Jornal Fatos & Notícias Ed. 293

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ANO IX - Nº 293 08 a 15 DE ABRIL/2019 SERRA/ES

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita

'Besouroescorpião' é encontrado no interior O besouro-escorpião é o único da espécie que pode picar de SP ARQUIVO PESSOAL/ANTÔNIO SFORCIN

REVISTA ATENÇÃO

BIOTREM/DIVULGAÇÃO

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Empresa cria pratos e talheres descartáveis biodegradáveis Pequeno dispositivo portátil pode servir como alternativa às biópsias Escolas de educação infantil rurais sofrem com falta de políticas públicas adequadas FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

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DIVULGAÇÃO

Fome extrema atinge mais de 113 milhões no mundo

Cientistas diminuem uso de agrotóxicos nas lavouras

Vitória recebe oficinas

Relatório apresentado pela União Europeia, FAO e PAM destaca que o problema de audiovisual e da insegurança alimentar afeta principalmente o continente africano Pág. 9 educação ambiental ANA LUCIA 8 Nessa semana comemorou-se o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo Pág. 10

JORGE PACHECO 8 Sessão da CCJ da Câmara

com ministro Paulo Guedes pegou fogo e precisou da intervenção do presidente da comissão, deputado Felipe Francischini Pág. 5

HAROLDO CORDEIRO FILHO

8 Nossos gestores insistem em não enxergar a importância da ciência Pág. 11

Pág. 3

Projeto pretende ampliar Empresa sueca produz cortina mercado de produtos que puri ca o ar dentro sustentáveis da de casa Amazônia Pág. 6

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2 MEIO AMBIENTE

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Sistema de abastecimento de água é aliado ao manejo sustentável de gado na Amazônia Os sistemas servem ao modelo de Pastoreio Racional Voisin, uma alternativa eficiente e sustentável para produtores de gado da região

Empresa cria solução biodegradável para pratos e talheres descartáveis

AMANDA LELIS/INSTITUTO MAMIRAUÁ

Feitos com farelo de trigo, pratos, tigelas e talheres se decompõem em apenas 30 dias BIOTREM/DIVULGAÇÃO

É difícil pensar na produção de gado na Amazônia sem lembrar da derrubada de árvores para a formação de pastagens que vem devastando parte do bioma. Indo na contramão desse processo, o Instituto de Desenvolvimento Su s t e nt áv e l Ma m i r au á instalou três sistemas de abastecimento de água para a criação de gado com o modelo de Pastoreio Racional Voisin (PRV) na R e s e r v a d e Desenvolvimento Sustentável Amanã. Com os sistemas, movidos a energia solar, os criadores, que praticam a pecuária de pequeno porte na região da reserva há décadas, podem m e l h o r a r a s u a produtividade e a saúde do rebanho, sem a necessidade de desmatar novas áreas. As ações atendem aos objetivos do projeto Mamirauá: Conservação e Us o Su s t e nt áve l d a Biodiversidade em Unidades de Conservação (BioREC), que visa “reduzir e transformar práticas que geram conversão orestal desnecessária, degradação ambiental e emissões de gases de efeito estufa”. Dentro dessa lógica, é fundamental que os criadores locais tenham à mão alternativas que possibilitem a pecuária

agroecológica e sustentável na reser va, que abriga produtores de gado há pelo menos 50 anos. “Quando as pessoas falam em criação de gado dentro da Amazônia, vem junto a q u e l e p e s o d o desmatamento. Mas, qu ando vo cê lid a com cr iadores tradicionais, entender a lógica de criação e entender que os campos já existem há muito tempo é muito importante”, a rma Jerusa Cariaga, pesquisadora do Programa d e M a n e j o d e Agroecossistemas (PMA) do Instituto Mamirauá. Sem a alternativa oferecida pelo sistema de Pastoreio Racional Voisin, o gado na região da reserva era (e ainda é) criado solto para pastar e beber a água do rio. Essa maneira de criação pode, eventualmente, empobrecer o solo, o que acarreta na procura dos animais por alimento em propriedades vizinhas ou na necessidade da derrubada de áreas de oresta para a criação de novas pastagens. Outra problemática do antigo modelo está no consumo da água diretamente do rio pelos animais. Em um rebanho do tamanho dos que foram bene ciados pelo projeto – entre 30 e 40 cabeças – é c omu m qu e ap e nas o s

primeiros indivíduos a chegarem ao rio bebam água de qualidade. O resto do grupo ca com a lama – resultado do solo mexido pelos primeiros a chegarem. Há também o risco de atolamento dos animais, que pode causar perdas inesperadas para o criador. N o s i s t e m a P R V, idealizado pelo cientista francês André Voisin, são delimitadas áreas – denominadas parcelas – onde o gado ca con nado. Essas áreas abrigam o pasto que será consumido pelos animais, que c am no máximo três dias em cada parcela. Além de se alimentar, o rebanho defeca e urina no solo, o que fer t i liza a veget aç ão e permite que a pastagem se recupere enquanto as outras parcelas são utilizadas. “O PRV é uma tecnologia agroecológica que não causa a dependência de insumos externos, como fertilizantes sintéticos”, destaca Paula Araúj o, veter inár ia do Instituto Mamirauá, uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). “Queremos que, com os recursos que o criador dispõe no local, ele consiga produzir e produzir com qualidade”, complementa.

Floresta nativa da Mata Atlântica Mais difícil que falar rápido “três pratos de trigo para três tigres tristes” é imaginar que um dia você poderia fazer uma refeição com pratos e talheres feitos de t r igo. Mas, com os utensílios produzidas pela empresa Biotrem isso é totalmente possível. Uma tonelada de farelo de trigo puro vira 10 mil unidades de pratos, tigelas e talheres bi o d e g r a d áve is ( qu e podem ser até mesmo ingeridos!). Inventado pelo empresário Jerzy Wysocki, o processo transforma farelo de trigo natu r a l e m u m b el o conjunto de utensílios ecológicos usando pouca

água, sem extrair recursos minerais ou adicionar compostos químicos. “Nossas tecnologias são protegidas por inúmeras patentes internacionais. O processo tecnológico limpo e ambientalmente amigável de fabricação é baseado em matériasprimas naturais – farelo de t r igo e p e quenas quantidades de água. O resto é feito por alta pressão e alta temperatura”, explica a companhia polonesa em seu site. A ideia é que os produtos sejam alternativa para os utensílios descartáveis de plástico, principalmente os utilizados em eventos.

Imagine, por exemplo, p o der subst ituir um pratinho usado uma única vez na festa infantil (e que poluirá a natureza por até séculos) por outro que pode ser decomposto na terra em apenas 30 dias. Parece uma boa troca, não? A empresa também garante que os objetos feitos de farelo de trigo são adequados para servir refeições quentes e frias, podendo ser usados com segurança em fornos ou micro-ondas. Os produtos da Biotrem já são fabricados em larga escala e estão à venda por toda a Europa e também em diversos outros países do mundo (infelizmente ainda não no Brasil).

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3070-2951 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES CNPJ: 18.129.008/0001-18 Filiado ao Sindijores

"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília

Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores


CULTURA 3

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Como surgiu o Dia da Mentira? A culpa é de uma mudança no calendário cristão, feita no século 16

DISNEY/REPRODUÇÃO

Vitória recebe oficinas de audiovisual e educação ambiental As inscrições estão abertas e o cadastro é gratuito, mas as vagas são limitadas DIVULGAÇÃO

FOTO: REPRODUÇÃO

Todo mundo aprende que não se deve mentir, menos num dia: o 1º de abril, mais conhecido como o Dia da Mentira. Uma vez por ano, está liberado contar todo tipo de lorota e isso tem uma explicação histórica. Tudo teria começado no século 16, na França, quando o Ano Novo era comemorado do dia 25 de março ao dia 1º de abril – foi só em 1564 que

o rei Carlos 9º decidiu mudar a data para o dia 1º de janeiro, por causa da adoção do calendário gregoriano. Como acontece toda vez que alguém decide mudar algo tão tradicional, muita gente não gostou e resistiu. Esse grupo passou a ser ridicularizado e chamado de os "bobos de abril". Fazia parte da chacota enviar convites

p ar a fe s t a s qu e n ã o existiam ou ganhar cartões e presentes esquisitos no dia 1º de abril. A "brincadeira" saiu da França e correu o mundo. Na Inglaterra e nos EUA, virou o "April Fool's Day" ou "All Fool's Day", algo como o Dia dos Tolos de Abril ou Dia de Todos os Tolos.

