ANO IX - Nº 289 08 a 15 DE MARÇO/2019 SERRA/ES
Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita
O que o Brasil pode aprender com a educação de Singapura
FOTO: GETTY IMAGES
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FOTO: DIVULGAÇÃO
Megaexpedição se aproxima de índios isolados no Amazonas FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC
FOTO: FUNAI/BBC BRASIL
Pág. 2
iFood realiza primeira entrega de comida com drone Pág. 6
Mão robótica usa inteligência artificial para manipular objetos Pág. 6
ANA LUCIA
JORGE PACHECO
LUZIMARA FERNANDES
8 Achei um texto, sobre a
8 O Carnaval de Bolsonaro foi
di culdade da nossa língua, muito interessante Pág. 10
marcado pela polêmica do vídeo pornográ co Pág. 5
8 No Dia Internacional da Mulher uma ode a todas as guerreiras que lutam por um mundo melhor Pág. 12
HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 A reforma da Previdência Social é de interesse exclusivo do mercado nanceiro e de políticos comprometidos com ele Pág. 11
Desmatamento cresce em janeiro deste ano Pág. 2
Transplante elimina o HIV de mais uma pessoa Pág. 8
RAFAELA RANGEL
8 Com o
m do carnaval o desespero de ter fugido da da dieta bate forte nos foliões. Para aqueles que exageraram nem tudo está perdido Pág. 9
2 MEIO AMBIENTE
08 a 15 DE MARÇO DE 2019
Desmatamento Governo inicia
cresce no primeiro megaexpedição mês de 2019 para se aproximar Boletim do Imazon mostra aumento de 54% do desmatamento da Amazônia Legal, com destaque para a destruição no Pará e Mato Grosso
de índios isolados no Amazonas Duas vezes maior que o Estado do Rio de Janeiro, a Terra Indígena Vale do Javari tem, segundo a Funai, a maior concentração de povos isolados do mundo, com 16 dos 107 registros de grupos não contatados na Amazônia brasileira FOTO: FUNAI/BBC BRASIL
Floresta nativa da Mata Atlântica O Instituto Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) acaba de divulgar os primeiros dados de 2019 de seu Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) e o b o l e t i m ap ont a q u e o desmatamento na Amazônia Legal aumentou 54% em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O a u m e n t o impressionante con rma as piores projeções feitas por ambientalistas, pesquisadores e cientistas políticos sobre os efeitos imediatos das políticas propostas pelo novo governo no campo. Não por coincidência, os municípios da Amazônia que elegeram B olsonaro no 1º turno foram os que mais desmataram nos últimos 17 anos. No total, foram detectados 108 km² de desmatamento na Amazônia Legal. O estado do Pará foi o que mais desmatou, com 37% do total, seguido de Mato Grosso (32%), Roraima (16%), Rondônia (8%), Amazonas (6%) e Acre (1%). A maior parte deste desmatamento (67%)
ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse, mas há um dado preocupante, boa parcela desta destruição ocorreu em Unidades de Conservação (5%) e Terras Indígenas (7%), o que pode indicar que a sinalização de que o governo irá afrouxar a scalização e paralisar demarcações já promove uma corrida pelo desmatamento. O crescimento do desmatamento em 2019, apesar de chocante, já era esperado. Desde a campanha eleitoral, o então candidato Jair Bolsonaro já dava sinais claros de que promoveria retrocessos na agenda socioambiental caso fosse eleito. No primeiro dia de mandato, o novo governo transferiu, através d a M P 8 7 0 , a re s p o n s a b i l i d a d e p e l a identi cação, a delimitação, reconhecimento e d e m arc a ç ã o d e Te r r a s Indígenas (TIs) para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), comandado pela ministra Tereza Cristina, líder da bancada ruralista. Já a Funai saiu do Ministério da Justiça e está agora subordinada ao novo
Ministér io da Mu l her, Família e Direitos Humanos. A demarcação de TIs nas mãos do Mapa representa um claro con ito de interesses já que, historicamente, o Ministério defende e é largamente in uenciado pelos interesses da bancada ruralista, que vem liderando um verdadeiro ataque às áreas protegidas no País. “ C o m b a t e r o desmatamento é uma responsabilidade do Brasil e deveria ser tratada pelo governo como uma prioridade, já que esta é a principal fonte de emissões de gases do efeito estufa do Paí s”, a r m a C aro l i n a Marçal, da campanha de Amazônia do Greenpeace. “A o p r o t a g o n i z a r a imposição de uma agenda que viola os direitos dos povos indígenas e populações tradicionais, o novo governo nos conduz a um cenário ainda mais desolador de avanço da v i o l ê n c i a n o c a mp o e d e s t r u i ç ã o a m b i e nt a l , con rmados pelos primeiros dados do SAD”.
Uma equipe com cerca de 30 pessoas coordenadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e amparadas por soldados do Exército e policiais federais e militares iniciou no último domingo (3) uma delicada expedição que poderá durar vários meses e tentará se aproximar de um grupo de índios isolados na Terra Indígena Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas. É a primeira vez, nos últimos 23 anos, que o governo brasileiro organiza uma missão desse porte e que pode resultar no contato com índios isolados, segundo a Funai. O objetivo principal da operação é apaziguar as relações entre o grupo, da etnia korubo, e índios do povo matis, já contatados. Confrontos entre as duas comunidades provocaram entre 10 e 17 mortes desde 2014, conforme relatórios da Funai. "Temos uma situação
extrema ali, que coloca em risco a sobrevivência física do grupo isolado (korubo), assim como a integridade física dos matis", diz à BBC News Brasil o chefe da missão, Bruno Pereira, c o o r d e n a d o r- g e r a l d e índios isolados e de recente contato da Funai. A equipe – composta por ser vidores da Funai, colaboradores locais, um médico, uma enfermeira, um técnico de enfermagem e cerca de 20 índios da região – partiu da cidade de Tabatinga (AM) rumo à base da Funai no rio Ituí, dentro da terra indígena. A Po l í c i a Fe d e r a l , o Exército e a Polícia Militar do Amazonas farão bloqueios em rios da região durante a exp e diç ão. Segundo Pereira, a ação policial busca barrar e i nve st i g ar " qu a d r i l h a s pro ssionais de infratores ambientais que pescam tartaruga e pirarucu" dentro da terra indígena e
promoveram quatro ataques com armas de fogo à base da Funai nos últimos 14 meses. O Exército mobilizou helicópteros para evacuar a equipe em caso de emergências. Desde 1987, após várias décadas de encontros que r e s u l t a r a m e m g r av e s con itos e epidemias entre índios isolados, a Funai mudou sua política e passou a evitar contatá-los. Pelas diretrizes atuais, o órgão só pode ir de encontro a esses grupos se eles correrem graves riscos ou se a iniciativa partir dos próprios índios. Para Bruno Pereira, a vulnerabilidade dos korubo justi ca a missão: "Ou a gente intervém, permitindo que eles tenham a integridade física respeitada e mantida, ou camos jogando com a sorte, e isso pode ocasionar um novo confronto de dimensão até maior".
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3070-2951 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES CNPJ: 18.129.008/0001-18 Filiado ao Sindijores
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CULTURA 3
08 a 15 DE MARÇO DE 2019
Por que algumas pessoas não comem carne na quaresma?
