ANO VIII - Nº 278 16 a 23 DE DEZEMBRO/2018 SERRA/ES
Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita
Fernando de Noronha proíbe uso e venda de plásticos descartáveis na ilha Regra vale para moradores, visitantes e estabelecimentos como bares, restaurantes, pousadas e embarcações Pág. 12
FATO CURIOSO FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC
Homem compra foto antiga e se surpreende com o seu valor FOTO: PROTEÇÃO ANIMAL MUNDIAL
Pág. 10
EMPRESAS LANÇAM PRIMEIRA FRANQUIA DE TOUROS NO PAÍS A meta ambiciosa é comercializar 20 mil reprodutores por meio do sistema de franchising Pág. 12 HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 O subaproveitamento do turismo na Serra Pág. 11
JORGE PACHECO
HAROLDO VIDAL
ANA LUCIA
8 Fique por dentro das últimas
8 Que venham mais
8 Conhecer a história
notícias políticas nacional e do Espírito Santo Pág. 5
espaços e vozes para todas as diferenças Pág. 3
e a cultura de outro país pode ser muito enriquecedor Pág. 10
Estudo mostra que todas as tartarugas marinhas do planeta têm plástico no organismo Pág. 2
2 MEIO AMBIENTE
16 a 23 DE DEZEMBRO DE 2018
Ibama nega licença para a Todas as tartarugas marinhas do exploração de petróleo nos planeta têm plástico no organismo Corais da Amazônia FOTO: GREENPEACE/DIVULGAÇÃO
Ecossistema único, o Grande Sistema Recifal da Amazônia está ameaçado por projetos para a extração do óleo na foz do rio Amazonas
Os rodolitos venceram mais u m a b at a l h a c o nt r a o p e t r ó l e o. E c o s s i s t e m a único, o Grande Sistema Recifal da Amazônia, localizado na Bacia do Rio Amazonas, viu os riscos para sua existência diminuírem com a negativa, pelo Ibama, da licença ambiental para que a petroleira francesa Total explore petróleo na região. No despacho, a presidente do Instituto, Suely Araújo, aponta a existência de profundas incertezas relacionadas ao Plano de Emergência Individual (PEI) do empreendimento, que são agravadas pela possibilidade de um vazamento de óleo afetar os recifes biogênicos da região, conhecidos como Corais da A m a z ô n i a , e a biodiversidade marinha. A vitória não veio sem muito trabalho. Boa parte das incongruências dos documentos apresentados pela Total no processo de licenciamento só vieram a
fatos & notícias
público graças a um intenso trabalho de pesquisa realizado por pesquisadores brasileiros em duas expedições a bordo do navio Esperanza, do Greenpeace. Entre os resultados, está a existência de um ecossistema de, pelo menos, 56 mil km², um dos maiores recifes da América do Sul, se estendendo para além da fronteira com a Guiana Francesa. Na expedição de abril, a descoberta da presença de um banco de rodolitos dentro da área de um dos blocos de exploração da Total levou ao Ministério Público Federal, por meio do procurador Joaquim Cabral da Costa Neto, a recomendar que o Ibama n ã o e m i t i s s e o l i c e n c i a m e nt o, j á q u e poderia resultar na “destruição em larga escala do meio ambiente, con gurando ecocídio – crime contra a humanidade sujeito à jurisdição do Tr i bu n a l Pe n a l
Internacional”. "Essa é uma ótima notícia para os Corais da Amazônia, um ecossistema único e do qual ainda se sabe pouco. E uma ótima not ícia p ara as comunidades locais e o ativismo ambiental porque prova o poder da mobilização popular”, disse iago Almeida, coordenador da campanha D e f e n d a o s C or a i s d a Amazônia, do Greenpeace Brasil. “Essa vitória mostra que o ativismo, assim como o trabalho técnico realizado pelo Ibama, deve ser valorizado no País". A vitória na batalha, no entanto, não signi ca o m da disputa. Em nota ao Valor, a companhia avisou que “vai analisar os documentos enviados pelo Ibama e decidir sobre os próximos passos”. Enquanto isso, o processo de licenciamento ambiental da britânica BP, que também obteve um bloco na bacia da Foz do Amazonas, segue em andamento. "Essa vitória dá um recado para as gigantes do petróleo: Não há mais espaço para uma atividade econômica que ameace a natureza e as pessoas. E que também incentive uma fonte de energia que contribui para o aquecimento global", naliza Almeida.
FOTO: PROTEÇÃO ANIMAL MUNDIAL
Estudo analisou exemplares da espécie nos oceanos Atlântico, Pacífico e Mediterrâneo: em todas as amostras havia indícios da presença de microplástico
Um a p e s q u i s a re c e nt e demonstrou que organismos marinhos que vivem de ltrar comida na águ a do mar, como as vieiras, absorvem bilhões de micropartículas de plástico em poucas horas. Mas como funciona com seres maiores, como as tartarugas? É o que buscou descobrir um grupo de pesquisadores da Universidade de Exeter, do Laboratório Marinho de Plymouth e do Greenpeace. Eles analisaram 102 exemplares de tartarugas marinhas encontradas nos oceanos Atlântico, Pací co e Me diter râne o e encontraram plástico nos intestinos de todas elas. Apenas parte do intestino de cada animal foi analisado – então, estima-se que o número total de partículas com menos de 5 milímetros seja cerca de 20 vezes maior. Partículas sintéticas foram encontradas em todas as tartarugas, sendo as mais c o mu n s a s b r a s , q u e podem vir de fontes incluindo roupas, pneus, ltros de cigarro e equipamentos marítimos, como cordas e redes de pesca. "O efeito dessas
partículas sobre as tartarugas é desconhecido", disse a autora principal, Emily Duncan, do Centro de Ecologia e Conservação do Campus Penr yn, na Universidade de Exeter, na Cornualha. “Seu pequeno tamanho signi ca que eles podem passar pelo intestino sem causar um bloqueio, como é frequentemente relatado com fragmentos maiores de p l á s t i c o”, c ont ou . “No entanto, o trabalho futuro deve se concentrar em saber se os microplásticos podem estar afetando os organismos aquáticos de f o r m a m a i s s u t i l . Po r exemplo, eles p o dem possivelmente conter contaminantes, bactérias ou vírus, ou podem afetar a tartaruga em nível celular ou subcelular. Isso requer mais investigação”. Penelope Lindeque, do Laboratório Marinho de Plymouth, alerta que, infelizmente, o microplástico está em quase todo o reino animal. “Do nosso trabalho, ao longo dos anos, encontramos microplástico em quase todas as espécies de animais
marinhos que observamos; de minúsculo zooplâncton na base da teia alimentar marinha para pescar larvas, gol nhos e agora tartarugas”. O p er igo do plást ico tampouco se restringe às m i c rop a r t í c u l a s . Um relatório elaborado pela Proteção Animal Mundial alertou para uma ameaça cada vez mais comum nos oceanos, mas quase nada pesquisada, que chamaram de “pesca fantasma”. Todos os anos pelo menos 640 mil toneladas de equipamentos de pesca, como redes, varas, linhas, anzóis, cordas e armadilhas se perdem nos oceanos, onde devem permanecer por mais de 600 anos. Ao longo de tempo, apesar da falta de controle humano, segue aprisionando espécies marinhas. Provocam ferimentos ou simplesmente impedem a locomoção, fazendo com que morram de fome, ou, como as tartarugas, que precisa deixar a água para respirar, e morrem afogadas. A "pesca fantasma" pode impactar até 69 mil animais marinhos por dia no Brasil.
