ANO XI - Nº 423
Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia
20 A 27 DE MAIO/2021 SERRA/ES
Distribuição Gratuita
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
O 'homeschooling' e os riscos para a realidade brasileira
8 Veja esta opção prática,
nutritiva e saborosa de omelete de espinafre com requeijão cremoso Pág. 8 JORGE PACHECO
8 Câmara aprova privatização
da Eletrobras; texto ainda será votado no Senado Pág. 5
ANA MARIA IENCARELLI 8 Na semana de Combate ao
Abuso Sexual e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, nossa homenagem e respeito Pág. 10
HAROLDO CORDEIRO FILHO
8Apelidos no trabalho: nomes ofensivos podem levar à condenação por danos morais
©GETTY IMAGES
Pág. 12
NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA
8 Ninguém nasce sabendo. Tudo é construído, aprendido. Então, você pode desenvolver o dom que desejar Pág. 11
©SYLKE ROHRLACH/CREATIVE COMMONS/WIKIMEDIA COMMONS
Curiosa espécie marítima surge nas praias de Maceió
FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC
Pág. 7
Excesso de trabalho eleva risco de AVC e doenças cardíacas, diz OMS Pág. 9
Está em apreciação na Câmara dos Deputados um projeto de lei voltado para o homeschooling, ou educação domiciliar
Pág. 4
Arqueólogos encontram dinossauro de 82 milhões de anos nos Estados Unidos
Festival Internacional de Cinema de Pedra Azul
©SERGEY KRASOVSKY
Pág. 3
Brasil supera 500 mil unidades consumidoras de energia solar em 2021 ©SCIENCE IN HD/UNSPLASH
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em fevereiro de 2021, o Brasil alcançou a marca de 500 mil unidades consumidoras de energia solar fotovoltaica distribuída (GD), e a maior parte das instalações (73,6%) encontra-se em residências Pág. 14
Mamães-chimpanzés choram, fazem carinho e reservam Samsung mostra um tempo só para novas telas flexíveis elas ©ERIC GEVAERT/ALAMY
Esta espécie é uma das mais antigas de ceratopsídeos, que é como são chamados os dinossauros com chifres, babados e faces em bico, a ser catalogada Pág. 7
Pág. 6
Novas pesquisas estão revelando mais informações sobre as mães chimpanzés. Esse conhecimento é fundamental para ajudar a conservar as espécies de chimpanzés que estão ameaçadas de extinção Pág. 16
Girafas são resgatadas antes de ilha no Quênia desaparecer
Pág. 2
2 MEIO AMBIENTE
20 A 27 DE MAIO/2021
Áreas conservadas no planeta crescem, mas biodiversidade segue ameaçada Relatório global alerta para a necessidade de medidas que promovam o uso integrado da terra e o planejamento do espaço marinho ©MERI VASILEVSKI/UNSPLASH
De um lado, um planeta que conseguiu atingir a meta quantitativa de territórios verdes conservados. De outro, um grave dé cit de biodiversidade impulsionado pela má administração de muitas dessas ecorregiões. Este é o atual panorama do mundo segundo a edição mais recente do relatório Planeta Protegido, assinado pelo Centro de Monitoramento da C o n s e r v a ç ã o Mu n d i a l d o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UnepWCMC) e pela União Internacional para a Conservação da Natureza, com apoio da National Geographic Society. Publicado nesta quarta-feira (19), o documento apresenta a avaliação nal da Meta 11 de Aichi, estipulada em 2011, que incluía o objetivo de proteger pelo menos 17% das zonas terrestres e de águas continentais do planeta, além de 10% das zonas costeiras e marinhas. A análise deve in uenciar a meta universal que a sucederá — o Marco Global Pós-2020 de Biodiversidade — que será de nida em outubro de 2021 na Conferência sobre Diversidade
Biológica da ONU em Kunming, na China. At u a l m e nt e , p e l o m e n o s 16,64% de ecossistemas terrestres e águas interiores estão dentro de áreas protegidas e conservadas documentadas, o que equivale a 22,5 milhões de km². Embora não tenha alcançado a meta de 17%, o relatório considera que o objetivo foi cumprido, uma vez que muitas áreas protegidas ainda não foram documentadas. Segundo a investigação, foram as regiões marinhas e costeiras que registraram o maior crescimento em áreas protegidas ao longo dos últimos dez anos: o índice chegou a 18,01%, superando, assim, a meta de 10%. O mesmo não foi observado no percentual de conservação das áreas oceânicas (7,74%), que cou aquém da Meta de Aichi. O estudo, no entanto, a rma que “a designação pendente de várias grandes áreas marinhas protegidas pode aumentar esse número”. O outro lado Embora esses números demonstrem que a comunidade internacional fez consideráveis progressos em direção à meta
Camaleão Furcifer labordi
global de conservação, o relatório alerta que essas áreas representam menos da metade (44,5%) de todas as ecorregiões terrestres e apenas 47,4% das ecorregiões marinhas. Pior: de acordo com o d o c u m e nt o, u m t e rç o d a s principais áreas de biodiversidade do planeta ainda não estão protegidas de nenhuma forma e menos de 8% da terra está conectada — muito abaixo
dos quase 17% de área que agora está sob proteção — o que prejudica a movimentação de espécies. Por isso, segundo o relatório, um dos principais objetivos que deverão guiar o planeta nos próximos anos é aumentar a “qualidade” dessas áreas, o que signi ca melhorar a e cácia de sua administração. “Designar e contabilizar áreas mais protegidas e conservadas são
[medidas] insu cientes, elas precisam ser administradas de forma e caz e governadas de forma equitativa se quiserem realizar seus muitos benefícios em escalas local e global e garantir um futuro melhor para as pessoas e o planeta”, diz, em comunicado, Neville Ash, diretor do Unep-WCMC. O relatório sugere que o uso integrado da terra e o planejamento do espaço
marinho são medidas necessárias para facilitar a conexão entre os territórios, da qual “depende a persistência da biodiversidade no longo prazo”. Além disso, o documento recomenda que as regiões circundantes sejam geridas de forma adequada e que os países prestem apoio aos esforços de conservação de grupos indígenas, comunidades locais e instituições privadas. Em comunicado, o diretorgeral da IUCN, Bruno Oberle, reconhece o progresso feito na última década, mas, diante do declínio da biodiversidade global, antecipa a sugestão de uma “meta ambiciosa” a ser discutida na Conferência sobre Diversidade Biológica da ONU. “Pedimos que as Partes da Conferência da ONU sobre Biodiversidade em Kunming estabeleçam uma meta ambiciosa que irá garantir a cobertura de área protegida de 30% da terra, água doce e oceanos até 2030 — e essas áreas devem ser colocadas da melhor maneira para proteger a diversidade da vida na Terra e ser geridas de forma e caz e governadas de maneira equitativa ", a rma.
Girafas são resgatadas antes de ilha no Quênia desaparecer
©NORTHERN RANGELANDS TRUST/DIVULGAÇÃO
Te r m i n o u d e f o r m a b e m sucedida uma operação pelo resgate de nove girafas ameaçadas na Ilha de Longicharo, no Lago Baringo, no Quênia, com os últimos dois animais sendo en m retirados com segurança da ilha. A operação durou cerca de 15
meses, e se encerrou com o embarque de uma girafa mãe e seu lhote para serem transportados com segurança até um santuário — a necessidade de resgate se deu pelo fato da própria ilha onde os animais viviam estar em vias de d e s ap are c e r, p or c ont a d a
elevação do nível da água no lago, após o excesso de chuva que vem afetando a região. Os animais resgatados são girafas de Rothschild, uma subespécie fortemente ameaçada de extinção, que haviam sido reintroduzidas na ilha em 2001, como parte de um projeto de
conservação local. Além da ameaça direta que a elevação do nível das águas trazia aos animais — e que inundou casas e vilarejos da região — a falta de alimentos também era parte do perigo que levou à remoção. A espécie é uma das mais altas, podendo alcançar até seis metros de altura, e estima-se que restem somente cerca de 1.400 animais vivendo
uma série de balsas construídas
©NORTHERN RANGELANDS TRUST/DIVULGAÇÃO
livremente atualmente. O resgate foi coordenado pela organização Northern Rangelands Trust, em parceria com o Serviço Nacional de Vida Selvagem do Quênia, e utilizou
especialmente para cruzar o lago e transportar os animais até um santuário especial na região de Ruko. Por motivos de segurança e conforto os animais foram
transportados um de cada vez, mas a demora para resgatar os últimos dois animais se deu pelo nascimento de Noelle, lhote resgatada ao m, em dezembro do ano passado. Segundo os guardas e voluntários do santuário Ruko Community Conservancy, a chegada ao local alterou de forma visível o temperamento e até mesmo a saúde dos animais — mais saudáveis e alegres por estarem livres, em um local de mais de 1.700 hectares, e pleno em alimentos para as girafas. A ideia é que outras girafas sejam transportadas para o local, a m de garantir a reprodução da espécie e também trazer vagas de trabalho e estimular o turismo para a região.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES
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CULTURA 3
20 A 27 DE MAIO/2021
Bruxas ou médicas? Julgamento de “bruxas” na Idade Média matou pelo menos 40 mil pessoas, mas números podem chegar a 100 mil pessoas mortas pelo crime de bruxaria na Europa ©DOMÍNIO PÚBLICO
Obra discute as origens do racismo nos EUA e apresenta reflexão para os brasileiros Escrito por Jason Reynolds e Ibram X. Kendi, o livro traz uma importante análise sobre o preconceito e segregação racial ©DIVULGAÇÃO/GALERA/GRUPO EDITORIAL RECORD
FOTO: REPRODUÇÃO
A
caça às bruxas parece uma histór ia longínqua, mas ela carrega raízes até hoje na nossa sociedade. Trata-se de uma das mais brutais fases da instituição do patriarcado na civilização europeia, que viria a exportar o seu modelo de sociedade para o resto do mundo. Uma recente descoberta feita na Inglaterra reforça a tese de que as bruxas eram apenas curandeiras e p ar teiras p ers eguidas p elo cristianismo. Um grupo de construtores estavam demolindo um antigo pub na cidade de Watford, na Inglaterra, e descobriram uma “garrafa de bruxa”. Dentro da garrafa havia dentes, anzóis de p es c ar i a e ur ina. S egundo pesquisadores, a urina cumpriria
um papel medicinal na tese das curandeiras da época. Ela foi encontrada em uma chaminé, o que indica que os membros da e s t a l a g e m e r a m p r ov áv e i s puritanos. A perseguição das mulheres curandeiras, parteiras e profissionais de saúde durante a Idade Média foram perseguidas porque o controle dos corpos deveria ficar resguardado aos homens. As antropólogas Barbara Ehrenreich e Deirdre English afirmam que a necessidade dos homens de dominarem as té cnic as d a medicina cumpriu papel essencial nas motivações para a caça às bruxas que, conforme mostra a história, de bruxas não tinham nada. “As bruxas viveram e morreram
na fogueira muito antes de que aparecesse a moderna tecnologia médica. A maior parte dessas mulheres condenadas como br uxas eram simplesmente curandeiras não profissionais a serviço da população camponesa e sua repressão marca uma das primeiras etapas na luta dos homens para eliminaras mulheres da prática da medicina”, afirmam as antropólogas no ar t i go Br u x a s , Par t e i r a s e Enfermeiras. A caça às bruxas é um marco institucional do patriarcado e compreender como o controle dos corpos foi cooptado pelos homens é essencial. Esse momento histórico carrega marcas até hoje e mostra como os sab eres tradicionais foram criminalizados e perseguidos. (HYPENESS)
Festival Internacional de Cinema de Pedra Azul A Mostra apresenta edição especial e gratuita e irá exibir lmes de vários estados brasileiros ©DIVULGAÇÃO
Recém-lançada no Brasil pela editora Galera (Grupo Editorial Record), a obra “Marcados: Racismo, antirracismo e vocês”, de Jason Reynolds e Ibram X. Kendi, trata-se de uma importante análise sobre as origens do racismo nos Estados Unidos. Com orelha assinada por Taís Araújo, o livro reflete, ainda, sobre como a sociedade pode combater o preconceito racial. Durante a live de lançamento da obra, a renomada atriz brasileira apresentou um importante debate sobre as origens do racismo e da segregação racial. “Falta olhar para si e entender como a gente chegou neste País que está estragado, mofado, com uma História antiga que prevalece, de um só ponto de vista”, afirmou a artista. Diferente de outras obras, os escritores Jason Reynolds e Ibram X. Kendi apresentam a História completa da escravidão nos Estados Unidos, que possui uma relação paralela, porém distinta, com o período escravocrata no Brasil. “Marcados: Racismo, antirracismo e vocês” oferece uma análise profunda sobre o acesso da população negra a sua própr i a Histór i a, des de a educação básica. Embora seja um livro que retrata a escravidão estadunidense, ele permite, ainda, uma reflexão minuciosa sobre o cenário brasileiro. “Quando eu li o livro, eu fiquei com muita vontade que tivesse um livro parecido com esse no Brasil, contando a história da escravidão no Brasil de forma
crítica, não de forma romântica. Porque a história do Brasil foi completamente romanceada”, disse Taís Araújo em entrevista à Veja. Esmiuçando a História, o livro expõe o racismo presente em diversas narrativas políticas, filosóficas e literárias. Desta maneira, os autores discutem como a opressão racial foi capaz de causar assassinatos em massa de pessoas negras, ao longo dos séculos.