Projeto Cineclube estreia com mostra especial para o mês da Mulher Mostra será realizada no Palácio da Cultura Sônia Cabral, com entrada gratuita, a partir de 19 de março. Exibições dão visibilidade à produção audiovisual capixaba FOTO: DIVULGAÇÃO SECULT-ES
FOTO: REPRODUÇÃO
FOTO: SHUTTERSTOCK
FOTO: FOTOS ANTIGAS DO ES
Mesmo que você não seja um cristão devoto, certamente já ouviu falar da quaresma e do costume de não comer carne durante esse período. No entanto, você sabe qual é a origem desse intervalo de penitência, o que ele representa e por que algumas pessoas deixam de ser “carnívoras” nesta época do ano? Como o próprio nome quaresma sugere, trata-se de um período de quarenta dias que começa na quartafeira de cinzas e termina na Páscoa, descontando os domingos. Esse intervalo serve para que os cristãos se preparem para celebrar a ressurreição de Cristo, e é marcado por penitências que, além da famosa abstenção à carne, incluem sacrifícios como o jejum, a prática da caridade, as mortificações — punições físicas ou mentais por amor a Deus — e muitas orações. Desconsiderando as prováveis origens pagãs do costume, existem registros históricos que se referem à prática de penitências como forma de preparação para a
Páscoa desde os primórdios do cristianismo. Contudo, o s p e r í o d o s d e te mp o variavam entre horas ou dias, passando por semanas inteiras e até mesmo intervalos maiores, e cada crente seguia o ritual que a c h a s s e m e l h o r. Um a bagunça! Foi só no século 4º que o período de 40 dias foi estabelecido, e a duração está baseada em várias referências bíblicas relacionadas com o número. Entre as mais significativas, está o intervalo de tempo em que Jesus permaneceu no deserto, a duração do dilúvio que inundou a Terra — lembra-se de Noé? —, quantos dias demorou a jornada dos israelitas que partiram do Egito com destino à Terra Prometida, o período que Moisés passou no Monte Sinai, etc. Hoj e em di a, o mais comum é que os cristãos mais devotos façam alguns jejuns, promessas e deixem de comer carne durante a quaresma. Mas, no passado, as coisas eram bem diferentes e restritivas. No século 5º, por exemplo,
Foto Antiga do ES
existiam os que riscavam completamente do cardápio a carne de qualquer animal, enquanto outros abriam exceções para os peixes e, em alguns casos, para as aves também. Além disso, havia quem evitasse frutos com cascas duras e ovos, enquanto os devotos mais fervorosos contemplavam o sacrifício de fazer jejum durante 24 horas inteiras ou mais durante a Semana Santa, e até os que restringiam as refeições a apenas uma ou duas por semana nesse período. Entret anto, a “regra” mesmo era a de que as pessoas fizessem apenas uma refeição ao dia — pela noite — e evitassem totalmente a carne e o vinho; o consumo de laticínios só era permitido em troca da prática de caridades. Atualmente, além da Igreja Católica, a Anglicana, a Ortodoxa, a Luterana e determinadas evangélicas seguem a tradição, e as penitências se tornaram muito mais brandas do que as de antigamente.
Megacurioso
Você já viu uma produção audiovisual capixaba? O projeto “Cineclube: Sônia Cabral” começa a exibir toda terça, a partir do dia 19 de março, curtas, longas e videoclipes realizados no Espírito Santo. As sessões acontecem às 14h. Após cada uma delas, os estudantes poderão tirar dúvidas sobre direção, atuação e outros aspectos técnicos com a equipe do filme. A entrada é gratuita. A mostra é um projeto cr i ado p el a e quip e do Palácio da Cultura Sônia Cabral e ocorre durante o primeiro semestre de 2019. Para o administrador do local, Renan Oaks, o projeto gera visibilidade às produções locais, além de ser uma forma de apresentar aos estudantes a cultura fílmica do Espírito Santo. “É uma forma dos estudantes terem conhecimento do que é pro du z i d o n o própr i o Estado. Este projeto busca parceria com produtores locais para mostrarem seus trabalhos e, assim, damos
POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL
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acesso e informação aos estudantes” conta. Incentivar os estudantes a pro duzir e exibir seus próprios curtas e longas é um dos objetivos do “Cineclube: Sônia Cabral” afirma Leonardo Machado, estudante do curso de Rádio e Te l e v i s ã o d o Va s c o C out i n h o, c u r a d or d a mostra e idealizador do projeto. “Antes de entrar no curso, eu nunca tive contato com a produção audiovisual capixaba. Embora haja muitas produções independentes, ainda há pouca visibilidade. O cineclube vem ocupar esse vácuo”, afirma. Para Leonardo, fazer a curadoria da mostra é uma oportunidade fantástica, pois permitiu entrar em contato com uma variedade de realidade e olhares diferentes do Espírito Santo e de sua população. Ele espera que os estudantes que participarem do cineclube tenham essa chance mais cedo. O ser vidor da Secult Marcelo Siqueira, que tem
vasta experiência no campo do audiovisual, auxiliou na produção do cineclube. Ele já produziu um projeto parecido, a mostra “C i cl or am a : F i l me & D eb ates”, que t amb ém ocorria no Sônia Cabral. Marcelo explica que o cineclube é um espaço de exibição e discussão que permite aos estudantes serem críticos sobre a realidade que os cercam, uma vez que as produções locais retratam o cotidiano do Estado. “Muitos produtores e realizações audiovisuais nasceram em cineclubes. Foram atraídos pela sétima arte. Viram que só assistir e discutir não bastava. Precisavam expor seus pensamentos e sentimentos fazendo seus próprios filmes”, conta. As escolas e universidades públicas ou organizações do terceiro setor que tenham interesse de levar seus alunos podem entrar em contato via e-mail: palaciodaculturasoniacabra l@gmail.com ou pelo telefone (27) 3132-8399.
4 EDUCAÇÃO
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Lições de educação de Singapura para o Brasil Da formação de professores ao progresso da carreira docente, o país asiático que ocupa o primeiro lugar do ranking do Pisa é referência em diversos aspectos FOTO: DIVULGAÇÃO/NPARKS.GOV.SG
O país asiático ocupa o primeiro lugar do ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) – principal exame para medir a qualidade educacional internacional, aplicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) – e é referência em diversos aspectos no que tange à formação de professores e ao progresso da carreira docente. Quatro fatos podem ser uma grande inspiração para que o Brasil s e d e s e n v o l v a pedagogicamente: avaliações rigorosas, dedicação exclusiva do p r o f e s s o r, p o l í t i c a d e meritocracia por desempenho para docentes e busca constante por mudanças. Av a l i a ç õ e s r i g o r o s a s formam a base-chave no ingresso na carreira de professor. Em Singapura, somente aqueles com melhor des emp enho s e tornarão docentes, o que garante a entrada dos jovens
mais quali cados. Ao contrário do Brasil, que possui notas baixas para o acesso aos cursos de licenciatura e pedagogia. O investimento permanente em formação continuada do professor é outro ponto que merece destaque. Ap ós ingressar no ensino superior, o professor é remunerado para estudar antes mesmo de exercer a pro ssão, ou seja, em Singapura os professores estão em constante formação. Outro aspecto positivo, tanto para o pro ssional de educação quanto para o aluno, é a dedicação exclusiva do professor, que tende a trabalhar somente em uma escola desde o início da carreira, além de contar com excelentes condições de trabalho. Essa mesma lógica poderia ser implementada no Brasil se os concursos públicos oferecessem ao servidor a carga horária de 40 horas semanais, em vez da modalidade mais comum de 16 horas. Essa estrutura garantiria também a
permanência, o vínculo e a continuidade do trabalho docente, com maior remuneração e menor desgaste nos deslocamentos para mais de um local de trabalho. A política de meritocracia por desempenho para professores de Singapura é mais um ponto que nos ensina como se destacar no cenário da educação. Os docentes e diretores recebem
incentivos caso seus alunos tenham bom desempenho nas avaliações externas. Trat a-s e de uma comprovação de e ciência do trabalho docente. E, apesar do destaque internacional, Singapura busca melhorar ainda mais seus resultados no campo da e duc aç ão. E xiste uma preocupação local de preparar a sociedade para as mudanças no mercado de
trabalho. Um bom exemplo é a Escola de Formação de Professores de Singapura, que se mostra focada em desenvolver competências socioemocionais, a m de estimular a criatividade dos jovens. No entanto, a criatividade, u m a d a s c omp e t ê n c i a s necessárias para enfrentar os desa os do século 21, ainda tem um grande percurso para avançar em Singapura.
