Jornal Fatos & Notícias Ed. 306

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ANO IX - Nº 306 08 a 15 DE JULHO/2019 SERRA/ES

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita

Fotógrafa registra

Alunos aprendem sobre direitos na infância em Cmei de Vitória

DIVULGAÇÃO SEME

lhote se alimentando com cigarro

Os alunos do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Reinaldo Ridol , em Maria Ortiz, estão aprendendo sobre seus direitos por meio do projeto institucional "Os Direitos das Crianças". O objetivo é apresentar aos pequenos o direito à alimentação, à proteção, à diversidade, a uma nacionalidade, além de brincar, criar, sentir e reinventar tudo a sua volta. Pág. 4

Imagens são retrato do impacto causado nos ecossistemas devido ao descarte incorreto de lixo

WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL

REPRODUÇÃO/FACEBOOK

Desmatamento da Amazônia cresce 60% em junho em comparação a 2018 O dado alarmante é do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que também divulgou que a floresta perdeu no mês passado 762,3 km² de mata nativa, o que vale a duas vezes a área de Belo Horizonte. Já em junho do último ano, o desmatamento foi de 488,4 km². Pág. 2

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

JORGE PACHECO

8 A prisão do segundo-sargento da Aeronáutica no avião da Força Aérea Brasileira ainda repercute no clã Bolsonaro Pág. 5 HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 As mulheres são mais de 51% da população brasileira, mas ainda

são minoria em muitas áreas Pág. 12

alimentos. “Se você fuma, por favor, não deixe as bitucas usadas para trás”, pediu a fotógrafa, que é voluntária para a conservação das aves no seu tempo livre. Pág. 2

Cientistas conseguem cultivar novos minicérebros

em laboratórios PEXELS

VIKTOR BRAGA/UFC

Na pele da tilápia

de lixo e os impactos desses resíduos na vida selvagem. Os cigarros, assim como vários outros tipos de poluentes, são muitas vezes confundidos por lhotes como

Material biológico já conhecido para o tratamento de queimaduras começa a ser usado em cirurgias ginecológicas Pág. 9

FREE IMAGES/REPRODUÇÃO

Baratas estão cada vez mais resistentes

De modo surpreendente, os animais mostraram resistência a substâncias químicas que nunca haviam entrado em contato Pág. 11

Estruturas podem levar a uma melhor compreensão de como o cérebro funciona, diminuindo o número de testes em animais Pág. 7

REPRODUÇÃO

alimentar o seu lhote. Não se sabe se o bebê realmente i nge r iu o c i g ar ro, m a s a imagem que repercutiu nas redes sociais alerta para o problema do descarte incorreto

A fotógrafa Karen Mason estava na praia Saint Pete, no estado da Flórida, nos Estados Unidos, quando registrou uma cena chocante: uma ave talhamar dando um cigarro para

Ave de meia tonelada teria vivido há pelo menos 1,5 milhão de anos Numa caverna na costa norte do Mar Negro, pesquisadores russos encontraram ossos fossilizados de um pássaro da Era do Gelo que pesava quase meia tonelada — o peso de um urso polar. O pássaro gigante não podia voar e teria andado na Europa há, no mínimo, 1,5 milhão de anos, em convívio com os nossos ancestrais Homo erectus, após eles terem chegado da África. Pág. 7


2 MEIO AMBIENTE

08 a 15 DE JULHO DE 2019

Desmatamento da Brasil é campeão em Amazônia cresce 60% área adequada para em junho em recuperação de florestas comparação a 2018

“O Brasil e a Mata Atlântica são os campeões de áreas importantes para restauração”, diz Pedro Brancalion, da Universidade de São Paulo

Só no mês passado, a floresta perdeu 762,3 km² de mata nativa, o que vale a duas vezes a área da cidade de Belo Horizonte WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL

Em jun ho deste ano, o desmatamento da Amazônia cresceu em quase 60% em relação ao mesmo período no ano passado. O dado alarmante é do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que também divulgou que a oresta perdeu no mês passado 762,3 km² de mata nativa, o que vale a duas vezes a área de Belo Horizonte. Já em junho do ú lt imo ano, o desmatamento foi de 488,4 km². De acordo com os dados, alcançamos o pior registro desde 2016: houve um desmatamento de cerca de 1,5 vez o território da cidade de São Paulo (2.273,6 km²). Segundo a série histórica da plataforma Terra Brasilis, disponibilizada pelo Inpe e iniciada em 2015, no ano de 2016, de janeiro a junho, houve

3.183 km² de áreas desmatadas. Já na comparação de mês a mês com relação a 2018, o desmatamento subiu, passando de 247,2 km² a 735,8 km² de oresta destruída. Para chegar a esses dados, o Inpe utiliza satélites internacionais quali cados, como, por exemplo, os do sistema Landsat. São levados em conta desmatamentos com solo exposto, com vegetação remanescente e derrubadas resultantes de atividades ligadas à mineração, metodologia analisada pelo Observatório do Clima. Apesar dos levantamentos do Inpe serem comprovados pela comunidade cientí ca nacional e internacional, eles já

foram colocados em dúvida pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que quer trocar o atual monitoramento p or uma empresa privada e disse que os números “não são precisos”. Em entrevista ao jornal O Globo, Carlos Rittl, secretárioexecutivo do Observatório do Clima, a rmou que o sistema do Inpe “visa a alertar os órgãos ambientais que vão a campo para acabar com o desmatamento”, porém, “não detecta o desmatamento em s u a t o t a l i d a d e”. “ E s s e s números mostram uma tendência muito forte, mas não permitem dizer que apenas essas regiões foram desmatadas”, explicou Rittl.

GETTY IMAGES

Praticamente sem nanciamento, mas decididos a fazer ciência para guiar decisões políticas na área de re c up eraç ão de orest as tropicais, pesquisadores de um time internacional passaram os últimos quatro anos focados numa questão: localizar as melhores oportunidades de restauração orestal no globo. A resposta aparece em forma de um artigo publicado nesta quarta-feira (03) na revista Science Advances. O Brasil é o País com mais pontos promissores, seguido por Indonésia, Índia, Madagascar e Colômbia. O trabalho, liderado pelo brasileiro Pedro Brancalion, contou com cientistas dos Estados Unidos, da Alemanha e da Austrália. “O Brasil e a Mat a At l ânt i c a s ã o o s campeões de áreas importantes para restauração”, a rmou Brancalion, da Universidade de São Paulo (USP), à DW Brasil. Com base num complexo conjunto de dados e imagens de satélites, o mapa gerado durante as análises mostra a costa brasileira, originalmente coberta por oresta tropical, c om o a áre a c om m ai or potencial. Foram usados três cr itér ios p ara ana lis ar a viabilidade de uma recuperação orestal: custos de oportunidade da terra, variação da paisagem no sucesso da restauração e chances de persistência da restauração. Onde mais se ganha dinheiro com a exploração do solo, me nor é a chanc e d e s e

recuperar a paisagem original. “É mais fáci l p ens ar em recuperação de uma pastagem ou área declivosa na Mata Atlântica, onde não se ganha quase nada, do que numa área de cana-de-açúcar no interior d e S ã o P a u l o ”, a l e r t a Brancalion, que assina outro artigo sobre o mesmo tema a ser publicado na Science. Segundo a metodologia, regiões na Amazônia

“Mas a agenda em curso é outra. É de destruição, promovida pelo governo de Jair Bolsonaro, pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles” atualmente são dadas como inviáveis. “Pressões sociais e econômicas ainda são pela perda da oresta, e não pelo ganho”, justi ca o principal autor do artigo. “Quanto maior a perda média de orestas nos últimos dez anos num determinado raio, menor é a chance de uma oresta ser restaurada e persistir”. O estudo de Brancalion apontou que, em todo o globo, 11% das orestas tropicais

destr uídas p o der iam s er recuperadas, com melhor custo-benefício para a redução de emissões de carbono, produção de água, melhora da qualidade de vida das pessoas e proteção da biodiversidade. A área total identi cada pelos cientistas, de 100 milhões de hectares, é equivalente ao tamanho de Espanha e Suíça. O fato de o Brasil aparecer no estudo como País com mais pontos potenciais para a recuperação orestal não causa surpresa a Carlos Rittl, do Observatório do Clima. Segundo Rittl, o País dispõe de meios legais para promover a restauração orestal, como a Política Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Proveg). “Mas a agenda em curso é o u t r a . É d e d e s t r u i ç ã o, promovida pelo governo de Jair Bolsonaro, pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles”, critica. “A ciência, mais uma vez, mostra que a natureza é boa também para a economia. Mas o governo se esforça para chegar atrasado no futuro. Ou joga o futuro debaixo da esteira do trator, que destrói orestas e acaba com a política ambiental”.

Fotógrafa registra ave alimentando filhote com cigarro Imagens são retrato do impacto causado nos ecossistemas devido ao descarte incorreto de lixo A fotógrafa Karen Mason estava na praia Saint Pete, no estado da Flórida, nos Estados Unidos, quando registrou uma cena chocante: uma ave talha-mar dando um cigarro para alimentar o seu lhote. Não se sabe se o bebê realmente ingeriu o cigarro, mas a imagem que repercutiu nas redes sociais alerta para o problema do descarte incorreto de lixo e os impactos desses resíduos na

vida selvagem. Os cigarros, assim como vários outros tipos de poluentes, são muitas vezes confundidos por lhotes como alimentos. “Se você fuma, por favor, não deixe as bitucas usadas para trás”, pediu a fotógrafa, que é voluntária para a conservação das aves no seu tempo livre. “E s p e ro q u e a s p e s s o a s percebam que não é apenas uma

OK

ÃO/FACEBO

REPRODUÇ

questão de poluir as praias, mas é uma questão que potencialmente pode matar a vida selvagem”, a rmou Mason ao canal de TV Fox News. Em entrevista à BBC, um porta-voz da Royal Society for the Protection of Birds, organização do Reino Unido que protege as aves da natureza, contou que muitos “pássaros cam curiosos sobre coisas que costumamos descartar”. Como

resultado, eles “investigam e tentam descobrir se algo é ou não comida”. De acordo com dados coletados em 2018 pela ONG O c e a n C o n s e r v a n c y, d o s Estados Unidos, bitucas de cigarro são os itens mais coletados nas praias de todo o planeta. Como os cigarros são feitos de bras de plástico, eles levam anos para se decompor no meio ambiente.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

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CULTURA 3

08 a 15 DE JULHO DE 2019

O misterioso helicóptero de Abydos JULIANA MIRANDA

Uma misteriosa figura presente no templo do Faraó Seti I chamou a atenção de pesquisadores. Conhecido como o misterioso helicóptero de Abydos, o antigo hieróglifo tem o formato exato de u m h e l i c ó p t e r o m o d e r n o, invent ado p elo homem. A descoberta dessa figura incomum levantou uma série de teorias. A verdade é que o templo tem esta formação, que conta com elementos que lembram muito os veículos modernos, como os aviões e os helicópteros. O Templo de Seti fica no meio

do Egito, em Abydos, no Nilo. Este templo data de aproximadamente 1300 a.C. Em uma das vigas que sustentam o telhado do templo, uma parte com hieróglifos apareceu recentemente. Os desenhos têm uma clara semelhança com os helicópteros modernos. Para alguns estudiosos, esses desenhos podem ser uma representação de óvnis. Os arqueólogos que encontraram os hieróglifos no reboco se espantaram com as imagens das aeronaves. O Helicóptero de

Abydos é um dos desenhos mais impressionantes do local. Outras imagens mais complexas mostram possíveis tanques e veículos de guerra, além de submarinos e outras estruturas que lembram bastante o design de veículos criados pelo homem moderno. Segundo os egiptólogos, estes signos antigos representam sinais que eram empregados no passado. Os desenhos estão a uma altura de três metros, o que dificulta um pouco a determinação dos

aspectos mecânicos dos sinais. As i m a ge ns d a s m á qu i n a s voadoras estão concentradas em uma área específica do templo.

