Jornal Fatos & Notícias Ed. 265

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Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Ano VIII - Nº 265

16 a 23 de setembro/2018 Serra/ES

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FOTO: DIVULGAÇÃO SEMMAM

HAROLDO CORDEIRO FILHO

O colonialismo moderno brasileiro Pág. 11 RAFAELA RANGEL

Proteínas vegetais e o treino físico Pág. 9

Ipês embelezam ruas de Vitória e anunciam a primavera Pág. 10

Fórum Caminhos da Safra discute efeitos da tabela de frete Pág. 12 JORGE PACHECO

As últimas notícias sobre a política no Brasil e no ES Pág. 5

Câncer no Brasil pode aumentar em 78% nos próximos 20 anos Pág. 8


2fatosMEIO AMBIENTE & notícias

16 a 23 de setembro de 2018

A importância de se Aquecimento global manter a vegetação ameaça aves nativa do Cerrado migratórias FOTO: ANDRÉ DIB/WWF BRASIL

O bioma é fundamental para a sobrevivência de milhares de animais e plantas, e a nossa própria vida

Berço de três bacias hidrográficas que abastecem de água praticamente todo o País, a maior savana da América do Sul cobre 25% do território brasileiro e a b r i g a 3 0 % d a biodiversidade brasileira, mas vem sofrendo com a perda de sua vegetação nativa. Nos últimos dez anos, o Cerrado obteve as maiores taxas de desmatamento do País. A cada minuto é desmatada uma área equivalente a quase dois campos de futebol (7.408 km²/ano, Prodes Cerrado, 2017). Apesar de vários alertas, esse cenário demorou a ser visto como um problema. O desmatamento ganhou escala na década de 1970, quando a ocupação da região passou a ser incentivada pelo governo e com o desenvolvimento de tecnologias adaptadas ao contexto do Cerrado. Com muitas áreas planas, estrategicamente localizadas no coração do País e vendidas a preços atrativos, o bioma foi sendo visto como ideal para a expansão da agropecuária, rumo ao norte-nordeste do

Brasil. As políticas que estimulam o avanço da produção de soja e pecuária continuam no Mato Grosso e, principalmente, na região denominada Matopiba, na confluência dos estados do Maranhão, do Tocantins, do Piauí e da Bahia. Essa região viu aproximadamente 2,08 milhões de hectares de Cerrado desaparecer e dar lugar à soja, que obteve um crescimento de 253% entre 2000 e 2014 nesses estados, segundo o relatório “A expansão da soja no Cerrado – Caminhos para a ocupação territorial, uso do solo e produção sustentável” da A g r o i c o n e / I N P U T, publicado em 2016. O documento aponta que a maior parte dessa expansão ocorreu sobre vegetação nativa. Não faltam elementos para reconhecer a importância e a urgência de proteger o Cerrado, por outro lado, ele está em desvantagem. Sem o título de Patrimônio Nacional pela Constituição Federal, como já obtido por outros ecossistemas do Brasil, as políticas de

conservação do bioma também não são implementadas, ou faltam políticas. A vegetação do Cerrado, marcada pelos campos naturais, formações arbustivas e com regiões de mata fechada, por muito tempo não foi considerada floresta – e a legislação protegia somente florestas tradicionais. Foi a partir do Código Florestal de 1965 que o termo 'vegetação natural' passou a ser usado, e o Cerrado só apareceu explicitamente no texto em 1989, quando foi aprovada uma lei que modificava o Código para incluir o bioma. E, ainda, no novo Código Florestal, aprovado em 2012, o Cerrado continua menos protegido que outros biomas. Esta lei exige uma área de 20% a 35% de área nativa em propriedades rurais do Cerrado, enquanto a regra é de 80% para o bioma Amazônico. Recente pesquisa do Ibope Inteligência encomendada e divulgada pelo WWF-Brasil sobre o que o brasileiro pensa a respeito das áreas protegidas e o meio ambiente mostra que, em 2018, o desmatamento e a poluição das águas continuam sendo vistos como as principais ameaças ao meio ambiente, com 27% e 26% de menções, respectivamente. Segundo a pesquisa, nove entre dez brasileiros acreditam que a natureza não está sendo protegida de forma adequada, com 91% dos entrevistados demonstrando essa percepção.

A primavera está chegando mais cedo em regiões da América do Norte, como os EUA. A antecipação da estação das flores, contudo, não é uma graça da natureza em benefício da fauna e da flora. Pelo contrário. Consequência das mudanças climáticas, o fenômeno pode colocar em risco espécies de aves migratórias, que dependem das estações do ano para encontrar locais onde se reproduzir e se alimentar. Uma pesquisa sobre os efeitos da primavera precoce norte-americana foi publicada na revista Plos One na quarta-feira (12). Para entender os desequilíbrios, os cientistas liderados por Eric Waller, do serviço geológico dos EUA, compararam dados sobre a aparição de folhas e flores em árvores decíduas em 496 refúgios de vida selvagem do país entre 1901 e 2012 e analisaram quatro rotas de aves migratórias. De acordo com o estudo, a primavera está chegando mais cedo em 76% dos refúgios de animais selvagens dos EUA, e extremamente cedo em 49% dos refúgios, em comparação com o início do século 20. Esse avanço afetou ao menos três das quatro rotas de aves migratórias analisadas. "Encontramos diferentes taxas de avanço da

FOTO: GETTY IMAGES

primavera nas rotas de aves migratórias norteamericanas", afirmam os cientistas no artigo. Segundo eles, na maioria delas a primavera tem avançado mais rapidamente em latitudes mais altas do que em latitudes mais baixas. "O avanço do início da primavera é mais pronunciado na rota migratória do Atlântico", afirmam. Já a rota da costa oeste dos EUA não possui um latitudinal claro para o des pertar precoce das flores. "O aquecimento global pode ter efeitos indiretos sobre aves migratórias que dependem de recursos alimentares sazonalmente disponíveis e de habitats que variam em escalas espaciais e temporais”, disse Eric Waller e equipe em artigo na Plos One. As alterações no cronograma da estação afetaram aves que utilizam o desabrochar da flora como guia e fonte de alimento. Dentre as aves que têm suas rotas afetadas, nem todas respondem da mesma

maneira. As que são perturbadas, no entanto, sofrem com a perda de habitat e de sincronia entre a viagem migratória e o calendário das estações. A equipe de cientistas analisou o avanço da primavera em áreas de reprodução e de invernada de duas espécies de aves: a toutinegra de asa azul (Vermivora cyanoptera) e o Grou-americano (Grus americana). Esta última está na lista vermelha de animais ameaçados de extinção. Os pesquisadores descobriram mudanças nas regiões de criadouros associados ao avanço da primavera. Já os locais de invernada, nos quais as aves encontram alimentação farta para darem continuidade ao seu ciclo de vida, não tiveram alteração. O descompasso entre a chegada da primavera e a rota de migração pode levar as aves a alterarem seus comportamentos. Elas se esforçam para garantir a sincronia entre a disponibilidade de alimentos e outras mudanças sazonais. Para os autores, é importante levar em consideração esses efeitos indiretos das alterações climáticas em estratégias de proteção de aves migratórias vulneráveis.

