Jornal Fatos & Notícias Ed. 337

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ANO X - Nº 337 Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia 16 A 23 DE FEVEREIRO/2020 SERRA/ES

Desmatamento na Amazônia bate recorde em janeiro

Distribuição Gratuita

ANA LUCIA

8 Hoje vou falar da escola de samba Chegou o que faltava. Fiz parte da primeira formação (na época era bloco), com vários amigos de Goiabeiras, em Vitória Pág. 11

JORGE PACHECO 8 O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu aos ataques feitos à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, durante CPMI Mista das Fake News Pág. 5

ANA MARIA IENCARELLI

8 O pleno desenvolvimento cognitivo, que consegue incluir todos os dados de uma questão, aumenta a dimensão do pensar, permitindo levantar as hipóteses pertinentes. Este é o motivo de se ter várias disciplinas na escola Pág. 10

DAVI MOURRAHY

8 O mundo hoje muda cada vez mais rápido. Ele sempre mudou. As pessoas precisam acompanhar a velocidade das mudanças para sobreviver no mercado Pág. 8 LAÉRCIO FRAGA “LAU”

©DANIEL BELTRÁ/GREENPEACE BRASIL

8 Integração e animação são marcas registradas do vôlei adaptado, um dos esportes que está atraindo a cada dia mais adeptos, em Camburi, Vitória Pág. 14

Cientistas descobrem no Brasil vírus 'misterioso' ©PIXABAY/DOMÍNIO PÚBLICO

Pesquisadores sequenciaram o genoma e descobriram atônitos que mais de 90% consistiam em genes nunca antes encontrados Pág. 15

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

Comer brócolis e couveflor ajuda a eliminar gordura no fígado ALEX SILVA/A2 ESTÚDIO

O desmatamento na Amazônia dobrou em janeiro em comparação ao mesmo mês do último ano, registrando um aumento de 108% e

mais de 280 km² de áreas degradadas, segundo dados o ciais preliminares divulgados no começo deste mês.

Inovadora pistola 3D imprime pele artificial diretamente em feridas graves

É a maior área desmatada para um mês de janeiro desde que o sistema Deter entrou em funcionamento em 2015, que alerta sobre o

desmatamento por meio de imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Pág. 2

Pesquisadores descobriram que substância encontrada em vegetais crucíferos produz indol, que ajuda a “quebrar” gordura presente no órgão de quem tem esteatose hepática Pág. 9

Aposentado, João Coser Brasileiras criam pomada natural feridas passa a carreira a limpo parade curar diabéticos

UNIVERSIDADE DE TORONTO

JOÃO COSER

DIVULGAÇÃO

Um rolo de fita adesiva, só que feito de pele. Essa é a melhor analogia para explicar como funciona um novo aparelho desenvolvido por cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá. Trata-se de uma impressora 3D portátil que cria pedaços de pele artificial para serem aplicadas diretamente nas feridas de vítimas de queimaduras graves. O dispositivo e a pele artificial fazem parte dos resultados de uma pesquisa publicada no jornal "Biofabrication", da IOPScience. Os estudos começaram em 2018, mas a novidade é que a inovação foi testada com sucesso em animais. Do tamanho de uma caixa de sapatos, o dispositivo pesa menos de 1kg e o material impresso é uma "biotinta" especial Pág. 6

Nesta entrevista, o ex-prefeito de Vitória João Coser, faz uma retrospectiva da carreira e fala sobre a política atual Pág. 12

Tratamentos e cazes contra a doença e seus sintomas são foco de muitos estudos cientí cos. É o caso de uma pesquisa da Universidade Positivo, no Paraná, que desenvolveu uma pomada feita com óleo da erva baleeira para curar ferimentos de diabéticos. A enfermidade é a principal causa de amputações de membros em todo o mundo. O medicamento se mostrou e caz na cicatrização de feridas de portadores da diabetes, doença que gera altos índices de amputações de membros no País Pág. 7


2 MEIO AMBIENTE

16 A 23 DE FEVEREIRO DE 2020

Abelha mamangaba pode Desmatamento na ser extinta por causa das Amazônia bate recorde mudanças climáticas em janeiro Em nova pesquisa, especialistas constataram que inseto da América do Norte e da Europa é afetado por picos de calor; presença humana também corrobora para morte dos animais

Área desmatada na floresta amazônica em 12 de abril de 1991

ANDRÉ AFONSO/UFRPE

AFP/ARQUIVOS PIXABAY

.Um novo estudo da Universidade de Ottawa, no Canadá, aponta que as abelhas mamangabas, comuns na América do Norte e na Europa, podem ser extintas em breve por causa das mudanças climáticas. A pesquisa, publicada pela S cience, analisou como as mudanças climáticas aumentam a frequência de ondas de calor e secas que podem ser perigosas para esses animais. De acordo com os especialistas, os insetos dessa espécie estão de fato desaparecendo onde houve aumento de temperatura. Além disso, a equipe descobriu que, no decorrer de uma única geração humana, a probabilidade de uma população de abelhas sobreviver em um deter minado lo cal diminuiu em média 30% por causa das mudanças climáticas. "Sabemos há algum tempo que

a mu d an ç a c l i m át i c a e s t á relacionada ao crescente risco de extinção que os animais enfrentam em todo o mundo", explicou Peter Soroye, um dos pesquisadores, em comunicado. "Descobrimos que as extinções de espécies em dois continentes [na América do Norte e na Europ a] s ão c aus ad as p or extremos mais quentes e mais frequentes das temperaturas". Segundo os especialistas, espécies diversas têm tolerância diferente ao clima. Pensando nisso, os pesquisadores d e s e nv o l v e r a m u m a n o v a medição de temperatura que pode evitar erros durante as análises. "Com uma ferramenta preditiva como essa, esperamos identi car áreas em que as ações de conservação sejam críticas p ar a i mp e d i r o d e cl í n i o " , observou Soroye. O grupo estima que a extinção

dos insetos pode resultar em um futuro com menos diversidade da ora. "As abelhas são os melhores polinizadores que temos em paisagens selvagens e os mais e cazes para alimentos como tomate, abóbora e frutas", a rmou o especialista. "Nossos resultados mostram que enfrentamos um futuro com muito menos abelhas e muito menos diversidade, tanto ao ar livre quanto em nossos pratos". Jeremy Kerr, que também participou da pesquisa, fez questão de ressaltar que devemos agir agora para prevenir consequências mais drásticas. "Devemos estudar as mudanças climáticas e todas as ações que tomamos para reduzi-la. Quanto mais cedo melhor. É do nosso interesse, bem como do interesse das espécies com as quais compartilhamos o mundo", disse ele em declaração.

O desmatamento na Amazônia dobrou em janeiro em comparação ao mesmo mês do último ano, registrando um aumento de 108% e mais de 280 k m 2 de áre as deg rad ad as, segundo dados o ciais preliminares divulgados no começo deste mês. É a maior área desmatada para um mês de janeiro desde que o s i s t e m a D e t e r e nt ro u e m funcionamento em 2015, que alerta sobre o desmatamento por meio de imagens de satélite d o In s t i t u t o Na c i o n a l d e Pesquisas Espaciais (Inpe). Em janeiro de 2019, a área

desmatada era de 136 km2. Em janeiro de 2018, foi de 183 km2 e, em 2017, foi havia sido 58 km2. Em meados de janeiro, os dados do Inpe mostraram um aumento de 85% no desmatamento em 2019, o equivalente a 9.166 km 2 , no pr i me i ro ano d o gove r no Bolsonaro. Em 2018, o número registrado foi de 4.946 km2. Bolsonaro gerou uma grande polêmica em agosto ao não considerar de forma tão a lar mante o aumento dos incêndios orestais no País perante o mundo. Em 2 de agosto, o então

presidente do Inpe, Ricardo Galvão, foi demitido do cargo depois de ser acusado de ter exagerado sobre a gravidade dos desmatamentos. Em dezembro, Galvão foi considerado pelo periódico cientí co “Nature” como um dos dez cientistas mais importantes do ano. Na última quarta-feira (5), Bolsonaro aprovou e enviou ao Congresso um projeto de lei que permitirá a mineração em terras indígenas, o que, segundo muitas ONGs, incentivaria o desmatamento.

Parque do Caparaó é fechado por tempo indeterminado As intensas chuvas provocaram diversos estragos na unidade de conservação ACERVO/ICMBIO

terceiro ponto mais alto do País, o Pico da Bandeira, que tem 2.892 metros de altitude. O Parque dispõe de amplo sistema de trilhas sinalizadas, diversas áreas de acampamento, além de outros atrativos de grande beleza cênica.

O Parque Nacional do Caparaó, localizado na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, está fechado por tempo indeterminado. Os estragos provocados pelas intensas chuvas, que ocorreram no nal do mês de janeiro, são as causas do fechamento da unidade. Segundo o chefe da unidade de conservação, houve deslizamentos de barreiras, quedas de árvores, leito da estrada destruído, pontes dani cadas e danos na estrutura física da "Casa Fria”. A

estrada, que liga a portaria de Pedra Menina até o acampamento Macieira, também foi seriamente dani cada. Assim, a unidade não tem condições mínimas de trafegabilidade e segurança. A unidade de conservação é um dos ícones do mont anhismo no Brasil e abriga o

a

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CULTURA 3

16 A 23 DE FEVEREIRO DE 2020

A bizarra saga das Inspirado em 'O Cortiço', gaiolas ao ar livre musical 'Bertoleza' dá voz às mulheres negras para bebês Alguns pais adotaram o método de pendurar seus filhos em gaiolas feitas de ferro pela janela de seus apartamentos nos anos 1930 nos Estados Unidos

Adaptação de Anderson Claudir apresenta ponto de vista diferente sob o enredo de Aluísio de Azevedo

REPRODUÇÃO

WINNI MACEDO

FOTO: REPRODUÇÃO

Uma das crianças nas insólitas gaiolas No l iv ro “O c u i d a d o e a alimentação das crianças”, o médico Luther Emmett Holt usou, pela primeira vez, o conceito de “arejar”. Em 1894, ele dizia que era importante para o bebê entrar em contato com temperaturas mais frias. O pensamento era de que, com isso, ele poderia suportar melhor doenças e resfriados comuns quando fosse mais velho, ou seja, aumentaria sua imunidade. "É necessário ar fresco para renovar e purificar o sangue, e isso é tão necessário para a saúde e crescimento quanto a alimentação adequada. O apetite é melhorado, a d i ge st ã o é m e l h or, a s bochechas ficam vermelhas e todos os sinais de saúde são vistos”, escreveu o doutor. O que ele não esperava era como os pais seguiriam esse conselho. Alguns pais, não possuindo nenhum tipo de jardim ou espaço ao ar livre,

i mprov i s a r a m u m t ip o d e suporte para manter seus filhos em contato com as tais temperaturas mais frias citadas por Holt. Em 1906, Eleanor Roosevelt comprou uma gaiola de arame e a pendurou na janela do seu apartamento na East 36th Street, em Nova York, nos Estados Unidos. Sem opções à venda, a mãe usou esse “método” para deixar sua filha Anna dormindo ao ar livre. Por conta dessa demanda, em 1920, começaram a aparecer pro dutos com ess e mesmo

PRECISÃO

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intuito. No livro “Os cuidados de saúde do bebê”, Louis Fischer descreve o “Berço de Janela dos Boggins” como “um conveniente compartimento para dormir ao ar livre prontamente preso a qualquer janela”. O berço possuía dimensões de 36x24x27 cm, e foi analisado pelo autor como um produto "admiravelmente adaptado para apartamentos da cidade". Assim, inúmeros pais passaram a adotar as gaiolas para bebês, principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra. O ápice do método foi nos anos de 1930. No século 20, no entanto, a segurança infantil começou a ser um tema muito discutido pela sociedade, e o uso das gaiolas passou a diminuir. Aparentemente, pendurar seus filhos em janelas de apartamento não era um recurso muito seguro para “arejá-los”. (AVENTURASNAHISTORIA.UOL.COM.BR)

Com elenco majoritariamente negro, a Gargarejo Cia Teatral estreou o musical Bertoleza, inspirado no livro O Cortiço, de Aluísio Azevedo, no dia 7 de fevereiro no Sesc Belenzinho (SP). A montagem, com adaptação, direção e músicas de Anderson Claudir, conta a história do clássico naturalista de Aluísio de Azevedo, agora sob ponto de vista da Bertoleza, uma mulher negra que é tão importante para a construção do romance quanto o próprio João Romão, o protagonista original. Na trama, o oportunista Romão propõe uma sociedade à escrava Bertoleza, prometendo comprar a alforria dela. Eles começam uma nova vida juntos e const ro em um p e queno patrimônio formado por um enorme cortiço, um armazém e uma pedreira. Depois de acumular capital considerável, o ambicioso João Romão já não sabe mais como se tornar mais rico e poderoso.

