Jornal Fatos & Notícias Ed. 282

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ANO IX - Nº 282 16 a 23 DE JANEIRO/2019 SERRA/ES

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita

Projetos para abastecimento de água terão R$ 25 bilhões em investimentos Recursos serão destinados a 114 ações do Plano Nacional de Segurança Hídrica FOTO: JOSÉ MEDEIROS/PACTO DAS ÁGUAS

Pág. 12

FOTO: PIXABAY

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

Apenas 5% da Terra ainda se mantém intocada Pág. 2

O desafio de transferir conhecimento

Pág. 10

Os fatores que Castanha do povo indígena vão impactar o futuro da recebe selo de certificação educação Pág. 12

Pág. 4

ANA LUCIA

8 Será que o homem

esqueceu que devemos amar os nossos semelhantes, sermos solidários? Pág. 10

JORGE PACHECO

8 Bolsonaro anuncia major como líder do seu governo na Câmara Pág. 5

HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 Por que Flávio Bolsonaro pediu

a paralisação da investigação sobre as movimentações nanceiras de Fabrício Queiroz? Pág. 11

Inteligência artificial confirma existência de "nova" espécie de hominídeo Pág. 7

Últimos dias para artistas se inscreverem no Arte é Nossa Pág. 3


2 MEIO AMBIENTE

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Apenas 5% da Terra ainda se mantém intocada Especialistas afirmam que terras dedicadas à agricultura são os maiores responsáveis pela intervenção humana nas paisagens FOTO: PIXABAY

Um relatório recém-publicado no periódico Global Change Biology most rou que 95% do g lob o terrestre já sofreu algum tipo de interferência causada pelo homem. O mapa foi produzido pelo e Nature Conservancy, ONG que desenvolve ações de preservação do meio ambiente, com o objetivo de estruturar novas estratégias de conservação nos próximos anos. Para chegar a esses números, os pesquisadores do e Nature Conservancy usaram dados e imagens obtidos por satélites e descobriram quais atividades humanas têm alterado as paisagens. De todo o planeta, apenas a Antártida cou de fora da análise. Depois de fazer o mapeamento,

um sistema de “classi cação de ameaça” foi criado. A partir dele, os cientistas puderam apurar quais biomas estavam mais comprometidos por causa da interferência humana. Mais da metade das ecorregiões (52%) foram classi cadas como

moderadamente modi cadas, enquanto 30% foram incluídas no grupo de baixa modi cação. Os assentamentos e a agricultura foram apontados pelo relatório como as atividades que mais modi cam o meio ambiente — hoje, elas são responsáveis por

alterar 48% e 40% das terras, respectivamente. Transporte, mineração, produção de energia e infraestrutura elétrica também entraram para a lista de “modi cadores da paisagem”. Vale lembrar que, em alguns casos, as interferências proporcionadas por essas atividades podem se sobrepor. Numa fazenda, por exemplo, casas, estradas, pastos, plantações e postes de rede elétrica são considerados agentes de alteração de paisagem. Dos 5% do planeta que ainda continuam intactos, as notícias não são das melhores: a maior parte deles está em regiões de alta latitude, ou seja, próximas aos polos. Isso signi ca que, de toda a Terra, apenas as zonas mais frias ainda saem ilesas. Enquanto isso,

as orestas tropicais e subtropicais aparecem no extremo oposto, ocupando a posição dos biomas que mais sofrem com a interferência humana. “As organizações concordam que as grandes paisagens que ainda estão intactas no planeta são prioridade de conservação. Mas nossos resultados sugerem que apenas a menor parte da terra do mundo permanece inalterada pelas atividades humanas, enquanto a maioria está em um estado de modi cação intermediária. Essas áreas também precisam ser reconhecidas e receber a atenção necessária para conservar os préstimos que eles oferecem às pessoas e à própria natureza”, lembra Joe Kiesecker, um dos autores do relatório.

Floresta nativa da Mata Atlântica

Filhote de peixe-boi encontrado na orla de Parintins A fêmea tem um mês, pesa 19 kg e está em bom estado de saúde. Ela foi encaminhada ao Inpa, em Manaus FOTO: FERNANDA FARIAS/INPA

Um lhote de peixe-boi fêmea foi resgatado na orla do município de Parintins (a 369 quilômetros da capital Manaus), por moradores da comunidade do Máximo e levado, na quarta-feira (16), para o Instituto Nacional de Pe s qu i s a s d a A m a z ôn i a ( Inp a / MC T IC ) p ar a s e r reabilitado. Esse é o primeiro lhote que chega ao Laboratório de Mamíferos Aquáticos do instituto para ser reabilitado este ano. O lhote de peixeboi foi resgatado no dia 8 de janeiro pela Comunidade do Máximo de Parintins, e levado pelos agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos

Renováveis (Ibama) para a fazenda ecológica localizada na região. Segundo o veterinário do Inpa, Anselmo d´Affonseca, a fêmea tem um mês, pesa 19 kg e está em bom estado de saúde, o que signi ca que provavelmente a mãe do lhote estava por perto na hora do resgate. “Se a mãe não estivesse no local, o lhote estaria magro e mais fraco. Se a mãe não foi caçada há pouco tempo, com certeza ela estava por perto. Nessa situação, o melhor a fazer é observar por um tempo se há a presença da mãe nas proximidades para que seja evitado separar o lhote dela”, explica.