Floresta nativa da Mata Atlântica

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CULTURA 3

16 a 23 de setembro de 2018

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Como surgiu Gravadora lança CD com inéditas de Nara Leão

FOTOS: REPRODUÇÃO

o biquíni? FOTO: REPRODUÇÃO

Pela primeira vez são editados registros ao vivo da cantora, com releituras únicas de 'Tigresa', 'Onde o sol bate e se firma' e 'Vai passar' FOTO: SÍLVIO RICARDO RIBEIRO/ESTADÃO CONTEÚDO

No início do século XX, o traje de banho feminino consistia tradicionalmente em uma única peça que terminava em calções, com silhuetas muito mais soltas. Mostrar um pouco mais de pele e do corpo era uma ofensa para a sociedade da época e até chegava ao ponto de ser um ato punido por lei. Os modernos trajes de banho, com as pequenas peças que as modelos como a brasileira Gisele Bündchen costumam exibir em suas fotografias, eram inimagináveis. Mas foi exatamente há 70 anos que a história do biquíni ganhou um capítulo completamente inesperado. Nesse período, um traje de banho menor e polêmico apareceu em um desfile de moda realizado nas imediações de uma piscina em Paris, na França. O cérebro desta revolução foi o engenheiro de automóveis francês Luis Réard, um empresário que aproveitou uma situação econômica muito

complicada para lançar uma revolução. Durante os dias tumultuados da Segunda Guerra Mundial, Réard entendeu o racionamento de tecidos introduzido pelos Estados Unidos e criou um plano para ganhar muito dinheiro. Assim, desde o início da década de 1940, as casas de moda começaram a reduzir o tamanho dos trajes de banho femininos, tendo como desculpa o tal racionamento de tecido. No entanto, foi Réard quem correu o maior risco e, quatro dias após os testes nucleares no Atol Bikini, lançou seu projeto polêmico. O único problema enfrentado por este designer foi encontrar uma modelo bastante corajosa que quisesse usar sua invenção. Felizmente, Micheline Bernardini, uma bela stripper, aceitou o desafio. Em 11 de julho de 1946, durante o desfile de Paris, Micheline fez história ao ser a primeira mulher a vestir

um biquíni. O modelo de duas peças literalmente explodiu na cena da moda, e o mundo nunca mais foi o mesmo. O biquíni pequeno caiu no gosto das mulheres nas praias da Europa. Em 1951, no entanto, a peça controversa foi vetada após o primeiro concurso Miss World, em Londres. Contudo, na década de 60, a chegada da atriz e modelo francesa Brigitte Bardot mudou todo o cenário da proibição. Ignorando os comentários negativos sobre o biquíni, Brigitte foi à praia vestindo um minúsculo traje de banho de duas peças durante o Festival de Cinema de Cannes, em 1953. Por conta de sua coragem e exuberância, Brigitte Bardot é considerada a responsável pela aceitação do biquíni pela sociedade. Depois que ela usou a peça, as vendas dispararam e o biquíni tornou-se uma peça de uso em massa. (Site de Curiosidades)

Um Brasil despojado dos menores resquícios de sutileza recebe, atarantado, a notícia de que a capixaba Nara Leão, musa juvenil da Bossa Nova, deixou material inédito gravado ao vivo quando morreu, em 1989, aos 47 anos. A caixa Ao Vivo ‒ Anos 60/70/80, bancada pelo heroico selo Discobertas, de Marcelo Fróes, recupera, em quatro CDs, shows da cantora que nunca publicou um disco ao vivo, registrados respectivamente em 1965, 1972, 1978 e 1985. Num flagrante pretérito de imensa ternura em contraste com a brutalidade do presente, ela interrompe o show em 1978 e se diverte: "Eu 'tô' com vontade de espirrar. Mas eu nem espirro nem passa a vontade. Com licença. Desculpe. Não posso fazer nada, 'peraí'". Em seguida, canta Sem compromisso (1944), samba de Geraldo Pereira que o baiano João Gilberto, uma Nara Leão de terno e gravata, viria recuperar do esquecimento em 1986. O material reunido integra história pura a um relicário de pequenas surpresas. O volume mais acanhado é o

de 1965, em que Nara canta repertório de protesto do show Opinião, com Sina de Caboclo, Nega Dina Tiradentes, uma loa composta pelo comediante Ary Toledo com Chico de Assis, em tom de repente, ao "herói" já em moda naqueles inícios de ditadura civil-militar. Em 1972, após participar episodicamente da Tropicália, Nara apresenta a quase anônima Cidade pequenina, de Caetano Veloso e Roberto Menescal, Filosofia do samba, de candeia, e Onde o sol bate e Se firma, de Luiz Melodia, recém-revelado por Gal Costa. O blues carioca de Melodia só seria gravado, pelo próprio autor, em 1978. O show de 1978 inclui registros únicos, na voz de Nara, do samba conservador de Paulo Vanzolini, em Praça Clóvis, e dos tropicalismos de Caetano, em Tigresa, e de Gil, na ode antiditadura ao amor livre O seu amor. Em 1985, num show d e v o t a d o prioritariamente à bossa moderna e ao samba de raiz, a não compositora

de Maria Moita apresenta com um chiste bem 2018 o trio de canções Fez bobagem, Camisa amarela e Com açúcar, com afeto: "Eu gostaria de cantar para vocês agora algumas canções que são na voz de uma mulher, ou seja, uma coisa que nem está muito na moda, né? (...) eu gosto muito desse tipo de assunto". E há, ainda, o registro raro de Vai passar (1984), hino de redemocratização de Chico Buarque e Francis Hime, que Nara não veria concretizada (e nós tampouco, até o momento presente). Na labuta pela vida já havia alguns anos, a artista desbravadora e petulante que era menosprezada como meramente "os joelhos mais bonitos da Bossa Nova" morreu em 1989, vencida por um câncer no cérebro, no coração do Brasil.


4 EDUCAÇÃO

FOTO: DIVULGAÇÃO/SEME

fatos & notícias

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Cmei de Vitória desenvolve Projeto educacional de projeto sobre a cultura professora capixaba capixaba é premiado Prêmio tem parceria da Unesco e busca valorizar metodologias transformadoras FOTO: SHUTTERSTOCK

Conhecer e valorizar as diversidades culturais do Estado. Essa é a proposta do projeto "Encantos Capixabas", trabalhado em sala de aula com os alunos do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Dr. Thomaz Tommasi, em Joana D'arc. A ação educativa visa despertar nas crianças o interesse pela cultura capixaba, respeitando a troca de experiências das produções desenvolvidas. O projeto explora a heterogeneidade na escola, o preconceito racial, as origens dos participantes, suas descendências e culturas em que estão inseridos, como comidas

típicas, danças, religião, músicas e lendas. O trabalho é realizado pela professora Eliane Pina e pelas pedagogas Luciana Nunes e Polyanna Silva Goronci. "Esse projeto nasceu para valorizar a diversidade cultural, resgatando a identidade do povo capixaba, bem como suas particularidades, de forma prazerosa, rica e envolvente, apropriando-se de novos gêneros textuais que os levem a conhecer, descobrir e interagir com a história e a cultura do povo capixaba. Também visa formar cidadãos críticos e autônomos conscientes de seus direitos e deveres na

sociedade", explicou a professora Eliane Pina. "A atividade vai trabalhar a autoestima para que os alunos possam relacionarse bem com os outros e estimular a formação de opiniões, atitudes e valores que desenvolvem os cidadãos críticos e éticos. Sem contar que incentiva o aluno a ter gosto pela leitura e a escrita", destacou a diretora do Cmei, Lucien Carriço. O trabalho conta ainda com brincadeiras, músicas, jogos de percepção, apresentação e leitura de diferentes textos (lendas, poemas e rimas), teatro e atividades envolvendo pinturas.

