Jornal Fatos & Notícias Ed. 286

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ANO IX - Nº 286 16 a 23 DE FEVEREIRO/2019 SERRA/ES

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita

DIVULGAÇÃO

Escolas públicas transformadoras Série on-line apresenta escolas brasileiras com proposta pedagógica inovadora, transformadora e de impacto com seus alunos e comunidade Pág. 4

REPRODUÇÃO INTERNET

O sorvete que ajuda na luta contra o câncer Pág. 8 GEOGRAPHIC FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL

FOTO: ART JAZZ/GETTY IMAGES

Um mundo na periferia do Sistema Solar Pág. 7

Governo libera registro de mais de um agrotóxico por dia

Tai chi chuan e ioga evitam um segundo AVC Pág. 9

FRANK GAGLIONE/GETTY IMAGES

Em pouco mais de 42 dias, desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou a autorização de 57 novos produtos elaborados com agrotóxicos Pág. 2

ANA LUCIA

JORGE PACHECO

LUZIMARA FERNANDES

8 Incêndio no alojamento

8 Jair Bolsonaro recua mais uma

8 A história de superação da vice-governadora do Espírito Santo Pág. 12

do Flamengo interrompeu sonhos e destruiu vidas Pág. 10

vez e decide manter Bebianno na sua equipe de governo Pág. 5

HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 Os “jeitinhos”, práticas utilizadas em gestões passadas, precisam ser dizimados do atual cenário político do País Pág. 11

Nova esperança para quem sofre com Alzheimer e depressão Pág. 8


2 MEIO AMBIENTE

16 a 23 DE FEVEREIRO DE 2019

A nova jornada das Governo libera registro de mais de um tartaruguinhas Rebio Trombetas celebra a soltura e os novos desafios de cinco mil filhotes de tartarugas-da-amazônia

agrotóxico por dia

FOTO: PXHERE

FOTO: RAMILA RODRIGUES

Floresta nativa da Mata Atlântica Assim que saem dos baldes nas mãos pequeninas das crianças, os lhotes de tartarugas-da-amazônia (Po dcnemis exp ans a) percorrem avidamente o caminho entre a praia e o Rio Trombetas. Naquela manhã de sábado, foi a primeira vez que 5.050 lhotes nadaram no rio que se encontra entre a Reserva Biológica (Rebio) de Tromb etas e a Floresta Nacional (Flona) de SaracáTaquera, duas unidades geridas pelo ICMBio. A Rebio é uma das áreas de referência de desova de tartarugas-da-amazônia, este foi um dos propósitos da criação da unidade de conservação (UC) federal. D e s d e 1 9 8 1 , e x iste u m projeto para conservação da espécie, o Projeto Quelônios da Amazônia, executado pelos órgãos gestores da UC, onde estima-se que cinco milhões de lhotes já foram soltos na natureza. Hoje, a inciativa se chama Projeto Quelônios do Rio Trombetas (PQT), já que visa a preservação de outros quelônios além da tartarugada-amazônia, como o tracajá (Podocnemis uni lis) e o pitiú ou iaçá (Podocnemis sextuberculata). O Projeto é desenvolvido pelo ICMBio com parceiros como a Mineração Rio do Norte ( M R N ) , o In s t i t u t o d e Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e

as comunidades quilombolas presentes nas duas UCs. O PQT é uma iniciativa ampla e abrange ações de manejo para a conser vação, monitoramento, proteção, pesquisa e educação ambiental. Neste ano, foram soltos 27.862 lhotes de tartarugasda-amazônia, provenientes de 552 ninhos. “Procuramos espaçar a soltura dos lhotes para não proporcionar um 'banquete' aos predadores e assim aumentar as chances d e s obre v ivê n c i a d e st a e s p é c i e ”, e x p l i c a a coordenadora do Projeto Quelônios do Rio Trombetas e analista ambiental do ICMBio, Carolina Moura. Petrycia Aléxia trouxe o pequeno Felipe, de 4 anos, para participar da soltura das tartarugas. “Ele sempre conviveu com animais, mas nunca viu uma tartaruga. Eu queria que ele conhecesse mais e começasse a ver as coisas maravilhosas que temos na nossa terra. Com o tempo, ele pode não ver mais isso, pois a tartaruga está em r i s c o d e e x t i n ç ã o”, d i z Petrycia. Quem é mais antigo narra histórias de cardumes (como são chamados os grupos de tartarugas) enormes, 8 a 10 m i l fê me a s d e s ov and o. “Eram tantas tartarugas que elas batiam no casco do barco. Quando chegava a

época de pôr ovos, essas praias cavam lotadas”, lembra José Martins, também conhecido como Seu Boroca. Por causa da abundância houve uma cultura de consumir tartarugas. “Essa é uma espécie onde fêmeas podem pesar 50 quilos e medir até um metro. Por ser uma grande fonte de proteína, elas são muito visadas na região”, conta a coordenadora do IPÊ, Virgínia Bernardes. “Em restaurantes de alto padrão em Santarém, uma tartarugada pode custar cerca de mil reais. Sem dúvidas, é uma iguaria que s i m b o l i z a s t a t u s ”, complementa Virgínia. Hoje, a tartaruga-da-amazônia é considerada localmente ameaçada de extinção. Manoel Santos é agente a m b i e nt a l d o I C M B i o. Proveniente da comunidade quilombola da Tapagem, ele conta que já foi um dos que consumiu tartaruga. “Eu já f u i u m c on s u m i d or d e quelônio e sei que ainda existe um grupo minoritário que vive da predação. Esses milhares de lhotes que soltamos hoje foram conseguidos com muita luta. Eu sei que é difícil recuperar ao que era há quarenta anos, mas a gente precisa pelo menos reequilibrar”, resume.

Em pouco mais de 42 dias, desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou a autorização de 57 novos produtos elaborados com agrotóxicos. Em média, mais de um por dia. As últimas aprovaçõ es foram divulgadas na edição de segunda-feira (11), do Diário O cial da União. São 19 produtos, dos quais 12 foram classi cados como extremamente tóxicos – maior grau toxicológico possível. Todos os ingredientes dos novos produtos já eram comercializados no Brasil. A novidade é que eles passam a ser autorizados para uso em novas culturas, para fabricação por novas empresas ou para serem associados em combinações com outros químicos. Com isso, o Brasil chega a 2.123 produtos elaborados com agrotóxicos em circulação. Entre os pesticidas com novos registros aprovados nesta semana está o Man c oz e b e, u s a d o e m culturas como arroz, banana, feijão, milho e tomate. Além do Piriproxifem, indicado para café, melancia, soja e melão.

