ANO IX - Nº 317 Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia 24 A 30 DE SETEMBRO/2019 SERRA/ES
Distribuição Gratuita
A pluralidade dos povos indígenas
FERNANDO MARTINELLI
8 Como os esteroides anabólicos androgênicos podem afetar a voz feminina ao ponto de torná-la desagradável Pág. 15
JORGE PACHECO
8 O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), coloca cargo à disposição, após ser alvo da PF Pág. 5 DAVI MOURRAHY
8 Cada um de nossos dias pode ser um diamante precioso Pág. 8
DIVULGAÇÃO
HAROLDO CORDEIRO FILHO
8 Entrevista com o prefeito de Colatina, Sérgio Meneguelli Pág. 12
LAÉRCIO FRAGA “LAU”
8 Expectativa para a 3ª Etapa do Circuito Estadual de Frescobol em Marechal Floriano/ES Pág. 14
ISTOCK
Cresce o número de crianças e adolescentes conectados à internet
FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC
suas raízes e mal sabe de tamanha pluralidade que há no País. Desde a invasão dos portugueses, em 1500, os povos indígenas sofrem por não se encaixarem no mundo dito
DIVULGAÇÃO
A Unesco declarou 2019 o Ano Internacional das Línguas Indígenas. No Brasil, mesmo com 305 etnias e mais de 200 línguas indígenas, a maioria da população não reconhece
como 'civilizado'. “Na história do Brasil houve muitos desencontros e o nosso País foi constituído de uma narrativa a partir de um olhar sobre o mundo preconceituoso e sob uma única lógica,
abafando as outras realidades”, critica o indígena Daniel Munduruku, escritor e pós-doutor em Linguística pela UFSCar, em encontro, em Ouro Preto, Minas Gerais Pág. 4
Cerca de 24,3 milhões de crianças e adolescentes, com idade entre 9 e 17 anos, são usuários de internet no Brasil, o que corresponde a cerca de 86% do total de pessoas dessa faixa etária no País Pág. 6
BIGSTOCK
REPRODUÇÃO
Pág. 3
KIKE CALVO/ALAMY STOCK PHOTO
Game brasileiro revisita sertão baiano do século 19 com protagonista mulher
Peixes-símbolos da Amazônia em risco por causa das Lítio é promessa queimadas contra deterioração cognitiva em idosos com Alzheimer
Marinha dos EUA confirma veracidade de três vídeos de óvnis A Marinha dos EUA reconheceu a veracidade de três vídeos que vieram a público entre o m de 2017 e o início de 2018, publicados inicialmente pela organização Academia de Artes e Ciências das Estrelas Pág. 7
Os incêndios na floresta são uma ameaça para as espécies que dependem da época de cheias para sobreviver Pág. 2
Pesquisa desenvolvida no Brasil, em colaboração com cientistas norteamericanos, avança no entendimento dos efeitos bené cos do lítio para idosos com Alzheimer, doença que causa uma deterioração do funcionamento cerebral com perda de funções cognitivas, prejuízos de atenção, memória e inteligência, dentre outros efeitos. Novos resultados de experimentos feitos em células cerebrais humanas e em camundongos apontam que o medicamento retarda o envelhecimento celular, um dos fatores relacionados a essa e outras doenças neurodegenerativas Pág. 9
2 MEIO AMBIENTE
24 A 30 DE SETEMBRO DE 2019
Peixes-símbolos da Amazônia em risco por causa das queimadas Os incêndios na floresta são uma ameaça para as espécies que dependem da época de cheias para sobreviver CARL DE SOUZA/AFP/GETTY IMAGES
Ornitorrincos em perigo: o declínio silencioso dos queridinhos da Austrália ANDRÉ AFONSO/UFRPE
Estudos recentes sugerem que o mamífero de bico de pato está sob ameaça devido aos séculos de caçada e perda de habitat DOUGLAS GIMESY
Este ano, os graves incêndios na Amazônia não apenas atraíram a atenção internacional, como também iluminaram os efeitos do crescente desmatamento na região, desde a evaporação das chuvas até as emissões de dióxido de carbono. Entretanto, um efeito crucial da perda orestal na oresta tem sido amplamente ignorado: como isso in uencia o sistema do rio e os peixes que vivem nele. Existem poucos lugares no mundo onde a vida aquática e a vida arbórea são tão próximas como são na Amazônia. Enquanto a oresta tropical é lar do maior rio do mundo (por volume de água) e 1,7 mil a uentes, cerca de um sexto da bacia também é composta por pântanos cobertos pela oresta que cam inundados anualmente por períodos longos e dão suporte ao peixe mais importante comercialmente da região. “Esse pulso das cheias é a força impulsionadora que governa todas as funções ecológicas e as interações ao longo da bacia do rio, e cria orestas inundadas que são cruciais para a sobrevivência e reprodução de centenas de espécies de peixes na Amazônia”, diz Jans en Zuanon, biólogo do Instituto Na c i o n a l d e Pe s q u i s a d a Amazônia (Inpa), em Manaus. Embora ainda intactas em grande parte da Amazônia, as
orestas aluviais têm sido fortemente dani cadas nas décadas recentes em algumas partes da bacia, especialmente nas planícies do leste do Brasil. Agora, a ameaça à sobrevivência delas — e dos peixes que dependem delas — pode estar cando mais intensa por causa do crescente desmatamento e dos incêndios, dizem os pesquisadores, alertando que a maior degradação das orestas de pântano poderia fundamentalmente alterar o ecossistema aquático da Amazônia. “Se você não proteger essas áreas, os rios não serão os mesmos e nós perderemos os peixes”, diz Leandro Castello, um ecologista tropical no Global Change Center de Virginia Tech, que estudou as ligações entre a oresta e os peixes da Amazônia. A bacia do rio Amazonas, a qual 60% está no Brasil, é o lugar mais biodiverso do mundo, não só na terra, mas também na água. Existem mais de três mil espécies de peixes no Amazonas, além de centenas ainda a serem descobertas. A biodiversidade é atribuída, em grande parte, às cheias que acontecem aproximadamente entre dezembro e abril. Durante esse tempo, os níveis da água aumentam em até 15 metros, com água transbordando dos rios para criar novas extensões
de água nas áreas orestais. Apesar de sua importância para o equilíbrio da oresta tropical, a planície aluvial do Amazonas é relativamente pouco estudada, embora a conexão entre oresta e peixes tenha sido estabelecida há muito tempo. Centenas de espécies de peixes usam as orestas aluviais para se alimentarem de frutas e s e m e nt e s q u e u t u a m n a superfície da água. Muitos peixes também se movem em áreas inundadas para buscar abrigo dos predadores, emergindo do esconderijo assim que eles cam maiores. A extensão da perda orestal na oresta aluvial na Amazônia é difícil de determinar, mas é maior em partes mais povoadas no leste do Brasil. Um estudo publicado este ano no jornal Ecological Indicators analisou o desmatamento em diversas áreas ao longo da principal planície aluvial do rio Amazonas desde 1970. Enquanto um local remoto no oeste do Brasil tinha perdido quase nada de sua cobertura orestal, uma área mais povoada no leste tinha sido desmatada em 70 por cento, o estudo mostrou. A longo prazo, avisam os cientistas, as secas podem se tornar mais severas e mais frequentes com as mudanças climáticas e o desmatamento, di cultando a prevenção da conversão generalizada das orestas de planícies aluviais em vegetações dominadas pelo fogo na Amazônia.
O ornitorrinco é uma das espécies mais amadas da Austrália — e, aparentemente, uma das mais resilientes. Mesmo que muitas das faunas nativas do continente tenham diminuído ou desaparecido no século 21, o peculiar mamífero de bico de pato com membranas nas patas era visto com tanta regularidade que havia pouca urgência em monitorar as populações do animal. Isso até que biólogos começassem a perceber que os moradores de água doce não estavam bem, e que provavelmente não estiveram bem esse tempo todo. “Os ornitorrincos sofreram um declínio bem debaixo de nossos narizes”, diz Tahneal Hawke, pesquisadora da Iniciativa de Conservação de Ornitorrincos. “Temos uma grande área de abrangência dos ornitorrincos onde nós literalmente não sabemos se, ao menos, eles estão lá ou em quantos eles são, se é que existem”. Hawke é coautora de um novo estudo que pesquisou séculos de dados históricos e sugere que os ornitorrincos — encontrados em rios e córregos por toda a região leste da Austrália e da Tasmânia — têm despencado em número
devido à caça, perda de habitat e mudanças climáticas. Alguns cientistas começaram a alertar sobre o declínio dos ornitorrincos no início dos anos 1980, mas seus avisos chegaram a ouvidos surdos. Então, à medida que mais e mais dados de programas de monitoramento de longo prazo criados nos anos de 1980 e 1990 começaram a se e n c a i x a r, n o t o u - s e q u e a presença do sempre leal ornitorrinco estava se reduzindo. “ Nó s t e m o s m o n i t o r a d o ornitorrincos desde 1995”, explica Tiana Preston, planejadora de recursos ambientais de água da agência estadual de Victoria Melbourne Water, “e o declínio é evidente”. Quando a UICN reavaliou os ornitorrincos em 2016, o grupo estimou que as populações caíram cerca de 30 por cento na mé d i a ge r a l d e s d e qu e o s europeus chegaram — o su ciente para elevar o status do animal para “quase ameaçado”. Alguns cientistas acham que isso é uma subavaliação. “Não há uma grande quantidade de dados precisos, mas os dados que te m o s s u ge re m qu e n o ss a estimativa de onde vem essa base de referência está errada”, diz o
coautor Gilad Bino, pesquisador membro da Universidade de Nova Gales do Sul. “Eu não caria surpreso se os números tivessem reduzido pela metade ou até mais”. Como tamanha perda pode ter passado despercebida? Parte do motivo é porque ornitorrincos são tímidos, criaturas noturnas que são difíceis de encontrar e contar, então não os ver não é algo estranho. Mas, principalmente, o declínio não foi notado porque esses animais eram considerados tão comuns que ninguém cava de olho neles. C om o tempo, todo mundo se esqueceu de quantos existiam, então foi presumido que os números não tinham mudado tanto — um fenômeno conhecido na ecologia como shiing baseline. O ornitorrinco não é só um carnívoro importante de água doce, ele é uma preciosidade evolucionária, um dos últimos monotremados sobreviventes — ou mamíferos que botam ovos — que sobraram na Terra. E nós apenas começamos a descobrir sua riqueza de segredos, desde antibióticos que salvam vidas com seu leite a possíveis curas para diabetes em seu veneno.
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CULTURA 3
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POR QUE A TORRE Game brasileiro revisita DE PISA NÃO CAIU? sertão baiano do século 19 com protagonista mulher
Antes mesmo de sua construção terminar, o campanário da Catedral de Pisa começou a pender para o lado
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'Árida' foge de mandamento do mercado e deixa de lado cenários genéricos ou do hemisfério norte DIVULGAÇÃO
FOTO: REPRODUÇÃO
Fo r a m 1 9 9 a n o s p a r a s e r concluído, entre 1173 e 1372, e o problema já estava tão claro na Idade Média que os andares superiores são irregulares para compensar pela inclinação, que chegou a 5,5 graus em 2001, mas retornou a mais confortáveis 3,99 graus com a última obra de estabilização. O fato de ela nunca ter caído parece um milagre não só pela inclinação, mas pela região onde está, sobre falhas tectônicas. Desde sua construção, ela passou por pelo menos quatro terremotos severos, o primeiro em 1280, e eles levaram ao chão obras aparentemente muito mais sólidas. Por que não caiu? Essa é uma questão que vem intrigando arquitetos há pelo menos 500 anos. “Dada a vulnerabilidade da estrutura, que mal para em pé,
era esperado que sofresse sério dano ou mesmo caísse diante de atividade sísmica moderada”, afirma o professor George Mylonakis da Universidade de Bristol, que, com 16 engenheiros, realizou um estudo que, acreditam, encontrou a resposta definitiva. Ela vem de um fenômeno chamado interação dinâmica entre solo e estrutura. Um terremoto destrói um edifício não simplesmente pelo fato de o solo balançar na horizontal. Muito mais perigosa é a ressonância. Todos os objetos têm uma frequência natural de ressonância. Se as vibrações são produzidas nessa frequência, eles passam a chacoalhar de forma cada vez mais intensa. Se a f re qu ê nc i a n atu r a l d e u m edifício é a mesma do terremoto, ele vai balançar violentamente e, possivelmente, terminar como
entulho. Segundo o estudo, a torre nunca caiu pela mesmíssima razão que é torta. Ela se inclinou porque é um prédio alto, sólido e pesado, construído sobre terra fofa. “A considerável altura e dureza da torre combinada com a maleabilidade do solo da fundação faz com que as características vibracionais da estr utura s ejam substancialmente modificadas, de forma que a torre não ressona com o movimento do terremoto”, afirma Mylonakis. “Essa é provavelmente a chave de sua sobrevivência”. O estudo formal do caso foi apresentado em junho de 2018 na 16ª Conferência Europeia de Engenharia de Terremotos. Pode-se encontrar o documento completo da reunião na internet. (AVENTURASNAHISTORIA.UOL.COM.BR)
Pela primeira vez, negros são maioria em principal prêmio de artes plásticas do País Mais tradicional premiação de artes plásticas do Brasil, o prêmio Marcantonio Vilaça anunciou, no último dia 12, os vencedores de sua sétima edição. São eles Aline Motta, Dalton Paula, Dora Longo Bahia, Ismael Monticelli e Rodrigo Bueno. Como em edições anteriores, a lista de ganhadores equilibra nomes fortes no circuito, aqui Paula e Longo Bahia, e emergentes, caso de Motta, Monticelli e Bueno. Esta é a primeira vez, no entanto, que três dos cinco vencedores da edição — Paula, Motta e Bueno— são negros. Desde a criação do prêmio, há 15 anos, apenas dois artistas negros haviam sido escolhidos pelo júri da premiação, Jaime Lauriano e Lucia Laguna, respectivamente em 2017 e 2006. "Est amos de cer to mo do recuperando um espaço que foi silenciado", diz Marcus Lontra, membro da banca avaliadora ao lado dos curadores Daniela Bousso, Denise Mattar, Moacir
dos Anjos e Paulo Herkenhoff, e do diretor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Fabio Szwarcwald. "A presença de artistas negros em coleções, por exemplo, é irrisória. E eles são um grupo importante na arte contemporânea brasileira". Lontra acrescenta ainda que a presença de Paula, Motta e Bueno na premiação é representativa porque "a situação negra não pode ser reduzida a apenas um artista". Paula, por exemplo, tematiza a violência colonial e o lugar de prazer dos corpos negros em suas pinturas e instalações. Motta costura memórias pessoais e coletivas em sua busca pelas lacunas da história relacionada à escravidão no País. E, com seu Ateliê Mata Adentro, Bueno recupera e transforma resíduos da cidade. Além deles, Longo Bahia é conhecida por obras de alta voltagem política, em que retrata a violência das grandes metrópoles. Por m, Monticelli
tem um prática mais conceitual, d e d i c an d o - s e a re ord e n ar espaços, objetos, materiais e narrativas e, assim, apresentar uma nova maneira de compreendê-los. Cada um dos cinco ganhadores receberá uma bolsa de R$ 50 mil e terá sua obra acompanhada por um curador durante um ano. Eles também participarão de uma exposição itinerante, a ser exibida em Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Campo Grande no ano que vem — a organização ainda negocia levar a mostra para o Rio de Janeiro. Em São Paulo, os trabalhos dos vencedores podem ser vistos ao lado de obras dos outros 25 nalistas do prêmio no Museu de Arte Brasileira (MAB-Faap) desde 13 de setembro. Uma most ra p ara lel a no mesmo local homenageia Anna Bella Geiger por meio de um diálogo entre obras da carioca e de outros 11 artistas.
