Jornal Fatos & Notícias Ed. 276

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Ano VIII - Nº 276 01 a 07 de dezembro/2018 Serra/ES

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia

fatos & notícias

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ANA LUCIA

8 Porto Seguro, na Bahia, é uma cidade com um povo muito acolhedor e o local é uma caixinha de surpresas Pág. 10 JORGE PACHECO

8 As exageradas teorias da conspiração dos herdeiros de Bolsonaro Pág. 5 JOHNNY CARMO

8 A publicidade entra na mente do consumidor quando usada de maneira estratégica e inteligente Pág. 9 HAROLDO CORDEIRO FILHO

Pág. 8

8 Por que é tão difícil finalizar obras no Brasil? Seria isso fruto da falta de planejamento, de recurso e/ou de desrespeito com a população? Pág. 11

Bumbás do Amazonas recebem certificado de Patrimônio Cultural do Brasil

FOTO: CLÁUDIO BEZERRA/EMBRAPA

Governo e indústria pactuam reduzir açúcar em alimentos

Distribuição Gratuita

FOTO: DEPOSIPHOTOS

Pág. 3

Brasil inspira criação do Dia Internacional da Onça-Pintada FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET

Pág. 2

Entre as 50 cidades mais inovadoras de 2018, São Paulo é a única cidade brasileira que aparece no levantamento, ocupando o 79º lugar

Brasil vai exportar material Bactérias genético para a Arábia Saudita transformam Pág. 6

Brasil está autorizado a exportar ovos férteis, pintos de um dia, embriões bovinos “in vivo”, embriões “in vitro” e sêmen bovino Pág. 12

esgoto em energia limpa Pág. 7


2 MEIO AMBIENTE fatos & notícias

01 a 07 de dezembro de 2018

Brasil desiste de sediar Brasil inspira criação Conferência do Clima do Dia Internacional em 2019 da Onça-Pintada Comemoração mundial será em 29 de novembro. Portaria do Ministério do Meio Ambiente, publicada em outubro, ins tuiu a data e a escolha da espécie como símbolo brasileiro da conservação da biodiversidade FOTO: ADRIANO GAMBARINI/ARQUIVO ICMBIO

Floresta nativa da Mata Atlântica Único candidato para sediar a 25° Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP-25), em 2019, o Brasil desistiu de ser o país anfitrião. O governo brasileiro alegou restrições orçamentárias ao comunicar a retirada da candidatura à ConvençãoQuadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). “Tendo em vista as atuais restrições fiscais e orçamentárias, que deverão permanecer no futuro próximo, e o processo de transição para a recémeleita administração, a ser iniciada em 1º de janeiro de 2019, o governo brasileiro viu-se obrigado a retirar sua oferta de sediar a COP-25”, diz comunicado do Itamaraty enviado às Nações Unidas na terçafeira (27). Há pouco mais de um mês, o Itamaraty comemorava a candidatura do Brasil como sede da COP-25, destinada a negociar a implementação do Acordo de Paris, destacando “o papel de liderança mundial do País

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e m t e m a s d e desenvolvimento sustentável, em especial no que se refere à mudança do clima”. Para o Observatório do Clima, coalização da sociedade civil formada por mais de 20 organizações, o motivo principal é a transição para o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. “O novo governo já deu todas as indicações de que não vai levar adiante como prioridade aquilo que é o maior desafio do século 21: combater as mudanças climáticas”, criticou Carlos Rittl, secretário-executivo do observatório. Em entrevista à DW Brasil, Rittl lamentou o abandono do protagonismo internacional do Brasil. “Se tinha uma única área em que o País se destacava, era meio ambiente e mudanças climáticas. Vemos um governo – que nem assumiu ainda – já abrindo mão desse papel e tentando desmontar tudo o que foi construído”. A UNFCCC, que organiza as conferências do clima e coordena as negociações

internacionais para conter o avanço das mudanças climáticas, foi criada na Rio 92, encontro sediado pelo Brasil. Vinte anos depois do evento histórico, em que 179 países concordaram em levar mais a sério os problemas ambientais globais, o Rio de Janeiro recebeu a Rio+20, que elaborou os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Entre as principais metas estão o corte de emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030 com base nos níveis de 2005, além do fim do desmatamento ilegal até 2020. A destruição da Floresta Amazônica, uma das maiores fontes de gases do efeito estufa do País, voltou a subir e atingiu em 2018 o patamar mais alto da última década, com uma área de 7.900 km² de devastação.

A biodiversidade ganhou uma nova data comemorativa: o Dia Internacional da OnçaPintada, definido durante a Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP14) por organizações não governamentais e países de ocorrência da espécie. O governo brasileiro, que havia institucionalizado a data em âmbito nacional, por meio da Portaria MMA nº 8, de 16 de outubro de 2018, inspirou a iniciativa mundial. O documento institui, ainda, a onça-pintada como símbolo brasileiro da conservação da biodiversidade. A COP-14 ocorreu no Egito, em novembro. O objetivo da data mundial é aumentar a conscientização sobre as ameaças enfrentadas pela onça, promover esforços de conservação garantindo sua sobrevivência e reforçar o papel da onça como uma espécie-chave, indicação de um ecossistema saudável. A proposta foi apresentada pelo Programa das Nações

U n i d a s p a r a o Desenvolvimento (PNUD) juntamente com o World Wildlife Fund (WWF), a Wi l d l i f e C o n s e r v a t i o n Society (WCS) e a Panthera, além de representantes de governos. A ação se alinha aos O b j e t i v o s d e Desenvolvimento Sustentável (ODS), ao Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020 e as Metas de Aichi para a Biodiversidade. No Brasil, o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, reforçou que o País está comprometido em proteger a onça-pintada. “Estabelecemos o Dia Nacional para aumentar a conscientização pública e promover ações integradas”, disse. O Ministério do Meio Ambiente, por meio do Instituto Chico Mendes de C o n s e r v a ç ã o d a Biodiversidade (ICMBio), mantém o Centro de Pesquisa, Manejo e Conservação de Espécies de Mamíferos

Carnívoros (Cenap). É de responsabilidade do Centro o desenvolvimento do Plano de Ação Nacional para Conservação da OnçaPintada, que tem como abrangência a área de distribuição potencial da espécie nos biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal. A onça-pintada é o maior carnívoro da América Latina, abrangendo 18 países. No entanto, 50% da variação original da espécie foi perdida e as populações de onçapintada estão em declínio devido à caça ilegal, ao conflito humano-jaguar e a perda e fragmentação do habitat. Devido a esse declínio, incluindo a extinção da onça-pintada em El Salvador e no Uruguai, os governos de 14 dos 18 estados com ocorrência de onçaspintadas já se engajaram em estratégias para salvar a espécie.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3070-2951 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES CNPJ: 18.129.008/0001-18