Supremo não reconhece ensino domiciliar FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Por 9 votos a 2, os ministros d o S u p r e m o Tr i b u n a l Federal (STF) decidiram não reconhecer o ensino domiciliar de crianças, conhecido como homeschooling. Conforme o entendimento da maioria, a Constituição prevê apenas o

modelo de ensino público ou privado, cuja matrícula é obrigatória, e não há lei que autorize a medida. O julgamento começou na semana passada, quando o relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, votou a favor do ensino domiciliar. Para ele, alguns pais preferem comandar a educação de seus filhos diante das políticas públicas

ineficazes na área de educação, dos resultados na qualidade no sistema de avaliação básica, além de convicções religiosas. Barroso também citou que o modelo de homeschooling está presente nos Estados Unidos, Finlândia e Bélgica, entre outros países. "Sou mais favorável à autonomia e emancipação das pessoas do que ao paternalismo e às intervenções do Estado, salvo onde eu considero essa intervenção indispensável", argumentou.

O prêmio Arte na Escola Cidadã é o único exclusivo a professores de artes de escolas públicas e privadas que lecionam na educação básica brasileira. Em sua 19ª edição, foram premiados cinco professores da rede pública e duas menções honrosas, sendo uma para professora de escola particular. O prêmio é uma iniciativa do Instituto Arte na Escola, que tem como parceira a Unesco. O objetivo é valorizar e incentivar projetos voltados para artes visuais, teatro, dança e música. Entre os prêmios para os vencedores estão R$ 10 mil e vivências culturais na cidade de São Paulo. As escolas em que os professores lecionam receberão computadores ou câmeras fotográficas e livros de arte-educação. Os projetos inscritos foram avaliados em três etapas: locais e regionais, em que professores de artes de universidades analisaram e uma comissão nacional de especialistas em artes e educação. O projeto vencedor na categoria 'educação básica' foi o “Em busca de sonhos: para além das imagens”, da

professora Sônia Maria de Oliveira Ferreira, do CMEI Santa Rita de Cássia, Vitória, ES. “África aqui, acolá. África em todo lugar”, da professora Rosângela Accioly Lins Correia, da escola Municipal do Loteamento Santa Júlia, localizada em Lauro de Freitas, BA, foi premiado na categoria ensino fundamental 1. Andréa Mendes Avona, de Santana de Parnaíba, SP, é professora no colégio municipal governador Mário Covas Júnior e foi a vencedora do ensino fundamental 2 com o projeto “Uma viagem com Ariano Suassuna pela cultura e arte nordestina”. “Projeto Conteúdos”, do professor Jacson Silva Matos, capital paulista, foi o premiado do ensino médio,

que leciona na escola estadual Prof. Fidelino de Figueiredo. O ganhador da categoria educação de jovens e adultos foi Marcos Antônio dos Santos, do Centro de Educação de Jovens e Adultos de Criciúma, SC, com o “Autorretratos: tecendo histórias e memórias”. As menções honrosas ficaram para o “Curtametragem, curta! Luzes, Câmera, Há Som” na categoria ensino fundamental 1, da professora Roseli Novak, colégio Renascença, capital paulista e para “Projeto Sankofa”, do ensino fundamental 2, do João Alberto Rodrigues, professor na escola estadual Dr. Gustavo Armbrust, Porto Alegre, RS.

Instituto anuncia ampliação da Olimpíada Brasileira de Matemática O Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) anunciou a ampliação da Olimpíada Brasileira de Matemática para alunos das 4ª e 5ª séries do ensino fundamental. O diretor adjunto do instituto e coordenador-geral da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), Cláudio Landim, disse à Agência Brasil que “era um antigo desejo do Impa estender a OBMEP para os quarto e

quinto anos. Hoje estamos lançando essa Olimpíada do Nível A de Matemática”. Na avaliação do Impa, o gargalo no ensino da matemática está no primeiro segmento do ensino fundamental. “Os alunos têm aulas com pedagogos, que não foram formados em matemática, muitos dos quais têm medo, não gostam de matemática, e acabam transmitindo a seus alunos essa

“paura” (pavor, em italiano). A ideia da prova é mostrar a todo o Brasil, a todas as crianças, que o ensino da matemática pode ser algo divertido, instigante. Com essa prova, a gente espera despertar curiosidade nos alunos para a matemática”, disse Landim.


POLÍTICA 5

16 a 23 de setembro de 2018

BLOG DO PACHECO Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista

FOTO: NELSON Jr./SCO/STF

E, mais uma vez política e filosofia se cruzavam! Aos poucos as noções que embasam a vida política foram se desvencilhando da consciência mitológica, ou seja, Themis e Dike deixaram o status divino, para serem apenas partes da justiça. Vocês já devem saber que a democracia nasceu aí, o governo grego era democrático e pioneiro no quesito cidadania. Todos os cidadãos tinham direito à participação política, isso ocorria nas ágoras, praças públicas. Eles decidiam no debate quem tinha as melhores ideias para conduzir a cidade. Ora, se era preciso um confronto na base do discurso, era preciso encontrar os melhores argumentos possíveis. Essa necessidade de ter argumentos colaborou de modo muito significativo para o surgimento e consolidação da filosofia. E o que acontece na política brasileira? Aqui tivemos, na quinta-feira (13), a posse do ministro José Antônio Dias Toffoli na presidência da mais alta Corte do Judiciário brasileiro até 2020 acumulando também o cargo de presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Toffoli nesse período, vai ter que administrar rusgas internas dos magistrados, lidar com os vários

Dias Toffoli

questionamentos por ter trabalhado com Lula e, até, ser ministro do STF por indicação do ex-presidente. Bem diferente da Política grega onde o povo era consultado e participava da escolha dos seus dirigentes políticos. Em seu discurso de posse o ministro Dias Toffoli pregou a pacificação de conflitos dentro e fora da Corte. É que nos últimos dois anos, sob a presidência da ministra Cármen Lúcia, o tribunal foi palco de várias discussões entre os ministros. Toffoli lembrou que os conflitos estão hoje em outras esferas da sociedade. E ainda citou o cantor e compositor Cazuza para lembrar que o Judiciário precisa trabalhar pela solução de conflitos em “tempo socialmente tolerável”. Ele enfatizou que é dever do Judiciário pacificar os conflitos 'Porque o tempo, o tempo não para', já dizia Cazuza. É a hora e a vez da cultura da pacificação, da harmonização social, do estímulo às soluções consensuais, à mediação e à conciliação. A hora é de valorizar entendimento e diálogo, modernização, dinamismo e interatividade — disse o ministro, que comandará a mais alta corte do País por dois anos. A mensagem de Toffoli foi de convivência pacífica. O fato de ter convidado o ministro Luís Roberto Barroso para fazer um discurso na posse mostrou isso. Ambos costumam votar em correntes diferentes em processos penais.

Orlando Rochadel

jorgepachecoindio@hotmail.com

FOTO: FELIPE SAMPAIO/FOTOS PÚBLICAS

Entre gregos e troianos há o Brasil

Luís Roberto Barroso

Na posse de Toffoli, Barroso pediu respeito a opiniões diferentes “Precisamos nos conectar cada vez mais com o outro. Virilizar a ideia do mais profundo respeito ao outro, da pluralidade e da convivência harmoniosa de diferentes opiniões, identidades, formas de viver e conviver uns com os outros. Essa é a essência da democracia” afirmou o novo presidente do STF. Toffoli também pregou a prudência dos juízes e a harmonia entre os poderes. Com boa circulação no meio político, já iniciou o diálogo com parlamentares e com o presidente Michel Temer, para viabilizar as propostas do Judiciário. Ele afirmou, também, que a harmonia e o respeito mútuo entre os poderes da R e p ú b l i c a s ã o m a n d a m e n t o s constitucionais (sic): “Não somos mais nem menos que os outros poderes. Com eles e ao lado deles, harmoniosamente, servimos à nação brasileira. Por isso, nós, juízes, precisamos ter prudência. Não estamos em crise, estamos em transformação. 'O futuro

fatos & notícias

não é mais como era antigamente', cantava Renato Russo”, afirmou.

junho, o promotor goiano chamou Gilmar Mendes de “o maior laxante do Brasil”. Krebs à época declarou (sic): “Nós temos o caso do Gilmar Mendes, que é considerado o maior laxante do Brasil. Ele solta todo mundo, sobretudo os criminosos de colarinho branco. Então, nós temos esse problema no Judiciário, mas nós temos uma legislação horrorosa”.