Mesmo classi cados como extremamente tóxicos e com uso indicado para produtos que fazem parte da dieta de quase todo brasileiro, os pesticidas são de uso seguro, segundo o Ministério da Agricultura. Porém, outros países não enxergam os produtos do mesmo modo que o Governo Federal. Entre os tóxicos estão o Imazetapir e o Hexazinona, que tiveram a comercialização re prov a d a n a Un i ã o Europeia por serem considerados muito tóxicos. O primeiro deles é um herbicida usado em culturas como a da soja, que teve o re g i s t ro n e g a d o p e l o s europeus em 2004. O segundo é um herbicida utilizado em plantações de cana-de-açúcar, rejeitado na Europa em 2002. Ambos são venenos aplicados por pulverização aérea, prática em que o tossanitário é lançado por pequenos aviões, atingindo mais rápido grandes plantações, mas podendo também contaminar regiões próximas à lavoura. Dos 19 tóxicos aprovados, nenhum é inédito. Porém, agora eles passam a ser produzidos por mais empresas, ou em novas

culturas. Entre eles está o Glifosato, que teve três novos registros aprovados. Dois deles pela empresa Monsanto, que descobriu e desenvolveu o produto, colocando-o à venda pela primeira vez em 1974 nos Estados Unidos. O pesticida é um ácido, mas é aplicado nas lavouras na forma de sal, como isopropilamina, amônio ou potássio. Os novos registros concedidos à Monsanto são para comercialização do veneno em forma de sal de Diamônio. Eles chegaram às lojas com os nomes Roundup Original Mais e Decisive, e com a classi cação “Altamente Tóxico”. O que difere os produtos será a quantidade necessária para aplicação. Segundo a assessoria de imprensa da Monsanto, os novos produtos podem ser usados em menor quantidade, uma redução de cerca de 30%. Além deles, a Agroimport do Brasil também conseguiu autorização para vender nova combinação de Glifosato em forma de sal de isopropilamina. O produto é mais agressivo toxicologicamente, classi cado como Extremamente Tóxico.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3070-2951 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES CNPJ: 18.129.008/0001-18 Filiado ao Sindijores

"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília

Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores


CULTURA 3

16 a 23 DE FEVEREIRO DE 2019

Peixes sentem Parceria deve render R$ 11,9 milhões para dor? FOTO: REPRODUÇÃO

a cultura Espírito Santo

FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET

A sabedoria popular diz que animais como peixes são incapazes de sentir dor. No entanto, diversos estudos c i e nt í f i c o s q u e f o r a m conduzidos ao longo dos últimos anos indicam o c ont r ár i o. Vi c tór i a Braithwaite, bióloga da Universidade Estadual da Pensilvânia, encontrou evidências substanciais de que, assim como mamíferos e pássaros, esses animais têm consciência sobre as dores que sentem. “ Pe i x e s s e n t e m d o r. Provavelmente, ela é diferente da que os humanos s entem, mas a i n d a a s s i m , e x i s t e”, explicou a pesquisadora em uma entrevista ao programa BBC Newsnight. Em termos anatômicos, eles têm neurônios conhecidos como nociceptores, que detectam perigos em potencial, como altas te mp e r atu r a s , pre ss ã o intensa e produtos químicos, por exemplo. Além disso, os animais produzem os mesmos opioides – considerados os analgésicos naturais do corpo – e apresentam a mesma atividade cerebral que os mamíferos quando são submetidos a situações que provocam dor. Os peixes também se comportam de maneiras que indicam que eles s entem dor. Para comprovar isso, p e s q u i s a s costumam usar trutas arco-íris, p ois elas normalmente e v it a m o bj e t o s desconhecidos

para não correr riscos. Em um estudo, pesquisadores lançaram blocos de Lego em tanques com trutas arco-íris. Quando os cientistas injetaram ácido acético nos peixes, eles não apresentaram resistência às peças por conta da dor causada pela injeção. Por outro lado, quando os pesquisadores injetaram ácido cáustico e morfina nas trutas arco-íris, elas mantiveram a cautela pela qual são conhecidas e tentaram ficar longe dos blocos de Lego. Como qualquer analgésico, a morfina entorpece a experiência da dor, mas não ataca a fonte. Basicamente, isso indica que o comportamento dos peixes arco-íris refletia o estado mental deles. Se os animais tivessem respondido apenas fisiologicamente à presença do ácido cáustico e não experimentassem dor de verdade, a morfina não teria feito qualquer diferença para eles. Em outra pesquisa, trutas arco-íris que receberam injeções de ácido acét ico na b o c a começaram a respirar mais rapidamente, se contorceram no fundo do tanque e esfregaram seus lábios nas superfícies que encontraram. Em contraste, peixes que receberam injeções com

uma solução salina simples não apresentaram comportamento estranho e, inclusive, conseguiram se alimentar sem problemas. O professor Brin Key, da Universidade de Queensland, é o maior crítico da ideia de que os p e i x e s s e nt e m d o r d e maneira consciente. Inclusive, ele publicou um artigo sobre o assunto e recebeu mais de 40 respostas. Outro crítico é James D. Rose, professor da Universidade de Wyoming e pescador nas horas vagas – o que, de certa forma, compromete a sua credibilidade para tratar desse assunto perante a comunidade científica. Os argumentos centrais dos dois pesquisadores é que os estudos conduzidos sobre a dor em peixes são mal planejados e que esses animais não têm cérebros suficientemente complexos para experimentar a dor. As críticas sobre as falhas metodológicas têm alguma validade. Diversos estudos não distinguem respostas reflexivas a lesões e prováveis experiências de dor de maneira adequada, por exemplo. Porém, a noção de que os p e i xe s n ã o t ê m complexidade cerebral para sentir dor é ultrapassada. Hoje, os cientistas concordam que a maioria dos vertebrados têm consciência e, portanto, um córtex avançado não é um prérequisito.

