seu barco

(Idaf ), mas, mesmo assim, solicitamos a eles um parecer

TATI BELING

movimentará o turismo na região. Como a obra impacta, de alguma forma, o meio ambiente, entramos em contato com o Instituto Chico Mendes de Conservação da

Meio Ambiente e integra o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) para obtermos as respostas pertinentes ao tema. Segundo Roberto Forza, analista e chefe do Núcleo de

unidades de conservação APA Costa das Algas e RVS de Santa Cruz, as denúncias estão sendo apuradas. “Sabemos que a obra tem licença do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo

da situação”, a rma. Já, de acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Fundão, uma equipe esteve no local e conferiu que a obra da empresa Nuvem Imóveis Ltda. está licenciada pelo Idaf.


BRASIL 13

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A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

Condenação de biólogo faz justiça contra feminicídio “Começa a ser feita justiça contra o feminicídio e a bárbara violência contra as mu l he re s”, re ag iu desta forma a senadora Rose de Freitas (MDB/ES), ao comemorar a condenação a 31 anos e nove meses de prisão do biólogo Luís Felipe Manvailer pelo assassinato da mulher, a advogada Tatiane Spitzer, em julho de 2018, em Guarapuava, no Paraná. Segundo Rose, a condenação, decretada pelo Tribunal de Júri de Guarapuava, é ainda mais relevante porque foi decidida por um júri de sete homens. “Decisões como estas devem ser multiplicadas para desestimular as práticas machistas e os feminicídios, que infelizmente ainda ocorrem no país em números inaceitáveis”, assinalou. “Crimes bárbaros como o de Guarapuava não podem se repetir”, enfatizou Rose de Freitas, recentemente apontada como líder no Senado do ranking Elas no Congresso, criado pelo projeto AzMina para avaliar as propostas em tramitação no Congresso favoráveis ou contrárias aos direitos das mulheres.

Sérgio Majeski (PSB) Projeto de Majeski garante transparência sobre a infraestrutura das escolas estaduais

Presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Cumprimento dos Planos Nacional (PNE 2014/2024) e Estadual de Educação (PEE - 2015/2025), o deputado estadual Sérgio Majeski (PSB) apresentou proposta para facilitar o acesso da sociedade sobre a situação das escolas estaduais. Já tramitando na Assembleia Legislativa, o Projeto de Lei 179/2021, de autoria de Majeski, estabelece a divulgação de informações relacionadas à infraestrutura das unidades de ensino da Rede Estadual no Portal da Transparência do Governo do Estado. “Desde o primeiro mandato faço o trabalho de ir conhecer de perto a realidade das escolas estaduais. Já visitamos 274 unidades de ensino em todos os 78 municípios capixabas. Enquanto existem umas bem estruturadas, há outras que funcionam precariamente. Fizemos diversas indicações solicitando as melhorias necessárias. Nada mais justo que a sociedade tenha acesso facilitado para acompanhar como é a infraestrutura da escola que atende à população”, destaca Majeski.

WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

Rose de Freitas (MDB-ES)

ELLEN CAMPANHARO/ALES

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

Oficialização do Pronampe como política de Estado segue para sanção presidencial O Senado aprovou na terça-feira (11) emendas da Câmara dos Deputados ao projeto de lei que transforma o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) em política pública permanente. O Pronampe havia sido criado como medida emergencial para a pandemia de covid19, mas agora passa a ser uma política o cial de crédito. O PL 5.575/2020 segue agora para a sanção presidencial. O Pronampe atende pequenas e médias empresas em empréstimos com juros reduzidos, subvencionados através do Fundo Garantidor de Operações (FGO). O projeto permite o aumento da participação da União no FGO até o nal do ano, viabilizando mais recursos para o programa, e prorroga o prazo de carência para empréstimos já concedidos. Ele é de autoria do senador Jorginho Mello (PL-SC), e foi aprovado pela primeira vez no início de março. JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO

Adiada votação de projeto que autoriza plantio de Cannabis para fins medicinais Um pedido de vista coletivo adiou para segunda-feira (17) a votação do parecer nal do relator, deputado Luciano Ducci (PSB-PR), ao projeto que autoriza o cultivo, no Brasil, de Cannabis — planta também usada para produzir a