Foto Antiga do ES

Vista das instalações do Aeroporto de Vitória em 1943, com destaque para um antigo hangar da Air France, então ocupado pelo Aeroclube do Espírito Santo

Para valorizar a cultura e o meio ambiente e estimular a comunidade a v i v e n c i ar a preservação ecológica em sua própria região, o Cineclube Eco Social promove uma série de oficinas de animação e documentário, exibição de filmes e palestras entre os dias 01 a 14 de abril, na sede do Centro C u l t u r a l Caieiras/Instituto Manguerê, na Ilha das Caieiras, na região da Grande São Pedro, em Vitória. As atividades fazem parte do “Projeto Olhares”, em parceria com o Instituto Manguerê. As inscrições estão abertas e o cadastro é gratuito, mas as vagas são limitadas. Para realizar o cadastro, basta preencher o

POSTO MIRANTE AV. NORTE SUL

f o r mu l á r i o n o l i n k https://forms.gle/zYNC TyBZGYPyN8t66. O p r o j e t o é contemplado com recursos do Edital 013/2018, do Fundo Estadual de Cultura da Secult. A pedagoga Vera Lúcia M i r a n d a , o documentarista Ricardo Sá (oficina de documentário), o animador Bruno Cabús (oficina de Animação) e o realizador Audiovisual Lu c i an o Gu i m ar ã e s (oficina de cineclube) são os nomes que utilizam recursos do audiovisual como ferramenta pedagógica. Ap ó s a s a u l a s e a s palestras, um vídeo com o resultado do projeto será exibido na comunidade. A representante do

Instituto Manguerê, Alcione Dias, destaca o obj et ivo do proj eto como meio de conscientizar as novas gerações. “É importante lançar novos olhares que e s t i m u l e m a apropriação e o cuidar, principalmente da juventude, sobre esta reg ião. A Il ha das Caieiras possui geografia privilegiada e uma aptidão expressiva p ara o tur ismo p or manter ainda hoje características peculiares de sua gente, com cultura, história e modos produtivos próprios, área de preservação ambiental, o manguezal, que tem como tradição as catadeiras de siri e sua culinária aliada a uma cenografia belíssima”, enfatiza Alcione.


4 EDUCAÇÃO

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Educação à deriva no Brasil Em meio a uma de queda de braço no centro do governo Bolsonaro, a paralisia toma conta de uma área-chave para o desenvolvimento brasileiro. Impactos em diferentes projetos já são perceptíveis "O critério para preencher (os ministérios) é técnico, não é festa". A frase, dita por Jair Bolsonaro em novembro do ano passado, antes da posse como presidente da República, contrasta com a disputa de poder que se instalou no Ministério da Educação (MEC) e foi agravada nas últimas semanas. Enquanto militares concorrem com seguidores do autoproclamado lósofo Olavo de Carvalho, espécie de guru do bolsonarismo, para tomar as rédeas do ministério, questõ es centrais de um dos setores com necessidades mais urgentes do Brasil deixam de ser discutidas. Uma verdadeira paralisia toma conta do MEC e já vem tendo impactos em diferentes áreas da educação. Um d o s p onto s d e interrogação é o conteúdo e cronograma da prova do Enem deste ano. O Inep,

REPRODUÇÃO INTERNET

autarquia responsável pela organização da prova e que teve sucessivas baixas, criou uma comissão para escrutinar as questões do exame, alvo de críticas do grupo político de Bolsonaro. Um parecer nal precisa ser autorizado pelo c h e fe d a D i re t or i a d e Avaliação de Educação Básica (Daeb) do Inep, cargo vago após pedido de demissão na semana passada, assim como a

presidência do órgão. Outra é a Base Nacional C o m u m C u r r i c u l a r, sancionada em 2017 para a Educação Infantil e Fundamental e em 2018 para o Ensino Médio. Ela teria que ser posta em prática pelas redes municipais e estaduais. O documento exigirá uma adaptação de to das as escolas brasileiras, públicas e privadas. Está previsto que o governo federal ajude

estados e municípios a implementar a política, com apoio técnico e transferência de verbas, na forma de programa ProBNCC, que não andou neste ano. Outra modi cação profunda no sistema educacional, a Reforma do Ensino Médio, também apresenta diversas lacunas. O apoio técnico e nanceiro anunciado pelo MEC no ano passado, para a

implementação do projeto, está parado e sem indicativo de avanço. O mesmo acontece com a discussão do Fundo Nacional para a Educação Pública (Fundeb), que tem previsão orçamentária de 156 bilhões de reais e se encerra no ano que vem, a menos que seja prorrogado. Criado no governo FHC e ampliado em 2006, com Lula, o fundo representa 80% do investimento em educação em mais de mil municípios. A antropóloga Regina Novaes, profess ora do programa de pósgraduação em Educação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), lamenta que o g o v e r n o e s t e j a direcionando esforços para denunciar um suposto "marxismo cultural" no MEC ante necessidades tão urgentes na área. "O professor doutrinador é imaginário, jamais teve.

Há uma minoria ligada ao ensino crítico, re exivo, mas a realidade do País são escolas sem qualidade, com falta de professores e jovens sem condições de seguir com os estudos", avalia. "As posições do MEC variavam com os ministros, mas havia prioridades comuns: pensar um sistema de ensino da educação i n f a n t i l à s u p e r i o r, ampliando acesso e qualidade, assim como incluir p ela educação, cumprindo a Constituição. Este era o viés ideológico?", indaga. Novaes também critica a ausência de propostas da atual gestão. "Não sei quais são as prioridades do MEC hoje. Nenhum plano foi apresentado para quem está nessa área. Existe apenas uma postura reativa, de acabar com o que está aí. Não chegou um projeto, só slogans", a rma.

Escolas de educação infantil rurais sofrem com falta de políticas públicas adequadas O baixo percentual de matrículas nessa etapa da educação no campo é um dos reflexos dessa invisibilidade GUSTAVO MORITA

A falta de vagas em creches e pré-escolas é um problema muito debatido nas áreas urbanas, tanto que o assunto não sai da pauta dos candidatos a cargos municipais. Porém, esse problema é ainda mais pronunciado nas áreas rurais, apesar de não haver praticamente nenhuma discussão em torno dele. O Censo da Educação Básica 2018 mostrou que dos mais de 3,5 milhões de matrículas em creches, apenas 239 mil são em escolas do campo, o que representa 7%. Na préescola, a proporção é de 692 mil crianças para um total de 5,1 milhões, o que dá uma participação de 13%. Em relação ao último Censo Demográ co

realizado (2010), as crianças de 0 a 3 anos das áreas rurais representam 17% do total. Na faixa de 4 a 6 anos, esse indicador é d e 1 8 , 7 % . S e considerarmos esses dados, a oferta possivelmente está aquém d a d e m a n d a , principalmente nas creches. Nas regiõ es Nor te e Nordeste o quadro é um pouco melhor. São elas que têm, proporcionalmente, o maior número de crianças em escolas do interior, da oresta, em assentamentos e zonas ribeirinhas. Bem diferente é o Centro-Oeste, que apesar do vasto território rural concentra 99% das matrículas de crianças de 0 a 3 anos em escolas urbanas.

De acordo com Ana Paula Soares da Silva, coautora dos livros Infâncias do campo ( Autê nt i c a , 2 0 1 3 ) e E du c a ç ã o i n f ant i l d o campo (Cortez Editora, 2012), há três grandes fatores por trás desse quadro. O primeiro deles é a falta de recursos enfrentada por grande p ar te d o s mu n i c ípi o s brasileiros. As cidades e regiões que concentram a m a i o r q u a nt i d a d e d e pessoas em área rural são também as mais empobrecidas, aponta. Há também um desa o de ordem cultural relacionado à ideia de que a criança pequena não precisa de investimento em educação, pois caberia à mãe e à família se ocupar

d e s u a c r i a ç ã o. E s s a concepção é muito forte na sociedade brasileira, inclusive entre os prefeitos, secretários de educação e políticos em geral, a rma a professora livre-docente da Universidade de São

Paulo. Por m, destaca-se a própria invisibilidade dos territórios rurais, que permeia todas as políticas públicas. A falta de atendimento educacional adequado a essa população traz uma

série de consequências, pois interfere na construção da identidade das crianças e na própria conservação das culturas do campo.