De acordo com a coordenadora do Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, a pesquisadora Vera da Silva, o resgate é uma etapa muito importante para o Programa de Reintrodução de peixes-boi da Amazônia. “Dentro do nosso projeto temos três etapas principais, o resgate; a reabilitação, que é o cuidado até o lhote ter idade para se alimentar sozinho; e a última etapa que é a reintrodução dos peixes-boi adultos nos rios”, explica a pesquisadora responsável pelo Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Inpa. O Laboratório de Mamíferos Aquáticos é o

principal parceiro do Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, que é executado pela Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) e tem o apoio nanceiro da Petrobras,

por meio do Programa Petrobras Socioambiental. As pesquisas realizadas em parceria com o Laboratório de Mamíferos Aquáticos ge r am i n for ma ç õ e s qu e

alertam as autoridades e comunidade internacional sobre a e caça ilegal do peixeboi para comercialização da carne e a matança do botovermelho.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3070-2951 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES CNPJ: 18.129.008/0001-18 Filiado ao Sindijores

"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília

Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores


CULTURA 3

16 a 23 DE JANEIRO DE 2019

A curiosa história das minas do Rei Salomão Cerca de 3.000 anos atrás, o bíblico Salomão, rei de Israel e filho do rei Davi, era famoso por sua fabulosa sabedoria, poder e fortuna pessoal. Fontes antigas testemunharam que a riqueza de Salomão era uma das maiores do mundo. Os navios movidos a remos, chegavam das margens escaldantes d a Pa l e s t i n a , c a r r e g a d o s d e fabu los os tes ouros p ara este lendário rei. Enquanto as fileiras de remadores deslizavam seus navios até o porto, os escravos corriam para o cais para descarregar a preciosa carga: sândalo, vinho, marfim, m a c a c o s e p av õ e s d e c h e i ro agradável e prateado. O mais precioso era o ouro e o rei Salomão, de acordo com o Antigo Testamento, era o possuidor de toneladas deste metal valioso. Seus

FOTO: REPRODUÇÃO

copos de bebida eram feitos de ouro. famoso por seu magnífico ouro. Desse mistério nasceu um conto Seu grande trono em Jerusalém era de marfim "revestido do melhor que obcecava os antigos gregos, aventureiros renascentistas e ouro". Um candelabro de sete ramos de exploradores vitorianos e, com sua ouro estava pendurado acima do seu aura de romance e ganância, ainda poder de nos até hoje. assento real. As paredes do templo tem oRecibo daatrair troca que ele construiu para abrigar FOTO: PAULO NAYLAN CHAVES FREITAS de 30 cabras, de a Arca da Aliança também foram adornadas com essa 3.200 a.C. preciosidade. Na Bíblia, está escrito que os servos de Salomão viajaram para Ofir e buscaram, de lá, cerca de 20 toneladas de ouro. Mas a localização de Ofir até hoj e é um mistér io. A verdadeira localização do lendário Of ir nunca foi estabelecida. Isso não De fato, a busca das minas do rei i mp e d iu qu e h istor i a d ore s e Salomão é tão atemporal quanto a arqueólogos procurassem o local do Santo Graal.

FOTO: FERNANDA BELLUMAT

Inscrições no Arte é Nossa

Está chegando ao fim o prazo para artistas e produtores culturais se inscreverem no edital de seleção de proposta de intervenção artísticourbana do projeto A Arte é Nossa. As inscrições acontecem até 22 de janeiro. Os trabalhos devem ser feitos nas linguagens "grafite" e "pintura mural". As i ns c r i ç õ e s s ã o on - l i n e , através da plataforma Prosas. Cada artista pode inscrever até três projetos, sendo que os selecionados deverão elaborar obras de, no mínimo, 500 metros quadrados. A verba destinada a cada projeto será de R$ 50 mil, oriundos do FunCultura. Somente poderão receber os

recursos os proponentes domiciliados em Vitória. Os trabalhos serão re a l i z a d o s e m d ive r s o s pontos da cidade como: avenida Jerônimo Monteiro (Centro), rua Horácio Dias dos Santos (Santo Antônio), avenida Paulino Müller ( Ju c utu qu ar a ) , ave n i d a Beira-Mar (Bento Ferreira), avenida Marechal Campos (Maruípe), rua Elias Tomasi Sobrinho (Santa Lúcia), avenida Fernando Ferrari (Goiabeiras), rua Felicidade Correia dos Santos (Ilha das Caieiras), entorno das praças Sagrada Família e Mário Elias da Silva (Jardim Camburi) e avenida Eugenílio Ramos (Jardim da Penha). Outras informações

podem ser obtidas pelos telefones (27) 3132-2080 e (27) 3132-2076 ou na Secretaria Municipal de Cultura, localizada na avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, 1927, Bento Ferreira.

Embora a riqueza famosa de Salomão seja uma história tão antiga quanto as eras, o fascínio popular em localizar uma parte dessa fantástica fortuna é um caso bem mais recente. A ideia de minas cheias de riquezas foi introduzida pela primeira vez no final do século XIX, pelo autor H. Rider Haggard em seu romance de aventura de sucesso, “Minas do Rei Salomão”, cuja publicação coincidiu com um boom de descobertas arqueológicas de locais antigos no Oriente Médio e na África. Meio s é c u lo dep ois, Nelson Glueck, rabino e arqueólogo americano, ganhou as manchetes quando anunciou que

havia localizado as minas de Salomão no Grande Vale do Rift, perto da fronteira moderna de Israel e da Jordânia. Essas minas, no entanto, não estavam cheias de ouro, eram extensas fábricas de fundição de cobre que Glueck afirmava serem a verdadeira fonte da riqueza de Salomão. Incapaz de conectar evidências arqueológicas a relatos bíblicos, os historiadores modernos logo começaram a duvidar da conexão de Glueck sobre Salomão com a produção de cobre da região. Nas últimas décadas, a sabedoria convencional sustentou que os antigos egípcios construíram a maioria das minas na região durante o século 13 a.C., uma teoria apoiada pela descoberta de um templo egípcio no complexo em 1969.

Foto Antiga do ES FOTO: CAPIXABA DA GEMA

A Arte é Nossa O projeto "A Arte é Nossa" tem como objetivo hu m a n i z a r o s e s p a ç o s públicos por meio de inter vençõ es ar t íst icourbanas e, assim, democratizar a produção artística local para além dos espaços tradicionais de exposição. Desde 2013, foram realizadas mais de 20 ações, entre patrocínios e apoios, em muros e espaços públicos da cidade, através de parcerias com artistas locais ligados ao grafite, à arterelevo e a outras técnicas.