Os relevos nas paredes e nas pilastras são muito impressionantes. As mitologias estão cheias de

histórias nas quais os seres divinos se moviam por grandes distâncias e voavam pelo ar. Isso significa que, se esses sinais forem mesmo autênticos, eles são uma clara representação daquilo que os povos antigos entendiam como veículos voadores pré-históricos. É possível visitar o Templo de Seti I. O local é fantástico e, certamente, fomenta muitos quest ionamentos e reflexões. (Site de Curiosidades)

Definido processo para Rock encontra o clássico escolha de filme brasileiro no Festival de Inverno de Domingos Martins ao Oscar 2020 FOTO: REPRODUÇÃO

A escolha do filme será feita por meio de votação aberta e definida por maioria simples dos votos PAUL BUCK/AGÊNCIA LUSA SECULT-ES

Concerto é gratuito e vai acontecer no dia 12 de julho, no Centro do município O processo de seleção do filme brasileiro a ser indicado a concorrer ao prêmio de longametragem internacional do Oscar 2020 foi definido pelo Ministério da Cidadania. A portaria, com todos os requisitos para as inscrições das produções nacionais, está publicada no Diário Oficial da União de terçafeira (2). Os produtores interessados poderão fazer as inscrições de seus filmes até as 18h (horário de Brasília) de 16 de agosto deste ano, por meio de requerimento on-line, disponível no endereço: http://oscar.cultura.gov.br. “A inscrição somente poderá ser efetivada pela produtora titular dos direitos patrimoniais sobre a obra ou distribuidora devidamente autorizada”.

De acordo com a portaria, caso o filme ainda não tenha sido lançado até a data de encerramento das inscrições, a produtora deverá fornecer uma declaração de sala de cinema comercial, com venda de ingressos, se comprometendo a exibir o filme por, no mínimo, sete dias consecutivos, dentro do prazo estipulado, de 1º de outubro de 2018 a 30 de setembro de 2019. Os nomes dos nove especialistas e dois suplentes, que participarão do processo de escolha do filme, foram i n d i c a d o s p e l a Ac a d e m i a Brasileira de Cinema e possuem notório conhecimento no setor audiovisual. São eles: Amir Labaki, Anna Luiza Machado da Silva Muylaert (Anna Muylaert),

David Rib eiro S churmann (David Schurmann), Ilda Maria Santiago Ribeiro (Ilda Santiago), Mikael Faleiros de Albuquerque (Mi kael de A lbuquerque), Jussara Nunes da Silveira (Sara Silveira), Vânia Beatriz Lima Catani (Vânia Catani), Walter C a r v a l h o e S i l v a ( Wa l t e r Car valho) e José Viana de Oliveira Paula (Zelito Viana). Como suplentes, a academia indicou: Adriana de Lucena Navais Dutra (Adriana Dutra) e Má r c i o A l c a r o Fr a c c a r o l i (Márcio Fraccaroli). A escolha do filme será feita por meio de votação aberta e definida por maioria simples dos votos. O anúncio da produção selecionada será realizado pela Academia Brasileira de Cinema no dia 27 de agosto deste ano.

O MALHO/ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS.COM.BR

Foto Antiga do ES

Estação de Viana - 28 de maio de 1904

Canções de Elton John, Pau l McC ar t ne y, The Beatles, Rolling Stones, Aerosmith, Pink Floyd e Led Zeppelin serão apresentadas pela Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses) na abertura do 26º Festival Internacional de Inverno d e Mús i c a E r u d it a e Popu l ar de D omingos Martins. O concerto é gratuito e vai acontecer no dia 12 de julho, sexta-feira, às 20h30, na Praça Arthur Gerardt, no Centro do município. A apresentação vai celebrar o Dia Mundial do Rock e terá como regente o maestro titular da Oses, Helder Trefzger, além da participação especial do músico, guitarrista e cantor Saulo Simonassi. Saulo Simonassi iniciou sua trajetória no início dos anos de 1980, em Brasília, construindo uma carreira que ultrapassa três décadas e que o consolidou como

A reforma da natureza

um dos músicos mais respeitados e influentes do Espírito Santo. Reconhecido por sua habilidade com a guitarra, presença marcante e apresentações energéticas, Saulo Simonassi transita entre diferentes linguagens musicais com fluidez e segurança, indo do Blues e do Jazz ao Pop Rock. O guitarrista já passou por diversas cidades brasileiras e europeias e dividiu o palco com nomes como Beto Guedes, Ivan Lins, Flávio Venturini, Boca Livre, Serguei, Paulo Ricardo, Pepeu Gomes, Geraldo Azevedo, Ana Carolina, Evandro Mesquita e Celso Blues Boy. Também já abriu shows de estrelas internacionais como Stanley Jordan e Deep Purple. O músico também

LUCIANO DANIEL

participou de festivais conceituados como o Rio das Ostras Jazz & Blues Festival e participou de gravações com grupos e artistas capixabas como Alexandre Lima, Urublues, Carlos Papel e Lordose pra L e ã o . Te m a i n d a n o currículo, a gravação de uma das suas composições no lendário Studio Two da Abbey Road (usado pelos Beatles). Notado também por seu conhecimento teórico e experiência como p r o f e s s o r, S i m o n a s s i acumula artigos sobre música nos principais jornais e revistas capixabas. Neste ano, o músico inicia uma nova fase em sua carreira ao se lançar como ar t i s t a aut or a l c om o lançamento de seu primeiro disco, O Tom Azul do Blues.


4 EDUCAÇÃO

08 a 15 DE JULHO DE 2019

Países de destaque em educação também têm dificuldade de garantir o aprendizado de alunos de baixa renda

Poucos professores de 5º ano apostam que a maioria dos alunos irá

para a universidade PAR/PLATAFORMA EDUCACIONAL

Somente duas regiões atingem a média da OCDE em leitura, matemática e ciências no Pisa 2015 quando consideradas apenas as escolas que atendem alunos de baixo nível socioeconômico IEDE

Japão e Taiwan se destacaram no último Pisa (Programme for International Student Assessment), uma avaliação internacional de aprendizagem gerida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Com 538.4 e 532.3 pontos em ciências, respectivamente, ocupar a 2ª e a 4ª posição dentre os 73 países ou regiões avaliadas. No entanto, quando consideradas apenas as notas das escolas de nível socioeconômico baixo (consequência de atenderem majoritariamente alunos de baixa renda), os dois não chegam à média da OCDE, que foi de 493 pontos. Esses dados foram o b t i d o s p e l o Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede) a partir de análise dos microdados do Pisa 2015. Levando em conta somente as escolas de baixo nível socioeconômico (NSE), o Japão obteria 473.2 pontos, enquanto Taiwan 462.1. Isso está longe de ser ruim. O Brasil, por exemplo, obteve média geral em ciências de 400.7 e, para escolas de baixo NSE, de 382.2. No entanto, ainda que as médias continuem em um bom

patamar, isso sugere que mesmo os mais prestigiados sistemas de ensino do mundo encontram di culdades de garantir que os alunos de baixa renda tenham o mesmo aprendizado daqueles de nível socioeconômico mais elevado. Singapura, 1º lugar no Pisa com 555.6 em ciências, não atingiria a média da OCDE se considerados somente os 14, 6% de alunos nas escolas de baixo NSE. Eles teriam 489.9. Quando considerada a pontuação geral, 31 países ultrapassam a média da OCDE em ciências, 30 em leitura e 30 em matemática. Quando cont abi lizadas s omente as escolas de baixo NSE, poucos têm o mesmo desempenho. As únicas duas regiões que ultrapassariam a média da O CDE nas t rês pr incip ais competências avaliadas (leitura, matemática e ciências) seriam Hong Kong e Macau, na China. O caso holandês também serve para elucidar a di culdade em garantir equidade. A média geral dos alunos do país em leitura foi 502.96 (16ª posição dentre os 73). Já os 4% de alunos que estão em escolas que atendem alunos de baixa renda obtiveram quase 100 pontos a menos: 393.46.

Considerando que cada 35 pontos, em média, correspondem a um ano letivo de aprendizagem, eles estão quase três anos atrás dos demais. Em um ranking feito apenas com essas escolas, a Holanda caria na 43º posição para leitura. Na França há um cenário parecido, com escolas que atendem alunos de baixo NSE com mais de 100 pontos a menos em leitura em relação às demais. Em ciências e matemática a diferença também é expressiva. Lá, o percentual de alunos que estão em escolas que atendem baixa renda é signi cativo: 22, 6% do total. O Brasil, por estar em um patamar muito baixo de aprendizagem e com 82, 3% dos alunos em escolas que atendem baixo nível socioeconômico, não há diferenças grandes entre os grupos. Pode-se dizer que todos estão em uma condição ruim. Garantir a aprendizagem dos alunos de contextos menos favorecidos é um desa o complexo e que não é enfrentado somente pelo Brasil. Como os dados mostram, mesmo os países que são referência em educação têm di culdade nisso.

Seriado Escola de gênios propõe aprendizado prático e divertido DIVULGAÇÃO

Futebol praticado por robôs e experiências que desa am o poder da gravidade estão entre os temas da segunda temporada de Escola de gênios, já em cartaz no canal Gloob e nas plataformas de streaming que hospedam seu conteúdo. Na primeira temporada, que estreou em maio de 2018, um adolescente entrava na escola do

título e, por meio de estudos de robótica, conseguia ajudar na recuperação da irmã tetraplégica, além de viver aventuras de fundo cientí co ao lado dos novos amigos. “A nova temporada traz tramas e desa os ainda mais

surpreendentes, e os p e r s on a g e n s c om o n o s s o público nunca viu antes”, diz Paula Taborda dos Guaranys, diretora de conteúdo e programação dos canais Gloob e G l o o b i n h o . O “g r a n d e diferencial” de Escola de gênios, segundo ela, é “a maneira como demonstramos um aprendizado prático e divertido”. Outras três temporadas já estão con rmadas. Os novos episódios exploram a rivalidade com os alunos de outra es cola de pequenos cientistas, a Robotec.

As expectativas dos professores em relação aos alunos afetam suas atitudes e resultados. Ter altas expectativas, apontam diversos estudos, são fundamentais para engajar os estudantes com a escola e a aprendizagem. Nesse sentido, o País tem muito a avançar, já que os professores começam a ter baixas expectativas muito cedo. Os dados dos questionários do S i s t e m a d e Av a l i a ç ã o d a Educação Básica (Saeb) 2017, tabulados com exclusividade pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), revelam que, já no 5º ano, há mais professores que consideram que poucos alunos entrarão na universidade do que aqueles que apostam que muitos seguirão para o ensino superior: 21% contra 16%. Entre professores do 9º ano, as expectativas são ainda menores: somente 8% acham que maioria de seus alunos irá para a universidade. De acordo com Ernesto Mar t i ns Far i a , d i re torfundador do Iede e doutorando em Organização do Ensino e Formação de Professores na Universidade de Coimbra, ainda que os resultados do 9º ano e do 3º ano do ensino médio sejam p i o r e s , o nú m e r o m a i s alarmante é o do 5º ano.

“É retrato mais puro das expectativas dos professores. Professores do 9º ano e do 3º ano do ensino médio poderiam ter buscado exercer altas expectativas em relação aos alunos, mas terem veri cado uma realidade de pouca abertura dos alunos a investir nos estudos por diversas questões. Essa justi cativa se torna menos plausível para o começo da escolaridade, onde os estudantes estão construindo a sua visão de futuro e a escola tem mais abertura para in uenciá-los. Uma boa escola precisa acreditar no seu papel transformador e promover altas expectativas em relação aos alunos”, diz Ernesto. Mais de 60% dos professores que responderam aos questionários do Saeb realizaram

um curso de especialização (mínimo de 360 horas), 55,9% trabalham em apenas uma escola e 68,2% trabalham até 40 horas por semana. Além disso, 88,2% gostariam de ter participado de mais atividades de desenvolvimento pro ssional. Os professores parecem manter uma relação boa com os diretores de suas escolas: quase 88,4% dos professores declaram con ar frequentemente ou sempre no diretor como pro ssional. No entanto, veri ca-se que há aspectos que deveriam ser melhorados. O professor se sentir respeitado pelo diretor, por exemplo, deveria ser algo que acontece sempre, mas apenas 59% dos professores responderam dessa forma.