De acordo com os autores best-sellers #1 do New York Times, a construção de raças sempre foi utilizada como forma de dominação de um determinado grupo social sobre outro. Para eles, as consequências são o silenciamento e aprisionamento de classes menos favorecidas. O livro conta com a tradução de Cecília Floresta. LUCIANO DANIEL
Foto Antiga do ES ACERVO ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Uma edição especial de um dos festivais mais charmosos do Espírito Santo está chegando! O FestCine Pedra Azul — Mostra D i g i t a l — Tr ê s A n o s d e Memór ias apres ent a uma retrospectiva das primeiras edições do evento. O festival acontece entre os dias 22 e 23 de maio, sábado e domingo, em formato on-line e gratuito. A programação exibirá 14 curtas-metragens, que estão divididos em duas sessões não competitivas: Mostra Digital Três Anos de Memória, que acontece no sábado (22), a partir das 19 horas; e Projeto Cinema na Escola, que será exibido no domingo (23), às 09 horas. Os filmes serão transmitidos por meio do site do FestCine Pedra
A z u l (www.festcinepedraazul.com.br) e ficarão disponíveis por 24 horas. O diretor do festival, Marcoz Gomez, comemorou a possibilidade de realizar essa nova edição do evento. “Em meio à toda dificuldade que nos cerca nos tempos atuais, nós do F e s t C i n e Pe d r a A z u l n ã o desistimos e é um orgulho muito grande poder produzir a Mostra Digital — Três Anos de Memória. Temos certeza de que será mais um sucesso, fortalecendo ainda mais nosso festival, divulgando o Estado do Espírito Santo e disseminando a cultura brasileira dentro e fora do País, através das exibições on-line”, destacou. “O FestCine Pedra Azul é um
evento que se consolida a cada ano. Um espaço de fomento do audiovisual de várias partes do Brasil e do mundo. Essa mostra r e t r o s p e c t i v a é u m a n ov a oportunidade de conferir o talento e a criatividade da produção recente do audiovisual brasileiro”, disse a diretoraexecutiva do evento, Lúcia Caus. Com realização da Galpão Produções Artísticas e Culturais e Tower Filmes, o Projeto conta com recursos da Lei Aldir Blanc, via Edital de Seleção de Projetos e Concessão de Prêmio Artes Integradas 2020, por intermédio da Secretaria da Cultura (Secult), direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
Campo de futebol e parque em frente ao grupo escolar Juscelino Kubitschek, no bairro Maria Ortiz, Vitória, 1982
4 EDUCAÇÃO
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'Homeschooling' e os riscos para a realidade brasileira ©GETTY IMAGES
A pandemia fez-nos olhar para a educação de forma inédita, com novo envolvimento da sociedade. Fa m í l i a s , s o c i e d a d e c i v i l , municípios e Estados estão juntos, mais do que nunca, para assegurar o direito à educação de nossas crianças e nossos adolescentes. Professores estão aumentando sua carga horária para atender a seus alunos e alunas; secretarias de Educação se adaptam para redesenhar seus processos; e estudantes, com o apoio de suas famílias, estão se desdobrando para continuarem mais um ano letivo, mesmo quando só contam com um celular em casa, ou quando é preciso atravessar quilômetros para buscar algum material impresso na escola. Nesse cenário, quando deveríamos estar de nindo estratégias e ações para vencer o retrocesso de aprendizagem decorrente da pandemia, está em apreciação na C âmara dos Deputados um projeto de lei voltado para o homeschooling, ou educação domiciliar. Desde já vale fazer uma distinção para quem não tem proximidade com o campo educacional: ela nada tem que ver com o ensino remoto adotado por redes públicas e escolas como estratégia para manter a aprendizagem ativa no decorrer da pandemia. Essa estratégia das redes de ensino veio justamente para orientar
estudantes e apoiar suas famílias a mitigar os danos gerados pela distância do ambiente escolar. Na educação domiciliar, como o nome já diz, não há vínculo com uma escola, a educação é feita em casa sob a responsabilidade da família. A educação domiciliar ganhou fama nos Estados Unidos, onde hoje cerca de 3% das crianças e dos adolescentes em idade escolar seguem esse modelo. As principais razões para essa e s c o l h a , d e a c ord o c om a professora Elizabeth Bartholet (diretora do Child Advocacy Prog ram, na Universid ade Harvard), são a crença de parte das famílias de que nas escolas
seus lhos não estão protegidos d o bu l l y i n g , ou o f at o d e desejarem maior exibilidade, ou questões referentes a intolerância religiosa (cerca de 90% dos casos, segundo algumas estimativas). Tal prática não deve ser vista como algo de “Primeiro Mundo”. Na Europa, a Alemanha e a Suécia proíbem totalmente o ensino domiciliar e a França, que autoriza essa modalidade, exige visitas domiciliares regulares de educadores pro ssionais e testes anuais para veri car a aprendizagem das crianças. No Brasil, a autorização e a regulamentação da educação domiciliar devem ser exaustivamente debatidas, tendo
em vista os riscos adicionais para a nossa realidade. Um dos maiores riscos é a inviabilidade de regular essa modalidade quanto a requisitos obrigatórios — como a aplicação de currículo adequado ou a disposição de evidências de que o ensino e a aprendizagem estejam ocorrendo. Além disso, existem enormes diferenças de escolaridade entre as famílias, o que tornaria a aprendizagem das nossas crianças, nessa modalidade, ainda mais desigual. O ut ro r is co da e ducação domiciliar é a privação da convivência com grupos diversos, com o diferente, em situação permanente de
interação. Somente a escola proporciona esse ambiente. A s o ciabi lidade faz p ar te do desenvolvimento pleno, integral e plural das crianças e dos adolescentes. Essa formação humana integral, aliás, é objeto d a B a s e Na c i on a l C omu m Curricular, referência obrigatória dos currículos escolares e das propostas pedagógicas. Por m, uma das questões mais alarmantes é a potencial desconexão da rede de proteção voltada para crianças e adolescentes, ativada essencialmente por escolas e seus professores. Um exemplo para ilustrar este debate é o da escritora Tara Westover, que relatou sua própria experiência com a educação domiciliar. Em seu livro de memórias Educated, traduzido para o português com o título A Menina da Montanha, a norte-americana conta que aprendeu a ler, mas não recebeu nenhuma outra educação formal. Passou sua adolescência trabalhando com o pai em seu negócio de sucata, além de ter sofrido abuso de um irmão mais velho. Já e s t a m o s l i d a n d o c o m problemas muito graves nesta pandemia e lutando para que os
prejuízos provo c ados p el a suspensão das aulas presenciais — que já dura mais de um ano — sejam reduzidos. Pesquisas realizadas pelo Datafolha a pedido de Itaú Social, Fundação Lemann e Imaginable Future apontam que 65% das famílias acreditam que as crianças da préescola terão o seu d e s e n v o l v i m e n t o comprometido, enquanto 69% creem que os estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental terão atraso em seu processo de alfabetização. Em relação ao ensino médio, mais da metade (58%) tem receio de que seus lhos desistam dos estudos. Aliados a isso, estamos em alerta com a insegurança alimentar, que vem atingindo ainda mais brasileiros, pela escassez de recursos. A pauta sobre a educação domiciliar segue em direção contrária às necessidades do País: educação de qualidade como prioridade, integral e integrada, dever do Estado e da família, todos responsáveis pelo desenvolvimento de todas as crianças, de todos adolescentes e jovens, como prevê o artigo 205 da nossa Constituição federal.
A culpa é do mau uso da tecnologia Momento exige que escolas entendam a necessidade de um trabalho conjunto envolvendo curadoria, flexibilidade e inteligência, professores, pais e alunos Em maio de 2020, 35% dos professores ouvidos em pesquisa do Instituto Península se diziam cansados. Em agosto já eram 46% e em novembro 53%. Com o agravamento da pandemia e o abre e fecha das escolas, é fácil supor que esse índice subiu ainda mais. As famílias também estão esgotadas. Mais de um ano depois, tendo que se dividir entre o trabalho remoto, as tarefas domésticas e o auxílio aos lhos nas atividades escolares, além de cansados os pais estão preocupados com os prejuízos no aprendizado. Da mesma forma, alunos de todas as idades estão abatidos, e
os números da evasão são prova disso. Segundo o Datafolha, em
2020, quatro milhões (8,4%) dos estudantes com idade entre seis e 34 anos matriculados antes da pandemia abandonaram a escola. Estão todos exaustos e em grande parte a culpa é da tecnologia. Ou melhor, das aulas on-line. Professores não aguentam mais transmitir e alunos não aguentam mais assistir a aulas que foram pensadas para o olho no olho e que digitalmente perdem o encantamento. A pandemia mostrou que não basta o professor ir para a frente da câmera. Por mais louvável que isso seja, o tempo mostrou que r e i nv e n t a r a a u l a n ã o f o i su ciente e, em muitos casos, não
funcionou. Muita tecnologia sem contexto
pedagógico adequado também não resolve a questão do ensino e aprendizado. Ao contrário, pendurar várias soluções de soware sem uma curadoria para eleger os mais indicados a cada etapa do processo de aprendizagem do aluno e sem exibilidade para mudar de ferramenta em função das necessidades tanto presenciais como a distância, favorece o mimetismo da aula presencial no mundo virtual. Se repete o caso da T V que, no início, não percebia as grandes possibilidades que a nova mídia oferecia e simplesmente lmava uma peça de teatro, por exemplo. As novas tecnologias são uma nova mídia e devem ser usadas na medida da necessidade e no tempo adequado. Hoje, simular aulas presenciais no mundo virtual deixa alunos entediados, a família desesperada e os professores encurralados. No momento, educadores inovadores se debruçam para eleger soluções que permitam atividades diferentes on-line, complementem o ensino e simultaneamente oferecem informações relevantes sobre o aprendizado do aluno. Não se trata de incluir mais um ambiente
virtual de aprendizagem ou provas on-line e, sim de, através do uso de sowares e plataformas educacionais exíveis, permitir que o aluno corrija sua trilha de aprendizagem em casa, em
Árvore Livros, Elefante Letrado ou outra solução que permita ao professor avaliar seu desempenho em tempo real e mudar a rota, ele está tendo uma aula muito mais atraente. Não se ©GUVENDEMIR/GETTY IMAGES
momentos assíncronos, off-line mas com orientação do professor, e dê informações para esse mesmo professor mudar sua prática educacional. A sala de aula hoje é qualquer l u g a r. S e j a q u a n d o e s t á conectado nos momentos de estudo ou quando está realizando tarefas de aprendizagem, o aluno também está tendo aula. Aula não é mais apenas quando o professor está transmitindo conteúdo. Quando um aluno está trabalhando com o Aprimora,
trata de colocar em prática todas as tecnologias, mas, sim, da tecnologia mais adequada ao momento de cada aluno e turma. Não se trata de reproduzir a sala de aula através da tela do computador e, sim, de reproduzir experiências de aprendizagem por meio de sowares, plataformas e soluções em que o aluno realiza tarefas de escrita e leitura, por exemplo, complementa seu aprendizado e gera informações relevantes para o professor.
Para isso, é fundamental uma curadoria que ajude a escola a selecionar as melhores ferramentas de apoio à aprendizagem, aquelas que garantam ao aluno participar de simulações sozinho ou em grupo e tragam para o momento on-line com o professor suas experiências e re exões. A exibilidade também é indispensável. Muitas escolas têm adotado soluções em contratos longos, de dois a três anos, esquecendo que os alunos e as tecnologias irão mudar e exigirão novas ferramentas. Por último, a escola deve optar por tecnologias em que o professor não precise necessariamente estar presente para usá-las. São tecnologias acessórias, em que o aluno aprende e vai para a aula on-line mais engajado, tornando aquele momento muito mais signi cativo. Estão todos cansados e se as e s c ol a s n ã o e nte n d e re m a necessidade de um trabalho conjunto envolvendo curadoria, exibilidade e inteligência, profe ss ore s , p ais e a lu no s chegarão à exaustão. Aulas presenciais transmitidas ao vivo pela internet, ninguém aguenta mais.
POLÍTICA 5
20 A 27 DE MAIO/2021
Jorge
Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista
Pacheco
jorgepachecoindio@hotmail.com
contratados mil megawatts de usinas térmicas a gás no Nordeste, em algum estado onde ainda não existir uma usina, e cinco mil megawatts no Norte e C entro-Oeste, com contratos de fornecimento de 15 anos.
©WILTON JÚNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Câmara aprova privatização da Eletrobras; texto ainda será votado no Senado
A Câmara dos Deputados aprovou uma MP (Medida Provisória) que prevê a privatização da Eletrobras, holding gigante do setor elétrico brasileiro, que detém empresas de geração e transmissão de energia. O texto segue para votação no Senado. Se a proposta for aprovada sem modi cações pelos senadores, segue para sanção presidencial. Se a redação for alterada, a matéria volta para a Câmara dos Deputados. A MP foi enviada pelo governo ao Congresso Nacional em fevereiro. Ela precisa ser votada até 22 de junho para não perder validade. A expectativa é levantar R$ 60 bilhões com a operação, que está prevista para ser concluída no início de 2022. Os recursos serão divididos entre o Tesouro Nacional, programas para revitalização de bacias hidrográ cas e um fundo para abater parte do aumento das tarifas de energia. União deixará de ser a maior acionista Atualmente, a União possui 42,57% do capital da Eletrobras, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicos e S o cial (BNDES), outros 16,14%. Somadas as participações, o Estado é dono de 58,71% da empresa. Pela MP, a privatização se dará pela venda de novas ações ordinárias na Bolsa de Valores (B3), que não poderiam ser compradas pela União nem pelos bancos públicos. Esse processo é conhecido como capitalização. Na prática, as participações acionárias do governo e do BNDES diminuem com mais papéis ofertados aos investidores. A ideia é que essa fatia que próxima de 45%. Além da venda de ações ordinárias, a Eletrobras poderá fazer oferta secundária de ações, que estejam nas mãos da União ou de empresa por ela controlada, direta ou indiretamente, como forma de diluir a participação na estatal. O relator da MP, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), manteve a obrigação da construção de usinas térmicas a gás natural no interior do País e de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), o que encarecerá as contas. A proposta aprovada determina a realização de leilão para que sejam
O texto também prevê um leilão de dois mil megawatts vindos de PCHs, demanda dos governadores do CentroOeste e do Paraná, e a prorrogação dos contratos do Programa de Incentivos às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) por 20 anos.
CPI da Covid: 'Decisão não era minha', diz Pazuello sobre intervenção federal em Manaus ©AGÊNCIA SENADO
Na terça, Pazuello a rmou que só cou sabendo da falta de oxigênio que levou a colapso de saúde em Manaus (AM) no dia 10 de janeiro. O ex-ministro foi confrontado por Eduardo Braga com a informação de que a iminência de falta de oxigênio já estava nos jornais do Estado no dia 6 de janeiro. "É uma informação que todos que lidam com saúde deveriam saber", disse Braga. Pazuello a rmou que o ministério é "abastecido pelas informações das secretarias de Saúde dos Estados e municípios" e que "no plano de c ont i ngê n c i a qu e re c e b e m o s d a s e c re t a r i a , n ã o h av i a m e n ç ã o a oxigênio". No entanto, um documento de 4 de janeiro produzido pelo Ministério da Saúde e com o nome de Pazuello a rma que "há possibilidade iminente de colapso do sistema de saúde, em 10 dias", segundo uma reportagem da Agência Pública. Confrontado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) com um documento do ministério, do dia 7, que falava de uma conversa entre o ministro e o secretário de saúde do AM em que teria acontecido menção à falta de oxigênio. Pazuello disse que a conversa por telefone não teve menção à falta de oxigênio. Pazuello também foi questionado por Braga por que, se o governo considerou que a secretaria de Saúde do Estado não agiu corretamente, não foi decretada uma intervenção federal na Saúde do Estado — como pediu Braga, que é
AJUFE
"As versões das pessoas podem não concordar com as versões que estou apresentando. Mas meu compromisso de dizer a verdade está muito além da CPI", a rmou Pazuello ao início do segundo dia de depoimento à CPI. Para os senadores opositores ao governo, as respostas do ex-ministro na terça não corresponderam aos fatos conhecidos e relatados por outras testemunhas na CPI. "O depoimento do ministro Pazuello foi verdadeiramente sofrível. Infelizmente, ele mentiu muito", criticou o senador Renan Calheiros (MDB/AL), relator da CPI, em entrevista coletiva na noite de quarta. Pazuello a rmou que concorda com a importância do uso de máscaras e o distanciamento social. Questionado então pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) por que foi fotografado sem máscaras em um shopping, Pazuello a rmou que sua máscara tinha cado inutilizada no carro e que ele andou por apenas oito metros sem máscara, até conseguir comprar uma nova.
senador pelo Amazonas. "Essa decisão não era minha. (Seu pedido) foi levado à uma reunião de ministros e foi decidido que não haveria intervenção", a rmou. "O presidente da República estava nesta reunião. Essa decisão foi tomada nessa reunião", disse.