Omar Aziz (PSD-AM) “Hora de investigar estados e prefeituras vai chegar” O presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), garantiu, na terça-feira (11), a senadores governistas que a comissão vem tendo "um rumo natural em suas investigações" e que aguarda o envio de mais documentos para que estados e prefeituras sejam mais focalizados. Aziz acrescentou que diversas secretarias estaduais, às quais já foram solicitados documentos a respeito da aplicação de recursos federais repassados, têm pedido mais de cinco dias para enviar as informações. “Demos cinco dias de prazo, e a maioria está pedindo um pouco mais, porque tem que detalhar todos os gastos. Não adianta o cara chegar aqui e dizer que recebeu R$ 400 milhões e gastou R$ 400 milhões, sem dizer em que, tanto estados quanto municípios. Quando os dados chegarem, vamos chamá-los [os representantes de governos estaduais e prefeituras]. Vamos dizer "olha, o governo tal pegou esse dinheiro, e gastou de forma indevida" baseados em fatos concretos”, explicou.

Vereador Negão do Bloco (Republicanos/Fundão-ES) ©ARQUIVO PESSOAL

maconha — para ns medicinais, veterinários, cientí cos e industriais (PL 399/15). O projeto está sendo discutido em uma comissão especial da Câmara dos Deputados, que se reuniu nesta terça. Os interessados deverão ser previamente autorizados pelo poder público. Os produtores terão que cumprir regras, como cotas de produção com base em demanda pré-de nida e plano de segurança para evitar o acesso a pessoas não autorizadas. O local do plantio não poderá ser identi cado. O substitutivo proíbe a produção e a comercialização de produtos fumígenos, como cigarros, fabricados a partir da Cannabis medicinal, assim como chás medicinais ou outras mercadorias na forma vegetal da planta para pessoas físicas.

vereador.

O vere ador de Prai a Grande, Fundão, Negão do Bloco pede providências do Executivo para conclusão do sistema de esgoto da comunidade Direção, no distrito de Praia Grande. “Uma parte da comunidade já foi contemplada com o sistema, mas falta a outra metade do bairro. Sabemos que o Executivo está fazendo um esforço tremendo para atender a todo o município, mas os moradores estão cobrando a conclusão da obra”, disse o


14 GERAL

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Sedimentos no mar revelam como parte do Nordeste ficou semiárida Fenômeno relaciona-se com encolhimento do cinturão tropical de precipitação que teria ocorrido paulatinamente ao longo dos últimos cinco mil anos ©CRISTIANO CHIESS

Dentes-de-sabre descoberto nos EUA era um dos maiores felinos do planeta Ao comparar ossos mantidos em diferentes museus, estudo sugere que animal que viveu entre cinco e nove milhões de anos atrás pesava até 400 quilos ©ROGER WITTER

As chuvas associadas à chamada Zona de Convergência Intertropical impactam a segurança alimentar e hídrica de aproximadamente um bilhão de pessoas ao redor do planeta. Aprox i m a d a m e nt e 1 1 % d a população do Brasil, concentrada no Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão, fazem parte desse gr upo. Esses estados possuem clima semiárido em grandes extensões e aproximadamente metade de toda a precipitação anual ocorre em apenas dois meses do ano: março e abril. Tais chuvas fazem parte do cinturão tropical de precipitação quando este atinge sua posição mais ao sul, sobre o norte do Nordeste brasileiro. Durante o restante do ano, o cinturão desloca-se mais ao norte, sendo responsável pelo pico de precipitação na região costeira da Venezuela, entre julho e agosto. Projetar o comportamento futuro das chuvas em regiões semiáridas como a citada é fundamental para que a sociedade possa se antecipar a p ossíveis mo di caçõ es nos padrões de precipitação, em função da mudança climática em curso. Um estudo realizado pelo professor da Universidade de São Paulo (USP) Cristiano Chiessi e colaboradores mostrou que a precipitação sobre o norte do Nordeste do Brasil diminuiu sistematicamente durante os últimos cinco mil anos, contradizendo um importante paradigma da paleoclimatologia. Essa revisão do que ocorreu no passado ajuda a compor um cenário mais realista sobre o que poderá ocorrer no futuro. “Segundo o paradigma vigente, o cinturão tropical de precipitação teria se deslocado para o sul no decorrer dos últimos cinco mil anos. Nossa pesquisa sugere que, em vez disso, o que aconteceu foi que o cinturão sofreu uma contração no seu intervalo latitudinal de oscilação. Isto é, passou a oscilar dentro de uma faixa mais estreita”, diz Chiessi à Agência Fapesp. Informações valiosas a respeito das respostas do sistema climático a diferentes condições estão registradas em sedimentos geológicos depositados no fundo dos oceanos. No estudo em pauta, foram utilizados três indicadores independentes de precipitação, por meio de sedimentos coletados ao largo da