Demorou quase um século para que “Os Sertões” ganhasse uma tradução em alemão, em 1994. Agora, outra história que tem como pano de fundo o sertão nordestino do século 19 tem ganhado a curiosidade dos alemães, embora numa linguagem menos tradicional. É o videogame “Árida”, disponível para PC na plataforma Steam, para Windows — em breve, também poderá ser jogado em Mac ou Linux. Criado pelo soteropolitano Aoca Game Lab, o jogo tem sido baixado por gente do mundo inteiro. E, depois de o estúdio ter participado do Gamescom, um dos maiores eventos de jogos eletrônicos do mundo, em Colônia, os downloads por usuários alemães dispararam. S e g u n d o F i l i p e Pe r e i r a , historiador e fundador do Aoca, brasileiros são menos da metade dos jogadores de “Árida”. Até o momento, representam 47%. Os americanos estão em segundo lugar, sendo cerca de 30%, “talvez pela forte cultura de consumo de jogos”, diz Pereira. Depois, vêm Alemanha, França e Canadá. O game conta a história de
Cícera, jovem que tenta sobreviver no sertão baiano no final do século 19. O jogo não tem gráficos de última geração e nem uma jogabilidade nunca antes vista na história deste País. “Á r i d a ” c a t i v a p e l a simplicidade e por ter uma temática que foge do usual. “Não precisa de gráficos incríveis nem mecânica excelente para se ter uma ótima experiência. É um bom jogo a lt e r n at i v o”, e s c re v e u u m usuário português da plataforma. “Árida” é a primeira criação comercial da equipe de oito criadores, a maioria baianos, ainda que nenhum vindo do sertão. “A gente foi para a zona rural por um tempo, interagiu c om o s s e r t ane j o s”, c ont a Pereira. “Também teve uma pesquisa bibliográfica. Lemos bastante sobre Canudos, e não só na área de história, mas também na de literatura e do audiovisual”. Fã a s s u m i d o d e j o g o s d a Nintendo, Pereira destaca a influência da franquia “Zelda” — é p ossível ver um quê do protagonista Link nos traços da sertaneja virtual Cícera. “Árida” chama a atenção
porque, diferentemente do que a c o nt e c e n o c i n e m a e n a literatura, jogos eletrônicos brasileiros com temática regionalista não são comuns. Os estúdios mais consolidados, para conseguir g a n h a r d i n h e i r o, a c a b a m trabalhando com temáticas mais consagradas, segundo Érika Caramello, doutora em educação, arte e história da cultura e pesquisadora do mercado de games. Isso tem a ver com o fato de que v i d e o g a m e s s ã o pro dut o s culturais que já nas ceram globais. “A crise também acaba fazendo com que você vá vender lá fora. Além disso, temos aqui uma cultura forte de pirataria”, diz a pesquisadora. Um exemplo de jogo brasileiro com temática internacional é o ainda inédito “Dolmen”. O game desenvolvido pelo estúdio Massive Work, do Rio Grande do Norte, é uma ficção científica extraterrestre que tem sido comparada à franquia “Dark Souls”, de Hidetaka Miyazaki, e que tenta reproduzir a estética e a qualidade dos chamados jogos AAA (ou “triple A”) — os blockbusters. LUCIANO DANIEL
Foto Antiga do ES FACEBOOK/FOTOS ANTIGAS DO ES
Trevo das BRs 101 e 262 em Viana-ES. Fim dos anos 70
4 EDUCAÇÃO
24 A 30 DE SETEMBRO DE 2019
A pluralidade dos povos indígenas Para o indígena Daniel Munduruku, a sociedade exclui as mais de 300 visões de humanidade dos povos tradicionais LAURA RACHID
A Unesco declarou 2019 o Ano Inte r na c i ona l d as L í ng u as Indígenas. No Brasil, mesmo com 305 etnias e mais de 200 línguas indígenas, a maioria da população não reconhece suas raízes e mal sabe de tamanha pluralidade que há no País. Desde a invasão dos portugueses, em 1500, os povos indígenas sofrem por não se encaixarem no mundo dito como 'civilizado'. “Na história do Brasil houve muitos desencontros e o nosso País foi constituído de uma narrativa a partir de um olhar sobre o mundo preconceituoso e sob uma única lógica, abafando as outras realidades”, critica o indígena Daniel Munduruku, escritor e pós-doutor em Linguística pela UFSCar, durante o encontro nacional da Rede do Programa de Escolas Associadas (PEA) à Unesco, em Ouro Preto, Minas Gerais. Sendo assim, essas outras realidades abafadas que Munduruku fala são as 305 etnias indígenas vivas no Brasil, cada qual com sua peculiaridade, sabedoria, costume e tradição e que antes da invasão eram mais de 1.000, porém, foram e x t e r m i n a d a s e , consequentemente, reduzidas
drasticamente. A l i ás , re sp e it ar c re nç a e costumes de todos é uma das bases da Declaração Universal dos Direitos Humanos disseminada pela ONU. Mas, como o escritor indígena coloca, no Brasil, por muito tempo esse direito mínimo foi – e em alguns casos ainda é – negado aos povos indígenas. Há uma mão única que é a história contada sob a visão eurocêntrica, à qual nega e desquali ca sua população tradicional. “A escola foi o principal palco de reprodução de estereótipo com relação aos povos indígenas”, critica Daniel, uma vez que foi construído um imaginário que indígena que não mora na aldeia, que não vive p elado e com co car não é indígena. “Essa imagem não fala de um índio do presente, fala do índio do passado, romantizado. Temos uma imagem congelada do índio porque ele é estereotipado, ele é folclórico, um ser que não existe e que está apenas no nosso imaginário”, completa. Para o escritor indígena, um dos grandes equívocos do Brasil e que vem alimentando a educação do País é a falta de
Daniel Munduruku durante sua palestra no evento da Rede PEA-UNESCO
reconhecimento da pluralidade populacional, gerando uma falta de respeito com o próximo, com quem é diferente, a nal são 305 visões de humanidade que são forçadas a abrirem mão de suas identidades para se integrarem à sociedade para serem “civilizadas”. A R e d e PE A- Un e s c o é c omp o st a p or 5 6 9 e s c ol a s públicas e privadas de todo o País representadas por seus gestores pedagógicos que buscam fortalecer a educação. Atenta a
essa pluralidade, a Rede se esforça para incluir escolas voltadas às comunidades tradicionais. A Escola Estadual Indígena Tenente Antônio João é uma das associadas. Localizada em Cucuí, pertencente ao município de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, a única forma de se chegar à escola é pelo rio. Essa distância fez neste primeiro semestre do ano, por exemplo, os materiais atrasarem, revela o gestor Carlos Sávio Gonçalves,
do povo Baré e cujo nome indígena é Wiripipi. Ele conta que na escola falta estrutura tecnológica como internet e impressora. “Tudo é di culdade por conta da distância, mas temos que saber lidar e continuar caminhando”, a rma o indígena. Ainda assim, com 15 anos de experiência em direção escolar e 34 anos somando sua atuação de professor e diretor, Gonçalves confessa que sua aposta na educação é por uma causa coletiva “Educação é a base de
tudo. Eu não penso só em mim, penso para a comunidade. Venho de família humilde, quei órfão aos seis anos”, desabafa. Wiripipi tem bacharel em Ciências Sociais, com licenciatura na mesma área, especialização em Turismo e G est ão Ter r itor ial e ainda especialização em Gestão Escolar. Só que esses estudos são frutos, segundo o indígena, de muita dedicação. Para ele, mais uma professora e uma aluna da mesma escola indígena de Cucuí estarem presentes no encontro nacional d a R e de PEA-Unes co, que aconteceu de 11 a 13 de setembro, em Ouro Preto, Minas Gerais, houve de fato uma parceria. De Cucuí para São Gabriel da Cachoeira (que pode levar até dois dias, a depender do motor da canoa) e até Manaus, os gastos foram cedidos pela Prefeitura de São Gabriel da Cachoeira. De Manaus para Ouro Preto o próprio PEA arcou com os gastos. Já a volta foi garantida pela Secretaria de Educação do Amazonas com apoio da coordenadoria regional de Educação de São Gabriel da Cachoeira.
Nove em cada dez escolas Inscrições abertas para o da rede pública têm pelo Prêmio Shell de Educação Científica menos um aluno com necessidade especial Podem se inscrever, até 23 de setembro, professores de Ciências e Matemática do ensino fundamental II e professores de Física, Química, Biologia e Matemática do ensino médio FERNANDO MADEIRA
PORTAL IEDE
As respostas dos diretores e professores da rede pública aos questionários do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017, tabuladas com exclusividade pelo Iede, apontam para a inclusão de estudantes com de ciência ou necessidades especiais no ensino regular. No entanto, infraestrutura das escolas e formação das equipes ainda são grandes desa os. No Centro-Oeste, chega a 94,8% o percentual de diretores que a rmam ter na escola pelo menos um aluno com de ciência ou necessidade especial. Essa é também a região em que, na visão dos diretores, os professores estão melhor preparados para trabalhar com alunos especiais. Enquanto 28% dos diretores do CentroOeste a rmam que os professores não têm formação adequada, no Nordeste o percentual é mais do que o dobro: 66%. No total, 79% dos diretores acreditam que não têm formação especí ca para trabalhar com estudantes com necessidades especiais. Percentual similar
(80,1%) considera que falta formação especí ca aos demais funcionários da escola. Dentre sete áreas, “formação especí ca para trabalhar com estudantes com de ciência ou necessidades especiais” é a que os professores relatam mais ter necessidade de desenvolvimento, atingindo 66,7%. “Vale destacar que o processo de promoção da inclusão de alunos com necessidades especiais nas escolas públicas regulares é positivo. É importante caminhar nessa direção. No entanto, o que se percebe, é que esse processo aconteceu de forma
acelerada e sem um planejamento de ações que permitissem um atendimento adequado. Percebese que nos últimos cinco a dez anos essa temática tem sido uma das grandes a ições dos professores, que, muitas vezes, se sentem incapacitados de oferecerem um suporte apropriado. Isso é corroborado por diversas pesquisas, como a Conselho de Classe, da Fundação Lemann, e a pesquisa i n t e r n a c i o n a l Ta l i s , d a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nesse cenário, até pelas limitações nanceiras e técnicas de alguns municípios, seria importante o Ministério da Educação puxar um processo de formação, suporte e orientação para as redes e escolas”, opina Ernesto Faria, diretor-fundador d o Ie d e e d o u t o r a n d o e m Organização do Ensino e Formação de Professores na Universidade de Coimbra.