Floresta nativa da Mata Atlântica
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3070-2951 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES CNPJ: 18.129.008/0001-18
"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"
Filiado ao Sindijores
Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília
Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores
CULTURA 3
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HAROLDO
VIDAL
PROFESSOR UNIVERSITÁRIO E DOUTORANDO EM EDUCAÇÃO (UERJ)
Sabendo que a humanidade nunca antes teve acesso a tantas inovações tecnológicas, e que ela detém o poder para utilizá-las para aprender, comunicar, entreter e informar, pôs-se a pensar a força que esses meios virtuais e tecnológicos podem ter ao fazer parte do nosso cotidiano. Por essa razão, o livro Educação, Comunicação, Cultura e Diferença contempla grandes avanços tecnológicos da pesquisa que o mundo se e n c o nt r a . E nt r e e l e s , o s m e i o s d e comunicação, principalmente o audiovisual, q u e p a s s o u a s e r u m i n s t r u m e nt o indispensável na grande maioria dos lares e na comunidade escolar. Com essas mudanças nos últimos anos, a sociedade está diariamente em contato com
m ai s d i g it a l e d o s s e u s e stu d ante s (BAUMAN, 2013).
informações por segundo. É o mundo na palma da mão. Buscou-se investigar se os meios de comunicação – em especial a televisão – influenciam no comportamento e na personalidade de uma sociedade cada vez
Pretendeu-se fazer uma reflexão sobre a utilização dessas ferramentas potencializadoras do saber/fazer dentro e fora das escolas. Este tema é de grande importância para os professores, pedagogos
FOTO: REPRODUÇÃO
Unesco disponibiliza livros sobre mulheres que marcaram a história da África 'Mulheres na história da África' faz parte de uma série de livros digitais que a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) disponibiliza para baixar na internet de forma gratuita. A série é em formato de quadrinhos e conta a biografia de lideranças femininas que se destacaram no continente africano desde a luta pelo direito das mulheres, de seus territórios às ameaças ao meio ambiente. Além da história há uma breve orientação
Njinga Mbande (1581 – 1663) foi uma diplomata e rainha da atual Angola que resistiu frente à invasão portuguesa. Em 56 páginas, o livro digital aborda o tráfico de e s c r a v o s , c o m o Nj i n g a inspirou diversos povos de seu continente e a construção da identidade da população de seu reino. FOTO: DIVULGAÇÃO Wangari Maathai e o Movimento do Cinturão Ve r d e e F u n m i l a y o Ransome-Kuti e a União das Mulheres de Abeokuta, c ompl e t am a s é r i e d a Unesco, porém estes livros só foram traduzidos em inglês e francês.
pedagógica para auxiliar o professor em sala de aula. A obra Njinga Mbande: Rainha do Ndongo e do Matamba (Ed. Cereja) está traduzida para o português (para baixar basta clicar no l i n k : https://unesdoc.unesco.org/a rk:/48223/pf0000230931).
e toda a comunidade escolar, pois a tecnologia e os avanços culturais já entram em todas as casas e escolas, mostrando-nos como pensar e agir. Com estudos mais aprofundados, educadores tornam-se mais críticos perante as intensas informações, para que sua prática seja transformada e reestruturada, até mesmo para conseguir entender melhor os estudantes que demonstram, em certos momentos, atitudes e comportamentos de uma sociedade que pensa e respeita as diferenças. Dedicamos este livro aos pobres, loucos, negros, LGBTs, indígenas, MST, MTST, povos originários e tantos outros que tiveram apenas um rápido vislumbre de novos tempos neste País. A lucidez, mesmo em um momento sombrio e escuro, enquanto nossos direitos são cortados, na pele, todos os dias. Dedicamos, também, a obra a todos que lutam por um país menos desigual, sem intolerâncias religiosa, cultural, sexual e política. A todos que são contra a hegemonia da mídia e a censura da cultura. Que venham mais espaços e vozes para todas as diferenças.
Foto Antiga do ES FOTO: ACERVO JOSÉ TATAGIBA
EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO, CULTURA E DIFERENÇA
a televisão e os demais meios de comunicação e recebe inúmeras
Rua Sete se prepara para receber linha de bonde que contornava a Praça Costa Pereira, em 1925
4 EDUCAÇÃO
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REDE PÚBLICA ATENDE 74,1% DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO PAÍS No Acre, 79,5% das crianças de 4 e 5 anos não frequentam creche ou escola. Informações são de documentos do IBGE divulgados na última semana
Escola em Tocantins é eleita melhor construção do mundo Pela segunda vez no ano a escola de madeira Aldeia das Crianças vence prêmio internacional de arquitetura
FOTO: SHUTTERSTOCK FOTO: DIVULGAÇÃO
O relatório recémdivulgado do Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (IBGE) que retrata a realidade social do País, “Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira”, aponta que há uma predominância do ensino público na vida de meninos e meninas brasileiros, uma vez que, em 2017, 74,1% das crianças de 0 a 5 anos frequentavam escolas ou creches públicas. A educação infantil (que atende crianças de 0 a 5 anos) na rede privada só prevalece quando o nível de instrução educacional de algum morador da residência da menina ou menino vai além do fundamental. Segundo dados do IBGE, 62,9% das
POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL
crianças estão em escola ou creche privada quando há na residência um morador c om e n s i n o s up e r i or. Quando o morador mais escolarizado possui ensino superior incompleto essa porcentagem cai quase para a metade, com 33,8% dos pequenos em instituição pública. Já quando o nível mais alto de escolarização é o fundamental incompleto ou sem instrução o valor atinge quase a totalizada, fechando 96,2%. Vale ressaltar que, de 2016 para 2017, houve um aumento de egresso de crianças em creches, que foi de 50,7% para 52,9%, porém essa porcentagem ainda é abaixo da média dos 35 países que compõem a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento
Econômico (OCDE), colocando o Brasil na 27ª p o s i ç ã o e m re l a ç ã o a crianças com 4 anos que frequentam redes de ensino. No grupo de crianças de 4 e 5 anos, cuja frequência à escola ou creche é obrigatória, o porcentual chegou em 2017 a 91,7%, porém não su ciente para atingir a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) de alcançar todos os pequenos e pequenas ainda em 2016. O documento apresenta que as maiores proporções de crianças de 4 e 5 anos frequentando escola ou creche estavam no Ceará, com 97,8% e Piauí, com 97,6%. Já as menores, no Amazonas, 77,8%, e Acre, 79,5%. Síntese de indicadores sociais se baseou em documentos como os da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2016 e do Instituto Nacional de E studos e Pes quis as Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A escola rural Aldeia das Crianças, localizada na fazenda Canuanã, a 320 km de Palmas, no Tocantins, foi eleita a m e l h o r construção do mundo pelo Prêmio Internacional Riba 2018. A competição ocorre a cada dois anos no Reino Un i d o e t i n ha p r é d i o s d e Budapeste e Tóquio concorrendo. Projet ada p elo arquiteto Marcelo Rosenbaum e pelo grupo Aleph Zero, a escola, mantida pela Fundação Bradesco, é um internato que abriga cerca de 800 jovens e teve como
inspiração para sua construção o objetivo de fazer os alunos se sentirem em casa.
