Fatos & Notícias Ed. 255

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Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Ano VIII - Nº 255

01 a 07 de julho/2018 Serra/ES

Distribuição Gratuita

fatos & notícias www.facebook.com/jornalfatosenoticias.com.br

FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET

Pág. 4

Creches serão avaliadas a partir de 2019 pelo MEC Começa nesta sexta-feira o maior festival de blues e jazz do ES Pág. 5

HAROLDO CORDEIRO FILHO

Paleontólogos encontram fósseis comunitário não é de espécies de 13 Líder cargo político. Portanto, milhões de anos não deve agir como na Bolívia Pág. 7 cabo eleitoral Pág. 11

Café poderá substituir injeções de insulina em diabéticos no futuro Pág. 9

FÁBIO BATISTA PINTO

O caos está instaurado na saúde pública no Brasil Pág. 9


2fatosMEIO AMBIENTE & notícias

01 a 07 de julho de 2018

Acordo trará 50 ararinhas-azuis para o Brasil Ministro do MMA assinou memorando de entendimento na Bélgica Cinquenta ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) – extintas na natureza há quase duas décadas – deverão migrar em breve, da Alemanha para o Brasil, para compor a população que vai repovoar o sertão baiano a partir de 2019. O acordo para que isso aconteça foi assinado, no domingo (24), pelo ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, com organizações conservacionistas da Bélgica (Pairi Daiza Foundation) e da Alemanha (Association for the Conservation of Threatened Parrots), numa reunião na Bélgica, onde estão quatro das 158 ararinhas-azuis existentes hoje no mundo – todas elas em cativeiro. A previsão é que os animais estejam em território nacional no primeiro trimestre de 2019. “A assinatura desse documento é um marco histórico da luta pela preservação das espécies”, afirmou Duarte. No dia 28 de junho, Edson Duarte participará da inauguração do Centro de Preparação para Reprodução e Reintrodução da Ararinha-Azul em Berlim, na Alemanha, criado especialmente para preparar as ararinhas-azuis para o retorno ao Brasil. Para que os animais sejam recebidos no País, a ACTP e o Pairi Daiza irão construir também um centro de reintrodução da espécie no município de Curaçá (BA), na unidade de conservação criada neste mês pelo governo. A parceria entre instituições privadas nacionais e internacionais e o governo brasileiro tem viabilizado diversas ações previstas no Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação da Ararinha-Azul, que tem como objetivo o aumento

peças estão começando a se encaixar, do jeito que a gente sonhava. É fantástico". Descoberta no início do século 19 pelo naturalista alemão Johann Baptist von Spix, e exclusiva da Caatinga brasileira, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) teve sua população dizimada pela captura e tráfico de animais silvestres. O último exemplar conhecido na natureza desapareceu em outubro de 2000, e até hoje não se sabe se morreu ou foi capturado por alguém. Desde então, os poucos exemplares que restaram em coleções particulares vêm sendo usados para reproduzir a espécie em cativeiro. Quase todos no exterior. A ararinha é endêmica da Caatinga e considerada uma das espécies de aves mais ameaçadas do mundo. Em 2000, a espécie é classificada como Criticamente em Perigo (CR) possivelmente Extinta na Natureza (EW), restando apenas indivíduos em cativeiro. Naturalmente rara, a ararinha só existia originalmente numa pequena região do interior de Juazeiro e Curaçá, no norte da Bahia, onde o governo federal criou, no início deste mês, duas unidades de conservação: o Refúgio de Vida Silvestre (com 29,2 mil hectares) e a Área de Proteção Ambiental da ArarinhaAzul (com 90,6 mil hectares), destinadas à reintrodução e proteção da espécie e para conservar o bioma da caatinga. Um centro de reprodução será construído no local para receber as 50 araras da Alemanha e produzir os filhotes que serão liberados na natureza.

Floresta nativa da Mata Atlântica

FOTO: REPRODUÇÃO/ICMBIO

da população manejada em cativeiro e a recuperação e a conservação do habitat de ocorrência da espécie. A transferência das aves deve ocorrer no primeiro trimestre de 2019 – uma vez que o centro estiver pronto – e as primeiras solturas poderão ser feitas a partir daí. “Até 2022 esperamos ter a ararinha-azul reintroduzida com sucesso na natureza”, diz a veterinária Camile Lugarini, pesquisadora do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e responsável pelo Plano de Ação Nacional para Conservação da Ararinha-Azul. Será um processo cauteloso. As primeiras solturas serão feitas em conjunto com maracanãs

(Primolius maracana), uma outra espécie, com hábitos semelhantes aos da ararinha – ambas, por exemplo, utilizam ocos de caraibeira (ipê-amarelo) para fazer seus ninhos. Antes de desaparecer, o último macho de ararinha-azul chegou a formar par com uma fêmea de maracanã. Pesquisadores do ICMBio, em parceria com a população local, vêm estudando o comportamento das maracanãs para aprender mais sobre a espécie e, com base nisso, planejar a liberação e o monitoramento das ararinhas que estão por vir. “Acredito que muito do que estamos aprendendo com as maracanãs servirá para a ararinhaazul”, aposta Camile. A criação das áreas protegidas era essencial, mas ainda é necessário arrumar a casa para receber as araras, ressalta. A paisagem é muito impactada pela

criação de cabras, que interferem com a cobertura vegetal da qual as aves dependem para fazer seus ninhos e se alimentar. As 50 aves que virão ao Brasil estão sob a guarda da Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP), uma organização privada sem fins lucrativos que hoje mantém 90% das ararinhas-azuis em cativeiro do mundo – após o fechamento de uma instituição no Catar, que transferiu seu plantel para Berlim no início deste ano. “É uma responsabilidade enorme”, disse Martin Guth, presidente da ACTP, que pagará pelo novo centro de criação e reprodução na Bahia. Produzir as aves não será problema, garante o diretor científico da associação, Cromwell Purchase, que está ansioso para iniciar a reintrodução. “Todas as

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br Representante Comercial: MÁRCIO DE ALMEIDA comercial@jornalfatosenoticias.com.br fatos & notícias Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3070-2951 / 3080-0159 / 99620-6954 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES CNPJ: 18.129.008/0001-18 Filiado ao Sindijores

Impressão Metro

"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília

Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores


01 a 07 de julho de 2018

O perigoso sapo-azul

CULTURA 3 fatos & notícias

São Pedro ganhará Centro de Artes e Esportes no próximo domingo FOTO: ANDRÉ SOBRAL

FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET

A natureza nos oferece uma gama inesgotável de cores no dia a dia. Uma paleta de cores espetacular em que, no entanto, a cor azul é uma das menos presentes. Desta vez, queremos apresentar um ser de cores impressionantes: o Dendrobates tinctorius, o perigoso sapo-azul. O dendrobates tinctorius azureus ou sapo-azul é um anuro que pertence à família dos "dendrobates", também conhecido como sapos-ponta-de-flecha ou rã-dardo. Algumas tribos indígenas usam seu veneno nas pontas das lanças, dardos e flechas para caçar. São animais diurnos, que vivem nas selvas de algumas áreas da América do Sul, de cores espetaculares e que são considerados muito venenosos. O sapo-azul vive principalmente nas selvas do Suriname, embora também tenha sido visto em algumas áreas de selva do Brasil. Como a maioria dos

sapos de sua espécie mede aproximadamente 50 mm. Tamanho que os especialistas consideram "grandes" como anuros venenosos. As fêmeas tendem a ser maiores e mais gordas que os machos e têm costas mais arqueadas. Outra diferença entre gêneros é que seus dedos terminam em uma circular e a deles na forma de um coração. A cor do sapo-azul é um sistema de autodefesa. Ele adverte seus predadores que ele é altamente tóxico. Quando um animal come um sapo-azul, devido às suas toxinas, o sabor é amargo e também causa grande dor e incapacidade. O predador, se ele não morrer, vai lembrar que não teve um resultado agradável ao comer um tinctorius dendrobates colorido. A toxicidade de algumas espécies de dendrobatos tinctorius é perigosa mesmo para os seres humanos. Pesquisas recentes

mostraram que o sapo-azul não é venenoso por si só, mas depende da dieta. Se for criado em cativeiro, ele perde a sua toxicidade, uma vez que o extrai de besouros que se alimentam. Podemos encontrar exemplares de dendrobates tinctorius com cores diferentes. Além do azureus, existem aqueles com o corpo negro ou com um padrão de faixas irregulares amarelas ou brancas ao longo das costas, laterais, peito e cabeça. Também com o corpo branco ou amarelo pontilhado com manchas pretas ou azuis e com pernas de azul, cinza ou roxo. Um lindo exemplar da família dos sapos exóticos é o dendrobates pumilio, também chamado de Oophaga pumilio e relamorango, é popularmente conhecido como "sapomorango ou rã-morango".

Site de Curiosidades

Um antigo sonho dos moradores da Grande São Pedro virou realidade: o Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU) será inaugurado no próximo domingo (8), às 10 horas. Quem for conhecer o novo espaço, com mais de 2,4 mil ² m de área construída, assistirá às apresentações de capoeira e balé dos alunos do Circuito Cultural e aos malabarismos e habilidades dos alunos de circo do Projeto Caminhando Juntos (Cajun) Santo André, além de aproveitar as atrações da Rua de Lazer, como pulapula, piscina de bolinhas e futebol de sabão, das 8 às 12 horas. A unidade vai abrigar o Circuito Cultural, práticas esportivas, como escolinha de futebol e ginástica noturna, Centro de Apoio ao Empreendedor, Espaço de Qualificação e Inclusão Digital e o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) São Pedro 1. O CEU é resultado de uma parceria entre a Prefeitura de Vi t ó r i a , p o r m e i o d a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), e o governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, para criação de um espaço de promoção da

cidadania. Os serviços vão atender às famílias de dez bairros: São Pedro, Condusa, São José, Santos Reis, Santo André, Ilha das Caieiras, Redenção, Conquista, Resistência e Nova Palestina. "Esperamos compartilhar e potencializar nossos serviços junto à comunidade da Grande São Pedro através desse novo equipamento. Além de concentrar diversos serviços públicos em uma ótima estrutura física, o CEU possibilitará mais comodidade às cerca de sete mil famílias atendidas pelo Cras na região", destacou a secretária municipal de Assistência Social, Iohana Kroehling. O prédio de três andares foi planejado para atender, com acessibilidade, o público dos diversos serviços. No primeiro andar, funcionarão o Cras e o Centro de Apoio ao Empreendedor. Ainda há auditório, anfiteatro, refeitório e banheiros. N o s e g u n d o a n d a r, funcionarão o Circuito Cultural (com salas de balé, música, danças urbanas, artesanato livre e artesanato conceitual), o Espaço de Qualificação e Inclusão

Digital, uma biblioteca, além da coordenação do CEU, copa e banheiros. Já o terceiro pavimento conta com dois salões multiúso e o espaço esportivo, além de banheiros. A unidade será gerenciada por um modelo desafiante: a gestão compartilhada. O Grupo Gestor tem composição tripartite (poder público, comunidade e sociedade civil organizada), sendo formado por 15 membros titulares e 15 suplentes. Os representantes (titulares e suplentes) das comunidades e das organizações civis foram eleitos em outubro de 2017. Representando o poder público, estão as cinco secretarias com atividades no CEU: Assistência Social (Semas), Cultura (Semc), Esportes e Lazer (Semesp), Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho (Semcid) e a Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV). Desde a formação do Grupo Gestor, os membros se reúnem mensalmente para discutir e deliberar questões relacionadas ao CEU.


4 EDUCAÇÃO fatos & notícias

01 a 07 de julho de 2018

MEC terá novo sistema Publicado decreto que de exames e passará a reserva 30% de vagas de avaliar creche em 2019 estágio para negros As cotas valem em seleções no serviço público FOTO: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

FOTO: ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL

De forma inédita, a educação infantil será avaliada a partir de 2019, por meio do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Esta e outras mudanças significativas no Saeb, que não passava por uma revisão desde 2001, foram anunciadas pelo ministro da Educação, Rossieli Soares, no dia 28 de junho, durante coletiva de imprensa, em Brasília. Com a inclusão da educação infantil, o Saeb passa a avaliar todo o percurso regular da educação básica. Rossieli Soares enfatizou que os alunos da educação infantil não farão testes e que esta etapa será acompanhada por meio de questionários aplicados a dirigentes, diretores e professores, bem como pela coleta de dados de in f r aes tr u tu r a, fl u x o e formação de professores a partir do Censo Escolar. “Aumentamos o acesso e não conseguimos olhar para os fatores de qualidade de qual educação está sendo entregue nas creches e na educação infantil”, apontou o ministro. Segundo Rossiele, entre os marcos legais para as mudanças do Saeb está a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), da educação infantil e do ensino fundamental, homologada em dezembro de 2017, que apresentou prazos para que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revise suas matrizes. Conforme anunciado pelo