Pequenos aprendem sobre direitos na infância em Cmei de Vitória DIVULGAÇÃO SEME

Os alunos do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Reinaldo Ridol , em Maria Ortiz, estão aprendendo sobre seus direitos por meio do pro j e t o i n s t it u c i on a l " O s Direitos das Crianças". O obj e t ivo é apre s e nt ar a o s pequenos o direito à alimentação, à proteção, à diversidade, a uma nacionalidade, além de brincar, criar, sentir e reinventar tudo a sua volta. O projeto ganhou vida e forma pelos ambientes da unidade de ensino, onde pátio, corredores e rampas se transformaram em ambientes ricos em aprendizagem. Os espaços são organizados com muitas cores, imagens, cabanas, tendas,

esteiras e lonas debaixo da árvore. "Direito a uma educação de qualidade também deve estar consolidado na construção de pr át i c a s p e d a g ó g i c a s qu e preconizem a participação e a livre forma de expressão das crianças. A participação delas

como prot agonist as é um d e s a o qu e n o s m ov e n o trabalho desenvolvido e, como direito, precisa ser garantido permanentemente nas práticas efetivadas no contexto da educação infantil", disse a diretora do Cmei, Maria Aparecida.


POLÍTICA 5

08 a 15 DE JULHO DE 2019

Jorge Pacheco

Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com

“A mentira nunca vive o suficiente para envelhecer. //// O próprio sábio cora das suas palavras, quando elas surpreendem as suas ações. //// O poder se torna mais forte quando ninguém pensa. ///// É costume de um tolo, quando erra, queixar-se do outro. É costume do sábio queixar de si mesmo”, Sócrates

Carlos Bolsonaro critica GSI e volta a gerar desconforto em militares do governo

a rmando que teria tentado não se pronunciar sobre o tema até resolver publicar o comentário nesta segunda-feira (1º). Carlos diz que a divulgação de sua opinião poderia fazê-lo se tornar "um alvo mais fácil", mas não esclarece qual seria o

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

autoridades do poder Executivo. Nesta indicação, o gabinete se prepara, seus recursos humanos são preparados da melhor forma possível para prover essa segurança. Então, não avançamos em comentários do vereador Carlos Bolsonaro com relação a quali cação do GSI, mas sabemos que é uma quali cação bastante extremada, com pro ssionalismo, com treinamento nas mais diversas condições e já reconhecido inclusive por outros órgãos de segurança", a rmou o porta-voz.

Majeski quer transporte gratuito para estudantes de cursos técnico e superior

diferente de onde o a luno p ossui residência. Pela Lei em vigor, atualmente o governo do Estado só pode transferir recursos nanceiros aos municípios para realizar t ransp or te de a lunos dos ensinos fundamental e médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Essa é uma demanda existente em diversas regiões do Espírito Santo. O aluno conclui o ensino médio na rede pública e, para prosseguir estudando, tem despesas pagando passagens. Isso é um obstáculo à formação. A proposta é para que o Estado amplie a oferta, em conjunto com os municípios, do transporte público escolar para escolas técnicas e ensino superior, tanto das instituições estaduais, quanto das federais e das particulares, credenciadas à rede pública em programas como o Pronatec, por exemplo”, destaca Majeski.

TATI BELING

Filho de Bolsonaro fez comentário atacando GSI no caso do militar que transportava 39 quilos de cocaína O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), lho do presidente Jair Bolsonaro, fez críticas à atuação do Gabinete de S egurança Institucional (GSI), na segunda-feira (1º). Em uma rede social, o parlamentar respondeu a uma postagem sobre a prisão de um militar da Aeronáutica com 39 kg de cocaína na Espanha na semana passada (o homem integrava a equipe de apoio à comitiva presidencial) e a rmou que os homens do GSI estão subordinados a algo em que ele não acredita. O ministério, que funciona dentro do Palácio do Planalto, é comandado pelo general da reserva Augusto Heleno, um dos principais ministros da linha auxiliar de Bolsonaro. Heleno se justi cou na semana passada, dizendo que "houve um problema" e que o governo não tinha o contingente necessário para revistar o comissário preso. Houve uma promessa de reforçar a segurança, que parece não ter sido su ciente para Carlos Bolsonaro. "Por que acha que não ando com seguranças? Principalmente aqueles oferecidos pelo GSI? Sua grande maioria pode ser até homens bem-intencionados, e acredito que sejam, mas estão subordinados a algo que não acredito. Te n h o g r i t a d o e m v ã o h á m e s e s internamente e, infelizmente, s ou ignorado", escreveu Carlos. O lho do presidente prosseguiu

inimigo sobre o qual está falando. "Não digo que sou dono da razão e evitei até aqui ao máximo me expor desse jeito, mas não está dando mais. Estou sozinho nessa, podendo a partir de agora ser alvo mais fácil, ainda tanto pelos de fora tanto por outros. Há muito mais nisso tudo! Mas, se viemos aqui para deixar uma mensagem... Creio que essa faz uma parte dela, mesmo que isso custe minha vida! Um abraço!", completou o vereador. AJUFE

Resposta MARCOS CORRÊA/PR

O elefante é muito pesado... Dinheiro jogado fora Congresso libera crédito para reforma de imóveis funcionais e para compra de carros para o Executivo

Horas depois da publicação, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, defendeu o trabalho do GSI e a rmou que o Planalto não avançaria em comentários de Carlos sobre a pasta. "O GSI, dentro das suas estruturas, possui equipes que provêm a segurança de

O deputado estadual Sérgio Majeski (PSB) quer ampliar a Lei do Transporte Escolar para garantir que estudantes de municípios do interior do Estado, que cursam ensino técnico ou superior, também tenham direito ao transporte gratuito, até nos casos em que a instituição de ensino esteja localizada em município

O Congresso Nacional autorizou o g ov e r n o f e d e r a l a f a z e r d e s p e s a s relacionadas à reforma de imóveis funcionais, ao pagamento do bônus para peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e à compra de carros para o presidente da República, vice-presidente e ex-presidentes da República, por meio da aprovação de dois projetos (PLN 1/2019 e PLN 2/2019). O senador Lasier Martins (Podemos-RS) classi cou de deboche o gasto com a nova frota presidencial.


6 TECNOLOGIA

08 a 15 DE JULHO DE 2019

Primeira cidade inteligente, Toronto será cobaia para o futuro

O futuro da web Ao completar 30 anos, a tecnologia que transformou o mundo moderno enfrenta desafios para continuar sendo um território livre, democrático e plural BÁRBARA MALAGOLI

Projeto da Sidewalk Labs promete mudar parte da metrópole canadense, e a reação dos moradores mostra discussões essenciais para pensarmos o futuro do urbanismo NURPHOTO VIA GETTY IMAGES

Tentamos construir as tais “cidades inteligentes” há quase 20 anos, mas só nos últimos meses engenheiros implementaram uma série de melhorias que usam sensores interconectados para monitorar o tráfego, pedestres, clima, poluição, ocupação residencial e tratamento de esgoto. O objetivo é criar uma cidade mais eficiente, facilitando a vida de todos. A Sidewalk Labs, uma subsidiária do Alphabet (a empresa que controla a Google), está prestes a levar a tecnologia cívica a um novo patamar em Toronto, onde faz testes da p r i m e i r a c i d a d e verdadeiramente inteligente numa área de 12 acres conhecida como Quayside, um espaço subutilizado às margens do Lago Ontário e que é geralmente considerado pouco atrativo e negligenciado. Apesar dos problemas dos moradores de Toronto com Quayside, eles têm muitas restrições quanto a entregar o

local ao experimento da Side wa l k L ab. O proj eto envolveria carros e transporte público autônomos; semáforos inteligentes que coletam informações sobre pedestres, ciclistas e veículos; robôscorreio e coletores de lixo; elaboradas galerias de túneis subterrâneos para fazer com que entregas sejam mais eficientes; e prédios modulares que podem ser expandidos sob demanda conforme a população aumente. S ensores serão capazes de rastrear pessoas, temperaturas das construções, uso de água e eletricidade e muito mais. 2 0 1 9 m a r c a r á a implementação da proposta final dessas tecnologias, mas os locais já estão demonstrando seu descontentamento sobre quanta monitoração será feita e como o projeto será custeado. Não é possível construir uma cidade inteligente sem a ajuda de instituições privadas. Isso significa que os dados das pessoas serão compartilhados com essas empresas para que elas

possam aperfeiçoar seus serviços de entrega ou compartilhamento de veículos, mas para que elas também possam fazer anúncios melhores para seus moradores. Seria bom que prestássemos atenção à reação dos canadenses ao anúncio desta nova empreitada. Diversos jornais publicaram artigos informativos sobre o projeto e coletaram depoimentos do público sobre a iniciat iva, encorajando as pessoas a pensar sobre o que está por vir e dando tempo para que façam perguntas relevantes. O To r o n t o i s t c o l e t o u a s 3 5 perguntas mais recorrentes sobre essa nova tecnologia, e cabe ao Sidewalk Labs respondêlas, se desejar apoio do público. Está claro que os moradores de Toronto estão de olho nesse projeto e que ele só será bemsucedido com o apoio deles. É uma demonstração importante da necessidade do engajamento público com novas tecnologias que nós poderíamos tentar emular.

A web tornou-se balzaquiana. Em março deste ano, a World Wide Web, ou simplesmente www, completou três décadas de existência. Sua invenção mudou a cara da internet, massi cou seu uso e provocou profundas transformações na maneira pela qual as pessoas se relacionam e os negócios acontecem. A ideia brotou da cabeça do físico britânico Tim Berners-Lee, quando tinha 33 anos e era pesquisador da Organização Eu ro p e i a p a r a a Pe s q u i s a Nucle ar (C er n), na Suíç a. Naquela época, a internet, uma rede conectada de computadores l o c a l i z a d o s e m d i fe re nt e s lugares, já operava havia duas décadas, mas de forma bem diferente. Com recursos restritos, era usada principalmente para troca de informações entre pesquisadores da área acadêmica. Não existiam sites, redes sociais nem ferramentas de busca. “A w w w p ermitiu a fácil interconexão de dados distribuídos ao redor do globo e transformou-se em um componente fundamental da internet moderna”, a rma o cientista da computação Fábio Kon, professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP) e editor-chefe do Journal of Internet Services and Applications. A ferramenta, idealizada pelo cientista britânico, segundo Kon, foi decisiva para a popularização da internet, que tem hoje 4,4 bilhões de usuários, quase 60% da população global. “A rede trouxe muitas coisas boas e praticamente não conseguimos mais viver sem as comodidades que ela nos proporciona”, opina. “Ma s , p or out ro l a d o, e l a ampli ca alguns fenômenos negativos e indesejados que já existiam na sociedade”.

