ANO IX - Nº 280 01 a 07 DE JANEIRO/2019 SERRA/ES
Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita
Acre regulamenta a profissão de professor indígena Atualmente, o governo possui 142 escolas dessa categoria em todo o estado Pág. 4
FOTO: O REINO DOS BICHOS
Ecobalsas são opções para as férias de verão FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC
FOTO: VICTORIA BONIFÁCIO
Pág. 12
Sonda da Nasa faz história ao sobrevoar corpo espacial nunca estudado Os melhores carros high-tech de 2018 Pág. 7
Na Mata Atlântica, menos de 3% da área original da oresta ainda abriga esses animais Pág. 2 ANA LUCIA
JORGE PACHECO
8 Sinto saudades de tudo
8 As reformas de Jair
que marcou a minha vida Pág. 10
Bolsonaro e sua equipe de superministros Pág. 5
HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 2019 chegou e com ele as expectativas e esperanças numa nova ordem política e econômica Pág. 11
RAPHAEL BALMAS
8 O treinamento de força desempenha um papel importante na formação corporal polivalente das crianças e adolescentes Pág. 9
Pág. 6
FOTO: PORSCHE/DIVULGAÇÃO
AS ONÇAS DO ESPÍRITO SANTO
Pesquisa de universidade dos EUA aponta que crianças que possuem no ambiente menos brinquedos desenvolvem maior criatividade e concentração Pág. 10
Primeiro dia de governo leva Ibovespa à máxima histórica Pág. 12
2 MEIO AMBIENTE
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Ibama nega licença As onças isoladas para exploração na Foz do Espírito Santo do Amazonas SRBEK-ARAÚJO/ A. C. ET AL. JOURNAL OF MAMMALOGY
A multinacional Total E&P já havia sido impedida de explorar a região por elementos técnicos que despertam dúvidas FOTO: REPRODUÇÃO
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) voltou a negar a licença ambiental necessária para que a multinacional Total E&P possa começar a perfurar os cinco blocos que detém na bacia da foz do Rio Amazonas. Anteriormente, o Ibama já havia indeferido o pedido de licença da empresa. Na ocasião, o instituto justi cou a decis ão ap ont ando a existência de “um conjunto d e probl e mas té c n i c o s identi cados ao longo do processo de licenciamento”. A Total E&P recorreu do indeferimento, mas o Ibama rejeitou o recurso no dia 26 d e d e z e m b r o. E m s e u despacho, a presidente do Instituto, Suely Araújo, destaca que a empresa não apresentou nenhuma nova informação técnica que já não tivesse sido analisada antes de o instituto decidir
fatos & notícias
indeferir o pedido de licença ambiental. Suely também menciona que, na do c ument aç ão entregue ao Ibama, a própria empresa assume que “alguns e l e m e nto s té c n i c o s d o processo podem despertar dúvidas” quanto à segurança do empreendimento. Para a presidente do Ibama, não há como relevar “as notórias di culdades encontradas pela empresa para solucionar questões técnicas para a realização da perfuração, em especial àquelas ligadas a apresentar um Plano de Emergência Individual que seja exequível e compatível com a extrema sensibilidade ambiental da região”. “Um i n c i d e nt e c om vazamento de óleo na região em que se situam os Blocos FZA-M-57, 86, 88, 125 e 127 na Bacia da Foz do Amazonas pode implicar danos irreversíveis se o empreendedor não contar
com robusta infraestrutura e planejamento preciso de como atuar na emergência”, acrescenta Suely em seu despacho, acompanhando parecer técnico. Para o Ibama, a decisão já não comporta mais recursos ao ministério do Meio Ambiente ou a outra autoridade administrativa. Procurada pela Agência Brasil, a Total E&P informou que não se manifestaria sobre o assunto. Em seu site, a empresa informa que os cinco blocos da bacia da foz do Rio Amazonas estão entre seus principais ativos no Brasil – onde a subsidiária do Grupo Total, uma das maiores empresas exploradoras de petróleo e gás do mundo, possui, no total, 15 blocos exploratórios de óleo e gás, com foco em águas profundas. A Total E&P do Brasil atua na Exploração e Produção de óleo e gás, e possui um portfólio amplo e diversi cado, composto por 15 blocos exploratórios, com foco em águas profundas. Entre os principais ativos da empresa estão a participação de 20% no consórcio do campo de Libra, no pré-sal brasileiro, e os cinco blocos como operadora na Bacia da Foz do Amazonas.