MEC, em outubro de 2017, quando foram divulgados os resultados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) de 2016, os estudantes do segundo ano do ensino fundamental serão avaliados como nova etapa de referência para a alfabetização, adequandose à BNCC. A Base antecipou a meta de alfabetização do País para a faixa etária de sete anos, idade em que a criança está matriculada no segundo ano. “Teremos em 2019, pela primeira vez, a aplicação da prova da alfabetização ao final do segundo ano, pegando mais de 70% das crianças com oito anos e alinhado com a BNCC”, explicou Rossieli Soares. Já as siglas ANA, Prova Brasil, entre outras, deixam de existir e todas as avaliações passam a ser identificadas pelo nome Saeb, acompanhado das etapas, áreas de conhecimento e tipos de instrumentos envolvidos. As aplicações se concentrarão nos anos ímpares e a divulgação dos resultados, nos anos pares. Um dos destaques é a afirmação de dimensões da qualidade educacional que extrapolam a aferição de proficiências em testes cognitivos. Dentro do atual modelo, o Saeb avalia os estudantes em língua portuguesa e matemática. A partir de 2019, os estudantes do nono ano passarão por questões de ciências da natureza e ciências humanas. “É

importante para a qualidade da educação começarmos a olhar outras áreas, para além de língua portuguesa e matemática”, destacou. “A inclusão de ciências da natureza e ciências humanas propicia a ampliação da área de reformulação assim que a BNCC do ensino médio estiver pronta”. Presente à coletiva, Maria Inês Fini, presidente do Inep, autarquia vinculada ao MEC, destacou a i m p o r t â n c i a d e compartilhar essas evidências para criar políticas públicas direcionadas à educação no País. “Há atribuições que são do governo federal”, lembrou. “Ao elaborar essas avaliações, o Saeb cria os indicadores e as evidências e essa responsabilidade é compartilhada. O governo federal tem o dever de interpretar esses resultados e apresentá-los de maneira bem fidedigna para as nossas redes de ensino. Essa articulação dos três poderes [Executivo, Legislativo e Judiciário] tem condições de dar força para a melhoria da qualidade da educação”. O MEC quer aplicar, como projeto-piloto, testes do Saeb por meio eletrônico já em 2019. A intenção é que alguns alunos façam a prova nos dois formatos: por escrito e digital. As avaliações do Saeb são facultativas para as escolas particulares, mas o governo federal espera ampliar e contar com uma participação cada vez maior das instituições privadas.

O decreto que reserva para estudantes negros 30% das vagas em seleções de estágios na administração pública federal direta, a u t á r q u i c a e fundacional está publicado, na edição do dia 29 de junho, do Diário Oficial da União (DO). A medida busca fortalecer a inserção dos jovens negros no mercado de trabalho e foi assinada pelo presidente Michel Temer, em cerimônia no Palácio do Planalto. De acordo com o texto, poderão concorrer às vagas

reservadas a candidatos negros aqueles que se autodeclararem negros ou pardos no ato da inscrição na seleção de estágio, conforme o quesito cor ou raça utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A ideia é que as sociedades de economia mista controladas pela União também adotem a medida. Na cerimônia, no Palácio do Planalto, dirigentes do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, da Petrobras e do Banco do Nordeste assinaram

termo de compromisso da reserva de vagas. No evento, o secretário nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Juvenal Araújo, disse que o decreto é um incentivo para jovens negros iniciarem a vida profissional e contribui também para a redução da desigualdade racial. “Essa ação, que também é afirmativa, representa muito mais que uma oportunidade de primeiro emprego, representa a construção de uma democracia com justiça social”, disse.


5 Pedra Blues & Jazz Festival 01 a 07 de julho de 2018 fatos & notícias

Começa nesta sexta-feira o maior festival de blues e jazz do ES O evento conta com a participação de dez artistas, entre eles um internacional, e promete receber mais de quatro mil espectadores DIVULGAÇÃO/ASSESSORIA

Cantora carioca Taryn Szpilman Começa nesta sextafeira (06) e segue até domingo (08) o Pedra Blues & Jazz Festival. Com três dias de muita música, arte e boa gastronomia, o festival acontece no Centro de Eventos Morangão, em Pedra Azul, com entrada gratuita. Além disso, apreciadores de chocolate poderão degustar o doce ao som de bandas nacionais e internacionais, já que o Festival de Chocolate de Domingos Martins acontecerá nos mesmos dias e local do evento musical. Este ano o line up do Festival contará com dez artistas e bandas renomadas, sendo quatro do cenário musical capixaba, cinco nacionais e um internacional. O

americano Darrel Nulisch, com um blues elétrico, gaita e voz diferenciada. Durante sua passagem por solo tupiniquim, o renomado artista estará acompanhado da dupla de irmãos guitarristas The Simi Brothers. Danilo e Nicolas Simi possuem juntos mais de 20 anos de carreira e participaram dos principais festivais de Blues e Jazz do Brasil. O Festival trará um vocal feminino, que tem conquistado os fãs d o r i t m o , principalmente por meio das redes sociais. Lucille Berce segue o estilo das grandes divas do jazz e, acompanhada sempre de excelentes músicos, a artista encanta muitas pessoas com sua voz bela e

doce. Os consagrados

artistas de Blues, Ney

C o n c e i ç ã o e Robertinho Silva irão se apresentar juntos trazendo os clássicos do blues para o festival. A programação do evento este ano traz diversas novidades, no que diz respeito aos artistas convidados e à gastronomia. Anfitrião do Pedra Blues Festival, José Renato Calheiros, empresário, conta sobre os esforços para realizar a segunda edição do evento. “Estamos trabalhando a programação do evento há meses para levar ao palco os melhores do blues e do jazz. Este ano, o festival terá como referência o vocal. E já temos dez atrações

confirmadas para o show”, relata. SERVIÇO PEDRA BLUES & JAZZ FESTIVAL Local: Centro de Eventos Morangão, Pedra Azul Domingos Martins; Datas: 6, 7 e 8 de julho; Abertura dos portões: 17 h; Shows: a partir das 19 h; Este ano a entrada é franca. Para mais informações e reservas de mesa, basta entrar em contato através do telefone: (27) 99888 – 041. FOTO: RANDY SANTOS