Estão abertas até o dia 23 de setembro as inscrições para o “Prêmio Shell de Educação Cientí ca”, que tem como foco a aprendizagem do aluno e valorização dos professores. A Secretaria de Estado da Educação (Sedu) divulga o Prêmio a m de incentivar projetos de professores das áreas de Ciências e Matemática. As inscrições estão abertas e devem ser realizadas, exclusivamente, p elo site https://premioshelldeeducacao cienti ca.com. Podem se inscrever professores de Ciências e Matemática do ensino fundamental II e professores de Física, Química, Biologia e Matemática do ensino médio, que tenham desenvolvido projetos inovadores nas escolas em que atuam. Para concorrer, os professores devem se inscrever em uma das categorias elencadas no site do prêmio.
Serão premiadas experiências educativas diferenciadas e inovadoras que, por meio de metodologias criativas, imprimam novas formas de ensinar e aprender, estimulando o interesse dos estudantes por carreiras e pro ssões ligadas à área das Ciências e áreas correlatas. Serão escolhidos três vencedores de cada categoria. A premiação está distribuída da seguinte forma: 1º colocado:
uma viagem educativa para Londres, na Inglaterra e cartão bônus de R$ 7 mil; 2º colocado: cartão bônus de R$ 5 mil e 3º colocado: cartão bônus de R$ 3 mil. As escolas dos professores vencedores também serão premiadas com um projetor multimídia e um laptop com autofalante. No ano passado, seis professores e escolas capixabas foram vencedores na premiação.
POLÍTICA 5
24 A 30 DE SETEMBRO DE 2019
Jorge Pacheco
Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com
“Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos// É mais fácil lidar com uma má consciência do que uma má reputação”,
Friedrich Nietzsche, filósofo alemão AGÊNCIA CÂMARA
Câmara e Senado construirão proposta conjunta sobre reforma tributária O presidente da Câmara dos D e put a d o s , R o d r i g o Ma i a (DEM-RJ), disse, nesta quintafeira (19), que é "100% irrelevante" o fato de a Casa ou o Senado votarem primeiro o texto de reforma tributária. VEJA
separar a cadeia. O que não pode é você ter uma estrutura onde o Estado sempre ganha e contribuinte sempre perde", disse Maia. Segundo ele, não tem nenhuma proposta na mesa sobre o assunto por parte do Legislativo e disse que o governo federal é quem estuda o assunto. "Eu não estou querendo fazer uma mudança, só estou dizendo que é um superpoder", a rmou. Ele negou ainda que uma medida como essa enfraqueceria o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão responsável por julgar administrativamente crimes tributários, como sonegação. Segundo ele, da forma como está hoje – em que a própria Receita é quem tem o voto de Minerva – o Carf tem poderes demais. AJUFE
Câmara conclui votação do projeto da Lei de Licitações que volta ao Senado Das modalidades existentes, o texto mantém o pregão, a concorrência, o concurso e o leilão. É criada a CÂMARA DOS DEPUTADOS
Segundo ele, como o assunto é tratado por proposta de emenda à Constituição (PEC), as duas casas, obrigatoriamente, terão que chegar a um texto único sobre o assunto. "Vamos construir, num diálogo com as duas casas, um texto único do Congresso Nacional. A PEC, diferentemente do projeto de lei, precisa ter o mesmo texto aprovado pelas duas casas. Então, a questão de quem vota primeiro ou depois é 100% irrelevante, todos terão seu protagonismo garantido quando a matéria for aprovada no plenário", a rmou Maia. Durante evento sobre o assunto na Amcham (Câmara de comércio que atua na defesa da livre iniciativa privada no Brasil e das relações entre o país e os Estados Unidos), em São Paulo, ele a rmou que a proposta de reforma tributária, que está no Senado Federal, de autoria do exdeputado Luiz Carlos Hauly, é boa e conhecida pela Câmara – a proposta foi discutida nos últimos dois anos pela Casa, mas não avançou. Maia ponderou, no entanto, que o ex-deputado foi pressionado a fazer muitas concessões no texto e acabou incluindo pontos ruins. "Como foi nal de legislatura, no m ele acabou fazendo um arranjo para tentar agradar a muita gente e para poder aprovar o texto e tem coisas ruins", disse. O presidente da Câmara não descartou a ideia de criação de uma comiss ão mist a (com senadores e deputados) para tratar da reforma tributária. "Pode ser uma boa ideia, vamos conversar. Ter uma comissão mista que uni que o trabalho, acelere, mostre unidade do congresso, pode ser muito positivo", comentou. O relator da proposta, Aguinaldo Ribeiro, também foi na mesma direção: "Se for para ter reforma tributaria, vejo comissão mista com bons olhos", disse. Há um questionamento,
modalidade de diálogo competitivo O Plenário da Câmara dos Deputados concluiu, na terçafeira (17), a votação do projeto da nova Lei de Licitações, a (PL 1292/95). Foram rejeitados quatro destaques apresentados ao texto. Entre outras medidas, a proposta cria modalidades de contratação, exige segurogarantia para grandes obras, tipi ca crimes relacionados ao assunto e disciplina vários aspectos do tema para as três esferas de governo (União, estados e municípios). Com as mudanças feitas pela Câmara, o texto, na forma do substitutivo do deputado Augusto Coutinho (Solidariedade) vai retornar ao Senado. De acordo com o texto, o administrador poderá contar com modalidades de licitação diferentes das atuais, e a inversão de fases passa a ser a regra: primeiro se julga a proposta e depois são cobrados os documentos de habilitação do vencedor. Das modalidades existentes, o texto mantém o pregão, a concorrência, o concurso e o leilão. É criada a modalidade de diálogo competitivo. Para licitações realizadas pelo Ministério da Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o texto permite, mediante decisão fundamentada, a redução pela metade dos prazos de apresentação de propostas e realização de lances. De nido como modalidade para obras, serviços e compras de grande vulto, o diálogo competitivo, introduzido pelo texto, caracteriza-se por conversas com licitantes previamente selecionados por meio de critérios objetivos. Após essa fase, eles devem apresentar sua proposta nal. O diálogo competitivo será aplicado a objetos que envolvam inovação tecnológica ou técnica ou a situações nas quais o órgão ou entidade não possa ter sua
Augusto Coutinho necessidade satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado ou quando as especi cações técnicas não possam ser de nidas com precisão su ciente. Ap ós sugestõ es dos deputados, o relator retirou da versão anterior do texto o l i m it e ( m a i s d e R $ 1 0 0 milhões) a partir do qual essa modalidade pode ser aplicada. Adicionalmente, s erá permitido o uso dessa modalidade em contratação de parceria público-privada (PPP), em concessão de serviço público e em concessão de serviço público precedida de execução de obra pública (usinas hidrelétricas, por exemplo). Primeiramente, a administração divulga em edital suas necessidades e exigências, dando prazo de 25 dias úte is p ar a manifestação dos interessados. Esse edital de nirá ainda critérios de préseleção. Por meio de reuniões gravadas em áudio e vídeo com os licitantes, a administração manterá diálogos até que identi que uma solução que atenda suas necessidades sem revelar a outros licitantes as soluções propostas pelos concorrentes. Ao m da fase de diálogos, a administração divulgará os critérios objetivos a serem utilizados para seleção da proposta mais vantajosa. Essa é a fase competitiva. O órgão de controle externo poderá acompanhar e monitorar os diálogos competitivos, opinando sobre legalidade, legitimidade e economicidade da licitação antes da celebração do contrato respectivo. A emenda determina que,
após 180 dias da publicação da lei, a compra de bens de consumo somente poderá ser feita com a edição do regulamento e que o valor máximo de referência será o praticado pelo Executivo federal.
Alvo da PF, líder do governo coloca cargo à disposição O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), admitiu entregar o cargo de liderança após ser alvo da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira, 19. A PF realizou buscas no gabinete
de líder do governo para que o governo possa, ao longo dos próximos dias, fazer uma avaliação se não seria o momento de proceder uma nova escolha ou não", disse Bezerra em entrevista na entrada do prédio onde mora, em Brasília. Ele reforçou que a decisão será tomada pelo presidente Ja i r B o l s o n a r o e p e l o s ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de G overno). "To dos estão qu e re n d o aprof u n d ar a análise do que foi baseado todas essas ações que nós fomos vítimas no dia de hoje para que o governo possa se manifestar". Bezerra se comprometeu em, mesmo deixando o cargo, ajudar o governo na agenda de reformas no Senado. O parlamentar ainda apontou que seus advogados avaliaram a busca da PF como "muito extensa e desnecessária". Em nota, a defesa do s e na d or p ontu ou qu e a Procuradoria-Geral da República (PGR) opinou
ARQUIVO/MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
contudo, se a utilização de uma comissão mista para a PEC seria juridicamente viável. Na ocasião, Maia voltou a defender que as atribuições da Receita Federal precisam ser revistas. Durante o evento sobre a reforma tributária na Amcham, ele a rmou que o sco tem um "superpoder", ao ser responsável por fazer as normas, arrecadar, scalizar e julgar. "Ficou um superpoder contra o contribuinte. Acho que se deve debater se um órgão deve car com toda a cadeia ou se você deve
de Bezerra. O apartamento do senador e o gabinete do deputado Fernando Filho (DEM-PE), lho do senador, também foram alvos de buscas, além de endereços em Pernambuco ligados aos dois. As ações fazem parte da Operação Desintegração, desdobramento da Operação Tu r b u l ê n c i a , e f o r a m autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A PF apura um suposto esquema de propinas pagas por empreiteiras que executavam obras custeadas com recursos públicos em favor de autoridades. "Tomei a iniciativa de colocar à disposição o cargo
contra a busca porque "a medida terá pouca utilidade prát ic a". Na ent re v ist a, Bezerra diz que a investigação corre há muito tempo, que está à disposição da Justiça e manifestou expectativa no arquivamento do inquérito. "Esses são fatos que já vão completar oito, seis anos, e que estão sob investigação há muito tempo e que, portanto, vamos, no devido curso do processo legal, prestar todas as informações. E temos certeza, como outros inquéritos, eles vão ter o mesmo destino, que será o arquivamento", nalizou o parlamentar.
6 TECNOLOGIA
24 A 30 DE SETEMBRO DE 2019
Brasil tem 24,3 milhões de crianças e adolescentes que usam internet Número equivale a 86% das pessoas entre 9 e 17 anos, diz pesquisa REPRODUÇÃO INTERNET
C e rc a d e 2 4 , 3 m i l h õ e s d e crianças e adolescentes, com idade entre 9 e 17 anos, são usuários de internet no Brasil, o que corresponde a cerca de 86% do total de pessoas dessa faixa etária no País. A informação consta na pesquisa TIC Kids Online Brasil 2018, divulgada na terça-feira (17) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Nú cl e o d e In for ma ç ã o e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). “Este percentual é mais alto do que a média da população em geral [conectada], que está em torno de 70%. Isso mostra que crianças e adolescentes são um público bastante conectado à r e d e”, d i s s e F á b i o S e n n e , coordenador de projetos de pesquisas do Cetic.br. Segundo ele, há três anos o uso da internet por esse público era 79%. “Há um incremento constante no percentual de usuários. E isso tem a ver também com as faixas etárias. Quando se chega na faixa entre 15 e 17 anos, esse percentual é ainda maior que os
86%”. A pesquisa apontou também que, no ano passado, 3,8 milhões de crianças e adolescentes não tinham acesso à internet por falta, por exemplo, de acesso à rede em casa (8%) ou pela i mp o ss ibi l i d a d e d e u s ar a internet na escola (5%). Segundo Fábio Senne, as regiões Norte e Nordeste são as que menos usam internet no País (75%), enquanto a Região Sul (95%) é o local onde crianças e adolescentes estão
mais conectadas. “A pesquisa estima que cerca de 3 , 8 m i l h õ e s d e c r i an ç a s e adolescentes não usaram a internet nos últimos três meses. E elas estão concentradas nas parcelas mais vulneráveis da população, especialmente nas classes D e E e uma quantidade grande também [está] presente na Região Nordeste do País, o que mostra que é preciso políticas específicas de inclusão mais focalizadas nesses públicos”,
Geladeira inteligente da Samsung permite monitorar alimentos pelo smartphone DIVULGAÇÃO/SAMSUNG
disse. Segundo a pesquisa, oito em cada dez crianças e adolescentes do País assistem a vídeos, programas, filmes ou séries na internet. O estudo revelou que o uso da internet para atividades mu lt imídia p or cr ianças e adolescentes (83% do total dos entrevistados) é maior que a utilização da internet para o envio de mensagens instantâneas (77%), que o hábito de jogar sem conexão com outros jogadores
(60%) ou conectados com outros jogadores (55%) e pouco maior que o uso da internet para escutar música (82%). A internet é mais usada por meio de telefone (93%). Desde 2014, o uso de telefone celular ultrapassou o uso de computadores e Senne acredita que isso deve ainda aumentar. Também vem crescendo o uso de internet por meio da televisão (chegando a 32%, quando em 2014 era acessada por 5% dos entrevistados). A pesquisa apontou que em setores mais vulneráveis da população, as pessoas tendem a usar a internet exclusivamente por celular, como no caso das classes D e E, em que esse tipo de uso exclusivo foi apontada por 71% das pessoas. Cerca de 74% das crianças e adolescentes utilizam a internet para pesquisa em trabalhos escolares. Pouco mais da metade (53%) usa a internet para ler ou assistir a notícias, enquanto 66% diz que costuma fazer pesquisas na internet por curiosidade ou vontade própria. No entanto, o uso de internet dentro das escolas atinge em torno de 40% das crianças e adolescentes do país. “Isso
mostra que, apesar do uso já atingir 86% das crianças e adolescentes, quando vamos olhar para a escola, a escola não está sendo um espaço prioritário de uso da rede”, disse Senne. De acordo com a pesquisa, cerca de 82% das crianças e adolescentes usuárias de internet relatam usar e ter perfil nas redes sociais, o que corresponde a cerca de 22 milhões de usuários dessa faixa etária no país. “Ela [a pesquisa] traz uma tendência bastante marcante de crianças e adolescentes nesses ambientes. Se a gente olha esse dado por faixa etária, temos quase 97% de crianças e adolescentes usuários de internet, entre 15 e 17 anos, que possuem perfil na rede social, o que é bastante expressivo”, disse a coordenadora da pesquisa Luísa Adib. Pela primeira vez na pesquisa, o número de crianças e adolescentes com contas no WhatsApp superou o número de perfis no Facebook. Também cresceu o número de usuários dessa faixa etária no Instagram, que é a terceira plataforma em nú me ro d e us o e nt re e ss e público.