Procurando deixar claro que a escola não é só para atender um seleto grupo de crianças, um dos an triões disse: “Os alunos que têm amor em c as a vão p ara a es col a querendo aprender, já os que não têm vão para serem a m a d o s ”. A l i ç ã o q u e interpreto é que a aplicação exclusiva de conteúdo não é su ciente para a educação e há um valor indissociável da integração entre família, aluno e escola: tanto a escola quanto a família são fundamentais para o desenvolvimento das c o m p e t ê n c i a s socioemocionais da criança. Trata-se do patamar mínimo do qual a criança necessita para iniciar e, em seguida, manter a curva de aprendizagem ascendente. Uma maneira prática de trabalhar esse vínculo entre aluno, família e escola é por meio do projeto da Estante Mágica, pois pais e professores se envolvem emocionalmente com o aprendizado do aluno ao estimular sua criatividade.
Meditação é aliada para melhorar a atenção e lidar com as emoções Com foco no desenvolvimento integral dos alunos, prática reduz o estresse, promove empatia e fortalece a cultura de paz As aulas da professora de educação física Rosângela Martins dos Santos, na Escola Básica Municipal Henrique Veras, em Florianópolis (SC), começam com cinco a dez m i n u t o s d e m e d i t a ç ã o. O s estudantes se sentam em posição confortável, com a coluna reta, unem o polegar e o indicador ou espalmam as mãos sobre o rosto com os olhos fechados e fazem respirações. Depois, falam em voz alta as frases: “Eu estou em paz, minha família e meus amigos estão em paz, a nossa escola está em paz, o lugar onde eu moro está em paz, o nosso País e o nosso planeta estão em paz”. O ritual se repete há mais de dez anos dos quase 30 de atuação de Rosângela no magistério. “Percebi que eles modi cam o relacionamento consigo mesmos, com os colegas e comigo. Tenho mais colaboração deles e são mais
a f e t u o s o s . Te m o s u m a c o mu n i c a ç ã o n ã o v i o l e nt a , amorosa, um convívio com mais carinho e compreensão”, explica
água para ela, segurou com as duas mãos, falou as frases que aprendeu na meditação e disse que a água ia car com uma energia boa. Ela FOTO: DIVULGAÇÃO
Rosângela. A professora apresenta a prática aos pais dos alunos todo início de a n o. E l e s q u e s t i o n a m s e a meditação tem algum viés religioso. Ela explica que não, que o foco é criar um ambiente de paz na escola. “Uma mãe me disse que o lho, antes de entregar um copo de
disse que se sentiu muito bem em ver o lho falar coisas boas”, conta a educadora. Eric da Silveira, 9, aluno de Rosângela, conta que se sente relaxado, em um lugar silencioso e bom, quando faz a meditação. “Sinto uma coisa muito boa no coração”, diz o estudante. Maria
Clara Silveira, 12, medita desde os de z anos. “Q u ando estou estressada é muito bom, eu me acalmo, co relaxada”, a rma. Rosângela diz que a meditação é bem aceita pela direção da escola e pelos professores, que fazem a prática antes de iniciar reuniões pedagógicas. A educadora usa como base o programa da ONG Mente Viva, que oferece conteúdo educativo gratuito sobre práticas e exercícios meditativos. O programa já foi aplicado a mais de 42 mil crianças no Brasil e no mundo, desde 2007, de acordo com Paulo Moura, coordenador da organização. “O trabalho visa a paz interior e o desenvolvimento do ser humano de forma integral”. O conteúdo inclui explicações sobre como fazer exercícios meditativos, cognitivos e emocionais. Há material em formato de livro, de áudio e de vídeo. Para receber,
basta fazer um cadastro no site. Com uso de música clássica ou instrumental, o educador medita com os estudantes e faz exercícios de respiração. Podem conversar também sobre as características de um animal, de uma planta, de um tipo de pedra ou de outro elemento da natureza. O dia do leão, por e x e m p l o, f a l a s o b r e f o r ç a , autoestima e autoimagem. “Tem ligação com o meio ambiente, para que eles aprendam a respeitar todas as criaturas, a cuidar bem do planeta, a buscar equilíbrio e harmonia. Trabalha a respiração, tentando estabelecer um mundo melhor fora e dentro”, diz Paulo. De acordo com o coordenador, os resultados, como empatia, respeito, equilíbrio e participação aparecem em 20 dias a dois meses. “As crianças passam a ter mais alegria, a ser mais cordiais e a ter um ritual de amor”. (PORVIR.ORG)
POLÍTICA 5
08 a 15 DE MARÇO DE 2019
Jorge Pacheco
Analista Político
Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com
“O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato. // A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce. Mas, em geral, enguiça por falta de energia, ou então não funciona definitivamente, deixando desesperados os infelizes que confiam nele", Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, Barão de Itararé FOTO: DIVULGAÇÃO
O presidente também pediu que os seus seguidores comentassem e tirassem suas próprias conclusões sobre o vídeo
O vídeo com cenas obscenas, que teriam ocorrido durante a passagem de um bloco de carnaval, que ele mesmo considerou não se sentir “confortável em mostrar”, foi publicado pelo presidente Jair Bolsonaro em sua rede social, na noite de terça-feira, 5. Presidente a rmou: “Temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades, é isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro”. Bolsonaro ainda pediu que seus seguidores comentassem e tirassem suas próprias conclusões sobre o vídeo. Claro que teve grande repercussão, inclusive internacional. Eu sei e acredito que todos sabem ou deveriam saber que, realmente, o que mais falta na sociedade brasileira é educação e, principalmente, RESPEITO aos seus semelhantes. Mas, cá entre nós, o presidente exorbitou, ou melhor, extrapolou muito ao produzir e publicar o vídeo. Mas ele nem está aí para o que podem pensar sobre isso. Ao contrário, o presidente Jair Bolsonaro comemorou nesta quartafeira (6) o aumento no número de seguidores que alcançou no Twitter. Até as 18h25 da última segunda-feira (4), Bolsonaro tinha 3.435.711 seguidores na mídia social. Na quinta-feira, (07), às 16h15, alcançou o número de 3.499.214. Os dados mostram que, em um período de quase dois dias, 63.503 pessoas passaram a seguir o presidente no Twitter. No vídeo publicado por Bolsonaro, há cenas de nudez e um homem urina na cabeça de outra pessoa. Segundo o presidente, as imagens foram lmadas em um bloco de
carnaval de rua. Depois, Bolsonaro ainda fez outra publicação na mídia social, na qual questiona: “O que é golden shower?”. Golden shower é o nome popular (em inglês) para o fetiche de urinar na frente de um parceiro ou sobre ele. O questionamento foi feito após a hashtag #goldenshowerpresident entrar nos assuntos do momento do Twitter no Brasil devido aos comentários relacionados ao vídeo publicado. Teve muita repercussão internacional. As reportagens citam que o presidente divulgou vídeo “pornográ co”: O e Guardian a rma que Bolsonaro publicou o vídeo na tentativa de rebater críticas que fez ao carnaval e a rma que, logo após publicar o vídeo, o presidente “foi ridicularizado” pelos
brasileiros. O e Washington Post a rma que o p r e s i d e nt e c au s o u i n d i g n a ç ã o n o s brasileiros com a postagem do vídeo. O e New York Times disse que a postagem de Bolsonaro foi um “deboche” ao carnaval no Brasil. Depois não venham tentar me convencer que essa atitude do homem mais importante do Brasil está correta, creio que não está! A nal, o nosso presidente tem à sua volta várias pessoas que podem cuidar desses problemas que, em última análise, são muito pequenos se comparados à montanha de problemas herdada dos governos passados e que estão tirando o sono de todo mundo. Claro que a oposição não perdeu tempo. A publicação foi alvo de críticas de internautas, que disseram ter denunciado o post ao Twitter “por desrespeitar as regras da rede social por conteúdo impróprio”. Também na terça-feira, 5, mais cedo, Bolsonaro publicou um outro vídeo em que um cantor rebate críticas feitas por Daniela Mercury e Caetano Veloso na música “Proibido o Carnaval”. E pela mesma rede social, a cantora rebateu o presidente “Se assim desejar, irei com minha esposa, que é também minha empresária, até Brasília para esclarecer ao presidente como
funciona a Lei Rouanet”. E todos nós, como camos diante desse imbróglio todo? Eu, sinceramente, não vejo nada de útil para o País nessa perda de tempo do nosso presidente trocando farpas com a cantora.