A ideia que originou a web, destaca o cientista da computação Roberto Marcondes César Júnior, do grupo Ciência de Dados do IME-USP, tem uma gênese interessante que revela a importância da pesquisa básica para consolidação de grandes projetos cientí cos. “Ao ler a sugestão de Berners-Lee para c r i aç ão d e u m siste ma de compartilhamento de dados de pesquisa, seu superior imediato no Cern, Mike Sendal, destacou no documento que a proposta era 'vaga, mas estimulante'”, conta Marcondes. “Para ele, a ideia ainda não estava muito clara, e foi preciso mais alguns anos de pesquisa em laboratório para que o www se concretizasse e se transformasse na ferramenta que viria a revolucionar o mundo”. Outro aspecto apontado pelo pesquisador é a importância da web para o avanço das pesquisas em inteligência arti cial (IA). “Alguns dos algoritmos de IA existentes hoje têm raiz em estudos iniciados muitos anos atrás. A criação da World Wide Web disponibilizou na rede uma grande quantidade de informações, permitindo que os algoritmos trabalhassem numa escala de dados muito superior, pro c e s s o e s s e n c i a l p ar a o r e n a m e nt o d e l e s . S e m a invenção de Berners-Lee, talvez estivéssemos bem atrasados em relação à revolução de IA”, destaca Marcondes. Nas comemorações dos 30

anos d a web, B er ners-L e e expressou preocupação com os r umos que a internet está tomando e fez um apelo para o estabelecimento de uma nova ética para lidar com os problemas surgidos a partir dela. Em entrevista à rede britânica BBC, ele externou o temor de que ela caminhe para um futuro disfuncional. De acordo com o cientista, o escândalo e nv o l v e n d o a c o n s u l t o r i a Cambridge Analytica, do Reino Unido, acusada de usar dados privados de 87 milhões de usuários do Facebook para nalidades políticas durante a campanha presidencial dos Estados Unidos em 2016, revelou quão frágil é a privacidade dos usuários na rede mundial de computadores. Em carta aberta divulgada em 12 de março passado, dia da efeméride, Berners-Lee listou três áreas especí cas de disfunção que, para ele, estão prejudicando a web: intenções maliciosas, como hacking e assédio on-line; projetos duvidosos, entre eles modelos de negócios que recompensem cliques; e consequências negativas não intencionais da rede, com destaque para discussões agressivas e polarizadas. Para combater esses d e s v i r t u a m e nt o s , o f í s i c o britânico lançou o projeto C ont rac t for t he web, um conjunto de princípios com o objetivo de fortalecer a liberdade e a abertura da internet.

SpaceX pretende lançar Brasil alcança 228,64 milhões Starship pela primeira de linhas móveis ativas em vez em 2021 maio, diz Anatel SPACEX

De acordo com um executivo da SpaceX, a empresa espacial de Elon Musk deverá colocar o conjunto Starship Super Heavy para voar pela primeira vez em 2021. Jonathan Hofeller, vicepresidente de vendas comerciais da companhia, disse que as negociações para possíveis clientes comerciais já estão em a n d a m e n t o. " E s t a m o s e m conversa com três clientes diferentes; são todas empresas de telecomunicações", disse o executivo. O Super Heavy é o estágio

superior do veículo Starship, capaz de transportar até 20 toneladas para a órbita geoestacionária da Terra, ou mais de 100 toneladas para a órbita baixa. O compartimento de carga tem nove metros, e o sistema será capaz de transportar, além de cargas, tripulações e recursos necessários em viagens de astronautas para a Lua ou para Marte. Vários voos de teste estão pre v i s t o s c om o c onju nt o Starship Super Heavy antes que esse primeiro voo comercial de

2021 aconteça, segundo Hofeller, que servirão para demonstrar o sistema de lançamento aos clientes em potencial, bem como para resolver quaisquer problemas que p or ventura possam acontecer. Recentemente, a empresa fez um "salto" com um protótipo do Starship, que subiu alguns metros a partir do solo, e os próximos testes alcançarão altitudes mais elevadas. Eventualmente, a SpaceX poderá substituir seus atuais foguetes Falcon 9 e Falcon Heavy pelo Sup e r He av y, ai n d a qu e a empresa provavelmente não apressará seus atuais clientes para aceitarem esta troca. “O Falcon 9 e o Falcon Heavy estarão por aí enquanto nossos clientes os desejarem”, disse Ho f e l l e r. C o nt u d o, " s e o s tornarmos obsoletos por termos um produto melhor e um preço menor, ótimo", ele completa.

De acordo com números divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Brasil registrou 228,64 milhões de linhas móveis em operação no mês de maio de 2019, redução de 6,83 milhões (2,90%) em 12 meses. Entre abril e maio de 2019, o volume de linhas ativas se manteve praticamente estável, houve um pequeno incremento de 7,89 mil unidades. A Agência também informou que as linhas pós-pagas totalizaram 103,64 milhões (45,33% do total) e as prépagas 125 milhões (54,67%). A Vivo registrou 73,69 milhões de linhas ativas (32,23% do total) em maio de 2019, seguida da Claro com 56,48 milhões (24,70%), da TIM com 55,31 milhões (24,19%) e da Oi com 37,56 milhões (16,43%). Nos últimos 12 meses, todas as grandes p re s t a d o r a s apre s e nt a r a m

redução: Vivo menos 1,41 milhão (-1,88%), Claro menos 2,58 milhões (-4,37%), TIM menos 1,80 milhão (3,15%) e Oi menos 1,30 milhão (-3,35%). Na comparação entre abril e maio deste ano, a Vivo registrou mais 103,72 mil linhas móveis (+0,14%), a Claro mais 100,50 mil (+0,18%) e a TIM mais 100,71 mil (+0,18%). Das grandes, ap enas a Oi te ve ARQUIVO APC

redução, menos 19,12 mil (0,05%). Em maio de 2019, dos três maiores mercados da telefonia móvel no País, o estado de São Paulo com 63,68 milhões de linhas (27,85% do total)

registrou crescimento de 1,11 milhão de unidades (+1,77%) nos últimos 12 meses. Minas Gerais totalizou 21,71 milhões (9,50%), redução de 672,97 mil (3,01%), e o Rio de Janeiro com 19,17 milhões (8,39%), diminuição de 1,28 milhão (6,27%). Entre abril e maio de 2019, São Paulo teve aumento de 25,01 mil linhas móveis (+0,04%) e Minas Gerais mais 18,88 mil (+0,09%), enquanto o Rio de Janeiro diminuição de 24,72 mil (0,13%). Os números da telefonia móvel estão disponíveis no Po r t a l d a A n a t e l . N a s planilhas divulgadas pela Agência, há informações sobre a quantidade de linhas do Serviço Móvel Pessoal por faixas de frequência, grupos, tecnologias e UFs. Os números re etem os dados disponíveis em 28 de junho de 2019 e podem sofrer alterações.


CIÊNCIA 7

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Fazendo pesquisa na Cientistas conseguem cultivar novos minicérebros escola ILUS T

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A possibilidade de ter acesso a conhecimento cientí co acerca de determinado tema costuma ser associada à graduação e ao seu aprofundamento, a pósgraduação. Pouco conhecida, a pré-iniciação cientí ca permite que estudantes do ensino médio e fundamental tenham a oportunidade de experimentar o fazer acadêmico antes mesmo de ingressar em um curso superior – e são muitos os benefícios associados a essa prática. A conclusão é de um grupo de pesquisadores norteamericanos. Em artigo publicado e m a b r i l n a P L O S Computational Biology, eles discutem como universidades e centros de pesquisa podem oferecer uma experiência cientí ca signi cativa para alunos do ensino médio e como essa atividade contribui para o desenvolvimento da carreira dos jovens e para a imagem das instituições que nela investem. Um dos benefícios seria o de propiciar aos estudantes a oportunidade de testemunhar a aplicação prática de conceitos ap r e n d i d o s n a e s c o l a . A

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experiência também possibilitaria a constatação de que boa parte do trabalho feito em laboratório está baseada no que é discutido e estudado em sala de aula. Os autores reconhecem que i nt e g r a r o s e s t u d a nt e s à s atividades de laboratório pode ser algo desa ador, e a rmam que o esforço contribui para disseminar a cultura cientí ca. “ L e v a t e mp o p a r a q u e o s pesquisadores consigam explicar conceitos, ensinar técnicas e supervisionar os experimentos e as análises feitos pelos estudantes. No entanto, quando essa interação é bem-sucedida, os alunos tendem a se engajar n o s t r a b a l h o s d a e qu ip e”, segundo artigo assinado por Subhamoy Das, neurocirurgião da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, e colaboradores. Também destacam que a préiniciação cientí ca possibilita a d e s c onst r u ç ã o d a i mage m estereotipada de um pro ssional inacessível fechado em um laboratório que parte da sociedade tem sobre os cientistas e suas áreas de atuação, além de

Pré-iniciação científica permite que estudantes vivenciem experiências acadêmicas ainda no ensino médio contribuir para a capacitação dos jovens para que depois possam buscar oportunidades de pesquisa na graduação. Essa modalidade de pesquisa é b a s t ant e d i s s e m i n a d a n o s Estados Unidos. Por lá, várias instituições de ensino superior contam com programas desse tipo, e as escolas costumam incentivar seus estudantes a fazer pré-iniciação cientí ca, acumulando experiência que poderá servir como diferencial no ingresso ao ensino superior. No Brasil, a modalidade ainda não é muito difundida. Poucas são as instituições de ensino sup er ior ou p es quis a com programas voltados a esse público jovem. É o caso da Universidade de São Paulo (USP), que desde 2016 oferece o Programa de Pré-iniciação Cientí ca e de Pré-iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, com o objetivo de promover a cultura cientí ca e tecnológica entre estudantes de 15 anos ou mais sob orientação de professores das áreas de ciências humanas, exatas e biológicas.

em laboratórios

Estruturas podem levar a uma melhor compreensão de como o cérebro funciona, diminuindo o número de testes em animais PEXELS

Pe s qu is a d ore s j ap one s e s desenvolveram estruturas em miniatura em forma de cérebro que mostram sinais de atividade semelhantes às redes neurais no cérebro humano. A pesquisa é especialmente importante para levar a uma melhor compreensão de como o cérebro funciona, diminuindo o número de testes em animais e ajudar a analisar novos medicamentos. O estudo foi publicado no periódico cientí co Stem Cell Reports. Os pesquisadores construíram "organoides cerebrais", feixes de t e c i d o s h u m a n o s tridimensionais arti cialmente crescidos que se assemelham à região do cérebro que abrangem diferentes atividades humanas,

d e h abi l i d a d e s m ot or a s e sensoriais até nossos pensamentos e memória. Para iss o, os cient ist as utilizaram um grupo de célulastronco e as cultivaram em um ambiente que imitava o necessário para o desenvolvimento do cérebro. Em um período de três meses, células individuais cresceram a partir do tecido e se organizaram em redes. À medida que as conexões se desenvolveram, as estruturas começaram a trabalhar juntas e disparar em sincronia — um mecanismo que os cientistas acreditam que for ma a b as e das f unçõ es cerebrais. Os neurônios, às vezes, também disparavam espontaneamente, semelhante à

maneira que novas conexões se formam no cérebro. "Como eles podem imitar o desenvolvimento cerebral, os organoides cerebrais podem ser usados como um substituto para o cérebro humano estudar distúrbios neurológicos e de desenvolvimento complexos", escreveu Jun Takahashi, da Universidade de Kyoto, em um comunicado. No entanto, os minicérebros não são capazes de pensar como os humanos. "A consciência requer experiência subjetiva, e org an oi d e s c e re br ai s s e m tecidos sensoriais não terão estímulo sensorial e produção motora", explica Sakaguchi.

Palácio milenar é revelado Ave de meia tonelada no Iraque após período de teria vivido há pelo menos seca 1,5 milhão de anos A construção, localizada às margens do Rio Tigre, foi descoberta graças à diminuição do volume de água em uma barragem

DIVULGAÇÃO

Tão pesado quanto um urso, pássaro não podia voar e teria convivido com nosso ancestral Homo erectus REPRODUÇÃO

Numa caverna na costa norte do Mar Negro, p es quisadores r uss o s e nc ont r ar am o ss o s fossilizados de um pássaro da Era do Gelo que pesava quase meia tonelada — o peso de um urso polar. O pássaro gigante não podia voar e teria andado na Europa há, no mínimo, 1,5 milhão de anos, em convívio com os nossos ancestrais Homo erectus, após eles terem chegado da África. A ave, da espécie Pachystruthio dmanisensis, é a primeira do tipo a ser encontrada na Europa. A

origem surpreendeu o paleontólogo Nikita Zelenkov, da Russian Academy of Sciences, que ao olhar a ossada e seu tamanho pensou que o animal seria de Madagascar. Mas o estudo indicou que o animal era realmente europeu, tinha cerca de 3,5 metros de a ltu r a e su a c ar ne e ovo s serviram de alimento para os humanos que chegavam à região. Indícios presentes na caverna revelam que o pássaro dividiu espaço com predadores gigantes da Era do Gelo, como tigres-

dente-de-sabre, hienas e guepardos gigantes. Com ossos densos, a ave possuía um fêmur longo, se comparado com seus primos ancestrais. Além disso, ela apresentou semelhanças com os pássaros da família Struthionidae, o que indica que o Pachystruthio dmanisensis pode ter sido um corredor habilidoso, uma vez que os Struthionidae atingiam uma velocidade de até 72km/h.