Audi revela protótipo do seu veículo off-road autônomo DIVULGAÇÃO/AUDI
BUGATTI/DIVULGAÇÃO
A Samsung anunciou nesta terça-feira (17) a Family Hub, u m a ge l a d e i r a i nt e l i ge nt e equipada com Tizen 4.0, que permite ao usuário conferir a qualquer momento o que tem dentro do eletrodoméstico, qual é a data de validade dos produtos e, a lém diss o, cr i ar uma programação para saber quais alimentos devem ser consumidos primeiro. O refrigerador conta com câmeras internas do recurso View Inside para que o usuário veja seu conteúdo, a posição de cada alimento e a validade, tudo isso diretamente do smartphone.
Assim, o usuário pode conferir essas informações de qualquer lugar, inclusive quando estiver dentro do mercado, no momento das compras. Ao todo, são três câmeras p o s i c i on a d a s n a p or t a d a geladeira, que fazem registros internos toda vez em que ela é aberta ou fechada. Ainda é possível conferir um histórico de alterações, que também pode ser consultado à distância. A Family Hub conta com tela s e ns ível a o to qu e d e 2 1 , 5 polegadas e resolução Full HD, também exibindo o seu conteúdo. A tela também pode
ser usada como um quadro de avisos, notas, fotos e escritas com o toque, além de exibir a previsão do tempo, imagens decorativas, entre outras fotos à escolha do usuário. O novo refrigerador p o d e s e r c ont ro l a d o p e l o aplicativo Smart ings, assim como outros eletrodomésticos inteligentes da fabricante. A Family Hub consome 65 KW/h, contando com selo A do Inmetro, possui capacidade de 582 litros e acompanha 10 anos de garantia. No Brasil, pode ser adquirida por cerca de R$ 15 mil.
A Audi revelou uma série de veículos conceituais durante o S a l ã o d o Automóvel d e Frankfurt, mas talvez nenhum tenha chamado tanto a atenção quando o AI: Trail. A montadora não é necessariamente conhecida por apostar em carros off-road, mas, com esse modelo, a empresa não apenas quebrou um paradigma, como também trouxe a mais alta tecnologia para embarcar nessa máquina. O carro é alimentado por quatro motores elétricos que, juntos, produzem 429cv de potência e 102,03 kgf/m de torque, embora a empresa diga
que "geralmente apenas uma fração dessa energia é mobilizada". Com recursos autônomos, o protótipo usa cinco drones como faróis, que cam localizados à frente do veículo quando em movimento e ao lado quando estacionado. Em termos de autonomia, uma grande bateria de íons de lítio pode levar o AI: Trail por até 500 quilômetros em estradas regulares ou em terrenos mais acessíveis fora de estrada. Para off-road mais intenso, o carro ainda pode percorrer cerca de 250 quilômetros com apenas uma
carga. A Audi construiu a cabine do AI: Trail com vidro para fornecer uma v is ão mais ampl a do ambiente dos pass ageiros. Também não existe um centro de entretenimento com tela grande dentro do carro. Em vez disso, um smartphone montado na frente do motorista serve como a tela do centro de exibição e controle para as funções e navegação do carro. A montadora não revelou se pretende levar o projeto adiante. Mais detalhes, no entanto, devem ser revelados em breve.
CIÊNCIA 7
24 A 30 DE SETEMBRO DE 2019
Novo gênero de pterossauro é conhecido como 'dragão de gelo dos ventos do norte' O réptil voador recém-identificado distingue-se pelo tamanho da cabeça e do pescoço – e pela envergadura de asas, de cinco metros ou mais ILUSTRAÇÃO DAVID MAAS
”Nas terras geladas de Alberta, C a n a d á , o s p a l e o nt ó l o g o s encontraram um "dragão de ge l o " : u m n ovo gê n e ro d e pterossauro que sobrevoava os dinossauros com uma envergadura de, pelo menos, seis me t ro s . O ré pt i l vo a d or – chamado Cryodrakon boreas – viveu no que é hoje o oeste do Canadá, há cerca de 76 milhões de anos, durante o período Cretáceo. "O animal, quando vivo, não teria sido um dragão de gelo", observa Mike Habib, paleontólogo da Universidade do Sul da Califórnia. "Ele teria voado em um local com temperaturas amenas. A região era muito mais quente que o centro de Alberta é hoje". Cientistas estão cientes dos ossos dos pterossauros há quase três décadas, mas, de acordo com pesquisadores, em publicação lançada no Journal of Vertebrate Pa l e ontol o g y, s ó agor a foi possível con rmar que o animal
era de um gênero único. "Para mim, como canadense que trabalha com pterossauros, é muito legal poder dar um nome real para um animal que está entre nós há tanto tempo", diz a paleontóloga Liz MartinSilverstone, pesquisadora da Universidade de Bristol que não estava envolvida com o estudo. De acordo com o coautor do estudo, Dave Hone, paleontólogo da Universidade Queen Mary de Londres, por muito tempo, os paleontólogos presumiram que os fósseis pertenciam a um pterossauro chamado Quetzalcoatlus northropi. Os dois animais pertencem a um grupo conhecido como pterossauros azhdarchid (azhDAHR-kid), que eram notáveis por terem enormes cabeças e pescoços. Os azharquídeos também são conhecidos por atingir tamanhos imensos, mas nenhum crescia tanto quanto o Quetzalcoatlus. Ao voar sobre o que hoje é o
estado do Texas, nos EUA, a envergadura da criatura se estendia por mais de nove metros. Quando andava no chão, como os azharquídeos costumavam fazer, tinha mais de um metro e oitenta de altura até o ombro,
aproximadamente a mesma altura de algumas girafas. A descoberta do Cryodrakon prova que a América do Norte abrigou pelo menos dois gêneros de grandes azharquídeos, expandindo nosso conhecimento
sobre a diversidade antiga e como as maiores criaturas voadoras do mundo ganharam a vida. O esqueleto parcial que de ne o Cryodrakon foi encontrado no Parque Provincial de Dinossauros do Canadá em 1992.
Mas sua identidade permaneceu incerta por décadas por causa de um paradoxo paleontológico: o Quetzalcoatlus pode ser, ao mesmo tempo, o azharquídeo mais conhecido e menos conhecido.
DNA preservado em museu ajuda a Marinha dos EUA confirma identificar maior anfíbio do mundo veracidade de três vídeos Salamandra do sul da China é o maior anfíbio do mundo
de óvnis
BEN TAPLEY/ZSL
Um anfíbio recém-identi cado é p ossivelmente o maior do planeta. Pesquisadores chegaram a essa conclusão com o auxílio do DNA coletado em um espécime que está preservado em um museu. Atingindo quase dois metros de comprimento, a salamandra gigante do sul da China está criticamente ameaçada na natureza. Os cientistas dizem que são necessários novos esforços de conservação para salvar o animal da extinção. Isso ocorre porque a caçada para abastecer o comércio de alimentos de luxo levou a uma queda extrema nos números do animal em toda a China. Antes considerada uma única espécie, os cientistas identi caram, após uma análise de DNA de outros indivíduos – vivos e mortos –, que existem de fato três espécies encontradas em diferentes partes da China. A salamandra do sul da China é a maior das três. Os pesquisadores acreditam que ela s e j a o m ai or an f íbi o v ivo atualmente.
Ma s o profe s s or S amu e l Tur vey, da ZSL (Sociedade Zoológica de Londres, sua sigla em inglês), disse que a queda no número de indivíduos dessa espécie na natureza foi “catastró ca”. “Esperamos que esse novo entendimento da diversidade de espécies chegue a tempo de apoiar a conservação de maneira bem-sucedida, mas medidas urgentes são n e c e s s ár i a s p ar a prot e ge r quaisquer populações viáveis de salamandras gigantes que ainda possam existir”, a rmou ele. A pesquisadora Melissa Marr, do Museu de História Natural de Londres, que participou do estudo, disse que medidas devem ser tomadas para preservar a integridade genética de cada espécie. “Essas descobertas
ocorrem em um momento em que são necessárias intervenções urgentes para salvar salamandras gigantes chinesas na natureza”, disse ela. Salamandras gigantes já foram encontradas em uma grande área do centro, leste e sul da China. Mas a exploração excessiva desses animais aumentou nas últimas décadas para abastecer um mercado doméstico de alimentos de luxo. Os cientistas usaram espécimes de museus para examinar a história genética da salamandra gigante chinesa, que tem uma árvore genealógica tão antiga que o animal é considerado um “fóssil vivo”. A ideia de que a salamandra gigante do sul da China era uma espécie diferente foi levantada pela primeira vez na década de 1920 e depois abandonada, com base em um animal incomum que foi mantido no zoológico de Londres. A equip e us ou o mesmo animal, que agora é preservado no Museu de História Natural, para de nir as características das novas espécies. A pesquisa está publicada na revista Ecology and Evolution.
Objetos foram documentados em vídeos que vieram a público entre o fim 2017 e início de 2018 REPRODUÇÃO YOUTUBE
Óvnis existem, acreditando você ou não em vida extraterrestre. A questão é que a sigla não tem, necessariamente, a ver com alienígenas, mas, sim, com eventos aéreos que não puderam ser compreendidos quando foram presenciados. Agora, a Marinha dos EUA reconheceu a veracidade de três vídeos que vieram a público entre o m de 2017 e o início de 2018, publicados inicialmente pela organização Academia de Artes e Ciências das Estrelas e que tiveram o alcance ampliado após divulgação pelo New York Times. Em comunicado, o órgão das forças armadas dos Estados Unidos a rmou que os vídeos são verdadeiros e representam “fenômenos aéreos não explicados”, o que, como dito acima, não signi ca que se trata de um disco voador ou uma espaçonave similar, mas apenas
algo que não foi compreendido. A con rmação veio por meio do site e Black Vault, mantido por um jornalista independente chamado John Greenewald, dedicado a armazenar e debater documentos governamentais que deixaram de ser con denciais. Quando questionada diretamente sobre três vídeos, que caram conhecidos pelos codinomes de “FLIR1”, “Gimbal” e “Go Fast”, a
Marinha con rmou sua autenticidade. “A Marinha descreve os objetos contidos nestes vídeos como fenômenos aéreos não identi cados”, diz o comunicado. Greenewald insistiu um pouco mais no tema e questionou o uso das palavras “fenômeno aéreo” em vez de “objeto voador” e obteve mais detalhes. Joseph Gradisher, porta-voz da organização, explicou que “a terminologia 'Fenômeno Aéreo Não Identi cado' é usada por oferecer uma descrição básica para avistamentos/observações d e o b j e t o s / a e ron av e s n ã o autorizados/não identi cados que foram observados entrando/operando no espaço aéreo de várias áreas de treinamento controladas pelas forças armadas”.