desembocadura do rio Parnaíba, na divisa dos estados do Piauí e do Maranhão. “Analisamos a razão entre as concentrações dos elementos químicos titânio e cálcio — o titânio oriundo da erosão das rochas continentais e o cálcio proveniente das conchas dos organismos marinhos. Além disso, levantamos a taxa de acumulação de s edimentos continentais no fundo do oceano e a composição dos isótopos de hidrogênio nas ceras de plantas continentais encontradas nos sedimentos marinhos. Esses três conjuntos de dados, juntamente com a análise de resultados de um modelo climático numérico, apontam para a contração do cinturão tropical de precipitação durante os últimos cinco mil anos, em vez do sugerido deslocamento para o sul”, informa Chiessi. O estudo mostrou ainda que a distribuição das temperaturas das superfícies dos dois hemisférios é fundamental no controle da posição do cinturão tropical de precipitação, diferentemente do proposto no paradigma vigente. “De acordo com esse p ar a d i g ma , a m i g r a ç ã o d o cinturão para o sul seria decorrente do aumento gradual da radiação recebida do Sol pelo hemisfério sul durante o verão. Como no hemisfério norte a situação inversa ocorreu, tal cenário teria imposto di culdades crescentes ao avanço do cinturão para o norte. No entanto, duas fragilidades desse modelo chamaram nossa atenção. Em primeiro lugar, o fato de que a posição do cinturão deveria ser determinada pela distribuição das temperaturas das superfícies nos dois hemisférios, que não

necessariamente respondem de forma linear à distribuição da radiação recebida do Sol. Em segundo lugar, as evidências que davam suporte ao paradigma estavam localizadas quase que exclusivamente no hemisfério norte, faltando a contraprova austral do suposto deslocamento”, explica Chiessi. Segundo o pesquisador, apesar de a radiação recebida do Sol ter sofrido as mudanças descritas, as respostas dos dois hemisférios ao fenômeno foram distintas. Isto devido à diferença na área c o b e r t a p or c ont i n e nt e s e oceanos nos dois hemisférios, uma vez que os continentes respondem mais rapidamente do que os oceanos a mudanças na r a d i a ç ã o s o l a r. “ Tor n a - s e , portanto, necessário revisar o paradigma que in uenciou a paleoclimatologia por duas décadas”, a rma Chiessi. Até o m deste século, os modelos climáticos numéricos sugerem uma contração do intervalo latitudinal de oscilação do cinturão tropical de precipitação, o que diminuiria ainda mais as chuvas na porção norte do Nordeste do Brasil, com consequências socioambientais potencialmente severas. Porém, caso a grande circulação das águas do Atlântico se enfraqueça substancialmente, transpondo um limiar crítico, como prevê outro estudo de Chiessi, o Atlântico Sul deverá aquecer mais d o qu e o At l ânt i c o Nor te, forçando o cinturão para o sul. “Iss o t r ar i a c ons e qu ê nc i as bastante negativas em diversas partes do planeta, mas, no âmbito regional, evitaria uma redução ainda maior das chuvas na faixa norte do Nordeste”, comenta o pesquisador.