indígenas e é organizada em duas vilas, a dos meninos e a das meninas. Em fevereiro desse ano o
FOTO: LEONARDO FINOTTI
A arquitetura de madeira também foi inspirada no conhecimento dos povos lo cais, no cas o o dos
projeto recebeu o prêmio de Arquitetura Educacional, da Building of the Year 2018.
POLÍTICA 5
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blog
do
Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista
Pacheco
FOTO: DIVULGAÇÃO
jorgepachecoindio@hotmail.com
“Sou dependente de duas drogas. São elas a droga da ‘Saúde Pública’ e a droga do ‘Transporte Público’”, Iago Menezes FOTO: PAULO WHITAKER/REUTERS
Prefeitura e servidores da saúde
da Serra em rota de colisão por conta de terceirizações O clima continua muito tenso
no relacionamento entre o Legislativo e o Executivo da Serra e um dos maiores motivos é a bagunça generalizada na saúde. No dia 21 de novembro focalizei no nosso “É Isso AÍ” as graves denúncias do vereador Aécio Leite (PT) corroboradas com investigações do Ministério Público e da Polícia Federal. E a rmei, naquela ocasião, que realmente tem coisa feia rondando a área da saúde e que o nosso digno prefeito Audifax Barcelos “tinha que esclarecer tudo”. No Ministério Público Estadual descobri a existência d e u m a n ot a d e re pú d i o assinada por integrantes do Conselho Municipal de Saúde da Serra (CMSS), registrando manobras que tentavam fraudar a autorização para terceirizar as UPAs. Nas minhas investigações constatei que as Unidades de Pronto Atendimento da Serra – UPAs – estão sucateadas e serão mesmo terceirizadas. E mais, o processo de terceirização vem ocorrendo velozmente e na esteira do que também tem sido
registrado nas unidades estaduais e em outras cidades como Cariacica e Vila Velha. Audifax Barcelos já assinou processo de quali cação de Organizações Sociais (OS), para gerenciar o UPA de Carapina enquanto servidores
da saúde da Serra e o sindicato que representa a categoria (Sindsaúde-ES) denunciam a s itu a ç ã o pre c ar i z a d a d a s unidades do município. De acordo com as informações, por mim obtidas, está ocorrendo uma verdadeira maratona a todo vapor contra o temp o. Sua excelência, o prefeito Audifax Barcelos (Rede) e o secretário da pasta, Benício Santos, têm utilizado muito “óleo de peroba” e, com as suas caras de pau, dão a desculpa do sucateamento para terceirizar as UPAs. Registro por exemplo o desmantelamento do setor de Raio-X da UPA de Serra Sede, que está há meses quebrado e desmontado, conforme denúncia dos servidores da saúde e do sindicato da classe. Com o aparelho quebrado, pacientes que usam o serviço na região têm que se deslocar até a UPA de Carapina numa van caindo aos pedaços. O setor de emergência é o mais prejudicado, uma vez que o exame é primordial para dar
início às consultas médicas. O Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) estuda medidas jurídicas para impedir que terceirizações na saúde sejam efetivadas na Serra. A proposta vem sendo usada pela Prefeitura da Serra, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesa), o que gerou revolta entre servidores da rede municipal. S i n d i c a l i s t a s e a g e nt e s públicos alertam que experiências neste sentido em out ros municípios foram negat ivas. A intenção da Prefeitura é implantar um formato de gestão nas unidades de Saúde através de OS, tal como o Hospital Jayme Santos Neves e o Himaba, de responsabilidade do Estado. Mas não deu detalhes de como irá funcionar e o que mudará para o servidor público e o usuário. S egundo me declarou o assessor jurídico do Simes, Télvio Valim, o sindicato está avaliando as medidas que vai adotar, caso a administração efetive a proposta. “Está provado que a terceirização gera ônus nanceiro ao ente público. De norte a sul do País, e casos no ES são de má gestão e de improbidades, desvios ligados à terceirização. Isso é uma coisa que preocupa o sindicato, não só porque atinge aos servidores que a gente representa como gera ônus para o município. Estamos avaliando as medidas qu e p o d e m o s prop or e m relação a essa questão”. Sobre a qualidade do serviço, caso seja adotado o modelo de OS, Télvio Valim a rmou veementemente: “No geral, qu e m v ai i mpl e m e nt ar a terceirização vende um discurso falso de que haverá maior resolutividade, mas isso não se con rma na prática
porque a terceirizada exige uma produção enorme de consultas e a qualidade do serviço pode cair. Além disso, pro ssionais experientes de décadas podem ser relegados, contratando-se out ro s pro s s i on ai s c om salários muito inferiores, o que gera má qualidade no serviço”. Como percebem é um problemão, verdadeiro abacaxi a ser descascado pelo executivo serrano. Entretanto, o digno prefeito Audifax parece que “nem está aí” para a indignação da população. Mas eu vou continuar na cola de todo esse imbróglio. Estou de olho em c i m a e prom e t o vo lt ar a debulhar este escândalo na saúde da Serra!!!
