Ano VIII - Nº 277 08 a 15 de dezembro/2018 Serra/ES
Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia
JORGE PACHECO
fatos & notícias
www.facebook.com/jornalfatosenoticias.com.br FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Distribuição Gratuita
8 Bolsonaro indica pastora para Ministério dos Direitos Humanos. A pasta ficará com a Funai e com assuntos relacionados às políticas da infância, mulheres e indígenas Pág. 5 ANA LUCIA
8 A verba que deveria ser aplicada em educação, segurança e em muitas outras áreas, desaparece como em um passe de mágica Pág. 10 HAROLDO CORDEIRO FILHO
8 Aumenta o número de pobres no Brasil. Segundo o IBGE, a quantidade de pessoas que vivem na extrema pobreza, hoje, está na casa dos 15,2 milhões Pág. 11
O Show de Luna!
Animação brasileira destaca as lutas da ONU pelo planeta Pág. 3
FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC
Brasil já desmatou “duas Alemanhas” de Floresta Amazônica
Pág. 2
Brasil tem primeiro bebê concebido em útero transplantado O primeiro bebê do mundo concebido a partir de um útero transplantado de uma doadora morta nasceu há menos de um ano Pág. 7
Rinoceronte-de-sumatra é capturado em tentativa de conservação da espécie Pág. 9
FOTO: INTERMOUNTAIN MEDICAL CENTER
Aplicativo de celular que promete o fim das agulhas no diagnóstico da anemia Pág. 8
Edição genética produz tomate mais saboroso e com mais antioxidantes Pág. 6
Pág. 9
2 MEIO AMBIENTE fatos & notícias
08 a 15 de dezembro de 2018
Brasil já desmatou
Os organismos marinhos “duas Alemanhas” de e os microplásticos
Floresta Amazônica Numa região do Maranhão onde a Floresta Amazônica começa a dominar a paisagem, uma área de mata nativa acaba de ser destruída. O solo – agora exposto – aparece na tela de um dos computadores da equipe que monitora o desmatamento da maior floresta tropical do mundo, espalhada por nove estados brasileiros. O dano ambiental é revelado nas imagens de satélite capturadas no dia anterior, interpretadas por profissionais que estão a mais de dois mil quilômetros da mata recémcortada. O trabalho de análise minucioso é feito em São José dos Campos, interior de São Paulo, de onde o Instituto Nacional de Pesquisas
do programa no Inpe, quando questionado sobre as perspectivas para o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Anualmente, 2,2 milhões de reais são repassados ao Inpe para custear os projetos que monitoram a degradação florestal no País. Bolsonaro já deu provas de que temas ambientais terão pouco espaço na agenda. Um exemplo recente é a desistência do Brasil de sediar a Conferência do Clima da ONU, decisão influenciada pelo governo de transição, como admitiu o presidente eleito. O sistema de monitoramento do Inpe revelou que o Brasil já desmatou um total de 783 mil quilômetros quadrados de
Espaciais (Inpe) acompanha, há 30 anos, a taxa anual de desmatamento da Amazônia. “De imediato, o sistema de monitoramento não parece correr riscos”, responde Cláudio Almeida, coordenador
Floresta Amazônica – área que equivale a mais de duas vezes o território da Alemanha. Desse total, 436 mil quilômetros quadrados foram desmatados após 1988, quando o Inpe passou a monitorar a floresta
fatos & notícias
anualmente. Em 2018, a taxa de desmatamento da Amazônia foi a mais alta da última década: 7,9 mil quilômetros quadrados, dos quais cerca de 95% correspondem a cortes ilegais. A história da vigilância por satélites começou às avessas. No fim dos anos 1970, o governo militar queria fiscalizar se a floresta estava sendo destruída como o programado: havia incentivo para substituir a vegetação por fazendas, e o Inpe foi convidado a criar uma forma de verificar se as árvores nativas estavam dando lugar a pastos. Anos mais tarde, o cenário mudou. “O País passou a sofrer uma grande pressão internacional por conta dos investimentos que estavam acabando com a Amazônia”, contextualiza Dalton de M o r i s s o n Va l e r i a n o , pesquisador que ajudou a implementar o monitoramento. Foi então que o Brasil passou a medir as taxas anualmente. Em 1988, as imagens registradas por um satélite americano chegavam ao Inpe impressas em papel. Eram necessárias 229 fotos, cada uma com cerca de 90 cmx120 cm, para analisar toda a Amazônia. Além da Amazônia, o sistema agora se estende até o Cerrado – até o fim do ano, o Inpe deve divulgar a taxa de desmatamento desse bioma. O plano é monitorar todo o território brasileiro até 2020, segundo Jair Schmitt, diretor do Departamento de Florestas e de Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente. De olho nas análises em tempo real feitas por sua equipe, Cláudio Almeida demonstra preocupação com o que os satélites mostram. “Ainda não estamos vendo uma queda”, comenta sobre os dados observados na Floresta Amazônica que farão parte das próximas estatísticas.
Em estudo, par culas de plás co se espalharam por todo o corpo das vieiras, onde ficaram por semanas FOTO: CREATIVE COMMONS/MRGAJOWY3
Floresta nativa da Mata Atlântica Não é novidade que os microplásticos dominaram o mundo: essas partículas microscópicas estão na água que bebemos, no sal de cozinha, dentro dos animais e, provavelmente, de você. A ciência agora busca entender o comportamento destes plásticos minúsculos d e n t r o d e o rg a n i s m o s marinhos. Iguaria gastronômica, a vieira foi escolhida para fazer o papel de cobaia. Encontrado em vários oceanos e em abundância na América do Norte, norte da Europa e Japão, o Pecten maximus se alimenta filtrando os plânctons presentes na água do mar. Pesquisadores da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, testaram o que acontece com o molusco em um ambiente contaminado por microplástico. “Para este experimento, precisávamos desenvolver uma abordagem científica inteiramente nova”, contou Maya Al Sid Cheikh, pesquisador de pósdoutorado na Universidade de Plymouth, que liderou o estudo.