Gilmar, o ‘laxante’ do Brasil

Ele ainda acrescentou: “Nem sempre o ministro do STF decide de acordo com as leis. “Ele solta, inclusive, contra a lei. Ele cria sua própria lei. Aliás, o Gilmar, eu não sei como ele é ministro do Supremo

Decididamente o exemplo dos gregos no início da democracia não é o que ocorre em nosso País. Já estamos presenciando mais um duelo jurídico. O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) acaba de aprovar processo contra promotor que chamou Gilmar de 'relaxante'. O plenário do Conselho Nacional do Ministério Público referendou decisão monocrática que ordenara a instauração de processo administrativo disciplinar contra o promotor Fernando Krebs. Em entrevista à Rádio Brasil Central, em 7 de

ainda”. Em julho, o corregedor nacional do MP, Orlando Rochadel Moreira, defendeu investigar Krebs pelas “afirmações ofensivas” c o n t r a G i l m a r. E p o r unanimidade, o plenário do CNMP referendou a decisão. O procurador que quer amordaçar Dallagnol, segundo consta, é petista de corpo e alma; resultado, o clima lá no planalto central está quente. A gritaria meio histérica já começou. Orlando Rochadel, corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público, abriu uma reclamação disciplinar contra os promotores Wilson

Coelho Tafner, Marcelo Mendroni e Ricardo Manoel Castro, do Ministério Público de São Paulo, que decidiram, digamos assim, investigar o tucano Geraldo Alckmin e o petista Fernando Haddad na boca da urna. Oh, não! O fato de alguém ser candidato não pode impedir o Ministério Público de fazer o seu trabalho. Mas é preciso verificar se um órgão do Estado não está sendo usado para interferir no resultado das urnas. A reclamação foi enviada à corregedoria por Luiz Fernando Bandeira de Mello, que é o representante do Senado no Conselho. O Ministério Público já plantou a informação, comprada por parte da imprensa, de que ele e

um aliado do senador Renan Calheiros (MDB-AL) estariam atuando a serviço desse político. A ser assim, o imbróglio está formado o que, a meu ver, depõe sobremaneira sobre a Justiça

brasileira. E o exemplo da Grécia antiga como é que fica? Me respondam se capaz!


6 TECNOLOGIA 16 a 23 de setembro de 2018 fatos & notícias

Novo cabo submarino Táxi voador é testado com sucesso por CEO de liga Brasil à África companhia de energia

Cabo de fibra óp ca ajuda a diminuir a latência das conexões de internet e une con nentes do mesmo hemisfério FOTO: HUAWEI MARINE NETWORKS/DIVULGAÇÃO

Fitzpatrick, da Ovo Energy, não é novo no mundo da tecnologia de veículos de ponta e está confiante de que sua equipe colocará seus planos em prá ca FOTO: DIVULGAÇÃO

A Huawei Marines Networks implementou um novo cabo submarino de fibra óptica que liga o Brasil com a África e pode melhorar as conexões de internet na América Latina como um todo. Uma ponta do cabo fica em Fortaleza enquanto a outra fica em Kribi, em Camarões. Com duração prometida de 25 anos, ele oferece suporte para velocidade de transmissão de dados de até 32 Tbps, apesar de toda essa capacidade não ser usada logo de início. A iniciativa foi de um consórcio entre a

POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL

operadora chinesa China Unicom e a Camtel, operadora do governo camaronês. A Huawei Marines Networks é uma joint-venture que existe desde 2008 com a Global Marine, que tem 160 anos de história e mais de 110 mil km de fibra óptica instalados. O novo cabo tem 5.917 km de extensão e foi lançado ao mar por um barco. Uma parte dele fica enterrada, enquanto a outra fica no leito do mar. A sua importância para o Brasil se dá pelo fato de que ele pode ser uma saída alternativa da internet que não precisa passar pelos Estados Unidos. Com isso, a conexão no Brasil poderá, no futuro, chegar à Ásia, passando pela Inglaterra. “Ele permite aumento de velocidade e maior

oferta de conexão de alta velocidade. É uma nova autoestrada chegando ao Brasil. Fora isso, ele é uma nova oferta, chega com o custo por terabit mais competitivo. Ou seja, ele pode trazer benefícios da livre concorrência”, afirma Nicolas Driesen, diretortécnico de vendas da Huawei. Ele conta ainda que a maior parte dos problemas que as empresas têm com cabos submarinos não são com tubarões, como um caso de alguns anos atrás poderia nos levar a pensar, mas, sim, as âncoras de barcos de pequeno porte, que acabam rompendo ou prejudicando os cabos. O novo cabo é mais um caminho para o tráfego de dados em alta velocidade e se soma a um grande número de equipamentos semelhantes no mar.

O fundador de uma das companhias britânicas de abastecimento de energia tem uma nova empresa e pretende que ela ofereça serviços intermunicipais com táxis voadores que decolem e pousem verticalmente dentro dos próximos quatro anos. A Vertical Aerospace, que é dirigida pelo CEO Stephen Fitzpatrick e conta com exfuncionários da Airbus e da Boeing em seu pessoal, finalizou seu primeiro voo de teste bemsucedido com um protótipo de veículo não tripulado. “Nós nos concentramos no mercado de trajetos de curta distância entre cidades”, disse ele em uma entrevista. “Esperamos que nossos veículos pilotados levem pessoas de uma cidade a outra e que decolem perto da casa delas, não necessariamente em aeroportos”. A empresa de Fitzpatrick, que ele mesmo financiou, não é a única participante da corrida global para produzir veículos de decolagem e pouso verticais, e muitos dos concorrentes têm uma vantagem inicial maior. Um estudo da Deloitte publicado em janeiro descreveu a pesquisa e prototipagem de drones de passageiros e carros voadores que remontam ao início dos anos 1980, e quase todos ainda não estão em produção. A Airbus e a Boing têm planos bem avançados para os táxis voadores, e o CEO da Boeing, Dennis M u i l e n b u rg , d i s s e e m janeiro que “protótipos

reais” estão sendo construídos com a ideia de que naves autônomas poderiam pairar nas ruas da cidade dentro de uma década. O governo o Japão projeta um prazo similar, assim como o CEO da Uber. Mas Fitzpatrick, que também é CEO da Ovo Energy, não é novo no mundo da tecnologia de veículos de ponta e está confiante de que sua equipe de engenheiros pode colocar seus planos em prática. Em 2015, um ano antes de fundar a Vertical Aerospace, ele comprou a equipe de Fórmula 1 Manor Marussia dias antes que os administradores leiloassem seus carros de corrida após uma crise financeira. “Vi uma oportunidade de negócio em aplicar a tecnologia da Fórmula 1 à aviação para revolucionar o transporte de curta distância e encurtar rotas como Londres-Madri, eliminando a necessidade de decolar de uma pista”, afirmou ele. A empresa informou que o voo de teste de seu protótipo totalmente elétrico e não tripulado, que parece uma versão do tamanho de um

carro de muitos drones populares, foi demonstrado com sucesso em um pequeno aeroporto inglês, em junho. Ele só pôde voar cerca de cinco minutos, disse uma porta-voz da startup, mas é capaz de atingir velocidade de até 80 km/h. Projeta-se que modelos pilotados percorrerão distâncias de 800 quilômetros com um número pequeno de passageiros. A Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido concedeu permissão para que a Vertical Aerospace realizasse o voo de teste, mas existem enormes obstáculos regulatórios para qualquer empresa que invista nessa tecnologia. Por exemplo, qual é a quantidade razoável de energia de reserva necessária para veículos elétricos com capacidade de voar? Os pilotos precisarão ter uma licença? Em qual parte do céu eles poderão voar? “Acreditamos que levará muito tempo para que os órgãos reguladores e os passageiros se sintam à vontade com isso”, ressaltou Fitzpatrick. “Provar que a tecnologia funciona é muito diferente de provar que ela nunca falha, que é o que a regulamentação de aeronaves exige”.


