Fatos & Notícias Ed. 254

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Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Ano VIII - Nº 254

24 a 30 de junho/2018 Serra/ES

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fatos & notícias www.facebook.com/jornalfatosenoticias.com.br

FOTO: STEPHEN MCNALLY/UC BERKELEY/DIVULGAÇÃO

Caixa coleta água do ar no deserto Pág. 2

JORGE PACHECO

Tudo sobre os bastidores da política Pág. 5

RAFAELA RANGEL

Boas práticas alimentares como estilo de vida Pág. 8

HAROLDO CORDEIRO FILHO

Direitos humanos violados no município da Serra Pág. 11

JOÃO PAULO DE ALMEIDA

Qual o melhor tratamento, implante ou dente?Pág. 8

FÁBIO BATISTA PINTO

O caos está instaurado na saúde pública no Brasil Pág. 9


2fatosMEIO AMBIENTE & notícias

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Ação humana acelera Caixa revolucionária coleta água do ar no morte de florestas deserto tropicais Estudo internacional com par cipação brasileira, mostra que os riscos corridos pelas florestas tropicais do mundo estão se intensificando em ritmo crescente

Aparelho foi testado com sucesso no deserto do Arizona, EUA FOTO: STEPHEN MCNALLY/UC BERKELEY/DIVULGAÇÃO

A tecnologia para captar água potável a partir das moléculas de água distribuídas na atmosfera já existe há muitos anos, mas aparelhos que sejam pequenos, eficientes e capazes de fazê-lo em grande em escala ainda são um desafio. Por tudo isso, o trabalho do cientista americano Omar Yaghi, professor de química na Universidade da Califórnia, em Berkeley, é um avanço nesse sentido. Ele criou uma caixa que retira água do ar do deserto e funciona apenas com luz solar, sem a necessidade de nenhuma outra fonte de energia. O pesquisador e sua equipe acabaram de testar o aparelho com sucesso no deserto do Arizona. Yaghi é reconhecido internacionalmente por ser p i o n e i r o n o desenvolvimento de um tipo de material com altíssima capacidade de absorção, que foi usado na produção da coletora da água. Entre os diversos prêmios que já recebeu, está o que ganhou neste ano da Fundação BBVA Fronteiras do Conhecimento na categoria Ciências Básicas. O reconhecimento veio por causa de seu trabalho com os chamados Metal Organic Frameworks ( M O F, o u e s t r u t u r a s metalorgânicas), conjuntos de moléculas em que cadeias de átomos de carbono se unem por meio de íons metálicos, formando estruturas. O próprio Yaghi deu um nome a esse campo de pesquisa: "química reticular". Os cientistas podem

funciona como uma estufa. modificar as estruturas Floresta nativa da Mata Atlântica m e t a l o r g â n i c a s p a r a O calor moderado dentro do FOTO: iSTOCKPHOTOS

Como se o desmatamento já não fosse suficientemente ruim, uma série de outras ameaças mata, num ritmo cada vez mais intenso, as árvores da Amazônia e de outras florestas tropicais úmidas da Terra. Uma revisão de artigos científicos feita por especialistas no tema, incluindo o pesquisador brasileiro Paulo Brando, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), e publicada na revista “New Phytologist” em fevereiro, indica que a taxa de mortalidade dessas árvores mostra sinais de aceleração nos últimos anos. Os motivos são o aumento da temperatura, secas longas e piores, ventos mais fortes, incêndios mais extensos, mais cipós e até a abundância de gás carbônico na atmosfera – uma das causas do efeito estufa e elemento fundamental da fotossíntese. As mudanças climáticas estão ligadas a todos os problemas apontados. “O trabalho mostra que há indícios fortes que relacionam a

mortalidade das árvores de florestas tropicais úmidas às alterações esperadas para essas regiões, em escalas global e regional”, afirma Brando. O foco do estudo foram as florestas intactas, primárias ou antigas, na América do Sul, África e no Sudeste Asiático. A Amazônia brasileira aparece em destaque porque é o local mais estudado de todos. “Na Amazônia, todas essas causas de mortalidade de árvores estão presentes”, diz Brando. “Mas é difícil dizer que uma é mais relevante do que outra, porque todas têm um papel. Secas causam picos de mortalidade, enquanto o aumento de CO2 provoca mudanças de fundo. Já eventos de tempestades de vento impactam mais áreas fragmentadas, e o fogo causa muitos danos no sudeste da Amazônia”. É impossível estabelecer qual desses ataques é pior. As secas têm se tornado cada vez mais longas e severas. Na Amazônia, episódios anômalos ocorreram em 1997, 2005, 2010 e 2015 e como defesa

imediata, as árvores tomam atitudes extremas, como fechar os estômatos (células por onde ocorre a respiração das plantas) e perder mais folhas. Essas folhas, por sua vez, se acumulam em abundância no solo e servem de combustível para incêndios florestais, que se alastram facilmente e por mais tempo. Secas e temperaturas mais altas podem ainda levar às árvores a definhar de fome, também num mecanismo de defesa que acaba se tornando um algoz. Ao fecharem os estômatos para salvar água em seu interior, elas deixam de capturar o CO2 do ar, sua fonte de alimentação, enquanto consomem o que têm dentro. O regime forçado as deixa mais suscetíveis a ataques de pestes, como insetos, ou à competição por comida com os cipós – que, por sua vez, têm proliferado nesses ambientes. E, mesmo que a dieta não aconteça, o excesso de CO2 no ar também não significa que as florestas crescerão abundantemente.

incorporar propriedades diferentes – por exemplo, tornando-as porosas e aumentando sua capacidade de absorção. Além de captar água, esse material tem potencial para absorver CO² da atmosfera e armazenar gases para combustíveis. Vários tipos de MOF já estão sendo testados para aumentar a capacidade do tanque de automóveis que funcionam à base de hidrogênio, por exemplo. A aplicação do material para captação de água do deserto é u m a d a s m a i s promissoras. Os poros de MOF atraem e armazenam as moléculas de água do ar e depois os soltam, sem demandar altas temperaturas ou uso de eletricidade. A coletora de água é basicamente uma caixa dentro de outra. Na de dentro, há uma camada feita com as estruturas metalorgânicas e que absorve as moléculas durante a noite. A caixa maior, de plástico, tem uma tampa que fica aberta durante a noite para captar a umidade. Durante o dia, a tampa é fechada e, com o calor do sol, o aparelho se aquece e

dispositivo faz o MOF liberar as moléculas de água, que se condensam no interior da caixa maior e escorrem para o fundo. A grande novidade desse material é que ele absorve a água, mas não a "segura" com muita força. Outros materiais, como as argilas, também absorvem umidade, mas precisam ser aquecidos a altas temperaturas para liberá-la. A caixa testada no Arizona pode armazenar cerca de 200 ml de água por kg de MOF em um ciclo de captação. O material não deixa resíduos no líquido, que pode ser bebido sem tratamento. Yaghi está trabalhando em aplicações da tecnologia em Riad, na Arábia Saudita, em parceria com a Cidade do Rei Abdul Aziz para a Ciência e Tecnologia, uma entidade governamental voltada para pesquisas. O cientista afirma que o sistema pode ser adaptado para coletar água em qualquer deserto do mundo. "Um terço da população vive em áreas com escassez de água, então poder obtê-la dessa forma é algo muito poderoso", afirma.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br Representante Comercial: MÁRCIO DE ALMEIDA comercial@jornalfatosenoticias.com.br fatos & notícias Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3070-2951 / 3080-0159 / 99620-6954 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES CNPJ: 18.129.008/0001-18 Filiado ao Sindijores

Impressão Metro

"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília

Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores


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CULTURA 3 fatos & notícias

Qual é a origem Mostra de Filmes da lenda das fadas? FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET

A verdade é que não sabemos exatamente de onde vêm esses seres mitológicos que acompanharam nossa imaginação por vários séculos. No entanto, existem várias teorias a esse respeito. Vamos conhecer algumas delas. Esses seres pequenos e infantis são fantásticos para agradar e acalmar crianças p e q u e n a s . U m a representação de simpatia e proteção, algo muito diferente do que parece ser a sua origem, numa época em que sua natureza não era tão agradável. Parece que a origem das fadas remonta à mitologia grega, em parte herdada pelos romanos. Naquele tempo, elas eram chamadas de protetoras da natureza, já consideradas criaturas fantásticas que interagiram com os seres humanos, pois estavam relacionadas ao destino. Se continuamos

avançando na história e nos movemos para o norte da Europa, descobrimos que esses seres, conhecidos como lúmens da natureza, não eram os únicos com essas características. Neste mundo mitológico também encontramos gnomos e goblins. Em tempos mais próximos aos nossos, esses seres mitológicos pertenciam ao submundo e a p a r e c i a m n a s proximidades dos túmulos. Desta forma, o ser humano manteve sua crença na vida além da morte. Na ausência da ciência, surgiu a fé, que deu sentido à existência. Já na Idade Média, seu significado é adoçado graças aos livros de cavalaria. Então, elas deixam de ser seres do submundo para se tornarem belas damas aristocráticas. Nos trabalhos de cavalaria, os enredos são sobre amores entre mortais e fadas. Um bom exemplo

disso é Gerbert de Reims, um homem iluminado que viveu entre 940 e 1003, que conheceu uma floresta com uma bela dama em um tapete de seda, que se tornou amante. Curiosamente, William Shakespeare reduziu a altura das fadas para transformá-las em seres minúsculos, voadores e etéreos. Uma imagem muito apreciada por outros dramaturgos, que adotaram essa forma para suas criações. Talvez Shakespeare tenha adaptado o tamanho das fadas dos estudos de Robert Kirk, que asseguraram que o tamanho das fadas se devia à crença de que a alma era replicada em miniatura do corpo humano. Essas almas viviam nas proximidades dos túmulos, esperando para se encontrar com seus corpos no Dia do Juízo Final.

Site de Curiosidades

Pomeranos no Cine Metrópolis

O Cine Metrópolis, da Ufes, recebe na sexta feira (29) um evento produzido com o objetivo de celebrar os 159 de imigração pomerana no Espírito Santo. O Pommercine vai exibir filmes, rodas de conversa, apresentações culturais a partir das 08h30. Entrada franca. Serão exibidos oito filmes capixabas e de outros estados brasileiros, que totalizam aproximadamente 5 horas e 40 minutos, divididos em 3 sessões. Um dos destaques é o filme Os Pomeranos, produzido pela TV Gazeta na década de 1970, dirigido por V l a d i m i r G o d o y. A programação segue com rodas de conversas, debates, lançamento de livro, cortejo com grupos de música e dança pomerana, além de um café da manhã tradicional. Segundo o idealizador do projeto, o professor universitário pomerano Erineu Foerste, o “Pommercine é uma das alternativas do povo tradicional pomerano de celebrar suas memórias e histórias de lutas, que remetem à antiga Pomerânia e também à chegada ao Brasil, à nova pátria”. Para um dos organizadores, Ricardo Sá, “o evento é uma oportunidade para que a

população de Vitória se aproxime da cultura pomerana”, que é bastante expressiva em municípios c a p i x a b a s c o m o Vi l a Pavão, Laranja da Terra, Afonso Cláudio, Itarana, Itaguaçu, Santa Maria de Jetibá, Domingos Martins, Vila Valério, Pancas entre outros. Nestes municípios residem cerca de 150 mil pomeranos e pomeranas, que compõem uma importante comunidade tradicional no ES, que preserva hábitos milenares. O povo pomerano se comunica em sua língua-mãe: o Pommerisch, que é praticado nas casas, nos agrupamentos, nas escolas, nas igrejas... O professor Erineu Foerste destaca que “a Língua Pomerana é o maior patrimônio cultural dos pomeranos nos dias atuais, uma língua que praticamente desapareceu na Europa e que é muito viva no Brasil”. Outra parte importante da programação é a roda de conversa com guardiões e guardiãs de memórias e culturas do povo tradicional pomerano, com a presença de pessoas como Marineuza Plaster Wa i a n d t ( d a C a s a d e Memória Pomerana “Waiandt´s Huus), Jorge Kuster Jacob (Associação

Pomerana de Vila Pavão), Selene Tesh (Associação de Agricultores de produção orgânica familiar de Santa Maria de Jetibá) e Hilda Braun (Associação de Culturas Germânicas no ES). Outra presença ilustre é do Grupo de Metais de Santa Maria de Jetibá, que se apresentará também durante a abertura do evento. Para aqueles que quiserem conhecer ainda mais sobre a cultura pomerana, será montada uma mesa para consulta de publicações sobre o tema. A organização do evento é do projeto Escola da Terra Capixaba, ligado ao Departamento de Linguagens, Culturas e Educação do Centro de Educação da UFES, em parceria com o Cine Metrópolis e a produtora Interferências Filmes e Projetos. Conta ainda com o apoio da Associação Pomerana de Vila Pavão (APOVIP), do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), do Instituto do Povo Tradicional Pomerano no Brasil, da Associação de Culturas Germânicas no ES, da Associação Pomerana de Pancas, do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e da Secretaria de Cultura da Ufes.


4 EDUCAÇÃO

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Como funciona a premiação de professores considerada o Nobel da Educação FOTO: THOMAS KOCH/SHUTTERSTOCK.COM

O Global Teacher Prize, principal premiação mundial voltada a professores, está com inscrições abertas. Em sua quinta edição, o prêmio é considerado o 'Nobel da Educação', e oferece um prêmio de US$ 1 milhão (cerca de R$ 3,7 milhões) ao vencedor. Podem participar professores do ensino fundamental e médio, que deem aula presencialmente ou on-line. Para se c a n d i d a t a r, é p r e c i s o c u m p r i r c a rg a h o r á r i a semanal de, no mínimo, 10 horas e planejar seguir na profissão pelos próximos cinco anos. As inscrições devem ser feitas no site da premiação https://www.globalteacher prize.org/pt/applicationforms/global-teacher-prizeapplication/. A candidatura pode ser realizada até o dia 9 de setembro, tanto pelo próprio educador quanto por terceiros. Os 50 pré-selecionados serão anunciados em dezembro deste ano. Já a lista de dez finalistas será divulgada em fevereiro de 2019. O grande vencedor será revelado em março, durante o Fórum Global de

Educação e Habilidades, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Todos os finalistas participam do evento. O vencedor será escolhido pela Academia do Global Teacher Prize, que inclui professores, especialistas e m e d u c a ç ã o , comentaristas, jornalistas, funcionários públicos, empresários de tecnologia, diretores de empresas e cientistas de todo o mundo. As práticas dos candidatos são avaliadas com base em uma série de critérios. Elas devem, por exemplo, ser replicáveis, inovadoras, ter alcançado resultados demonstráveis de alunos em sala de aula, além de ter impacto na comunidade. O Global Teacher Prize é organizado pela instituição d e c a r i d a d e Va r k e y Foundation desde 2015. A premiação foi criada após um estudo feito pela fundação e pela consultoria Populus, que avaliou a condição da profissão docente em 21 países, incluindo análises sobre salário e a atitude dos estudantes com relação aos educadores. A partir da conclusão de

que a carreira docente vem sendo desvalorizada em diversos países, Sunny Varkey, criador da Varkey Foundation, idealizou o prêmio, com o objetivo de elevar o perfil da profissão e reconhecer boas práticas. A primeira edição do prêmio recebeu mais de 5.000 inscrições de 127 países. A vencedora foi a professora Nancie Atwell, dos Estados Unidos. Em uma entrevista para o site da premiação, ela destacou a importância da leitura e definiu a escolha como a principal característica do seu método de ensino, já que as crianças decidem o que vão ler e sobre o que querem escrever. “As histórias são o superpoder dos professores de inglês”, afirmou. Na edição 2018, a vencedora foi Andria Zafirakou, professora de artes e têxteis na Alperton Community School, escola localizada no distrito de Brent, em Londres. O local é marcado pela diversidade étnica. Além disso, muitos alunos vêm de famílias pobres. Andria se destacou ajudando a redesenhar o currículo da instituição para acolher melhor os alunos. Ela ajudou o professor de música a criar um coral para crianças da Somália e inseriu atividades esportivas para meninas em horários alternativos. A educadora também aprendeu conceitos básicos de 35 idiomas, com o objetivo de integrar alunos imigrantes.