A seca que atinge a região de Mossul, no norte do Iraque, foi responsável por revelar "uma das descobertas mais importantes da região nas últimas décadas", de acordo com arqueólogos responsáveis pela identi cação de um palácio de 3,4 mil anos, que foi revelado após as águas do rio Tigre baixarem. A constr ução é atribuída ao Império de Mitani, que dominou parte do Oriente Médio no século 15 a.C. e formou uma aliança com os faraós do Egito para estabelecer seu poder nos territórios que atualmente correspondem ao sul da Turquia, nordeste da Síria e norte do Iraque. O trabalho para revelar o palácio foi realizado por uma equipe de arqueólogos alemães e curdos (que pertencem a uma etnia predominante no norte do Iraque e no sul da Turquia). Os pesquisadores identi caram os escombros da construção após uma drástica redução do volume de água da barragem de Mossul, que represa parte do volume hídrico do rio Tigre, responsável por expressiva parte do

abastecimento iraquiano. Os arqueólogos que participaram da descoberta a rmam que o Império de Mitani ainda é cercado de mistérios: a capital da civilização nunca foi encontrada pelos cientistas que estudam as antigas sociedades do Oriente Médio. Ao entrarem nas ruínas do palácio, os responsáveis pela descoberta encontraram tábuas preenchidas com símbolos cuneiformes, uma das primeiras formas de comunicação escrita da História. Também foi possível identi car resquícios de tintas nas paredes em tons de vermelho e azul, indicando a existência de antigos painéis decorativos. Pesquisadores da universidade

de Tübingen, que participaram do trabalho, irão agora recolher as tábuas com a escrita cuneiforme para tentar decifrar as mensagens. Eles esperam que o trabalho revele informações para compreender a trajetória do Império de Mitani, que manteve uma política externa ativa durante o seu apogeu. Registros arqueológicos encontrados a rmam que os líderes da civilização estabeleceram uma aliança com o faraó egípcio Tutemés IV (que reinou de 1401 a 1391 a.C.). A parceria foi desfeita após algumas décadas, o que enfraqueceu o Império de Mitani e permitiu que os assírios dominassem as terras do norte do Iraque.


8 BEM-ESTAR

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Passar tempo no A dislexia

parque faz bem para

O principal sintoma da dislexia é a troca da ordem de certas letras na hora da escrita e leitura. Cerca de 17% da população mundial apresenta o distúrbio genético, de acordo com estimativas

a saúde mental

PEDRO HAMDAN/SAÚDE É VITAL

SHUTTERSTOCK

Estudo revela que visitar esses locais dá um gás ao bem-estar emocional — mesmo na ausência de exercícios

Pe d a l a r o u c o r r e r n e s s e s ambientes é um ótimo hábito para a saúde. Mas mesmo quem visita os parques só para apreciar a paisagem ou fazer um piquenique com os amigos, por exemplo, já sai ganhando. “Os indivíduos que entrevistamos relatam uma maior satisfação pessoal depois de visitar um parque”, a rma H o n Yu e n , t e r a p e u t a ocupacional da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos.

“Porém, iss o não este ve vinculado à prática de atividade física e, sim, ao tempo passado no local”, completa. Suas conclusões decorrem de c onve rs as c om 9 4 frequentadores de três parques situados na cidade americana de Mountain Brook. Por outro lado, o especialista ressalta que esses lugares precisam ser bem cuidados para promoverem qualidade de vida. Uma série de experimentos

A dislexia é um distúrbio genético cujas características são a di culdade para aprender a ler e a escrever. O principal sintoma é a troca da ordem de certas letras na hora da escrita e da leitura. Por motivos pouco esclarecidos, encadear letras para formar palavras, ou mesmo relacionar sons a elas, não é algo fácil para pessoas com dislexia. Entenda a disfunção. Mais comum no sexo masculino, com três meninos afetados para cada menina, o distúrbio costuma ser identi cado na infância, durante o aprendizado da escrita e leitura. Entre os sintomas estão a troca de letras, especialmente as que têm sons parecidos (f e v, b e

con rma que reservar algum tempo na agenda para conviver com árvores, rios e a ns acalma a mente — dentro ou fora dos parques. Para ter ideia, uma investigação clássica da Universidade do Colorado, também nos Estados Unidos, constatou que acampar por um m de semana ajuda, inclusive, a dormir melhor.

O que esperar da próxima promessa contra a depressão Saiba mais sobre o novo remédio em formato de spray nasal e com ação ultrarrápida que ajuda a individualizar o tratamento da depressão

p, d e t), a fala prejudicada, a confusão entre palavras que soam parecidas, erros c o n s t a nt e s d e o r t o g r a a , di culdades para estudar e problemas para localizar esquerda e direita. O diagnóstico deve ser feito por neurologistas, fonoaudiólogos e psicólogos, que diferenciam a dislexia de outros transtornos, entre eles o dé cit de atenção e hiperatividade. Também é importante descartar a presença de problemas emocionais que possam interferir no aprendizado, além de realizar testes de audição e visão para identi car o nível de

di culdades. Por ser um distúrbio genético, os fatores de risco estão ligados ao histórico familiar e não existe uma prevenção para a manifestação da dislexia. A detecção precoce, no entanto, minimiza as consequências da disfunção no desenvolvimento escolar e pessoal do indivíduo. Vale lembrar que o diagnóstico não signi ca que a pessoa com dislexia seja menos inteligente — trata-se de um distúrbio que pode ser minimizado ou corrigido. Embora não exista c ura, o t rat amento inclui acompanhamento com especialistas como fonoaudiólogos e psicólogos.

Medite quinze minutos por dia A prática pode aumentar a concentração e te dar mais ânimo para enfrentar o dia JACOB LUND/THINKSTOCK/GETTY IMAGES

KOLDUNOV/GETTY IMAGES/ISTOCKPHOTO

A constatação de que nem toda depressão é igual é um dos motivos da busca por novos t r at a m e nt o s . E o a s s u nt o emergiu agora, com a aprovação, nos Estados Unidos, de um remédio diferente de tudo que existia até então. O holofote foi direcionado para a escetamina, d a f a r m a c ê u t i c a Ja n s s e n , utilizada por meio de um spray n a s a l. “Fa l am o s d a m ai or descoberta no campo da psiquiatria dos últimos 50 anos”, comemora o psiquiatra Acioly L a c e rd a , d a Un i ve r s i d a d e Federal de São Paulo. O fármaco, que está em análise p el a Agê nc i a Na c i ona l d e Vigilância Sanitária (Anvisa) e deve ser liberado no Brasil nos próximos 12 a 18 meses, empolga médicos e pacientes pelo ineditismo. Os antidepressivos tradicionais, disponíveis há décadas, atuam na

bioquímica cerebral interferindo em três neurotransmissores associados à sensação de bemestar — a serotonina, a noradrenalina e a dopamina. A nova medicação, porém, é a primeira a atuar sobre o glutamato, outra molécula da rede neural e reconhecida por estimular áreas do cérebro ligadas às emoções. Seu principal efeito é fortalecer e criar novas sinapses, as conexões entre os neurônios. E na prática, o que acontece? “Nã o e sp e r áv amo s qu e o s resultados da escetamina aparecessem tão rápido e fossem tão robustos”, contou a Saúde o psiquiatra John Krystal, da Universidade Yale, nos Estados Unidos, pioneiro nos estudos com o princípio ativo. Enquanto os comprimidos demoram de duas a três semanas para trazer melhoras, a novidade

mostra serviço nas primeiras 24 horas após a primeira aplicação do spray no nariz. Entretanto, por mais inovadora que seja, a escetamina não está indicada para todos os casos, muito menos substituirá as demais opções nas farmácias. Ela será prescrita, pelo menos inicialmente, apenas na depressão resistente, quando o tratamento clássico não dá conta do recado. “Sabe-se que cerca de 30% dos p a c i e nte s nã o apre s e nt am melhora nenhuma com os antidepressivos comuns”, calcula o psiquiatra Antônio Egídio Nardi, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Há a expectativa também de que o spray sirva em breve para os quadros com alto risco de suicídio, em que é preciso obter uma resposta terapêutica quanto antes.

Já ouviu aquela expressão, mente sã, corpo são? Ela é superválida para os dias atuais. A nal, precisamos estar bem com nós mesmas para conseguir encarar os muitos desa os diários que nos aparecem, não é mesmo? Sejam eles nalizar o treino do dia, aumentar a distância da caminhada, encarar uma longa re u n i ã o… E m t o d o s e s s e s momentos, estar concentrada e preparada para as tarefas é crucial. Muita gente já aderiu e defende a prática da meditação no dia a dia. “Ela trabalha nosso cérebro assim como a atividade física fortalece as partes musculares. Muita gente esquece que a saúde mental e emocional andam juntas com a saúde do corpo”, explica o professor de meditação i Arruda, de São Paulo. Ele

vem ensinando empresários e atletas de elite a melhorarem seus desempenhos nos últimos 15 an o s . “Me u s t re i n am e nto s estimulam o autoconhecimento, a inteligência emocional e o foco mental”, explica i. Segundo ele, ao tentarmos controlar nossas ondas mentais com a meditação, produzimos uma concentração profunda, que p o d e c h e g ar a o e s t a d o d e mindfulness — atenção plena. Se seguirmos por esse caminho,

“atingiremos o cessamento dessas ondas”, ou aquela ideia que todo mundo fala de “não pensar em mais nada”. E ele garante: você se sentirá mais disciplinada, compromissada com os objetivos e com muito mais energia para enfrentar os dias mais cansativos. Mas calma. Você não precisa ser uma guru da meditação para aproveitar os benefícios da prática. Com quinze minutos por dia, i Arruda ensina etapas bem fáceis para fazer em casa. Tudo o que você precisa é de um lugar propício. De acordo com o professor, inicialmente você não precisa se preocupar com o melhor horário para meditar, basta adotar o hábito. Depois de uma certa experiência, faça ao acordar e antes de dormir, bem como antes de grandes eventos.