CONCEICAODABARRA.BLOGSPOT.COM

negligenciadas pela História. Durante a encenação, o elenco relembra as histórias dessas mulheres, como a vereadora Marielle Franco, militante da luta negra assassinada em março de 2018; a escritora Carolina Maria de Jesus, famosa pelo livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada; a jornalista e professora Antonieta de Barros, defensora da emancipação feminina que foi apagada dos livros de História; a escritora Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista brasileira; e a guerreira Dandara, que viveu e lutou no período colonial. A protagonista dessa história é interpretada pela atriz Lu Campos, e o elenco também tem como destaque Eduardo Silva (Botelho), que ficou conhecido ao dar vida ao personagem Bongô no Castelo Rá-Tim-Bum e coleciona importantes prêmios teatrais como Mambembe, APCA, APETESP, Molière e Shell. LUCIANO DANIEL

Festival Brasil de Todos os Ritmos ASCOM SEDU

Foto Antiga do ES

Cais da Barra. Foto tirada em dia de festa dedicada a São Pedro (festa dos pescadores), sendo disputada uma corrida de canoas, no Rio São Mateus, também conhecido como Rio Cricaré, em Conceição da Barra – ES

Envenenado pelo invejoso Botelho, ele decide se casar com Zulmira, a filha de Miranda um negociante português recentemente agraciado com o título de barão. Mas, para isso, precisa se livrar da amante Bertoleza, que trabalha de sol a sol para lutar pelo patrimônio que eles construíram juntos. Para a companhia, o grande desafio foi fazer com que uma narrativa do século 19 questionasse e problematizasse as relações criadas nos dias de hoje. Por isso, o projeto, iniciado em 2015, foi ganhando novos contornos. “Quisemos investigar uma identidade brasileira que vem da diáspora africana e pensar em como isso nos afeta artisticamente. Assim, podemos criar novos signos para essa geração e dar uma voz para essa terra periférica”, conta Claudir. No pro c e ss o, o c ol e t ivo procurou a força da figura de Bertoleza em outras mulheres negras brasileiras

A capital capixaba será palco do maior festival de música para artistas independentes de todo o Brasil, além de revelar jovens talentos artísticos das escolas da Rede Estadual. O “Festival Brasil de Todos os Ritmos”, lançado em dezembro de 2019, vai registrar em áudio e vídeo como os artistas da nova geração renovam, modernizam e ainda mantêm vivos os ritmos populares da cultura nacional, além de fomentar o empreendedorismo musical. A organização do Festival abre a oportunidade para que os talentos das escolas da Rede Pública Estadual participem. O Festival conta com o apoio das Secretarias da Educação

(Sedu) e da Cultura (Secult) e será dividido em três fases: W o r k s h o p d e empreendedorismo musical; Concurso Cultural e Festival com gravação de DVD. As etapas ocorrerão entre os dias 24 e 28 de março de 2020. O curador artístico do

Festival, Edu Henning, destacou que os grandes talentos provavelmente vão ser revelados nas escolas da Rede Estadual. “Temos muito o que explorar nos nossos jovens”, disse Edu. A ideia é que o projeto seja levado para outros estados, nesse modelo de fomento a novos talentos musicais. Toda a prog ramação do e vento é gratuita e deve reunir dez mil pessoas em todas as etapas. As inscrições começaram no dia 18 de dezembro de 2019 e terminaram nesta quarta-feira (12).

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4 EDUCAÇÃO

16 A 23 DE FEVEREIRO DE 2020

O que as escolas públicas MEC publica novas diretrizes de ensino médio com bons para formação de professores resultados têm em comum Texto que institui nova formação de docentes exige aulas presenciais ©MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Pesquisa com alunos de baixo nível socioeconômico de cem escolas públicas com bom desempenho se torna ferramenta de inspiração para o setor educacional REPRODUÇÃO/PESQUISA EXCELÊNCIA COM EQUIDADE

A série de estudos sobre e duc aç ão 'E xcelênci a com e qu i d a d e ' é f r uto d e u m a p arc e r i a e nt re o i nst ituto Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Fundação Lemann, Instituto Unibanco e Itaú BBA. O relatório da terceira etapa do programa, Excelência com equidade no ensino médio: a di culdade das redes de ensino para dar um suporte efetivo às escolas, coordenada pelo economista, gestor e educador Ernesto Martins Faria, publicado no m de 2019, revela as práticas e estratégias de escolas públicas do ensino médio com bons resultados frequentadas por alunos de baixo nível socioeconômico. Foram selecionadas unidades com bons resultados na Prova Brasil e no Enem 2017 com taxa mínima de aprovação de 95%. Infelizmente, não são muitas. Das 5.042 escolas públicas de ensino médio incluídas no universo da pesquisa em função do nível socioeconômico de seus alunos, apenas cem tinham os indicadores de qualidade de nidos pelo estudo. E 82 delas são de tempo integral. Os estados com o maior número de escolas dentro dos critérios da pesquisa são Ceará (55), Espírito Santo (14), Goiás (7) e Pernambuco (7). Em cada um deles foram visitadas duas escolas da amostra de bom desempenho e mais uma com índices na média, para comparação. Entre os principais pontos positivos em comum entre as cem escolas envolvidas no estudo e em que elas podem ser vir de inspiração estão:

decisões tomadas com base em e vidências quant it at ivas e qualitativas; esforço concentrado no uso de dados e no monitoramento contínuo do processo de aprendizagem, com uso de sistemas integrados de gestão educacional; currículo efetivamente diversi cado, que inclui o aluno, conferindo autonomia para que ele escolha seu caminho na formação; trabalho de parceria entre alunos e professores, com escuta ativa e exercício da hierarquia com r e s p e i t o, m a s s e m t a b u s ; relacionamento e interlocução com os agentes ligados à escola: pais, famílias, comunidade e secretaria de educação e estratégias pedagógicas que dialoguem com a rotina dos alunos e contemplem n e c e s s i d a d e s d i s t i nt a s d e aprendizagem. Na maioria dos casos, essas condutas incluem a combinação de métodos de xação (exercícios e simulados) com outros capazes de estimular a criatividade e o protagonismo do aluno (esportes, feira de ciências, tutoria ou mentoring entre alunos e aulas eletivas criadas por eles). A maioria suprema das escolas com as melhores performances (82% no caso do estudo) em aprendizagem e uxo escolar no ensino médio funciona em p e r í o d o i nt e g r a l , c om n o mínimo sete horas de carga horária diária. Unidades em turno único teriam considerável limitação de tempo para tentar atingir os mesmos resultados. Em grande parte das cem escolas da amostra, os professores davam aula em apenas uma

unidade e as médias de alunos p o r e d u c a d o r s ã o consideravelmente menores do que a geral. Existe o desa o do n a n c i a m e n t o d a implementação e gestão dessas iniciativas, pois os modelos adotados nessas escolas têm custo por aluno mais alto do que a média. A continuidade de ações e a manutenção do corpo docente, dois pontos difíceis de conquistar, sobretudo em escolas de regiões pobres, marcadas por pedidos de transferência de professores, são eixos comuns fundamentais na viabilização de avanços nas escolas regulares e integrais envolvidas no estudo. Então, o que as secretarias devem fazer para melhorar o suporte? Uma iniciativa seria tornar o acompanhamento pedagógico mais e ciente e frequente. Atualmente, ele é bem menos efetivo no médio do que no fundamental; lutar pela criação de condições políticas e nanceiras que permitam o aprimoramento do nanciamento do período; formar professores com maior qualidade para todas as áreas de ensino, dando a eles melhores condições de trabalho, quantidade menor de alunos e de escolas para trabalhar e salários melhores. Entre os fatores associados às escolas e redes mais e cientes estão o bom ambiente escolar; o currículo como norte das ações pedagógicas; os programas de formação continuada de professores com ação da escola e as avaliaçõ es para indicar intervenções pedagógicas.

O Ministério da Educação (MEC) publicou o texto que cria a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNCFormação). O documento de ne como deve ser a formação de l i c e n c i at u r a p a r a f u t u r o s professores, e é baseado nas exigências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que de ne as necessidades de aprendizado de alunos tanto da rede pública quanto da rede particular. A maior mudança, de acordo com o documento, é a exigência de aulas práticas presenciais que envolvam a equipe docente das instituições responsáveis por c urs os de licenciatura. “A resolução estabelece as diretrizes e habilidades que irão nortear a formação inicial, de nindo as competências que deverão ser des envolvidas nos futuros professores”, explicou Jânio Macedo, secretário de Educação Básica do MEC. Cursos a distância também

deverão oferecer aulas com atividades presenciais, ainda que uma grande parte do processo de formação aconteça remotamente. “Para a oferta na modalidade de Ensino a Distância (EaD), as 400 horas do componente prático, vinculadas ao estágio curricular, bem como as 400 horas de prática como componente curricular ao longo do curso, serão obrigatórias e devem ser integralmente realizadas de maneira

presencial”, a rmou o secretário. Segundo o texto, os futuros docentes deverão desenvolver habilidades que instiguem o senso ético, humano, e criem re exão e possibilidade de análise no decorrer do ensino. A nova formação também prevê o desenvolvimento de habilidades com uso de tecnologias e o uso de dados e informações cientí cas para desenvolver argumentos no decorrer da vida curricular.

Secretaria da Educação abre Chamada Pública da Agricultura Familiar 2020 ASCOM SEDU

A Secretaria da Educação (Sedu) abriu a Chamada Pública da Agricultura Familiar 2020 nesta terça-feira (11), com a publicação do edital no Diário O cial, que dispõe sobre as normas para participação. Os interessados devem apresentar os documentos de habilitação e projeto de venda até o dia 9 de março. O edital de chamada pública tem por objetivo a aquisição de gêneros alimentícios (hortifrutigranjeiros , peixes, polpas e produtos estocáveis) da agricultura

familiar rural, de empreendedores familiares rurais ou suas organizações, para atender às necessidades de alimentação escolar dos alunos da Rede Estadual. O limite individual de venda por agricultor familiar e do empreendedor familiar rural

para a alimentação escolar deverá respeitar o valor máximo de R$ 20 mil. O prazo de vigência e execução do contrato terá início a partir de sua assinatura e duração por 12 meses. Ma i s i n f o r m a ç õ e s p e l o s telefones: (27) 3636-7826/ 36367827/ 3636-7829.


POLÍTICA 5

16 A 23 DE FEVEREIRO DE 2020

Jorge

Analista Político

Pacheco

Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista jorgepachecoindio@hotmail.com

“O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta“, Maquiavel REPRODUÇÃO WIKIPEDIA

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Em 2018, Patrícia Campos Mello publicou reportagem sobre a ação de empresas que faziam disparos em massa no WhatsApp para influenciar voto

2,4 mil mulheres jornalistas assinaram manifesto de apoio à repórter no qual repudiam as acusações do depoente feitas "sem apresentar qualquer prova". AJUFE

Clima esquentou na reunião com Moro. Deputados quase partiram para a briga A reunião da comissão especial da Câmara que discute Proposta de Emenda C onstitucional (PEC) sobre a volta da prisão após condenação em segunda instância foi encerrada mais cedo após dois deputados quase partirem para a agressão física nesta quarta-feira, 12.

Deputado Glauber Braga

sua rádio na internet O Centenário FC completou 91 anos de existência no último dia 6 de janeiro e, dentre as inúmeras festividades, promoveu a inauguração da WRCFC – RÁDIO WEBCENTENÁRIO FC – A RÁDIO DOS AMIGOS – que está no ar 24 horas, diariamente. O tradicional clube, que tinha sua sede social na Praia do Canto, está agora na Rua Marechal Deodoro da Fonseca 121 – Residencial Jacaraípe, Serra – ES, em uma área de mais de 21 mil metros quadrados, onde mantém diversas atividades sociais e esportivas. O presidente de clube, José Antônio Moraes, ouvido pela reportagem do Fatos e Notícias, salientou que, apesar de ainda estar em fase de readaptação no novo endereço, “mantém uma Escolinha de Futebol” para futuros atletas da Serra e vários “Projetos Sociais”. Também, o clube possui uma excelente biblioteca com mais de 10 mil livros, inclusive didáticos, e promove, gratuitamente, atendimento médico para os associados, que é extensivo às famílias da comunidade.

Foliões terão internet de graça durante o Carnaval no Sambão

REPRODUÇÃO

equipamentos. A internet será disponibilizada durante todos os dias do evento. Para acessar o Vitória Online, basta conectar o wi- de seu aparelho celular e fazer um cadastro simples.