Participação brasileira Nas duas últimas edições, professores brasileiros se destacaram na premiação. Em 2017, o professor de ciências Wemerson da Silva Nogueira, da escola estadual Antônio dos Santos Neves, de Boa Esperança (ES), ficou entre os dez finalistas. Em 2018, foi a vez de Diego Mahfouz Faria Lima, diretor da escola municipal Darcy Ribeiro, de São José do Rio Preto (SP).

Lima foi selecionado devido ao trabalho de transformação da escola Darcy Ribeiro, que sofria com depredação e altos índices de violência. Além da recuperação do espaço físico, ele investiu no engajamento dos alunos, tornando a escola mais democrática. “É um projeto que dá resultado se você se abrir à gestão democrática, dar voz

em vez de concentrar as decisões, valorizar o protagonismo dos alunos e abrir a escola como se ela não tivesse muros”, afirmou o diretor em entrevista à BBC Brasil. O projeto de Lima conseguiu resultados como a redução da evasão e melhora do desempenho dos estudantes, além da diminuição da violência.

Letramento em matemática é novo desafio da BNCC FOTO: PIXABAY

fatos & notícias

Segundo documento do Ministério da Educação (MEC), o saber matemático não pode se limitar ao conhecimento da terminologia, dos d a d o s e d o s procedimentos. Os alunos devem conseguir combinar esses elementos para atender necessidades do cotidiano. A mudança trazida pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) implica em um novo paradigma para professores e estudantes, defende Kátia Stocco Smole, que é diretora do grupo Mathema. Embora a proposta da BNCC proponha vários elementos

novos, Kátia acredita que o letramento é o principal deles, pois traz a necessidade de uma nova postura para professores e alunos dentro de sala de aula. “Normalmente, a criança espera que em matemática não tenha leitura, por exemplo. Muitos também acreditam ser importante responder rapidamente. Existe esse senso comum de que, se você não sabe a resposta logo de cara, não é bom em matemática”, afirma. Ao ter como pressuposto que a disciplina de matemática promova o l e t r a m e n t o matemático, a Base muda essas ideias e

contribui para que os e s t u d a n t e s desenvolvam a criticidade, explica Kátia. “Não basta não só aprender conceitos, mas, também, usar esse conhecimento em problemas da vida real, ser criativo, ter pensamento crítico”, diz. As crianças e jovens vão continuar resolvendo problemas, mas, além de encontrar a resposta certa, devem aprender a justificar, A explicar porque fez de certa forma, mostrar o raciocínio para o outro. “Alunos devem aprender a falar sobre a matemática e perseverar frente aos desafios”, afirma a professora.


POLÍTICA 5

Eleições: será que vai haver mudanças mesmo? A pouco mais de quatro meses das eleições para Presidência da República, Senado, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas, todos os 145 milhões de eleitores brasileiros, 120 milhões de usuários do WhatsApp, outros 130 milhões no Facebook, com opiniões políticas extremamente polarizadas e “fake news” em profusão, já estão dando tratos à bola para decidirem a quem escolher para MUDAR o cenário político, manchado por uma avalanche de corrupção. A combinação de todos estes fatores durante as eleições presidenciais deste ano preocupa o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O órgão criou um Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições que agrega representantes da Justiça Eleitoral, governo federal, Exército Brasileiro e sociedade civil. O que quer dizer, todos os brasileiros têm que aprender a votar, ou seja, “O Pelé tinha

razão quando afirmou (sic): “O brasileiro não sabe votar”! A missão da força-tarefa será a de desenvolver estudos sobre as regras eleitorais e a influência da internet e das notícias falsas no pleito, além de opinar sobre matérias que chegarem ao Tribunal e definir ações para aperfeiçoar as normas atuais. O Conselho vai contar com a ajuda da Polícia Federal com um grupo formado por delegado, agente e perito criminal para trabalhar em parceria. As empresas detentoras das principais redes sociais – os canais preferidos para a disseminação das farsas – estão sendo contatadas para auxiliar. Mas um detalhe me chamou a atenção: Até mesmo agentes do FBI vieram ao Brasil para compartilhar a experiência adquirida nas eleições presidenciais norte-

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fatos & notícias

elas próprias, depois, vão eficientemente combater. É a melhor explicação que vejo para os ataques cibernéticos. A urna eletrônica usada aqui no Brasil é semelhante a um micro. É programada por seres humanos e seu software é alterável de acordo com as peculiaridades de cada pleito. Por ser programável pode sofrer a ação de maliciosos que queiram alterar resultados em seus interesses e modificar o endereço do voto com mais facilidade do que se inocula um vírus no seu micro via internet. Além disso, e pior, pode desvendar nosso voto, pois o número do título é gravado na urna na mesma ocasião e fica a ela associado. Existem várias formas de se fazer isto. Por exemplo: é possível introduzir um comando que a cada cinco votos desvie um para determinado candidato mesmo que o eleitor tenha teclado o número de outro. E não me venham dizer que será impossível isso acontecer com apenas essas medidas que estão sonhando em tomar. Talvez eventuais alterações maliciosas sejam possíveis de serem detectadas a posteriori. Mas descobrir a fraude depois de ocorrida não adianta. O melhor é prevenir do que remediar depois. Essa preocupação, com a vulnerabilidade da urna eletrônica, é antiga. O “Voto Seguro” mantido por técnicos especializados, engenheiros, professores e advogados que defendem que a urna eletrônica virtual – que não registra em apartado o voto do eleitor e que será usada nas próximas eleições – admite uma vasta gama de possibilidades de invasões, sendo definitivamente insegura e vulnerável. Recentemente, o engenheiro Amílcar Brunazo Filho (especialista em segurança de dados em computador) e a advogada Maria Aparecida Cortiz (procuradora de partidos políticos) lançaram o livro “Fraudes e defesas no voto eletrônico”, no mínimo inquietante. Mesmo para os não familiarizados

com o informatiquês ele é claro e transmite a ideia de que as urnas eleitorais brasileiras podem ser fraudadas. Os autores detalham os v á r i o s m o d o s d e contaminação da urna e podese depreender que, se na eleição tradicional, com cédulas de papel, as fraudes existiam, eram também mais fáceis de ser apuradas porque o voto era registrado. Agora não. O voto é invisível e, como diz o lema do Voto Seguro: "Eu sei em quem votei, eles também, mas só eles sabem quem recebeu meu voto", de autoria do engenheiro e professor Walter Del Picchia, Professor Titular da Escola Politécnica da USP. Eu acredito que este é um assunto para muita discussão e que, certamente, terá que ser resolvido plenamente para que não resulte num completo fiasco da nossa democracia já tão desmoralizada.