CIÊNCIA 7

16 a 23 de setembro de 2018

fatos & notícias

Brasileiros criam neurônios sensoriais pela primeira vez em laboratório Trabalho ajuda na compreensão da fisiologia, da sensorialidade e dos mecanismos de dor da pele Pela primeira vez, pesquisadores brasileiros conseguiram desenvolver, em laboratório, neurônios sensoriais funcionais responsivos a substâncias químicas que causam irritação nos seres humanos. A partir da reprogramação celular, foram cultivados neurônios em condições semelhantes àquelas encontradas na fisiologia humana, com a presença de queratinócitos (células da pele). A comunicação entre dois tipos de células e a liberação de substâncias produzidas pelos queratinócitos permitiu o desenvolvimento in vitro e a maturação dos neurônios sensoriais.

Publicado na revista Frontiers in Molecular Neuroscience, o trabalho ajuda na compreensão da

fisiologia, da sensorialidade e dos mecanismos de dor da pele. Os neurônios sensoriais recém-criados

têm características e s p e c í fi c a s d o s queratinócitos, incluindo a detecção de estímulos

dolorosos e a produção de compostos químicos responsáveis por transmitir sinais de dor ao cérebro. A pesquisa foi realizada por cientistas do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e da L'Oréal R&I, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Uma possível aplicação dessa metodologia é estudar como esses neurônios atuam em doenças como a dor crônica, que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Há

também um grande potencial para o estudo de medicamentos analgésicos e ansiolíticos”, disse em comunicado Stevens Rehen, pesquisador no IDOR e na UFRJ. “O resultado vai nos permitir, por um lado, aprofundar nosso conhecimento de uma componente chave da fisiologia da pele, que era difícil de compreender na ausência dessas células, e, por outro, desenvolver pele humana reconstruída capaz de prever melhor a neuroinflamação", falou Charbel Bouez, diretor de pesquisa avançada da L'OREAL R&I América.

Pesquisas europeias precisam ter acesso gratuito, para receberem verbas Segundo o grupo de ins tutos, não é justo que o público, que paga os impostos que permitem que os projetos sejam desenvolvidos, não tenha acesso a eles FOTO: PESQUISA

Onze grandes organizações europeias se uniram com o objetivo de tornar o acesso à pesquisa científica mais acessível. As instituições, que incluem o Centro de Pesquisa e Inovação da Inglaterra e a Agência

Nacional de Pesquisa da França, formaram a coalizão cOAlition S, que tem como objetivo custear somente projetos que ficarão disponíveis para o público após a publicação. Atualmente, as 11

instituições juntas investem por volta de 7,6 bilhões de euros por ano no desenvolvimento de estudos científicos. O que acontece, no entanto, é que muitos deles são publicados em periódicos grandes, como a revista Nature, por exemplo, que, apesar do prestígio, só permitem o acesso mediante pagamento ou assinatura. Isso faz com que essas pesquisas fiquem restritas a um público acadêmico com condições financeiras de pagar por esse tipo de serviço. Segundo o grupo de institutos, não é justo que o público, que paga os impostos que permitem que os projetos sejam desenvolvidos, não tenha acesso a eles. A ideia da

cOAlition S é justamente que as pessoas possam conferir os estudos assim que forem publicados. O acesso gratuito também é importante para o desenvolvimento de outras

pesquisas, permitindo que outros cientistas e estudantes entrem em contato com os estudos e dados mais recentes de suas áreas. De acordo com o site

Futurism, a coalizão espera inspirar outras instituições e governos e tomar medidas parecidas em prol de uma ciência para todos.


8SAÚDE fatos & notícias

16 a 23 de setembro de 2018

UÇ ÃO IN REP RO D FO TO :

O câncer avança e 18,1 milhões de novos casos serão registrados em 2018 no mundo, com um total de 9,6 milhões de mortes. Os dados foram publicados, na quartafeira (12), pela Agência para a Pesquisa do Câncer, uma entidade ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS). O levantamento alerta que, se nada for feito, as incidências vão atingir 29,4 milhões de novos casos em 2040, uma expansão de 63% nos próximos 20 anos. A mortalidade deve subir de 9,6 milhões de pessoas hoje para 16,3 milhões em 2040. Essa é a primeira vez, desde 2012, que novos números estão sendo publicados. Há cinco anos, eram 14,1 milhões de novos casos e 8,2 milhões de mortes. O que as entidades alertam ainda é que serão os países emergentes que mais registrarão o aumento de casos, com um salto de 62% até 2040 e um total de 10 milhões de novos casos. De acordo com o levantamento, o Brasil somará em 559 mil novos casos de câncer, com 243 mil

TER NE T

Câncer no Brasil pode aumentar em 78% nos próximos 20 anos

mortes, em 2018. Mas as projeções da entidade apontam que a doença pode sofrer um aumento de 78,5% até o ano de 2040, um dos maiores saltos entre as principais economias. No total, 998 mil novos casos serão registrados. "Não é uma boa notícia", admitiu um dos cientistas da agência, Jacques Ferlay. Para ele, os efeitos do tabaco, obesidade e falta de atividade física podem explicar em parte o salto. Hoje, o câncer mais frequente no Brasil é o de mama, com 85,6 mil casos, 15,3% do total. O segundo lugar é o de próstata, com 84,9 mil. Mas essa é a doença que mais mata entre os incidentes de câncer, com 30% dos casos.

Hoje, de acordo com o levantamento, um em cada cinco homens e uma em cada seis mulheres desenvolverão o câncer durante suas vidas. A taxa de mortalidade é elevada. Um em cada oito homens e uma em cada onze mulheres morrerão pela doença. No total, 43,8 milhões de pessoas no mundo estão vivendo os cinco anos de prevalência do câncer e 1,3 milhão delas estão no Brasil. Há cinco anos, eram 32 milhões de pessoas nessa situação. Se parte da explicação é a capacidade de um número maior de pessoas de sobreviver à doença, ela não é o único motivo. De acordo com a pesquisa, o envelhecimento da população e mudanças de

estilo de vida ligado ao desenvolvimento social são dois dos fatores que estão contribuindo para os números cada vez mais elevados. "Isso é o caso também de economias emergentes que estão crescendo rapidamente e onde uma mudança é observada de infecções ligadas à pobreza para câncer associada com o estilo de vida mais parecido a países industrializados", indicou. Alimentação, bebida, falta de atividades físicas e envelhecimento seriam alguns dos principais fatores. Mas a agência diz não ter ainda dados que sustentem a teoria de que a introdução massiva de novas tecnologias e telefones celulares possam ter um

impacto no número de doenças. Ainda assim, as regiões mais desenvolvidas do mundo são responsáveis por um volume desproporcional de incidentes da doença. A Europa, com apenas 9% da população mundial, conta com 23% dos incidentes de câncer no mundo. Na Ásia, com 60% da população mundial, registra 48% dos casos de câncer no mundo. Juntos, mama, pulmão e colorretal representam um terço de todos as incidências de câncer no mundo. Em 2018, a estimativa é de que 2,1 milhões de pessoas serão afetadas por câncer de pulmão e 1,8 milhão de pessoas vão morrer, 18% de todos os casos. O câncer de pulmão é ainda a principal causa de morte entre os cerca de 30 tipos de câncer. Mas um dos alertas se refere ao aumento de incidência da doença entre mulheres, onde já é a primeira causa de morte em 28 países. As taxas mais elevadas entre as mulheres estão na América do Norte, Europa (com especial destaque para Holanda e Dinamarca), além de China e