Tudo pronto! Após vistoria do Corpo de Bombeiros, Sambão do Povo é liberado para receber desfiles

retornar ao Grupo Especial

Carnaval de Vitória: Transcol terá reforço nas linhas a partir desta quinta-feira (13)

Com entrada

Na 'Magia do Tempo', Unidos de Barreiros prepara desfile para

gratuita, escolas do Grupo de Acesso B abrem o Carnaval de Vitória nesta quinta (13)

Mais de 5.500 pessoas vão poder se conectar para usar a internet gratuita

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, participava do debate com os parlamentares quando a confusão começou. Glauber Braga (PSOL-RJ) e Eder Mauro (PSD-PA) foram apartados por outros parlamentares. O clima começou a esquentar pouco depois de Braga referir-se a Moro como "capanga da milícia", "capanga da família Bolsonaro" e "mentiroso". O ministro rebateu: "Quem protegeu milícia foi o s eu partido", a rmou, em referência às críticas feitas pelo PSOL ao chamado pacote anticrime. Um dos pontos da proposta era

Os foliões que irão curtir a festa no Sambão do Povo poderão postar imediatamente e gratuitamente nas redes sociais. Isso porque o Vitória Online, programa de internet gratuita da capital, vai permitir o acesso. Mais de 5.500 pessoas vão poder se conectar para usar a internet gratuita, a equipe da Subsecretaria de Tecnologia da Informação (Subti) está trabalhando na montagem dos

"A democracia é fruto de embate, de diálogo. Tem gente que consegue fazer isso com a palavra e tem gente que precisa agregar à palavra a ofensa e a ameaça de agressão física. Mas isso é muito menor do que a g r a n d e z a d o re s u lt a d o d a audiência", comentou.

Ao comemorar 91 anos de existência Centenário FC inaugurou a WRCFC a

DIVULGAÇÃO/FOLHA VITÓRIA

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu, nesta quarta-feira (12), aos ataques feitos por Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da empresa de marketing digital Yacows, à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, durante CPMI Mista das Fake News. “Dar falso testemunho numa comissão do Congresso é crime. Atacar a imprensa com acusações falsas de caráter sexual é baixaria com características de difamação. Falso testemunho, difamação e sexismo têm de ser punidos no rigor da lei", disse Maia. Na terça, Nascimento disse que a jornalista "queria sair" com ele em troca de informações para uma reportagem. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) a rmou em seguida “não duvidar de que ela possa ter se insinuado sexualmente". Ent idades repudiaram as declarações de Nascimento e de Eduardo Bolsonaro. É lamentável que um depoimento em CPMI, repleto de inverdades, seja usado para atacar a honra de uma repórter que fez o seu trabalho de trazer à luz práticas eleitorais questionáveis", disse o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech. "A tentativa de intimidar e d e s l e g it i m ar o j or n a l i s m o pro ssional é uma das práticas típicas de autocracias". Em 2018, Patrícia publicou reportagem sobre a ação de empresas que faziam disparos em m a s s a n o W h at s Ap p p a r a in uenciar o voto nas eleições presidenciais. A Yacows era uma delas. Nota assinada pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e outras entidades diz que a "linha que ele (Hans Nascimento)

DIVULGAÇÃO/FOLHA VITÓRIA

GUSTAVO FERNANDO/FOLHA VITÓRIA

Rodrigo Maia defende punição após ataque a jornalista durante CPMI

deixar explícito que milícias são organizações criminosas. O partido, contudo, considerava que as medidas, na verdade, não afetariam esses grupos. Moro t amb é m chamou o parlamentar de "desquali cado". O pre s i d e nte d a c om iss ã o especial, Marcelo Ramos (PLAM), tomou a palavra para cobrar respeito de ambas as partes. Enquanto isso, fora dos microfones, Eder Mauro passou a atacar Glauber. Usou palavras de baixo calão e chegou a dizer que a mãe do deputado do PSOL era "bandida". Glauber também xingou Eder. Em seguida, o deputado do Pará se levantou e partiu em d i r e ç ã o a G l a u b e r. Ne s s e momento, Ramos declarou a reunião encerrada. Deputados se colocaram entre os dois para evitar agressões físicas. Mesmo assim, a briga não cessou. Com o plenário já desmobilizado, os dois adversários se dirigiram quase ao mesmo tempo à mesa onde havia água e café à disposição dos deputados. Um a n o v a d i s c u s s ã o f o i iniciada. "A tua mãe é uma bandida", disparou Eder Mauro. "O teu problema é que tu é gargantudo aqui dentro. Quero ver tu ser gargantudo lá fora, otário". Glauber também atacou. "Você é miliciano. É por isso que você cou mordido. Tem uma milícia no Pará, por isso que cou mordido. Mas eu não tenho medo de miliciano, não". Um segurança da Câmara permaneceu entre os dois para mais uma vez evitar possível pancadaria. Outros deputados e assessores também agiram para evitar agressões. O presidente da comissão classi cou o episódio como incapacidade de alguns d e put a d o s c onv ive re m e m ambiente democrático.

HÉLIO FILHO/SECOM

cruzou é a de mentir escancaradamente em uma instância em que a mentira é considerada crime. Seguiremos ate nto s d e qu e as d e v i d as medidas judiciais sejam tomadas". Presidente do Repórteres Sem Fronteiras, Emmanuel Colombié criticou a postura de Eduardo. "A atitude incendiária do deputado Eduardo Bolsonaro é totalmente indigna, é inaceitável", disse ele. Na quarta-feira (12), mais de

GUSTAVO FERNANDO/FOLHA VITÓRIA


6 TECNOLOGIA

16 A 23 DE FEVEREIRO DE 2020

Inovadora pistola 3D Escova de dentes rastreia imprime pele artificial locais que precisam de diretamente em limpeza e dá "bom dia" feridas graves Novo produto da P&G foi premiado em evento de tecnologia nos EUA e informa ao usuário como ele pode tornar a escovação mais eficiente

Cientistas criam dispositivo que imprime pele artificial

DIVULGAÇÃO P&G

UNIVERSIDADE DE TORONTO

Um rolo de ta adesiva, só que feito de pele. Essa é a melhor analogia para explicar como funciona um novo aparelho desenvolvido por cientistas da Universidade de Toronto, no C a n a d á . Tr a t a - s e d e u m a impressora 3D portátil que cria pedaços de pele arti cial para serem aplicadas diretamente nas feridas de vítimas de queimaduras graves. O dispositivo e a pele arti cial fazem parte dos resultados de uma pesquisa publicada no jornal "Biofabrication", da IOPScience. Os estudos começaram em 2018, mas a novidade é que a inovação foi testada com sucesso em animais. Do tamanho de uma caixa de sapatos, o dispositivo pesa menos de 1kg. Quando acionado, ele "imprime" folhas de pele capazes de fechar as queimaduras. Elas possuem propriedades cicatrizantes e regeneradoras. Tão fácil como fechar um e nvel op e c om t a a d e s iv a , elimina-se qualquer necessidade de enxerto de pele, técnica mais comum atualmente, que usa pedaços de tecido retirados de outras áreas do corpo da própria da pessoa e os implanta no local queimado, após remoção de toda a pele afetada. O material impresso é uma "biotinta" especial, feita de materiais biológicos, incluindo colágeno, brina (proteína que at u a n a c i c at r i z a ç ã o ) e a s importantes células estromais

mesenquimais (um tipo de célulatronco, encontrada na medula óssea, que auxilia o sistema imunológico e estimula o crescimento de novas células). A pesquisa publicada inclui testes em porcos com queimaduras profundas. Para efeitos comparativos, alguns dos animais receberam implantes de colágeno e outros foram deixados para cicatrizar naturalmente. Assim, foi possível avaliar a evolução das lesões tratadas com a pele gerada pelo aparelho. Os resultados animaram os cientistas. "O aparelho depositou com sucesso 'folhas de pele' nas feridas, de maneira uniforme, segura e con ável. As folhas permaneceram no local com apenas mínimos movimentos", disse o pesquisador Marc Jeschke, em um comunicado. "E o mais importante: nossos resultados mostraram que as feridas tratadas com células estromais mesenquimais se curaram extremamente bem, com uma redução de in amação, cicatrizes e contração [deformidades na cicatrização que deixam o tecido repuxado", relatou Jeschke. Ao que tudo indica, o dispositivo, agora, está mais perto de chegar ao uso real em clínicas médicas. Se realmente der certo, será incrivelmente transformador para a área. Atualmente, as opções para tratamento de pacientes com grandes áreas de queimaduras de terceiro grau (onde há perda de

tecidos profundos) ainda são delicadas e complexas. A mais comum, como já mencionado, ainda é o enxerto. É uma técnica que dá certo em muitos pacientes, mas todo o processo requer uma série de condições favoráveis. Em casos muito graves, não há tecido saudável su ciente para cobrir os ferimentos. Além disso, são criadas novas áreas feridas que também precisarão cicatrizar, com potencial de causar mais dor e existe o risco de infecções. Algumas terapias alternativas também têm sido usadas, como implantes de colágeno (uma esp écie de "cola" do noss o organismo, em geral usado para reparar cartilagens e ossos) ou substitutos temporários de pele desenvolvidos "in vitro" em laboratório (curativos de p o l iu re t a n o, h i d ro c o l oi d e , hemicelulose, vaselina). Mas todas possuem algum nível de limitação: são caras, agem muito devagar, ou só podem ser usadas por um curto período. Segundo os resultados do estudo feito na universidade canadense, o aparelho desenvolvido é promissor por não ter tantos fatores limitantes. O próximo pass o, que de ve acontecer em breve, é o início de testes em humanos. Um dos principais desa os é desenvolver um procedimento médico que reduza ao máximo o risco de infecções - um dos maiores riscos no tratamento de queimaduras.

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A inteligência arti cial está por toda a parte — e agora, pode entrar dentro da sua boca. Em janeiro, a multinacional Procter & Gamble anunciou o lançamento da Oral-B iO, uma escova de dentes que usa a tecnologia para melhorar a higiene bucal, indo muito além das já conhecidas es covas elétricas giratórias. A proposta do novo produto é aliar o que há de melhor do ponto de vista clínico à exp eriência do usuário. Pensando nisso, uma série de novos atributos foram incluídos, como um rastreador que avisa quais locais da boca ainda precisam ser escovados e um display com cronômetro para checar se você está escovando os dentes pelo período adequado. O rastreamento é feito via conexão Bluetooth com o app do Oral-B iO, que mostra no seu celular quais dentes foram

es covados ou não. “Iss o é importante porque geralmente as pessoas tendem a dar menos atenção ao nal da escovação”, explica Lisa Ernst, vicepresidente global de pesquisa e desenvolvimento de cuidados bucais e cuidados com a saúde da P&G, que esteve presente no Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP). “O que observamos [em nossas pesquisas] é que, com essas instruções, os consumidores ganham resultados muito melhores, alcançam mais áreas da boca e têm uma escovação mais consistente”. Foram seis anos de pesquisa e desenvolvimento para chegar ao resultado nal do produto, que foi re c on he c i d o p el o C E S Innovation Awards, um dos principais eventos de tecnologia do mundo, realizado nos Estados Unidos em janeiro de 2020.

Um dos avanços que da escova com IA é um acionamento magnético que distribui melhor a e n e r g i a p a r a a s c e rd a s , tornando a escovação mais suave e sem ruídos. Além disso, a OralB iO combina movimentos rotativos com microvibrações, o que pode tornar a limpeza mais profunda. A escova também conta com um sensor inteligente que avisa quando o usuário está escovando os dentes com muita força e ajusta a frequência da escovação para proteger a gengiva e o esmalte dos dentes. Ela ainda vem com um estojo protetor e possui carregador magnético. O resultado de tudo isso foi comprovado nos testes com a escova: 83% dos pacientes com gengivite passaram a ter uma gengiva saudável após oito semanas; a remoção de placas gengivais foi seis vezes maior do que a média e, em apenas uma semana de uso, as gengivas caram 100% mais saudáveis. Mas o aspecto mais simpático da escova inteligente ainda está por vir: ela cumprimenta o usuário por meio do seu display personalizado. “Ela pode dizer 'bom dia' ou 'boa noite' para você e, quando você escova seus dentes corretamente, aparece um rosto sorrindo”, conta Ernst. O produto deve chegar às prateleiras norte-americanas em agosto de 2020, e ainda não tem previsão para desembarcar no Brasil.

Táxi voador Cora fará testes com passageiros na Nova Zelândia DIVULGAÇÃO

Empreendimento conjunto da Boeing com a fabricante de aeronaves Kitty Hawk, a Wisk está pronta para fazer seu táxi voador começar seus testes práticos. A aeronave, 100% elétrica, chamada de Cora irá iniciar seus trabalhos na região de Canterbury, na ilha sul da Nova Zelândia. Para a realização dos testes, a Wisk anunciou a assinatura de um acordo com o governo local. Entretanto, a empresa ainda precisa receber a certi cação da entidade que regula a aviação civil neozelandesa. O veículo já é testado desde 2017 e foi revelado ao público em 2018. Apenas no ano passado a

Cora, táxi voador da Wisk

Wisk foi formada o cialmente. O táxi voador comporta dois passageiros, funcionará com piloto automático e ainda terá um copiloto que irá monitorar o voo remotamente. A aeronave é capaz de levantar voo e pousar na vertical. Para isso, ela tem 12 rotores, voa a até 1.500 pés (aproximadamente 457 metros) de altura e pode chegar a uma velocidade de até 160 km/h. Ágil, Cora ainda

pode desviar de objetos medindo seis metros de comprimento e dez metros de largura. A Kitty Hawk tem como um de seus principais investidores o cofundador do Google, Larry Page. Segundo a empresa, a Nova Zelândia foi escolhida para o teste do táxi voador por ser "inovadora". A empresa ainda não informou como os usuários poderão solicitar o ser viço, mas provavelmente isso será feito por um aplicativo de celular.