"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

Filiado ao Sindijores

Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília

Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores


CULTURA 3 01 a 07 de dezembro de 2018

mais antiga do mundo FOTO: SUPERCURIOSO

FOTO: REPRODUÇÃO

O folclore é o lado mágico de nossa história, por isso ele perdura entre nós por várias épocas, desde nossos ancestrais. Eles são uma maneira de passar o conhecimento e a cultura para as novas gerações de uma maneira mais leve, chamativa e interessante. As histórias, com certeza, existem muito antes da escrita e eram transmitidas de forma oral. Mas qual terá sido a primeira história contada? Pelo trabalho dos antropólogos da Universidade de Durham, hoje, nós sabemos qual foi a história mais antiga do mundo. Para conseguir ver de onde essa história vem é preciso voltar aos tempos que ouvimos ou lemos contos como Chapeuzinho Vermelho, João e Maria e Cinderela. A maioria dessas histórias são lendas dos Irmãos Grimm, que foram traduzidas em mais de 170

línguas. Mas nem todas as histórias que ouvimos hoje saíram da imaginação dos irmãos escritores. Segundo um estudo feito por Dr. Jamie Tehrani, usando o método científico filogenético algumas histórias, como A Bela e a Fera e Rapunzel podem ser datadas de 4 mil anos de idade. Mas essas não seriam as mais antigas. De acordo com o estudo, a história mais antiga do mundo seria “O ferreiro e o Diabo”, que dataria da Idade do Bronze, cerca de 6.000 a.C., que foi a época na qual os metais fizeram parte da vida dos homens e da história da humanidade. Segundo a lenda, um ferreiro muito pobre conseguiu como pagamento a realização de três desejos, mas como ele não estava muito seguro sobre esse pagamento, usou

os desejos pedindo coisas absurdas. Quando ele viu que realmente funcionava, pediu com muita força outra chance e desejou que ele conseguisse sair da pobreza. E foi nesse pedido que o ser do mal o atendeu em troca da sua alma. Cego pela ganância, o ferreiro aceitou a oferta do diabo. Depois de um ano, o diabo voltou para pegar a alma do ferreiro, mas ele não queria cumprir a sua parte do acordo. Ele, ingenuamente, tentou desafiar o diabo para que ele entrasse em sua bolsa, de onde ele não teria como sair até que ele liberasse a alma do ferreiro. Essa história vem da cultura europeia e se estendeu para Índia e Escandinávia, sendo contada em 35 idiomas diferentes até que de alguma forma chegou à caneta dos Irmãos Grimm.

Bumbás do Amazonas agora são Patrimônio Cultural do Brasil Os mais famosos bois de Arena, Garantido e Caprichoso, da cidade de Parintins, no Amazonas receberão a certicação FOTO: DIVULGAÇÃO

Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a entrega do certificado é parte da cerimônia da Ordem do Mérito Cultural, considerada a maior honraria pública da cultura, entregue a pessoas, grupos artísticos, iniciativas ou instituições a título de reconhecimento por suas contribuições à cultura brasileira. A cerimônia aconteceu no Palácio do Planalto na tarde de quartafeira (28). A escolha dos premiados ocorre todos os anos por meio de seleção entre nomes previamente indicados. Este ano, 35 personalidades e instituições brasileiras que se destacaram no cenário cultural do País ao longo d o s a n o s s e r ã o reconhecidas. A brincadeira de Boi se manifesta de modo

diferente em casa região do País. Na Amazônia, as apresentações ocorrem, geralmente, durante os festejos juninos dos santos católicos: Santo Antônio, São João e São Pedro. Eles se dividem em Boi de Terreiro, Boi de Rua e Boi de Arena. O B o i d e Te r r e i r o apresenta o tema de morte e ressurreição do animal e tem semelhanças com o Boi de Rua, realizado em locais

públicos, em interação com as pessoas que oferecem ao dono do Boi e aos brincantes algum tipo de agrado. E tem ainda o Boi de Arena. Os mais famosos são o Garantido e o Caprichoso, da cidade de Parintins, no Amazonas. A competição entre os dois bois ocorre no Festival Folclórico de Parintins, que completou 53 anos em 2018.

Foto Antiga do ES FOTO: ACERVO JOSÉ TATAGIBA

A história

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(Supercurioso)

POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL

Avenida Jerônimo Monteiro, em 1936


4 EDUCAÇÃO fatos & notícias

01 a 07 de dezembro de 2018

Pedagogia é o curso com maior número de ingressantes no País

Aparelho desenvolvido em escola pública capta água da chuva ARTE: ACS/MEC

Dados do Censo da Educação Superior revelam que o programa também tem o maior número de concluintes Em 2017, mais de 3,2 milhões de pessoas ingressaram em um curso superior no Brasil. Desse total, 296.776 (9,2% do total) optaram pelo curso de Pedagogia que, pela segunda vez consecutiva, se destacou como o programa de graduação com maior número de ingressantes do País. O curso também tem o maior número de concluintes (126.144) e aparece em segundo lugar em número de matriculados (714.345), perdendo apenas para Direito, que tem 879.234 alunos. A quantidade de alunos na Pedagogia é bem superior à observada na média da OCDE, organização que reúne 36 países, entre eles

as nações mais ricas do mundo. Para cada 10 mil habitantes, temos uma taxa de 31,5 pessoas ingressando na carreira. Na OCDE, a relação é de 5,1 para cada 10 mil. O Censo também trouxe a relação das 15 licenciaturas com maior número de alunos matriculados. Pedagogia aparece em primeiro lugar, seguida pela formação de professor de educação física. Este tem quase o dobro de alunos do terceiro colocado, o curso de formação de professor de matemática. Em relação a outras carreiras, como o de professor de física, a proporção é 6,5 vezes superior. Sobre as matrículas nas licenciaturas, o Censo

aponta que a maior parte está concentrada na rede privada (62%) e na modalidade presencial (53,2%). Porém, a tendência é que a modalidade a distância assuma a dianteira no futuro. Os ingressantes dos cursos EAD são três vezes superiores aos do presencial, e o número de concluintes nos programas on-line também é superior. De maneira geral, considerando todas as carreiras, os cursos a distância foram os que mais cresceram no País em função das novas regras do MEC, que, entre outros pontos, liberou a abertura de polos às instituições bem-avaliadas.