*
E o Magno hein? Perdeu! Quem, eu!!? Por que eu não z nada!!! Qualé cara pálida!!! Não meus amáveis leitores, não fui eu que perdeu, mas, sim, o famigerado e já qu as e ex-s enador Mag no Malta! Sabem por que MAGNO M A LTA c ou d e for a d o governo Bolsonaro? E por que logo a pastora Damares Alves (sua ex-assessora) assumiu o Ministério de Direitos Humanos? Emocionado estava, mas também demonstrava continuar bastante arrogante. Essa foi a tônica do discurso de d e s p e d i d a n o C on g re s s o Nacional, do senador Magno Malta (PR-ES), na quarta-feira (12): “Eu não me arrependo de ter "cruzado o País" em nome de Jair Bolsonaro (PSL), faria tudo de novo pelo presidente eleito”. Desde que Bolsonaro de niu os nomes de seu corpo ministerial, Magno Malta estava demonstrando imensa frustração e descontentamento com o antigo aliado. Mas ele é
uma pessoa experiente com bastante “chão percorrido na política” e, mesmo despeitado, com disfarçado sorriso amarelo, passou a negar sua t r i s t e z a . No d i s c u r s o d e despedida tentou historiar sua v i d a : “. . . H á d o i s a n o s , começamos a ver o Brasil se movimentando em torno de si, uma nação que virou – nunca tinha visto. O Brasil se tornou militante de si mesmo! O Brasil virou militância! O pai de família militou por ele, militou pelos lhos, uma militância contra uma militância. Era a militância da família, da vida, do bem, dos valores, contra a militância da erotização de crianças, do desrespeito à criança, do desrespeito à escola, escola com partido, ideologia de gênero". E continuou: “As pessoas passaram a chorar nas ruas, emocionaram-se com o Hino Nacional. Milhares, milhares, milhares e milhares foram às ruas, o País verde e amarelo se FOTOS: REPRODUÇÃO INTERNET
tornou militante de si mesmo. Digo ao senhor, sr. presidente, que eu faria tudo de novo, faria tudo de novo". Emocionante, não? Sem citar supostos desentendimentos, Magno Malta também voltou a dizer que "continua con ando" no presidente eleito: "Continuo con ando em Bolsonaro. Vejo o Bolsonaro como um homem
de caráter, um homem de bem, um sujeito sensível às coisas espirituais. Há quem zombe. A z a r o s e u ! To d o s n ó s passaremos, somos mortais, a vida é fugaz, é rápida. A Bíblia diz que, depois da morte, segue-se o juízo. Pode zombar o que quiser. Quem sabe depois você não tenha mais tempo de se arrepender", a rmou. O s e n a d o r, q u e n ã o conseguiu se reeleger pelo Espírito Santo, acrescentou ainda que permanece como amigo de Bolsonaro e que a imprensa vai ter que "engolilo". "O presidente Bolsonaro é meu amigo, continua meu amigo. As defesas que lhe z, farei em qualquer lugar. As narrativas que construí continuo a rmando-as. Deve ser muito duro para uma imprensa, que o tratou como folclore durante muitos anos, ter de engoli-lo como presidente", disse. Me digam, são ou não são palavras de desabafo de quem está bastante magoado? Rememorando a campanha pré-eleitoral de Jair Bolsonaro, víamos o senador do PR como um dos cotados para assumir uma posição no primeiro escalão do presidente eleito, mas acabou preterido e chegou a a rmar que irá deixar a política. Ao retornar para atividades no S enado, Magno Malta tentou negar qualquer tipo de frustração. A rmando "Meu compromisso com o Bolsonaro foi até dia 28, às 19h30. Nós tínhamos um projeto de tirar o Brasil do viés ideológico e nosso compromisso acabou no dia 28. Bolsonaro não tem nenhum compromisso comigo", ah Coitado! E é absolutamente verdade. Não tem mesmo! Jorge Pacheco
6 TECNOLOGIA
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Sem precisar de combustível, hélices ou turbinas, modelo pode servir como alternativa menos poluente – e ruidosa – para substituir aeronaves no futuro FOTO: CHRISTINE Y. HE/REPRODUÇÃO
Poluição e muito barulho são dois problemas que costumam vir no bagageiro de qualquer avião que se preze. Se o consumo de combustível aeronáutico, ainda mais nocivo ao ambiente, pode representar, s o z i n h o, a t é 2 5 % d a s emissões mundiais em 2050, a poluição sonora também não fica atrás: o ruído de uma turbina de avião, por exemplo, pode chegar a desagradáveis 130 decibéis (dB). Pode não parecer, mas, mesmo lá do alto, tal ruído é suficiente para causar problemas – tanto para animais e plantas quanto para humanos. Pensando em uma maneira de aposentar a barulheira de turbinas e hélices e diminuir a pegada de carbono da aviação no f uturo, um gr up o de pesquisadores do Instituto d e Te c n o l o g i a d o Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, testou o uso de propulsão iônica em planadores – versões simplificadas de aeronaves. Apesar de a técnica ser conhecida desde a década de 1920, é a primeira vez que foi utilizada para uma aplicação em aviação.
Seu funcionamento consiste em fazer moléculas energizadas, ou íons, circularem em uma mesma direção, empurrando o planador na direção oposta. Ou seja: é o ar que se move e carrega o avião pela força dos íons. Assim, não é preciso que nenhum pedaço do veículo fique se movendo loucamente para acelerar o ar. As peças do avião permanecem estáticas (e s em fazer qu a lquer zumbido chato) durante o processo. Todo o sistema é alimentado por energia elétrica – uma bateria potente de 40 mil volts, que fica acoplada no planador. O “vento iônico” que move o avião nasce a partir do campo elétrico criado por um eletrodo carregado negativamente, chamado de e m i s s or. E s s e e m i s s or provoca átomos do ar e cria íons positivos. Como você deve lembrar das aulas de física, cargas diferentes se a t r a e m . O a r, a g o r a carregado positivamente, é puxado pelo eletrodo. É esse movimento de empurra e puxa entre as moléculas a partir dos dois eletrodos que cria o vento iônico, e faz o avião voar para frente.
“Desde que foram inventados, há mais de 100 anos, aviões sempre se moveram pelo ar com a ajuda do giro de hélices ou a força de turbinas. Assistindo a filmes de ficção científica como Star Wars, Star Trek e De volta para o futuro, imaginei que os sistemas de propulsão do futuro poderiam ser silenciosos e estáveis – mesmo com um barulhinho mínimo, mas sem peças móveis e sem deixarem rastros de poluição”, disse Steven Barrett, um dos pesquisadores responsáveis pela ideia, em um texto para o site The Conversation. O modelo testado por Barrett e sua equipe possui quatro eletrodos para criar o vento iônico. As dimensões, porém, ficam ainda bem aquém de um Boeing 747, um dos modelos mais utilizados na aviação comercial: medindo 5 metros de uma asa a outra, seu peso é de apenas 2,5 kg. Durante dez testes realizados em ambientes fechados, o protótipo viajou p e l o ar até 6 0 m e t ro s durante mais de 10 segundos.