CIÊNCIA 7

16 A 23 DE FEVEREIRO DE 2020

Nova espécie de tiranossauro é descoberta no Canadá UNIVERSIDADE DE CALGARY/GETTY IMAGES

O nome do predador — 'Thanatotheristes degrootorum' — é inspirado no termo grego para 'ceifador da morte'

Uma nova espécie de tiranossauro que viveu na América do Norte há 80 milhões de anos foi descoberta por cientistas no Canadá. O dinossauro viveu durante o nal do Período Cretáceo, o que torna a espécie de tiranossauro mais antiga da qual que se tem notícia. Há 50 anos, em 1970, paleontólogos haviam descoberto outra espécie de tiranossauro também no Canadá, chamada de Daspletossauro. O predador recém-descoberto foi batizado de anatotheristes degrootorum — o início do nome é o termo grego para "ceifador da morte", fazendo referência à gura da morte encapuzada. "Escolhemos um nome que representa o que foi esse tiranossauro na época em que vivia no que hoje é o Canadá. Ele era o único predador de grande porte a reinar absoluto na

região", diz a paleontóloga e coautora da pesquisa, Darla Zelenitsky, da Universidade de Calgary, no Canadá. "Ele foi apelidado de anatos". Cientistas dizem que a nova descoberta dá a eles pistas sobre o processo evolutivo dos tiranossauros. Com 2,4 metros de altura, o animal tinha um porte intimidador. Assim como o fóssil do Daspletossauro e de seus parentes mais próximos, o anatos tinha um focinho longo com elevações no crânio e dentes com mais de sete centímetros de comprimento, a ados como facas. Um f a z e n d e i ro l o c a l e paleontólogo amador, John DeGroot, foi quem encontrou os primeiros fragmentos fo ss i l i z a d o s d a c ab e ç a d o anatos em 2010, ao percorrer uma trilha perto da vila de Hays, na província canadense de Alberta. A segunda parte do

nome cientí co do animal é homenagem ao fazendeiro. "Ficamos maravilhados ao encontrar a mandíbula. Sabíamos que era algo especial, pois podíamos ver claramente os dentes fossilizados", diss e DeGroot. Os tiranossauros, ou "lagartos t iranos", eram os maiores pre d a d ore s te r re s t re s qu e existiam e dominaram a Terra por milhões de anos até a extinção total dos dinossauros há 65 milhões de anos. No nal do Período Cretáceo, há cerca de 80 milhões de anos, os tiranossauros que habitavam a região da América do Norte se tornaram enormes, mas apenas poucos fósseis foram encontrados. Os paleontólogos esperam que com est a nova des cob er t a possam preencher algumas lacunas que ainda impedem melhor compreensão do desenvolvimento da espécie. "Podemos dizer que existem relativamente poucas espécies de tiranossauros", diz Zelenitsky. " Pe l a n a t u r e z a d a c a d e i a alimentar, esses predadores enormes eram raros em comparação com dinossauros herbívoros". O estudo sobre o anatos foi publicado no mês passado na revista cientí ca Cretaceous Research.

Brasileiras criam pomada natural para curar feridas de diabéticos O medicamento feito com óleo da erva baleeira se mostrou eficaz na cicatrização de feridas de portadores da diabetes – doença que gera altos índices de amputações de membros no País DIVULGAÇÃO

Professora Thais fazendo a extração do óleo da erva baleeira que é utilizado na pomada cicatrizante O Brasil é o 4º País do mundo em incidência de diabetes: 16 milhões de pessoas sofrem com a doença por aqui, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A di culdade do pâncreas em produzir insulina su ciente causa diversas consequências à saúde, como glicemia alta, sede, problemas na visão e di culdade para cicatrizar machucados. Tratamentos e cazes contra a doença e seus sintomas são foco de muitos estudos cientí cos. É o caso de uma pesquisa da Universid ade Posit ivo, no Paraná, que desenvolveu uma pomada feita com óleo da erva baleeira para curar ferimentos de diabéticos. A enfermidade é a principal causa de amputações de membros em todo o mundo. As orientadoras ais Casagrande e Leila Maranho, junto com a aluna de mestrado Jéssica Martim, começaram a estudar a Cordia verbenacea, conhecida como erva baleeira ou maria-milagrosa, pois o avô diabético de Jéssica fazia um chá com as folhas para ajudar na cicatrização. Ao estudarem a planta – que pode ser encontrada ao longo da restinga do litoral brasileiro – elas viram que seu ól e o p o d e r i a s e r apl i c a d o diretamente nos ferimentos, em forma de pomada. Para testar a descoberta, as pesquisadoras utilizaram ratos de laboratório, que tiveram diabetes induzido. As cientistas

zeram pequenos machucados nos roedores e os dividiram em dois grupos: um que utilizaria a pomada e outro que não usaria tratamento algum. As cobaias foram observadas durante 18 meses de estudo, e os resultados surpreenderam: os animais tratados com a pomada apresentaram melhora na lesão apenas com oito dias de tratamento. Após 15 dias, a ferida já tinha fechado quase totalmente. “A cicatrização ca linda. Sem quaisquer problemas”, diz Maranho. As cientistas a rmam que a pomada não causa dor, ardência ou formigamento, nem tem cheiro forte. "Importante ressaltar que o trabalho foi aprovado previamente pelo Comitê de Ética em Uso de Animais em Pe s qu i s a d a Un ive rs i d a d e Positivo e seguiu as recomendações do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) para garantir toda cautela e cuidados éticos com os animais”, disse ais, em

nota à imprensa. A maior di culdade do estudo, no entanto, não foi observar a e cácia do óleo. A extração da Cordia verbenácea precisa da autorização de órgãos ambientais, p orque é uma vegetação protegida. Além disso, a colheita deve ser feita no período certo para que os princípios ativos sejam preservados. No caso, o local escolhido foi São Francisco do Sul, em Santa Catarina. O próximo passo das pesquisadoras é patentear o medicamento e tentar que alguma empresa farmacêutica se interesse em comercializá-lo. “A pomada vai ser boa não só para quem tem diabetes, ela pode ser usada em qualquer pessoa, sem qualquer restrição", ressalta Jéssica. Ela também acrescenta que o produto poderia ser mais barato em relação aos que existem no mercado atualmente – e que preservar a erva baleeira é essencial. "As pessoas devem cultivar mais dessa planta para preservar a espécie”, recomenda.

Sinais de rádio com 'estranha' Peças de jogo de tabuleiro de 1.200 frequência vindos de galáxia anos são encontradas no Reino longínqua intrigam cientistas Unido ©DIGVENTURES E UNIVERSIDADE DE DURHAM

©JAMES JOSEPHIDES/UNIVERSIDADE DE TECNOLOGIA SWINBURNE FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Curtas, fortes e frequentes são as características das emissões de rádio FRB 180916.J0158+65. Os sinais têm chegado ao nosso planeta em ciclos de 16 dias, com um ou dois estrondos por hora a c a d a qu at ro d i as , e e nt ã o desaparecem por um intervalo de 12 dias. Sua origem foi descoberta por um grupo de astrônomos do telescópio Chime da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá. Trata-se de uma galáxia localizada a 500 milhões de anos-luz no S i s t e m a S o l a r, c u j a s emissões de rádio ocorrem com uma exatidão semelhante à batida de um relógio. Contudo, os cientistas agora

querem descobrir a razão de tal fenômeno e entre as hipóteses gura a possibilidade de vida alienígena. Acredita-se que a emissão de rádio teria tal frequência devido à ação ou de um buraco negro ou outro corpo celeste que por vezes esteja

interferindo na emissão. Embora os astrônomos do Chime não tenham considerado a hipótese de vida alienígena, os

cientistas Jocelyn Bell Burnell e Antony Hewish, que identi caram uma pulsação semelhante ainda em 1967, acham que tal é possível. "Nós não acreditávamos que tínhamos captado sinais de outra civilização, mas obviamente isso passou pela nossa cabeça, enquanto não tínhamos uma prova que determinasse o caráter totalmente natural da emissão de rádio", disse Burnell, citada pelo tabloide Daily Star. De qualquer forma, enquanto não houver provas irrefutáveis da origem totalmente natural dos sinais, a possibilidade de ser uma civilização alienígena se mantém.

Foi encont rad a na i l ha de Lindisfarne, Reino Unido, em um mosteiro, uma peça que os arqueólogos acreditam ser de um jogo de tabuleiro de origem celta e ger mânic a chamado Ta (tabuleiro, na língua nórdica antiga). Os pesquisadores também descobriram em Lindisfarne dois anéis de cobre, um pino de cobre

e uma pequena vela de bronze. Segundo indica o portal da empresa de escavação DigVentures, o mosteiro era famoso pela metalurgia. Mark Hall, um especialista em jogos romanos e medievais, descreveu a gura de Ta . "É extraordinário encontrar uma peça de vidro para jogos Ta como esta em perfeitas

condições. Elas são tão raras quanto os dentes de ganso", disse. A peça é de vidro azul brilhante, com padrão de riscos brancos e cinco bolas brancas semelhantes a uma coroa, que na opinião dos pesquisadores indica ser uma peça com poder privilegiado no jogo. De acordo com a equipe da pesquisa, a peça tem 1.200 anos, correspondendo, assim, a seu período de disseminação no norte da Europa entre os séculos IV e XII d.C. Os arqueólogos acreditam que o objeto foi originalmente enterrado em um mosteiro medieval com um m e mbro d e e l ite d o re i n o medieval de Northumbria, cuja sepultura foi mais tarde arrombada pelos vikings, quando a invadiram em 793.


8 BEM-ESTAR

16 A 23 DE FEVEREIRO DE 2020

DAVI MOURRAHY Professor, palestrante, coach, escritor e hipnoterapeuta

Um dos maiores desaos do mundo hoje são as mudanças SUPERINTERESSANTE.ABRIL.COM

O

mundo hoje muda cada vez mais rápido. Ele sempre mudou. A verdade é essa, mas nunca com tanta velocidade como nos nossos dias. As pessoas precisam acompanhar a velocidade das mudanças para sobreviver no mercado. Um campeão sabe que o jogo muda, as regras mudam. Tudo muda. Transformação é vida. A nossa mente é como

um paraquedas, se deixarmos fe chado, c aímos e nos arrebentamos. Se abrirmos, c amos no a lto, s a lvos, seguros e contemplamos uma beleza formidável. Uma empresa só se torna dinâmica quando as pessoas que estão nela têm a mente aberta para acompanhar as mudanças. Soa as pessoas que fazem que as coisas aconteçam na empresa, e são as pessoas que fazem com que

Amigos de infância fazem bem para

saúde até a vida adulta Nossas primeiras vidas sociais podem ter uma pequena inuência em nossa saúde física na idade adulta ISTOCK

O tempo gasto com amigos na infância está associado à saúde física na vida adulta, de acordo c om d a d o s d e u m e s tu d o publicado na revista Psychological Science. Segundo a pesquisa, meninos que passam mais tempo com amigos quando crianças tendem a ter pressão arterial mais baixa e menor Índice de Massa C orporal (IMC). “Essas descobertas sugerem que nossas primeiras vidas sociais podem ter uma pequena in uência em nossa saúde física na idade adulta. E não são apenas nossos cuidadores ou circunstâncias nanceiras que in uenciam, mas, também, nossos amigos que podem ser protetores da saúde”, diz a cientista psicológica Jenny Cundiff da Universidade de Tecnologia do Texas (EUA). O fato da associação ser evidente ao longo de um período de 16 anos, e não ter sido explicado por vários outros fatores potenciais, dá con ança para a pesquisadora sobre os resultados. Ela explica que não foi realizado um experimento e, sim, “um estudo longitudinal

bem controlado em uma amostra racialmente diversi cada”. Por conta disso, acredita que “fornece uma forte indicação de que ser socialmente integrado no início da vida é b o m p a r a a n o s s a s aú d e , independente de vários outros fatores como personalidade, peso na infância e status social da família na infância”, explica Jenny. Em muitos estudos anteriores, os pesquisadores descobriram uma associação entre o bemestar social dos adultos – incluindo suas relações íntimas e fontes de apoio social – e os resultados relacionados à saúde, incluindo fatores de risco c ard i ov a s c u l ar. Je n ny e a coautora Karen Matthews, da Universidade de Pittsburgh, questionaram se essa associação poderia ser evidente muito mais cedo na infância e na adolescência. Para descobrir, os pesquisadores examinaram dados do Pittsburgh Youth Study, um estudo longitudinal que usou meninos recrutados para estudar nas escolas públicas de Pittsburgh como amostra.