“Fizemos nanopartículas de plástico em nossos laboratórios e incorporamos um rótulo para que pudéssemos acompanhar as partículas no corpo da vieira em concentrações ambientalmente relevantes”. Os resultados do estudo mostram pela primeira vez que as nanopartículas podem ser rapidamente absorvidas por um organismo marinho, e que em poucas horas elas se distribuem pela maioria dos órgãos principais dele. Após seis horas de exposição no laboratório, bilhões de partículas medindo 250 nano milímetros (em torno de 0,00025 milímetros) se acumularam dentro dos intestinos da vieira. No entanto, partículas consideravelmente menores, mesmo com 20 nano milímetros (0,00002 mm), se dispersaram por todo seu corpo, incluindo os rins, brânquias e músculos. Entender a dinâmica da absorção e liberação de nanopartículas, bem como sua distribuição nos tecidos do corpo, é essencial para
entendermos qualquer efeito potencial sobre os organismos. “Nós só expusemos as vieiras às nanopartículas por algumas horas e, apesar delas serem transferidas para condições limpas, vestígios ainda estavam presentes várias semanas depois”, disse o professor Richard Thompson, chefe da Unidade Internacional de Pesquisa de Lixo Marinho da universidade. Os vestígios das partículas de 20nm não eram mais detectáveis após 14 dias, enquanto as partículas de 250nm demoraram 48 dias para desaparecer. “Entender se as partículas de plástico são absorvidas através das membranas biológicas e se se acumulam dentro dos órgãos internos é fundamental para avaliarmos o risco que essas partículas representam para o organismo e para a saúde humana”, finalizou Ted H e n r y, p r o f e s s o r d e Toxicologia Ambiental na Universidade Heriot-Watt, que também participou da pesquisa.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3070-2951 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES CNPJ: 18.129.008/0001-18
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CULTURA 3 08 a 15 de dezembro de 2018
Maior
fatos & notícias
Animação destaca as lutas da ONU pelo planeta
cachoeira artificial do mundo
Cachoeiras são sempre cenários deslumbrantes, n ã o i m p o r t a necessariamente o tamanho da queda-d'água. Aqui vão duas informações: a maior
queda-d'água natural do mundo fica na Venezuela, Salto Ángel, tem absurdos 979 metros de altura (não dá para botar as costas embaixo); enquanto isso,
f o i i n a u g u r a d o recentemente na China a maior cachoeira artificial do mundo. A estrutura faz parte do prédio Liebian International Plaza, em Guiyang, e mede 108 metros de altura. O prédio é um dos novos investimentos a se basear em Guiyang, uma região historicamente pobre que vem recebendo novos recursos com a entrada de multinacionais. Para o negócio funcionar, não é barato. A cachoeira tem custo médio de 118 dólares por hora, isso contando só o gasto em energia elétrica. Segundo os idealizadores do projeto, a água é captada da chuva e passa por um processo de limpeza antes de ser bombeada para a quedad'água. São necessárias quatro bombas gigantes para dar conta do serviço. To d o o p r o j e t o é realmente grandioso, mas tem gerado críticas. Pessoas locais tem se mostrado preocupadas em relação ao desperdício desnecessário de água e energia. O Liebian International Plaza abriga um hotel, um shopping center e escritórios.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, como cuidados com o meio ambiente e propagação da paz fazem parte da série “O Show de Luna!” Uma presença brasileira inusitada aproveitou a 73ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro, para buscar apoio internacional à sua causa: a série de animação O show da Luna!, produzida pela TV PinGuim e exibida em 96 países, em canais pagos de TV (como Discovery Kids e Discovery Family) e na Netflix (com exceção da América Latina). A convite do Pacto Global da ONU, os 20 episódios da nova temporada foram exibidos na sede da organização, em Nova York. A protagonista da série é uma menina de seis anos, apaixonada por ciências e curiosa pelo entendimento de como o mundo funciona. As histórias, que acompanham viagens de Luna com sua família pelo mundo, apresentam a crianças e jovens os O b j e t i v o s d e
FOTO: DIVULGAÇÃO
Desenvolvimento Sustentável da ONU, ligados aos principais desafios globais do século 21, como erradicação da pobreza e da desigualdade, luta contra o desequilíbrio climático e a degradação a m b i e n t a l , e implementação de mecanismos que criem prosperidade, paz e justiça. “A Luna ama investigar os fenômenos naturais e está sempre perguntando 'por q u e i s s o e s t á acontecendo?'”, diz o animador Kiko Mastrorigo, cofundador da TV
PinGuim, que produz também as séries Peixonauta e Cantando com Ping e Pong. “Até as pequenas mudanças de atitude no nosso dia a dia podem estar ligadas aos O b j e t i v o s d e Desenvolvimento Sustentável. Acreditamos que isso pode inspirar a conscientização de famílias por todo o mundo”. Episódios de O show da Luna! e de outras séries podem ser vistos no canal da TV PinGuim no YouTube.
Foto Antiga do ES FOTO: ACERVO JOSÉ TATAGIBA
FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET
FOTO: REPRODUÇÃO
(Supercurioso)
POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL
Bonde que fazia o ponto final na Praia do Canto
4 EDUCAÇÃO fatos & notícias
08 a 15 de dezembro de 2018
Professor consegue MEC lança programa melhorar rendimento para os últimos anos escolar de estudantes do ensino fundamental FOTO: REPRODUÇÃO/SEDU-ES FOTO: MARIANA LEAL/MEC
Ao perceber que os estudantes da terceira etapa da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Estadual Misael Pinto Netto, de Aracruz, estavam enfrentando dificuldades na aprendizagem durante as aulas de Física, o professor Fabrício Antunes desenvolveu um simulador virtual para auxiliar a turma. O projeto teve como objetivo ensinar de forma prática o conteúdo de associação de resistores e circuitos elétricos. O professor dividiu a ação em três momentos: aula dialógica, com exposição de circuitos elétricos, para explicar de forma coletiva como funciona a associação de resistores. No segundo momento, os alunos foram divididos em grupos e realizaram as atividades usando os simuladores virtuais com os notebooks, nas subestações. E no terceiro momento, os educandos foram avaliados produzindo na prática o próprio circuito elétrico e as devidas associações. De acordo com o educador, os estudantes não estavam conseguindo assimilar o conhecimento de física, por trabalhar o dia todo e ainda cuidar da casa. “Os alunos da EJA são aqueles que, por algum
motivo, não tiveram condições de concluir o ensino, mas que ainda possuem esse desejo. Alguns deles alegavam não ter cabeça para enfrentar uma disciplina tão complexa e diziam que sentiam vontade de desistir. Para ajudá-los a concluir os estudos de forma mais prazerosa, resolvi criar um método que facilitasse o entendimento e a aprendizagem da minha disciplina, que cá entre nós não é nada fácil, mas também não é impossível de ser aprendida. A ideia foi um sucesso e tem ajudado bastante os educandos”, comemorou. Segundo a diretora Patrícia Rebuli, o professor de Física é muito esforçado e dedicado com sua turma. “Ele veio até mim e a pedagoga Luciana para nos comunicar do problema enfrentado em sala e dizer que tinha uma solução, mas
que precisava de nossa ajuda. Foi então que tivemos a ideia de usar os notebooks da escola, que são de uso dos professores, para criar uma plataforma em que os alunos tivessem mais contato com o conteúdo”, explicou. A pedagoga Luciana Lima Peres assistiu a uma das aulas do professor e falou que a atividade surtiu um resultado bastante positivo. “Os conteúdos ficam mais atrativos e os estudantes podem testar seus questionamentos sobre a matéria, além de descobrir qual é o resultado das ações geradas por suas dúvidas. Isso promove uma aprendizagem mais significativa do que apenas ouvir a explicação do professor, sem contar que estimula o raciocínio e a autonomia do aluno”, disse. Para a aluna Ana Cláudia, utilizar o computador durante as aulas tem tornado o aprendizado muito melhor. “A gente consegue compreender tudo aquilo que foi ensinado na explicação, porém visualizando. Quando não conseguimos visualizar, fica tudo muito confuso, e não conseguimos aprender. Foi uma boa iniciativa do professor”.