Os colonos alemães subiram as margens do Rio Jucu Braço Norte e se instalaram em 1847, na Serra da Boa Vista, hoje Domingos Martins


4 EDUCAÇÃO

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Os fatores que vão impactar o futuro da educação IMAGEM: TOMERTU/FOTOLIA.COM

Estudo analisa como o avanço da inteligência artificial, dos algoritmos e da neurociência vai mudar a aprendizagem e o relacionamento entre as pessoas

Tecnologia facilita escolha de profissão e projeto de vida Por meio de vídeos e troca de mensagens no WhatsApp, startups como Kuau e a Iniciativas Empreendedoras criam formas de ajudar os jovens a desenhar seu futuro ANDREW_RYBALKO/FOTOLIA.COM

Ano novo é uma ép o c a comum para fazer previsões de todos os tipos, inclusive para a educação. E um dos documentos neste sentido foi publicado recentemente pela organização sem ns lucrativos KnowledgeWorks, que reuniu especialistas para pensar o futuro do ensino e da aprendizagem para os próximos dez anos. Esses serão tempos marcados pela interação cada vez maior entre indivíduos, máquinas inteligentes e algoritmos, o que vai demandar mudanças nas relações interpessoais e na comunicação com as instituições. Como resultado, todas as dimensões de nossas vidas serão impactadas e isso também diz respeito ao que acontece na escola. O estudo “Navigating the Future of L earning: Forecast 5.0 (“Navegando pelo Futuro da Aprendizagem: Previsão 5.0”) oferece, ainda, a educadores e gestores questionamentos para que sejam traçadas ações tendo em vista a situação da sala de aula no futuro. Da mesma forma, o estudo da KnowledgeWorks também parte do princípio que o modelo atual de ensino não atende às demandas futuras da sociedade. É por isso que a educação terá um papel importante para o desenvolvimento saudável

dos jovens, que precisam incorporar uma mentalidade de aprendizagem ao longo da vida para fortalecer suas comunidades. A nova era, diz o texto, “pode exacerbar o atual desalinhamento ou inspirar novas estruturas de como vivemos, trabalhamos e aprendemos”. Neste cenário, o documento identi ca cinco fatores que vão impulsionar mudanças nos próximos 10 anos: automação, tecnologias que afetam o funcionamento do cérebro, narrativas tóxicas sobre sucesso e realização pessoal; mudança na estrutura de comunidades e o trabalho de “superpotências civis”, sejam elas indivíduos, organizações sem ns lucrativos ou voluntárias, que vão atu ar com fo co em corrigir e atender lacunas deixadas pelo poder público. Entre os cinco pontos, vale a pena destacar um que traz novidades em relação a outros estudos recentes. Um deles diz respeito ao uso de tecnologias para melhorar o funcionamento do cérebro. No documentário “Take Your Pills: Receita para a Perfeição”, da Net ix, alunos de grandes faculdades dos EUA s e most ram dependentes a estimulantes vendidos com receita médica, como o Adderall, que prometem ajudar no desempenho cognitivo. E se a

tecnologia for criada para um efeito s emel hante? E l as podem estar disponíveis de forma desigual, permitindo que apenas alunos mais ricos sejam bene ciados. E mesmo que estejam amplamente disp oníveis, educadores podem ter que considerar os limites éticos para uso desses aplicativos ou dispositivos em sala de aula. Por mais que s eja um exercício de futurologia, os responsáveis pelo estudo argumentam que à medida que o cenário de mudança ganhar fôlego, vão aparecer novos tipos de práticas, programas, estruturas e papéis dentro da educação. Entre eles, podem ser d e s t a c a d o s qu at ro, qu e guardam alguma similaridade com as competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e com o conceito de educação integral: Aprendizagem centrada no a luno, E cossistema de aprendizagem, Garantia de e ciência e Ampli cação de vozes. No entanto, para que os conceitos não quem apenas na teoria, a parte nal o estudo apresenta uma lista de programas que já colocam iniciativas em prática. O site traz ainda recursos para quem quiser se aprofundar nos temas.

Escolher a pro ssão conciliando gostos pessoais e mercado de trabalho, empreender e traçar o projeto de vida não são tarefas simples, principalmente quando faltam ferramentas para viabilizá-las. Pensando nisso, duas startups usam a tecnologia para criar instrumentos que ajudam jovens a construir novos horizontes. A Kuau é uma plataforma que oferece orientação pro ssional a alunos da rede pública a partir de vídeos de curta duração. Já por meio da I n i c i a t i v a s Empreendedoras, estudantes do curso de administração de Fundação Getúlio Vargas oferecem mentoria usando o WhatsApp. O acesso à Kuau (o nome vem da palavra “qual”) é gratuito, porém só pode ser feito depois que as secretarias de educação fecham parceria com a startup. Atualmente cerca de 1,2 milhão de alunos de ensino médio de mais de duas mil escolas públicas dos estados do Espírito Santo, Rondônia, Minas Gerais, Santa Catarina e

Pernambuco têm acesso ao aplicativo. Individualmente um estudante não consegue usar a plataforma. Ao s e c a d a s t r a r, u m chatbot (espécie de robô) i nt e l i g e nt e , o “ k o a l a”, interage com o usuário que precisa apontar três cursos de ensino superior que mais lhe agradam. A partir disso, o aluno tem acesso a um catálogo de vídeos com protagonistas reais que falam sobre a pro ssão sob t rê s d i fe re nt e s ót i c a s : estudante universitário, jovem pro ssional e um outro mais experiente. São 26 pro ssões catalogadas, com 24 vídeos disponíveis para cada uma delas. A cada vídeo assistido, o usuár io da plat afor ma precisa responder uma p e r g u n t a d e autoconhecimento que alimenta o “termômetro da a nidade”. À medida que “e s q u e n t a” p a r a u m a carreira, o aluno é

convidado a participar de atividades presenciais por instituições de ensino que estão cadastradas no portal e oferecem tais cursos. Ta m b é m é n e c e s s á r i o responder quiz e cumprir “metas diárias de inspiração”. O negócio, segundo o cofundador Gilber Ma cha d o, d e 4 2 ano s , formado em ciência da computação, já está sendo chamado de “Net ix das pro ssões”. “Nosso propósito é ajudar o jovem a escolher sua pro ssão e entender com profundidade o mundo do trabalho e as possibilidades de formação. O que a gente faz é universalizar o acesso ao serviço de orientação pro ssional. A escola se preocupa em formar o aluno, em fazê-lo ter boa nota no Enem, mas não se dedica a ajudá-lo a escolher o que vai fazer com essa nota”, diz Machado.