POLÍTICA 5

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Jorge Pacheco

Analista Político

Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com

"Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que às vezes fico pensando que a burrice é uma ciência”. “A espada não é a ordem, mas a opressão; não é a tranquilidade, mas o terror; não é a disciplina, mas a anarquia; não é a moralidade, mas a corrupção; não é a economia, mas a bancarrota”, Ruy Barbosa FOTO: DIVULGAÇÃO

Sessão da CCJ da Câmara com ministro Paulo Guedes esquentou

total desrespeito dos dois lados: vários parlamentares começaram a questionar Guedes em voz alta. O bate-boca só foi encerrado quando o presidente da comissão

aniversário, em 31 de março, do golpe militar de 1964", trouxe a reportagem.

FOTOS: REPRODUÇÃO INTERNET

PL 148/2019 fixa cota para negros e índios Matéria propõe reserva de 20% das vagas nos cargos efetivos em certames realizados por órgãos e empresas públicas do Espírito Santo

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça teve que intervir e pedir que os ânimos se acalmassem O clima na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados cou tenso na tarde de terça-feira (02). Na sessão, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tentou detalhar a proposta de Reforma da Previdência, encaminhada à CCJ. Porém, pouco antes de Guedes encerrar sua fala, que durou cerca de 40 minutos, uma confusão sem mais tamanho se instaurou na sala e foi preciso o presidente da comissão, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), interferir. O bate-boca entre o ministro e os deputados se deu após Guedes fazer críticas aos opositores da proposta: “Se vocês zerem como estão pensando e vocês embarcarem seus lhos, vão vê-los em situação como está atualmente Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte ou Minas Gerais”. A fala do ministro só foi recebida com aplausos dos parlamentares governistas, enquanto representantes da oposição gritavam "Chile", em alusão aos problemas previdenciários pelos quais passam o país, citado como exemplo de sucesso por Paulo Guedes com ironia: “O Chile tem quase o dobro da renda per capita do que o Brasil, acho que a Venezuela está melhor". À essa altura o clima pegou fogo com um bate-boca dos deputados oposicionistas, principalmente com o Henrique Fontana (PT-RS), a quem Guedes respondeu: "Deputado, fale mais alto do que eu". Na sequência foi uma lambança só, com

interferiu. “Eu vou pedir bom senso de ambas as partes para que continuemos com a discussão”. Infelizmente é esse o panorama político que a Nação Brasileira está vivenciando no momento!

'The Economist' faz críticas e afirma: mandato de Bolsonaro pode ser curto

Já e st á t r am it and o, na Assembleia Legislativa do ES (Ales), o Projeto de Lei (PL) 148/2019, que visa garantir o acesso de negros e indígenas por meio de cotas nos concursos para administração direta, autarquias, fundações e empresas públicas, além das sociedades de economia mista controladas pelo Estado do Espírito Santo. A iniciativa é do deputado Marcelo Santos (PDT). De acordo com o projeto, a reserva será de 20% das vagas e a medida será

A revista também trouxe, na reportagem, a recente tensão entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e apontou que essa crise deve fazer com que a reforma da Previdência sofra 'atrasos e diluição’ A mais nova edição da revista britânica "e Economist", em matéria publicada no nal de março, voltou a fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de "aprendiz de presidente", e a rmou que o

aplicada sempre que o número das oportunidades oferecidas for igual ou

mandato dele pode ser curto "a menos que ele pare de provocar e aprenda a governar". Bolsonaro já havia sido alvo de críticas por parte da revista no ano passado. A matéria foi bem contundente: "Bolsonaro ainda não mostrou que entende seu novo emprego. Ele dissipou o capital político em seus preconceitos, por exemplo, pedindo que as Fo r ç a s A r m a d a s c o m e m o r a s s e m o

superior a três. Segundo Marcelo Santos, a regra terá prazo de vigência de dez anos e não será aplicada nos concursos com editais já publicados. De acordo com o deputado, o propósito do projeto é a rmar a diversidade étnica e respeitar outros povos, reconhecendo suas di culdades e garantindo a reserva de oportunidades por meio da oferta de vagas

para esses grupos excluídos dos mais diversos cenários sociais, incluindo o mercado de trabalho. Nota dez para o deputado.

TSE: 2,6 milhões de títulos de eleitores estão irregulares Os eleitores que não votaram nem

justi caram a ausência nas urnas nas últimas três eleições têm até o próximo dia 6 de maio para regularizar a situação. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em todo o País, mais de 2,6 milhões de pessoas estão em situação irregular. De acordo com o Tribunal, quem não acertar contas com a Justiça Eleitoral pode ter o título cancelado. O TSE informa que são incluídas eleições re g u l are s e suplementares e que c a d a tu r n o é considerado uma eleição. O título de eleitor, conforme o TSE, é necessário para obter passaporte ou carteira de identidade e para receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, autárquico ou paraestatal, bem como de fundações governamentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que e xe rç am s e r v i ç o públ i c o d el e g a d o, correspondentes ao segundo mês subsequente ao da eleição. O documento é exigido para participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos estados, dos territórios, do Distrito Federal, dos municípios ou das re s p e c t i v a s au t a rq u i a s , p a r a o b t e r empréstimos nas autarquias, nas sociedades de economia mista, nas caixas econômicas federais e estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem como em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo e com essas entidades celebrar contratos.

Jorge Pacheco


6 TECNOLOGIA

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BYD lança o maior Huawei lança celulares ônibus elétrico do topo de linha que mundo chegam ao Brasil O K12A é compatível com os corredores rápidos para ônibus, o BRT DIVULGAÇÃO

em maio Modelo com câmera 'revolucionária' foi mostrado em Paris, com preço a partir de R$ 3.500 na Europa. Ainda não há preço definido para o Brasil

A BYD acaba de lançar o K12A, o primeiro ônibus biarticulado 100% elétrico de 27 metros. O evento de lançamento aconteceu em Shenzen, na sede da empresa na China. O veículo iniciará suas operações com a Transmilenio de Bogotá. Com capacidade para 250 passageiros, o K12A pode viajar a uma velocidade máxima de 70 km/h e é o primeiro ônibus elétrico do mundo equipado com um sistema 4WD distribuído, que pode alternar entre tração de duas ou quatro rodas sem problemas para atender às demandas de diferentes terrenos, além de reduzir o consumo total de energia do veículo. O K12A é compatível com os corredores rápidos para ônibus, o BRT. Ele apresenta uma carroceria em liga de alumínio e as principais tecnologias de baterias,

motores elétricos e controles eletrônicos da BYD. Possui sistema de gerenciamento de calor de bateria, sistema regenerativo de energia e design integrado inteligente. Uma carga pode durar quase 300kms e, portanto, pode responder às demandas da operação de um dia inteiro. “A BYD mais uma vez usa sua tecnologia, produtos confiáveis e soluções inovadoras para solucionar dois grandes problemas urbanos: congestionamento e poluição”, disse Stella Li, vice-presidente sênior da companhia. A executiva completa: “O K12A trará zero emiss õ es p ara os s i s t e m a s d e B R T, permitindo que os passageiros desfrutem de viagens silenciosas e sem poluição, ao mesmo tempo em que economiza custos significativos de

manutenção para os operadores”. “Estou confiante que os ônibus elétricos de 27 metros da BYD são o futuro dos sistemas de BRT “, disse Luis Carlos Moreno, CEO da Express, uma das grandes clientes da empresa na C olômbia. “Nesta viagem à Shenzhen, vi que os ônibus públicos d a cidade já estão 100% eletrificados e acredito firmemente que a eletrificação é uma tendência global futura”. S egundo Adalberto Maluf, diretor de marketing e sustentabilidade da BYD Brasil, “os corredores de ônibus BRT são uma ótima opção para qualificar o transporte público. Com a chegada dos biarticulados elétricos, agora os BRTs elétricos p o dem ainda reduzir ruídos e poluição, melhorando a qualidade de vida nas nossas cidades”.