Utilizar de forma sustentável a água da chuva para abastecer uma escola do Distrito Federal, regar a horta e ainda estimular o aprendizado em diversas disciplinas, motivando os estudantes. Esse é o objetivo da iniciativa que ganhou destaque na capital federal. O p r o j e t o f o i desenvolvido pelo professor de ciências Werner Bessa Vieira, do Centro Educacional nº 7 de Ceilândia. Inspirado pela ideia de um ex-aluno, ele mobilizou várias turmas em torno da criação de reservatórios para a água da chuva levando em conta períodos de seca e de crises hídricas enfrentadas em Brasília. Ao mesmo tempo em que o idealizador do projeto d e s e n v o l v i a o s fundamentos com seus colegas na faculdade, o professor e os alunos colocaram as mãos na massa. “A gente começou a trabalhar rapidamente”, conta. “Fizemos todo o dimensionamento de calhas. Eles ensinaram os alunos como se fazia esse cálculo de área de t e l h a d o , d e precipitação, e colocamos isso num projeto escrito. Conseguimos um pouco de financiamento para a compra de materiais com a própria direção da escola, que sempre nos ajudou muito”.

Os estudantes gostaram tanto da ideia que passaram a aproveitar o tempo de folga para acelerar o processo de construção das estruturas. “A gente foi desenvolvendo o projeto durante os finais de semana. Conseguimos fazer aqui três reservatórios, cada um com 20 mil litros de capacidade, o que nos coloca à disposição 60 mil litros de água”, destaca Vieira. Segundo o professor, a captação da água da chuva pode ser utilizada em diversas atividades corriqueiras da escola, com resultados que têm despertado interesse na região. “No período de seca, a gente vai usando na nossa horta e na limpeza das áreas comuns da escola, economizando bastante água. Outras escolas viram e gostaram também. Alguns colegas, professores que têm chácaras ou sítios, já copiaram o projeto”. Com os reservatórios em funcionamento, professores passaram a trabalhar o tema também em sala de aula, aprofundando questões como economia e

preservação de água. Os próprios alunos tiveram a ideia de colocar telas para evitar a procriação de mosquitos e os professores de química puderam desenvolver aulas práticas. “Nossos professores de química têm buscado cada vez mais as aulas práticas usando como referência nossos reservatórios. Uma delas serviu para mostrar o pH [índice que especifica a acidez] da água, por exemplo, mas são várias as temáticas relacionadas à água que captamos”, conta Vieira. Com o avanço do trabalho, novas ideias surgiram para incrementar ainda mais o projeto. “Nós temos agora uma ideia de fazer aqui um criatório de tilápias”, adianta o professor. ”E a água virá desse reservatório. Vamos aproveitar as fezes dos peixes, o nitrogênio que está ali para colocar nas plantas da horta. Uma coisa toda integrada. O mais interessante é que ele [o projeto] está aqui, fixo, mas dele há centenas de possibilidades”.


POLÍTICA 5 01 a 07 de dezembro de 2018

blog do

FOTO: DIVULGAÇÃO

fatos & notícias

Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista

Pacheco jorgepachecoindio@hotmail.com

“Não esqueça que o verdadeiro perdão se reconhece pelos atos, muito mais que pelas palavras///Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo///Quando estou forte é quando estou fraco, quando estou fraco é quando estou forte///Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo”, Apóstolo Paulo FOTO: PAULO WHITAKER/REUTERS

Eduardo Bolsonaro

A m i g o s e u re c o r ro a o Apóstolo Paulo ou São Paulo para tentar explicar os momentos antecedentes à diplomação e posse do Presidente eleito e sua equipe que, a partir de 1º de janeiro, passam a tomar conta desta estupenda Nação. Vo u c o m e ç a r o n o s s o encontro semanal neste Blog com um assunto muito grave. Nós vimos que um dos filhos de Jair Bolsonaro, o Eduardo Bolsonaro foi aos EEUU e, lá, falou pelos cotovelos um monte de coisas. Em duas conversas botou em risco o superávit da China, o superávit dos Árabes, o superávit do Irã, nos colocou na guerra do Oriente Médio, reforma da Previdência, ou seja, não sobrou nada. O presidente eleito só disse que “o garoto exagerou um pouco”. Mas, não. Trata-se, sim, de uma questão muito grave. Afinal, são declarações do filho de um homem. Deputado federal mais votado no Brasil para presidente da República. Claro que lá na frente isso vai ter influência. Sim, influência óbvia ali no centro do poder, ainda que dispute com outros círculos influentes. Certamente respingará entre os partidos que, realmente, vão chegar ou já estão no poder no Brasil: Partido da Polícia, Partido da Caserna e Partido de Chicago, num governo que se anuncia, será um governo sem política. Outro filho do homem, Carlos Bolsonaro, que articulou a campanha

presidencial do pai pelas redes sociais e o fez muito bem, com uma campanha de sucesso, tem um temperamento muito grave, fala o que lhe vem à telha. Esta semana ele escreveu uma coisa m u i t o g r a v e n o Tw i t t e r, bastante grave para quem teve o nome cotado para ser ministro. O pai chegou a pensar na hipótese de fazê-lo ministro. E chegaram a gritar que seria nepotismo. Não é! Pois para cargos políticos não cabe a súmula 13 do Supremo e nem o Decreto Antinepotismo, do Lula. Portanto, não seria tecnicamente nepotismo. Não é mas deve ser evitado justamente pelo furor que causaria. Não ficaria bem o presidente da República ter um filho ministro. Dos três filhos do Bolsonaro o Carlos é considerado o mais influente. O que ele escreveu no Twitter realmente é bastante sério (sic): “A morte de Jair Bolsonaro não só interessa aos inimigos declarados, mas, também, a quem está muito por perto, à sua volta, especialmente após a posse”. Francamente eu não entendi, foi uma declaração muito quente que causou arrepios! Afinal há quanto tempo não ouvimos coisas assim? Em primeiro lugar, ainda que houvesse um inimigo declarado de Bolsonaro interessado em sua morte, isso precisa ser nominado. Há quanto tempo não se trata na política pensando em matar ou morrer, que história é essa? Ah! Sim, ele sofreu um atentado à faca lá em Juiz de Fora. O próprio Bolsonaro já cansou de dizer que não se tratou de uma tramoia política, mas, sim, um atentado de um homem completamente fora do juízo. Ainda que a saúde de Bolsonaro esteja sob rígidos cuidados médicos, cujos efeitos são dramáticos e delicados, e terá ainda que passar por nova cirurgia, mas, evidentemente, a facada valeu apenas por um “ataque solitário”, segundo afirma seu próprio filho Flávio Bolsonaro. Se fosse uma tramoia política teria beneficiado a algum grupo