FOTOS: REPRODUÇÃO

Megacurioso

A Secretaria de Estado da Cultura (Secult) trabalha para garantir os recursos destinados para os editais de audiovisual provenientes da parceria entre Secult e o Fundo S etor i a l do Au d i ov i s u a l / A n c i n e (FSA). O secretário de Estado da Cultura, Fabrício Noronha, informou que a equipe da Secult faz os últimos acertos para uma visita técnica à Ancine, no Rio de Janeiro. A informação veio a público durante a 112ª reunião Ordinár ia do C onselho Estadual de Cultura (CEC, em Vitória. A p a r c e r i a d e investimento entre o FSA e o Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo – Funcultura totaliza um r e c u r s o d e R $

11.954.250.00 e, finalizados os trâmites legais, os editais serão abertos para seleção de projetos de acordo com o regulamento que s erá publicado no site da Secult. O secretário afirmou estar empenhado para consolidar a cooperação entre os órgãos. “Queremos conversar com os técnicos da Ancine para adiantar a aprovação das minutas dos editais e deixar claro que estamos interessados em manter o termo de cooperação para o ano de 2019”, defende. A responsável pela conversa com a Ancine será a gerente do Funcultura, Catarina Linhales. A gerente explicou que o p r o c e s s o d e coinvestimentos da parceria entre Ancine e

Secult segue as normas e os prazos da chamada pública. “Os membros da Câmara de Audiovisual do CEC decidiram em reunião que a Secult participaria da chamada pública do FSA, que foi lançada apenas no mês de agosto. Em setembro foi assinado o termo de complementação e os 14 editais foram enviados para análise da Ancine. Após a aprovação dos editais com os recursos do FSA, foram solicitadas alterações nas minutas dos E d it a i s c om re c u r s o s exclusivos do Funcultura. Ao mesmo temp o, a minuta do Edital está em análise pela ProcuradoriaGeral do Estado (PGE)”, declarou Catarina Linhales.

Os editais S erão contempladas 14 áreas da produção cultural no Espírito Santo: Curta de Animação; Curta em Ficção; CurtaDocumentário, Cineclubismo, Desenvolvimento de Projetos de Audiovisual, Setorial Diversi cado,

Finalização, LongaDocumentário, LongaM e t r a g e m d e Ficção/Animação, série documental para TV, Série Ficção/Animação para TV, Projetos para TV, Núcleo Criativo de P roj e t o s e Comercialização) que serão divididos em 7

áreas (Produção, Desenvolvimento de Proj etos, Cr i aç ão e Manutenção de Cineclubes, Finalização d e o b r a s cinematográ cas, Comercialização, Projeto para T V e Longa-metragem para Cinema).


4 EDUCAÇÃO

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Escolas públicas De olho no cérebro transformadoras infantil são destaques de série on-line

Instituto dos EUA alerta que exposição excessiva em telas, como de celular e TV, modifica o cérebro das crianças FOTO: SHUTTERSTOCK

Sementes da Educação é uma série documental gratuita sobre instituições de ensino públicas no Brasil que, além de inovarem, fazem a diferença para a sociedade FOTO: DIVULGAÇÃO OZ PRODUTORA

vulnerabilidade social. Criado pela prefeitura, além das aulas, há a t i v i d a d e s extracurriculares abertas para a comunidade em que adultos e idosos também participam. A Escola Janela é uma instituição de ensino comunitária e também faz p ar te d a s ér ie. Localizada em Cavalcante, Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros, é um dos destaques devido à sua atitude de repensar o papel social da educação. Seu surgimento ocorreu

por meio da iniciativa de pais e educadores que decidem tudo em conjunto. A série conta com depoimentos dos especialistas Celso dos Santos Vasconcellos, doutor em Educação pela USP, Caio Dib, jornalista e fundador d o s ite C ai nd o no Brasil, e Rosely Sayão, psicóloga especialista em temas sobre educação de crianças e adolescentes. Para assistir clique no link: https://www.videocam p.com/pt/playlists/sem entes-da-educacao.

imagens mostraram que os pequenos que passavam mais de sete horas por dia em frente a uma tela tinham re dução prematura do córtex cerebral, uma das principais regiões do Sistema Nervoso Central, responsável por processar informações. Vale ressaltar que todos esses equipamentos tecnológicos estimulam no corpo de quem os usa a dopamina, conhecida como

um dos hormônios do prazer. Sob o mesmo ponto de vista, o NIH também descobriu que crianças que passam mais de duas horas em frente às telas não se saem bem em testes de linguagens e raciocínio. Contudo, os pesquisadores alertam que o estudo está em fase de conclusão e que ai n d a n ã o s ab e m s e a redução do córtex é algo negativo.

Foto Antiga do ES

FOTO: CAPIXABA DA GEMA

O s i t e Vi d e o c a mp acaba de disponibilizar de forma gratuita a s é r i e S e m e nt e s d a Educação que, em cada episódio — são 13 — apresenta uma escola brasileira com proposta pedagógica i n o v a d o r a , transformadora e de i mp a c t o c o m s e u s alunos e comunidade. No primeiro episódio, o destaque é o Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos – Cieja Campo Limpo, que ca no Capão Redondo, São Paulo, região marcada pela alta

Um estudo do Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) nortea m e r i c a n o, d i v u l g a d o recentemente, aponta que crianças com exposição excessiva a telas de TV, smartphones e computador têm o cérebro afetado precocemente. Em síntese, cerca de 4.500 meninas e meninos de 9 e 10 anos tiveram os cérebros examinados com ressonância magnética. As

Guarapari, década de 70


POLÍTICA 5

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Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com

Pacheco

Jorge

Analista Político

FOTO: DIVULGAÇÃO

"Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porqur um dos dois é burro", Mário Quintana FOTO: PAULO WHITAKER/REUTERS

Bebianno é mantido por Bolsonaro Pois é, Amigos! Hoje, sexta-feira, 15,

pela manhã, eu e o Brasil todo tínhamos quase certeza que o presidente decidiria “detonar” o ministro Secretário-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, devido a inúmeras atitudes perniciosas ao governo no cargo. Mas, o presidente recuou. Depois que ele e o lho chamaram publicamente o ministro de mentiroso, Bolsonaro atendeu apelos veementes de políticos. É a “negociação”, não tem jeito acontece mesmo!