Empresa sueca produz

CHARLES PLATIAU/REUTERS

A Huawei lançou, no nal de março, seus dois novos celulares topo de linha, que vão concorrer com modelos como iPhone XR, da Apple, Galaxy S10, da Samsung, e Mi 9, da Xiaomi. Os Huawei P30 e P30 Pro foram lançados no Paris C onvention C enter, na França, com as câmeras de celular mais avançadas até o momento. Os aparelhos chegam com o sensor Huawei Super Spectrum, lentes óticas Huwaei Super Zoom, uma câmera com novo Time of Flight (TOF), e uma melhor tecnologia de estabilização de imagem OIS e AIS. O Huawei P30 Pro está

equipado com um novo sistema de Leica Quad Camera, incluindo uma câmera principal de 40 megapixels, uma câmera de 20 megapixels ultra grande angular, uma câmera de telefoto de 8 megapixels, a câmera Huawei Time-ofFlight (TOF), e uma câmera frontal de 32 megapixels para sel es. O P30 apresenta três câmeras, com sensor principal de 40 megapixels, lente ultrawide de 16 megapixels, além da um zoom híbrido de 5 vezes. Os aparelhos que chegam em maio ao Brasil, têm sistema Android 9 (Pie) e processador Kirin 980. O P30 terá 6 GB de memória

R A M e c ap a c i d a d e d e armazenamento de 64 GB a 256 GB. A tela tem 6,1 polegadas e a capacidade de bateria será de 3.650 mAh. Já o P30 Pro terá 8 GB de memória RAM e capacidade de armazenamento de 128 GB a 512 GB. A tela tem 6,47 polegadas e a capacidade de bateria será de 4.200 mAh. Os aparelhos chegam em modelos nas cores preta, azul, vermelha, branca e verde e resolução de tela Full HD. Na apresentação na França, o P30 foi lançado a 799 euros (3.540 reais), enquanto os P30 Pro têm preços variando de 999 a 1.249 euros (4.425 a 5.533 reais).

cortina que purifica o ar dentro de casa Cortina desmembra os poluentes do ar quando entra em contato com a luz interna ou natural IKEA

A fabricante de móveis sueca IKEA pro du z iu u m a c or t i n a qu e , segundo a empresa, puri ca o ar usando tecnologia que poderia ser aproveitada de outras maneiras dentro de casa. Uma superfície tratada com minerais permite que a cortina Gunrid desmembre os poluentes do ar quando entra em contato com a luz interna ou natural. O processo é semelhante à fotossíntese. “Uma das nossas áreas de foco é melhorar o acesso ao ar limpo, onde pretendemos reduzir ativamente os poluentes

atmosféricos e permitir que as pessoas puri quem o ar em suas

casas até 2030”, disse Lena PrippKovac, chefe de sustentabilidade

do Inter IKEA Group. “A c o r t i n a d e puri cação de ar Gunrid é um passo nesta jornada. Queríamos criar uma maneira simples, conveniente e acessível de limpar o ar que não ocupasse muito espaço nas casas das pessoas, p or i ss o, n o s perguntamos: e se pudéssemos usar têxteis para limpar o ar? Além d e p e r m it i r qu e as p e ss o as

respirem melhor em casa, esperamos que a cortina aumente a conscientização das pessoas sobre a poluição do ar em ambientes fechados, inspirando mudanças comportamentais que contribuem para um mundo de ar limpo”, acrescentou. A tecnologia Gunrid foi desenvolvida pela IKEA, juntamente com universidades na Europa e na Ásia, e fornecedores e inovadores. Eles esperam que o desenvolvimento ofereça op or tunid ades p ara f uturas aplicações em outros produtos


CIÊNCIA 7

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'Besouro-escorpião' é encontrado no interior de SP O besouro-escorpião é o único da espécie que pode picar Apesar do tamanho, os besouros são considerados insetos inofensivos. Mas um "primo" p o de mudar a reputação da família: o Onychocerus albitarsis, já registrado no Peru, foi encontrado pela primeira vez no Brasil. Com ferrões na cabeça, o inseto produz picadas venenosas. A espécie vem sendo chama d a d e " b e s ou ro escorpião" pela comunidade acadêmica e foi identi cada nas cidades de Botucatu e Boituva, no interior de São Paulo, pelo zoólogo Antônio Sforcin Amaral, da

ARQUIVO PESSOAL/ANTÔNIO SFORCIN

Un ive rs i d a d e E st a du a l Paulista (Unesp). Segundo o zoólogo, a picada não é letal, mas causa

uma dor bem aguda no local, vermelhidão e coceira. Ainda não se sabe ao certo a potência do veneno. O

pesquisador a rma que já havia um registro de picada do besouro-escorpião no Peru. No Brasil, foram dois

casos, com um homem e uma mulher, na faixa dos 30 anos de idade. "Houve três casos relatados de picadas desse inseto e em nenhum deles há relação com morte", d i z o p e s q u i s a d or. O s registros foram feitos em áreas rurais. Ele diz que os sintomas duraram cerca de 24 horas na mulher que foi atingida. No homem, desapareceram na hora. "Ainda são necessários mais estudos sobre a composição da toxina e o efeito dela no corpo humano", a rma. Sforcin a rma que, além o fato de o besouro-escorpião

picar, o ferrão na antena também causa estranheza. Segundo o zoólogo, não é comum ver insetos utilizando as antenas para proteção. "Trata-se do único besouro capaz de inocular toxinas no mundo, e entender o processo evolutivo por trás desse fato é importante para estudos de diversas áreas da ciência", a rma Sforcin. O inseto tem cerca de dois centímetros de comprimento e é caracterizado pelo corpo com as cores branca, cinza, marrom e preta.

Cientistas diminuem uso Projeto pretende ampliar mercado de produtos de agrotóxicos nas sustentáveis da lavouras Amazônia Grupo de pesquisa de São Paulo conseguiu reduzir em dez vezes a quantidade necessária de um composto nas plantações Por meio do uso da nanotecnologia, um grupo de pesquisa do Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba, da Unesp, está desenvolvendo novas técnicas de aplicação de produtos agrotóxicos e inseticidas. Liderados pelo químico Leonardo Fe r n a n d e s Fr a c e t o, o s pesquisadores pretendem aumentar a e ciência do controle de pragas no campo e minimizar as quantidades de produtos químicos aplicados em lavouras. Assim, os efeitos negativos desses produtos à natureza e à saúde do consumidor e do trabalhador rural seriam diminuídos. “A redução no uso de agrotóxicos pode trazer inúmeros benefícios ao cidadão, dentre elas um aumento na s eguranç a alimentar, pois os alimentos poderão apresentar menores quantidades de ag rotóx i c o s re s i du ais”, explica Fraceto, que passou detalhes do estudo com exclusividade ao site de Veja. Além disso, o químico comenta que o meio

ambiente também pode ser b e n e c i a d o p or n ov a s técnicas, já que o uso de sistema de controles de pragas mais especí cos deve proporcionar menor impacto ambiental. Um exemplo de caso bemsucedido do grupo é a atrazina, composto usado p ar a c omb ate r pl ant as daninhas e um dos herbicidas mais amplamente aplicados no Brasil. Na União Europeia, o uso dessa substância se tornou proibido depois que análises indicaram que o composto contaminava lençóis subterrâneos e águas super ciais. A q u a n t i d a d e recomendada de atrazina em âmbito nacional é de três quilos por hectare de cultivo. O grupo de pesquisa criou uma nova forma de encapsulamento da substância que coloca o ingrediente quimicamente ativo em contato direto com as plantas daninhas. Desse modo, a e cácia do produto foi multiplicada por dez — ou seja, a quantidade ne c e ss ár i a d e at r a z i n a

passou a ser de 300 g por hectare. A tecnologia já foi patenteada e licenciada no ano passado. Alguns outros projetos dos cientistas envolvem o encapsulamento de outros compostos, a exemplo de organismos biológicos que atuam no controle de pragas. É o caso de certas b a c t é r i a s qu e , qu an d o aplicadas ao solo, podem matar lagartas ou fungos potencialmente nocivos à plantação. De acordo com Fraceto, é vital manter em mente que, a nt e s d e s e r e m disponibilizadas no mercado, essas inovações sejam testadas de forma meticulosa. “É essencial que sejam realizados estudos que demonstrem a segurança desses sistemas para a saúde humana e para o ambiente”, recomenda. “Nesse sentido, nosso grupo de pesquisa tem se baseado no estudo dos mecanismos de ação e toxicidade das nossas tecnologias como forma de minimizar possíveis impactos pelo uso destas”.