Ricardo Salles é alvo de operação da Polícia Federal que apura contrabando de madeira brasileira STF determina dez afastamentos no Ibama e no Ministério do Meio Ambiente. Após quedas de Eduardo Pazuello e Ernesto Araújo, intensificase pressão sobre Salles, bastião ideológico do Governo Bolsonaro O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, um dos principais bastiões
©REPRODUÇÃO/TWITTER RICARDO SALLES
“O ruim no Brasil e efetivo fator do atraso, é o modo de ordenação da sociedade, estruturada contra os interesses da população, desde sempre sangrada para servir a desígnios alheios e opostos aos seus…O que houve e há é uma minoria dominante, espantosamente eficaz na formulação e manutenção de seu próprio projeto de prosperidade, sempre pronta a esmagar qualquer ameaça de reforma da ordem social vigente”, Darcy Ribeiro
ideológicos do governo Bolsonaro, foi alvo na manhã de quarta-feira (19) de uma operação da Polícia Federal que apura os crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando por meio da exportação ilegal de madeira. Segundo a PF, os crimes teriam sido praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro. Dez funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério do Meio Ambiente foram afastados, entre eles o presidente do Ibama, Eduardo Bim. Os 35 mandados de busca e apreensão da Operação Akuanduba foram cumpridos no Distrito Federal, em São Paulo e no Pará por 160 policiais. Além das bus cas, apre ens õ es e afastamentos, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deter minou “a susp ens ão imediata da aplicação do Despacho nº. 7036900/2020/GAB/IBAMA”, editado no ano p ass a d o, qu e p e r m it i a a exportação de produtos orestais sem a necessidade da emissão de autorizações. Moraes, que retirou o sigilo de sua decisão horas depois da de agração da operação, também determinou a quebra de sigilos bancário e scal de Salles, entre outros investigados. A decisão do ministro leva em conta a alegação da PF de que “os depoimentos, os documentos e os dados coligidos sinalizam, em tese, para a existência de grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos orestais”. As investigações teriam deixado “evidente que o interesse privado de alguns poucos empresários, reincidentes na prática de infrações ambientais como demonstraremos mais adiante, foi colocado à frente do interesse público”. “A situação que se apresenta é de grave esquema criminoso de caráter transnacional. Esta empreitada c r i m i n o s a n ã o ap e n a s re a l i z a o patrocínio do interesse privado de madeireiros e exportadores em prejuízo do interesse público, notadamente através da legalização e de forma retroativa de milhares de carregamentos de produtos orestais exportados em dissonância com as normas ambientais vigentes entre os anos de 2019 e 2020 mas, t amb ém, tem cr iado s ér ios obstáculos à ação scalizatória do Poder Público no trato das questões ambientais com inegáveis prejuízos a toda a sociedade”, alega a PF, em trecho reproduzido na decisão de Moraes. D e a c o rd o c o m o s a g e nt e s , a s investigações começaram em janeiro passado, “a partir de informações obtidas
junto a autor idades est rangeiras noticiando possível desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação de madeira”. A operação foi celebrada pelo delegado Alexandre Saraiva, demitido em abril do cargo de superintendente da Polícia Federal do Amazonas, um dia depois de apresentar notícia-crime contra o ministro Ricardo Salles ao STF, por supostas interferências indevidas no trabalho da Polícia Federal e pela alegada defesa de madeireiros agrados ao desmatar na Amazônia. “Salmo 96:12: 'Regozijem-se os campos e tudo o que neles há! Cantem de alegria todas as árvores da oresta'.”, publicou o delegado em seu per l no Twitter, para em seguida exibir o desenho de uma moto com a inscrição “Eu te disse, eu te disse!!”. Para além de suas consequências jurídicas e criminais, a operação desta quarta eleva a pressão sobre um Governo já acossado quase que diariamente numa CPI pela exposição de seus tropeços durante o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. E por uma nova investigação de possíveis desvios ocorridos no Ministério da Saúde na terça-feira (18), o Jornal Nacional revelou que a Advocacia-Geral da União pediu investigação sobre duas dispensas de licitação assinadas durante a gestão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, um dia antes de ele ser inquirido diante da CPI da Pandemia. Após a queda de Pazuello, o mais el dos ministros da Saúde de Jair Bolsonaro, e do exchanceler Ernesto Araújo, outro esteio do Governo derrubado e pressionado pelos parlamentares na terça-feira, agora é e a vez de Salles, que no domingo discursava ao lado do presidente diante de uma plateia de apoiadores do setor agrário em Brasília. Em uma reunião que se tornou pública no nal de maio do ano passado, Salles a r mava ao presidente e demais ministros que a pandemia do coronavírus era uma “oportunidade” para “ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simpli cando normas [ambientais] (...) de baciada”. Suas palavras naquela reunião estão relatadas no pedido de autorização ao STF para a operação. Um ano depois, ele é alvo de uma investigação nomeada a partir da mitologia dos índios Araras, do Estado do Pará. Como a PF fez questão em destacar em sua nota informativa sobre as investigações, Akuanduba é uma divindade indígena que protege a oresta: “Segundo a lenda, se alguém cometesse algum excesso, contrariando as normas, a divindade fazia soar uma pequena auta, restabelecendo a ordem”.
Eduardo Leite 'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES
6 TECNOLOGIA
20 A 27 DE MAIO/2021
Supercomputador revela por que vento solar continua a mais de 100.000 graus quando chega à Terra
Transporte em cápsula idealizado por Elon Musk pode chegar ao Brasil Batizado de Hyperloop, transporte em formato de cápsula se movimenta por propulsão magnética e pode chegar a 1200 km/h ©DIVULGAÇÃO/HYPERLOOP
©ESA/ATG MEDIALAB
Uma equipe de cientistas usou s i m u l a ç õ e s p o r supercomputador da Universidade de Leicester, Reino Unido, para resolver o mistério da altíssima temperatura das ejeções de massa coronal do Sol ao chegarem à Terra. O gás expelido constitui parte do vento solar e, quando atinge o campo magnético terrestre, pode causar tempestades geomagnéticas. Quando esta corrente de partículas carregadas chega ao campo magnético de nosso planeta, a sua temperatura alcança entre 100.000 e 200.000 graus centígrados, dez vezes mais do que o esperado. Um novo estudo publicado na revista Journal of Plasma Physics, baseado nestas simulações, sugere que o vento solar permanece quente por mais tempo devido à reconexão magnética em pequena escala, que é formada na turbulência do vento solar.
Este fenômeno ocorre quando duas linhas opostas do campo magnético são rompidas e reconectadas entre si, liberando enormes quantidades de energia. "A reconexão magnética é
"Utilizando a potência dos supercomputadores, pudemos abordar este problema como nunca. Os eventos de reconexão magnética que observamos na simulação são tão complicados e
produzida de forma quase espontânea e constante no turbulento vento solar. Este tipo de reconexão é produzido apenas em uma área de centenas de quilômetros, que é realmente pequena em comparação com as vastas dimensões do espaço", a rmou o autor principal do estudo, Jeffersson Agudelo.
assimétricos que seguimos analisando", adicionou. Agora, a equipe pretende comparar as simulações com dados reais da sonda Solar Orbiter, projetada para pesquisar as origens e as causas do vento solar, bem como estudar o funcionamento do Sol.
Samsung mostra novas telas flexíveis ©SAMSUNG DISPLAY/DIVULGAÇÃO
Após revelar uma prévia no evento Display Week, a Samsung Display publicou um vídeo sobre a próxima geração de telas exíveis OLED. Em especial, é possível ter uma visão mais aprofundada das possíveis aplicações da tecnologia. Sem dúvidas, o projeto mais surpreendente é a tela S-Fold com dois pontos de dobra. Quando totalmente estendida, ela se transforma em um display de 7,2” que pode exibir até três aplicativos diferentes lado a lado. Como visto no vídeo, uma dobra simples reduz o tamanho
do dispositivo o su ciente para caber no bolso de uma jaqueta. Entretanto, ele s e torna signi cativamente mais grosso quando é completamente dobrado. Outra novidade apresentada no promocional é a tela da Samsung para notebooks com uma câmera sob o painel. Prestes a chegar aos smartphones, o recurso pode renovar o visual dos modelos ultrabooks permitindo acabamentos com bordas mais nas. A fabricante sul-coreana também revelou um conceito de
laptop/tablet com tela dobrável de 17” semelhante ao Surface Neo da Microso. Compacto e elegante, ele é exposto como uma máquina versátil que prioriza a produtividade dos usuários. Por m, o vídeo promocional d a S a m s u n g ap r e s e nt a o s displays enroláveis para smartphones em ação. Por exemplo, é possível expandir a tela e abr ir uma ab a p ara visualizar as noti cações. Curvo de ambos os lados, o modelo pode enviar conteúdos para outros monitores da marca com um simples toque. Uma ferramenta que vai ajudar a promover uma excelente integração entre os dispositivos. Embora a Samsung não tenha revelado quando essas inovações estarão disponíveis, o teaser é uma excelente amostra do que poderemos ver em um futuro ainda distante.
Um transporte em formato de cápsula que se movimenta por propulsão magnética, locomove pessoas e mercadorias a até 1.200 km/h e utiliza energia renovável. Essa ideia futurista pode se tornar realidade no Brasil graças à empresa Hyperloop Transportation Technologies, que desenvolve e licencia o hyperloop — tecnologia de mobilidade urbana criada pelo empresário Elon Musk, da Tesla. Parecido com um avião sem asas e turbinas, o hyperloop tem capacidade para até 50 passageiros e funciona em um ambiente de baixa pressão, o que permite que ele opere em alta velocidade com quase zero atrito. No Brasil, já há um estudo de viabilidade em andamento em parceria com o governo do Estado do Rio Grande do Sul e a
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A rota ligaria a capital do estado, Porto Alegre, à Serra Gaúcha. A iniciativa conta com o apoio da UFRGS que irá realizar a análise das condições ambientais, socioeconômicas e de retorno nanceiro do investimento para a localidade. A HyperloopTT ainda rmou parceria com a Eletrobras, maior empresa brasileira de geração e transmissão de energia, para identi car possibilidades de construção da infraestrutura. Além do Brasil, a HyperloopTT já rmou acordo com dez governos ao redor do mundo. Em Toulouse, na França, os testes já estão sendo re a l i z a d o s , s e nd o a ú n i c a empresa do ramo a já realizar experimentos e a implementar
um guia de segurança público do Hyperloop, que regula e detalha como é o sistema em questão. O primeiro protótipo comercial será lançado em 2023, nos Emirados Árabes, e funcionará inicialmente como um centro de experiência onde as pessoas poderão conhecer a tecnologia e posteriormente irá operar uma rota de forma de nitiva. Única empresa do ramo que tem escalabilidade e capacidade de transportar passageiros e cargas, a HyperloopTT quer integrar o Brasil à corrida mundial pela inovação nos modais, que precisam focar cada vez mais na experiência do u s u á r i o, n a e x p a n s ã o d a s fronteiras das grandes cidades e n a p r o m o ç ã o d o desenvolvimento sustentável.
Michelin lança “pneus especiais” para carros elétricos ©MICHELIN/DIVULGAÇÃO
A Michelin lançou recentemente dois tipos exclusivos de pneus na China, feitos especi camente para veículos elétricos (EVs). Os novos produtos pretendem mostrar a “preocupação da marca com os consumidores chineses e a estratégia de desenvolvimento da empresa”, de acordo com comunicado à imprensa. Mas, para começar, por que os EVs precisam de pneus especiais? Bem, tudo se resume ao peso. Veículos elétricos geralmente pesam mais do que os movidos à combustão, o que signi ca que eles gastam os pneus muito mais rápido. Além disso, aros de borracha comuns reduzirão o alcance dos carros, e nt ã o h á mu i t o a g a n h a r evitando que isso aconteça. A Michelin pretende resolver exatamente esses problemas com as linhas “e.PRIMACY” e “Pilot Sport EV”, projetadas com “foco total em carros elétricos esportivos de alto desempenho”, de acordo com a marca. Os pneus da “e.PRIMACY” foram feitos para veículos movidos a
combustível e a bateria. Graças à “resistência de baixo rolamento”, o carro elétrico pode aumentar o alcance em aproximadamente 7% — segundo a marca, cerca de 30 km para um veículo de 400 km. A grande novidade, no entanto, são os produtos do segmento “Pilot Sport”, que atendem especi camente às necessidades dos carros esportivos elétricos. Segundo a Michelin, os pneus oferecem ótima aderência em estradas secas e molhadas, levando em consideração as características de maior peso e distribuição de peso associadas aos EVS. Os pneus também foram projetados para ter 20% menos ruído na estrada, graças a uma
espuma de poliuretano desenvolvida sob medida que abafa os sons. Esse é um atributo que chama a atenção, visto que os aros de borracha costumam ser a parte mais barulhenta dos veículos elétricos — e algo que proprietários de EVs reclamam bastante. E mais: a Michelin garante que os pneus “Pilot Sport EV” são resistentes aos desgastes ocasionados pelas “forças de aceleração”, ao mesmo tempo que oferece uma rijeza ao rolamento, aument ando o alcance em até 60 km. Ainda de acordo a marca, tanto os pneus da “e.PRIMACy” quanto os da linha “Pilot Sport EV” serão lançados na América do Norte e na Europa até o m de 2021.