Alegorias de Bolsonaro e da primeira-dama comandam os bonecos gigantes em Olinda Antes do desfile de segunda-feira (4), para evitar confusão entre os foliões, bonecos do presidente e de Michelle chegaram a ser cobertos pelos organizadores Realizada desde 2009, a Apoteose dos
Bonecos Gigantes de Olinda foi marcada por estreias, na segunda-feira (4). Com saída às 10h30 do Alto da Sé, o des le contou, pela primeira vez, com os bonecos do presidente Jair Bolsonaro e da primeira-dama Michelle na ala de frente. Houve manifestações favoráveis e contrárias entre os foliões.
Mancha Verde é campeã pela
primeira vez O enredo campeão da Mancha Verde recebeu o nome de "Oxalá, salve a princesa! A saga de uma guerreira negra", fez a Mancha Verde ser campeã do carnaval de São Paulo pela primeira vez; Vai-Vai e Acadêmicos do Tucuruvi foram rebaixadas para o Grupo de Acesso; Dragões da Real cou em segundo lugar seguida por Rosas de Ouro, Vila Maria e Império de Casa Verde.
Mangueira é a grande campeã do carnaval 2019 do Rio de Janeiro A escola recontou a história do Brasil a partir de heróis negros e índios. Viúva de Marielle Franco, vereadora do PSOL morta em março do ano passado, des lou na última ala. A Imperatriz Leopoldinense e a Império Serrano foram rebaixadas. Para conquistar o seu 20º título, a Mangueira deu uma aula de história na Sapucaí. Mas foi uma história alternativa, com destaque para heróis da resistência, negros e índios, em vez dos personagens tradicionais das páginas de livros escolares. O enredo “História pra ninar gente grande” foi assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira e contado em 24 alas e cinco alegorias. Em busca do título, a Mangueira exibiu uma bandeira do Brasil com as cores da escola no nal do des le. A Mangueira liderou a disputa de ponta a ponta. A escola e a Viradouro tiveram uma competição apertada nos primeiros três quesitos, mas, a partir do quarto, de alegorias e adereços, a Mangueira assumiu a primeira posição sozinha até o nal da apuração das notas. A escola verde e rosa apenas perdeu três décimos durante toda a apuração, mas estas notas mais baixas foram descartadas na pontuação nal.
Jorge Pacheco FOTOS: REPRODUÇÃO INTERNET
Bolsonaro publicou um vídeo obsceno e o liga ao carnaval
6 TECNOLOGIA
08 a 15 DE MARÇO DE 2019
iFood realiza primeira inteligência artificial entrega de comida com drone para manipular objetos
Mão robótica usa
Em teste realizado no carnaval, o aplicativo de delivery levou uma encomenda até um trio elétrico
FOTO: DIVULGAÇÃO
Uma empresa de tecnologia de automação, desenvolveu uma mão robótica que utiliza inteligência artificial para aprender a manusear objetos através de tentativa e erro. Além disso, ela é feita com materiais macios que conseguem interagir com humanos sem riscos de acidentes. O projeto representa um grande passo para o desenvolvimento de máquinas que podem operar sem supervisão e foi des envolvido p ara dar suporte a linhas de produção. Os desenvolvedores chamaram o método de “apre nd i z a d o p or r e c o m p e n s a ”. Normalmente, quando se dá uma ordem à uma máquina, ela procura imitar certos padrões já
estabelecidos; este não é o caso da BionicSoftHand. Dado um objetivo, câmeras 3D e sensores de profundidade criam uma cópia virtual do objeto. Ent ão, a mão simula diversas ações para encontrar a solução do problema. É possível ver este processo complexo no vídeo de divulgação do produto em que a máquina gira um dodecaedro entre os dedos com agilidade. Os dedos são compostos por um tecido de malha 3D, que usa fibras elásticas e de alta resistência. A máquina também possui sensores t át e i s e u m a p l a c a d e circuito flexível. No interior existem foles de borracha que enchem e esvaziam as juntas dos dedos com ar, possibilitando o
movimento. Ademais, um suporte giratório pneumático no dedão e no dedo indicador possibilita movimentos laterais. De acordo com a Festo, o conjunto total deixa a mão trabalhar em 12 ângulos diferentes. Karoline Von Häfen, chefe de projetos biônicos da Festo, disse: “Sistemas f lexíveis e autodidatas irão moldar os processos de produção. Com a BionicSoftHand, nós conseguimos um enorme passo na direção de construir um agarrador com habilidade de aprender. Ela oferece um potencial incrível para o futuro”. A BionicSoftHand também possui um design modular, que possibilita a customização da mão com diferentes dedos e garras.
Frutas e plantas da Amazônia apresentam substâncias para novos remédios e cosméticos De 400 extratos analisados, pelo menos quatro apresentaram potencial antioxidante e na redução da obesidade Extratos do jucá (Libidibia ferrea), maracujá-do-mato (Passi ora nitida), piquiá (Caryocar vilosum) e breubranco (Protium sp.), frutas e plantas amazônicas, apresentam subst ânci as bio at ivas que podem ser aplicadas na indústria cosmética e farmacêutica. Os resultados são de uma pesquisa cientí ca, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que teve como objetivo descobrir novos bioativos com aplicação no mercado. A pesquisa analisou cerca de 400 extratos de plantas e frutas amazônicas. Desse total, as
quatro, citadas acima, apresentaram potencial antioxidante e na redução da obesidade. Coordenado pelo doutor em Farmácia, Emerson Lima, o estudo foi realizado no L ab or atór i o d e At iv i d a d e Biológica da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no âmbito do Programa de Apoio à Núcleos Emergentes de Pesquisa (Pronem), edital N°009/2011. Segundo ele, extratos das folhas do maracujá-do-mato, do fruto do jucá e do piquiá apresentaram atividades antioxidantes, ou seja, com substâncias capazes de combater os radicais livres, que
são moléculas liberadas pelo corpo que podem causar o envelhecimento e a morte celular. Sendo o piquiá o fruto que apresentou melhor potencial antioxidante. “A substância mais conhecida com esse potencial antioxidante é o ácido ascórbico, conhecida como vitamina C, presente em várias frutas. A aplicação dela se dest ac a como adit ivos de alimentos, em cosméticos para t r at a m e nt o d a p e l e e e m produtos de combate a esses radicais livres. Nosso projeto visou substituir a vitamina C por bioativos naturais em uma formulação cosmética antienvelhecimento”, explicou.