BLOG DO PACHECO Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista

jorgepachecoindio@hotmail.com

Este meu blog não pertence a nenhum partido político, apenas procuramos divulgar notícias sobre os políticos, seus partidos e sobre as eleições 2018. Não fazemos pesquisa eleitoral, entretanto, divulgamos informações sobre os futuros candidatos nas próximas eleições. Se ocorrerem comentários, serão sempre de responsabilidade dos autores citados. O meu blog preza pela democracia plena. americanas em 2016. Na ocasião, considerada o marco da explosão das “fake News” na web, estudo da Universidade de Stanford mostrou que, pelo menos, 115 notícias falsas a favor de um único candidato foram compartilhadas mais de 30 milhões de vezes. À luz de pesquisas complementares como a do

Instituto Ipsos, revelou que 75% dos americanos avaliaram manchetes mentirosas sobre os candidatos como reais, a suspeita é que o uso desse tipo de estratégia durante a campanha tenha de fato influenciado nos resultados. Precisamos ficar atentos a tudo isso. Afinal já estamos enfrentando a desconfiança sobre as nossas urnas eletrônicas. Quase a maioria dos eleitores estão se manifestando querendo a volta do voto em cédulas de papel e urnas de lona para eleição de 2018, depois que foi aprovado o voto impresso, paralelo à urna eletrônica, mas o TSE diz não ter condições de gastar R$ 2,5 bilhões para adquirir tais urnas modernizadas, então vai aí uma sugestão: “Que a eleição seja realizada com voto em cédula de papel, em urnas de lona, como

antigamente. Que tal, vocês aprovam?”. O exemplo norteamericano está latente e o receio é de que o mesmo aconteça no Brasil onde, de cada 10 notícias políticas publicadas diariamente, pelo menos duas são fraudadas, segundo avaliação do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Acesso à Informação, da Universidade de São Paulo (USP). Este ano duas questões podem afetar potencialmente – para pior – este quadro: a proibição do financiamento de campanhas por empresas, o que leva à busca de recursos mais acessíveis; e a autorização inédita para que os candidatos possam pagar redes sociais para divulgar e impulsionar seu conteúdo, o que estará liberado a partir de 16 de agosto vindouro. Acredito que o maior desafio da força-tarefa é a elaboração de uma lei específica para o tema e que possa ser aprovada ainda no primeiro semestre. O tempo urge, mas, como tudo o que acontece no Brasil é resolvido de última hora, vamos torcer para dar certo! A punição para a veiculação de fatos não verídicos, injuriosos ou difamatórios já está prevista na legislação brasileira e se configura também em crime eleitoral, mas obedece diretrizes que estão em vigor há mais de 30 anos e precisam ser atualizadas para a correta tipificação da atividade. Isso possibilitaria a solicitação de mandados de busca e apreensão para obtenção de provas, entre outros recursos, está na Lei. A bem da verdade somos testemunhas de que, a cada eleição, a Justiça Eleitoral e o Ministério Público aprimoram o controle sobre a

arrecadação, os gastos e a prestação de contas eleitorais, além do acompanhamento, pela mídia e por toda a sociedade. E a Reforma Eleitoral modificou o regramento dessa matéria e, portanto, é de fundamental importância que os profissionais envolvidos na área estejam atentos a todas as novidades. O lamentável, segundo a nossa ótica, é que o povo brasileiro quase não participa na busca por melhorar o futuro político brasileiro. E quem se empenhar, se capacitando para conhecer a matéria em profundidade certamente será um diferencial na carreira de advogados , contadores, assessores de campanha, candidatos e demais envolvidos nas campanhas eleitorais. É muito séria a situação da política nacional, repleta de gente que só pensa em enfiar dólares nos bolsos e em contas na Suíça. E esses erros, causados muitas vezes pelo desconhecimento dos detalhes, poderão trazer consequências desastrosas para as campanhas e para o futuro político dos candidatos, que poderão ganhar nas urnas, e depois, perdendo nos Tribunais!

E a urna eletrônica, é confiável? Vamos analisar juntos: um c o m p u t a d o r, p o r m a i s protegido que esteja e seja, é potencialmente vulnerável a vírus e invasões cujos métodos se aperfeiçoam na mesma proporção dos aplicativos protetores. Desconfio que algumas empresas proprietárias de antivírus mantêm um setor específico para criar os que

STF Libera sátiras a candidatos

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na quinta-feira (21) liberar veículos de comunicação a fazerem sátiras e montagens com candidatos, bem como emitir opiniões favoráveis ou contrárias a políticos durante as eleições. Vejam só, essa decisão já estava prevista numa mudança da lei eleitoral em 2009. É o que sempre acontece no Brasil: a regra já havia sido suspensa pelo próprio STF em 2010, no julgamento de uma ação apresentada pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). Mas, na semana passada, os ministros do STF julgaram a lei no mérito e a maioria considerou que a proibição contraria a Constituição, por ferir a liberdade de expressão. A lei eleitoral proibia "usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação, ou produzir ou veicular programa com esse efeito". Outro ponto questionado é o trecho que impede a difusão de "opinião favorável ou contrária a candidato, partido, coligação, a s e u s ó r g ã o s o u representantes". Agora estamos livres, finalmente! Então vamos tomar conta de todos eles (políticos e magistrados) que andam enxovalhando a política brasileira. Pronto, falei! Jorge Pacheco


6 TECNOLOGIA 24 a 30 de junho de 2018 fatos & notícias

Inteligência artificial do Aneel regulamenta recarga para veículos Google prevê quando um paciente morrerá elétricos no Brasil Modelo de aprendizado profundo organiza as informações do paciente em uma linha do tempo, incluindo acontecimentos futuros

FOTO: WASHINGTON STATE DEPT OF TRANSPORTATION/FLICKR

Os carros elétricos ainda estão longe de serem populares no Brasil, mas a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está se preparando para um futuro em que eles sejam mais usados. A recarga de veículos elétricos recebeu uma regulamentação da Aneel na terça-feira (19). Isso significa que postos de combustível, shopping centers, empreendedores e distribuidoras de energia terão regras mais claras para prestar esse serviço. Com o regulamento, qualquer parte interessada pode oferecer recarga de

veículos elétricos, seja de forma gratuita ou a preços livremente negociados (recarga pública). E as distribuidoras de energia elétrica podem, se assim desejarem, instalar estações de recarga em sua área de atuação. A Aneel não vai interferir no preço cobrado aos consumidores. É preciso, no entanto, se cadastrar na agência caso a empresa se interesse em prestar o serviço. A Aneel vai disponibilizar um formulário eletrônico até meados de outubro. Tiago Correia, diretorrelator do processo diz, em comunicado, que a

regulação é mínima, pensada para eliminar eventuais barreiras no desenvolvimento desse mercado. “A norma garante que o empreendedor invista nas instalações de recarga sem medo de surpresas regulatórias posteriores”, ele explica. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a frota brasileira de veículos elétricos — incluindo híbridos — era de 2,5 mil unidades em 2016, ou 0,04% do total. Ela estima que isso deve chegar a 360 mil em 2026, ou 2,5% do total.