Floresta nativa da Mata Atlântica
Por dois anos, a bióloga Ana Carolina Srbek-Araújo e seus colegas percorreram um trecho da Mata Atlântica capixaba a pé ou de bicicleta em busca de algo pouco usual: fezes de onça-pintada (Panthera onca). A coleta do material é o modo mais simples e menos invasivo de obter informações sobre o maior felino do continente, cuja área de ocorrência nas A m é r i c a s s e vê mu ito reduzida por causa do desmatamento. Na Mat a At l ânt i c a , menos de 3% da área original da oresta ainda
abriga esses animais. Como parte de seu doutorado, Ana Carolina, hoje professora na Universidade Vila Velha (UVV), no Espírito Santo, coletou amostras de fezes de onça na Reserva Natural Vale, que preserva quase 23 mil hectares de remanescentes de Mata Atlântica entre os municípios capixabas de Linhares e Jaguaré. O DNA extraído das fezes apontou que ali vivem ao menos 11 onças, um pouco mais do que as nove que tinham sido documentadas por meio de armadilhas fotográ cas. O
POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL
resultado mais marcante do trabalho foi identi car uma perda de variabilidade genética na população, além d e s e qu ê nc i as gê n i c as exclusivas dali indícios de isolamento prolongado em relação às populações de onça de outras áreas (Journal of Mammalogy, 3 de abril). Os autores do estudo, coordenado pelo geneticista Eduardo Eizirik, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, sugerem o manejo dessa população diante da i mp o s s i bi l i d a d e d e s e restaurar oresta su ciente para garantir a mobilidade dos felinos. As ações envolveriam translocação de onças e re pro du ç ã o ass ist i d a abrangendo populações de outras áreas da Mata Atlântica.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3070-2951 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES CNPJ: 18.129.008/0001-18
"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"
Filiado ao Sindijores
Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília
Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores
CULTURA 3
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AS ORIGENS DA ESCRITA FOTO: REPRODUÇÃO
FOTO: REPRODUÇÃO
Recibo da troca de 30 cabras, de 3.200 a.C. f o r n e c e d o r. C í r c u l o s e semicírculos denotavam a quantidade trocada. Imagine como essas pessoas ficariam surpresas ao saber que seu recibo está agora exibido em um museu como um dos primeiros textos do mais antigo sistema de escrita conhecido, o cuneiforme da Mesopotâmia, desenvolvido por volta de 3.200 a.C. na área do atual
Iraque. Como a maioria dos registros sobreviventes da época, este exemplo é econômico por natureza e tão fascinante quanto um livro de contabilidade. O interessante sobre ele, no entanto, não é o seu conteúdo, mas, sim, seu ineditismo. Conforme mais pesquisas são realizadas neste campo, o número
Exposição gratuita apresenta os Yanomami pelo olhar de Cláudia Andujar FOTOS: CLÁUDIA ANDUJAR
O Instituto Moreira Salles de São Paulo exibe a exposição gratuita Cláudia Andujar – A luta Yanomami até 7 de abril de 2019. Em dois andares, a mostra é uma retrospectiva da história da fotojornalista e ativista Cláudia Andujar com os Yanomami, povo indígena hoje localizado na Amazônia, Roraima e Venezuela e que há
anos luta para manter a floresta e seus costumes vivos. São cerca de 300 fotografias, instalação audiovisual no escuro com pufes para se sentir dentro da floresta, além de livros e documentos que compõem a retrospectiva de Cláudia com ess e p ovo ame aç ado de sobrevivência. Andujar nasceu na Suíça
em 1931 e veio ao Brasil pela primeira vez em 1955, tempos depois de sua família paterna ser assassinada nos centros de concentrações para judeus. O primeiro contato com os Yanomami ocorreu em 1971, em uma matéria para a revista Realidade. Foi proibida pela ditadura brasileira de voltar à aldeia, porém não parou a luta e foi uma das articuladoras para a criação da ONG hoje chamada de Comissão Pró-Yanomami. Seu trabalho está interligado com a luta pela demarcação das terras indígenas Yanomami e em denúncias visuais de doenças que mataram centenas de indígenas, quando no Regime M i l i t a r, t r a b a l h a d o r e s abriram rodovias na Amazônia.
de sistemas de escrita iniciais poderia diminuir ou aumentar, caso os arqueólogos encontrem evidências de que qualquer uma dessas culturas copiou a ideia de escrever uma da outra (provavelmente a Mesopotâmia e o Egito, por causa da geografia), ou de que outros sistemas de símbolos antigos existiam de forma isolada. O que sabemos atualmente é que esses quatro sistemas comprovados tiveram origens independentes. Tais “verdadeiros sistemas de escrita” usavam símbolos gráficos para representar a fala sem ambiguidade, permitindo que pessoas alfabetizadas escrevessem qualquer coisa que pudessem comunicar verbalmente, para depois ler exatamente como pretendido. Muito antes da escrita, pessoas registravam ideias e informações de outras maneiras. Por exemplo,
desenhavam figuras para retratar eventos. E, ainda hoje, muito depois do surgimento da escrita, existem sistemas alternativos como a notação musical, símbolos matemáticos e instruções desenhadas para a construção de dispositivos móveis para transmitir certos conceitos com mais eficiência do que a escrita poderia. Mas estes são limitados a determinados tipos de informação. A ideia revolucionária de ter signos que representam a fala surgiu em culturas distintas e em diferentes momentos: por volta de 3.200 a.C. na Mesopotâmia e no Egito; entre 1.200 a.C. na China; e por volta de 400 a.C. na Mesoamérica. Embora a história desses sistemas seja diferente, eles passaram por estágios de desenvolvimento amplamente semelhantes.
Foto Antiga do ES FOTO: CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM-ES.BLOGSPOT.COM
Como a escrita foi inventada? Essa pergunta tem pelo menos quatro respostas. Isso porque a escrita foi inventada independentemente pelo menos quatro vezes na h istór i a hu mana : na ant i g a Mesopotâmia, no Egito, na China e na Mesoamérica. Os sistemas dessas civilizações são considerados intocados, ou desenvolvidos a partir do zero por sociedades sem exposição a outras culturas letradas. Todos os outros sistemas de escrita foram provavelmente modelados a partir destes quatro, ou pelo menos de suas ideias. Cerca de cinco mil anos atrás, 30 cabras trocaram de mãos entre sumérios. Para registrar a transação, um recibo foi esculpido em um pedaço de argila com o tamanho aproximado de um postit. Sinais geométricos simples representavam o gado e o
Rio Itapemirim, Cachoeiro do Itapemirim, ES,
4 EDUCAÇÃO
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Livros do ensino Acre regulamenta médio passam por atualização
profissão de professor indígena FOTO: SÉRGIO VALE/SECOM
Com isso, fica instituída uma série de possibilidades asseguradas para o fortalecimento do ensino e de cada escola
Redes de ensino, professores e editoras são desafiados a atualizarem os livros para o ensino médio
FOTO: PEXELS
Com a discussão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a reforma do ensino médio nalizadas, os olhos se voltam para a Base Nacional C omum da Formação de Professores da Educação Básica e para os livros didáticos – que também precisarão de uma reformulação. A BNCC do ensino médio trata agora as matérias p or áreas de conhecimento e não por disciplinas, além de manter apenas Português e Matemática como matérias obrigatórias nos três
últimos anos da escola. A s á r e a s d e conhecimento foram organizadas da seguinte forma: Linguagens e suas Te c n o l o g i a s ( A r t e , Educação Física, Língua Inglesa e Língua Portuguesa); Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Biologia, Física e Química); Ciências Humanas e S ociais Ap l i c a d a s ( Hi s t ór i a , Geogra a, Sociologia e Filoso a).