Cantor internacional Darrel Nulish


6 TECNOLOGIA 01 a 07 de julho de 2018 fatos & notícias

Brasil ocupa 44ª Os apps que abrem posição em ranking a câmera retrátil do Vivo Nex de conectividade FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET

Dados são do Global Connectivity Index 2018, divulgado anualmente pela Huawei

O Brasil aparece na 44ª posição quando se trata de conectividade e preparo para a economia digital, à frente de outros países da América Latina como Argentina (55ª) e Colômbia (54ª), mas atrás do Chile, que ocupa o 33º lugar. Os dados são do Global Connectivity Index (GCI) 2018, estudo divulgado anualmente pela Huawei. Na liderança estão os Estados Unidos, seguidos por Cingapura, Suécia, Suíça e Reino Unido. O ranking aponta que o Brasil tem melhorado constantemente nos últimos dois anos em termos de adoção do 4G, além de investir cada vez mais em tecnologias como big data e computação na nuvem. Em uma análise sobre as oportunidades de investimento do País, o

estudo cita a falta de infraestrutura nacional para telecomunicações como o principal desafio para o desenvolvimento tecnológico do Brasil. O GCI aponta também o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) como

O estudo cita a falta de infraestrutura nacional para telecomunicações como o principal desafio para o desenvolvimento tecnológico do Brasil uma iniciativa que pode ajudar em sua ampliação e a tornar o País mais conectado. A edição desse ano analisou 79 países e o Brasil foi classificado pelo

estudo como uma nação 'adopter' de novas tecnologias, o que indica que o País faz parte do grupo de nações com maior potencial de crescimento econômico por meio de investimentos em infraestrutura de telecomunicações. De acordo com o estudo, o foco deste grupo, que ainda inclui países como China e Portugal, deve ser o investimento em infraestrutura para a nuvem e o aumento de velocidade e cobertura para conectividade de alta velocidade, além da digitalização de indústrias e governo. O estudo ainda indica que os 'adopters' devem a u m e n t a r s e u s investimentos em tecnologia em cerca de 10% ao ano para que possam ter um retorno ideal.

Inteligência ar ficial Um dos destaques da edição desse ano do GCI foi o crescimento da inteligência artificial. O estudo aponta que a tecnologia tem o potencial de transformar modelos econômicos e atividades industriais, além de ter potencial para gerar novos modelos de negócios, produtos e serviços. No

entanto, o maior desafio enfrentado por todos os países analisados, incluindo o Brasil, é a falta de profissionais qualificados e capazes de desenvolverem novas aplicações e criarem novos ecossistemas. O estudo recomenda que os países mais carentes de talentos na área de

inteligência artificial, além de investirem em infraestrutura para que o funcionamento de suas soluções, repensem seus modelos de ensino para preparar a próxima geração de trabalhadores para um mercado de trabalho dependente de tecnologias como automação e robótica.

O smartphone Vivo Nex possui uma tela sem notch que ocupa 91% da parte frontal. Para liberar espaço, a câmera frontal é retrátil: ela sobe apenas quando você tira selfies. No entanto, ela está sendo ativada sozinha por alguns aplicativos, incluindo o Telegram. Foi fácil chegar à conclusão apressada de que esses apps estão espionando você. No entanto, a câmera do Vivo Nex é rapidamente desativada — e há um bom motivo para isso. Quando o usuário abre uma mensagem no Telegram, a câmera frontal do Vivo N ex s obe imediatamente e logo se retrai, mesmo que ele não queira tirar uma foto. Isso acontece devido às APIs do Android. O Te l e g r a m s o l i c i t a a resolução das câmeras quando você usa o app pela primeira vez. É preciso ativá-las temporariamente para obter essas informações. O Vivo Nex levanta e imediatamente retrai a câmera frontal — é o Telegram perguntando a resolução através da API. Isso é feito apenas da primeira vez em que o app é usado, quando o usuário abre uma conversa. Quando ele abre outras conversas, nada acontece.

FOTO: DIVULGAÇÃO/VIVO NEX

O Telegram possui código aberto, e um beta não oficial permite desativar a inicialização da câmera ao abrir o chat. Isso está disponível em um menu de depuração (debug). As notas da versão 4.8.11 (1317) dizem que o app não consultará mais a resolução das câmeras quando o batepapo estiver aberto. Isso significa que a primeira tentativa de gravar uma mensagem de vídeo começará com algum atraso. Além disso, a câmera no menu Anexar não estará visível instantaneamente na primeira abertura. Segundo o site Abacus, especializado em tecnologia da China, o Vivo Nex também levanta a câmera frontal com o navegador QQ Browser. A desenvolvedora Tencent diz que isso está relacionado às APIs do Android. O navegador usa a câmera para determinados recursos, como ler QR

Codes, e precisa ativá-la brevemente para obter suas informações (como a resolução). Por sua vez, a chinesa Vivo diz que permissões não necessárias de apps são desativadas por padrão, e que “sempre implementou um gerenciamento rigoroso” delas. Vo c ê n ã o p r e c i s a s e assustar com apps que ativam a câmera frontal do Vivo Nex. Ainda assim, vale lembrar que o Android sempre foi muito liberal nesse quesito. Até o Oreo, apps em segundo plano podem ativar a câmera sem avisar ao usuário. O desenvolvedor Szymon Sidor demonstrou em 2014 que isso funciona mesmo com a tela desligada. No Android P, apps em segundo plano só podem usar a câmera e o microfone se exibirem uma notificação avisando o usuário.


01 a 07 de julho de 2018

CIÊNCIA 7 fatos & notícias

Fábrica de cerveja Paleontólogos encontram de 4,5 mil anos é fósseis de espécies de 13 encontrada no Egito

Descoberta dá pistas sobre animais até então desconhecidos que viveram na América do Sul FOTO: REPRODUÇÃO/VELIZAR SIMEONOVSKI