Austrália. Mas a esperança é de que, nos países ricos, o câncer ligado ao cigarro deve atingir seu pico em 20 anos e começar a cair. Já o câncer de mama também afeta 2,1 milhões de pessoas e é o mais comum em 154 dos 185 países. Mas, por conta de sua alta taxa de diagnóstico, é apenas o quinto que mais mata, com 627 mil casos por ano. Ainda assim, trata-se do maior responsável por mortes de mulheres entre os diferentes tipos de câncer. O câncer colorretal vem na terceira posição e atinge 1,8 milhão de pessoas, contra 1,3 milhão de incidentes de próstata. "Esses números mostram que muito ainda precisa ser feito para lidar com o aumento alarmante do câncer e que a prevenção tem um papel importante", disse Christopher Wild, diretor da agência. Freddie Bray, chefe do sistema de monitoramento, também alerta que, hoje, menos de 40 países tem a capacidade de um diagnóstico de qualidade de câncer para a população.

Possíveis remédios trazem resultados promissores contra doença de Chagas Cien stas brasileiros estão mais próximos de um tratamento que pode combater essa infecção mesmo na sua fase crônica, quando leva a problemas no coração Três novos compostos químicos sintetizados por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, foram testados com sucesso em camundongos no tratamento da fase aguda da doença de Chagas. Te s t e s p r e l i m i n a r e s confirmam os resultados positivos e, portanto, abrem as portas para o desenvolvimento de novos remédios. O trio de substâncias tem

em comum a capacidade de inibir a atividade da cruzipaína, enzima essencial para a sobrevivência do parasita Tr y p a n o s o m a c r u z i , causador da enfermidade (ele costuma ser espalhado pelo barbeiro). Ao testar os compostos em associação com o remédio de referência benzonidazol, os pesquisadores alcançaram uma taxa de sobrevivência dos animais que variou de 60% a 100%, muito superior a o s 1 0 % observados quando o tal

benzonidazol foi administrado isoladamente na fase aguda. “Agora estamos iniciando os testes de farmacocinética, que ajudam a entender como as substâncias são metabolizadas no organismo e permite determinar a dose ideal e o regime de administração”, contou Carlos Alberto Montanari, coordenador do Grupo de Química Medicinal do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP). A pesquisa liderada por Montanari é realizada com apoio da Fapesp, desde 2005, dentro de um

programa dedicado à gênese planejada de fármacos. Desde 2014, o grupo tem sido financiado pelo Projeto Temático “Planejamento, síntese e atividade tripanossomicida de inibidores covalente reversíveis da enzima cruzipaína”. O grupo multidisciplinar é também integrado pelos pesquisadores Andrei Leitão (IQSC-USP), Sérgio de Albuquerque (Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP), Antônio Bertuloso (IQSCUSP), Carolina Borsoi Moraes (Universidade Federal de São Paulo) e

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Lúcio Freitas Júnior (Instituto de Ciências Biomédicas da USP). “Tudo começou com a descoberta da cruzipaína. Essa enzima tem duas funções importantes. Primeiro, ajuda o parasita a

reconhecer, aderir e invadir a célula do hospedeiro. Após esse processo, ela passa a exercer um segundo efeito: a digestão das proteínas da célula hospedeira”, explicou Montanari à Agência Fapesp.


SAÚDE 9

16 a 23 de setembro de 2018

H

FOTO: REPRODUÇÃO/INTERNET

oje, em especial, trago informações a respeito das proteínas de origem vegetal pensando no público que pratica atividade física e opta não por consumir proteínas de origem animal. É possível que um vegetariano praticante de atividade física tenha resultados positivos quanto ao ganho de massa muscular, desde que consiga combinar os alimentos de forma correta mantendo um equilíbrio entre os aminoácidos. Para que se obtenham proteínas completas ao fazer uso de uma dieta v e g e t a r i a n a , é imprescindível combinar, ao

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Influência das proteínas vegetais no treino

fatos & notícias

longo do dia, uma variedade de alimentos, aqueles que são pobres em algum tipo de aminoácido, com outros que o possuam em quantidades maiores. As leguminosas (grão-debico, lentilha, ervilha, soja, fava e todos os tipos de feijão) são as substitutas ideais das carnes, pois são excelentes fontes de proteínas, mas, estas, sozinhas não atendem as necessidades. Elas fazem um casamento perfeito com os cereais (arroz, milho, linhaça, aveia, centeio e quinoa). Importante lembrar que uma dieta vegetariana desbalanceada ou restritiva pode causar deficiências nutricionais sérias principalmente quando utilizada em situações de altas demandas metabólicas, como na prática de exercícios físicos. Por isso, procure um nutricionista para te orientar da melhor forma. Lembrando: "Nutrição e Saúde Sempre"! Rafaela Rangel Nutricionista: CRN-ES 08100271 @nutrirafarangel facebook.com/nutrirafarangel

FOTO: NAPPY PHOTOS/PHOTOSBYPHAB/CREATIVE COMMONS

Meditação pode ajudar a sentir menos dores

Um estudo realizado na Escola de Medicina Wake Forest, nos Estados Unidos, pode ter encontrado a resposta do motivo pelo qual algumas pessoas sentem menos dor do que outras. A explicação estaria no "mindfulness", ou seja, um estado de atenção plena, no qual o indivíduo se

concentra no momento presente, sendo que as emoções e sensações são aceitas e percebidas do jeito que são. "A consciência está relacionada ao 'estar ciente' do momento presente sem reação emocional ou julgamentos", disse Fadel Zeidan, professor de

neurobiologia do Wake Forest. "Agora sabemos que algumas pessoas são mais conscientes do que outras, e elas sentem menos dores". Publicado no periódico médico Pain, o estudo analisou dados de outra pesquisa, realizada em 2015, que comparou a relação entre a meditação

mindfulness e analgésicos placebo. Na nova avaliação, Zeidan procurou determinar se a atenção plena estava associada à menor sensibilidade à dor. Além disso, ele buscou identificar quais mecanismos cerebrais estavam envolvidos nestes processos. No estudo, 76 voluntários saudáveis que nunca fizeram mindfulness tiveram que completar o Freiburg Mindfulness Inventory, um teste clínico sobre atenção e consciência plenas. Em seguida, enquanto passavam por exames de ressonância magnética, a temperatura subiu para 48°C, em uma situação extrema de muito calor que os provocava dores. Análises dos cérebros revelaram que quem ficou com a mente plena durante a alta temperatura também desativou a região cerebral

chamada córtex cingulado posterior, nó central da "rede do modo padrão". Aqueles que relataram mais dores apresentaram mais atividade nessa área cerebral. A rede de modo padrão se estende do córtex cingulado posterior ao córtex préfrontal (PFC) do cérebro. As duas regiões alimentam informações para frente e para trás. Segundo Zeidan, essa rede está associada ao processamento de sentimentos de autoestima e mente vaga. "Assim que você começa a executar uma tarefa, a conexão entre as áreas se desativa e o cérebro aloca informações e processos para outras áreas neurais", explicou. É como se a meditação ajudasse o cérebro a se distrair da dor. "O modo padrão é desativado sempre que você está realizando qualquer tipo de tarefa,

como leitura ou escrita. A rede só é reativada quando o indivíduo para de executar uma atividade e começa a ter pensamentos, sentimentos e emoções plenos sobre si", informou Zeidan. "Agora temos novos dados para direcionar esta região do cérebro no desenvolvimento de terapias eficazes para a dor. É importante ressaltar que este trabalho mostra que devemos considerar o nível de atenção plena ao calcular por que e como a pessoa sente menos ou mais dor", comentou o professor. "Com base em na pesquisa a n t e r i o r, s a b e m o s q u e podemos aumentar a atenção plena com períodos curtos de treinamento de meditação, o que pode ser uma forma de proporcionar alívio para milhões de pessoas que sofrem de dores crônicas".