Livros Com essa organização, os livros didáticos do ensino
médio também passarão a ser por áreas de conhecimento. A reformulação dos livros para a escola pública deverá ocorrer até 2021. A mudança traz desa os para as escolas, professores e editores que precisarão se adaptar. Essas alterações têm apoio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2021 do ensino m é d i o, d i v u l g a d o e m dezembro do ano passado pelo governo federal. De acordo com o Ministério da Educação, 24.542 escolas oferecem ensino médio.
A Lei nº 3.467, que regulamenta a pro ssão de profe ss or e a s e s c ol a s indígenas no Acre, foi sancionada pelo governador Tião Viana, no dia 28 de dezembro. Com isso, ca instituída uma série de possibilidades asseguradas para o fortalecimento do ensino e de cada escola. O coordenador de E duc aç ão Indígena d a Secretaria de Educação e Esporte (SEE), Paulo Roberto Nunes, explica que estas leis ajudam a consolidar uma política diferenciada que o Acre tem para o ensino dos povos originários. “A f o r m a ç ã o d e professores indígenas começou em 1983 no estado, por meio da Comissão Pró-Índio (CPI). Desde então, os povos indígenas e os movimentos
sociais se articulam para consolidar essa modalidade de ensino, valorizando as culturas, a língua e os saberes tradicionais, ao mesmo tempo tendo acesso aos conhecimentos tradicionais”, disse. Ano passado, o governo do Estado promoveu o Processo Seletivo Simpli cado (PSS) para a contratação de 150 profess ores indígenas, moradores das próprias aldeias e conhecedores da realidade e da cultura dos povos da oresta. Ta m b é m h o u v e a implementação dos Projetos PolíticoPedagógicos (PPPs), como peça fundamental para a melhoria da qualidade de ensino às crianças nas aldeias. A PPP “expressa a autonomia e a identidade das unidades escolares indígenas, sendo referência
educacional, representa a garant i a ao direito d a educação escolar diferenciada, especí ca, bilíngue ou multilíngue, devendo apresentar os princípios e objetivos da educação escolar indígena de acordo com as diretrizes curriculares instituídas nacional e local e, em especial, os projetos de sociedade de cada povo e comunidade indígena”, conforme a Lei nº 3.467. Outro avanço diz respeito à educação indígena e à aprovação das categorias escola e professor indígena. Atualmente, o governo possui 142 escolas dessa categoria em todo o estado. Com isso, é possível atender em torno de 5.400 alunos, desde o ensino fundamental I (que está universalizado nessas escolas) até o ensino médio.
POLÍTICA 5
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blog
do
Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista
Pacheco
FOTO: DIVULGAÇÃO
jorgepachecoindio@hotmail.com
“O melhor programa econômico de governo é não atrapalhar aqueles que produzem, investem, poupam, empregam, trabalham e consomem”, Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá FOTO: PAULO WHITAKER/REUTERS
JUSTIÇA DO TRABALHO SERÁ MESMO DESCARTADA PELO GOVERNO DE JAIR BOLSONARO Gente, os dois primeiros dias do novo governo brasileiro foram movimentadíssimos. E, principalmente nas duas casas do Congresso Nacional. Os caras, espantados, se esbarravam a todo instante, na medida que vazava alguma notícia dos atos tomados por Bolsonaro e sua equipe de superministros. Na quinta-feira (3) o presidente promoveu a primeira reunião ministerial realizada na Sala Suprema, no segundo andar do Palácio do Planalto, com capacidade para abrigar mais de 20 pessoas sentadas em torno de uma mesa oval. A reunião durou cerca de 3h30 sendo encerrada por volta das 12h30. Nesta primeira reunião, que inicialmente estava marcada para 8 de janeiro, Bolsonaro discutiu com seus ministros as medidas consideradas prioritárias a serem adotadas pelo governo nos 100 primeiros dias. Apurei que cada um dos ministros apresentou o trabalho realizado durante o período de transição governamental. E como têm ações a serem feitas para “tentar” colocar o Brasil nos eixos! Será que conseguirão!!!? Todos nós esperamos e torcemos que sim! A reunião foi fechada a jornalistas, mas o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, não resistiu e resolveu “aparecer” postando uma foto do encontro em seu Twitter. Nela, é possível ver Bolsonaro ao lado do vice, Hamilton Mourão, além dos ministros Sérgio
Moro (Justiça) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores), além do próprio Tarcísio. É, ninguém resiste, não é? Exposição é preciso!!! Mas, cerca de 1h30 depois do início da reunião, o próprio governo divulgou fotos o ciais do evento. A intenção é que essas reuniões ocorram todas as terças-feiras. Todos os ministros foram empossados também na terça (01), mas as cerimônias de transmissão de cargo ocorreram na quarta (2). Tudo está sendo feito de acordo com “uma pauta” pré-estipulada pelo presidente Bolsonaro. Na mesma quinta-feira (3) e no mesmo cenário, Bolsonaro promoveu nova reunião com seus subordinados. Desta feita para discutir e decidir a pauta mais “quente” – a “reforma previdenciária”. O presidente iniciou a reunião a rmando categoricamente “A ideia inicial do governo para aprovar uma reforma da previdência é estabelecer de forma gradativa idade mínima para aposentadoria de 62 anos para homens e 57 para mulheres”. O projeto de reforma da Previdência enviado à Câmara pelo governo Michel Temer previa idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, proposta esta alterada posteriormente pela comissão especial que analisou o projeto: 65 anos para homens e 62 para mulheres. Entretanto, Jair Bolsonaro a rmou nesta quarta-feira (3) que a "ideia inicial" do governo para aprovar uma reforma da Previdência é estabelecer de forma gradativa idade mínima para aposentadoria de 62 anos para homens e 57 para mulheres. Segundo Bolsonaro, o sistema previdenciário entrará em "colapso" em dois ou três anos se não houver a reforma. Ele, com certo ceticismo, foi categórico “As contas da