Especi camente, eles examinaram dados de 267 indivíduos na amostra mais jovem, a maioria dos quais eram negros (cerca de 56%) ou brancos (cerca de 41%). Os pais dos participantes relataram quanto tempo seus l ho s p ass ar am c om s e us amigos durante uma semana média, começando quando os meninos tinham cerca de seis anos e continuavam até os 16. O estudo também incluiu dados sobre várias características individuais (p or exemplo, extroversão e hostilidade na infância, saúde física na infância e na idade adulta) e fatores familiares e ambientais (por exemplo, status socioeconômico na infância, integração social na idade adulta). Análises revelaram que os meninos que passaram mais tempo com seus amigos na infância e adolescência, como relatado por seus pais, tinham pressão arterial e índice de massa corporal mais saudáveis aos 32 anos. Essa associação ocorreu mesmo após as pesquisadoras contabilizarem outras possíveis in uências, inclusive saúde física na infância e integração social na idade adulta. O estudo inclui apenas uma medida de integração social e não inclui medidas especí cas de processos siológicos ou função cardiovas c ular. As pesquisadoras esperam que em p e s qu i s a s f utu r a s p o ss am considerar outras mensurações que podem ajudar a compreender a ligação entre a saúde e os relacionamentos humanos.

as coisas não aconteçam. O grande problema nas e mp r e s a s é q u e mu i t a s pessoas ainda estão resistentes às mudanças e a uma palavra vital no mundo m o d e r n o : ap r e n d i z a d o. Acredite, você vai ter que desenvolver talentos que não tem.

Livro: As 7 Virtudes de um Profissional Campeão Profº Davi Mourrahy

Círculo de amigos diz mais sobre saúde e bem-estar do que aplicativos Segundo estudo, os amigos podem ser os melhores "monitores" do nosso bem-estar ISTOCK

Há inúmeros aplicativos rastreadores de atividades físicas e com eles é possível fazer suposições sobre a nossa própria saúde. Podemos analisar nossa frequência cardíaca para determinar o nível de estresse durante uma apresentação no trabalho, ou até nos considerarmos mais (ou menos) saudáveis com base no número de passos que damos até o nal do dia. Mas, para obter uma leitura melhor de sua saúde e bem-estar geral, seria melhor observar a força e a estrutura do círculo de amigos. É o que diz um estudo publicado na Biblioteca Pública de Ciências, PLOS One. Pesquisadores da Universidade de Notre Dame estão interessados em entender como a estrutura das redes sociais pode in uenciar no estado de saúde, felicidade e estresse. Os amigos podem ser os melhores “monitores” do bem-estar. “Estávamos interessados na topologia da rede social – o que a minha posição na minha rede prevê sobre minha saúde e bemestar?”, questiona Nitesh V.

Chawla, professor de Ciência da Computação e Engenharia da Notre Dame, e um dos principais autores do estudo. “O que descobrimos foi que a estrutura da rede social fornece uma melhora signi cativa na previsibilidade dos estados de bem-estar de um indivíduo”. Para o estudo, os participantes usaram um aplicativo que c a p t u r a d a d o s d e comportamento de saúde – como passos, sono, frequência cardíaca e nível de atividade – e completaram pesquisas e auto av a l i a ç õ e s s obre s e u s sentimentos de estresse, felicidade e positividade. Chawla e sua equipe analisaram e modelaram os dados usando o aprendizado de máquina, juntamente com as características da rede social de um indivíduo, incluindo grau, centralidade, coe ciente de agrupamento e número de triângulos. Essas características são indicativas de propriedades como conectividade, equilíbrio social, reciprocidade e proximidade. A estrutura da rede social

proporcionou uma melhora signi cativa na previsão da saúde e bem-estar de uma pessoa, em comparação com apenas olhar para dados de comportamento de saúde do aplicativo sozinho. Por exemplo, quando a estrutura da rede social é combinada com os dados derivados de wearables (tecnologias vestíveis), o modelo de aprendizado de máquina alcançou uma melhoria de 65% na previsão de felicidade, 54% de melhoria na previsão de saúde auto avaliada, 55% de melhoria na previsão de atitude positiva e melhoria de 38% na previsão do sucesso. Os pesquisadores sugerem que uma maneira de usar esses resultados de pesquisa é no local de trabalho. Empregadores que dão rastreadores de saúde aos trabalhadores para incentivar uma melhora na saúde podem sugerir que compartilhem o progresso em uma plataforma de mídia social, ou seja, construir uma rede onde possam compartilhar suas experiências uns com os outros.


SAÚDE 9

16 A 23 DE FEVEREIRO DE 2020

O que é coqueluche e Insulina em pó chega por que você precisa às farmácias se proteger contra ela Medicamento inalável foi liberado pela Anvisa no ano passado, com preços a partir de 1.900 reais

Doença da “tosse comprida” tem aparecido com mais frequência nos últimos anos — em adultos, ela parece um resfriado comum, mas em crianças pode levar à morte

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LUISELLA PLANETA LEONI/PIXABAY

Afrezza: primeira insulina inalável do País

Febre baixa, coriza, espirros, falta de apetite, mal-estar e, o mais importante, uma tosse que não vai embora. Parece uma gripe, mas pode ser coqueluche. A doença respiratória, também conhecida como pertussis, é caracterizada por acessos de tosses em que o doente ca sem condições de respirar entre eles. Provo c a d a p e l a b a c t é r i a Bordetella pertussis, a coqueluche foi bastante controlada a partir da década de 1990 graças à vacinação. Quando a cobertura vacinal chegou a quase 100%, entre 1998 e 2000, a incidência baixou de 10,6 casos a cada 100 mil habitantes para 0,9 casos a cada 100 mil no Brasil. Mas esse cenário voltou a mudar a partir dos anos 2010, com aumento signi cativo dos casos entre adultos e adolescentes. Entre 2010 e 2014, o número de infectados cresceu 13 vezes no País. Em 2019, estados como Pernambuco tiveram aumento de 101% nos casos da doença. Estudos mostram que isso se

deve, em grande parte, à falta de imunização — o que é um pro b l e m a : s e n o a du lt o a coqueluche não passa de uma “gripe”, em crianças ela é muito perigosa. O caso é preocupante especialmente em bebês de até um ano de idade, que ainda não receberam todas as doses da vacina. Nesses casos, a infecção respiratória pode evoluir para pneumonia, parada respiratória, convulsões e até morte. A transmissão da bactéria acontece por meio de gotículas eliminadas quando a pessoa fala, tosse ou espirra. Se um adulto infectado faz isso perto de um bebê, portanto, o risco é alto. Por isso, é importante se informar e se prevenir. Sintomas No primeiro estágio, que dura até duas semanas, os sintomas parecem com os de um resfriado. No segundo, o mais severo e duradouro, a tosse se torna descontrolada e pode comprometer a respiração. A doença dura entre seis e 10

semanas, dependendo do tratamento. Diagnóstico O diagnóstico é clínico, feito com base nos sintomas, mas exames laboratoriais podem acusar a presença da bactéria em amostras retiradas do nariz e da faringe. Tratamento O tratamento é feito basicamente com antibióticos, mas crianças podem precisar ser internadas para prevenir complicações. Prevenção A vacinação, especialmente nos pequenos, é a melhor forma de prevenir a doença. A tríplice clássica (DPT), contra dieria, coqueluche (pertussis) e tétano, é parte do Calendário O cial de Vacinação do Ministério da Saúde. É raro que pessoas vacinadas contraiam a doença, mas, em casos de contato íntimo com portadores ou em surtos, é recomendado tomar uma dose extra contra dieria, coqueluche e tétano acelular (DPTa).

As farmácias brasileiras começaram a receber o primeiro tipo de insulina em pó do me rc a d o. O me d i c ame nto chama-se Afrezza e é voltado aos pacientes que tratam de diabetes. Os preços partem dos 1. 900 reais. O uso é feito por meio da inalação. Até então, o mercado contava apenas com versões injetáveis. No novo formato, a insulina acessa os pulmões e só depois chega à corrente sanguínea, onde deve diminuir

os níveis de açúcar. A vend a do remé dio foi liberada pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no ano passado. O valor de 1.900 reais é oferecido aos cadastrados em um programa de pacientes, no site do laboratório Biomm, responsável por sua manipulação. Fora desse plano, o preço original sobe para 2.535,64 reais. A dosagem nesta modalidade tem duração estimada para um mês de uso — mas esse tempo pode mudar, a

depender da aplicação prescrita pelo médico. Ap esar da facilidade prometida, o produto tem restrições junto a fumantes, pacientes pulmonares e menores de 18 anos. Além disso, não deve substituir de vez o método injetável, que tem ação prolongada. A inalação do medicamento deve ocorrer três vezes ao dia, antes das refeições. De acordo com o laboratório, a ação no organismo ocorre em até 15 minutos após a aplicação.

Comer brócolis e couveflor ajuda a eliminar gordura no fígado Pesquisadores descobriram que substância encontrada em vegetais crucíferos produz indol, que ajuda a “quebrar” gordura presente no órgão de quem tem esteatose hepática CREATIVE COMMONS

Um e s t u d o l i d e r a d o p o r cient ist as do inst ituto de pesquisa norte-americano Texas A&M AgriLife Research observou que um composto natural chamado indol, encontrado em muitos vegetais crucíferos, como brócolis e couve- or, pode ser usado para combater doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), também conhecida como esteatose hepática. A esteatose acontece quando o fígado ca “marmorizado” de gordura, muitas vezes devido a dietas com ingestão excessiva de gordura s aturad a. S e não tratada, a condição pode se agravar para um câncer ou cirrose. No estudo, publicado no periódico cientí co Hepatology, os pesquisadores examinaram concentrações de indol em pessoas, animais e células individuais para d e t e r m i n ar s e u e fe it o n a i n a m a ç ã o h e p át i c a e o s benefícios da substância para indivíduos com DHGNA. Os pesquisadores analisaram 137 pessoas e perceberam que um índice de massa corporal (IMC) mais alto está associado a níveis mais baixos de indol no sangue. As taxas de indol em

pessoas obesas são mais baixas do que naquelas que estão em um peso considerado saudável. Insu ciência de indol também é m a i s f re qu e nt e e m qu e m apresenta gordura no fígado. Para determinar o impacto do indol na saúde, a equipe de pesquisa usou animais: uma parte foi alimentada com uma dieta pobre em gorduras e outra se esbaldou em alimentos gordurosos. Nos bichinhos que comeram itens ricos na substância, como os já citados vegetais crucíferos, acúmulo de gordura e a in amação no fígado diminuíram signi cativamente. "Com base nesta pesquisa, acreditamos que alimentos saudáveis com alta capacidade de produção de indol são

essenciais para a prevenção da doença hepática gordurosa não alcóolica, e são bené cos para melhorar a saúde das pessoas que a possuem", disse Chaodong Wu, pesquisador da Texas A&M AgriLife e principal autor do estudo, em nota. "Este é outro exemplo em que alterar a dieta pode ajudar a prevenir ou tratar doenças e melhorar o bem-estar do indivíduo". Segundo Wu, ele e sua equipe pretendem colaborar com c i e nt i st a s d e a l i me nto s e nutricionistas clínicos para examinar quais outros ingredientes saudáveis podem alterar a microbiota intestinal e aumentar a produção de indol. Mas, até lá, que tal já começar a colocar mais brócolis no seu prato?