FOTO: ANCIENT EGYPT RESEARCH ASSOCIATES

Arqueólogos encontraram duas residências próximas ao porto do Egito Antigo: uma delas era ocupada por sacerdote que cuidava do malte

milhões de anos

A sociedade egípcia floresceu ao redor do rio Nilo há cerca de 4,5 mil anos. Durante a construção das pirâmides de Gizé, mantimentos vinham de todo o antigo Egito para abastecer os milhares de trabalhadores que c o n s t r u í a m o s monumentos. Para receber tudo, precisava de um porto. Arqueólogos acabam de encontrar parte dessa estrutura. As edificações datam do tempo em que o faraó Menkaure construiu a pirâmide que leva seu nome, entre 2490 a.C. e 2472 a.C. Mark Lehner, diretor da Associação de Pesquisa do Egito Antigo, que coordena as instalações, acredita que uma das estruturas pode ter abrigado um funcionário que supervisionava a contenção e o abate de

animais para alimentação. Na outra, selos encontrados perto da residência mencionam a wadaat, uma antiga instituição egípcia cujos sacerdotes podem ser altos funcionários do governo. No local, foram encontradas ferramentas indicando que os religiosos coordenavam a fabricação de cerveja e panificação na época. As duas residências estão localizadas no que Lehner acredita ser "basicamente o porto nacional de seu tempo", com mercadorias e materiais vindos de todo o Egito e do leste do Mediterrâneo. Arqueólogos já haviam encontrado outras residências neste porto, incluindo uma casa de 21 cômodos usada por trabalhadores. As ruínas estão localizadas próximas de

uma série de estruturas chamadas galerias, que podem ter abrigado uma força paramilitar em Gizé, disse Lehner. Qualquer alimento produzido perto das duas residências foi provavelmente destinado a pessoas que vivem nas galerias, embora alguns alimentos possam ter pessoas trabalhando na pirâmide de Menkaure. O porto também estava em operação em Gizé quando a Grande Pirâmide estava sendo construída em nome do faraó Khufu (reinado por volta de 25512528 aC). Um diário de bordo escrito por um inspetor chamado Merer, que viveu durante o 27º ano do reinado de Khufu, contém referências a tal porto. Este diário está no processo de ser decifrado.

Há poucos fósseis ou registros de animais que viveram na América do Sul durante o Mioceno, quarta época da era geológica Cenozoica, mas uma nova descoberta realizada por paleontólogos da Universidade Case Western Reserve, nos Estados Unidos, mostra que a região foi o habitat de muitas criaturas curiosas. Em estudo publicado no periódico Journal of Vertebrate Paleontology, os pesquisadores descrevem a descoberta de fósseis de 13 milhões de anos na Bolívia. Trata-se de restos de duas espécies até então desconhecidas de litopternas, mamíferos que pareciam uma mistura de veados com alces. As espécies ganharam os nomes de Theosodon arozquetai e Llullataruca shockeyi e acredita-se que

POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL

tenham vivido somente na Bolívia. Segundo os paleontólogos, a descoberta é importante porque, apesar de a América do Sul ter uma grande diversidade de mamíferos, é difícil encontrar fósseis deles. "Estudar fósseis de regiões como a Bolívia, onde outros já haviam procurado, nos permitiu descobrir e descrever uma variedade de novas espécies que estão transformando as nossas visões da história dos mamíferos da América do Sul", afirmou Darin Croft, professor de biologia da universidade e coautor do estudo, em anúncio. Para o cientista Andrew McGrath, que participou da pesquisa, essas novas espécies são só uma pista das várias que podem estar escondidas na região. "Parentes próximos das litopternas desapareceram

da América do Sul há cerca de 20 milhões de anos, mas, de acordo com nossa pesquisa, sabemos que elas resistiram por mais sete milhões de anos na Bolívia", disse. A descoberta deixou os pesquisadores tão intrigados que os inspirou a ir para a Argentina, onde começaram investigações sobre outras 11 espécies de mamíferos extintos. Os marsupiais são de uma ordem chamada Sparassodonta, eram carnívoros e existiram há cerca de 18 milhões de anos no sul do país. Ainda é necessário realizar análises mais aprofundadas desses animais, mas uma coisa é certa: há muito o que descobrir na América do Sul.


8SAÚDE

fatos & notícias

01 a 07 de julho de 2018

Aspirina pode ajudar a retardar o Alzheimer

Remédio em teste detém progressão do Parkinson em ratos

Por ser, ainda, uma doença merecedora de muito estudo e a sua origem não ser ainda totalmente conhecida, o tratamento passa, na maioria das vezes, pela prevenção e atraso dos sintomas que ainda se assumem como inevitáveis

Pesquisadores devem iniciar ainda este ano os testes clínicos da droga

FOTO: DHIRAJ SINGH/BLOOMBERG

O Alzheimer é um problema que afeta as células a nível cerebral e leva ao estado de demência, dificuldade em se comunicar, mudanças de humor e comprometimento de todo o corpo por destruição de células. Com o objetivo de retardar tal degradação celular, a aspirina parece ser uma potencial solução. Este, que é um dos medicamentos mais comuns, foi apontado como capaz de estimular os lisossomos, responsáveis pela destruição de certas células através de conjuntos de enzimas, neste caso, a proteína beta-amoloide, que

desenvolve as placas senis que resultam na referida doença. Este não é o primeiro estudo que associa a doença degenerativa à aspirina, sendo que o trabalho agora apresentando no 'Journal of Neuroscience' se baseou nos anteriores para sustentar a ideia de que a aspirina “pode ser protetora contra doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer”. “O estudo atual é emocionante porque investiga um novo mecanismo cerebral pelo qual a aspirina pode gerar esses efeitos” refere a médica Lyndsey Collins-

Praino, ao Globo. Com a atual descoberta, além de se apontar mais uma vantagem à tomada moderada de aspirina, a par do alívio de dores e controle d e d o e n ç a s cardiovasculares, torna-se necessário investir em estudos sobre o tema onde se aprofunde esta forma de combate ao Alzheimer. Sobre tal necessidade, os autores do estudo alertam para que não se comece a tomar aspirina como forma de tratamento de Alzheimer sem que o problema – e medicação – sejam indicados por um especialista.