Previdência Social registrarão dé cit de R$ 308 bilhões neste ano, por exemplo”. Entretanto, ao nosso ver, o presidente, mesmo dando a impressão de que está cônscio deste sério problema, até agora nem ele e muito menos sua equipe apresentaram uma autêntica diretriz para sustar o prejuízo que o Brasil vem sofrendo devido a essa malograda previdência. Sobre quando pretende enviar ao Congresso a proposta de reforma, o presidente disse defender que a Câmara analise o projeto já aprovado pela comissão especial, em maio de 2017, mas que não avançou desde então por falta de acordo entre os partidos. Sentiram? Ele não tem uma ideia rmada sobre esse grave problema e apela para o que Temer fez ou tentou fazer: "O que nós queremos é aproveitar a reforma que já está na Câmara e começou com o senhor Michel Temer, mas vamos rever alguma coisa porque a boa reforma é aquela que passa na Câmara e no Senado, não a que está na minha cabeça ou na da equipe econômica", a rmou. Claro que essas a rmações de Bolsonaro estão repercutindo muito no ambiente do C ong ress o. D eput ados e s enadores freneticamente se movimentam, cada um procurando “sair na foto” como “pai” de ideia saneadora da reforma previdenciária. Outra surpresa foi dada pelo presidente ao comentar sobre as propostas do plano econômico para os próximos quatro anos: mudanças na Lei Rouanet e con rmando que a sua equipe estuda mesmo acabar com a Justiça do Trabalho. Segundo Bolsonaro o “Brasil tem direitos em excesso. A ideia é aprofundar a reforma trabalhista”, essa sempre foi uma proposta de campanha que inclui carteira de trabalho
“verde e amarela” que, segundo especialistas, vai precarizar ainda mais o trabalho. A ideia dele é que “O Brasil é o País dos direitos em excesso, mas faltam empregos. Olha os Estados Unidos, eles quase não têm direitos. A ideia é aprofundar a reforma trabalhista”, a rmou a jornalistas em entrevista exclusiva no canal SBT. O discurso explícito sobre a necessidade de mudanças nas regras trabalhistas é uma relativa novidade no cenário político, já que propostas de mudanças mais profundas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), originalmente de 1943, costumava provocar reações negativas. Entretanto, com o “bolsonarismo”, a questão não é tabu e foi explorada na campanha. Uma pista para uma maior aceitação do tema apareceu em uma pesquisa Datafolha de setembro passado: “num País com 13,2 milhões de desempregados, metade dos eleitores a rmaram preferir ser autônomo, com salários mais altos e pagando menos i mp o s t o s , a i n d a q u e s e m b e n e f í c i o s trabalhistas, contra 43% que preferiram ter a carteira de trabalho registrada, com todos os direitos previstos na lei”. Em dezembro, o então presidente eleito havia sido incisivo ao dizer que a legislação trabalhista teria "que se aproximar da informalidade" para que empregos pudessem ser gerados. Em outras ocasiões, Bolsonaro já havia falado sobre o "tormento" de ser patrão no País, algo que repetiu em teor semelhante na quinta-feira: "Eu não quero, eu podia ter uma microempresa com cinco funcionários. Não tenho por quê? Eu sei das consequências depois se o meu negócio der errado, se eu mandar alguém embora, entre outras coisas. Devemos mudar isso daí". Por m, o presidente faz ataques contumazes ao Ministério Público do Trabalho, cujas atribuições incluem scalizar trabalho em condições análogas à escravidão, trabalho infantil e outras irregularidades, e a própria existência da Justiça do Trabalho "O Ministério Público do Trabalho. Pelo amor de Deus, se tiver clima a gente resolve esse problema. Não dá mais para continuar – quem produz – sendo vítima de ações de uma minoria, mas de uma minoria atuante", a rmou o capitão. Então tá, continência para ele! Jorge Pacheco
6 TECNOLOGIA
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Os melhores carros high-tech de 2018 2018 foi marcado por excelentes veículos elétricos que desafiam a Tesla e SUVs de marcas de prestígio, como Lamborghini e a Rolls-Royce
UBER REFORMULA BICICLETA ELÉTRICA PARA DRIBLAR CONCORRÊNCIA Veículo está mais fácil de recarregar e menos propenso ao vandalismo
FOTO: PORSCHE/DIVULGAÇÃO FOTO: UBER/DIVULGAÇÃO
Porsche-GT3 Esqueça a virada do século. O momento mais interessante e revolucionário no mundo dos carros é agora. A Te s l a p a s s o u d a s sanções da Comissão de Va l ore s Mobi l i ár i o s à lucratividade. Executivos da Audi foram presos por causa do escândalo do diesel da Volkswagen. A Ferrari perdeu um herói. Com o aumento do movimento #MeToo, a Fórmula 1 abandonou suas “grid girls” e as mulheres sauditas conquistaram o direito de dirigir. Do ponto de vista dos produtos, o último ano também nos deu muita coisa para digerir: vimos o lançamento de excelentes veículos elétricos prontos para uso que vão desafiar a primazia da Tesla, como o primeiro SUV totalmente elétrico da Jaguar. E vimos outras marcas de carros de prestígio, como a Lamborghini e a Rolls-