FOTO: CREATIVE COMMONS/RG&AMP/B

O us o de inteligência artificial na medicina já é uma realidade. Os robôs conseguem detectar câncer de pulmão e doenças de coração de forma mais precisa que os médicos humanos. Analisando fotos da retina de um paciente, conseguem determinar com precisão as chances de desenvolver as três enfermidades mais comuns no olho. Esse, porém, é só um começo. Pelo menos se depender do Google. Em um estudo recente, publicado na revista Nature, pesquisadores alimentaram um modelo de aprendizado profundo de máquina com diversos dados de pacientes de dois hospitais norteamericanos e deixaram os algoritmos fazer sua parte. O robô conseguiu prever o tempo que o paciente iria ocupar o leito e o momento da alta, além da hora que ele iria morrer. No estudo, uma imensa quantidade de dados como

os sinais vitais e histórico médico, permite que o modelo de aprendizado profundo preencha a linha com eventos futuros, como a hora da morte. Tudo em poucos segundos. Com essas informações, hospitais podem priorizar os cuidados aos pacientes de forma mais eficiente, ajustar o plano de tratamento, e detectar situações de emergência antes mesmo delas acontecerem. Já os profissionais da saúde não perderiam tanto tempo com papelada e burocracia. O sistema, porém, é somente o início de um plano muito maior do Google. Apesar de sistemas de saúde já armazenarem grandes quantidades de dados dos pacientes, esses bancos de informações estão espalhados entre hospitais e agências do governo. A ideia é que todos esses dados sejam reunidos em um grande sistema de dados

com informações sobre a saúde de milhões de paciente. Se por um lado isso tornaria bem mais fácil gerenciar a saúde da população, entregar todos esses dados para uma das maiores corporações privadas do mundo não é uma ideia lá muito atraente. A preocupação parte, inclusive, da Associação Americana de Medicina. Em um comunicado, admite os inúmeros benefícios que a inteligência artificial poderia trazer para o tratamento clínico de pacientes, mas desde que siga diversos critérios, como ser transparente e livre de qualquer viés humano que interfira no julgamento. Por isso, demandam que regulações governamentais garantam que o uso das novas tecnologias traga benefícios para o sistema de saúde como um todo, não somente para as grandes empresas, como o Google.


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CIÊNCIA 7 fatos & notícias

Cidade perdida de 2 mil Estresse pode estar anos é localizada por causando o colapso arqueólogos

de colônias de abelhas

FOTO: DIVULGAÇÃO/MARTIN LEMKE

Ruínas descobertas por pesquisadores faziam parte da cidade de Bassania, que se tornou uma província do Império Romano

Arqueólogos da Universidade de Varsóvia, na Polônia, realizaram um trabalho em conjunto com cientistas albaneses para localizar a cidade perdida de Bassania, que teve seu apogeu há mais de 2,4 mil anos e foi conquistada pelo Império Romano. Ao realizar pesquisas na região de Escodra, que atualmente faz parte da Albânia, os pesquisadores localizaram construções de pedras que seriam parte de uma fortaleza construída pelo povo ilírio. Ocupando a região sudeste da Europa, conhecida como Balcãs,

esse povo é considerado um ancestral direto da população da Albânia — pesquisadores estudam se a língua ilíria tem relações com o albanês. O estilo da fortificação descoberta pelos arqueólogos revela que os ilírios contaram com a influência cultural das civilizações que emergiram na região da Grécia: a cidade de Bassania seria um importante entreposto comercial e, por conta disso, também contava com fortificações militares. Em 230 a. C., tropas da então República Romana

realizaram incursões militares nos Balcãs e anexaram boa parte do território ilírio. Apesar da resistência dos povos que viviam na região, a superioridade militar romana extinguiu os focos de rebelião. Com a consolidação do Império Romano, a partir de 27 a. C., uma província romana desenvolveu-se na região. Após a descoberta dos registros de Bassania, os arqueólogos poloneses e albaneses continuarão a investigar a região e coletar novos vestígios da civilização ilíria.

Cientistas descobrem técnica para regenerar esmalte dos dentes O esmalte é o tecido mais resistente do corpo. Mas, uma vez que é corroído, não há jeito de consertá-lo. Um grupo de engenheiros ingleses encontrou uma possível solução: uma proteína recombinante,

criada em laboratório, que induz o fosfato de cálcio (ingrediente principal do esmalte) a formar cristais extremamente resistentes. Quando a proteína e o fosfato são depositados sobre os dentes, o cristal

cresce de forma organizada, preenchendo a área desgastada. Será o fim das cáries – se a técnica realmente cumprir tudo aquilo que os engenheiros prometem.

Já se sentiu sobrecarregado, cansado e com a cabeça confusa? Uma pesquisa mostra agora que abelhas sofrem da mesma coisa — e nós entendemos o porquê. A vida de uma abelha não é relaxante. Todos os dias abelhas fazem muitas viagens, viajando longas distâncias para coletar recursos vitais de pólen e néctar das flores. Elas têm que lidar com predadores, d e s a fi a n d o condições climáticas e o risco bastante real de se perderem. Assim como o estresse crônico afeta as habilidades mentais em humanos, nosso estudo recente sugere que essas atividades estressantes de forrageamento [a busca dos animais por recursos alimentares] reduzem a habilidade das abelhas de resolver problemas, alterando a conectividade entre neurônios específicos do cérebro. Nós estudamos o impacto da atividade de forrageamento na habilidade de resolver problemas nas abelhas usando etiquetas de radiofrequência para rastrear abelhas individualmente. Nós testamos a habilidade forrageira de distinguir os diferentes cheiros florais, que é essencial para identificar a espécie de flor que produz néctar e pólen no meio ambiente. Em seguida, nós testamos a habilidade das abelhas de mudar sua preferência entre os aromas florais, para indicar a presença ou ausência de alimento. Isto é

POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL

regiões do cérebro para processar cheiros e uma região envolvida no aprendizado e na memória. Isso aumenta a possibilidade emocionante de que futuras pesquisas possam ser capazes de prognosticar habilidades de FOTO: GUILLERMO LÓPEZ GARABATOS/WIKIMEDIA COMMONS resolução de p r o b l e m a s simplesmente ao olhar para a estrutura cerebral. A diminuição de abelhas — conhecida como distúrbio do colapso das colônias — é um problema global. Nós não sabemos exatamente mentalmente para navegar o que está acontecendo na entre as flores e a colmeia, do população de abelhas na contrário, elas não poderão Austrália, mas perdas na coletar alimento suficiente Nova Zelândia e nos Estados para a colônia. Unidos estão bem acima dos Nosso estudo descobriu níveis sustentáveis. que abelhas que têm feito o A contribuição de abelhas forrageamento por muito para a economia australiana tempo ou intensamente eram tem sido avaliada em 100 menos capazes de aprender m i l h õ e s d e d ó l a r e s n o v o s a r o m a s . N ó s australianos por ano. acreditamos que isso pode Identificar os fatores que estar associado ao estresse. causam estresse para elas O forrageamento foi poderia nos ajudar a particularmente estressante supervisionar e reduzir o seu para as abelhas jovens, que declínio. pareceram ser menos Nós deveríamos aprender resilientes às condições com o União Europeia, que a m b i e n t a i s . F o i recentemente baniu s u r p r e e n d e n t e q u e o pesticidas neonicotinoides, forrageamento teve um que afetam diretamente o impacto tão negativo nas c é r e b r o d a s a b e l h a s . a b e l h a s , j á q u e Olhando para o futuro, nós anteriormente ele havia sido t a m b é m p o d e r í a m o s v i s t o c o m o u m t e m p o desenvolver testes simples valioso para treinamento para apicultores checarem as m e n t a l e m u m r i c o e habilidades de resolução de complexo ambiente. problemas das suas Nós também identificamos colmeias. Isto lhes ajudaria a mudanças na estrutura identificar colônias fracas c e r e b r a l p o r e s t r e s s e antes delas colapsarem, induzido que afetam a d e t e c t a n d o p r o b l e m a s habilidade de aprender. precocemente e preservando Forrageiras intensas tiveram a saúde da colônia. mais conexões entre as importante para um forrageamento eficiente, porque diferentes espécies de flores produzem pólen e néctar em diferentes épocas do ano. As abelhas também precisam estar trabalhando