8 BEM-ESTAR
24 A 30 DE SETEMBRO DE 2019
DAVI MOURRAHY Professor, palestrante, coach, escritor e hipnoterapeuta
Seu maior tesouro REPRODUÇÃO INTERNET
D
pedrinha, que decidiu guardá-la. Ao chegar em casa, percebeu que aquela pedrinha tratava-se de um diamante muito valioso. Você já imaginou, quantos diamantes jogou ao mar sem parar para pensar? Quantos de nós vivemos jogando fora nossos preciosos tesouros por estarmos esperando o que acreditamos ser perfeito ou sonhando e desejando o que não temos, sem dar valor ao que temos perto de nossas mãos? Olhe ao seu redor e, se você p a r a r p a r a o b s e r v a r,
iz a lenda que, certa vez, um h o m e m caminhava pela praia numa noite de lua cheia. Pensava desta forma: “Se tivesse uma casa grande, seria feliz”. “Se tivesse um excelente trabalho, seria feliz”. “Se tivesse uma companheira perfeita, seria feliz”. Nesse momento, tropeçou numa sacolinha cheia de pedras. Teve uma ideia: começou a jogá-las, uma a uma, ao mar, cada vez que dizia “seria feliz se tivesse...”. Assim o fe z, até que a sacolinha cou com uma só
perceberá quão afortunado é. Muito perto de você está a sua felicidade. Observe a pedrinha, que p o d e s e r u m d i amante valioso. Cada um de nossos dias pode ser considerado um diamante precioso e insubstituível. Depende de você aproveitá-lo ou lançá-lo ao mar do esquecimento, para nunca mais recuperálo. (Autor desconhecido) Livro: As 7 Virtudes de um Profissional Campeão Profº Davi Mourrahy
Médicos prescrevem Ruas arborizadas ajudam plantas e terapia a saúde geral das horticultural em pessoas cidade da Inglaterra Na terapia horticultural, pacientes se reúnem para cultivar plantas diversas GETTY IMAGES/ISTOCKPHOTO
Mais uma clínica de saúde do Reino Unido vai prescrever “natureza” como complemento no tratamento dos pacientes. Desta vez, é a clínica Cornbrook em Manchester, na Inglaterra, que abriu espaço em seu terreno para abrigar um jardim – que serve como espaço de socialização e de contato com o verde. Com tomateiros, couve- or, brócolis e couve – entre outros vegetais – a ideia é que os hospitalizados tenham à disposição um local tranquilo e de bem-estar. “O jardim proporciona oportunidade para a população local aprender novas habilidades, participar de exercícios físicos, obter acesso a alimentos saudáveis e gratuitos e conhecer novas p e s s o a s ”, e x p l i c a a organização “Semear a cidade”, que está à frente do
projeto. Além da horta, os clínicos gerais recomendam o cultivo de alimentos, prescrevem ervas fáceis de cuidar (como ervacidreira e hortelã) e também incentivam as pessoas a se envolverem em atividades comunitárias. Um dos projetos inclusive é a terapia em que pacientes se reúnem para cultivar plantas diversas. Pe ss o as qu e s of re m d e ansiedade, depressão e solidão
podem levar para casa ervas, vegetais e vasos de plantas. Uma das estratégias da clínica, que é especializada em cirurgia, é dar ao paciente uma planta para que ele cuide até o retorno ao médico – quando deve levar novamente para transferir a plantinha ao jardim comunitário. A ONG “Semear a cidade” trabalha com hortas há muitos anos, sempre mediando o trabalho entre os pro ssionais de saúde e os pacientes. Cuidar da saúde, mesmo em países de grande potência e c on ôm i c a , é c aro. Então, nada melhor do que a máxima: é melhor prevenir do que remediar. E o contato ao meio natural pode ser uma ótima maneira de alcançar boa saúde do corpo e da mente.
Um novo estudo da Universidade de Wollongong (Austrália) des cobriu que residentes de áreas urbanas que vivem perto de vegetação, como ruas arborizadas, possuem uma miríade de benefícios para a saúde, especialmente a mental. Outros estudos sobre o fenômeno descobriram que áreas verdes ajudam as pessoas a viver mais tempo, terem melhores funções cognitivas e maior paz de espírito. A pesquisa envolveu 46.786 pessoas vivendo em três regiões diferentes da Austrália. Os participantes foram entrevistados entre 2006 e 2008, e depois n ov am e nt e e nt re 2012 e 2015. Os questionários visavam avaliar a saúde geral dos indivíduos, seus níveis de estresse psicológico, e se haviam ou não sido diagnosticados com ansiedade e depressão. Em seguida, os cientistas compararam essas informações com as regiões onde as pessoas viviam – eles separaram áreas residenciais envolvendo de 30 a 60 residentes participantes, e analisaram a pequena área geográ ca em torno deles usando imagens de satélite. Os pesquisadores também classi caram essas áreas por tipos de espaços verdes diferentes, incluindo “árvores, grama ou outra vegetação baixa”. Depois de levar em consideração fatores como idade, gênero, status socioeconômico e nível e ducaciona l, os cient ist as chegaram à conclusão de que
uma maior área verde estava associada com um nível menor de estresse psicológico. Por exemplo, os participantes tinham 31% menos risco de estresse psicológico em áreas cuja cobertura de ár vores chegava a 30% ou mais, em comparação com participantes que viviam em áreas com menos
mais alta, as calçadas podem parecer mais barulhentas e os caminhantes ao longo delas são expostos a mais poluição do ar. Ruas arborizadas, além disso, têm uso estético, fornecem vistas agradáveis”, defendem os pesquisadores. Por conta da vantagem que o plantio de árvores, com seu PINTEREST
de 10% de cobertura vegetal. Um dos resultados curiosos do estudo é que nem todo tipo de vegetação estava associado com t a i s b e n e f í c i o s d e s aú d e . Ve g e t a ç ã o b a i x a , c o m o pastagens, às vezes estava associada a maiores níveis de estresse psicológico. “Áreas planas podem não ser particularmente atraentes para caminhadas, o que é uma forma importante de recreação social e física para adultos”, explicaram os autores do estudo, omas Astell-Burt e Xiaoqi Feng. Segundo eles, a presença de árvores, como ruas arborizadas, pode ser a chave para uma boa saúde mental. “As árvores em locais privilegiados para a construção civil correm um r is co p ar t ic u l ar de s erem derrubadas. Sem elas, a temperatura das ruas pode ser
potencial para combater a mudança climática, tem para o meio ambiente, muitas cidades e países estão investindo em projetos de arborização. As evidências do novo estudo sugerem que tais projetos de re orestamento urbano devem, de fato, serem privilegiados, não só por seus benefícios climáticos, mas pela saúde mental das pessoas também. “Nossas descobertas sugerem que as estratégias de vegetação urbana com a missão de apoiar a saúde mental da comunidade devem priorizar a proteção e restauração da copa das árvores urbanas. Além disso, a promoção do acesso igual a áreas verdes pode proporcionar maior equidade em saúde mental”, resumem Astell-Burt e Xiaoqi Feng.
SAÚDE 9
24 A 30 DE SETEMBRO DE 2019
Pesquisadores demonstram benefícios do lítio para idosos com Alzheimer Experimentos foram feitos em células humanas e de camundongos AGÊNCIA BRASIL
Pesquisa desenvolvida no Brasil, em colaboração com cientistas norte-americanos, avança no e nt e n d i m e nt o d o s e f e i t o s bené cos do lítio para idosos com Alzheimer, doença que causa uma deterioração do funcionamento cerebral com perda de funções cognitivas, prejuízos de atenção, memória e inteligência, dentre outros efeitos. Novos resultados de experimentos feitos em células cerebrais humanas e em camundongos apontam que o medicamento retarda o envelhecimento celular, um dos fatores relacionados a essa e o u t r a s d o e n ç a s neurodegenerativas. Trabalhos anteriores do grupo já haviam demonstrado que, quando administrado em doses muito pequenas, o metal ajuda na manutenção da memória de idosos com Alzheimer. O lítio também é usado como estabilizador de humor para p a c i e nt e s c om t r ans t or n o
bipolar e depressão. O estudo contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A pesquisadora Tânia Viel, professora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo ( U SP ) , t e s t ou o e fe it o d o medicamento em células cerebrais humanas. Parte da amostra, à medida que sofria envelhecimento celular natural, era tratada com lítio; a outra não recebia nenhum tratamento. “Observamos que o envelhecimento foi bastante reduzido nas culturas que receberam o lítio”, apontou. Em outro teste, os cientistas observaram o efeito do metal em camundongos à medida que e nvel he c i am . “Os an i mais tratados com lítio desde pequenos mantiveram toda a formação da memória”, explicou. Esses resultados con rmam estudos clínicos feitos anteriormente com um grupo de
pacientes idosos diagnosticados com Alzheimer. Metade deles recebeu microdoses de lítio, de 1,5 miligrama por dia. Para p a c i e nt e s c om t r ans t or n o bipolar, por exemplo, a dosagem é de pelo menos 60 miligramas. Os demais voluntários tomaram placebo, ou seja, não tinham acesso ao remédio, mas achavam que estavam medicados. Os idosos foram acompanhados
durante um ano e meio. “A partir do terceiro mês, a memória dos pacientes tratados com lítio estabilizou. No outro g r u p o, o d e s e mp e n h o f o i decaindo. O tratamento foi mantido por mais um tempo, para termos certeza do efeito observado. A partir do momento que comprovamos essa diferença, passamos a dar lítio para todos”, apontou Tânia em
entrevista à Fapesp. Esse estudo começou depois que a médica Marielza Nunes, que integra o grupo, observou melhora na memória de idosos que tomavam microdoses de lítio como complemento alimentar. Alguns metais podem ser receitados também para suprir de ciências nutricionais. Tânia destaca que os estudos avançam cada vez mais em
evidências da e cácia do lítio para impedir o envelhecimento de células cerebrais. “Mas só quem pode realmente medicar para os idosos são os médicos. O que a gente faz é dar subsídios para que a classe médica possa um dia indicar o lítio para os idosos. A gente tem esperança de que seja um caminho para estabilização da doença [de Alzheimer] ou até reversão, dependendo dos próximos passos”, alerta. Os testes continuam com outros modelos celulares e novos testes em pacientes. O lítio será testado no contexto das diferentes hipóteses que explicam o Alzheimer, tendo em vista que não são conhecidas exatamente as causas da doença. Posteriormente, grupos de idosos com e sem a doença serão acompanhados para observar a diferença entre eles. A ideia é entender quais são os agentes protetores do cérebro de idosos saudáveis.
Estudo revela compostos que podem combater um tipo de tuberculose REPRODUÇÃO INTERNET
Uma equip e de alunos coordenados pela professora Vanessa do Nascimento, do Instituto de Química da Universidade Federal Fluminense (UFF), descobriu compostos que podem virar medicamentos para combate a infecções resistentes a antibióticos, com destaque para a chamada tuberculose multidroga resistente (TB-MDR), que mata em torno de 250 mil pessoas a cada ano no mundo. O estudo comprova a e ciência do material testado no combate à doença. Pelo estudo, a professora da UFF recebeu o prêmio PeerJ Award, durante o 8º Workshop da Rede Cientí ca Internacional Selênio Enxofre e Catálise Redox (WSeS-8), em junho, na Itália. O trabalho será publicado na revista inglesa de divulgação cientí ca PeerJ Life & Environment ainda neste ano. Falando à Agência Brasil, Vanessa explicou que existem, atualmente, cepas de bactérias que são resistentes a todos os fármacos liberados hoje para tratamento da tuberculose. “A gente sabe que bactéria vai sofrendo mutações e vai se t o r n a n d o r e s i s t e n t e”. O s compostos sintetizados na UFF apresentaram atividade frente a essas cepas resistentes, isoladas de humanos. “Eles podem virar medicamentos, não só por apresentarem essas
características, mas eles são obtidos de substâncias baratas. Por exemplo, a gente consegue extrair derivados de vitamina K de plantas e também utiliza selênio, que é um micronutriente essencial à vida. A gente une essas duas espécies e obtém esses c o m p o s t o s ”, d i s s e a pesquisadora. Foi veri cado que mesmo em altas concentrações, os compostos não matam as células sadias. “Tem todos esses pontos que são positivos para essas moléculas que a gente desenvolveu”. O próximo passo é despertar o interesse da indústria farmacêutica, uma vez que essa tuberculose resistente a
medicamentos tem sido um desa o para ser atacada e é a principal causa de morte dos p or t a d ore s d a d o e n ç a . As informações recebidas por Vanessa de secretarias de saúde relatam grande número de casos positivos no País, e especialmente positivos para essas bactérias resistentes. “É, realmente, um SOS, um pedido para que se dê mais atenção, porque a tuberculose a c om e te pr i n c ip a l m e nte a população de baixa renda”. S e g u nd o Vane ss a , u m d o s sonhos dos pesquisadores é contribuir para essa população que tanto precisa. “Pensando no futuro, eu vejo aí uma boa promessa para ser desenvolvida
em relação a esses compostos”. A tuberculose assolou o mundo no século 19 e cou conhecida como o “mal do século”. Vista como enfermidade do passado, a doença, entretanto, provocou em todo o mundo, somente em 2017, 1,3 bilhão de mortes, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença atinge os pulmões, em geral, mas pode afetar outros órgãos do corpo. Um dos obstáculos em relação ao tratamento é a resistência das bactérias aos medicamentos existentes hoje no mercado. Para que haja a manifestação de interesse da indústria farmacêutica, Vanessa explicou que têm
de ser queimadas etapas. Nesse momento, os resultados foram excelentes, Ela alertou, porém, que são resultados 'in vitro', ou seja, em laboratório. Agora, é preciso que a equipe elabore documento para comunicar à comunidade cientí ca a descoberta. “A partir daí, a gente consegue respaldo para estudos mais aprofundados, principalmente 'in vivo' (em animais)”. Vanessa acredita que em um estágio mais avançado é possível que os pesquisadores consigam despertar o interesse da indústria. Destacou que tudo precisa ser feito em etapas, até no sentido de proteger a invenção, porque é necessário ter, no mínimo, o depósito da patente. Na terceira etapa, conhecida como fase clínica, os testes serão realizados em humanos. Todas as fases têm de ser aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Dependendo dos resultados, Vanessa a rmou que é um caminho que pode ser acelerado, em especial diante dos surtos de tuberculose que estão acontecendo. O capital usado para a
manutenção do laboratório é oriundo do Programa de Fomento à Pesquisa da UFF (FOPESQ) e de um auxílio do Programa de Pós-graduação em Química aos do centes. De acordo com Vanessa, os estudos com selênio orientam a equipe na criação de novos produtos para o tratamento da tuberculose e de outras doenças negligenciadas. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou no dia 9 de setembro a simpli cação na medicação de combate à tub erc ulos e em c r i a n ç a s d e at é d e z a n o s . Atualmente, o tratamento é feito com três comprimidos na fase intensiva do combate à doença e d ois c ompr i m i d o s na f as e moderada. A partir de 2020, um c ompr i m i d o e f e r v e s c e nt e , aplicado em cada fase, reunirá os compostos de toda a medicação necessária. A medida se justi ca, segundo o ministro, para facilitar a estocagem e distribuição do medicamento. Além diss o, segundo ele, uma única dose, com um comprimido efervescente, garante a ingestão cor ret a e a efet ividade do tratamento.