10 Criança hoje, Criança amanhã

16 A 23 DE FEVEREIRO DE 2020

ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Associada ao Instituto de Direito de Família (IBDFAM) Agente de Cidadania pelo Instituto de Cultura e Cidadania A Voz do Cidadão Presidente da ONG Vozes de Anjos

C

ontinuando. A atitude reducionista e empobrecedora das Políticas Públicas de Educação traz, em si, a miséria do pensamento curto. É evidente que a criança e o adolescente não vão usar todos os conteúdos de todas as disciplinas. Mas, é a variação de critérios, que são as variáveis cientí cas, que vão acumulando robustez de raciocínio. Ou seja, a variação de disciplinas fomentará o aprender a pensar com todas as variáveis de um dado problema. Observamos com facilidade o empobrecimento de funcionamento cognitivo quando diante de um adulto que explicita um preconceito, ou a rma, peremptoriamente, uma conclusão de um so sma por impossibilidade do uso do pensamento pleno. É a evidência da estagnação da cognição naquela fase do pensamento intuitivo, quando a criança adquiriu a noção de permanência da quantidade de sub st ânc i a . E st a no ç ã o d e permanência falha, ou não a d qu i r i d a , l e v a à desconsideração dos outros parâmetros implicados em qualquer questão. O pleno desenvolvimento cognitivo, que consegue incluir todos os dados de uma questão, aumenta a

REPRODUÇÃO FACEBOOK

A importância e o alimento do desenvolvimento da inteligência na criança e as Políticas Públicas da Educação – Parte III

dimensão do pensar, permitindo levantar as hipóteses pertinentes. Este é o motivo de se ter várias disciplinas na escola. A escola deveria ensinar a pensar, a questionar, a duvidar, e a buscar respostas por pensamento lógico. Mas o que temos aqui é o empobrecimento curricular, a desvalorização do professor que é o preceptor deste processo de desenvolvimento cognitivo, a desorganização dos papéis professor x família, um e outro empurrando tarefas que descaracterizam a função de um e de outro. Não entrarei em searas já minadas pela manipulação social que tem

outros objetivos e nenhuma consistência. Re ro-me à desorganização intencional para que pseudojusti cativas iludam àqueles que não conseguem pensar por si mesmos. A polarização é uma evidência deste empobrecimento intelectual. É o So sma prestando seu serviço em induzir ao erro por um dualismo pobre e raso de possibilidade. É lamentável que o raciocínio espacial tenha sido atropelado pelo GPS e por aplicativos que dão a resposta imediata sem deixar que o caminho seja percorrido. Assim, também, o raciocínio temporal está carente

de estímulos. C omo bem remarcou Z. Bauman, sociólogo, ao dizer que a modernidade líquida aniquilou o tempo e o espaço. Um clique no teclado e você é transportado para outro país sem que nenhum tempo tenha sido gasto. A importância de aprender a ver as horas em ponteiros fazia parte do processo d e apre n d e r a e s p e r ar, d e apreender o que é um intervalo. Também o ensino curricular da Música estimulava o raciocínio sequencial, trazendo a noção de intervalos. Também a atividade física e as atividades manuais são facilitadoras da aprendizagem de regras, códigos e,

PELO MUNDO

especi camente, da noção de corpo. Pode parecer “atraso” o que escrevo, mas a modalidade virtual entrou na vida da criança antes de seu desenvolvimento cognitivo ser alicerçado e sem nenhuma re exão sobre como um dedinho que desliza numa tela de um celular ou tablet não recompõe a estimulação necessária. É um enorme equívoco, por exemplo, tomar este comportamento de um bebê deslizar o dedinho como sendo sinal de inteligência. O que ele busca com o dedinho irá hipnotizá-lo com as imagens rápidas, facilitará a vida do adulto que estiver com ele, mas não trará desenvolvimento cognitivo. Neste momento ele se bene ciaria do exercício de pinça n a , a q u e l a re s u l t a nt e d a oposição do polegar ao indicador, para usar um objeto como instrumento para uma ação, e que inicia a possibilidade de escrita com o lápis, cultura com o pincel, e ciência médica com o bisturi. E todos estes estímulos cognitivos precisam de armazenamentos especí cos, o que amplia a função mnêmica. A memór ia tem duas vias: o armazenamento e o resgate. Para que o indivíduo disponha de sua memória é preciso que ele tenha

tido a aquisição de guardar os dados de maneira organizada, com critérios que o orientem no momento em que o resgate lhe seja demandado. Portanto, faz necessário que ele automatize bem estas duas vias da memória. Durante a infância, a memorização só se dá pela experiência concreta, acompanhando o raciocínio que s e e n c am i n h a p e l o s c i n c o sentidos para, aos 15/16 anos, ser capaz de prescindir do objeto concreto, e fazer uma abstração. O p r o c e s s o d e desenvolvimento cognitivo é complexo, precisa de muita repetição para alcançar a meta do aprimoramento. Os rigores das leis cientí cas, que são a essência deste vetor, precisam ser seguidas à risca p orque deste rigor depende a qualidade do aprendizado. O acervo cognitivo é cada vez mais falido para a função de tornar uma criança curiosa num adulto pensante no sentido pro ssional, social e moral. As Po l ít i c a s P ú b l i c a s d e Educação têm andado na contramão. O nivelamento por baixo para dissimular fracassos imediatos aparecerá cada vez mais na de ciência cognitiva de nosso povo.

Por Haroldo Cordeiro Filho Michel Brugnoli, direto de Lugano Suíça

MICHEL BRUGNOLI

Lugano (Suíça)

DANIELA MARTINS FERNANDES

HAROLDO CORDEIRO FILHO

Igreja Nossa Senhora Mosteiro dos da Penha, Timbuí, Jerónimos, Belém, ES, Brasil (Portugal)


COMPORTAMENTO 11

16 A 23 DE FEVEREIRO DE 2020

ANA LUCIA Ana Lucia Bernardo Cordeiro

Professora

Recordar é viver! FOLHA VITÓRIA

Olá pessoal,

H

oje vou falar da escola de samba Chegou o que faltava. Fiz parte da primeira formação (na época era bloco), com vários amigos de Goiabeiras, em Vitória. Tenho ótimas lembranças de uma época ines que cível, qu ando eu e minhas irmãs des lávamos na Avenida Jerônimo Monteiro. Veja abaixo um pouco de como tudo começou.

E como diz a música "Recordar é viver", além das saudades daquela época, relembrar os amigos que nunca mais vi, os que

A escola de samba Chegou o que faltava surgiu em 1973, como Bloco do Hi-Fi, um time de futebol do bairro Goiabeiras. No ano seguinte, foi formada uma comissão para escolher um nome para formar um bloco de embalo. Em 1976, a escola des lou no Carnaval de Vitória ainda como Bloco Chegou o que faltava. A animação foi tão grande que o bloco virou escola em 1982. A Chegou o que faltava nunca venceu um carnaval. Seu melhor resultado foi em 1987, quando foi

ainda vejo e os que já partiram, não tem preço. E viva o carnaval!! FERNANDO MADEIRA/A GAZETA

vice. Em 1984, a Chegou o que faltava passou a des lar como escola de samba no primeiro grupo como o enredo "Forrobodó, uma festa nordestina". Nos anos seguintes, des lou com os enredos "Na terra dos balangandãs, quem tem olho é rei" (1985); "Azul do jeito que eu vejo a vida" (1986); "Guerra nas estrelas" (1987); "Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima" (1988); "O periquito da sorte" (1989); "Os grandes amores através dos tempos" (1990) e "Ilegal, imoral e engorda" (1991). Após interrupção de cinco anos, a partir de 1993, o des le das escolas de samba capixabas retornou em 2000 com o enredo "Das cinzas para a eternidade, C he gou o qu e f a lt av a nã o morreu". No ano seguinte saiu com o "Ziriguidum, agora sim, 2001", um carnaval futurista na Jerônimo Monteiro, levantando arquibancadas. A partir de 2002,

o des le voltou a ser competitivo, mas a escola, apesar de sempre sair com bons sambas-enredo, cou longe da disputa do título. Foi a penúltima colocada em 2002 com "Refestança", quando des lou de baixo de forte chuva, e a última em 2003 com "Estórias e lendas de um pescador de Ilha das Caieiras", dois belíssimos sambas, mas des les fracos. A perda de pontos excessiva, fez com que a escola fosse suspensa por dois anos dos des les. De volta em 2005, a e s c ol a prome t i a br i nc ar o carnaval com um enredo irreverente e satirizado "Quem ri por último, ri melhor". Mas o des le, apesar de empolgar o público, não se apresentou dentro do regulamento e a escola cou com uma das menores pontuações de sua história. Buscando resgatar e fazer o melhor, a escola renovou a sua diretoria e vem trabalhando para unir todos os blocos que des lam na zona norte da capital.

Mulheres são mais cobradas para ser simpáticas do que homens Em pesquisa conduzida por cientistas alemães, interação entre homens não dependeu do grau de simpatia de cada um – já as relações envolvendo mulheres, sim CREATIVE COMMONS

Um novo estudo publicado no periódico cientí co e Economic Journal constatou que a boa relação de mulheres com pessoas de ambos os sexos depende do grau de simpatia delas – o que não acontece com os homens, que não precisam mudar seu comportamento. Pa r a c o n d u z i r a i nv e s t i g a ç ã o, pesquisadores das universidades de Hamburgo e de Frankfurt, na Alemanha, criaram uma espécie de jogo: divididos e m d u p l a s , h o m e n s e mu l h e r e s avaliavam a simpatia uns dos outros com base em fotogra as. Em outro momento, eles zeram uma

atividade em que investiam dinheiro em projetos. Os homens contribuíram, em média, com 4,05 euros e as mulheres, com 3,92 euros. Mas isso dependia do grau de simpatia – e do sexo – de quem estava em cada time. Os estudiosos perceberam que quando homens estavam em equipes com outros homens, independentemente do quão simpáticos eram, eles contribuíram com quantidades semelhantes. O comportamento mudava quando se t r at av a d e mu l h e re s : s e f o s s e m consideradas pouco agradáveis pelos rapazes, eles diminuíam pela metade o

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valor investido. Já em times femininos, se havia alguma mulher considerada pouco simpática, a contribuição diminuía em 30%; e, se fosse um homem desagradável, caía em 37%. Com isso, os pesquisadores concluíram que, para as mulheres, a simpatia é levada em conta

em todas as interações. Já para os homens, a simpatia é importante apenas nas interações com o sexo oposto. " No s s o s re s u l t a d o s s u g e re m a existência de um fator de simpatia que oferece uma nova perspectiva sobre as diferenças de gênero nos resultados do

mercado de trabalho", disse Leonie Gerhards, principal autora do artigo. "Embora a simpatia seja importante para as mulheres em todas as suas interações, só importa para os homens se elas interagirem com o sexo oposto".


12 OLHAR DE UMA LENTE

16 A 23 DE FEVEREIRO DE 2020

HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Assim caminha a nação – Parte 1 Nesta entrevista o ex-parlamentar, João Coser, se diz um verdadeiro socialista e faz uma reflexão sobre o seu partido. “O PT pode ter defeitos como todos têm, sabemos que em agrupamento de pessoas há sempre gente com problemas, mas, o conceito de sociedade do partido é muito mais amplo, sempre foi pensar no mais pobre, no mais necessitado... eu diria que ele é quase bíblico” JOÃO COSER

J

REPRODUÇÃO INTERNET

oão Coser, advogado aposentado e com quarenta anos de política. Seis mandatos no currículo: dois como deputado estadual, dois na Câmara Federal e dois como prefeito da capital, Vitória. Com muita serenidade e convicção, na terça-feira (11), recebeu nossa coluna e falou ao colunista e editor político, Haroldo Cordeiro Filho, um pouco da sua vida pessoal, hoje vivida tranquilamente ao som dos pássaros e muito verde em seu sítio localizado no distrito de Timbuí, município de Fundão e de sua perspectiva sobre o momento sociopolítico que o Espírito Santo e o País vêm atravessando. “Estou há um ano vivendo aqui no sítio, apesar dele existir há mais de vinte anos, nunca morei aqui, está sendo a p r i m e i r a v e z . Já m e a p o s e n t e i formalmente e agora estou, aos poucos, deixando as atividades políticas. Não tenho mais nenhuma disposição ou pré-disposição para disputar cargo eletivo, nem mesmo no partido. Estou num estágio bem de passagem, claro que vou continuar contribuindo com o partido, a nal, tenho 40 anos de PT, sou o 5º liado e fui o primeiro executivo municipal de Vitória. Sou dirigente desde que o PT começou a existir e dei uma grande contribuição, tenho muito orgulho, consciência tranquila e sentimento de dever cumprido”. “Sempre pensei numa sociedade mais justa, mais fraterna, mais humana. Nosso projeto de sociedade sempre foi pautado num modelo inclusivo, pensando no ser humano. O PT pode ter defeitos como todos têm, pois sabemos que em agrupamento de pessoas há sempre gente com pro bl e m a s , m a s , o c on c e it o d e sociedade do partido é muito mais amplo, sempre foi pensar no mais pobre, no mais necessitado. Eu diria que ele é quase bíblico”, explica Coser. “Cu mpr i b e m m i n has t are f as . Comecei no sindicato, lutando por direitos trabalhistas, carteira assinada, as lutas nossas eram lutas básicas mesmo, lutas em defesa do trabalhador. Fiquei muito tempo no sindicato, fui para a Central Única dos Trabalhadores em defesa de todas as categorias e fui eleito deputado estadual assim. Nessa luta sindical, fui para Brasília como deputado federal e, apesar de ter conseguido mais de 520 mil votos, não consegui me eleger senador, perdendo p a r a G e r s o n C a m at a , p e l a s u a