Em uma edição do programa americano 60 Minutes, que foi ao ar em dezembro de 2013, o presidente da Amazon, Jeff Bezos, prometeu que até 2018 a empresa realizaria entregas por drones. A data passou e adoção da tecnologia não ocorreu como o esperado. Contudo, ainda que a gigante do varejo não tenha conseguido, outras empresas continuam tentando. No dia 23 de fevereiro, durante o carnaval de São Paulo, o aplicativo de entrega de comida iFood realizou seu primeiro teste de entrega usando drones. A encomenda foi um sanduíche wrap, levado até a um dos músicos que estava
no trio elétrico que acompanhou o bloco Beleza Rara. Para realizar o feito que, entre decolagem e entrega, durou cerca de três minutos, a empresa teve de se preparar por quase três meses. As primeiras experimentações foram realizadas em um galpão fechado, só então partiu para um ambiente aberto onde pôde-se analisar os efeitos do vento sobre o drone e a caixa térmica que guardou a comida. Mas esse não foi o maior obstáculo. No Brasil, um drone só pode voar com as devidas autorizações, uma delas é da Agência Nacional d e Te l e c o m u n i c a ç õ e s (Anatel) que registra a aeronave e outra da Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac) que autoriza o voo. Isto deixa incerto o tempo que levará entre a aprovação de um a lvará e out ro. “Quando se trata de testes com drones, o que leva mais tempo são as legislações, t a l v e z at é m a i s q u e a aplicação da tecnologia”, a rma gerente de inovação e logística do iFood, Fernando Martins. A empresa tem na lista de formas para entregar comida outras opções, entre elas patinetes elétricos, bicicletas e até mesmo a pé. Se aeronaves autônomas se tornarem a mais popular delas, logo o sinal de que a pizza chegou pode se tornar um zumbido de drone na janela.
Projeto vai transformar lixo em energia elétrica em cidade do Acre A ideia é que uma usina seja instalada na cidade com recursos de empresas privadas Um projeto ambiental inovador de gestão de resíduos sólidos será implementado no município de Cruzeiro do Sul, no Acre. A ideia é transformar o lixo em energia elétrica sustentável. Para isso, a prefeitura da cidade anunciou uma parceria com a organização n ã o g ov e r n a m e nt a l ( O N G ) CBCN, que é responsável pelo recolhimento dos resíduos de Cruzeiro do Sul. Segundo o prefeito Ilderlei Cordeiro, apenas o município mineiro de Boa Esperança já adotou tecnologia semelhante. “Cruzeiro do Sul vai ser o segundo município do Brasil a ter essa tecnologia de gasei cação do lixo
através de pirólise. Nós vamos montar uma usina que vai se tornar referência na Amazônia e para o mundo”. Os investimentos serão feitos c o m r e c u r s o s d e e mp r e s a s pr iv a d as , d e a c ord o c om o consultor técnico de Resíduos Sólidos, Walfrido Ataídes. "A prefeitura vai fazer um projeto, vai fazer uma chamada pública, que vai convocar investidores que possam suportar isso. Ele consiste na redução das despesas que o município tem, já que ele paga energia elétrica, ele vai gerar a própria energia. Com os custos evitados da compra da energia, ele paga a infraestrutura dessa
destinação de resíduos moderna, que não terá mais lixão. O lixo será todo tratado e separado e vai gerar energia elétrica dando uma sustentabilidade ambiental muito grande ao município de Cruzeiro do Sul”. A expectativa da Prefeitura de Cruzeiro do Sul é que a usina seja instalada até setembro deste ano. O processo de implantação será acompanhado pelo Ministério Público do Estado do Acre. A organização ONG CBCN estima qu e o l i x ã o d a c i d a d e s e j a desativado em aproximadamente um ano e meio. Cerca de dois mil metros cúbicos de resíduos serão retirados do local.
CIÊNCIA 7
08 a 15 DE MARÇO DE 2019 FOTO: NASA/ESA/HUBBLE/JUDY SCHMIDT
Cientistas revelam
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origem de misteriosos sinais extragalácticos Novos achados lançam luz sobre a origem do misterioso fenômeno espacial FIRST J141918.9 e revelam que ele representa uma explosão longa de raios gama "órfã"
Usando um conjunto de radiotelescópios, astrônomos europeus estudaram o transiente de rádio conhecido como F I R S T J141918.9+394036, informou o portal Phys.org. Os cientistas chegaram a várias hipóteses ligadas à origem do fenômeno misterioso. Transiente de rádio é uma substância extragaláctica de evolução lenta cujo brilho
tem diminuído gradualmente nos últimos anos. O recente estudo revelou que esse fenômeno poderia ser um resplendor no rescaldo de uma poderosa explosão de raios gama. Entretanto, se descobriu que os raios gama e m i t i d o s s ã o indetectáveis na Terra, o que explica o nome dado ao fenômeno – a primeira explosão "órfã" de raios gama na história. A emissão de rádio
proveniente do FIRST J 1 4 1 9 + 3 9 4 0 t amb é m poderia ser explicada por uma nebulosa recémnascida alimentada por uma jovem magnetar, caracterizada por um campo magnético e x t re m am e nt e for t e . Como o transiente acima mencionado tem caraterísticas e galáxia hospedeira semelhantes à fonte de rádio associada às pr i me i r as r aj a d as rápidas de rádio repetidas FRB 12102, alguns
astrônomos supuseram que FIRST J1419+3940 é uma magnetar relativamente n o v a q u e g i r a rapidamente. Os astrônomos con aram em uma rede de telescópios para descobrir qual das duas hipóteses é a mais plausível. "Para distinguir estas hipóteses, realizamos obser vações de rádio usando a Rede Europeia de Interferometria de Longa Linha de Base em 1,6 GHz para resolver a
emissão de forma espacial e encontrar rajadas de rádio com duração de milissegundos", informaram os astrônomos liderados por Benito Marcote. A equipe de Marcote acredita que o FIRST J1419+3940 é uma pequena fonte de rádio com uma densidade de uxo ao nível de 620 microjansky. Com uma d i s t â n c i a d e luminosidade de cerca de 283 milhões de anos-luz, o tamanho da fonte foi estimado em cerca de 5,2
anos-luz. Paralelamente, as observações não detectaram explosões de du r a ç ã o a o n í v e l d e milissegundos de origem astrofísica a partir deste objeto e con rmaram que a emissão de rádio proveniente dele não é térmica. Os pesquisadores notaram que o FIRST J1419+3940 ainda poderia produzir rajadas rápidas de rádio, admitindo que é necessário realizar mais pesquisas do local.
Elefanta mais triste do mundo morre após anos de solidão Segundo a administração do zoológico, há seis meses a saúde de Flavia vinha se deteriorando, o que inclui perda de peso e depressão FOTO: REPRODUÇÃO FACEBOOK
Flavia, uma elefanta asiática de 47 anos conhecida como "a elefante mais triste do mundo", morreu na última sexta-feira (1º de março). Flavia passou a ser chamada dessa forma por passar 43 anos em um z o ol ó g i c o e m C órd ob a , n a Espanha, totalmente isolada da sua espécie. De acordo com o jornal espanhol e Local, o elefante indiano foi retirado da natureza aos três anos de idade e levado para o zoológico de
Córdoba e desde então, foi mantido isolado. Segundo a administração do zoológico, há seis meses a saúde de Flavia vinha se deteriorando, o que inclui perda de peso e depressão. No dia 1º de março, o animal desmaiou e foi sacri cado após não conseguir se levantar. Em vídeo, o zoológico de Córdoba lamentou a perda de Flavia e prestou uma homenagem à elefanta. “Em 1º de março de
2019, Córdoba acordou com a triste notícia da morte de nosso amado elefante, Flavia. Com este vídeo, queremos prestar homenagem por ter nos acompanhado por mais de 40 anos ensinando-nos a cuidar de suas espécies, seu habitat e o meio ambiente nas mãos”. Durante os anos em que Flavia passou no Zoológico de Córdoba, diversos grupos de defesa dos direitos dos animais zeram lobby para que o elefante fosse transferido para um local em que pudesse interagir novamente com a sua espécie. Um desses grupos foi o PACMA (Partido Animalista Contra o Maltrato Animal, em tradução livre), que vinha conversando com o zoológico no último ano, em uma tentativa de levar Flavia a um
s antuár io, na esp erança de reverter seu quadro de saúde. "Flavia tinha quase a mesma idade que eu e durante os meus 45 anos de vida consegui ter todos os tipos d e e x p e r i ê n c i a s e re l a c i o n a m e nt o s . Vi aj e i , aproveitei os meus passatempos e desfrutei de tempo de qualidade com os meus entes queridos. Flavia foi impedida. Durante todos aqueles anos, ela esteve s o z i n h a e e m c at i v e i ro n o zoológico de Córdoba.