Bolsonaro, começam a pegar fogo dentro do próprio PSL, partido dele. O deputado federal Alexandre Frota (SP) admitiu que gostaria de ver Fabrício

pornôs que o próprio Alexandre protagonizou "parecem sessão da tarde". Como se sabe, o parlamentar começou a vida pública como ator de novelas da TV Globo e, tempos depois, da indústria pornográ ca. Em trecho do discurso, ele cita o líder do Psol, Ivan Valente (SP), atribuindolhe um apelido: o 'vovô Smurf ' da política do Psol “ontem vira para mim e fala assim, deputado Sargento Fahur [PSD-PR]: 'Ator pornô!' Eu não sabia

Queiroz na prisão. Frota, que desponta como um dos principais "soldados" da tropa de choque do presidente Jair Bolsonaro, foi à tribuna da Câmara nesta quinta-feira (14) dizer que, pelo que ele tem visto nas

PSL abre guerra contra o clã Bolsonaro e Alexandre Frota pede Queiroz preso Os escândalos envolvendo, direta ou indiretamente, o presidente Jair

chegou. Na próxima semana o Espírito Santo abre a festa no País com des les de Escolas de Samba, blocos e tudo o mais. E no Carnaval de Vitória teremos o GRES Piedade levando gato preto e outros gatos para ter sorte na avenida. Com o enredo, 'Felis Catus – Sagrados e Mal Ditos', a escola vai para o Sambão com 20 alas, quatro carros alegóricos, um tripé e 1.800 componentes. A sorte será lançada na avenida e, para não correr risco de não ter esse fator a

intervenções da oposição, os

lmes

FOTOS: REPRODUÇÃO INTERNET

que ele era meu fã. Mas a verdadeira pornogra a está lá do outro lado. Vendo o Psol falar, os meus lmes parecem sessão da tarde. E vou falar que laranja podre, no PSL, será esmagada”, ironizou o deputado.

Abre-alas O momento é de nos voltarmos para a alegria de viver. É que o carnaval de 2019

favor, a Piedade vai levar muitos gatos para a avenida. O enredo vai contar a história desse emblemático animal. Uma curiosidade sobre a escolha do enredo da Piedade: o carnavalesco “falou gato, gato preto. Pensei que não ia dar enredo não, pelo amor de Deus! Ele começou a contar a história e vimos que era legal”, falou o presidente Valdeir Lopes de Sá. O carnavalesco Paulo Balbino teve a ideia depois que a lha dele adotou um gatinho. Ele se apaixonou e assim começou a pesquisa. “O gato tem essa coisa de energia, eu comecei a pesquisar e quei apaixonado. Acho que todo mundo vai gostar do enredo, porque é muito misterioso, lúdico" , disse. Com a chegada do grande dia, as costureiras trabalham o dia todo. O trabalho é cansativo e minucioso. Para se ter uma ideia, a escola vai usar 300 metros de um tecido com paetês e cortar em tiras nas de um centímetro. Uma só fantasia vai usar 60 mil tiras.

Jorge Pacheco


6 TECNOLOGIA

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O avanço da impressão 3D

Cientistas criam laser que emite a luz mais pura do mundo FOTO: REPRODUÇÃO/FOTOLIA

Aplicações na área da saúde e na indústria impulsionam crescimento de 25% ao ano dessa técnica de manufatura aditiva

Impressora 3D com biotinta de células-tronco, fabrica implante para coluna vertebral

Próteses médicas e dentárias personalizadas, peças automotivas e aeroespaciais complexas, moldes e bens de consumo customizados ou de baixo volume, como unidades de reposição para equipamentos fora de linha. São cada vez mais amplas as aplicações da manufatura aditiva, também conhecida como impressão tridimensional (3D), tecnologia desenvolvida nos anos 1980 com o objetivo de produzir protótipos tridimensionais de produtos de uma forma rápida. Dados da consultoria nortea m e r i c a n a Wo h l e r s Associates revelam que entre 2013 e 2017 a receita financeira gerada por meio de manufatura aditiva apresentou um crescimento anual de 25%, totalizando US$ 7,3 bilhões em 2017. Nos próximos anos, avalia a consultoria, o ritmo de expansão desse sistema produtivo, destinado a

a l g u ns s e g m e nt o s d e mercado, irá se acelerar ai n d a m ai s , d e v e n d o prop orcionar US$ 20 bilhões em negócios em 2021. Eduardo Zancul, professor de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), explica que a manufatura aditiva se caracteriza pelo emprego de equipamentos – as chamadas impressoras 3D – capazes de fabricar objetos por meio da adição de material, camada por camada, a partir de um modelo digital tridimensional, usualmente obtido por meio do emprego de um sistema de desenho assistido por computador (CAD, do termo em inglês computer aided design). O conceito é o oposto da produção por métodos t r a d i c i on ai s , c om o a usinagem, em que a peça é fabricada a par tir da remoção de material, metálico ou não, pela ação

de máquinas-ferramentas como tornos e fresadoras. “Há economia de insumos e redução de resíduos, uma vez que a matériaprima é depositada conforme a necessidade definida no modelo programado”, afirma o pesquisador, destacando que existem hoje várias tecnologias de impressão 3D. Um a d a s pr i nc ip ai s vantagens da manufatura por adição de material é que ela dá mais liberdade aos projetistas, que não precisam desenvolver peças conforme as limitações de movimento de máquinas-ferramentas, empregadas nos processos convencionais de usinagem. Além disso, a A tecnologia viabiliza a produção de peças com geometria complexa e também ocas, portanto mais leves, e, ainda, a consolidação de componentes em uma peça única.

Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) construiu o laser que emite a luz "mais pura do mundo". O novo laser portátil pode bene ciar uma série de aplicações cientí cas, como a melhoria dos relógios de GPS e a aplicação na computação quântica. Dispositivos de laser de bra óptica são medidos em hertz, e normalmente variam entre 1.000 e 10.000 Hz. Essa variação é chamada de "wiggle linewidth" e acontece porque mudanças de temperatura e outros fatores ambientais fazem os comprimentos das ondas oscilarem. "Hoje, os lasers de cavidade de e x p a n s ã o u lt r a b a i x a (ULE) exibem a largura de linha mais estreita e o mais alto desempenho, mas são volumosos e muito sensíveis ao ruído ambiental", explica William Loh, um dos

POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL

autores do estudo. "Nosso objetivo é substituir esse tipo de dispositivo por um que seja portátil e não sensível a ruídos ambientais". Esse novo dispositivo foi projetado a m de ser portátil o su ciente para uso no espaço, produzindo um feixe de luz laser mais estável do que qualquer outro já criado. Os cientistas usaram dois metros de bras ópticas, já conhecidas por serem mais compactas e robustas, e então combinaram as vantagens da bra com um efeito conhecido como espalhamento de Brillouin, uma espécie de efeito óptico não linear, para obter um laser com uma espessura de apenas 20 hertz. Para efeito de comparação, las ers semicondutores de prateleira normalmente têm uma largura de cerca de um milhão de hertz. Além da sua aplicação

para a melhoria de sistemas de GPS, o dispositivo pode ser útil para interferômetros como os usados pelo Observatório de Ondas Gravitacionais com Interferômetro a Laser (LIGO), a m de identi car ondas gravitacionais oriundas da colisão de buracos negros ou colapso de estrelas. Os lasers ultraextensíveis são necessários para essa aplicação porque o ruído do laser pode impedir a detecção de perturbações muito pequenas de uma onda gravitacional. De qualquer modo, os pesquisadores explicam que, apesar dos avanços, atualmente o novo laser é um sistema de bancada adequado para uso em laboratório. Eles seguem trabalhando para criar uma versão portátil que seja tão pequena quanto um smartphone.


CIÊNCIA 7

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Um mundo na periferia do Sistema Solar Astrônomos reúnem mais evidências de que haveria outro planeta depois de Netuno FOTO: PBS LEARNING MEDIA|IAA-CSIC/UHU

No dia 1º de janeiro de 2019, as equipes de plantão da Nasa, a agência espacial norte-americana, festejaram a chegada não apenas do ano novo, mas também de algo que aguardavam com apreensão: as primeiras imagens do asteroide 2014 MU69, também chamado de Ultima ule, um corpo celestial com 33 quilômetros (km) de comprimento, 16 km de largura e duas esferas que lhe dão um formato aproximado de um amendoim. O Ultima ule, que em latim signi ca o lugar mais distante do mundo conhecido, encontra-se a 6,5 bilhões de km da Terra e um bilhão de km além de Plutão, hoje rebaixado à condição de planeta anão, categoria que abrange os corpos menores que os planetas e têm luas com massa de valor muito próximo. O b j e t o m a i s d i s t a nt e sobrevoado por uma sonda,

a New Horizons, que saiu da Terra em janeiro de 2006, o Ultima ule orbita uma região escura, gelada e tão afastada que as imagens demoram 10 horas para chegar à Terra. Conhecida como cinturão de Kuiper, essa zona periférica é formada por milhares de asteroides e planetas anões, remanescentes da época de formação do Sistema Solar, há 4,6 bilhões de anos. Para além do cinturão, segundo alguns astrofísicos, deve estar o intrigante – e ainda hipotético – Planeta Nove, que não poderia ser obs er vado p elos atu ais telescópios por re etir muito pouca luz do Sol. Ele é assim chamado porque seria o nono planeta do Sistema Solar, candidato ao lugar que Plutão ostentou até 2006. Por enquanto, sua existência pode ser delineada apenas por evidências indiretas: as órbitas alinhadas de cerca de

u m a d e z e n a d o s aproximadamente 3 mil integrantes rochosos já identi cados do cinturão de Kuiper, chamados de objetos transnetunianos (TNOs). Constituídos pelo mesmo material que formou a Terra e os outros planetas do Sistema Solar, esses blocos de rocha e gelo podem demorar até 4 mil anos para completar a volta ao redor do Sol. “A m e l h o r f o r m a d e explicar as órbitas alinhadas dos TNOs é a perturbação gravitacional causada por um planeta distante”, diz o astrônomo Rodney Gomes, p e s q u i s a d o r d o O b s e r v atór i o Na c i on a l (ON), do Rio de Janeiro. Ele participa desde 2003 do esforço internacional de busca do Planeta Nove, cujo nome o cial somente poderá ser dado se um dia a Sociedade Internacional de Astronomia avalizar sua existência. O hipotético

planeta poderia resolver um problema: as órbitas dos TNOs que se destacam no cinturão de Kuiper não podem ser explicadas apenas por meio da atração gravitacional de Netuno, o oitavo e último planeta conhecido do Sistema Solar. Netuno está a uma distância média de 30

unidades astronômicas (ua) do Sol (uma ua é igual à distância média entre a Terra e o Sol, equivalente a quase 150 milhões de km). O Planeta Nove poderia ter uma massa próxima à de Netuno, provavelmente t amb ém s er ia gas os o e estaria situado muito além. Sua órbita teria uma inclinação próxima a 30 graus, diferentemente da dos planetas do Sistema Solar, todas praticamente alinhadas no plano horizontal. Não se sabe de que forma o hipotético Planeta Nove teria surgido. Poderia ter surgido em uma região mais próxima do Sol e ter sido repelido por Júpiter e outros planetas gigantes em direção ao nal do sistema solar; se desgarrado da órbita de outra estrela que passou perto do Sol e sido capturado pelo Sistema Solar; ou, algo menos provável, ter s e formado onde supostamente está. A despeito da busca de evidências do Planeta Nove, há quem considere sua existência perfeitamente dispensável para explicar as

órbitas anormais dos TNOs. Em um artigo publicado na International Journal of Astrophysics and Space Science em fevereiro de 2018, Robert Brown e Scott R. Dahlke, da Academia da Força Aérea dos Estados Unidos, argumentaram que a maioria dos TNOs, incluindo os de órbitas i n c o mu n s , p o d e r i a t e r ocupado as órbitas atuais há poucos milhões de anos, após terem escapado da atração gravitacional de Netuno. Por sua ve z, Antranik Se lian, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e Jihad Touma, da Universidade A m e r i c an a d e B e i r ute, propuseram um disco for ma d o p or p e qu e no s corpos gelados, com uma massa combinada equivalente a 10 vezes à da Te r r a . A a t r a ç ã o gravitacional do hipotético disco poderia explicar as órbitas alinhadas dos TNOs, como detalhado em um artigo publicado em 21 de janeiro no Astrophysical Journal.