Com o intuito de promover a melhoria da aprendizagem, combatendo a repetência e o abandono nos anos finais do ensino fundamental, o MEC lançou o Programa Escola do Adolescente. Inédita, a política preenche uma lacuna substancial de ações junto a turmas do sexto ao nono ano do ensino fundamental. “O foco no desenvolvimento do estudante é uma coisa que a gente precisa cada vez mais aprimorar e essa é a ideia do Escola do Adolescente, colocar esse olhar específico sobre os estudantes do sexto ao nono ano”, disse o ministro da Educação, Rossieli Soares, durante o lançamento. Na primeira etapa do programa, a previsão é de
que 13 mil escolas sejam a t e n d i d a s . “Aproximadamente 1,5 milhão de estudantes podem ser beneficiados", informou o ministro. "Vamos colocar esse olhar, para encontrar tanto evidências de boas práticas para o ensino fundamental 2 quanto caminhos para o Brasil que precisamos discutir, ouvindo esses jovens nessa fase que é tão importante para o seu desenvolvimento”. O Í n d i c e d e Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), principal indicador da qualidade do ensino básico no Brasil, aponta que, nesses anos, 45% das escolas não alcançaram as metas estabelecidas em 2017. De cada 100 alunos, apenas cinco concluem a
f o r m a ç ã o c o m aprendizado adequado em língua portuguesa e três, em matemática. Os índices de insucesso dos estudantes (reprovação e abandono) atingem 14,5% na rede pública. O programa fornecerá instrumentos e estratégias de escuta do adolescente, nas suas características e interesses, e torna a escola mais próxima dessa fase, como pontua a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Smole. "Quando se tem uma aula diferenciada que gera engajamento, que faça os adolescentes pensarem a escola, que saia da aula tradicional do modelo de que o professor fala e o aluno escuta, ocorre uma mudança na percepção dos adolescentes sobre essa escola”, destaca.
POLÍTICA 5 08 a 15 de dezembro de 2018
blog do
Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista
Pacheco
FOTO: DIVULGAÇÃO
jorgepachecoindio@hotmail.com
“Políticos têm muitos, mas homens de moral e caráter são poucos”, Cícero Braz
A pasta ficará com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e com assuntos relacionados às políticas da infância, mulheres e indígenas A pastora, que também e
Nunca as crianças foram tão afetadas como são hoje. Vou sentar com a equipe e começar já”. Uma promessa da mais nova ministra é que nenhum homem vai ganhar mais do que uma mulher em situações de cargos iguais. Ela, com bastante ênfase decretou: “Acabou isso no Brasil”. Entretanto, a pastora não
advogada, foi confirmada na quinta-feira (6) como a titular do chamado Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos. O futuro chefe do Ministério do Meio Ambiente, no entanto, não foi anunciado por Bolsonaro. A nomeação de Damares deixou o senador Magno Malta (PR-ES), com “cara de cachorro que quebrou a panela de ração” e enterra de vez a polêmica com Malta, que participou da coordenação de campanha do presidente eleito durante as eleições Presidente eleito afirmou na quarta (5) que 'perfil' do senador do PR 'não se enquadrou' no novo governo. Após ficar fora do ministério, o parlamentar disse, (sic): “Não sou 'homem de frustração'”. Huuuum!!! A nova ministra, segunda mulher nomeada no novo governo, já deitou falação, afirmando textualmente (sic): “O objetivo deste governo, garanto, é tornar este País a melhor nação do mundo”. E continuou: “... Entre as intenções da pasta é fazer um grande 'pacto pela infância'.
chega a ser unanimidade! Mesmo dentro da bancada evangélica, há quem entenda que seja um desprestígio ao ex-senador Magno Malta. Para o presidente da frente p a r l a m e n t a r, d e p u t a d o Hidekazu Takayama (PSCPR), não é. Ele fechou o semblante e afirmou (sic): “Algumas pessoas acham que é desfeita. Eu não acho. Bolsonaro ofereceu a ele a v i c e - p re s i d ê n c i a e e l e recusou. Não indicamos ou chancelamos nenhuma indicação. Mas Damares é um nome qualificado com vinculação de princípios que defendemos. Se é bom para Bolsonaro e para as famílias conservadoras, é bom para nós (da frente parlamentar)”. Sinceramente, tanto eu, como acredito que todos os brasileiros, a cada momento estamos sendo surpreendidos com os procedimentos do novo governo que se avizinha. Por exemplo, nos últimos dias, o nome mais cotado para o ministério era o de uma mulher. Nos estudos iniciais do governo de transição, não existiria um ministério dos Direitos
Bolsonaro indica pastora Damares Alves para Ministério dos Direitos Humanos
fatos & notícias
“Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam”, Platão
Humanos. Mas Bolsonaro decidiu manter, a pedido de aliadas da bancada feminina do Congresso. Tudo bem, não resta mais dúvidas que estamos presenciando muitas atitudes novas e até mesmo bastante estranhas. Mas os propósitos são muito louváveis e sinaliza que poderemos ver um novo Brasil, a partir de janeiro. Damares realmente tem muitas ideias! E é muito bom isso. A principal é ser contra o aborto. Analisando o discurso dela, vamos sentir que muita coisa foi colocada, mas que, talvez, vai dar em nada. Vamos começar pelo que achamos estar totalmente errado. O que a Funai está fazendo aqui? A não ser gerando confusão! O ministério – que reúne mulheres, famílias, direitos humanos e índios – está fadado a não conseguir nada de bom no futuro. Em verdade eu não me interesso por quem diz isso ou aquilo. É o que eu penso! Haja vista que ela disse que as mulheres merecem ser mães e que o governo deverá (!!?) ter política de “planejamento familiar”. Eu sou totalmente contra o aborto. Mas a realidade não é como andam propagando os “contra o aborto”, que 200 mil mulheres morreram em decorrência da prática. Mentira! Dados da ONU a respeito dão conta de que o número verdadeiro é de 1.200 e não 200 mil. Vamos então ver, pastora Demares como é que vai ser feito no novo governo para que o aborto não aconteça. Por exemplo, ser contra o aborto, mas também ser contra a educação sexual nas escolas. Aí, prezada pastora, vai ser como chover no molhado – um pé vai para lá e outro vem para cá. Como educação sexual nas escolas também não pode confundir com o que chamam de
FOTO: PAULO WHITAKER/REUTERS
“Ideologia de Gênero”. A expressão “Ideologia de Gênero” é uma piada! Estão abusando do termo “ideologia” que significa, em política pública coletiva a partir do gênero, mas quem é que pensa isso no Brasil? É um grande delírio! Coisa de alguns malucos de extrema direita, estúpida com velhos e jovens “gagás” que vêm com a conversa fiada e mole de que o marxismo assumiu a vestimenta da ideologia de gênero. É tão absolutamente enlouquecido que se torna um absurdo! Ah, acho que entendi – quer dizer que agora para instalar comunismo no País teremos de convencer todo mundo? ... por favor! Outra coisa: fazer sexo que não o do modo convencional evidencia a destruição da família? Como é que uma coisa induz a outra, ora, ora, isso é tragicômico! Quer dizer que a destruição da família chega à coletivização dos meios da produção? Isso é uma deslavada mentira, tolice total!!! E quando vem a nova ministra dizendo que, por ela a mulher ficaria na rede enquanto o marido se desmilinguia no trabalho... não! Não há nada pior do que perverter uma verdade. É, sim, mais do que preciso uma política pública que concilie então a presença da mãe com a criança e com o trabalho que a mulher tem de estar junto dos seus filhos. E, ao mesmo tempo, trabalhar! Claro como água cristalina!