CIÊNCIA 7
20 A 27 DE MAIO/2021
Arqueólogos encontram dinossauro de 82 milhões de anos nos Estados Unidos
Fósseis de nova espécie de lagarto marinho gigante são encontrados no Marrocos ©UNIVERSIDADE DE BATH/ANDREY ATUCHIN
©SERGEY KRASOVSKY
Um grupo de arqueólogos de diferentes universidades e museus dos Estados Unidos descobriu uma nova espécie de dinossauro de chifres que viveu há 82 milhões de anos. Esta espécie é uma das mais antigas de ceratopsídeos, que é como são chamados os dinossauros com chifres, babados e faces em bico, a ser catalogada. A descoberta foi publicada na revista de paleontologia alemã Paläontologische Zeitschri (PalZ) e a nova espécie foi batizada como Menefeeceratops s e a l e y i. D e a c ord o c om o Phys.org, ela adiciona informações importantes para a compreensão sobre a evolução dos ceratopsídeos. Os Menefeeceratops são da subfamília centrosaurina, mas não só isso, eles são os membros mais antigos já catalogados dessa família. Por conta disso, seus restos oferecem uma imagem mais clara sobre o caminho evolutivo de seu grupo até a sua
extinção, no período Cretáceo. “Houve um aumento notável em nosso conhecimento da diversidade de ceratopsídeos nas últimas duas décadas”, declarou o especialista em dinossauros com chifres da Universidade da Pennsylvania, Peter Dodson. “Mu i t o d i s s o r e s u l t o u d e descobertas mais ao norte, de Utah a Alberta (cidades ao norte d o s E s t a d o s U n i d o s ) ”, complementa. “É particularmente empolgante que essa descoberta até agora ao sul seja signi cativamente mais antiga do que qualquer descoberta ante r i or d e c e r atop s í d e o”, prossegue Dodson. “Ela ressalta
a importância da fauna de dinossauros Menefee para a compreensão da evolução das f au n a s d e d i n o s s au ro s d o Cretáceo Superior em todo o oeste da América do Norte”, conclui. A descoberta original do Menefeeceratops foi realizada originalmente há 25 anos, em 1996, por Paul Sealey, um pesquisador associado do Museu de História Natural e Ciência do Novo México, em uma área de formação rochosa conhecida como Menefee, daí o nome dado à espécie. Inicialmente, ele foi catalogado como uma espécie já conhecida de ceratopsídeo. Posteriormente, com base em novas investigações, os pesquisadores determinaram que esses fósseis pertenciam a uma nova espécie. O Menefeeceratops sealeyi é um ancestral do conhecido dinossauro com chifres Triceratops, com a diferença no tamanho. Enquanto a nova espécie media no máximo 4,5 metros de altura, enquanto o parente famoso podia chegar a mais de nove metros.
Segredos de sacrifícios humanos realizados pelos incas são revelados
Em um estudo, recentemente publicado na revista Cretaceous Research, uma equipe de pesquisadores revelou as características de uma nova espécie de mosassauros (lagartos marinhos extintos) descoberta no Marrocos. Ao todo, foram e n c o nt r a d o s d o i s c r â n i o s completos e mandíbulas, su cientes para determinar que se tratavam de fósseis de uma nov a e sp é c i e d e nom i n a d a Pluridens serpentis. De acordo com os cientistas, a espécie viveu durante o período Cretáceo e estava " orescendo" do ponto de vista evolutivo quando foi aniquilada junto à maioria das espécies da Terra, pelo impacto de um colossal asteroide há 66 milhões de anos. "A diversidade destes fósseis é assombrosa. Os mosassauros estavam alcançando seu ponto máximo quando foi extinguido [...]. Não encontramos nenhuma evidência de que este grupo estava tendo problemas. Do ponto de vista evolutivo, estavam tendo êxito, porém, não estavam preparados para um asteroide", a rmou Nick Longrich, paleontólogo do Centro Milner para Evolução da Universidade
de Bath, no Reino Unido. O Pluridens serpentis tinha mandíbulas largas e a adas com diversos dentes pequenos em forma de gancho para agarrar presas pequenas como peixes e lulas. Além disso, a espécie tinha olhos pequenos, sugerindo que dispunham de uma visão ruim. No entanto, seu focinho contava com diversas aberturas para os nervos, indicando uma possível capacidade de caçar ao detectar os movimentos da água e das mudanças de pressão. Uma excelente ilustração do recém-descoberto Pluridens serpentis (muitos dentes) por Andrey Atuchin. O Pluridens serpentis foi descrito pelo Dr.
Curiosa espécie marítima surge nas praias de Maceió Conhecidos como dragões-azuis, os animais não apresentam nenhuma ameaça, mas surpreendem com sua aparência ©SYLKE ROHRLACH/CREATIVE COMMONS/WIKIMEDIA COMMONS
©PIXABAY/LOGGAWIGGLER
FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
Uma equipe internacional de arqueólogos revelou alguns dos segredos de sacrifícios humanos que, há mais de 500 anos, realizavam os incas em suas cerimônias religiosas, segundo novo estudo. Publicado na revista Archaeological and Anthropological Sciences, o estudo determina que, para os rituais do "Capacocha", um dos mais importantes no Império Inca, os sacerdotes ofereciam aos vulcões Ampato e Pichu-Pichu, na região peruana de Arequipa, crianças e adolescentes bem desenvolvidos, que se destacavam por sua beleza e pureza. S endo assim, as crianças "escolhidas" eram preparadas desde o nascimento, recebendo uma criação e alimentação especial e, para o momento da entrega aos deuses, deviam consumir misturas que faziam
com que eles entrassem em transe. Os incas acreditavam que oferecendo este tipo de sacrifício humano, em troca as divindades concederiam bênçãos e prosperidade para seu povo. Para realizar o estudo, os cientistas analisaram os restos de cinco pessoas, encontrados em áreas cerimoniais a mais de cinco mil metros de altura, no topo de Ampato e Pichu-Pichu. As análises destes restos congelados e parcialmente mumi cados BOB BEHNKEN
determinaram que correspondiam a menores entre três e sete anos de idade, em sua maioria garotas. A equipe também concluiu que as vítimas destes sacrifícios ocupavam posições privilegiadas e faziam parte de classes sociais altas, visto que estavam bem alimentadas e tinham uma taxa de crescimento adequada, em comparação a outros com taxa de crescimento menor e de classes sociais mais baixas.
Nick Londrich enquanto o gênero foi nomeado por Lingham Soliar em 1998. Três espécies são conhecidas, enquanto o Pluridens serpentis foi descoberto no Marrocos. "Em geral, quando os animais desenvolvem olhos pequenos, é porque dependem mais de outros sentidos [...]. O fato de a espécie ter tantos nervos no focinho pode signi car que usava mudanças na pressão da água para detectar animais em condições de pouca luz, seja à noite ou em águas profundas e escuras", explicou. Além disso, o especialista explicou que a espécie provavelmente usava sua língua para caçar, assim como as serpentes.
Durante o último nal de semana, banhistas de diversas praias de Maceió, em Alagoas, s e s u r pre e n d e r am c om o surgimento de um intrigante animal nas areias da região. Segundo o site Alagoas 24 horas, tratam-se dos chamados dragões-azuis. Donos de uma aparência exótica, os Glaucus atlanticus são lesmas marinhas primas dos caracóis e chegam aos três centímetros de comprimento. Segundo Cláudio Sampaio, professor da Universidade Federal de Alagoas, os dragõesazuis, cujo nome remete à sua coloração, são absolutamente inofensivos. De acordo com o especialista, a espécie pode ter aparecido nas
orlas de Maceió por culpa dos ventos registrados na região durante essa parte do ano. Ass i m c om o a s c ar ave l a s encontradas nas praias no
mesmo período, os dragõesazuis vivem em águas oceânicas e provavelmente foram arrastados até a areia. Por m, Cláudio pede que os banhistas lmem ou fotografem os animais, a m de enviar as imagens para a universidade. Dessa forma, os cientistas poderão analisar o comportamento da espécie mais de perto. Quanto às caravelas, uma espécie de águaviva que pode causar queimaduras de 3º grau, o ideal é manter distância do animal.
PRECISÃO
Contabilidade (27) 3228-4068
8 BEM-ESTAR
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Mangarataia A mangarataia é uma das plantas mais utilizadas na medicina tradicional amazônica
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665
Omelete de espinafre
©DIVULGAÇÃO ©GUIA DA COZINHA
Uma das plantas mais utilizadas na medicina tradicional amazônica, a mangarataia é uma erva rizomatosa de até um metro de altura, amarela ou alaranjada i n t e r n a m e n t e . Ta m b é m é conhecida como gengibreamarelo (Curcuma longa). Curcuma longa é originária das orestas tropicais da Índia. No Brasil, onde foi introduzida ainda no período imperial, é frequentemente confundida com o açafrão, embora sejam taxonomicamente distintas. Segundo a crença popular, é usada para colorir laticínios, bebidas e mostarda, em cozidos, sopas, ensopados, molhos, peixes, pratos à base de feijão,
receitas com ovos, maioneses, massas, frango, batatas, couveor e até pães. Deve ser dissolvida em um caldo quente antes de ser incorporada a uma receita. É ingrediente essencial para acentuar o sabor e dar cor a mu it o s pr at o s d a c o z i n h a indiana, principalmente, o arroz. Seu nome provém do sânscrito cuncuma, através do árabe curcum, ou do hebraico carcom. A palavra turmérico, por sua vez, tem seu primeiro registro no século XVI, oriunda do latim, terra meritare, ou "mérito da terra" (de acordo com o livro P l a nt a s d e A- Z , d e Pau l a Ne g r a e s , e d it a d o p or B E I Comunicações).
Tê m s i d o e s t u d a d o s o s possíveis benefícios do consumo da cúrcuma para prevenção e tratamento do mal de Alzheimer. Suspeita-se que seja mais e caz se associado à vitamina D3. A vitamina D pode ser obtida pelo organismo tanto após exposição ao sol quanto por suplementos de vitamina D3, ou por uma combinação de ambos. Os benefícios do açafrão-daterra seriam decorrentes da ação anti-in amatória e antioxidante, pela remoção das placas no cérebro, características do mal de Alzheimer. A ação bené ca da planta poderia contribuir para o tratamento do câncer e das doenças do coração.
E
stá em dúvida do que preparar para o almoço ou jantar? Não se desespere! Veja esta opção prática, nutritiva e saborosa ideal para você! Faça ainda hoje a omelete de espinafre servida com requeijão cremoso e surpreenda-se com essa combinação diferente e muito deliciosa!
A corrida é para todos e todas. Então, se você está um pouco acima do seu peso ideal, não tenha medo de começar a se exercitar! ©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE
A corrida é uma atividade física ótima para quem quer perder
peso e eliminar algumas gordurinhas. Por outro lado,
quem está um pouco gordinha ou gordinho pode car um
restante da manteiga e leve ao fogo médio. Frite a mistura de ovos até dourar dos dois lados. Espalhe o recheio de espinafre e dobre ao meio. Se desejar, sirva com requeijão cremoso. Fonte: Terra
Ingredientes 1 colher (sopa) de manteiga 2 colheres (sopa) de cebola picada 1 xícara (chá) de espinafre picado 2 colheres (sopa) de requeijão cremoso Sal e pimenta-do-reino a gosto 3 ovos Modo de preparo Em uma panela, em fogo mé dio, der ret a met ade da
O treino de corrida certo para quem está acima do peso
manteiga e refogue a cebola até murchar. Junte o espinafre e refogue por três minutos. Junte o requeijão, o sal, a pimenta e reserve. Bata os ovos com sal e pimenta. Unte uma frigideira antiaderente média com o
pouco receoso na hora de começar a praticar. Mas não é preciso! Segundo o estudo do pesquisador Steven Blair, da Universidade da Carolina do Sul (EUA), 40% dos obesos t i n ham t a x as nor mais d e colesterol e press ão. "Ter porcentagem de gordura mais alta não signi ca necessariamente que você corre mais riscos cardiovasculares. Independentemente disso, claro, é preciso fazer exames periódicos. Um teste ergoespirométrico é fundamental para indicar se o coração e os pulmões estão bem, mostrar as taxas do metabolismo e os limiares seguros de treino", orienta a e du c a d or a f í s i c a a b at a Giavoni.
(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020
Com exames em ordem, você está liberada para comprar um tênis próprio para o esporte e partir para o planejamento das sessões. Segure a empolgação inicial e respeite os dias de descanso previstos na planilha. No início, as gordinhas devem intercalar caminhadas rápidas com caminhadas lentas e, progressivamente, introduzir corrida com intervalo maior de caminhada, até correr o tempo todo. Mais que intensidade, no início é preciso ganhar volume de treino. Outra opção é o deep running. A corrida dentro da água oferece mais resistência. Assim, você ganhará condicionamento sem o impacto da corrida no asfalto", indica a ex-atleta olímpica e treinadora Carla Moreno. No começo, é importante
escolher trechos planos na hora de traçar a rota. Se possível, invista na musculação para fortalecer músculos e preservar os joelhos de lesão. Isso vai garantir que você possa traçar objetivos cada vez mais ambiciosos. Um elemento importante para garantir conforto são as roupas. Deixe de lado as camisetas de algodão e invista em marcas com tecnologia para rápida evaporação do suor e a minimização de atritos. Aposte também em produtos para evitar assaduras, como o óleo de amêndoa, e aplique-os na área do top e da virilha, que costumam car machucados. Atu a l m e nt e , h á pro dut o s especí cos para as corredoras no mercado. E não se esqueça de que você precisa de combustível para uma b o a cor r id a. Porém, aprenda a escolher melhor o que vai ao prato. A nal, nada melhor que calorias de 'boa qualidade'. "Alimentos de baixo índice glicêmico (absorção lenta) liberam açúcar em menor velocidade no sangue e levam a uma menor liberação de insulina. São ricos em bras e dão mais saciedade — caso da batata-doce e da aveia", ensina a nutricionista Paula Crook.