8 SAÚDE

16 a 23 DE FEVEREIRO DE 2019

Nova esperança para quem sofre com Alzheimer e depressão Pessoas com depressão, esquizofrenia e que sofrem de perda de memória poderão se beneficiar de tratamento molecular, afirmam os pesquisadores Estudo feito com terapia molecular pode trazer esperança para o tratamento de pacientes que sofrem com a perda de memória durante a velhice. O estudo foi desenvolvido p or p es quisadores no Centro de Dependência e Saúde Mental em Toronto, no Canadá. São inúmeros os estudos que estão sendo feitos sobre depressão e outros problemas cognitivos. Nesta semana foi noticiada a criação de um remédio, um tipo de spray nasal com ingredientes ativos da cetamina, muito usada para anestesia em animais. Estudos sobre Alzheimer, como a descoberta de uma região do cérebro que não é afetada pela doença, t amb é m t ê m aju d a d o pesquisadores a entenderem melhor essas patologias. Por hora, o remédio com base na terapia molecular

ainda está passando por testes em animais, mas a expectativa dos pesquisadores é para que em dois anos os testes em humanos também comecem. Segundo pesquisadores, o estudo, no futuro, também poderá impactar e melhorar a vida de pessoas que sofrem com depressão, esquizofrenia e até mesmo Alzheimer. "Hoje não existem medicamentos para tratar sintomas cognitivos, como a perda de memória que ocorrem na depressão, e outras doenças mentais d u r a n t e o envelhecimento", disse Etienne Sibille, do Centro de Dependência e Saúde Mental em Toronto e um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo. O desenvolvimento dessa nova droga se difere dos estudos anteriores pelo seu mecanismo. As moléculas usadas no estudo parecem

FOTO: HEY PAUL STUDIOS/FLICKR

melhorar os sintomas e ativar os receptores cerebrais prejudicados, e que causam a perda da memória, explica Sibille. As principais de ciências q u e o t i m e d e pesquisadores notou e s t av a n o s i s t e m a d e

neurotransmissores GABA — conhecido por ser o principal neurotransmissor inibidor no sistema nervoso central. No estudo, a terapia m o l e c u l a r f o i administrada em doses

únicas em modelos préclínicos, ou seja, ratos que foram induzidos, p or estresse, à perda da memória. O resultado surpreendeu os pesquisadores, que notaram uma volta aos níveis normais de

memória. Os testes também foram feitos em ratos mais velhos e o resultado tamb ém foi positivo. “Nesse teste, o desempenho de ratos mais velhos é entre 50-60%. Ou seja, a memória basicamente não funciona. Mas apenas 30 minutos após a administração da droga nós notamos que a performance da memória dos ratos subiu para 8090%, ou seja, quase o nível de um rato jovem”, disse Sibile ao jornal e Guardian. Animado, o pesquisador Sibille explica que caso os testes em humanos se m o s t re m t ã o e c a z e s quanto os que estão sendo feitos em animais é possível que “qualquer pessoa com 55 anos ou mais e que sofra com probl e m a s c o g n it ivo s possa se bene ciar do tratamento”, disse.

O sorvete que ajuda na luta contra o câncer Pesquisadores brasileiros desenvolvem o doce ideal para quem se trata de um tumor

FOTO: ART JAZZ/GETTY IMAGES

Alimentos gelados estão entre os preferidos por quem passa pela quimioterapia. É que eles ajudam a conter náuseas e incômodos na boca, efeitos típicos desse t r at a m e nt o c o nt r a o câncer — e que abalam o apetite dos pacientes. De olho nisso, um time d e p e s q u i s a d o re s d a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) el ab orou u m s or ve te especialmente desenhado

para essa turma. Ele leva whey protein isolado, azeite de oliva (sem odor) e açúcar orgânico rico em bras. “Chegamos a um produto de alta densidade calórica, algo necessário para esse indivíduo, mas à custa de proteína e gordura de boa q u a l i d a d e”, c o n t a a

nut r i c i on i s t a R a qu e l Kuerten. A guloseima, aliada da boa nutrição nessa fase difícil, foi aprovada por pacientes do Hospital Universitário da UFSC. A empresa parceira, Ypy Sor vetes Premium, já disponibiliza três sabores em algumas regiões do Brasil.

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BEM-ESTAR 9

16 a 23 DE FEVEREIRO DE 2019

Tai chi chuan e ioga Exercícios físicos evitam um segundo melhoram raciocínio AVC de pessoas a partir As duas práticas de origem oriental se mostraram dos 20 anos efetivas na prevenção de um novo derrame Até então a ciência só sabia que existia esse tipo de benefício para os idosos FOTO: GETTY IMAGES

ILUSTRAÇÃO: MARCUS PENNA/SAÚDE É VITAL

Cerca de 40% dos pacientes que tiveram um acidente vascular cerebral (AVC) vão sofrer com um segundo episódio. Para piorar, uma nova ruptura ou blo queio dos vas os sanguíneos do cérebro costumam ser ainda mais drásticos. Mas há maneiras de manejar os riscos de um derrame por meio do uso de remédios e mudanças no estilo de vida. Nesse contexto, pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, acabam de comprovar que o tai chi chuan e a ioga podem integrar o rol de

cuidados. Ap ós re v is ar 26 estudos sobre essas atividades, eles concluíram que a dupla ajuda a regular a pressão arterial e baixar o colesterol. “Além disso, minimizam a ansiedade e a depressão, fatores que também estão relacionados ao AVC”, observa a médica  a r s h a n a h ayabaranathan, principal autora do trabalho.

O que é ioga Desenvolvida ao longo de milênios na Índia, mescla exercícios físicos e posturais com

meditação e treinos de respiração. Hoje em dia, existem diversas vertentes — das mais tradicionais àquelas feitas em pranchas de surfe ou saunas.

E o que é o tai chi chuan Arte marcial chinesa conhecida como uma forma de meditação em movimento. Braços, p e r n a s e t ron c o s e movem devagar pelo espaço seguindo muitas vezes as orientações de u m i n s t r u t o r. Tr a z tranquilidade e equilíbrio.