Assim, além de revelar um comparados sete fósseis Pesquisadores dos Estados novo animal, a pesquisa mostra similares e não categorizados Unidos publicaram um estudo que o úmero pode ser uma com outros já identi cados e no qual descrevem um dos ferramenta útil para diferenciar amostras de ossos. Os sete mai ore s fel i no s d a Te r r a . famílias, gêneros e espécies de úmeros foram coletados de Nomeado Machairodus felinos — o que é bastante museus das Universidades de lahayishupup, o animal teria importante para esse campo do Oregon, Idaho, Califórnia e vivido entre cinco e nove conhecimento, uma vez que o Texas. m i l hõ e s d e ano s at r ás na úmero é o tipo de fóssil de felino O maior dos sete úmeros de América do Norte, no nal da mais encontrado em escavações. Machairodus lahayishupup época do Mioceno, e pesava De acordo com os disponíveis para a pesquisa entre 270 e 400 quilos. pesquisadores, o Machairodus tinha mais de 45 centímetros de Machairodus é o gênero de lahayishupup teria sido uma das comprimento e quatro grandes felinos dentes-de-sabre primeiras espécies entre os que que habitavam a África, a A transmissão será no canal dacentímetros Sedu Digitaldenodiâmetro, YouTube,onesta quarta-feira (07), às 14 horas dentes-de-sabre, porém mais mostra a grandiosidade do Eurásia e a América do Norte. Já investigações sobre essa animal — o úmero médio de um Laháyis Húpup, termo que hipótese ainda são necessárias. leão macho adulto moderno, compõe o segundo nome da Calede e Orcutt também por exemplo, tem cerca de 33 espécie, signi ca “gato selvagem acreditam que o animal seja um centímetros de comprimento. antigo” no idioma da etnia parente antigo dos felinos Com base nesses materiais, Cayuse, que vive na Reserva dentes-de-sabre do gênero Calede e Orcutt calcularam o Indígena Umatilla, área onde foi Esmilodonte, que foi extinto há t aman ho d o Ma chai ro dus encontrado o fóssil que deu aproximadamente 10 mil anos. l a h ay i s hu p u p a p a r t i r d a origem à investigação, um Outro ponto que ainda precisa associação entre o tamanho do fragmento do osso úmero. ser aprofundado diz respeito à úmero e a massa corporal de Disp onível no p erió dico evolução. “Sabe-se que existiam grandes felinos modernos. As Journal of Mammalian outros felinos gigantes na características físicas das presas Evolution, a pesquisa também Europa, na Ásia e na África, e foram estimadas segundo o revela que a espécie recémagora nós temos nosso próprio conhecimento sobre os animais descoberta caçava presas de 450 gato dentes-de-sabre gigante na que viveram na região naquele a 900 quilos. “Acreditamos que América do Norte durante esse tempo, como rinocerontes, e s s e s f e l i n o s d e r r u b av a m mesmo p er ío do”, const at a camelos gigantes e preguiçasanimais do tamanho de bisões", Calede. gigantes. observa, em nota, Jonathan “Ou existe, em todos esses “Esses úmeros espalhados por Calede, professor na continentes, um padrão museus tinham uma Universidade Estadual de Ohio. i nte re ss ante d e e volu ç õ e s característica em comum, o que “Esse era o maior gato vivo independentes e repetidas desse nos fez concluir que seriam daquela época”, complementa. grande corpo especializado em todos da mesma espécie”, a rma Para chegar a essa conclusão, caçar”, pondera o pesquisador. Calede. “A forma única e o Calede fez uma série de análises “Ou nós temos esse parente tamanho também nos zeram ao lado de John Orcutt, gigante de dentes-de-sabre que pensar que era algo muito professor de Biologia na se dispersou”, naliza. diferente do que já é conhecido”. Universidade Gonzaga: foram

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES


COTIDIANO 15

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Obra revela detalhes da participação brasileira na Segunda Guerra “A nossa Segunda Guerra”, de Ricardo Bonalume Neto, apresenta dados minuciosos sobre o envolvimento brasileiro no maior conflito da História ©ARQUIVO NACIONAL/WIKIMEDIA COMMONS

Recém-lançada pela Editora C ontexto, a obra “A nossa Segunda Guerra”, do repórter Ricardo B ona lume Neto, apresenta uma narrativa minuciosa e esclarecedora sobre a participação do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial. Por meio de uma análise criteriosa e vestígios históricos, o livro reconstitui a participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na S egunda Grande G u e r r a . P a r a o a u t o r, é fundamental compreender que a participação brasileira no maior con ito da História não se deu apenas a partir de parâmetros quantitativos. “A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial é um tema apaixonante, que cada vez mais ganha espaço na academia brasileira e relevância entre os estudiosos de História Militar.