SAÚDE 9
20 A 27 DE MAIO/2021
Excesso de trabalho eleva risco de AVC e doenças cardíacas, diz OMS ©SHUTTERSTOCK
Em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Organização Mundial de Saúde (OMS) realizou um amplo estudo inédito sobre perda de vidas e saúde associada ao trabalho excessivo. Os resultados, que foram publicados na Environment International, revista cientí ca especializada em saúde, e divulgados na segunda-feira (17) no site da OMS, re etem dados de 2016, ano em que foram compiladas as pesquisas. Foram reunidos experimentos que contaram com mais de 839
cardíacos — e mais de 768 mil nas análises sobre derrames. De acordo com esse levantamento, as longas jornadas de trabalho levaram a 745 mil mortes por acidente vascular cerebral (AVC) e doença isquêmica do coração naquele ano, o que representa um aumento de 29% desde 2000. Desse total, 398 mil foram ocasionadas por AVC, o que indica um aumento de 42% entre 2000 e 2016, e 347 mil por doenças cardíacas — um crescimento de 19% no mesmo período. Segundo a análise, as mortes
mil participantes — nas pesquisas sobre problemas
por doenças relacionadas ao trabalho tiveram mais registros
de ocorrência entre o sexo masculino (72% das vítimas foram homens). Em relação à faixa etária, trabalhadores de meia-idade ou mais velhos representam o maior número de casos. A maioria das mortes ocorreu no grupo de pessoas com idades entre 60 e 79 anos, que trabalharam 55 horas ou mais por semana entre seus 45 e 74 anos. Diante desses dados, o estudo conclui que trabalhar 55 ou mais horas por semana está relacionado a um risco estimadamente 35% maior de um acidente vascular cerebral e a 17% mais chances de morrer de doença cardíaca isquêmica, em comparação com 35 a 40 horas laborais por semana. Além disso, o número de pessoas que trabalham muitas
h or a s e s t á au m e nt an d o e , atualmente, giram em torno de 9% da população total em todo o mundo. Essa tendência coloca ainda mais pessoas em risco de invalidez relacionada ao trabalho e morte precoce. Essa análise surge no momento em que a proliferação da covid19 destaca o gerenciamento das horas de trabalho: a pandemia está acelerando processos que poderiam alimentar a tendência de aumento do tempo de trabalho. “A pandemia mudou signi cativamente a maneira como muitas pessoas trabalham”, d i s s e Te d r o s A d h a n o m Ghebreyesus, diretor-geral da OMS ao site da instituição. “O teletrabalho tornou-se norma em muitos setores, muitas vezes confundindo as fronteiras entre casa e trabalho. Além disso,
muitas empresas foram forçadas a reduzir ou encerrar operações para economizar dinheiro, e as pessoas que ainda estão na folha de pagamento acabam trabalhando por mais tempo horas”. O gestor alerta que “nenhum trabalho compensa o risco” de acidente vascular cerebral ou doença cardíaca. “Governos, empregadores e trabalhadores precisam trabalhar juntos para chegar a um acordo sobre limites para proteger a saúde dos trabalhadores”, orienta. Geogra camente, pessoas que vivem nas regiões do Oceano Pací co ocidental e do sudeste asiático foram as mais afetadas. No Japão, há, inclusive, uma palavra especí ca para morte por excesso de trabalho: karoshi. Segundo pesquisa do governo
d o p aís , mais d e 2 0 % d o s japoneses faziam mais de 20 horas extras de trabalho por semana em 2016. Em 2017, o governo do Japão identi cou 236 karoshis, o que motivou o lançamento de uma campanha nacional para tentar convencer os japoneses a trabalharem menos. “É preciso ressaltar que não é bonito car muitas horas no escritório”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo a governadora de Tóquio, Yoriko Koike, que também lançou uma campanha em nível estadual para tentar reverter a tendência, fortemente consolidada na cultura empresarial japonesa. Na China, os óbitos rel a c i ona d o s a e xc e ss o d e trabalho são chamados guolaosi. De acordo com a BBC, são mais de 600 mil guolaosis por ano, num país com 1,4 bilhão de habitantes. “Trabalhar 55 horas ou mais por semana é um sério risco para a saúde”, alerta Maria Neira, diretora do Departamento de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da OMS. “É hora de todos nós, governos, empregadores e funcionários, acordarmos para o fato de que longas horas de trabalho podem levar à morte prematura”.
Nível de serotonina aumenta quando a depressão desaparece, diz estudo ©SHUTTERSTOCK
Os pesquisadores descobriram que os níveis eram em média 10% mais altos após o tratamento de três meses. No total de 17 pacientes, 13 relataram uma melhora em seus sintomas. “Em vez de níveis mais baixos de
Uma das possíveis causas da
depressão é o baixo nível de serotonina no cérebro e muitos antidepressivos agem bloqueando a proteína que transporta a serotonina para longe das células nervosas. Um estudo de imagem cerebral no Karolinska Institutet prova que o nível médio do transportador d e s e rot on i n a au m e nt ou consideravelmente em um grupo de 17 indivíduos que se recuperaram da depressão após a terapia cognitivo-
comportamental. “Nossos resultados sugerem que as mudanças no sistema da serotonina fazem parte da biologia da depressão e que essa mudança está relacionada ao episódio, e não a uma característica estática — um estado em vez de um traço”, disse Johan Lundberg, autor do estudo e p es quis ador do Departamento de Neurociência Clínica, Karolinska Institutet. Isso porque a serotonina é um
neurotransmissor que afeta o h u m o r e a e m o ç ã o. S u a proteína transportadora é considerada um papel crítico na depressão, por bombear a serotonina para longe dos neurônios cerebrais, portanto, regula a quantidade de serotonina ativa no cérebro. Mu it o s ant i d e pre s s i v o s modernos inibem esse transportador, por outro lado, o efeito desses medicamentos pode ser retardado por várias semanas e não surtir efeito
algum. Por isso a necessidade de mais conhecimento sobre as causas biológicas da depressão. No estudo, os cientistas investigaram como o transportador da serotonina muda quando uma pessoa que está deprimida é tratada com sucesso. Para fazer isso, eles mediram os níveis dos transportadores de serotonina em 17 indivíduos com depressão antes e depois de um curso de terapia cognitivocomportamental.
transportador de serotonina quando a depressão foi tratada, descobrimos o oposto — mais transportador após melhora dos sintomas”, disse Jonas Svensson, pesquisador de pósdoutorado no grupo do Dr. Lundberg.
10 Criança hoje, Criança amanhã
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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com
A Violê ncia contra a Mulher e a Criança. Suas diversas formas, cada vez mais naturalizadas — Parte VIII 18 de Maio, Dia de Combate ao Abuso Sexual e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Nossa homenagem e respeito a todas as Crianças e Adolescentes que hoje estão nessa condição desumana ©EDITORIA DE ARTE/G1
V
emblemática. Seu lobby espalhou que ela era para proteger as crianças de disputas entre pais em situação de separação e divórcio. No ent anto, des de s eu nascedouro ela tem outro propósito: proteger o genitor/a que é faltoso ou criminoso. Ela não se interessa pela criança, apesar de ter essa narrativa de proteção a ela. Mas, se assim fosse, não a condenaria à Privação Materna Judicial, executando contra a Mãe a alegada alienação que ela teria cometido contra o pai. Se uma Mãe faz uma denúncia de abuso sexual, de violência doméstica, de negligência, incluindo uso de álcool e drogas durante a convivência com a criança, ou de não pagamento de pensão a l i m e nt ar, e s s a Mã e s e r á enquadrada como “alienadora”. E assim começa uma saga que caminha, rapidamente, para a
perda da guarda e seu afastamento total, passando ela a ser excluída da vida da Criança. É a inversão em toda a sua potência. Quem não conhece de perto pensa que “é só a mãe e a Criança serem ouvidas”, “é só apresentar as provas”, ou “Juiz não tira lho nem de prostituta”, levando assim a suspeita de que a Mãe fez algo de muito grave para perder a guarda. Não fez. Hoje, são milhares de Mães, nem podemos precisar quantas, que perderam a guarda de seus lhos porque zeram uma denúncia contra o genitor. Esta é um aglomerado de Violências diversas movidas à crueldade. Temos Mulheres vítimas de Violência Doméstica, que são espancadas cotidianamente, em ambiência de Violência Psicológica, por vezes, sexual para que experimentem o fundo da
humilhação e, quando reúnem forças para buscar a Justiça, têm as Medidas Protetivas determinadas pela Lei Maria da Penha rasgadas pela outra também justiça, que a obriga a receber seu agressor dentro de casa para que “a criança pense que está tudo bem entre os pais” (sic). Palavras de uma desembargadora de família,
“alienadoras”. É um mundo onde os valores monetários rolam alto. E onde o despreparo e a ignorância da etiologia e do propósito de seu criador, um médico pedó lo, são des con he cidos. Síndrome proposta pelo médico Gardner, que se suicidou em segunda tentativa com estocadas para acertar a aorta, tendo sido salvo
“especialista” em alienação parental. A cadeia alimentar de ouro que se formou em torno dessa lei, é inacreditável. Há advogados, há promotores, há juízes, há psicólogas e assistentes sociais, há “cursos de especialização”, há técnicas de tratamento sendo vendidas c o m o “s o l u ç ã o” p a r a a s
d a p r i m e i r a t e nt at i v a d e overdose de heroína, e que d e fe n d i a , ab e r t am e nt e , a Pedo lia, essa síndrome nunca foi aceita pelas Sociedades Médicas e de Psicologia de vários Países, não constando da Classi cação Internacional das Doenças, por não possuir nenhuma cienti cidade. Mesmo assim, ela é a rmada
por “grandes nomes” como cientí ca. Esta é uma Violência que leva à aniquilação da Criança e da Mulher/Mãe, porque garante ao agressor sua impunidade, basta c o n v e n c e r q u e “e l a é alienadora”. A coisa mais fácil por ter se tornado um dogma jurídico, que leva a outra cadeia alimentar especí ca de operadores de justiça. Se é alienação da mãe, está solucionado, ela é afastada/alienada, (usando o mesmo termo), o segredo de justiça e as ameaças garantem o silêncio dela. O medo, garante o silêncio da Criança, e aquele processo diminui a torre de 150 milhões de processos em curso no nosso País. E ainda, com a promessa de prêmio que pode ser reaberto em caso de novos fatos. Um novo fato tem sido o Feminicídio e o Infanticídio assustadoramente crescentes. Cada processo “solucionado” rende pontos para a carreira, e bônus. É curricular “solucionar” mesmo que seja com o sofrimento e as dores de Crianças. Por que a Justiça e a Sociedade não querem enxergar esta realidade de perversidades e
©GETTY IMAGES
iolência Doméstica Vicária, Violência em Cyberbullying Vicária, Violência Institucional Vicária, têm em comum a ausência da verdadeira autoria, t e m e m c o m u m a desresponsabilização. Além de sofrer a violência, a Criança e/ou a Mulher/Mãe, não são contempladas com a Justiça. E, pela lei de alienação parental, a inversão é estabelecida e passam a ser os culpados, se preciso até o dolo lhes é atribuído. E, ao agressor, o tapete vermelho. A inversão, aliás, tem sido, ampl amente, us ad a como estratégia de defesa de delitos e crimes. São os mesmos termos, o mesmo raciocínio, mas, na c o n t r a m ã o . Um S o s m a exitoso. É lamentável que a verdade, em todos os logradouros sociais, tenha sido tão degradada e igualada à mentira, à fraude. Vivemos uma grave crise Ética. A relativização já foi ultrapassada, é a inversão que é buscada e, tem sido garantida pela exímia manobra da contramão. Evidentemente, essas condutas que se alastraram atingem primeiramente os mais vulneráveis. É na vulnerabilidade que se faz o “laboratório” da conduta, e, a par tir dess e treinamento, av anç a e m out r as s e ar as . So smas, e So smas. A super cialidade pega carona em algum raciocínio lógico, tomando emprestado alguma razoabilidade que é colada em cima da questão real. Ou seja, o ponto em questão é encoberto, em colagem, por manipulação de detalhes que perdem seu real propósito, e se tornam enganosos. A lei de alienação p a re nt a l , p or e x e mp l o, é
barbárie que estamos cometendo com Crianças em sua vulnerabilidade? A quem estamos servindo? Mas é preciso esperançar. Há Justos na Justiça, sim. Eram poucos. Raros. Contudo, esse grupo de justos lúcidos vem aumentando a cada dia. Esperançar é preciso!
COMPORTAMENTO 11
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Hipnoterapeuta / Mentora Gestacional Cel.: (27) 99947-8786 Instagram: @nagelaisa.oficial
De onde vem essa força? Essas ideologias predatórias só constroem muros, impedindo que talentos sejam
sabendo executar uma tarefa ou perito em algum assunto. Tudo é construído, aprendido. Mesmo talentos muito jovens, tiveram a in uência dos pais no aprendizado. Aulas desde muito pequenos, exemplos familiares, estudo e aplicação. Existem sim, pessoas com maior facilidade de aprendizado e, até mesmo aptidão para determinadas coisas, mas isso também é desenvolvido. Pense no lho de um músico ou de uma dançarina. Desde o
sua infância, o contato com essas práticas é muito grande, o que pode desenvolver o dom. Certo é que, talentos aparecem desde a infância. Mas muitas vezes são podados e desincentivados. Quando a criança ouve aquelas frases como 'isso não dá dinheiro', 'isso não é coisa de homem' ou 'isso é coisa de vagabundo', vai criando crenças relacionadas àquilo e deixando de lado seus interesses naturais. Muitos pais estão deixando de criar gênios!
desenvolvidos, trancando a liberdade em paredes de medo, insegurança, tristeza. Futuramente, veremos adultos frustrados, sem motivação, com problemas de aceitação, de autoestima ou até distúrbios emocionais ou mentais. Executando papéis sociais e pro ssionais que não trazem prazer. Priorizando a aparência e não a satisfação. As crenças se manifestam de todas as formas, sejam elas positivas ou negativas. Tudo que
temos contato ou vivenciamos no nosso dia a dia está impregnado por nossas crenças. Quando você vê uma pessoa in uente ou que tem um status nanceiro elevado, qual é o primeiro julgamento que faz dessa pessoa? Você pensa que alguém o favoreceu ou que teve sorte? Pensa logo que é uma pessoa egocêntrica e prepotente? Em algum momento na sua vida, você aprendeu que dinheiro não traz felicidade, que quem tem dinheiro fez 'alguma coisa' pra conseguir, que pessoas ricas são pretenciosas. Isso te afasta da satisfação nanceira, a nal, você não quer ser igual a essas pessoas. Deu um nó na cabeça? Pois é... na realidade sua crença é muito maior que seu desejo consciente, simplesmente porque faz parte do seu sistema emocional. E é por isso que você vive dando com a cara na parede. Não porque quer, mas porque não sabe fazer diferente. Você ainda não aprendeu a calar aquela voz chata que ca te puxando pra baixo, que te i mp e d e d e r e a l i z a r o q u e realmente deseja. Porque ela tá sempre lá, dizendo que você não merece, não é capaz, que não tem
quem te ajude... Tá tudo aí! E se ainda não parou para ouvir, está mais que na hora de mudar! Quando você imagina seus sonhos, aquilo que te emociona, que você faria até de graça, essa verdadeira paixão que você tem... que pensamentos te ocorrem? Que não é bom o su ciente? Que 'fulano' faz tão melhor que você? Que não tem o 'dom'? Essas são as vozes das quais estou falando. Isso foi inserido em sua programação mental e não é sua culpa pensar assim. Mas é sua
que esse dia nunca chegue, porque você mesmo está andando na direção contrária a ele. A hora é agora! Aquelas coisas lá do passado não podem mais exercer domínio sobre sua vida, a não ser que você permita. Você pode ter sucesso no que quiser! Você pode mudar esse comportamento e as crenças que te movem, porque seu cérebro sempre está em constante aprendizado. E você pode desenvolver o dom que desejar. Mas primeiro, precisa parar de
re s p on s a bi l i d a d e , c on s i g o mesmo, de mudar isso! Aliás, é só você que tem a chave dessa algema. Não espere a hora certa, o tempo ideal... pode ser
jogar contra si mesmo e eliminar o que te atrapalha. E aqui, você percebe quem está sendo seu maior inimigo. Vai continuar assim?