Um remédio desenvolvido de forma experimental por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins (Baltimore, nos Estados Unidos) conseguiu desacelerar a progressão e os sintomas do Mal de Parkinson, segundo informou o centro universitário. Os cientistas, que em experiências com cultivos celulares do cérebro humano e um modelo préclínico da doença de Parkinson em ratos descobriram que o chamado NLYo1 detém "a degeneração neuronal", pretendem usar ainda este ano o medicamento em testes clínicos. "O medicamento protege de uma forma realmente assombrosa as célulasalvo do sistema nervoso", explicou Ted Dawson, diretor do Instituto de Engenharia Celular e professor de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, com sede em Baltimore (Maryland). Se os testes clínicos forem bem-sucedidos, o NYL01 seria um dos primeiros tratamentos farmacológicos cuja ação n ã o s ó e s t a r i a

encaminhada a melhorar a r i g i d e z m u s c u l a r, o s tremores e a demência, entre outros sintomas do Parkinson, mas, também, deter a progressão da doença, destacou Dawson. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica digital Nature Medique. Em um primeiro experimento, a equipe de Dawson injetou a proteína alfa-sinucleína, que, acredita-se, é a principal causa do Parkinson, em d e z r a t o s q u e posteriormente receberam o NYL01. Além disso, os pesquisadores injetaram a alfa-sinucleína em outro grupo de ratos similares que, depois, não receberam o fármaco. Este segundo grupo de ratos apresentou uma deterioração motora significativa em testes de comportamento, enquanto os ratos tratados com NYL01 conservaram tanto suas funções físicas normais como os n e u r ô n i o s dopaminérgicos, uma clara indicação do efeito protetor do medicamento e m r e l a ç ã o a o desenvolvimento da

doença de Parkinson. Em um segundo experimento, os cientistas estudaram um grupo de ratos que, por modificação genética, produzia, de forma natural, uma proteína alfa-sinucleína mais análoga à humana. Em condições normais, os ratos transgênicos deveriam morrer em 387 dias, mas a equipe de Dawson observou que o tratamento como o NYL01 prolongou a sobrevivência dos 20 ratos tratados com o fármaco em mais de 120 dias. Após realizar uma análise mais exaustiva, os pesquisadores perceberam que o cérebro dos ratos tratados com o fármaco NYL01 apresentavam poucos indícios das características neurodegenerativas do Parkinson. O Mal de Parkinson é um t r a n s t o r n o neurodegenerativo que afeta o sistema nervoso de maneira crônica e progressiva. Segundo a Fundação contra o Parkinson, esta doença afeta aproximadamente um milhão de pessoas nos Estados Unidos.


01 a 07 de julho de 2018

SAÚDE 9 fatos & notícias

Café poderá substituir injeções de insulina em diabéticos no futuro Implante com células modificadas produz medicamento para diabetes ao detectar cafeína no sangue As injeções de insulina para controlar a glicose no sangue de pessoas com diabetes podem deixar de existir dentro de alguns anos. No lugar, doses do bom e velho café. É isso que pretende o pesquisador Martin Fussenegger em trabalho com sua equipe do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Zurique. Eles estão projetando um implante com centenas de milhares de células modificadas para produzir medicamentos quando detectam cafeína na corrente sanguínea. "Você pode integrar isso completamente em seu estilo de vida", disse Fussenegger ao The Guardian. "Você toma um chá ou café de manhã, outro depois do almoço e outro no jantar, dependendo da quantidade de que você precisa para recuperar sua glicose".

FOTO: CREATIVE COMMONS/MOHAMED HASSAN

Segundo publicou em um artigo

na revista Nature, células humanas

estão sendo modificadas para que produzam um peptídeo naturalmente fabricado pelo intestino chamado GLP-1. Ele estimula as chamadas células beta no pâncreas a produzirem insulina, que controlam os níveis de açúcar no sangue. Essas células modificadas contam um uma espécie de “circuito genético”, que faz com que detectem moléculas de cafeína ao fazer uma varredura pela corrente sanguínea. Quando isso acontece, há uma reação que faz com que iniciem a produção de GLP-1. O implante é composto de milhares de cápsulas semelhantes a gel, que protege

essas células do sistema imunológico. "Quando você os injeta sob a pele, eles ficam juntos como caviar", disse Fussenegger. Dessa forma, basta tomar uma bebida com cafeína, seja um chá, café ou energético, para manter a diabetes sob controle. Se precisar de uma dose maior do medicamento, é só tomar uma bebida mais forte em cafeína. Em teste com ratos, o implante teve sucesso. O implante não estará pronto para seres humanos em breve. Fussenegger acredita que pode levar uma década até que testes e ensaios necessários sejam feitos para demonstrar que a abordagem é segura e eficaz. Mas o pesquisador está otimista: “Você poderia ter sua vida normal de volta. O implante pode durar de seis meses a um ano antes de precisar ser substituído".

Os perigos dos agrotóxicos para a saúde do trabalhador rural Para pesquisador da Fiocruz, deixar o registro de novos produtos a cargo de Ministério da Agricultura, como prevê projeto de lei, representa perigo para a população brasileira FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET

No dia 25 de junho, a comissão especial criada na Câmara dos Deputados para discutir o projeto de lei 6.299/2002, que propõe alterações na atual legislação de agrotóxicos, aprovou texto que divide opiniões. De um lado, empresários do agronegócio comemoram o parecer do relator Luiz Nishimori (PR-PR) sob o argumento de que moderniza a aprovação e regulação dos pesticidas. Do outro, organizações de promoção à saúde coletiva e defesa do meio ambiente afirmam que o relatório fl e x i b i l i z a significativamente o processo, o que representa riscos não só aos

trabalhadores do campo, mas também aos consumidores dos alimentos expostos aos agrotóxicos. O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Ceará, Fernando Carneiro, engrossa o coro do segundo grupo. Integrante do Grupo Temático Saúde e Ambiente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e coordenador do Observatório da Saúde das Populações do Campo, da Floresta e das Águas (Obteia), ele garante que as mudanças na lei significam um “retrocesso gigantesco”. Para Carneiro, um dos

pontos mais críticos trazidos pelo texto – que agora vai a plenário – é a centralização das avaliações de novos produtos e autorização de registros no Ministério da Agricultura, em detrimento da estrutura tripartite de regulação – a lei em vigor determina que os ministérios da Saúde e Meio Ambiente também atuem nas análises. “O processo fica concentrado em um órgão totalmente dominado pelo agronegócio, então o risco é de realmente haver a aprovação de substâncias que possam causar todo tipo de problema”, declara.