POLÍTICA 5

16 a 23 DE JANEIRO DE 2019

blog

Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista

Pacheco

do

FOTO: DIVULGAÇÃO

jorgepachecoindio@hotmail.com

“Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo”, Eça de Queirós FOTO: PAULO WHITAKER/REUTERS

Bolsonaro anuncia major Vitor Hugo líder do governo na Câmara Como sempre, Bolsonaro usou as redes sociais para fazer o anúncio do major que vai exercer o cargo a partir de fevereiro. Cabe ao líder articular com as bancadas aliadas votações de interesse

FOTO: ISTOÉ.COM

do governo O nome escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro como líder do governo na Câmara, o deputado eleito major Vítor Hugo (PSL-GO), nunca teve um mandato eletivo. Na entrevista que concedeu no Planalto foi bem honesto. “Fui levado ao cargo por escassez de veteranos na legenda, e Bolsonaro descartou nomear alguém de fora do PSL e os p oucos p arl ament ares experientes do partido não queriam ou não podiam assumir a função, pesou a meu favor”. O major Vítor Hugo é militar da reserva e tem uma vasta a experiência de quatro anos como consultor legislativo de Defesa Nacional e Segurança Pública. Aos 41 anos, o baiano entrou para o Exército aos 16, tem várias especializações na área militar e se formou em Direito pouco antes de passar no concurso para a Câmara. Em 2018, com orientação e suporte de Bolsonaro ele fez uma campanha modesta (gastou R$ 94,9 mil) e cou com a última das 17 vagas para a bancada de Goiás, com 31 mil votos.

Na coletiva o major foi questionado sobre o convite feito pelo presidente para assumir a liderança. Ele dissertou sobre as nuances das conversas preliminares. “Eu já vinha conversando com o presidente há algum tempo sobre de que maneira eu podia ajudar o governo mais de perto. O PSL tem 52 deputados eleitos [número que o partido espera aumentar], mas, dos deputados federais com mandato, nenhum teria condições ou interesse, nesse momento, em assumir a liderança do governo. A primeira coisa que se pensa é que seria bom se fosse alguém com experiência no Congresso, claro. Mas o Eduardo (PSL-SP) é o lho do presidente (grifo nosso), não seria o caso. Delegado Waldir (PSL-GO) tem interesse em ser líder do PSL. Luciano Bivar (PSL-PE) é o presidente do partido e o Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) é ministro do Turismo. Então, entre os parlamentares novos, quem tem alguma experiência no Congresso sou eu” (grifo nosso). Realmente. o presidente chegou a cogitar alguém fora do PSL para a função. Sempre foi uma possibilidade, a rmou o major, continuando, com ênfase e um certo ar de orgulho. “.... Quando a gente olha o passado, o Fernando Henrique Cardoso escolheu

alguém do PSDB. O Lula, durante quase todo o período dele foi alguém do PT. A Dilma era alguém do PT. Então é normal que se escolha alguém do próprio partido por questão de con ança. Nesse sentido a escolha de alguém novo, que não está vinculado a práticas anteriores [o chamado toma lá dá cá, segundo o deputado eleito] porque não viu, não participou, não é algo ruim. Talvez seja uma vantagem, até”. É o que eu tenho passado a todos vocês aqui neste meu BLOG. Tanto o presidente quanto todos os seus ministros, prestem atenção, eu disse todos, e são todos mesmo, a rmam que “neste governo não teremos ajustes”. Mas a todo momento temos ouvido que “dialogamos e ajustamos” como o exemplo acima proporcionado pelo major. São – toma lá dá cá sim – em outra plataforma de ajustes, mas que são, ah são! Ele continuou falando, com um ar de superioridade. “No PSL eu conversei com alguns parlamentares mais próximos. Todos com quem eu conversei foram muito simpáticos à ideia, me apoiaram, e inclusive nas interações com o presidente ao longo do tempo, reforçaram isso, o que ajudou o meu nome a ser construído na cabeça do presidente. Como a gente já vinha conversando, eu construí um plano que seria colocado em prática a partir do momento que ele me indicasse. E a partir desta terçafeira (15), eu vou começar a colocar esse plano em prática. Vou conversar com os ministros, vou conversar com os líderes dos partidos que já manifestaram apoio ao governo. Eu vou buscar conversar com todos os líderes. Inclusive os da oposição, se quiserem conversar, se me atenderem, para poder desde já estabelecer uma boa relação, independente de qual matriz ideológica ou política a gente se encontra”. O novo líder do governo a rmou também que con a que será possível aprovar medidas, como a reforma da Previdência, com menos di culdade do que se imagina. Então tá major, continência para o senhor e que realmente assim seja. Amém!

Jorge Pacheco


6 TECNOLOGIA

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Mais rápido do que LG apresenta televisão enrolável 4K uma bala Pesquisadores brasileiros desenvolvem veículo aéreo que se deslocará em velocidade hipersônica FOTO: LÉO RAMOS CHAVES

Modelo de laboratório do vant Se tudo correr como planejado, a Força Aérea Brasileira (FAB) realizará, dentro de dois anos, o ensaio em voo do primeiro motor aeronáutico hipersônico feito no País. O teste integra um projeto mais amplo cujo objetivo é dominar o ciclo de desenvolvimento de veículos hipersônicos, que voam, no mínimo, a cinco vezes a velocidade do som, ou Mach 5. Mach é uma unidade de medida de velocidade correspondente a cerca de 1.200 quilômetros por hora (km/h). O programa é coordenado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEAv), um dos centros de pesquisa do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial ( D C TA ) d a FA B , e m parceria com a empresa Orbital Engenharia, ambos de São José dos Campos (SP). Além do motor hip ersônico, o projeto

POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL

Propulsão Hipersônica 14X (PropHiper), iniciado em 2006, prevê a construção de u m ve í c u l o a é re o n ã o tripulado (vant), onde o m o t o r s e r á i n s t a l a d o. B at i z a d o d e 1 4 - X , e m homenagem ao 14-Bis, o vant empregará o conceito de waverider, no qual uma onda de choque gerada abaixo dele, em razão de sua alta velocidade, lhe fornece sustentação. É como se, durante o voo, o veículo “surfasse” na onda induzida por ele. “Ainda não há aeronaves hipersônicas em operação rotineira no mundo. Essa tecnologia simboliza o estado da arte mesmo para países como Estados Unidos, Rússia e China”, informa o coronel Lester de Abreu Faria, engenheiro eletrônico e diretor do IEAv. “ To d o s b u s c a m e s s e conhecimento e, apesar do longo tempo de d e s e nv o l v i m e nt o, n ã o estamos muito atrás dos

líderes mundiais”. De acordo com Israel Rêgo, gerente do projeto P r o p H i p e r, o m o t o r hipersônico em desenvolvimento no País, do tipo scramjet (supersonic combustion ramjet), também poderá ser empregado como segundo ou terceiro est ág io de propulsão de foguetes – esses veículos espaciais são dotados de vários estágios (ou motores), acionados sucessivamente ao longo do voo. No primeiro ensaio, previsto para 2020, o motor scramjet será instalado em um foguete de sondagem do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), unidade do D C TA volt a d a a o desenvolvimento de tecnologias para o setor aeroespacial. O projeto teve apoio da Fapesp. Matéria completa no site http://revistapesquisa.fapes p. br / 2 0 1 9 / 0 1 / 1 0 / mais rapido-do-que-uma-bala/

Empresa garantiu que novidade será lançada ainda em 2019 FOTO: EFE/MIKE NELSON

A LG anunciou na segundafeira (14), durante a feira CES 2019, em Las Vegas, que lançará neste ano uma televisão 4K OLED que pode ser enrolada quando desligada, uma forma de economizar espaço no cômodo onde for instalada. A LG Signature OLED TV R é uma versão melhorada e terminada do protótipo de televisão enrolável com a qual a empresa sul-coreana surpreendeu na edição do ano passado da feira. A tela de 65 polegadas é feita com material OLED de 4K, muito brilhante e de alto contraste, como outras que a empresa já colocou no mercado. A diferença é que ela é "montada" sobre uma caixa retangular de uma altura inferior a um terço do monitor. Essa caixa "esconde" a televisão quando desligada.

A tela se enrola e se encaixa nesta base, como se fosse uma persiana. O ap a re l h o t e m t rê s modos diferentes de exibição: vista completa, com a tela toda aberta, vista linear, na qual parte da tela segue enrolada e a outra mostra apenas os controles de música, relógio, informação tecnológica, e a vista fechada.

Além de suporte, a caixa também é um alto-falante, com sistema de som Dolby At mo s , qu e p e r m ite reprodução de áudio quando o televisor estiver enrolado. A LG Signature OLED TV R será lançada durante a segunda metade deste ano. A empresa não informou qual será o preço do aparelho.

Vem aí um colisor de partículas maior e mais poderoso Cientistas esperam que máquina possa revelar novas partículas subatômicas até 2050 A Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN, na sigla em inglês) divulgou que planeja montar um sucessor para o Grande Colisor de Hádrons (LHC). Trata-se do Future Circular Collider (FCC), quatro vezes mais longo e dez vezes mais potente, que teria o objetivo que caçar novas partículas subatômicas até 2050. Seu valor é estimado em 20 bilhões de libras esterlinas, o equivalente a R$ 95 bilhões. Críticos a rmaram que o

impacto na sociedade". Para construir o FCC, será necessário cavar um novo túnel sob o CERN. Em seguida, será preciso instalar um anel de 100 km que inicialmente colidiria elétrons com seus correspondentes positivos, FOTO: CERN os pósitrons. O segundo passo envolveria colidir prótons com elétrons. Ambos estágios preparariam o terreno para a etapa nal de colisão de prótons juntos, quase dez vezes mais do que o LHC. tecnologias com um amplo dinheiro poderia ser usado em outras áreas de pesquisa. Contudo, Fabiola Gianotti, diretora do CERN, descreveu a proposta como uma conquista. "Isso mostra o potencial de FCC melhorar nosso conhecimento da física fundamental e avançar


CIÊNCIA 7

16 a 23 DE JANEIRO DE 2019

Inteligência artificial confirma existência de "nova" espécie de hominídeo Por meio da inteligência arti cial, pesquisadores da Espanha identi caram no genoma de pessoas asiáticas a marca genética de uma nova espécie de hominídeo desconhecida, resultado do cruzamento entre neandertais e denisovanos, que se misturou com o homem moderno há milhares de anos. Já se sabia que denisovanos e neandertais, os parentes extintos mais próximos dos seres humanos atuais, acasalaram e se hibridizaram em algum momento da pré-história, segundo um osso encontrado no ano passado em Denisova (Sibéria). Agora, o trabalho dos cientistas espanhóis revela que a mistura foi generalizada e deu lugar a uma espécie híbrida que acasalou com o homem moderno. O estudo, publicado na revista esp e cia lizada 'Nature Communications", utilizou com sucesso, pela primeira vez, o 'deep learning', que consiste em algoritmos de aprendizagem automática, para explicar a história humana, o que abre as portas para a ampliação do uso desta tecnologia para responder a outras p erguntas em biologia genômica e evolução. Os pesquisadores identi caram no genoma de indivíduos asiáticos a marca d e st a n ov a e sp é c i e d e

FOTO: EFE/MORELL

hominídeos por meio da combinação de algoritmos do 'deep learning' e métodos estatísticos. A análise computacional do DNA humano atual indica que a espécie desaparecida era um híbrido de neandertais e denisovanos, que depois se misturou na Ásia com os humanos modernos que tinham saído da África. Participaram da pesquisa cientistas do Instituto de Biologia Evolutiva (IBEUPF), do Centro Nacional de Análise Genômica (CNAG-CRG) e do Centro de Regulação Genômica (CRG), to dos estes na Espanha; e também especialistas da Universidade de Tartu, na Estônia. Segundo explicou o

pesquisador do IBE-UPF de Barcelona, Jaume Bertranpetit, "há aproximadamente 80 mil anos aconteceu o conhecido 'Out of Africa' ('Saída da África', em tradução livre do inglês), quando uma parte da população humana que já era de humanos mo der nos deixou ess e continente e se estendeu para outros, dando lugar a todas as populações atuais". "A par tir de então, sabíamos que tinham acontecido cruzamentos de humanos modernos com neandertais em todos os continentes, menos na África, e com os denisovanos na Oceania e, seguramente, no sudeste da Ásia, mas a evidência de cruzamentos com uma terceira espécie extinta