ACORDO ENTRE HUAWEI E POSITIVO NO BRASIL ACABA ANTES DE COMEÇAR Segundo informações do jornal Valor Econômico, marca chinesa encerrou parceria com Positivo e está em busca de distribuidores para fazer venda direta FOTO: DAVID BECKER/GETTY IMAGES
Avião do MIT funciona por propulsão iônica
A volta dos smartphones da Huawei ao Brasil deve demorar um pouco mais do que o imaginado. A marca chinesa, que anunciou em junho que traria aparelhos ao País em uma parceria com a Positivo, parece ter encerrado o acordo com a empresa brasileira, segundo informações do jornal Valor Econômico. A companhia da China está agora em busca de distribuidores para fazer a venda direta por aqui. A fabricação dos modelos deve ficar a cargo de alguma “empresa especializada na fabricação por encomenda”, como a chinesa Foxconn, que tem uma sede e uma fábrica em Jundiaí (SP). O plano original era que a
Posit ivo imp or t ass e, distribuísse e produzisse os aparelhos da Huawei no Brasil, a começar pelo smartphone P20 Pro dono da melhor câmera do mercado, segundo ranking do site especializado DxOMark. Com a mudança na estratégia, porém, não ficou claro se haverá alguma alteração na ordem de chegada dos celulares ao País. A Huawei deu seus até então últimos suspiros no mercado brasileiro no final de 2014, quando anunciou a chegada do Ascend P7, seu topo de linha para 2015. O aparelho teve baixo volume de pedidos, o que fez com que a empresa desistisse de atuar no País, ao menos por
um tempo. De toda forma, no Brasil, o plano original da marca, em parceria com a Positivo, era conquistar 1% do mercado nacional de smartphones logo no primeiro ano de vendas. Não há informações sobre a definição de uma nova meta, mas a tarefa seria bastante complicada — como costuma ser para qualquer novo concorrente n o s e t o r, q u e h o j e é amplamente dominado por Motorola, LG e, especialmente, Samsung. Ao Valor, a Positivo não comentou o caso. A Huawei, por sua vez, disse não ter novidades para compartilhar.
CIÊNCIA 7
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PROJETO DE DNA DE DAVID CAMERON VIRA REALIDADE Pesquisadores britânicos cumpriram meta de sequenciamento genético lançada em 2012 FOTO: THINKSTOCK
Em 2012, o então primeiroministro britânico, David Cameron, lançou o desa ador “Projeto 100 mil Genomas” – o maior do mundo, com o objetivo de aproveitar a tecnologia para descobrir novos diagnósticos e tratamentos para pacientes com doenças hereditárias raras e câncer. Após seis anos de trabalho, os cientistas responsáveis anunciaram terem cumprido a meta no último dia 5. O g e n om a hu m a n o – código de três bilhões de letras que é único em cada pessoa – está disponível em quase todas as células do corpo. A equipe envolvida no projeto decidiu sequenciar o
di ag nóst ico p ara a su a condição rara, até então desconhecida, e terão mais chances de receb er um tratamento adequado. A evolução do projeto e a redução de custos estimularam o Reino Unido a seguir ambicioso na área. Em 2003, o primeiro genoma humano foi sequenciado após 13 anos de pesquisa e a um custo de dois bilhões de libras (cerca de 10 bilhões de reais). Hoje, um DNA pode ser lido em 30 minutos por 600 libras (cerca de três mil reais). No último mês de outubro, o governo britânico anunciou que pretende sequenciar um milhão de genoma nos próximos cinco anos.
Cebnqesqas ya /ok l r qação /peak ja»opaqópeo yb inteligência artificial genoma de 85 mil pacientes do Ser viço Nacional de Saúde do Reino Unido, s endo que cada um ou possuía, ou era relacionado a
alguém que possuía alguma doença rara. Como os pacientes com câncer também tiveram o DNA dos tumores – que não
têm o mesmo código que o das outras células – sequenciados, o projeto pôde totalizar 100 mil genomas diferentes.
Os resultados do projeto já apareceram e são animadores. Entre os participantes, 25% já puderam receber um
Cientistas da computação criam laboratório de inteligência artificial Siemens, Bayer e DeepMind, a empresa de IA da Alphabet, a companhia controladora do Google, estão entre as empresas que se comprometeram a apoiar o grupo Um g r u p o d e i l u s t r e s cientistas da computação se uniu para criar um novo laboratório Pan-europeu dedicado à inteligência arti cial. O Laboratório Europeu de Aprendizagem e Sistemas Inteligentes (Ellis, na sigla em inglês) administrará laboratórios físicos e criará um programa educacional p ar a d outor and o s qu e
estudam um tipo de IA chamado aprendizagem de máquina, servindo também como uma ponte entre universidades e empresas na região. Siemens, Bayer e DeepMind, a empresa de IA com sede em Londres de propriedade da Alphabet, a companhia controladora do Google, estão entre as empresas que se
comprometeram a apoiar o grupo. “Precisamos disso porque temos enf rent ado ess e d e s e nv o l v i m e nt o c o m enormes investimentos de grandes corporações em inteligência arti cial na China e também nos EUA”, disse Bernhard Schölkopf, diretor do Instituto Max Planck para Sistemas Inteligentes, na quinta-
feira, ao anunciar a iniciativa. Apesar de muitos pesquisadores de IA serem europeus, eles muitas vezes acabam trabalhando para empresas de tecnologia ou universidades dos EUA. “A Europa cará para trás se não se aperfeiçoar e investir muito mais”, disse ele. Em referência direta ao rápido desenvolvimento da
IA na China, ele disse que o Ellis desenvolverá a IA “de maneira bené ca, e que o mais alto nível de pesquisa em IA é feito em sociedades abertas”. Além de Schölkopf, entre os cientistas que apoiam o projeto estão Nicolò CesaBianchi, da Universidade de Milão, e Neil Lawrence, p es quis ador da Universidade de Sheffield
que também trabalha na Amazon. Schölkopf anunciou o Ellis em Montreal, que está organizando a conferência Neural Information Processing Systems, uma importante reunião anual de pesquisadores de IA, e uma conferência do Grupo dos Sete sobre IA.