experiência e Magno Malta, porque era uma novidade na época”, lamentou. “Dois anos depois, consegui me eleger prefeito de Vitória, uma benção. Assumi num período que tinha Lula na presidência e Paulo Hartung, como governador, dois amigos que me ajudaram muito na gestão e assim fui prefeito por dois mandatos”. “Passei por muitos momentos difíceis, mas sou muito grato pelo o que as pessoas zeram por mim, nas críticas, na colaboração. Com mandato ou sem mandato, as pessoas nunca mudaram comigo, tenho uma gratidão extraordinária. Estou me sentido muito feliz, carreguei um monte de pedras, entreguei as pedras e, agora, estou respirando”, falou aliviado. “Me aposentei, a minha lha Karla já é advogada e meu lho, Luiz Carlos, já está com o curso de medicina bem avançado, ou seja, estão caminhando com as próprias pernas, a vida está bem arrumadinha, no sentido pessoal”. Coser diz que, como todo cidadão

brasileiro, tem suas preocupações com o futuro do País. “Eu, como todo brasileiro que tem um pouco de consciência, estou extremamente preocupado, muita coisa ruim vem acontecendo no Brasil, por opção de governantes. A gente não tem dimensão do estrago que está sendo feito no País, com as medidas tomadas pelo atual governo. O que estamos vendo é um governo vendendo tudo que a gente tem, entregando todas as nossas empresas importantes, queimando nossas reservas. O Brasil vai entrar em plena miséria, pobreza absoluta. Estou falando de desemprego, subemprego. Os programas sociais, que foram conquistados, estão sendo reduzidos gradativamente”, alertou. “A verdade é que o Brasil está em queda livre em todas as áreas, crise na cultura, na área ambiental, crise com os índios, crise com quem trabalha. Os direitos trabalhistas não existem mais. Temos uma elite superprivilegiada, uma elite meio militar, meio judiciária,

meio parlamentar. Os poderes se privilegiam com grandes salários e aposentadorias e a maioria absoluta do povo sequer vai se aposentar. Nossos lhos di cilmente se aposentarão neste modelo que está sendo implantado. Hoje, a juventude não fala mais em pagar a Previdência, hoje pensam em outras opções menos a Previdência

o mundo era o da Previdência Social e o Sistema Único de Saúde (SUS), nesse último eu digo que são poucos os países onde a saúde atende pobre, rico, milionário, no mesmo lugar, e observe que de vez enquanto eles dão uma “cutucadinha” no SUS também”, analisa. Para Coser, o governo Casagrande é u m gove r n o mu it o c aut e l o s o e TATI BELING

DIVULGAÇÃO

Social”, lamentou. “O que era um projeto de nação, ou seja, pensar no idoso, no coletivo, contribuo para você e você contribui para outro, esse conceito desapareceu com a nova reforma da previdência, passa a ser um conceito individual. Quem ganha cem reais, vai viver com os cem reais e se ganhar mil reais, vai viver com esses mil reais. Hoje ninguém se preocupa se você vai comer ou não, a velhice vai ser dura para a geração de hoje, isso é certo”, sentencia. “Sempre defendi o limite de idade para aposentadoria, mas os outros critérios deveriam ter sofrido alguns ajustes, não deviam ter acabado com o sistema solidário, que era uma das coisas mais bonitas que o Brasil tinha. Dois projetos que eram referência para

inteligente. “Na minha avaliação, ele melhorou o quadro de secretariado, são mais quali cados. Ele avançou muito ne ss e s e nt i d o, p ass ou p or u ma experiência e voltou com mais porte, veio bem. Gosto da equipe dele. Outro ponto importante é que ele tem recursos, tem reserva no caixa, inclusive com os benefícios com as renegociações dos royalties e, sabendo disso, ele tem um programa com projetos de grandes investimentos no Estado, vai ser bom para o Espírito Santo. Se ele acertar nos focos, pensando mais nas pessoas e menos em aplausos, Renato Casagrande vai se consolidar como um grande governante e isso não é somente uma torcida, mas minha avaliação”. Continua na próxima edição.


BRASIL 13

16 A 23 DE FEVEREIRO DE 2020

A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

Renato Casagrande (PSB-ES)

Luiz Pastore (MDB-ES) ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Fórum Nacional dos Governadores

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Sérgio Vidigal (PDT-ES)

DERICK NUNES

Obras do Contorno do Mestre Álvaro

BR-393 e compra de caminhãoprancha

Renato Casagrande participou, nesta terça-feira (11), do 8° Fórum Nacional dos Governadores, em Brasília-DF. Com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, os chefes dos Executivos estaduais debateram sobre a tributação dos combustíveis. Para Guedes, a fala do presidente da República, Jair Bolsonaro, não diz respeito à redução imediata do preço dos combustíveis. Casagrande a rmou que o governo do Estado segue aberto à discussão do tema. “A forma como o assunto foi lançado causou um impacto imediato. Em nenhuma hora foi explicado que era uma condição de longo prazo. O ministro Paulo Guedes disse que ninguém pode abrir mão de receita imediatamente. Com o Pacto Federativo, vai ter o fortalecimento dos Estados e dos Municípios, além da aprovação da reforma tributária. Só que a interpretação dada pela sociedade é de que o presidente Bolsonaro estava fazendo um desa o para que fosse imediato. A avaliação do ministro Guedes é um convite para que a gente possa achar um caminho no médio e longo prazo. Na visão dele, nem a União e nem os Estados podem abrir mão de receitas”, disse Casagrande.

O senador Luiz Pastore recebeu, nesta terça-feira (11), o prefeito de Muqui, Carlos Renato Prúcoli, e o vereador Sérgio Luiz Anequim, o Camarão, para tratar de obras de pavimentação de um trecho da BR393 e da compra de um caminhão-prancha para a agricultura da cidade. Sobre a BR, o prefeito pede a intervenção do senador junto ao Governo Federal para garantir a pavimentação de 39 quilômetros entre Muqui e Bom Jesus do Norte. Já o vereador Camarão entregou ofício solicitando recursos para aquisição de um caminhão-prancha para os agricultores da cidade. Pastore disse ao prefeito e ao vereador que vai pautar as demandas em reunião com a Bancada Federal do Espírito Santo, no Congresso Nacional. TATI BELING/ALES

Sérgio Majeski (PSB-ES) Economia no gabinete de Majeski supera os R$ 2 milhões

ROQUE DE SÁ/AGÊNCIA SENADO

Fabiano Contarato (Rede-ES) Contra o PL nº 191/2020

SITE DO PARLAMENTAR

"Em uma frente ampla de parlamentares, na Câmara dos Deputados, nesta quartafeira (12), iniciou-se um movimento para pedir ao presidente da Casa que devolva ao Presidente da República o Projeto de Lei nº 191/2020 por entendermos que é inconstitucional. Fere direitos dos povos or i g i n á r i o s c on s a g r a d o s e m n o s s a Constituição Federal (Art. 231) e, também, o cumprimento do direito de consulta nos moldes da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e parágrafo 3° do mesmo Art.231 da CF. Não se leva em conta os impactos que uma corrida exploratória de mineração pode ter na Amazônia. A nal, o que aprendemos com Mariana, Brumadinho e outros desastres? A arrogância e a ganância não podem se sobrepor aos bens maiores a serem protegidos: vida humana e meio ambiente. Esperamos que esse projeto não chegue ao Senado Federal. Se chegar, seremos resistência. Não caremos quietos enquanto os indígenas e a Amazônia são dizimados!".

Evair de Melo (PP-ES) Vitoria Stone Fair

Já e s t á t r am it an d o n a Assembleia Legislativa do ES (Ales) o Projeto de Resolução PR 002/2020, de autoria do deputado estadual Sérgio Majeski (PSB), para reduzir o número de assessores nomeados nos gabinetes dos parlamentares. “Desde quando assumi o mandato trabalho com equipe reduzida de assessores. Coloquei em prática o que acho que é certo e, novamente, apresento um projeto para diminuir o número de servidores comissionados em todos os gabinetes. É muito importante garantir e ciência, economia e o bom uso dos recursos públicos”, destaca Majeski.

Evair de Melo participou de mais uma edição da Vitoria Stone Fair | Marmomac Latin Amer ic a 2020, que abre o c a lend ár io internacional de eventos do setor. O evento, que é o principal encontro do setor de rochas no Brasil e nas Américas, teve início dia 11 e terminará nesta sexta (14). A feira conta com a presença de grandes nomes do setor de rochas ornamentais e suas tecnologias. Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Comércio Internacional e do Investimento (FrenCOMEX), o deputado federal trabalha em diversas frentes do comércio exterior, principalmente em defesa do setor de rochas ornamentais.

V i d i g a l proto colou documento no Ministério da Economia solicitando liberação de emenda impositiva para a continuação das obras do Contorno do Mestre Álvaro, na Serra. “As obras do Contorno do Mestre Álvaro são importantes para proporcionar melhor mobilidade para a população, principalmente a serrana, segurança viária e desenvolvimento local”, defendeu Sérgio Vidigal. ###

Construção de escola no bairro Carapebus, na Serra Em reunião com a comunidade do bairro Carapebus e o secretário de Estadual de Educação, Vítor de Ângelo, na segunda-feira (10), o deputado solicitou a viabilização de mais uma escola para atender crianças e adolescentes da região. A reivindicação dos moradores é que está faltando vagas nas escolas próximas à comunidade, devido ao aumento populacional. “A escola é o evento mais importante na vida de uma criança e, se elas não têm esse acesso, os pais podem ser responsabilizados pelo Conselho Tutelar”, comentou Vidigal. Vale lembrar que, em 2012, enquanto prefeito, Vidigal entregou o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Sandra Maria Nepomuceno Dallabernardina à comunidade. TATI BELING/ALES

Deputado Marcelo Santos (PDT-ES) Debate sobre a desestatização da Codesa O processo de desestatização da Companhia de Docas do Espírito Santo (Codesa) será debatido nesta sexta (14), às 14h, através do Grupo de Trabalho da Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (CoinfraES). Segundo o deputado estadual e presidente do Colegiado, Marcelo Santos, na reunião serão debatidos os impactos positivos e negativos da nova fase que a Codesa vive no mercado. “Iremos conversar sobre a atual situação da Companhia e acredito que conseguiremos dar importantes passos para que tenhamos um cenário com melhores resultados para a economia do Estado, debatendo os melhores caminhos a serem seguidos pela Codesa", disse o presidente da CoinfraES, Marcelo Santos.


14 SER ESPORTE

16 A 23 DE FEVEREIRO DE 2020

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continua, já que muitos deles e outros que não têm a d i s p on i bi l i d a d e d a pr át i c a durante a semana, se encontram no local para as disputadas e animadas partidas. Quem quiser participar é só comparecer no local a partir das 8 horas da manhã.

novas amizades. Na pr ai a d e C ambu r i e m Vitória, em frente ao Serviço de Orientação ao Exercício (SOE), tem uma galera que durante a semana pratica o esporte sob a orientação dos professores e estagiários de Educação física que trabalham diariamente no local. A participação é gratuita e basta comparecer ao módulo, fazer uma avaliação médica e, ap ós a veri cação de suas condições físicas, o pretendente começa a frequentar as aulas.

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Nos nais de semana a diversão

ótima oportunidade de fazer

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maneira simples, na busca do mesmo objetivo: fazer a bola cair na quadra adversária. O contato físico durante as partidas é quase nulo, o que colabora para manter a integridade física dos participantes. As vantagens da prática do esporte são o desenvolvimento motor, cognitivo, siológico e social. Dentre os seus benefícios podemos destacar: condicionamento físico, coordenação motora, força, agilidade, melhoria da qualidade do sono, combate ao estresse e à ansiedade e, principalmente, uma

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O

vôlei adaptado é um dos esportes que está atraindo a cada dia mais adeptos. Surgido para atender, principalmente, as pessoas da terceira idade, vemos hoje a participação de praticantes m a i s j ov e n s q u e v i r a m n a modalidade a oportunidade de combater o sedentarismo e iniciar uma nova e saudável atividade física. Adaptado do voleibol convencional, o esporte tem nos seus movimentos básicos como saque, recepção e ataque, a possibilidade de ser realizados de

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Como elefantes lidam com os mortos? Estudo investiga pela primeira vez Não são apenas os humanos que sofrem com a perda de entes e amigos queridos. Alguns desses animais foram vistos emitindo sons e tentando levantar ou puxar cadáveres de colegas PEXELS

Não somos apenas nós, os humanos, que sofremos com a morte de pessoas queridas. O luto já foi observado em diversas espécies de animais, dentre elas os elefantes. Pensando nisso, especialistas norte-americanos realizaram um estudo pioneiro justamente para investigar como esses animais lidam com a perda de seus entes queridos.