político, ou estou errado? Quem quer matar o Bolsonaro? Que me informe o Carlos, porque não vislumbramos no horizonte nenhum grupo de inimigos articulando essa tragédia. Só está mesmo na cabeça desse filho temperamental que vem com essa conversa sem pé nem cabeça. Sinceramente, é uma declaração infeliz e expõe o presidente eleito a uma vexatória posição política. Agora, se há inimigos hoje com essa disposição de matar Bolsonaro, ele (Carlos) tem a obrigação de apontar quem é ou quem são para criminalizá-los. Ele disse que são pessoas próximas! Então resta a sugestão de quem quer matar Bolsonaro é o vice, Hamilton Mourão. O que é isso, por favor? É o filho do próprio presidente eleito que diz ter gente próxima dele que quer matá-lo, principalmente após a posse. Que ´loucura é essa?'. É um absurdo que estamos ouvindo o próprio filho do presidente levantando essas suspeitas. Chamo a atenção dos Bolsonaros, pai e filhos, sobre o que o Brasil está assistindo: “vocês nem chegaram ao poder e já há um movimento interno de uma verdadeira caça às bruxas!”. Sim, é um movimento interno de caça às bruxas, se existe alguém com a intenção de matar o presidente eleito tem que ser denunciado e preso. Todos os que estão por perto foram escolhidos por Bolsonaro e todos, então, são suspeitos, pois o “garoto” disse textualmente “Tem gente perto do meu pai que quer matá-lo”. Então, todos são sim suspeitos e o único que não pode ser afastado é o Hamilton Mourão, eleito na chapa do presidente. O que me parece é que o recado do filho do homem é direto para o vice, Mourão, e é um absurdo a ilação! O general agora é um golpista do movimento bolsonarista? É isso? Eu não aceito isso e não vou mais me estender neste

assunto. Vocês, prezados leitores, tirem suas próprias conclusões!

General Villas Bôas: “Rememorem a Intentona Comunista de 83 anos

Estamos novamente diante das mais novas declarações do general Eduardo Villas Bôas – comandante do Exército – que foram publicadas em seu Tw i t t e r. P e s s o a s q u e acompanham de perto os militares e suas relações com a política ainda tentam entender. Lá lê- se: “Determinei ao @exercitooficial que re m e m o re m a I n t e n t o n a Comunista ocorrida há 83 anos (27 novembro 1935). Antecedentes, fatos e consequências serão apreciados para que não tenhamos nunca mais, irmãos contra irmãos vertendo sangue verde e amarelo em nome de uma ideologia diversionista”. Vamos tentar entender a mensagem... Como fato histórico, a dita “Intentona” pode muito bem ser apreciada a qualquer tempo. Nas escolas de formação das Forças Armadas, pode e deve ser estudada. E, certamente a ninguém ocorrerá que se peça, nesses ambientes, uma abordagem “sem partido”. Mas eu pergunto por que agora a ênfase numa tentativa de levante comunista? Vamos pensar um pouco. Alguém anda a ver por aí algum comportamento exacerbado da esquerda? Garanto que não. Existem esquerdistas questionando a

legitimidade do pleito que elegeu Bolsonaro? Também não. A tal “ideologia diversionista” anda a assombrar o Brasil? Não — a não ser na mente de alguns paranoicos, e não é o caso do general Villas Bôas. Voltando ao texto do tuíte: O general pede que se rememorem antecedentes, fatos e consequências. Ou seja, antecedentes de, na época, um golpe “modernizador” (1930), a resistência em admitir um regime constitucional e maquinações que buscavam um novo golpe, que acabou sendo desferido em 1937. E, como sabe o general Villas Bôas, correu sangue de todas as correntes ideológicas, e de todas, creio, vermelho! Com efeito não é nada bom esse negócio de haver “irmãos contra irmãos”, brasileiros contra brasileiros, em luta armada ou guerra civil. Que se saiba, as forças comunistas que tentaram tomar o poder pelas armas em 1935 não conseguiriam, hoje, tomar sequer um fusquinha velho. Lembramos que à esteira da dita “Intentona”, veio a farsa do “Plano Cohen” (1937), achamos que, por determinação do general, deva também ser estudado no capítulo das “Consequências”. Certamente deve ter havido uma armação meio vigarista, cuja autoria pode até ser do então capitão Olímpio Mourão Filho, aquele mesmo que, mais tarde, foi o principal protagonista do golpe militar de 1964, já então g e n e r a l , anunciado através de rede nacional de rádio pelo general Góes Monteiro. O falso plano, divulgado com um nome judeu para fazer as honras do antissemitismo da então extrema-

direita brasileira, revelou uma suposta trama comunista, cujo objetivo, na verdade, era para tomar o poder e que acabou servindo de pretexto para deflagrar o Estado Novo. Resultado foi a ditadura liderada por Getúlio Vargas que perdurou até 1945. Foi um período de muita violência e muito mais repressiva que a de 1964. Será que o general Villas Bôas está mandando um recado para os futuros ocupantes do poder? Se a resposta for positiva ele estaria querendo dizer: cuidado com os antecedentes porque, como sempre disse o ex-vicepresidente da República, Marco Maciel, parodiando o Conselheiro Acácio... “As consequências vêm sempre depois”. Entretanto, acredito que o general considerando que o general certamente não está disposto a rever as anistias de 1945, é a única coisa que justificaria recomendação tão enfática. E também acho que devemos tomar cuidado com ideologias diversionistas. Chamo de “diversionista” tudo aquilo que se afasta dos valores consagrados pelo Artigo 5º da Constituição de 1988.