10 COMPORTAMENTO 01 a 07 de julho de 2018

Mesmo com o polêmico assunto "drogas" sendo um t e m a a b o r d a d o constantemente, quero aproveitar o dia 26 de junho, data alusiva ao Dia Internacional de Combate às Drogas, para externar minha preocupação com esse sério problema que toda sociedade enfrenta, principalmente no meio dos adolescentes. Na Serra, especificamente, em Jardim Limoeiro (copo sujo), onde se concentra o maior número de usuários, a Prefeitura Municipal mascara o problema, esconde mortes de usuários, sem, contudo, solucionar o problema. To d o s s a b e m o s q u e a questão vai muito além dos paliativos do poder público. O que nosso País precisa é de políticas públicas efetivas, que alcancem nossa sociedade e que saiam dos papéis; que não sejam somente projetos fantásticos aprovados, sancionados e engavetados. Precisamos ver em nosso meio os investimentos reais em nossas crianças e adolescentes, para que estes se tornem cidadãos cônscios e defensores da integridade, da moralidade e da possibilidade de uma vida justa, liberta de qualquer vício ou fato que desabone um futuro promissor. Não estamos livres dessa realidade, não somente pela condição de desigualdades sociais e de concentração de renda, mas, sobretudo, pela

FÁBIO BATISTA PINTO DESCASO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EM RELAÇÃO AOS MARGINALIZADOS FOTO: CLÍNICA GREENWOOD

fatos & notícias

ascensão em alta escala do crack, com

seu alto poder destruidor, no circuito

da distribuição e comercialização, com

uma capacidade enorme de gerar dependência no usuário, de segregá-lo socialmente, além de ocasionar danos físicos e à saúde psicológica como neuroses e psicoses, depressão, tuberculose, h e p a t i t e s , D S Ts / a i d s , derrames e hemorragias pulmonares, dentre outros. Porém, esse problema ultrapassa a questão física, o crack provoca danos sociais irreparáveis na vida dos jovens usuários, de suas famílias e da sociedade, a exemplo da comercialização do corpo pela droga, da exploração sexual de crianças e adolescentes, conflitos, rompimentos familiares e comunitários, isolamento, situação de rua, atos ilícitos, criminalidade e violência sem precedentes. Autoridades olhem com mais carinho e atenção para essa parcela da sociedade. São seres humanos que, como qualquer cidadão, têm direito a uma vida digna. Há tempos o vício em drogas é tratado como questão de saúde pública, por isso, precisamos de ações efetivas a longo prazo para dignificar essa população que só precisa de uma oportunidade para recuperar a sua dignidade. Fábio Ba sta Pinto Bacharel em História e licenciado em Pedagogia Especialização em Educação de Jovens e Adultos Educação Inclusiva e Gestão Educacional

Especialistas estão céticos quanto ao vício em videogames ser uma doença A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o vício em jogos eletrônicos como uma doença e, agora, ele oficialmente faz parte da Classificação Internacional de Doenças (CID). Mas especialistas em saúde mental estão céticos quanto à nova classificação. Os especialistas argumentam que ainda não sabemos o suficiente para afirmar que exista, de fato, um distúrbio relacionado a games, dizendo que as evidências para isso são inconsistentes, com critérios muito amplos para se determinar se uma pessoa está, de fato, "viciada" em games — ou se o "buraco" é mais embaixo.

Para a OMS, pode ser diagnosticado como viciado em games aquele que prefere fortemente jogar em vez de fazer outras atividades, não parando de jogar mesmo quando há consequências negativas em sua vida pessoal e profissional, com tudo isso acontecendo há pelo menos um ano. Mas, entre os argumentos que defendem que não existe vício em games como sendo uma doença está a ideia de que um diagnóstico mais amplo, como o da depressão, por exemplo, pode ser mais assertivo. " Vo c ê p o d e e l i m i n a r facilmente a palavra 'jogo' e colocar 'sexo' ou 'comida' no lugar", na hora de falar em vícios do tipo, segundo o

psicólogo do Instituto de Internet de Oxford, Andrew Przybylski. Para ele, a definição de vício em games não diz nada sobre quais tipos de jogos ou quais recursos deles podem ser viciantes e, por isso, é algo muito amplo. O especialista acredita que a definição da OMS "pode levar a uma espécie de patologização de todos os aspectos da vida". Já Michelle Colder Carras, pesquisadora de saúde pública da Universidade Johns Hopkins, acredita que, apesar de ser inegável que existam pessoas que sofrem porque jogam muito videogame, essas pessoas geralmente podem receber tratamento psiquiátrico sob um

diagnóstico mais amplo, incluindo depressão e ansiedade. Pessoas depressivas e/ou ansiosas comumente procuram por válvulas de escapes, e a tecnologia é apenas uma delas. Outro argumento dado pelos especialistas a fim de derrubar a classificação da OMS é que não há dados concretos para calcular quantas pessoas podem ter um real vício em jogos eletrônicos. Esses dados costumam ser coletados a partir dos próprios usuários que se autodenominam "viciados" em games. Há estudos, por exemplo, que mostram uma taxa de 1% de pessoas viciadas em jogos, enquanto outros sugerem

taxas até 100 vezes maiores, não havendo, portanto, uma consistência. Por fim, esse diagnóstico amplo demais pode estigmatizar os jogadores, levando a mais equívocos nesse sentido. Carras usou como argumento para essa ideia um recente artigo publicado no Observer, que sugeria que tal diagnóstico poderia ajudar a evitar tiroteios em escolas, insinuando que os games seriam causadores desse tipo de violência. "Há um risco de pânico moral com pessoas que não entendem os videogames, com crianças sendo levadas a um tratamento que não precisariam", disse Carras. Vale ressaltar que a OMS

está evitando usar a palavra "vício", preferindo rotular a classificação como "transtornos devido ao comportamento obsessivo". E este é outro problema, na visão de Przybylski: "Acho muito intencional que eles tenham evitado o uso do termo 'vício' e usado um termo ambíguo como 'transtorno'". Em sua opinião, "se existem pessoas que sofrem, por que não chamar de vício?", questiona. Ele encerra seus argumentos dizendo que "se começarmos a criar todos esses 'vícios', que em sua maioria são comportamentos normais, isso pode desviar recursos daqueles que sabemos que causam sofrimento real".