ainda não tinha sido con rmada com certeza", a rmou Bertranpetit. Até agora, a existência desta terceira espécie era só uma teoria que explicaria a

origem de alguns fragmentos do genoma humano atual, mas, segundo o pesquisador do IBE-UPF, foi o uso do 'deep learning' que permitiu

passar do DNA para a demogra a das populações ancestrais. S e g u n d o Ó s c a r L a o, pesquisador do CRG, "o 'deep learning' é um algoritmo que imita a forma como funciona o sistema nervoso dos mamíferos, com diferentes neurônios arti ciais que se especializam e aprendem a detectar nos dados aqueles padrões que são importantes para realizar uma tarefa determinada". "Nós aproveitamos essa propriedade para fazer com que o algoritmo aprendesse a pre ve r a d e mo g r a a humana usando genomas obtidos através de centenas de milhares de simulações para percorrer um possível caminho da história da humanidade", explicou Lao.


8 SAÚDE

16 a 23 DE JANEIRO DE 2019

A cirurgia contra o câncer de colo de útero que não afeta a fertilidade

SUS oferecerá mais dois remédios para câncer de rim Pacientes com tumor avançado nos rins terão à disposição medicamentos mais eficazes e seguros do que os disponíveis atualmente na rede pública ILUSTRAÇÃO: ERIKA ONODERA /SAÚDE É VITAL

Desenvolvido no Brasil, procedimento impede que a radioterapia utilizada contra o câncer de colo uterino prejudique o sistema reprodutor feminino O cirurgião Glauco Baiocchi Neto, do A.C. Camargo Cancer Center, em São Paulo, foi o primeiro do mundo a realizar a transposição do útero em uma paciente de 33 anos com tumor na região genital. “Após realizarmos uma operação, a biópsia nos indicou a necessidade de realizar sessões de radioterapia, tratamento com grande e cácia, mas que tem o efeito colateral de esterilizar os ovários”, conta o médico. Ele resolveu, então, fazer antes um segundo procedimento, em que os órgãos reprodutores são c o l o c a d o s temporariamente acima do umbigo para, assim, livrálos da radiação. A estratégia,

que ganhou repercussão global, deu certo e a mulher e s t á l i v r e p a r a t e nt a r engravidar. A preocupação com a fertilidade após o diagnóstico de um tumor uterino está mesmo em alta: outra iniciativa, capitaneada pelo MD Anderson Cancer Center, nos Estados Unidos, quer avaliar um tipo de cirurgia mais conservador contra a doença. “A proposta é retirar apenas a massa cancerosa e manter intactas outras estruturas próximas, como um tecido broso chamado paramétrio”, diz o cirurgião André Lopes, do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), uma das 14 i nst itu i ç õ e s qu e e st ã o

participando da pesquisa. Dessa maneira, as chances de ser mãe no futuro a u m e n t a m consideravelmente. Claro que essa saída não serve para todo mundo. “Por mais que não existam restrições de idade, ela se limita aos tumores iniciais, com tamanho de até 2 centímetros, e sem e v idênci a de terem s e espalhado”, esclarece Lopes. Os resultados da experiência internacional d e v e m s e r pu b l i c a d o s durante o segundo semestre de 2019. Agora a ideia é testar a técnica em mais voluntárias em um futuro próximo.

O Sistema Único de Saúde (SUS) remendou um atraso histórico no tratamento a pacientes com câncer de rim avançado. Após anos recorrendo a uma estratégia pouco e ciente e para lá de tóxica, o serviço público agora terá à disposição uma dupla de medicamentos mais potente contra essa doença: o sunitinibe, da P zer, e o pazopanibe, da Novartis. A decisão foi considerada um marco pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), que fez o pedido de incorporação dos remédios citados. “Temos uma estimativa de mais de seis mil novos casos por ano de câncer de rim. Apesar de não ser um dos tumores mais prevalentes em nosso País, 40% da população têm diagnóstico em uma fase tardia da doença, na qual o único tratamento disponível é ine caz e já não é utilizado há mais de uma década em vários países”, a rma o médico Sérgio

Simon, presidente da SBOC, em nota à imprensa. Essa terapia obsoleta mencionada por Simon atende pelo nome de interferon-alfa. Segundo um estudo clássico publicado no periódico e New England Journal of Me d i c i n e , e l a s ó g e r a respostas objetivas em 6% dos casos de câncer renal avançado. Para ter ideia, a mesma p es quis a indic a que o sunitinibe traz benefícios consideráveis em 31% dos pacientes – ele é cinco vezes melhor nesse sentido. E não para por aí: enquanto o interferon controla o crescimento da enfermidade por mais ou menos cinco mes es, o sunitinibe garante 11 meses (mais que o dobro). “A i n c o r p o r a ç ã o re pre s e nt a u m g r and e avanço na sobrevida e na qualidade de vida dos pacientes com metástase [quando a doença se espalha para outros locais

do corpo], ao lembrar do per l mais seguro desses medicamentos”, diz André Fay, oncologista e membro da SBOC, também por meio de comunicado. Os dois fármacos recentemente liberados no SUS visam interromper a multiplicação das células cancerosas. Mas reforçamos que eles só entram em cena quando a doença já tiver se espalhado para outros órgãos. Em casos menos avançados, a cirurgia para retirada de parte do rim (ou mesmo dele inteiro) é uma opção de tratamento. A quimioterapia também surge como alternativa em determinadas situações. Mais recentemente, a chamada imunoterapia trouxe resultados bem interessantes – inclusive superiores ao sunitinibe. Essas opções, no entanto, estão restritas a alguns pacientes, são caríssimas e, por consequência, não chegaram à rede pública.