8SAÚDE

fatos & notícias

24 a 30 de junho de 2018

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ivemos em um período em que a beleza está em alta. Por conta disso, não medimos consequências para alcançá-la. A insatisfação com o corpo é uma das principais reclamações de quem quer estar nos moldes impostos por nossa sociedade. Novas dietas surgem quase que todos os dias; nesse cenário, estamos expostos a informações na mesma velocidade. Algumas dessas novidades podem até funcionar, mas precisamos pensar a que preço. Por vezes, essa busca está cercada de atitudes que podem comprometer a saúde e o bem-estar de quem a pratica sem orientação. Não é saudável a perda de 10 kg, 15 kg em um único mês, esse feito é capaz de levar a um desequilíbrio metabólico do nosso organismo, induzindo a perda de cabelo, de unha, da hidratação da pele, isto é, a pele fica com aspecto ressecado, além de consequências mais graves ao nosso corpo. A adoção de boas práticas alimentares seguida de mudanças no estilo de vida é a melhor forma de atingir a redução de peso. Mesmo que demande um tempo maior para alcançar o objetivo, o resultado vem acompanhado da capacidade de realizar melhores escolhas que contribuirão para a manutenção do resultado obtido no tratamento de emagrecimento sem prejudicar os cabelos, as unhas e a nossa pele. O hábito de beber bastante água, ingerir frutas e vegetais – preferencialmente da estação – e priorizar alimentos com fonte de açúcar complexo como, por exemplo, arroz e farinhas integrais,

D

iversas pessoas visitam consultórios odontológicos com a seguinte afirmação: “Gostaria de extrair esse dente para pôr um implante”. Será a melhor solução? A resposta pode variar, mas a certeza é que o elemento dentário natural é insubstituível. Uma razão pertinente é a propriocepção e um exemplo clássico pode ser citado: uma pedrinha da comida! Ao morder abrimos a boca automaticamente como uma proteção. Então, o dente natural faz isso com perfeição, o que regula nossa força de mordida. A capacidade mastigatória também é superior à dos implantes, ou seja, você mastiga melhor! O sucesso da implantodontia, por meio da osseointegração, fez com que pessoas pudessem ter de volta a habilidade de mastigar com próteses livres de desgastes dentários demasiados ou grampos metálicos

o que achou da receita.

RANGEL

RAFAELA www.rafaelarangel.com

Boas práticas alimentares como estilo de vida

Bolo de farinha de arroz com óleo de coco Ingredientes 3 ovos; 1 xícara de açúcar mascavo; ½ xícara de óleo de coco; ½ xícara de cacau em pó sem açúcar; 1 xícara de água fervente; 1 colher de sopa de fermento em pó; 1 xícara de farinha de arroz. Modo de preparo: Bata os ovos com o açúcar em uma vasilha até formar um creme pastoso. Então, adicione o óleo e o cacau e bata novamente até dissolver. Misture a água quente e mexa. Espere esfriar. Acrescente o restante dos ingredientes, misture bem. Despeje essa massa em uma assadeira de silicone ou untada com óleo de coco e farinha de arroz e leve para assar em forno médio por 40 minutos ou até dourar. Espere amornar para desenformar e, em seguida, sirva. E, não se esqueçam: “Nutrição e Saúde Sempre”! Até o próximo mês!

são atitudes simples que fazem diferença. Para auxiliar durante processo, o nutricionista é profissional hábil a orientar

a o o e

prescrever planos alimentares que proporcionem o alcance do objetivo, priorizando o bem-estar e a saúde.

Aproveite a receitinha abaixo e deleite-se com o que é saudável e saboroso. Acompanhe minhas redes sociais e não deixe de contar

JOÃO PAULO DE ALMEIDA joaopaulo.odontologia@yahoo.com.br

Implante ou Dente? aparecendo, favorecendo a estética. Isso fez com que a popularidade dos implantes se tornasse cada vez maior e sua indicação superestimada. Porém, com a recomendação correta e o devido planejamento, a reabilitação com implantes é muito eficiente! Grandes perdas periodontais, fraturas e ausências dos dentes são bons exemplos. A

Rafaela Rangel Nutricionista: CRN-ES 08100271 @nutrirafarangel facebook.com/nutrirafarangel variedade das técnicas para conseguir resultados satisfatórios está fazendo o profisional mais habilidoso e consciente das suas decisões. A forma segura de restituir o espaço vazio se tornou parte do plano de vida de pessoas com o sonho de voltar a encarar amigos e o trabalho positivamente. Alvéolos vazios e regiões pobres em osso são alvos de pesquisas para incrementar a multiplicidade de razões pelo qual se procura o dentista para a reabilitação. A odontologia dispõe de um arsenal de possibilidades muito vasto para recuperar o que foi perdido, por isso a orientação correta do profissional é necessária e pode salvar muitos dentes da mutilação!

João Paulo de Almeida Novaes Especialista em Prótese Dentária CRO-ES 7214


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assunto é o caos na saúde pública em várias regiões do Brasil. Durante os meses de maio/junho os postos de saúde do município da Serra estão sobrecarregando os clínicos gerais que, além de atender os pacientes que fazem uso de medicamentos contínuos, agora também têm que atender gestantes e crianças, ou seja, a agenda dos médicos só abre um dia na semana para marcação de consultas e já sem vagas para atendimento. Falta tudo: médico, remédio e equipamento. Com a crise na economia, o que já era ruim, agora ficou péssimo. O que foi encontrado é de assombrar. Nos hospitais do Espírito Santo, além das já conhecidas falta de leitos, de médicos, de medicamentos, de equipamentos e instrumentos para atender a população, tem hospital funcionando apenas dois dias na semana. É isso mesmo, dois dias da semana, como se os pacientes pudessem escolher o dia de ficarem doentes. No Ceará, o atendimento em cardiologia também passa por dificuldades. Em Fortaleza, o Hospital de Messejana, que é referência em tratamentos e transplantes do coração, não está recebendo crianças de outros estados há uma semana. Só este ano, foram, em média, dois transplantes por mês. A direção do hospital informou que está cortando despesas e que só vai atender pacientes de fora depois de março do ano que v e m . Isso compromete o atendimento a recémnascidos com doenças

FÁBIO BATISTA PINTO Caos na saúde do Espírito Santo e Brasil

cardíacas graves e pacientes do Maranhão, Piauí e Alagoas que não têm outra unidade para socorrer as crianças. A Secretaria de Saúde do Ceará informou que a prioridade é atender os pacientes do próprio estado. Em Pernambuco, a prefeitura da cidade de Escada, reduziu o funcionamento do hospital para apenas dois dias na semana. O secretário

municipal de Saúde diz que o valor repassado pelo governo federal para o hospital é pequeno: R$ 218 mil por mês. “O custo de manutenção desse hospital funcionando é R$ 800 mil. Isso a prefeitura fez durante dois anos, mas diante dessa crise é impossível o município arcar com essas despesas”, afirma o secretário de Saúde de

Escada, Hermílio Rêgo Barros. “O que que vai ser da gente? Vai morrer à míngua? Não pode. A gente é ser humano”, diz a dona de casa Alice Leôncio da Silva Alves. Em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, o único pronto-socorro do município está passando por uma reforma, e precisa mesmo, porque o Bom Dia Brasil

SAÚDE 9 fatos & notícias

flagrou uma goteira descendo do ventilador do teto de um dos quartos. Pacientes são atendidos pelos corredores sentados em cadeiras porque faltam macas. Cirurgias de emergência podem levar alguns dias para serem realizadas. “Falta maca de carregar paciente, falta cama suficiente para paciente, falta praticamente tudo”, relata o pedreiro José dos Santos. A Secretaria da Saúde do Distrito Federal se comprometeu a apurar o que aconteceu no Hospital de Ceilândia, onde a longa demora para encontrar um leito para Laura ter o bebê dela e onde só havia um médico de plantão. A Secretaria também disse que está tentando comprar os medicamentos em falta e com estoque reduzido como o dobutamina e o milrinona. Acordem prefeitos e secretários de saúde. Governadores, prefeitos, deputados e vereadores elogiam tanto a saúde pública de qualidade, mas quando adoecem se internam no Sírio-Libanês, Albert Einstein, Apart Hospital, Hospital Metropolitano. Por que não vão para os hospitais públicos, tão exaltados pelos mesmos?