GERAL 10 fatos & notícias

16 a 23 de setembro de 2018

Ipês colorem Vitória e anunciam a chegada da primavera FOTO: DIVULGAÇÃO SEMMAM

Ibama resgata onça-preta no Pará FOTO: IBAMA

A primavera, chamada de estação das flores, tem início no próximo dia 22, mas a cidade já está mais colorida por conta dos ipês. Entre as quase 32 mil árvores plantadas em Vitória, 3.313 são ipês ( H a n d r o a n t h u s heptaphyllus) das mais variadas cores e espécies, segundo levantamento do Geoprocessamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam). O ipê-rosa, mais conhecido, é a terceira árvore mais plantada na capital, com 2.319 espécies, seguido do branco (343), do roxo (333) e do amarelo (318). Eles já podem ser vistos floridos em vários pontos da cidade.

Quando suas flores nascem, as folhas caem dos galhos. Quando se vê um ipê florido, sabemos que a primavera está próxima, já que a maioria dos ipês floresce no final do inverno ou no começo da primavera. Utilizado como árvore de paisagismo em diversas partes do Brasil, o ipê tem todas as características para ser uma árvore urbana. É nativa da flora brasileira e costuma apresentar árvores adultas que variam entre 10 e 20 metros de altura. "Andando pela cidade, já podemos notar que alguns ipês já estão floridos, como os que estão em frente à Assembleia Legislativa e ao S h o p p i n g Vi t ó r i a , embelezando e dando cor e

vida à cidade. O ipê fornece sombra, tem a manutenção fácil para o nosso clima e ainda embeleza todos os pontos onde a árvore está plantada. Se prestarmos atenção, próximo a nós sempre tem um ipê plantado em um parque, praça ou jardim", destacou o secretário de Meio Ambiente, Luiz Emanuel Zouain. Todos os anos, a partir do final do mês de maio até o final da primeira quinzena de setembro, os ipês mostram toda sua beleza e colorem o cenário monocromático. A influência do clima é determinante para que as árvores entrem em período de reprodução.

Novo mapa torna Antártida o continente mais bem detalhado do planeta A Antártida se tornou o continente melhor cartografado do planeta graças a um mapa novo divulgado recentemente pela Universidade de Minnesota (EUA). O projeto, intitulado Modelo de Referência de Elevação da Antártida (REMA, sigla em inglês), incluiu um grande número de dados de satélite que permitiram ver a região do sul do planeta com uma precisão de 2 a 8 metros, comunicou o ZME Science. O continente gelado é um dos lugares mais inóspitos do planeta e poucas pessoas se atreveram a pisá-lo, mas graças a este mapa agora é possível viajar pela região sem sair de casa: basta abrir um link e ver todo o seu

território em detalhes. O mapa cobre 98% da Antártida a uma latitude de cerca de 88 graus sul, só falta uma área pequena perto do Polo Sul devido à falta de cobertura de satélite. O mapa topográfico foi criado com base em milhares de imagens estereoscópicas tiradas por satélites que orbitam o polo. Um grupo de cientistas introduziu-as no supercomputador que gerou o mapa, cujo tamanho total é de 150 terabytes. "Até agora, tínhamos um mapeamento melhor de Marte que da Antártida", afirma o glaciologista da Universidade Estatal de Ohio, Ian Howat, que chefiou o projeto. "Agora é o continente melhor mapeado", acrescenta o cientista.

Essa iniciativa é importante por um número de razões. Primeiro, porque agora se sabe a altitude de absolutamente cada objeto geográfico do continente e é possível fazer previsões mais precisas sobre o colapso de mantos de gelo e o degelo de seus glaciares. Além disso, o mapa permite obter mais dados sobre o aumento do nível de mar e traz, assim, mais informação sobre a alteração climática no planeta. Os cientistas afirmam terem atualizado os dados com novas imagens de satélites que ajudarão os cientistas a organizar expedições às zonas mais inexploradas do continente.

O Ibama, com apoio do batalhão ambiental da Polícia Militar (PM) do Pará, resgatou uma onçapreta (Panthera onca) em condomínio da região metropolitana de Belém (PA). Analistas ambientais do Instituto usaram sedativos para tranquilizar o animal, encontrado na noite anterior por moradores. A onça foi levada ao Museu Emílio Goeldi, na capital paraense, onde será temporariamente mantida. Por estar em boas condições

de saúde, o felino será devolvido à natureza em Unidade de Conservação (UC) no Pará. A Panthera onca está ameaçada de extinção. O felino é o maior do continente americano, com peso que varia de 35 e 130 kg. A espécie habita áreas de floresta e é mais ativa durante a noite. Onças são animais solitários, que interagem com outros indivíduos da espécie somente no período reprodutivo. A presença de grandes

carnívoros, como a onçapreta, em áreas urbanas tem se tornado mais frequente, o que evidencia as consequências da perda de habitat e do aumento da interface entre os ambientes urbano e de floresta.


16 a 23 de setembro de 2018 ramos colônia, vivíamos sob domínio dos portugueses quando um ativista político, que também exerceu funções de dentista, tropeiro, minerador, comerciante e militar, fora enforcado, esquartejado e partes do corpo penduradas em áreas públicas de diversas cidades para servir de exemplo. Seu nome, Joaquim José da Silva Xavier, mártir da “independência”, mais conhecido como Tiradentes. Em 1789, o g o v e r n o

É

banana, processam, e as revendem a preços de ouro, portanto, nada nos pertence, estamos sendo controlados por grupos coorporativos e por instituições internacionais, vejam o caso das áreas indígenas do Estado de Roraima, ou seja, nunca saímos do colonialismo, o que vimos é uma “globalização”, onde os ricos ficam mais ricos e os pobres, miseráveis... Estamos ficando sem cultura, sem idioma, sem costumes, sem nação, nos consomem a todo instante e o pouco que nos resta está nas mãos de parlamentares que não estão nem aí para a população, o maior interesse deles é proteger seus

CHARGE: REPRODUÇÃO INTERNET

português aplicou um imposto chamado Derrama

que tinha como objetivo arrecadar 1/5 de todo mineral extraído em terras sob seu domínio, ou seja, retinham 20% (vinte por cento) do ouro em pó ou folhetas, que eram remetidos diretamente à Coroa Portuguesa. Um imposto que, se comparado com os dias de hoje, era insignificante. Os impostos de hoje ultrapassam os 50% sobre produtos de necessidades básicas e nossas riquezas não estão apenas nas mãos de um país, mas nas de dezenas deles que detêm direitos de patentes e controlam as indústrias farmacêutica, siderúrgica, alimentícia e mineral, compram nossas matérias-primas a preço de