Royce, apostarem no segmento de SUVs modernos de luxo pela primeira vez, com veículos de seis dígitos que poderiam até ser usados fora da estrada. Se você tiver dinheiro p a r a e s b a nj a r e m u m Pors che mo der no, a sugestão é o GT3, que custa US$ 143.600. Ele está extremamente popular e difícil de conseguir no momento, e com razão: é o m e l h or ve í c u l o qu e a engenharia alemã poderia conceber. O GT3 tem 500 cavalos de potência e 46,8 kgfm de torque. A velocidade máxima é de 318 km/h na versão manual; ele vai de zero a 60 milhas por hora (96 km/h) em 3,2 s egundos com câmbio PDK. A Lamborghini continua produzindo supercarros V12 modernos, inovadores e emocionantes em uma era em que a direção elétrica e autônoma são palavras de
ordem. A companhia bateu recordes de velocidade e tempo de volta por meio de uma tecnologia simples e e n g e n h o s a . Ta m b é m tomou iniciativas para tentar conquistar mulheres e pessoas não brancas, que muitas vezes são esquecidas pelo mercado de supercarros. A Jaguar mergulhou na parte funda do mercado de carros elétricos – o mercado extremamente popular de SUVs de luxo – e esse risco valerá muito a pena. O Jaguar I-Pace, de US$ 69.500, poderia ser uma versão mais barata e sexy do Mo del X da Tesla. Compare-o com o Model X, com o Porsche Macan EHybrid, com o Audi Q5, com o BMW X3 e com o Mercedes-Benz GLC: este é o primeiro veículo que se garante contra eles em termos de alcance (quando aplicável), desempenho, tecnologia e design.
A Jump, startup de bicicletas e patinetes elétricos adquirida pela Uber em maio, chega ao Brasil em 2019 e anunciou uma grande reforma. A próxima geração de bicicletas elétricas estará nas ruas americanas neste mês, revelando o esforço da empresa para dominar o crescente e competitivo setor de micromobilidade. A Jump apres entou as novidades que serão implantadas nas bicicletas. Entre elas, estão as baterias de íons de lítio que podem ser trocadas, os monitores sofisticados acoplados ao g u i d ã o e u m compartimento retrátil para encaixar o smartphone do usuário. Atualmente, o Jump traz o p e d a l d e a c i oname nto totalmente elétrico como g rande diferenci a l em relação às concorrentes na área de compartilhamento de bicicletas por aplicativo. As demais atuantes no setor,
como a brasileira Yellow, a americana Lime e a chinesa ofo, oferecem pedais de acionamento direto pelo usuário ou uma combinação de ambos. O sistema fornece ao usuário um impulso constante que o ajuda a pedalar com uma velocidade de até 32 km/h, d e s a c e l e r a n d o normalmente conforme a pessoa para de pedalar. A m e l h o r i a implementada agora permite que as baterias esgotadas sejam recarregadas em questão de minutos por membros da equipe da Jump. A c u s t om i z a ç ã o d e c a d a bateria à sua bicicleta, assim c om o o s d e m ai s it e ns relativos ao sistema e sua interface, permite que a empresa tenha informações exatas sobre o desempenho de cada exemplar em tempo real, explica Nick Foley, chefe de produto da Jump, ao site The Verge. Foley afirma que o
controle da Uber sobre a cadeia de suprimentos também coloca a Jump, que tem suas bicicletas fabricadas na China, em uma posição privilegiada em relação às demais e mp r e s a s . “E s t e é u m veículo construído especificamente para essa aplicação de frotas e para as operações dessas frotas”, diz. O fornecimento de suprimentos para as bicicletas é majoritariamente terceirizado no mercado de micromobilidade. Segundo Foley, a vida útil da nova bicicleta elétrica é de três a cinco anos, porém nem todos os itens secundários do sistema são projetados para durar todo esse tempo. No período de um ano, espera-se que cada bicicleta da Jump rode uma média de 16 mil quilômetros e que seja recolhida para manutenção apenas uma vez.
CIÊNCIA 7
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Sonda da Nasa faz história ao sobrevoar corpo espacial nunca estudado Em 1º de janeiro, a sonda espacial norte-americana New Horizons se aproximou do objeto 2014 MU69, também conhecido como Ultima Thule, localizado no cinturão de Kuiper, e o sobrevoou com sucesso A agência espacial americana especi ca que o evento é histórico, destacando que "a New Hor i z ons s o bre vo ou o objeto mais distante já visitado por uma sonda esp aci a l e s e tor nou a primeira a examinar diretamente um objeto que contém restos do nascimento de nosso Sistema Solar". As imagens de 2014 MU69 foram publicadas pelo site
o cial do projeto e oferecem
uma primeira noção da
forma do objeto, a uma
FOTO: ©JOHNS HOPKINS UNIVERSITY APPLIED PHYSICS LABORATORY/SOUTHWEST RESEARCH INSTITUTE
d i s t â n c i a d e aproximadamente 1,9 milhão de quilômetros. A aproximação máxima da sonda ocorreu às 05h33 d o Te m p o U n i v e r s a l Coordenado (UTC), quando a New Horizons estava localizada a cerca de 3.500 quilômetros do corpo espacial. À medida que avançou, ela coletou mais dados e captou mais imagens de Ultima ule. Em breve, uma amostra
dessas informações será enviada à Terra e se estima que levará cerca de 20 meses para baixar o conjunto completo de dados. Em julho de 2015, a New Horizons fez um vo o histórico para além de Plutão e suas luas, fornecendo dados desses mundos intrigantes. Então ela seguiu para o corpo celeste 2014 MU69, a cerca de 1,6 bilhão de quilômetros de Plutão.