A ideia é conquistar o mercado para os produtos da sociobiodiversidade e da agroecologia e poupar as florestas ARQUIVO/AGÊNCIA PARÁ

Açaí, castanha-do-Brasil, óleos vegetais da Amazônia, produtos sustentáveis que respeitam a bio diversidade, têm qualidade, mas que chegam pouco ao m da cadeia: os consumidores. E é por isso que está sendo lançado o projeto “ M e r c a d o s Ve r d e s e Consumo Sustentável”, pelo Ministério da Agricultura. A ideia é conquistar o mercado para os produtos da sociobiodiversidade e da agroecologia e poupar as orestas, já que são produções sustentáveis. Além de gerar renda para as populações locais. A polpa do açaí da Amazônia, por exemplo, já é exportada para a União Eu r o p e i a . S e g u n d o o Ministério, mais de quatrocentas mil famílias, n a A m a z ôn i a , v i v e m , atualmente, da oresta e produzem a partir dela alimentos, cosméticos,

artesanatos, entre outros produtos, que auxiliam na preservação do patrimônio cultural e natural dos territórios. O projeto está previsto para quatro estados: Acre, Amazonas, Pará e Amapá. Ne l e s , f o r a m c r i a d a s c â m a r a s d e c ome rc i a l i z a ç ã o, c om treinamento de pro ssionais de assistência técnica. Todos os envolvidos na pro du ç ã o p e ns am e m soluções para promover as iniciativas e apoiar a gestão

nas cooperativas. Além diss o, s erão geradas parcerias com o setor empresarial e investidores interessados em oportunidades de negócios. Na Amazônia, mais de trezentas cooperativas e associações de pequenos produtores já foram mapeadas pelo projeto. Além disso, mais de cem potenciais empresas que podem ser compradoras dessas produções também fazem parte do mapeamento.


8 SAÚDE

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Tratamento de câncer de próstata deve focar paciente G1

Os novos estudos que abordam o câncer em órgãos genitais e urinários, especialmente de próstata e rim, apontam uma tendência a buscar a combinação de t e r ap i a s , o t r at a m e nt o personalizado e foco na qualidade de vida do paciente. Médico oncologista e um dos fundadores do Instituto Vencer o Câncer, Fernando Maluf diz que as abordagens mais atualizadas têm um re namento em relação às té c n i c as ut i l i z a d as no s últimos anos e colocam como proposta que o tratamento se adapte ao paciente, e não o contrário. "Há, claramente, um avanço nas pesquisas de marcadores para selecionar qual é o melhor remédio para cada paciente, qual é o melhor tratamento da doença localizada, se deve-se operar, irradiar ou observar o caso de câncer de próstata. Ta m b é m s o b r e t e r parâmetros além dos químicos, ter parâmetros moleculares que vão nos d i z e r q u a l é o

comportamento do tumor e ao que ele é resistente ou s e n s í v e l . Te m a i n d a o desenvolvimento de novas formas de imunoterapia e o reconhecimento de estratégias que envolvam a combinação de remédios com ações diferentes, como imunoterapia e remédios antiangiogênicos (que impedem a formação de vasos que nutrem o tumor), i m u n o t e r a p i a e quimioterapia, imunoterapia e drogas biológicas". Novidades na área foram discutidas no Simpósio Genitourinário da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), realizado no mês passado, e abrem novas perspectivas para o t r at am e nt o d a d o e n ç a , inclusive em pacientes que não apresentaram sucesso com algumas terapias. Esse é o caso do estudo Aramis, que avaliou a Darolutamida, uma droga que ainda não está disponível no Brasil, em pacientes com câncer de próstata ainda sem metástases, mas que são resistentes ao tratamento

medicações – a injeção para baixar a testosterona via testículo e o comprimido para baixar a testosterona via g lândula adrenal – s ão superiores em relação a só a diminuição da testosterona via testicular em termos de sobrevida global".

Rim hormonal, que bloqueia a testosterona. "Esse é um estudo que foi feito com mais de 1.500 pacientes da doença, nos q u a i s j á h av i a f a l h a d o cirurgia ou radioterapia, ou as duas, que a doença já havia progredido para um tratamento hormonal e aumentado. A gente viu que o tratamento com Darolutamida postergou o tempo para metástase ou morte em mais de dois anos, em tempo médio comparado com placebo. Além disso, diminuiu a chance de progressão da doença metastática ou de morte secundária à doença também em um porcentual bastante

alto dos pacientes, na ordem de 59%, e a diminuição da morte global foi de 29%. A diminuição do risco do aparecimento de metástase com dor foi de 35%". Ao evitar as metástases, o tratamento também consegue neutralizar um de seus principais sintomas, que é a dor, algo que compromete a qualidade de vida do paciente. Ainda referente ao câncer de próstata, que de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) é o segundo mais comum entre homens no Brasil e com estimativa de cerca de 68 mil casos por ano (2018), os resultados nais do estudo Latitude,

publicado em 2017 no periódico New England Journal of Medicine, foram apresentados. O foco eram pacientes com a doença metastática avançada que foram tratados com a combinação de castração hormonal, que é a redução de testosterona no organismo, via testículo e glândula adrenal, que também atua na produção do hormônio. "O estudo mostrou que a castração hormonal, que é a baixa da testosterona, juntamente com outro antihormônio, chamado abiraterona, foi superior a só a castração hormonal pura, que é a diminuição do nível de testosterona. Essas duas

Para o câncer de rim, a c o m b i n a ç ã o d e imunoterapia e drogas que inibem a formação de vasos que nutrem o tumor e levam oxigênio para ele, chamadas de antiangiogênicas, aparece como tratamento de primeira linha para a doença, cuja estimativa é de cerca de 7 mil novos casos por ano no País. "O estudo Keynote 426 foi feito com 861 pacientes e mostrou que a combinação do antiangiogênico mais o i mu n ot e r ápi c o c om o o primeiro tratamento da doença reduziu o risco de morte em 47%, aumentou a resposta de 35% para 59% e diminuiu o risco de progressão da doença ou morte em 31%".

Pequeno dispositivo portátil pode servir como alternativa às biópsias EFE/RUNGROJ YONGRIT

Uma equipe de cientistas dos Estados Unidos desenvolveu um dispositivo portátil capaz de "capturar" células cancerígenas diretamente da corrente sanguínea, sem a necessidade de recorrer à biópsia, revelou um estudo divulgado na segunda-feira (1º) pela revista cientí ca "Nature". A p es quis a, desenvolvida na Universidade de Michigan, testou em modelos animais a e cácia deste protótipo, que poderia ajudar em melhores diagnóstico e tratamento, destacaram os especialistas. "Ninguém quer se submeter a uma biópsia. Se pudermos obter células cancerígenas s u c i e nt e s d o s a n g u e , podemos usá-las para conhecer a biologia do

tumor e determinar o tipo de c u i d a d o " , e x pl i c ou e m c o mu n i c a d o D a n i e l F. Hayes, esp e ci a list a em câncer de mama e principal autor do estudo. O dispositivo é pouco maior que uma caixa de fósforo, com dimensões de 6,98 cm por 5,08 cm e por 2,54 cm, e se conecta através de um cateter à veia do paciente para "capturar" continuamente durante aproximadamente duas horas um volume de sangue maior do que com as biópsias. Nos testes com animais, apontaram os especialistas, o chip incorporado por este inovador pequeno aparelho portátil multiplicou por 3,5 vezes a quantidade de células

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captadas por cada milímetro de sangue em comparação com os métodos convencionais. Os tumores, lembram, podem liberar na corrente sanguínea mais de mil células cancerígenas por m i n u t o, m a s o s procedimentos atuais para capturar essas células trabalham com amostras muito pequenas de sangue obtido de pacientes. Em consequência, algumas extrações de sangue têm resultados negativos, pois não chegam a detectar células cancerígenas, inclusive em pacientes nos quais a doença está muito avançada. "É a diferença entre ter uma câmera de segurança que tira uma foto de uma porta a cada cinco minutos e a que grava um vídeo. Se um intruso chegar entre as fotos, não saberemos", disse a

engenheira química Sunitha Nagrath, que liderou o desenvolvimento do dispositivo. A lém diss o, estudos anteriores demonstraram que a maioria das células cancerígenas não sobrevive na corrente sanguínea, enquanto as que não mor re m p o d e m , frequentemente, iniciar um novo tumor.