10 GERAL
24 A 30 DE SETEMBRO DE 2019
Brasileira vence prêmio global da ONU com solução solar para purificar água A brasileira Anna Luísa Beserra, de 21 anos, fundadora do Aqualuz, venceu o Prêmio Jovens Campeões da Terra da ONU Meio Ambiente ONU MEIO AMBIENTE FELIPE
A brasileira Anna Luísa Beserra, d e 2 1 an o s , f u n d a d or a d o Aqualuz, venceu o Prêmio Jovens C a m p e õ e s d a Te r r a p o r desenvolver um dispositivo que puri ca, por meio de radiação solar, a água da chuva captada em cisternas. Nos próximos dias, líderes mundiais se reúnem na sede da ONU em Nova Iorque para a Cúpula de Ação Climática e para a Assembleia Geral, abordando temas ambientais e mudanças climáticas nas discussões. As doenças diarreicas estão entre as principais causas de morte em todo o mundo, sendo diretamente ligadas à falta de água potável e à falta de saneamento e acesso à higiene. Esses problemas atingem principalmente populações jovens, vulneráveis ou que vivem em zonas rurais remotas. O Aqualuz é um ltro inovador que puri ca a água da chuva coletada por cisternas instaladas em áreas rurais, onde a água ltrada não é acessível. Esta realidade afeta mais de um milhão de pessoas no Brasil. A água da cisterna é puri cada por meio de raios solares e um indicador muda de cor quando o
recurso está seguro para o consumo. “Meu propósito é levar o direito básico à água limpa para as comunidades carentes nas áreas r u r a i s ”, a r m o u B e s e r r a . “Queremos ajudar a melhorar a vida das pessoas e salvar vidas”. A invenção é de baixo custo, fácil manutenção e pode durar até 20 anos. Embora tenha sido testada apenas no Brasil, o dispositivo tem potencial para ser aplicado em outros países. O Aqualuz já distribuiu água potável para 265 pessoas e
alcançará mais 700 ainda este ano. “Nosso planeta com estresse hídrico está sofrendo o peso da extração incessante, da poluição e da mudança climática. É vital encontrarmos novas formas de proteger, reciclar e reutilizar este precioso recurso. Tornar a água potável acessível e segura a todos e todas é vital atingirmos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, disse a diretoraexecutiva da ONU Meio Ambiente, Inger Andersen. Para o presidente da empresa alemã Covestro, apoiadora do
Qualidade do ar em Singapura é a pior em três anos REUTERS/FELINE LIM/DIREITOS RESERVADOS
prêmio, Markus Steilemann, o mundo dos negócios precisa de ideias novas e de uma cultura de st ar tups que enf rentem os desa os ambientais globais, assegurando ao mesmo tempo o crescimento em longo prazo. “Os Jovens C amp eõ es da Terra podem ajudar a alcançar isso e todos na Covestro têm orgulho em apoiá-los. Queremos ajudar a t or n ar o mu n d o u m lu g ar melhor”. Um júri global composto por Markus Steilemann; Joyce Msuya, diretora-executiva adjunta da
ONU Meio Ambinete; Arielle Duhaime-Ross, correspondente da VICE News Tonight para ciência e mudanças climáticas; Jayathma Wickramanayake, enviada do secretário-geral da ONU para a juventude; e Kathy Calvin, presidente e diretoraexecutiva da Fundação das Nações Unidas, selecionou os vencedores e vencedoras entre 35 nalistas regionais de mais de mil candidatos. No decorrer do próximo ano, as i n i c i at iv a s i nov a d or a s d o s campeões serão documentadas nas mídias sociais por meio de at u a l i z a ç õ e s r e g u l a r e s e m notícias e vídeo-blogs. O pre s t i g i o s o Prê m i o Jove ns
Campeões da Terra, oferecido pela Covestro, é concedido anualmente pela ONU Meio Ambiente a jovens ambientalistas entre 18 e 30 anos, por suas destacadas ideias em prol do meio ambiente. Anna Luísa é uma das sete vencedoras de África, América do Norte, América Latina e Caribe, Ásia e Pací co, Europa e Ásia Ocidental. Os vencedores receberão seu prêmio durante a Cerimônia dos Campeões da Terra em Nova Iorque, no dia 26 de setembro, coincidindo com a reunião anual da Assembleia Geral das Nações Unidas e a Cúpula de Ação Climática.
O exemplo de Sobral na relação diretor, coordenador e professor Diretora da rede pública do município cearense fala sobre a importância de um apoio saudável entre a equipe pedagógica REVISTA EDUCAÇÃO
Com
A qualidade do ar em Singapura alcançou o pior nível dos últimos três anos devido à fumaça de incêndios
orestais na Indonésia. A Agência Nacional de Meio Ambiente do país informou que a poluição do ar no último
sábado (14) superou a marca dos 100 pontos na escala adot ada p elo gover no. Medições acima de 100 são consideradas prejudiciais à saúde. O órgão emitiu alerta pedindo à população para evitar atividades ao ar livre p or l on g o s p e r í o d o s . A fumaça é resultado principalmente da queima de áreas para cultivo, nesta época do ano, nas Ilhas de Sumatra e Kalimantan, na Indonésia. A s eca deste ano piorou a situação. Singapura sedia, no dia 20 deste mês, uma corrida de Fórmula 1. Há crescentes preocupações sobre o impacto da poluição nos espectadores.
cerca 200 mil habitantes, Sobral, município localizado no Norte do Ceará, tem se destacado nos últimos dez anos por conta de seus av an ç o s e m p ol ít i c a s públicas de educação básica, conforme aponta o Í n d i c e d e Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). No Ideb de 2005, por exemplo, de uma escala de 0 a 10 no que se refere aos anos iniciais do ensino fundamental, S obral atingiu apenas 4. Já em 2017, enquanto a média dos estados brasileiros foi de 5,6, o município cearense subiu para 9,1, tendo o melhor resultado do País.
Educação convers ou com a especialista em gestão escolar e diretora do Centro de Educação Infantil Dolores Lustosa, localizado em Sobral, Ticiane Maria de Souza Silva. Sendo assim, em menos de três minutos, a diretora, que já foi membro do Conselho Municipal de Educação de Sobral, falou sobre o papel
da equipe pedagógica e de que forma ela acolhe e incentiva os professores. “O professor precisa ver no diretor e coordenador pedagógico não um scal, mas alguém que está ali para o que ele precisar. Te nd o ap oi o el e te r á estímulo para dar o seu m e l h o r ”, d e f e n d e a diretora.
COMPORTAMENTO 11
24 A 30 DE SETEMBRO DE 2019
Livro gratuito conscientiza crianças sobre desmatamento ilegal na Amazônia No último ano, ação irregular cresceu 15% na região, segundo dados do Imazon DIVULGAÇÃO/ESTADÃO
Idealizado pela escritora e ilustradora Gabriela Brioschi, o livro SustentaMundo – Viagem Amazônica quer conscientizar crianças sobre o desmatamento ilegal na região. Além de o papel da obra ser produzido a partir de fontes responsáveis, a publicação pode ser baixada gratuitamente em três idiomas. Para as crianças que ainda não sabem ler, o SustentaMundo – Viagem Amazônica ainda tem o recurso de audiobook em todos os capítulos. A personagem principal do
Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), divulgado pelo instituto de pesquisa Imazon, apontam que o desmatamento na Amazônia Legal aumentou 15% neste último ano. O SustentaMundo faz parte de u m c onj u nt o d e pro j e t o s culturais, educativos e que são multiplataforma. Através da p e r s o n a g e m G a b y G a b y, a ssu nto s c om o mu d an ç a s climáticas, educação ambiental, emocional, necessidades
livro, GabyGaby, realiza o sonho de visitar os tios em Manaus e conhecer a maior oresta tropical do planeta. "Por meio d o ol h ar d a p e rs on a ge m , queremos estimular o leitor a re etir sobre assuntos que estejam ligados diretamente ao m e i o a mbi e nt e , à sustentabilidade e ao turismo comunitário, podendo ser discutidos internamente dentro de uma sala de aula ou mesa de d i s c u s s ã o e nt r e a l u n o s e professores", a rma Gabriela Brioschi.
cot idianas, a liment ação e tecnologia são abordados para crianças entre quatro e 12 anos de idade. A obra é idealizada pelo Ministério da Cidadania por meio da Lei de Incentivo à Cultura e tem patrocínio da Via Quatro, BahiaGás e do governo do Estado da Bahia. Também tem apoio da Fundação Amazonas Sustentável (FAS Amazonas) e das secretarias de educação das cidades de Ilhéus e Itabuna.
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Pesquisadora encontra Quem são e onde ficam mensagem subliminar os neurônios da em obra que retrata as frustração quedas de Adão, Eva e Satanás Eles interagem com a dopamina para impedir que você gaste esforço em vão.E os cientistas querem aprender a manipulá-los contra a depressão KLEVERSON MARIANO (KLEVS)/SUPERINTERESSANTE
REPRODUÇÃO
A descoberta, feita com um estudo baseado na obra Paraíso Perdido de John Milton, é um acróstico que entrelaça o destino trágico da humanidade com a do anjo caído
Mais de 350 anos após sua primeira publicação, muitos devem imaginar que o épico Paraíso Perdido, de Jonh Milton, havia renunciado todos os segredos que tinha para contar, mas uma mensagem secreta foi descoberta por Miranda Phaal, uma estudante de graduação da Tu s U n i v e r s i t y, e m Massachusetts, Estados Unidos. O achado foi feito usando o recurso acróstico, isto é, um artifício poético no qual as letras iniciais de várias linhas consecutivas, lidas verticalmente, formam uma palavra ou uma frase. É uma técnica geralmente usada para destacar um elemento de maior valor para a narrativa ou para e n f at i z ar o te m a l ite r ár i o
subjacente. A passagem em questão está no livro nove do poema e narra o momento no qual Eva discute com Adão sobre os frutos proibidos. Nos versos é possível identi car as letras 'FFAALLAF', na qual é possível ler a palavra Fall (cair em inglês) com cada letra duplicada, em direção descendente e ascendente. De sua suposição provada falsa, encontre a paz interior / Favor do céu, nossa testemunha do evento / E o que é fé, amor, virtude não testada / Sozinho, sem ajuda externa sustentada? / Não suspeitemos então nosso feliz Estado / Deixado tão imperfeito pelo Criador / Como não seguro para solteiro ou combinado / Frágil é a nossa
felicidade, se é assim (em tradução livre). Phaal interpreta isso como a representação da dupla q u e d a d a hu m a n i d a d e (Adão e Eva) quando lida de cima para baixo, interligada com a terceira queda de Satanás, que é lida de baixo para cima. Desta maneira, o poeta parece avisar o leitor que, apesar da sua aparência amável, a cobra esconde más intenções que acabarão por expulsar os dois do Éden. “Em última análise, o acróstico destila todo o poema até sua essência: três quedas contingentes, dois paraísos perdidos”, disse a autora do estudo. “Como muitos acrósticos c on h e c i d o s , e l e op e r a e m contraponto ao texto explícito que o acompanha, prenunciando que nem tudo é o que parece”. No total, a obra épica de John Milton contém mais de 10 mil linhas de versos distribuídos por 12 livros. A composição do poema foi, de acordo com a declaração do autor no primeiro livro da obra, um esforço para “justi car os caminhos de Deus para os homens”.