SAÚDE 9

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ES amplia oferta de remédio de prevenção ao HIV e outras doenças Resultados positivos para quaisquer infecções sexuais também são tratados pelo sistema público de saúde com medicamentos gratuitos e consultas periódicas DIVULGAÇÃO SESA/ES

As tecnologias voltadas para a prevenção e combate ao HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis têm avançado nos últimos ano s a d e qu and o - s e à s novas práticas de contingenciamento das Infecções Sexualmente Tr ans m iss íve is ( I STs ) . Nesse sentido, o governo do Espírito Santo tem promovido capacitações para pro ssionais da saúde que realizam atendimento às pessoas expostas ao vírus HIV, Hepatite B e C e Sí lis. De acordo com a coordenadora do Programa de DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Sandra Fagundes Moreira, “neste ano estamos em uma grande campanha sobre a questão das pro laxias, atendendo uma determinação da Organização Mundial de Saúde

(OMS) que visa uma aceleração da resposta para acabar com a epidemia de aids até 2030. Além disso, no início deste ano, durante o Planejamento E s t r at é g i c o 2 0 1 9 - 2 0 2 2 d o governo do Estado, uma das iniciat ivas deb at idas foi o aumento do serviço de PrEP e PEP nos municípios”, disse. O apoio à atenção primária,

ampliando o acesso e a qualidade dos ser viços em todos os municípios e a implementação de ações destinadas a saúde da população LGBT são metas estabelecidas no atual plano de gover no. Sandra Fagundes complementa: “a nossa decisão é divulgar mais para a população”. Em nova capacitação sobre sí lis, realizada na Escola de

Na pele da tilápia Material biológico já conhecido para o tratamento de queimaduras começa a ser usado em cirurgias ginecológicas

distúrbio congênito, a síndrome de Mayer-Rokitansky-KusterHauser, que as faz nascer sem o canal vaginal ou com ele pouco desenvolvido. A mesma equipe já havia operado com êxito uma mulher que teve de reconstruir a vagina por causa de sequelas de um câncer ginecológico. “A opção que a paciente trans tinha era fazer um autoenxerto com segmento de intestino, uma cirurgia extremamente agressiva, demorada e com complicações a longo prazo”, diz Bezerra. “O uso da pele de tilápia permite uma operação mais simples, rápida e menos invasiva. O epitélio da pele de tilápia funciona como arcabouço e suporte para o desenvolvimento do epitélio vaginal, com elasticidade, dimensão e funcionalidade adequadas”. Tanto na cirurgia feita na Unicamp quanto nas realizadas no Ceará, nas mulheres com a síndrome de Rokitansky, as pacientes cam cerca de uma semana com um molde acrílico envolto na pele de tilápia dentro do canal vaginal. Depois a

t r ab a l har a pre ve nç ã o e a promoção da saúde. Em parceria com a Coordenação do Programa DST/Aids da Sesa, nós, da Atenção Primária, estamos monitorando os municípios buscando melhorar os indicadores e as ações de saúde”. O governo do Estado, por meio dos programas de saúde, tem trabalhado para frear as epidemias de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) em todos os municípios, principalmente as infecções congênitas (passadas de mãe para lhos), buscando proteger a criança antes mesmo do nascimento. “A s e q u i p e s e s t ã o intensi cando a comunicação com a população e as ofertas de serviço de testagem, tratamento e promoção da saúde na rede estadual de saúde”, informou

Alba Valéria Oliveira, referência em Sí lis da C o ordenação Estadual de DST/Aids da Sesa. Em 2018, o Estado do Espírito Santo apresentou uma média de 1.100 noti cações de novos casos de HIV (dados parciais sujeitos à revisão). Desse diagnóstico, 15.570 pessoas vivem com HIV, sendo 10.441 do sexo masculino (67,0%) e 5.130 do sexo feminino (33,0%), onde 72% dos casos se deve à transmissão HIV pelo ato sexual. Do total de infectados HIV/Aids, 11.980 pessoas estão em tratamento com antirretrovirais nos serviços especializados do Espírito Santo. Outro dado importante são os casos de sí lis. Em 2018 foram diagnosticadas 4.538 pessoas com Sí lis Adquirida (sí lis em adultos) e 1.946 casos de Sí lis em Gestantes. Além de 344 casos de Hepatite B e 251 de Hepatite C.

Comer atum em excesso pode fazer mal à saúde Pesquisadores de universidade norte-americana analisaram riscos de contaminação por mercúrio em estudantes que consumiam o alimento com frequência

VIKTOR BRAGA/UFC

O Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Un ive rs i d a d e E s t a du a l d e Campinas (Caism-Unicamp) foi palco de um procedimento experimental inédito no m de a b r i l . Pe l a p r i m e i r a v e z , cirurgiões usaram pele de tilápia-do-nilo (Oreochromis nicoticus) na reconstrução do canal vaginal de uma paciente transexual que havia se submetido, anos atrás, a uma malsucedida cirurgia de redesignação sexual, passando d e h o m e m a m u l h e r. O procedimento é fruto de uma extensa pesquisa sobre o uso da pele de tilápia para nalidades médicas iniciada há quatro anos n o Nú c l e o d e Pe s q u i s a e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (NPDMUFC), em parcer ia com o Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), de Fortaleza. A paciente trans, cuja identidade foi preser vada, procurou a equipe do cirurgião Leonardo Bezerra, do Departamento de Saúde Materno-Infantil da UFC, após saber dos bons resultados do uso da pele do peixe na reconstrução vaginal – técnica conhecida como neovagina – de 10 mulheres portadoras de um raro

Serviço Público do Espírito Santo (Esesp) para pro ssionais de saúde dos municípios, foram apresentados protocolos de tratamento e contingenciamento da sí lis congênita, bem como trocas de experiências entre os pro ssionais sobre casos de doenças sexualmente transmissíveis que são atendidas na rede pública. A chefe do Núcleo Especial de Atenção Primária, Tânia Mara Ribeiro dos Santos, relatou a importância das capacitações periódicas para a quali cação dos gestores, médicos, enfermeiros e demais pro ssionais que lidam no dia a dia com o enfrentamento da sí lis e outras DSTs. Segundo ela, “mais importante que combater é

prótese é retirada e a pele do peixe deixada no local. “O colágeno [da pele da tilápia] vai sendo destruído, as moléculas são 'quebradas' e a pele do animal é incorporada ao tecido. Isso faz com que células presentes no canal vaginal se diferenciem em outras, formando o epitélio vaginal”, e x p l i c a o m é d i c o Ma n o e l Odorico de Moraes, c o o r d e n a d o r d o N P DM e professor da Faculdade de Medicina da UFC. Não há necessidade de medicar os pacientes com drogas imunossupressoras, pois o material biológico não é colocado dentro da cavidade abdominal, mas na vagina, que é uma extensão da pele humana. “Até hoje não houve nenhum caso de rejeição”, diz Moraes. A equipe cearense tem sido bastante procurada por p a c i e nte s t r ans e x u ais qu e zeram cirurgia de redesignação sexual de homem para mulher, com resultados insatisfatórios, pela técnica clássica, na qual se usa a pele do próprio pênis para a c onst r u ç ã o d a n e ov ag i n a . “Ocorre que, antes da cirurgia, elas fazem um tratamento hormonal para que o corpo adquira características fe m i n i n a s , o qu e re du z o tamanho do pênis. Com isso, sobra pouca pele de pênis e a vagina ca pouco funcional”, conta Leonardo Bezerra, da Faculdade de Medicina da UFC.

PIXABAY

Ainda que um alimento prático, o atum pode trazer danos à saúde se consumido em excesso. Isso porque o peixe contém pequenas doses de mercúrio, elemento químico nocivo a humanos. Pensando nisso, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Cruz (UCSC), nos Estados Unidos, decidiram fazer testes em seus estudantes, ávidos consumidores da iguaria enlatada. A partir de amostras do cabelo dos alunos, foi possível notar qu e , p a r a a l g u n s d e l e s , a quantidade de mercúrio estava acima dos níveis recomendáveis. Segundo o estudo, 54% dos alunos consumiam atum três vezes por semana, o que já pode exceder a dose de metilmercúrio considerada segura pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA). Em sete participantes, o consumo era um

tanto mais surpreendente: eles declararam comer o alimento 20 vezes por semana. “Isso não signi ca necessariamente que os estudantes sofrem efeitos de toxicidade, mas esse já é um nível no qual se recomenda reduzir a exposição ao mercúrio”, a rmou Myra Finkelstein, professoraadjunta da UC Santa Cruz. Os pesquisadores perceberam ainda uma falta de c on h e c i m e nto d o s a lu n o s quanto aos perigos da exposição ao mercúrio: 99% deles disseram ter baixo conhecimento e pouca con ança desses riscos. A maioria dos estudantes pesquisados pensava que era seguro comer até três vezes mais atum do que o recomendado pela EPA (duas a três porções por semana). Processos naturais, como erupções vulcânicas, e d e j e t o s i n du s t r i a i s l e v a m metilmercúrio à vida marinha.

Como o atum consome outros peixes, ele acaba concentrando mais níveis da substância. Em humanos, a toxina pode causar danos neurológicos e provo car efeitos na s aúde reprodutiva, por isso a preocupação sobre o consumo de atum é maior em mulheres grávidas e crianças. Em casos graves, a substância pode levar à cegueira, ao imp edimento cognitivo e ao mau funcionamento pulmonar. Em estudantes de faculdade, Finkelstein reforça os cuidados com o consumo, pois muitos estão em idade reprodutiva e o seu sistema nervoso ainda está se desenvolvendo. A pesquisadora e seu time apresentaram o estudo aos administradores da universidade, que decidiram colar cartazes nos corredores da instituição para alertar os alunos sobre os riscos de comer muito atum.


10 GERAL

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Raposa realiza jornada incrível da Noruega ao Canadá Pesquisadores rastrearam o movimento do animal, que viajou por 76 dias, se movimentando, em média, 46,3 km por dia Para a surpresa dos pesquisadores do instituto norueguês Norwegian Polar Institute, uma raposa-do-ártico andou por mais de 3,5 mil quilômetros, da Noruega até o Canadá, em apenas 76 dias. O animal, que foi monitorado por meio de uma coleira de rastreio, andou em média 46,3 quilômetros por dia, chegando a percorrer 155 quilômetros em apenas um dia, enquanto estava na Groenlândia. “Não acreditamos que aquilo e r a v e r d a d e ”, d i s s e e m comunicado a pesquisadora Eva Fuglei, que rastreou o animal. A jornada da raposa havia sido tão longa que os cientistas pensaram

até que o colar do bicho poderia ter sido removido e estava a bordo de um barco. “Mas não, não há barcos que vão tão longe no gelo. Então nós tivemos que acompanhar o que a raposa fez”, a rmou Fuglei. O animal ganhou o equipamento em julho de 2017, deixou a região de Spitsbergen na Noruega no dia 26 de março, alcançado a Groenlândia, em 16 de abril de 2018. A viagem c o nt i nu o u d e p o i s n a i l h a Ellesmere no Canadá, onde a raposa chegou no dia 1º de julho. O trajeto percorrido pelo animal mostrou para os pesquisadores que talvez a espécie use o gelo como um

JON LEITHE/NORSK POLARINSTITUT

“meio de transporte”. Segundo Fuglei, o gelo do mar tem um

Ônibus do Hemoes circula por cinco municípios no mês de julho ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA SESA

“papel fundamental” para que esses animais migrem entre

áreas, encontrem comida e populações diferentes.

As raposas do Ártico podem s obre viver a temp eraturas extremas que chegam a -50ºC. A longa jornada do animal alertou os cientistas para os possíveis impactos que as mudanças climáticas e, consequentemente, o derretimento do gelo, pode ter nesses animais. Segundo Ola Elvestuen, ministro do meio ambiente da Noruega, o caso é apenas “outro exemplo da importância do gelo para a vida selvagem do Ártico”. “O aquecimento no norte está assustadoramente rápido. Nós devemos cortar emissões depressa para prevenir que o gelo marinho desapareça durante o verão inteiro”, a rmou.

Samsung diz que ninguém mais vai usar smartphone em cinco anos A empresa aposta em outros hardwares, como relógios e roupas inteligentes e a integração de aparelhos de internet das coisas SHUTTERSTOCK

O mês de julho será de agenda cheia e de pé na estrada para o Ônibus de Coleta Externa do Hemocentro do Espírito Santo (Hemoes). A unidade móvel passará pelos municípios de Venda Nova do Imigrante, D om i ngo s Mar t i ns , Iú na , Vitória e Laranja da Terra, realizando a coleta de sangue e cadastro para doação de medula óssea. A primeira parada foi na

quarta-feira (3), na região serrana do Estado, em Venda Nova do Imigrante. A coleta aconteceu das 7h30 às 12h30, no Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, o Polentão. No sábado (6), será a vez de Domingos Martins. O ônibus cará na Praça Principal, no Centro da Cidade, das 7h30 às 12h30. No próximo dia 17, a unidade móvel estará em Iúna, na Praça do Ginásio, das 7h às 12h. No

dia 24, será a vez da capital Vitória receber o ônibus, na sede da EDP Escelsa. E, para nalizar o mês, no dia 30, das 7h30 às 12h30, a coleta acontecerá no Pátio da Igreja Católica Matriz, no Centro, em Laranja da Terra. Qualquer cidadão pode requerer o ônibus para seu bairro/município. Para isso, basta encaminhar um e-mail para o setor Coleta Externa (hemoes.coletaexterna@saude. es.gov.br). Após o recebimento da solicitação será realizada uma visita técnica de avaliação e, s e favorável, a equip e marcará o dia para a ação. Os pedidos devem ser feitos com antecedência.