Fábio Ba sta Pinto Bacharel em História e licenciado em Pedagogia Especialização em Educação de Jovens e Adultos Educação Inclusiva e Gestão Educacional


10 COMPORTAMENTO fatos & notícias

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Google Earth viaja pelos locais sagrados dos povos da Amazônia FOTO: ALINE SCOLFARO/ISA

Experiência interativa conta a história dos povos tukano, que habitam o Alto do Rio Negro há cerca de 3 mil anos

Antes da chegada dos invasores europeus, a Amazônia era densamente povoada. Um estudo publicado em março deste ano estima que entre 8 e 10 milhões de indígenas conviviam de forma harmoniosa com a floresta, não só tirando seu alimento, como contribuindo para o aumento da biodiversidade e fertilidade do solo. Parte da beleza natural da Amazônia foi plantada por mãos indígenas. Como já sabemos, a história não favoreceu as complexas civilizações nativas. Em alguns cantos, porém, o difícil acesso manteve vivos alguns desses povos e com eles as crenças e tradições que os fazem manter essa relação simbiótica com o mundo em que vivem. Foi atrás dessas histórias que embarcou uma equipe liderada pela antropóloga Aline Scolfaro, do programa Rio Negro do Instituto Socioambiental (ISA), em duas expedições em que percorreu mil quilômetros

dos rios Negro e Uaupés, da foz em Manaus até a nascente, já na Colômbia. Com ela, integrantes dos povos Tukano, Desana, Piratapuia, Tuyuka, Bará e Barasana, descendentes daqueles que habitam o Alto do Rio Negro há pelo menos 3 mil anos. “Muitos só conheciam esses lugares no plano espiritual, ou nas narrativas transmitidas pelos antepassados. Fizemos um registro audiovisual do processo e das histórias que eles iam narrando”, contou à Galileu, Aline Scolfaro. Foram visitados 60 lugares sagrados pelos povos, que além das crenças dividem a mesma família linguística: Tukano Oriental. Resultou em 300 horas de filmagens que viraram o documentário “Pelas Águas do Rio de Leite”, lançado em março deste ano, em que contam a história do tempo da criação do Mundo. Segundo a cosmovisão dos tukano, antes de do m u n d o e x i s t i r, h a v i a

somente o Avô do Universo, sozinho no escuro da “Maloca do Céu”. Até que um dia resolveu criar águas, terras, matas, dias e ar, nuvens e ventos, e seres humanos para habitar esse novo mundo. Por último fez surgir a Gente da Transformação, ancestrais dos tukanos. Foi no ponto de início da jornada da G e n t e d a Transformação em direção ao centro da Terra que partiu a expedição da antropóloga. Foz do Rio de Leite, ou Ohpẽkõ Diá Pitó na língua local, é como chamam o ponto de encontro das águas escuras do rio Negro com o marrom do Rio Solimões, que não se misturam por seis quilômetros. Foi ali, no extremo leste, onde o Sol Nasce, que o Avô do

Universo transformou uma grande cobra em canôa e mandou que os ancestrais tukanos embarcassem. Ao longo do trajeto pelo “caminho de leite”, a cobracanoa fez diversas paradas. Em cada uma delas, os ancestrais tukanos adquiriam os poderes e conhecimentos que até hoje compõem sua cultura. Em uma delas, Wihõ Wii, ou casa de Paricá, utilizaram uma substância alucinógena extraída de uma árvore de mesmo nome. “Com isso adquiriram o poder de enxergar as doenças e, assim, curá-las," explica no documentário Ercolino Alves, conhecedor Desana. O ponto final da jornada é a cachoeira de Ipanoré, onde o Avô do Universo disse aos ancestrais para que e m e rg i s s e m p a r a e s s e mundo. Até então a Gente de Transformação eram espíritos sem uma forma definida. Um buraco próximo à cachoeira,

chamado Pamuri Pe em tukano, que quer dizer buraco da transformação, foi o ponto em que emergiram do mundo subaquático para se transformarem em seres humanos. A partir desse momento, os ancestrais de cada povo seguiram para os territórios destinados pelo Avô do Universo, nas cabeceiras dos rios Uaupés, Papuri, Tiquié e afluentes, munidos dos conhecimentos obtidos no trajeto. Agora, três mil anos depois, a preocupação é que esses poderes ancestrais não se percam. “Os mais velhos se ressentem que essas tradições, tão importantes para a vida deles hoje, para o manejo ambiental, a medicina tradicional, todo esse arcabouço de conhecimento, esteja sendo esquecido pelas gerações mais novas, formadas na escolarização formal”, revela Aline Scolfaro. “O

Rio Negro tem uma história antiga de contato. Uma atuação forte de missionários, então as transformações culturais foram profundas no último século”. Para ajudar a preservar toda a sabedoria do Avô do Universo, o Google Earth, em parceria com o ISA, transformou parte do conteúdo do documentário “Pelas Águas do Rio de Leite” em uma experiência interativa. Lançado nesta terça-feira, 19 de junho, traz uma viagem virtual por onze pontos sagrados pelo caminho da cobra-canoa. “O registro é importante para eles, mas para a gente também. Os não indígenas têm oportunidade de aprender a relação especial que esses povos têm com seu território. Esses conhecimentos profundos que formam a prática da vida hoje em dia”, concluiu a antropóloga.

FOTO: ALOÍSIO CABALZAR/ISA


11 fatos & notícias

24 a 30 de junho de 2018 O que fazer com essa população que cada dia que passa aumenta e não recebe nenhuma assistência do poder público? Numa ida ao centro do município da Serra, percebi um grande número de indivíduos sentados, ociosos, pedindo dinheiro aos transeuntes e se alcoolizando. Não resisti e fui ao encontro deles, educadamente, pedi licença aos cidadãos, me apresentei como dono de jornal, interagi e comecei a indagar, se eles eram do município, se tinham profissão, família e, por fim, perguntei o que os levou a se tornarem moradores de rua? Para minha surpresa, ouvi histórias muito parecidas. Um deles chamado Rafael, 21 anos, de Vila

Velha, disse que se tornou morador de rua porque sua família não quis saber mais dele. “Sou desenhista, me arruma um papel e um lápis que desenho o senhor. Fiz algumas besteiras, mas nunca roubei, prefiro pedir. O albergue não tem graça, é apenas um lugar para comer e mais nada, não oferecem curso e não dão trabalho para nós. Tudo que precisamos é de trabalho, tenho profissão, mas não consigo emprego, sem trabalho, não tenho dinheiro não tenho dignidade. Como vou comprar uma casa, uma cama, um fogão? Entendeu? Somos abandonados pelos políticos, só aparecem aqui para pedir voto, se quiser meu voto, tem que pagar”, disse um revoltado Rafael.