11 fatos & notícias

01 a 07 de julho de 2018

A

turma abastarda já está com o bloco na rua, ou melhor, os cifrões na periferia. O que dizer dos profissionais que se utilizam do poder aquisitivo e da máquina pública para fins eleitorais? Por esse e outros motivos é que sou contra a reeleição, há uma concorrência desleal no sistema eleitoral, já externei

minha opinião contrária à reeleição em artigos anteriores e não mudo de opinião. A população está refém

dessas manobras, desse esquema envolvendo partidos, coligações, parcerias inescrupulosas da iniciativa privada com as quadrilhas alojadas no aparelho da política e, pior, com envolvimento de lideranças comunitárias no esquema, que deixam de cumprir o seu papel que é o de alertar, abrir os olhos dos moradores de sua comunidade,

proteger os interesses sociais, fazer com que as leis sejam cumpridas e cobradas pelos que os representam, mas,

infelizmente, se tornam presas fáceis dos predadores profissionais em campanhas. A mesma situação, vivem os representantes de instituições, de associações ou de entidades de classes presididas por esse ou aquele, em troca de favores. Não há fiscalização, a polícia é insuficiente, as leis promovem e ajudam

a perpetuação e hereditariedade no poder para poucos, e uma barreira gigantesca para muitos que vivem com o

Coluna Olhar de uma Lente HAROLDO CORDEIRO FILHO

Líder comunitário no Brasil é cabo eleitoral... Cuidado! pé no chão, que enfrentam diariamente as mesmas dificuldades que a grande maioria da população, mas que não conseguem eleger representantes comprometidos com suas causas. Por isso, semanalmente procuro alertar e

conscientizar nossos eleitores a procurarem fazer um “raio-X”, na vida dos candidatos que estarão por vir, mesmo que esteja sendo apresentado pelo seu líder comunitário, para não cair no “conto do vigário”, como vem ocorrendo por

décadas. Fiquem alertas, não tenham medo, saiam da zona de conforto, RENOVEM!!! O nosso momento é agora!!! Haroldo Cordeiro Filho Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Lava Jato faz nova operação contra desvios na Saúde do RJ FOTO: ALESSANDRO BUZAS/FUTURA PRESS/FOLHAPRESS

A força-tarefa da Operação Lava Jato deflagrou uma nova fase, batizada de Operação Ressonância, na manhã desta quarta-feira (4), para investigar suspeitas de desvios no sistema de saúde do Rio de Janeiro. São 22 mandados de prisão e 44 de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro contra executivos de empresas fornecedoras de

equipamentos e recursos hospitalares. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), estão no centro do inquérito contratos celebrados pelo Estado do Rio e pelo e pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), em uma continuação da Operação Fratura Exposta, que desmontou desvios

milionários comandados, segundo a investigação, pelo ex-secretário da Saúde Sérgio Côrtes e pelo exgovernador Sérgio Cabral (MDB). Em nota, a Polícia Federal diz que a investigação indica que as empresas investigadas – ao todo, são 37 – formaram um cartel no estado para fraudar licitações no Into. Uma das

empresas teria influência direta sobre a direção do instituto, buscando garantir o favorecimento indevido nesses contratos. Em entrevista à Veja no mês passado, Sérgio Côrtes, solto desde fevereiro por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), admitiu que foi corrupto e que tinha conhecimento de desvios no estado durante sua passagem como secretário. “A verdade é que as licitações eram viciadas e eu sabia quem ia ganhar. Deixava acontecer”, afirmou. Ele também confessou ter recebido, na Suíça, 2,5 milhões de dólares de um dos principais empresários do setor de saúde do Rio, Miguel Iskin. “Era dinheiro para minha possível

candidatura e foi acertado em reunião entre mim, Sérgio Cabral e ele”. Preso pela primeira vez em abril de 2017, ele se destacou ainda mais negativamente por dois fatos que ocorreram durante as investigações. Primeiro, pouco antes de ser preso, ele enviou um e-mail a Iskin admitindo que “podemos passar pouco

tempo na cadeia”, mas que o importante era “que nossas putarias têm que continuar”. Depois, já detido, veio a público a informação de que ele procurou seu ex-braço direito, César Romero, para tentar combinar delações premiadas: contar determinados pontos e, intencionalmente, ocultar outros.


ECONOMIA 12 fatos & notícias

01 a 07 de julho de 2018

FOTO: ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL

Banco do Brasil destina R$ 103 bilhões para crédito agrícola

O Banco do Brasil vai destinar R$ 103 bilhões para o financiamento da safra agrícola 2018/2019. O valor é 21% maior do que o total desembolsado na safra 2017/2018, cerca de R$ 85 bilhões. Para a safra que se inicia neste mês, os juros também serão menores do que os praticados até este momento. Em entrevista à NBr, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, disse que, para a agricultura familiar, a taxa vai variar de 2,5% a 4,6% ao ano e, para os empréstimos do agronegócio, será de 6% a 7,5%. O anúncio do Plano

Safra do Banco do Brasil foi feito nesta quarta-feira (4) em cerimônia na sede da instituição, com a participação do presidente Michel Temer. O Banco do Brasil é o principal agente de financiamento da agricultura brasileira: responde por 60% do crédito disponível para o setor. Neste ano, o governo federal anunciou um total de R$ 194,3 bilhões para o financiamento da safra agrícola 2018/2019. "Eu considero o Banco do Brasil, que é responsável por 60% dos créditos do

agronegócio, o grande parceiro da agricultura brasileira. É importante destacar, acima de tudo, a capacidade que o produtor brasileiro teve de se superar, se reinventar e fazer com que o Brasil chegasse aos números que temos hoje", afirmou Caffarelli. O lançamento do Plano Safra do Banco do Brasil acontece tradicionalmente na sequência do anúncio do governo federal. Os R$ 103 bilhões serão direcionados ao custeio e ao investimento da produção agrícola, bem como à comercialização dos produtos. No total, o saldo

da carteira de crédito agrícola do Banco do Brasil tem R$ 185 bilhões, sendo R$ 43 bilhões para a agricultura familiar, R$ 117 bilhões para grandes empresas e R$ 24 bilhões para empresas de médio porte. O presidente do Banco do Brasil destacou a importância do setor rural para a retomada do crescimento econômico do país. "O agronegócio talvez seja o grande instrumento que o Brasil tem hoje para a retomada do crescimento econômico. O setor teve participação ativa na

superação da crise", argumentou. Segundo Caffarelli, a agricultura responde por 23% do Produto Interno Bruto (PIB) e por 44% do total das exportações brasileiras, o que deixa clara a vocação do país para o agronegócio. "Estamos trabalhando para dar continuidade a um trabalho que foi feito, lembrando que a safra 2016/2017 foi a maior de todos os tempos. Nós tivemos 238 milhões de toneladas. Esperamos que a safra 2017/2018 possa atingir números bastante semelhantes. Portanto,

começamos uma nova safra com muita expectativa, com muita esperança de continuar esse processo de produção", disse. Nos últimos 25 anos, segundo Caffarelli, a área plantada no país cresceu 65%, mas a produção aumentou 375% no mesmo período. Para se chegar a esses índices, disse Caffarelli, houve um forte investimento em tecnologia, p e s q u i s a e desenvolvimento, bem como um estímulo ao crédito, com participação expressiva do Banco do Brasil.


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