Jorge Pacheco


6 TECNOLOGIA fatos & notícias

01 a 07 de dezembro de 2018

As 50 cidades mais Uber deve lançar serviço de bikes elétricas no inovadoras de 2018 Brasil em 2019

Serviço de aluguel de bicicletas deve chegar primeiro em São Paulo FOTO: JUMP BIKES/DIVULGAÇÃO

FOTO: HIROTOMO ONODERA/EYEEM/GETTY IMAGES

Ranking considerou cultura, infraestrutura humana e conexão de mercados como critérios

Quando se fala de cidades tecnológicas, a região da Califórnia, que abriga o Vale do Silício, logo vem à mente. Lá estão situadas as sedes das principais empresas do ramo, como Google, Facebook, Apple e Netflix. Porém, segundo a agência de inovação australiana 2thinknow, a cidade de São Francisco ainda não é considerada a mais inovadora do mundo. Em terceiro lugar, a região fica atrás de Tóquio e Londres no ranking que

elenca as 100 cidades mais inovadoras do mundo, compilado pela agência d es d e 2 0 0 7 . A cap ital japonesa figura pela primeira vez como campeã da lista. Caindo três posições em relação a 2017, São Paulo é a única cidade brasileira que aparece no levantamento, ocupando o 79º lugar. A cidade com maior salto no ranking foi Austin, no Te x a s , q u e s u b i u 1 8 posições e aparece em 29º lugar. Já Barcelona teve a

maior queda, ficando em 30º, com 17 posições a menos em relação a 2017. As cidades são avaliadas com base em 31 segmentos relacionados à indústria e à economia, além de 162 indicadores de inovação. Para gerar o ranking, os analistas da agência compilam a pontuação em três fatores principais: ativos culturais, infraestrutura humana e mercados em rede.

A Uber deve ir além dos carros e começar a oferecer bicicletas elétricas no Brasil em breve. De acordo com reportagem do UOL Tecnologia, a empresa pretende lançar o serviço de aluguel de bikes, chamadas de Jump — nome da startup adquirida pela companhia em maio — no decorrer do ano que vem, começando pela cidade de São Paulo. A data certa ainda não foi revelada, mas a estreia deve acontecer em breve. O serviço já funciona em dez cidades nos EUA. Para usar os transportes de duas rodas, o usuário não precisará instalar

um segundo aplicativo. Será preciso apenas escolher entre “Pedalar” ou “Viajar” na tela inicial do app. Caso o cliente opte por andar de bicicleta, uma lista com os veículos disponíveis nos arredores será exibida. Bastará, então, ir até um deles, digitar um código mostrado no app para desbloquear e começar a usar. As bikes não deverão ficar e m u m “estacionamento”, mas, sim, espalhadas pela cidade, mais ou menos como acontece com as do serviço Yellow — outro que estreou recentemente em São Paulo.

S e g u n d o a reportagem, as bikes usam componentes próprios, que não p o d e m s e r reaproveitados caso retirados, e são mais pesadas do que as oferecidas pelos rivais. Mas por um bom motivo: as Jumps, da Uber, têm todo um sistema elétrico que deverá fazer a maior parte do esforço na hora de subir ladeiras. Ainda não há um preço definido para o uso das bicicletas no Brasil. Nos EUA, no entanto, os primeiros 30 minutos custam dois dólares. Passado o período, a cobrança se dá por minuto extra.


7 CIÊNCIA fatos & notícias

01 a 07 de dezembro de 2018

Análise de DNA revela segredos do misterioso unicórnio siberiano Um grupo internacional de cientistas analisou pela primeira vez o DNA do extinto mamífero Elasmotherium sibiricum, conhecido como "unicórnio siberiano", e acabou revelando novos fatos sobre o animal misterioso, escreve a edição Science Alert. A análise de DNA mostrou que o "unicórnio siberiano" não foi extinto 200 mil anos atrás, antes da última Idade do Gelo, como se tinha acreditado. O animal sobreviveu por muito mais tempo, desaparecendo há uns 35-36 mil anos, ou seja, na época em que os humanos começaram a povoar o estepe da Rússia, Cazaquistão, Mongólia e norte da China. Assim,

sublinha a edição, os "unicórnios siberianos" poderiam ter vivido no planeta com os humanos modernos. Outra descoberta surpreendente do estudo é que Elasmotherium sibiricum não possuía ligação direta com rinocerontes modernos, mas era uma linhagem única que se separou da linha que deu origem aos rinocerontes modernos há mais de 40 milhões de anos. Até o momento, estudar o animal não foi fácil pela falta de fósseis. Antes foram descobertos apenas alguns ossos fragmentados que comprovaram apenas o tamanho do "unicórnio", que tinha umas 3,5

FOTO: DIBGD/ELASM062

toneladas, como um pequeno elefante-africano. Desta vez, especialistas coletaram 23 amostras de osso do mamífero e

analisaram DNA. Apesar da possível convivência com humanos, cientistas duvidam que o animal misterioso tenha sido

extinto por essa razão. Alan Cooper, da Universidade de Adelaide (Austrália), explicou que a extinção aconteceu "durante um

período de mudança climática, que não era extrema, mas, sim, causou muitos invernos muito mais frios o que, achamos, alterou a extinção das paisagens na área". A análise científica, por sua vez, demonstrou que Elasmotherium sibiricum se alimentava somente de erva. O que ainda permanece sendo um enigma é o tamanho dos cornos dos mamíferos, já que nenhum foi encontrado. Porém, com base no tamanho da parte do crânio onde deveria ter crescido um corno, os cientistas acreditam corresponder a um metro de comprimento.

Bactérias transformam esgoto em energia limpa

FOTO: REPRODUÇÃO

Um estudo realizado por cientistas da Espanha comprovou que bactérias roxas podem ser usadas para armazenar energia e para recuperar resíduos orgânicos, como, por exemplo, para transformar esgoto em energia limpa.

A chamada bactéria fototrófica roxa tem a capacidade de recuperar 100% do carbono de qualquer tipo de resíduo orgânico quando alimentada com uma corrente elétrica. Dessa forma, ela pode ser usada para gerar gás

hidrogênio para uso como combustível. As bactérias poderiam agir sobre compostos orgânicos do esgoto doméstico e de efluentes industriais, que são uma fonte potencial de energia. Os pesquisadores

descobriram uma solução que é ecologicamente correta e econômica. Segundo a pesquisa, publicada no Frontiers in Energy Research, as bactérias fototróficas roxas são a chave dessa descoberta. "Um dos maiores problemas atuais nas estações de tratamento de águas residuais são as altas emissões de carbono", disse o coautor do estudo, Dr. Daniel Puyol, da Universidade Rei Juan Carlos, na Espanha. "Nosso processo de biorrefinaria à base de luz poderia fornecer um meio de colher energia a partir de águas residuais, com zero pegada de carbono". O pesquisador completou: "As bactérias fototróficas roxas constituem uma ferramenta ideal para a recuperação de recursos a

partir de resíduos orgânicos, graças ao seu metabolismo altamente diversificado". Esse tipo de bactéria cresce mais rápido e pode gerar gás hidrogênio, proteínas ou um tipo de poliéster biodegradável como subproduto do seu metabolismo. O produto metabólico resultante depende diretamente das condições ambientais da bactéria, como a intensidade da luz, a temperatura e os tipos de orgânicos e nutrientes disponíveis. A primeira descoberta importante do grupo de pesquisa foi que as bactérias púrpuras podem ser usadas p a r a p r o d u z i r biocombustível a partir de compostos orgânicos normalmente encontrados no esgoto. Este foi o primeiro caso relatado de uma bactéria em um sistema bioeletroquímico.