Outro morador que preferiu não se identificar, disse que é do Rio de Janeiro. Jardineiro de profissão, disse que há anos não sabe o que é tratar de uma planta com carteira assinada. “Vivemos pela graça de Deus”, falou desiludido. Uma senhora, com aparência jovem, falou que era norte do Estado. “Sou de Jaguaré e estou desempregada. Me dá uma máquina de costura reta e uma overloque que costuro uma camisa igual à que o senhor está usando. Procurei emprego por anos e não consegui. Não tinha dinheiro para pagar as contas de energia, água, gás... A forma que encontrei foi morar na rua, aqui não

Coluna Olhar de uma Lente HAROLDO CORDEIRO FILHO

Serra, o município necrosado

MUNICÍPIO DA SERRA/ES

preciso pagar nada”. Outro que também não quis se identificar, procedente da Bahia, disse que é soldador elétrico e que procurou emprego por anos, mas cansou de receber “não” na cara e por isso mora na rua. “Me tornei morador de rua porque esses políticos filhos da p... só prometem e nunca fazem nada por nós, somos abandonados, não temos emprego. O que eles fazem é roubar nosso dinheiro, por isso, sigo meu caminho, da minha maneira, como morador de rua”, ressaltou.

Esses relatos só confirmam direito constitucional. São t u d o q u e s a b e m o s , o pessoas, são cidadãos, são município marginaliza, se mães e chefes de famílias, omite e é irresponsável. A que vivem à margem da assistência social existe sociedade. apenas no papel, os projetos Só me resta lamentar e são para “inglês ver”, o confirmar tudo que venho Centro Pop, o de acolhimento c o m e n t a n d o n o s m e u s institucional temporário a r t i g o s : a S e r r a é u m ( a b r i g o s ) e o S e r v i ç o município “necrosado”, que E s p e c i a l i z a d o e m tem como médicos legistas o A b o r d a g e m S o c i a l s ã o prefeito e deputados que paliativos, essa população dizem representá-lo. não precisa somente de café e almoço, mas de cursos, reciclagens profissionais, Haroldo Cordeiro Filho e m p r e g o s , s ó a s s i m , Jornalista DRT: 0003818/ES resgatarão a oportunidade de Coordenador-geral da viverem dignamente, que é ONG Educar para Crescer

Curso gratuito de informática para jovens na Casa da Juventude Jovens entre 14 e 29 anos atendidos na Casa da Juventude, em São Pedro, ou que fazem parte do Programa Adolescente Aprendiz vão ter a oportunidade de fazer curso gratuito de informática básica.

A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria Municipal de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho (Semcid), por meio da Gerência de Qualificação do Trabalhador e o Sesi. Além do curso de

informática, serão ofertadas oficinas e palestras de orientação profissional. As primeiras turmas serão iniciadas em 2 de julho e vão até 8 de agosto. Uma das turmas será oferecida no Centro de Formação Profissional

Ludovico Pavoni, em Santo Antônio, e a outra, na Casa da Juventude. De acordo com a gerente de Qualificação do Tr a b a l h a d o r, F a b i a n a Santos, inicialmente os cursos serão oferecidos para esse público específico, já que existia uma grande demanda por essa qualificação para jovens que buscam entrar no mercado de trabalho. "A princípio, optamos por trabalhar com esses jovens. No entanto, outras turmas também serão abertas durante o ano para toda a comunidade", explicou. O curso de informática básica oferecido no Centro

de Formação Profissional Ludovico Pavoni, que fica na Rua Santo Antônio, 1746 (próximo ao cemitério), vai ofertar 20 vagas e, para participar, é necessário ter idade mínima de 14 anos e cursar entre o 5º e o 9º ano do ensino fundamental. As inscrições começaram nesta segunda-feira (25), das 13 às 17 horas, e serão feitas por ordem de chegada na Agência Municipal do Trabalhador (Sine de Vitória), em Bento Ferreira. Já a turma oferecida na Casa da Juventude, que fica na rua Guilherme Bassini, 13, São Pedro (em frente ao

campo do Racing), terá o limite de 14 vagas. As inscrições começaram nesta terça-feira (26), das 13 às 16 horas, e também serão feitas por ordem de chegada. Os interessados precisam se dirigir até a Casa da Juventude. Os candidatos precisam a p r e s e n t a r obrigatoriamente no ato da inscrição: RG ou Carteira de Trabalho (original e foto cópia), CPF (original e cópia) – se for menor de idade é preciso original e cópia do CPF do responsável) – e também comprovante de residência (original e cópia).


ECONOMIA 12 fatos & notícias

24 a 30 de junho de 2018

Ração de pets aproveita alimentos que seriam descartados Indústria u liza farinha de trigo, milho e arroz quebrados com nutrientes e que são desprezados pelo aspecto visual a economia. Mais de 132 milhões de animais de

pets, a cadeia de produção e serviços do segmento inclui,

milhões de aves, 22 milhões de felinos e 18 milhões de

Os Estados Unidos lideram a produção para atender o

além de pet food (alimentos), pet vet (produtos veterinários), pet care (equipamentos, acessórios, produtos de higiene e beleza animal) e pet serv (serviços). Pet food lidera o faturamento, tendo representado nos últimos anos quase 70% desse mercado, formado por 52 milhões de cães, 38

peixes. No mundo, o Brasil ocupa o quarto lugar entre os maiores criadores de animais domésticos. Em primeiro lugar, está a China (289 milhões), depois Estados Unidos (226 milhões), e o Reino Unido (146 milhões). A população mundial é de 1,56 bilhão.

mercado (42,2%), seguidos pelo Reino Unido (5,8%). O Brasil é o terceiro maior produtor com 5,14%. A produção brasileira de 2,66 milhões de toneladas é direcionada especialmente para atender ao mercado interno, mas a exportação, que tem aumentado a cada ano, atingiu em 2017 US$

FOTO: KIM HESTER/PIXABAY

Mais de 2,5 milhões de toneladas anuais de alimentos que seriam descartados por ano são aproveitados na fabricação de ração. A indústria de pet food utiliza farinha de trigo, milho e arroz quebrados na composição de alimentos para animais domésticos, desde que estejam preservados os níveis adequados de proteínas, vitaminas e minerais. “É um importante papel da indústria de pet food esse aproveitamento de matériaprima, desprezado pelo consumidor apenas pelo seu aspecto visual. É o que chamamos de sobra de mesa”, diz o engenheiro agrônomo José Edson Galvão de França, presidente da Câmara Setorial de Animais de Estimação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (AbinpetT). Da composição de 90% a 95% da ração, 60% é composta por grãos, e entre 25% e 30% são de origem animal. “Estamos aproveitando o que seria inservível e produzindo alimentação balanceada para os animais, evitando doenças e contribuindo com a qualidade de vida das famílias”, observa França. E esses produtos contribuem para movimentar

estimação vivem em lares brasileiros, segundo dados do IBGE, fazendo com que o segmento de produtos pet fature R$ 20,37 bilhões, o equivalente a 0,38% do Produto Interno Bruto (PIB). O dado é do ano passado, quando o crescimento foi de 4,95% sobre 2016. Para alimentar e cuidar dos

210,1 milhões. As famílias e seus animais de estimação movimentam as finanças de 33,1 mil pet shops, 80 mil pontos de vendas e 700 mil empregos. “O brasileiro não deixa de comprar os produtos, mesmo em momento de crise econômica”, segundo França. As necessidades básicas do pet são incluídas no orçamento doméstico. Mas o aumento de volume de negócios, em 2017, foi influenciado por produtos mais baratos. O que se explica em função da criação de animais de estimação estar concentrada nas classes C e D, que normalmente têm maiores perdas de renda nesses períodos mais difíceis da economia. A Associação presidida por França é referência técnica para informações sobre a indústria e o comércio de animais de estimação. Duas publicações são fontes de consulta. O Painel Pet coleta dados atualizados das empresas. O Manual Pet Food Brasil é um guia de boas práticas utilizado por fabricantes de alimentos. O manual contém informações sobre padrões técnicos e de qualidade de matériasprimas, parâmetros nutricionais, metodologias analíticas e condições ideais de produção para garantir alimentos seguros.


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