Esperamos que nenhum animal passe por isso novamente”, disse a presidente do PACMA, Silvia Barquero. Na natureza, os elefantes podem viver o dobro do tempo que os animais em cativeiro, em parte devido aos importantes laços familiares e ao amplo território d i s p o n í v e l . Pe s q u i s a d o r e s acreditam que a obesidade e o estresse provavelmente contribuem para a morte prematura de elefantes cativos.
8 SAÚDE
08 a 15 DE MARÇO DE 2019
Transplante elimina o HIV de mais uma pessoa Paciente infectado ficou livre do vírus após cientistas repetirem, 12 anos depois, um procedimento que já havia dado certo em outra pessoa: transplante de células-tronco imunes à doença FOTO: NIH/SPL/REPRODUÇÃO
Desde que a aids foi descoberta, nos anos 1980, estima-se que ela tenha tirado a vida de 35 milhões de pessoas no mundo todo. Hoje, a infecção por HIV é re l at i v a m e nt e f á c i l d e controlar com a ajuda de medicamentos, mas a cura, porém, é raríssima: até então, só uma pessoa teria conseguido driblar o vírus em de nitivo. O caso em questão cou conhecido como o do “paciente de Berlim”, e diz respeito a Timothy Ray Brown, americano que vivia na capital alemã. Ele se viu livre do HIV após passar por um transplante de célulastronco em 2007 e, desde então, não voltou a ter carga viral detectável. Agora, quase doze anos depois, a lista pode estar ganhando outro nome. De acordo com pesquisadores d a Un i v e r s i t y C o l l e g e London, um homem britânico deixou de sofrer com o HIV graças à repetição da mesma técnica utilizada uma década antes,
no tratamento de Brown. O caso do “paciente de Londres”, como ele tem sido chamado, foi descrito em um estudo cient í co publicado na revista Nature. Os dois casos de sucesso têm algumas semelhanças importantes entre si. Os pacientes “curados” tratavam, a l é m d o H I V, também de um câncer no sangue – enquanto o mais recente sofria do chamado Linfoma d e Ho d g k i n , T i m o t hy Brown apresentava leucemia mieloide aguda. Essas doenças, que são raras, não apresentavam melhora m e s m o c o m a quimioterapia. Como tratamento, ambos receberam transplantes não convencionais de medula óssea. Nesse procedimento, os glóbulos brancos do sangue são destruídos com remédios ou radioterapia. E,
depois, substituídos por outros, que foram doados por uma pessoa saudável. Aí, porém, aparece o pulo do gato que permitiu a cura: as células-tronco recebidas, nos dois casos, vieram de um doador com uma condição genética rara que o tornava resistente ao vírus HIV. Ao invés de selecionarem um doador qualquer para o transplante, os cientistas escolheram pessoas com uma mutação genética rara chamada “delta 32”. Essa
mutação está relacionada à produção de uma proteína especí ca no gene CCR5. Sem a presença dessa proteína, o vírus HIV tem di culdade de atacar os glóbulos brancos e se reproduzir dentro deles – impedindo, dessa forma, o avanço da aids. S e g u n d o o s pesquisadores, dois transplantes de medula óssea feitos em 2016 foram su cientes para fazer o HIV desaparecer por completo do sangue do “paciente de
Londres” – além de eliminar seu c âncer, é cl aro. Após 16 meses, o homem parou de tomar a medicação a nt i r r e t r ov i r a l . Mesmo 18 meses d e p o i s d o procedimento, o vírus HIV segue sem dar as caras. Ainda que o tempo sem HIV seja signi cativo, o grupo responsável pela descoberta ainda é reticente em cravar que houve a cura de nitiva. Em vez disso, o termo mais utilizado é que houve a “re m i ss ã o” d a d o e nç a . A nal, o que foi descoberto é o mecanismo que impede a reprodução do HIV, não um método que o extingue por completo do organismo. O vírus, portanto, está sob controle no corpo do paciente, mas pode ser que não permaneça dessa forma para sempre. A expectativa dos cientistas é que a técnica
possa, no futuro, se estabelecer como método de nitivo contra o HIV. O problema é que, além de serem procedimentos arriscados, complexos e custosos nanceiramente falando, os transplantes de medula óssea ainda precisam passar por mais testes do gênero. A nal, ainda que a técnica seja conhecida há mais de uma década, a maioria das outras tentativas de repetir a cura falharam. “Esses novos achados rea rmam nossa crença de que existe uma prova de que o HIV é curável”, disse Anton Pozniak, presidente da Sociedade Internacional de Aids, em entrevista ao jornal e Guardian. “A esperança é que essa se torne uma estratégia s egura, e c on ôm i c a e s i mp l e s”. Estima-se que cerca de 37 milhões de pessoas vivam atualmente com o HIV no mundo todo. O total de infectados desde a década de 1980 é de 70 milhões.
Como o Parkinson surge, afeta o corpo e causa tremores? Essa doença neurodegenerativa pode gerar sintomas como perda de olfato, alterações intestinais e, claro, tremores Pergunte para uma pessoa sobre os sintomas da doença de Parkinson e ela provavelmente se concentrará nos tremores. Mas esse problema vai além disso, afetando de olhos a intestino. Então quais são seus principais sinais e o que causa tudo isso? O problema tem origem em
uma área do cérebro chamada substância negra. Os neurônios ali começam a morrer ou deixam de funcionar adequadamente. Isso leva à diminuição da produção de dopamina, um neurotransmissor envolvido, entre outras coisas, nos processos motores. A falta de dopamina faz
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com que os sinais elétricos não sejam transmitidos direito de uma célula nervosa para outra. Daí os neurônios de outra região da massa cinzenta passam a disparar estímulos indesejados como uma espécie de curtocircuito. Esses estímulos chegam até os músculos de forma desordenada, gerando tremores principalmente na c a b e ç a e n o s m e m bro s superiores. A movimentação das mãos ca parecida com a
de alguém contando dinheiro. Embora tenha um componente genético, a causa não está bem e s t a b e l e c i d a . Po lu i ç ã o, agrotóxicos e dieta rica em carne vermelha já foram acusados. As fases são três. Leve, quando é possível realizar todas as tarefas; intermediária, com di culdades para abotoar a roupa ou caminhar; avançada, com um grau
como ressonância magnética do crânio, podem identi car sinais especí cos da FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET doença. Os medicamentos atuam basicamente repondo a dopamina e são o principal tratamento para conter os sintomas do problema. Ainda não há Parkinson. O movimento cura. Quando o paciente não p o d e s e r c a u s a d o p o r responde aos remédios, alterações hormonais, uso de podem ser implantados remédios e até estresse. eletrodos em determinadas O diagnóstico é clínico, áreas do cérebro para reduzir feito durante a consulta os tremores. médica. Alguns exames, maior de dependência. E, atenção: nem todo tremor é
BEM-ESTAR 9
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RAFAELA RANGEL
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Com o m do carnaval o desespero de ter fugido da dieta bate forte nos foliões. Ne s s e s d i a s d e mu it a brincadeira, a vontade é só de curtir mesmo, a nal são somente quatro dias. O ideal é aproveitar, mas sem perder o foco da alimentação saudável. Para aqueles que exageraram nem tudo está perdido. É erguer a cabeça, não se desesperar e seguir as dicas da nutricionista para que a vida entre no ritmo novamente. O primeiro passo é retirar do cardápio os excessos do carnaval para que não emendem na semana os erros cometidos nesse período, que podem gerar a
perda total do foco. Uma
alternativa é inserir na
alimentação os chás como
o de hibisco, de camomila e
o chá verde, que estimulam a queima de gordura, f a c i l i t a m a d i g e s t ã o, regulam o intestino e combatem a retenção de líquido. Vocês devem se hidratar muito com água, sucos e alimentos ricos em água, como frutas e verduras, que ainda oferecem vitaminas e minerais essenciais que você deixou de consumir nos dias de folia. É mu it o i mp or t a nt e retomar a rotina de exercícios. O que não pode ocorrer é a perda da motivação e se entregar de vez às “jacadas” cometidas em épocas como essas. Sigamos rmes na retomada da rotina!