Além disso, normalmente, estes "tumores-satélite", denominados metástases, são mais letais do que os originais, explicaram os especialistas. Por iss o, as células cancerígenas capturadas de maneira contínua no sangue podem fornecer melhor informação do que as o b t i d a s , p o r e x e mp l o, através de biópsia, a m de

desenhar tratamentos alternativos mais efetivos. "É o ápice da medicina de precisão, algo muito emocionante para o campo da oncologia neste momento", comemorou Hayes, estimando que o dispositivo pode ser testado em humanos dentro de três ou cinco anos.


GERAL 9

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Fome extrema atinge mais de 113 milhões no mundo Relatório apresentado pela União Europeia, FAO e PAM destaca que o problema da insegurança alimentar afeta principalmente o continente africano. Causa maior são os conflitos armados Mais de 113 milhões de pessoas em 53 países s of re r am " i ns e g u r anç a alimentar aguda" em 2018, a rma um relatório global d a ON U s o bre a c r i s e alimentar divulgado na terça-feira (02). O relatório apresentado pela União Europeia (UE), Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e o Programa Alimentar Mu nd i a l ( PA M ) , e nt re outras organizações, destaca que o problema afeta principalmente o continente africano. O s p a í s e s q u e atravessaram as mais graves c r i s e s a l i m e nt are s s ã o Iêmen, República Democrática do Congo, Afeganistão, Etiópia, Síria, Sudão, Sudão do Sul e o norte da Nigéria. D om i n i qu e B u rge on , chefe de emergências da FAO, a rmou que os países africanos são atingidos de

forma "desproporcional" pela fome aguda, com quase 72 milhõ es de p ess oas afetadas. Segundo o documento, nos últimos três anos, cerca de 50 países vivem di culdades cada vez maiores para alimentar a suas populações. A pr incip a l caus a da insegurança alimentar em todo o mundo foram as guerras. Cerca de 74 milhões de pessoas, ou seja, dois terços da população

que enfrenta a fome aguda, estavam em 21 países ou territórios localizados em zonas de con ito, assim como já havia ocorrido em 2017. "Nesses países, até 80% das populações afetadas dependem da agricultura", a rmou Burgeon. "Estas pessoas precisam receber assistência humanitária de emergência para poder se alimentar e condições para impulsionar a agricultura".

Em 2018, o número total de pessoas que sofreram fome aguda apresentou leve redução em comparação a 2017 (124 milhões). Isso pode ter ocorrido em razão de alguns países estarem menos expostos a riscos climáticos violentos, como secas, inundações ou chuvas. " E s te re c u o n o v a l or a b s o l u t o é u m epifenômeno", minimizou Burgeon. A redução ocorreu

" d e v i d o à au s ê nc i a d o fenômeno climático 'El Nino', que afetou muito as culturas na África Austral e no Sudeste Asiático em 2 0 1 7 " . " Po r c au s a d o s violentos ciclones e tempestades em Moçambique e no Malawi este ano, já sabemos que esses países estarão no relatório do ano que vem", observou. José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO, avalia que, apesar da ligeira queda em 2018 no número de pessoas com insegurança alimentar aguda, a forma mais extrema de fome, "o número ainda é alto demais". Ele diz que é preciso investimentos de grande porte no desenvolvimento, ajuda humanitária e na construção da paz "para construir a resiliência das populações afetadas e pessoas vulneráveis", acrescentando que "para

salvar vidas, também temos que salvar os meios de subsistência". O diretor-executivo do PA M , D a v i d B e a s l e y, observou que para erradicar a fome é necessário atacar suas causas fundamentais. "Con itos, instabilidade, impacto dos choques climáticos. Rapazes e moças precisam ser bem nutridos e educados, as mulheres p r e c i s a m s e r verdadeiramente fortalecidas, a infraestrutura rural deve ser fortalecida para conseguirmos esse objetivo de fome zero", destacou. O relatório pede o fortalecimento da cooperação entre a prevenção, preparação e reação no atendimento às necessidades humanitárias urgentes e às causas profundas, que incluem as mudanças climáticas, choques econômicos, con itos e deslocamentos.

Fósseis revelam a violência do impacto que dizimou os dinossauros Sítio paleontológico nos EUA, que contém animais terrestres e aquáticos, é a primeira evidência direta de como a tragédia afetou a vida na Terra Há 66 milhões de anos, um a s t e ro i d e d e aproximadamente 10 quilômetros de diâmetro at i ng iu a p e n í nsu l a d e Yucatán, no México. Os dinossauros, que haviam predominado na Terra por 200 milhões de anos, foram extintos. Mas não só eles. Algo entre 64% a 85% de todas as espécies existentes (inclua aí vegetais e fungos, não s ó animais) foram dizimadas. Das cinco grandes extinções em massa que ocorreram na história do planeta, esta é a única que faz parte do imaginário popular – graças, é claro, ao sucesso de “bichinhos” como o T. Rex. Agora, paleontólogos da Universidade do Kansas, nos

E UA , a r m am t e r encontrado um conjunto de fósseis que representam criaturas pré-históricas mortas no momento exato do impacto. O sítio se chama Tanis e ca na formação geológica de Hell's Creek, no estado da Dakota do Norte. Ele contém “uma massa amorfa de peixes de água doce, vertebrados terrestres, árvores, galhos, troncos, amonitas [um animal aquático de concha espiralada] e outras criaturas marinhas”, nas palavras de Robert DePalma, um dos autores do artigo cientí co – que foi publicado segundafeira (1º de abril) no periódico PNAS. Essa descoberta é extremamente importante:

embora seja quase consenso na comunidade cientí ca que a extinção ocorrida entre os períodos Cretáceo e Paleogeno (conhecida como K-Pg no jargão de geologia) foi responsabilidade do p e d re g u l ho a l i e n í ge na , ainda não havíamos encontrado vítimas diretas do impacto. A mistura de animais aquáticos de água doce e salgada com animais terrestres é um atestado da violência da colisão: eles foram embaralhados por um tsunami monumental, e então recobertos rapidamente por uma espessa camada de destroços – o que permitiu a preservação dos cadáveres e sua posterior fossilização.

Pequenas esferas de vidro – que caíram feito granizo após a rocha vaporizada pelo calor voltar a se solidi car nas camadas mais altas da atmosfera – caram presas nas guelras dos peixes. Mu i t o s p r o v a v e l m e n t e morreram sufocados antes do soterramento. O tsunami em questão não pode ter sido desencadeado p el o aste roi d e e m s i – segundo os cálculos de DePalma e seus colegas, ondas formadas no epicentro teriam demorado 17 horas para viajar pela água até Dakota do Nor te, um intervalo que não condiz com as evidências encontradas na “cena do crime”. Tudo indica que os animais foram mortos 30 ou

40 minutos após o impacto de Chicxulub. Por isso, os pesquisadores especulam que lagos, rios e outros corpos d'água relativamente distantes do México foram agitados tão bruscamente por ondas sísmicas (vibrações que se propagam pelo interior da Terra e atingem velocidades entre 2 km/s e 8 km/s na crosta) que a água balançou do zero, sem in uência direta do impacto. Para entender, imagine que você e seus amigos pulam ao

mesmo tempo no chão da sala – fazendo o refrigerante dentro de um copo em cima da mesa se mexer. Ninguém encostou no copo, mas a vibração chega lá do mesmo jeito. Esse fenômeno não só é possível como já foi ve r i c a d o : e m 2 0 1 1 , o terremoto de Tohoku, no Japão, fez a água se agitar na Noruega, a 8 mil quilômetros do epicentro, apenas meia hora após o impacto.