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E
ventre materno essa pessoa está recebendo a in uência das habilidades dos pais. E, durante
©PIXABAY
xistem pessoas que nascem com um dom! Será? Ninguém nasce
Como desenvolver amor-próprio e ter uma vida mais feliz? Olhar excessivo para si não é sinônimo do amor saudável. Entenda os caminhos para o autoconhecimento ©GETTY IMAGES
Você busca atingir um estado emocional de felicidade e/ou manter-se feliz, certo? Muitos de nós buscamos o bem-estar, a leveza e a paz emocional. Ao desenvolver autoconhecimento, autoestima e amor-próprio somos capazes de fazer melhores escolhas para nós e para nossas relações. Para de fato compreender m e l h o r, v a m o s i n i c i a r entendendo por meio de re exão mental algumas de nições. Algumas ideias abaixo, dentro do contexto "não é amor-próprio", ajudarão a entender que o olhar excessivo para si não é sinônimo do amor saudável. Egoísmo constante Quando você não consegue p e rc e b e r qu e é p o s s íve l o equilíbrio entre você e as pessoas à sua volta e, com isso, sempre entra em disputa entre atender o que você precisa primeiro e o outro nunca é prioridade. Falta de empatia Quando você não se ama adequadamente não consegue reconhecer a necessidade do outro. Quando vo cê não
por ser quem é, funcionando como uma alavanca para o bemestar emocional. Quando reconhecemos nossas dores, nossas di culdades, pontos fracos e necessidades de crescimento, estamos prontos para construir um caminho de mudança. Reconhecer a si abre portas para reconhecer ao outro. São ferramentas que fortalecem o amor por quem se é.
consegue entender que o outro tem necessidades diferentes da sua, pensa diferente de você e merece o respeito adequado, sem julgamentos. Egocentrismo como padrão de pensamento Quando você se coloca em primeiro lugar sem exceção, sem a c ompre e ns ã o c or re t a d a necessidade do outro, sem olhar harmonioso, sem carinho ao próximo. Narcisismo Quando você se perde nas suas necessidades de baixa relevância (as não essenciais) e atribui como foco a sua importância sem entender o contexto, o outro, o mundo e os fatos. Os outros em primeiro lugar Quando você não atende aos seus desejos mais importantes e compreende os outros como sempre sendo sua prioridade. Quando a preocupação em desagradar gerencia as suas ideias, como o medo da rejeição, a ansiedade em receber críticas e etc.
Como entender e construir o amor-próprio? Respeito Respeitar seus sentimentos, bons e ruins, entender que é normal ter oscilação de humor (você e as outras pessoas), respeitar as diferenças das pessoas à sua volta, entender que quando você compreende a si e reconhece o outro você fortalece o seu próprio amor
Aceitação Aceitar o agora como sendo o mel hor mome nto p ar a te r compreensão do que já foi ( p ass a d o ) e i n i c i ar hoj e a construção do que está por vir (futuro). Aceitar como se está, ainda que não seja como se deseja no futuro. Reconhecer que o passado trouxe você onde está, mas não determina para onde você vai. Aceitar as pessoas como
são, perfeitas e imperfeitas, cheias de experiências e vivências. Aceitar a si mesmo e aos outros sem se martirizar ajuda a construir um amor por si mais forte. Reconhecimento Reconhecer as próprias qualidades, as habilidades, seus conhecimentos e conquistas traz um imenso prazer para a mente. O reconhecimento destes pontos envolve o sentimento de gratidão
Autoconhecimento Conhecer as emoções, o modo como falamos conosco, nossas representações internas de quem somos e o que vivemos em nossas vidas é fundamental para nosso processo de bem-estar individual e coletivo. Saber do que se gosta, d o q u e e s t i mu l a e m o ç õ e s positivas e negativas nos permite fazer escolhas protetoras, tanto para nós quanto para os outros. Ser feliz envolve querer estar onde se está, compartilhando com o outro (quando possível) a vivência, é estar mais próximo do respeito ao nosso processo de a m a d u r e c i m e nt o. S e j a , s e possível, sua constante transformação para ser sua melhor versão!
12 OLHAR DE UMA LENTE
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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Apelidos no trabalho: nomes ofensivos podem levar à condenação por danos morais A ©CLÓVES LOUZADA
condição física de uma mulher foi usada como chacota por seu chefe e colegas de trabalho em um condomínio residencial em Minas Gerais. Mas não cou por isso, chamada de “Jô S oares” e “aleijadinha”, a empregada teve esse assédio moral reconhecido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª Região que de niu pagamento de indenização à requerente a título de dano moral. O advogado especialista e m D i re ito d o Tr ab a l ho, Leonardo Ribeiro, comenta que o caso é um exemplo do que deve ser combatido dentro das organizações. “A Constituição exige que o
empregador zele pela saúde e segurança do meio ambiente de trabalho e isso inclui garantir condições plenas de t r a b a l h o, s a l u b r i d a d e , higiene e conforto aos seus trabalhadores. A situação enfrentada pela requerente mostra um ambiente hostil e degradante. É importante que o trabalhador ao enfrentar situações como essas comunique ao serviço de recursos humanos de sua empresa para que o problema seja registrado e tratado de maneira adequada”, orienta. Em sua decisão, o d e s e mb arg a d or Márc i o F l áv i o S a l e m Vi d i g a l destacou que a autora da ação
“A Constituição exige que o empregador zele pela saúde e segurança do meio ambiente de trabalho e isso inclui garantir condições plenas de trabalho, salubridade, higiene e conforto aos seus trabalhadores” Leonardo Ribeiro
foi vítima de assédio moral organizacional. Ribeiro explica que a prática caracteriza-se por condutas abusivas, realizadas d e m a n e i r a sistemática dentro de uma relação de trabalho. “São práticas que levam ao vexame, humilhação e constrangimento da vítima com a nalidade de que a mesma ou aumente sua produtividade ou peça a demissão de seu cargo”, esclarece.
O jurista explica que as vítimas devem sempre registrar a ocorrência sistemática de apelidos e brincadeiras hostis de superiores ou colegas de trabalho ao setor responsável pela gestão de recursos humanos. “Essa é uma maneira de evitar a judicialização do caso e resolver atritos de forma mais pací ca. No entanto, é preciso avaliar se o problema não foi solucionado de maneira a d e qu a d a , aí é c abível o acionamento do sindicato representativo da classe ou da Justiça do Trabalho. A defesa de sua honra e dignidade é direito do trabalhador e dever do empregador”, naliza.
O que fazer?
Mais de 31 mil licenças de pescadores artesanais são canceladas por causa de irregularidades O prazo para apresentação de recurso administrativo é de dez dias TATI BELING
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou o c a n c e l a m e nt o d e 3 1 . 9 0 3
de Aquicultura e Pesca. A lista das licenças canceladas está disponível na Portaria 166, publicada em edição extra do
meses de análises técnicas dentro do Sistema Informatizado do Registro Geral da Atividade Pesqueira
licenças de pescadores pro ssionais artesanais, após estudos analíticos e auditorias feitas pela equipe da Secretaria
Diário O cial da União. As referidas licenças já haviam sido suspensas anteriormente, em razão de
(SisRGP) que identi caram altos índices de irregularidades e inconsistências nos cadastros. O trabalho utiliza
sistemas inovadores de análises de bancos de dados, regras técnicas e negociais sobre os procedimentos realizados dentro do SisRGP. Dentre as irregularidades e inconsistências identi cadas para o cancelamento estão: licenças iniciais, reinscritas e alteradas sem número de p r o c e s s o a d m i n i s t r at i v o cadastrado; inserções realizadas fora do período de funcionamento aberto do sistema; inserções e alterações realizadas por servidores fora de suas Unidades Federativas, bem como sem dados pertinentes à uma análise completa da licença; entre outros. Os pescadores pro ssionais artesanais terão prazo de dez dias úteis (a partir da entrada em vigor da portaria) para apresentar recurso administrativo na Superintendência Federal de A g r i c u l t u r a , Pe c u á r i a e Abastecimento de seu estado.
Aqueles cujos recursos sejam deferidos terão as licenças devidamente reativadas no SisRGP. A a ç ã o é f r uto d e u ma parceria da Secretaria de A q u i c u l t u r a e Pe s c a d o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com outros órgãos governamentais, como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a Caixa E conômic a Fe dera l, c uj a competência é analisar e conceder o SeguroDesemprego do Pescador
Artesanal (SDPA); Polícia Federal, que auxilia na investigação dos cadastros inseridos indevidamente; D at apre v, qu e ap oi a n a s questões técnicas, sistêmicas e analíticas. Estima-se que tal ação poderá resultar numa economia de aproximadamente R$ 140 milhões anuais aos cofres públicos, considerando o pagamento do SDPA de um s a l ár io-mínimo p or uma média de quatro meses.
BRASIL 13
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A semana em Brasília S e no E
Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes
Rose de Freitas (MDB-ES)
WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO
Rose quer tramitação rápida no Senado de projeto que aumenta punições por feminicídio A senadora Rose de Freitas (MDB-ES) anunciou nesta quarta-feira, 19, que vai negociar a tramitação rápida, no Senado, do projeto de lei aprovado na terça (18) na Câmara que aumenta a pena mínima do crime de feminicídio. AS proposta torna ainda mais rígida a progressão de regime para presos condenados por esse crime. “É uma louvável e oportuna iniciativa. Ao punir com o rigor devido o feminicídio, o projeto de lei pode contribuir para desestimular a violência contra a mulher”, declarou Rose. A senadora, considerada uma das mais ativas parlamentares pelos direitos femininos, é autora de várias propostas em tramitação no Congresso favoráveis à igualdade de gênero. O PL 1568/2019, que vai à votação do Senado, aumenta de 12 para 15 anos a pena mínima por feminicídio, que passa a variar de 15 a 30 anos. Eleva de um terço até a metade a pena se o crime for cometido contra mulher grávida ou com três meses após o parto ou contra menor de 14 anos e maior de 60 anos que tenha vulnerabilidade física ou mental. O projeto de lei altera o Código Penal e a Lei de Execução Penal. Determina, no pedido de progressão a outro regime (semiaberto, por exemplo), o aumento de 50% para 55% de pena cumprida no regime fechado se o condenado por feminicídio for réu primário. O PL 1568/2019 proíbe a saída temporária dos feminicidas.
Governo Federal entrega títulos de propriedade rural no Maranhão ALAN SANTOS
Ministro da Cidadania manifesta apoio a projeto de combate à evasão escolar Deputado federal Felipe Rigoni foi recebido pelo ministro em Brasília O Governo Federal fará a entrega de títulos, nesta sexta-feira (21), a bene ciários da reforma agrária no estado do Maranhão. A cerimônia ocorrerá às 9h20 (horário de Brasília), em Açailândia, com a presença da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e do presidente do Incra, Geraldo Melo Filho. Está prevista a participação do presidente Jair Bolsonaro. JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO
Pazuello nega que o Ministério da Saúde tenha incentivado o uso de
Escolas da Serra recebem Kits Multimídia de alta tecnologia ©SINAL NEWS
As 67 Escolas Municipais de Ensino Fundamental da Serra (EMEFs) contarão, a partir do dia 20 de maio, com Kits Multimídia de alta t e c n o l o g i a . O s equipamentos que estão em f a s e d e d i s t r i bu i ç ã o e instalação, vão ser utilizados em eventos como, formações à distância dos pro ssionais, videoconferências, reuniões, intercâmbio de informações entre as unidades de ensino e muito mais. Cada Kit Multimídia é composto por: 01 Smart TV de 43 polegadas com tela de LED; 01 minicomputador para gerenciamento do sistema; 01 câmera ultra HD 4K com zoom de 5X; 01 teclado sem o com touchpad e 01 suporte móvel. O secretário de Educação da Serra, Alessandro Bermudes explica que os equipamentos foram selecionados com rigoroso critério, para garantir que as unidades de ensino do município contem, daqui para frente, com o que há de mais moderno para execução de trabalhos de forma remota. Ainda cabe destacar que os 67 Kits Multimídia estão con gurados para se conectar à rede de bra ótica da Rede de Ensino Municipal da Serra. Isso signi ca transmissão de qualidade, uma vez que as escolas não dependem de dados móveis de operadoras de internet.
Mães e pais divorciados poderão registrar nomes de solteiros na certidão dos filhos Os senadores aprovaram, nesta quarta-feira (19), o substitutivo do senador Ciro Nogueira (PP-PI) ao projeto de lei que permite a averbação simpli cada para mudar o nome de pai ou mãe no registro de nascimento dos lhos após divórcios (PL 5.591/2019). O texto segue para análise da Câmara. De autoria da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), o projeto modi ca a Lei de Registros Públicos (Lei 6.015, de 1973) e teve como relator o senador Ciro Nogueira (PP-PI), autor do substitutivo. Foram apresentadas oito emendas ao projeto, e cinco delas foram acolhidas, total ou parcialmente no texto do relator, que também fez ajustes na redação. Uma das principais mudanças feitas por Ciro Nogueira assegura ao lho que só tiver o sobrenome de um dos pais, independentemente de prévia autorização judicial, o direito de acrescentar o sobrenome do outro, a qualquer tempo. Ao ler seu relatório, Ciro Nogueira (PP-PI) observou que a
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cloroquina Pressionado por senadores, nesta quarta-feira (19), sobre a promoção do uso de cloroquina no combate à covid-19, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello explicou que o órgão apenas publicou uma "nota informativa", em conformidade com o Conselho Federal de Medicina (CFM), para orientar os médicos. Segundo ele, o documento dizia que, se o pro ssional resolvesse prescrever o medicamento off-label (fora da bula), deveria ter atenção máxima em relação à dosagem de segurança. A nota, de acordo o ex-ministro, não recomendava ou incentivava o uso da substância. Eduardo Pazuello falou por pouco mais de sete horas à CPI da Pandemia até que a reunião fosse suspensa pelo presidente Omar Aziz (PSD-AM), por conta do início da ordem do dia no Plenário, pouco depois das 16h. No intervalo, o ex-ministro teve um mal-estar e Aziz decidiu retomar seu depoimento nesta quinta-feira (20). Ainda sobre a cloroquina, o general defendeu a autonomia dos médicos para avaliar caso a caso a prescrição do medicamento. “O que o Ministério da Saúde fez foi só isso, seguindo o CFM, de uma forma clara, disse que a prescrição é do médico. Isso é o que eu acho, é o que eu penso. Essa calça não veste em mim, eu não acho que se deva distribuir medicamento "a", "b" ou "c" por aí sem prescrição médica. Eu não concordo com isso, e eu não deixei isso e cada vez que eu ouvia alguém falar isso, eu dava no pé: não é para fazer”, declarou. Perguntado pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), se usou cloroquina quando pegou coronavírus, Pazuello disse que usou e usaria qualquer coisa que lhe recomendassem. “Tomei tudo o que qualquer um podia me falar que tinha que tomar, porque, quando você pega a doença, se agarra em qualquer coisa. Se me mandassem tomar água-benta, eu tomava [...] Não tenho restrição nenhuma para dizer: a gente tem uma posição quando está fazendo uma gestão e tem uma posição como ser humano. E, como ser humano, a gente se agarra em qualquer coisa”, a rmou.
pandemia aumentou o número de divórcios no País. Em 2020, foram registrados 43,8 mil processos de divórcios no país, número 15% superior aos casos registrados pelos cartórios em 2019. Segundo explicou Daniella no projeto, a Lei de Investigação de Paternidade (Lei 8.560, de 1992) já permite a averbação de mudança no nome dos pais, em decorrência de casamento, no registro de nascimento da criança. Entretanto, a hipótese inversa — quando os pais se divorciam e querem substituir o nome de casado pelo de solteiro na certidão do lho — não é permitida pela legislação, e só ocorre via judicial. Daniella chama a atenção para os transtornos e inconvenientes causados quando a mãe, por exemplo, acompanhada do lho menor em viagem, precisa apresentar a certidão de casamento para provar que o nome de casada, que não usa mais, identi cava a mesma pessoa que passou a adotar o nome de solteira após a separação.