Atividades cotidianas importantes, como comer ou se reproduzir, ativam o sistema de recomp ensa do cérebro, produzindo neurotransmissores como a dopamina, responsável pela sensação de prazer. Mas, e quando desistimos de uma tarefa que, antes, era muito prazerosa? O que acontece para que o cérebro abra mão da dopamina? Um grupo de pesquisadores da Universidade de Washington encontrou uma classe de neurônios que ajuda a esclarecer a questão. Estávamos estudando áreas do cérebro repletas de neurônios que produzem dopamina. Foi aí que achamos outro tipo de célula cerebral, que conversava com os neurônios dopaminérgicos, mas parecia inibi-los ao invés de
estimulá-los. Nós alteramos geneticamente ratinhos para que os neurônios em questão brilhassem com luz fosforescente. Aí, acompanhamos os animais enquanto realizavam tarefas prazerosas. Eles recebiam água com açúcar toda vez que empurravam uma válvula com o focinho. Só que o esforço era progressivo. Primeiro, um empurrão era recompensado com doce. Depois, eram necessários dois, três e assim sucessivamente. Uma hora, claro, os ratos paravam de empurrar, porque o esforço não valia a recompensa. Era esse momento que queríamos estudar. E o qu e a c onte c i a ne ss e instante? Aqueles neurônios
esquisitos começavam a produzir uma substância chamada nociceptina. A concentração dela aumentava g radat ivamente e, quando chegava ao ápice, os ratos desistiam. Tentamos, então, bloquear a produção de nociceptina no cérebro. Resultado: os animais dobravam a quantidade de tentativas antes de desistir. Pensamos que pessoas expostas a traumas ou estresse excessivo podem ter esse sistema inibitório ativo demais, freando a motivação mesmo quando a recompensa é interessante e o esforço, tranquilo. Nesse caso, seria interessante “enfraquecer” a frustração para aumentar a motivação em quadros depressivos.
12 OLHAR DE UMA LENTE
24 A 30 DE SETEMBRO DE 2019
HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Estudante de Filosofia- Estácio de Sá de Vitória - Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Sérgio Meneguelli, um prefeito popular “Não participo de partido por não acreditar em nenhum deles. Pretendo lutar por uma candidatura individual... A corrupção começa justamente nas direções dos partidos”
C
om calça jeans, camiseta e tênis desbotados, o prefeito de Colatina, Sérgio Meneguelli, recebeu a equipe do Jornal Fatos & Notícias para falar sobre a atual conjuntura política do seu município e do País. Natural de São Gabriel da Palha, Meneguelli presidiu a Câmara de Vereadores no biênio 2009/2010 e foi eleito em 2018 com 19.689 votos, pelo PMDB, hoje MDB. Colatina é um município que ca no norte do Estado, tem uma população de mais de 120 mil habitantes, o oitavo município mais populoso do Espírito Santo, segundo estimativa de 2018, e com uma economia bem diversi cada. A cidade posiciona-se em 5º no ranking dos maiores Índices de
Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado. Nessa entrevista, o chefe do Executivo começou sua fala fazendo críticas à postura dos atuais políticos. “A nossa educação pública está com problemas em todos os lugares, acho uma vergonha os políticos terem seus lhos estudando em escolas particulares, isso mostra que a educação pública não é boa... porque se fosse boa, deputados e prefeitos que têm lho, que não é o meu caso, não colocariam eles na rede particular de ensino. Comparando nossa educação com outros municípios, somos
referência. Nós temos noventa escolas, somos destaques em várias competições que participamos e muitas dessas escolas
FOTOS: HAROLDO CORDEIRO FILHO
tiveram boas posições no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)”. “A saúde é a mesma coisa, somos referência se compararmos com outros municípios. Minhas consultas são feitas na rede pública. No meu entender, o gestor tem que usar aquilo que ele oferece à população”. “Nossa saúde pública é de ciente? Claro que é. A saúde pública no Brasil é u m a v e r g o n h a . Já e n f r e n t a m o s problemas, como no caso da febre amarela que, em trinta dias, vacinamos toda a população. Hoje, faltam alguns remédios... essa falta não é culpa do município, mas, sim, do governo federal, dependemos de verba federal. Deixamos a desejar? Claro que deixamos, mas não porque queremos, como já disse, dependemos da governo federal”. O meio ambiente é outra questão que perturba, não só ao prefeito, mas a toda a comunidade do município. “Temos uma preocupação muito grande com nosso meio ambiente. Temos o nosso próprio aterro sanitário e, no ano que vem, Colatina será a décima sexta cidade do Brasil a ter cem por cento do esgoto tratado... estamos a 98,6% da conclusão das obras... empréstimo que zemos com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). A partir do ano que vem, não será jogado um gota de esgoto nos nosso rios. O município tem uma autarquia chama d a S ane ar, qu e te m c omo nalidade prestar serviços públicos de captação, produção, distribuição e fornecimento de água potável e coleta, transporte, tratamento e disposição nal adequados dos esgotos sanitários. Perguntado sobre a Fundação Renova, o prefeito foi claro e objetivo: “A Fundação Renova é uma farsa, um amortecedor que o governo do Espírito Santo e o de Minas Gerais
proporcionaram à Samarco, e isso, impediu que os municípios exigissem as indenizações diretamente. Tanto é que,
eu não aceitei o que eles nos ofereceram... Tem um recurso aí que nós não usamos ainda, que é o mínimo, que não representa nada ao que causaram aos munícipes de Colatina. Para mim, não se trata de acidente, foi um crime. Se eu fosse o gestor naquela época, não compactuaria com o que foi acordado. A Fundação Renova, protela, a Fundação Renova, engana... eu não acredito na Fundação Renova. Para mim, trata-se de um circo. A Fundação Renova é uma farsa, veio meramente para proteger as empresas que causaram um crime ambiental com tal proporção... Muito bom para os governos capixaba e mineiro... para as prefeituras, não teve nada signi cativo. As indenizações foram feitas individualmente... muitos receberam... mas cadê as obras? Não foram feitas como deviam. Eles devem muito mais a Colatina... eu não tenho nem recebido a diretoria dessa instituição em meu gabinete... cansei de ser enrolado por eles. Atitude pactuada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. De acordo com Fernanda Lavanoli, secretária da pasta, sua secretaria não tem contato nenhum com a Fundação Renova. “Não conheço quem são os responsáveis... às vezes convidam para um evento, mas o evento não tem um retorno. Por exemplo, a gente fez um evento de educação ambiental no ano passado e até hoje não tivemos um retorno deles”. Sobre a gestão do presidente da República, Meneguelli disse que ainda é muito cedo fazer uma avaliação do governo Bolsonaro. “Trata-se de um governo que veio com um propósito de cortar vícios. A gente vê que ele é determinado em querer acertar, mas que está tendo muitos atropelos, o que é normal, mas que é preciso que se faça uma correção pessoal no temperamento
do presidente em suas declarações. Pre ro aguardar um pouco mais... acho ainda muito cedo para julgar... ele está
querendo modi car dezesseis anos de esquerda”. C ontrário às práticas p olíticas reinantes no Brasil, o prefeito disparou sua metralhadora em direção à classe política, que para ele é ridícula. “A classe política hoje é ridícula, é vergonhosa... mas ela só vai se moralizar quando o eleitor moralizar o voto... é ridícula essa guerrinha de esquerda e de direita... o bom político, coloca a razão nas suas decisões, mas a grande maioria defende ideologias. Isso é partidário”. Não participo de partido nenhum por não acreditar em nenhum deles. Pretendo lutar por uma candidatura individual... A corrupção começa justamente nas direções dos partidos, haja vista que, nas últimas eleições, o PMDB de Colatina não recebeu um centavo do Fundo Partidário... Cadê esses milhões que estão no Fundo Partidário? Partido político é outra farsa... tudo farinha do mesmo saco. Os políticos que acreditam em partidos são
aqueles que se dão bem por fazerem parte da diretoria, mas o baixo clero, é discriminado”, sentenciou com ar de revolta.
Reconhecimento internacional Convidado por vários institutos e associações internacionais para falar do seu modelo de gestão e postura, com humildade, disse não saber o porquê. Para sua surpresa, contou que, quando andava em Boston (EUA), foi várias vezes abordado para tirar fotos e assim foi também na Avenida Times Square, Nova York. Em Portugal não foi diferente, no aeroporto pessoas corriam para tirar fotos com ele. “Quero cumprir meu mandato como prefeito, depois concorrerei a uma cadeira na Assembleia Legislativa, em 2022, porque gosto de estar perto da minha gente”, nalizou. TATI BELING
Nosso hotel, sua casa. Colatina-ES
BRASIL 13
24 A 30 DE SETEMBRO DE 2019
A semana em Brasília S e no Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes
jornalfatosenoticias.es@gmail.com
MOISÉS DE OLIVEIRA
WALDEMIR BARRETO
SITE DO PARLAMENTAR
Rose de Freitas (Podemos-ES)
Fabiano Coontarato (Rede-ES)
Sérgio Vidigal (PDT-ES)
Combate ao câncer de mama
Contra o projeto da minirreforma eleitoral
Recursos para o Hospital Materno Infantil
Procuradora Especial da Mulher no Senado, a senadora Rose de Freitas (PODE-ES) defendeu, nesta quarta-feira (18), tornar impositivo no Orçamento da União – o que obriga o governo federal a cumprir – a liberação de recursos para a compra de equipamentos que acelerem o diagnóstico precoce do câncer de mama. “Precisamos juntar as nossas lutas e colocarmos como impositivo no Orçamento [da União] a liberação de recursos para adquirir equipamentos de combate ao câncer de mama e outras coisas mais”, apelou a parlamentar, durante reunião da Comissão Mista de Combate à Violência Contra a Mulher do Congresso Nacional (CMCVM). TATI BELING
Janete de Sá (PMNES) Deputada quer barrar uso de recursos públicos em eventos que desvalorizem a mulher
“O te x to pre vê qu e despesas com advogados e contadores em processos relacionados aos partidos ou aos candidatos não serão contabilizados para o teto de gastos da campanha! Um absurdo porque abre brecha para Caixa 2. Sou radicalmente contra Caixa 2 porque é crime! Também, na desaprovação de contas, o texto prevê que só será aplicada multa aos cofres públicos caso seja provado que o partido agiu com dolo. Porém, é difícil provar a conduta dolosa: vontade livre e consciente de praticar a infração ou de assumir os riscos de produzir um determinado resultado. Considero que a conduta culposa do partido deve ser punida. A culpa é relacionada à responsabilidade. Têm de ser punidas as condutas em que carem provadas a imprudência, a negligência ou imperícia. Essa minirreforma quer exibilizar outras regras o que pode garantir impunidade em questões que já foram discutidas. En m, o proj e to nã o av anç a no c omb ate à corrupção. Defendo rejeitar o texto aprovado pela Câmara dos Deputados, ou, no mínimo, corrigir os seus problemas”. TATI BELING
Foi aprovado, nesta quarta-feira (18), o projeto de lei de autoria da deputada Janete de Sá (PMN), que dispõe sobre a vedação de uso dos recursos públicos para contratação de pro ssionais e espetáculos que desvalorizem ou exponham mulheres à situação de constrangimento, incitem a violência ou contenham manifestações de homofobia ou discriminação racial. “Trabalhamos com o objetivo de diminuir a violência contra as mulheres que diariamente são espancadas, estranguladas, estupradas, exploradas sexualmente, sofrem violência moral, psicológica, patrimonial, tortura e submissão. A violência nos atinge em nosso direito à vida, à saúde e à integridade física. Mas é também uma prática estruturante da desigualdade de gênero, do racismo e do machismo. Por isso não podemos admitir que a mulher seja tratada como objeto, ou qualquer pessoa seja tratada de maneira pejorativa por questão racial ou de gênero como forma de “cultura”, e ainda receber recurso público para isso”, declarou a autora do projeto, que também é a primeira Procuradora Especial da Mulher na história da Assembleia Legislativa. O projeto de lei depois de aprovado no plenário da Assembleia Legislativa agora segue para apreciação e sanção do governo do Estado. BRUNO FRITZ
Marcelo Santos (PDT-ES) Ex-governador dá nome à Segunda Ponte
A proposta foi feita pelo deputado Marcelo Santos e aprovada na Assembleia Legislativa por unanimidade. “É importante fazer esse registro, pois nós sabemos a história de Camata, mas ela tem que ser eternizada por tudo que ele fez como bom deputado estadual, senador e governador que foi”, a rmou Marcelo Santos.
Lorenzo Pazolini (sem partido) Diretor de hospital na Assembleia
Vereadores em Pauta ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Mais recursos para a obra do Hospital Materno Infantil foram pagos, nesta quarta-feira (18), pelo governo federal! Dessa vez, foram liberados R$ 2.818.441,97. “Estamos cada dia mais perto de concretizar a obra do Hospital Materno Infantil. Acompanhamos visita do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que nos garantiu o trabalho do ministério para entregarmos a unidade no ano que vem. E quero agradecer, mais uma vez, pela dedicação e compromisso para com o nosso hospital”, comemorou Sérgio Vidigal. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Felipe Rigoni (PSB-ES) Cota para pessoas com deficiência na Comissão de Educação Garantir acesso à educação pública e promover a igualdade de oportunidades. Foi pensando nisso que o deputado Rigoni aprovou um substitutivo ao PL 9.582/2018, que trata sobre a criação de cotas para pessoas com de ciência nas instituições federais de ensino. Para Rigoni, a proposta respeita as diferenças entre os estudantes. “Há pessoas com de ciência que estudaram em escola pública e outras que vieram de escola particular. A gente estabeleceu que metade das vagas para de cientes deve contemplar o ensino público, garantindo acesso e tratando essa disparidade histórica”, argumentou durante votação do relatório. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Norma Ayub (DEM-ES)
O diretor do Hospital Infantil de Vitória, Nélio Almeida, será ouvido nesta sexta-feira (20), às 13 horas, em reunião extraordinária da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado. TATI BELING
Luciano Machado (PVES) Entrega de próteses para portadores de doença rara
O deputado estadual Luciano M a c h a d o , apresentou esta semana na Assembleia Legislativa a indicação nº 2243/2019, que dá preferência a pessoas portadoras da Distro a Muscular Duchene no recebimento de próteses. O uso da prótese visa estimular a independência do paciente, permitindo a sensação de liberdade para realizar determinadas tarefas do cotidiano, a l é m d e c au s a r e f e it o p o s it i v o sicamente, eleva a autoestima do usuário. A preferência da destinação das próteses se faz necessária pela velocidade do avanço dessa doença. "O avanço rápido que a Distro a Muscular Duchene pode atingir traz essa urgência em priorizar os casos", comenta o deputado.