8 SAÚDE
16 a 23 DE DEZEMBRO DE 2018
Cientistas desenvolvem exame HTLV-1, O VÍRUS “PRIMO” DO HIV QUE NINGUÉM CONHECE de sangue para diagnosticar Alzheimer Especialistas explicam tudo sobre esse agente infeccioso, que segue como um ilustre desconhecido da maioria da população
Pesquisadores americanos detectaram fragmentos da proteína tau no sangue para diagnosticar a doença FOTO: GAB13/THINKSTOCK
ILUSTRAÇÃO: ÉRIKA ONODERA/SAÚDE É VITAL
O diagnóstico de Alzheimer atualmente é feito por meio d e e x ame s d e i mage m cerebral e testes do líquido c e f a l or r a qu i d i an o ( d o cérebro), que detectam a presença elevada da proteína tau, relacionada ao surgimento da doença. Pesquisadores do Brigham and Women's Hospital, a liado à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, estão estudando a possibilidade de criação de um exame de sangue que possa detectar o Alzheimer. “Um exame de sangue poderia ser feito de forma r ápi d a e s e m pre c i s ar internar o paciente no hospital”, a rmou Dominic Walsh, um dos autores da p e s qu i s a e m é d i c o d o
Brigham and Women's Hospital. “O exame poderia substituir os testes de uido cerebral e/ou o exame de imagem. Nosso novo teste tem o potencial para isso, mas precisa de validação em mais pessoas. Pode ser um marco transformador”, completa. A equipe desenvolveu testes sanguíneos capazes de detectar fragmentos da proteína tau no sangue. Pacientes doaram plasma sanguíneo e uido cerebral para a pesquisa. Foram feitos cinco testes com o material. Um dos testes, chamado NT1, obteve sensibilidade diagnóstica para o mal de Alzheimer em dois grupos de pacientes, um da Universidade de Harvard e
outro da Universidade da Califórnia. No total, o exame foi feito em 151 pacientes. Os cientistas pretendem acompanhar os pacientes para estudar o progresso dos níveis da proteína tau no sangue. Os resultados da pesquisa foram publicados na edição de dezembro da revista cientí ca “Alzheimer's & Dementia”. “Publicamos os dados e as ferramentas necessárias para realizar o nosso teste porque queremos que outros grupos de pesquisa o façam”, disse Walsh. “É importante que os outros validem nossas descobertas para que possamos ter certeza de que esse teste funcionará em diferentes populações”.
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Todo mundo já ouviu falar do HIV, o vírus da aids. Mas, na verdade, o primeiro retrovírus humano causador de infecções e de câncer descrito é o HTLV-1 (ou Ví r u s T - L i n f o t r ó p i c o Humano do Tipo 1), no início da década de 1980. E não se engane: apesar de pouco conhecido, ele não é uma raridade e pode provocar problemas sérios. Hoje, estima-se que de 10 a 20 milhões de pessoas em to do o planet a estejam infectadas com o HTLV-1. Apesar da transmissão ocorrer em diversas partes do mundo, sua prevalência varia segundo a localização geográ ca, fatores étnicos e raciais e grupos populacionais mais expostos aos fatores de risco, como observado na Bahia. No Brasil, estima-se que 800 mil indivíduos carregam o vírus. As principais formas de transmissão são: aleitamento materno, relação sexual
desprotegida com pessoa infectada e contato com sangue infectado. Parecido com o HIV, não? Aliás, no Brasil, a detecção do HTLV-1 foi introduzida nos bancos de sangue a partir de 1993. É importante destacar que a maioria dos pacientes permanece sem manifestar sintomas. No entanto, alguns indivíduos podem apres entar uma do ença in amatória, a HAM/TSP (sig l a p ara Parap aresi a espástica tropical/mielopatia associada ao HTLV-1) ou um tipo de leucemia chamada de ATL (leucemia/linfoma de células T). Essas doenças acometem de 1 a 5% dos portadores do vírus. A HAM/T SP é uma enfermidade crônica em que há comprometimento da medula espinhal, usualmente de início lento e progressivo. Os sintomas principais são alteração de força e dor nas pernas, retenção urinária e
constipação intestinal. A doença afeta mais mulheres do que homens, geralmente entre os 40 e 50 anos de idade. Apesar dos esforços em pesquisa, os fatores que favorecem o surgimento desse problema nos portadores do vírus ainda não s ão con he cidos. O mesmo acontece com a ATL, um tipo de câncer que muitas vezes pode matar. Não há tratamento curativo para o HTLV-1. Os médicos recorrem apenas a terapias para controlar da i n a m a ç ã o m e d u l a r, utilizada para amenizar os sintomas da HAM/T SP, e sp e c i a l me nte e nt re o s pacientes em estágio inicial, quando a in amação é mais proeminente. O mesmo também vale para as intervenções da ATL, de impacto usualmente ainda mais modesto. Por isso é de fundamental importância a prevenção da infecção pelo HTLV-1.
GERAL 9
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CAPITAL IRANIANA ESTÁ AFUNDANDO A RITMO ASSUSTADOR A extração excessiva de água subterrânea está levando ao afundamento da grande cidade FOTO: ©FLICKR.COM/NINARA
G e ól o go s d e Pot s d am , Alemanha, descobriram que a capital iraniana – Teerã, que é uma das maiores cidades asiáticas com população estimada em aproximadamente 15 milhões de pessoas, está afundando rapidamente devido ao esgotamento das águas subterrâneas, informou a edição Science Alert. Os pesquisadores alemães analisaram dados de satélites escaneadores da superfície terrestre na região de Teerã e avaliaram o grau
de subsidência de 2003 a 2017, sondando a região com ajuda de um radar interferométrico com
abertura sintética (InSAR, na sigla em inglês) que é capaz de detectar até mesmo pequenas deformações no
solo. Os geólogos encontraram três áreas que estão afundando a 25 cm por ano
(zona ocidental de Teerã), a 5 cm por ano (na região do aeroporto internacional) e a 22 cm por ano (na zona s u d e s t e d e Te e r ã ) , respectivamente. A extração excessiva de água subterrânea está levando ao afundamento da grande cidade. Apenas em 2013, 32 mil poços foram usados para extração de água, enquanto que em 1968 havia menos de 4 mil. De 1984 a 2011, o nível médio de águas subterrâneas na região diminuiu uns 12 metros.
S e g u n d o o s pesquisadores, a subsidência ocasiona surgimento de rachaduras no solo e paredes, danos nos prédios e deslocamento da sup er f ície d a Ter ra. A compactação do solo pode ser irreversível, mas o uso adequado de água ajudará a evitar consequências catastró cas. Caso medidas não sejam aplicadas, a infraestrutura da capital iraniana pode ser seriamente destruída, especialmente em áreas densamente povoadas.
Exercício físico ajuda a evitar e tratar a depressão A ciência confirma o papel da atividade física na prevenção e no controle da depressão, um mal que se alastra em proporções epidêmicas Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de p e ss o a s s of re m c om o problema atualmente – houve um aumento de 18% entre 2005 e 2015. E a tendência é que esse número n ã o p a r e d e c r e s c e r. Alarmada, a própria OMS lançou um apelo aos países: é hora de todos incluírem o tema em suas políticas públicas de saúde. Acontece que não basta dar remédio a esse montão de gente que está com a mente em apuros. A solução, tanto em matéria de prevenção como no tratamento, engloba outros ajustes, como mudanças de
hábito. Nesse sentido, pode apostar: teremos de suar a camisa para reverter a situação. Literalmente. Novos estudos reforçam o poder da atividade física para o bem-estar psicológico. A ponto de o exercício virar prescrição para pessoas deprimidas (ao lado da psicoterapia e dos medicamentos). “Hoje, em toda especialidade, qualquer médico vai listar uma série de benefícios das atividades esportivas. Na psiquiatria, isso se aplica à depressão”, diz o psiquiatra Marcelo Fleck, chefe do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Embora os impactos do esforço físico na esfera mental sejam um campo de pesquisa novo, multiplicamse evidências de que caminhar, pedalar e malhar melhoram a qualidade de vida de quem anda para baixo. “É provável que o efeito do exercício se aproxime muito ao dos antidepressivos”, conta Fleck. Sabe-se que os esportes promovem a liberação de endor na, o hormônio do p r a z e r, e d e o u t r o s neurotransmissores por trás da sensação de bem-estar.