Aranha tece teia cinco vezes mais forte que aço A teia de aranha é um dos materiais naturais mais fortes que existem. Agora, cientistas da Faculdade de William e Mary ( E UA ) t ê m u m a m e l h o r compreensão do porquê. Os pesquisadores usaram um microscópio de força atômica para analisar a teia de uma aranha-marrom (Loxosceles reclusa) ao nível molecular. Eles descobriram que cada lamento de sua seda era composto de milhares de “nano os” correndo em paralelo. Cada uma dessas nanoesferas era composta de proteína e media menos de um milionésimo de uma polegada de diâmetro – centenas de milhares de vezes mais nas do que a largura de um o de cabelo humano. “Estávamos esperando descobrir que a bra era uma massa única”, disse um dos
autores do estudo, Hannes Schniepp. “Mas o que descobrimos foi que a seda era, na verdade, uma espécie de minúsculo cabo”. A ideia de nano os na seda da aranha foi sugerida antes, mas esta é a primeira vez que os cientistas puderam ver claramente como funciona, e até que ponto. Os pesquisadores escolheram a aranha-marrom para o estudo porque sua teia é plana e não cilíndrica. Cada nano o é pelo menos 50 vezes mais longo do que é largo. Isso, combinado com a técnica das aranhas, resulta em um material super-resistente, cinco vezes mais forte que o aço. “Acreditamos que o segredo da teia da aranha-marrom decorre essencialmente das nano brilas individuais”, conclui Schniepp. A teia de outras aranhas não é
estruturada da mesma maneira. Essa é especialmente projetada para aracnídeos que querem capturar presas no nível do solo. Enquanto as ligações entre os nano os individuais são bastante fracas, coletivamente são muito fortes. A equipe foi capaz de desenvolver um modelo estrutural baseado em suas descobertas que pode eventualmente nos ajudar a criar n o s s o s p r ó p r i o s m at e r i a i s inspirados nos princípios da seda da aranha-marrom: longos, nos e resistentes. Entender as propriedades da teia no nível molecular não apenas fornece insights sobre um dos materiais mais fortes da natureza, como também pode abrir caminho para o design de outros materiais sintéticos.
8 SAÚDE
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Exame de sangue Novo tratamento brasileiro revela para esclerose risco de infarto Presença elevada de duas proteínas pode ser detectada ainda no início do processo FOTO: THINKSTOCK
múltipla
Uma medicação antiga utilizada no tratamento de AVC e asma se mostrou eficaz ao silenciar certos casos da doença ILUSTRAÇÃO: OTÁVIO SILVEIRA/SAÚDE É VITAL
Pesquisadores brasileiros desenvolveram uma maneira de identi car o risco de infarto a partir de um exame de sangue, tornando o processo mais rápido e barato. O método permite a identi cação enquanto o risco ainda é baixo, ajudando cardiologistas a prevenir os problemas do coração em seus pacientes. O estudo foi publicado em agosto do ano passado na revista PLOS ONE. Nele, pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein a rmam que o aumento da c o n c e nt r a ç ã o d e d u a s proteínas no sangue do paciente indica a presença de placas de gordura nas artérias, o que aumenta o
risco de infarto. Atualmente, os cardiologistas utilizam métodos como teste ergométrico e tomogra a para detectar as placas de gordura no sangue. Porém, as alterações só são captadas no teste quando o risco já é muito alto, da ordem de 70% a 80% de obstrução. A tomogra a, por sua vez, é um exame caro e expõe o paciente à radiação. Os pesquisadores analisaram o sangue de 30 pacientes saudáveis e o de outros 100 com níveis diferentes de obstrução por gordura. Como as placas formadas no interior das artérias são envolvidas por uma camada de cálcio, a equipe buscou proteínas
q u e a t u a m n a metabolização do cálcio. As proteínas, chamadas R A N K L e MG P tê m a função de xar e retirar o cálcio que envolve as placas, respectivamente. Quando seus níveis estão elevados, os cientistas a rmam que é um indício da presença de gordura no s angue ou mesmo do início do p ro c e s s o d e a c ú mu l o. Assim, a vantagem da nova técnica é a capacidade de detectar as placas enquanto ainda estão começando a se formar. Os médicos querem agora realizar mais pesquisas com um número maior de amostras para comprovar a descoberta.
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Por mais que as opções de remédios contra essa desordem tenham se multiplicado nos últimos anos, ainda existem alguns casos de esclerose múltipla de difícil controle. A falta de boas medicações é sentida principalmente na forma progressiva, marcada pelo avanço contínuo dos sintomas. “Esse subtipo costuma se iniciar em indivíduos mais velhos, a partir dos 45 ou 50 anos”, explica o neurologista Denis Bichuetti, da Universidade Federal de São Paulo. Mas o cenário pode mudar em breve: o medicamento ibidulast, disponível há décadas no Japão para tratar AVC e asma, chamou a atenção ao
reduzir danos cerebrais num estudo com 255 pacientes, publicado no periódico e New England Journal of Medicine. Agora, ele será avaliado em um grupo maior de voluntários para ver se os bons resultados se repetem.
Os tipos de esclerose Remitente recorrente: Se manifesta por meio de surtos que ocorrem de forma súbita. Depois, o quadro volta ao normal. Progressiva: Os incômodos, como as di culdades motoras, se acumulam aos poucos e progridem com o tempo.
Como funcionam os tratamentos atuais
Imunomoduladores convencionais: São os mais antigos. Administrados por meio de injeções, eles têm potência baixa. Imunomoduladores sintéticos: Esses comprimidos são prescritos quando a situação tem uma gravidade média. Anticorpos monoclonais: Grupo dos princípios ativos mais modernos e potentes. O problema é o custo mais elevado. Terapias de apoio: Fisioterapia, suporte emocional e fortalecimento físico são essenciais para minimizar as sequelas.