10 COMPORTAMENTO

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ANA LUCIA Ana Lucia Bernardo Cordeiro

Professora

Dia Mundial do Autismo Não existem exames laboratoriais ou de imagem que ajudem a identificar o autismo Olá pessoal,

LUDA/SAÚDE É VITAL

N

essa semana foi comemorado o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo. Para entender m a i s s o b r e o a s s u nt o, transcrevo essa matéria, que achei superinteressante, e foi publicada na revista Saúde. Espero que, assim como a mim, ela venha esclarecer muitas coisas sobre esse distúrbio presente na vida de tantas famílias que ainda sofrem com o preconceito e o desconhecimento das pessoas. O autismo é um problema psiquiátrico que costuma ser identi cado na infância, entre 1 ano e meio e 3 anos, embora os sinais iniciais às ve zes ap are ç am j á nos primeiros meses de vida. O distúrbio afeta a comunicação e a capacidade de aprendizado e adaptação da criança. Que que claro: os autistas apresentam o desenvolvimento físico n o r m a l . Ma s e l e s t ê m grande di culdade para rmar relações sociais ou afetivas e dão mostras de viver em um mundo isolado. Anteriormente, o problema era dividido em cinco categorias, entre elas a síndrome de Asperger. Hoje, ele tem uma única classi cação, com diferentes

graus de funcionalidade e sob o nome técnico de transtorno do espectro do autismo. O jeito de lidar com cada um varia. Na for ma qua li cada c o m o d e b a i x a funcionalidade, a criança praticamente não interage, vive repetindo movimentos e apresenta atraso mental. O quadro, provavelmente, vai exigir tratamento pela vida toda. Na média funcionalidade, o paciente tem di culdade de se comunicar e repete comportamentos. Já na alta funcionalidade, esses mesmos prejuízos são mais l e ve s , e o s p or t a d ore s c o n s e g u e m e s t u d a r, trabalhar e constituir uma família com menos empecilhos. Há ainda uma

c at e g or i a d e n om i n a d a savant. Ela é marcada por dé cits psicológicos, só que com uma memória fora do comum, além de talentos especí cos. O autismo não possui causas totalmente c on h e c i d a s , p oré m h á evidências de que haja predisposição genética para ele. Outros reportam o suposto papel de infecções durante a gravidez e mesmo fatores ambientais, como p o l u i ç ã o, n o desenvolvimento do distúrbio.

Sinais e sintomas – B ebês que evitam o contato visual com a mãe, inclusive durante a amamentação – Choro ininterrupto

– Apatia – Inquietação exacerbada – Pouca vontade para falar – Surdez aparente: a criança não atende aos chamados – Transtorno de linguagem, com repetição de palavras que ouve – Movimentos pendulares e repetitivos de tronco, mãos e cabeça – Ansiedade – Agressividade

para evitar essa doença infecciosa durante a gestação. Nã o e x i s t e m e x a m e s laboratoriais ou de imagem que ajudem a identi car o autismo. Em geral, o médico considera o histórico do paciente, a observação de seu comportamento e os relatos dos pais. A partir daí, ele costuma seguir critérios estabelecidos pelo Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ou pela Classi cação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde. São obser vados ainda traços como inabilidade para interagir s o c i a l m e n t e e comportamento restritivo e repetitivo. Se por um lado há autistas gravemente incapacitados, que não conseguem nem falar, por outro se encontra o problema em pessoas com alto desempenho em alguma habilidade, como pint ar ou fazer cont as

matemáticas. Pacientes de alta funcionalidade, com ausência dos sinais clássicos da doença, muitas vezes acabam recebendo o diagnóstico correto apenas quando adultos. Não há cura para o autismo. Remédios para lidar com ele só são prescritos na presença de agressividade e de outras doenças paralelas, como depressão. O tratamento deve ser multidisciplinar, englobando médicos, fonoaudiólogos, sioterapeutas, psicólogos e pedagogos. Em resumo, tudo isso visa incentivar o i n d i v í d u o a r e a l i z a r, sozinho, tarefas como se vestir, escovar os dentes e comer. Isso, claro, sempre de acordo com o g rau de di culdade de cada criança. Quando as intervenções são feitas precocemente, há boa chance de melhora nos sinais do autismo.

Na falta de causas comprovadamente capazes de provocar o autismo, a re c om e n d a ç ã o p ar a a s grávidas é evitar ambientes com alto nível de poluição, exposição a produtos tóxicos e ingestão de bebida alcoólica, por exemplo. Outra medida bem-vinda é se vacinar contra rubéola

Cientistas descobrem como mosquitos detectam suor humano Cientistas sabiam há décadas que os mosquitos são atraídos pelo ácido láctico contido no suor humano, m a s a nt e s d a g e n é t i c a avançada, o mecanismo precis o para fazer iss o

continuava a ser um mistério. Agora, uma equipe de pesquisadores da Universidade Internacional da Flórida (FIU) descobriu o receptor olfativo que LUIS ROBAYO/AFP

permite a esses insetos, portadores de doenças, se sintonizarem ao odor de humanos e inclusive como apagá-lo. O grupo publicou seu trabalho sobre os mosquitos Aedes aegypti – conhecidos por transmitir doenças letais, como Zika, dengue e febre amarela – na Current Biology. Liderada pelo biólogo da FIU Matthew DeGennaro, a equipe identi cou o receptor

culpado, chamado Ionotropic Receptor 8a, ou apenas IR8a, através de um processo de eliminação que começou em dezembro de 2013, quando o cientista conseguiu criar o primeiro mosquito mutante do mundo, removendo um gene para investigar de que forma sua ausência afetava o inseto. Encarregado de pesquisar o IR8a, Joshua Raji, aluno doutorando de DeGennaro, começou com um

experimento de exposição usando seu próprio braço, e notou que os mosquitos mutantes estavam signi cativamente menos atraídos por ele que os não mutantes. Os resultados foram con rmados através de testes em 14 pessoas adicionais. “Busca-se um receptor do ácido láctico desde a década de 1960”, disse DeGennaro à AFP. As descobertas podem

oferecer um caminho para uma nova geração de aderentes que atraíam as espécies adultas para armadilhas para controlar a população, bem como criar repelentes avançados que tornem as pessoas “invisíveis” aos mosquitos – mas isso ainda deve demorar. “Levará anos, mas de nitivamente estamos um passo mais perto”, disse DeGennaro.


OLHAR DE UMA LENTE 11

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Estudante de Filosofia- Estácio de Sá de Vitória Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

O incentivo à pesquisa no Brasil PARTE II

Glória Maria, professora professores, doutores e doutorandos para termos uma visão panorâmica da real situação em que se encontra a pesquisa cientí ca no nosso País. Conversamos com a professora e doutora Glória Maria de Farias Viégas Aquile, graduada em

que abordou a importância e o dever de as instituições de ensino f u n d a m e n t a l p r o c u r a r, n o pro c e s s o d e apre n d i z a g e m , despertar em nossas crianças e jovens o gosto pela ciência. Para ela, difundir o conhecimento e incentivar seus

cotidiano, despertar a resiliência ou até mesmo encontrar soluções para os problemas do dia a dia. “Atividades como o cinas, visitas a laboratórios, participação em feiras e eventos cientí cos vêm colaborando para a difusão das ciências e suas tecnologias, abrindo espaços para novos temas, fazendo desses uma conversa com as disciplinas que são ministradas em sala de aula. Desta forma, o encontro com as ciências pode ser um catalisador para de nir o futuro das crianças e jovens, bu s c an d o i n d i c ar p o s s í ve i s caminhos a serem percorridos na sua vida pessoal e pro ssional. Quiçá, ao desenvolver programas que provoquem nas crianças e jovens as curiosidades pelas ciências e suas tecnologias, as instituições pro ssionais passem a se localizar na rota do conhecimento cientí co nas várias áreas do conhecimento, despertando o interesse pelas pesquisas e inovações tecnológicas”. Com um olhar direcionado à gestão, o diretor do Centro de C i ê n c i a s E x at a s ( C C E ) , d a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o pós-doutor e professor, Eustáquio Vinícius Ribeiro de Castro, diz que a burocracia é o maior entrave da pesquisa cientí ca no Brasil e ainda diz que a pesquisa cientí ca nunca foi prioridade para nenhum gove r no. “Os gove r no s investem naquilo que é previsto constitucionalmente, n ã o e x i s t e u m a regulamentação para a pesquisa cientí ca no Brasil e, por isso, toda vez que entramos numa crise mais profunda eles tiram de onde n ã o t ê m o br i g a ç ã o d e investir”. “Saiu na semana passada o s c or t e s , c ont i nge nc i ame nto d o governo federal. A E d u c a ç ã o, e m t e r m o s numéricos, cou em terceiro ou