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Tel.: (27) 99753-3694 ILUSTRAÇÃO: LUCAS KAZAKEVICIUS/SAÚDE É VITAL

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BEM-ESTAR 9

16 a 23 DE JANEIRO DE 2019

A boa alimentação como aliada da voz REPRODUÇÃO INTERNET

Muito utilizada por diversos pro ssionais, a voz é um instrumento de trabalho que deve ser muito bem cuidada para que não ocorram prejuízos decorrentes do seu mau uso. Uma das formas de cuidar da voz é a manutenção de uma boa alimentação e hidratação. É importante salientar que alguns fatores são at a l h o s bi o l ó g i c o s à m á qualidade da saúde vocal, como tabagismo, etilismo e alergias. Além disso, hábitos como gritos e pigarros também devem ser evitados. Segundo Vanessa Sequeira e Cristiane Gonçalves (2016), do

Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), alimentos como maçã, frutas cítricas em geral, manga, mamão, pera, pêssego e goiaba auxiliam na saúde vocal por conter altas concentrações de pectina, que

promove a higienização da cavidade oral e melhoram a ressonância vocal. Em contrapartida, alimentos mu it o g ordu ro s o s c om o chocolate, derivados de leite, ovo, trigo, soja e frituras em geral devem ser evitados, pois

di cultam o trabalho de músculos importantes para a respiração, prejudicando a produção vocal. Além disso, alimentos que podem causar re uxo também devem ser e v it a d o s , p oi s i r r it am a mucosa faríngea, ocasionando o aparecimento de lesões próximas às pregas vocais. Como dito anteriormente, uma boa hidratação é essencial para favorecer a boa consistência da mucosa das pregas vocais, reduzindo os danos à voz. Mediante a isso, beber bastante água é manter um relacionamento amigável e duradouro com sua voz, além

de favorecer a manutenção da saúde como um todo. Referência: FONTES, V. S; OLIVEIRA, C. G. Alimentação como fator relevante à saúde vocal: alimentos que proporcionam efeitos benéficos e maléficos para a produção da voz. HU Revista. Juiz de Fora, v. 42, n.1, p. 19-25, jun. 2016. Camila de Castro Lumbreras Estudante de Fonoaudiologia Ufes - 4º período Igor Mapa Silva Estudante de Fonoaudiologia Ufes - 4º período

Fatores que envelhecem o cérebro O estado desse órgão não é necessariamente compatível com sua idade oficial. Alguns problemas podem torná-lo anos mais velho ILUSTRAÇÃO: KFILONOV/iSTOCK

cérebro de todos como identi car fatores capazes de acelerar o envelhecimento do órgão. Entre eles despontaram excesso de álcool e uso de maconha. “As pessoas devem maneirar no consumo se quiserem manter o cérebro saudável”, alerta o médico, que publicou os dados recentemente. Esquizofrenia, bipolaridade e TDAH também zeram a idade do cérebro subir. Para não sofrer falhas e danos

O psiquiatra americano David Amen se debruçou sobre 31.227 exames de imagens

cerebrais de pessoas entre nove meses e 105 anos de idade para inspecionar o uxo

sanguíneo dentro da cabeça de cada um. Assim, conseguiu de nir não só a idade real do

cognitivos mais cedo, Amen aconselha tratar essas condições o quanto antes.

Os grandes culpados pelo avançar da idade cerebral Esquizofrenia: envelhecimento de 4 anos TDAH: 1,4 ano Maconha: 2,8 anos Abuso de álcool: 0,6 ano Transtorno bipolar: 1,6 ano Ansiedade: 0,5 ano


10 COMPORTAMENTO

16 a 23 DE JANEIRO DE 2019 FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET

ANA LUCIA

Ana Lucia Bernardo Cordeiro

Professora

Mais amor, por favor! A cada dia que passa, me sinto mais angustiada. Vejo tanta covardia, tanta maldade, que me pergunto se o homem perdeu a noção do que é

o amor. Não me re ro a amor de casais e, sim, de amor ao próximo. Fico mal ao assistir o jornal ou ler alguma reportagem quando falam

de feminicídio, morte de morador de rua (sem motivos e mesmo que tivesse, nada justi ca tirar uma vida), estupros, assaltos com v ít i m a s qu e n e m re a g i r am , chacinas e por aí vai. Será que o homem esqueceu que devemos amar os nossos semelhantes, sermos solidários? Às vezes desisto de ler ou assistir a TV. Fico frustrada, triste. Temo por nossos lhos, familiares e amigos, até mesmo por quem não conheço e sei que está sofrendo com esse mundo louco. Gente, vamos ser mais tolerantes, humanos de verdade. Fazer o bem,

amar incondicionalmente. Doar o que será útil para alguém. Proteger nosso planeta, nossa gente. A nal,

somos todos iguais aos olhos de D e u s . Um g r a n d e a br a ç o. Namastê!! FOTOS: REPRODUÇÃO INTERNET

O desafio de transferir conhecimento Paraíba se destaca em pedidos de patentes, enquanto pesquisadores e setor produtivo discutem como licenciar tecnologia ILUSTRAÇÃO: REVISTA FAPESP

Um dos estados mais bem colocados nos indicadores do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) de 2018, a Paraíba registrou um aumento de 164% no número de patentes depositadas entre 2016 e 2017 – o maior crescimento relativo entre as unidades da federação. Ocupa a 7ª posição no ranking de depósitos de patentes, com um total de 177 pedidos em 2017, à frente de outros estados do Nordeste, como Ceará (169) e Pernambuco (153). Os destaques são a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), com 70 pedidos em 2017, e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com 66. A soma das duas instituições

paraibanas sup erou os depósitos feitos pelas universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e de São Paulo (USP) juntas. O avanço é resultado da criação, nos últimos 10 anos, de Núcle os de

Inovação Tecnológica nas universidades paraibanas, que ajudaram a ampli car a cultura de proteção à propriedade intelectual no estado. Apesar do aumento do depósito de patentes, ainda é rara a transferência

de conhecimento para a sociedade por meio do licenciamento de tecnologias para empresas. Ao ampliarem seus portfólios de inovações com propriedade intelectual protegida, as instituições

paraibanas enfrentam agora o desa o de aprofundar as relações com o setor produtivo. Inaugurada em 2013, a Agência UFPB de I n o v a ç ã o Te c n o l ó g i c a (Inova-UFPB) acumula 225 patentes depositadas no País que ainda não geram royalties para a u n i v e r s i d a d e . “Mu it a s pesquisas aplicadas são realizadas no âmbito acadêmico, sem parceria de empresas. Atribuímos isso à falta de interação com o setor produtivo, porque as tecnologias patenteadas podem agregar valor a produtos e processos”, avalia o químico Petrônio Filgueiras de Athayde Filho, diretor-presidente da Inova-UFPB. Ele salienta que o fato de a

Paraíba não ter um polo industrial forte di culta a transferência de tecnologia. E reconhece a importância de a universidade buscar parceiros, em vez de esperar que eles apareçam espontaneamente. “Começamos a apresentar nosso portfólio de patentes para empresas de outros estados”, conta Athayde. Outro alvo da Inova-UFPB é intensi car a incubação de empresas na universidade. “ Va m o s i n c e n t i v a r o aproveitamento das tecnologias por startups”. Recentemente, a agência lançou um edital de préincubação e a ambição é começar a licenciar patentes para empresas nascentes em 2019.