O deputado federal Felipe Rigoni foi recebido, na terça-feira (18), pelo ministro da Cidadania, João Roma, em Brasília. No encontro, o parlamentar capixaba tratou sobre o projeto Poupança Ensino Médio (PL 54/2021), que cria incentivos para reduzir a evasão escolar no País. Um dos idealizadores da proposta, Rigoni será o relator do texto na Câmara dos Deputados. O ministro João Roma manifestou apoio à iniciativa, que também será discutida com a equipe econômica do governo federal. Segundo Rigoni, a pandemia agravou a evasão escolar e pode afetar a retomada econômica do País no pós-pandemia. “Temos 18 milhões de estudantes há mais de um ano sem aprender nada. Essa defasagem vai levar uma década para ser recuperada”, argumenta. Atualmente, 17,5% dos brasileiros de 16 anos não concluem o Ensino Médio, segundo o estudo “Consequências da Violação do Direito à Educação”, produzido pelo Insper. As cadeiras vazias na sala de aula representam um rombo de 3% no PIB anual, o equivalente a R$ 214 bilhões. Segundo o deputado federal capixaba, a proposta pode reduzir a evasão escolar em um terço no País e segue o exemplo de duas iniciativas bem-sucedidas implantadas no Rio de Janeiro. “A evasão escolar custa caro para o País. É mais barato manter um aluno em sala de aula do que arcar com as perdas geradas no futuro. No campo econômico, há um custo de produtividade histórico para o País. No campo social, estamos falando de mais violência e menos qualidade de vida, consequência da baixa renda e até mesmo da expectativa de vida menor dos jovens em vulnerabilidade social”, argumenta Rigoni. O projeto Poupança Ensino Médio vai oferecer, ao nal de cada ano letivo, um valor para alunos que integram famílias bene ciárias do Bolsa Família. Apenas 40% do dinheiro poderá ser sacado pelo estudante a cada ano. O restante ca guardado para a conclusão do Ensino Médio. Se implementado em 2021 e 2022, o custo do programa será de 1,7 bilhão por ano. “Isso é apenas 5,3% do gasto total do Bolsa Família, que custa cerca de R$ 32 bilhões anuais. É também menos que os R$ 3 bilhões gastos em emendas extras pelo governo federal para obter vitória durante a eleição da Câmara dos Deputados”, lembra Rigoni.
Aélcio Rodrigues Peixoto (Podemos/Fundão-ES) Melhorias em ruas de Praia Grande ©ARQUIVO PESSOAL
O vereador Aélcio Rodrigues Peixoto (Podemos), através da Indicação PMF nº 057/2021, solicitou realização de melhorias das ruas do distrito de Praia Grande enquanto não se iniciam as obras de pavimentação. “Em conversa com Murilo Coutinho, a respeito das Indicações para realização de melhorias nas ruas do Distrito de Praia Grande, o vice-prefeito nos garantiu que a administração do município não tem medido esforços quanto a realizações das melhorias que Praia Grande precisa, e que irá realizar, no próximo mês, um "mutirão" para minimizar os problemas. Já tem bastante material, mistura de terra com escória para execução dos serviços”, informou o vereador.
14 GERAL
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Sofrer por antecipação alimenta ansiedade e faz mal à mente O estresse pode provocar essa tempestade de pensamentos, gerando ansiedade ©GETTY IMAGES
Brasil supera 500 mil unidades consumidoras de energia solar em 2021 Entre essas unidades, 73,6% foram instaladas em residências, aponta a Absolar ©STOCK
Sabe aquela sensação de que tudo vai dar errado? Quem nunca passou por isso e, após uns dias, percebeu que fez tempestade em copo d'água? Sofrer por ante cip aç ão é a liment ar a ansiedade sem mesmo saber o desfecho da situação. "O estresse pode provocar essa tempestade de pensamentos, gerando ansiedade e entrando num ciclo vicioso que pode ser nocivo para a saúde emocional", con rma o psicólogo Fabrício Guimarães, doutor e mestre em psicologia clínica pela Universidade de Brasília (UnB) e membro do Núcleo de Gênero e Psicologia Clínica e Cultura da mesma instituição. Isso ocorre porque os pensamentos são determinados pelos sentimentos, interferindo plenamente em nossas ações. Ao nos sentirmos ameaçados, o organismo tem um mecanismo (físico e emocional) natural para nos proteger e, entre as alterações psicológicas, uma é a de aumentar o uxo de pensamentos. O cérebro dispara vários pensamentos para que, quem sabe, um deles consiga nos tirar da situação de ameaça. Mas, segundo Guimarães, o risco está em acionar esse sistema de forma recorrente. O sofrimento acontece porque esse pensamento geralmente surge baseado em ideias pessimistas e previsões ruins. "Se a pessoa está sempre pensando n o n e g at i v o, e l a a c a b a s e desquali cando e é muito mais f á c i l te r u m a te n d ê n c i a a imaginar que as coisas não vão dar certo, será um fracasso ou não vai ter um bom desempenho", comenta a psicóloga Juliana Vieira, pósdoutoranda em psicologia e docente na Universidade do Vale do Itajaí (Univali). A especialista explica de forma metafórica que nossos pensamentos podem ser um 'leão' ou uma 'cobra'. O primeiro surge, apresenta o problema e o conduz a resolvê-lo. A pessoa consegue estabelecer um
planejamento mesmo que a situação o preocupe. Já o cobra é aquele pensamento que dá o bote e ca repetindo 'você não vai conseguir', 'não vai dar tempo', 'não vai dar certo'. "Ele aparece trazendo evidências fantasiosas de que você pode fracassar", comenta a psicóloga. De acordo com Vieira, sofrer por antecipação não é inerente ao ser humano, mas pode ser aprendido. O problema é que a p ar t i r d o m om e nt o qu e é aprendido e mantido, traz sofrimento. Por isso, é importante modi car a maneira de lidar com ele. "O pensamento vem e o controlamos a partir desse momento: aceitando-o, identi cando o que está incomodando e analisando o que é preciso para resolver aquela situação", ensina a docente. Sempre é importante deixar acontecer e acompanhar o d e s fe c h o p ar a t om ar u m a atitude, antecipando apenas o planejamento e a preparação que podem ajudar a buscar uma solução. Por isso, esse sofrimento pode estar associado à falta de segurança, baixa autoestima e excesso de pessimismo diante dos acontecimentos. "Pessoas mais otimistas e assertivas podem ter mais habilidade para buscar um melhor caminho para o problema, olhando para o futuro sem considerar que ele será catastró co", diz Vieira.
Para Guimarães, temos uma tendência a antecipar coisas que nem vão acontecer ou não estarão sob nosso controle. "É um desperdício de tempo, gerando ansiedade e sofrimento", alerta. O psicólogo diz ainda que os pensamentos em excesso acionam vários me c an is mo s s i ol ó g i c o s e psicológicos que atrapalham a saúde, prejudicando mente e corpo. "A pessoa pode car mais irritada, ter di culdade para dormir, ter alteração no apetite, desenvolver problemas d e r m at o l ó g i c o s e gastrointestinais, pois acaba desregulando o organismo", completa. Portanto, é f und ament a l re aprender a ancorar no aqui agora. Não existe uma chave para desligar os pensamentos, por isso é fundamental buscar artifícios para tranquiliza-lo. "A melhor forma de lidar com os p ens amentos não é tent ar controlá-los, mas deixá-los uir e observá-los", ensina o psicólogo. Técnicas de respiração e meditação são ideias para colocar os pensamentos no lugar certo, assim como manter uma b o a a l i m e nt a ç ã o, pr at i c ar atividade física e um sono regular. Se nada disso funcionar, a psicoterapia pode ajudar a adotar tais mudanças e manter a ansiedade sob controle.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em fevereiro de 2021, o Brasil alcançou a marca de 500 mil unidades consumidoras de e ne rg i a s ol ar fotovolt ai c a distribuída (GD), e a maior parte das instalações (73,6%) encontra-se em residências. A entidade aponta que, entre o total de consumidores, 16,6% são representados por pequenos comércios, seguidos pelo setor rural e pela indústria, com 7% e 2,4%, respectivamente. Com desenvolvimento econômico do buscar não só incentivar a objetivo de responder às 500 mil País, sobretudo agora para geração de empregos e de renda unidades, 400 mil sistemas ajudar na recuperação para a sociedade mas também solares foram instalados. sustentável da economia, já que estimular o uso de fontes de O funcionamento da energia se trata da fonte renovável que energias limpas e renováveis, fotovoltaica ocorre por meio da mais gera emprego e renda no expandindo a e ciência captação da luz solar pelos mundo”, diz Rodolfo Meyer, energética e reduzindo a emissão painéis, sendo convertida em CEO do Portal Solar. de gases do efeito estufa. energia e encaminhada ao As transformações ambientais A energia solar fotovoltaica inversor solar, que transformará e sociais também repercutem vem como uma solução possível a corrente alternada em entre os consumidores. De para algumas práticas adotadas contínua, tornando-a propícia acordo com um estudo realizado pela economia verde porque é p a r a o c o n s u m o . em 2019 pela agência de uma fonte de energia limpa e Diferentemente das p e s qu is a nor te - ame r i c ana su ste nt áve l, qu e re du z o s termelétricas, que utilizam Union+Webster, anunciado pela impactos ambientais e os custos combustíveis fósseis, e das Federação das Indústrias do para os consumidores. A transmissão no canal Digital no YouTube, nesta quarta-feira (07), às(Fiep), 14 horas hidrelétricas, que será devem estar da Sedu Estado do Paraná 87% da Com o impacto causado pela alinhadas aos períodos de população brasileira opta por pandemia, o investimento em chuvas e níveis dos rios, a comprar serviços e produtos de e c on om i a v e rd e p o d e s e r energia solar é renovável e empresas sustentáveis, e 70% dos fundamental no cenário póspossui baixo custo. entrevistados a rmaram que pandêmico, uma vez que as Entre as vantagens da energia não se importam em pagar prospecções dessa conjuntura solar, está a redução de gastos preços maiores por isso. passam a demandar do mercado com as contas de luz. Os sistemas As empresas que demonstram uma maior responsabilidade fotovoltaicos também possuem maior preocupação com o meio social, podendo ser uma boa longa vida útil, demandam ambiente e adotam práticas alternativa para alinhar os pouca manutenção e promovem sustentáveis também são mais negócios com boas práticas a sustentabilidade, visto que não bem-vistas por fornecedores e ambientais. emitem gases poluentes. Apesar funcionários, que passam a Cálculos da Absolar, baseados dos sistemas contarem com um valorizar ainda mais o espaço e em dados o ciais dos órgãos do alto custo inicial, existem oportunidades de trabalho governo, apontam que, para modelos de nanciamento para nestas companhias. cada R$ 1 investido em sistemas energia solar que tornam essa Com o aumento do interesse solares fotovoltaicos de médio e tecnologia mais acessível. das empresas em adotar práticas pequeno portes usados para O conceito de economia verde mais sustentáveis, como a abastecer prédios públicos, foi elaborado em 2008 pelo instalação de sistemas de energia comércios, propriedades rurais, Programa das Nações Unidas s o l a r, s u r g i r a m i n c l u s i v e residências e indústrias, o para o Meio Ambiente (Pnuma) nanciamentos com condições segmento retorna mais de R$ 3 e abarca um modelo que especiais para tornar a em ganhos econômicos, compreende o bem-estar social, tecnologia mais acessível, como elétricos, ambientais e sociais a conservação dos recursos o Meu Financiamento Solar, aos brasileiros. naturais e a redução de riscos solução do banco BV com uma “A energia solar terá função ambientais. A organização plataforma exclusiva do setor. cada vez mais estratégica para o a rma que esse modelo deve atingimento das metas de
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Programa monitora a biodiversidade da costa equatorial amazônica brasileira Projeto estuda um grande sistema de recifes que ocupam a plataforma continental média e externa da região da foz do rio Amazonas ©DIVULGAÇÃO/GREENPEACE BRASIL
para a Região Norte do Brasil, l o go e s s e s re c u r s o s e s u a exploração sustentável dependem do entendimento sobre o funcionamento do GARS e de estratégias efetivas para seu manejo e conservação. "O funcionamento deste esforço interinstitucional consiste na viabilização e realização de expedições cientí cas embarcadas para coleta de dados ecológicos, físicos, biogeoquímicos e de recursos pesqueiros envolvendo o GARS, para a correta compreensão de seu funcionamento e importância. Este processo só é possível por meio do monitoramento de longa O P r o g r a m a d e Pe s q u i s a Ecológica de Longa Duração (PELD) do sistema de recifes mesofóticos da foz do rio Amazonas (GARS) foi um dos contemplados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientí co e Tecnológico (CNPq) na chamada 21/2020. Com uma área potencial de mais de 56 mil km², o GARS é um grande sistema de recifes que ocupam a plataforma continental média e externa da região da foz do rio Amazonas. Coordenado pelo professor Nils Edvin Asp Neto, vinculado ao Instituto de Estudos Costeiros do Campus Bragança da
Universidade Federal do Pará (UFPA), o projeto representa um grande avanço para os estudos cientí cos da região e para o monitoramento ecológico da costa equatorial amazônica brasileira. O projeto visa monitorar a b i o d i v e r s i d a d e e m a mp l o aspecto no sítio do sistema recifal mesofótico da foz do Rio Amazonas, suas relações entre a dinâmica de comunidades e as condições ambientais, bem como os desdobramentos de sua existência e funcionalidade para os recursos pesqueiros da região. O monitoramento ecológico nesta área é fundamental para
que sejam entendidas as variáveis responsáveis pela dinâmica espaço-temporal da biodiversidade marinha, no contexto da transferência e conexão com a oresta amazônica, com os manguezais e com o oceano Atlântico. Estudos sobre a biodiversidade no GARS são estratégicos do ponto de vista biogeográ co, já que a região é uma transição entre duas províncias: o Atlântico Sul Ocidental e o Caribe. A região apresenta recursos pesqueiros abundantes, uma complexa e ampla cadeia produtiva associada e muito relevante socioeconomicamente
duração, em que também são avaliados os eventuais impactos antrópicos e as necessidades de conservação e/ou recuperação. Além das expedições, naturalmente um grande esforço laboratorial será necessário, em que a UFPA desempenhará um papel essencial", explica o professor Nils Asp, coordenador do PELD GARS. A proposta conta com um consórcio de universidades dos três estados que abrangem a área da foz do Rio Amazonas: Pará ( U F PA e U F R A ) , A m a p á (Unifap e Ueap) e Maranhão (UFMA e Uema), além de contar com a parceria estabelecida, expertise e infraestrutura da
USP, UFRJ e UENF, da Região Sudeste, e da UFC, UFRPE e UFPE, do Nordeste. "A equipe do projeto é muito abrangente e altamente quali cada, integrando praticamente todas as universidades da costa norte atuantes na região em aspectos ecológicos e pesqueiros, contando com a parceria dos centros de excelência do Sudeste e centros consolidados do Nordeste. Somente com um esforço interinstitucional, um desa o desta magnitude pode s er enf rent ado", p ontua o coordenador.