Ciclismo: conheça as modalidades e escolha a que mais tem a ver com você Na rua, na natureza ou na academia, o esporte agrada diferentes tribos Queima gordura, desenha os músculos e preserva as articulações, além de você
chuva e até para quem ama um esporte radical. A modalidade indoor é a
FOTO: JACOBLUND/THINKSTOCK/GETTY IMAGES
ainda conseguir sentir o ventinho no rosto como se est ivess e cor rendo. As vantagens da bicicleta são muitas, mas andar nas rodovias e ruas da cidade não é a única opção que existe. Tem modalidade para quem não curte tomar
queridinha de muita gente que não sai da academia. As aulas de ciclismo indoor geralmente não pedem equipamentos especí cos, como o capacete e sapatilhas típicas dos atletas, e são feitas em ambientes fechados, bem longe das
chuvas e ventanias. Perfeita para quem quer a u m e n t a r o condicionamento físico, mas ainda não se sente seguro para pedalar ao lado dos carros e pedestres. Os equipamentos ainda possibilitam o au m e nt o e a d i m i nu i ç ã o n a carga, ou seja, a força que você terá que fazer, e os professores utilizam essa característica para deixar o treino mais divertido — junto com uma música animada. Estrada, como o nome já diz, é a modalidade em que você vai para a rua praticar e competir. “As bicicletas
utilizadas são chamadas de speed porque têm uma aerodinâmica pensada para atingir altas velocidades”, a rma o atleta Eduardo Machado Pereira, presidente da Federação Paranaense de Ciclismo. Já para quem cur te mountain bike, desa o é a palavra-chave. Nele, você tem que estar preparada para circuitos naturais (terra, areia, cas calho, lama). “Os equipamentos precisam ser bem resistentes e ter amortecimento para
neutralizar grandes impactos”, orienta Eduardo. Down Hill, parkour na bike? Quase isso. “Você desce escadarias, montanhas, morros ou obstáculos”. Isso acaba exigindo mais das articulações, claro, e você quase não utiliza o banco da bicicleta, fortalecendo as pernas. A BMX, que pode ser chamada também de bicicross, é uma espécie de corrida sob duas rodas que envolve acrobacias e
diversos obstáculos. “O circuito com cer teza é menor do que na corrida em estradas, mas exige bastante preparo físico”, a rma o atleta. O BMX racing é feito geralmente em estradas de terra, enquanto o freestyle em pistas de skate. O paraciclismo é praticado por quem possui algum tipo de de ciência nas pernas. A prática é re a l i z a d a p or me i o d e handbikes, triciclos e equipamentos adaptados. (Boa Forma)
10 COMPORTAMENTO
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ANA LUCIA Ana Lucia Bernardo Cordeiro
Professora
No frigir dos ovos... FOTO: REVISTA PEPPER
O
lá pessoal, o texto d e h o j e é literalmente sobre comida. Achei esse texto, de autoria desconhecida, muito interessante e gostaria de compartilhá-lo com vocês. “Não é à toa que os estrangeiros acham nossa língua muito difícil. Como a língua portuguesa é rica em expressões! Ve j a o q u a n t o o vocabulário “alimentar” está presente nas nossas metáforas do dia a dia. Aí vai. Pergunta: – Alguém sabe me explicar, num português claro e direto, sem guras de linguagem, o que quer dizer a expressão 'no frigir dos ovos'? Resposta: – Quando comecei, pensava que escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que depois de um certo tempo dá
crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba cando com uma batata quente nas mãos. Como rapadura é doce, mas não é mole, nem sempre você tem ideias e pra (sic) descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa. E não adianta chor ar as pit ang as ou, simplesmente, mandar tudo às favas. Já que é pelo estômago que se conquista o l e i t o r, o n e g ó c i o é i r
comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo. Contudo, é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher linguiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. A nal, não se faz uma boa omelete
sem antes quebrar os ovos. Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote. Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia-tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão. Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca
e o queijo nas mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese… etc.). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, en am o pé na jaca e, no m, quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou. O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversi car é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente. Por outro lado, se você tiver os olhos maiores que a barriga o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha, não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, a nal, pimenta nos
olhos dos outros é refresco… A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca, e depois quando se junta a fome com a vontade de comer as coisas mudam da água pro (sic) vinho. Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa pra (sic) sua sardinha, que no frigir dos ovos a conversa chega à cozinha e ca de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda. Entendeu o que signi ca 'no frigir dos ovos' ?”, autor desconhecido.
Depois de uma aula tão rica quanto essa, só resta despedir-me de vocês e correr para a geladeira. Beijos!
Iceberg maior que Nova York ameaça escapar da Antártida FOTO: NASA ICE/WIKIMEDIA COMMONS
Um s at é l it e d a Na s a registrou que, na Plataforma Brunt, uma geleira grande na Antártida, surgiram duas rachaduras instáveis – uma que está crescendo para o Leste e outra para o Norte – e elas estão aumentando em proporções assustadoras. Os satélites observam a geleira há mais de 30 anos e, comparando imagens de 2019 com as iniciais, de 1986, é possível perceber a estabilidade anterior e a iminente quebra atual. A rachadura que cresce do Sul
para o Norte está aumentando de tamanho numa taxa de quatro quilômetros ao ano. É ela q u e g e r a m a i o r preocupação aos cientistas. O gigante bloco de gelo, que pode se desprender da plataforma, possui 1.700 quilômetros quadrados, o que é duas vezes a cidade de Nova York e um pouco maior que a cidade de São Paulo (que possui 1.521km²). Este processo de des ag regaç ão, t amb ém
conhecido como “parto”, ocorre naturalmente nas plataformas de gelo. Mas não no ritmo atual e nem nas proporções que se vê em toda a geleira Brunt, alertou a Nasa. Além disso, os centros de pesquisa instalados lá t a m b é m e s t ã o ameaçados. A estação H a l l e y, d a B r i t i s h Antarctic Survey, uma base importante para análises cientí cas envolvendo a Terra, a atmosfera e o espaço, que funciona normalmente durante todo o ano, pode acabar tendo que se realocar em um local mais seguro. Os cientistas temem que a estação pare de funcionar por um tempo.
Outro fator preocupante é que o futuro a longo prazo das plataformas de gelo da Antártida terá uma grande in uência no aumento do nível do mar em todo o mundo. De acordo com um relatório divulgado por
cientistas dos EUA e do R e i n o Un i d o n o a n o passado, o derretimento da camada de gelo acelerou três vezes nos últimos cinco anos. A menos que medidas drásticas sejam tomadas
para reduzir as emissões de gases estufa, os cientistas e s t i m a m q u e o derretimento do gelo da Antártida deve acrescentar mais de 25 centímetros ao total do aumento do nível do mar até 2070.