BEM-ESTAR 9
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RAPHAEL
BALMAS
Professor – Bacharel em Educação Física pela Universidade Federal do Espírito Santo Capacitado pela Confederação Brasileira de Rugby em Força e Condicionamento (SP)
Especializado em treinamento físico funcional (BPro Treinamento - RS) CREF: 007443-G/ES
TREINAMENTO DE FORÇA PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRÉ-PÚBERES Ainda hoje há um pensamento enraizado na sociedade de que crianças não podem praticar treinamento de força, sejam ou não atletas. O conceito de que ao colocar uma criança para levantar peso, treinar força com o próprio peso corporal ou de treinar potência iria expor os jovens a lesões é fruto da ignorância de treinadores, da falta de compreensão acerca do corpo humano por parte dos pais e ainda da desorganização do meio esportivo nacional – instituições e
FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET
organizações esportivas. Esta ideia obsoleta só colabora com o chauvinismo e o mercantilismo subalterno da cultura do movimento humano. O treinamento de força desempenha um papel importante na formação corporal polivalente das crianças e adolescentes. Nessa faixa etária ainda estimulamos o engrama motor (controle motor) com jogos lúdicos e movimentos elementares, além de proporcionar desa os em forma de
movimentos animais, saltos com equilíbrio e atividades que exigem resposta rápida e de coordenação motora. Segundo Kraemer e Fleck (2001) e Benjamin (2003) as crianças podem se bene ciar da participação em um programa de treinamento de força apropriadamente prescrito e supervisionado. Sendo que os principais benefícios são aumento de força muscular, potência e resistência muscular localizada, diminuição das lesões nos
esportes e atividades recreativas e a melhora do desempenho nos esportes. O treinamento de força tem se evidenciado como um estímulo bené co ao desenvolvimento dos ossos e do crescimento corporal, além de ser um poderoso aliado c o nt r a a o b e s i d a d e i n f a nt i l . To d o treinamento deve ser feito com um controle minucioso das varáveis, intensidade de treino x volume de treino, sobretudo nesta idade onde o crescimento corporal e a secreção hormonal estão acentuados. O treinamento resistido tem o papel de contribuir para a força muscular e o aumento da densidade óssea, todavia, quando o programa de treino não é devidamente controlado, este estímulo pode prejudicar o crescimento do indivíduo (lesão de placas epi sárias e maturação). Para Uchida et al (2003) não existe uma idade mínima para se iniciar um treinamento de força, devendo sempre associar a carga com o estágio de desenvolvimento e treinamento do indivíduo.
Boas memórias da aula de educação física diminuem o risco de sedentarismo Estudo revela que uma boa aula de educação física ajuda as crianças a se tornarem fisicamente ativas no futuro FOTO: KASPI CREATIVE/ISTOCK
Um questionário on-line foi apl i c a d o p el a Un ive rs i d a d e
Estadual de Iowa, nos Estados Unidos, para descobrir se as
experiências vividas nas aulas de educação física durante a infânci a imp ac t aram na relação atual de adultos com os esportes. As 1.028 respostas não deixaram dúvidas: quem guardava boas lembranças da disciplina era mais ativo. “A e s c o l a é u m l u g a r privilegiado p a r a a s crianças aprenderem a gostar de exercícios. Elas passam grande parte do dia ali e, fora
isso, esse é o período crítico para aquisição de hábitos”, analisa Ricardo Catunda, membro do Conselho Federal de Educação Física. Para Marcos Garcia Neira, p r o f e s s o r d a Fa c u l d a d e d e Educação da Universidade de São Paulo (USP), adquirir gosto por se
mexer deveria ser até mais fácil no Brasil, porque, aqui, a aula vai além da prática de esportes. “Entendemos que esse não é apenas um momento de gastar energia”, pondera Neira. Para ele, um bom currículo agrega o ensino das mais diversas modalidades corporais — da capoeira à dança.
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ANA LUCIA
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Ana Lucia Bernardo Cordeiro
Professora
Saudades Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida. Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, ... quando me lembro do passado eu sinto saudades. Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei... Sinto saudades dos que se
foram e de quem não me despedi. Daqueles que não tiveram como me dizer adeus. Eu sinto saudades das coisas que vivi e das que deixei passar. Quantas vezes eu tenho vontade de encontrar não sei o que e nem onde. Para resgatar alguma coisa que nem sei o que é nem onde perdi.
Ter menos brinquedo gera mais criatividade Pesquisa de universidade dos EUA aponta que crianças que possuem no ambiente menos brinquedos desenvolvem maior criatividade e concentração FOTOMONTAGEM: EASYOOPS/HELLOWONDERFULL/ESSENTIALKIDS
Pesquisadoras da Universidade de Toledo, em Ohio, nos Estados Unidos, separaram 36 crianças de um ano e meio a dois anos e meio em dois grupos. Um grupo recebeu 16 brinquedos e o outro apenas quatro. Foi obs er vado que crianças com menos brinquedos cam mais
focadas e apresentam maior criatividade. As p e s q u i s a d or a s aconselham creches, escolas e pais a revezarem a exposição dos br inque dos no ambiente, pois muita quantidade acaba dispersando os pequenos. Além disso, ao selecionar alguns
brinquedos, a criança acaba entrando no mundo da descoberta – em um novo universo. As autoras do estudo defendem que as informações obtidas devem servir de recomendação e a ler t a no desenvolvimento da educação infantil.