Experimentos recentes mostram que suar a camisa também estimula o crescimento de células nervosas no hipocampo, região do cérebro que rege a memória e o humor. Um alento e tanto se você pensar que essa estrutura costuma ser menor entre os sujeitos deprimidos. Esse estímulo aos neurônios é o que ajuda a entender os re exos positivos de longo prazo – vai muito além, portanto, da
FOTO: BRUNO MARÇAL/SAÚDE É VITAL
sensação imediata de prazer e dever cumprido após a academia. “A liberação de hormônios não é o que faz a p e s s o a m e l h o r a r. A superação da doença tem a ver com a regeneração
neuronal”, revela o educador físico e doutor em psiquiatria Felipe Schuch, do Centro Universitário La Salle, em Canoas (RS). Só que esse efeito terapêutico depende de regularidade.
10 COMPORTAMENTO
ANA LUCIA
FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET
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Ana Lucia Bernardo Cordeiro
Professora
As barreiras do idioma iSTOCKPHOTOS
Olá pessoal
V
ou contar para vocês o que a c o n t e c e quando não se fala outro idioma, quando resolvemos fazer uma viagem internacional. Surgiu uma oportunidade para mim e meu marido e nós fomos para Buenos Aires com três casais de amigos. A capital argentina é uma c i d a d e mu ito b on it a e conhecer um pouco de sua história e cultura foi muito
enriquecedor. Pois bem, primeiro aperto: fazer o cadastro no hotel. Eles não entendem o que e stou f a l an d o e mu ito menos eu entendo o que eles falam. Depois de uma breve soneca para recarregar as energias, resolvemos procurar um restaurante. A fome, a essa altura, já era grande. Nos indicaram uma churrascaria maravilhosa. Cada pessoa tinha direito a uma garrafa de vinho ou um litro de chopp. Que beleza!
S ent amos e fomos nos servir. Eu adoro o o carne de porco. Levantei linda e marav i l hos a e p e di ao churras queiro "p orco". Im e d i at am e nt e e l e m e serviu frango. Olhei para ele, balançando a cabeça negativamente e ele retirou o frango. Pedi porco novamente e, mais uma vez, ele me serviu frango. Só então observei que todos ao redor me olhavam. Fixei os olhos na minha mesa e escutei alguém dizer "Só vai comer porco quando
retornar ao Brasil". Fui desa ada? Pois bem, respirei fundo, olhei para o rapaz (coitado), apontei para a carne bovina e disse:
"Muuuu", balançando o dedo de forma negativa. Que bom, ele entendeu. Então, apontei para o frango e z "cocoricó"...
Dedinho balançando novamente, ol hei p ara minha mesa com um sorrisinho meio sarcástico e novamente ouvi alguém dizer "Você não vai fazer isso". Sorri, apontei para a carne bovina e disse: "Óinc, óinc", mexendo o nariz. O rapaz nalmente me ser viu a carne suína. Fui para o hotel tão feliz (e de barriga cheia) que sonhei com vários leitõezinhos à pururuca. Delícia de viagem gente!
Vez ou outra deparamonos com algum achado incrível, capaz de mudar o rumo das coisas e a nossa visão do mundo. R andy Guijaro, da Califórnia, Estados Unidos, fez uma descoberta e tanto. Ele encontrou, em um brechó de sua cidade, uma fotogra a antiga que mudaria toda sua vida. Ele comprou, por apenas dois dólares, uma foto antiga, mas não imaginava que ela escondia um segredo que valeria 5 milhões de dólares. Foi durante uma "garimpagem" no brechó que ele encontrou uma caixa com diversas fotogra as antigas. Isso
FOTO: REPRODUÇÃO
A foto de 5 milhões de dólares
l he chamou muito a atenção, então ele pegou para dar uma olhada. Sem saber o motivo, decidiu pagar dois d ól are s e m u ma d as
fotogra as, pois esse era o v a l o r p e d i d o . Ap ó s analisar as imagens mais detalhadamente, uma em especial chamou a sua atenção e fez com que ele
se interessasse mais por ela. Tratava-se da imagem de uma casa. Nela tinham cerca de oito pessoas no enquadramento. Após
fazer uma pesquisa a respeito, ele descobriu que uma das pessoas em frente à casa era ninguém menos do que Billy the Kid, que foi um famoso
membro de uma gangue do Novo México. Billy, considerado o membro mais ativo do submundo, j á ter i a mat ado oito pessoas, embora esse nú m e ro pu d e s s e s e r ainda maior do que isso. A fotogra a foi registrada em meados de 1881, quando Billy tinha apenas 21 anos. Ao que tudo indica, ele foi fotografado jogando croquet com os membros de sua gangue. Guijaro descobriu então que essa foto valia milhões graças a Jeff Aiello, um produtor que estava trabalhando em um documentário sobre a vida de Billy. Ele foi capaz de con rmar a procedência da mesma.