O lançamento do Galaxy Fold tem sido um grande desa o para a Samsung, mas isso não fez com que a empresa mudasse sua visão sobre o dispositivo. Para a companhia, o hardware dobrável é uma espécie de ponte para um futuro sem smartphones. "O design do smartphone atingiu um limite e, por isso, projetamos um modelo dobrável", diz Kang Yun-Je, chefe da equipe de design da empresa. "Além disso, estamos nos concentrando em outros dispositivos que já começam a causar um impacto mais amplo no mercado, como fones de ouvido inteligentes e smartwatches. Em cinco anos, as pessoas nem perceberão que usam telas". Segundo DJ Koh, CEO da

Samsung, os últimos 10 anos foram a era do smartphone. "A partir deste ano, talvez uma nova f a s e s e abr a e m r a z ã o d o surgimento da internet das coisas, do 5G, da inteligência arti cial (IA) e uma mistura de todas essas tecnologias. A nova era está a nossa frente". De acordo com Diego Cibils, cofundador da Kona, empresa de soware de IA, o futuro parecerá muito mais com Star Trek ou Minority Report. "O smar tphone foi um ót imo aparelho para o que eu acho que é um período de transição entre o paradigma da computação no desktop e o paradigma da 'computação da liberdade'", avalia. Em vez de cada indivíduo ter sua própria tela, dispositivos

inteligentes interconectados em diferentes locais permitirão que a realização de tarefas que normalmente seriam executadas em telefones. A diferença é que eles usarão recursos ambientais e telas exíveis incorporadas em paredes, veículos, em torno do pulso ou até mesmo no tecido das roupas. Para assistir a vídeos, ouvir música, visualizar e responder mensagens, "pode-se ter a mesma experiência em qualquer lugar". "O dobrável vai durar anos", estima Cibils. "Uma vez que o 5G e a internet das coisas estejam disponíveis [juntos], em vez de smartphones haverá dispositivos inteligentes. Eles podem diminuir, mas novos aparelhos surgirão".


COMPORTAMENTO 11

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Cuidados para deixar os lábios bonitos e hidratados Especialista deu dicas valiosas para cuidar da região CLÁUDIA/REPRODUÇÃO

A boca é uma parte do corpo que, muitas vezes, passa despercebida dos cuidados diários. Porém, se não cuidarmos bem, ela pode c ar re ss e c a d a du r ante as estações mais frias e até mesmo perder sua coloração original. A boa notícia é que os cuidados com os lábios estão em evidência no mundo da beleza. Cada vez mais blogueiras e marcas estão incentivando o cuidado com esta região do corpo e há diversas opções naturais para tratar da área. O dermatologista Jardis Volpe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, deu algumas dicas de cuidados para deixar os lábios mais bonitos e hidratados. É i mp o r t a nt e f a z e r u m a esfoliação nos lábios uma vez na semana, já que ela remove as células mortas e peles soltas da

a importância de veri car o rótulo do produto, já que ele não deve conter fragrâncias ou petrolato em sua fórmula. “Assim como a pele, os lábios também sofrem com os danos causados pela exposição solar, que podem levar ao surgimento de manchas, rugas, ressecamento e até mesmo câncer de lábios”, diz. Por isso, é extremamente importante aplicar protetores labiais com fator de proteção solar de, no mínimo, 30 FPS, que

região, deixando a região mais lisa e uniforme. “Esse procedimento deve ser feito com atenção, já que, quando realizado de forma excessiva, em vez de remover as células, a esfoliação acaba traumatizando a área e g e r a n d o l e s õ e s”, a r m a o especialista. Além disso, você

deve atentar-se a sempre utilizar produtos especí cos para a área. Assim como qualquer outra parte do corpo, os lábios também s of rem com ress ecamento, in amações e envelhecimento precoce. A melhor opção de produto para promover a hidratação são os lip balms.

devem ser aplicados a cada duas horas. Uma das principais causas do ressecamento dos lábios é a desidratação, p or iss o é recomendado que se faça uma ingestão de no mínimo dois litros de água. Isso, além de manter o corpo mais hidratado, é uma forma de promover a manutenção da umidi cação dos lábios, deixando-os macios. (REVISTA CLÁUDIA)

Alguns batons também possuem propriedades hidratantes. “Os balms labiais possuem manteigas hidratantes, óleos, antioxidantes, vitamina E, colágeno e outras substâncias que ajudam a hidratar rapidamente os lábios”, explica. Ele também chama atenção para

Existe limite seguro Baratas estão cada para o consumo vez mais resistentes de álcool? a inseticidas FRANCESCO CARTA/GETTY IMAGES

Novas evidências científicas sinalizam que não. E os motivos para no mínimo moderar vão além do que já se falava por aí Se depender de um dos maiores estudos globais já feitos para mensurar o impacto do álcool na saúde humana, até mensagens como “aprecie com moderação” estão com os dias contados. Após analisar o consumo e suas repercussões em mais de 100 mil pessoas de 195 países entre 1990 e 2016, pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, concluem: não há limite seguro para a ingestão de bebidas alcoólicas. E fazem outro alerta: mesmo eventuais vantagens, como aquela taça de vinho prescrita pelo bem do coração, não superam os malefícios, caso do aumento no risco de câncer e outros males. “Sabe quem inventou essa história de que beber moderadamente faz bem? A indústria do álcool, baseada em estudos pouco controlados”, a rma o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, diretor da Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Pau l o ( Un i f e s p ) . “O m a i s saudável é não beber. Mas, se beber, o ideal é não passar de uma ou duas doses por semana”,

diz. Perceba: tomar algo todo dia, ainda que só um pouco, está fora de cogitação — pelo menos se você quer ter saúde. Para dar seu veredicto, os cientistas americanos dividiram o público em dois grupos: os que bebiam e os abstêmios. Notaram, e nt ã o, qu e a prop e ns ã o a problemas (câncer, infarto, AVC, cirrose, violência doméstica…) aumenta à medida que se elevam a quantidade e a frequência de consumo. O risco de adoecer crescia 0,5% entre quem tomava uma única dose por dia (como uma lata de cerveja ou taça de vinho). Subia para 7% diante de duas doses. E decolava para 37% na ingestão de cinco. “Ainda que haja pesquisas indicando potenciais benefícios com o consumo leve ou moderado, isso não pode ser generalizado porque os efeitos do álcool também dependem do histórico médico e de riscos individuais”, explica o psiquiatra Arthur Guerra, presidente do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa). “Por essa razão, pensando em minimizar riscos à população, a

recomendação mais segura mesmo é não beber”. Se você é daqueles que, antes de dormir, gostam de tomar uma taça de vinho para relaxar, esqueça: seu método pode até soar e caz, mas é prejudicial à qualidade do sono. “À medida que o álcool é processado pelo corpo, o sono se torna super cial. Aí o indivíduo acorda p ela manhã com a sensação de que não dormiu o s u c i e n t e ”, e s c l a r e c e a neurologista Andrea Bacelar, p r e s i d e nt e d a As s o c i a ç ã o Brasileira do Sono. Um estudo nlandês, realizado com mais de quatro mil pessoas com idade entre 18 e 65 anos, atestou que a recuperação siológica durante o repouso à noite sofre uma redução signi cativa na presença do álcool — quanto mais se bebe, pior. Já de Londres, na Inglaterra, veio outra descoberta: a bebida desregula os ciclos naturais do sono e, mesmo com moderação, incentiva roncos e insônia. O ideal é que, se for tomar uma taça no jantar, isso aconteça de três a quatro horas antes de dormir. E olhe lá.

De modo surpreendente, os animais mostraram resistência a substâncias químicas que nunca haviam entrado em contato

FREE IMAGES/REPRODUÇÃO

As baratas estão cada vez mais resistentes a inseticidas, a rma uma nova pesquisa publicada na revista cientí ca Nature. A espécie estudada foi a da baratagêrmanica (Blattella germanica), comum nas áreas urbanas e rurais. D e a c ord o c om M i c h a e l Scharf, um dos responsáveis pela aná l is e, o s re su lt a d o s s ã o surpreendentes. "Baratas que des envolvem resistência a múltiplas classes de inseticidas de uma só vez tornarão o controle dessas pragas quase impossível apenas com produtos

químicos", disse em comunicado. A equipe capturou baratas selvagens de três localidades diferentes. Dentre os resultados, o time percebeu que a resistência evolutiva dos animais cresceu de acordo com a exposição aos pesticidas — e não só para a classe de veneno com que entraram em contato, mas também para substâncias que nunca haviam encontrado antes. O especialista também contou que foi possível observar um aumento da resistência entre quatro e seis vezes de uma

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geração para a outra. "Não tínhamos a menor ideia de que algo assim poderia acontecer tão rápido", relatou Scharf. As baratas têm um ciclo reprodutivo de três meses, durante o qual podem ter até 50 descendentes. Os cálculos da equipe a rmam que se uma pequena porcentagem de insetos for resistente a um inseticida, uma população pode crescer absurdamente em poucos meses. Para combater os animais, Scharf recomenda investir em pesticidas, mas também em ar m a d i l h a s , m e l h or i a s n o saneamento básico e aspiradores de pó. "Alguns desses métodos são mais caros do que usar apenas inseticidas, mas se esses inseticidas não vão controlar ou eliminar uma população, você está apenas jogando dinheiro fora", diss e o estudios o. "Combinar vários métodos é a maneira mais e caz de eliminar baratas".


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Estudante de Filosofia- Estácio de Sá de Vitória - Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

A hora e a vez das mulheres

A

j aneiro dess e ano, 119 mulheres morreram e 60 sofreram tentativas de feminicídio no País,

AGÊNCIA SENADO

p o p u l a ç ã o brasileira é de 203,2 m i l h õ e s d e habitantes, sendo 98,419

REPRODUÇÃO/TWITTER

milhões de homens e 104,772 milhões de mulheres. Porém, os caminhos percorridos até hoje pelo País mostram que os tropeços nas políticas públicas voltadas para as mulheres são evidentes No m a i o r p a í s l at i n o americano o nível de acesso à educação e à saúde vem se acentuando positivamente nas últimas décadas, mas a mulher ainda precisa conviver c om a l g u m a s i nju s t i ç a s impostas pela sociedade. Seria t a lve z, cons e quência do machismo entranhado na nossa cultura? A proposta apresentada pelo senador Ângelo Coronel (PSD-BA), requerendo a revogação da lei que obriga os partidos a destinarem 30% de candidaturas às mulheres

comprovando que a geogra a (Norte, Sudeste – destaque

trabalho, são também outros desa os enfrentados pela mulher brasileira. Mas como a esperança é sempre a última que morre, no que diz respeito à violência e ao mercado de trabalho, cito algumas ações políticas da bancada feminina, das três esferas de poder, voltadas para o combate a essas injustiças. Na esfera estadual, temos a deputada Janete de Sá (PMN), autora de um Projeto de Lei que garante às mulheres, vítimas de deformidade ou de ciência causadas por agressão em razão do gênero, prioridade no acesso à cirurgia estética reparadora pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Espírito Santo.