OLHAR DE UMA LENTE 11
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HAROLDO
CORDEIRO FILHO Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Haroldo Cordeiro Filho Jornalista DRT: 0003818/ES
2019... O que será? ANIELE NASCIMENTO/GAZETA DO POVO
A nau brasileira está sob novo comando, não sei se para melhor, mas o novo presidente tem tudo nas mãos para se tornar um estadista de sucesso pelos seus comandados. Uma delas é a da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, a advogada e pastora evangélica Damares Alves, que disse que “A nação será mudada pela igreja evangélica e não pela política”. Estaremos diante de uma ideologia religiosa? A nal, o homem é ou não um animal político? Aristóteles 384 a.C. Já o novo ministro do Meio Ambiente, Ricardo de Aquino Salles, advogado e líder do Movimento Endireita Brasil, a rma que o aquecimento global é uma “discussão acadêmica” e que há outras prioridades para o governo atuar. Desde 2017, Salles é
alvo de ação movida pelo Ministério Público de São Paulo sob a acusação de bene ciar setores de mineração alterando, ilegalmente, o plano de manejo de uma área de proteção ambiental na várzea do rio Tietê. Por essas e outras é que carei, sempre que necessário,
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e, como a corda sempre arrebenta no lado mais fraco, o aumento terá efeito cascata, minando mais os cofres públicos e sacri cando ainda mais a população nos próximos anos. Eu não poderia deixar de lembrar do ministro Dias Toffoli, que disse ao atual chefe do executivo que o Brasil tem três
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2018 se foi, e com ele todas as turbulências e decepções. Mas o maior dos abalos sísmicos de 2018, provocado nas profundezas da irresponsabilidade dos poderes, aconteceu depois das eleições de outubro, quando o ex-presidente Michel Temer promu lgou o aumento dos salários que eram de
RICARDO SALLES R$ 33,7 mil e passaram a ser de R$ 39,2 mil, para os ministros do Supremos Tribunal Federal (STF) e do Procurador-geral da República
desa os imediatos a vencer : p r e v i d e n c i á r i o, s c a l e d e segurança. Mas a nau brasileira está sob
novo comando, não sei se para melhor, mas que o novo presidente tem tudo nas mãos para se tornar um estadista de sucesso, isso ele tem. Teve uma votação expressiva, pega o País num cenário político corroído e uma economia em frangalhos. Mas, para se tornar essa referência nacional, e quem sabe, mundial, precisa vigiar e acompanhar as manifestações de seus ministros. Exemplo disso são algumas declarações desastrosas dadas
DAMARES ALVES
acompanhando e relatando os fato s com imp arci a lid a d e e transparência. “Se queres prever o futuro, estude o passado”, Confúcio.
12 ECONOMIA
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Que tal fazer um passeio diferente? As Ecobalsas estão realizando passeios turísticos com saída às 10h e às 16 horas do Cais dos Pes cadores e uma rot a circular nos principais
pontos turísticos e históricos à beira-mar de Vitória e Vila Velha. O serviço funciona aos nais de semana e feriados com aquisição de ingresso pelo aplicativo ou por meio de pacotes
turísticos fechados com agências, com ocupação mínima de 30 pessoas. A rota, com duração de uma hora, sai do Cais dos Pescadores e passa pelo Forte São João, Palácio do
Governo, Cais dos Catraieiros, Cinco Pontes, Museu Vale, Cais de Pela Macaco, Penedo, Salibras, Eames, 38 BI, Convento da Penha, Terceira Ponte, Cais das Artes, Praça do Papa,
Projeto Tamar e retorna para o Cais dos Pescadores. Com capacidade para 100 pessoas, a embarcação do tipo trimarã tem baixo impacto ambiental, alto nível de segurança e
conforto absoluto na navegação. O passeio custa R$ 50,00 e pode ser adquirido pelo aplicativo Ecobalsas (IOS ou Android) ou pelas agências de turismo parceiras.
Primeiro dia de governo leva Ibovespa à máxima histórica Declarações de apoio ao controle de gastos e agenda de privatizações fizeram Ibovespa ultrapassar os 91 mil pontos FOTO: VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL
Agentes econômicos reagiram com otimismo no primeiro dia do governo do presidente da República, Jair Bolsonaro. As sinalizações positivas da nova gestão em relação a medidas de controle de gastos públicos e os movimentos políticos que podem favorecer a aprovação de reformas importantes, como a da Previdência, foram os responsáveis pela reação do mercado. Principal índice da Bolsa de Valores de São
Paulo, a Ibovespa superou a marca dos 91.000 mil pontos na quartafeira (2), máxima histórica. Economistas ouvidos pelo portal Governo do Brasil avaliaram que as declarações iniciais do ministro da Economia, Paulo Guedes, e da equipe governamental injetaram ânimo ao mercado nanceiro, principalmente pelo reforço da necessidade de reforma da Previdência e da adoção do programa de concessões. Eles
a rmam, ainda, que o ambiente político inicialmente é favorável a u m a aprov a ç ã o d e m e d i d a s e conômic as p elo C ong ress o Nacional. “Houve ânimo nos mercados porque o governo referendou o discurso econômico feito durante a campanha eleitoral, de que adotará uma postura austera do controle de gastos e a questão das concessões. Isso teve uma rep ercussão positiva”, a rmou o economistachefe da agência de risco Austin Ratings, Alex Agostini. “Tem uma expectativa ainda positiva de que o governo de Bolsonaro com sua equipe econômica possa ter sucesso na aprovação da reforma da Previdência no primeiro semestre”,
disse ele. “Os mercados caram animados sinalizando ao próprio governo que ele está no caminho certo”, pontuou.
Apoio Embora a reforma da Previdência seja um assunto polêmico, os analistas avaliaram com bons olhos o respaldo popular de Bolsonaro, que pode ter re exos
positivos na adoção da agenda econômica. “A receptividade se deu não só às declarações de Paulo Guedes [ministro da Economia], mas a um conjunto de informações, como a possibilidade de privatização da Eletrobras”, explicou o economista da Tendências Consultoria, Sílvio Campos Neto.
FOTO: VICTORIA BONIFÁCIO
Ecobalsas são opções para as férias de verão