Os pesquisadores acreditam que, ao capturar o excesso de CO2 produzido por essas bactérias roxas, possa ser possível reduzir as emissões de carbono na atmosfera e, além disso, refinar o biogás a partir de resíduos orgânicos para uso como combustível. Os resultados da pesquisa foram bastante animadores, mas os cientistas ainda devem continuar avaliando as características dessas bactérias para novos avanços no estudo. A pesquisa foi divulgada no dia 13 de novembro e seus resultados completos podem ser conferidos no estudo chamado de “Biological and Bioelectrochemical Systems for Hydrogen Production and Carbon Fixation Using Purple Phototrophic Bacteria”.


8 SAÚDE fatos & notícias

01 a 07 de dezembro de 2018

Governo e indústria Uma nova geração vão reduzir açúcar de insulina chega para controlar em alimentos FOTO: iSTOCK

melhor o diabetes

Chegam ao Brasil as primeiras canetas que combinam, na mesma aplicação, a insulina a medicações que o mizam as picadas e o controle do diabetes FOTO: OTÁVIO SILVEIRA/SAÚDE É VITAL

O Ministério da Saúde e a indústria de alimentos assinaram um acordo na segunda-feira (26) para reduzir a quantidade de açúcar em produtos industrializados. Anunciada pelo ministro da Saúde, Gilberto Occhi, a iniciativa pretende reduzir em 144 mil toneladas o consumo de açúcar no País até 2022. A meta é reduzir o teor de açúcar em cinco categorias de produtos industrializados: bebidas adoçadas, biscoitos, achocolatados em pó, bolos e misturas para bolos e produtos lácteos. Segundo a pasta, o brasileiro consome, em média, 80 gramas de açúcar por dia – 50% a

mais do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde. O consumo equivale a oito colheres de sopa cheias de açúcar por dia, e um 36% disso vem de produtos industrializados. Segundo o documento assinado, achocolatados terão de diminuir em até 10,5% a quantidade de açúcar utilizado em suas preparações. Já biscoitos reduzirão em até 62,4% o uso do ingrediente. Hoje, um terço desse consumo vem de p r o d u t o s industrializados. O monitoramento da redução de açúcar dos alimentos será feito a cada dois anos pela Agência Nacional de

Vi g i l â n c i a S a n i t á r i a (Anvisa). A primeira análise ocorrerá no final de 2020. Fazem parte do acordo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (Abir), a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (Abimapi) e a Associação Brasileira de L a t i c í n i o s ( Vi v a Lácteos). O pacto segue o modelo adotado em 2011 para redução de sódio de alimentos processados.

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Para um número considerável de diabéticos — uma nação de 12,5 milhões de brasileiros —, a injeção de insulina vira uma companheira inseparável no dia a dia. Isso acontece quando o organismo já não consegue suprir mais o hormônio, o que coloca a saúde em risco. Enquanto esse fenômeno costuma ser súbito no tipo 1, comum em gente jovem e marcado por um processo autoimune, com o passar do tempo ele também pode ocorrer no tipo 2, a versão mais prevalente e associada à idade e ao ganho de peso. É o pâncreas decretando a bancarrota na produção de insulina, molécula que permite à glicose entrar nas células e gerar combustível para o corpo. O uso da insulina sintética é visto como um divisor de águas na vida dos pacientes. Muda a rotina — são picadas no dedo para checar a glicemia, picadas na barriga para repor o hormônio… — e abundam mitos, medos e preconceitos. Não é de estranhar, portanto, que qualquer novidade que facilite o cotidiano seja amplamente saudada pelos médicos e pelas pessoas com diabetes. Eis o cenário em que desponta uma nova geração de insulinas associadas, na mesma caneta de aplicação, a outros medicamentos, e destinadas a diabéticos do tipo 2. Basta uma injeção por dia para domar o açúcar no sangue. Cai o número de picadas, caem os efeitos colaterais ligados a elas. São dois novos produtos que inauguram a classe no Brasil. O chamariz vem justamente das promessas, confirmadas em estudos, de uma rotina mais prática e segura ao paciente. Até

porque, com o avanço dos anos, tende a aumentar o número de doses de insulina por dia. “Chega uma hora em que o diabético já não consegue fazer o controle direito”, nota o endocrinologista André Vi a n n a , d a S o c i e d a d e Brasileira de Diabetes. O principal é o risco de hipoglicemia, quando a glicose no sangue baixa demais — é só imaginar um diabético errando a dose ou comendo menos que o esperado, por exemplo. Se não sanado, o quadro é capaz de provocar desmaios e convulsões. Foi com a ideia de tornar esse contexto mais tranquilo para o paciente que cientistas pensaram em agregar um parceiro à insulina na mesma formulação. Por que não combiná-la a uma molécula que, também naturalmente produzida pelo corpo, tem a função de ajudar no equilíbrio glicêmico? Pois a tal molécula é um hormônio, o GLP-1, fabricado no intestino com o objetivo de estimular a secreção de insulina, e já presente, em sua versão sintética, em remédios para diabéticos do tipo 2 (são os análogos de GLP-1). “No tratamento usual com insulina, o paciente injeta o tipo basal pela manhã e aplica os tipos de ação rápida ou ultrarrápida antes das

refeições, já que o corpo não consegue fazer a regulação sozinho”, contextualiza o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. A solução da indústria foi juntar, em um só líquido, a insulina de longa duração, que fica ativa por cerca de 24 horas, com o GLP-1, que faz uma regularização inteligente do açúcar no sangue. “A grande sacada é que o combo trabalha de maneira glicose-dependente e ainda faz o pâncreas produzir um pouquinho de insulina, a mais ou a menos, conforme a necessidade”, explica Couri. Os resultados são animadores: mais de 70% dos pacientes que usam o produto conseguem manter a glicemia em níveis adequados, de acordo com os estudos da Sanofi. Depois que a injeção é aplicada, a insulina faz a captação da glicose nos tecidos do corpo. Enquanto isso, o GLP-1 modula, lá no pâncreas, a produção do restinho de insulina e a secreção de glucagon, substância que inibe a ação da insulina. Tudo isso sem precisar aplicar uma dose de insulina antes da refeição.