11 fatos & notícias

Coluna Olhar de uma Lente HAROLDO CORDEIRO FILHO

O atual colonialismo brasileiro privilégios e, pior, comandam um sistema que afasta o cidadão da principal ferramenta capaz de mudar, a educação. Estaríamos em desvantagem?? Não, não estamos em desvantagem, somos maioria, temos o direito ao voto no próximo mês,

devemos nos inspirar em Tiradentes, aquele que deu a vida lutando contra os exploradores, em prol de uma “liberdade” que ainda não conquistamos. Eis alguns produtos e seus respectivos impostos cobrados nos dias de hoje: absorvente,

34%; açúcar, 32%; água mineral, 44%; agenda escolar, 43%; brinquedos, 40%; bicicleta, 46%; gás de cozinha, 34%; gasolina, 53%; ovos de galinha, 21%; feijão, 17%. Haroldo Cordeiro Filho Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

FOTO: © AFP 2018/HOCINE ZAOURA

Estudo a irma ser possível gerar chuva e plantar no Saara

A paisagem infernal de calor, areia e secura mortal que prevalece no maior deserto do mundo, o Saara, poderia dar lugar – no futuro – a chuvas, plantações e ricas vegetações, indica um plano proposto em estudo realizado por cientistas das universidades norteamericanas de Illinois e Maryland.

O estudo é baseado na premissa de que os parques eólicos e as enormes usinas fotovoltaicas têm efeitos locais no calor, na umidade e em outros fatores que podem ser benéficos ou prejudiciais às regiões em que estão situados. Um estudo de modelação climática criado pelos cientistas, concluíram que

uma massiva instalação eólica e solar no deserto do Saara e no vizinho Sahel aumentaria a temperatura local, as precipitações e a v e g e t a ç ã o . O s pesquisadores acreditam q u e o s e f e i t o s provavelmente seriam benéficos para a região. "Estudos de modelagem demonstraram que as usinas

eólicas e solares podem produzir mudanças climáticas significativas em uma escala continental", explicou Yan Li, autor principal do estudo, da Universidade de Illinois, citado pelo portal científico Science. "Descobrimos que a instalação em grande escala de parques eólicos e solares pode trazer mais precipitações e promover o crescimento da vegetação nessas regiões", sublinhou uma das pesquisadoras, a meteorologista Eugenia Kalnay da Universidade de Maryland, citada pelo website da Universidade de Illinois. Segundo esse modelo, "o aumento da chuva é uma consequência das complexas interações da terra com a atmosfera que ocorrem quando os painéis solares e as turbinas eólicas criam superfícies de solo mais ásperas e escuras",

esclareceu. Esses efeitos podem surgir por dois motivos. Primeiro, as turbinas eólicas melhoram a mistura vertical de calor na atmosfera, empurrando para baixo o ar mais quente e ampliando a fricção do ar com os elementos do relevo,

aumentando assim a probabilidade de precipitação de chuvas. "Esse aumento das precipitações, por sua vez, implicaria em um acréscimo na cobertura vegetal, criando um ciclo de retroalimentação positivo", concluiu Yan Li.


ECONOMIA 12 fatos & notícias

16 a 23 de setembro de 2018

País gera 392 mil

Fórum Caminhos da empregos no primeiro Safra discute efeitos da tabela de frete semestre de 2018

FOTO: MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

O saldo de empregos com carteira assinada gerados no primeiro semestre deste ano foi de 392 mil em todo o País, um valor 452,37% superior ao mesmo período de 2017, quando foram criadas 71 mil novas vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na quinta-feira (13) pelo Ministério do Trabalho. Com esse resultado, na comparação entre os primeiros seis meses de cada ano, em 2018 foram criadas 321 mil vagas a mais do que no ano anterior. Dos oito setores da economia, sete tiveram saldo positivo nos primeiros seis meses deste ano. O melhor

desempenho foi no segmento de serviços, que chegou ao final do primeiro semestre com 279.130 postos de trabalho criados, seguido pela indústria de transformação, que gerou 75.726 vagas, e a agropecuária, que gerou 70.334 empregos novos. Já o comércio fechou 94.839 postos de trabalho com carteira assinada. A taxa de desemprego, segundo a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada em agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrange 12,3% da população economicamente

ativa, volume 0,6% menor do que o apurado em março. O número representa um contingente de 12,9 milhões de pessoas sem trabalho no País. Em uma análise por faixa etária, o levantamento mostra que a maior parte dos empregos gerados no primeiro semestre desse ano (104 mil) inclui jovens entre 18 e 24 anos. Houve também uma reversão no fechamento de vagas nas faixas etárias entre 25 a 29 anos e de 30 a 39 anos. Enquanto na primeira metade do ano passado esses dois grupos perderam 66 mil vagas de emprego, neste ano já foram abertas, nessas duas faixas, 46,3 mil novos postos de trabalho. Por outro lado, continuaram sendo fechadas vagas para trabalhadores nas faixas de 40 a 49 anos (-16,2 mil), 50 a 64 anos (-122,1 mil) e acima de 64 (-29,6 mil), mas em ritmo menor do que no primeiro semestre de 2017, quando essas três faixas etárias viram o fechamento de 266,4 mil postos de trabalho com carteira assinada em todo o País.

Representantes do agronegócio reforçaram as críticas ao tabelamento do frete rodoviário durante o 6º Fórum Caminhos da Safra, realizado em São Paulo (SP) na quinta-feira (13). O debate discutiu as dificuldades de logística no Brasil em um ano marcado p e l a g r e v e d o s caminhoneiros, que parou o País entre maio e junho. “Os caminhoneiros protestaram, mas adotaram o caminho errado. Foram negociar com o governo quando deveriam ter sentado conosco. O governo não chamou os produtores para dar suas posições”, disse o presidente da Comissão de Logística da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antônio Fayet. Em apresentação feita na abertura do evento, Fayet avaliou que a tabela de frete é um equívoco e traz prejuízos para a economia brasileira. “O governo ainda impõe multa para quem contratar errado. Não é só um problema do caminhoneiro e do produtor. São cadeias produtivas envolvidas”. Diretor de logística da Yara Fertilizantes, André Pérez afirmou que, em função do tabelamento, o custo do transporte de produtos para a

FOTO: RAFAEL JOTA/ED. GLOBO

Número é 452% superior ao registrado no mesmo período de 2017

Evento realizado em São Paulo, reuniu especialistas e representantes do agronegócio

empresa aumentou em até 150% em algumas regiões do País. A companhia utiliza cerca de 500 mil caminhões por ano, movimentando 10 milhões de toneladas em um mercado de 34 milhões. “Como eu faço? Tenho uma carteira vendida para sete, oito meses e volto para o meu cliente e digo que o custo subiu 150%. Estamos entregando produto, mas com custo maior. Somos uma empresa listada em bolsa e os dois primeiros itens em que somos analisados são compliance e segurança”, disse o executivo. Ricardo Nascimbeni, diretor de cadeia de suprimentos de grãos da Cargill, lembrou que a comercialização da safra brasileira está praticamente parada em função do impasse no frete. Para o executivo, a tabela é inconstitucional, ilegal e “viciada” e a forma

como a situação está sendo resolvida é irresponsável. “Espero que os assessores do ministro tenham a percepção do risco de vergonha que se pode passar ao interpretar essa questão do tabelamento. É um novo imposto no País”, disse, em referência ao ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem cabe decidir se a lei que institui o piso para o frete está de acordo com a Constituição. Para Cláudio Graeff, presidente do Comitê de Logística da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), o Supremo Tribunal Federal “sentou” sobre a decisão e colocou o setor em um “beco sem saída”: cumprir a tabela traz prejuízos e, sem expectativa de retorno, as empresas do setor deixam de fazer investimentos.


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