DIVULGAÇÃO ASSESSORIA

Vereadora Cleusa Paixão para o Espírito Santo – e Nordeste) e a raça (afrobrasileiras e indígenas), são mais vulneráveis à morte violenta. Outro agravante, é a

No viés trabalhista, a Lei da Transferência Salarial, de autoria da senadora Rose de Freitas (Podemos), determina a divulgação anual da

igualdade de gênero e a discriminação salarial. Em seguida, não menos preocupada quanto às colegas parlamentares, a vereadora C l e u s a P a i x ã o (PMN/Serra/ES), protocolou, em 06/05/2019, o Projeto de Lei nº 078/2019, que dispõe sobre reserva de dez por cento das vagas de empregados para mulheres na área da construção e obras públicas. “A mulher muitas vezes é a provedora da família, por conta disso é necessário que se aumente a oferta de empregos onde a pessoa do sexo feminino possa atuar. Daí, a necessidade de reservarmos vagas para mulheres, aumentando a possibilidade “A mulher muitas vezes de ocupação delas. Poucas são é a provedora da família, as mulheres empregadas na por conta disso é necessário que se aumente área da construção civil, que a oferta de empregos onde fazem parte da equipe de a pessoa do sexo feminino l i mp e z a e s e c re t a r i a d o. possa atuar. Acredito que trata-se de tabu e Daí, a necessidade de reservarmos vagas para que precisa ser quebrado, urgentemente”, justi cou a mulheres, aumentando a possibilidade de vereadora.

homens é de 20%. A transparência na divulgação dest as infor maçõ es vis a estabelecer um debate sobre a

ocupação delas”, Cleusa Paixão

retrata bem essa característica social. O ut ro s te mas d e su ma importância são o alto índice de mortes e violência, para se ter uma ideia, apenas em

gravidez precoce, que ameaça as mais pobres. A pouca representação das mulheres na política, salários inferiores aos dos homens e a pequena participação no mercado de

d i fe re n ç a s a l ar i a l e nt re homens e mulheres, pelas empresas com mais de 250 empregados. A defasagem salarial das mulheres brasileiras em relação aos


BRASIL 13

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A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

MOISÉS DE OLIVEIRA

HÉLIO FILHO/SECOM

Renato Casagrande (PSB-ES) Reurbanização da orla da Praia de Castelhanos O governador Renato Casagrande e o secretário de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, Marcus Vicente, assinaram, nesta quinta-feira (04), a ordem de serviço para o início das obras de reurbanização da orla da Praia de Castelhanos, em Anchieta. As intervenções irão ajudar a controlar os danos causados pela erosão e bene ciarão o turismo na região. Casagrande acredita que as obras vão contribuir com o desenvolvimento da região e na geração de mais oportunidades. “Esse momento é histórico. Quando estive aqui [em fevereiro] dando sequência ao convênio, avisei que não pararia nenhuma obra. De lá para cá, a economia continua incerta, mas resolvemos não paralisar e dar sequência, fazendo um controle rigoroso no custeio e nos gastos correntes. Daqui a uns dias retornaremos para inaugurar a recuperação da Ponta de Castelhanos”, garantiu. Casagrande apontou que o Estado está buscando alternativas para driblar as di culdades e as incertezas vindas do cenário econômico. “O acordo com a Petrobras, provocado em nosso governo passado, foi fruto de um trabalho árduo e no que receberemos R$ 1,5 bilhão até 2022. Esses recursos serão utilizados nesse tipo de obra, em obras estruturantes e que mudarão a região criando desenvolvimento e oportunidades”, pontuou o governador, ressaltando a importância do turismo em toda região litoral sul capixaba. “Essa reurbanização será importante para atrair ainda mais turistas para essa região, que é uma das mais lindas do nosso Estado. Mas, antes de atrair os turistas, precisamos dar qualidade de vida a quem mora aqui. Só irá receber bem os turistas, se os moradores estiverem bem onde vivem”, completou. ###

EJA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO/SEDU

A Educação de Jovens e Adultos (EJA), da rede estadual, é uma modalidade de ensino para quem quer concluir o ensino fundamental e/ou médio. Em meio à turma da EJA, da Escola Catharina Chequer, em Vila Velha, chama atenção a história de Sandra Barbosa. Aos 66 anos de idade, ela realizou o sonho de se formar no ensino regular. A formatura foi realizada nesta semana e marcou um momento de conquistas e emoções para o grupo. “A forma com que a escola se organiza para o evento é apenas um meio de contribuir para que eles tenham esse momento marcante na vida e de todos os seus familiares. O apoio familiar é de fundamental importância. Sem esse apoio, muitos não teriam chegado ao nal desse ciclo e teriam desistido pelo caminho”, disse Mantovani.

MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

Rose de Freitas (PodeES)

Fabiano Contarato (Rede/ES)

PL Stalker Projeto da senadora Rose de Freitas (PODE-ES), que tipi ca como crime a perseguição ou assédio a alguém de maneira continuada recebeu parecer favorável do relator, senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), na quarta-feira (3), na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A proposta, o PL 1414/2019, é popularmente conhecida como PL Stalker – termo normalmente usado para classi car o autor desse tipo de perseguição. “Essas perseguições, em sua maioria esmagadora, atingem principalmente as mulheres. E isso (esse tipo de crime) nunca foi tratado devidamente”, reforçou Rose. “São claras as razões pelas quais as mulheres tendem a ser mais vitimadas, como a permanência, no presente tecnológico, da mentalidade possessiva e machista do passado. Potencializada pela tecnologia, a violência arcaica adquire novas formas de machucar a todos, e às mulheres, em especial”, completou a autora da proposta. PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO

Alessandro Vieira (Cidadania-SE) Projeto de Leis das Acesso às armas Senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), relator do “PL das Armas” quer ouvir a sociedade civil antes de elaborar o texto. Ele observou que há maior tolerância com a posse de armas e menor com relação ao porte. Para o senador, a audiência desta quinta-feira (4) evidenciou que a posse — ou seja, a manutenção de arma para proteção da residência — é mais tolerada pela sociedade do que o porte (direito de circular com armas). Ele ressaltou, contudo, que é preciso avaliar a inclusão de critérios mais rígidos para o acesso a armamentos e munições. O senador também estuda medidas que tornem mais e caz o rastreamento de armas e balas. Há necessidade de ter muito rigor e cautela na liberação; há exigências técnicas. O que vamos fazer é buscar um parâmetro — apontou Alessandro Vieira.

Hospede o seu site no nosso novo portal: http://jornalfatosenoticias.com.br/

Representação criminal contra auditor fiscal da Serra/ES O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) representou criminalmente contra José Nicodemos Venturini, auditor scal de tributos municipais (na cidade da Serra, Espírito Santo), por crimes praticados conforme áudios viralizados. O senador vai entrar com ação indenizatória por dano moral. Também, vai requerer a instauração de processo administrativo disciplinar junto à Prefeitura da Serra. ### Nesta quinta (4), o senador Fabiano Contarato fez um desabafo na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal. Por isso, o presidente Paulo Paim decidiu encaminhar uma nota à Mesa Diretora do Senado Federal. Solicita respostas aos meus ofícios que visam acabar com discriminações que ocorrem nesta Casa: elevadores de uso privativo dos senadores e a revista de funcionários terceirizados. Só eles são revistados, nenhum outro servidor e nenhum senador. Está no Art. 5º da nossa Constituição Federal: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza". "É o que defendo! Não vamos mudar nada maior, se não corrigirmos o que está errado neste País desde as mínimas coisas. Precisamos acabar com os privilégios e fazer valer o Art. 1º da CF, Parágrafo único: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente". GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO

Marcos do Val (Podemos-ES) Pacote anticrime Após as manifestações do último dia 30, o senador Marcos do Val (Cidadania-ES) montou uma força-tarefa para dar celeridade à conclusão do relatório sobre o Projeto de Lei 1864/2019 (Pacote Anticrime). O parecer foi nalizado e entregue à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado. O PL, de autoria da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), e subscrito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), foi analisado e debatido arduamente durante os dois últimos meses por uma equipe altamente quali cada, liderada pelo senador Marcos do Val. Do Val destaca que recebeu em torno de trinta emendas ao projeto, dentre as quais a grande maioria foi acatada. “Fizemos um relatório muito equilibrado, levando em conta opiniões da direita, esquerda e centro”, a rma do Val. TATI BELING

TATI BELING

Lorenzo Pazolini (sem partido) Contra o assédio sexual

Na última terça-feira (02) a Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente e de Política sobre Drogas da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, presidida pelo deputado estadual delegado Lorenzo Pazolini (sem partido), realizou uma reunião conjunta com a Comissão de Educação e com a CPI dos Crimes Cibernéticos sobre os casos de assédio sexual em uma Escola Estadual da Serra. Na ocasião, foram ouvidos o superintendente

regional de Educação de Carapina e a diretora da escola, que foi considerada omissa diante da situação, pois mesmo sabendo dos fatos e tendo provas materiais, não tomou nenhuma atitude imediata. Após a reunião, o único professor que ainda não havia sido afastado, foi. Ele foi acusado de abusar de um menino com de ciência intelectual. O deputado Lorenzo Pazolini a rma que irá continuar apurando, revendo denúncias e cobrando para que as providências cabíveis sejam tomadas e que os culpados sejam verdadeiramente punidos. “Enquanto estiver na Assembleia, principalmente presidindo uma Comissão tão importante como essa, fatos como esse jamais passarão despercebidos. Sempre lutei e continuarei lutando pelo bem de nossas crianças e adolescentes”, concluiu Pazolini.

Sérgio Majeski (PSB-ES) Fundo Estadual de Recursos Hídricos do Espírito Santo O Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES) concedeu a medida cautelar solicitada pelo deputado estadual Sérgio Majeski (PSB) para impedir que o governo do Estado reverta ao

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Sérgio Vidigal (PDT-ES) Eco 101

Coordenador da Comissão Externa que scaliza a Eco 101, o deputado federal Sérgio Vidigal (PDTES) conseguiu, na última terça-feira (02), a aprovação de audiência pública para discutir as implicações da operação da Polícia Federal, denominada “Operação In nita Highway”, que apura fraude no pedágio da BR-101. “Diante da gravidade da denúncia, a qual atinge diretamente a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Eco1 01, esta Comissão precisa tomar conhecimento imediato sobre o que se passa e as implicações do caso para o andamento dos trabalhos da concessão rodoviária”, comentou Sérgio Vidigal. CÂMARA DOS DEPUTADOS

Felipe Rigoni (PSB-ES) rReforma da Previdência

O deputado federal Felipe Rigoni (PSB-ES) defendeu a inclusão de Estados e municípios na reforma da Previdência. O parlamentar debateu o dé cit previdenciário estadual em audiência pública realizada pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. Estudo publicado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) mostra que o rombo da Previdência nos Estados chegou a R$ 77,8 bilhões. Apenas quatro unidades da Federação possuem superávit. Rigoni classi cou os dados como preocupantes e alertou para a trajetória crescente dos gastos. “Em quatro Estados, há mais aposentados que servidores na ativa. Em outros dez Estados, a relação entre ativos e inativos supera os 80%. Isto é, para cada 10 trabalhadores, há pelo menos oito aposentados. Sem a reforma, o caos é questão de tempo”, argumentou Rigoni. “As regras da Previdência nos Estados reproduzem privilégios que a reforma busca combater em nível nacional. Segundo estudo da Firjan, a média das aposentadorias supera o salário dos trabalhadores em 14 unidades da Federação”, criticou o parlamentar. Para o deputado federal, protelar a discussão sobre a necessidade da reforma nos Estados é jogar o problema para os cidadãos. “Hoje, as políticas públicas de saúde, educação e segurança já são prejudicadas pela capacidade reduzida de investimento. Diante da crise, sem uma reforma, os Estados vão precisar aumentar impostos para pagar em dia”, alerta.

Tesouro Estadual o superávit nanceiro dos recursos vinculados dos seus fundos. Dentre eles estão os R$ 47,4 milhões do Fundo Estadual de Recursos Hídricos do Espírito Santo (Fundágua) e do Fundo de Defesa e Desenvolvimento do Meio Ambiente (Fundema), que deverão permanecer nas respectivas contas para garantir investimentos em ações de preservação e recuperação ambiental. “Esta é uma vitória parcial, mas que deve ser comemorada. Os recursos são escassos e o meio ambiente pede socorro há muito tempo. O próprio Estado possui uma série de boas iniciativas, que necessitam de nanciamentos, para proteger remanescentes e recuperar áreas impactadas e para remunerar proprietários rurais pelos serviços ambientais de preservação e conservação”, destaca o deputado Majeski.


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