GERAL 9

01 a 07 de dezembro de 2018

JOHNNY CARMO

Você já se perguntou se existe diferença entre os termos publicidade e propaganda ou como as marcas são construídas em nosso imaginário social e cultural? Se você é curioso e sempre teve vontade de entender do que se trata cada termo, então seja muito bem-vindo ao mundo da comunicação social. O ser humano é social por natureza, nossos antepassados mesmos já se comunicavam por códigos marcados nas paredes das cavernas. Cada risco era feito por pedras ou outros instrumentos cortantes para narrar fatos do cotidiano de cada tribo ou sociedade da época. Com o passar do tempo, o homem aumentou a sua capacidade intelectual sobre a comunicação e a forma de enxergar o mundo. A Idade da Pedra ficou cravada como símbolo histórico nas nossas lembranças e nos livros. O termo publicidade tem

um caráter comercial, como exemplo cito a publicidade de alimentos que, enquanto propaganda, tem um caráter ideológico (propaganda política, partidária, religiosa, militar). Ainda é muito comum falar propaganda para se referir a serviços comerciais, vendas, anúncios ou promoção. Para o mercado e clientes de agências, não há tanta diferença entre usar publicidade ou propaganda para se referir ao consumo ou algo comercial, mas, etimologicamente falando, é preciso diferenciarmos, sim, o uso adequado das palavras. Já que ficou claro para você a diferença, agora falarei como as marcas são fortalecidas com o uso de publicidade. A marca se refere a t o d o c o n j u n t o representativo da imagem corporativa das empresas e instituições, não se trata apenas do logotipo e elementos visuais. A publicidade tem como

Graduando em Publicidade e Propaganda na Ufes acompanharam as mudanças da sociedade. Portanto, a publicidade não deve ir além do seu tempo e nem ficar ultrapassada. Com as novas formas de consumo em mídias sociais (YouTube, redes sociais e blog), o consumidor criou o hábito de pesquisar antes de fazer uma compra. As marcas que já se consolidaram no mercado são mais lembradas, pois as mesmas já fazem parte do discurso e imaginário social das pessoas, a Coca-Cola é um grande exemplo de marca

proximidade com a marca. A publicidade tem um papel facilitador de gerar aproximação e engajamento de pessoas com marcas. Com um discurso de vender sensações, emoções e não mais um discurso apelativo, empresas usam a publicidade para fortalecer suas marcas e construir presença em cada segmento mercadológico. O discurso emocional usado em campanhas publicitárias tem mais facilidade de funcionar e ser lembrado pelo consumidor na hora da

que soube usar a publicidade como estratégia de discurso e comunicação. A publicidade serve para fixar marcas na mente do consumidor e também criar fãs para as mesmas, pois nem todos produtos e serviços de grandes empresas são acessíveis para qualquer c o n s u m i d o r c o m p r a r. A Harley-Davidson é uma marca que tem um grande número de fãs pelo mundo, nem todo mundo tem condição de comprar uma moto, porém muitos fãs fazem tatuagem no corpo para terem a sensação de

compra que o discurso racional. As pessoas querem liberdade e, dificilmente, vão querer marcas dizendo o que elas devam ou não fazer o tempo todo de forma direta. A publicidade entra na mente do consumidor quando usada de maneira estratégica, inteligente e que fale com o coração da marca. Então, posso afirmar que a publicidade sempre deve ser usada em qualquer negócio quando o objetivo é fortalecer a marca.

FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET

A publicidade na construção de marcas

fatos & notícias

funções principais estimular o consumo, comunicar estratégia ou ideias que consigam fazer parte do imaginário social dos consumidores. Muitos empreendedores e comerciantes ainda acreditam que publicidade deve ser usada apenas para grandes empresas. O discurso publicitário deve ser usado em qualquer tipo de negócio comercial, pois a marca tem um poder imenso e representativo quando consegue trabalhar a mente do consumidor. Os hábitos de consumo e comportamentos

do consumidor mudam de acordo com épocas. No período pós-revolução industrial, os comerciantes precisavam diferenciar seus produtos no mercado, além de precisarem passar confiança e qualidade aos consumidores. A criação de marcas facilitou a credibilidade entre o comerciante que vendia seus produtos e o consumidor, a marca seria um selo de segurança e credibilidade. A publicidade surge com intuito de fortalecer as marcas e suas qualidades perante ao público. As marcas que conhecemos hoje


10 COMPORTAMENTO

ANA

FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET

01 a 07 de dezembro de 2018

LUCIA

Férias

Ana Lucia Bernardo Cordeiro

Professora

FOTOS: ANA LUCIA

fatos & notícias

Olá pessoal

E

stou de férias em Porto Seguro, na Bahia. Não sei se vocês conhecem, mas posso assegurá-los que é uma cidade com um povo muito acolhedor e o local é uma caixinha de surpresas. É muito legal saber que aqui nosso País foi "descoberto". Será que houve mesmo um "descobrimento?". Afinal, o local já era habitado por índios, dos quais, com muito orgulho, sou descendente. As curiosidades locais são imensas. Conheci e conversei com vários nativos. Os indígenas (donos de fato do nosso País) vivem uma vida de dificuldades, pois a porção de terra 'doada' a eles é mínima. Eles não

contam com ajuda governamental e precisam sobreviver da sua arte.

Vivem em pobreza extrema, com infinitas dificuldades. Os

curumins, como são chamadas as crianças, vivem de esmolas. Tiram fotos com os turistas por uns míseros trocados. Fiquei muito decepcionada em ver a covardia com que os nossos governantes tratam os verdadeiros donos do Brasil. Do condomínio de casas duplex onde me hospedei, vi e senti na pele o quão descaracterizada está a

cultura indígena e confesso que me senti envergonhada ao ver que ganância e a falta de respeito prevalecem no nosso meio. Mas, por outro lado, também sinto orgulho de conhecer pessoas como os gerentes do local onde me hospedei e, claro, os nativos. Agora vou para a praia porque as férias estão acabando!