OLHAR DE UMA LENTE 11
08 a 15 DE MARÇO DE 2019
HAROLDO CORDEIRO FILHO
Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Reforma da Previdência, a quem interessa? N
ão quero ser contrário ou a favor dessa ou daquela mudança, mas a reforma da previdência, segundo alguns entendidos, está sendo
Assistência Social e a Previdência Social. “A previdência Social é um seguro social, composto principalmente por aqueles que
06/2019 (Reforma da Previdência). Pois bem, repetindo o discurso do presidente Temer, que se rmava no corte de privilégios e no dé cit da Previdência Social para
en ada de goela abaixo do povo que sempre contribuiu e agora está sendo privado dos seus direitos. Contribuintes estes que no passado amargaram o desprazer de ver a previdência ser surrupiada pelos gatunos envolvidos na esfera de governo do Estado brasileiro e agora estão sendo obrigados a bancar mais esse “rombo” que nossos políticos dizem ter a Previdência. Não seria o caso de começar cobrando das 10 empresas que mais devem à Previdência (Varig, R$ 3,891 bilhões; JBS, R$ 2,395 bilhões; Vasp, R$ 1,916 bilhão; Associação Educacional Luterana d o Br a s i l, R $ 1 , 7 8 3 bi l h ã o ; Transbrasil, R$ 1,319 bilhão; Marfrig, R$ 1,162 bilhão; Instituto Candango de Solidariedade, R$ 851 milhões; Instituto Presbiteriano Mackenzie, R$ 789 milhões e Teka, R$ 743 milhões)? Estariam eles ignorando os mais de R$ 450 bilhões devidos pela iniciativa privada? O Fatos & Notícias, procurou quem realmente entende do assunto e chegou no sergipano, Guilherme Teles, advogado previdenciarista que diz que, ao longo dos anos, o brasileiro conviveu com as mais diversas mudanças na Previdência Social e que a seguridade Social brasileira (art. 194, CF/88) foi uma das maiores conquistas na Constituição Federal de 1988 e esse sistema é formado pela Saúde,
contribuem para que possam ter acesso aos benefícios previdenciários (auxílio-doença, aposentadoria, entre outros). Sendo assim, a Previdência Social no Brasil não é um conceito tão recente, porém comparado a outros países mais desenvolvidos há um atraso enorme. Em meio a uma crise política, ética, econômica e estrutural do Estado brasileiro o atual governo assumiu, em janeiro deste ano, com a promessa de estabelecer uma nova política. No entanto, as divergências começam a aparecer e a relação do governo com o Congresso Nacional ainda não está consolidada o su ciente para reformas estruturantes do país, a exemplo da Reforma da Previdência, a qual está sendo apresentada pela equipe econômica do presidente B olsonaro como a “Nova Previdência”. Em menos de 100 dias de governo algumas crises já foram causadas no governo, principalmente quando a relação família/governo ganha publicidade, pois um outro ponto altamente de citário do governo diz respeito à comunicação e isso pode inviabilizar uma mudança radical na Previdência, como pretende a equipe do ministro Paulo Guedes. São poucos dias de governo ainda, mas as crises e ajustes devem ser superados, caso o governo pretenda aprovar a PEC
que a Reforma da Previdência fosse aprovada no Congresso Nacional, nessa mesma linha de argumentação segue a equipe econômica do presidente Bolsonaro, mas, agora, com um texto de mudança à Constituição ainda mais combativo aos direitos sociais garantidos pela Lei maior do País. Ora, mas a Previdência Social brasileira possui mesmo algum dé cit? Para o advogado esse tema é complexo. A Previdência Social é de citária ou superavitária? Ele cita que a CPI que aconteceu recentemente no Senado não detectou dé cit na Previdência, bem como essa é a a rmação de diversos estudiosos e da Associação Nacional dos Auditores Ficais da Receita Federal (ANFIP). “Tudo depende da forma como é elaborado o cálculo do suposto dé cit para que se chegue a tal conclusão, mas de um modo geral é possível se chegar à conclusão que o dé cit da Previdência não passa de um discurso pronto do governo p ar a c onqu ist ar o ap oi o d a população e dos parlamentares. A nal, somente a dívida das maiores empresas brasileiras com a Previdência Social é mais do que o dobro do suposto dé cit. Pois bem, não havendo dé cit na Previdência Social qual seria o argumento plausível para a uma reforma com essa proporção? O atual governo se
comprometeu, desde o começo, com as vontades do mercado nanceiro e iniciou um trabalho profundo para a aprovação da Reforma, e está estabelecendo regras modernas para a Previdência Social (a exemplo da proposta da Capitalização) justo num País que ainda não conseguiu resolver problemas básicos do século passado no que se refere aos problemas sociais. Sem dúvidas, o maior interessado nessa Reforma da Previdência é o mercado nanceiro, o qual sabe que as regras di cultarão o acesso dos segurados da Previdência Social aos mais diversos benefícios, bem como cada vez mais pessoas de vem ader ir à pre v idênci a privada, a qual é interessante, mas nunca substituirá a previdência social. Ademais, ao ler o texto da PEC 06/2019 (Reforma da Previdência) é possível observar as enormes distorções sócias presentes no texto, uma vez que não se trata apenas de uma reforma da previdência, mas, sim, de uma retirada de direitos sem precedentes, podendo aqui ser citada a questão do BPC/Loas, dos trabalhadores rurais, da pensão por morte e do novo cálculo para a concessão dos benefícios previdenciários. Porém, a reforma
também ajusta algumas questões como, por exemplo, altera a alíquota de contribuições sociais, principalmente dos servidores públicos. Por m, a reforma da Previdência Social é de interesse exclusivo do mercado nanceiro e de políticos comprometidos com esse mercado, basta observar o cenário político atual e detectar diversas relações entre o poder econômico e o poder político. Mais uma vez a sociedade brasileira poderá pagar muito alto pela falta de sensibilidade daqueles que deveriam representar os interesses do seu povo, sobretudo das pessoas de menor poder aquisitivo. A reforma da Previdência corre o risco de não ser aprovada neste ano por causa das circunstâncias políticas, mas, mesmo assim, a sociedade deve se mobilizar enfaticamente contrária a essa "pseudorreforma". A nal, mais importante do que estabelecer uma Reforma da Previdência que retira diversos direitos sociais, seria mais coerente o governo propor uma restruturação do sistema pre v i d e n c i á r i o p a r a qu e o s segurados da Previdência Social tivessem mais dignidade na hora que solicitam os seus benefícios previdenciários”.
Guilherme Teles – Advogado Previdenciarista, professor, presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB/Sergipe @profguilhermeteles
12 GERAL
08 a 15 DE MARÇO DE 2019
LUZIMARA FERNANDES
Ode às mulheres Quero homenagear, hoje, aquela mulher que é mãe, esposa, irmã, amiga, filha... companheira. Aquela que sai de madrugada para trabalhar e sustentar sua casa e seus filhos, que na sua dura rotina diária mal tem tempo de olhar para si mesma
A
o procurar uma vertente para escrever este texto em homenagem a todas as mulheres nesse 8 de março, Dia Internacional da Mulher, pensei em mil coisas: palavras bonitas, frases de efeito, machismo, racismo, violência (de todos os tipos) e tantos outros temas p e r t i ne nte s a o assu nto MULHER. Acabei optando por fazer uma singela homenagem àquelas que matam um leão por dia para dar conta das responsabilidades. Decidi festejar as coisas boas, a força, que é inerente da mulher, principalmente da mulher brasileira, que vive em um dos piores países do mundo para a classe feminina. Estamos no topo dos países que mais matam as suas mulheres. Espelhada nas mulheres que fazem parte da minha vida (amigas, irmãs, primas, tias, cunhadas), todas com histórias de sup eração. Mulheres lindas, fortes, frágeis, guerreiras, tudo ao mesmo tempo. Quero homenagear, hoje, aquela mulher que é mãe,
esposa, irmã, amiga, lha... companheira. Aquela que sai de madrugada para trabalhar e sustentar sua casa e seus lhos, que na sua dura rotina diária mal tem tempo de olhar para si mesma. À mulher guerreira, que luta e lida com o machismo em uma pro ssão rotulada como masculina. Àquela que sofre por não poder dar o
“É próprio da MULHER o sorriso que nada promete e permite tudo imaginar”, Carlos Drummond de Andrade
melhor aos seus lhos e, mesmo assim, não abandona os seus sonhos e vai à luta. Àquela que tem que provar todos os dias que é capaz. Àquela mulher... negra, branca, índia, asiática... gorda, magra, alta, baixa, mediana... simplesmente MULHER.
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