E
Recursos para saúde Deputada destinou R$ 124.762,75, de emenda parlamentar, ao Hospital São Vicente de Paulo de Afonso Cláudio. O recurso será utilizado na compra de 1 CR – Digitalizador de Imagens Radiográ cas, uma Impressora Dry de Filmes Radiológicos e 7 Régua de Gases (assistência respiratória). Hoje, a imagem das radiogra as do hospital é analógica, com esses equipamentos o serviço será digitalizado. LEONARDO TONONI
Sérgio Majeski (PSB-ES) R$ 300 para estudante comprar material O s d e put a d o s e s t a du a i s aprovaram indicação do deputado Sérgio Majeski (PSB), ao governo do Estado, para a retomada do pagamento da Bolsa-Dedicação aos estudantes contemplados na modalidade integral do Programa Nossa Bolsa, que tem como objetivo promover a inclusão e o desenvolvimento social e educacional. O valor de R$ 300, pago trimestralmente, é um auxílio que o aluno recebia para aquisição de materiais de estudo e para amenizar outras despesas relacionadas à formação acadêmica até a conclusão d e s u a g r a d u a ç ã o . “Um dos principais desa os do Estado é garantir condições de acesso e permanência dos estudantes nas instituições de ensino. Embora o valor concedido seja baixo, a ajuda nanceira é uma fonte fundamental para auxiliar os estudantes em despesas como a aquisição de livros, cópias, impressões e para a compra de material escolar. Para uma parcela dos alunos, este apoio faz muita diferença”, destaca o deputado Majeski.
Cleusa Paixão (PMN-Serra-ES) No próximo domingo (22) vai ser realizado o Treinão Solidário – Circuito Parque da Gaivotas/Serra/ES, onde atletas percorrerão 5 quilômetros. Para participar basta levar 5kg de alimentos não perecíveis. O evento é organizado pelos comerciantes com apoio da vereadora Cleusa Paixão.
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Dona Arlete (PSL-Vila Velha-ES) ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
A vereadora Dona Arlete, solicitou à prefeitura de Vila Velha a implantação de um "Observatório de Segurança e Cidadania" no município, uma ferramenta estratégica e inovadora que já vem sendo usada e multiplicada em outras cidades do País para auxiliar o trabalho dos gestores públicos. “O observatório também poderá ser muito útil na identi cação de furtos que geram gastos para o município, como os de tampas de bueiros e de ação elétrica e teremos uma economia do dinheiro público. O observatório poderá, ainda, identi car os locais onde há predominância de infrações e crimes ambientais, massi cando o conceito de educação ambiental e sustentável junto aos moradores dessas áreas e aumentando a scalização para que situações semelhantes não voltem a acontecer”, disse a vereadora.
14 SER ESPORTE
24 A 30 DE SETEMBRO DE 2019
LAÉRCIO FRAGA “LAU” Professor, formado em Arte e Educação Física e trabalha nas prefeituras de Serra e Cariacica fracaodesegundo@gmail.com
Frescobol em foco Duplas do Espírito Santo e do Rio de janeiro duelam nas montanhas capixabas
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á poucos dias do e v e nt o q u e v a i agitar as montanhas capixabas, aumenta cada dia mais a
FOTOS: DIVULGAÇÃO AFRES
Circuito Estadual de Fre s c o b o l e m Ma re c h a l Floriano/ES. A briga pelos primeiros lugares promete ser acirrada e os líderes não
Guilherme e Jackson expectativa dos atletas que vão disputar a 3ª Etapa do
querem deixar a bola cair. Na categoria Iniciante, as
duplas, a cada etapa, estão mais entrosadas e Saulo e Rômulo, irmãos gêmeos, querem desbancar Luca e Hoffmann que lideram o circuito, mas que, dessa vez, não jogarão juntos. Na categor ia Mist a, as duplas do Rio de Janeiro estarão, mais uma vez, bem representadas e farão jogo duro com as duplas Baiacú/Claudinha e Heitor/Martinha que defendem as cores do Espírito Santo. A categoria Feminina que é, e sempre será valorizada pela Associação de Frescobol do Espírito Santo (Afres), está a cada etapa mais disputada. Claudinha/Martinha, S i m o n e / G r a ç a e Nanda/Louhana, que “assombraram” na etapa de Jacaraípe, prometem apresentações para lá de radicais. A categoria Masculina B mostra a cada etapa que duas ou três duplas estarão em 2020 d e but an d o n a c ate gor i a
Roberto e Gustavo principal – Masculina A – já que o nível está altíssimo e todas estão jogando o “ no” do frescobol. Guilherme, de São Fidélis, e Jackson, que é patrocinado pela Prefeitura de São Francisco de Itabapoana, estão liderando com duas v itór i as em du as et ap as realizadas, mas Jorginho/Gerê estão na espreita e podem surpreender nessa reta nal. A categoria Masculina A tem como líderes
Gustavo/Roberto que, segundo muitos, estão jogando o “luxo” e não dando margem às dúvidas quanto as suas belíssimas apresentações. Diogo Birita/Felipe querem acabar com o jejum de vitórias e acreditam que nas “alturas” a história poderá ser diferente. Façam as suas apostas! A única certeza é que o frescobol, depois dessa etapa, atingirá outro patamar. O Circuito Estadual de
Frescobol é organizado e realizado pela Afres e tem cobertura total do Jornal Fatos & Notícias. Serviço 3ª Etapa do Circuito Estadual de Frescobol Data: 28 e 29 de setembro de 2019 Horário: a partir das 9 horas Local: Centro Esportivo de Marechal Floriano (Quadras de areia).
BEM-ESTAR 15
24 A 30 DE SETEMBRO DE 2019
FERNANDO MARTINELLI Fonoaudiólogo fernandofonorh@gmail.com
Da feminilidade ao "machismo" Um alerta com a alteração da voz feminina REPRODUÇÃO INTERNET
- Alô!
- Oi, João? - Não! Aqui é a Maria. - Ah! Oi Maria, tudo bem? É com você mesma que eu quero falar. Achei que o João que tinha atendido. - Humm... Ok. Tudo bem. Todo mundo confunde a nossa voz ao telefone.
A
voz humana é produzida na laringe, com a ação do ar expirado que passa entre as pregas (cordas) vocais. Estas, por sua vez, são pequenos músculos cobertos por mucosa que, assim como os outros, são tensionados, est ic ados, enc ur t ados e relaxados durante os processos de fala ou canto. Por sermos diferentes, a voz p o s s u i d i v e r s a s características que variam em cada sujeito, de acordo com sua anatomia e idade, variando em potência, timbre, altura, etc. Ela revela quem você é e vem carregada de traços da personalidade.
Contudo, para que a sua voz seja sempre bem-aceita na sociedade ela deve ter três características fundamentais que são: clareza, sonoridade e agradabilidade. Saiba como os esteroides anabólicos androgênicos podem afetar a voz feminina ao ponto de torná-la desagradável ao ouvinte e até mesmo à própria falante. Extremamente utilizados no universo tness, os anabolizantes podem tornarse tanto aliados da beleza
quanto inimigos da saúde e, devido a isso, somente devem ser utilizados sob criteriosa av a l i a ç ã o, p r e s c r i ç ã o e orientação médica. As mudanças causadas no corpo, devido ao uso de anab olizantes, são mais notáveis nas mulheres do que nos homens e causam certos imp ac tos de est ran he za quando observamos, por exemplo, as alterações vocais nas mulheres, principalmente as 'marombeiras'. Mas, o que acontece com a
voz de quem faz uso de anabolizantes? C omo já
falado, as cordas vocais são músculos e, como os demais, durante os treinos, também sofrerão ganho de massa. Isso faz como que a voz que mais grave, podendo causar estranheza entre os ouvintes, chegando ao ponto de ser confundida com a voz masculina, principalmente ao telefone. Se deixar de usar anabolizantes a voz volta ao normal? A resposta é... NÃO. Infelizmente, algumas mudanças geradas nas mulheres são irreversíveis, tais como: alterações vocais e o aumento do tamanho do
Como prevenir os problemas com a voz? Ao fazer uso de anabolizantes, as alterações vocais femininas serão praticamente inevitáveis. Por isso, cuidados para prevenir qualquer piora na qualidade vocal sem fazem extremamente necessários. Sendo assim, deixo algumas dicas: beba bastante água durante o dia e na execução dos exercícios; evite falar muito ou gritar; alimente-se adequadamente e trabalhe sua respiração.
clitóris, mas que não altera o prazer sexual. Existe algum tratamento para os problemas causados à voz? Independente da causa, qualquer transtorno da voz é chamado de disfonia e deve ser avaliado pelo médico otorrinolaringologista e/ou fonoaudiólogo. Nos casos mais severos, onde há problemas estruturais das cordas vocais, é o médico quem decidirá se haverá alguma chance de tratamento medicamentoso ou até cirúrgico. O fonoaudiólogo sempre atuará na busca da melhora da qualidade vocal, através da avaliação e prescrição de exercícios fonoterapêuticos. Saiba mais em http://www.academiafisicoef orma.com.br/noticia/uso-deanabolizantes-podemodificar-a-voz-de-cantoresalertam-especialistas http://www.cefac.br/revista4 1/Artigo%2010.pdf
Cientistas mapeiam a Grande Adria, continente perdido há 120 milhões de anos Esqueça Atlântida. O verdadeiro continente perdido se chama Grande Adria — e ele está bem debaixo da Europa A pesquisa foi publicada no periódico Gondwana Research. O nome bizarro não é à toa — na verdade, a Grande Adria não surgiu sozinha, ela fazia parte de um supercontinente chamado Gondwana (não confundir com Wakanda, o local ctício do lme Pantera Negra). Esse continente gigante reunia as terras que hoje compõem o hemisfério sul: Antártida, Oceania, África e América do Sul. Há aproximadamente 240 milhões de anos, um pedaço de terra do tamanho da Groenlândia se desprendeu de Gondwana e se deslocou para o sul da Europa. Isso é o que os cientistas chamaram de Grande Adria. Ela estava localizada em uma área que hoje vai dos Alpes até o Irã. Esse vai e vem é resultado d a m ov i m e nt a ç ã o d a s placas tectônicas. A Grande Adria fazia parte da placa africana e foi aos poucos se aproximando do sul da placa euroasiática, que abriga a maior parte da Europa e Ásia atualmente.
Mesmo com seu tamanho enorme, a Grande Adria não era composta só de terra rme. A
No mapa, a cor clara mostra as áreas submersas, enquanto o tom escuro representa as áreas acima
euroasiática, deslizando para debaixo da Europa. Os cientistas estimam que a massa continental
do nível do mar. Mas onde a Grande Adria está agora? No sul da Europa. A nal de contas, nenhum continente simplesmente evapora. Há cerca de 120 milhões de anos ela colidiu e foi “engolida” pela placa
tenha sido sugada de 3 a 4 centímetros por ano. Mas você não precisa voltar no tempo para conhecer o continente perdido. Quando a placa foi engolida, algumas rochas mais leves não afundaram
PAOLO CORSETTI/GETTY IMAGES
Há 240 milhões de anos, a Terra e r a b e m d i f e re nt e d o qu e conhecemos hoje. Os continentes estavam bem mais juntinhos e existiam até pedaços de terra que não estão mais lá. Esse é o caso da Grande Adria, um continente que desapareceu há 120 milhões de anos. G e ól o go s re c onst r u í r am a história geológica da Terra e encontraram traços do continente perdido.
maior parte do continente estava submerso, formando apenas pequenas ilhas na superfície. Segundo Douwe van Hinsbergen, líder do estudo, a re g i ã o s e r i a p e r f e it a p a r a mergulhos cênicos.
junto com o continente. Elas acabaram sendo “raspadas”, se soltaram e estão na superfície até hoje. Os pesquisadores encontraram rochas provenientes da Grande Adria em mais de 30 países. A cordilheira dos Apeninos, na Itália, guarda resquícios do antigo continente. Foram mais de 10 anos de pesquisa e análise para descobrir informações essenciais sobre as pedras, como sua idade, localização e composição. Para reconstruir esse quebracabeça, os geólogos inseriram as informações em um soware que ajuda a visualizar a m o v i m e nt a ç ã o d a s p l a c a s tectônicas. A parte mais difícil foi juntar as pesquisas de diferentes países para recompor a história geológica do Mediterrâneo. Essa não é a única evidência da existência da Grande Adria. Em 2016, outros pesquisadores usaram ondas sísmicas para criar um “atlas do submundo”, que mapeou as estruturas no manto do planeta. Esse estudo mostrou que ainda existem porções da Grande Adria 1,5 mil quilômetros abaixo da Europa.