OLHAR DE UMA LENTE 11

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HAROLDO

CORDEIRO FILHO Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Haroldo Cordeiro Filho Jornalista DRT: 0003818/ES

Impunidade, o câncer que mata o Brasil Fabrício de Queiroz, movimentou 1,2 milhão de reais. Muito suspeito, não? FOTOS: REPRODUÇÃO INTERNET

A suspensão da investigação s o b r e a s m o v i m e nt a ç õ e s nanceiras de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro – PSL/RJ, a pedido do próprio p a r l a m e n t a r, c o l o c a o Ministério Público Federal (MPF) e o Conselho de C ont ro l e d e At i v i d a d e s Financeiras (Coaf) no caminho do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão coloca em questão a divulgação de investigações feitas pelos órgãos. Nos discursos de campanha não faltavam palavras como: transparência, governo anticorrupção, e combate ao escambo que é a política brasileira. Em vídeo, ao lado de seu lho Flávio Bolsonaro, o

atual presidente, se colocava contra o foro privilegiado: “Eu não quero essa porcaria de foro

privilegiado”. E agora José? Mas, para entender melhor o c as o, vamos aos fatos. A Operação Furna da Onça, um desmembramento da operação L ava Jato, investigava na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), práticas de

“mensalinho”, muito comum nas esferas legislativas. Nessa investigação, o Coaf d e t e c t ou m ov i m e nt a ç õ e s suspeitas em 22 casos e um deles, o gabinete do então deputado estadual, Flávio B olsonaro, em que seu motorista, Fabrício de Queiroz, movimentou 1,2 milhão de reais. Muito suspeito, não? Além de Fabrício, sua esposa e

suas duas lhas, tamb ém gozavam de benesses parlamentares. Uma delas, Natália Queiroz, enquanto esteve na Alerj, chegou a repassar 90% dos salários para seu pai, o PM Fabrício de Queiroz. Seria fantasma ou

laranja? Depois de trabalhar por cinco anos com Flávio, passou a a s s e s s o r a r Ja i r Bolsonaro, quando era deputado federal, com s a lár io de R$10.088,42, pagos pelo gabinete e encontrava tempo para atuar como personal trainer. Mas a nal, porque o pedido de paralização dessas investigações, feito pelo senador Flávio Bolsonaro, à suprema corte do País, uma vez que ele não era investigado? Por que estaria alegando o foro privilegiado, o que o senador teme?

Queremos respostas, doa quem doer... não foi uma das bandeiras de campanha do clã Bolsonaro, o combate a essa prática e que o povo acreditou? Estamos de olho e aguardando o desenrolar do novelo.


12 GERAL

16 a 23 DE JANEIRO DE 2019

Projetos para abastecimento de água terão R$ 25 bilhões

Castanha do povo indígena Rikbaktsa recebe selo de em investimentos certificação Recursos serão destinados a 114 ações do Plano Nacional de Segurança Hídrica FOTO: ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL

Para assegurar e reforçar o abastecimento de água em todo o País, o Ministério d o D e s e nv o l v i m e n t o Regional vai investir R$ 25 bilhões em 114 projetos com o intuito de assegurar o acesso ao recurso hídrico. As obras integram o P l a n o Na c i o n a l d e Segurança Hídrica (PNSH). Os repasses serão destinados, sobretudo, a obras estruturais e estratégicas. Para tanto, unidades como barragens,

adutoras, canais e eixos de abastecimento serão m ap e a d o s . A i d e i a é produzir um diagnóstico da situação atual de abastecimento e priorizar a conclusão das obras já iniciadas. Entre as ações prioritárias da pasta para g a r a nt i r a s e g u r a n ç a hídrica está a conclusão das obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco. O Eixo Norte do projeto deve ser entregue ainda no

primeiro semestre deste ano. O Eixo Leste já foi entregue e abastece mais de um milhão de pessoas na Pa r a í b a e e m Pernambuco. Outra medida é utilizar tecnologia para que a água do mar seja uma opção viável para consumo. Atualmente, o ministério estuda implantar a dessalinização em cidades litorâneas para evitar que essas regiões precisem recorrer a reservatórios mais distantes. O Ministério do Desenvolvimento Regional também desenvolve outros programas como o Água para Todos, o Água Doce e a Operação Carro-Pipa.

Medida assegura qualidade e procedência do alimento, aumentando o valor agregado ao produto FOTO: JOSÉ MEDEIROS/PACTO DAS ÁGUAS

A castanha do Brasil produzida pelo povo R i kb a kt s a d o Mat o Grosso recebeu o Selo Nacional da Agricultura Familiar Indígena (Senaf Indígena), emitido pela Secretaria A Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead). Com a autenticação, aumenta o valor agregado do produto, bene ciando a comunidade indígena. Após a certi cação, os

consumidores têm a certeza de comprar um produto de qualidade e de origem reconhecida. Para fazer com que a castanha deixe a aldeia e c h e g u e a o s compradores, a Fundação Nacional do Índio (Funai) é responsável pela logística de transporte da mercadoria. A ideia é e v i t a r q u e atravessadores di cultem o comércio. E st i mat iv a d a S e a d

aponta para um aumento de 30% no preço da castanha com a certi cação. Parte dos recursos arrecadados com a venda é revertida em benefício da comunidade, que já faz planos para o futuro da produção. Os Rikbaktsa pretendem construir ainda um barracão para estocar as castanhas e construir uma pequena indústria.


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