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HAROLDO
OLHAR DE UMA LENTE 11
CORDEIRO FILHO Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
FOTO: CAPIXABA DA GEMA
Haroldo Cordeiro Filho Jornalista DRT: 0003818/ES
TURISMO À DERIVA MORRO MESTRE ÁLVARO Segundo o IBGE, o município da Serra é o mais populoso do Espírito Santo, com 502.618 habitantes vivendo numa área de 553.254 km². Nas últimas décadas, os gestores públicos dedicaram todos os esforços à indústria. No entanto, o município tem grande potencial turístico, mas está longe de ser visto pelos gestores, como um negócio economicamente rentável. São 23 Km de praias com vegetação nativa e que há décadas vêm sendo agredidas pelo mercado imobiliário e por ocupações irregulares. Lagoas abandonadas, tendo como exemplo a Lagoa do Juara, rica em pescado e excelente para prática de esportes náuticos, mas, que, em
considerado uma das maiores elevações da costa brasileira, com uma fauna e ora nativas, que poderia fazer parte do currículo dos estudantes das redes municipais e de faculdades para projetos cientí cos e programas socioeducativos é outro tesouro natural subaproveitado. Para entender melhor a situação do turismo no município, a equipe do Fatos & Notícias entrevistou Adirley C ario ca Demattê, pre s i d e nt e d o C on s e l h o d e Turismo da Serra (Contur) e Gerson Furlani, Assessor Comercial da Steffen Centro de Eventos. Para Gerson Furlani, o turismo precisa ser tratado com
FOTO: TRIPADVISOR
função do despejo de esgoto doméstico e industrial, está p o l u í d a . O Me s t r e Á l v a r o,
pro ssionalismo. “O turismo precisa ser entendido e valorizado em sua cadeia produtiva, tratando
de forma pro ssional os potenciais que temos na cidade. Quando há incentivo por parte do governo e da iniciativa privada, temos uma rápida reação no segmento, com geração de emprego e renda. Temos a Igreja dos Reis Magos, em Nova Almeida, que é o segundo ponto turístico mais visitado no Estado, mas não tratam esses números com pro ssionalismo e isso prejudica outras atividades no setor. Vejam, estamos a um passo do verão e não sabemos qual a programação para o período”, criticou Gerson. Para Adirley, o Espírito Santo, num todo, não tem foco no turismo. “O Estado não é unido e a Serra deixa muito a desejar no turismo. Falta rede hoteleira, o site da prefeitura é desatualizado. A Serra investiu muito na indústria e deixou o turismo de lado. O trade turístico da Serra não é desenvolvido, não há quali cação na mão de obra, se tivermos muito, apenas dois ou t r ê s r e s t au r a nt e s f o r n e c e m cardápio bilíngue, o comércio também deixa a desejar”, a rma. Ainda de acordo com Adirley, falta uma malha viária decente e informações. “Precisa haver um
investimento pesado em infraestrutura comercial. Falta boa
riquezas... e ninguém sabe disso. É necessário um planejamento FOTO: HAROLDO CORDEIRO FILHO
vontade... Muita coisa não é falta de recursos. Se um município consegue construir uma estrutura industrial como a Serra tem, então falta vontade. O Estado tem muitas belezas, tantos atributos que não são conhecidos... muitas
técnico entre prefeituras, Sebrae e Senai. Ficamos assistindo aos transatlânticos passando o ano inteiro do Rio para Salvador... um rio de dinheiro se passa na nossa frente e nós não aproveitamos”, naliza.
12 ECONOMIA FOTO: DIVULGAÇÃO/SENEPOL NOVA VIDA
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Empresas lançam primeira franquia de touros no País
FERNANDO DE NORONHA PROÍBE USO E VENDA DE PLÁSTICOS DESCARTÁVEIS NA ILHA Regra vale para moradores, visitantes e estabelecimentos como bares, restaurantes, pousadas e embarcações FOTO: COLLART HERVÉ/SYGMA/GETTY IMAGES
A meta ambiciosa é comercializar 20 mil reprodutores por meio do sistema de franchising Em Dia de Campo realizado na cidade de Quadra, no interior paulista, no início deste mês, a pecuária de corte brasileira deu mais um grande passo rumo à modernização dos canais de comercialização de animais. Na ocasião foi lançada uma franquia de genética de reprodutores bovinos senepol, uma das raças que mais têm crescido nos últimos anos. A iniciativa é fruto da parceria entre a holding SMZTO e a empresa Senepol Nova Vida. O objetivo é produzir e comercializar 20 mil touros por ano em sistema de franchising. No primeiro ano de operações, foram negociados 500 animais,
número que deve saltar para 5 mil em cinco anos, na expectativa dos parceiros na empreitada. O empresário José Carlos Semenzato, da SMZTO diz q u e “o m e r c a d o d e franquias é maduro no Brasil e cresce 8% ao ano”. No caso da franquia com o s e n e p o l e l e pre v ê u m crescimento ainda mais robusto por “conta da carência de genética que há na pecuária de corte”. Da parceria entre S emenzato e os proprietários da Senepol Nov a Vi d a , R i c a rd o Arantes e João Arantes Neto, nasceu o que eles estão chamando de “ F á b r i c a d e To u r o s Senepol”, que se posiciona como a primeira franquia de genética bovina do País.
Vejam o que diz Ricardo Arantes, um dos sócios: “Há todo um trabalho de assessoria para que os franqueados tenham êxito no negó cio, incluindo visitas presenciais da nossa equipe de veterinários, fornecimento de manual de produção e manejo de touros, canais de atendimento e meios de comercialização e de divulgação dos animais, além do acesso à genética da nossa marca, que é a JAJ”. Ricardo Arantes e João Arantes Neto são lhos de João Arantes Júnior, que introduziu o senepol no Brasil na virada do século. Os animais foram alojados em fazenda na cidade de Ariquemes (RO). (Blog Sebastião Nascimento)
Conhecido pelas praias paradisíacas e paisagens impressionantes, o Arquipélago de Fernando de Noronha agora proíbe o uso e venda de plásticos descartáveis. O decreto publicado quinta-feira (13) no Diário O cial de Pernambuco e assinado pelo Administrador-Geral da Ilha, Guilherme Rocha, veta a entrada, comercialização e uso de recipientes e embalagens descartáveis de material plástico em todo o território de Fernando de Noronha. A regra vale para bares, restaurantes, pousadas, emb arc açõ es e demais A estabelecimentos, com o objetivo de coibir o uso de materiais “potencialmente poluentes e que possam acarretar danos ao sensível equilíbrio ecológico do Distrito Estadual de Fernando de Noronha”. No texto do decreto, a administração argumenta que o descarte inadequado de materiais plásticos nas
pr ai a s e v i a s pú bl i c a s colocam em risco a fauna local e podem provocar acidentes com moradores e visitantes. A ação também visa estimular o uso de sacolas retornáveis e reutilizáveis para o transporte de mercadorias. Entre os produtos citados p e l a l e g i s l a ç ã o, e s t ã o garrafas plásticas de bebidas (inferior a 500 ml), canudos, copos, pratos e talheres, além de e m b a l a g e n s d e sup ermercado, entre outros. A medida não inclui o uso de materiais
hospitalares, como seringas, tubos e recipientes de coleta nas unidades de saúde. De acordo com o Diário O cial, o decreto deve entrar em vigor em 120 dias, período em que será executado um plano de ação para orientar moradores, visitantes e estabelecimentos comerciais sobre a nova regra. A medida também prevê sanções e multas em caso de descumprimento da norma, com a scalização das superintendências de Vigilância Sanitária e de Meio Ambiente do distrito. Para moradores e visitantes, as multas começam em meio salário mínimo e aumentam de acordo com o número de agrantes e noti cações. Já para os estabelecimentos comerciais, a penalização equivale a três salários mínimos a partir da segunda noti cação e, em casos de reincidência, pode levar até a cassação do alvará de funcionamento.