Você já deve ter ouvido falar que a prática de exercícios físicos faz bem para o cérebro dos idosos – inúmeros estudos já mostraram isso. Agora, a novidade é que o raciocínio dos jovens também pode se b ene ci ar, s egundo comprovou uma nova pesquisa cientí ca. O conjunto de habilidades de pensamento que m e l h or ar am c om o exercício é chamado de função executiva. Tratase da capacidade pessoal de regular seu próprio comportamento, pre s t a r at e n ç ã o, s e

org an i z ar e at i ng i r metas. O e s t u d o d a Universidade Columbia (EUA) envolveu 132 pessoas entre 20 e 67 anos que não se e x e r c i t a v a m rotineiramente. Durante seis meses, elas passaram a fazer atividades físicas quatro vezes por semana e foram acompanhadas de perto pelos pesquisadores. As habilidades de pensamento dos participantes foram avaliadas ao longo desse período. Os cientistas

descobriram que o exercício aeróbico foi capaz de melhorar o raciocínio no geral – o que se comprovou com a aplicação de testes. “Também descobrimos que os exercícios ajudam a aumentar a espessura de uma c am a d a e x te r n a d o cérebro de todas as pessoas. Nosso estudo con rma que atividade aeróbica é bené ca para o raciocínio de adultos de todas as idades”, disse ao site Science Daily, Ya a k o v S t e r n , pesquisador da Universidade Columbia. (Boa Forma)


10 COMPORTAMENTO

16 a 23 DE FEVEREIRO DE 2019 FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET

ANA LUCIA

Ana Lucia Bernardo Cordeiro

Professora

Sonhos interrompidos FOTO: DIVULGAÇÃO

Olá pessoal

I

nfelizmente, 2019 começou com várias tragédias. Mas, hoje, vou comentar sobre nossas crianças. Não consigo imaginar a dor das famílias que perderam seus lhos no incêndio do alojamento Ninho do Urubu, do Flamengo. Eram crianças que se submetiam a car longe de suas famílias e amigos, com o sonho de

se tornarem jogadores

famosos em grandes

clubes. A maioria desses

meninos eram de origem humilde, que queriam dar uma vida melhor a seus pais, avós, irmãos. Sonhos interrompidos por irresponsabilidade de quem deveria cuidar corretamente de quem lhes foi con ado suas v id as. Não adi ant a, agora, colocar em prática o que já era para estar funcionando. Dez vidas foram perdidas, ceifadas de maneira cruel.

Gostaria de pedir aos pais que, ao se prepararem para d o r m i r, a b e n ç o e m , beijem, abracem seus lhos. Digam o quanto os amam. Não sabemos quando e como p e rd e re mo s a oportunidade de praticar esse ato tão lindo. Oremos pelo nosso Jhonatan. Tenho fé em sua recuperação. Força Jhonatan, estamos com você!

Alimentos que ajudam a controlar o ácido úrico FOTO: THINKSTOCK/GETTY IMAGES

Algumas pessoas sofrem com o excesso de ácido úrico no organismo. Quando os níveis não estão equilibrados, seja por causa de algum problema de s a ú d e o u p o r medicamentos, pode acontecer infarto, AVC, cálculo renal ou gota, que nada mais é do que o ácido acumulado nas articulações e calci cado no local. Essa calci cação causa dor e, em muitos casos, é necessário fazer cirurgia, já que os movimentos das articulações cam restritos. Quem tem predisposição a ter ácido úrico alto precisa tomar cuidado com alguns alimentos e também inserir bons itens na dieta. Segundo a nutricionista Karla Vilaça, da Nutrenza Assessoria Nutricional, embutidos, como salsicha e presunto, bebidas alcóolicas, caldo de carne, frutos do mar, alguns peixes gordos, como o bacalhau e o salmão, além de tomate,

aspargos, cogumelos, ervilha e couve- or devem ser evitados. Esses alimentos podem aumentar a retenção de ácidos no corpo. Beber bastante água ajuda a eliminar o ácido úrico do org an i s m o, s e g u n d o a nutricionista. “O que pode acontecer é o organismo produzir mais ácido úrico por causa de algum problema – que deve ser investigado por um médico –, mas também a pessoa estar eliminando menos pela urina, por não beber tanta água”, recomenda. Além de se hidratar bem, aliar a alimentação na luta contra o excesso do ácido úrico é uma boa estratégia. Karla explica que alguns alimentos que são alcalinizantes e que ajudam no processo de eliminação desse ácido. Considerada uma das melhores verduras que age na eliminação de toxinas, as alcachofras são altamente

diuréticas e evitam a retenção de líquido. Rica em minerais, vitaminas e antioxidantes, elas também possuem bras, proteínas e ácidos graxos, que são utilizados como fontes de energia para o corpo. Para consumir, basta fervê-las e servi-las temperadas com azeite de oliva e vinagre de maçã. O caldo também é bené co à saúde e pode ser tomado à vontade. As cenouras têm efeito alcalinizante, o que signi ca que ajuda a retirar purinas e cristais das articulações. Na hora de comer, ela é bemvinda seja na refeição – crua ou cozida – ou até mesmo em sucos – combinando com outros ingredientes como beterraba ou laranja, por exemplo. A vitamina C, presente na laranja, também age na redução dos cristais no sangue. O suco de laranja natural ajuda a dissolver essas pedras e faz com que as

articulações voltem ao normal. Muito indicado no t r a t a m e n t o d a desintoxicação do organismo, tomar um suco puro de limão, durante um período consecutivo, em jejum pode ajudar sig ni c at ivamente nos resultados. M e s m o s e n d o considerada uma fruta ácida, ao chegar ao estômago o limão se torna alcalino, ou seja, ajuda a combater a acidez sanguínea. Ainda existem alguns estudos que tentam associar

qual substância é responsável por eliminar esse tipo de ácido no corpo. O que se sabe, é que quem toma café tem menor índice de ácido no corpo, mas ainda não se tem um resultado consistente sobre o que, de fato, causa esse efeito. Porém, pessoas que têm restrições ao consumo de café ou cafeína, devem continuar evitando a bebida. Assim como muitos dos alimentos já citados, a cebola também age como depuradoras no organismo. Elas diminuem a

hiperuricemia e baixa os triglicerídeos. Para consumir, o ideal é fer vê-l a até que que macia, separar a água que sobrar e despejar em um recipiente com suco de um limão e tomar duas xícaras desse líquido por dia. Assim como a cebola, o alho tem poder de reduzir o colesterol, a pressão arterial e as taxas de ácido úrico. O indicado é amassar dois dentes de alho e colocar em um copo de água por cerca de 6 horas. Depois desse período, é só coar e tomar a mistura ao menos três vezes ao dia. A ab ób ora é um dos vegetais mais diuréticos que existe e, por meio da produção de urina, ajuda a eliminar os níveis de ácido. Os modos de comer são variados - cozida ou assada são os mais indicados. Mas o mais importante é não descartar as sementes, que são ainda mais poderosas neste tratamento.