Nós somos os animais que somos e superamos essa animalidade com a cultura. Sêmen da espécie humana não é espalhado pelo “cio”. Não, nós somos diferentes dos animais irracionais. Uma coisa é nomear alguém que, ao chegar, afirme que esse governo não vai apoiar políticas públicas favoráveis, não vai. Ganhou nas urnas o governo que não é favorável a isso! Outra coisa é chegar lá com o espírito de colonizador, isto é, para catequizar, educar e até entrar em confronto com elas. Os hospitais públicos vão continuar registrando as mulheres que fizeram abortos malsucedidos e aí tem, sim, que ter uma política pública para fazer isso. É também preciso ouvir o que se pensa sobre a inserção da mulher no mercado do trabalho. As correntes religiosas que veem com muito maus olhos a distribuição gratuita de camisinhas e a distribuição de pílulas anticoncepcionais nos postos de saúde, afirmando ser contra o aborto e a distribuição das camisinhas, têm razão? Claro que não! Estou certo ou a distribuição de camisinhas pode servir, desde que se tenha uma política pública adequada para evitar uma gravidez precoce, assim como as aulas de educação sexual? Nós não precisamos de um tratamento ideológico religioso para resolver situação. Temos a perspectiva de uma saúde pública e de educação. Há estudos demonstrando que, se fizermos farta distribuição de camisinhas e ao mesmo tempo incentivos ao “sexo responsável”, na verdade abre-se uma enorme oportunidade para aumentar a contaminação e a gravidez precoces, porque o incentivo generalizado leva a um determinado tipo de
comportamento que será praticado com ou sem camisinha ou sem a pílula. O convencimento pela via da educação é muito importante e, se não houver a escola, é o melhor caminho. Sinceramente espero que a ministra se dê conta de que o papel dela nessas áreas é fazer a melhor política pública para que resultem no melhor atendimento àquelas pessoas que realmente precisam delas, que são os mais pobres, menos assistidos por médicos, por escolas e moradias de qualidade, porque têm menos acesso a instrumentos de defesa de seus direitos. Agora, colocar nesse meio o ÍNDIO, considerando que a pastora não tem a menor noção dessa questão é quase uma provocação barata e que pode custar muito caro, porque dar um tratamento ligeiro à FUNAI e ao ÍNDIO é um grande tiro no pé. Estaremos preparando um cenário de reação Brasil afora que pode nos custar muito caro. Muito melhor é esperar para ver! Voltaremos ao assunto brevemente!
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Sueli Vidigal suspeita de praticar “rachid” Gente, toda vez que vasculho notícias na área do Ministério Público Federal encontro alguma lambança cometida por políticos e/ou políticas. A mais nova se relaciona à ex-deputada federal Sueli Vidigal (PDT). A digna (?) deputada está sendo acusada da prática de “rachid”. Para quem não sabe “rachid” é uma prática usada por político com mandato que obriga funcionários de seu gabinete a dividir seus ordenados com ele. Essa infame prática acontece nos municípios, na Câmara Federal e no Senado. A Sueli Vidigal praticou entre 2001 e 2008, quando teria se apropriado de parte dos salários de uma assessora dela na Câmara dos Deputados e de um assessor do então deputado estadual Wanildo Sarnáglia. As investigações tiveram início em 2010. Jorge Pacheco
6 TECNOLOGIA fatos & notícias
08 a 15 de dezembro de 2018
Uber já tem serviço Edição genética produz
tomate mais saboroso e de ônibus com lugar com mais antioxidantes reservado Serviço de transporte coletivo usa micro-ônibus da empresa
Espécie cultivada possui alta concentração de licopeno, substância que auxilia na prevenção do câncer de próstata FOTO: PIXABAY
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A Uber já conta com um serviço de ônibus com lugar previamente reservado, por meio de seu aplicativo, no Egito. Chamado Uber Bus, ele já está disponível a todos os usuários no Cairo. A nova modalidade do aplicativo é mais um segmento de transportes para o qual a empresa expande sua atuação. No ano que vem, ela deve oferecer no Brasil u m s e r v i ç o d e compartilhamento de bicicletas elétricas, com um modelo parecido com o da Yellow. O Uber Bus consiste em micro-ônibus, que são da
Uber, dirigidos por motoristas parceiros. No Egito, essa nova modalidade é a mais barata, uma vez que consiste em um meio de transporte compartilhado por várias pessoas, como em um ônibus comum. No Brasil, o Uber Juntos, que permite compartilhar corridas que vão para a mesma direção, chegou a incomodar entidades de transporte coletivo. A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) e o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de
São Paulo afirmam que o Uber Juntos comete irregularidades ao oferecer seu serviço compartilhado. Dados da NTU indicam uma queda de 25% no uso de transporte coletivo entre os anos de 2013 e 2017. O serviço coletivo de transporte da Uber seria um dos motivos da queda. A estreia do Uber no Brasil foi em 2014, seguida por outras, como a Cabify e a adaptação da 99 ao modelo de corridas com motoristas particulares. Não há previsão de quando – ou se – o Uber Bus será lançado no Brasil.