HAROLDO CORDEIRO FILHO

Profº Eustáquio

ciências Biológicas pela Ufes, Mestre em B otânica pela

estudos signi ca oferecer uma nova perspectiva de encarar o

segundo lugar em valor, mas a pesquisa cientí ca foi a segunda a sofrer o maior corte proporcional, onde vai ser mais contingenciado n o orç am e nt o. O C ons e l h o Nacional de Pesquisa Cientí ca (CNPq), nosso maior fomentador, só tem recurso para custear pesquisas até setembro, inclusive, para pagamento de bolsas. O Edital Universal, este ano não vai ter, com esse corte no Ministério de Ciência e Tecnologia, o CNPq terá uma

“O m i n i st ro d a C i ê nc i a , Te c n o l o g i a , I n o v a ç õ e s e Comunicações (MCTIC), Marcos pontes, teve uma fala interessante, quando disse que o presidente da República se comprometeu em mais do que dobrar o orçamento da pesquisa no Brasil, a partir de 2020, e, através de regulamentações, facilitar às instituições a captação de recursos em parcerias. Às vezes, temos empresas querendo investir em

ARQUIVO PESSOAL

UFRJ/MN, doutora em Biotecnologia pela Renorbio/Ufes e professora do Ifes desde 2004,

ARQUIVO PESSOAL

Dando continuidade ao artigo publicado na edição da semana passada, entrevistamos

redução de 1,2 bilhão para 900 milhões, o cenário não é favorável. O governo está mais preocupado com as exportações e com as commodities, do que agregar valor do conhecimento através da pesquisa. Nós temos alguns alentos, na verdade, que são de iniciativas de pessoas ou de instituições, como por exemplo, a Un i v e r s i d a d e E s t a d u a l d e Campinas (Unicamp), que fechou uma grande parceria com uma indústria de medicamentos, é um alento, é uma forma de driblar os compromissos, pela falta de cultura que os governos têm com a pesquisa”.

ciência e te cnolog ia, mas a burocracia é tão grande que acaba desestimulando o pesquisador. Nossos órgãos de controle não têm a sensibilidade para tratar dos projetos que envolvem a pesquisa cientí ca de forma diferenciada de um projeto de uma obra, por exemplo, pois a pesquisa tem suas especi cidades”. “O d i n h e i ro d o t e s ou ro é extremamente importante para a pesquisa cientí ca, mas, se zesse uma ação de forma a desregulamentar, tornar mais fácil, a vida do pesquisador e das inst ituiçõ es na c apt aç ão de recursos, acho que seria um grande avanço. As empresas então doidas para investir em pesquisas cientí cas. Há uma mudança de cultura por parte de alguns setores empresariais, que entendem que pesquisa cientí ca não é gasto, é investimento e o retorno é líquido e certo”, sintetizou. Na próxima edição entrevista com Bruna e Jefferson


12 BRASIL

08 a 15 DE ABRIL DE 2019

A semana em Brasília

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

Rose de Freitas (Pode/ES) Duplicação da BR-262 Preocupada com a suspensão das obras de duplicação da BR-262 pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a senadora Rose de Freitas (PODE-ES) se reuniu na manhã de quintafeira (04) com o ministro do TCU, Raimundo Carreiro, para buscar solução. O órgão solicitou a paralização ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) alegando indícios de irregularidade na duplicação do trecho entre Marechal Floriano e o trevo de Parajú – do km 49,38 ao km 56,66. O ministro demonstrou preocupação com a suspensão e está atuando em parceria com a bancada do Espírito Santo para que tenhamos uma solução. “Nós vamos até o Dnit conversar para agilizar a solução para este impasse”, a rmou Rose. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Felipe Rigoni (PSB/ES) Aeroporto de Cachoeiro

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

O aeroporto de Cachoeiro de Itapemirim deve ser reformado em 2021. O deputado federal Felipe Rigoni discutiu a situação dos aeroportos de Linhares e Cachoeiro de Itapemirim com o secretário de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura, Ronei Glanzmann. “Os dois aeroportos são essenciais para interiorizar o desenvolvimento do ES, atraindo novos investimentos para a região. O aeroporto de Linhares foi elogiado pelo andamento das obras”, explica Rigoni.

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PORTAL SENADO

MOISÉS DE OLIVEIRA

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Fabiano Contarato (Rede/ES)

# Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Povos Indígenas O senador Contarato aderiu à Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Povos Indígenas. Celebraram quinta-feira (4) em evento organizado pela primeira indígena eleita deputada federal no País, Joênia Wapichanã. “Muito respeito com os povos originários”.

# NÃO ao PL 1256 Senador diz NÃO ao PL 1256 (que acaba com cotas para mulheres na política). “Para avançarmos mais, numa sociedade realmente justa, fraterna e igualitária, apresentei e defendo, no Senado Federal, o meu mais novo projeto de lei: PL 1984/2019 em que “proponho que as mulheres quem com 50% das candidaturas e os homens com os outros 50%. Se aprovarmos antes de outubro, valerá já para o ano que vem, para as eleições de 2020”, disse o senador. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Norma Ayub (DEM/ES) Recursos para a Saúde A Deputada Federal Norma Ayub esteve, ao lado da bancada capixaba, com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para pedir a liberação de recursos para a continuidade das obras do Hospital Infantil da Serra. De acordo com a Parlamentar, Mandetta prometeu liberar este ano R$ 10 milhões para a sua continuidade, e 14 milhões de reais em 2020 para a sua conclusão. "Mais uma conquista para melhoria do atendimento na área de saúde em nosso Estado", destacou a deputada.

Deputado Sérgio Vidigal (PDT/ES) Hospital Materno Infantil da Serra O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou na quarta-feira (03), a liberação de recursos, na ordem R$ 24 milhões, para a continuidade das obras do Hospital Materno Infantil, no município da Serra. Serão R$ 10 milhões para este ano e mais R$ 14 milhões para o exercício de 2020. “O Hospital Materno Infantil é uma obra importante para o Espírito Santo e para a Serra, pois poderá reduzir os índices de mortalidade infantil, além de se tornar referência em atendimento humanizado às gestantes”, a rmou Vidigal, que é médico.

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Marcos do Val (PPS/ES) Combate à corrupção O senador Marcos do Val assinou, na tarde de quintafeira (4), mais um projeto de lei de sua autoria. O documento determina aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário a divulgação de plano de diretrizes e relatório sobre ações preventivas e repressivas voltadas ao enfrentamento dos crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro. O PL altera a Lei 1.079, de 1950, para estabelecer como crime de responsabilidade o não cumprimento no prazo dessa obrigação. Para o senador, a matéria é de total relevância. “A corrupção e a lavagem de dinheiro estão disseminadas nos três poderes da República, além disso, coloca interesses privados e partidários acima do interesse nacional”, a rma Marcos do Val. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Amaro Neto (PRB/ES) Construção civil Membro titular da comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara Federal, Amaro Neto, expôs, na reunião da última quarta-feira (03) que, apenas no Espírito Santo, segundo dados do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon), o atraso nos repasses já dura 60 dias. “Recebemos um pedido de ajuda do Sinduscon porque falta pagamento para obras em curso de cerca de três mil unidades habitacionais, em onze empreendimentos causando prejuízos a empresas do setor, atrasando a entrega de moradias para quem precisa e colocando em risco 2,4 mil postos de trabalho”, explicou. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Ted Conti (PSB/ES) Obras de macrodrenagem

Junto com a bancada capixaba, o deputado Ted Conti participou de uma reunião no Ministério do Desenvolvimento Regional. O ministro Gustavo Canuto garantiu recursos para obras de macrodrenagem nos municípios de Vila Velha, Cariacica e Viana. “São obras de extrema importância em áreas que costumam alagar e que essas obras deverão começar ainda esse ano”, ressaltou o deputado.


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