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OLHAR DE UMA LENTE 11

HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho Jornalista DRT: 0003818/ES

Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Chega de “jeitinho” FOTO: AGAS/DIVULGAÇÃO

“A riqueza não iguala os homens, mas a miséria sim”, Ricardo Boechat Em memória FOTO: JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO

(14) foi nalizado de forma um tanto inusitado quando falou que: “Laranja podre no PSL será esmagada”, e espremeu uma na tribuna da câmara. Na contramão dos esquemas e em conformidade com o que anseia o povo brasileiro, o senador Fabiano C ontarato (Rede/ES) solicitou a revogação de todas as normas discriminatórias e segregacionistas no uso de elevadores. “Temos que acabar com a reserva de elevadores para uso exclusivo de senadores. Isso é discriminatório e uma agressão. Ofende a população, os servidores e os funcionários terceirizados. A

nossa Constituição Federal é clara quanto ao princípio da igualdade. Todos são iguais perante a lei”, pronunciou o parlamentar. Destaco aqui as falas dos senadores, porque achei que vêm ao encontro do que queremos como brasileiros: igualdade, honestidade e competência de quem detém o poder. Com discursos em alto e bom s o m , c o m o o d o e x - a t o r, A l e x a n d re Frot a , e d o e x delegado de trânsito, Fabiano Contarato, nos fazem acreditar que, num futuro próximo, as gerações vindouras serão assistidas por políticas para o bem comum. FOTO: REPRODUÇÃO SBT

Até agora não estamos vendo nenhuma movimentação cabal nesse caso, muito pelo contrário, um abafa em todos os órgãos competentes da justiça. Como d i s s e n o ar t i go p a s s a d o, e cont inuo f r is ando neste, o momento é propício para colocar as cosias nos trilhos da moralidade. Os “jeitinhos”, práticas utilizadas em gestões passadas, precisam ser dizimados do atual cenário político do País. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf ) encontrou movimentação nanceira suspeita nas contas de 75 servidores e ex-servidores de deputados estaduais do Rio de Janeiro entre eles um ex-assessor

de Flávio Bolsonaro, lho do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, chamado Fabrício José Carlos de Queiroz. A movimentação envolve 21 gabinetes de deputados de 14 partidos: Avante, DEM, MDB, PDT, PHS, PRB, PSB, PSC, PSDB, PSL, PSOL, PT e Solidariedade, chega à cifra de R$ 207 milhões. Só o presidente em exercício, André Ceciliano (PT), movimentou R$ 49 milhões em quatro contas de pessoas ligadas ao seu gabinete. O deputado Alexandre Frota, que é do mesmo partido do clã Bolsonarista, o PSL, disse querer Fabrício de Queiroz preso. Seu pronunciamento quinta-feira


12 GERAL

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LUZIMARA FERNANDES

FOTOS: HAROLDO CORDEIRO FILHO

Lugar de mulher é... “A ausência de creches na periferia faz com que a mulher deixe de se inserir no mercado de trabalho porque não tem com quem deixar o lho”

Mulher, mãe, esposa, negra e ... vicegovernadora do Espírito Santo. Esta é Jacqueline Moraes, ex-camelô que, há quase 20 anos, galgou a vida pública, por meio dos movimentos sociais. Ser mulher no Brasil não é fácil, imagine então ser negra e de periferia? Se eu tirasse a frase vice-governadora, aposto que muitos concluiriam que se tratasse de outro enfoque, pois as características citadas anteriormente retratam e estampam as tristes e infelizes estatísticas da violência contra a mulher no nosso Estado e País. C ont rar iando as est at íst icas, as di culdades que a cor da pele e a situação nanceira poderiam impor, não seriam impedimentos para Jacqueline, ou simplesmente Jaque (como ela prefere ser chamada), alcançar e ir além de seus

objetivos. Na verdade, a barraquinha que tinha na praça Costa Pereira, no Centro de Vitória, foi o trampolim para a transformação de camelô em líder comunitária. De liderança na periferia, ela chegou à Câmara Municipal de Cariacica e, hoje, ocupa a vice-governadoria do Estado. Para Jacque a educação teve um papel fundamental na sua evolução. Quando chegou ao cargo de vereadora, ela tinha apenas o quinto ano fundamental. Conforme foi adquirindo conhecimento, sentiu a necessidade de voltar a estudar. Com muito sacrifício concluiu os ensinos f u nd ame nt a l e mé d i o, no ant i go Educação de Jovens e Adultos (EJA). Hoje, cursa o sétimo período de Direito e não quer parar de alcançar o que parece inalcançável.

Uma das metas a serem atingidas como vice-governadora é alcançar o equilíbrio entre o setor produtivo e a distribuição de renda mais justa. “O Estado tem que ser

competente para fazer essa distribuição de renda”, diz. Jacque também defende a liberdade de escolha da mulher e, na sua concepção, isso passa pela atuação do poder público com políticas que deem autonomia para a mulher se inserir no mercado de trabalho, construir sua independência. “A ausência de creches na periferia faz com que a mulher deixe de se inserir no mercado de trabalho porque não tem com quem deixar o lho. Mas, apesar de todas as di culdades, há uma certa evolução. Eu acho que estamos no caminho para melhorar”, aponta. Neste primeiro texto da minha coluna quinzenal eu quis enaltecer a força e a beleza da mulher. Seja ela branca, índia, negra, amarela, qual for a cor, não importa. Por isso, foi escolhida Jacqueline Moraes, a primeira mulher a ser vicegovernadora do Estado e negra. Que o exemplo de vida que ela passou para mim, sirva de inspiração a todas as mulheres que hoje se sentem impotentes, sem perspectivas e desvalorizadas. O empoderamento feminino só depende de nós, mulheres. Portanto, levantem, sacodem a poeira e seja feliz do seu jeito. Lugar de mulher é onde ela quiser!

Hospede o seu site no nosso novo portal: http://jornalfatosenoticias.com.br/


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