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Pesquisadores do MIT desenvolvem escova de cabelo robótica ©REPRODUÇÃO
Quanto tempo se leva para arrumar o cabelo durante o dia? Depende do comprimento, do formato, da textura, de como a pessoa gosta… Mas, e quem, por motivo de saúde ou mobilidade limitada, não consegue realizar a atividade sozinho? Foi pensando nisso que um grupo de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e de Harvard criou uma escova de cabelo robótica. Os integrantes do Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Arti cial (CSAIL), do MIT, e do So Math Lab, de Harvard, criaram o inovador pente combinando uma câmera com feedback de força e controle de loop fechado para se ajustar a diversos tipos de cabelo, do liso 1A ao cacheado 3B. As demonstrações, porém, não exibem nada após os cachos 3B. Os pesquisadores examinaram
os cabelos como hélices duplas de bras macias e desenvolveram um modelo matemático para desembaraçar as madeixas como um ser humano faria, de baixo para cima. Para realizar a tarefa, antes de começar a pentear, a câmera do robô tira uma foto e seleciona uma região que exiba apenas os cabelos. A imagem é convertida em uma escala de cinza e o programa analisa os gradientes x/y da imagem. Quanto mais liso o cabelo, mais bordas ele apresenta na direção x. Já os cacheados são mais uniformemente distribuídos. O programa calcula a proporção entre os lisos e ondulados e usa o número para de nir o limiar de dor. Por exemplo: cabelos cacheados precisam de escovadas menores, pois podem formar mais nós, causando dor caso o pente puxe demais.
Além disso, a escova de cabelo robótica é equipada com sensores que medem as forças exercidas no cabelo e no couro cabeludo, à medida em que é escovado. Eles comparam essa informação a uma linha de base estabelecida por um humano,
que a usou para escovar o próprio cabelo. De acordo com o CSAIL, enfermeiros usam de 18% a 40% do tempo realizando tarefas diretas de cuidado com os pacientes. Robôs de cuidados pessoais, como essa escova de cabelo, ajudariam bastante nas funções desses pro ssionais. Outra opção de uso pensada pelo time de desenvolvedores é a escovação de bras têxteis ou de animais. Testes em humanos com a escova de cabelo robótica ainda estão em andamento. É possível acessar toda a pesquisa direto no Google Docs. Por enquanto, cacheadas ainda precisam que os robôs saibam aplicar cremes para
testar a novidade.
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Mamães chimpanzés são como nós: choram, fazem carinho e reservam um tempo só para elas Novas pesquisas estão revelando mais informações sobre as mães chimpanzés. Esse conhecimento é fundamental para ajudar a conservar as espécies de chimpanzés que estão ameaçadas de extinção ©PERIC GEVAERT/ALAMY
Cuidados com seus lhotes 24 horas o ano todo. Amamentação por até cinco horas por dia. Um relacionamento intenso e duradouro de mais de uma década. Alguém se identi ca? Como as mães humanas, as chimpanzés se empenham muito para que seus lhos se tornem adultos saudáveis. Assim, os chimpanzés chegam, em média, a 40 anos de vida quando criados na natureza. Embora as comunidades de chimpanzés que vivem entre a região de Uganda até a savana da Tanzânia sejam diversas e tenham comportamentos particulares, todos os grupos têm algo em comum: os impressionantes laços entre mães e lhos. Nos ú lt imos anos, novas pesquisas destacaram a maternidade dos chimpanzés e trouxeram a público informações valiosas sobre esses grandes símios que estão ameaçados de extinção. As populações de chimpanzés diminuíram em pelo menos 70% devido à destruição de seu habitat, caça e doenças. Em 1900, havia cerca de um milhão de chimpanzés; hoje, esses números estão entre apenas 172 mil e 300 mil indivíduos. Aprender mais sobre as relações sociais dos chimpanzés pode ser bastante útil para as medidas de proteção aos animais e ajudar os ambientalistas a entender quais são os fatores determinantes para que as comunidades de chimpanzés se desenvolvam como, por exemplo, o tamanho ideal do habitat. Segundo Rachna Reddy, pósdoutoranda na Universidade de Harvard, que há anos observa os chimpanzés na natureza, há alguns aspectos das relações entre os chimpanzés “que são de certa forma indescritíveis, assim como nas relações amorosas entre os humanos”. Conheça algumas descobertas que estão
mudando o que conhecemos sobre as mães chimpanzés e revelando semelhanças entre elas e os humanos. Gerações passadas de primatólogos chegaram a documentar a forte ligação entre mães chimpanzés e seus lhos adultos. Mas um estudo realizado no ano passado revelou que essa relação, além de comovente, é um padrão de comportamento entre os chimpanzés. Reddy e o coautor da pesquisa, Aaron Sandel, passaram três anos observando a interação de 29 adolescentes e jovens adultos do sexo masculino na comunidade de chimpanzés Ngogo, do Parque Nacional Kibale, de Uganda, com outros chimpanzés. Os chimpanzés machos não tinham mais contato com suas mães com a frequência de antes, mas quando as encontravam, afagavam e limpavam os pelos de suas progenitoras por longas horas, provavelmente repetindo comportamentos de quando ainda eram mais jovens. Alguns tinham comportamentos ainda mais íntimos: “Cerca de um terço dos machos adultos são os melhores amigos de suas mães”, a rma Reddy. É provável que esse tipo de relacionamento duradouro entre mãe e lho ocorra entre todos os grupos de chimpanzés. Por outro lado, esse comportamento é bastante incomum entre os mamíferos, pois a maioria dos machos deixa seu grupo de origem quando atinge certa maturidade. Entre os chimpanzés, são as fêmeas que saem para encontrar um novo grupo, talvez por isso os parentes mais próximos de um chimpanzé fêmea sejam seus próprios lhos. E os machos jovens, ainda que não deixem suas comunidades de origem, enfrentam uma transição difícil: adentrar a hierarquia social dos machos
adultos. O estudo também revelou que as mães desempenham um papel crucial nessa transição pela qual os machos jovens devem passar, defendendo seus lhos em con itos contra machos mais velhos e os reconfortando com afagos. Sean Lee, cientista e pósdoutorando na Universidade G e o r g e Wa s h i n g t o n , t e m reconsiderado os conhecimentos clássicos sobre a vida cotidiana dos chimpanzés fêmeas. Por exemplo, por muito tempo os especialistas concordaram que as mães chimpanzés não eram tão sociáveis em suas comunidades porque passavam muito tempo com seus lhos. Mas com a mente aberta e se baseando em conjuntos de dados mais abrangentes, Lee e seus colegas descobriram que as mães chimpanzés passam tempo de qualidade com outros
chimpanzés adultos, assim como seus famosos primos gregários, os bonobos. Lee e seus colegas registraram imagens do comportamento de bonobos amamentando, na República Demo crática do Congo, para um estudo que foi publicado no início deste ano. Os pesquisadores compararam os resultados de sua pesquisa com os dados de outros estudos de décadas passadas relacionados aos chimpanzés do Parque Nacional Gombe Stream, na Tanzânia. Eles observaram quanto tempo cada espécie passava realizando a l g u m a s at i v i d a d e s , c om o alimentação, migração de um lugar para outro, catação e diversão. De fato, as mães chimpanzés passam mais tempo sozinhas com seus lhotes — e m e n o s t e mp o c o m o u t r o s chimpanzés — do que as mães bonobos. Mas as mães
chimpanzés também passavam tanto tempo quanto — ou mais — que as mães bonobos em atividades sociais, como praticar catação e brincar. “Foi exatamente o oposto do que esperávamos”, a rma Lee. As descobertas proporcionadas pela pesquisa mostram que “as mães chimpanzés ainda precisam interagir e passar tempo com outros chimpanzés — e elas fazem isso”. Pesquisas com chimpanzés em cativeiro também trazem algumas resp ostas s obre o comportamento de seus parentes que vivem na natureza. Moni, um dos membros de menor escalão de sua comunidade no Royal Burgers' Zoo, na Holanda, tentou se relacionar com os outros 14 chimpanzés no recinto em que estava, encarando os chimpanzés com quem ela queria se socializar através da catação ou simplesmente puxando os pelos
deles. “Ela realmente não sabia como ser um chimpanzé”, diz Zoë Goldsborough, candidata a doutorado na Universidade de Utrecht, que passou meses obser vando Moni e sua comunidade. Certa manhã, Goldsborough e sua colega, Kayla Kolff, descobriram um recém-nascido morto no recinto e p erceb eram que um dos motivos para que Moni se mantivesse isolada dos outros era a gravidez. Aquela comunidade de chimpanzés cou estranhamente quieta naquele dia. Em vez de evitar Moni, como de costume, naquele dia os chimpanzés se sentaram perto dela, a beijaram e ofereceram os dedos para ela segurar ou colocar na boca. Os pesquisadores já sabiam que os chimpanzés sofrem juntos, mas a experiência de Moni pode ser a primeira evidência documentada de que os chimpanzés — pelo menos quando estão em cativeiro — consolam o indivíduo que sofreu uma perda, diz Goldsborough, autora principal de um estudo recente sobre esse comportamento. Embora a afeição intensa dos outros chimpanzés para com Moni tenha durado apenas algumas horas, a perda que passou pode tê-la ajudado a ganhar posição no grupo: agora ela é uma chimpanzé de médio escalão e tem vários parceiros de catação. Segundo Goldsborough, a consciência sobre a morte era vista como algo que “distanciava os animais dos humanos”, mas a pesquisa mostra que os chimpanzés também têm experiências de sofrimento intenso com as perdas — e essa é apenas uma entre tantas outras emoções que compartilhamos com nossos primos primatas.
Hipocondria não tratada na infância e adolescência pode se tornar crônica Com apenas 11 anos de idade, Ida já tem medo de morrer. Desde que a sua avó veio a óbito há seis meses por causa de um câncer, a menina ca ansiosa ao pensar que também pode ser vítima de um tumor m a l i g n o. E s s e s e nt i m e nt o é acionado quando ela passa em frente a um hospital ou quando vê pessoas que parecem doentes e, por isso, Ida precisa que os pais lhe digam frequentemente que ela está bem. E, mesmo após comparecer a c onsu lt as mé d i c as , a g arot a continua ansiosa. A história de Ida, a rmam pesquisadores, não é incomum. De acordo com um estudo publicado n a re v i s t a Jou r n a l of C h i l d Psychology, sintomas de ansiedade relacionados à saúde são frequentes em crianças e adolescentes — e esse é um problema que merece atenção. “C a s o a a n s i e d a d e s e t or n e excessiva e persistente, ela pode se
desenvolver para uma hipocondria de fato", a rma, em nota, a médica e pesquisadora Charlotte Rask. Realizada pela Universidade Aarhus e pela Universidade de Copenhague, ambas na Dinamarca,
©MICHAL PARZUCHOWSKI/UNSPLASH
a pesquisa analisou 1.278 pessoas em duas fases da vida: 11 e 16 anos. Apesar da maioria das crianças ter apresentado um declínio nos sintomas de hipocondria durante esse período, o estudo identi cou um padrão preocupante entre alguns participantes. Em 1,3% dos casos, os adolescentes apresentaram
problemas persistentes e signi cativos de ansiedade. Além disso, na comparação com a maioria dos indivíduos, esse grupo utilizou de duas a três vezes mais recursos nanceiros em clínicos gerais e médicos especializados. “E ss a d e s c ob e r t a p o d e s e r preocupante, uma vez que esse tipo de comportamento realmente pode perpetuar a hipocondria na medida em que apenas alivia brevemente as inquietações, mas não resolve os problemas de ansiedade”, explica o médico Martin Rimvall, principal autor do artigo. Diante disso, os pesquisadores defendem que a atuação da família é bastante importante. “O papel dos pais no caso de crianças e adolescentes é especial, seja para ajudar a interromper as consultas médicas excessivas, seja para apoiálos”, diz Charlotte Rask. A investigação também revelou
que crianças de 11 anos com alguma doença física têm maior risco de desenvolver hipocondria durante a adolescência. "Uma maior conscientização dos pro ssionais de saúde sobre as consequências psicológicas das doenças físicas em crianças e jovens pode, portanto, nos fornecer um imp or tante p otencial para a prevenção”, observa Rask. Antes da pandemia de covid-19, os especialistas já apontavam a hipocondria como um problema entre crianças e adolescentes. “Agora, existem ainda mais razões para focar na saúde mental dos j ov e n s e , e m p a r t i c u l a r, n a hipocondria”, defende Rimvall. “Há u m a g r an d e n e c e s s i d a d e d e desenvolver mais tratamentos psicológicos especializados, que já existem para adultos com hipocondria”, complementa Rask.