Segunda Guerra Mundial, com histórias inéditas e cheias de detalhes que só um grande repórter como Ricardo Bonalume Neto conseguiria fazer 50 anos depois dos fatos. As

Não consigo pensar em melhor hora para que a obra de Ricardo Bonalume Neto voltasse ao mercado editorial”, disse Icles Rodrigues, historiador e criador d o c a n a l L e i t u r a

ObrigaHISTÓRIA no YouTube. Considerada uma das melhores narrativas sobre o envolvimento do território brasileiro no con ito, esta obra apresenta um panorama histórico completo da

histórias encontravam sempre o repórter pronto para compreendê-las e narrar com propriedade e estilo”, disse Leão Serva, diretor de jornalismo da TV Cultura.

política e economia nacional. Além disso revela, em detalhes, os rumos do País na Segunda Guerra Mundial. “Este delicioso livro reconstitui a p a r t i c ip a ç ã o d a F E B n a

Parque Moscoso celebra 109 anos com programações educativas e culturais Parque Moscoso vai completar 109 anos de história no dia 19 de maio ©DIEGO ALVES/PMV

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068 O Parque Moscoso, uma das maiores referências de Vitória e um dos cantinhos mais queridos da capital, completará 109 anos de história em 19 de maio. Atividades educativas e culturais, como jogos, contação de histórias e pinturas, vão marcar a data. Por conta da classi cação de risco alto para a covid-19, o tradicional parque permanece fechado e, por isso, toda a ação será em formato virtual. A programação foi preparada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam), por meio da Gerência de Educação

Ambiental (GEA), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Seme), a Secretaria Municipal de Cultura (Semc), a Subsecretaria de Comunicação (Subcom/Segov) e a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa). As atividades serão desenvolvidas junto a estudantes dos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) Dr. Denizart Santos (Ilha do Príncipe) e Ernestina Pessoa (Do Moscoso) e das Escolas Municipais de Ensino Fu n d a m e nt a l ( E m e f s ) S ã o

Vicente de Paulo (Centro) e Alvimar Silva (Santo Antônio). A gerente de Educação Ambiental da Semmam, Juliana Sardinha, informa que as atividades foram elaboradas em

conjunto com a Comissão de Educação Ambiental da Seme e serão desenvolvidas ao longo desta semana junto aos estudantes e, também, nas redes sociais da PMV. Já a coordenadora de Educação Ambiental, Jacirlane Carvalho, adiantou que haverá, ainda, o tradicional “Parabéns ao Parque Moscoso”, “lives” com artistas capixabas, contação de história virtual com a Companhia de Bonecos de Teatro Tio Diu e depoimentos de frequentadores do parque, com a temática “Como o Parque Moscoso marcou sua vida?”. O secretário de Meio Ambiente de Vitória, Tarcísio Foeger,

ressalta que o Parque Moscoso é uma referência para muitas gerações de pessoas não só de Vitória, mas de todo o Estado. "O parque foi e é muito presente no cotidiano de Vitória, e, mesmo com as limitações da pandemia, estruturamos uma programação para celebrar a marca dos 109 anos", destaca. Parque mais antigo da cidade Um dos cartões-postais da c i d a d e, o Parqu e Mo s c o s o possibilita ao visitante usufruir um pouco da história capixaba, d a b ele za e elegânci a nele presentes, além, é claro, das histórias e memórias criadas ao

longo do tempo com esse espaço tão agradável. In au g u r a d o e m 1 9 1 2 , n o governo de Jerônimo Monteiro, à época “presidente do estado” (1908-1912), o Parque Moscoso, localizado no Centro, é o mais antigo de Vitória. São, aproximadamente, 24.000 m² de área, constituindo-se num ambiente de tranquilidade em meio à correria do centro da metrópole. O parque possui quatro entradas, pelas avenidas Cleto Nunes e República e pelas ruas Padre Anchieta e 23 de Maio, e o seu nome foi uma homenagem a Henrique Moscoso, que foi presidente da província do Espírito Santo.