Um grupo de pesquisadores do Brasil, dos Estados Unidos e da Alemanha, com participação da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV), domesticaram, pela primeira vez, uma espécie de tomate selvagem através de uma técnica de edição gênica, tornando-o mais r i c o e m s a b o r, antioxidantes, tamanho e produtividade. O trabalho foi divulgado na revista científica Nature. A espécie de tomate selvagem escolhida para ser domesticada foi a Solanum pimpinellifolium, considerada mais próxima do ancestral do tomate comum. Os frutos dessa espécie são do tamanho de ervilhas e têm baixa produtividade, mas possuem um aroma e um sabor mais intensos do que o tomate convencional.
O objetivo do grupo de cientistas era gerar boas características na planta, modificando sua composição genética, de modo a simular as mudanças que, no passado, deram origem ao tomate domesticado, mas sem perder propriedades da planta selvagem. Os pesquisadores, então, modificaram a planta selvagem usando a técnica Crispr-Cas9, de modo que as plantas “filhas” adquirissem pequenas modificações genéticas em seis genes. Esses genes já haviam sido identificados pelos pesquisadores nos últimos anos, e são vistos como a chave para as características do tomate domesticado. Depois do processo, observou-se que as plantas “filhas” geraram tomates com alta concentração de licopeno, um antioxidante
que auxilia na prevenção do câncer de próstata. Por outro lado, os frutos possuíam um sabor muito mais rico, em virtude de maiores quantidades de ácido e açúcar. As cultivares modificadas também apresentaram cerca de dez vezes mais frutos de tamanhos até três vezes maiores. Para o futuro, os cientistas já estão trabalhando com a espécie Solanum galapagense, que habita áreas rochosas de alta salinidade na ilha de Galápagos (Equador). Esta variedade conta com características agronômicas interessantes, como a resistência a altas concentrações de sal e a presença de tricomas, que são “pelinhos” que ajudam a planta a se proteger de insetos.
7 CIÊNCIA fatos & notícias
08 a 15 de dezembro de 2018
Brasil tem primeiro bebê concebido em útero transplantado O primeiro bebê do mundo concebido a partir de um útero transplantado de uma doadora morta nasceu há menos de um ano O primeiro bebê do mundo concebido a partir de um útero transplantado de uma doadora morta nasceu no Brasil há um ano, informou nesta quarta-feira (5) a revista científica The Lancet. Após o nascimento, o bebê – uma menina — e sua mãe estão bem, segundo o Hospital Universitário de São Paulo, que realizou o procedimento em 2016. Foi a primeira vez, após uma dezena de tentativas fracassadas nos Estados Unidos, República Tcheca e Turquia, que um transplante de útero, a partir de uma doadora morta, permitiu um nascimento. Também foi o primeiro nascimento mediante transplante de útero na América Latina. Desde a primeira doação de útero de uma mulher com vida, em 2013, na Suécia, foram realizados 39 transplantes, dos quais 11 permitiram dar à luz. “O recurso a doadoras
FOTO: AFP/ARQUIVOS
falecidas poderá ampliar consideravelmente o acesso a este tratamento” por parte das “mulheres que sofrem esterilidade de origem uterina”, declarou o doutor Dani Ejzenberg, que dirigiu o procedimento no Hospital Universitário de São Paulo.
do Imperial College de Londres. Esta bem-sucedida experiência no Brasil apresenta “várias vantagens em relação a um útero de doadora viva: o número potencial de doadoras é maior, o custo é menor e
Até o momento, “a única gravidez decorrente de um transplante de útero retirado post mortem havia ocorrido em 2011, na Turquia”, resultando em um aborto espontâneo, recordou o doutor Srdjan Saso, do departamento de obstetrícia
evita riscos para a doadora viva”. Para o professor Andrew Shennan, obstetra do Kings College de Londres, o procedimento “abre o caminho para a doação post mortem, como já é o caso para outros órgãos”, o que “permitirá às mulheres que não podem conceber (…) engravidar sem depender de doadoras vivas ou de mães de aluguel”. A operação foi realizada em setembro de 2016. A mulher que recebeu o útero tinha 32 anos e nasceu sem o órgão (síndrome de MayerRokitansky-Küster-Hauser). Antes do transplante, ela se submeteu a uma fecundação in vitro (FIV). O útero foi retirado de uma mulher de 45 anos morta por um derrame cerebral e doadora de vários outros órgãos (coração, fígado e rins), de fator Rh O positivo. A operação durou dez horas e trinta minutos e foi seguida por um tratamento
imunossupressor para evitar a rejeição. Cinco meses após o transplante, a mulher teve a primeira menstruação normal e dois meses depois, com a transferência do embrião, engravidou. A gravidez transcorreu sem dificuldades e o bebê nasceu – de cesariana – após 36 semanas de gestação, no dia 15 de dezembro de 2017, em estado ligeiramente prematuro, mas considerado oportuno pelos médicos para se evitar complicações. O bebê pesava então 2,550 quilos e estava em perfeito estado de saúde. O útero foi retirado durante a cesariana para permitir a suspensão do tratamento imunossupressor. A criança e a mãe tiveram alta em apenas três dias. Os autores do estudo destacam que o transplante de útero post mortem pode abrir novas possibilidades, já que em muitos países já há regulamentação sobre este tipo de doação.
OMS irá discutir e definir regras para a edição de genes O anúncio ocorreu após pesquisador chinês ter anunciado a utilização da técnica para modicar o DNA de bebês Segundo He, as alterações genéticas foram feitas por intermédio da CRISPR-Cas9, tecnologia capaz de reparar as falhas em embriões criados por meio de fertilização in vitro (FIV); a técnica torna possível alterar o DNA para inserir um gene necessário ou desativar aqueles que causam problemas. Apesar de parecer a solução para doenças genéticas, especialistas alertam para o risco de que a edição de genes traga consequências graves. “A edição ainda é experimental e está associada com mutações em genes não modificados, podendo causar problemas genéticos no início ou mais
tarde na vida, incluindo o desenvolvimento de câncer”, explicou Julian Savulescu, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, ao The Guardian. Apesar de reconhecer a importância das técnicas de edição do genoma humano para entender as causas das doenças e beneficiar a saúde humana, a OMS advertiu que ainda há muitas questões que precisam ser abordadas cuidadosamente. “O uso dessas tecnologias deve ser regulado por meio de padrões de supervisão ética e de direitos humanos. Estamos falando de seres humanos, a edição genética não deveria comprometer o futuro do
indivíduo”, comentou Tedros
coletiva de imprensa.
Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, durante
Por causa da polêmica, o governo chinês suspendeu as
FOTO: iSTOCKPHOTO/VEJA
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na segunda-feira (4) que pretende convocar especialistas do mundo inteiro para discutir novas normas para a edição de genes em humanos. O anúncio aconteceu uma semana depois que o pesquisador chinês He Jiankui afirmou ter utilizado a técnica para modificar o DNA de bebês com a intenção de reduzir o risco de infecção por HIV – vírus causador da aids. Desde o anúncio, a comunidade científica tem se posicionado contra o procedimento, destacando os riscos envolvidos no uso da edição genética – que é proibida em diversos países.
atividades de pesquisa e ordenou a “investigação imediata” do caso, afirmando que pretende punir os envolvidos (embora ainda não se saiba como isso será feito). Segundo a CNN, os principais geneticistas do mundo também solicitaram um inquérito independente sobre He. Segundo jornais locais, He Jiankui teria desaparecido depois de se pronunciar em um evento científico em Hong Kong. A suspeita é de que ele esteja em prisão domiciliar. Entretanto, a Universidade do Sul da Ciência e Tecnologia negou as alegações de que seu ex-pesquisador esteja preso.
8 SAÚDE fatos & notícias
08 a 15 de dezembro de 2018
Aplicativo promete Doença gravíssima ganha serviço detectar anemia apenas com uma inédito no Brasil foto das unhas
Xeroderma pigmentoso é uma doença ligada a tumores de pele recorrentes, não nha um serviço básico de cuidados no País FOTO: MAURÍCIO CASARIN/DIVULGAÇÃO
FOTO: INTERMOUNTAIN MEDICAL CENTER
A anemia é o distúrbio de sangue mais comum do mundo – calcula-se que de 25% a 33% da população mundial t e n h a m o problema, que consiste no baixo nível de glóbulos vermelhos no sangue. Para diagnosticá-la, é preciso fazer um hemograma, o que envolve uma operação laboratorial e, por consequência, custos operacionais e de material. Em estudo publicado na revista científica Nature Communications na terçafeira (4), cientistas da Escola de Medicina da Universidade Emory, de Atlanta, nos Estados Unidos, apresentaram os resultados de um aplicativo de celular desenvolvido por eles que promete o fim das agulhas no diagnóstico da anemia. Trata-se de um software que, por meio de uma fotografia das unhas dos dedos, consegue identificar se o usuário está com níveis adequados de hemoglobina no sangue. E os resultados dos testes são animadores quando à precisão. Se tudo der certo, o app deve estar disponível para download público até o fim do primeiro semestre de 2019, estimam os desenvolvedores. Em breve, o produto deve ter a patente reconhecida – o protótipo já foi protocolado
nos órgãos americanos competentes. O aplicativo foi desenvolvido como parte do trabalho de doutorado do engenheiro biomédico Rob Mannino. Ele se inspirou em um problema pessoal de saúde para pensar nesse método não invasivo de análise. Mannino é portador de uma doença hereditária no sangue, causada por uma mutação genética. "Meu tratamento requer transfusões de sangue mensais", conta o cientista. "O ideal seria eu realizar exames de níveis de hemoglobina com frequência, mas como se trata de um aborrecimento a mais – fazer tantos exames entre tantas transfusões – os médicos costumam apenas estimar quanto vou precisar de transfusão, com base nas tendências do meu nível de glóbulos vermelhos". Com o app, gente como o próprio desenvolvedor poderá realizar exames constantes sem nenhum tipo de método invasivo. "Ninguém melhor do que
Rob Mannino para idealizar esse projeto", afirma o bioengenheiro, pediatra e hematologista Wilbur Lam, que também trabalhou na concepção do aplicativo. "Ele tirou fotos de si mesmo antes e depois das transfusões, quando seus níveis de hemoglobina estavam mudando. E isso permitiu refinar constantemente e ajustar a tecnologia em si mesmo de uma maneira muito eficiente. Então, na essência, ele era o próprio teste inicial perfeito em c a d a p a s s o d o desenvolvimento do aplicativo". Lam frisa que, hoje, todas as outras ferramentas para detecção de anemia exigem equipamento externo e apresentam problemas de invasividade e custo. "Este é um app independente e sua precisão está no mesmo nível dos testes disponíveis no momento, sem a necessidade de tirar sangue", comenta.
AUTO-HEMOTERAPIA Terça, quinta e Sábado - das 7 às 11 horas
Tel.: (27) 99753-3694 Rua Putiri, nº 284 - Caçaroca - Serra - ES
Médica analisa os olhos de um paciente com a doença Xeroderma pigmentoso. Esse é daqueles nomes que a gente nunca ouviu antes, mas, ao entender do que se trata, jamais se esquece de seu significado. Falamos de uma doença raríssima, que atinge uma pessoa a cada milhão de habitantes. Causada por um defeito genético, ela é marcada por uma grave falha no sistema de reparo das células que costuma terminar em manchas e câncer de pele. Vamos voltar às aulas de biologia da escola para entender direitinho essa história: a todo momento, o material genético que fica guardado dentro de todas as nossas células é danificado por uma série de fatores externos. Para ter ideia, até o ato de respirar causa alguns estragos no DNA. Se essas falhas não são corrigidas a contento, elas se acumulam e podem dar origem a um tumor. Ainda bem que existem moléculas
especializadas em fazer esses consertos nos genes e, na esmagadora maioria das vezes, impedir que a situação se agrave. Acontece que os pacientes com xeroderma pigmentoso perdem justamente esses zeladores do organismo. Com isso, o corpo deles não é capaz de responder aos danos provocados pelos raios ultravioleta do sol que atingem a pele, a boca e os olhos. Desde pequenos, eles vivem cheios de pintas e manchas que, não raro, evoluem para vários tumores, que aparecem um atrás do outro. Com algumas exceções, essas pessoas viviam literalmente às sombras no Brasil. Mas a coisa começou a mudar de figura no último mês de abril: um professor americano fez uma palestra no Hospital São Paulo, na capital paulista, e chamou atenção para o problema. Isso motivou que uma equipe de
médicos, liderados pelo oftalmologista Rubens Belfort Neto, iniciasse um amplo programa de acompanhamento e tratamento do xeroderma pigmentoso no País. “Resolvemos oferecer atendimento a todos os pacientes com a enfermidade no Brasil e divulgamos nossa iniciativa pelas redes sociais”, relata Belfort Neto, que se surpreendeu com a repercussão. No primeiro encontro, marcado para o dia 6 de o u t u b r o , e l e s conseguiram reunir 31 pacientes, número considerado muito significativo. “A título de comparação, dois programas parecidos oferecidos pela Clínica Cleveland e pela Universidade de Miami, ambas nos Estados Unidos, têm um e quatro p a c i e n t e s , respectivamente”, diz o especialista.