Colisão com asteroide pode colocar a Terra em risco Se um asteroide desse tamanho nos a ngir, a colisão terá a potência de 50 megatons, equivalente à explosão da bomba de hidrogênio mais poderosa já criada Um monstruoso asteroide de 213 metros de diâmetro pode vir a atingir a Terra no próximo século, causando uma explosão devastadora, de acordo com um recente alerta divulgado pela Nasa, relata o Express. Esta rocha espacial se desloca à enorme v e l o c i d a d e d e aproximadamente 15 quilômetros por segundo e tem o comprimento equivalente a dois Big Ben de Londres. É conhecida pelo número 2018 LF16 e foi observada pela primeira vez em 16 de junho de 2017

FOTO: ©FOTOLIA/MOPIC

pelo Sistema Sentry do Laboratório de Propulsão a

Jato (JPL) da Nasa, programado para rastrear

possíveis riscos de impacto de asteroides.

De acordo com os cálculos do Sentry, o mais próximo impacto deste asteroide na Terra poderia ocorrer em 8 de agosto de 2023. Outras datas seriam 3 de agosto de 2024 e 1 de agosto de 2025. Enquanto isso, no total, há 62 trajetórias do 2018 LF16 previstas até o ano 2117, em que o asteroide pode vir a atingir a Terra. A coisa mais arrepiante é que se um corpo desse tamanho nos atingir, a colisão terá a potência de 50 megatons, equivalente à explosão da bomba de

hidrogênio soviética c o n h e c i d a c o m o Ts a r Bomb, a arma nuclear mais poderosa já criada, destacou a mídia. No entanto, vale a pena ressaltar que, felizmente, as chances de o 2018 LF16 colidir com o nosso planeta são quase inexistentes. De fato, a percentagem exata dessa probabilidade é estimada em 0,0000033%, ou seja, um em 30 milhões, d e a c o r d o c o m especialistas da Nasa, citados pela mídia.


OLHAR DE UMA LENTE 11 fatos & notícias 01 a 07 de dezembro de 2018

HAROLDO

CORDEIRO FILHO Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Haroldo Cordeiro Filho Jornalista DRT: 0003818/ES

FOTOS: HAROLDO CORDEIRO FILHO

Gestão humanizada

recurso e/ou de desrespeito com a comunidade? Com uma receita acumulada de R$ 962.624.229,83 e previsão de R$ 1,1 bilhão, até final de dezembro deste ano (segundo informações do site da Prefeitura da Serra), algumas obras que se fazem necessárias foram iniciadas [seria meramente, estratégia eleitoral?] e paralisadas sem justificativa e outras, desnecessárias, são anunciadas. É o caso da assinatura do termo do início

da licitação para a construção de um novo prédio administrativo, é o chamado modelo Faraó, arcaico e ultrapassado. Aumento de receita se faz com gestão humanizada, qualquer munícipe que vê seus impostos revertidos para o bem comum paga com satisfação e prazer e quanto aos empresários, é importante e necessário que seus funcionários tenham a contrapartida do poder público – educação e saúde de qualidade; investimento em transportes alternativos como ciclovias e

lazer, não esquecendo do meio ambiente, é claro, que precisa ser melhor assistido, tendo em vista, a Lagoa do Juara coberta de gigogas, vegetação proveniente de lixo e esgotos domésticos e industriais. Quero aqui, aproveitar para dizer aos meus leitores e críticos (que são muito bem-vindos) que as matérias apresentadas na minha coluna, não têm fins políticos, mas o dever e a obrigação de uma imprensa imparcial, de denunciar e mostrar a realidade dos fatos.

Obra da Galeria Jardim Carapina Por todo o Brasil, prefeitos e mandatários fazem o que querem. Tudo o que é iniciado leva dias, meses e anos para ser concluído, e aqui no município da Serra/ES, não é diferente. Antes das eleições de outubro, iniciou-se uma obra de drenagem na comunidade de Jardim Carapina, localizado a oeste da BR-101, área periférica, que após o período eleitoral está paralisada. Bueiros inacabados servindo de armadilhas para crianças e idosos com madeiras cheias de pregos. Seria isso fruto da falta de planejamento, de

Lagoa Juara


12 GERAL 01 a 07 de dezembro de 2018

FOTO: KENNEDY SANTOS/SECOM ACRE

fatos & notícias

Brasil vai exportar material genético para a Arábia Saudita

Evento estimula colocar em prática o conceito de Lixo Zero "Cidades Lixo Zero - Avanços rumo a destinos sustentáveis" acontece, em Brasília, até 5 de dezembro FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET

Liberação vai fortalecer comércio brasileiro Brasil está autorizado a exportar ovos férteis, pintos de um dia, embriões bovinos “in vivo”, embriões “in vitro” e sêmen bovino para a Arábia Saudita. Na segunda-feira (26), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) recebeu o comunicado das autoridades sauditas com a aprovação do Certificado Zoosanitário Internacional (CZI) elaborado pelo Departamento de Saúde Animal de material

genético bovino e avícola do Brasil. Com a aceitação, a Arábia Saudita passa a integrar o grupo de cerca de 50 países das Américas, Oriente Médio, África, Europa e Ásia que importam regularmente material genético avícola do Brasil. As negociações começaram ainda no segundo semestre do ano passado junto ao Ministério de Meio Ambiente, Água e Agricultura saudita

( M E WA ) . A A r á b i a Saudita é considerada um país estratégico para o Brasil. Só no ano passado, ela importou mais de US$ 2 bilhões em produtos do agronegócio brasileiro. Além de fortalecer o comércio brasileiro, o Ministério da Agricultura afirma que a abertura de novos mercados auxilia a diversificação da pauta e contribui para o alcance da meta de 10% de participação do Brasil no mercado mundial de produtos agropecuários. A

O evento 'Cidades Lixo Zero – Avanços rumo a destinos sustentáveis', que acontece de 28 de novembro a 5 de dezembro, em Brasília, reunirá as iniciativas em torno do c o n c e i t o d e reaproveitamento de resíduos sólidos e da sustentabilidade. Promovido pelo Instituto Federal de Brasília (IFB), o programa prevê atividades, palestras, oficinas, painéis e apresentações na sede do instituto, em Brasília.

Os participantes poderão se capacitar em vários temas, como compostagem, hortas para apartamentos, madeira plástica jogos de tabuleiro cooperativos e inclusivos nos temas Lixo Zero, Autismo, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, Libras e Braile, confecção com recicláveis e outros mais. O conceito é uma meta para guiar pessoas e instituições a mudarem as práticas para incentivar os

ciclos naturais sustentáveis. Todos os materiais são projetados para permitir sua recuperação e uso pósconsumo. A partir de premissas éticas, econômicas, eficientes e visionárias, a metodologia promove maneiras específicas de cuidar dos resíduos que jogamos fora e propõe medidas de ação pública e privada que minimizem os impactos do aquecimento global.


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