16 GERAL

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Sabão para lavar roupas ajuda a limpar rios no Peru Empresa desenvolveu sabão em barra com microrganismos que se alimentam de poluentes e puricam a água ©PROJECTO AWA

Muitas mulheres peruanas lavam as roupas da família na água dos rios. Uma tradição que é também um momento de encontro e trocas. O problema é que os

detergentes químicos para a roupa contribuem para a contaminação da água que muitas vezes também é usada para beber.

Há dois anos, a marca peruana de água mineral Andea começou a pesquisar como ajudar a proteger os cursos de água naturais, incluindo aqueles que alimentam a nascente de onde

Conheça os sinais de defeito cardíaco em crianças ©SHUTTERSTOCK

Na maioria das vezes, um defeito cardíaco é frequentemente detectado logo no nascimento, então é muito importante prestar atenção quando uma criança ca tonta, desmaia ou diz que seu coração está “apitando”. Esses sinais de alerta são como uma mudança no condicionamento físico e não devem ser esquecidos. Dr. Ste phe n Cy ran, cardiologista pediátrico do Penn State Health Children's Heart Group, na Pensilvânia, disse que avaliar uma criança com esses sintomas é importante para garantir que nada seja esquecido e que possa se tornar fatal. “Embora de 80% a 85% dos defeitos cardíacos estruturais

sejam frequentemente detectados antes ou no nascimento, alguns não se manifestam até mais tarde, por isso é importante informar ao pediatra ou médico de família do s e u l h o s o bre q u a i s q u e r mudanças que você ou seu lho p e r c e b a m”, f a l o u e m u m comunicado à imprensa da Penn State. Isso porque os três principais motivos para encaminhamento ao consultório são: sopro no coração, tontura ou desmaio e dor no peito. As causas desses s i nt om a s p o d e m v ar i ar, a sensação de “bipe” pode ser um batimento cardíaco irregular ou que uma criança nasceu com a síndrome de Wolff-Parkinson-

White, por exemplo. Além disso, a ausência de exercício também pode ser um sinal de um buraco na parede e nt re a s du a s c âm ar a s d o coração. Já tonturas ou desmaios associados a exercícios pode ser uma condição hereditária. Em bebês, uma doença cardíaca não diagnosticada pode ser identi cada pelo azulado dos lábios em um ambiente quente, suor durante as mamadas e mudanças no comportamento a l i m e n t a r. O u t r o f a t o r importante é o histórico familiar como colesterol alto, ataques cardíacos precoces e marcapassos. “Se vovô morreu aos 35 anos enquanto corria, ele provavelmente tinha batimento cardíaco irregular devido à cardiomiopatia hipertró ca. Esses tipos de fatos históricos deveriam deixar qualquer pai, técnico ou médico preocupado”, explicou Cyran. Por iss o, é de ext rema importância manter os exames regulares de saúde para detectar um novo sopro, alteração na frequência cardíaca ou pressão alta.

obtêm seus produtos. Em parceria com a agência de cr iação Fa hren heit DDB e pesquisadores da CIRSYS, foi descoberto um microrganismo com função probiótica que se

alimenta de poluentes da água. Para que este microrganismo chegasse às águas dos rios, a empresa criou um sabão em barra que libera este probiótico quando é usado para lavar

roupas. De acordo com a Andea, as amostras de água coletadas antes e depois do uso do sabão AWA indicam que a qualidade da água melhorou em até 75%. O próximo passo foi distribuir barras deste sabão gratuitamente nas comunidades que vivem perto dos rios e têm o hábito de lavar roupas às suas margens. Agora, as mulheres limpam o rio e suas roupas ao mesmo tempo. Para que esta solução possa chegar a outros países e ajudar a limpar a água de outros rios pelo mundo, a fórmula do sabão AWA foi disponibilizada gratuitamente para agências governamentais, organizaçõ es ambient ais e fabricantes de detergentes. A estimativa é que 159 milhões de pessoas em todo o mundo bebam água não tratada de fontes de água de superfície.


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