GERAL 9
08 a 15 de dezembro de 2018
fatos & notícias
Há alguns dias, um dos últimos rinocerontes-desumatra do mundo caiu em uma armadilha de fosso montada na ilha de Bornéu. Felizmente, a armadilha não foi colocada por caçadores ilegais, mas por uma associação internacional de organizações de conservação chamada Resgate ao Rinoceronte-de-Sumatra, criada com o intuito de salvar a espécie da extinção. Restando menos de 80 dessas raras criaturas em vida selvagem, a esperança é que essa fêmea, que recebeu o nome de Pahu, possa proporcionar alguma diversidade genética extremamente em falta na população de rinocerontes que está sendo criada em cativeiro em outras partes da Indonésia. “Quando uma população
chega a esse nível, de 80 animais, todo e cada indivíduo passa a ser muito importante”, afirma Susie Ellis, diretora-executiva da Fundação Internacional para os Rinocerontes. “Isso significa que o programa de criação em cativeiro está prestes a se expandir”. “O rinoceronte-de-sumatra é um dos mamíferos mais distintos do planeta, do ponto de vista evolutivo e o resgate é um passo crucial para que não seja perdido um ramo inteiro da árvore da vida dos rinocerontes”, diz Jonathan Baillie, vice-presidente executivo e cientista-chefe da National Geographic Society, parceira da Resgate ao Rinoceronte-de-Sumatra. “Mas isso é só o começo. Se quisermos salvar essa espécie, precisamos do intenso apoio de outras
FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC
Rinoceronte-de-sumatra é capturado em tentativa de conservação da espécie
pessoas e organizações”. Esse é um dos motivos p e l o s q u a i s o s conservacionistas anseiam
tanto por populações restantes e umas das
capturar as fragmentadas aproximá-las outras. Em
Sumatra, por exemplo, acredita-se que os cerca de 75 animais selvagens lá restantes estejam espalhados
em 10 subpopulações diferentes. E em Bornéu, onde Pahu foi capturada, pode ter sobrado menos de 10 indivíduos. Para conseguirem identificar a condição de Pahu, os veterinários precisam primeiro trabalhar para que ela se acostume com a presença deles. Até mesmo uma boa análise dos dentes do animal pode dar informações importantes quanto à idade. “Ela precisa de treinamento para entrar numa estação de tratamento e permitir que os veterinários a manipulem e a examinem de forma que a maioria dos rinocerontes certamente não gostaria de ser examinada”, diz Kinnaird. “Isso pode levar alguns dias. Ou talvez algumas semanas”.
FOTO: REPRODUÇÃO
Anel de Pôncio Pilatos é encontrado próximo de Jerusalém
Um anel descoberto perto de Jerusalém pode ter gravado o nome de Pôncio Pilatos, o governador romano que, segundo o Evangelho,
condenou Jesus a ser crucificado – disseram pesquisadores israelenses. Sobre este anel, descoberto há 50 anos em
uma escavação, figura a inscrição “de Pilatus” em letras gregas, revelada em análises recentes de pesquisadores, de acordo com um artigo do “Israel Exploration Journal”. Datado de há cerca de dois mil anos, o anel, que servia de selo, pode comportar uma das poucas menções escritas de Pôncio Pilatos de sua época, afirma a revista publicada pela “Israel Exploration Society” e o Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica de
Jerusalém. Foi descoberto em Herodion, um antigo palácio construído na época do rei Herodes, perto de Jerusalém e de Belém, uma cidade da Cisjordânia ocupada. O palácio serviu de fortaleza para os insurgentes judeus que se revelaram contra os romanos. Os pesquisadores consideram que é pouco provável que o anel teria pertencido pessoalmente a Pôncio Pilatos. Pode ter estado em posse de um
membro da administração dirigida por Pôncio Pilatos, ou por outra pessoa. “Na medida em que a inscrição menciona Pilatos, a primeira ideia que vem à mente é que se trata de Pôncio Pilatos, governador da província romana de Judeia, entre o ano 26 e 36 d.C., na época do imperador Ti b é r i o ” , a fi r m a m o s autores no artigo. Os pesquisadores ressaltam que o anel, “de metal e feito de uma liga de cobre”, parece demasiado “comum” para ser do
governador romano. Destacam, porém, que “o sobrenome Pilatos é incomum. Não é inconcebível que este anel pertença ao mesmo Pôncio Pilatos”. A única outra inscrição com o nome de Pôncio Pilatos, e que data da época em que era governador da Judeia, é uma pedra descoberta em Cesareia, na costa mediterrânea de Israel, diz em sua página online o Museu de Israel de Jerusalém, cuja coleção inclui essa pedra.
10 COMPORTAMENTO 08 a 15 de dezembro de 2018
ANA
LUCIA
FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET
fatos & notícias
Ana Lucia Bernardo Cordeiro
Professora
Que país é esse? Olá pessoal
H
oje vou falar de um a s s u n t o extremamente melindroso: saúde pública. Como eu, todos vocês pagam impostos. Aliás, o Brasil é o País onde mais se paga impostos no mundo. Infelizmente, para nós, brasileiros, a verba que deveria ser aplicada em educação, segurança e em muitas outras áreas, desaparece como em um passe de mágica. Temos o INSS para quê? Vejam se isso não parece piada? Uma pessoa faz tratamento durante três anos com determinado psiquiatra e tem o diagnóstico de
esquizofrenia, transtorno
bipolar, síndrome do pânico
e depressão, e toma sete
medicações por dia. Essa paciente, de 37 anos, é formada em pedagogia, tem três pós-graduações, é avaliada como uma excelente regente de classe e, de repente, começa a passar por essa situação. A vida muda drasticamente. Ela, então, recorre ao INSS. Leva laudos de psiquiatra, psicólogos (cada consulta sai a R$ 400,00). Depois de uma v e r d a d e i r a peregrinação, lhe é concedido o benefício. Continua com o auxílio por um tempo e, mesmo tentando o suicídio várias vezes, se automutilando e outras
coisas, o perito do INSS nega-lhe o benefício. A empresa na qual ela trabalhava a encaminha para uma empresa especializada nas áreas de Medicina do Trabalho para, então, passar pelo médico do trabalho, esse, por sua vez, ao ver os laudos, conclui a incapacidade da pessoa para o trabalho. O psiquiatra que a acompanha dá laudo pedindo o afastamento definitivo das funções desempenhadas por ela. Mas, então, qual a surpresa? O médico do trabalho diz que é obrigado a acatar a decisão do INSS. Agora eu pergunto: que País é esse?