Em um artigo publicado sobre o tema no periódico Primates, os p es quis adores cont am que revisaram 32 análises feitas por cientistas que observaram o comportamento de elefantes quando seus companheiros de grupo morreram. Apesar da variabilidade entre as fontes e metodologias, cou claro para a equipe que algumas atitudes

foram comuns a todos os animais avaliados. " O c omp or t am e nt o m a i s comum entre os elefantes em relação aos mortos incluía tocar, aproximar-se do animal morto e investigar a carcaça", disse Shifra Goldenberg, líder do estudo, em comunicado. "As motivações aos comportamentos observados são dif íceis de encont rar, mas

v ar i ar am cl ar am e nte entre circunstâncias e indivíduos". De acordo com a especialista, alguns elefantes visitaram os cadáveres diversas vezes. "É possível que a glândula temporal [no cérebro] de um elefante jovem seja ativada [quando ele está] no local da carcaça de sua mãe, o que está associada à emoção elevada", a rmou Goldenberg. A equipe também percebeu que os elefantes usam o olfato para identi car quando outros indivíduos estão mortos. Alguns, inclusive, foram observados emitindo sons e tentando levantar ou puxar elefantes caídos que haviam acabado de morrer. Para quem não sabe, esses a n i m a i s f o r m a m relacionamentos duradouros ao longo das décadas em que vivem na mesma manada, tendo níveis de afeto variados com indivíduos diferentes. Os elefantes vivem em sociedades complexas nas quais novos integrantes são

introduzidos, enquanto outros são deixados de lado. Para os especialistas, isso explica o motivo dessa espécie ter habi lidades cog nit ivas t ão aprimoradas, uma ótima memória e um olfato tão so sticado. Além disso, os elefantes se cumprimentam com suas trombas após passarem algum tempo separados com o intuito de atualizar seus companheiros sobre as informações sociais e espaciais que encontraram enquanto estiveram separados. A equipe acredita que o propósito

seja o mesmo quando esses estão em contato as carcaças, mas ainda não se sabe exatamente se isso é verdade. "Testemunhar os elefantes interagirem com seus mortos dá arrepios na espinha, pois o comportamento indica claramente sentimentos avançados", observou George Wittemyer, coautor do novo estudo. "Esse é um dos muitos aspectos magní cos dos elefantes que observamos, mas que [ainda] não podemos compreender completamente".

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GERAL 15

16 A 23 DE FEVEREIRO DE 2020

O que fazer para lidar com a falta de alguém As palavras podem despertar reflexões capazes de reinventar nossa forma de lidar com o sofrimento e a falta de alguém REPRODUÇÃO

A saudade é um sentimento misto. Podemos relembrar o passado com carinho e sentir alegria pelos momentos bons que passaram. Mas resgatar antigas memórias também pode causar melancolia, ressaltando alguns vazios de nossa trajetória. Pode ser saudade de amigos, do pai, da mãe, de um amor ou até de alguém que já se foi. Por isso, é importante re etir sobre o que sentimos, para buscar as melhores maneiras de lidar com as angústias do dia a dia. E uma ferramenta útil para nos ajudar nessa missão são as palavras. Lembranças podem nos guiar e trazer inspiração para que p ossamos conviver com as lacunas dentro de nós, principalmente em relação a quem morreu e a pessoas que sentimos falta, mesmo ainda presentes. Para muitos, o esquecimento pode ser o método mais e caz para superar a perda de alguém. Entretanto, não é possível apagar pessoas de nossa memória. Para a psicóloga Milena Lhano, o que está ao nosso alcance é a

ressigni cação das lembranças. "Devemos focar o pensamento nos bons momentos que vivenciamos com a pessoa e nos ensinamentos adquiridos", diz a especialista. Todos que passam por nossa trajetória deixam marcas e apegar-se a elas nos faz enxergar a saudade por óticas menos pessimistas. Não existe uma fórmula mágica para lidarmos com a perda. "Quando perdemos alguém, não se trata apenas da ausência física. Existe também a impossibilidade de concretizarmos sonhos e expectativas com aqueles que amávamos", a rma Milena. Para aceitar a nitude das pessoas e acontecimentos, é importante entender que o término de ciclos é inevitável. "Um pedaço de nós vai embora com o m de capítulos em nossa vida, mas as memórias permanecem", reforça a psicóloga. Portanto, nutrir boas memórias e s e r g r at o p or t e r t i d o a oportunidade de conhecer seres marcantes pode ser uma alternativa e caz para diminuir a

tristeza. Em casos mais graves, onde o luto nos impossibilita de continuar nossas trajetórias, é importante buscar a ajuda de quem amamos e também da psicoterapia. Milena Lhano explica que, psicologicamente, o ser humano tende a focar no que lhes falta. Estamos sempre pensando no que ainda não temos ou no que perdemos. Portanto, é normal valorizar ainda mais a presença de alguém quando sentimos o peso da ausência. A especialista

diz que devemos estar atentos a essas situações: "Muitas vezes, p o demos est ar ap egados a alguém, porque não conseguimos lidar com o vazio e a tristeza da solidão", alerta. Q u a n d o o l h a m o s excessivamente para o passado, ele pode transbordar para o nosso pre s e nte e d i m i nu i r no ss a satisfação com o que temos atualmente. Por tanto, é importante equilibrar as lembranças para que elas sejam fontes de força emocional e não

lembretes do que não podemos t e r. " R e s s i g n i qu e ant i g a s memórias para retirar o sofrimento delas e nutrir apenas as sensações positivas inerentes ao passado", indica Milena. Para ter paz diante da saudade, é necessário entender que precisamos resgatar aprendizados e boas sensações do passado. "Quando conseguimos fazer isso, deixamos uma parte da história viva dentro de nós", diz a psicóloga. Carregar momentos grati cantes em nossas mentes

pode ajudar a preencher o vazio deixado pela ausência, tornando o processo de superação menos doloroso. Os sentimentos alteram a nossa percepção de tempo. A saudade, por exemplo, pode trazer a sensação de que as horas estão passando lentamente, pois o vazio da falta nos deixa deprimidos. Entretanto, Milena Lhano a rma que o contrário t a m b é m p o d e a c o n t e c e r. "Algumas pessoas podem car ansiosas com a saudade, fazendo com que elas vivam no futuro", explica. Para Lhano, é importante driblar as distâncias para manter o amor vivo. Para isso, devemos cultivar os sentimentos que temos pelo próximo dentro de nós. "Dessa forma, a ausência física não irá apagar o brilho da relação", a rma. É possível fazer isso preser vando o contato frequente com quem amamos, para que essa pessoa não saia de n o s s a r o t i n a . " Ta m b é m é importante permitir que o outro se conecte conosco facilmente", explica a especialista.

Instalação de sistema Cientistas descobrem solar em telhados triplica no Brasil vírus misterioso no Brasil em 2019 com 90% de DNA Enquanto em 2018 foram acrescidos 30 mil sistemas, no ano passado número chegou a 95,3 mil LUCAS LACAZ RUIZ/FOLHAPRESS

A instalação de sistemas de produção de energia pela luz do sol nos telhados brasileiros triplicou em 2019 em relação ao ano anterior segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Enquanto, em 2018, foram acrescidas 30 mil instalações nas próprias unidades consumidoras do sistema elétrico brasileiro, em 2019 esse número chegou a 95,3 mil. Com esses novos equipamentos, hoje no País funcionam 145,3 mil estruturas que produzem a própria energia por meio da geração distribuída (GD) fotovoltaica. O número é referente apenas à produção local de energia solar (quando a geração é próxima ao lugar de consumo). Ao analisar t o d a a G D, i n c lu i n d o a produção compartilhada e remota, o total de instalações

feitas só no ano passado chega a 113,2 mil. Se somar tudo que há em funcionamento no País, de energia solar pela geração distribuída, independente do ano de instalação, chega-se ao total de 171 mil sistemas. Para Rodrigo Sauaia, presidente da Ass o ciação Brasileira de Energia Solar Fotovolt aic a (Abs ol ar), o aumento de informações sobre o assunto, o preço mais baixo e o peso da conta de luz impulsionaram esse avanço. "Reajustes pesados que fazem com que a conta de luz que cada vez mais cara, a tecnologia se tornando mais acessível e o consumidor tendo mais familiaridade com o que é a energia solar fotovoltaica têm ajudado as pessoas a decidirem p or a d o t a r [ e s s e t ip o d e sistema]", disse. Apesar do crescimento no ano

passado, ele a rmou que o número ainda é muito pequeno, indicando a incipiência do País em relação à geração de energia solar. "Hoje, todo o mercado tem 84,8 milhões de unidades consumidoras. Esse é o nosso potencial, número máximo de unidades que poderiam gerar sua própria energia. Então 171 mil é 0,2% disso, o que quer dizer que a ainda nem começamos", disse. Na avaliação de Rodrigo Pinto, pesquisador da Universidade da Califórnia, o cenário é outro. Ele disse não ver problema na baixa geração à noite, porque nesse período o consumo é menor, portanto, não haveria uma sobrecarga do sistema. Além disso, para ele, o País ainda está longe de ter uma matriz elétrica com grande participação da energia solar, ao ponto de isso impactar sua estrutura em períodos sem sol. Quando esse momento chegar, o valor das baterias de armazenamento de energia será m u i t o m e n o r, a r m o u o pesquisador. "Até isso [de não ter energia à noite] ser um problema, o preço da bateria para armazenar energia em casa vai estar tão baixo, que o equipamento de geração distribuída já vai vir embutido com ela".

desconhecido

Pesquisadores sequenciaram o genoma e descobriram atônitos que mais de 90% consistiam em genes nunca antes encontrados J. ABRAHÃO AND B. LA SCOLA/IHU-MARSEILLE/MICROSCOPY CENTRE UFMG-BELO HORIZONTE

A recente e intrigante descoberta deste novo vírus deixou a comunidade cientí ca perplexa. Um g r up o d e c i e nt i s t a s descobriu que o vírus tem genes desconhecidos, fazendo dele um dos mais estranhos já descobertos. Este vírus "misterioso", recolhido em protozoários do gênero amebas na lagoa arti cial da Pampulha, em Belo Horizonte, se revelou consideravelmente menor do que àqueles já conhecidos de infectar amebas. O bizar ro organismo foi descoberto em uma ameba no Brasil e deve o seu nome a uma mítica sereia. A equipe lhe deu o nome de "yaravírus", se inspirando em Yara, a "mãe de

todas as águas" na mitologia Tupi-Guarani, a sereia que habita rios e lagos. A equipe descreveu o vírus em um artigo publicado no portal de ciências biológicas bioRxiv, como "uma nova estirpe de vírus de ameba de origem e logenia desconcertantes". Depois de sequenciarem o seu DNA,

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

apuraram que 90% do mesmo era formado por genes desconhecidos Alguns dos genes do yaravírus se assemelham aos dos vírus gigantes que também infectam amebas, mas ainda não está claro como eles estão relacionados, a rmou ao ScienceMag.org o professor Jônatas Abrahão, virologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O professor Jônatas Abrahão, um dos autores do artigo, está agora investigando com os seus colegas da equipe mais características deste novo vírus, desconhecendose até agora mais pormenores. Como a rmou o professor Elodie Ghedin, da Universidade de Nova York, citado pelo portal sciencemag.org, "estamos sempre descobrindo novos vírus".


16 MUNICÍPIOS

16 A 23 DE FEVEREIRO DE 2020

Fundão

Renovação, essa é a palavra

Santa Teresa

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Alguns nomes vem s endo ventilados e pleiteados pela população de fundão para ocupar uma cadeira na Câmara de Vereadores da cidade nas próximas eleições.

É o caso do advogado e professor por formação, Romenique Borges, que vem f a z e n d o u m ót i m o trabalho à frente da Associação de Moradores de Timbuí.

**

Em time que está ganhando, não se mexe HAROLDO CORDEIRO FILHO

Outro nome bem cotado é o da vereadora Sônia Steins. A parlamentar que vem atuando forte na saúde, na educação e buscando melhores condições para

população rural, promete não descansar, vai buscar junto à bancada federal capixaba, mais recursos para o município.

*** Além do atual prefeito, que tentará a reeleição, o eleitor de Fundão terá como opções, segundo ventos que sopram,

Marinaldo Pedro Pegoretti; Eleazar Ferreira Lopes, presidente da Câmara; Leo Oliveira; Gil; Nany Waytt;

Elielton; Carlos Magno; João Manoel e Robson Federal. Que venha outubro!

Baixo Guandu

Guaçuí

Secretaria de Agricultura atende produtores com serviços de trator ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

A Secretaria Municipal de Ag r i c u ltu r a , Pe c u ár i a e Abastecimento (Semag) de Guaçuí segue com o programa “Ação no Campo”, rmado pela Lei Municipal 4.200, que atende os pro dutores na bus c a d a melhoria da produção e na qualidade de vida. Entre as ações previstas no programa, estão os serviços de trator que podem ser agendados na Semag e o desconto no frete do saibro para a construção de terreiros de cimento na zona rural, como já foi divulgado pela Secretaria.

No c a s o d o t r a t o r, o s produtores podem agendá-los na Semag e podem ser realizados ser viços para gradear e arar o terreno, assim como a raspagem de terra de

carreadores e estradas dentro das lavouras, além da utilização da batedeira de cereais e grãos, como feijão, milho e outros.


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