Carta escrita por Einstein é leiloada Manuscrito de 1954 revela sen mentos do cien sta sobre o judaísmo, que ele chamou de "supers ção primi va", e Deus, definido como uma expressão da fraqueza humana A “Carta de Deus”, escrita pelo físico alemão Albert Einstein, foi vendida na última terça-feira (4) por quase US$ 2,9 milhões pela casa de leilões Christie's. O valor superou as expectativas dos especialistas, que haviam estimado US$ 1,5 milhão pelo artigo. “A palavra Deus, para mim, não significa mais do que expressão e produto da fraqueza humana, e a Bíblia uma coleção de lendas veneráveis, mas ainda muito primitivas”, escrevera Einstein. A carta, de uma página e meia, escrita em alemão, ganhou o nome “Deus” ainda que a palavra apareça somente uma vez durante a
mensagem. O texto foi enviado, à época, ao filósofo alemão Eric Gutkind, autor do livro “Escolha a vida: o chamado bíblico para a rebelião”, no qual colocava o judaísmo como entidade intocável. O pai da relatividade escreveu dezenas de cartas durante a sua vida, nas quais discutia o judaísmo e a religião. Segundo Walter Isaacson, autor de uma biografia de Einstein, ninguém deveria se basear em somente uma carta para declarar a opinião do cientista sobre a existência de um ser supremo. Para Isaacson, Einstein não era ateu. “Mas não acreditava em um Deus que escolhe os
seus times ou as suas pessoas preferidas”, afirmou. Na carta, o cientista diz que, se Deus de fato existe, ele não responderia a preces individuais ou faria intervenções em questões humanas. Não é a primeira vez que a carta, que ficou famosa em 2008, depois de ter ficado por anos nas mãos da família Gutkind, vai a leilão. Em maio daquele ano, em Londres, um comprador anônimo pagou US$ 404 mil pelo documento. Artigos do cientista, assim como outros textos, conquistaram grandes cifras em leilões passados, mas a “Carta de Deus” bateu o recorde. Antes, o maior valor
FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET
tinha sido atribuído, em 2002, a uma mensagem do cientista ao presidente
Franklin Roosevelt, na qual alertava sobre os perigos de construções de bombas
poderosas, arrematada por US$ 2,1 milhões.
OLHAR DE UMA LENTE 11 fatos & notícias 08 a 15 de dezembro de 2018
HAROLDO
CORDEIRO FILHO Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Haroldo Cordeiro Filho Jornalista DRT: 0003818/ES
A pobreza no Brasil foi feita com base na distribuição de renda, de educação e de mercado de trabalho. A crise econômica desses últimos anos provocou um aumento de pessoas que vivem na extrema pobreza. Hoje está na casa dos 15,2 milhões. Nessas famílias a renda é inferior a R$ 140,00 Se temos todo tipo de clima, de solo e domínio tecnológico para quebrar recordes anuais em segmentos produtivos como do agronegócio, por que, então, esse aumento de pobres no Brasil? O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pesquisou e identificou um crescimento da pobreza. A pesquisa publicada no último dia 05,
por mês e, de 2016 a 2017, houve um aumento de 0,8% no número de miseráveis. Outros dados importantes
mais ricos, detêm 43% das riquezas do País. O que nos deixa indignado é ver nas manchetes uma
estão na concentração das riquezas. Os mais pobres, que representam 7,4% da população brasileira, maioria de negros e pardos, concentram apenas 12% das riquezas, enquanto os 10%
classe pedir aumento de salários, como ocorreu no poder judiciário e, o pior, sancionado pelo presidente Michel Temer, diante desse trágico e covarde quadro social.
12 ECONOMIA 08 a 15 de dezembro de 2018
Indústria do aço termina 2018 com crescimento de 8,9%
FOTO: WENDERSON ARAÚJO/CNA
fatos & notícias
Crédito rural cresce 19% entre julho e novembro
Setor deve fechar o ano com recorde 36 milhões de toneladas produzidas FOTO: ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL
Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento mostram que houve aumento de contratação em todas as linhas de crédito Com taxas de juros mais baixas que na safra passada, o volume de crédito rural contratado junto aos bancos pelos produtores cresceu 19%, para R$ 75,36 bilhões. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), esse crescimento ocorreu nos cinco primeiros meses da atual temporada, entre julho e novembro em comparação com igual período da safra anterior. O ministério informou
ainda que todas as linhas de crédito rural cresceram. Operações de custeio agropecuário chegaram a R$ 43,4 bilhões, número 15% maior que o de igual período do ciclo passado. O desembolso com industrialização chegou a R$ 3,4 bilhões, com alta de 19%. Na linha comercialização os valores ficaram em R$ 13 bilhões, com aumento de 19%. Já os empréstimos para investimento totalizaram R$ 15,5 bilhões, 37% de alta.
As vendas internas da indústria do aço devem fechar o ano com crescimento de 8,9% na comparação com 2017. Segundo o Instituto Aço Brasil, o setor vendeu 18,8 milhões de toneladas de aço em 2018 e deve aumentar essa quantidade em 5,8%, alcançando 19,9 milhões de toneladas, em 2019. Em relação à produção, os dados também são
Esses recursos ficaram concentrados em aquisição de máquinas, implementos, armazenagem e infraestrutura das propriedades. Também houve grande demanda pelos programas Agricultura de Baixo Carbono (ABC), C o n s t r u ç ã o e Ampliação de Armazéns (PCA) e Inovagro (Programa de Incentivo à Inovação Te c n o l ó g i c a n a P r o d u ç ã o Agropecuária). A
positivos. Isso porque a indústria brasileira do aço deve ter recorde de produção de aço bruto (estimada em 36 milhões de toneladas), o que representa crescimento de 3,8% na comparação com 2017. Apesar da previsão de aumento de 2,6% nas importações, em relação a 2017, totalizando 2,4 milhões de toneladas e de diminuição nas
exportações em 7,2%, devendo atingir 14,2 milhões de toneladas, a entidade antevê uma alta no consumo aparente (soma que inclui vendas internas e importação por distribuidores e consumidores). A projeção subiu de 5,3% para 8,2%, influenciada pelo crescimento do comércio interno. O volume consumido deve superar 21,1 milhões de toneladas.